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Page 1: EMPREENDEDORISMO RURAL: INICIATIVAS ... - sober.org.br · empreendedorismo rural: iniciativas empreendedoras em propriedade rural no noroeste do paranÁ juliano mario da silva; lorenzo

XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro"

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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EMPREENDEDORISMO RURAL: INICIATIVAS EMPREENDEDORAS EM PROPRIEDADE RURAL NO NOROESTE DO PARANÁ JULIANO MARIO DA SILVA; LORENZO LORENZETTI. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ, MARINGÁ, PR, BRASI L. [email protected] APRESENTAÇÃO ORAL ADMINISTRAÇÃO RURAL E GESTÃO DO AGRONEGÓCIO

EMPREENDEDORISMO RURAL: INICIATIVAS EMPREENDEDORAS EM PROPRIEDADE RURAL NO NOROESTE DO PARANÁ

Grupo de Pesquisa: Administração Rural e Gestão do Agronegócio

Resumo O agronegócio brasileiro, assim como outros setores da economia têm passado

por transformações, em geral, relacionadas a tecnologias. Estas transformações têm levado produtores da pecuária a procurarem novas formas de produção, resultando na grande dinamização no setor. No entanto, as crescentes pesquisas relacionadas às capacidades empreendedoras no meio rural necessárias à implantação dessas técnicas, ainda mostram grandes oportunidades de expansão do assunto . Este artigo procura discutir o empreendedorismo rural, a partir do estudo descritivo de um experimento de implantação do pastejo rotacionado Voisin em uma propriedade do noroeste do Paraná. O estudo justifica-se a partir das exigências e habilidades diante necessários ao empresário do setor rural para o aproveitamento de oportunidades que possam resultar em aumento da produtividade, mesmo que estes resultados ocorram a partir de técnicas não tão recentes, como é o caso do sistema rotacionado Voisin. Palavras-chaves: Empreendedorismo Rural; Sistema Voisin; Agronegócio. Abstract The Brazilians agricultural sector, as well as other sectors of the economy has passed for transformations, in general, related the technologies. These transformations have led farmers of cattle to look new forms of production,

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resulting in the great change in the sector. However, the increasing research related to the capacities of the entrepreneurs in the agricultural sector necessary to the implantation of these techniques, still shows great chances of expansion of the subject. This article looks for to argue entrepreneurship agricultural, from the descriptive study of an experiment of implantation of the techniques of the Voisin system in a northwestern property of the Paraná. The study one justifies from the requirements and ahead necessary abilities to the entrepreneur of the agricultural sector for the exploitation of chances that can result in increase of the productivity, exactly that these results occur from techniques not so recent, as is the case of the Voisin system. Key Words: Agricultural Emtrepreneurship; System Voisin; Agribusiness

1. INTRODUÇÃO

O debate em torno da necessidade de aumento da produtividade do setor pecuário brasileiro tem sido pauta nas ultimas décadas. Isso, em parte, é conseqüência da crescente participação da carne brasileira no mercado internacional e do grande demanda agregada interna.

Neste sentido, o debate tem se estendido a questões como a disponibilização e utilização de novas tecnologias que promovem a produtividade, no entanto, apesar de ainda pequeno o debate acerca do perfil do empresário que implanta estas várias tecnologias disponíveis tem crescido. O empreendedorismo rural como recente campo de estudo, tem procurado estudar e adaptar ao meio rural, ferramentas que até então foram desenvolvidas e aplicadas em empresas tradicionais do setor industrial ou comercial.

Neste artigo procuramos conceituar o empreendedorismo rural, assim como descrever, de forma breve, a evolução da pecuária brasileira, que tem levado o setor a mudar de acordo com as mudanças econômicas nacionais e internacionais. Considerando essas mudanças econômicas, faz-se necessário ao produtor rural desenvolver uma visão administrativa especializada com enfoque gerencial para organizar e administrar o seu sistema de produção (KIYOTA, 1999).

Como experimento, foram analisados os resultados da aplicação do sistema de pastejo rotacionado Voisin, em uma propriedade no noroeste do Paraná, tendo como suporte à análise dos resultados a pesquisa bibliográfica que referencia as formas de pastejo em comparação com o sistema convencional.

Desta forma, este artigo procura demonstrar a importância tecnológica para a pecuária de corte aliada a, igualmente importante, visão empreendedora da gestão da propriedade rural. Destaca-se ainda, a necessidade de formação dos gestores no meio rural (BASTIANI E SILVA, 2003), justificando, o estudo do empreendedorismo rural não somente na pecuária, mas também, em outros setores estratégicos do agronegócio brasileiro.

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2. O EMPREENDEDORISMO RURAL E O INCENTIVO AO SETOR PECUÁRIO

Para Kiyota (1999) cada vez mais o meio rural brasileiro tem que se preocupar

com mudanças econômicas nacionais e internacionais, com objetivo de acompanhar e evoluir com tais mudanças, no entanto, para isso é necessário à organização dos processos administrativos internos às propriedades. Considerando essas mudanças econômicas, faz-se necessário ao produtor rural desenvolver uma visão administrativa especializada com enfoque gerencial para organizar e administrar o seu sistema de produção. Diante disso, a capacitação relacionada à administração rural tornou-se ferramenta capaz de oferecer aos produtores rurais subsídios administrativos para adoção ou planejamento de implantação de novas tecnologias.

Relacionado a essas demandas no meio rural, o empreendedorismo como campo de estudos nos últimos anos, tem ampliado seu escopo de análise, incluindo o meio rural. Um exemplo disso são publicações em setores antes poucos estudados como é o caso do empreendedorismo rural. Estes estudos do empreendedorismo em territórios rurais, segundo Veiga (2002), tiveram provável primeira aproximação realizada em estudos solicitados pelo Sebrae Nacional durante o primeiro trimestre de 2003.

Paralelo as recentes pesquisas, o estudo do empreendedorismo rural, tem se transformado em programas de incentivo ao desenvolvimento do empreendedor rural. É o caso do programa Empreendedor Rural, uma iniciativa do Senar – Serviços Nacional da Aprendizagem Rural em parceria com o Sebrae e federações de agricultores, sindicatos rurais e prefeituras (EMPREENDEDOR RUAL, 2007). Este programa tem como objetivo preparar agentes de desenvolvimento econômico, social e político no meio rural com capacidade de atuação para a transformação da sociedade por meio de uma ação conjugada. Inicialmente os empreendedores aprendem a elaborar projetos relacionados à sua atividade produtiva, avaliando investimentos econômicos que possam melhorar seus negócios e conhecer com senso crítico a realidade em que vivem e trabalham, além disso, procura-se viabilizar a implantação do projeto elaborado. Posteriormente, o programa, promove a preparação de lideranças para que o empreendedor tenha uma ação mais abrangente na sua comunidade.

Programas de incentivo ao empreendedorismo rural, como este, podem ser um dos instrumentos de políticas públicas voltadas à solução de dificuldades existentes nesse setor. Para Janvry e Sadoulet (2004), na América Latina existem indicadores que podem dar a base para o debate acerca da situação relacionada ao atual desenvolvimento rural:

• O número da pobreza rural geralmente não tem diminuído e o número de pobres no meio rural tem aumentado;

• A desigualdade no meio rural é alta e crescente; • As diferenças entre o desenvolvimento social no meio urbano e rural permanecem

grandes; • O êxodo rural para o meio urbano tem sido uma tentativa de solução à pobreza

rural;

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Além disso, no Brasil, quando se pensa em promoção do desenvolvimento a partir de políticas públicas, alguns cuidados devem ser tomados (VEIGA, 2001). Para o autor as regionalidades são importantes, a medida que o contraste que se estabeleceu entre a parte tropical e as partes temperadas ou subtropicais do país, a tal ponto que qualquer agenda de desenvolvimento que não responda ao desafio de desenvolver o Brasil tropical poderá comprometer um plano nacional de desenvolvimento do setor.

Outro ponto importante ao debate acerca dos incentivos no setor rural são as divergências nas visões relacionadas sobre o que é rural e o que é urbano no Brasil. Para Veiga (2002), o Brasil é menos urbano que se imagina. Isso se deve ao critério atualmente utilizado pelo IBGE, que segundo o autor, não retrata a realidade brasileira, uma vez que a metodologia de coleta de dados não combina os critérios como o tamanho populacional do município com pelo menos outros dois critérios: sua densidade demográfica e sua localização. Veiga (2002) afirma que considerando esses dois cortes, o Brasil tem mais de 30% da sua população no meio rural. Isso pode enviesar a aplicação das políticas públicas voltadas ao setor.

Para Favareto (2004), quanto à promoção do empreendedorismo, em especial aos empreendimentos rurais, o fundamental é entender alguns pontos:

• Para a definição de estratégicas é necessário conhecer detalhadamente a realidade da vida econômica e social local entendendo os mecanismos de reprodução social das populações e seus vínculos com a dinâmica do território;

• A introdução de inovações terá que começar já pelo tipo de ações que os projetos dirigidos a esses territórios irão propor – é preciso ir além das atividades tradicionais de diagnóstico, capacitação e assessoria para se avançar na efetiva direção de construir arranjos institucionais inovadores;

• As características desses arranjos institucionais inovadores precisarão, pelo menos, ir além dos atores tradicionais e mesmo dos atores locais, e ir além dos horizontes de tempo restritos que não permitam a maturação das iniciativas.

Especificamente, na pecuária de corte, a melhoria das condições de gestão por

meio de iniciativas e programas de incentivos aos empreendedorismo rural vem atender o cenário da pecuária brasileira. Este cenário, segundo PolaquinI (2006), a partir do ano de 2000 tem se tornado favorável às exportações brasileiras, decorrentes de alguns acontecimentos nacionais e internacionais, entre eles pode-se destacar: a) O aumento das áreas livres de febre aftosa no Brasil e as medidas iniciadas para que

fossem implantados sistemas de controle da carne bovina produzida no país, procurando atender uma exigência dos mercados externos;

b) Sucessivas crises de abastecimento mundiais provocadas por diversos fatores, entre eles, o aparecimento da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) nos rebanhos europeus, foi o que mais favoreceu o aumento da quantidade de carne bovina exportado para o consumidor europeu, em virtude, da carne produzida no Brasil ser quase que exclusivamente originada de animais criados sob o sistema de pastejo;

c) Crises na Argentina, econômicas e sanitárias (surgimento de surtos de febre aftosa). Desta forma, o desenvolvimento de estudos e programas de incentivo a profissionalização da gestão da propriedade rural tomam grande importância na

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consolidação do Brasil como grande produtor mundial. Além disso, a boas práticas na gestão rural pode levar a maior potencialização dos resultados da implantação das novas técnicas de produção. 3. A EVOLUÇÃO A PECUÁRIA NO BRASIL

Historicamente foi a partir da década de 1960 que a atividade de pecuária de corte no Brasil começou a se consolidar, tendo um crescimento fundamentalmente quantitativo sem maiores preocupações com os aspectos qualitativos, uma vez que se amparou em incentivos governamentais, através de uma legislação protecionista (MARION, 2001).

Em meados da década de 70, a pecuária brasileira inicia uma fase de modernização, com a implementação de programas de crédito subsidiados, como o Conselho de Desenvolvimento da Pecuária (CONDEPE), o Programa Nacional de Pastagens (PRONAP) e o Programa Nacional de Desenvolvimento da Pecuária de Corte (PROPEC), que visavam à criação de uma infra-estrutura nas propriedades rurais, para estimular o desenvolvimento do setor (PINAZZA; ALIMADRO, 2000). Contudo, as melhorias nos índices zootécnicas foram percebidas somente na década seguinte, visto que o ciclo pecuário é muito longo. Nesse processo, houve também a disseminação do uso de sais minerais, vacinas e medicamentos, entre outros insumos, possibilitada pelo Sistema EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e pela CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral do Estado de São Paulo) e com prestação de serviços em prol da difusão de assistência técnica para melhoria da genética, da nutrição, da sanidade e do manejo dos plantéis (POLAQUINI, SOUZA E GEBARA, 2006) A mudança da política cambial nos primeiros meses de 1999 levou o país a aumentar seu espaço no mercado internacional de carne bovina e seus derivados, embora as exportações brasileiras ainda representem apenas um pouco mais de 11,3% da produção nacional (Anualpec, 2002). Com valores em ascensão, o país tem melhorado sua posição no cenário mundial esse número pode chegar a 14,1% da produção dos principais países produtores de carne do mundo em 2002, com uma produção calculada em 6,9 milhões de toneladas em equivalente-carcaça.

No entanto segundo (OLIVEIRA, et. al., 2006), atualmente, os objetivos produtivos tem mudado, onde o foco não se restringe somente a busca da máxima produção de qualquer forma, não considerando os custos envolvidos no processo, mas sim buscar a máxima relação custo/benefício nas atividades desenvolvidas a partir da adequada gestão, uma vez, que apesar da estabilidade econômica podem existir variações de preços nos insumos pecuários, considerando que estes insumos estão sujeitos a oferta de demanda relacionada aos períodos de safra ou entressafra.

3.1 Mudanças de técnicas: o sistema contínuo e o sistema de pastejo rotacionado

Segundo Silva (1995), o manejo de pastagens tem papel fundamental na produtividade animal, uma vez que somente através da manipulação correta dos fatores de produção será possível obter produtividade e rentabilidade favoráveis dentro do sistema

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adotado. Uma das dificuldades de implementação de um sistema rotacionado seriam os altos custos na montagem da estrutura para a sua implementação. Novas tecnologias têm solucionado esses problemas Aguiar (1996), no entanto o conhecimento desses procedimentos, não tão novos, é que tem sido uma das dificuldades do pastejo no Brasil. Rodrigues e Rodrigues (1987), afirmam que em pastagens utilizadas de forma continua, sem um período de descanso, resultam em plantas desfolhadas sucessivamente ate ficarem debilitadas cedendo lugar a outras plantas indesejáveis. Os principais fatores que causam a degradação de uma pastagem estão relacionados com sua formação, manejo, adubação e espécie de forrageira. Segundo Faria; Moura e Peixoto (1999), o período de descanso e ocupação dos piquetes e a permanência dos animais no mesmo são importantes concepções do fator tempo a serem observadas na condução do pastejo rotacionado. O número de folhas verdes pode constituir-se em um índice confiável para definição do período de descanso a ser utilizado. Porém o período de ocupação deve ser o mais curto possível, para prevenir a repetição de desfolhas dos perfilhos e assim contribuir para mais rápida recuperação da vegetação. Corsi (1986), o manejo rotacionado pode-se constituir em um sistema adequado para alcançar a uniformidade de pasto desejada e proporcionar aumentos significativos na produtividade animal. Apesar de muitos estudos serem realizados para comparar estes dois sistemas, ainda existe uma considerável controvérsia de méritos sobre cada um. Quando a pastagem é utilizada de forma continua, sem um período de descanso para o restabelecimento através da fotossíntese, as plantas desfolhadas se debilitam e acabam por desaparecer. Um elemento comum nestes estudos tem sido a taxa de interação entre a taxa de lotação e o sistema de pastejo. No qual o rotacionado favoreceria o desempenho animal em pastagens onde se utilizam taxas de lotação elevadas. Blaser (apud Faria; Moura e Peixoto 1999), destaca as vantagens na produção de leite e carne quando as pastagens forma utilizadas em rotação. Devido ao maior acumulo de forragens produzidas. Porém poucos experimentos comparando esses dois sistemas têm sido realizados em regiões tropicais. Segundo Corsi (1975), as principais desvantagens dos sistemas de produção animal em pastagens intensificado seriam: uma vez o sistema implantado, o pecuarista ficaria dependente do mesmo, outra desvantagem seria a necessidade do pecuarista possuir maquinas apropriadas para a colheita e armazenamento de forragens para utilização nas épocas de seca.

De acordo com Simão Neto (1986), se a taxa de lotação for baixa, ou às vezes moderada, o resultado pastejo continuo tem sido similar, ou melhor, que o rotacionado, porém quando a taxa de lotação é alta o rotacionado tem se mostrado superior ao continuo. Além disso, Silva e Pedreira (1997), destacam a possibilidade de controle na lotação continua é menor que nos métodos rotacionado, que permitem o racionamento de estratégias de conservação de forragem nas situações criticas.

Vantagens do pastejo rotacionado segundo Faria; Moura e Peixoto, (1999): • Maior uniformização do pastejo, evitando perdas de forragens por super ou sub-

pastejo; • Melhor distribuição das excreções dos animais na pastagem;

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• Melhor controle na disponibilidade de forragem produzida durante os períodos no ano.

• Menor perda de forragem através do pisoteio; • Manutenção da perenidade das pastagens; • Controle de infestação das pastagens por plantas invasoras;

As leis universais do pastejo rotativo foram estabelecidas por André Voisin, as quais estão fundamentadas nos princípios fisiológicos das plantas forrageiras e nas práticas adequadas de manejo dos rebanhos (VOISIN, 1974):

1ª Lei - Para que uma pastagem, cortada pelo dente do animal, dê sua produtividade máxima, é preciso que entre dois cortes sucessivos haja tempo suficiente (período de descanso) para permitir à pastagem: a) Acumular, em suas raízes, reservas orgânicas necessárias para uma nova rebrota; b) Propiciar um alto vigor de rebrota com a máxima produção diária/área (parte sigmóide da curva de crescimento);

2ª Lei - O tempo total de ocupação de um piquete deve ser suficientemente curto para que uma planta pastejada no primeiro dia, não o seja de novo antes da saída dos animais (a nova rebrota da forrageira não deve ser pastejada imediatamente);

3ª Lei - É preciso auxiliar os animais que possuam exigências nutricionais maiores a consumir maior quantidade de forragem de melhor qualidade (dividir o rebanho em lotes);

4ª Lei - Para que uma vaca dê produções regulares, ela não deve permanecer mais que três dias sobre um mesmo piquete. Os rendimentos serão máximos se ela não permanecer mais que um dia no mesmo piquete.

O patejo rotacionado não se traduz num único método, de acordo com Mathes & Burns apud Faria; Moura e Peixoto (1999) os métodos se classificam em diferentes formas, sendo elas:

• Lotação Rotacional: Caracteriza-se pela mudança dos animais de forma periódica e freqüente de um piquete para outro de forma sucessiva, voltando ao piquete inicial no final do ciclo.As divisões devem ser bem calculadas para que o sistema não se torne antieconômico. Vem sendo recomendado com base de que as plantas precisam de um período para se recuperar dos efeitos da desfolhação.

• Pastejo em faixas: O manejo é conduzido com o auxilio de duas cercas elétricas, de fácil remoção, impedindo o retorno dos animais às áreas antes pastejadas.

• Pastejo primeiro e último: Método que utiliza dois grupos de animais, recomendado quando se dispõe de animais de diferentes categorias e que apresentam diferenças na capacidade de resposta a forragem de alta qualidade. O primeiro grupo de animais pastam por 1 ou 2 dias e passam para o outro piquete, em seguida o segundo grupo “rapadores” são obrigados a consumir o que sobrou.

• Creep “Grazing”: Requer somente a formação de áreas com forrageiras de alta qualidade (milheto, alfafa, etc), para animais novos e as despesas para cercá-las. Os piquetes são de porteiras especiais, que permitem a passagem apenas de bezerros às pastagens de maior valor nutritivo.

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• Creep “Grazing” avançado: Método semelhante ao método primeiro-último, a diferença é que duas ou mais classes de animais são agrupadas na mesma pastagem com uma barreira física entre elas, permitindo que os animais mais exigentes possam pastejar seletivamente sem competir com os outros.

• Pastejo limite: Tem por objetivo manter os animais em pastagens de baixa qualidade recebendo feno.

• Pastejo diferido: Consiste na vedação de uma área de pastagem, permitindo sua regeneração e o acumulo de massa verde para a utilização posterior no período de inverno.

Segundo Tibau (1979), o sistema Voisin baseia-se em encontrar uma forma

na qual seja possível interromper o pastoreio em determinado momento e manter o pasto em repouso por certo número de dias. O calculo da extensão da área do piquete que é à base do método Voisin, baseia-se na produção de forragem por dia e por hectare e por conseqüência no volume produzido no período de repouso que é de 28 a 30 dias aproximadamente. As gramíneas e as leguminosas possuem uma fase em que seu valor nutritivo atinge um pique, e em seguida decai verticalmente, o que ocorre também com a palatabilidade que influi na quantidade de forragem ingerida por animal.

Estudos demonstram que em um pasto de 10 cm estaria na altura ideal,, no entanto, Moraes (1975) recomendam quem a medida seja de 15 cm, pois o consumo por animal se mantém alto, cerca de 68kg de forragem, e o mesmo animal em uma pastagem de 25 cm consome 32 kg de forragem, ingerindo assim a metade da quantidade de proteína tendo um ganho menor de peso.

As áreas para as divisões não precisam ser exatamente iguais, e sim precisam fornecer uma idêntica produção de pasto. Para que ocorra o sucesso na implementação do sistema Voisin é necessário que se utilizem duas recomendações básicas: consorciação de gramíneas e leguminosas e a preferência por gramas (TIBAU, 1979), ou seja, plantas estoloníferas, isto é que gramem cobrindo o solo, principalmente se o terreno for acidentado.

Desta forma, o estudo procurou avaliar os resultados da implantação do pastejo rotacionado Voisin a partir de apontamentos dos resultados durante o experimento afim de comparar com o sistema convencional.

4. METODOLOGIA

A pesquisa se caracteriza por um estudo descritivo, desenvolvida em propriedade

rural, através de um acompanhamento continuo com objetivo de diminuir as possibilidades de falhas nas analises. Segundo Cooper e Schindler (2003), um estudo descritivo pode ser simples ou complexo, pode ser feito em diversos ambientes, podendo exigir tantas habilidades de pesquisa quanto um estudo casual, necessitando assim de elevados padrões de planejamento e execução.

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Gil (2002), afirma que algumas pesquisas descritivas vão alem da simples identificação da existência de relações entre variáveis, e pretendem determinar a natureza dessa relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa descritiva com vieses explicativos. Além disso, existem pesquisas que embora definidas como descritivas com base em seus objetivos, acabam servindo mais para proporcionar uma visão do problema, o que aproxima das pesquisas exploratórias.

Por ser estudo qualitativo, para realização desta pesquisa foi necessário respeitar todos os critérios de manejo, no intuito de diminuir as possibilidades de influências de variáveis que modifiquem ou anulem seu resultado. Pesquisas qualitativas podem descrever a complexidade de um determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudanças de determinado grupo e possibilitar em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos (RICHARDSON, 1999).

Nesse estudo foram utilizados duas áreas de terra para a realização desta pesquisa, ambos contando com as mesmas medidas, 1 alqueire cada, o primeiro lote sem divisões, o segundo lote foi divido em 30 pequenas partes, de 806,66m2, nas quais o gado permanecera um dia em cada uma. Essas áreas foram selecionadas em uma propriedade rural (Fazenda Touro Branco) com 102 alqueires, situada no município de Luiziania, região noroeste do estado do Paraná. Segundo Gil (2002), pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Essa forma de pesquisa pode ser desenvolvida em qualquer lugar, porem deve conter as seguintes propriedades: manipulação, controle e distribuição aleatória.

A coleta de dados será feita através da pesagem dos animais que ocorrera uma vez por mês, sendo que os animais estarão pelo menos há 8 horas privados da ingestão de pastagens e água. Os animais terão como identificação, brincos que estarão fixados para que seja possível fazer um acompanhamento individual de cada animal.

Serão utilizados dois lotes de animais, ambos da raça nelore, um com cinco animais, outro com dez animais. O primeiro lote será denominado como (A), e representara o pastoreio contínuo, o segundo lote denominado (B) representara o pastoreio racional, o qual é proposto por Voisin. O número de animais do primeiro lote representa à média da região. A opção pela raça Nelore, se deu devido as suas características físicas e econômicas, sendo o Nelore a raça bovina, no Brasil, que possui a carcaça mais próxima dos padrões exigidos pelo mercado, por apresentar porte médio, ossatura fina, leve, porosa e menor proporção de cabeça, patas e vísceras, conferido excelente rendimento nos processos industriais.

Segundo Richardson (1999), as realizações de estudos por amostragem ocorrem quando se torna impossível obter informações de todos os indivíduos que fazem parte do grupo. Seja por que o numero de elementos é demasiado grande, os custos são muito elevados ou ainda porque o tempo pode atuar como fator limitante.

No que se refere aos dados necessários às análises de viabilidade econômica, foram considerados dez passos, segundo Sebrae (2002), com objetivo de gerar dados que foram monitorados e coletados, como subsídio aos cálculos, sendo eles:

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1º passo: Separação dos custos diretos e indiretos; 2º Passo: Estabelecimento do ciclo de produção; 3º Passo: Cálculo do custo de mão de obra direta; 4º Passo: Determinação do custo de máquinas; 5º Passo: Determinação do custo dos insumos; 6º Passo: Totalização dos custos diretos; 7º Passo: Custos indiretos considerados; 8º Passo: Distribuição dos custos indiretos; 9º Passo: Totalização dos custos indiretos; 10º Passo: Cálculo do custo total. 5. RESULTADOS OBTIDOS

De acordo com a análise dos dados notou-se uma similaridade de ganho de peso por animal, do sistema convencional e o sistema Voisin, porém o ganho de peso por área se mostrou superior no sistema rotacionado. Segue abaixo a tabela 1 com os animais e respectivos ganhos de pesos:

Tabela 01: Distribuição de animais

Nº do

Animal

Peso Inicial

23/09/06

Peso Final

22/10/06

Ganho de

Peso Kg

Arroba R$ 62,00 com 50%

rendimento

815 335 350 15 31,00R$ 814 343 373 30 62,00R$ 813 346 371 25 51,67R$ 812 406 429 23 47,53R$ 811 368 397 29 59,93R$

Total 122 252,13R$

810 387 405 18 37,20R$ 809 365 400 35 72,33R$ 808 370 390 20 41,33R$ 807 440 480 40 82,67R$ 806 373 388 15 31,00R$ 805 365 375 10 20,67R$ 804 362 380 18 37,20R$ 803 295 308 13 26,87R$ 802 340 360 20 41,33R$ 801 290 310 20 41,33R$

Total 209 431,93R$

CONTROLE

Lote B

Lote A

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*Nos cálculos com relação ao sistema Voisin foram considerados 27 dias de engorda e descontados 3 dias de adaptação, devido aos animais não estarem familiarizados com o sistema de bebedouros artificiais e acabaram sofrendo um desgaste no início do processo.

Por área, o sistema Voisin proporcionou um aumento de 71,31% no ganho de peso a mais que o sistema convencional, representando assim um ganho extra 87 Kg por alqueire, ou seja, R$ 179,80 a mais que o sistema convencional. Esta análise corrobora com Simão Neto (1986), se a taxa de lotação for baixa, ou às vezes moderada, o resultado do pastejo continuo tem sido similar, ou melhor, que o rotacionado, porém quando a taxa de lotação é alta o rotacionado tem se mostrado superior ao continuo.

Além dos ganhos com relação ao peso por área podemos destacar que através do sistema rotacionado, o produtor conseguirá uma melhor manutenção de suas pastagens, evitando assim a degradação e o mau uso das mesmas. Um dos pontos de destaque é a distribuição das escretas, que é melhor distribuída no sistema Voisin do que no sistema extensivo, proporcionando assim um melhor retorno de nutrientes para as pastagens, através da urina e das fezes dos animais.

Essa mesma recuperação não foi notada na área destinada ao manejo convencional, sendo assim podemos afirmar que ao longo do ano, o produtor sofreria reduções significativas na sua produtividade com relação ao ganho de peso por animais.

Rodrigues e Rodrigues (1987), afirmam que em pastagens utilizadas de forma continua, sem um período de descanso, as plantas vão sendo desfolhadas sucessivamente ate ficarem debilitadas e morrerem cedendo lugar a outras plantas indesejáveis.

Demonstrando ainda mais que, a produtividade inicial dos dois sistemas podem ser semelhantes, porém após o primeiro ciclo de pastejo o sistema Voisin, já se mostrará superior no ganho de peso animal.

Além de que se considerarmos que o experimento utilizou animais com diferentes medidas de peso, similares aos que são encontrados em uma propriedade rural convencional, e considerarmos apenas os pesos dos 5 animais maiores do Lote B (nº 810, nº 809, nº 808, nº 807, nº 806) o qual foi utilizada a técnica de manejo Voisin, notaremos que o ganho de peso por animal foi desde o início, maior do que o do sistema convencional.

Tabela 2: Ganho de peso por lote. Tabela 3: Ganho de peso considerando os animais maiores. *Animais maiores.

Estes resultados podem ser explicados devido aos animais de maior porte exercer influência sobre os animais menores na hora escolher as áreas de pastejo, de beberem água e até nas horas de irem para o cocho de sal.

LoteNúmero de animais por

lote

Ganho de peso médio

30 dias kg/diaA 5 0,813B 10 0,774

LoteNúmero de animais por

lote

Ganho de peso médio

30 dias kg/diaA 5 0,813B 5* 0,984

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Em relação aos custos de implementação do sistema Voisin, abaixo apresenta-se a tabela 4 especificando de maneira ordenada cada grupo de custos, sendo dividida entre custos de instalações, maquinas e equipamentos.

INVESTIMENTO INICIAL

EXPERIMENTO PROJEÇÃO

DISCRIMINAÇÃO QTDE Unitário 10 animais 100 animais 200 animais

Instalações 2.860,30 25.210,00 50.043,00 Madeira – lascas 80 R$ 18,33 R$ 1.466,40 R$ 14.664,00 R$ 29.328,00 Arame Liso 3240 R$ 0,13 R$ 427,68 R$ 4.276,80 R$ 8.553,60 Ferro Barra 5/16 9 R$ 14,18 R$ 127,62 R$ 1.276,20 R$ 2.552,40 Isolador amarelo 176 R$ 1,00 R$ 176,00 R$ 1.760,00 R$ 3.520,00 Braçadeira p/ Ferro 88 R$ 0,70 R$ 61,60 R$ 616,00 R$ 1.232,00 Puxador p/ Porteira 3 R$ 10,00 R$ 30,00 R$ 30,00 R$ 30,00 Mangueira 3/4 rolo 100m 4 R$ 46,00 R$ 184,00 R$ 1.840,00 R$ 3.680,00 Bebedouro Tambor 1 R$ 40,00 R$ 40,00 R$ 400,00 R$ 800,00

Fio elétrico cabo duplex 25mm p/ bomba 100 R$ 3,47 R$ 347,00 R$ 347,00 R$ 347,00

Máquinas e Equipamentos Qtde Unitário 236,00 236,00 450,00

Maquina de Choque 1 R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 150,00

Bomba de Água 1 R$ 166,00 R$ 166,00 R$ 166,00 R$ 300,00

TOTAL 3.096,30 25.446,00 50.493,00 Tabela 1: Investimento Inicial

Nota-se que o produto com maior relevância em relação ao valor investido foi à madeira, devido à utilização de madeira de qualidade no experimento, que possibilitará um período de maior duração da cerca sem a necessidade de um possível reparo ou troca de palanques. Pode-se substituir este material por outros materiais, como por exemplo, eucalipto tratado, estacas de ferro ou palanques de concreto, uma vez que a cerca utilizada não necessita exercer força para conter os animais, já que a mesma trabalha através do sistema de choque elétrico.

Ao longo do processo os animais se acostumaram com a presença do campeiro, e passaram a esperar o momento da troca de pasto, uma vez, que o pasto seguinte se encontrava em melhor qualidade e quantidade de matéria seca disponível.

A qualificação da mão de obra que irá trabalhar com os animais tem grande importância, pois é necessário respeitar os períodos de descanso para que o sistema alcance o sucesso esperado. Diferentemente do sistema convencional, o sistema Voisin ao invés de dificultar o trabalho para o campeiro facilita todo o procedimento de controle e manejo do rebanho, uma vez que o gado se encontra em um lote menor e fechado e com um maior volume de animais concentrado, evitando o desgaste desnecessário dos animais de lida e do próprio campeiro.

Com relação aos custos operacionais podemos destacar os custos fixos e variáveis do sistema. Custos como energia elétrica são considerados custos fixos, pois não variam de acordo com a produção, estes custos estão relacionados aos custos para o funcionamento do sistema, bem como, salários e encargos, pró-labore, honorário contábil, ITR e despesas com viagem.

Abaixo apresenta-se a tabela 5 que com os custos envolvidos no experimento.

Custos e Despesas Fixas

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Período 1° Sem 2° Sem 3° Sem 4° Sem Mensal Energia R$ 1,26 R$ 1,26 R$ 1,26 R$ 1,26 R$ 5,04 Telefone R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 20,00 Pro Labore R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 600,00 Honorários Contábeis R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 8,00 Salários + Encargos R$ 5,63 R$ 5,63 R$ 5,63 R$ 5,63 R$ 22,50 ITR R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 8,00 Despesas com viagem R$ 75,00 R$ 75,00 R$ 75,00 R$ 75,00 R$ 300,00

Total dos custos fixos R$ 240,89 R$ 240,89 R$ 240,89 R$ 240,89 R$ 722,66

Custos Variáveis Período 1° Semana 2° Semana 3° Semana 4° Semana Mensal

Sal mineral R$ 4,20 R$ 4,20 R$ 4,20 R$ 4,20 R$ 16,80 Alimentação R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 20,00 Funrural R$ 2,48 R$ 2,48 R$ 2,48 R$ 2,48 R$ 9,92

Total dos custos Variáveis R$ 11,68 R$ 11,68 R$ 11,68 R$ 11,68 R$ 46,72 Tabela 2: Custos Fixo e Variáveis

Dentre os custos variáveis destacamos a alimentação mineral dos animais, o Funrural pago na comercialização destes e os gastos com a alimentação na visita ao experimento.

Através do DRE conseguiremos ter uma melhor visualização de quanto cada custo representa para o sistema, e nas projeções feitas com lotes de 100 e 200 animais.

Demonstrativo dos Resultados do Exercício - DRE Experimento Projeções

Descriminação 10 Animais 100 Animais 200 Animais Valor da Engorda R$ 431,93 100% R$ 4.319,33 100% R$ 8.638,67 100% Total dos custos Variáveis R$ 46,72 11% R$ 287,20 7% R$ 574,40 7% Sal mineral R$ 16,80 4% R$ 168,00 4% R$ 336,00 4% Alimentação R$ 20,00 5% R$ 20,00 0% R$ 40,00 0% Funrural R$ 9,92 2% R$ 99,20 2% R$ 198,40 2% Total dos custos fixos R$ 963,54 -223% R$ 1.113,40 26% R$ 1.243,80 14% Energia R$ 5,04 1% R$ 50,40 1% R$ 100,80 1% Telefone R$ 20,00 5% R$ 30,00 1% R$ 30,00 0% Pro Labore R$ 600,00 139% R$ 600,00 14% R$ 600,00 7% Honorários Contábeis R$ 8,00 2% R$ 8,00 0% R$ 8,00 0% Salários + Encargos R$ 22,50 5% R$ 45,00 1% R$ 67,50 1% ITR R$ 8,00 2% R$ 80,00 2% R$ 160,00 2%

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Despesas com viagem R$ 300,00 69% R$ 300,00 7% R$ 300,00 3% Lucro Bruto (LOB) R$ (578,33) -134% R$ 2.918,73 68% R$ 6.797,97 79% (-) Depreciação R$ 25,15 6% R$ 211,40 5% R$ 419,53 5% IR e CS R$ (86,75) -20% R$ 437,81 10% R$ 1.019,70 12% (+) Depreciação R$ (491,58) -114% R$ 2.480,92 57% R$ 5.778,27 67%

Resultado R$ (516,73) -120% R$ 2.269,53 53% R$ 7.217,49 84% Tabela 3: Demonstrativo de Resultado do Exercício

Nota-se que os custos fixos, com o aumento do número de animais tornam-se cada vez menos representativos perante o faturamento, indicando assim pelas projeções um ganho de escala significativo com relação ao número de animais.

Já com relação aos custos variáveis, como os mesmos aumentam de acordo com a produção, para o pecuarista seria interessante que com o aumento do número de animais, houve-se uma melhora na negociação com seus fornecedores, obtendo assim preços melhores para os insumos diminuindo a representatividade dos mesmos com relação ao seu faturamento.

No entanto, não foram considerados custos com remédios, vacinas e desverminações, pois neste experimento não houve o uso destes. Porém seriam custos utilizados em ambos os sistemas de manejo.

Os resultados alcançados se mostraram bastante satisfatórios, sendo que para um lote de 10 animais a lucratividade se mostrou menor que para um lote de 200 animais, não caracterizando essa diferença pelo ganho por animal e sim pelo melhor rateio dos custos fixos com relação ao número de animais.

Resultados

Projeções 10 animais 100 Animais 200 Animais

Investimento Total R$ 3.096,30 R$ 25.446,00 R$ 50.493,00

Investimento em Reais por Animal R$ 309,63 R$ 254,46 R$ 252,47

Ganho por Animal R$ 43,19 R$ 43,19 R$ 43,19

Custo por Animal R$ 103,54 R$ 16,12 R$ 11,30

Lucro por Animal R$ (60,35) R$ 27,07 R$ 31,89

Ponto de Equilíbrio- meses 7,17 5,89 5,84

Lucratividade -119,6% 52,5% 83,5%

Ganho a mais em Reais por alqueire R$ 179,80 R$ 1.798,00 R$ 3.596,00 Tabela 4: Resultados obtidos e projeções

Quanto maior for o rebanho menor serão os custos por animal e menores serão os investimentos para a implantação por animal do sistema. Mostrando que com a utilização do sistema Voisin, pode-se conseguir uma boa economia em escala significativa.

Os índices de lucratividade por animal, em parte, estão relacionados ao preço da arroba utilizado para o calculo, de R$ 62,00, representada pela cotação do ultimo dia do experimento, sendo esta acima dos valores médios históricos para a região.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como propósito destacar a importância de iniciativas empreendedoras na pecuária de corte. Para isso, foi apresentado um experimento em pastejo rotacionado em uma propriedade no noroeste do Paraná.

Através do levantamento dos dados obtidos pela realização do experimento, notou-se que o Sistema Voisin se mostrou mais rentável do que o sistema convencional de manejo de pastagem. Comprovando assim a sua viabilidade de implementação em um curto período de tempo. Ressalta-se aqui, que o empreendedorismo rural não está necessariamente relacionado à identificação de oportunidades a partir de inovações tecnológicas, mas sim, da adequada aplicação de técnicas de manejo que, por vezes, fazem parte da literatura de várias décadas.

Considerando as ansiedades dos empresários no que se refere aos resultados financeiros, a implementação deste sistema racional de manejo de pastagem seria uma das alternativas, para o produtor conseguir enfrentar as dificuldades decorrentes das épocas de baixo preço do produto, bem como a necessidade de ampliação da sua margem de lucratividade, por meio da redução dos seus custos por área.

Devido à relativa simplicidade na aplicação e no baixo custo, esta técnica, se aplicada em pequenas e médias propriedades rurais poderia melhorar o desempenho do setor no Brasil levando ao aumento da produção e possível aumento na participação no comércio internacional de carne, conforme destaca Oliveira et.al. (2006).

Um das mudanças necessárias observadas no experimento, foi com relação à qualificação da mão-de-obra necessária ao sistema de manejo rotacionado Voisin. Uma vez que a carga de trabalho e os tipos de cercas mudam consideravelmente se comparados com o sistema convencional. Desta forma, enfatiza-se a importância da formação acadêmica ou em cursos de extensão a fim de promover o treinamento dos recursos humanos envolvidos no processo. É oportuno destacar a necessidade da visão empreendedora dos gestores para o sucesso da implantação de mudanças no meio pecuário. Em estudo elaborado entre os alunos de ciências agrárias, BastianI e Silva ( 2003), procuraram entender a visão de empreendedorismo entre estes alunos. Os resultados apresentam uma visão superficial em relação aos conceitos do empreendedorismo. Para os alunos, a universidade não está contribuindo para que o sonho de ser empreendedor se transforme em realidade, considerando ao término do curso a principal intenção dos alunos da ciências agrárias está em conseguir um emprego e não de empreender com objetivo de melhorar a realidade da propriedade rural dos seus pais. O bom resulta do experimento se deve em parte, pelo acompanhamento feito a partir de técnicas administrativas com o demonstrativo de resultados, o planilhamento e comparação do desempenho do peso e as projeções de produção. Para isso a experimentos como os apresentados aqui, necessitam de uma visão empreendedora, em que, o proprietário alia os conhecimentos adquiridos em sala de aula e os aplica a fim de analisar e planejar a implantação do projeto. Pode-se assim concluir que a para que a tecnologia modifique a realidade de um setor são necessárias iniciativas empreendedoras para promover as mudanças esperadas nas propriedades rurais.

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