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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão Empresarial com ênfase em Marketing e Recursos Humanos Luís Augusto Paiva EMPREENDEDORISMO LINS – SP 2008

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão Empresarial com

ênfase em Marketing e Recursos Humanos

Luís Augusto Paiva

EMPREENDEDORISMO

LINS – SP

2008

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LUÍS AUGUSTO PAIVA

EMPREENDEDORISMO

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Empresarial com ênfase em Marketing e Recursos Humanos sob a orientação dos Professores M.Sc. Eduardo Teraoka Tófoli e M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

LINS – SP

2008

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LUÍS AUGUSTO PAIVA

EMPREENDEDORISMO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de especialista em Gestão Empresarial com ênfase em

Marketing e Recursos Humanos.

Aprovada em:____/____/____

Banca Examinadora:

Prof. M.Sc. Eduardo Teraoka Tófoli

Mestre em Administração pela Uni-FACEF de Franca – SP

_______________________________________________________________

Prof. M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG

_______________________________________________________________

LINS – SP

2008

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DEDICATÓRIA

A todas as pessoas que direta ou

indiretamente contribuíram para a

conclusão desse trabalho.

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AGRADECIMENTOS

À DEUS pela vida e proteção;

À toda a minha família pelo companherismo;

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RESUMO

Já não é mais possível para o empresário dedicar-se basicamente a

tocar os seus negócios, sem as preocupações radicais com o ambiente externo e ao que vive. Nos dias de hoje, tudo isso ficou frenético e acontece que uma empresa pode perder mercado em questão de dias, isso se o seu principal executivo não estiver bem atento em tudo que acontece à sua volta, se mostrando com alto grau de competitividade, tendo uma visão diferenciada do mercado, e em fim, se mostrando melhor do que a média. É essa realidade que esta fazendo com que o empreendedor seja a peça chave de uma empresa, pois mesmo em situações difíceis, e altamente estressantes, ele pode visualizar as saídas e se imaginar vitorioso ao objetivo determinado. E ainda, se algo der errado e a sua visão lhe causar um fracasso, ele é capaz de se levantar e de começar tudo de novo. A tarefa de transformar potencial mercadológico em uma empresa de sucesso é de inteira responsabilidade do empreendedor. É preciso enfatizar que a técnica, por si só, não assegura o sucesso do empreendimento. Ele é produto da competência com que o empreendedor a escolhe, usa e ajusta em busca da concretização de sua meta e de seu projeto. Hoje em dia, pratica-se empreendedorismo em todas as áreas da nossa vida. O Brasil vive um momento especial para o empreendedorismo e os investidores estrangeiros estão compreendendo isso e vendo o Brasil como país das oportunidades. Percebendo esta importância o objetivo desse trabalho é de verificar a importância de um empreendedor dentro de uma empresa. Palavras-chave: Liderança; Inovação; Empreendedorismo.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: A diferença entre a formação gerencial e a formação

empreendedora ..........................................................................................

Quadro 2: Comparação entre o gerente tradicional e o empreendedor

tradicional ...................................................................................................

Quadro 3: Comparação dos domínios empreendedor e administrativo .....

Quadro 4: O processo empreendedor ........................................................

16

17

35

42

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10

CAPÍTULO I – O QUE É EMPREENDEDORISMO? ....................................... 12

1 EMPREENDEDORISMO....................................................................... 12

1.1 Origem do empreendedorismo.............................................................. 12

1.2 Conceitos de empreendedorismo.......................................................... 13

1.3 Diferenças e similaridades entre o administrador e o empreendedor.... 15

1.4 A formação e o perfil do empreendedor ................................................ 15

CAPÍTULO II – O EMPREENDEDOR.............................................................. 18

2 O QUE É SER UM EMPREENDEDOR ................................................. 18

2.1 Conceitos .............................................................................................. 18

2.1.1 Origem dos empreendedores................................................................ 19

2.2 Características do empreendedor ......................................................... 20

2.3 O perfil do empreendedor...................................................................... 22

2.3.1 Características comuns ......................................................................... 25

2.3.2 Atividades empreendedoras.................................................................. 27

2.4 O líder empreendedor ........................................................................... 30

CAPÍTULO III – EMPREENDEDORISMO NO BRASIL................................... 33

3 COMO DESENVOLVER EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .......... 33

3.1 O empreendedorismo no Brasil e programas voltados ao

empreendedor.................................................................................................. 35

3.2 O processo empreendedor.................................................................... 41

3.3 Empreendedorismo hoje ....................................................................... 43

3.4 Diferencial da empresa que possui profissional com perfil

empreendedor.................................................................................................. 44

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CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 46

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 48

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INTRODUÇÃO

O mundo tem passado por várias transformações em curto período de

tempo, principalmente no século XX, quando foi criada a maioria das invenções

que revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Geralmente essas invenções

são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma visão de como utilizar coisas

já existentes, mas que ninguém anteriormente ousou olhar de outra maneira.

Por trás dessas inovações existem pessoas ou equipes de pessoas com

características especiais, que são visionários, que empreendem.

O empreendedorismo representa uma área do conhecimento da

administração que tenta acompanhar a velocidade das mudanças do

capitalismo na nova economia. Trata-se de uma nova cultura, uma nova

abordagem sobre a forma de se produzir riquezas.

O empreendedor na sociedade atual é uma das peças mais importantes

na economia, pois parte dele gera o crescimento nacional. É a partir de sua

criatividade, empenho, e criação de novos produtos e serviços que o mesmo se

destaca no cenário profissional.

Empreendedor é sinônimo de empresário, ou seja, empreendedores são

pessoas que exercem atividades empresariais. Entretanto, ser empreendedor

na concepção da psicologia, é ter alta necessidade de realização além das

tendências ou características comportamentais, e não implica necessariamente

em atuação empresarial. (DORNELAS, 2001)

Com isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica, com o objetivo de

verificar a importância de um empreendedor dentro de uma empresa. Verificar

as ferramentas que o empreendedor utiliza nas empresas, entender como se

aplica o empreendedorismo dentro das empresas e pesquisar os benefícios

que um empreendedor traz para a empresa.

Durante a pesquisa surgiu o seguinte questionamento: para a empresa,

uma pessoa com perfil empreendedor, ajuda a mesma a melhorar o potencial

mercadológico?

Em resposta, percebe-se que a empresa que possui profissional com

perfil empreendedor, consegue ajudar a empresa melhorar seu potencial

mercadológico.

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O trabalho está assim dividido:

Capítulo I: trata dos conceitos do empreendedorismo?

Capítulo II: apresenta as características do empreendedor.

Capítulo III: retrata o empreendedorismo no Brasil.

Por fim, vem as considerações finais.

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CAPÍTULO I

O QUE É EMPREENDEDORISMO?

1 EMPREENDEDORISMO

Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu

perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.

Empreendedor é utilizado para designar, principalmente, as atividades de quem

se dedica a geração de riquezas, seja na transformação de conhecimentos em

produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento, ou na inovação em

áreas como marketing, produção, organização, entre outras. (WIKIPEDIA,

2008)

O empreendedor é o agente do processo de destruição criativa que, de

acordo com Schumpeter (apud FROES; MELO NETO, 1999), é o impulso

fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista,

constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, novos

mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos menos

eficientes e mais caros.

1.1 Origem do empreendedorismo

Dolabela (1999), destaca que o empreendedorismo é um neologismo

derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para

designar estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu

sistema de atividades, seu universo de atuação. A palavra empreendedor, de

emprego amplo, é utilizada para designar principalmente as atividades de

quem se dedica à geração de riquezas, seja na transformação de

conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento

ou na inovação em áreas como marketing, produção, organização, entre

outros.

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Um exemplo inicial da primeira definição de empreendedor como "intermediário" é Marco Pólo, que tentou estabelecer rotas comerciais para o Extremo Oriente. Na idade Média, o termo empreendedor foi usado para descrever tanto um participante quanto um administrador de grandes projetos de produção. Em tais projetos, esse indivíduo não corria risco: simplesmente administrava o projeto usando os recursos fornecidos, geralmente pelo governo do país. A reemergente conexão de risco com empreendedorismo desenvolveu-se no século XVII, com o empreendedor sendo a pessoa que ingressava em um acordo contratual com o governo para desempenhar um serviço ou fornecer produtos estipulados. Finalmente, no século XVIII, a pessoa com capital foi diferenciada daquela que precisava de capital. Em outras palavras, o empreendedor foi diferenciado do fornecedor de capital (o investidor de risco na atualidade). Uma das causas para a diferenciação, foi a industrialização, as invenções desenvolvidas que eram reações às mudanças no mundo. (HISRICH; PETERS, 2004, p.27).

Em meados do século XX, estabeleceu-se a noção de empreendedor

como inovador. O conceito de inovação e novidade é uma parte integrante do

empreendedorismo nessa definição, sendo essas uma tarefa das mais difíceis

para o empreendedor. Exige não só a capacidade de criar e conceitualizar,

mas também a capacidade de entender todas as forças em funcionamento no

ambiente. A novidade pode ser desde um novo produto e um novo sistema de

distribuição, até um método para desenvolver uma nova estrutura

organizacional. (HISRICH; PETERS, 2004)

1.2 Conceitos de empreendedorismo

Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu

perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.

(WIKIPEDIA, 2008)

O empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor

dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros,

psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes

recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal. Em quase

todas as definições de empreendedorismo, há um consenso de que se está

falando de uma espécie de comportamento que inclui: tomar iniciativa,

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organizar e reorganizar mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar

recursos e situações para proveito prático, aceitar o risco ou o fracasso.

Para o economista, um empreendedor é aquele que combina recursos,

trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes.

Para um psicólogo tal pessoa é geralmente impulsionada por certas forças – a

necessidade de obter ou conseguir algo, experimentar, realizar ou talvez

escapar à autoridade de outros. Para alguns homens de negócios, um

empreendedor aparece como uma ameaça, um concorrente agressivo,

enquanto para outros, o mesmo empreendedor pode ser um aliado, uma fonte

de suprimento, um cliente ou alguém que cria riquezas para outros. O

empreendedorismo é o processo dinâmico de criar mais riqueza. A riqueza é

criada por indivíduos que assumem os principais riscos em temos de

patrimônio, tempo e/ou comprometimento com a carreira ou que provêem valor

para algum produto e serviço. (HISRICH; PETERS, 2004)

O empreendedorismo oferece graus elevados de realização pessoal. Por

ser a exteriorização do que se passa no âmago de uma pessoa, e por receber

o empreendedor com todas as suas características pessoais, a atividade

empreendedora faz com que trabalho e prazer andem juntos, por esse motivo

deve-se motivar e estimular a introdução da cultura empreendedora nas

escolas, para que mais e mais os jovens aprendam a ter atitudes

empreendedoras na área que escolherem para atuar.

O empreendedorismo é um processo que faz com que uma pessoa, que

tenha formação superior ou não, se capacite, muitas vezes por intuição, a

desenvolver um negócio próprio. Isso tem tudo a ver com o desejo dessa

pessoa em distinguir-se pelo seu status ou por ver realizada uma idéia sua.

Isso tem tudo a ver com a cultura da pessoa. O empreendedorismo é algo que

se ensina, para ajudar a desenvolver na cabeça das pessoas o desejo de criar

algo novo, de lançar um serviço novo, de fazer algo diferente do que as

pessoas vêm fazendo.

Pode-se até dizer que, em boa parte, essa aspiração pelo novo é inata,

isto é, a pessoa já nasce com esse impulso empreendedor. Isso é o que

explica vários casos de pessoas que não tiveram formação especial, que não

vinham de famílias abastadas e que acabaram criando negócios, que se

tornaram verdadeiros impérios, como por exemplo, Samuel Klein (Casas

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Bahia), os Diniz (Pão de Açúcar), os Matarazzo (indústrias). Muitas vezes, a

análise da vida de muitos empreendedores revela que foram empregados de

alguma empresa, mas em determinado momento encontraram um jeito

especial, diferente, de analisar um serviço, de conceber um produto, descobrir

um nicho ou um segmento onde poderia sair vencedor. (MAINARDI, 2008)

1.3 Diferenças e similaridades entre o administrador e o empreendedor

O administrador tem sido objeto de estudo há muito mais tempo que o

empreendedor. As análises efetuadas sobre o trabalho do administrador e a

proposição desse autor de um modelo geral para interpretar esse trabalho

talvez resumam as principais abordagens existentes para se entender o

trabalho do administrador ao longo dos últimos anos. (DORNELAS, 2001)

Os administradores diferem em dois aspectos: o nível que eles ocupam

na hierarquia, que define como os processos administrativos são alcançados, e

o conhecimento que detém segundo o qual são funcionais ou gerais. Em

relação aos níveis, o trabalho administrativo pode ser identificado como: de

supervisão, médio e alto. Os supervisores tratam de operações de uma

unidade específica, como uma seção ou departamento. Os médios ficam entre

os mais baixos e os de alto nível na hierarquia de uma organização. E os

administradores de alto nível são aqueles que têm a mais alta responsabilidade

e a mais abrangente rede de interações. (DORNELAS, 2001)

O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos

atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a

características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova

empresa. De uma idéia, surge uma inovação, e desta, uma empresa.

1.4 A formação e o perfil do empreendedor

Assim como a formação gerencial, a formação empreendedora também

pode ser facilmente aprendida e desenvolvida, e ambas apresentam as

seguintes diferenças:

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FORMAÇÃO GERENCIAL

FORMAÇÃO EMPREENDEDORA

Baseada em cultura de afiliação. Baseada em cultura de liderança.

Centrada em trabalho de grupo e

comunicação de grupo.

Centrada na progressão individual.

Trabalha no desenvolvimento de

ambos os lados do cérebro com

ênfase no lado esquerdo.

Trabalha no desenvolvimento de

ambos os lados do cérebro com

ênfase no lado direito.

Desenvolve padrões que buscam

regras gerais e abstratas.

Desenvolve padrões que buscam

aplicações específicas e concretas.

Baseada no desenvolvimento do

autoconhecimento com ênfase na

adaptabilidade.

Baseada no desenvolvimento do

autoconhecimento com ênfase na

perseverança.

Voltada para aquisição de know-how

em gerenciamento de recursos e da

própria área de especialização.

Voltada para aquisição de know-how

direcionado para definição de

contextos que levem à ocupação de

um lugar no mercado.

Fonte: GREATTI; SENHORINI, 2000, p.31

Quadro 1: A diferença entre a formação gerencial e a formação empreendedora

De acordo com a formação recebida pela sociedade, o profissional pode

desenvolver tanto características gerenciais como empreendedoras, no

entanto, é de fundamental importância que o indivíduo trabalhe mais o seu lado

empreendedor, buscando sempre inovar e criar novos caminhos para realizar

as tarefas do seu dia-a-dia. Segue abaixo a comparação entre os perfis de um

gerente tradicional e de um empreendedor tradicional (Quadro 2).

continua

GERENTE TRADICIONAL EMPREENDEDOR

TRADICIONAL

MOTIVAÇÃO Motivado pelo poder. Motivado pela liberdade de

ação, automotivado.

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17

continuação

ATIVIDADES Delega sua autoridade. O

trabalho de escritório

mobiliza todas as suas

energias.

Arregaça as mangas.

Colabora no trabalho dos

outros.

COMPETÊNCIAS Usualmente formado em

administração. Possui

habilidades políticas.

Tem mais faro para os

negócios que habilidades

gerenciais ou políticas.

Freqüentemente tem uma

formação em engenharia.

CENTRO DE

INTERESSE

Sobretudo os

acontecimentos internos da

empresa.

Principalmente a tecnologia

e o mercado.

O ERRO E O

FRACASSO

Esforça-se para evitar os

erros e as surpresas.

Considera o erro e o

fracasso como ocasião

para se aprender alguma

coisa.

DECISÕES Aprova as decisões dos

seus superiores. Certifica-

se do que eles querem

antes de agir.

Segue a sua própria visão.

Toma as suas próprias

decisões e privilegia a ação

em relação à discussão.

ATITUDE

FRENTE AO

SISTEMA

Vê a burocracia com

satisfação; ela protege seu

status e poder.

Se o sistema não o satisfaz

ele o rejeita para constituir

o seu.

RELAÇÃO COM

OS OUTROS

Funciona tendo a

hierarquia como principio

básico.

As transações e as

negociações são os seus

principais modos de

relação.

Fonte: GREATTI; SENHORINI, 2000, p.36

Quadro 2: Comparação entre o gerente tradicional e o empreendedor

tradicional

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CAPÍTULO II

O EMPREENDEDOR

2 O QUE É SER UM EMPREENDEDOR

2.1 Conceitos

A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer

dizer aquele que assume riscos e começa algo de novo. (WIKIPEDIA, 2008)

Essa palavra não é nova no meio empresarial, talvez tenha tido outras

denominações, mas a sua origem vem de longa data e é quase consenso geral

na visão de muitos autores.

Antigamente falava-se em comerciante, negociante, homem de negócios

e até mais recentemente empresários. Hoje, o termo empreendedor é muito

ouvido e debatido tanto no meio acadêmico como literário. São obras e revistas

e cursos que abordam o assunto, tornando este termo conhecido de todos.

Apesar de vários autores esboçarem um conceito próprio, todos acabam

concordando que para ser empreendedor de sucesso é preciso ter certas

caracetrísticas.

O empreendedor é o agente do processo de destruição criativa, é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros. (DEGEN, 1989, p. 2)

Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar,

principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora, de

se dedicar às atividades de organização, administração, execução;

principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e

bens em novos produtos – mercadorias ou serviços; gerando um novo método

com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com

sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é

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utilizado – no cenário econômico - para designar o fundador de uma empresa

ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não

existia. (WIKIPEDIA, 2008)

Segundo Sebrae (2008), o empreendedor é uma pessoa que congrega

risco, inovação, liderança, vocação artística, habilidade e perícia profissional

em uma fundação sobre a qual constrói um time motivado. Esse grupo de

seres humanos, às vezes sem se conhecerem previamente, desenvolve uma

nova empresa.

2.1.1 Origem dos empreendedores

Para Degen (1989), há alguns fatores limitantes ao aparecimento de

empreendedores: a imagem social que um bom emprego possa proporcionar

pode ser um fator que iniba o início de um empreendimento, em razão do

conforto e do status que ele proporcione ao empregado. Enquanto isso, a

disposição para assumir riscos deve ser encarada como uma das

características essenciais no caráter do empreendedor, porém todos os

homens de negócios querem assumir riscos em um novo empreendimento. Já

os capitais sociais, que é formado pela nossa herança educacional, religiosa e

familiar, podem influenciar na nossa intelectualidade, conseqüentemente,

inibindo o espírito empreendedor que há dentro de nós.

Os executivos, ao contrário, seguiam as regras do jogo empresarial

mecanicamente. O motivo principal pelo qual ingressaram em empresas foi

evitar riscos, obter recompensas realistas, alcançar metas atingíveis, fazer

parte de uma equipe. Era cômodo trabalhar para uma grande organização, em

que tinham acesso a numerosos recursos, contavam com a aprovação de

superiores hierárquicos e a satisfação de subir todos os escalões, e recebiam

benefícios e aumentos salariais periódicos.

De acordo com Degen (1989) devem-se primordialmente analisar alguns

motivos que levam as pessoas, com potenciais para serem empreendedores,

não se tornarem efetivamente empreendedores. Segundo o autor, apesar de

muitos dos executivos das empresas agirem como verdadeiros

empreendedores, esses não o são, porque são inibidos pela imagem social e a

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segurança financeira que esses empregos oferecem, ou ainda pelo capital

social herdado. De acordo com Zoghlin (1994), os executivos experientes estão

se tornando empreendedores, pelo fato de serem demitidos das empresas, ou

por serem tolhidos da iniciativa empreendedora.

Essa idéia conflita diretamente com a opinião de Pinchot III (1989) e

Oliveira (1991), os quais entendem que o sujeito para ser empreendedor não

necessariamente tem que sair da empresa para fundar outra, mas pode ser

empreendedor na própria empresa onde trabalha. O empreendedor não é

apenas aquele indivíduo que fundou ou que é o dono da empresa, contudo

também é aquele que cria e tem idéias inovadoras, as quais, se postas em

prática, trarão resultados eficazes e, logicamente, sucesso para a empresa.

Para Drucker (1987), o empreendedor não é um capitalista, bem como

não é um empregador, embora possa ser as duas coisas, porém pode ser

também um empregado ou um auto-empregado, para tal, basta que ele seja

inovador.

Para Dolabela (1999) a situação econômica dos países, em especial de

terceiro mundo como Brasil impulsionaram o crescimento do

empreendedorismo para o desenvolvimento econômico local, regional e

nacional.

2.2 Características do empreendedor

Percebe-se que nesta visão atual o empreendedor é tido como uma

pessoa que têm uma visão mais abrangente, holístico, com habilidades

próprias e um espírito empreendedor desatável dos demais segmentos.

"O empreendedor é um ser social, produto do meio em que vive (época

e lugar). É um fenômeno regional, ou seja, o perfil do empreendedor pode

variar de um lugar para o outro". (DOLABELA, 1999, p. 28)

Desta forma, percebe-se que determinadas regiões que têm muitos

empreendedores, tem que ser levado em conta também além dos incentivos

fiscais, o espírito empreendedor dos cidadãos que residem nestas regiões. É a

questão cultural, social e acima de tudo o entusiasmo que as pessoas vêem

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nos seus semelhantes e acabam se contagiando passando também a ser

empreendedor.

Navarro (2000) vai mais longe e afirma que a discussão sobre o

empreendedor é muito ampla, mas o acesso ao seu conceito e aplicação não

tem a mesma proporção em nosso país, pois se hoje um em cada oito

brasileiros é empreendedor, a grande maioria o faz por necessidade.

Talvez seja por isso que muitas empresas acabam falindo antes dos

cinco anos de existência, pois acabam aventurando-se num negócio, sem

muitas experiências, agem assim mais por necessidade de sobrevivência do

que por espírito empreendedor. (NAVARRO, 2000)

Percebe-se então que para ser empreendedor é preciso ter iniciativas,

idéias, mudar e inovar constantemente e, isso passa pela busca da melhoria

contínua seja do produto, serviço ou do desempenho na função que exercer. O

empreendedor na realidade é um grande inquieto. Ele precisa estar se

desafiando, se superando com freqüência.

... a meu ver, o empreendedor é um otimista, uma pessoa repleta de energia voltada para realizar, portanto, analisa tudo com muito critério e não esquece nenhum detalhe, mas sem dar mais crédito ao pessimismo do que dá às oportunidades que podem surgir, mesmo em situações adversas. (NAVARRO 2000, p. 35)

Desta forma pode-se dizer que ser empreendedor, é ter uma concepção

de vida diferente da maioria das pessoas, ou seja, é realizar tarefas com metas

e objetivos bem definidos, é resolver problemas com decisão e iniciativa, é

enfrentar desafios, enfim é saber desafiar padrões e ir além do pensamento

comum que caracteriza a maioria das pessoas.

O importante é saber que o êxito de um empreendimento, tanto

profissional quanto pessoal, pode ser gerenciado, e isto está diretamente

relacionada com a prática de gestão. E quando se fala em prática de gestão, se

fala em intenção, propósito, objetivo. É preciso, portanto, ter foco em

resultados, pois gerenciar e inovar são a mesma coisa, mas a inovação deve

criar valor senão é uma mera novidade. (NAVARRO, 2000)

Cada empreendedor tem características especificas, mas certamente o

que não foge à regra é esse desejo de fazer as coisas diferentes, desejo de

inovar, o que caracteriza o espírito empreendedor e não conformista. Quem se

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deixa levar por esse espírito, sempre acha que as coisas podem ser melhores,

que pode ter autonomia para tomar suas decisões, conduzir sua carreira

desenvolver suas especialidades, sua competência, suas expertises. Alguém

que sabe que é o conhecimento especifico, o know how adquirido pela sua

experiência, com seus estudos, sua atualização, que irão lhe dar oportunidade

de fazer sucesso. Para ser bem-sucedido, o empreendedor deve ser

extremamente atualizado em relação ao mercado e às suas tendências. Existe

dentro dele uma certa ambição, sabe liderar equipes, trabalhar em grupo, ter

confiança em si e, ao mesmo tempo, nos outros. (MAINARDI, 2008)

2.3 O perfil do empreendedor

O que se pergunta no momento, é qual o perfil ideal de um

empreendedor, isto é, se existe um perfil a ser seguido, ou se o empreendedor

já nasce pronto, sabendo tudo, sem ser preciso se atualizar, comparar e acima

de tudo aprender?

Segundo Dolabela (1999) o perfil do empreendedor tem tudo a ver com

o meio ambiente onde vive, pois o mesmo é produto do meio em que vive, isto

é, se o indivíduo tem na família alguém empreendedor ou mora numa cidade

em que as pessoas estão sempre abrindo alguma empresa, investindo em

algum negócio, isto acaba contagiando-o, e motiva-o a ter o seu próprio

negócio, isto é, acabam se tornando empreendedores porque observam no seu

amigo ou parente alguma atividade que está lhe rendendo lucros e bem estar

social.

Reforça-se desta maneira a teoria de que o ambiente onde as pessoas

vivem acabam influenciando decisivamente o número de empresas a serem

criadas, desenvolvidas, gerando empregos e riquezas para a região ou país ao

qual pertence.

Em primeiro lugar é necessário confrontar os mitos sobre pessoas nascidas para o sucesso com as pessoas nascidas para o fracasso. Pesquisadores e estudiosos investigaram centenas de pessoas de grande sucesso e identificaram algumas características que estão presentes em todas elas, alguns caminhos que se repetem e que pode-se seguir para alcançar o próprio sucesso. (DUTRA, 2001, p. 14)

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A estas questões Dolabela (1999), afirma que o empreendedorismo não

é uma ciência, portanto, não existem paradigmas ou padrões a ser seguido.

Percebe-se que muitos vêem a empresa como um instrumento que vai

lhe permitir mostrar aos outros que ele tem capacidade de obter o sucesso e

ser destacado entre os demais. Entretanto, é preciso salientar que o

empresário precisa ser muito flexível e atento às inovações, para isto deve ter

conhecimentos diferenciados em cada etapa onde a empresa se encontra.

E quando se fala em inovação, é perceptível que somente aqueles

empreendedores que se atualizaram, se adequaram ao novo modelo

econômico mundial e que acima de tudo inovaram em suas empresas foram os

que ainda até hoje se sustentam em seus empreendimentos.

Ainda com relação a inovar, de acordo com Nobrega (2004), no

passado, tinha a ver com supervisionar, porém, ninguém precisa mais de

supervisores. Supervisão é coisa de industrial. O que está faltando hoje é

empreendedor voltado para a gestão em resultados. E, para isso é importante

que o empreendedor acredite em si e faça com que os outros também

acreditem no mesmo.

A empresa moderna precisa ser gerenciada como um todo, onde o

planejamento deve ser bem elaborado e acima de tudo deve haver cobranças

de comprometimento de seus colaboradores (funcionários).

Sabe-se que com o advento da globalização, ser empreendedor hoje no

Brasil não é muito fácil, é a concorrência acirrada, os impostos cada vez mais

verozes e a falta de comprometimento dos funcionários, causados pelo

despreparo dos mesmos. Citar exemplos de empresas bem sucedidas são

raros. Segundo o Sebrae (2008), de cada 100 empresas abertas no país, 35

não chegam ao final do primeiro ano de vida; 46 não sobrevivem ao segundo;

e, 56 desaparecem no terceiro ano de vida.

Percebe-se então o quanto é difícil ser empreendedor neste país, pois é

preciso ter muita competência para sobreviver num ambiente econômico, de

altos e baixos, com juros extravagantes e linhas de créditos reduzidas.

Mesmo assim, Chiavenato (1993), afirma que espírito empreendedor,

determinação e criatividade são fundamentais, mas têm se mostrado

insuficientes para muitas pessoas que abrem seu próprio negócio. A causa

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maior do fechamento de empresas pode estar na falta de informação e no uso

de modelos puramente intuitivos de gerenciamento.

Percebe-se então que para ser empreendedor, além da competência é

preciso ter um mínimo de conhecimento, estar atentamente informado e saber

usar as ferramentas de gerenciamento atuais, tais como montar uma equipe,

gerenciar a produção, cuidar do marketing e, principalmente das finanças.

Lobos (2002), explica que existem alguns traços de personalidade

percebidos nos verdadeiros empreendedores e cita-as como sendo a visão,

isto é, empreendedores que enxergam longe, onde normalmente seus

concorrentes ainda não perceberam. Afirma ainda que os empreendedores têm

que ter energia, uma força interna capaz de mover montanhas, e acima de tudo

precisam deixar sua marca em tudo o que realiza.

Percebe-se que na visão destes autores, os empreendedores são

visceralmente competitivos, isto é, querem ser os primeiros em tudo, ocupando

os espaços o tempo todo. Destacando-se dos demais, sendo audaciosos,

ambiciosos e tendo como meta o sucesso.

Diante destas colocações, pode-se então traçar algumas características

mínimas que os empreendedores deverão ter para obterem sucesso nos seus

empreendimentos. Sabe-se, entretanto, que não existe um modelo ou perfil a

ser recomendado, porém, diversos autores, baseado em experiências,

esboçam algumas características mínimas do empreendedor de sucesso.

(LOBOS, 2002)

Na verdade, o empreendedor pode ser comparado a um líder de banda,

que dá liberdade a todos os músicos, deles extraindo o que têm de melhor,

mas consegue transformar o conjunto em algo harmônico, seguindo uma

partitura, um tema, um objetivo. O empreendedor deve definir objetivos,

orientar a realização de tarefas, combinar métodos e procedimentos práticos,

incentivar as pessoas no rumo das metas definidas e produzir condições de

relacionamento equilibrado entre a equipe de trabalho em torno do

empreendimento.

Precisa orientar para resultados, para o futuro, para o longo prazo e

conhecer muito bem o ramo em que atua, cultivando a imaginação e aprender

a definir visões; traduzindo seus pensamentos em ações; definindo o que deve

aprender para realizar as suas visões. É importante ser pró-ativo diante daquilo

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que deve saber, ou seja, primeiramente definir o que quer, aonde quer chegar,

depois buscar o conhecimento que lhe permitirá atingir o objetivo.

De todas estas características, percebe-se que ser empreendedor é

muito mais do que ser apenas um aventureiro nos negócios, pois para tudo

precisa-se acima de tudo um planejamento. Por isso, é muito comum se ouvir o

nome de pessoas que tiveram sucesso nos seus empreendimentos. Entretanto

é comum também ouvir história de pessoas que atingem o topo e depois

desabam. Este é um drama que acontece desde o início dos tempos.

De acordo com Muoio (1999), o maior caso de confusão de identidade

na sociedade moderna diz respeito aos quatro marcos de sucesso público:

dinheiro, poder, fama e status. Ainda diz que não tem nada contra estas

ferramentas desde que estas sejam vistas como recursos, armas e não como

metas a alcançar.

Já em outra visão, Nóbrega (1999), diz que o futuro valorizará cada vez

mais o trabalhador da inteligência. E arremata assim: você tem duas opções:

ou caminha para o futuro com as próprias pernas ou será rebocado para lá.

Percebe-se então que não se pode ficar parado esperando que tudo

caia do céu. É preciso reagir. E aí talvez surja um grande dilema: como manter

ou melhorar o desempenho na empresa e ainda preservar a qualidade de vida.

Certamente o perfil empreendedor é inato. No entanto, a influência da

educação familiar e do meio cultural tem parcela significativa na formação de

empreendedores, no entanto a possibilidade de treinamento e desenvolvimento

dessas características pode auxiliar na formação de empreendedores, desde

que haja energia e determinação para tal.

2.3.1 Características comuns

Pode-se ter uma visão de quais são as características comuns que

proporcionam o sucesso do empreendedor ou promovem o novo diretor, ou um

empresário de sucesso, cada uma delas é um tesouro capaz de criar novos

negócios com êxito, segundo Dolabela (1999):

a) objetivo definido: os objetivos funcionam como um potente motor,

são capazes de impulsionar a empresa e as pessoas que nela

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trabalham. Sem sua força orientadora dificilmente nos moveremos na

direção certa. Tudo deve girar e levar a um foco, é o motivo maior do

trabalho diário é o motivo maior da existência;

b) visão global: enxergar oportunidades que pessoas normais não

enxergam, procurar oportunidades no cotidiano das pessoas.

Procurar estar em constante transformação e antenado com as

tendências tecnológicas e mudanças no mercado. Geralmente o

empreendedor antevê as coisas, antecipa-se aos problemas para

não deixá-los acontecer;

c) iniciativa: o empreendedor não possui a chamada síndrome do

empregado, ele não segue somente o que é estabelecido, ou resolve

somente os problemas identificados, mas soluciona problemas e

falhas antes delas acontecerem. Realizam projetos pessoais pelo

simples prazer de ver algo que é seu sendo implantado;

d) velocidade: muitas são as idéias e os projetos que podem surgir de

acordo com a busca e criatividade, mas o aspecto velocidade poderá

ser determinante para o êxito da atividade. Não se deixa para

amanhã o que poderá ser feito agora, este é o lema do

empreendedor, porque amanhã ele já estará envolvido com outro

projeto e uma nova busca;

e) planejamento: o planejamento nada mais é do que estabelecer

objetivos secundários para se alcançar o objetivo principal, ou seja, é

a parte operacional do projeto, detalhado em pequenas ações pré-

estabelecidas, com prazos definidos e com a possibilidade de

avaliação periódica. Para o empreendedor o planejamento é

fundamental, pois, através dele se cria a estratégia do projeto, fica

atento aos riscos, e sabe da viabilidade ou não da sua idéia;

f) polivalência: existem empresários que, ao iniciar seu negócio já

dizem que não querem cuidar de dinheiro ou de outro setor

importante da empresa. Isto é um grande engano, pois esta teoria

não serve ao empreendedor, que precisa entender de tudo mesmo

para que possa liderar seus colaboradores, ou ainda mesmo para

avaliar o todo de seu projeto. Pois visões limitadas criam empresas

limitadas;

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g) envolvimento: o empreendedor não possui horário fixo para trabalhar,

só sabe a hora de parar quando o projeto é finalizado. Não importa

se é dia, noite, final de semana, feriado. O projeto finalizado, e a

possibilidade de vê-lo em andamento, é que dita seus horários;

h) persistência: os empreendedores não desistem facilmente, sempre

procuram uma forma de continuar apesar das eventuais dificuldades,

pois nem sempre as coisas vão correr as mil maravilhas, mas o

importante é persistir em busca do sonho sem desistir nunca;

i) ousadia: outra característica básica de um empreendedor. É a busca

de fazer coisas diferentes, que ninguém ainda fez, é quebrar padrões

de comportamentos, quebrar regras de trabalho em busca de uma

maior produtividade;

j) persuasão: é mostrar na ótica do empreendedor que todos podem

ganhar com a sua idéia, é criar uma legião anônima de

colaboradores, enfim é saber vender a idéia;

k) competência: de nada adianta ter todas estas características, se não

for competente o bastante para colocá-las em prática. A capacidade

de realização é um grande quesito para o comportamento

empreendedor, pois é necessário disciplina, preocupação, perfeição

e cuidados com detalhes para que tudo possa correr da melhor

maneira possível;

l) autoconfiança: nada do que se viu anteriormente será possível se

realmente não acreditar na própria idéia, e não colocar para

funcionar a motivação interna. Pois o verdadeiro empreendedor, não

precisa de despertador para acordar cedo, tampouco de um chefe

para dizer o que e como fazer a coisa funcionar. O empreendedor é

liderado pela paixão e possui a consciência de que seu sucesso está

relacionado com a sua capacidade de sempre ter uma energia extra

e eletrizante. Sua motivação interior extrapola os limites de seu corpo

e mente, e freqüentemente é suficiente para contagiar a equipe.

2.3.2 Atividades empreendedoras

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Dornelas (2001) declara que as atividades empreendedoras estão

associadas diretamente com a inovação e as atitudes comportamentalistas que

enfatizam a criatividade e a intuição.

A partir dessa reflexão, considerado um dos primeiros a tentar definir o

perfil do empreendedor, conclui-se que o surgimento de novos

empreendedores é em decorrência da criatividade, de saber conduzir os

projetos e ser um agente de mudanças.

Dolabela (1999) afirma que, apesar de os economistas terem percebido

a importância dos empreendedores sendo um dos fatores vitais para o

desenvolvimento econômico, eles são inadequados para explicar o complexo

comportamento dos empreendedores.

Para tentar entender o comportamento empreendedor, mesmo em um

mundo globalizado, se faz necessário valorizar a vivência no mercado de

trabalho, a região de origem, o nível educacional, a religião, a cultura familiar e,

todos os elementos que comprometa o perfil do empreendedor, ou seja, o

empreendedorismo é considerado um fenômeno regional, na medida em que a

cultura, as necessidades e os hábitos de uma região determinam

comportamentos. (DOLABELA, 1999)

De acordo com Dornelas (2001) o interesse da sociedade em relação

aos pequenos negócios é questão política, porque as micros e pequenas

empresas funcionam como fator de equilíbrio para a estrutura organizacional e

trabalho em conjunto com as grandes empresas. Outro fator é o econômico,

que cria grandes números de empregos, contribuindo muito para a geração de

receitas e na produção de bens.

Ainda de acordo com o autor muitos empresários não conseguem

manter suas empresas por muito tempo. Em função de vários fatores

contribuírem para isso, tais como à falta de dinheiro, escassez de recursos

próprios, entrada de novos concorrentes e mudanças das políticas do governo,

porém uma das coisas mais freqüente do fracasso está ligada diretamente aos

próprios empreendedores, isto é, à falta de habilidade administrativa,

financeira, tecnológica e mercadológica. Em contrapartida, a sobrevivência de

outras empresas é a força que empurra o empresário para o sucesso, é sem

duvida, a vontade de abrir o seu próprio negócio. Além disso, tem que haver a

disposição para buscar conhecimento e desenvolver comportamentos

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adquiridos de empreendedores bem-sucedidos.

Segundo Filion (apud DORNELAS, 2001), empreendedores de sucesso

nunca param de aprender. Essa é uma das características mais marcantes dos

empreendedores bem-sucedidos. A aprendizagem, a aquisição e a expressão

de knowhow gerencial e técnico tornam-se o modo de vida dos

empreendedores de sucesso. Trata-se de uma forma contínua e

freqüentemente bem detalhada de monitoração – reflexão - digestão do que

está acontecendo. Isso conduz à correção, ao ajuste e à melhora do que é feito

e de como é feito. Os empreendedores são incentivados a aprender pela sua

visão, o que também lhes ajuda a estabelecer diretrizes para aquilo que

precisam aprender.

Dolabela (1999) acredita que o empreendedor tem que ter formas de

concepção do mundo e de si mesmo voltadas para atividades em que o risco, a

capacidade de inovar, perseverar e de conviver com a incerteza são elementos

indispensáveis para alcançar o sucesso. No entanto, o acúmulo de

conhecimento a respeito do que é ser empreendedor não será muito favorável,

conforme fatores apresentados anteriormente.

De acordo com Dornelas (2001), o empreendedorismo é uma revolução

silenciosa, que será para o século XXI, mais do que a revolução industrial foi

para o século XX.

As mudanças ocorridas na segunda metade do século XX fizeram com

que desaparecesse a figura do empreendedor para dar lugar ao profissional de

administração, porém mais atento aos interesses e necessidades dos

acionistas, empregados e consumidores. Mais tarde surge novamente o papel

do empreendedor, devido à sociedade capitalista sofrer a ausência de

investimentos significativos no setor industrial, não há praticamente geração de

empregos e, portanto, a possibilidade de retorno do crescimento é desfavorável

ocasionando negócios caseiros, comerciante de rua, entre outros.

Segundo Dornelas (2001), o interesse de toda a sociedade em relação

aos pequenos negócios é explicado pelo seu grande significado político e

econômico. Político porque as micros e pequenas empresas funcionam como

fator de equilíbrio da estrutura empresarial e coexistem com as grandes

empresas. Econômico porque geram grandes números de empregos, por isso,

contribuem muito na geração de receitas e na produção de bens.

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Os estudos referentes ao perfil dos empreendedores vêm ao encontro

dos anseios, no sentido de mostrar que as palavras-chave que caracterizam o

perfil de um empreendedor frente aos desafios de gerenciar uma organização

do século XXI são segundo Leite (2000b): flexibilidade, atualização

permanente, motivação, envolvimento e comprometimento, criatividade,

comportamento pró-ativo, abertura à mudança, disponibilidade, capacidade de

adaptação, orientação para resolução de problemas, tenacidade e resistência a

situações estressantes.

2.4 O líder empreendedor

Percebe-se, entretanto que hoje em dia, para sobreviver em meio à

competitividade do ambiente empresarial, não basta apenas tornar-se líder: é

preciso liderar com criatividade, aprender-se a adaptar às situações e às

pessoas ao redor, respeitando limites e comportamentos diferentes.

Todos os líderes, em qualquer tempo, tiveram de lidar com a mudança e buscar saídas para problemas causados por imprevistos, acidentes da natureza - como terremotos-, guerras, fome, pestes e revoltas sociais. Talvez o que caiba seja uma atualização sobre os intervalos entre tempestade e bonança. Hoje, o espaço entre esses dois fenômenos é cada vez menor. A máxima, inclusive, poderia ser alterada para depois da tempestade, vem a bonança e depois, a tempestade novamente. (CARDOSO, 2002, p. 68)

Na verdade, percebe-se que liderança é um processo. Não existe

fórmula para ser líder, é a pessoa que precisa ser trabalhada, descobrir dentro

de si o potencial para dirigir pessoas. Querer ser líder, gostar de influenciar

pessoas e exercer o poder talvez sejam as características mais comuns.

É comum ouvir os conceitos de líder criativo; líder eficaz; líder camaleão.

Essas qualidades na verdade não são inatas de alguns privilegiados ou fruto de

poderes concedidos ou de hierarquia, mas com certeza, é possível aprender e

desenvolver uma das competências mais valorizadas num empreendimento; a

liderança, e esta competência segundo Shinyashiki (1999), pode ser dividida

em três grupos: lidar com as pessoas; lidar com as informações e lidar com

tecnologia.

Na verdade cada pessoa tem as suas aspirações pessoais, os seus

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objetivos, as suas preferências, as suas características de personalidade, os

seus talentos e habilidades. Cada pessoa é única e ímpar. Da mesma forma,

entende-se que para que as pessoas possam trabalhar satisfatoriamente em

equipe, precisam de liderança.

Segundo Chiavenato (1993), a liderança constitui uma necessidade

típica do trabalho em equipe. Para fazer funcionar e produzir resultados, o

empreendedor precisa desempenhar muitas funções ativadoras. E reforça

ainda que a liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre

exclusivamente em grupos sociais. Na verdade ele quer dizer que liderança é

um tipo de influencia entre pessoas, isto é, uma pessoa influencia a outra em

função dos relacionamentos existentes entre elas.

Percebe-se que não basta ser apenas um empreendedor, pois é preciso

ter espírito de liderança e principalmente trabalhar em equipe, e para isto é

preciso estar atento às informações e as pessoas precisam ser multifuncionais.

Todos têm que estar alinhado no que se refere ao conhecimento.

E para trabalhar em equipe é preciso ter confiança, saber resolver os

conflitos e estar comprometido. Diante destas premissas, é importante refletir

quais as razões que levam um empreendedor a iniciar uma empresa.

Na verdade percebe-se que geralmente o empreendedor almeja em sua

vida conquistar uma posição destaque na sociedade em que vive e ser

respeitado por seus amigos. Também tem uma ânsia em aumentar o seu

status e prestígio na família, conseguindo desta forma um lugar de destaque e

prestígio na sociedade.

Mori (1998) afirma que o empreendedor vê a empresa como um

instrumento que vai lhe permitir mostrar aos outros que ele tem capacidade de

obter o sucesso e ser destacado entre os demais.

Percebe-se que o verdadeiro líder empolga, inspira e faz com que as

pessoas de seu convívio o sigam sem nenhum esforço aparente. Para Diniz

(apud MORI, 1998), liderança é a capacidade de inspirar, motivar e movimentar

pessoas a atingirem e superarem metas, ultrapassando aquilo que aparentava

ser seus limites.

É por essas razões que liderança tem que ter uma certa relação com

empreendedor, e esta liderança deve ser uma arte que vem de dentro das

pessoas e se descobre isto através do auto-conhecimento, pois quem tem clara

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a sua missão torna-se automaticamente mais confiante e motivado e estas são

virtudes (confiança e motivação) que levam uma pessoa a ter sucesso, tanto

em sua vida particular como profissional.

Isso posto, quer dizer que ninguém consegue o sucesso sozinho, é

preciso saber trabalhar em equipe. Umas pessoas focam nos resultados,

outras focam nas pessoas e, se a liderança é a capacidade de influenciar

comportamentos e conduzir pessoas a um propósito, a um resultado, é preciso

saber qual foco escolher.

Percebe-se que todo o líder esbarra nesta dualidade: ou focar nas

pessoas ou focar no resultado.

Segundo Degen (1989), o sucesso na criação de um negócio próprio

depende basicamente do desenvolvimento, pelo empreendedor, de três etapas:

a primeira consiste em identificar a oportunidade de negócio e coletar

informações sobre ele; a segunda, em desenvolver o conceito do negócio, com

base nas informações coletadas na primeira, identificar riscos, procurar

experiências similares para avaliar esses riscos, adotar medidas para reduzi-

los, avaliar o potencial de lucro e crescimento e definir a estratégia competitiva

a ser adotada; e a terceira consiste em implementar o empreendimento,

iniciando pela elaboração do plano de negócio, definição das necessidades de

recursos e suas fontes, até sua completa operacionalização.

Percebe-se desta forma que ser empreendedor não uma tarefa muito

fácil, pois além das habilidades pessoais o indivíduo depende de fatores

externos tais como as tendências de mercado.

Percebe-se então que a liderança não é uma qualidade exclusivamente

inata e, geralmente, concretiza-se a partir de um planejado desenvolvimento de

competências, atitudes e comportamentos ao longo da vida dos indivíduos.

Da mesma forma, pode-se perceber que para ser líder não é

necessariamente preciso ser um empreendedor, mas para ser um

empreendedor de sucesso é preciso ter espírito de liderança.

Diante das concepções, constata-se que não existe um perfil ideal ou

modelo a ser seguido, porém para se ter sucesso é preciso seguir algumas

regras observadas em empreendedores de sucesso.

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CAPÍTULO III

EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

3 COMO DESENVOLVER EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de

1990, durante a abertura da economia. A entrada de produtos importados

ajudou a controlar os preços, uma condição importante para o país voltar a

crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que não conseguiam

competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de

confecções, por exemplo.

Para ajustar o passo com o resto do mundo, o país precisou mudar.

Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para

poder competir e voltar a crescer. O governo deu início a uma série de

reformas, controlando a inflação e ajustando a economia, em poucos anos o

País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia voltou a

crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos postos de trabalho.

Investidores de outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as

exportações aumentaram. Juntas essas empresas empregam cerca de 40

milhões de trabalhadores. (WIKIPEDIA, 2008)

As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas

em 3 áreas:

a) técnicas: envolve saber escrever, ouvir as pessoas e captar

informações, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe;

b) gerenciais: incluem as áreas envolvidas na criação e gerenciamento

da empresa (marketing, administração, finanças, operacional,

produção, tomada de decisão, planejamento e controle);

c) características pessoais: ser disciplinado, assumir riscos, ser

inovador, ter ousadia, persistente, visionário, ter iniciativa, coragem,

humildade e principalmente ter paixão pelo que faz.

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34

Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos mostram que o

sucesso nos negócios depende principalmente dos próprios comportamentos,

características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão

quanto se imaginava até pouco tempo atrás. No Brasil, apenas 14% dos

empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino

fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos

empreendedores possuem formação superior. Quanto mais alto for o nível de

escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por

oportunidade. (WIKIPEDIA, 2008)

De acordo com a formação recebida pela sociedade, o profissional pode

desenvolver tanto características gerencias como empreendedoras, no entanto,

é de fundamental importância que o individuo trabalhe mais o seu lado

empreendedor, buscando sempre inovar e criar novos caminhos para realizar

as tarefas do seu dia-a-dia. Com esta formação recebida, a pessoa ira adquirir

um perfil que poderá ser do gerente tradicional ou então, um perfil do

empreendedor tradicional.

continua

DOMÍNIO EMPREENDEDOR - DOMÍNIO ADMINISTRATIVO

PRESSÕES

NESTA

DIREÇÃO

DIMENSÕES

CHAVE DO

NEGÓCIO

PRESSÕES

NESTA

DIREÇÃO

Mudanças

rápidas:

1 Tecnológica

2 Valores

sociais

3 Regras

políticas

Dirigido pela

percepção de

oportunidades

ORIENTAÇÃO

ESTRATÉGICA

Dirigidos pelos

recursos atuais

sob controle

Critérios de

medição de

desempenho;

sistemas e

ciclos de

planejamento.

Orientação

para ações;

decisões

rápidas;

gerenciament

o de risco

Revolucionári

o com curta

duração

ANÁLISE DE

OPORTUNIDADES

Revolucionário

de longa

duração

Reconhecimen

to de varias

alternativas;

negociação da

estratégia;

redução do

risco

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35

conclusão

Falta de

previsibilidade

das falta de

controle exato;

necessidade

de aproveitar

mais

oportunidades

; pressão por

mais eficiência

Em estágios

periódicos

com mínima

utilização em

cada estagio

COMPROMETIMEN-

TO DOS

RECURSOS

Decisão tomada

passo a passo,

com base em

um orçamento

Redução dos

riscos

pessoais;

utilização de

sistemas de

alocação de

capital e de

planejamento

formal

Risco de

obsolescência

; necessidade

de

flexibilidade

Uso mínimo

de recursos

existentes ou

aluguel dos

recursos

extras

necessários

CONTROLE DOS

RECURSOS

Habilidade no

emprego dos

recursos

Poder, status

e recompensa

financeira;

medição da

eficiência;

inércia e alto

custo das

mudanças;

estrutura da

empresa

Coordenação

das áreas-

chave de

difícil controle;

desafio de

legitimar o

controle da

propriedade;

desejo dos

funcionários

de serem

independentes

Informal, com

muito

relacionament

o pessoal.

ESTRUTURA

GERENCIAL

Formal, com

respeito à

hierarquia.

Necessidade

de definição

clara de

autoridade e

responsabilida

de; cultura

organizacional

; sistemas de

recompensa;

inércia dos

conceitos

administrativos

Fonte: HISRICH apud DORNELAS, 2001, p.31

Quadro 3: Comparação dos domínios empreendedor e administrativo

3.1 O empreendedorismo no Brasil e programas voltados ao empreendedor

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No Brasil pode-se dizer que o empreendedorismo está apenas

começando, mas os resultados já alcançados no ensino indicam que estão no

início de uma revolução silenciosa. O primeiro curso de que se tem noticia na

área surgiu em 1981, na Escola de Administração de Empresas da Fundação

Getúlio Vargas, São Paulo, por iniciativa do professor Ronald Degen e

chamava-se Novos Negócios. Era uma disciplina do Curso de Especialização

em Administração para Graduados. Em 1984, o curso foi estendido para a

graduação, sob o nome de Criação de Novos Negócios – Formação de

Empreendedores e hoje é uma das trilhas obrigatórias a serem percorridas

pelos alunos de graduação. Mais tarde, o ensino de empreendedorismo foi

inserido nos cursos de mestrado, doutorado e MBA. A fundação Getúlio Vargas

já produziu duas teses de doutorado na área e tem uma em andamento.

(DOLABELA, 1999)

A USP – Universidade de São Paulo começou a oferecer o ensino de

empreendedorismo em 1984; em 1992, a Universidade Federal de Santa

Catarina criou a ENE – Escola de Novos Empreendedores; também em 1992, o

Departamento de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, criava

o César – Centro de Estudos e Sistemas avançados do Recife, com objetivo de

ser um núcleo de aproveitamento industrial dos resultados acadêmicos.

(DOLABELA, 1999)

O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990 quando entidade como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. Os ambientes políticos e econômico não eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na jornada empreendedora. O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que busca junto à essa entidade todo suporte de que precisa para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu negócio. O histórico da entidade Softex pode ser confundido com o histórico do empreendedorismo no Brasil na década de 1990. A entidade foi criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de várias ações que proporcionam ao empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia (DORNELAS, 2001, p. 38)

As ações recentes desenvolvidas começam a apontar para essa direção.

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Os principais projetos voltados ao empreendedorismo, segundo Dornelas

(2001) são:

a) os programas Softex e GENESIS (Geração de Novas Empresas de

Software, Informação e Serviços), que apóiam atividades de

empreendedorismo em software, estimulando o ensino da disciplina;

b) ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas

EMPRETEC e Jovem Empreendedor do Sebrae. E ainda o programa

Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de

mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e destinando

recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um

investimento de oito bilhões de reais;

c) os diversos cursos e programas sendo criados nas universidades

brasileiras para o ensino do empreendedorismo. É o caso de Santa

Catarina, com o programa Engenheiro Empreendedor, que capacita

alunos de graduação em engenharia de todo país. Destaca-se

também o programa REUNE, da CNI (Confederação Nacional das

Indústrias), de difusão do empreendedorismo nas escolas de ensino

superior do país, presente em mais de duzentas instituições

brasileiras;

d) a recente explosão do movimento de criação de empresas de

Internet no país, motivando o surgimento de entidades como o

Instituto e-cobra, de apoio aos empreendedores das pontocom

(empresas baseadas em Internet), com cursos, palestras e até

prêmios aos melhores planos de negócios de empresas start-ups de

Internet, desenvolvidos por jovens empreendedores;

e) finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do

movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da

ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades de

Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que em

2000, havia mais de 135 incubadoras de empresas no país, sem

considerar as incubadoras de empresas de Internet, totalizando mais

de 1.100 empresas incubadas, que geram mais de 5.200 empregos

diretos.

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Ainda segundo Dornelas (2001), um último fator, que dependerá apenas

dos brasileiros para ser desmistificado, é a quebra de um paradigma cultural de

não valorização de homens e mulheres de sucesso que têm construído esse

país e gerado riquezas, sendo eles os grandes empreendedores, que

dificilmente são reconhecidos e admirados.

Apesar de não parecerem de forma estruturada, existem diversas fontes

de financiamento provenientes dos governos municipais, estaduais e federal, e

de que muitas vezes os empreendedores nunca ouviram falar. Talvez essa seja

uma falha que devesse ser sanada no curto prazo, para garantir o acesso à

informação para a maioria dos empreendedores do país. Alguns exemplos

serão apresentados na seqüência e devem ser considerados continuamente

pelos empreendedores quando identificarem a necessidade de capitalizar sua

empresa.

Segundo Dornelas (2001):

a) programa RHAE O programa de Capacitação de Recursos Humanos

para Atividades Estratégicas. É uma iniciativa do Ministério da

Ciência e Tecnologia, tendo como objetivo dotar o país de melhores

condições de competitividade no mercado mundial, por meio da

capacitação de recursos humanos. Suas duas metas básicas e

complementares são a ampliação e a consolidação da base

tecnológica brasileira em temas de caráter estratégico, identificados

e selecionados pelo governo brasileiro. O RHAE apóia de forma

complementar e com vistas ao fortalecimento da equipe, projetos de

pesquisa e desenvolvimento tecnológico, em temas estratégicos;

b) programa PIPE da FAPESP – O PIPE Programa de Inovação

Tecnológica em Pequenas Empresas – da Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), foi iniciado em 1997,

financiando a pesquisa para inovação tecnológica diretamente na

empresa, tendo apoiado, até o ano de 2000, mais de 120 projetos em

pequenas empresas. O intuito é incentivar tais empresas a investir na

pesquisa de novos produtos de alto conteúdo tecnológico ou em

processos produtivos inovadores que possam aumentar sua

competitividade;

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c) programa PROSOFT – em 1998 houve a primeira concessão de

crédito para empresas de software o programa funciona financiando

investimentos voltados para desenvolvimento, localização e

comercialização de software, vinculados a um plano de negócios

avalizado pela Sociedade Brasileira para Promoção de Exportação

de Software – Softex;

d) BNDES – a função do banco é contribuir para o desenvolvimento de

empresas competitivas, geração de empregos, redução de

desequilíbrios regionais, buscando níveis de rentabilidade adequados

aos recursos públicos. O banco é uma grande empresa, que não

opera no varejo e, por conseguinte, precisa de distribuidores de seus

produtos. Dentro do escopo do Programa Brasil Empreendedor, do

governo federal, desenvolveu-se uma série de mecanismos para

facilitar o acesso ao crédito por parte de pequenas e médias

empresas;

e) programas da Finep – A financiadora de Estudos e Projetos – Finep

– é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e

Tecnologia e tem como objetivo promover o desenvolvimento

tecnológico e a inovação no país. A Finep apóia empresas nascentes

e emergentes de base tecnológica; empresas incubadas e empresas

situadas em parques tecnológicos; empresas e instituições de

pesquisas;

f) projeto INOVAR – Capital de Risco Brasil – o projeto Inovar,

idealizado pela Finep, visa a construir um ambiente institucional que

favoreça o florescimento da atividade de capital de risco do Brasil, de

forma a estimular o fortalecimento das empresas nascentes

emergentes de base tecnológicas brasileiras, contribuindo, em última

instância, para o desenvolvimento tecnológico nacional, bem como

para a geração de empregos e renda;

g) programas Sebraetec e PATME do Sebrae – dos programas de

auxilio às pequenas empresas mantidos pelo sistema Sebrae -

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Brasileiras –

destacam-se o Sebraetec e o PATME, ambos visando a suprir

deficiências tecnológicas nas MPE (Micro e Pequenas Empresas

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Nacionais). O Sebraetec é um serviço de consultoria tecnológica

para fornecer soluções rápidas e sob medida para problemas

específicos das micro e pequenas empresas. Geralmente são

problemas simples de ser resolvidos e as consultorias não

ultrapassam vinte horas. O público alvo do Sebraetec são as MPE

comerciais, industriais, de serviços e rurais, empreendedores e

empresas informais, em fase de formalização;

h) já o PATME – Programa de Apoio Tecnológico às Micro e Pequenas

Empresas, presta serviços de consultoria tecnológica mais

abrangentes e que proporcionam a inovação tecnológica na

empresa, já que visa a melhoria e aperfeiçoamento no produto ou

processo e não apenas a correção ou solução de problemas

pontuais, como no caso do Sebraetec. Entre as áreas de foco do

PATME, destacam-se: aperfeiçoamento/racionalização de

produtos/processos; estudo de viabilidade técnica e econômica do

produto ou do processo; consultoria tecnológica associada a

treinamento de recursos humanos, em projetos setoriais; implantação

de laboratório de controle de qualidade; desenvolvimento de

produtos e processos produtivos, entre outros;

i) programa Brasil Empreendedor – foi criado pelo governo federal,

com objetivo inicial de estimular o desenvolvimento das MPE para

promover a geração e manutenção de 3 milhões de postos de

trabalho e elevar o nível de capacitação empresarial de cerca de 2,3

milhões de empreendedores em todo o país.

Os agentes federais responsáveis pela operação do Programa Brasil

Empreendedor foram: Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da

Amazônia e Caixa Econômica Federal. A participação do Sebrae, e de suas

agências espalhadas em todo o país, também foi de suma importância, pois

sua responsabilidade foi a de desenvolver ações voltadas à capacitação

empresarial dos empreendedores em busca de recursos financeiros, por meio

de treinamentos nas áreas de marketing, análise financeira e de gestão

empreendedora para a preparação de um plano de negócios básico,

possibilitando às micro, pequenas e médias empresas adequação para o

acesso às linhas de crédito. (DORNELAS, 2001)

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3.2 O processo empreendedor

Segundo Dornelas (2001) a decisão de tornar-se empreendedor pode

ocorrer aparentemente por acaso. Isso pode ser testado fazendo-se uma

pergunta básica a qualquer empreendedor que você conhece: o que o levou a

criar sua empresa? Não se surpreenda se a maioria das respostas for: não sei,

foi por acaso. Na verdade, essa decisão ocorre devido a fatores externos,

ambientais e sociais, a aptidões pessoais ou a um somatório de todos esses

fatores, que são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova

empresa. O processo empreendedor inicia-se quando um evento gerador

desses fatores possibilita o início de um novo negócio.

Quando se fala em inovação, a semente do processo empreendedor

remete-se naturalmente ao termo inovação tecnológica. Nesse caso, existem

algumas peculiaridades que devem ser entendidas para que se interprete o

processo empreendedor ligado a empresas de bases tecnológicas. As

inovações tecnológicas têm sido o diferencial do desenvolvimento econômico

mundial. E o desenvolvimento econômico é dependente de quatro fatores

críticos, que devem ser analisador, para então se entender o processo

empreendedor: o talento empreendedor resulta da percepção, direção,

dedicação e muito trabalho dessas pessoas especiais, que fazem acontecer.

Talento sem idéias é como uma semente sem água. Quando o talento é

somado à tecnologia e as pessoas têm boas idéias viáveis, o processo

empreendedor está na iminência de ocorrer. Porém existe ainda a necessidade

de um combustível essencial para que finalmente o negócio saia do papel: o

capital. O componente final é o know-how, ou seja, o conhecimento e a

habilidade de conseguir convergir em um mesmo ambiente de trabalho o

talento, a tecnologia e o capital que fazem a empresa crescer. (TORNATZKY et

al apud DORNELAS, 2001)

Segundo Dertouzos (apud DORNELAS, 2001), a inovação tecnológica

possui quatro pilares:

a) investimento de capital de risco;

b) infra-estrutura de alta tecnologia;

c) idéias criativas;

d) cultura empreendedora focada na paixão pelo negócio.

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Cada fase do processo empreendedor tem seus desafios e

aprendizados. Verifica-se estilo de gestão, fatores críticos de sucesso,

identificar problemas atuais e potenciais, implementar um sistema de controle,

profissionalizar a gestão, entrar em novos mercados.

A seguir, seguem as fases do processo empreendedor.

IDENTIFICAR E

AVALIAR A

OPORTUNIDADE

DESENVOLVER

O PLANO DE

NEGÓCIOS

DETERMINAR E

CAPTAR OS

RECURSOS

NECESSÁRIOS

GERENCIAR A

EMPRESA

CRIADA

Criação e

abrangência da

oportunidade

1. sumário

executivo

Recursos

pessoais

Estilo de gestão

Valores

percebidos e

reais da

oportunidade

2. o conceito de

negócio

Recursos de

amigos e

parentes

Fatores críticos

de sucesso

Riscos e retornos

da oportunidade

3. equipe de

gestão

4. mercado e

competidores

Angels Identificar

problemas atuais

e potenciais

Oportunidade x

habilidade e

metas pessoais

5. marketing e

vendas

6. estrutura e

operação

Capitalistas de

risco

Implementar um

sistema de

controle

Situação dos

competidores

7. análise

estratégica

8. plano

financeiro

9 . anexos

Bancos

Governo

incubadoras

Profissionalizar a

gestão

Entrar em novos

mercados.

Fonte: HISRICH; PETERS, 2004, p. 83

Quadro 4: O processo empreendedor

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As evidências mostram o quanto o empreendedorismo está

influenciando positivamente o desenvolvimento econômico, e como se tem

dado atenção ao assunto. Um panorama geral é apresentado do estágio de

desenvolvimento do empreendedorismo no mundo e no Brasil, bem como são

analisadas as perspectivas para os próximos anos. O surgimento do

empreendedorismo, passando pelas definições e comparações com os

conceitos administrativos, até o entendimento do processo empreendedor, é

abordado de forma objetiva visando a prover a reflexão e o interesse pelo

assunto. (DORNELAS, 2001)

3.3 Empreendedorismo hoje

Conforme nossa percepção e de diversos entendidos do assunto, este

século estará repleto de um grande número de pequenas empresas pelo globo,

pessoas de todos os países estarão escolhendo sistemas econômicos

ancorados em pequenos negócios altamente produtivos. Esta é a era do

empreendedorismo. O ressurgimento do espírito empreendedor é um dos

movimentos mais importantes da história recente da administração. Este

empreendedor tem introduzido produtos e serviços inovadores, ampliando as

fronteiras tecnológicas e criando novas formas de trabalho e abertos a novos

mercados globais. Atualmente, em função das mudanças globais, a

preocupação é em relação a como viabilizar o empreendedorismo, em termos

de possibilidade de carreira. (DORNELAS, 2001)

De acordo com o Sebrae (2008), quinhentas mil empresas foram criadas

no Brasil, entretanto a média anual de extinção destas foi de cinqüenta e sete

mil, portanto abrir empresas não significa emprendedorismo, como também,

possuir comportamento ou espírito empreendedor, por vezes, não é suficiente

para o sucesso e desenvolvimento de uma empresa. Neste sentido, também se

fez necessário a constituição de um ambiente favorável, gerador de novas

oportunidades de negócios.

Entretanto, a despeito de tantas deficiências, as pequenas empresas

são um dos principais motores do desenvolvimento econômico do Brasil,

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gerando milhões de empregos e contribuindo para a redução da pobreza

regional.

Um país será verdadeiramente desenvolvido na medida em que souber

criar, para suas empresas, um ambiente no qual essas tenham condições de

melhorar e inovar mais depressa que suas rivais estrangeiras, isto é, as

empresas precisam de condições que lhe permitam criar inovações, o que

invariavelmente se dá pelo emprego adequado de tecnologia já existente.

(DORNELAS, 2001)

Hoje, o importante é saber empregar, adequadamente, as tecnologias

existentes e ser, capaz de perceber o advento das tecnologias emergentes, ou

seja, é evidente que não se cogita para o Brasil um papel de potência

responsável pelo surgimento de tecnologias emergentes, mas o Brasil poderia

saber utilizar e buscar adequadamente as tecnologias disponíveis no

estrangeiro.

3.4 Diferencial da empresa que possui profissional com perfil empreendedor

Tempos atrás se falava que todo profissional com perfil empreendedor

permanecia pouco tempo dentro das empresas. Hoje as empresas estão

buscando desenvolver esse perfil entre seus executivos e recrutando

profissionais que o apresentem.

Para explicar essa mudança, Moreira (2008) diz que antigamente, as

empresas tinham muita dificuldade em manter profissionais que tivessem muita

iniciativa, fossem criativos e pragmáticos porque suas características de gestão

e suas estruturas previam uma conduta mais previsível desses profissionais e

condicionavam procedimentos mais estáticos nas decisões internas. Hoje em

dia, as forças de mudança, com seu ritmo acelerado, impelem necessidades

novas e exigentes que requerem posturas mais ousadas, criativas e, por vezes,

corajosas.

O profissional com perfil empreendedor é perseverante, auto-exigente,

cuidadoso e disciplinado. Isso quer dizer que não é só talento que está em

jogo, mas também a vontade, o objetivo e o desejo de alcançar um resultado.

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Ele planeja sua ação e faz. Ele não espera ter a vontade ele sabe que é

necessário ter ação. A disciplina permite definir metas, prazos, indicadores, e

outros condicionantes da ação. Empreendedores, acima de tudo, fazem!

(MOREIRA, 2008)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Empreendedor é ter uma concepção de vida diferente da maioria das

pessoas, ou seja, é realizar tarefas com metas e objetivos bem definidos, é

resolver problemas com decisão e iniciativa, é enfrentar desafios, enfim, é

saber desafiar padrões e ir além do pensamento comum que caracteriza a

maioria das pessoas. Empreendedor é uma pessoa de autonomia,

autoconfiança, tem que acreditar que se pode mudar as coisas, que é capaz de

convencer as pessoas de que pode ainda possuir a capacidade de convencer

as pessoas de que a sua idéia é ótima e de que todos vão beneficiar-se delas,

deve saber persuadir terceiros.

Ser empreendedor é muito mais que ter a vontade de chegar ao topo de

uma montanha; é conhecer a montanha e o tamanho do desafio; planejar cada

detalhe da subida, saber o que precisa levar e que ferramentas utilizar;

encontrar a melhor trilha, estar comprometido com o resultado, ser persistente,

calcular os riscos, preparar-se fisicamente; acreditar na própria capacidade e

começar a escalada.

É criar um novo empreendimento que exige mais tempo e esforço do

que se imagina e é extremamente difícil e doloroso. Dirigir um empreendimento

bem sucedido não é somente um risco financeiro, é também um risco

emocional. Transformar uma idéia em um negócio é difícil. É preciso saber:

aonde se quer chegar e como chegar lá.

O brasileiro é empreendedor, mas tem de se preparar melhor. No Brasil

existe um grande numero de empreendedores, mas a oportunidade de criar e

manter um negócio por mais de três anos é relativamente baixa. E o maior

problema é a pouca informação, a falta de preparo, planejamento e

conhecimento específico sobre o negócio.

O empreendedorismo tem sido muito difundido no Brasil, nos últimos

anos, representa uma área do conhecimento da administração que tenta

acompanhar a velocidade das mudanças do capitalismo na nova economia,

além de exigir com que o individuo assuma todos os riscos sociais,

psicológicos e financeiros envolvidos no inicio de um empreendimento.

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Atualmente, as empresas procuram por profissionais com perfil e espírito

empreendedor, já que o empreendedorismo é um dos fatores essenciais para

aumentar a riqueza do país e melhorar a condição de vida dos seus cidadãos.

Portanto, para manter-se no mercado competitivo, nada mais importante do

que atrair profissionais com o perfil do empreendedor.

Contudo, o objetivo da pesquisa foi alcançado, pois demonstrou-se

como é importante para as empresas, ter um profissional com perfil

empreendedor atuando para o seu desenvolvimento e crescimento para

melhorar seu potencial mercadológico.

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