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Empresa Brasil - 1

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Edição 30 - 2007 da publicação Empresa Brasil da CACB.

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SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

EditorialO debate sobre a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimenta-ção Financeira, a CPMF, tem dominado a agenda de todas as entidades pa-tronais e de trabalhadores. No governo é consenso a impossibilidade da nãoprorrogação, até dezembro de 2011, deste tributo. Por outro lado, há consen-so também nos formadores de opinião, pertencente a todas as camadas so-ciais, de que algo deve ser feito para por um fim a um imposto tão perversopara o setor produtivo. Este é o assunto da nossa matéria de capa.

A Lei Geral é o principal tema da entrevista com o presidente da Frente Par-lamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, o deputado José Pimentel(PT-CE). Abordamos também a questão da Previdência, da carga tributária,juros, CPMF, etc. Aliás, o deputado discorre sobre qualquer assunto, semprede maneira serena e segura. Não é à toa que, mais uma vez, ele está presen-te na lista elaborada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamen-tar (Diap) que aponta os 100 parlamentares mais influentes no CongressoNacional.

Nesta edição não teremos a tradicional Palavra do Presidente. Ela foi substi-tuída pela reprodução de uma entrevista que o presidente da CACB, AlencarBurti, concedeu ao jornal O Estado de São Paulo, em 26 de julho, discorren-do sobre o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, simplesmente cha-mado de Cansei. Vale a pena conferir.

Tem muito mais, mas nosso espaço acabou. Eu proponho então: folheie a re-vista e descubra o que mais produzimos para você.

Boa leitura,

Hugo Juliã[email protected]

06 EntrevistaJosé Pimentel, deputado federal (PT/CE)12 Contribuição Provisóriasobre MovimentaçãoFinanceira18 Em defesa do contribuintePor Paulo Bornhausen, deputadofederal (DEM/SC)20 Eleição na CACB22 Entrevista EspecialAlencar Burti, presidente da CACB26 Brasil é campeão domundo mais uma vez32 BibliotecandoPor Ênio Lins34 Ter EstiloPor Perla de Melo Gomes

SEÇÕES

36 SEBRAEBoletim Informativo43 CACBCBMAEEmpreenderProgerecs

Capa

Entrevista - José Pimentel,deputado federal (PT/CE)

6

Matéria de capa -Contribuição Provisória sobreMovimentação Financeira

12

Sumario+Editorial 30.p65 28/7/2007, 03:194

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PublisherPublisherPublisherPublisherPublisher Hugo Julião B. da Costa / ProduçãoProduçãoProduçãoProduçãoProdução Juliano Azuma,Marcel Azuma / Diretora ComercialDiretora ComercialDiretora ComercialDiretora ComercialDiretora Comercial Mel Almeida / DiretorDiretorDiretorDiretorDiretorde Artede Artede Artede Artede Arte Josue Jackson / Editoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração Eletrônica AlexandreRibas, Marcos Ribas / Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional LeonardoMittaraquis / Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Fernando Brites, Nilton Pedro,Reyes Marinho, Cida Montijo, Luiz Antônio Bortolin / Revisão Revisão Revisão Revisão RevisãoRosângela Dória - - - - - DRT-SE 1073 / Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista ResponsávelThaïs Bezerra - DRT-SE 364

Assessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBCoordenador: Hugo Julião / Priscila Ferreira / Monique Menezes/ Estagiária: Mariana Xavier

Administração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e Comercialização

Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Brasília - Dane Magalhães(61) 8116-8690 / Sergipe-Alagoas - Jonatal Souza (79) 8801-2074/ Bahia - Júlio César Ferreira (Cartão Postal) (71) 3287-0833 / SãoPaulo - José Moraes Alfaya (11) [email protected] Escritório Distrito FederalDavid da Costa SCN - Centro Empresarial Liberty Mall - Torre A -Salas 316/317 -(61) 3315-9071 - Brasília/DF - CEP 70712-903 /Circulação DF Itamar Amaral - (61) 8118-6311 / Escritório Sergi-pe Rua Capitão Benedito T. Otoni, 477 - Bairro 13 de Julho - (79)3246-4707 - Aracaju/SE - CEP 49020-050.

Estilo34

Capacitação -Brasil é campeão

do mundo maisuma vez

26Entrevista Especial com AlencarBurti, presidente da CACB

23

Bibliotecando32

Sumario+Editorial 30.p65 28/7/2007, 03:205

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Entrevista

Empresa Brasil - 6

Quais as perspectivas da Lei Geral apartir da sua efetiva implantação a par-tir do dia 02 de julho?

A Lei Geral tem como objetivo be-neficiar 98% de todas as empresas co-merciais, industriais e de serviços exis-tentes no Brasil. Nós temos aproxima-damente 2,6 milhão de empresas regu-lares funcionando no país e, desse mon-tante, esperamos que dois milhões qui-nhentos e sessenta mil sejam enqua-dradas na Lei. No dia 02 de julho ama-nheceram enquadradas na Lei Geral ummilhão trezentos e doze mil empresas e,desde então, nós temos tido uma sériede outros pedidos de enquadramento.De 03 de julho até meados do mês nóstivemos 415.000 empresas que pediramenquadramento no Simples. Essas em-presas, de alguma forma, têm dívidasvencidas com os municípios, estados,

Distrito Federal e com a União. Em facedisso, a Frente Parlamentar da Micro eda Pequena Empresa do Congresso Na-cional, que eu presido, resolveu apre-sentar, no final de junho, um Projeto deLei Complementar (PLC) para fazer es-ses ajustes. Além disso, nós tivemosum problema na Lei Geral que diz res-peito às empresas que recolhem IPI aci-ma de 20%.

Que ajustes são esses?Esse PLC tem três grandes objeti-

vos. O primeiro deles é prorrogar até15 de agosto o prazo para que essasempresas possam se inscrever no Sim-ples. O segundo, é permitir que todadívida tributária existente até 31 de maiode 2007, com todos os entes federati-vos, também possa ser renegociada eparcelada em até 120 meses. E o tercei-

ro objetivo é retirar o limitador que ha-via para as empresas que recolhiam IPIacima de 20%, do setor de cosméticos,inscreverem-se no Simples. Com a apro-vação deste PLC, elas poderão se ins-crever e reduzir a sua contribuição parao IPI de 20 para apenas 0,5%.

Como está a tramitação deste Projeto?Esse Projeto de Lei Complementar

(PLC) foi aprovado por unanimidadena Câmara, no dia 03 de julho. Seguiupara o Senado Federal e, na Comissãode Assuntos Econômicos (CAE), tam-bém foi aprovado por unanimidade. Foientão para o plenário do Senado e, emface de problemas com o trancamentoda pauta, terminou não sendo aprova-do no mês de julho. Mas há o compro-misso, tanto da Câmara quanto do Se-nado, de que, ao retornar aos traba-

O deputado federal José Barroso Pimentel (PT-CE) está em seu quarto mandato.Com voz pausada e frases bem articuladas, tornou-se um dos parlamentares maisdestacados do Congresso Nacional. Consta, pela sexta vez, da lista dos 100congressistas mais influentes, elaborada anualmente pelo insuspeitoDepartamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Ele considera queestar nesta lista traz ainda mais responsabilidade para os seus ombros, porque temque efetivamente fazer jus a esse reconhecimento.É o relator do Orçamento Geral da União 2008 e presidente da Frente ParlamentarMista da Micro e Pequena Empresa, do Congresso Nacional, que está percorrendoo Brasil, em caravana, para discutir com a sociedade e com o Pacto Federativo oalcance desta Lei, que atinge um imenso universo de pequenos empreendedoresque estão em busca da formalização de suas empresas.José Pimentel também foi o relator da Reforma da Previdência e teve uma forteparticipação na formulação e aprovação da Lei Geral das Micro e PequenasEmpresas.Nesta entrevista ele fala de Lei Geral, de carga tributária, de dívida pública, CPMF,Previdência, juros, etc. Vale a pena conferir as idéias deste importante membro doparlamento brasileiro.

José PimentelPor Hugo Julião

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lhos no dia primeiro de agosto, estaserá a primeira matéria a ser votadaapós o destravamento da pauta daque-la Casa. Nós deveremos fazer um novoajuste nesse prazo de adesão para umadata a ser acordada com o setor em-preendedor, com a Frente Parlamentare o Congresso Nacional. Ainda esta-mos discutindo, mas tudo leva a crerque o prazo deverá ir para 31 de agos-to. E, a partir daí, todo mês de janeiroserá assegurada, com a abertura doprazo devido, a adesão de novas em-presas que queiram se inscrever noSimples Nacional.

Mas até agora nós falamos de um univer-so relativamente restrito diante da enor-me quantidade de empreendimentos queestão na informalidade no Brasil.

Nós temos 10,2 milhões de empre-sas e empreendedores na informalida-de. Deste número, um milhão, duzen-tos e trinta e quatro mil possuem em-pregados regulares. Ou seja, são em-preendedores já consolidados, queestão na informalidade, e que têm tra-balhadores regulares, mas informais.Nós queremos trazê-los imediatamen-te para a formalidade. Portanto, nósestamos trabalhando com um contin-gente de aproximadamente 3,9 milhõesde micro e pequenos empreendedores.Esperamos que estes estejam, no maistardar no final de 2008, inscritos no Sim-ples e na formalidade. Este será um dosprincipais instrumentos de formaliza-ção existentes no mundo. Para o Brasilisso representa uma verdadeira revo-lução no mundo empreendedor.

Os empresários reclamam muito dopeso excessivo dos tributos que inci-dem sobre a folha de pagamento e quehá necessidade de uma reforma traba-lhista. O que o senhor tem a dizer so-bre isso?

No que diz respeito aos micro e pe-quenos empreendedores, nós já resol-vemos essa questão através da LeiGeral: a contribuição sobre a folha parao Sistema “S” é zero, o que representauma redução de 7,5% sobre a folha bru-ta; e a contribuição patronal para a Pre-vidência Social também é zero sobre afolha, o que pode chegar a representar

até 22% de redução sobre a folha bru-ta, dependendo do caso. Temos tam-bém toda uma mudança na questão dafiscalização. Neste caso, quando o au-ditor fiscal visitar, pela primeira vez, es-sas micro e pequenas empresas, elelavrará um termo de ajuste de conduta,fixando prazos e condições para queelas possam sanar as irregularidadesque eventualmente tenham sido apon-tadas. Só no retorno é que a empresapoderá ser autuada. A contribuição sin-dical deixa de existir.

Que outras mudanças o senhor desta-caria?

No que diz respeito às micro e pe-quenas empresas, as mudanças forammuito fortes. O setor emprega 56% detoda a mão de obra com carteira assi-nada, fora os trabalhadores dessasempresas que ainda não tem carteiraassinada, mas que agora deverão ter.

Portanto, quando nós estamos falan-do em reforma trabalhista, agora, nósestamos falando de 2% das empresasdo Brasil. E eu sou daqueles que en-tendo que reforma trabalhista e refor-ma sindical só acontece quando oCapital e o Trabalho chegarem a umentendimento. Eu sou daqueles quetenho clareza de que não adianta oEstado arbitrar as relações entre Ca-pital e Trabalho. Quem deve definiras regras nesse campo são as entida-des representativas. A situação demo-crática e o nível de organização da so-ciedade brasileira já permitem que as-sim se proceda. Outra grande mudan-ça diz respeito ao acesso à Justiça. Elespassam a ter acesso à justiça especi-alizada e não mais à justiça comum.Outra alteração ocorreu no que diz res-peito a quem os representa em Juízo,que pode ser o próprio empreendedorou pessoa por ele designada.

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O que motivou a criação de uma FrenteParlamentar Mista das Micro e Peque-nas Empresas?

Pela primeira vez na história do Bra-sil o Congresso Nacional, após apro-var uma lei com esta magnitude, resol-ve percorrer o território nacional, emcaravana, para discutir com a socieda-de e com o Pacto Federativo o alcancedesta Lei. Fizemos isso no primeirosemestre, e vamos continuar neste se-gundo semestre, por quatro motivosbásicos. O primeiro deles é porque nóstemos urgência na implantação destaLei, para trazer para a formalidade es-ses dez milhões e duzentos mil empre-endedores. O segundo grande objeti-vo nosso é sensibilizar as Assembléi-as Legislativas e as Câmaras de Verea-dores para criarem as Frentes Parlamen-tares das Micro e Pequenas Empresasno âmbito das Câmaras, dasAssembléias.e do Distrito Federal. Oterceiro grande objetivo é contribuirpara que os governos estaduais e mu-nicipais criem os seus comitês gesto-res das micro e pequenas empresas,com a finalidade de facilitar as com-pras governamentais e também simpli-ficar a atuação desse setor importanteda economia nos pequenos, médios egrande municípios, nos estados e noDistrito Federal.

Quais os outros dois motivos?Um deles é que queremos sensibi-

lizar os setores de ciência e tecnologiapara que os micro e pequenos empre-endedores possam ter maior valor agre-gado, melhor produto e com isso termais competitividade. A Lei Geral criouum Fundo Setorial que é constituídode 20% de todos os recursos dos Fun-dos Setoriais existentes na União. Issorepresenta aproximadamente 600 mi-lhões de reais no seu nascedouro. Aintenção é que o Sebrae, juntamentecom as Escolas Técnicas, Cefets, semprejuízo de outras entidades, sejam osexecutores dessa política de ciência etecnologia para o micro e pequeno em-preendedor.

E, por fim, um outro objetivo da ca-ravana é exatamente deixar claro para asociedade brasileira de que ser legal éimportante para nossa economia e para

o Brasil. Nessa primeira fase, a carava-na visitou e fez reuniões nos estadosdo Rio Grande do Sul, Santa Catarina,Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro,Pernambuco, Ceará e Distrito Federal.

Agora, no segundo semestre, va-mos iniciar pela Paraíba. No dia 10 deagosto, logo após o retorno do nossotrabalho estaremos na Assembléia Le-gislativa da Paraíba, com o Fórum Em-presarial daquele Estado e também comseu governador, para tratarmos destasquestões.

Outro fator relevante no fortalecimen-to dos micro e pequenos empreende-dores é a possibilidade de maior parti-cipação no enorme volume destinadosàs compras governamentais. Comoisso se dará?

Dos duzentos e sessenta milhõesde reais destinados às compras gover-namentais, os micro e os pequenos par-ticipam com aproximadamente 14%. Foi

essa a fatia que coube ao setor em 2006.A partir desse dado, dá para se ter umaidéia do espaço que o setor tem paracrescer na economia brasileira. Ao ladodisso, 62% dos municípios brasileirostêm até 20.000 habitantes, onde predo-minam os micro e os pequenos. Rara-mente você tem um grande empreen-dedor. Portanto, as compras governa-mentais são um forte instrumento degeração de trabalho e de fortalecimen-to da economia local, fazendo com queos recursos do pacto federativo, emespecial do município, circule no pró-prio município. Nesse aspecto, nós al-teramos toda a legislação de licitaçãopermitindo que caso o valor apresen-tado na licitação, pela micro ou peque-na empresa, fique até dez pontos per-centuais acima do valor proposto pelagrande empresa, será permitido ao mi-cro e ao pequeno que apresente umaterceira proposta que fique abaixo des-sa proposta, para que ela possa ser avencedora.

E quanto à questão da regularização fis-cal para poder participar de uma licita-ção, um grande entrave na vida das pe-quenas e micro empresas?

Nós fizemos também toda uma mu-dança no que diz respeito ao forneci-mento das certidões negativas, permi-tindo o prazo de 48 horas para que omicro e o pequeno possam negociaras suas obrigações tributárias comentes do Pacto Federativo e trazer umacertidão positiva com efeito negativo.Com isso, ele ganha a concorrência ecom o produto da concorrência elepaga suas obrigações. O que é bompara os estados, municípios e Uniãoporque recebem os seus tributos, e parao empreendedor porque regulariza asua situação. É também necessário queesses comitês gestores, que estão sen-do criados nos municípios e nos esta-dos, se estruturem porque serão o prin-cipal instrumento para facilitar e paraagilizar as compras governamentais.

Outro problema que aflige os peque-nos empreendedores é o acesso ao cré-dito. O que se alterou com a Lei Geral?

Tem um capítulo da Lei Geral volta-do para o crédito, com determinações

Estar novamenteentre os 100

parlamentares que temuma forte presença e

influência no CongressoNacional é um grandeorgulho para mim e

para o Ceará.

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Deputado José Pimentel(PT-CE), presidente do Sebrae, Paulo Okamotto e deputados Luiz Carlos Hauly eCarlos Melles (PFL-MG), presidente da Comissão Especial da Microempresa, comemoram a aprovação doprojeto na comissão, em dezembro de 2005

muito fortes para os bancos públicosbrasileiros. E sobre isso, nós estamosdiscutindo a criação de linhas de crédi-to diferenciadas para viabilizar esses se-tores. Inclusive, no que diz respeito àscompras governamentais, o objetivo éque, no momento em que um micro oupequeno empreendedor ganhe a licita-ção, ele tenha uma linha de crédito paraque possa adquirir a matéria prima,transforme-a em produto acabado e, emseguida, entregue o produto junto aomunicípio, estado ou a União. Com umaparte do recurso liquida o empréstimo ecom o restante reinveste no seu empre-endimento. Com isso, o risco da opera-ção será mínimo e a taxa de juros podese reduzir significativamente.

Vamos falar um pouco de Previdência.É recorrente a divulgação de grandesdéficits no sistema previdenciário bra-sileiro. Porque isso se dá?

No Brasil, nós temos quatro tiposde previdência. Temos a previdênciaprópria do servidor público municipal,estadual, distrital e federal. Esta era aprevidência que tinha problemas. Com

a Emenda Constitucional número 41, eas suas regulamentações, elas estãosendo regularizadas. Nós temos uma se-gunda previdência que é o Regime Ge-ral feito para toda a sociedade brasilei-ra, que é uma previdência pública bási-ca, com o piso de um salário mínimo eum teto que é igual a dez vezes o maiorvalor de referência, que hoje está emtorno de R$ 2.870,00. Esta previdência écusteada por toda a sociedade e quetinha na folha salarial o principal instru-mento de financiamento. Com a Lei Ge-ral, 98% dos empreendimentos brasilei-ros deixam de contribuir sobre a folhasalarial e passam a contribuir sobre ofaturamento da sua empresa, desonera-do a folha em mais ou menos 22%. Etemos a contribuição do empregado.Esta previdência teve um déficit, em2006, de 3,9 bilhões de reais. Mais oumenos 0,5% do PIB. Com as formaliza-ções que virão com a implantação doSimples Nacional, a avaliação nossa éque em 2009 o déficit desapareça. Nes-se Regime Geral nós temos hoje 23,1milhões de aposentados. Temos umaterceira, que é específica para os milita-

res, e uma quarta que é a previdênciacomplementar, que também tem umasaúde financeira muito forte. É a previ-dência complementar privada fechada,onde nós temos aproximadamente 400fundos de pensão, com um patrimôniopróximo a R$ 550 bilhões. Essa é conso-lidada. Temos a previdência comple-mentar privada aberta praticada pelosbancos, que é algo recente, da décadade noventa, e tem aproximadamente 80bilhões de ativos, também com uma si-tuação muito saudável.

Mas o regime de previdência dos servi-dores públicos não apresenta númerossaudáveis. Que soluções foram encon-tradas?

Nós temos hoje 2.140 municípiosque tem previdência própria. Estamosfazendo toda uma discussão com a Con-federação Nacional dos Municípiospara que a maioria desses municípiosretorne para o Regime Geral. No que dizrespeito aos 26 estados e ao DistritoFederal, está sendo feito toda uma polí-tica de aporte crescente de recursos porparte dos entes do Pacto Federativo

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para regularizar sua situação. Quanto àprevidência própria da União foi feito oprocedimento para que em 2050 ela pas-se a ser superavitária. Até lá, a socieda-de brasileira vai continuar subsidiandoo regime próprio de previdência dosservidores públicos estáveis da União.Essas obrigações foram criadas no pas-sado pelos legisladores e pelos gesto-res públicos e o presidente Lula e oCongresso Nacional, através da Emen-da Constitucional 41, enfrentaram esseproblema. Como é necessário honraresses compromissos, foi feito um pla-nejamento estrutural, com regras obje-tivas, para que efetivamente esse tipode situação não se repita e que em 2050passe a ser superavitária.

Que avaliação o senhor faz da cargatributária?

Em 1995 a carga tributária no Bra-sil era de 26,5% do PIB. Em 2003, essacarga chegou a 35,67% do PIB. Elahoje está em 34,7%. Portanto, o quenós temos assistido de 2003 para cá éuma desoneração progressiva da car-ga tributária brasileira. No primeiro mo-mento foi colocado tributo zero paraa exportação. Exatamente por isso, abalança comercial saiu de U$ 59 bi-lhões/ano para U$ 137 bilhões/ano no

curto espaço de tempo de aproxima-damente quatro anos. Tivemos tam-bém a desoneração em vários produ-tos da cesta básica, nos produtos daindústria da construção civil, na aqui-sição de veículos para a produção eagora fizemos mais uma redução coma Lei Geral, atingindo 98% das empre-sas comerciais, industriais e de servi-ços do Brasil. Portanto, estamos fa-zendo uma desoneração seletiva, por-que o Brasil tem um conjunto de obri-gações que precisam ser honradas. Adívida pública interna que represen-tava 59% do PIB, em 2003, hoje estáem 44%. E o planejamento que nósestamos fazendo no Plano Plurianuale na Lei de Diretrizes Orçamentárias,e com o superávit primário, é de redu-zir esse endividamento em 2010 paraaproximadamente 37% do PIB. Sãoesses fatores que vai permitir a redu-ção mais acelerada da carga tributá-ria. Estamos junto com isso tambémfazendo todo um processo de redu-ção da taxa de juros que já está abaixodos 12% estipulados na constituiçãode 1988. Para a agricultura brasileira ataxa de juros mais cara é 8,75% ao anosem correção monetária. E para a agri-cultura familiar essa taxa é de 4% a.a,também sem correção monetária.

Outro grande debate para este segun-do semestre envolve a prorrogação daCPMF. O que o senhor tem a dizersobre esta questão?

Em 2006, a CPMF foi totalmente apli-cada na Seguridade Social, uma parce-la aplicada na Previdência Pública bá-sica, uma outra parte no Bolsa Famíliae o restante no Sistema Único de Saú-de, cumprindo integralmente a Emen-da Constitucional. Agora a matéria en-contra-se no Congresso Nacional paraser prorrogada por mais quatro anos.E o objetivo é vincular totalmente à Se-guridade Social. Isso é um debate queestá sendo feito. É verdade que se nóspudéssemos reduzi-la de imediato, seas contas públicas assim permitissem,nós já iríamos fazê-lo. Eu nunca assistique alguém cobra imposto por vaida-de, cobra-se imposto por necessida-de. E é verdade que o Brasil tem mar-gem pra reduzir muito o desperdíciodos recursos públicos. Eu estou há 13anos como deputado federal e mem-bro da Comissão de Finanças e Tribu-tação. O nosso papel é exatamente es-tudar isso, para ajudar a fechar os ra-los que desperdiçam recursos públi-cos. Continuarei fazendo isso pelospróximos três anos, quando completo16 anos como deputado federal.

O momento do lançamento da Frente Parlamentar das MPE no Congresso Nacional

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Capa

Contribuição

MovimentaçPROVI

sobre

Há um consenso no Brasil: a cargatributária do país é excessiva. Os seusníveis ultrapassam todos os demais paísescom perfil de economia e renda similares.Apesar disso, ela aumentou mais uma vez,conforme divulgado pelo ministro GuidoMantega: a arrecadação de tributos saiude 33,7% em 2005 e atingiu 34,5% doProduto Interno Bruto em 2006.

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Empresa Brasil - 13

ação FinanceiraVISÓRIA

Eeste ano a arrecadação conti-nua batendo recordes. No pri-meiro semestre atingiu a marca

de R$ 282,43 bilhões que, comparadosao mesmo período do ano passado, re-gistra um aumento de R$ 33,5 bilhões.É quase o mesmo valor que o governoespera arrecadar com a CPMF este ano.É claro que este crescimento não sedeveu à elevação ou criação de novostributos, mas a um conjunto de fatoresque envolvem desde o crescimento daeconomia até a expansão do volumede depósitos judiciais. No entanto, a

contrapartida em termos de qualidadede prestação de serviços à populaçãonão acompanha o mesmo ritmo.

Dentro desse quadro, o Brasil dis-cute a prorrogação da CPMF - cuja vi-gência vai até o fim do ano -, até de-zembro de 2011. Dentro do governo háa certeza de que não se pode abrir mãodo tributo. Mas há algumas posiçõesdiferentes quanto ao enfrentamento daquestão colocada em debate pela so-ciedade. O ministro do Planejamento,Paulo Bernardo, se diz a favor da redu-ção gradativa, tendo em vista que a

contribuição causa sérias distorçõesna formação dos preços de mercadori-as que passam por várias etapas deprodução.

Já o ministro da Fazenda GuidoMantega, é contrário à redução da alí-quota neste momento. Segundo ele,pode-se até discutir isso no futuro.“Mas a diminuição do peso dos tribu-tos tem de ser feita de forma racional,levando em conta uma estratégia dedesenvolvimento”, esclarece. Alémdisso, ele também é contrário à parti-lha do valor arrecadado com os esta-

Entrave para a produção, prejuízo para a classe média

Pesquisa realizada pela Ciespcom mil pessoas de 70 cida-des mostra um dado preocu-

pante: 58% dos entrevistados nãosabem da existência da CPMF. Aconstatação foi feita com base nasrespostas à pergunta: você sabe queo governo cobra 0,38% a cada vez

que movimentam seu dinheiro parauma transação bancária? Entre os queconhecem a cobrança, apenas 3% sãoa favor da manutenção do impostopara aumentar a arrecadação. Para18%, o governo deveria baixar grada-tivamente a taxa, até eliminá-la. Segun-do a pesquisa, o desconhecimento

está concentrado nas classes maisbaixas e no Nordeste. Em junho, oInstituto Brasileiro de PlanejamentoTributário (IBPT) divulgou estudoque mostra que a classe média, so-bre quem mais recai a cobrança, tra-balha oito dias por ano só para pa-gar CPMF.

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dos e municípios, como está sendoaventado inclusive pelo relator da PECque trata da prorrogação da contribui-ção após dezembro deste ano, o depu-tado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo o ministro, o governo fe-deral está sem margem de manobra,tendo em vista que nunca alocou tan-tos recursos para estes entes federati-

vos quanto agora com a edição o Pro-grama de Aceleração do Crescimento(PAC). O que o ministro não quer divi-dir com os estados e municípios é umareceita que totalizou R$ 17,33 bilhõesapenas no primeiro semestre deste ano,equivalente a 6,14% de tudo que ogoverno arrecadou no mesmo perío-do. Um crescimento de 11,32% sobre o

valor arrecadadono primeiro semes-tre de 2006.

Já o autor daproposta que insti-tuiu a CPMF, o se-nador Antônio Car-los Valadares (PSB-SE), neste momen-to, pede que os se-nadores pressio-nem o governopara aceitar dividircom estados e mu-nicípios os recur-sos arrecadadosatravés desta con-tribuição. Principal-mente aos municí-pios, pois são osque cuidam direta-

mente da saúde pública. “Temos quepressionar de forma legítima o gover-no federal, para que recursos cheguemtambém aos municípios, onde eles sãomais necessários”, disse Valadares.Segundo o senador, a concentração devalores arrecadados nos cofres daUnião provoca disputas inconvenien-tes para o sistema federativo.

Mas não é o que pensa a socieda-de que, além de estar indignada com aproposta de prorrogação da CPMF,está também na expectativa e atenta amais uma proposta de reforma tributá-ria que está sendo discutida entre ogoverno e a oposição. Inclusive du-rante a reunião do Conselho de De-senvolvimento Econômico e Social foicolocada a proposta de limitar a cargatributária em 26% do PIB.

O presidente da CACB, AlencarBurti, com base no crescimento cons-tante da arrecadação, questiona a in-sistência do governo em querer maisuma vez renovar a CPMF: “Não con-segui entender ainda porque não po-demos eliminar a CPMF de vez. Fize-mos um contrato com o governo queesse dinheiro seria usado para melho-rar a Saúde, mas percebemos que asdificuldades continuam. O governodeveria usar a mesma regra que as pes-soas usam em suas casas e cortar asdespesas, ajustando-se às suas pos-sibilidades”. Alencar Burti acha que háespaço para a redução gradativa dacontribuição, ainda dentro do períodode gestão do atual governo. Seria umaforma, segundo Burti, desta adminis-tração cumprir com aquilo que as ante-riores não cumpriram e, dessa forma,demonstrar respeito ao contribuinte.

O presidente da Confederação Na-cional da Indústria (CNI), ArmandoMonteiro, é contra a contribuição, masacha que não se deve colocar em riscoo financiamento do Estado: “Nós sem-pre achamos que o imposto (CPMF) éde má qualidade, é um imposto cumu-lativo, regressivo, portanto, um mauimposto. No entanto, extingui-la seriapor em risco até o financiamento deatividades essenciais hoje no país”.Armando Monteiro defende a reduçãogradativa da CPMF, deixando uma alí-quota residual para fins de fiscaliza-

Roosewelt Pinheiro

Senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE), relator da proposta queinstituiu a CPMF

Você sabia?… que um valor qualquer de dinheiro, depoisde passar por 263 transações financeiras,vai inteirinho para os cofres do governo porcausa da CPMF.

… que o governo cobra a CPMF quando vocêvai pagar um empréstimo feito no banco.

… que a CPMF deveria vigorar por apenas 2anos mas que já dura mais de 10.

… que em Janeiro de 2007, em relação aomesmo mês do ano passado, a CPMF teveum aumento de 21%!

… que a CPMF tem efeito cascata.

… que estados e municípios não têmparticipação na arrecadação com a CPMF.

Fonte: www.xocpmf.com.br

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Empresa Brasil - 15

ção, pensamento corroborado pelo pre-sidente da CACB.

Como a CPMF é uma contribuição,diz a Constituição que tem de ser apro-vada três meses antes para entrar emvigor. Por isso, a luta do governo é paraque Câmara e Senado votem a prorro-gação até 30 de setembro, o que, emtermos de tramitação de emenda cons-titucional, seria um recorde. Mas, comacordo, é possível saltar os obstácu-los dos prazos. Mas há na fila muitasmedidas provisórias que podem atra-palhar o andamento da tramitação e istotem deixado o governo apreensivo. Aprojeção da arrecadação da CPMF, emtorno de R$ 40 bilhões anuais, repre-senta 2/3 da participação do governofederal no superávit primário do setorpúblico, pelo qual é abatida parte dosjuros das dívidas interna e externa.

Por outro lado a sociedade estámobilizada. Um dos movimentos cria-dos foi o Xô CPMF. Ele foi criado porinspiração de uma proposta de emen-da à Constituição de autoria do sena-dor Tasso Jereissati (PSDB-CE), deabril de 2004, que estipulava que a con-tribuição fosse gradativamente redu-zida a partir de julho de 2005, até che-gar a 0,08% a partir de janeiro de 2008.Há um site www.xocpmf.com.br ondeo contribuinte pode ficar por dentrode todos os passos que estão sendodados na luta contra a prorrogação dotributo, de que forma pressionar os

parlamentares para votarema favor da extinção do im-posto. O movimento preten-de mostrar que a sociedadepode reagir e que a luta con-tra a CPMF tem grandespossibilidades de vitória,porque é um imposto comdata prevista para acabar.

Outros movimentos fo-ram criados e sempre têm oapoio da CACB. Existe aFrente Nacional em Defesada Constituição e pela Ex-tinção da CPMF, que reú-ne quase uma centena deentidades em todo o País. AFiesp lançou o manifestoSou contra a CPMF, quetem o apoio de diversas en-tidades e que será encami-nhado às autoridades. Paraparticipar acesse http://apps.fiesp.com.br/pesqui-sas/cpmf/cpmf.asp. Além daFiesp, participam da mobili-zação o Centro das Indús-trias do Estado de São Paulo (Ciesp), aOrdem dos Advogados do Brasil(OAB-SP), a Associação Comercial deSão Paulo (ACSP), o Sindicato dasEmpresas de Serviços Contábeis (Ses-con-SP), a Confederação das Associa-ções Comerciais do Brasil (CACB) e aCentral Geral dos Trabalhadores (CGT).

A CACB e todo o sistema, compos-

to por mais de duas mil associaçõesestão plenamente engajados em todosos movimentos que busquem lutar con-tra a prorrogação deste tributo. No siteda entidade www.cacb.org.br vocêpode acompanhar o desenrolar de to-dos os movimentos em curso nos di-versos segmentos da sociedade con-tra a CPMF.

A história da CPMFEm 1993 foi aprovada uma alíquota

sobre movimentações financeiras como nome de Imposto Provisório sobreMovimentação Financeira (IPMF). Aalíquota era de 0,25%. O imposto vigo-rou durante todo o ano de 1994 e foiextinto, como previsto, em dezembro.Mas só por dois anos. Em 24 de outu-bro de 1996, com o intuito de arrecadarum tributo específico para a área da saú-de, o governo criou a Contribuição Pro-visória sobre Movimentação Financei-ra (CPMF), que passaria a ser cobrada apartir de janeiro de 1997, com alíquotade 0,2%. Deveria valer até janeiro de1999. Mas não foi o que aconteceu. Emjunho deste mesmo ano, a CPMF foirestabelecida com alíquota de 0,38% e

A CPMF tem caráter regressivoOs mais pobres acabam arcando proporcionalmente maiscom esse tributo:

a. Mesmo isento da CPMF no recebimento dos salários, otrabalhador arca com a carga embutida no custo dosprodutos e serviços que consome;

b. Como a carga é regressiva, quanto menor o rendimento,maior o impacto da CPMF.

c. Estudos mostram que, quanto menos o brasileiro ganha,maior é o impacto do tributo em seu orçamento. Àqueles comrenda mensal de até dois salários mínimos, a mordida é de1,8%, enquanto que os que recebem mais de 20 mínimossentem 1,2% de seus ganhos serem recolhidos.

d. Na média, trabalham-se sete dias para arcar com essetributo.

Ministro Guido Mantega é contrário à reduçãoda alíquota da CPMF neste momento

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Empresa Brasil - 16

duração prevista até junho de 2001.Em junho de 2000, a alíquota foi

reduzida para 0,3% e, em dezembro, umaemenda constitucional prorrogou acontribuição até março de 2003, reto-mando a alíquota de 0,38%. Em junhode 2002, antes de vencer o prazo, umanova emenda constitucional prorrogoumais uma vez a cobrança do tributo,

agora até dezembro de 2004. E em de-zembro de 2003, a CPMF é novamenteprorrogada e está valendo até dezem-bro de 2007 (sempre com a mesma alí-quota de 0,38%).

Diferentemente da idéia inicial doentão ministro da Saúde, Adib Jatene,e do relator da matéria, o senador An-tonio Carlos Valadares (PSB-SE), aCPMF deixou de ser destinada integral-mente ao Fundo Nacional de Saúde,com uma fonte de receita complemen-tar ao orçamento da Saúde. Hoje, daalíquota de 0,38%, apenas 0,20% vaipara a saúde. O restante vai para a Pre-vidência Social (0,10%) e para o Fun-

Arrecadação crescenteNos seis primeiros meses do ano a arrecadação da CPMFultrapassou mais da metade do total de R$ 32 bilhõesarrecadados em 2006, que, por sua vez, foi superior ao totalde R$ 29 bilhões recolhidos em 2005. Os dados relativos aoprimeiro semestre deste ano foram apontados pelacalculadora do movimento “Xô CPMF”. Confira quanto está aarrecadação neste exato momento acessandowww.xocpmf.com.br. Segundo o ministro Mantega, só com aCPMF o governo deve arrecadar R$ 38 bilhões este ano.

do de Combate à Pobreza (0,08%).Segundo o ex-ministro e atual di-

retor do Hospital do Coração, a CPMFpassou a ser uma fonte de recurso es-trita para a área econômica, do qualnão abre mão. Isto por causa da Emen-da 29, promulgada no ano de 2000. EstaEmenda obriga estados e municípiosa aplicarem em saúde 12 e 15% de seusorçamentos, respectivamente. Já aUnião só não pode aplicar na área umvalor menor do que o do ano anterior,reajustado de acordo com a variaçãonominal do PIB. Ou seja, se o dinhei-ro sairá da CPMF ou de outra fonte,pouco importa.

Notas:1993 - Arrecadação somente no mês de setembro.1995 - Arrecadação residual sobre fatos gerados, em 1994. Por exemplo, o IPMF cujo fato

gerador ocorreu no período de 22 a 27 de dezembro de 1994, os valores foramrecolhidos no dia 02 de janeiro de 1995.

Fonte: Receita Federal do Brasil – Elaboração: Departamento de Estudos Técnicos do Unafisco Sindical

1996 - Não houve arrecadação.1997 - No mês de janeiro não houve arrecadação.1999 - Não houve arrecadação no período de março a maio.2007 - Arrecadação até abril de 2007.

Arrecadação da IPMF/CPMF

Dr. Adib Jatene, idealizador daCPMF

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Empresa Brasil - 17

Impacto dos Impostos em cascata na produção industrial brasileira

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)divulgou um estudo, encomendado à Fundação Getúlio Vargas doRio de Janeiro, com o objetivo de determinar o impacto daincidência do PIS/Pasep, Cofins e CPMF sobre o valor da produçãoindustrial brasileira. Esses impostos, que são cobrados em cascata,ou seja, de maneira cumulativa, incidindo sobre todas as fases defabricação de um produto ao longo da cadeia produtiva, aumentampesadamente os custos do produto final. O açúcar refinado, porexemplo, sai da porta da fábrica onerado em 10,5% por conta dacobrança desses três impostos. Os impostos em cascata estimulam aconcentração vertical da produção, desencorajando a terceirização

adotada hoje mundialmente. Prejudicam as micro e pequenasempresas, porque existe vantagem comparativa em favor dasgrandes empresas, capazes de se verticalizar e economizar tributos,em oposição às menores empresas. Além disso, representam grandeincentivo à sonegação e à informalidade.Segundo a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a CPMF éa incidência tributária que mais afeta a competitividade externa dosprodutos brasileiros. Tal resultado não surpreende, dado que estetributo não só recai cumulativamente em todas as etapas deprodução, como não é ressarcido quando o produto é exportado.Além da CPMF, existem outros tributos cumulativos.

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Empresa Brasil - 18

Artigo

Em Defesa dA CPMF é fruto da incapacidade

do Estado em efetuar um ajustefiscal eficiente e de enfrentar

uma reforma tributária que elimine ostributos em cascata e simplifique a re-lação fisco-contribuinte.

Nos dias 11 e 25 de julho de 1996,a Câmara dos Deputados votou, eaprovou, a Emenda Constitucionalque possibilitou a criação da Contri-buição Provisória sobre Movimenta-ção Financeira, a CPMF. Foi um inter-valo rápido entre o primeiro e o se-gundo turnos, e, nos dois momentos,pude expressar minha posição contrá-ria à criação de mais esse tributo con-tra a sociedade.

Segui minha consciência de cida-dão e o próprio estatuto de meu parti-do, o PFL, em seu compromisso contraa criação de novos impostos, taxas oucontribuições, antes de se fazer umareforma tributária que realmente aten-da às necessidades do país, aos ansei-os dos brasileiros, penalizados, espe-cialmente aqueles que trabalham, coma já então, e ainda hoje, demasiada car-ga tributária que pesa sobre seus cadavez mais minguados salários.

A CPMF foi apresentada parasubstituir o IMPF - Imposto Provisó-rio sobre Movimentação Financeira,nascido com defeitos constitucionais,mas que foi cobrado sob a justificati-va de que a então crise fiscal que atin-gia o país assim o exigia.

O tributo se apresentou não maissob a roupagem de imposto, para fi-nanciar o ajuste público e a constru-ção de habitações populares, mas sobforma de uma contribuição social parao financiamento de ações e serviçosde saúde, espécie tributária controver-sa (ou “sui generis”, no dizer da boadoutrina jurídica), que tem aumentado,ano após ano, sua participação na ar-recadação tributária federal, seja pela

conveniência de suas regras constitu-cionais ou pela desnecessidade, namaioria dos casos, de sua repartiçãocom Estados e Municípios.

Adverti, ao encaminhar meu votocontrário, que nova emergência sur-giria adiante, o que nos levaria a vo-tar pela prorrogação daquela contri-buição PROVISÓRIA. Disse, e repitoagora com minha convicção fortaleci-da, que nunca tinha visto um impostoser revogado neste país. Que todosos que são invalidados acabam vol-tando de outra forma. E o cidadão équem continua pagando.

Infelizmente, minhas previsões semostraram acertadas. A CPMF nasceuem 1996 e começou a ser cobrada jáem janeiro de 1997. A previsão consti-tucional para sua vigência era por doisanos e a alíquota fixada na lei regula-mentadora foi de 0,20%, (poderia sermajorada até 0,25%). Desta forma, foicobrada até janeiro de 1999.

Em 99, chegamos a crer que o paísficaria livre do tributo, já que a Emen-da Constitucional n. 21/99 foi promul-gada após a expiração do prazo de vi-gência da CPMF de 1996, determinan-do sua prorrogação por trinta e seismeses e elevando a alíquota para0,38% nos primeiros doze meses e0,30%, no período restante. O resul-tado do aumento de arrecadação, de-corrente da elevação da alíquota, de-veria ser aplicado, ainda, no custeioda previdência social.

O caso foi parar no Supremo Tri-bunal Federal. Como a emenda man-dava observar o princípio da anterio-ridade, objeto da decisão do STF em1993, a Corte entendeu que o vocá-bulo “prorrogação” era mero lapsogramatical, autorizando sua cobran-ça, que passou a ser efetuada a partirde junho de 1999, para garantir o aten-dimento ao período de noventa dias

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Empresa Brasil - 19

Por Paulo Bornhausen*

a do contribuinte

___________________________________________________________*Deputado Federal (DEM/SC)

entre a publicação da lei instituidorado tributo e o início da cobrança.

Com a instituição do Fundo deCombate e Erradicação da Pobreza, em2000, é criado um adicional à alíquotada CPMF que a recoloca no patamarde 0,38%, a partir de março de 2001.

Nova prorrogação, pela EmendaConstitucional n. 37/2002, catapultao tributo até 31 de dezembro de 2004,repartindo o produto de sua arreca-dação entre o Fundo Nacional de Saú-de (0,20%), o custeio da previdênciasocial (0,10%) e o Fundo de Combatee Erradicação da Pobreza (0,08%).Ocorreu, então, nova disputa judiciale, desta vez, o Supremo não reclamounem mesmo do prazo de vigência, jáque a emenda foi promulgada antesque a anterior perdesse a validade,constituindo-se mera prorrogação dealgo já existente, sem necessidade deobediência à anterioridade.

No entanto, a alíquota de 0,38%estava prevista para vigorar somentenos exercícios financeiros de 2002 e2003. No exercício de 2004, a redaçãooriginal da emenda previa a alíquotade 0,08%, destinada exclusivamenteao Fundo de Combate e Erradicaçãoda Pobreza.

Doce ilusão do contribuinte, já quea Emenda Constitucional n. 42/2003simplesmente revogou o dispositivoque fixava a alíquota de 0,08% para2004, reinstituiu a alíquota de 0,38% eprorrogou, mais de um ano antes dofinal estabelecido para vigência desua nova provisoriedade, a CPMF até31 de dezembro de 2007.

As perspectivas para a CPMF in-serem-se na necessidade de arreca-dação em curto prazo e na inviabilida-de de redução de gastos e ajuste decontas públicas na proporção da re-ceita auferida com o tributo, o que nosempurra para sua prorrogação.

Sob o ponto de vista tributário, odebate é pontuado por juristas e eco-nomistas dos mais diversos matizesideológicos. Desde sua instituição, aCPMF se converteu em uma das maio-res polêmicas da história recente doPaís. Seus defensores alegam a fácilcobrança, baixa sonegação e alto po-der arrecadatório como argumentospara sua manutenção, sendo, ainda,instrumento eficaz para a fiscalizaçãotributária. Porém, o custo de tais “faci-lidades” ao Fisco é a incidência de umtributo em cascata, que atinge toda asociedade sem levar em conta a capa-cidade contributiva, eleva os preçosde produtos pelos seus efeitos na ca-deia produtiva e no crédito, retirandodo cidadão recursos que poderiam serdestinados à poupança ou ao consu-mo. Pode até mesmo ser um instrumen-to útil para a fiscalização, mas não éindispensável, já que alternativas sãoapontadas por especialistas para ocaso sem que a conta seja paga pelocidadão.

A CPMF é, nada mais, nada me-nos, que fruto da incapacidade doEstado em efetuar um ajuste fiscal efi-ciente e de enfrentar uma reforma tri-butária que elimine os tributos em cas-cata e simplifique a relação fisco-con-tribuinte.

E agora, o governo de plantãoousa: não quer mais prorrogar a con-tribuição, e sim torná-la permanente.

Reafirmo minha firme convicçãocontra a CPMF. Em 96, afirmei, no Ple-nário da Câmara, que encaminhava“meu voto contrário com a consciên-cia tranqüila (já que fazia parte da basealiada do governo), por saber que es-tou aqui como cidadão numa resis-tência cidadã contra ninguém, a favordo povo brasileiro e da inteligêncianacional, que precisa ser resgatada”.

Essa é a motivação da campanhapela extinção da CPMF, primeira açãoda Frente Nacional em Defesa daConstituição. Nossa Constituição de-fine que a CPMF deixará de ser cobra-da no dia 31 de dezembro de 2007, e éisso que tem que acontecer. Essa é aminha luta e a luta de meu partido.

Em 96, tive ao meu lado, contra aCPMF, o Partido dos Trabalhadores.Eu continuo contra o tributo e sou ter-minantemente contra sua nova pror-rogação. Eu não mudei. Mas, tambémem relação á CPMF o PT mudou, seesquecendo que são exatamente ostrabalhadores os mais penalizados poresse tributo.

Quero conclamar a participação detodos nessa luta, que não deve ter fron-teiras partidárias, nem coloração, por-que estamos defendendo os mais legí-timos e imediatos interesses do povobrasileiro. E até porque o povo brasi-leiro não vai aceitar passivamente essedesrespeito.

A alíquota de0,38% estavaprevista para

vigorarsomente nos

exercíciosfinanceiros de2002 e 2003.

artigo bornhausen.p65 28/7/2007, 01:1819

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Empresa Brasil - 20

Eleição

Alencar Burti é reeleitopresidente da CACBEm eleição realizada no dia 19 de

junho, Alencar Burti foi reeleitopresidente da Confederação das

Associações Comerciais e Empresariaisdo Brasil (CACB) para o biênio 2007-2009. A cerimônia ocorreu na sede daentidade, em Brasília. Além da presidên-cia da CACB, Alencar Burti tambémestá à frente da Associação Comercialde São Paulo (Acsp) e da Federaçãodas Associações Comerciais do Estadode São Paulo (Facesp).

Para a 1a. vice-presidência foi eleitoAncelmo Oliveira, e para diretor-secre-tário Sérgio Papini. Fernando Brites foireeleito diretor-financeiro.

Alencar Burti é empresário do setorautomobilístico, membro do ConselhoDiretor da Fenabrave e membro doConselho Deliberativo do Masp. Já foipresidente da Associação Brasileira dosDistribuidores Ford (Abradif), do Con-selho Deliberativo do Sebrae-SP da Fe-deração Nacional dos Concessionáriose Distribuidores de Veículos (Fenaco-div) e da Fenabrave. Há mais de 40anos dedica-se às entidades empresari-ais e filantrópicas.

O presidente reeleito crê que o brasi-leiro precisa aprender a participar, exigirmais, parar de culpar os políticos por to-dos os maus fatos que ocorrem no paíse passar a assumir responsabilidades.Declara-se um otimista e acredita no es-forço voluntário de todos aqueles quefazem parte do sistema CACB, que con-grega e mobiliza milhares de empreen-dedores.

Para os membros da diretoria execu-tiva, assim como para os vice-presiden-

Sérgio Papini de Mendonça UchoaDiretor secretário

Diretoria Executiva

Ancelmo de Oliveira1º Vice-presidente

Fernando Pedro BritesDiretor financeiro

Alencar BurtiPresidente

tes eleitos, os próximos dois anos dagestão de Burti servirão para consolidare ampliar o trabalho de sedimentaçãoda auto-sustentabilidade da entidade.Para isto, está sendo desenvolvido pro-jetos e programas estratégicos com di-versas frentes de atuação e com a par-ticipação de novos parceiros e de alia-dos de longo tempo, como o Sebrae ea Caixa Econômica Federal.

A partir da próxima edição da revis-

ta Empresa Brasil, estaremos trazendomatérias especiais sobre estes projetose programas que estão em fase de im-plantação pela nova diretoria da enti-dade.

Confira na página seguinte a repro-dução da entrevista do presidente Alen-car Burti, publicada no jornal O Estadode São Paulo, no dia 26 de julho, ondeele discorre sobre o Movimento Cívicopelo Direito dos Brasileiros.

Nova diretoria.p65 28/7/2007, 01:4620

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Empresa Brasil - 21

A chapa vencedora que estará à frente da CACBA chapa vencedora que estará à frente da CACBA chapa vencedora que estará à frente da CACBA chapa vencedora que estará à frente da CACBA chapa vencedora que estará à frente da CACBno biênio 2007-2009, é composta por:no biênio 2007-2009, é composta por:no biênio 2007-2009, é composta por:no biênio 2007-2009, é composta por:no biênio 2007-2009, é composta por:

Vice-PresidentesAltair Corrêa VieiraArdissom Naim AkelArthur Lopes FilhoClóves Lopes CedrazFrancisco Derval da Rocha FurtadoJésus Mendes Costa

José Paulo Dornelles CairolliJosé Sarto Lima de CarvalhoLuis Carlos Furtado Neves

Conselho FiscalRubenir Nogueira Guerra - TitularJoão Porto Guimarães - Titular

Nilson Tavares Morais - TitularEdinei Pereira dos Santos -SuplenteLauro Aurélio V. SampaioVasconcelos - SuplenteJosé dos Santos da Silva Azevedo -Suplente

Ardissom Naim Akel

Jésus Mendes Costa

Altair Corrêa Vieira Arthur Lopes Filho

Clóves Lopes Cedraz Francisco Derval da Rocha Furtado

José Paulo Dornelles Cairolli José Sarto Lima de Carvalho Luis Carlos Furtado Neves

Vice-Presidentes

Nova diretoria.p65 28/7/2007, 01:4621

Page 22: Empresa Brasil 30

Empresa Brasil - 22

Entrevista Especial

‘Há umdesencanto,uma tristeza

grande noPaís’

Alencar Burti: presidente da CACB eda Associação Comercial de São

Paulo, fala sobre o Movimento Cívicopelo Direito dos Brasileiros que

pretende ‘resgatar direitospraticamente esquecidos pela inércia

do poder público.

Por Fausto Macedo

O País está perdendo a con-fiança nas instituições ofi-ciais, alerta o empresário

Alencar Burti, presidente da Associ-ação Comercial de São Paulo e daCACB. “Há um desencanto, umatristeza grande, e quando isso pre-valece sempre pode surgir um aven-tureiro para levar o País a um desti-no muito ruim, sem rumo.”

Burti, de 76 anos, paulistano daLiberdade, incorporou-se ao Movi-

mento Cívico pelo Direito dos Brasi-leiros, que foi lançado no final dejulho em São Paulo, na sede da Or-dem dos Advogados do Brasil(OAB).

O movimento não é um ato políti-co, mas uma manifestação cívica decidadania, informa a OAB. Para esti-mular a adesão pública, desde o dia27 de julho está nas ruas uma cam-panha publicitária. Peças de mídiaimpressa e eletrônica exibem pesso-as de todas as idades, raça e classessociais descrevendo situações e fa-

Alencar.p65 28/7/2007, 01:5122

Page 23: Empresa Brasil 30

Empresa Brasil - 23

tos que contribuem para a sensaçãode caos.

A jornada reúne algumas das prin-cipais lideranças do País. “A meta édespertar a sociedade para que res-gate direitos praticamente esqueci-dos pela inércia do poder público”,declara Burti, que cresceu na RuaGenebra, bairro do Bexiga. “Era umtempo em que não se prescindia dahonra. Aquele que assumia umaconduta incompatível a nossa ruaexcluía prontamente. Temos que re-cuperar esses valores, do contratode honra, o tempo saudável do olhono olho que caiu em desuso.”

Burti assumiu a presidência daAssociação Comercial de São Pauloem abril. Ele revela indignação dian-te dos descaminhos do País, a vio-lência, a corrupção, desmandos,omissões. Rebela-se contra os es-cândalos de malversação de dinheiropúblico, “que não têm consequênciaalguma”, contra o descaso da admi-nistração pública e contra a carga tri-butária, que reputa perversa. Esteano, contabiliza a entidade que pre-side, o governo já arrecadou R$ 502bilhões em tributos. “É o que nós,pobres brasileiros, pagamos paraocupar esse maravilhoso País. Nósqueríamos apenas ter um retornocompatível com o que pagamos.”

Qual a importância dessa mobiliza-ção pela cidadania?

A grande importância é a recupe-ração de determinados valores e aconscientização da sociedade.Quem governa é a sociedade. Quemexecuta é o governo. Mas a socie-dade parece anestesiada, parece terperdido a noção da sua importância.A essência do movimento é mostrara todos os setores governamentaisque há um desencanto que se trans-

forma em cansaço, em fadiga, e podese transformar em revolta. O Legis-lativo, o Judiciário e o Executivo de-vem ficar atentos para isso. A soci-edade está perdendo a paciência. Ogoverno deve evitar que um estadode espírito desses não seja epidêmi-co. Isso pode ter conseqüênciasgraves. Deus nos livre do que pode-rá vir. O movimento é extremamentepacífico, mas profundamente signifi-cativo. Um movimento silenciosoque vai se transformar em um gritoagudo da sociedade para que os po-deres fiquem em estado de alerta di-ante do risco que o País está corren-do. É uma mobilização sem agres-são, não é contra esse ou aquele par-

tido. É uma defesa legítima e funda-mental da sociedade que tem quemostrar seu desagrado, desconten-tamento, inconformismo, tristeza,cansaço. Sua indignação.

Por que chegou a esse ponto?Ninguém toma providências, os

poderes não assumem uma atitudepara mudar. Vamos analisar a tragé-dia do Airbus da TAM. Buscam umadesculpa, o motor, o reverso, a pis-ta, a chuva. Pode haver uma fatali-dade. O que não se pode aceitar éque há mais de um ano muitos seto-res vêm alertando para os riscos deum grave acidente, mas ninguém semexeu para corrigir erros, a posiçãodos controladores, a estrutura pre-cária, equipamentos defasados. Ha-via uma pressão, mas será que fica-ram tão à margem que nem a mortede um semelhante sensibiliza maisos poderes constituídos para queatuem em benefício do Brasil? Isso éestarrecedor.

A corrupção não tem fim?O problema está aí, na soma de fa-

tores. São coisas que vêm de anos eo País não vê nenhuma atitude. APolícia Federal tem varrido esque-mas de corrupção, mas não tem con-seqüência. É como expor uma crian-ça doente e faminta e passa todomundo e ninguém estende a mãopara socorrê-la ou para dar o quecomer. Onde estão os homens públi-cos? Quem assume cargo públicotem que estar consciente de suasresponsabilidades.

Ainda há tempo?Homens de empresa e homens que

amam a vida não podem perder a es-perança. É fundamental a fé. Temosque trabalhar, que cada brasileiro

O movimento éextremamente pacífico,

mas profundamentesignificativo. Um

movimento silenciosoque vai se transformarem um grito agudo dasociedade para que os

poderes fiquem emestado de alerta diante

do risco que o País estácorrendo. É umamobilização sem

agressão, não é contraesse ou aquele partido.É uma defesa legítima e

fundamental dasociedade que tem quemostrar seu desagrado,

descontentamento,inconformismo, tristeza,cansaço. Sua indignação.

Alencar.p65 28/7/2007, 01:5123

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volte a amar o seu País e a cobrar ospoderes constituídos. O País estáperdendo a confiança nas institui-ções oficiais. O Movimento Cíviconão vai resolver tudo, mas temosque buscar no coração do brasileiroa solução, uma ferramenta de ação,de cobrança do poder público. A so-ciedade precisa se reorganizar parafazer valer seus direitos sob pena deamanhã nos transformarmos em sú-ditos dessa estrutura. Que o Execu-tivo não use a fraqueza da Câmara edo Senado para se aproveitar politi-camente disso. Os partidos políticostêm que entender que, antes de de-fender seus interesses, devem pre-valecer os interesses da sociedade.Quem os colocou lá foi a sociedade.Está acontecendo exatamente o in-verso. Prevalecem interesses pesso-ais ou dos partidos e o cidadão vaisendo esquecido.

Começou, no dia 27 de julho,a campanha do MovimentoCívico pelo Direito dos Bra-

sileiros. Liderado pela Ordem dosAdvogados do Brasil – SeccionalSão Paulo e com a participação dediversas entidades e lideranças dasociedade civil, a campanha visasensibilizar os brasileiros a pararemdurante um minuto, às 13 horas dodia 17 de agosto, quando o aciden-te com o avião da TAM completará30 dias.“Não se trata de um ato político,mas de uma manifestação cívica decidadania e de amor ao Brasil”, afir-ma Luiz Flávio Borges D’Urso, pre-sidente da OAB SP. “Com o silêncio,a sociedade poderá expressar suasolidariedade e indignação de formapacífica, equilibrada e organizada”,completa.O protesto silencioso do dia 17 deagosto deverá reunir artistas, perso-nalidades, empresários, formadoresde opinião e representantes de vári-as correntes religiosas em frente aoprédio da TAM Express, em SãoPaulo. A OAB SP acredita que o ges-to será replicado em outras cidadesdo País.

Movimento Cívico pelo Direito dosBrasileiros vai parar o Brasil no dia17 de agosto

Para disseminar a idéia e estimular aadesão pública, o Movimento lan-çou, na última sexta-feira de julho,uma campanha publicitária. As pe-ças de mídia impressa e eletrônicamostram pessoas de todas as ida-des, raças e classes sociais descre-vendo situações e fatos que contri-buem para a sensação de caos, con-tra a qual esta campanha se posici-ona. As peças não levam a assinatu-ra de nenhuma agência ou produto-ra porque resultam da contribuiçãovoluntária de publicitários, câmeras,fotógrafos, atores e produtores.No site www.cansei.com.br vocêpoderá fazer comentários e divulgarações programadas para o dia 17 deagosto. A meta é gerar um grandefórum virtual que fomente a manifes-tação democrática dos brasileiros.

Informações para imprensa:Sobre Movimento Cívico pelo Direitodos BrasileirosCDI – Casa da ImprensaEduardo Guimarães / Tel. (11)3817-7918 /[email protected] Faccioli / Tel. (11) 3817-7932 / [email protected] Filomeno / Tel. (11) 3817-7914 / [email protected] OAB – SPSantamaria Silveira(11) 3291-8175/79/82

________________________________________________Fonte: entrevista publicada

originalmente no jornalO Estado de São Paulo

Quem é: Alencar BurtiAlencar Burti, paulistano, 76 anos,controla 4 empresasPreside a Associação Comercial deSão Paulo (ACSP) desde abril.Também é presidente da Confede-ração das Associações Comerciaise Empresariais do Brasil(CACB) e da Federação das Asso-ciações Comerciais do Estado deSão Paulo (Facesp)

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Evento

Brasil é campeão domundo mais uma vez

Programa Capacitar Nordeste vence na categoria“Melhor projeto de cooperação internacionalentre entidades empresariais”, no 5º Congressoda Federação Mundial das Câmaras, daInternational Chamber of Commerce (ICC).A ICC visa reconhecer, premiar e dar visibilidadeàs ações promovidas pelas associaçõesempresariais de todo o mundo. A competição foicriada em 2003 pela World Chamber Federation.Foi realizada pela primeira vez no 3º WorldChambers Congress, em Quebec, no Canadá.

CACBrepresentao país em

CongressoInternacional

A equipe da CACB comemora a vitória tendo à frente o presidente da entidade, Alencar Burti

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Nos dias 4 a 7 de julho, 1.600congressistas - entre eles di-rigentes empresariais e de

Câmaras Comerciais de 118 países -se reuniram em Istambul (Turquia)para o 5º Congresso da FederaçãoMundial das Câmaras, da Internati-onal Chamber of Commerce (ICC),com sede em Paris (França).

O Brasil - representado pela Con-federação das Associações Comer-ciais e Empresariais do Brasil (CACB)- foi vencedor na competição. Pormeio do programa Capacitar Nor-deste, desenvolvido em parceria coma Câmara de Artes e Ofícios de Es-sen, na Alemanha, e a SEQUA (Fun-dação para o Desenvolvimento daAlemanha), o Brasil venceu na cate-goria “Melhor projeto de coopera-ção internacional entre entidadesempresariais”.

O Capacitar Nordeste tem comoprincipal objetivo aumentar a com-petitividade das micro e pequenasempresas. Para isso, foram definidasestratégias de profissionalização deAssociações Comerciais em todas assuas esferas: diretoria, colaborado-res e parceiros. O programa foi im-plantado em 2005, em Asso-ciações Comerciais do Ma-ranhão, Ceará, Rio Grandedo Norte, Paraíba, Pernam-buco, Alagoas, Sergipe eBahia.

Para Alencar Burti,presidente da CACB, oprêmio reconhece o es-forço feito pela insti-tuição para desenvol-ver este trabalho decapacitação. Elassão “entidades que

não têm quaisquer subsídios gover-namentais e dependem, portanto,dos serviços que prestam à comu-nidade”.

O Congresso, realizado a cadadois anos, contou, pela segunda vezconsecutiva, com a CACB represen-tando o Brasil como finalista.Em

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2005, o Programa Empreender, tam-bém da CACB, foi escolhido como umdos melhores programas voltadospara as micro e pequenas empresas,durante o congresso realizado pelaICC em Durban (África do Sul).

A CACB é uma organização mul-tissetorial, representa e expressa aopinião independente de empresári-os do comércio, indústria, agropecu-ária, serviços, finanças e profissio-nais liberais, de micro, pequena, mé-dias e grandes empresas. É formadapor 27 federações, representantes decada um dos estados, e estas agre-gam 2.300 associações comerciais eempresariais que associam por ade-são voluntária mais de 2 milhões deempresários em todo o país, pessoasjurídicas e físicas, de todos os seto-res da economia.

Como 89% dos associados sãomicroempresas, a entidade se voltapara esses agentes da economia, res-ponsáveis pela maior parte dos em-

pregos gerados no país.Desta vez, a CACB concorreu

com quatro projetos, provenientesda Câmara de Indústria de Stuttgart(Alemanha), Câmara Empresarial daEspanha, um projeto da Inglaterra eoutro da Irlanda.

Representaram o Brasil, no 5º ICC,o presidente da CACB, Alencar Bur-ti, o presidente da Câmara de Artes eOfícios de Essen, Joachim Homeir, opresidente da Federação das Associ-ações Comerciais do Estado da Bahia(Faceb), Clóves Cedraz, os coorde-nadores do programa, Carlos Rezen-de e Andreas Dohle.

Para Burti, é importante ressaltar,também, a confiança da Câmara deArtes e Ofícios de Essen, em desen-volver com a CACB este trabalho emparceria com as entidades empresa-riais da região Nordeste que fazemparte do Programa Empreender. “As-sim essas entidades podem cumprirmelhor sua missão, não apenas pres-

tando serviços, mas também defen-dendo a livre iniciativa como instru-mento para o desenvolvimento eco-nômico.”

Durante o desenvolvimento doprograma, as associações comerci-ais locais obtiveram outros resulta-dos positivos além da premiação.Elas aumentaram o seu grau de pro-fissionalismo na prestação de servi-ços aos empresários e integraram-semais profundamente com a comuni-dade. “Trata-se de um exemplo deesforço conjunto. Tudo isso mostraa força capilar das 2.300 associaçõescomerciais que atuam em todo o Bra-sil”, concluiu.

De acordo com Carlos Rezende,“a premiação representa uma respon-sabilidade ainda maior para o Progra-ma Empreender, tendo em vista que oCapacitar Nordeste foi eleito o me-lhor projeto, do mundo, de coopera-ção internacional entre entidadesempresariais.”

Da esq. p/a dir., Andreas Dohle, consultor do Empreender, Carlos Rezende, coordenador nacional doPrograma Empreender, Clóves Cedraz, presidente da Federação das Associações Comerciais da Bahia(Faceb), Joachim Homeir, presidente da Câmara de Artes e Ofícios de Essen, Alencar Burti, presidente daCACB e Rifat Hisarciklioglu, presidente da TOBB, da Turquia.

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Leituras

BibliotecandoEnio Lins

Tamanho bem menor que o esperado para se falar sobre a única super-potência contemporânea: apenas 288 páginas. Assim, delgado, a obranão sugere estar-se de acordo com o tema, afinal eles são gigantes,

são grossos e pesam demais. Mas o livro é um excelente resumo dos cami-nhos dos Estados Unidos da América.

Outro detalhe instigante num mundo personalista: não consta nome deautor na capa. Lá dentro, na face ímpar da segunda folha, estão os nomes dosresponsáveis pela façanha - Leandro Karnal, Sean Purdy, Luiz Estevam Fer-nandes e Marcus Vinícius de Moraes.

Conciso, a obra trabalha as contradições aparentes e profundas dos Esta-dos Unidos, e o texto justapõe - análise após análise, constatação apósconstatação - visões opostas sobre os ianques e seu país.

Os autores, nas páginas derradeiras, expõem o que teria sido seu mote: “oque este livro desejou evitar foi a visão polar simplista de bem e mal lineares”.Conseguiram, sem dúvida.

Donos do mundo

Décio é companheiro de Ma-rika, daí ele escrever sobreela é algo suspeito. Mas,

embora a suspeição confirme-sealém das entrelinhas, até porque obiógrafo não nega seus vínculossentimentais e profissionais com abiografada, o livro não dá passo emfalso, é seguro, esclarecedor.

Marika Gidali é uma das perso-nalidades mais importantes da cul-tura brasileira desde o amadurecerdo século XX até esses dias do sé-culo XXI. Brasileira plena por ado-ção, nasceu judia em Budapeste,capital da Hungria, apenas três anosantes da catástrofe da II GrandeGuerra. Ficou na Hugria, junto coma família, por tempo suficiente parausar o roupão com a Estrela de Davisob os nazistas e festejar a chega-da dos russos nos estertores do IIIReich. Em 1946, a família migrou para

História dos Estados UnidosLeandro Karnal, Sean Purdy, Luiz E. Fernandes e M. Vinícius de MoraesEditora Contexto - 288 páginas

Dama da dança cidadã

Marika Gidali - Singular e PluralDécio OteroEditora Senac - 198 páginas

o Brasil, e aqui Marika construiu suavida, construindo partes significativasda história da dança no país.

Fundadora do Stagium, um dos maisimportantes e influentes grupos de dan-ça na história do Brasil, Marika (já coma parceria/casamento com Décio Otero)conjuga cultura com cidadania, sendouma das estrelas da antológica Barcados Sonhos, belonave artística pilota-da por Paschoal Carlos Magno numaemblemática descida Rio São Franciscoabaixo, oferecendo espetáculos, cursosde formação, realizando pesquisas e ofi-cinas interativas aos estupefatos ribei-rinhos do Velho Chico nos anos dechumbo da década de 70.

Muito mais tem no livro, escrito porquem sabe das coisas, afinal o autor étestemunha ocular (e partícipe) de boaparte dessa iluminada trajetória.

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Força multiplicada pelo sucesso do filme 300, por sinal fiel em quase tudo aos espetaculares desenhos de Frank Miller (e às cores de Lynn Varley), a história em

quadrinhos original mente publicada em 1998 - uma graphic novel excelente den-tre outras excelentes produzidas por Miller no período aberto pela inesquecível HQ Cava-leiro das Trevas - está republicada em novo formato, cheio de cuidados, com capa dura,tamanho e preço fora dos padrões originais. Vale a pena comprar essa nova edição,mesmo pagando um pouco mais.

Como dito, o filme é-lhe fiel quase 100%, escorregando apenas quando força a barra ao tentar vincular (via alteraçõessutis no figurino e outras nem tão discretas manipulações) a guerra dos espartanos contraos persas ao conflito contemporâneo entre americanos e iranianos (mulçumanos no geral).

Veja o filme, se quiser. Mas não deixe de adquirir seu álbum Os 300 de Esparta: é maisuma obra de arte no mundo dos quadrinhos.

300 de Esparta

Os 300 de EspartaFrank Miller, Lynn VarleyDark Horse Comics -90 páginas

Nise da Silveira, a fantástica militante dasaúde e da integração social dos seres comproblemas mentais no Brasil, deixou, den-

tre os seus escritos, um trabalho esclarecedor so-bre as bases teóricas nas quais apoiou sua obrafantástica. Seu mestre, de quem foi corresponden-te, Carl Jung, tem sua obra explicada de forma sim-ples e profunda neste trabalho de grande alcance,apesar de seu modesto formato do tipo livro debolso (não ouse chamar de “livrinho”).

Símbolos da alma

Coleção Brasiliana - basta essa legenda paraque o livro atraia atenções. E “Quilombodos Palmares”, identificado como o volu-

me 302 dessa que é a maior de todas as séries delivros publicados no Brasil, é uma obra pioneira nocenário nacional por sua abordagem ampla sobreum dos acontecimentos mais importantes da his-tória das Américas.

Editado em 1946, o livro abre as portas domundo intelectual brasileiro para a grandeza doacontecimento histórico realizado pelos negrosinsurrectos aquartelados no Outeiro do Barriga,nos idos do século XVII. Edison Carneiro, maisum baiano notável, fez a primeira grande pesquisa sobre o grande quilom-bo, estudando minuciosamente a maioria dos trabalhos anteriormente rea-lizados sobre o tema, grande parte desses publicados em raras edições daRevista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, durante as últimasdécadas do século XIX e os primei-ros decênios do século XX.

Se encontrar por aí, não vacile:compre.

Um clássico

Quilombo dos PalmaresColeção Brasiliana, volume 302Companhia Editora Nacional268 páginas

Fotos inesquecíveis

Jung - Vida e ObraNise da SilveiraEditora Paz e Terra - 209 páginas

Alfarrábio

Começa peça capa a alta qualida-de das fotografias selecionadaspela National Geographic para o

álbum “Um Século de Fo-tografia”. Na época, a ga-rota afegã, refugiada fo-tografada em 1984, porSteve McCurry, numacampamento encravadona fronteira do Afeganis-tão com o Paquistão, im-pactou o mundo com seuolhar e sua expressão.Anos depois a modelo foilocalizada, precocementeenvelhecida pelos sofrimentos desde en-tão, e novamente fotografada - mas jamais(fotógrafo & fotografada) outra fotogra-fia da mesma pessoa alcançaria a forçadesta imagem que serve de capa para umacoletânea de maravilhosas fotos editadasdurante uma centena de anos pela Natio-nal Geographic Society.

É evidente ser impraticável descrevero contido nesta obra em termos de ima-gens expressivas e de alta qualidade ar-tística e técnica. Só vendo.

Se o seu caso é de ver para crer, come-ce a procurar nos sebos, contate-se coma National Geographic, pinte e borde. Sefores crente nos santos, rezai para SãoTomé.

Um Século de FotografiaLeah Bendavid-ValNational Geographic - 336 páginas

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Estilo

Ter EstiloPor Perla de Melo Gomes

Todo mundo quer ouvir esseelogio. Por que será que faztanto bem ao nosso ego? É

que ter estilo, faz de você uma refe-rência, vem muito adjetivo agregadoe você se sente poderosa. O que amaioria não sabe é que o mais difí-cil mesmo, é mulher sem estilo al-gum. A partir do momento que temospreferências e fazemos escolhas,mesmo que equivocadas, vamos de-finindo nosso estilo.Quando a pessoa se conhece muitobem, tem sempre um estilo que so-bressai em qualquer produção que fi-zer seja qual for a ocasião, já que oestilo não é definido exclusivamen-te pela roupa e sim pelo conjunto:roupa, acessórios, cabelo, maquia-gem e “você”.Comece fazendo uma avaliação cla-ra e objetiva de você mesma, depois

situe-se dentro do contexto em quevocê vive, onde você vive, o local detrabalho, as pessoas a sua volta, to-dos terão a sua parcela de importân-cia. Seja super crítica com você mes-ma, olhe-se no espelho procurandodefeito e nunca fazendo vista grossapara eles. Só você podedizer pra você mesma oque não suportaria ou-vir de bom grado nemda sua melhor amiga.No final o resultadoserá a conquista docomando absolutosobre todas as suasproduções.Porque ter estilo entreoutras coisas é ter a sua identidade,a sua individualidade. É essa indivi-dualidade que reinscreve as diferen-ças e faz de você única.

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LONDRESEm termos de hotéis luxuosos e sofisticados o londrino “ The Berkeley” éimbatível. Além de ser um palácio com serviço impecável e o charme deuma era de fausto, seus fascinantes salões são destinados a diferentes cele-brações sociais, tem ótimas opções de restaurantes. O “ The Berkeley Res-taurant” ( cozinha clássica francesa, decorado com espelhos e lambris decarvalho) , o “ The Perroquet” ( moderna cozinha italiana) e o melhor de

todos , o chá ultra fashion, que recebeu da Wallpaper” ( revista con-siderada a bíblia da moda e do estilo)o prêmio Design and Life style2006. O chá da tarde Prêt-à-Porter, tem um bolinho de renda comsabor de menta que é uma homenagem a John Galiano, os botões

de chocolate tem o estilo Chloé, os doces no formato de vestidosão inspirados em Alberta Ferreti... Mas mesmo que você não

identifique esses detalhes, você vai achar tudo lindo e sabo-roso. O programa é ultra high end ( o máximo do luxo). Sónão deixe de pedir esse menu fashion, mesmo sendo um pou-quinho caro.( 071 2356000)

MUDANDO DE ARESSer feliz, viajar, conhecer lugares novos, culturasdiferentes, pessoas interessantes, arejar asidéias...Isso é estilo de vida.

PARISDepois da consagração Parisiense, Berlim, Bruxelas, Buda-peste e Praga copiaram dos franceses sua Paris Plage ( con-creto disfarçado com toneladas de areia às margens do Sena,com palmeiras e cadeirinhas).Melhor que isso , no caso de Paris, são os eventos ao ar livre,tipo, teatro, música, cinema, circo, performances artísticas e fes-tivais, quase todos grátis. Acontecem somente no verão, claro.Que sejam muito bem copiados...

SPUma boa notícia é que a “ Casa Cor” voltou a ser um programasuper agradável. As referências do Jockey Club foram respeita-das , incorporando um conceito contemporâneo. Os jardins inte-gram árvores originais do lugar como o famoso “flamboyant”,ao redor dele , foram colocados pontos de luz de cima para bai-xo criando um “ efeito de lua cheia” e o jardim do restaurantedeixou de lado tudo o que fosse europeu e apostou num viés asi-ático. O estúdio , limpíssimo ,do Roberto Migotto é um verda-deiro resumo das tendências , no melhor exemplo de que menosé mais.. O spa de Ana Maria Vieira Santos, é limpo , agradável,puro bom gosto. Os jardins convidam os visitantes a passear, asdiferentes opções para almoço , cafezinho, chazinho, convidamvocê a sentar , bater papo e admirar a beleza do lugar.

COMEMORAR É PRECISOCelebrar, sempre com estilo. A forma carinho-sa com que se recebe as pessoas fica visível emcada detalhe na hora de vestir a mesa. Deixe asimplicidade por conta do jeito de servir e amaneira de receber.

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O fortalecimento do merca-do interno de turismo, pormeio da inclusão de mi-

lhares de novos consumidores deviagens e passeios, é a principalmeta do setor até 2010. Essa é a pri-oridade da segunda edição do Pla-no Nacional de Turismo (PNT), re-ferente ao período 2007 a 2010.

A nova edição do plano foi lan-çada no mês de junho, pelo presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva epela ministra do Turismo, MartaSuplicy, com o slogan: ‘Uma Via-gem de Inclusão’.

“Vamos colocar o turismo na

cesta de consumo do brasileiro”,afirmou o presidente Lula. Os apo-sentados serão os primeiros bene-ficiados pelas diretrizes do PNT.Segundo a ministra do Turismo “Apartir de agosto, Banco do Brasil eCaixa Econômica Federal oferecemlinhas de crédito consignado paraaposentados do INSS, destinadas àaquisição de pacotes turísticos,com taxas de juros inferiores a 1%ao mês”.

O PNT 2007/2010 prevê investi-mentos de mais de R$ 984 milhõesna promoção de 65 destinos turís-ticos nacionais, selecionados pelo

Mtur, para os públicos interno eexterno. A partir de agosto, umacampanha de rádio e televisão daEmbratur vai divulgar as belezas eatrativos do País, visando à gera-ção de empregos, renda e o fortale-cimento do setor, especialmente daRegião Nordeste.

Cerca de R$ 5,63 bilhões tambémserão investidos em obras de infra-estrutura turística, como saneamentobásico, reformas de aeroportos e es-tradas, e na qualificação da mão-de-obra do setor de turismo. Os recur-sos serão do Orçamento Geral daUnião. Sebrae, Senai e outras insti-tuições do Sistema ‘S’ serão parcei-ros dos projetos e programas doMtur, voltados à capacitação dosempresários e trabalhadores da ca-deia produtiva do turismo.

Turismo vai integrar cestade consumo do brasileiro

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança o Plano Nacional de Turismo

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SEBRAE

Pacotes acessíveis emais empregos

A solenidade de lançamento doPlano Nacional de Turismo 2007/2010– Uma Viagem de Inclusão foi con-corrida. O anfiteatro do Hotel BlueTree em Brasília estava lotado. Entreos presentes, diplomatas, deputados,senadores, governadores, prefeitos,empresários, jornalistas e convida-dos. O presidente do Sebrae, PauloOkamotto, e o diretor-técnico da Ins-tituição, Luiz Carlos Barboza, presti-giaram o lançamento do plano.

A ministra afirmou que a priori-dade é fortalecer o mercado interno,principalmente para pessoas quenunca consumiram turismo. De-monstrando a disposição do Mtur,Marta falou do convênio firmadocom o Ministério da PrevidênciaSocial, Banco do Brasil e Caixa paraviabilizar o crédito turístico consig-nado aos aposentados do INSS.Eles poderão comprar viagens epasseios de agências e operadorasde turismo, com custos entre R$ 500a R$ 600. O pagamento será feitopor parcelas mensais, debitadas di-retamente em suas contas bancárias.Trabalhadores na ativa e estudantes

deverão ser os próximos públicos,beneficiados pelas novas linhas decrédito do Banco do Brasil e Caixa.

A estruturação de 65 destinos tu-rísticos no País é outra meta do PNT2007/2010. Essas localidades foramselecionadas pelo Mtur e os projetose programas a serem desenvolvidosvão se basear em obras de sanea-mento básico, melhoria do Índice deDesenvolvimento Humano (IDH),

qualificação de mão-de-obra e refor-mas de aeroportos e rodovias. Cercade 1,7 milhão de novos empregos eocupações deverão ser criados emtrês anos, segundo o PNT.

O anfiteatro do Hotel Blue Tree, em Brasília, recebeu centenas depolíticos e empresários do setor.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia,presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Turismo,Marta Suplicy

Presidente da ABIH Nacional, EraldoAlves, Paulo Okamotto e Luiz CarlosBarboza, presidente e diretor-técnicodo Sebrae, respectivamente

Agência Sebrae de Notícias(61) 3348-7494 e 2107-9362/9359

Ministério do Turismowww.turismo.gov.br

Serviço

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Microfinanças

Presidente do BC, Henrique MeirellesA

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“O Banco Central e o governo Federaltêm tido uma atenção enorme com osegmento de microfinanças. Esse semi-nário mostra o grau de desenvolvi-mento do setor no País”, afirmou Mei-relles. Em agosto de 2005, resolução doConselho Monetário Nacional deter-minou a destinação de 2% de depósi-tos à vista de bancos comerciais paraaplicações em microcrédito com dife-rentes finalidades. O saldo médio dis-ponível dessa destinação tem sido de

O presidente do Banco Central,Henrique Meirelles, participouda abertura do 6º SeminárioBanco Central sobreMicrofinanças, realizado nomês de junho, em Porto Alegre(RS), com o tema Atuação dasentidades reguladas que nãovisam lucro – cooperativas decrédito – principais desafios. Oevento foi promovido peloBanco Central, Sebrae e pelaOrganização das CooperativasBrasileiras (OCB).

R$ 2 bilhões, dos quais, em fevereirode 2007, R$ 216 milhões estavam apli-cados em microempreendimentos e R$825 milhões em consumo. “O governotrabalha pelo aumento da oferta decrédito para pequenos empreendedo-res no País”, ressaltou.

ViabilidadeO seminário é realizado com o ob-

jetivo de divulgar o resultado deações empreendidas e apresentar, por

meio de troca de experiências e da dis-cussão de diversos aspectos que en-volvem as microfinanças, a viabilidadedo segmento como opção de investi-mento a agentes provedores de capi-tal. Durante dois dias, 900 representan-tes dos operadores (bancos, coopera-tivas de crédito e operadores de mi-crocrédito) e apoiadores (órgãos e en-tidades governamentais e não-gover-namentais) discutiram estratégias parauma integração cada vez maior dosegmento de microfinanças ao sistemafinanceiro nacional, como forma de au-mentar-lhe a abrangência e o impactona vida das pessoas e das comunida-des onde vivem.

Cooperativas de crédito têm 3,2milhões de associados no País

Presidente da OCB, MárcioLopes de Freitas

Com 7.603 cooperativas filia-das, a Organização das Co-operativas Brasileiras

(OCB) é uma entidade privada querepresenta o sistema de cooperati-vas nacional. Em sua exposição, naabertura do ciclo de palestras do se-minário, Márcio Lopes de Freitas,presidente da OCB, apresentou nú-

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meros que expressam a expansão ea importância das cooperativas noBrasil.

Com uma participação de 2% nosistema financeiro nacional, as coo-perativas de crédito representamuma força considerável. O benefíciopara a população, conforme o diri-gente, vai além: os produtos ofere-cidos pelas cooperativas de créditotrabalham com taxas de juro médiasde 4,32% ao mês, contra 7,98% aomês de outras instituições financei-

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ras. As maiores diferenças ocorremnas operações de crédito pessoal –taxa de 5,3% para as cooperativascontra 10,35% nos bancos comerci-ais – e no cheque especial – 4,91%nas cooperativas contra 8,01% nosbancos comerciais.

Existem atualmente no País 1.452cooperativas de crédito, com 3,2 mi-lhões de associados, responsáveispela geração de mais de 30 mil em-pregos diretos. A movimentação fi-nanceira do setor soma R$ 30,2 bi-

lhões, com um patrimôniolíquido de R$ 6,2 milhões edepósitos de R$ 13,2 bi-lhões. As operações decrédito resultam em um to-tal de R$ 12,1 bilhões. Osnúmeros são de 2006. “Decada cem contratos deoperações de crédito, 56são inferiores a R$ 3 mil.Microfinanças é o nossoambiente, é o nosso negó-cio”, afirmou Freitas.

Lei Geral vai aumentar base declientes de microfinanças

Diretor do Sebrae Nacional, CarlosAlberto dos Santos

O diretor de Administração eFinanças do Sebrae Nacio-nal, Carlos Alberto Santos,

salientou a proximidade da data derealização do seminário com a entra-da em vigor das novas regras tributá-rias determinadas pela Lei Geral daMicro e Pequena Empresa: “A apro-vação e a sanção, em dezembro pas-sado, e agora a implementação da LeiGeral da Micro e Pequena Empresaatestam que o Estado brasileiro reco-nhece a força do empreendedorismocomo fator de transformações socioeconômicas”. Ele fez palestra aosparticipantes do 6º Seminário BancoCentral de Microfinanças.

Segundo Carlos Alberto, a entra-

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da em vigor do Simples Naci-onal vai desencadear um for-te processo de formalização,que contribuirá para a matu-ridade da economia e a inser-ção do Brasil no rol dos paí-ses mais desenvolvidos.Esse processo de formaliza-ção, continuou o diretor, vaidar ainda maior dinamismo àbancarização da populaçãoempreendedora, aumentandoassim a base de clientes dosegmento de microfinanças.“Hoje no Brasil, ter uma con-ta bancária simplificada semexigência de comprovaçãode renda ou residência, e apartir dela fazer uso de cartãode débitos automáticos emesmo de crédito, é exercíciode cidadania. Trata-se de umserviço colocado amplamen-te à disposição da populaçãopor meio de bancos públicose privados e de seus corres-pondentes, presentes em to-dos os municípios brasilei-ros”, completou.

Expansão das microfinançascontribui para melhor relaçãocrédito/PIB

A evolução normativa do sistema finan-ceiro com foco no segmento das mi-crofinanças já produz impactos soci-

oeconômicos importantes, traduzidos na rela-ção entre crédito e PIB, que, nos últimos qua-tro anos, cresceu pelo menos sete pontospercentuais. Em 2003, o crédito concedidopara amparar o consumo e a produção não ul-trapassava 25% do PIB. Hoje esta relação é de32%, com tendência de crescimento maior eainda mais rápido. Essas considerações foramfeitas pelo diretor de Normas e Organizaçãodo Sistema Financeiro do Banco Central, Ale-xandre Tombini, ao fazer a abertura dos traba-lhos técnicos do 6° Seminário sobre Microfi-nanças.

Segundo Tombini, as ações de apoio aosegmento de microfinanças, tendo o Sebraecomo grande parceiro, estão baseadas em trêspilares: o cooperativismo de crédito, os cor-respondentes bancários e a expansão do mi-crocrédito. Os investimentos em correspon-dentes bancários, por exemplo, têm aumenta-do fortemente o fluxo de crédito para a popu-lação de menor renda e, o que é importante,com redução de custos para operadores e to-madores. Além disso, os indicadores compro-vam o aumento da participação do coopera-tivismo de crédito no sistema financeiro naci-onal e o sucesso do processo de bancariza-ção, realizado por meio das contas simplifica-das e pela expansão do crédito consignado,ressaltou Tombini.

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Diretor do Banco Central, Alexandre Tombini

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SEBRAE

Brasil-Japão

2008 será o ano do intercâmbioBrasil-Japão. Desde 1908, quan-do desembarcaram do Kasato

Maru no Porto de Santos, os imigran-tes nipônicos se integraram progressi-vamente à sociedade brasileira. Paracomemorar a imigração japonesa, foiinstalada a Comissão Nacional Orga-nizadora das Comemorações do Cen-tenário da Imigração Japonesa no Bra-sil, numa cerimônia realizada no Palá-cio do Itamaraty, em junho, que con-tou, dentre outras autoridades, com aparticipação do vice-presidente da Re-pública, José Alencar.

O trabalho da Comissão será o deorganizar a programação nacional dasatividades em comemoração ao cente-nário da imigração japonesa no Brasil.Para executar essa tarefa foram forma-dos também sete grupos de trabalho:agricultura; energia e desenvolvimen-to sustentável; oportunidades de co-mércio; comunidade brasileira no Ja-pão; comunicação, logística e meios;

cultura, turismo e esporte; e educaçãoe ciência.

Para José Alencar, há muita siner-gia entre os dois países: “... aqui serealizam negócios, e lá também, quesão de interesse recíproco. Por isso,temos interesse permanente na cons-trução dessa parceria”. A iniciativabrasileira também foi apreciada peloembaixador do Japão, Ken Shimanou-chi. Segundo ele, o Japão também es-tabeleceu uma comissão para organi-zar o centenário da imigração japone-sa para o Brasil. A idéia é que em 2008também sejam realizados eventos na-quele país. Para o presidente do Se-brae Nacional, Paulo Okamotto, “OBrasil precisa se credenciar para ser agrande plataforma dos produtos japo-neses para a América Latina e tambémpara as Américas”.

A cineasta Tizuka Yamazaki, que járetratou em seus filmes histórias decomunidades japonesas no Brasil,destacou a necessidade dos países

de preservar essa memória. “Esse es-pírito de luta – que os imigrantestrouxeram, não apenas os japoneses,mas todas as outras etnias que o Bra-sil recebeu de coração aberto – é umafonte que a gente não deve esquecer.Não podemos perder essa memóriaporque essa gente ajudou a construiro Brasil”.

O Sebrae já trabalha nessa inte-gração. Um exemplo é o projeto‘Dekassegui Empreendedor’. Com oprojeto, a instituição atendeu de for-ma presencial e a distância cerca de30 mil dekasseguis. Por esse projeto,está sendo desenvolvido o curso ‘Pla-nejar para Vencer: Dekassegui Empre-endedor’. Trata-se de uma soluçãoeducacional que vai orientar a comu-nidade dekassegui a planejar a estadano Japão e a abrir o próprio negócioao retornar para o Brasil.

Atualmente estão no Japão apro-ximadamente 300 mil dekasseguis,que remetem anualmente para o Bra-sil cerca de 2,5 bilhões de dólares. Jáquando eles retornam para o Brasil,cada dekassegui traz, em média, cercade 70 mil dólares para investir em al-gum tipo de negócio.

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Cineasta Tizuka Yamazaki destaca necessidade de preservar amemória dos primeiros imigrantes japoneses

Vice-presidente, José Alencar: “Hámuita sinergia entre os doispaíses”

Agência Sebrae de Notícias(61) 3348-7494 e 2107-9352/9359

Serviço

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Empresa Brasil - 41

SEBRAE

Um termo de cooperação técni-ca para fortalecimento doPrograma Técnico Empreen-

dedor foi assinado entre Sebrae, Mi-nistério da Educação (MEC) e Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA), no dia 25 de julho.O programa tem o objetivo deimplementar e fortalecer o empre-endedorismo e a cultura coope-rativista nas instituições de edu-cação profissional e tecnológicado País. Pelo convênio, no valorde R$ 1,3 milhão, serão desen-volvidos cinco projetos: Forma-ção Empreendedora no EnsinoMédio; Prêmio Técnico Empre-endedor; Incubadoras – Hotelde Projeto; Formação Cooperati-vista no Ensino Médio; e Publi-cação – Casos de Sucesso.

O presidente do Sebrae ressaltoua importância da parceria entre asinstituições. “Nosso País precisa cri-ar milhões de empregos e devemosfazer isso através do empreendedo-

Programa Técnico Empreendedorganha novo parceiro

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Presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e ministro da Agricultura,Reinhold Stephanes

rismo, criando empresas cada vezmais inovadoras e produtivas”, afir-mou. Paulo Okamotto destacou tam-bém que o Programa Técnico Empre-endedor é desenvolvido desde 2002por Sebrae e MEC. Esse programacontabiliza mais de mil projetos ins-

critos e 7,5 mil pessoas já foram bene-ficiadas. A iniciativa envolve docen-tes, alunos e técnicos administrativosdas instituições de educação profis-sional e tecnológica do País. “Com aparceria do Ministério da Agricultura,

o programa ganha reforço e inovaacrescentando o tema cooperativis-mo e inclusão social”, disse.

Para o representante do ministroda Educação é importante ter mais umparceiro desenvolvendo o programa.“Esse projeto é vitorioso e já rendeubons frutos para as escolas técnicas,para os alunos e para o País, porquediversos projetos empreendedoressurgiram nesse período. A entrada doMinistério da Agricultura é mais umavanço do programa”, disse GetúlioMarques Ferreira.

O ministro da Agricultura elogiouo trabalho do Sebrae e reforçou a im-portância de o País dar ênfase ao en-sino técnico-profissional. “Cada vezmais esse ensino passa a ser funda-mental para o desenvolvimento deuma nação. Eu sou produto das esco-las industriais e foi assim que tiveoportunidade e minha primeira pro-fissão”, afirmou.

No dia 10 de agosto, o novo edi-tal para as inscrições do Prêmio Téc-nico Empreendedor 2007-2008 serálançado. Com o convênio, esse prê-

mio terá novidades. Alémdas instituições de âmbitofederal, agora poderão parti-cipar instituições estaduaise do Distrito Federal. Have-rá também premiação para oprofessor-orientador e paraalunos classificados em pri-meiro, segundo e terceirolugar. A idéia é premiar pro-jetos com práticas empreen-dedoras e cooperativistasque tragam soluções técni-

cas para contribuir com o desenvol-vimento sócio-econômico das comu-nidades. Os projetos devem ter apossibilidade de se transformar emnegócio desenvolvido pelos alunossob a orientação do professor.

Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes;presidente do Sebrae, Paulo Okamotto;representante do MEC Getúlio Marques; diretor doSebrae Luiz Carlos Barboza

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O Progerecs - Programa de Geração de Receita e Serviços da CACB – se propõe afacilitar e articular a rede centenária do sistema de Associações Comerciais, que estápróximo a completar 200 anos de existência, em 2011. As mais de 2300 entidades quecompõem o sistema estão empenhadas no desenvolvimento de produtos e serviços,comuns a todas elas, que sejam de interesse dos mais de dois milhões e quinhentosmil associados, e que gerem receitas para sua sustentabilidade financeira.

Entre os dias 19 e 25 de agosto, a CACB estará realizando o Segundo SeminárioNacional dos Executivos das Federações e das Associações Comerciais. O encontro, queserá realizado no Hotel Nacional, em Brasília, reunirá os executivos de todas asFederações, de Associações Comerciais e da Caixa Econômica Federal. O objetivo éavaliar os resultados obtidos a partir da pauta estabelecida no Primeiro Seminário,realizado em março deste ano, e delinear os futuros desafios - agregando novosparceiros, produtos e serviços - no esforço de transformar a CACB no maior exemplo,no país, de auto-sustentabilidade de um sistema empresarial formado apenas porvoluntários.

Cartões de Crédito - CAIXA CACB Visa

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Empresa Brasil - 46Empresa Brasil - 46

Nos dias 28 e 29 de maio,Salvador sediou o “IVCongresso Estadual do

Empreendedor” e o “V EncontroEstadual do Varejo Vivo”, sob aorganização da Federação dasAssociações Comerciais do Esta-do da Bahia (FACEB) e apoio doSEBRAE/BA. O tema O Empre-endedorismo que se destaca es-teve presente em toda a progra-mação proposta aos participan-tes, a temática foi desenvolvidapensando em alternativas dedestaque para o empreendedor,tais como: motivação, adversida-des diárias, potencial emocional,estratégias para gerenciar riscos,entre outras.

Os participantes puderam op-tar pelos temas disponíveis nosseis workshops, acompanhar osnovos projetos desenvolvidospela FACEB e alguns produtosforam apresentados com a finali-dade de facilitar o trabalho dosempresários. Estratégias paragerenciar riscos de negócio, OPoder da Imagem Pessoal noMundo Corporativo e DesperteSeu Poder Emocional foram aspalestras que deram seqüência aprogramação do primeiro dia.

Participaram do evento 27 as-sociações, os presidentes de as-sociações, coordenadores deprojetos, consultores e empresá-rios, além de convidados, pales-trantes e parceiros.

O segundo dia iniciou com apalestra Emoção é poder – Ex-

IV Congresso Estadual do Empreendedore V Encontro Estadual do Varejo Vivo

celência nos Relacionamentos, deÔmar Soukit. Na seqüência, houvea participação do humorista Zé Le-zin, e de Renata Erich Joseph, queministrou a palestra sobre a Ten-dência do Varejo e destacou a im-portância do setor, de micro e pe-

quenas empresas, para o cresci-mento da região e municípios. Pro-fissionais que dão um show foi otema da palestra de Bianko, que en-cerrou o evento após a premiaçãodas caravanas.

Ao fim do evento, foram premia-das e homenageadas as caravanas,oriundas do interior, pelo seu desta-que no evento. Entre elas, a Mençãohonrosa foi entregue aos participan-tes da Associação Comercial de Sa-lobro que nas premissas do seu es-tatuto consta a luta pela emancipa-

ção do município com 12 mil habi-tantes. As Associações de Teixeirade Freitas, Itiuba, Santo Antonio deJesus e Luis Eduardo Magalhãestambém foram premiadas pela quan-tidade de participantes no evento edistância superada por todos ospresentes. Ao todo Foram distribuí-dos 7 prêmios entre televisores,computadores e data show.

Um dos acontecimentos de maiorrelevância do Congresso foi a assina-tura do contrato para a implantaçãode um Centro de Cidadania Digital,com o objetivo de democratizar o aces-so a informação por meio de tecnolo-gias que serão viabilizadas e implanta-das, numa parceria entre a Secretariade Ciência Tecnologia e Informação(SECTI) e a Federação das Associa-ções Comerciais do Estado da Bahia(FACEB).

A Confederação das AssociaçõesComerciais do Brasil (CACB) promoveem parceria com as Federações dasAssociações Comerciais a dissemina-ção dos projetos implantados nas As-sociações Comerciais (ACEs) e entreestes foi destacado o Empreender quetem por objetivo elevar a competitivi-dade das micro e pequenas empresase contribuir para o desenvolvimentoorganizacional das ACEs, por meiodos núcleos setoriais.

O FACEBCOMEX é outro projetoque já está sendo implantado no Esta-do, com a perspectiva de viabilizar efacilitar o egresso de empresas comperfil para exportação ao mercado in-ternacional, participando de todas asfases, desde o cadastro, tradução do

A Abertura foi feita pelopresidente da FACEB,Clóves Lopes Cedraz e

composta porrepresentantes da CACB,da Associação Comercial

da Bahia, da CaixaEconômica Federal, do

Banco do Nordeste, Bancodo Brasil, Sebrae,

Desenbahia, da Secretariada Indústria Comercio e

Mineração, do Governo doestado, da Federaminas,

Facisc, Facerj e daFederação das Câmaras de

Dirigentes Lojistas.

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Empresa Brasil - 47Empresa Brasil - 47

Os participantes puderam optar pelos temas disponíveisnos seis workshops, acompanhar os novos projetosdesenvolvidos pela FACEB e alguns produtos foram

apresentados com a finalidade de facilitar o trabalho dosempresários. Confira na galeria de fotos abaixo:

documento, até a prospecção do mer-cado internacional.

Foram dois dias de grande valiapara a troca de informações e cresci-mento do meio empresarial que movi-

menta e desenvolve economicamen-te os municípios, contribuindo para ageração de renda, emprego e presta-ção de serviço. A FACEB e seus par-ceiros estão desenvolvendo produ-

tos que possam agregar estratégia evalor a classe e manter em desenvol-vimento um dos setores que maiscresce no país, as micro e pequenasempresas.

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Empresa Brasil - 48Empresa Brasil - 48

Rondônia recebe visita daCBMAE

O presidente em substituição regimental do Tribunalde Justiça de Rondônia, desembargador Eurico Mon-tenegro Júnior, recebeu, no final do mês de junho,

juntamente com o desembargador Rowilson Teixeira, a vi-sita da diretora superintendente da CBMAE, Danielle Bas-tos Moreira, do consultor de ações de mercado da CB-MAE, Alexandre Henrique Gomes, e da coordenadora daFederação das Associações Comerciais e Empresarias deRondônia (Facer), Leire Bonet.

A CBMAE estabeleceu uma parceria com a Facer, vi-sando a implantação das Câmaras de Mediação e Arbitra-gem, por meio das Associações Comerciais Empresarias.“Até o mês de agosto, estaremos realizando o primeirocurso de formação de árbitros e mediadores do Estado, osinteressados poderão procurar a Facer, para obter maioresinformações”, informou Danielle.

Fonte: Imprensa TJRO

Faculdades poderão ter “Mediação eArbitragem” no currículo

Em viagem feita a Rondônia, com vistas à mobilizaçãoacerca da utilização de Câmaras de Mediação e Arbitra-gem, a diretora superintendente da CBMAE, Danielle

Bastos Moreira e o consultor de ações de mercado da CBMAE,Alexandre Henrique Gomes, mantiveram contato com quatro fa-culdades da região com a finalidade de se instaurar possíveisconvênios de parceria para a instalação de Câmaras de Media-ção e Arbitragem modelo nos núcleos de práticas jurídicas.

A intenção é incentivar as faculdades a incluírem na gradecurricular do curso de Direito a disciplina “Mediação e Arbitra-gem”. Entre as instituições visitadas estão a Faculdade São Lu-cas, a Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Fa-culdade FARO e a Universidade ULBRA.

No dia 6 de julho, foiapresentada à Asso-ciação dos Médicos

de Hospitais Privados do Dis-trito Federal (AMHPDF) a es-trutura da Câmara Brasileira deMediação e Arbitragem Em-

presarial (CBMAE).Estiveram presentes no encontro

o consultor de ações de mercado daCBMAE, Alexandre Henrique Gomes,o superintendente da Unidas-DF, Ro-berto Fontenele, o presidente e o su-perintendente da AMHPDF, Joaquim

Fernandes e José Alberto Reis, res-pectivamente. O objetivo da reu-nião, de acordo com Alexandre Go-mes, foi de “incentivá-los a incluir,em seus contratos, a cláusula com-promissória para o uso da arbitra-gem”.

TJAM apóia açõesda CAMAM

O incentivo à implantação das Câ-maras de Mediação e Arbitragempode se transformar em ferra-

mentas importantes no combate à morosi-dade do Poder Judiciário. Essa foi uma dasprincipais teses levantadas durante a reu-nião entre o Corregedor-Geral do Tribunalde Justiça do Amazonas (TJAM), desem-bargador João de Jesus Abdala Simões, adiretora superintendente da CBMAE, Da-nielle Moreira, o consultor Alexandre Go-mes, e a presidente da Câmara de Media-ção e Arbitragem do Amazonas (CA-MAM), Alvarina Miranda de Almeida. Oencontro aconteceu também no final dejunho, no gabinete do desembargadorJoão Simões.

Na ocasião, o desembargador João Si-mões convidou todos os integrantes dacomitiva a participarem do XXII FórumNacional dos Juizados Especiais, que serárealizado de 24 a 26 de outubro, em Ma-naus. “Será uma grande oportunidadepara discutirmos os mais diversos meca-nismos de combate à morosidade e o tra-balho feito pela CBMAE e CAMAM seencaixam na filosofia do XXII FONAJE”,explicou o magistrado, que responde tam-bém pela Coordenadoria-Geral dos Juiza-dos Especiais do Amazonas.

Fonte: TJAM

CBMAE faz mobilização na AMHPDF

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