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Empresa Brasil - 1

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Edição 28 - 2007 da publicação Empresa Brasil da CACB.

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SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

Capa

EditorialA matéria de capa desta edição é sobre a história da Confederação das Associa-ções Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Da primeira associação comer-cial, fundada em 1811, na Bahia, até os dias de hoje, foram implantadas mais de2.300 associações comerciais em todo o país, aglutinadas em 27 federações es-tabelecidas em cada um dos estados brasileiros e no Distrito Federal.

Conhecer a CACB é um dever de todo empreendedor e empresário deste país. Porisso, além de enfocar as 16 associações comerciais com mais de 100 anos de exis-tência, nós também trouxemos matérias sobre dois importantes programas desen-volvidos pela CACB em parceria com o Sebrae: o Empreender e a Câmara Brasi-leira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE).

Na entrevista com o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Gomes deBarros, os assuntos giram em torno da mediação e arbitragem, das reformas doJudiciário e Tributária, dos problemas com os precatórios, dos ritos processuaisda justiça brasileira, da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Ma-gistrados (Enfam), da qual é vice-diretor, e de outras temas pertinentes à sua acui-dade intelectual.

Outro assunto relevante desta edição é a cobertura do Congresso InternacionalCompras Governamentais e as micro e pequenas empresas. Para se ter uma idéia daimportância deste tema, basta avaliar a estimativa feita pelo gerente de PolíticasPúblicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick. Segundo ele, estima-se que, somados,o poder de compra dos governos federal, estaduais e municipais seja de R$ 260bilhões ao ano. No entanto, a participação dos pequenos negócios nesse bolo éde apenas 17%. Saiba o que está sendo feito parar mudar este quadro.

Boa leitura,

Hugo Juliã[email protected]

06 EntrevistaHumberto Gomes de Barros, ministrodo Superior Tribunal de Justiça (STJ)12 Compras governamentais20 Supersimples ousupercomplexo?Por André Spínola21 Avanços nomicroempreendedorismoPor Francisco Dornelles23 CACB34 Mediação e arbitragem38 O que é o Empreender

SEÇÕES42 SEBRAEBoletim Informativo47 CACBFacidf

Sebrae e Fenaconirão capacitarcontabilistas sobreLei Geral

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Palavra do presidente

Um forte abraço,

Alencar Burti

PublisherPublisherPublisherPublisherPublisher Hugo Julião B. da Costa / ProduçãoProduçãoProduçãoProduçãoProdução Juliano Azuma,Marcel Azuma / Diretora ComercialDiretora ComercialDiretora ComercialDiretora ComercialDiretora Comercial Mel Almeida / DiretorDiretorDiretorDiretorDiretorde Artede Artede Artede Artede Arte Josue Jackson / Editoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração Eletrônica AlexandreRibas, Marcos Ribas / Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional LeonardoMittaraquis / Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Gilda Pessoa, Jorge Santana deOliveira, Jefferson Nogaroli, Luiz Carlos Barboza, Eraldo Alves daCruz, Fernando Brites, Sérgio Papini / Revisão Revisão Revisão Revisão Revisão Rosângela Dória- - - - - DRT-SE 1073 / Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista Responsável Thaïs Bezerra - DRT-SE 364

Assessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBMonique Menezes / Estagiária: Lívia Villela

Administração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e Comercialização

Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Sergipe / Alagoas - JonatalSouza (79) 8801-2074 / Bahia - Júlio César Ferreira (Cartão Postal)(71) 3287-0833 / São Paulo - José Moraes Alfaya (11) [email protected] Escritório Distrito FederalDavid da Costa SCN - Centro Empresarial Liberty Mall - Torre A -Salas 316/317 -(61) 3315-9071 - Brasília/DF - CEP 70712-903 /Circulação DF Itamar Amaral - (61) 8118-6311 / Escritório Sergi-pe Rua Capitão Benedito T. Otoni, 477 - Bairro 13 de Julho - (79)3246-4707 - Aracaju/SE - CEP 49020-050.

A educação é um desafio permanente para a vida da nação,estando presente nas metas de cada gestor público. No nos-so movimento empresarial, formado por milhares de voluntá-rios, a preocupação com o desafio educacional concentra-sena educação empreendedora. O Sistema CACB, ao lado doSebrae, vem cumprindo papel de relevância nessa direção,com vistas à inclusão, especialmente dos micro e pequenosempresários, neste processo.

Os objetivos propostos, com essa preocupação, abrangem acultura participativa, através do engajamento nas lutas emfavor dos direitos dos cidadãos, e a implementação de pro-gramas que forneçam mecanismos de acesso ao empreende-dorismo e a uma justiça rápida e eficaz. A capilaridade daCACB, através de uma rede composta por 2.300 associados,favorece a consolidação destas ações.

Neste contexto, vale ressaltar dois importantes programasdesenvolvidos em parceria com o Sebrae. O primeiro, opera-cionalizado através da Câmara Brasileira de Medição e Arbi-tragem Empresarial (CBMAE), vem cumprindo um papel mui-to importante ao longo dos últimos anos na disseminação econsolidação dos Métodos Extrajudiciais de Acesso à Justi-ça, numa parceria que inclui o Banco Interamericano de De-senvolvimento (BID). As metas foram estabelecidas de formaambiciosa, porém os resultados já obtidos permitem afirmarque elas serão alcançadas dentro dos prazos fixados.

O segundo programa, o Empreender, há 13 anos vem constru-indo uma trajetória crescente e exitosa de alcance de metas.Mais recentemente, ampliou a sua área de atuação com o Em-preender Internacional, cujo foco busca transferir know-howacumulado pela CACB para os empreendedores de outrospaíses. Essa iniciativa tem o propósito de contribuir para amelhoria do ambiente empresarial e suprir as deficiências dosmicro e pequenos empreendedores, através de parcerias in-ternacionais, onde quer que eles se encontrem.

Entrevista comHumberto Gomes deBarros, ministro doSuperior Tribunal deJustiça (STJ)

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ComprasGovernamentais

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Entrevista

Quais são suas impressões sobre oinstituto da arbitragem?

Eu sou plenamente a favor da ar-bitragem, até em causa própria, por-que nós vivemos aqui em um sufocoimenso. A Justiça brasileira está sufo-cada por conflitos que, na grandemaioria, não se transformariam em li-tígios se as partes tivessem antesacertado com o juiz arbitral. A preo-cupação é que a arbitragem aindanão faz parte das nossas tradições,da nossa cultura. É preciso que agente aos poucos vá entendendoque ela é fundamental para uma eco-nomia equilibrada e até para uma dis-tribuição de justiça eficaz, porque agrande dificuldade da nossa justiça é

a falta de eficácia: ela demora, sãomuitas instâncias, muitos recursos e,além disso tudo, na hora de executarhá uma demora muito grande, porquea demanda de juízes é imensa.

Por que isso acontece?O juiz brasileiro hoje, em regra,

tem que atuar três vezes para quepossa entregar a prestação jurisdici-onal. Na primeira, no chamado pro-cesso de conhecimento, ele emiteuma sentença condenatória que mui-tas vezes é ilíquida. Acho que é umdefeito do nosso código permitir taltipo de sentença. Quem recebe umasentença ilíquida não recebe coisaalguma, tem que voltar e pedir ao juiz

para dizer qual é realmente o valordaquela condenação. E no final,quando ele está com o valor definidoe com a condenação imposta, a outraparte, para ganhar tempo até, se recu-sa a cumprir. Então, ele tem que vol-tar e acionar novamente o juiz. Hoje,para que se entregue essa prestaçãojudicial são necessárias três atua-ções, três processos em seqüência.Com a arbitragem, pelo menos duasdessas etapas são eliminadas. E, porisso, eu acho que é muito importan-te. O limite disso tudo é que a admi-nistração da justiça é uma função es-tatal, é uma das três funções do Es-tado: que são a administrativa, a le-gislativa e a jurisdicional. O Estado,

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Gomes de Barros, é um alagoanoafável e tranqüilo, autor de diversas obras jurídicas e literárias, membro da AcademiaAlagoana de Letras e um apaixonado pela cultura da sua terra. Ele afirma que a lógicadedutiva que o ajudou muito na advocacia vem da sua predileção pela matemática quandoestudava no colégio Guido de Fontgalland, em Maceió, e pensava em ser engenheiro. Eletambém aprendeu com seu pai que o texto da sentença tem que ser claro e agradável, poisa sentença não é feita para o juiz, para o advogado e nem para o professor, e sim para aspartes. Elas precisam saber porque ganharam ou porque perderam uma causa.Desde 1962, está radicado em Brasília. Foi advogado militante e, por nove biênios, foimembro do Conselho Seccional da OAB do Distrito Federal. Foi Procurador-Geral do DistritoFederal e presidente do Colégio Nacional dos Procuradores-Gerais de Estado. Em 1991, porindicação da OAB, torna-se ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre abril de2005 e março de 2006, ocupou o cargo de corregedor-geral da Justiça Eleitoral no TribunalSuperior Eleitoral. Atualmente o ministro Gomes de Barros integra a Terceira Turma, aSegunda Seção e a Corte Especial do STJ, é o diretor da Revista do Tribunal e vice-diretor daEscola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).Nesta entrevista, concedida em seu gabinete no STJ, o ministro Humberto Gomes de Barrosaborda a questão da arbitragem de forma objetiva e sem subterfúgios. O seu modo afável deser, contrasta com a força que coloca em seus argumentos quando se trata de analisar osproblemas nacionais, principalmente os pertinentes à Reforma do Poder Judiciário. Vale apena conferir.

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Humberto Gomes de Barro

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eu acredito, não pode jamais privati-zar a justiça, mas a arbitragem – so-bre a qual existe alguma preocupaçãose não seria uma espécie de privatiza-ção da justiça - não é nada disso. Naverdade, é uma forma civilizada de re-solver os conflitos, por isso, eu souplenamente favorável.

O senhor falou a respeito das limita-ções legais e de que a arbitragemainda não faz parte das nossas tradi-ções, da nossa cultura. Quando o se-nhor fala “da nossa cultura” refere-se apenas ao meio jurídico ou à soci-edade como um todo?

Há um fenômeno, que acontecehá mais ou menos trinta anos – e queesconde um pouco até de cinismo. Anossa cultura descambou para umacoisa interessante: o Estado – com-preendendo a União, os estados emunicípios – descobriu que nada me-lhor do que resistir às pretensões,negar direitos, para que as pessoasvenham a buscar esses direitos noJudiciário. E descobriu que nada me-lhor, mais prático, e rendoso, do quedeixar de cumprir uma decisão judici-al. Por isso nós vemos aí esses volu-mes imensos de precatórios. O Esta-do é uma espécie de pater família,ele conduz as pessoas. Ora, se o Es-tado não me paga, eu também voudeixar as minhas obrigações penden-tes, eu vou deixar que o meu adver-sário vá buscá-las no Judiciário. Eentão, essa cultura, esse seu aspec-to cínico, é talvez o aspecto mais im-portante para dificultar o instituto daarbitragem. Se eu posso me valer doPoder Judiciário para deixar de cum-

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mes de Barros

prir meus compromissos, porque euvou contratar árbitro? Isso realmenteé algo que precisa ser superado.

Poderíamos dizer que está se for-mando uma certa cultura do calote?

É preciso ter muita cautela paranão criarmos uma nação de deman-distas e caloteiros. Por exemplo, nóstemos uma lei excelente e avançadís-sima que é a lei do consumidor. Mas,nós precisamos ter muito cuidadocom a sua aplicação, para não fazer-

mos um protecionismo exagerado,que termina gerando esse tipo de fe-nômeno negativo. Dentro dessa pers-pectiva, a arbitragem é um avançomuito grande, porque quem contrataum árbitro já está mostrando que querresolver o problema, se submetendo auma solução pronta e rápida.

Um dos maiores entraves que nós te-mos, sem dúvida nenhuma, é a quan-tidade de ações de empresas públi-cas, hoje, dentro dos tribunais. Den-

Fotos: André Limone

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tro do STJ, o que isto representa?Até há pouco tempo chegava a

quase 80% do total, essas demandascontra o Estado sob suas várias for-mas. Hoje diminuiu um pouco. Masexiste uma cultura que vem aos pou-cos se estabelecendo, porque háuma orientação de que, qualquer pre-tensão que entre em juízo, a adminis-tração não resolve. Com isso, semperceber, o Poder Judiciário brasilei-ro se tornou o administrador: mandaexecutar uma obra, proíbe a execuçãode uma obra, ou seja, sem querer, co-meça a administrar. O juiz, inconscien-temente, se sente forte com isso:pode proibir a execução da obra da-quela ponte porque há uma dúvidaou porque o empreiteiro achou quehouve lesão. Tem uma entidade cha-mada precatório, que na verdade éuma declaração do Estado, dizendodevo, não nego, pagarei quando qui-ser. Isso tornou as demandas contrao Estado extremamente baratas paraeste mesmo Estado. Costuma se dizerque o Poder Judiciário é um Podermuito caro no Brasil. Na verdade, eleé baratíssimo, para quem não tem ra-zão. Para quem tem, ele é caríssimo.

O Estado está se escondendo na suatarefa de ser cumpridor das obriga-ções?

Ele não está se escondendo não,ele está se mostrando. A indenizaçãopelo esbulho - como se chamava adesapropriação indireta - de algumasfazendas para fazer o aeroporto de Vi-tória é de 1943, e até hoje não foipaga. Isso, na verdade, são deforma-ções que é preciso que a gente en-contre alternativas. Eu acho que a ar-bitragem é uma dessas alternativas. Agrande dificuldade dela é o Poder Ju-diciário. Por quê? Porque no juízo ar-bitral a solução sai, e no Poder Judi-

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ciário a solução pode sair por senten-ças ilíquidas, para serem executadas- e, para isso, vai ter alguma dificul-dade. Por isso que é muito mais bara-to para quem não tem razão, paraquem quer passar calote, mandar oadversário ir ao Judiciário. Isso é umagrande preocupação nossa.

A lei de arbitragem tem 10 anos noBrasil. Ao longo desse tempo, houvemuitas manifestações contra. O se-nhor entende que o Judiciário, deuma forma geral, já está acreditandoque a lei de arbitragem é um bommétodo para a solução dos conflitos?

Nós aqui nos tribunais superioresestamos um tanto distantes disso.Porque, quando a questão chegaaqui, já passou pelo menos por duasinstâncias. Mas eu estou percebendoque já se está descobrindo que a ar-bitragem é uma forma válida, eficaz emuito rápida para resolver conflitos.

E quanto à reforma do Judiciário,qual a avaliação do senhor?

Até agora ela não disse muito aque veio. Nós tivemos agora um códi-go que é uma colcha de retalhos. Re-almente, hoje, eu imagino como estádifícil para um advogado exercer o seuofício. Antigamente, o livro de Teotô-nio Negrão, um primor de interpreta-ções e soluções tópicas, notícias desoluções, da jurisprudência, era publi-cado uma vez por ano. E quem tinhaum Teotônio por dois anos, ficava ra-zoavelmente atualizado. Hoje sai de 06em 06 meses, é imenso, e é difícil deachar aquilo que se quer, porque nóssomos vítimas de dois males: o da “le-gismania” e da “reformite” como bemlembrou outro dia o jornalista AlbertoDines. Ciclotimicamente, são propos-tos sempre como uma grande saídapara todos os males que emperram avida nacional e infernizam o cotidianodo cidadão brasileiro.

Existe algum destaque?Não se reformou praticamente

nada. Criou-se o Conselho Nacionalde Justiça (CNJ), que seria o contro-le externo, mas se transformou numadependência do STF. Ele funciona noSupremo, dirigido pelo Supremo, comum coordenador do STJ. Criou-sealgo que era para ser externo e setransformou num órgão interno,numa dependência do STF. Porque oSupremo controla estritamente. Aúnica coisa de prática que saiu des-sa tal Reforma foi isso. Alterou-setambém alguma competência do Tri-bunal do Trabalho, mas as grandesdificuldades não foram mexidas.

O senhor pode exemplificar algumtipo de dificuldade?

Nós temos uma contradição, que éinteressantíssima, em relação ao STJ.

"O Estado, euacredito, não podejamais privatizar a

justiça, mas aarbitragem – sobre a

qual existe algumapreocupação se nãoseria uma espécie de

privatização dajustiça - não é nadadisso. Na verdade, éuma forma civilizada

de resolver osconflitos, por isso, eu

sou plenamentefavorável."

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O STJ foi criado como uma cisão doSTF. O Supremo tratava das questõesconstitucionais e infraconstitucionais.Como o país cresceu muito, criou-seentão um tribunal para tratar das ques-tões infraconstitucionais. A lei infra-constitucional é a lei que está abaixoda Constituição. Ela só vale se estiverde acordo com a Constituição. A pri-meira coisa que se tem que examinardiante de um preceito de lei, é se ele éconstitucional, porque se não for, nãovale nada. O que tem sido feito peloCódigo de Processo Civil atual? Oprocesso vem para o STJ, se julga, agente interpreta a lei e, quando acabade interpretar, o sujeito diz “mas ela éinconstitucional” e vai lá e o Supremodiz “mas ela é inconstitucional”. Ouseja, toda aquela interpretação anteri-or, todo o trabalho efetuado fica per-dido. O correto seria criar as duas si-

tuações: se o sujeito desconfia daconstitucionalidade desta lei, que vádireto ao Supremo e depois se resol-ve no STJ, realmente em último grau.Da forma como está criou-se mais umainstância.

Ministro, o senhor falou da possibi-lidade de um único processo...

Eu tenho um projeto, que foi es-tudado por uma comissão aqui doSTJ, que trata desse tema. O Tribu-nal aprovou, remeteu para a Secreta-ria de Reforma do Judiciário – quehavia pedido sugestões, e não rece-beu sequer resposta. Essa lei sim-plesmente dizia uma coisa: é proibi-do pedido ilíquido. Se eu tive meucarro abalroado e quero reclamar, dequem cometeu a imprudência, umaindenização, primeiro eu vou passarna oficina pra saber quanto é que eu

vou gastar. Para quando eu for aoJudiciário dizer exatamente o que euquero: quero quinze mil, por exem-plo. Daí vem uma proibição que hojejá existe: para quem pede um pedidolíquido o juiz não pode dar uma sen-tença ilíquida. Então o juiz diz vocênão merece quinze, mas sete e meio.Mas ele não pode dizer: eu julgopra ir para liquidação. Ele não julgoucoisa nenhuma. Disse somente quea outra parte tem culpa e abre umoutro processo. Então era proibidoo pedido ilíquido e a sentença ilíqui-da. Isso já existe em outros paísescivilizados, principalmente no direi-to anglo-saxão. Quem tem uma sen-tença, não volta ao juiz não. Em al-guns estados dos Estados Unidosele vai ao xerife. Descumprir aquelaordem, é desobediência. É precisoque a gente imponha isso.

Ao lado da diretora-superintendente da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE),Danielle Bastos Moreira

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E quanto aos precatórios?Eu ofereci uma solução que ainda

hoje eu estou convencido de que elaé correta. A união não pode ser pro-testada, porque às vezes há verbasque são destinadas a funções essen-ciais, à manutenção do Estado. O queé que se pode fazer então? O que aUnião tem feito quando precisa dedinheiro: vai ao mercado de capitaise emite títulos. Então, se eu tenhouma sentença, um crédito com aUnião, ela me entrega um título, des-contável no mercado financeiro. Essetítulo pode ter seu vencimento atépara daqui a 20 anos mas, desde quetenha os juros de mercado, eu possodescontá-lo em qualquer entidade ouficar com ele, como investimento. NaEspanha existem entidades especiali-zadas em administrar isso. Eu vejoisso tão simples. Mas o ministro Nel-son Jobim, conversando comigo, medisse que a preocupação com isso éque ia aumentar a dívida pública. Naverdade vai tirar debaixo do tapete adívida que já existe. Para o Poder Exe-cutivo, que efetivamente dirige o Par-lamento, o sistema de precatórios éextremamente cômodo e deve perma-necer. Assim, a reforma verdadeira-mente urgente não acontece. A legis-lação civil brasileira tem sempre umlimite: é a equipe econômica. Issoaqui não passa porque a equipe eco-nômica não deixa. Não sei se isso éuma fatalidade, se em todo canto éassim, não sei. Mas que é terrível é.A equipe econômica manda mais queos deputados.

Será que é por isso que nunca sai aReforma Tributária?

Um grande fator de desorganiza-ção nacional é uma entidade chama-da orçamento autorizativo. Os espa-nhóis chamam de pressupuesto, o or-

çamento é para inglês ver. O contin-genciamento funciona como moedade troca. A obra é feita não porque énecessária, mas em troca do voto dodeputado tal. Isso é o que se chamaprevaricar. Enquanto houver isso, euacho que não adianta reforma fiscalnenhuma. A CPMF, por exemplo, foiinventada com a melhor das inten-ções. Ainda hoje o ex-ministro AdibJatene não quer nem ouvir falar nis-so, porque na verdade ele foi enga-nado. O governo se viciou na CPMF,é como uma droga. Não é possívelque se crie um imposto, com o nomede contribuição, com o objetivo ex-plícito de não repassar a parcela cor-respondente aos estados e municípi-os.

O senhor assumiu a vice-diretoria daEscola Nacional de Formação e Aper-feiçoamento de Magistrados (Enfam),quais os objetivos desta escola?

O diretor-geral é o ministro NilsonNaves e o nosso mandato é de doisanos. A minha preocupação pessoalé que essa escola não se transformenuma academia de teorias. Evitar quese diga que o juiz preparado é o queconhece o direito alemão, conhece odireito americano, conhece até asnormas e o ordenamento jurídico bra-sileiro, mas não conhece a vida bra-sileira. Eu acho que o grande objeti-vo deve ser preparar o juiz para se-rem bons julgadores e conhecerem asociedade brasileira, isso é funda-mental. Eu imagino o juiz ouvindopalestras de empresários, ouvindopalestras relacionadas com a media-ção e outros temas relacionados aomundo real. Eu acho que a escolaterá que fazer com que o juiz se huma-nize, se torne um ser humano e tam-bém um humanista. Além disso, tem afinalidade de elaborar as diretrizes aserem adotadas pelos demais cursospara ingresso e promoção na carreirada magistratura. Tem uma outra fun-ção - eu fico feliz em dizer que fui euquem sugeriu - que é criar um núcleode estudo, dos próprios juizes, parasugerirem os aprimoramentos que sefazem necessário para o aperfeiçoa-mento do ordenamento jurídico. A re-forma da nossa lei tem sido dirigidapor professores, e professor sabeensinar. Uma das nossas deficiênciasé o academicismo. Nós temos queformar juízes de direito, juízes pararesolver questões, e não juízes aca-dêmicos. Eu tenho cada dia mais as-sentado isso: o juiz deveria vir ou daadvocacia ou do ministério público,com mais prática da vida. Um bacha-rel recém saído não pode ser juiz.

"O Estado –compreendendo a

União, os estados emunicípios –

descobriu que nadamelhor do que resistiràs pretensões, negardireitos, para que as

pessoas venham abuscar esses direitos

no Judiciário. Edescobriu que nada

melhor, mais prático,e rendoso, do quedeixar de cumprir

uma decisão judicial.Por isso nós vemos aí

esses volumesimensos de

precatórios."

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Cobertura

COMPRASGOVERNAMEN

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A participação das micro e peque-nas Empresas nas compras go-vernamentais foi o tema do

Congresso Internacional sobre Com-pras Governamentais e as Micro e Pe-quenas Empresas, realizado no audi-tório do Superior Tribunal de Justiça,em Brasília nos dias 02 e 03 de abril. Oevento foi organizado pelo Sebrae, emparceria com a Secretaria de Logísticae Tecnologia da Informação do Minis-tério do Planejamento. Participaramautoridades, juristas, gestores públi-cos, integrantes de órgãos de contro-le, como o Tribunal de Contas daUnião, e especialistas que atuam naárea de compras públicas de todo opaís.

De acordo com o gerente de Políti-cas Públicas do Sebrae Nacional, Bru-no Quick, hoje, a estimativa dos recur-sos envolvidos, somados o poder decompra dos governos federal, estadu-ais e municipais, incluindo administra-ção direta e indireta, é de algo em tor-no dos R$ 260 bilhões ao ano. Mas aparticipação dos pequenos negóciosnesse bolo é de apenas 17%. A expec-tativa, diz Quick, é que a regulamenta-ção e efetivação do capítulo da LeiGeral que trata de compras governa-mentais possibilitem dobrar essa par-ticipação num prazo de três a cincoanos. “Se conseguirmos, significaráum mercado adicional de R$ 44 bilhõesao ano para essas empresas, o quepoderá gerar um milhão de novos pos-tos de trabalho diretos e dois milhõesde indiretos”, afirma Quick.

Mas para que isso aconteça, aindaé preciso regulamentar a Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresas. A maio-ria dos dispositivos precisa de regula-mentação nos âmbitos federal, estadu-al e municipal. No capítulo que trata decompras governamentais, a Lei Geralcontempla a possibilidade dos gover-nos, em todas as instâncias, realizaremlicitações exclusivas para este segmen-to nas contratações no valor de até R$80 mil. O Governo também pode exigirque os fornecedores subcontratemMPEs desde que esse valor não ul-trapasse o percentual máximo de 30%do total licitado. Com isso, cria-se umcaminho para a participação desse

ASNAMENTAIS

Jurista Toshio Mukai, senador Adelmir Santana,presidente do Sebrae, Paulo Okamotto,

coordenador da mesa Jorge Jacoby, juristaCarlos Pinto Motta e diretor do Sebrae, Carlos

Alberto dos Santos

Congresso Internacionaldebate acesso das MPEsàs licitações públicas

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segmento nas contratações governa-mentais de obras de grande valor jun-to às grandes empresas.

Foram analisadas experiências in-ternacionais como as dos EstadosUnidos da América (EUA) e do Peru.Nos Estados Unidos, do total de com-pras governamentais mais de 30% sãoadquiridos de micro e pequenas em-presas, boa parte pela Nasa, a agên-cia espacial americana. O Peru, numperíodo de cinco anos, dobrou o vo-lume de compras dessas empresas, ena África do Sul, o governo apresen-tou resultados do programa de com-pras governamentais que em 10 anosconseguiu aumentar de pouco maisde 2% para 26% a participação des-ses empreendimentos nas aquisiçõespúblicas.

Regulamentação deve ser feita emconjunto

O ministro do Tribunal de Contasda União (TCU), Benjamin Zymler,apresentou a proposta de que o TCUe o Ministério do Planejamento devemtrabalhar juntos na regulamentaçãodo capítulo da Lei Geral que trata decompras governamentais. A avaliaçãodo ministro Zymler é de que esse ca-pítulo trata de princípios e ainda émuito abstrato. A má regulamentaçãopoderá resultar em inconstitucionali-dades e bloqueios por parte do Judi-ciário e dos Tribunais de Contas. Oentendimento prévio do TCU com oMinistério do Planejamento poderáevitar esse tipo de problema.

A proposta foi aceita pelo secre-tário de Logística e Tecnologia da In-formação do Ministério do Planeja-mento, Rogério Santanna. A previsãodo secretário é de que até julho estarápronto o decreto que regulamentaráas compras governamentais no âmbi-to federal. Em sua avaliação “uma im-plementação forte” desse capítulo dalei, por parte do governo federal, po-derá “animar estados e municípiospara que sigam o mesmo caminho”.

Zymler e Santanna participaram dopainel que tratou sobre o Uso do Po-der de Compra do Estado como Ins-trumento de Desenvolvimento Eco-nômico e Social. Também participou

Nasa utiliza tecnologias demicro e pequenas empresas

As baterias que faziam a sondaPathfinder se locomover nosolo do planeta Marte foram

produzidas por uma microempresa. Odispositivo de comunicação utilizadorecentemente por um astronauta numacaminhada espacial de conserto denave foi produzido por outra micro-empresa, esta de propriedade de umamulher. Esses exemplos foram apre-sentados no congresso por Ralph C.Thomas, ex-funcionário da Nasa. Elefalou sobre como a agência espacialnorte-americana conseguiu inserir asmicro e pequenas empresas em proje-tos importantes da agência.

Ralph Thomas relatou que o pro-grama foi iniciado em 1992, a partir dedeterminação dos diretores da Nasa,e envolveu desde a preparação des-sas empresas para serem fornecedo-ras da agência espacial até à subcon-tratação delas pelas fornecedoras demaior porte. “Tínhamos um progra-ma de proteção em que as grandestreinavam as pequenas”, disse, expli-cando que as grandes que aderissemao programa tinham incentivos fis-cais. Também havia recompensa paraequipes que mais adquirissem de mi-cro e pequenas empresas, prêmios in-ternos para centros da Nasa que ti-nham bom desempenho.

Havia também treinamentos gra-tuitos para empresas do segmento

para orientar sobre como fazer negó-cios com a Nasa e um forte trabalhode convencimento e envolvimentointerno e externo, incluindo o Con-gresso daquele país. “É preciso terpessoas com a mente aberta para tra-balhar com as micro e pequenas em-presas”, avalia Ralph, que foi o en-carregado do trabalho na Nasa comas micro e pequenas empresas. Elelembrou que não foi um trabalho fá-cil. Foi preciso enfrentar resistênci-as, inclusive, das grandes empresase no meio político, e muito trabalhopara tirar as leis do papel.

Outro exemplo que o ex-funcio-nário da Nasa contou foi quando umdos foguetes da agência apresentouproblemas mecânicos e precisava deconserto urgente, caso contrário atra-saria a programação de lançamento.Mas, os mecânicos não podiam tra-balhar por causa dos fluidos da naveque eram prejudiciais à saúde. Entãoutilizaram um recurso desenvolvidopor uma microempresa de congela-mento imediato desses líquidos.“Conseguimos congelar os fluidos,os mecânicos consertaram a nave e olançamento ocorreu na hora previs-ta”, lembra. A sua avaliação é de que,no Brasil, a Lei Geral das Micro e Pe-quenas Empresas também deve ge-rar resultados que “possam ser bonspara todos”.

Ralph Thomas esteve noBrasil a convite do Sebrae,com o apoio da CACB. Emsua passagem pelo país, eletambém proferiu palestra nasede da AssociaçãoComercial do Distrito Federal,reunindo um seleto grupo deempresários para expor asua experiência no trato comas pequenas e médiasempresas e responder aosquestionamentos colocadospela audiência. Na foto, como diretor da CACB epresidente da ACDF,Fernando Brites

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desse painel o ministro do SuperiorTribunal de Justiça, José AugustoDelgado, que destacou a importânciada atuação do Congresso: “Num mo-mento em que se organiza um seminá-rio dessa natureza, para se discutiruma lei de tão grande importância,como a Lei Geral das Micro e Peque-nas Empresas, temos que tecer nos-sos louvores e abrir nossos olhos,inteligências, consciências jurídicaspara conseguir o melhor. E o que é omelhor? É fazer com que a lei sejacompreendida a quem ela se destina”.

Outro palestrante, o diretor-execu-tivo do Instituto Ethos, Paulo Itaca-rambi, pediu aos ministros que “pro-curem receber e analisar a lei com amelhor boa vontade”. Ele defendeuque nas relações de mercado, nascompras e vendas, se considere “nãoapenas o preço e a qualidade do pro-duto ou do serviço, mas também aqualidade do comportamento da em-presa, se esse comportamento é res-ponsável com a sociedade”.

Capacitação de multiplicadoresNo painel Inclusão das Micro e

Pequenas Empresas nas ComprasGovernamentais, o gestor público daSecretaria da Tecnologia da Informa-ção do Ministério do Planejamento,Rafael S. Arantes, falou sobre duasdas propostas do ministério para a re-gulamentação da Lei Complementar nº

123/2006, que institui o Estatuto Na-cional da Micro e Pequena Empresanas Licitações e Compras Governa-mentais: obrigatoriedade de licitaçãocom participação exclusiva de micro epequenas empresas em concorrênciade até R$ 80 mil e licitação com cotaexclusiva.

Em seguida, o consultor da áreade Políticas Públicas do Sebrae Naci-onal, André Espínola, apresentou umpanorama da realidade sócio-econô-

mica das micro e pequenas empresasno Brasil, explicou o que é a Lei Gerale citou as ações que o Sebrae vemdesenvolvendo para disseminar asinformações sobre o assunto entre osoperadores de licitações, que são osprofissionais responsáveis por levaraté os empresários as explicações queirão auxiliá-los na hora da implanta-ção da Lei.

Por meio de um convênio firmadoentre Sebrae, Ministério de Planeja-mento, Gestão e Orçamento, e a Con-federação Nacional dos Municípios(CNM), estão sendo capacitados 250multiplicadores do Sebrae sobre otema da Lei Geral. Esses multiplicado-res irão repassar essas informaçõespara os proprietários de cerca de 10mil empresas. Outra ação do convê-nio é disponibilizar espaços democrá-ticos de informatização por todos osestados, como os telecentros, paraque o empresário passe a ter acesso atodas as informações sobre as licita-ções públicas que estão acontecen-do no País.

Responsabilidades do empresárioA Lei Geral dá tratamento favore-

cido ao segmento em relação às com-pras governamentais, mas também pre-

Secretário de Logística do Ministério do Planejamento, RogérioSantanna dos Santos

Ministro do TCU Benjamin Zymler coordenou mesa durante o congresso

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Senador Adelmir Santana e o presidente do Sebrae Paulo Okamotto, no encerramento do CongressoInternacional sobre Compras Governamentais, em Brasília

A partir de 1º de julho, as em-presas que estiverem enqua-dradas no Supersimples, e

aquelas que ainda vão aderir a essenovo sistema de tributação, terão àdisposição um portal para esclarecerdúvidas e fornecer informações so-bre o recolhimento de impostos. Oportal está sendo desenvolvido pelaReceita Federal em parceria com o Se-brae e o Serviço de Processamentode Dados (Serpro).

A informação é do secretário-ad-junto da Receita Federal, Paulo Ri-cardo de Souza Cardoso. O Super-simples é o capítulo tributário da LeiGeral das Micro e Pequenas Empre-sas e é composto por oito tributos,sendo seis federais (IRPJ, IPI, CSLL,Cofins, PIS/Pasep e INSS sobre a fo-lha de pagamento) mais o ICMS es-tadual e o ISS municipal. Esse capí-tulo da lei entrará em vigor em 1º dejulho de 2007.

“Estamos preparando facilidadespara estes empreendedores. O portalpossibilitará que o contribuinte faça orelacionamento da sua empresa com aReceita Federal de maneira simplifica-da. Ele terá informações detalhadas desua vida fiscal, que só estarão dispo-níveis às empresas que tiverem certifi-cação digital. O portal também terá in-formações gerais sobre os tributos e oenquadramento das empresas”, disseCardoso.

Quem não se enquadrar no Super-simples, pode obter informações so-bre a certificação digital no portal daReceita Federal (http://www.receita.fazenda.gov.br). Segundo Cardoso, àmedida que as empresas cadastraremsuas informações no portal com a cer-tificação digital, elas terão a declara-ção de renda praticamente pronta.

Certificado digitalO certificado digital é um arquivo

eletrônico que identifica quem é oseu titular e equivale à representa-ção de documento de identificaçãodas pessoas no meio físico. Paraobtê-lo, é preciso entrar em conta-to com Autoridades CertificadorasHabilitadas pela Secretaria da Re-ceita Federal, tais como Serpro, Cer-tisign e Serasa. A certificação podecustar entre R$ 100 e R$ 400 por anoao contribuinte. Atualmente as 12mil maiores empresas do país, res-ponsáveis por 78% da arrecadação,são obrigadas a apresentar seusdocumentos via certificação digital.Além disso, agora em 2007, a Se-cretaria da Receita Federal tornouobrigatório o uso da certificação di-gital para cerca de 250 mil empresasbrasileiras que registram lucro realacima de R$ 1,2 milhão ao ano, alémdas 36 mil companhias de comércioexterior que também devem usar odocumento virtual.

Portal Supersimples

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O diretor executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, e o ex-funcionário da Nasa, Ralf C. Thomas, participam do congresso

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vê aplicação de sanções. Isso precisaficar bem claro para empresários egestores públicos, para evitar proble-mas futuros. O alerta é do procura-dor-geral do Tribunal de Contas daUnião, Lucas Rocha Furtado, que par-ticipou do congresso. No capítulo 5da Lei Geral, está dito que as MPEssó terão a regularidade fiscal exigidano processo licitatório após vence-rem a licitação. Se vencer, a empresaterá dois dias para regularizar a situa-ção. Na avaliação do procurador, aempresa que estiver em débito e qui-ser participar de licitações públicasprecisa ter bem claro que realmentepossui condições de regularizar suasituação num prazo bem curto, casocontrário terá dificuldades de ser con-tratada em virtude da aplicação desanções.

Lucas Rocha participou do painelque tratou sobre O Papel do Contro-le para Melhoria dos Atos e Contra-tos – Melhores Práticas. Também par-ticiparam dos debates o ministro doTCU Augusto Nardes; o consultorjurídico do Ministério de Desenvolvi-mento, Francisco Moreira da Cruz Fi-lho; o assessor-técnico da Confede-ração Nacional dos Municípios, Mau-rício Zanin; e o presidente da FrenteParlamentar Mista das Micro e Peque-nas Empresas no Congresso Nacio-

Esse prazo vale para as empresasque já estão no Simples federal;aquelas que ainda não estão no

sistema só poderão fazer a adesão emjulho. A informação foi dada pelo depu-tado federal José Pimentel, durante ocongresso internacional sobre comprasgovernamentais. O deputado preside aFrente Parlamentar Mista das Micro ePequenas Empresas no Congresso Na-cional que tem mantido contatos com oComitê Gestor do Supersimples, paradebater e acertar a aplicação do novosistema.

De acordo com José Pimentel, inici-almente a adesão para todas as empre-sas estava prevista para julho, mas oComitê Gestor decidiu antecipar a en-trada das atuais optantes do sistemapara evitar tumulto. Atualmente estãono Simples um milhão e 790 mil empre-sas. Como a lei prevê que a inscrição noSupersimples seja facultativa, essasempresas precisam dizer à Receita Fe-deral se querem migrar para o novo sis-tema. Para isso, a partir do dia 2 de maio,estará disponível, na página da Receitana Internet, um sistema em que os em-presários poderão fazer a adesão.

O deputado ainda explicou que aReceita também se prepara para a entra-da, em julho, das novas empresas quepoderão aderir ao Supersimples, con-forme estabelece a Lei Geral. “Hoje te-mos entre pessoas jurídicas e informais,aproximadamente, nove milhões de fir-mas individuais. Queremos que, numprazo de dois anos, pelo menos quatromilhões venham para a formalidade epara o Supersimples”, disse.

Começa em maioa adesão aoSupersimples

Deputado federal e presidente daFrente Parlamentar das MPEs, JoséPimentel, durante apresentação nopainel O Papel do Controle para aMelhoria dos Atos e Contratos

nal, deputado José Pimentel.

Preferência em comprasgovernamentais

O capítulo cinco da Lei Geral podeser colocado imediatamente em práti-ca por meio dos editais de licitação ea sociedade pode cobrar seu cumpri-mento. Esse capítulo possibilita mai-or participação das micro e pequenasempresas nas compras governamen-tais. A avaliação é do jurista CarlosPinto Coelho, em entrevista após apalestra que proferiu no congresso:“Não tenho dúvida de que alguns dis-positivos que dependem de regula-mentação, podem ser supridos pelaregra dos editais”. Ele avalia que odecreto de regulamentação desse dis-positivo da lei é “desnecessário emfunção de um edital bem feito”.

“Estranho que até hoje essa maté-ria não tenha sido efetivada, porque alei já está em vigor e não vejo comoalegar a necessidade de regulamentarpara aplicar o que, a meu ver, já estámuito claro: a preferência das micro epequenas empresas”. Segundo ele, apreferência para as micro e pequenasempresas garantidas na Lei Geral sig-nifica compra vantajosa “Porque é lo-cal, tem reposta imediata no próprioagente que reside na localidade”. Suaaplicação precisa ser cobrada pela so-

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ciedade em virtude dos prejuízos quecausa, reforçou.

Carlos Motta participou do painelque tratou sobre aspectos legais docapítulo da Lei Geral que trata de com-pras governamentais. Nesse painel, aavaliação de que, se não todos, a mai-oria dos artigos desse capítulo da leinão precisam aguardar regulamenta-ção também foi defendida por outrosparticipantes. Entre eles, o jurista Jor-ge Ulysses Jacoby Fernandes.

Entre os exemplos dos benefíci-os que já podem ser colocados emprática, Jacobi relacionou o estabe-lecido no artigo 42 que permite àsmicro e pequenas empresas a com-provação de regularidade fiscal ape-nas após vencerem a licitação. É, ava-lia, um “artigo auto-aplicável”. Ou-tro exemplo é dar a preferência paraas micro e pequenas empresas, nocaso de empate. A lei fixa como em-pate propostas apresentadas pelas

empresas do segmento, iguais ou até10% superior às propostas da melhorclassificada. Isso, explicou, vale tan-to para a licitação comum quanto parao pregão eletrônico.

União em torno da Lei GeralNo encerramento do congresso, o

presidente do Conselho DeliberativoNacional do Sebrae, senador AdelmirSantana, e o presidente do Sebrae,Paulo Okamotto, convidaram gesto-res públicos, representantes de ór-gãos reguladores e demais envolvi-dos com a Lei Geral, a participar dasiniciativas que visam à regulamenta-ção e a efetivação dessa legislação.

O senador Adelmir Santana cha-mou a atenção para os benefícios dalei especialmente quanto à desburo-cratização da vida das empresas, noincentivo à formalização e nos seusimpactos positivos na economia: “To-dos nós temos essa responsabilida-

de, como administradores públicos,como representantes no Congresso,dirigentes institucionais, tanto nosestados, nos municípios, quanto naUnião, para que façamos dessa lei,efetivamente, um veículo dessa revo-lução econômica, dessa revolução nadesburocratização e na simplificaçãona vida de todos nós”.

Paulo Okamotto destacou a impor-tância da lei e especialmente do capí-tulo que possibilita maior participa-ção das micro e pequenas empresasnas compras governamentais. Ele ava-liou que se trata de sinônimo de de-senvolvimento, com ganhos para asempresas, para o governo e para a po-pulação em geral. Daí a necessidadede que a lei seja bem regulamentada,colocada em prática e disseminadapelo País. Com base nisso, Okamottochamou os participantes a integrarem“a grande caminhada que é divulgarcada vez mais a lei”.

Consultor do Sebrae, André Spínola, durante apresentação no painel Inclusão das Micro e PequenasEmpresas nas Compras Públicas

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André Spínola

Supersimples ouSupercomplexo?

André Silva Spínola é advogado e consultor da Unidade dePolíticas Públicas do Sebrae Nacional

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Nas últimas semanas temos ouvido o capítulotributário da Lei Geral da MPE, o Supersim-ples, ser chamado de “Supercomplexo”, devi-

do a inovações inseridas no texto. Realmente, muitosdispositivos inovadores estão presentes, gerando anecessidade de um controle mais apurado por partedos empresários e, consequentemente, mais custoscontábeis e planejamento. Além disso, há críticas con-tundentes quanto à separação do setor de serviços emtrês categorias.

Ora, tais alegações só podem ser feitas medianteuma leitura rasa da lei. O que não dizem é que tais ino-vações somente serão utilizadas pelo empresariadovoluntariamente. Na medida em que o empresário nãoqueira arcar com qualquer novo custo administrativopara se valer dos abatimentos propiciados pelo Super-simples, assim será. Sua vida continuará exatamentecomo é atualmente, com uma escrituração contábil combase na receita bruta pura e simples, sem maiores pre-ocupações e gastos. Aliás, com a escrituração conjun-ta dos tributos hoje englobados pelo Simples Federal,ICMS e ISS, sua contabilidade fiscal será, a priori, mui-to mais simplificada. Os novos dispositivos dizem res-peito a anseios antigos do segmento, como o fim dabi-tributação causada pela substituição tributária doICMS, PIS e COFINS e a desoneração das exportaçõesdos optantes pelo Simples, dentre outros.

Uma grande economia tributária será propiciadaàqueles que sofrem com os problemas da substituiçãotributária incompatível com o Simples Federal ou comos Simples Estaduais. Da mesma forma, a exportaçãodos pequenos negócios ganhará novo fôlego, tendouma redução de até 6% na alíquota incidente sobre aoperação.

Quanto à divisão do setor de serviços em três gru-pos, realmente é um complicador, mas que pouco afe-tará o dia-a-dia dessas empresas. O rol de novas ca-tegorias optantes é taxativo e não dá margem a inter-

pretações. Está prevista uma diferenciação de alíquo-tas e um condicionamento para grande parte dessasempresas ter um gasto com folha de pagamentos e en-cargos (considerados aí salário e demais verbas sala-riais, pró-labore, INSS e FGTS) de, no mínimo, 40% desua receita bruta. Tal “trava” visa impedir a prolifera-ção das terceirizações de mão de obra espúrias, situ-ações em que empresas demitem funcionários e os re-contratam como prestadores de serviços. Ocorre quetal prestação se dá única e exclusivamente para aque-la empresa, situação em que o empregado tem perdidotodas as suas garantias (que hoje são excessivas, éverdade, mas isso é assunto para outro artigo), mas-carando o vínculo de emprego. Se isso já acontecenos dias de hoje, imaginem com a carga tributária des-ses setores caindo pela metade, como correrá com oSupersimples.

Com isso, a adesão ao novo modelo deverá tercomo requisito a geração efetiva de empregos, paraparte dos prestadores de serviços. Por fim, há que sequestionar às empresas dos segmentos contempladosse tal situação é minimamente prejudicial. Vários sin-dicatos e associações dizem que não e consideram talimposição justificável, plenamente factível. Segmentosque ficaram de fora demonstram extrema insatisfação.Cálculos nossos apontam redução tributária de até75% para as empresas contempladas.

Além desses dispositivos, há vários outros quemerecem destaque e serão abordados oportunamente.Em definitivo, temos a certeza que a nova Lei Geral éum marco e traz uma série de incentivos ao segmentoda MPE como nunca se presenciou antes, sem ser per-feita e merecendo, sempre, discussões no sentido demelhorá-la. Ter boas discussões, que contribuam parao aperfeiçoamento, é que é supercomplexo. Falar bes-teiras é supersimples.

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Francisco Dornelles

Avanços nomicroempreendedorismo

Francisco Dornelles (PP) é senador pelo Rio de Janeiro

Com a aprovação pelo Congresso Nacional e a ime-diata sanção, pelo Presidente Luiz Inácio Lula daSilva, da Lei Geral das Micro e Pequenas Empre-

sas, o Brasil deu um passo extraordinário no sentido de criarcondições propícias ao desenvolvimento do microempreen-dedorismo.

Essa Lei gera empregos e garante melhor distribuição derenda na economia, assim como a formalização dos peque-nos negócios. Foi resultado de esforço conjugado de múl-tiplas forças sociais e políticas, dentre as quais destaco aFrente Parlamentar Mista da Micro e da Pequena Empresa,da qual sou membro, e o Sebrae pelo papel estratégico quedesempenharam em todo o processo.

Temos, porém, um desafio imediato: fazer com que o ca-pítulo tributário dessa importante lei, como está previstonela própria, comece a ser efetivamente aplicado a partir de1º de julho próximo.

Mas há resistências. Resistências da burocracia gover-namental e resistências dos fiscos. Muitos desses que re-sistem gostariam de incluir a Lei Geral no rol daquelas leisque não pegam. Temos que batalhar contra isso. Importantedemais para o desenvolvimento do País e para a melhora domercado de trabalho e da distribuição de renda, ela não podeser protelada sob nenhum pretexto.

Em seu espírito e em seus propósitos, a Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresas reflete amplamente o conheci-mento construído em relação a ela, em especial no campotributário, o que possibilitou a identificação dos pontos fra-cos e dos bloqueios institucionais à sua criação e funcio-namento. Foram mais de três anos de ampla discussão apartir da sugestão desse importante segmento.

Embora há muito se reconhecesse a importância dos pe-quenos negócios em termos de geração de renda e empre-go, convivíamos com um ambiente extremamente hostil aoseu desenvolvimento, em especial o excesso de impostos,juros elevados, muita burocracia e grande dificuldade deacesso ao crédito. Daí a alta taxa de mortalidade das microe pequenas empresas, das quais quase 50%, em média, de-sapareciam com apenas dois anos de funcionamento. Emtrês anos, esse índice saltava para 60%. É esse ambiente quea Lei Geral vai ajudar a mudar.

Mas por que julgamos tão importante o apoio ao desen-volvimento de micro e pequenas empresas no Brasil, e ve-mos na Lei Geral sua verdadeira carta de alforria? Tomemosalguns outros dados quantitativos. Existem no Brasil cercade 6 milhões e 600 mil empresas formais que geram 33 mi-lhões 240 mil empregos. Desse total, 99% são micro e pe-quenas empresas, gerando 40,8% dos empregos formais.

No Rio de Janeiro são 460 mil empresas, das quais98,6% micros e pequenas, responsáveis por 39% dos em-pregos formais. Esses números revelam claramente a impor-tância social das micro e pequenas empresas em meu Esta-do e em nosso País. Elas são importantes geradoras de em-prego, e funcionam como um instrumento de distribuiçãomais equânime da renda nacional.

Estudos recentes apontam que num cenário conservador,a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas possibilitará aformalização de um milhão de empresas e em um cenário maisotimista o acréscimo pode ser de 4 milhões de empresas, oque aumentaria para R$10 bilhões a arrecadação tributária.

Não há, portanto, como imaginar um modelo de desenvol-vimento que não esteja baseado nos pequenos negócios. Pa-íses como Itália e Espanha fizeram esse dever de casa e de-ram saltos espetaculares de desenvolvimento em três déca-das. E é inadmissível que o mesmo arcabouço jurídico sejaidêntico para uma companhia com milhares de empregadose um pequeno negócio que atende à comunidade de um bair-ro. Neste caso, é justificável usar dois pesos e duas medidas.

A Lei Geral está em pleno vigor, exceto a parte tributá-ria, que, como disse, irá vigir a partir de 1º de julho. Comotem aplicação em todas as instâncias da Administração Pú-blica, será necessária a sua regulamentação também nas es-feras estadual e municipal.

É importante que haja um esforço comum nessa dire-ção para que as micro e pequenas empresas tenham oquanto antes os benefícios potenciais que a lei assegura,em especial no campo da desburocratização e da tributa-ção e para que os objetivos visados, quais sejam, a gera-ção de emprego, a distribuição de renda, a redução da in-formalidade e a ampliação da competitividade possam serplenamente alcançados.

A Lei Geral gera empregos e garante melhor distribuição de renda naeconomia, assim como a formalização dos pequenos negócios

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Capa

CACONFEDERAÇÃO DAS ASSOCOMERCIAIS E EMPRESAR

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CACBO DAS ASSOCIAÇÕES

EMPRESARIAIS DO BRASIL

A CACB tem sua origem nas associações

comerciais de cada estado brasileiro, muitas

delas nascidas quando o país ainda era uma

colônia portuguesa. Os primeiros pontos de

reuniões de comerciantes surgiram na Bahia e

no Rio de Janeiro e todas tiveram como

objetivo fortalecer, dignificar e proteger todos

que viviam em torno do comércio e em defesa

da liberdade e da cidadania.

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1819 - Associação Comercial doPará

A Associação Comercial do Pará éa segunda entidade empresarial maisantiga do Brasil. Surgiu como Praça doComércio do Pará fundada no dia 3 deabril de 1819, dois anos após a Praçado Comércio da Bahia, foi durante maisde um século a única que representouos interesses dos empresários paraen-ses, e sua história se confunde com opróprio desenvolvimento do comérciona região. No início da colonização, oPará, então Estado do Grão Pará e RioNegro, já era um forte entreposto co-mercial entre a colônia e Portugal.

Em 1817, com o Governo do Condede Vila Flor (Antônio José de SousaManoel de Menezes) surgiu a idéia dacriação da Praça do Comércio, nosmoldes do que fora feito na Bahia. Ainiciativa teve ótima receptividade doscomerciantes locais. A Praça do Comér-cio do Pará foi instalada solenementeno dia 3 de abril de 1919, em uma salano Convento das Mercês. Mas a Ca-banagem irrompida, em Belém, a 7 dejaneiro de 1835 contribuiu para que asociedade se esvaziasse, visto que a

Em 1811, enquanto a Bahia ain-da se reerguia da crise gerada pelasaída da capital da Colônia para oRio de Janeiro, 48 anos antes, o Go-vernador desta Capitania, D. Mar-cos de Noronha e Barro, oitavo Con-de dos Arcos, recebia a autorizaçãopara construir a sede da Praça doComércio e em 1816 a entregava pron-ta. Nasceu assim a Associação Co-mercial da Bahia.

Em 1912, o presidente da Associ-ação Comercial do Rio de Janeiro, Ba-rão de Ibirocahy, reuniu em sua cida-de os presidentes das associaçõesdos estados de Alagoas, Bahia, Cea-rá, Espírito Santo, Pará, Paraná, Riode Janeiro e Sergipe. Nascia assim aFederação das Associações Comer-ciais do Brasil que, em 1963, passoua se chamar Confederação das Asso-ciações Comerciais do Brasil.

Até 1994 a CACB funcionoujunto à Associação Comercial do Riode Janeiro, quando então constituiuo Núcleo Operacional de Brasília,sendo que, em 1999 transferiu suasede para Brasília, visando melhorrepresentar os segmentos da econo-mia. Atualmente, a CACB é consti-tuída por 27 (vinte e sete) federa-ções, distribuídas e representandocada um dos estados brasileiros, asquais agregam 2.300 associaçõescomerciais e empresariais espalha-das em milhares de municípios bra-sileiros.

Em mais de dois mil municípiosbrasileiros – os maiores - as associ-ações comerciais agrupam represen-tantes da indústria, do comércio, daagricultura, das instituições finan-ceiras, dos serviços e dos profissio-nais liberais. Todos reunidos de for-ma espontânea e sem nenhum vín-culo sindical. Assim, a CACB se

apresenta como uma entidade semfins lucrativos, que busca defenderos direitos de mais de dois milhõesde associados em todo o país. Im-portante frisar que a Entidade estávoltada à defesa dos interesses dasmicroempresas, que representam89% de seus filiados e são, na ver-dade, os responsáveis pela maiorparte dos empregos gerados nopaís, o que torna muito relevante asua atuação.

Vale ressaltar a importância dostrabalhos da CACB no campo fisco-tributário em defesa dos interessesdos seus associados. Cabe desta-car algumas das principais ações emque a entidade esteve presente eobteve sucesso: a aprovação da LeiGeral da Micro e Pequena Empresa,do Supersimples, a rejeição da MP232, a entrega de um milhão e qui-nhentas mil assinaturas da campa-nha De Olho no Imposto ao Con-gresso Nacional, a fim de regulamen-tar o parágrafo 5º do artigo 150 daConstituição, que prevê a discrimi-nação em nota fiscal do valor dosimpostos sobre produtos e serviços,dentre outras lutas.

Nas páginas seguintes vamosconhecer um pouco de cada uma das16 centenárias associações que for-mam a origem deste sistema aindano século XIX. A mais nova destegrupo tem 104 anos, do Piauí, e amais velha, da Bahia, caminha paraos 200 anos em 2011. Além disso,vamos apresentar um breve resumodos programas desenvolvidos pelaCACB em parceria com o Sebrae e aCaixa, como o Empreender Competi-tivo, o Empreender Internacional,Progerecs e a Câmara Brasileira deMediação e Arbitragem Empresarial(CBMAE).

História da

CACB

Rio de Janeiro/RJ

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Empresa Brasil - 251.Adaptado de Ernesto Cruz - História da Associação Comercial do Pará

preocupação maior era manter os esta-belecimentos comerciais e, até, a pró-pria vida.

Com o fim da revolta e o restabele-cimento da atividade comercial a soci-edade foi reorganizada em 1864, com omesmo nome de Praça do Comércio doPará, sob a inspiração e direção deManoel Antônio Pimenta Bueno, umdos mais cultos e prósperos comerci-antes de Belém, da época. Em 1899, aPraça do Comércio muda de nome paraAssociação Comercial do Pará, comoé conhecida até hoje1.

1820 - Associação Comercial doRio de Janeiro

Na chegada da família real ao Bra-sil, em 1808, época da Abertura dosPortos, o príncipe regente D. João VI,ao se instalar no Rio, conheceu um gru-po de comerciantes que havia criadouma associação. Ainda não institucio-nalizada, era conhecida como “Corpodo Comércio”. Esta embrionária enti-dade teve grande destaque na época,

e foi oficialmente institucionalizada em1820, como “Praça do Comércio”. Em1834, passou a se chamar “Sociedadedos Assinantes da Praça”. E em 1867,recebeu, finalmente, a designação deAssociação Comercial do Rio de Ja-neiro, mantida até hoje.

Mas a ACRJ é também conhecidacomo Casa de Mauá, em homenagemao seu terceiro presidente, Irineu Evan-gelista de Souza. Devido ao seu tinocomercial, Evangelista de Souza foiaclamado como um dos maiores em-presários do segundo império. Em1846, fundou a indústria naval brasi-leira, em Niterói, e em apenas um ano,já possuía a maior indústria do país,empregando mais de mil operários. Essegrande empreendedor, reconhecidocomo patrono da Associação Comer-cial do Rio de Janeiro, recebeu, ao lon-go de sua vida, os títulos de Barão eVisconde de Mauá.

1839 - Associação Comercial dePernambuco

Foi em 1839 que houve a idéia dese criar uma associação comercial emPernambuco. Seus fundadores eramem torno de vinte e seis pessoas, quepassaram a se reunir no estabelecimen-to mercantil dos negociantes, que ti-nham suas atividades no Recife Anti-go. No dia 01 de agosto, solenemente,instalou-se a associação e foi eleito oprimeiro presidente da entidade, JoséRamos de Oliveira e sua diretoria (1839a 1846).

A sede atual da ACP foi inaugura-da no ano de 1915 e é um dos prédiosmais antigos do Bairro do Recife. In-cluído entre os principais cartões pos-tais da cidade, o edifício tem fachadavoltada para o Marco Zero e escadariaimportada da Inglaterra, assim como osvitrais do hall central.

Desde que foi fundada até hoje, aAssociação Comercial de Pernambu-co, também batizada de Casa JoséLobo, construiu uma história de lutas.O Porto do Recife foi uma das primei-ras preocupações da ACP, que reivin-dicou melhorias como a regulamenta-ção dos trabalhos de pilotagem dosnavios, a adoção de um regulamentoportuário e a existência de armazéns

Mercado do Ver-o-peso - Belém/PA

iro/RJ

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Empresa Brasil - 26

cobertos.

1854 - Associação Comercial doMaranhão

Fundada em 1854, a AssociaçãoComercial do Maranhão é uma dasmais tradicionais entidades empresari-ais do Brasil. Sua trajetória se confun-de com a história do comércio no Ma-ranhão. O passo inicial para a sua fun-dação foi dado no dia 21 de agosto de1854, com a eleição de uma comissãode notáveis comerciantes, que deveriarepresentar a classe comercial do Ma-ranhão. Para presidir a comissão, ele-geu-se o Comendador João Gualbertoda Costa.

A “Comissão da Praça”, como fi-cou conhecida, teve uma atuação mar-cante junto ao Império e à Provínciaaté o ano de 1878, quando, sob o co-mando de José da Cunha Santos Júni-or, transformou-se na Associação Co-mercial do Maranhão. Ao longo dosanos, a ACM participou da evoluçãoeconômica do Maranhão, contribuin-do com sua experiência e propondonormas e procedimentos para discipli-nar assuntos fiscais e tributários esta-duais e municipais.

Além dos interesses da classe co-mercial, a entidade sempre foi parceirada comunidade maranhense, defen-

Recife/PE

São Luís/MA

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dendo-a ou procurando ser porta-vozde seus anseios junto aos setores pú-blicos, na intenção de estender à soci-edade maiores benefícios e melhorias.

Ao ingressar no novo milênio, aAssociação Comercial conquistou acertificação na Norma ISO 9001:2000,sendo uma das poucas a ter todos osseus processos certificados.

1858 - Associação Comercial dePorto Alegre

O sonho de construir uma entida-de representativa que estivesse ao ladodos empresários do comércio da cida-de sempre esteve na pauta desse seg-mento produtivo da capital. Por isso,desde a sua fundação, em 1858 atra-vés da criação da Praça do Comérciocom 92 associados, a Associação Co-mercial de Porto Alegre trabalha coti-dianamente pelo desenvolvimento eco-nômico, político e social do Rio Gran-de do Sul.

Nos primeiros anos de sua atua-ção, a Associação Comercial de PortoAlegre acompanhou diversos aconte-cimentos que influenciavam o setorprodutivo no estado. Seguindo suavocação, também estimulou novosempreendimentos, dialogou com ospoderes constituídos e lutou por re-formas que propiciassem um melhor

A Associação Comercial da Bahiafoi fundada em 15 de julho de 1811,atendendo a três desejos:

dos comerciantes, para terem umlocal condigno onde pudessem sereunir regularmente e aí realizarseus negócios, como já vinhamfazendo há anos, na própria Ci-dade Baixa;

do Vice-Rei do Brasil, D. Marcosde Noronha e Britto, VIII Condedos Arcos de Val de Vez, interes-sado no desenvolvimento da pro-víncia que governava, sede domaior porto do hemisfério sul naépoca, já aberto, desde 1808 às“nações amigas”;

do Príncipe Regente, D. João VI,de promover o progresso da Co-lônia, sede provisória da CortePortuguesa.

A primeira associação comercialdo Brasil

O Dia da InauguraçãoO Palácio, construído no terreno

remanescente da bateria de São Fer-nando, cedido pela Corte, mas cus-teado inteiramente por subscriçõesdos comerciantes da Bahia, foi sole-nemente inaugurado às 10 horas damanhã do dia 28 de janeiro de 1817,com bênção, orquestra e pompa, osconvidados ricamente vestidos e assenhoras, “convidadas para umcopo d’água”, trajadas com máximoluxo e riqueza. Os “negociantes daPraça da Bahia”, reconhecidos, ofe-receram a D. Marcos uma espada deouro”.

AtuaçãoDesde seus primórdios, a Asso-

ciação Comercial tem tido atuaçãomarcante na vida comunitária daBahia, destacando-se os eventosmais marcantes.

Associação Comercialda Bahia - 1811

Elevador Lacerda - Salvador/BA

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ambiente para o crescimento do Esta-do. A ACPA participou da criação daFederasul, em 1927, e, um ano depois,foi aprovada resolução onde o presi-dente da entidade recém criada seriatambém o presidente da ACPA.

Após 82 anos de funcionamentona casa de campo do empresário LopoGonçalves, localizada na “longínquaCidade Baixa”, a ACPA ganhou suasede definitiva. Com a inauguração doPalácio do Comércio, em 1940, a enti-dade se fortaleceu e dinamizou sua atu-ação.

1866 - Associação Comercial deMaceió

Berço da história política, econô-mica e cultural de Alagoas, nos seus140 anos, a Associação Comercial deMaceió, edificada para ser um localpropício à troca de idéias pelos ho-mens de negócios, continua sendouma das principais fontes de pesqui-sa sobre o desenvolvimento do Esta-do. Muitos são os motivos que fazemdesta instituição um manancial da his-tória e da cultura de Maceió. Foi fun-dada no ano de 1866 pelo comercian-te José Joaquim de Oliveira, visandoo fortalecimento mútou e uma maiorsintonia dos comerciantes da épocacom o governo imperial. A sede atualda Associação, inaugurada em 16 de

junho de 1928, encanta por sua impo-nência e magnitude. Após a sua res-tauração em 1999, o Palácio do Co-mércio, cujo acervo retrata a históriada vida econômica da cidade, passa adesenvolver uma série de atividadeculturais, sendo destinados uma áreade mais de mil metros quadrados paraeste fim.

1866 - Associação Comercial doCeará

A Associação Comercial do Ceará(ACC) criada a 140 anos é uma dasentidades tradicionais do Estado quemantêm sua sede no Centro Históricode Fortaleza, ocupando o antigo Ho-tel de France, construído no séculoXIX. O prédio foi adquirido pela As-sociação em 3 de outubro de 1973 deEfrem Godim que mantinha no local oPorto Alegre/RS

Teatro Municipal - Manaus/AM

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Palace Hotel. A ACC foi criada asso-ciada principalmente aos comercian-tes estrangeiros: ingleses e franceses.Seu primeiro presidente foi o InglêsRichard Hugges.

1871 - Associação Comercial doAmazonas

Na esteira do desenvolvimentoeconômico propiciado pela aberturados portos do Amazonas às naçõesamigas, foi criada em 18 de junho de1871, a Associação Comercial do Ama-zonas, uma entidade eclética e com o

objetivo principal de promover por to-dos os meios ao seu alcance, o de-senvolvimento da classe empresariale a sustentação e defesa de seus legí-timos direitos e interesses, o que temexercitado no correr destes 131 anosde existência. São incontáveis asações empreendidas e os pleitos apre-sentados às autoridades constituídasdas esferas, estadual e municipal emdefesa do empresariado, sempre nabusca de soluções que fortaleçam asatividades empresariais.

Ao longo dos anos ACA contri-buiu efetivamente com a história eco-nômica, administrativa, social, cultu-ral e política da cidade de Manaus edo Estado do Amazonas, particular-mente com a criação da Zona Francade Manaus e na manutenção de suasvantagens comparativas.

1872 - Associação Comercial eIndustrial de Sergipe

A origem da Associação Comerci-al de Sergipe remonta ao ano de 1872,quando um grupo de empresários devários segmentos produtivos reuni-ram-se e em 26 de maio daquele ano,aprovaram seu Estatuto e elegeramsua primeira diretoria sob a liderançado comerciante Antônio Martins deAlmeida.

A Associação Comercial de Sergi-pe é assim chamada pela tradição quefoi marcada desde sua fundação, hámais de um século. Entretanto a di-

Fortaleza/CE

Maceió/AL

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versidade de segmentos produtivosque compõe o seu quadro de associa-dos bem reflete a abrangência das ati-vidades econômicas dos seus inte-grantes. Assim sempre participaramdesta centenária Associação, alémdos empresários do comércio, as em-presas industriais e agrícolas, presta-doras de serviços diversos e, em par-ticular os Bancos, além dos profissio-nais liberais. Decorridos 135 anos des-de sua fundação, a Acese continuana defesa dos interesses, não só deseus associados, como também da-queles ligados à sociedade sergipa-na.

1874 - Associação Comercial daParaíba

Com a força e a presença de Per-nambuco na economia da Paraíba, Sil-vino Elvídio Carneiro da Cunha, o Ba-rão de Abiaí, resolveu fundar a Asso-ciação Comercial da Paraíba. Isso foiem 31 de outubro de 1874 e o objetivoera aglutinar as forças econômicas doestado (indústria, comércio e agrope-cuária) para enfrentar a influência per-nambucana. Em 1918, pelo decreto Fe-deral 3524, foi reconhecida como ins-tituição de Utilidade Pública. No anoseguinte foi inaugurada a sede da As-sociação, que conserva-se inalteradaaté os dias de hoje. O prédio foi tom-bado pelo Instituto do Patrimônio His-tórico e Artístico do Estado da Paraí-ba (IPHAEP) em 1980.

1890 - Associação Comercial doParaná

A idéia da criação efetiva da As-sociação Comercial do Paraná, senti-da como indispensável para a defesada classe comerciária, data de 1887.

Aracaju/SE

João Pessoa/PB

Curitiba/PR

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Em 1889, o primeiro governador pro-visório do Paraná depois da procla-mação da República em 15 de novem-bro, senhor Francisco José CardosoJunior, fixa os objetivos da entidade,fornecendo as primeira diretrizes.

A data legal de sua fundação ficaentre 1º de julho e 20 de agosto de1890, muito embora existam estatutosque datam de 06 de agosto, data doaniversário do Barão de Serro Azul,principal figura defensora da definiti-va constituição da Associação Co-mercial do Paraná.

Ildefonso Pereira Correa, primeirolíder da instituição, comerciante comatuação política, anteviu as dificulda-des tarifárias que a República pudes-se estabelecer e das quais o comérciodeveria defender-se.

O mercado, na época, era peque-

no e a cidade de Curitiba, apesar dapouca população, centralizava o co-mércio com as vilas e as cidades vizi-nhas.

1892 - Associação Comercial doRio Grande do Norte

Em 1892, empresários locais reu-nidos em torno de um ideal comum,de defesa de seus interesses e da op-ção pela livre iniciativa privada, to-mam a inédita decisão de fundar, comojá ocorrera em diversas capitais dopaís, a Associação Comercial do RioGrande do Norte.

Surgia assim, a semente das enti-dades de classes locais, e, a exemplodas que já existiam nos estados doRio de Janeiro, Bahia, Pernambuco,São Paulo e Maranhão, voltada paraa defesa do empresário e do desen-volvimento econômico, tendo comosuporte básico a Livre Iniciativa e odesenvolvimento no cidadão da ca-pacidade de criar e transformar suacriação em agente de progresso e dobem estar comum.

1894 - Associação Comercial deSão Paulo

A Associação Comercial de SãoPaulo foi fundada em 7 de dezembrode 1894 pelo grande empreendedor

Antonio Proost Rodovalho. Sua tra-jetória é parte integrante da históriade São Paulo, pois, desde sua funda-ção, a ACSP participa ativamente detodos os episódios marcantes da vidapaulistana. Coerente com sua histó-ria, a ACSP tem sua missão baseadaem 3 fundamentos:

Unir os setores empresariais e tra-balhar em defesa da livre iniciati-va;

Representar e expressar a opiniãolegítima e independente dos em-presários de São Paulo, na buscados melhores caminhos do desen-volvimento;

Prestar serviços de qualidade aseus associados.

Em seu quadro associativo encon-tram-se empresários representantesde todos os setores da economia, taiscomo: industriais, comerciantes, agro-pecuaristas, prestadores de serviçose profissionais liberais, de todos osportes e nacionalidades. Em perfeitasintonia com o desenvolvimento tec-

MASP - São Paulo/SP

Natal/RN

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nológico, das telecomunicações e dainformática, a ACSP dispõe dos recur-sos humanos e técnicos, que possi-bilitam a seus associados acesso aseus bancos de dados de maneira se-gura e cada vez mais rápida. A ACSPestá preparada para atender a todosdentro de sua vocação, não importan-do o estágio em que se encontrem emtermos de atualização tecnológica einformatização de seus processo. Emais, com possibilidade de desenvol-ver soluções específicas para gran-des usuários.

1903 - Associação ComercialPiauiense

Fundada em 23 de agosto de 1903,a história da entidade começou com aunião de sete pessoas que trabalha-ram para reivindicar benefícios e me-lhorar a infra-estrutura do estado nasáreas produtivas. Foi por meio da as-sociação que o primeiro Banco doBrasil foi instalado em Teresina, numpedido ao presidente Afonso Pena. Aponte rodoferroviária que liga Piauíao Maranhão, o ramal ferroviário quefaz a ligação Ceará-Piauí, a constru-ção de uma usina hidrelétrica: açõesque tiveram o apoio dos empresáriose foi um forte impulso para os desen-volvimento das atividades produtivasdo estado. A associação sempre par-ticipou do intercâmbio comercial e do

estímulo à exportação.

1901 - Associação Comercial deMinas Gerais

Fundada em 1901, quando BeloHorizonte dava ainda os seus primei-ros passos, a ACMinas é a primeiraentidade da capital, com a qual desen-volveu uma convivência centenária euma grande identidade. É a única en-tidade empresarial eclética, pois reú-ne associados de todos os portes e

de todas as atividades econômicas, oque a torna a melhor conhecedora edefensora da opinião média do setorprodutivo.

A ACMinas, ao longo de sua his-tória, acumulou experiência e credibi-lidade ao identificar, debater e defen-der os interesses do desenvolvimen-to de Minas Gerais e do país, tendopatrocinado inúmeras campanhas vi-toriosas como as da criação da Petro-brás, Usiminas, Mannesmann, Acesi-ta, Açominas, do Parque Cimenteiro,da instalação da Fiat Automóveis eda duplicação da Rodovia FernãoDias.

Mantendo hoje, os mesmos pro-pósitos, a ACMinas está empenhadano processo de retomada do desen-volvimento econômico de Minas Ge-rais, com atuação própria ou em par-ceria com os governos do Estado eda Capital. Nesse sentido vem promo-vendo ações que estimulem a inova-ção e a competitividade da empresamineira, bem como a sua inserção nosmercados internacionais, inclusivecom a criação de um ambiente de ne-gócios em Belo Horizonte.

Além disso, a entidade oferece aseus associados diversos serviços,dentre eles o treinamento de pessoale aperfeiçoamento da gestão.

Casa da Cultura - Teresina/PI

Belo Horizonte/MG

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Capa

Rapidez, sigilo e economia nasolução de seus litígios

Mediação e Arb

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A partir dos anos oitenta, como crescimento do comérciointernacional, a utilização da

arbitragem comercial passou a ocupar,no mundo, um espaço cada vez maiorcomo mecanismo de solução dos con-flitos. No Brasil, somente na décadaseguinte, com a promulgação da lei9.307/96, foi introduzido o ProgramaBrasileiro de Difusão da Mediação eda Arbitragem que, hoje, conta com umarede nacional de câmaras habilitadas àsolução de litígios que envolvam di-reitos patrimoniais disponíveis (ou

seja, aqueles sobre os quais os seustitulares tenham pleno poder para ven-der, alugar, dispor, ceder ou renunci-ar). É uma excelente alternativa para asolução de conflitos principalmentepara a área empresarial.

A CBMAEFoi justamente com o objetivo de

fortalecer o empresariado que, a par-tir de 2000, a Confederação das As-sociações Comerciais do Brasil(CACB) firmou convênio com o Se-brae e o BID para expandir a cultura

de negociação de conflitos, com aprática da Mediação e da ArbitragemComercial. Surgiu então a CâmaraBrasileira de Mediação e ArbitragemEmpresarial (CBMAE) - uma institui-ção de direito privado, destinada aproporcionar a solução extrajudiciale definitiva de litígios relativos a di-reitos patrimoniais disponíveis, atra-vés dos institutos da Mediação e daArbitragem, nos termos da Lei Brasi-leira de Arbitragem. Além das demaisnormativas, tratados e convençõessobre a matéria, nacionais e interna-cionais, aplicáveis subsidiariamente,no território brasileiro.

No BrasilHoje, a CBMAE é uma rede com

força e abrangência para solucionarcontrovérsias em qualquer ponto doterritório nacional, com câmaras espa-lhadas por todo o país, garantindoabrangência nacional com atuação lo-cal, por meio das associações comer-ciais. É uma entidade que administra,pesquisa e incentiva os métodos ex-trajudiciais de controvérsias- MESCs– ferramentas importantes para se al-cançar a justiça (pela via extrajudicial).A parceria com o Sebrae permite queesses empresários tenham acesso aesses métodos de solução de confli-tos sem custo ou com custo subsidia-do pelo Sebrae. Em consonância comos objetivos da CACB, a CBMAE tam-bém desenvolve atividades que envol-vem ora construção de estratégias paradefesa dos interesses do empresaria-

Entidade MantenedoraConfederação das Associações Comerciais e Empresariais doBrasil (CACB)

Parcerias NacionaisBanco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae)

Parcerias InternacionaisAssociação Ibero-Americana de Câmaras de Comércio (AICO)- www.aico.org

Comissão Interamericana de Arbitragem Comercial (CIAC) -www.ciac-iacac.org

American Arbitration Association (AAA) - www.adr.org

Entidades Referências / NormativasConselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem(Conima) – www.conima.org.br

Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAR) – www.cbar.org.br

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o e ArbitragemHá vários anos, os países mais desenvolvidosdo mundo utilizam os institutos da Mediaçãoe da Arbitragem para a solução de suasdemandas de natureza comercial e cível.

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do no Congresso Nacional, ora traba-lhando como um órgão consultivo doGoverno Federal.

No exteriorInternacionalmente a CBMAE

marca presença com convênios e par-cerias com algumas das maiores enti-dade de mediação e arbitragem domundo, como a American ArbitrationAssociation (AAA), a Comissão In-teramericana de Arbitragem Comerci-al (CIAC) e com a Associação Ibero-Americana de Câmaras de Comércio(AICO), o que a faz conhecida e reco-nhecida mundialmente como uma dasresponsáveis pela disseminação dacultura de solução de controvérsias ecomo eficiente administradora de pro-cedimentos.

A seguir, um pequeno resumo paraque você entenda o que vem a ser aMediação e Arbitragem:

O que é Arbitrabilidade?É a possibilidade de que o litígio

possa ser apreciado e resolvido pelavia da Arbitragem. São arbitráveis oslitígios que versem sobre direitos pa-trimoniais disponíveis.

Quais os litígios que não podem serresolvidos pela Arbitragem?

Estão fora do âmbito da arbitragem

as questões relativas ao direito de fa-mília referentes ao estado das pesso-as: filiação, pátrio poder, casamentos,alimentos; aquelas atinentes ao direi-to de sucessão; as que têm por objetoas coisas fora do comércio; as relati-vas ao direito penal e tributário.

O que é Mediação?Mediação é um método de reso-

lução de conflitos onde um terceiro,neutro e imparcial, mobiliza as partesinteressadas para um acordo. O me-diador ajuda as partes a identificar eresolver as questões do conflito,buscando restabelecer o processo decomunicação e de avaliação de obje-tivos e opções. O mediador não pro-fere sentença, mas um termo de acor-do que será formalizado pelas par-tes. Aplica-se inclusive a alguns di-reitos não solucionáveis pela Arbi-tragem.

O que é Conciliação?É um procedimento extrajudicial

onde as partes escolhem um terceironeutro que, através da sua interven-ção direta, procurará levar as partes aum acordo, pondo fim a um conflito. Oconciliador não profere sentença, massim, um termo de acordo que será for-malizado pelas partes. A conciliação émais usada nas relações trabalhistas,

através de lei específica.

O que é Arbitragem?Arbitragem é o meio de solução

definitiva de controvérsias através daintervenção de um ou mais árbitrosescolhidos pelas partes, sem interven-ção estadual. No Brasil, a Arbitragem éregulada pela Lei 9.307/96, sendo queo procedimento se instaura através deCláusula Compromissória inserida pre-viamente em contrato ou, em documen-to separado ou, ainda, em documentofirmado entra as partes posteriormen-te à instauração do litígio.

Qual a eficácia da sentençaresultante da Arbitragem?

A sentença que decorre da Arbi-tragem produz os mesmos efeitos dasentença proferida pelos juízes esta-tais. Com mais uma vantagem: a sen-tença arbitral não fica sujeita a nenhumrecurso, ou seja, ela é definitiva e, sen-do condenatória, se constitui em títuloexecutivo judicial.

O que você e sua empresa têm quefazer para utilizar a Mediação e aArbitragem?

Basta entrar em contato com a CB-MAE e solicitar orientação para a ins-tauração do procedimento. (www.cbmae.com.br)

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Quais as vantagens efetivas dasolução dos conflitos pela CBMAE?

Celeridade - Na mediação, emboranão haja prazo fixado para a sua con-clusão, os resultados normalmente sãoobtidos em uma ou duas sessões. Aspartes, se desejarem, podem estipular,em comum acordo, este prazo.

Na arbitragem, se outro não for es-tipulado pelas próprias partes, em co-mum acordo, o prazo máximo para apre-sentação da sentença é de 180 dias. E,contra esta sentença, não há recursos:ela é definitiva.

Economia - As taxas cobradas pelaCBMAE ( administração de procedi-mentos e honorários dos árbitros) sãorigorosamente inferiores ás custas edespesas despendidas no processa-mento perante a Justiça Comum, prin-cipalmente em função da multiplicida-de quase interminável de recursos per-mitidos legalmente e que oneram emdemasia o custo processual.

Informalidade - O procedimentoarbitral é imune à burocracia. A Arbi-tragem emprega técnica ágil e dinâmi-ca, que combina com uma sociedademoderna, onde a busca de soluções

eficazes e rápidas é o mais importante.

Sigilo - Na Arbitragem, o sigilo éregra universal. Isso é muito relevantepara empresas e mesmo para pessoasfísicas, pois não está sujeita à publici-dade admitida nos processos da juris-dição estadual.

Especialização - Na CBMAE os ár-bitros são profissionais especializados,normalmente afeitos à matéria objeto dacontrovérsia, podendo, assim, decidircom absoluto conhecimento de causa echegar à conclusão com objetividade eprecisão, garantido uma superior quali-dade decisória, do que decorre tambémeconomia de tempo e despesas.

Prestígio da autonomia da vontade- Na jurisdição estatal, o poder de de-cisão cabe sempre ao Estado, repre-sentado por um juiz. Na Arbitragem, aspartes têm maior autonomia, pois, sãoelas que elegem o(s) árbitro(s) que de-cidirão a demanda. O quadro de árbi-tros da CBMAE, especializado por se-tor de atividade, está disponibilizandono site www.cbmae.com.br.

Exeqüibilidade - Por ser considera-

da título executivo judicial, a sentençaarbitral pode ser imediatamente execu-tada em caso de seu descumprimento,não estando sujeita a recursos ou àhomologação prévia pelo judiciário.

Vantagens básicas para osAdvogados:

Na Arbitragem as partes podem edevem se fazer acompanhar de seus ad-vogados. A estes, se abrem novas fren-tes de trabalho, com a otimização do seutempo de serviço, propiciando também apercepção mais célere de seus justoshonorários. Além disso, as partes podemsolicitar e trazer ao processo todas asprovas admissíveis em direito, tais comoperícias, auditorias, testemunhas.

Vantagens básicas para a Sociedade:A Arbitragem, disposta na Lei Fe-

deral nº 9.307/96, constitui mecanismohábil e eficaz que desafoga o Judiciá-rio e lhe dá, assim, condições de me-lhorar o seu padrão de eficiência embenefício da sociedade.

Danielle Bastos MoreiraDiretora SuperintendenteAdvogada formada em 1991 pelo UNICEUB – BrasíliaDF, pós-graduada em Direito Constitucional e emDireito do Trabalho e Processo do Trabalho pelaUniversidade Mackenzie de São Paulo, membro doConselho Fiscal do SEBRAE DF, Membro do FórumPermanente das Micro Empresas e Empresas depequeno porte do MDIC, Consultora Jurídica daFACIDF, Membro do Conselho da Comunidade doTribunal de Justiça do Distrito Federal, Representantedo Fórum do Setor Produtivo na transição da JuntaComercial do DF. Fluência em inglês e espanhol.

Adriana AguiarConsultora Interna

Larissa RochaConsultora Interna

Equipe CBMAE

Alexandre HenriqueLeite GomesConsultor de Mercado

Elisabete AlcântaraCoordenadoraAdjunta

Ana Paula BomfimConsultora Externa

Mais informaçõesAgende uma reunião em suaempresa ou na CBMAE.Tel: 61 3321 1311Fax: 61 3224 0034E-mails: [email protected] [email protected]: www.cbmae.com.br

Flávio GiussaniConsultor Externo

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Empresa Brasil - 37Empresa Brasil - 37

CACB-CBMAE-SebraeUma nova etapaEm dezembro de 2006, a CACB

e o Sebrae reafirmaram a con-vicção de que a parceria de-

senvolvida ao longo de 06 anos de-veria continuar. Com uma visão maisampla, que fica inclusive patente nopróprio nome do convênio firmado,o Projeto para disseminação e con-solidação dos métodos extrajudici-ais de acesso à Justiça aproveitaalguns modelos que foram desenvol-vidos com sucesso, envolvendoparcerias com o poder Judiciário emvários estados brasileiros, comoGoiás, São Paulo e Rio de Janeiro ebusca novos horizontes no empar-ceiramento com o Judiciário e outrasinstituições nacionais.

Os caminhos percorridos até então,permitiram que fossem alcançados re-sultados muito importantes: deu supor-te para a consolidação de muitas câ-maras pelo país, disseminou a idéia damediação e da arbitragem, capacitoucentenas de pessoas e, dessa forma,formou uma rede de profissionais cominteresses comuns em MESCs: hojeexiste um grupo de discussão na Inter-net com mais de mil nomes cadastra-dos. Ou seja, atendeu plenamente aosobjetivos traçados no início do Pro-grama Brasileiro de Fortalecimento daMediação e da Arbitragem Empresari-al – Convênio CACB/BID/Sebrae, em2000.

Nessa nova etapa existem algu-mas metas que envolvem a implan-tação de novas câmaras, a viabiliza-ção de 1.500 especialistas nos esta-dos consolidados e a busca de re-ceitas internas para dar início a auto-sustentabilidade do projeto nas fa-ses seguinte. Tudo isso acompanha-do da revitalização da central de aten-dimento e da produção e distribui-

ção de farto material de divulgação.

Mas existem dois fatores que sãode extrema relevância nesse novoprocesso:

1. Sensibilização e articulaçãoinstitucional.

Envolve a atuação em conjuntocom o Conselho Nacional de Justiça(CNJ), a sensibilização do Tribunal deContas da União (TCU) referente ànova interpretação da Lei 8.666 em re-lação à arbitragem, da OAB Nacional,dos Conselhos Estaduais e do PoderJudiciário. Outras ações devem produ-zir convênios com universidades, even-tos na seara jurídica, o apoio aos con-sultores externos na articulação e nacaptação de recursos, e a reação detodo o sistema CACB, visando o em-

parceiramento com o Judiciário.

2. MercadoManter a rede de câmaras de me-

diação e arbitragem; efetuar cursosde capacitação em mediação e arbi-tragem; criar ou buscar a adesão denovas câmaras em regiões estratégi-cas; estabelecer convênios de par-ceria com empresas inseridas emsegmentos mercadológicos de pre-sença e dispersão nacionais e esta-duais, objetivando a prestação deserviços de mediação e arbitragempelas câmaras ligadas à rede CB-MAE.

O Projeto para disseminação econsolidação dos métodos extraju-diciais de acesso à Justiça é maisuma das grandes parcerias empreen-didas pelo Sebrae e pela CACB.

A equipe da CBMAE, coordenada pela doutora Danielle BastosMoreira, o consultor/Sebrae Gustavo Soares, e os gestores do projetoCBMAE/Sebrae, Dulce Caldas, da Unidade de Políticas Públicas doSebrae, e Ancelmo Oliveria, diretor da CACB, reuniram-se na sede daConfederação para fazer uma avaliação e definerem os próximospassos do Projeto para disseminação e consolidação dos métodosextrajudiciais de acesso à Justiça

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Empresa Brasil - 38

Capa

EmpreenderElevar a competitividade das micro e pequenas empresase promover o desenvolvimento organizacional dasAssociações Comerciais e Empresariais - ACEs. Esses sãoos objetivos gerais do Empreender, um programa que temcomo meta incentivar a busca de novos mercados etecnologias, sensibilizar os empresários para a adoção denovas posturas frente aos desafios atuais e futuros edesenvolver lideranças empresariais.

Empresa Brasil - 38

Em pesquisa realizada pela Empresa Opinião em2005, constatou-se que um relevante número de

empresas participantes do Empreender encontra-seem estágio de maturidade avançado. Diante disso, o

foco do trabalho junto a esses núcleos é o de superardesafios de competitividade das empresas, através de

ações de mercados e ações estruturantes.

Proporção de empresas do Empreendersegundo o impacto do programa emitens do negócio, por ano de pesquisa.

O que é o

A melhoria dacompetitividade

ocorreu em partedevido à melhoriados processos de

gestão, comomostra o gráfico

seguinte.

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Empresa Brasil - 39Empresa Brasil - 39

O que o Empreender propõe? Aconstituição de Núcleos Seto-riais de empresas do mesmo

segmento a partir de suas ACEs. Nes-ses núcleos, os empresários, modera-dos por um consultor, reúnem-se paradiscutir problemas comuns e buscarsoluções conjuntas. Os consultoressão treinados dentro da metodologiado Empreender e trabalham dentro daACE.

Simples, eficiente, adaptável à rea-lidade das micro e pequenas empresase ACEs distribuídas nos mais distan-tes pontos do território brasileiro. Es-sas qualidades tornaram o Empreen-der um programa presente em todas asunidades federativas, numa trajetóriade sucesso e crescimento sem prece-dentes no Brasil. Um grande trabalhorealizado pela CACB em parceria como Sebrae, responsáveis pelas açõesnacionais e diretrizes do programa.

Em cada estado há a presença dedois coordenadores, um do sistemaCACB e outro do Sebrae, responsá-veis por coordenar e avaliar o progra-ma, gerir recursos, formar alianças es-tratégicas de apoio junto a bancos egovernos, identificar e selecionar osmunicípios para a inclusão no Empre-ender, e selecionar consultores. Porém,mais do que os objetivos do Empreen-der, o que reflete com fidelidade o espí-

rito do programa é a forma de associati-vismo que ele propõe. É basicamentedentro desta visão que o Empreenderatua. Por ela, ninguém é obrigado a par-ticipar de um Núcleo Setorial. O con-vencimento vem pela nova visão deparceria, na qual o concorrente, longede ser um adversário, pode se tornarum aliado importante.

O Empreender funciona?Esta resposta pode ser obtida nos

números do programa que cobre maisde 600 municípios, com a participaçãode aproximadamente 33.000 empresasem cerca de 2.350 núcleos setoriais.Simplicidade, eficiência, flexibilidade, areceita de um grande programa.

Micro e pequena empresa, o focodo Empreender: o tema já foi tão explo-rado que parece desnecessário abor-dar a importância da micro e pequenaempresa no cenário brasileiro. Umaimportância que ultrapassa a esferaeconômica e ganha uma gigantescadimensão social. Afinal, todos os seg-mentos – das esferas governamentaisàs organizações do Terceiro Setor –sabem que a microempresa é o grandeempregador do Brasil.

De que tipo de apoio efetivo ne-cessita um segmento que representa98,7% das empresas constituídas nopaís, emprega mais de 70% da mão-

Proporção de empresas do Empreender segundo o impacto do programaem processos de gestão de negócio, por ano de pesquisa

Empreender CompetitivoO Empreender Competitivo objetivoudar um salto de qualidade na formade atuação dos núcleos empresariaismais maduros, com foco na melhoriada competitividade das micro epequenas empresas participantes. Eleestá sendo desenvolvido a partir deações estruturantes que promovem acompetitividade em projetoselaborados pelas entidades estaduaisdos dois sistemas. O principalcomponente é a Chamada de Projetos,que obedecem a regulamento próprio,junto aos 22 estados participantes doEmpreender. Com isto espera-seaumentar a competitividade de cercade sete mil micro e pequenasempresas, pois elas estarão aptas aoferecer produtos e serviços dequalidade, aumentando o faturamentoe a lucratividade, além de manter eampliar milhares de empregos.

Empreender InternacionalUma continuação da parceria entre oSebrae e a CACB. O ProgramaEmpreender Internacional irá transferirknow-how da CACB, adquirido aolongo dos anos na condução doPrograma Empreender, para os paísesem desenvolvimento. A CACB irácapacitar, a partir de maio,multiplicadores de entidades dos seispaíses que foram selecionados para aprimeira etapa do programa: México,El Salvador, Colômbia, Chile, África doSul e Moçambique. Estesmultiplicadores ficarão responsáveispela implantação do programa nosrespectivos países.

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de-obra e, contraditoriamente, enfren-ta grandes dificuldades para sobrevi-ver? Para o Empreender, a respostapassa pelo novo associativismo. Osresultados e pesquisas técnicas reali-zadas no âmbito do projeto demons-tram que as empresas devem se unirpara crescer. E que essa união – for-malizada nos núcleos setoriais – devepermitir a inserção do pequeno em-presário em um mercado cada vez maiscompetitivo e dependente das novastecnologias.

Núcleos setoriais, a base doprincípio de unir para crescer

Os núcleos setoriais são gruposde empresários de um mesmo segmen-to que se reúnem periodicamente nasassociações comerciais. Nos núcleos,os empresários, com o apoio de umconsultor, cujo papel principal é o demoderar as reuniões, discutem proble-mas comuns e buscam soluções con-juntas. O diferencial de tantos outrosprogramas é que no Empreender assoluções vêm “de baixo para cima”,ou seja, são apontadas e executadaspelos próprios empresários. Para tan-to, o consultor, como facilitador dasreuniões, faz uso de uma metodologiaespecífica para trabalho com gruposoriginada na Alemanha, denominadaMETAPLAN.

A metodologia METAPLAN agre-ga a já conhecida tempestade de idéi-

as em grupos (brainstorming), e bus-ca de metas e ações conjuntas. O quereflete com fidelidade o espírito doprograma é a forma de associativismoque ele propõe. Por ela, ninguém éobrigado a participar de um NúcleoSetorial. O convencimento vem pelanova visão de parceria, na qual o con-corrente, longe de ser um competidor,é um cooperador de seu concorrente.E ainda com um diferencial: todos ga-nham.

Empreender Unir para CrescerO impacto do Empreender nas em-

presas, ACEs e municípios:

• Nas empresas participantes: re-dução de custos, maior oportunidadede aperfeiçoamento profissional, mai-or interação dos empresários, melho-ria na qualidade dos serviços presta-dos, melhoria no atendimento e rela-cionamento com clientes.

• Nas associações: maior credibi-lidade junto aos associados, aumen-to do número de associados, aumen-to da receita e maior representativida-de junto à comunidade.

• Nos municípios: aumento do nú-mero de empresas formais e, conse-qüentemente, dos impostos arrecada-dos, maior interação entre o municí-pio e os empresários, geração e ma-nutenção de empregos.

Sua instituição e o Empreender:O Empreender é, antes de mais

nada, uma proposta de desenvolvi-mento. E esta proposta não se restrin-ge ao universo das empresas e ACEs.O pequeno empresário é, sem dúvida,o primeiro beneficiado com as açõesdos núcleos setoriais. Mas a induçãodo desenvolvimento expande-secomo uma onda por todos os setoresda sociedade. Núcleos setoriais atu-antes significam fortalecimento daeconomia local, modernização, ganhode qualidade, assimilação e desenvol-vimento de tecnologias. Quem ganha,no final das contas, é a localidade, naforma de melhoria das condições devida de sua população. E os setoresque nele atuam também são benefici-ados, direta ou indiretamente.

Os benefícios do Empreender...

Para o governo: O Empreender, naforma de seus núcleos setoriais, é umainiciativa de grande interesse do go-verno em todas as esferas: federal, es-tadual e municipal. Os núcleos setori-ais já demonstraram ser grandes in-dutores de desenvolvimento, conso-lidando marcas que identificam os pro-dutos da localidade e projetando onome do município para além de suasfronteiras. Na esteira dessas conquis-tas, vêm inevitavelmente o aumentodo emprego e da renda, a melhoria da

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infra-estrutura e a possibilidade deaperfeiçoamento profissional, entreoutros benefícios. Ao lado desses im-portantes indicadores de desenvolvi-mento, projetam-se o aumento da ar-recadação e a redução da mortalidadedas empresas. Apenas esses fatores,entre tantos outros, já foram suficien-tes para alavancar parcerias e apoiosda esfera governamental que permiti-ram a implementação do Empreenderem mais de 600 municípios brasileiros.

Para o Terceiro Setor: As organi-zações não governamentais encon-tram nos núcleos setoriais parceirosafinados com propostas de desenvol-vimento. Tais propostas passam porpreocupações que são, em última ins-tância, de todos os cidadãos. Quemnão deseja, em seu município, gruposde empresas atuando de forma ambi-entalmente correta? Quem não esperaque a atividade produtiva reverta embenefícios para a própria comunida-de, e não em exportação de riquezapara os grandes centros, tradicional-mente fornecedores de bens e servi-ços? Os núcleos setoriais são, de cer-ta forma, a união do que há de melhorentre o universo empresarial e as or-ganizações do Terceiro Setor, pois re-presentam, ao mesmo tempo, o esfor-ço de desenvolvimento da economialocal e a ação dos segmentos empre-sariais organizados.

Para as instituições financeiras:Empresa sólida é sinônimo de relacio-namento saudável. As instituições fi-nanceiras sabem o quanto é impor-tante poder atuar em condições de es-tabilidade, firmando contratos com cli-entes bem preparados. Os participan-tes do Empreender têm, entre suas pre-ocupações prioritárias, a capacitaçãopara gestão eficiente de seus negóci-os, o que reflete em uma nova consci-ência sobre as reais necessidades decrédito e o dimensionamento de pro-jetos de expansão. No contexto do Em-preender, os bancos podem contarcom empresários legalmente filiadosàs ACEs, atuantes em seus segmen-tos, formadores de opinião e, princi-palmente, melhor preparados para es-tabelecer relacionamentos comerciaiscom as instituições financeiras.

Para as empresas de maior porte:Negociar com demanda em bloco ésempre mais fácil e mais econômico.O encaminhamento é mais ágil e o graude confiabilidade nas relações é maiselevado. Para as empresas de maiorporte, o relacionamento comercial comnúcleos setoriais se dá em uma novaperspectiva, dentro da qual as microe pequenas empresas, organizadas emelhor preparadas para a negociação,podem chegar a soluções interessan-tes para ambas as partes.

Carlos RezendeCoordenador doProjeto Empreender

OsmarVincentinConsultor doEmpreenderCompetitivo

AndréasDohleConsultorInternacionalda CACB

AlexsandroBeckerConsultorInternacionalda CACB

Laura Cecília MartinezTécnica do EmpreenderInternacional

Érika LimaSecretária doEmpreender

Bruno Hernandezde MedeirosEstagiário doProgramaEmpreenderInternacional

Rodrigo CarrijoTécnico do EmpreenderInternacional

Reyes MarinhoConsultor do EmpreenderCompetitivo

Equipe EmpreenderCarlos Rezende écoordenador ExecutivoNacional do ProgramaEmpreender, pela CACB,desde novembro de 2000.Coordenou a expansão doprograma para todo o país.Também coordena oPrograma CapacitarNordeste, parceria entre aCACB e a Câmara de Artes eOfícios de Essen, Alemanha,que visa o fortalecimentodas entidades empresariaisna região.Coordenou a Divisão deTreinamento em Informática

da Finatec – Fundação de Empreendimentos Científicose Tecnológicos, vinculada à UNB. Participou da missãoda CACB à Alemanha, para conhecer a organização dasentidades empresariais e a relação governo-empresanaquele país. Esteve presente na apresentação doEmpreender como programa finalista no encontromundial das entidades empresariais realizado na Áfricado Sul. Tem representado a CACB no Fórum da Micro ePequena Empresa do Governo Federal e nasorganizações do Ministério das Cidades.

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Marcha dos prefeitos játem resultados práticos

Solenidade de abertura da 10ª Marcha a Brasília

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A presença de representantes de várias esferas dospoderes Executivo e Le-

gislativo marcou a abertura da 10ªMarcha em Defesa dos Municípios,no dia 10 de abril, em Brasília. E osprefeitos começaram a Marcha come-morando ganhos. Um deles é a auto-rização do governo à sua base aliadano Congresso para votar pelo au-mento de um ponto percentual doFundo de Participação dos Municípi-os (FPM), conforme vinham reivindi-cando. O anúncio foi feito pelo presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva, naabertura da Marcha que reuniu cercade três mil prefeitos, no Hotel BlueTree, em Brasília.

“Ontem foi dada ordem à base dogoverno para que votem separada-

mente ou encontrem um jeito de vo-tar o 1% para os municípios, resol-vendo parte dos seus problemas”,disse Lula, arrancando aplausos. Ou-tro ganho comemorado pelos prefei-tos e anunciado por Lula foi a redu-ção de 20% para até 0,1% da contra-partida exigida aos municípios na as-sinatura de convênios com o gover-no federal para acessarem recursosdo Plano de Aceleração do Cresci-mento (PAC) nas áreas de habitaçãoe saneamento. O presidente deu a in-formação depois de anunciar que,nos próximos quatro anos, o gover-no investirá R$ 40 bilhões em sane-amento ambiental, e que boa partedesses recursos será executada viaconvênio com o governo federal.

No evento, o ministro Walfrido

dos Mares Guias, das Relações Ins-titucionais, assinou aviso circularsolicitando aos ministros de Estadopara, dentro de 30 dias, designaremum servidor para acompanhar os plei-tos de interesse dos estados, muni-cípios e do Distrito Federal, confor-me já estabelecido em decreto queinstitui o Sistema de Assessoramen-to para Assuntos Federativos.

O ministro do Planejamento, Orça-mento e Gestão, Paulo Bernardo, as-sinou portaria instituindo o Programade Estratégia e Plano de Ação paraEfetividade de Desenvolvimento noBrasil. A presidente da Caixa Econô-mica Federal, Maria Fernanda RamosCoelho, assinou documento estabe-lecendo a criação de salas de prefei-tos nas agências da Caixa.

Entre os participantes do eventohavia pelo menos 23 ministros, alémdos presidentes do Senado, RenanCalheiros, e da Câmara, Arlindo Chi-náglia, que manifestaram apoio às rei-

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SEBRAE

vindicações dos prefeitos. “O Sena-do tem absoluta consciência da difí-cil situação enfrentada pela maioriadas cidades do País. Esta Casa nun-ca faltou e nunca faltará aos municí-pios”, afirmou Renan. “A Câmara dosDeputados continua aberta ao diálo-go e aos pleitos dos municípios”,afirmou Chináglia.

“Para o Sebrae, que está presentenos municípios ajudando as micro epequenas empresas, é muito impor-tante participar de um evento comoeste”, disse Paulo Okamotto. “Com aLei Geral das Micro e Pequenas Em-presas, o Sebrae pode estreitar aindamais sua relação com os municípios,

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante solenidade deabertura da 10ª Marcha a Brasília

Presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, entre o presidente do Banco doBrasil, Antônio Francisco de Lima Neto e a presidente da Caixa, MariaFernanda Ramos Coelho

quando haverá a oportunidade de for-malizar muitos negócios e, com isso,criar mais condições para o desenvol-vimento local”, afirmou.

O presidente da FNP e prefeito deRecife, João Paulo Lima e Silva, emseu discurso afirmou que esse mo-mento tem marcado a história do mu-nicipalismo brasileiro. Ele tambémdestacou o papel no cenário políticonacional das grandes mobilizaçõescomandadas pelos prefeitos brasilei-ros. João Paulo Lima e Silva elogiou ogoverno federal pela criação do Mi-nistério das Cidades e pela interlocu-ção com os municípios. “Nunca osprefeitos do Brasil tiveram um canal

com tanta abertura e diálogo”, disse.Ele assinalou que programas sociaisdesenvolvidos pelo governo, como oBolsa-Família, serviram para “diminuirtensões sobre os prefeitos em suascidades”.

O prefeito de Recife também falouda importância da Reforma Tributáriae da necessidade de desoneraçãopara os municípios sobre os transpor-tes coletivos. João Paulo salientou aimportância nas discussões dos pre-feitos com os governadores. “Muitosdos nossos pleitos exigem a participa-ção dos governadores na mesa”, lem-brou. Ele chegou a propor, além da re-alização de marchas federais, a criaçãode marchas estaduais, para abrir mai-or diálogo entre prefeitos e governa-dores.

Paulo Ziulkoski, presidente daCNM, declarou que a Marcha consti-tui o maior encontro de autoridadesda federação brasileira. “Aqui estão opresidente da República, ministros deEstado, os presidentes da Câmara e do

Presidente da CNM, PauloZiulkoski, na solenidade deabertura

Presidente da FNP, João PauloLima e Silva, na abertura

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SEBRAE

Começa em maio e vaiaté abril o lançamento,nos estados, da quinta

edição do Prêmio Sebrae PrefeitoEmpreendedor. As inscrições vãode junho a setembro e a premiaçãodos vencedores regionais e dosdestaques temáticos será feita em2008 na 11ª Marcha de Prefeitos aBrasília. As informações foramanunciadas pelo gerente de Políti-cas Públicas do Sebrae Nacional,Bruno Quick, ao fazer o pré-lança-mento da 5ª edição do Prêmio du-rante a 10ª Marcha a Brasília emDefesa dos Municípios. O Sebraetambém lançou o Guia do PrefeitoEmpreendedor.

Na mesma ocasião, Bruno Quickproferiu palestra sobre O Desafio

Pré-lançamento doPrefeito Empreendedor

Prêmio identifica e reconhece açõesmunicipais de desenvolvimento local, combase no apoio às micro e pequenasempresas

do DesenvolvimentoMunicipal e a Lei Geraldas Micro e PequenasEmpresas como Oportu-nidade. Ele mostrou aosprefeitos que a Lei Geraldas Micro e PequenasEmpresas oferece aosgestores públicos muni-cipais os instrumentosnecessários para o de-senvolvimento dessesempreendimentos e dos

municípios. Explicou que a Lei não foiformulada “de cima para baixo”, aocontrário, baseia-se em experiênciasde sucesso que prefeitos já vêm de-senvolvendo e a partir de sugestõesdos empresários do próprio segmen-to.

No local do evento, técnicos doSebrae prestaraminformações de in-teresse dos prefei-tos e de represen-tantes de micro epequenas empre-sas. No estande daInstituição tambémhouve distribuiçãode material infor-mativo, como oGuia do Prefeito

Empreendedor. O guia contém ori-entações detalhadas sobre comoos prefeitos podem utilizar a Lei. Apublicação também traz minuta daLei Geral Municipal e incluiexemplos de iniciativas municipaisbem-sucedidas e que podem seradotadas em todo o País utilizan-do a Lei Geral como base.

A expectativa do gerente doSebrae, quanto às inscrições paraa próxima edição do Prêmio Prefei-to Empreendedor, é de um grandenúmero de projetos baseados emdispositivos da Lei Geral. “Quere-mos trazer milhões de casos combase da Lei e celebrar a entregados prêmios e de um novo tempode desenvolvimento do País”, dis-se. Esta edição do Prêmio traz al-gumas novidades. A principal de-las é o reconhecimento dos traba-lhos de prefeituras que levem emconta dispositivos da Lei Geraldas Micro e Pequenas Empresas.

Gerente Bruno Quick ministra palestra sobre aLei Geral para prefeitos

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Senado, deputados, senadores, pre-feitos, vereadores”, listou. “Essa nãoé uma associação de prefeitos. É umaentidade de municípios” disse. Elelembrou da importância da união dosprefeitos e de como a luta conjuntatrouxe grandes vitórias para os muni-cípios, como a regulação do Imposto

Sobre Serviços de Qualquer Natureza(ISS). “Em 2003, os municípios brasi-leiros arrecadaram R$ 8 bi de ISS. Em2006, esse valor saltou para R$ 18 bi.Conseguimos essa conquista semelevar a carga tributária, apenas atu-alizando um decreto de 1968, que ex-cluía da cobrança serviços como o

pedágio e a informática”.A marcha é promovida pela Confe-

deração Nacional dos Municípios emparceria com a Frente Nacional dosMunicípios e com o apoio de institui-ções como o Sebrae. O presidente dainstituição, Paulo Okamotto, tambémparticipou da abertura da marcha.

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SEBRAE

Sebrae e Fenacon irão capacitarcontabilistas sobre Lei Geral

Brasília - O contador desempenhaum papel vital para as micro e peque-nas empresas, da abertura dos negó-cios ao funcionamento cotidiano. Porconta dessa importância, o Sebrae, emparceria com a Federação Nacional dasEmpresas de Serviços Contábeis e dasEmpresas de Assessoramento, Períci-as, Informações e Pesquisas (Fena-con), irá capacitar cerca de 30 mil con-tadores e outras cinco mil pessoas se-lecionadas pelas duas entidades paradisseminar conhecimentos sobre a LeiGeral das Micro e Pequenas Empresas.

Para definir o modelo de capacita-ção, representantes do Sebrae Nacio-

Consultor da Unidade de Políticas Públicas (UPP) do Sebrae AndréSpínola durante capacitação-piloto entre Sebrae e Fenacon

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nal, Sebrae nos estados e da Fenaconse reuniram na última semana do mêsde março, em Brasília. A capacitação-piloto foi ministrada por André Spíno-la, consultor da Unidade de PolíticasPúblicas do Sebrae Nacional. Spínolaelaborou o material didático para levaraos contabilistas os pontos mais im-portantes da Lei Geral.

A partir do encontro, estão sendocapacitados, pela Federação, 110 con-tabilista durante o mês de abril. Essesse encarregarão de atuar como multi-plicadores dos conhecimentos recebi-dos e levarão o conteúdo para 30 milcolegas de profissão em todo o Brasil.

A rede abrange 150 dos chamados mu-nicípios-pólo e atinge todos estadosdo País.

Além dos associados da Fenacon,entidade que reúne 70 mil empresascontábeis, mais cinco mil pessoas te-rão acesso ao treinamento sobre LeiGeral. Esse grupo reúne, entre outros,colaboradores do Sebrae nos estados,funcionários de prefeituras municipais,profissionais ligados a associaçõescomerciais e a clubes de diretores lojis-tas. A Fenacon espera que as 35 milpessoas recebam o treinamento sobrea Lei Geral até o fim de 2007.

Para André Spínola, a parceria en-tre Sebrae e Fenacon representa uminstrumento muito importante para in-formar o empreendedor sobre a Lei Ge-ral. “Vamos aproveitar a capilaridade daFenacon, fechar com eles uma lingua-gem para a capacitação e levar paratodo o país o papel da Lei e seus be-nefícios”, diz Spínola. “Nós dispomosdessa capilaridade e o Sebrae tem amissão de popularizar a Lei Geral” afir-ma o presidente da Fenacon, CarlosCastro. “É preciso reforçar também quenosso trabalho não se esgota com acapacitação destas 35 mil pessoas.Nossa intenção é que todos essesprofissionais levem adiante o queaprenderem para os empresários, paraseus colegas e para as comunidadesonde vivem”, diz.

“A implementação da Lei Geraldas Micro e Pequenas Empresas vaisignificar, na prática, a partir de julho,com a vigência do Supersimples, umareforma tributária em benefício dagrande maioria dos cinco milhões depequenos negócios, 98% dos empre-

Lei Geral permitirá reformatributária em benefício das MPE

endimentos formais de todo o país,no que se refere à redução de custose burocracia” - afirmou o diretor deAdministração e Finanças do SebraeNacional, Carlos Alberto dos Santos,ao participar da reunião solene eaberta do Conselho Deliberativo do

Sebrae em Goiás. “Também vai indu-zir e sustentar um grande processode formalização da economia” - acres-centou.

Realizada ao final do mês de mar-ço, a reunião contou com a presençado governador Alcides Rodrigues, delideranças empresariais e políticas. Odiretor representou, na cerimônia, opresidente do Sebrae, Paulo Okamot-to. Durante a reunião, foi apresenta-

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SEBRAE

Diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Albertodos Santos, ao lado do governador de Goiás, Alcides Rodrigues

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da a nova estrutura do Sebrae emGoiás, e constituído o comitê de im-plementação da Lei Geral no Estado.Segundo Carlos Alberto, só daqui al-guns anos se terá real dimensão daimportância na implementação dosdispositivos da nova lei em favor dacompetitividade dos pequenos negó-cios e de toda a economia.

Para o governador de Goiás, Alci-des Rodrigues, a aprovação da LeiGeral é a materialização de um sonho,de avanços em favor do desenvolvi-mento econômico e progresso socialdo Brasil. Ele informou que o comitêde implementação da Lei terá todo oapoio do governo estadual. Uma pro-va disso foi a presença, na solenida-de do Conselho Deliberativo do Se-

brae em Goiás, de um grande núme-ro de secretários estaduais. Rodri-gues autorizou a realização imediata

de estudos de impactos econômicospara que possa propor as regulamen-tações cabíveis.

Simulador de tributação

O Sebrae no Rio Grandedo Norte começou aoperar um simulador de

tributação com base no Simples Na-cional, conhecido como Supersim-ples. O simulador foi desenvolvidopelo Sebrae naquele Estado e levaem conta as tributações pelo lucroreal, presumido, arbitrado e o Super-simples. O objetivo é possibilitar aosempresários verificar se é vantajoso,

Superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte (dir.), JoséFerreira de Melo, apresenta simulador de tributação ao presidenteOkamotto e a representantes de contabilistas

ou não, entrar nesse novo sistema detributação. Com isso, eles terão maissegurança na tomada de decisão.

“Com esse simulador, o empresáriopode comparar a atual situação da em-presa com a tributação pelo novo sis-tema de tributação, verificando se ha-verá economia”, explica o superinten-dente do Sebrae no Rio Grande doNorte, José Ferreira de Melo Neto. Eleinformou que as simulações também

poderão ser feitas por quem preten-de abrir ou legalizar uma empresa.

De acordo com o superinten-dente, como o simulador reúnegrande número de informações téc-nicas, não será colocado no site doSebrae no Rio Grande do Nortepara uso direto pelo empresário. “Asinformações serão operadas pelosfuncionários do Sebrae, por solicita-ção dos clientes, e por contabilistasque assessorarão os empresáriosnas simulações”.

O funcionamento do simuladorde tributação foi apresentado pelosuperintendente José Ferreira aopresidente do Sebrae Nacional, Pau-lo Okamotto, no início de abril. Elecomentou que “a simulação é impor-tante para que os empresários eseus contadores verifiquem se serávantajosa para as empresas a entra-da no novo sistema.” Também assis-tiram à apresentação, outros inte-grantes do Sebrae Nacional, do Se-brae no Distrito Federal e represen-tantes dos contabilistas.

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Distrito Federal

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O ex-funcionário da Nasa,Ralph Thomas, esteveno Brasil a convite do

Sebrae, com o apoio da CACB(veja matéria nesta edição sobre oCongresso Internacional sobreCompras Governamentais e as Mi-cro e Pequenas Empresas, realiza-do no auditório do Superior Tribu-nal de Justiça, em Brasília). Ele

também proferiu palestra na sede daAssociação Comercial do Distrito Fe-deral, reunindo um seleto grupo de em-presários para expor a sua experiênciano trato com as pequenas e médias em-presas e responder aos questionamen-tos colocados pela audiência.

Confira os flashes dos momentosde Ralph Thomas na sede da ACDF.

Palestra na ACDF

Danielle BastosMoreira, vicepresidente da ACDFe coordenadora daCBMAE ao lado deBruno Quick,gerente daUnidadede dePolíticas Públicas -Sebrae

Abdon Miranda, assessor especial doGoverno do DF e Saulo Diniz,subsecretário de Pequenas Empresasda Secretaria de DesenvolvimentoEconômico e Turismo do DF

João CarlosMedeiros,presidente doConselhoRegional deContabilidade

Ralph Thomas e Adriano Cassanelo,secretário-adjunto da Secretaria deDesenvolvimento Econômico eTurismo do DF

Bruno Quick, Sebrae, Vera Versiane,BPW-DF, Victor Alegria, diretor dePromoções Culturais da ACDF, MartaCury, vice-presidente da ACDF

Miguel Rendy, diretor TesoureiroGeral da ACDF, Fernando Brites eAntônio Matias, vice-presidenteda ACDF

Ralph Thomas e Dimmy,presidente da AssociaçãoComercial do Riacho Fundo

Consultor da Unidadede Políticas Públicas(UPP) do Sebrae,André Spínola

Marta Cury, vice-presidente daACDF, Ralph Thomas e MeireNeme, presidente da BPW-DF

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