empreendedorismo - cursos online com certificados - … · 2017-09-27 · conclusão do módulo ii...
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Módulo II
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Sumário
Unidade 3 – Desenvolvendo o Plano de Negócios......................................................... 3
3.1 – Conceito de plano de negócios.......................................................................... 4
3.2 – Objetivos – Por que preparar um plano de negócios? ........................................ 5
3.3 – Estrutura de um plano de negócios ................................................................... 8
3.4 – Como manter um plano de negócios atualizado?............................................. 21
3.5 – A importância de um plano de negócio na administração de uma empresa. ..... 22
3.6 – Apresentando o plano de negócios.................................................................. 24
3.7 – A busca por um investidor .............................................................................. 27
3.8 – Os Dez mandamentos para um bom plano de negócios ................................... 32
Unidade 4 – Iniciando um negócio .............................................................................. 33
4.1 – O que é ser empresário?.................................................................................. 34
4.2 – Empresário X Empreendedor.......................................................................... 40
4.3 – Como evitar problemas com sócios ................................................................ 42
4.4 – Causas de insucesso nos negócios................................................................... 44
4.5 – Como buscar capital para abrir um negócio .................................................... 56
4.6 – Tipos de empresas .......................................................................................... 59
4.7 – Passo a passo para abrir uma empresa............................................................. 66
4.8 – Incidência de Tributos sobre o empreendimento ............................................. 76
Conclusão do Módulo II.............................................................................................. 80
Bibliografia................................................................................................................. 81
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Unidade 3 – Desenvolvendo o Plano de Negócios
Olá!
Para alguns especialistas e um grande número de empreendedores, o plano de
negócios é considerado o material mais importante na preparação de um
empreendimento.
Sua importância se dá por dois motivos principais:
1) O plano de negócios é o planejamento de todo o empreendimento, ou seja,
utilizando o mesmo, você conseguirá identificar possíveis falhas, necessidades de
mudanças de rumo, vantagens competitivas em relação a seus concorrentes, entre outras
informações.
2) É o caminho mais rápido para buscar um investidor para o seu negócio.
Neste sentido, destacamos uma unidade inteira para falarmos apenas do plano de
negócios, abordando seu conceito, estrutura e formas de apresentação para investidores.
Bom curso!
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3.1 – Conceito de plano de negócios
Um plano de negócios pode ser definido como um documento de planejamento,
pelo qual o empreendedor formalizará todos os estudos referentes às suas ideias e
necessidades de seu empreendimento.
Esse documento deve ser capaz de apontar toda a viabilidade do negócio, bem
como as estratégias que deverão ser seguidas do ponto de vista estrutural,
administrativo, mercadológico, técnico, operacional e financeiro. Assim, farão parte de
um bom plano de negócios, informações referentes ao conceito do negócio, os riscos
inerentes, os concorrentes, o perfil dos clientes, as estratégias de marketing e,
principalmente, um plano financeiro que irá viabilizar todo o negócio.
Como dissemos na introdução dessa unidade, além de servir de apoio ao
empreendedor, independente de sua formação e tempo de
experiência, é um ótimo instrumento de apresentação do
negócio e o caminho mais rápido na busca de um
investidor.
É importante ressaltar ainda que um plano de
negócios não pode ser estático, ou seja, o plano elaborado inicialmente, deve ser
atualizado e alterado de acordo com o desenvolvimento do negócio. Seu caráter deve ser
dinâmico, à medida que ocorrem mudanças no mercado, na tecnologia e demais
alterações que possam influenciar o empreendimento, será necessário realizar uma
revisão no plano de negócios.
Apesar de toda a sua importância, poucos são os empreendedores que
desenvolvem um plano de negócios ou o utilizam como forma de planejar as ações de
seu negócio. Outros tantos acreditam que o plano de negócios deve ser elaborado
somente na abertura de um negócio, apenas para se ter uma ideia de como o projeto
deverá se comportar. Nossa opinião é a de que um plano de negócios é tão importante
para abertura quanto para o desenvolvimento do negócio.
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3.2 – Objetivos – Por que preparar um plano de negócios?
Há várias razões para se desenvolver um plano de negócios, mas a principal é
que planejar é o passo fundamental para o sucesso de qualquer ação, ou neste caso,
qualquer empreendimento. O planejamento, por meio de seu plano de negócios, permite
que você consiga avaliar o seu negócio como um todo e não apenas fracionado, caso
você seja especialista em determinada atividade, o seu sócio em outra e assim por
diante.
Entre as outras razões para elaborar um plano de negócios, podemos destacar:
1) Transmitir credibilidade;
2) Testar a viabilidade de um novo produto ou serviço;
3) Orientar como o negócio deverá ser implantado;
4) Sensibilizar possíveis parceiros;
5) Minimizar o risco de falência prematura;
6) Capitalizar recursos junto a investidores;
7) Conseguir identificar melhor o mercado e seus clientes.
Além dos benefícios já apresentados, um plano de negócios oferece outros
benefícios indiretos, como os que veremos a seguir:
1) O plano de negócio, além de orientar o empreendedor a iniciar um negócio, permite
também que um negócio já existente possa ser expandido;
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2) Gera uma vantagem competitiva para o negócio, o que pode representar a sua
sobrevivência;
3) Define claramente qual o rumo que o negócio deve tomar, possibilitando ao
empreendedor focar as maneiras de se atingir esses objetivos;
4) Permite mapear de forma detalhada O QUE será feito, POR QUEM será feito e
COMO será feito, para que os objetivos do negócio sejam atingidos;
5) Permite administrar o investimento necessário no novo negócio, bem como quanto
tempo levará para atingir o retorno financeiro previsto;
6) Identifica os pontos fortes e fracos da organização para compará-los com a
concorrência e o ambiente de negócios em que atua;
7) Define estratégias de marketing para seus produtos e serviços;
8) Analisa o desempenho financeiro de seu negócio, avaliando os investimentos e o
retorno sobre o capital investido.
Um plano de negócios também serve como apresentação de seu empreendimento
para o público em geral, demonstrando todas as áreas de seu negócio e suas principais
características. Entre as pessoas que podem fazer uso de seu plano de negócios estão:
1) Investidores: Podemos considerar investidores, as empresas de capital de
risco, pessoas jurídicas e outros interessados que queiram investir em seu negócio de
forma a fazê-lo prosperar.
2) Sócios: Quando tiver interesse em buscar novos sócios para o seu negócio, o
plano de negócios vai oferecer todas as informações necessárias sobre o
empreendimento.
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3) Incubadoras de empresas: Tem a mesma finalidade dos investidores. As
incubadoras investem no negócio e fazem o acompanhamento para garantir o sucesso do
negócio e o retorno do valor investido.
4) Bancos: O plano de negócios é o caminho mais curto para adquirir
financiamentos.
5) Intermediários: O plano de negócios é o documento que vai orientar
possíveis intermediários na busca de uma negociação de venda do empreendimento.
6) Executivos de alto nível: O plano de negócios servirá para aprovar e alocar
ou realocar recursos.
7) Fornecedores: O plano de negócios poderá garantir informações suficientes
para que fornecedores se sintam seguros em outorgar crédito para compra de
mercadorias matéria-prima.
Cuidados a serem adotados ao preparar um plano de negócios
Para iniciarmos o próximo tópico, estudando cada parte de um plano de
negócios, precisamos antes deixar muito claro que a sua construção é tão importante
quanto o conteúdo que será descrito.
Na internet, existem muitos modelos de plano de negócios previamente
elaborados, mas ao contrário do que muitos pensam, isso trata-se mais de um problema
do que uma solução. Trata-se de um problema pela falta de originalidade que muitos
têm e pela comodidade de alguns emprendedores em aproveitar o conteúdo que já
existe. Esquecem-se, porém, de que cada negócio funciona de um jeito e o que está
previamente escrito, na maioria dos casos, não reflete a realidade do empreendimento
que está sendo descrito.
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Neste sentido, para não incorrer no erro de muitos empreendedores e acabar com
o sonho de um investidor, sugerimos alguns cuidados ao elaborar o documento, que
valem a pena serem observados:
1) É importante ter consciência de qual direcionamento se deseja dar para plano.
A primeira pergunta é: quem vai ler meu material e o que eu quero com isso? Tendo
esta definição, fica mais fácil direcionar o conteúdo, definindo qual parte da estrutura
será mais importante.
2) Antes de começar a desenvolvê-lo, tenha em mãos o máximo de informações
possíveis, sobre tudo que o envolve. Levante informações como o crescimento do
mercado, perspectivas economicas, perfil dos clientes, como está se comportando a
concorrência, quais tendências do mercado e outras que se façam necessárias. Quanto
mais informações possuir, melhor será a qualidade do seu trabalho.
3) É importante também, definir o tamanho de seu plano de negócios.
Geralmente, dependendo da finalidade, pode variar de 20 a 100 páginas. Lembre-se que
um investidor não tem tempo para ficar lendo informações irrelevantes.
4) A redação de um plano de negócios deve ser impecável. Somente os planos
bem escritos e fundamentados, poderão abrir portas para futuros investidores. Portanto,
escreva com cuidado e revise o texto quantas vezes forem necessárias. Se possível, peça
que uma outra pessoa revise. Se ainda estiver em dúvida, contrate um professor de
português para realizar uma revisão mais profissional. Pode ter certeza que este custo a
mais, será compensado no momento de apresentá-lo.
3.3 - Estrutura de um plano de negócios
A estrutura de um plano de negócios é
composta por várias partes, que podemos chamar de
seções. Estas seções são montadas de forma a criar
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uma relação entre si e a oferecer uma sequência lógica que permita a qualquer leitor
entender como funciona e o que se planeja para o empreendimento.
Não existe um padrão para montagem do plano de negócios e nem uma estrutura
rígida e específica, porém, este deve possuir um mínimo de seções para possibilitar um
entendimento completo e adequado. A sequência que disponibilizaremos, pode ser
observada em vários planos de negócios de empreendimento reais e, talvez, a que
melhor ofereça tal entendimento.
Vale ressaltar ainda que é importante desenvolver o plano de negócios, se
possível, em três idiomas, tais como português, inglês e espanhol. É comum os
investidores, em caso de interesse concreto no negócio, remeterem seus planos de
negócios para suas sedes que costumam se encontrar em países de língua inglesa ou
hispânica.
Quanto ao volume, os planos de negócios também não seguem um padrão. Basta
imaginar que o plano de negócios de uma microempresa tem um volume diferente do
plano de negócios para uma multinacional. Como já dissemos, o mais importante é que
o grau de detalhamento do plano, reflita o que se espera do empreendimento.
Neste sentido, os planos de negócios costumam ser divididos em 3 tipos:
Mini Planos de negócios – Trata-se de um resumo, geralmente de apenas uma
seção. Por possuir similaridade com um Sumário Executivo, deve ser desenvolvido com
precisão para atender um público-alvo específico.
Plano de negócios resumido – Geralmente varia de 10 a 20 páginas. É utilizado
quando se necessita apresentar um bom resumo das seções a um investidor, com o
objetivo de chamar-lhe atenção para o seu negócio, a fim de solicitar o plano de
negócios completo. Neste modelo, você deve dar prioridade a informações como
objetivos principais do negócio, investimentos necessários, comportamento do mercado
e retorno para o investidor.
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Plano de negócios completo – Geralmente pode variar de 20 a 50 páginas. Este
é o plano de negócios com todas as suas seções, inclusive material complementar. É
utilizado quando o investidor se interessa pelo seu negócio e deseja obter informações
mais concretas. Também é direcionado para os demais públicos que podem fazer uso
desse material, como vimos no tópico anterior.
Passada todas as informações preliminares sobre a estrutura de um plano de
negócios, a seguir, faremos uma descrição sucinta de cada uma de suas seções.
1) Capa
A capa é o primeiro contato que uma pessoa tem
com o seu plano de negócios. Portanto, deverá ser
preparada com informações importantes e relevantes sobre
seu plano, com uma visualização limpa, clara e de fácil
leitura.
É importante constar na capa, as seguintes informações:
1) Nome da Empresa (Razão Social);
2) Nome Fantasia, utilizado comercialmente;
3) Endereço completo da empresa;
4) Telefone da empresa (inclusive com DDD e identificação do país para
chamadas internacionais);
5) O Logotipo da empresa, se esta possuir um;
6) Nome e telefone dos proprietários da empresa ou das principais pessoas-chave
do negócio;
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7) Mês e ano em que o plano foi realizado;
8) Número de cópias produzidas;
9) Nome de quem desenvolveu o plano.
2) Sumário
O Sumário é a parte em que se especifica o título de cada seção e subseções,
bem como a respectiva página em que se encontra.
Isso permite uma rápida localização das informações caso o leitor queira ler
seções específicas do plano.
3) Sumário Executivo
O Sumário Executivo é a parte mais importante do plano de negócios, pois é a
partir dele que o leitor decidirá se continua a ler ou não o plano. O objetivo é transmitir
a ideia geral do projeto, através de uma linguagem interessante e atraente.
Para atingir esta finalidade, o sumário executivo deve ser escrito com todo o
cuidado e muita atenção, além de ser revisado quantas vezes forem necessárias de forma
a evitar que erros passem pela leitura e prejudique o seu conteúdo.
Deve ser a última seção a ser escrita, uma vez que contemplará a síntese das
principais informações que constam da íntegra do plano de negócios. Deve ainda ser
dirigido ao seu público alvo com objetividade, deixando claro qual a sua relação com o
leitor, ou seja, com o plano, se você deseja conseguir um investimento no negócio, um
financiamento bancário, buscar um sócio, buscar novos clientes, entre outros.
Para facilitar o seu desenvolvimento, você pode considerar as perguntas abaixo:
1) O que busco com este Plano de Negócios?
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2) Que negócio desejo montar?
3) Quem são os membros da equipe?
4) Quais são os produtos/serviços que deverei oferecer?
5) Quais as características predominantes da empresa?
6) Que tipo de público eu busco para o projeto?
7) Que mercado desejo atingir?
8) Quais as ações de marketing deverão ser desenvolvidas para ter sucesso?
9) Como serão desenvolvidas as atividades operacionais da empresa?
10) Haverá necessidade de captar recursos de terceiros? Quanto? Por quê? Como serão
devolvidos?
11) Como estes recursos serão empregados?
12) Qual o retorno econômico-financeiro do projeto?
13) Existem planos para crescimento da empresa?
4) Planejamento Estratégico
O Planejamento Estratégico é a seção na qual você deverá definir os rumos a
serem tomados pelo seu negócio. São aspectos profundos e complexos, mas que uma
vez definidos, farão com que a direção a ser tomada, fique muito mais clara e sirva de
base para o desenvolvimento e implantação das demais ações de sua empresa.
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Nesta seção, você irá definir metas, objetivos, descrição da missão, visão e
valores e demais informações que relacionamos a seguir:
1) O Negócio – De que forma a empresa deverá atuar no mercado?
2) A Visão – O que o negócio busca para o seu futuro e a sua perpetuação no
mercado?
3) A Missão – Qual deve ser o propósito de seu negócio, qual a sua função tanto
social quanto econômica?
4) Os Valores – Quais os princípios morais e éticos devem nortear o
desenvolvimento do negócio?
5) Análise do ambiente externo – Como se comporta os aspectos
macroambientais, ou seja, como tem se comportado a economia, a política e a
tecnologia, suas tendências e possíveis impactos no negócio. Isso vai permitir identificar
oportunidades e ameaças.
6) Análise do ambiente interno – Assim como você deve analisar as possíveis
oportunidades e ameaças para o seu negócio, também deve fazer uma avaliação interna
para identificar seus pontos fortes e fracos, visto que podem ser melhorados,
potencializando suas vantagens (pontos fortes) e minimizando suas desvantagens
(pontos fracos).
7) Fatores críticos de sucesso – Importante levantar quais as habilidades e os
recursos necessários para que uma empresa alcance o sucesso necessário para se manter
entre as melhores do mercado em que atue.
8) Definição de objetivos e metas – Quais as estratégias serão adotadas para que
os objetivos e metas sejam atingidos?
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5) Descrição do Negócio
Nesta seção, você vai descrever o que é o seu negócio, observando os aspectos
gerais como:
- Constituição jurídica, ou seja, qual a classificação do negócio (S.A., Ltda, etc),
quem são os sócios, entre outras informações relativas ao contrato social;
- Estrutura organizacional com destaque para o organograma;
- Quem faz parte da equipe executiva com os respectivos Curriculum Vitae
anexados na seção “anexo”;
- Qual a política de Recursos Humanos;
- Localização, apenas se representar um diferencial para o negócio (como
exemplo, se for um distribuidor e estiver localizado próximo a uma rodovia);
- Infraestrutura disponível e capacidade de expansão;
- Layout geral do negócio, se possível, desenvolvido em 3D;
- Parcerias estratégicas;
- Regime de impostos;
- Serviços terceirizados;
- Entre outros.
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6) Produtos e Serviços
Nesta seção serão descritos os produtos ou serviços disponibilizados pelo seu
negócio. Procure adotar uma linha mais objetiva e menos técnica para descrevê-los.
Entre as informações mais importantes, procure destacar:
- Descrição dos produtos ou serviços e sua capacidade de fornecimento;
- Ciclo de vida dos produtos;
- Fatores tecnológicos envolvidos;
- Pesquisa e desenvolvimento;
- Benefícios que podem trazer para a sociedade;
- Informações referentes a marcas, patentes ou propriedade intelectual;
- Custos envolvidos;
- Produtos ou serviços que poderão ser desenvolvidos ou oferecidos no futuro.
Destacamos também, algumas questões que poderão ajudá-lo no
desenvolvimento desta seção:
1) Qual a necessidade de seu produto ou serviço para o cliente?
2) A que se destina o seu produto ou serviço?
3) Quais as suas vantagens para os clientes?
4) Quais as suas desvantagens para o cliente em relação a seus concorrentes?
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5) O que o levou a desenvolver este produto ou serviço?
6) Seu produto ou serviço pode ser usado em conjunto com outros produtos de
outras empresas?
7) Quais as principais razões para adquirir seu produto ou serviço?
8) Quais as principais objeções em adquirir seu produto ou serviço?
9) Quando seu produto ou serviço estará disponível?
10) Você já preparou material informativo sobre o seu produto ou serviço?
7) Análise de Mercado
Esta é a seção na qual você deverá demonstrar que conhece muito bem o
mercado consumidor de seu produto ou serviço. Deverá realizar pesquisas de mercado
para comprovar a sua existência e dimensionar a sua capacidade.
Esta análise deve conter:
- As características do público alvo do seu produto ou serviço;
- Como este mercado está segmentado;
- Qual a abrangência, ou seja, qual o espaço territorial que deseja alcançar com
seu produto (regional, municipal, estadual, nacional e internacional);
- Da mesma forma, realizar uma mensuração em mercado total, potencial e
pretendido;
- Comprovação de que é possível atingir este mercado;
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- Níveis de crescimento do negócio e tendências futuras;
- Possíveis barreiras de entrada e saída dos produtos e serviços;
- Análise da concorrência;
- Regulamentações do governo;
- Possíveis riscos para o negócio.
Especificamente, poderá realizar três análises mais profundas, devendo
identificar algumas características como:
Análise dos Consumidores
- Taxa de compra por cliente;
- Perfil do tomador de decisões;
- Evidenciar se o comportamento do consumidor está alinhado com o descrito no
plano.
Análise da Concorrência
- Quem são meus concorrentes?
- Quantos são os concorrentes mais significativos?
- Qual o perfil deles?
- Qual o posicionamento deles no mercado?
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- Qual a participação dos maiores concorrentes no mercado consumidor?
- Quais suas prováveis ações futuras?
- Qual o seu nível de desenvolvimento tecnológico?
- Quais os níveis de rivalidade impostas a novas empresas entrantes no mercado?
- Quais os preços praticados, referentes a produtos ou serviços similares?
Análise de Fornecedores
- Quem são os possíveis fornecedores?
- Qual o número de fornecedores disponíveis no mercado?
- Quais as políticas de fornecimento referentes a volumes, descontos e
exclusividades?
- Qual a qualidade da matéria prima?
- Quais os níveis de preços praticados?
- Quais as possibilidades de parcerias a serem desenvolvidas?
- Que planos de contingências podem ser preparados?
8) Plano de Marketing
Esta seção complementa a seção anterior, uma vez que apresenta como seu
produto ou serviço será vendido e as estratégias para manter os clientes atuais e
conquistar novos clientes.
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O plano de marketing deve explicitar as estratégias e políticas referentes a:
- Métodos de comercialização;
- Diferencial do produto em relação aos seus concorrentes, destacando
qualidade, design, embalagens, pós-venda, entre outros;
- Política de preços com destaque para margens, descontos, financiamentos,
entre outros;
- Ponto de venda com destaque para os canais de distribuição, logística, entre
outros;
- Estratégias de promoção com destaque para divulgação junto ao público alvo,
publicidade, marketing direto, promoções de vendas, entre outros.
Todas essas estratégias devem ser direcionadas no sentido de indicar claramente
como o seu produto ou serviço deve penetrar no mercado para atingir o público alvo,
com as previsões de vendas resultantes destas estratégias.
9) Plano Financeiro
Nesta seção, todos os dados até então demonstrados serão transformados em
números de forma a provar a viabilidade do negócio.
Todos os números devem ser claramente explicados, não
restando dúvidas para o leitor. Lembre-se que, provavelmente, você
não terá chance de se explicar ou defender seus números, uma vez
que não estará junto do investidor quando este estiver realizando a
leitura.
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Existem itens que são essenciais e que não podem faltar, tais como fluxo de
caixa, para um período de 3 a 5 anos, projeção financeira com ponto de equilíbrio,
necessidades de investimentos, entre outros.
Deve explicitar ainda:
- Investimentos necessários para viabilizar o negócio, apontando onde serão
usados;
- Previsão de receita para cinco anos (em função da previsão de vendas
definida);
- Previsão de custos variáveis para a receita estimada (cinco anos);
- Previsão de custos fixos para a estrutura necessária para produção ou prestação
dos serviços (cinco anos);
- Custo com mão de obra pelo prazo de 5 anos;
- Demonstrativo de resultados;
- Índices financeiros, tais como custo por metro quadrado, custo por posto de
trabalho e demais medições.
10) Anexos
Esta é uma seção complementar que deve conter todas as informações que
entender necessárias para que o leitor não fique com dúvidas durante a leitura. Como se
trata de documentos, não precisa seguir um padrão determinado e nem um número de
páginas específico.
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Como exemplo de informações adicionais, podemos destacar fotos de produtos,
plantas de localização, resultados completos de pesquisas de mercado, folders,
catálogos, entre outros. O mais importante: não esqueça, em hipótese alguma, a relação
de Curriculum Vitae dos sócios e principais gestores do negócio.
3.4 - Como manter um plano de negócios atualizado?
Como dissemos no início desta unidade, um plano de negócios é um documento
dinâmico, portanto, o seu desenvolvimento não deve, em hipótese alguma, ficar restrito
à criação. Ou seja, é um documento que deve ser constantemente atualizado.
O mercado econômico está em constante evolução e a empresa que não se
preocupa em acompanhar estas evoluções, certamente passará por dificuldades.
Da mesma forma, o plano de negócios que não passa por atualizações e revisões
periódicas, está sujeito a perder a sua função. Muitos empreendedores entendem que
este documento serve apenas para buscar um investidor e quando atingem ou não a
finalidade, é descartado em uma prateleira qualquer da empresa. Muitos
empreendedores entendem que este documento serve apenas para buscar um investidor
e quando atingem ou não a finalidade é descartado em uma prateleira qualquer da
empresa.
É importante lembrar também que um plano
de negócios não serve apenas para levantar capital
para o negócio. Pode ser utilizado, com muita
eficácia, como um documento para demonstrar a
viabilidade do negócio e também como um guia para
se atingir metas e resultados futuros. Por isso, há a
necessidade de se fazer revisões periódicas.
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Não existe um prazo para realizar estas atualizações. Podem ser mensais,
semestrais ou anuais; porém, é comprovado que atualizações anuais não têm sido
eficientes para manter um plano atualizado.
E com tantas mudanças econômicas e tecnológicas, espera-se, pelo menos, que
um empreendedor realize atualizações semestrais.
3.5 - A importância de um plano de negócio na administração de uma empresa
Até agora, falamos de planos de negócios direcionados para oportunidades que
estão nascendo. Pouco foi falado sobre a importância de um plano de negócios eficiente
e atualizado na administração de um negócio já existente.
O mercado está repleto de empreendedores que não conseguem ter sucesso e
manter seus negócios ativos, justamente por não visualizarem erros estratégicos ou de
gestão que seriam facilmente identificados caso um plano de negócios fosse
frequentemente consultado.
Para negócios que já existem e que, por algum motivo, não buscam investidores,
o plano de negócios deve funcionar como um planejamento do negócio. Pode não ser
garantia de sucesso, uma vez que este depende de uma série de influências, mas
certamente ajudará a minimizar erros e otimizar os
resultados positivos.
Uma das vantagens de se planejar com o
auxílio de um plano de negócios é que ele obriga o
empreendedor a refletir sobre os caminhos que
precisa percorrer para alcançar os objetivos traçados. Os especialistas o resumem, de
maneira simples, a um mapa que o empreendedor precisa seguir para conquistar o
sucesso.
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Tal mapa deve conter as seguintes etapas:
Primeira Etapa – Identificar a situação atual da empresa.
O plano de negócios ajuda o empreendedor a analisar com detalhes a viabilidade
do seu negócio. É muito comum empreendedores inexperientes montarem seus negócios
sem qualquer informação do mercado, o que pode causar grande prejuízo. Neste caso, o
plano de negócios permite ao empreendedor entender a situação atual da empresa, ou
seja, como está inserida no mercado, se a tecnologia que utiliza está defasada em
relação aos seus concorrentes, sua situação financeira para suportar os negócios pelos
próximos anos, entre outras. Da mesma forma, o plano vai ajudar a identificar áreas
problemáticas e possíveis mudanças para melhorar as suas qualidades.
Segunda Etapa – Planejar a situação futura da empresa.
Depois de analisar a situação atual da empresa, o empreendedor conseguirá ter
uma ideia mais clara do que precisa ser mudado ou melhorado no negócio. Pode agora
reavaliar seu negócio, por meio de uma visualização do que é preciso fazer para atingir
as novas metas (agora mais realistas) que deverá estabelecer.
A vantagem é que no plano de negócios, o empreendedor não poderá
simplesmente informar que sua meta é estar entre as maiores empresas de seu segmento
nos próximos cinco anos. Ele será forçado a explicar porque acredita que alcançará tais
objetivos, devendo, com isso, questionar a validade de algumas hipóteses o que, em
último caso, servirá para identificar os riscos do negócio.
Essa ação vai permitir avaliar se o negócio que montou, sem experiência ou
conhecimento, apenas para aproveitar um momento de crescimento econômico, é viável
ou não. Ou seja, se de forma realista e isenta de emoção, vale a pena continuar com o
empreendimento ou se será melhor encerrar as atividades.
Terceira Etapa – Qual caminho a seguir a partir de agora.
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Se depois de todas as análises anteriores, você entender que este
empreendimento é viável e que precisa apenas de novos ajustes, é hora de definir qual
caminho seguir.
A vantagem do plano de negócios, além das já citadas, é
que ele permite demonstrar para os demais sócios, colaboradores,
fornecedores e demais pessoas interessadas em seu negócio, que é
possível ter sucesso no mercado e, ao mesmo tempo, apresenta os
meios para atingí-lo, ou seja, é uma forte ferramenta para motivar
todas estas pessoas a seguirem em frente, confiando em você.
O plano montado com uma postura bastante crítica e imparcial, analisando a
atividade comercial apenas como um negócio e não como parte da sua vida, traz
subsídios para o empreendedor adotar as melhores estratégias para crecer de forma
contínua e atingir o sucesso futuro.
3.6 - Apresentando o plano de negócios
Você conseguiu desenvolver o seu plano de negócios. Já leu e releu várias vezes,
refez algumas partes e reavaliou na íntegra o seu conteúdo. Chegou a pedir que pessoas
experientes na área fizessem uma nova avaliação do seu trabalho. Agora é chegada a
hora de oferecê-lo às pessoas certas.
No entanto, sempre resta a mesma dúvida: quem são as pessoas certas? Como já
dissemos, o plano de negócios pode ter diversas finalidades, desde simplesmente manter
a empresa alinhada com as evoluções do mercado, até a buscar um investidor que o
ajude a transformar seu pequeno negócio em uma empresa de sucesso. Neste caso, a
lista é enorme com destaque para:
- Bancos;
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- Fundos Governamentais;
- Incubadoras;
- Programas de incentivo do governo como:
- SEBRAE;
- Programa Brasil Empreendedor;
- Finep
- BNDES.
No entanto, como apresentar seu plano de negócios sem correr o risco de o leitor
perder o interesse e jogá-lo no fundo da gaveta?
O primeiro passo é ter em mente que investidores não possuem muito tempo
para avaliar planos de negócios durante o dia, e que assim como você, outros
empreendedores esperam que seus planos também sejam lidos.
Por isso, é fundamental que o início de seu plano de negócios seja consistente e
crie no leitor uma expectativa de que o seu material tem qualidade. É muito importante
que a página inicial capture a curiosidade do investidor, de forma que se motive a
continuar a leitura.
Como já dissemos na descrição das seções, o sumário executivo é a grande
chance de cair nas graças de um investidor. Pela falta de tempo e geralmente pelo
volume de planos que precisa ler, o investidor se concentra nesta seção. Se estiver bem
escrita, ele continua a leitura, caso contrário, abandona seu trabalho e passa para outro.
Desta forma, o sumário executivo deve estar muito bem escrito, com um
português impecável e com no máximo duas páginas para que a qualidade do material
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seja parte fundamental do conteúdo que ali define o seu negócio e para que também
possa despertar o interesse do investidor.
Na maioria dos casos, quando o sumário executivo é fraco, o investidor adota
duas posturas:
1) Ele abandona seu plano imediatamente e parte para o próximo;
2) Continua a leitura, mas começa a procurar defeitos para justificar a sua
futura recusa em investir no seu negócio.
Com estas informações preliminares, é hora de partir para o ataque, em busca de
investidores. Antes de tudo, é preciso identificar o perfil de investidor que possa se
interessar pelo seu negócio, por exemplo, um investidor que aplica recursos apenas em
projetos tecnológicos, não vai se interessar em um projeto voltado para agronegócios.
Você não deve perder muito tempo batendo de porta em porta, pois esta
estratégia causa uma grande perda de energia e motivação. Com algumas pesquisas,
você conseguirá identificar se o investidor tem interesse no perfil de seu negócio. Da
mesma forma, não procure apenas investidores de capital de risco. Procure também
empresas que tenham um negócio complementar ao seu ou empresas que queiram
diversificar a sua área de investimento.
Definidos os investidores que possam se interessar pelo seu negócio, você deve
realizar os primeiros contatos para gerar o interesse e assim viabilizar a primeira
apresentação. Neste primeiro contato, não é necessário aparecer com o plano de
negócios completo que, como vimos, pode ter cerca de 50 páginas. Pode ser muita
informação para uma primeira reunião.
Neste primeiro contato, apresente seu projeto sintetizando todo o plano de
negócios, de forma a focar o investidor no que realmente interessa. Lembre-se que esta
apresentação deve estar baseada em fatos concretos presentes em seu plano, pois estas
informações precisarão estar corretas quando o seu plano de negócios completo for
27
solicitado. Você não deve correr o risco de fazer uma apresentação que crie uma enorme
expectativa no investidor, pois se na hora de realizar ou avaliar o plano, este notar que
para a estratégia adotada atingir os resultados, será exigido muito mais dinheiro do que
o previsto na apresentação, isso frustrará os interesses do investidor e afundará o seu
projeto.
3.7 - A busca por um investidor
Para falarmos de investimentos com mais qualidade, é importante
diferenciarmos investidores de financiadores.
Os financiadores são geralmente representados por
bancos e realizam empréstimos com a garantia de que o
valor emprestado será devolvido dentro de um determinado
prazo e em determinadas condições. Não assumem riscos,
por isso, seus empréstimos são baseados em garantias reais
e não em participação nos negócios da empresa, ou seja,
caso a empresa não possa devolver o valor emprestado corrigido pelos juros
estabelecidos na negociação, este valor será cobrado de um fiador que avaliou o
empréstimo ou através da venda de bens que garantiram o mesmo. Por não assumirem
riscos, também não costumam investir em projetos que não tenham um grupo de
administração com experiência substancial.
Quando financiadores realizam empréstimos, eles buscam:
- Criar ou ampliar relacionamentos com clientes que poderão ser novas fontes de
negócios no futuro;
- Iniciar negócios em novas áreas que até então não haviam sido exploradas pelo
banco, com o objetivo de expandir seu lucro e aumentar sua vantagem em relação a
outros bancos;
28
- Ao estimular o empréstimo, acreditam que estão contribuindo, teoricamente,
com o crescimento econômico do país.
Já os investidores fazem empréstimos esperando que o negócio retorne com os
resultados esperados. Costumam correr mais riscos, pois acreditam que seu retorno
financeiro será muito maior que o retorno conseguido por financiadores. No entanto, são
mais severos no momento de realizar o investimento, pois participam ativamente do
negócio para garantir que não haja erros que possam lhes causar prejuízos. Quando um
negócio desse tipo perde o foco e por meio disso passa a correr o risco de fracasso, os
investidores agem firmemente, realizando mudanças significativas que podem,
inclusive, mudar todo o quadro gerencial de colaboradores.
Quando investidores realizam empréstimos, eles buscam:
- Gerar renda através de dividendos;
- Um aumento de seu capital, seja como investidor-parceiro, ao longo da vida do
negócio, seja como investidor de fundo, com um prazo contratual de retorno sobre o
investimento estipulado junto ao negócio;
- Ingressar no mercado, sem passar pelas dificuldades e inconvenientes de custos
com pesquisas de mercado, estruturação do negócio e demais problemas que evitará ao
juntar forças com um negócio que já foi desenvolvido;
- Vender produtos;
- Crescer rapidamente através de uma parceria.
Estabelecida esta diferença entre financiadores e investidores, podemos dar
ênfase na importância de um plano de negócios para atrair possíveis investidores.
Hoje, com uma economia estável e um mercado em crescente expansão, os
investidores começaram a olhar com bons olhos o pequeno e médio empreendedor.
29
Antes, sem chance alguma de construir seu negócio aliado a um capital de risco, esses
empreendedores começam a enxergar agora um novo caminho que, além de estruturar
financeiramente seus negócios, possibilita ter uma visão mais profissional de como
pode ser desenvolvida estrategicamente a sua empresa.
Mas conseguir um investidor para o seu projeto, não é assim tão simples. Como
já dissemos em outras oportunidades, é preciso oferecer mais que apenas boas ideias e
um plano de negócio bem escrito.
Para exemplificar o que melhor isso, destacamos a opinião de dois conceituados
profissionais que apresentam os principais pontos mais atraentes para um investidor.
Primeira Opinião
Destacamos a opinião de Tales Andreassi, coordenador do Centro de
Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas.
Ele entende que um plano de negócios pode ser comparado a um currículo
profissional ou uma carta de apresentação para investidores. Não basta copiar modelos
prontos, é preciso ser diferente para atrair o investidor e motivá-lo a “comprar seu
peixe”. Para conseguir atingir esse objetivo, ele destaca os seguintes pontos:
1) É preciso inovar – O plano não pode ser igual ao de outros negócios. A
inovação pode estar em um produto novo, um novo processo de desenvolvimento, uma
nova ferramenta de tecnologia ou outra inovação que realmente desperte o interesse e a
curiosidade do investidor.
2) Deve montar um time de gestores competentes – O investidor deseja uma
equipe de trabalho equilibrada. Portanto, ao montar seu time, procure conhecer seu
pessoal, tanto técnica quanto pessoalmente. É importante conhecer suas vivencias tanto
positivas quanto negativas, a fim de montar uma equipe equilibrada.
30
3) Identificar oportunidades de negócios – A empresa terá mais chances de
crescer se o negócio estiver focado em um público insatisfeito com o que possui e nas
necessidades ainda não supridas pelo mercado. É por isso que o empreendedor deve
estar atento às mudanças tecnológicas e sociais. Segundo o professor Andreassi, em
todos os lugares é possível ver alguém reclamando que não está sendo bem atendido,
por exemplo.
4) Potencial de mercado – Nem sempre o mercado com maior número de
consumidores, é o mais rentável. Relembrando o que vimos na unidade 2, os mercados
de nicho podem ser muito lucrativos se o empreendedor souber trabalhar com o
produto.
5) Barrar a entrada de concorrentes – Registrar marcas, criar patentes, fazer
contratos de exclusividade com fornecedores e ter fórmulas secretas de produtos podem
ser formas eficientes para evitar que a concorrência pegue carona no seu sucesso.
Segunda Opinião
O coordenador do Centro de empreendedorismo do Insper, Marcos Hashimoto,
esteve no Global Moot Corp, a maior competição de planos de negócios entre alunos de
MBA do mundo e observou alguns aspectos que o investidor mais valoriza ao avaliar
ideias de empreendimentos.
Segundo ele, podemos destacar:
1) O modelo de negócio deve estar bem definido – Você pode ter um produto
inovador, consumidores ansiosos para comprá-lo, capacidade técnica, mas se não
conseguir demonstrar como atingir esse mercado, ninguém vai investir em você. Não
pode haver pontas soltas. O investidor quer ter a segurança de que a lógica do
empreendimento como um todo, funciona bem. O grande desafio é conseguir dominar
toda a diversidade de aspectos de um novo negócio e apresentá-lo em apenas 15
minutos.
31
2) Retorno sobre o investimento – Não adianta apresentar uma ideia que vai
melhorar a vida das pessoas ou recuperar o ambiente se essa ideia não estiver atrelada a
altos retornos sobre o investimento. Muitos projetos fracassam por tentar explorar o
apelo da emoção, quando os juízes querem ver os números antes de se sensibilizarem.
3) O empreendedor antes da ideia – O investidor quer conhecer o
empreendedor, ver como ele se apresenta, como ele defende sua ideia e reage aos
questionamentos. Além disso, o investidor quer saber se a formação e a experiência do
empreendedor são condizentes com a função que ele ocupará no negócio, se todas as
competências necessárias foram garantidas ou encaminhadas e, sobretudo, se o
empreendedor está disposto a abandonar seu emprego ou atividade atual para se dedicar
exclusivamente ao novo negócio, caso consiga o investimento requerido.
4) Negócios grandes de crescimento rápido – Investidores de risco não se
interessam por negócios pequenos. Querem sempre saber qual é o potencial de
escalabilidade da operação, e ver um plano de expansão que cubra em curto prazo, parte
considerável do mercado. Eles têm dinheiro, querem crescer e fazer sua retirada
rapidamente. Se o produto ainda está em fase de testes e as vendas vão levar mais um
ano para começar, então o investidor pede para o empreendedor procurá-lo no futuro.
5) Não existe mágica – Se algum empreendedor aparece com a cura do câncer,
um negócio fantástico, ou seja, tudo pronto para começar já e ganhar muito dinheiro, o
investidor desconfia. Mesmo se há uma grande revolução na frente dele, seu papel é
duvidar e questionar. Se o mercado já existe, ele vai querer saber qual o estágio de
evolução do produto, onde já foi testado, quais certificações foram obtidas, se a patente
foi registrada. Além disso, todo negócio possui riscos. Se o empreendedor disser que
nada de errado vai ocorrer e que ele já previu tudo, então o investidor nem prossegue a
conversa. Outro aspecto: estimativa de preço e projeção de vendas costumam ser
superestimadas e despertam descrença.
6) Credenciais são importantes – Declarações de pessoas de grande influência
na área, que apoiem o empreendedor e emprestem a reputação para dar crédito à ideia,
são uma ferramenta poderosa para convencer um investidor que não domina
32
tecnicamente o setor. Ter uma dessas referências no conselho consultivo da empresa é
ainda melhor. Cartas de referência, artigos elogiosos e cartas de intenção de clientes
também ajudam a dar credibilidade ao negócio. Todas as informações do setor e do
mercado devem ter suas fontes mencionadas para não parecer que é somente uma
opinião do empreendedor.
3.8 - Os Dez mandamentos para um bom plano de negócios
Segundo o Consultor Regis de Carvalho, estes são os dez mandamentos para
elaborar um plano de negócios de qualidade:
1) Invista tempo e dedicação em sua elaboração;
2) Considere sua atualização como uma tarefa de rotina;
3) Crie um modelo adequado ao seu negócio;
4) Seja criterioso e detalhista na definição de premissas;
5) Simule várias situações (realista, pessimista, otimista);
6) Desconfie de resultados muito positivos;
7) Aplique o que foi definido no plano;
8) Desenvolva e implante um modelo de acompanhamento e atualização;
9) Considere-o como um organismo vivo, em constante mutação;
10) Acredite, por melhor que seja seu plano de negócios, não acontecerá como o
planejado.
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Unidade 4 – Iniciando um negócio
Olá!
Chegamos a nossa última unidade.
Nesta unidade, você conhecerá a diferença entre empresário e empreendedor,
como administrar a relação com possíveis sócios e como buscar capital para abrir o
negócio e por em prática o seu empreendedorismo.
Verá, também, um passo a passo do caminho para formalizar a abertura de seu
negócio e quais os principais impostos que incidem sobre o negócio.
Bom estudo!
34
4.1 – O que é ser empresário?
Há um ditado que diz:
TODO EMPRESÁRIO É EMPREENDEDOR
MAS NEM TODO EMPREENDEDOR É EMPRESÁRIO
Utilizando-se dessa lógica e dando continuidade ao curso de empreendedorismo,
se faz necessário conhecer um pouco da atividade e do perfil de um empresário de
sucesso. Muitos acreditam que ser empresário é fácil; no entanto, se assim fosse,
teríamos mais empresários do que empregados. Afinal, quem não gostaria de ser o dono
da própria rotina profissional.
Outros entendem que ser empresário é a forma mais rápida de enriquecer, ter
total flexibilidade de horários e poder de gestão ilimitado em relação a seus
empregados. Novamente, este é um entendimento equivocado, pois ser empresário é ter
extrema dedicação, trabalhar duro, se envolver com a sua empresa em todos os sentidos
e em todas as áreas.
O empresário deve servir de exemplo para os demais. Neste sentido, não deve,
em hipótese alguma, utilizar de sua superioridade
hierárquica para criticar, menosprezar seus
colaboradores ou solicitar tarefas em desacordo com
o acordado inicialmente com seus empregados,
como favores pessoais. Deve ser flexível, dando um
passo atrás quando isso for estrategicamente
necessário, concedendo benefícios agora para conquistar créditos mais adiante.
O empresário deve ter humildade para liderar seu grupo com eficiência em
direção ao sucesso. Deve ser alguém em quem todos confiam, com capacidade para
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influenciar pessoas, usando este poder para solucionar problemas. Deve ser capaz ainda
de delegar tarefas e reconhecer os esforços extras daqueles que estão ao seu lado.
Da mesma forma, deve ter humildade para aceitar seus próprios erros que
certamente cometerá, e aprender com eles, buscando sempre sua melhoria e crescimento
profissional. Deve sempre persistir, ainda que em alguns momentos a vontade de
desistir seja maior. Para que esta desistência não ocorra, seus objetivos devem ser
ambiciosos e trilhados por um caminho seguro, sempre procurando manter o foco em
seus objetivos e nos meios necessários para alcançá-los.
Ser empresário é também respeitar as leis, como a legislação tributária e
trabalhista, o Código de Defesa do Consumidor e tantas outras que, ao cumpri-las e
obedecê-las, o transformem em um cidadão cumpridor de seus deveres e não um
aproveitador que faz de tudo para burlar as regras, prejudicando não só o governo, assim
como também os demais concorrentes de forma desonesta.
Ser empresário é inovar quando preciso, cultivando novas ideias e
transformando-as em fatos concretos. Deve identificar tendências e necessidades
presentes e futuras dos clientes, de forma a oferecer produtos ou serviços novos e
diferenciados. Para que isso ocorra, precisa estar atento ao que ocorre em sua volta,
aprendendo tudo sobre o seu negócio, clientes, fornecedores, concorrentes, entre outros.
E, sobretudo, ser empresário é estar disposto a perder em algumas oportunidades
para ganhar em outras, uma vez que as recompensas estão associadas aos maiores
riscos, que bem controlados, garantem o sucesso do negócio.
Em suma, ser empresário é muito mais que apenas ter ideias e colocá-las em
prática. Aproveitando esse gancho, o SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas, criou uma ferramenta que permite ao futuro empresário, realizar uma
autoavaliação para identificar seus pontos fracos e fortes e concluir se possui as
características necessárias para se aventurar pelo mundo dos negócios.
36
Para tanto, responda as perguntas a seguir, avaliando e refletindo de maneira
honesta e imparcial sobre os aspectos fundamentais de sua personalidade.
Assumir riscos
Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso aprender a administrá-los.
Arriscar significa ter coragem para enfrentar desafios, ousar a execução de um
empreendimento novo e escolher os melhores caminhos, conscientemente:
- Você gosta de desafios?
- Gosta de experimentar os limites de sua capacidade?
- É capaz de deixar uma situação segura para arriscar novas oportunidades? Sabe
enfrentar riscos?
Aproveitar oportunidades
O empreendedor tem que estar sempre atento e ser capaz de perceber o momento certo e
as oportunidades de negócio que o mercado oferece:
- Você sabe transformar situações de risco em oportunidades?
- Sabe identificar tendências e oportunidades de futuro?
Conhecer o ramo
Quanto mais você dominar o ramo em que pretende atuar, maiores serão suas chances
de êxito. Se você já tem experiência no setor, ótimo. Se não tem, busque aprender
através de cursos, livros, centros de tecnologia, ou até com outros empresários:
- Você tem experiência profissional naquilo que almeja?
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- Já administrou uma empresa?
- Já administrou alguma unidade empresarial? Foi bem sucedido?
- Está sempre atualizado com as novidades empresariais?
- Acompanha as mudanças e tendências econômicas e políticas nacionais e
internacionais?
Saber organizar
O empreendedor deve ter senso de organização e capacidade de utilizar recursos
humanos, materiais e financeiros, de forma lógica e racional. A organização facilita o
trabalho e economiza tempo e dinheiro:
- Você sabe planejar recursos de forma organizada, lógica e racional?
- Sabe definir metas, garantir sua execução e corrigir problemas com agilidade?
- Sabe racionalizar o tempo de trabalho?
Tomar decisões
O empreendedor deve ser capaz de tomar decisões corretas no momento exato, estar
bem informado, analisar friamente a situação e avaliar as alternativas para poder
escolher a solução mais adequada. Essa qualidade requer vontade de vencer obstáculos,
iniciativa para agir objetivamente, bem como confiança em si mesmo:
- Você tem jogo de cintura para sair bem de situações complicadas?
- Sabe reconhecer o que é melhor e mudar tudo se for preciso em busca da
excelência?
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- Sabe mediar e ajustar opiniões contraditórias?
- Conhece o valor agregado das negociações: ganha/perde, ganha/ganha e
perde/ganha?
Ser líder
O empreendedor deve saber definir objetivos, orientar a realização de tarefas, combinar
métodos e procedimentos práticos, incentivar pessoas no rumo das metas definidas e
produzir condições de relacionamento equilibrado entre a equipe de trabalho em torno
do empreendimento.
- Você sabe delegar responsabilidades?
- As pessoas aceitam suas delegações?
- Você se destaca em seus grupos sociais?
- Sabe valorizar um empregado?
- Você já foi líder de algum grupo, por escolha democrática? Foi bem sucedido?
- Sabe influenciar as pessoas em suas decisões, sem deixar resquícios
emocionais?
Ter talento
O empreendedor precisa ter talento e uma certa dose de inconformismo diante das
atividades rotineiras, para transformar simples ideias em negócios efetivos:
- Você sabe se envolver com o trabalho de uma forma objetiva?
- Tem disposição para se dedicar ao trabalho, com todo entusiasmo?
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- Você se dedica à empresa com motivação?
Ser independente
O empreendedor precisa soltar as amarras e sozinho, determinar seus próprios passos,
abrir seus próprios caminhos, decidir o rumo de sua vida, enfim, ser seu próprio patrão.
- Você sabe lutar por suas ideias?
- Gosta de competir?
- Sabe perder e ganhar?
Manter o otimismo
O empreendedor nunca deixa de ter a esperança de ver seus projetos realizados, porque
é bem informado, conhece o chão que pisa e tem confiança em seu desempenho
profissional:
- Você tem visão de sucesso?
- Sabe superar dificuldades com equilíbrio?
- Tem ambição em suas metas?
- Tem satisfação em suas conquistas e pretende outras?
- Sabe transformar seus sonhos em realidade?
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4.2 - Empresário X Empreendedor
As palavras “empreendedor” e “empresário” são habitualmente confundidas e
usadas como sinônimos no cotidiano empresarial. Entretanto, o que muitos ignoram é
que existe uma diferença tanto conceitual quanto prática entre esses dois termos.
Como vimos ao longo do curso, o empreendedor possui as seguintes
características:
- É a pessoa capaz de colocar em prática uma ideia e transformá-la em um
negócio, ou seja, tem o poder de fazer as coisas acontecerem ainda que seja necessário
superar qualquer adversidade que surja em seu caminho;
- É uma pessoa persistente e pró-ativa, com motivação suficiente para alcançar
os objetivos traçados, principalmente se estes forem desafiadores;
- Faz parte de sua personalidade a visão global das coisas, tem
comprometimento pelo que faz, obstinação, criatividade, entusiasmo e capacidade de
decisão;
- É comum o empreendedor trabalhar além do seu expediente normal para ter
certeza de que os objetivos serão alcançados e faz isso de forma prazerosa, pois acredita
no seu potencial;
- Está sempre criando ou inovando seu produto/serviço, pois conhece
profundamente o seu negócio e sabe que só conseguirá ter sucesso se conseguir se
diferenciar de seus concorrentes.
Já o empresário, conforme definição do novo Código Civil Brasileiro, é aquele
que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou de serviços. Como características, podemos adicionar:
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- Costuma ser mais cauteloso que o empreendedor, tendo uma atuação apenas
administrativa dentro da empresa, ou seja, administra os negócios como os recebeu, sem
fazer grandes mudanças, pois não gosta de correr muitos riscos;
- Por não correr riscos, tem um estilo de condução mais conservador, não
acreditando que mudanças bruscas possam ser vantajosas para o negócio;
- Também, por este motivo, sua gestão não acarreta muitas instabilidades na
direção do negócio.
Com estas análises, podemos considerar como resumo dos perfis dos dois
profissionais, o seguinte quadro:
Empreendedor X Empresário
Constrói Gerencia, Administra
Inova Mantém
Foca no resultado Foca no sistema
Constrói a equipe Controla a equipe
Identifica as oportunidades Identifica os problemas
Faz as coisas certas Faz corretamente as coisas
Após esta análise, podemos entender que o ideal seria que todo empresário
tivesse característica de empreendedor e vice-versa. Infelizmente, ainda é grande o
número de empreendedores despreparados e ansiosos, que acreditam que um negócio
deve trazer resultados de forma imediata, sem um planejamento adequado para a sua
realização e sem buscar melhorar ou desenvolver conhecimento em planejamento,
finanças, pessoal, legislação, marketing, propaganda, embalagem, dentre outros.
Por outro lado, há muitos empresários que conseguem desenvolver
características de empreendedor. É um grande desafio aliar as técnicas e métodos de
gerenciamento com a capacidade de visão, comprometimento pelo que faz, entusiasmo,
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capacidade de criação, dentre outros, além de saber aproveitar todas as oportunidades
que possam surgir.
Com o equilíbrio das características de empreendedor e empresário, certamente
o sucesso do negócio acontecerá.
4.3 – Como evitar problemas com sócios
Quando uma pessoa pensa em abrir um negócio, a primeira pergunta que se faz
é: vou empreender sozinho ou buscar um sócio para dividir as responsabilidades, como
também os lucros?
Esta é uma decisão difícil e como tudo na vida,
existem os prós e os contras. Neste sentido, vamos fazer
algumas observações para que você reflita e avalie se deve ou
não buscar um sócio para ajudá-lo a desenvolver seu negócio.
Vantagens do sócio no empreendimento:
- Antes de tudo, é importante frisar que para ter um sócio, é preciso estar
disposto a dividir tanto os problemas quanto os louros da vitória. Sem este
entendimento, não há sócio que seja bom o suficiente para permanecer na sociedade;
- Da mesma forma, é preciso criar uma sintonia com o sócio para que os dois
pensem e busquem soluções num mesmo sentido. Isso não significa dizer que devem
pensar e agir da mesma forma o tempo todo, mas buscar uma pessoa com empatia
aumenta as chances de sucesso na sociedade.
- Podemos dizer que, a princípio, duas pessoas pensam melhor do que uma.
Assim, um sócio pode contribuir no desenvolvimento das ideias iniciais para o negócio
e ampliar as possibilidades com as suas próprias ideias e sugestões de melhorias.
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- Ter um sócio, significa aumentar a capacidade de investimento no negócio, o
que favorece um crescimento mais rápido e acentuado.
- Os riscos de cometer erros são reduzidos pelo fato de dividir as decisões com o
sócio, o que possibilita uma análise mais criteriosa com uma visão mais abrangente.
- Ter sócio favorece a distribuição de responsabilidades, não tendo o peso de
todas as decisões sobre suas costas.
- Ter sócio também favorece um controle mais efetivo sobre a área financeira,
evitando a costumeira confusão entre as rendas da empresa e as pessoais, uma vez que
os lucros deverão ser divididos entre você e ele.
Desvantagens de ter um sócio no empreendimento:
- As discussões ou impasses que podem surgir costumam prejudicar o
andamento dos negócios, comprometendo a sua agilidade.
- Pode surgir o entendimento de que um sócio trabalha mais que outro, causando
total desconforto no ambiente de trabalho.
- Com sócios, você perde o direito de decidir os rumos do negócio sozinho, de
acordo com seus sonhos e perspectivas.
- Com sócios, você terá que dividir os lucros, que no início normalmente são de
pequena monta.
- O sócio pode não ser, ou não oferecer o que você imaginava; neste caso,
desfazer a sociedade pode ser traumático para o negócio.
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4.4 – Causas de insucesso nos negócios
O empreendedor, John Osher, depois que vendeu sua empresa, decidiu preparar
uma lista dos erros que havia cometido e visto outros empreendedores que também
cometerem alguns casos que levaram seus negócios ao insucesso. Esta relação trouxe
problemas tão comuns que acabou por virar tema de debate na Harvard Business
School.
O consultor Carlos Alberto Zaffani analisou os principais erros levantados por
John Osher e relacionou-os com os motivos mais recorrentes que levam novos
empreendimentos ao fracasso. Destacamos abaixo a análise do consultor:
Erro 1 – Não dedicar tempo suficiente para avaliar se o negócio é viável.
A grande maioria dos empreendedores baseia seus fracassos no fato de não
possuir o capital suficiente para empreender ou por ter contratado as pessoas erradas
para conduzir o negócio. No entanto, para Osher, o motivo principal para que
empreendimentos fracassem está no fato de o conceito original do negócio não ser
viável, ou seja, as ideias não foram analisadas com imparcialidade.
Erro 2 – Superdimensionar o tamanho do mercado, tempo necessário, facilidade para
fazer parte do mercado e potencial de participação.
O entusiasmo de jovens empreendedores pode prejudicar o desenvolvimento de
seu plano de negócios, uma vez que projetam um mercado de forma irrealista,
acreditando que será fácil e rápido conquistar a sua fatia de mercado. Com o passar do
tempo e o surgimento de muitas dificuldades, porém, as expectativas vão se frustrando,
a motivação vai cedendo lugar ao desânimo e manter o negócio funcionando passa a ser
uma tarefa das mais difíceis.
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Erro 3 – Subestimar as necessidades financeiras.
Geralmente, o capital utilizado para montar e fazer funcionar um novo
empreendimento é muito maior do que o capital estimado no plano de negócios. É
muito comum também, projetar as necessidades financeiras apenas quanto à produção,
esquecendo-se dos investimentos não produtivos, como materiais e equipamentos de
escritório, mobiliários, computadores e demais investimentos que alimentam apenas os
custos fixos do negócio.
Erro 4 – Superestimar o volume de vendas.
Assim como o entusiasmo e, em muitos casos, a falta de experiência que faz o
empreendedor superdimensionar o tamanho do mercado, também o faz superestimar o
volume de vendas. Na verdade, uma coisa está ligada a outra. Quando constatam que o
volume de vendas é muito menor do que o esperado, descobrem que as projeções não
irão se concretizar, podendo causar desânimos e desmotivações como no erro 2.
Erro 5 – Projetar custos muito baixos.
Em razão de uma projeção de vendas muito alta, os empreendedores acabam
projetando custos muito baixos. Da mesma forma, acabam não prevendo em seus planos
de negócios que muitos fatos e circunstâncias desconhecidas podem vir a ocorrer ao
longo do projeto, tornando os custos mais altos do que o planejado, fazendo com que
suas margens de lucro sejam menores que o esperado.
Erro 6 – Contratar muitas pessoas e incorrer em despesas administrativas e gerais
elevadas.
O empreendedor, em razão de acreditar que seu negócio crescerá com extrema
velocidade e muitas vendas, acaba por montar uma estrutura de pessoal inchada e com
profissionais que não precisariam estar ali. Quando nota que as vendas são muito
menores do que o esperado, a receita diminui, mas as despesas administrativas e gerais
se mantêm. O empreendedor que não toma uma medida imediata para readequar seus
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custos ao novo patamar do negócio ou o faz tardiamente, torna-se uma provável vítima
do fracasso e fechamento.
Erro 7 – Falta de um plano de contingência para situações imprevistas.
O mercado econômico é volátil. Muitas coisas que não foram previstas no plano
de negócios podem acontecer, como uma redução no volume de vendas, uma crise
financeira, fornecedores que não cumprem o contratado, aumento dos juros bancários, a
estrutura interna ser mais cara do que a projetada; enfim, uma série de outras
circunstâncias que podem afetar o negócio. Sem um plano de contingência para estes
casos, torna-se muito difícil a tomada de decisão mais acertada.
Erro 8 – Arrumar sócios sem necessidade.
É sempre bom contar com sócios. No entanto, jovens empreendedores tendem a
buscar amigos para serem seus sócios, acreditando que tudo ficará mais fácil.
Geralmente, são pessoas que não possuem qualquer expertise para contribuir de forma
eficaz com o negócio e acabam requerendo um tempo maior que o aceitável para gerar
resultados concretos.
Erro 9 – Contratar por conveniência e não com base nas habilidades requeridas.
No começo de um empreendimento, é muito comum o empreendedor trazer
parentes para o negócio pela facilidade em contratar. No entanto, torna-se quase
impossível dispensá-los em outra oportunidade. Por isso, o empreendedor deve começar
seu negócio de forma profissional, gastando um pouco mais de tempo, mas contratando
profissionais com base nas competências requeridas para o trabalho.
Erro 10 – Negligenciar a gestão do negócio como um todo.
É comum empreendedores dedicarem-se a determinadas áreas do negócio,
negligenciando outras que entendem ser de menor importância. Porém, com o passar do
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tempo, acabam perdendo a visão geral do negócio. Qualquer que seja o negócio, o
empreendedor deve focar em administrá-lo em sua totalidade.
Erro 11 – Aceitar facilmente uma negativa ao invés de buscar soluções.
Muitos empreendedores aceitam, com resignação, respostas como “isso não é
possível”, “aquilo não vai funcionar”, entre outras e acabam desistindo facilmente de
determinados objetivos, trabalhos e/ou desafios. O bom empreendedor deve estar
sempre um passo a frente de seus colaboradores e somente aceitar uma resposta
negativa quando estiver convicto que aquilo realmente não dará certo ou não será
possível fazer.
Erro 12 – Focalizar demasiadamente no volume de vendas e porte da empresa ao
invés do lucro.
Empreendedores costumam se preocupar mais com o volume de vendas e
tamanho do negócio do que com a sua lucratividade. O problema é que banqueiros e
investidores de capital de risco não admitem tal atitude. Segundo Osher, os
empreendedores precisam aprender a ser bons homens de negócios.
Erro 13 – Procurar confirmar as suas ações ao invés de procurar a verdade.
É muito comum empreendedores mais inexperientes comentarem suas ações ou
decisões com pessoas de seu relacionamento pessoal. Geralmente o fazem para avaliar
se suas ações foram as mais apropriadas e, por consequência, buscar cúmplices para as
medidas tomadas. Poucas vezes o fazem em busca de conselhos ou sugestões que
possibilitem melhorar a ação ou decisão.
Erro 14 – Falta de clareza na visão.
Muitos empreendedores se perdem no momento de definir o foco de seus
negócios. Na ânsia de alcançar o sucesso, direcionam esforços em várias direções,
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exigindo atenção e tempo de seus colaboradores na tentativa de fazer muitas coisas ao
mesmo tempo, o que acaba enfraquecendo as competências da equipe.
Erro 15 – Falta clareza no objeto do negócio e nos objetivos em longo prazo.
Muitos empreendimentos, principalmente os que são feitos sem qualquer
planejamento, nascem sem um objetivo de longo prazo e sem uma definição clara de
seu objeto social. Desta forma, cuidados que deveriam ser tomados para garantir a
perpetuidade do negócio, são negligenciados, dificultando os esforços para atingir
resultados futuros.
Erro 16 – Falta de identidade e foco.
Os empreendimentos atuais não conseguem criar uma identidade na qual possa
ser reconhecida. Da mesma forma, não consegue estabelecer seu foco com clareza e, por
consequência, deixa de estabelecer objetivos determinados e factíveis.
Talvez nem todos concordem com esta lista, mas é inegável que já
presenciamos, em algum momento, estes erros na história de empreendimentos
verdadeiros. O ideal, para quem buscar montar um negócio, é transformar estes erros em
acertos, evitando ao máximo dar oportunidade para o fracasso. Talvez isso não evite o
insucesso, mas com certeza irá diminuir, em muito, as chances de sua ocorrência.
Pesquisa realizada pelo SEBRAE/SP
O SEBRAE/SP realizou, em 2008, um trabalho de análise das empresas paulistas
criadas nos últimos 10 anos, traçando um panorama completo destas empresas, desde o
seu nascimento, tempo de sobrevida, perfil dos empresários, até as causas de fracassos e
sucessos dos empreendimentos presentes nos 645 municípios do Estado.
Nosso objetivo, ao apresentar os resultados desta pesquisa, é oferecer a você
uma visão, ainda que resumida, do comportamento do empreendedorismo nos últimos
49
anos. As informações presentes nos quadros e gráficos, vão permitir que você tire
algumas conclusões sobre as vantagens e os riscos de desenvolver seu próprio negócio.
O primeiro quadro que destacamos é referente às principais mudanças ocorridas
nas empresas, com uma significativa melhora tanto no perfil dos empresários quanto no
perfil das empresas. Vejamos:
Melhorou o perfil do empresário:
- Aumentou a escolaridade dos empresários;
- Aumentou a proporção dos empreendedores por oportunidade;
- Aumentou a procura por auxílio nas entidades de apoio e por cursos;
- Aumentou a participação em reuniões, em entidades e em ações com outras
empresas.
Melhorou o perfil das empresas:
- Caiu a proporção de MPEs do comércio (onde a concorrência é maior);
- Aumentou a proporção de “sociedades” via vis “empresas individuais”;
- Aumentou a proporção de empresas realizam vendas aos governos.
Melhorou o ambiente de negócios:
- Melhora da economia (PIB, renda, oferta de crédito para consumo, etc.);
- Melhorou a legislação (SIMPLES, Estatuto, Lei Geral das MPEs etc.).
Melhorou o planejamento prévio (mas não a gestão):
- Aumentou o tempo médio de planejamento;
- Aumentou o levantamento de informações (itens planejados) antes da
abertura.
50
Sobrevivência e mortalidade acumulada das empresas,
Estado de São Paulo (rastreamento realizado em out./06 a mar./07)
Perfil das empresas constituídas em 2000 e em 2005
51
Perfil do planejamento das empresas constituídas em 2000 e em 2005
Ocupação anterior das pessoas que abriram sua empresa na JUCESP,
entre 2000 e 2005
52
Alternativa que melhor descreve o principal motivo que levou à abertura da
empresa (média dos que abriram entre 2000 e 2005)
Principais fontes de recursos utilizados para montar a empresa
53
Falta de planejamento antes da abertura: empresários que não conheciam e não
levantaram informações sobre ...
Características dos donos das empresas abertas na JUCESP, entre 2000 e 2005
54
Fator mais importante para a sobrevivência das empresas
(na avaliação dos entrevistados)
Motivos “alegados” pelas empresas encerradas para o fechamento do negócio
55
Auxílio que teria sido útil para evitar o fechamento de algumas empresas
Sentimento quando a empresa deixou de funcionar
(apenas para empresas encerradas)
56
4.5 - Como buscar capital para abrir um negócio
Ao longo de nosso curso, aprendemos o conceito de empreendedorismo, a
identificar oportunidades de negócios e até mesmo a desenvolver um plano de negócios.
Todas estas informações objetivaram prepará-lo e
motivá-lo a se tornar um empreendedor. No
entanto, chegamos a um ponto em que é preciso
colocar o projeto para andar, mas para isso, é
preciso dinheiro.
Podemos considerar que, provavelmente, esta seja a etapa mais sensível de todo
o processo: como levantar capital para abrir um negócio? Atualmente, ter acesso a
financiamentos e linhas de crédito, principalmente para empreendedores que estão
dando seus primeiros passos no mercado, pode parecer impossível, mas não é.
Assim, neste tópico, procuraremos oferecer algumas sugestões sobre as melhores
opções de se buscar capital para realizar o sonho de ter um negócio próprio. Entre estas
sugestões destacamos:
Capital próprio – Muitos negócios são constituídos com capital próprio. Geralmente
esse capital vem de reservas financeiras que foram juntadas ao longo de uma vida.
Some-se a isso o fato de que, em muitos casos, o novo empreendedor vir a usar o
dinheiro que recebeu de uma eventual demissão e que, por acreditar que não conseguirá
um novo emprego, acabar utilizando estes valores para montar seu próprio negócio.
Neste caso, o empreendedor deve estar atento ao valor que tem reservado para o
negócio. Em posse das informações financeiras presentes em seu plano de negócios,
deverá provisionar o valor para um determinado período, lembrando-se que,
normalmente, as despesas são maiores que o previsto e as receitas menores.
Empréstimo com familiares – Esta forma de levantar capital para iniciar um negócio,
costuma ser a mais arriscada. Levantar capital com familiares costuma ser mais oneroso
emocionalmente do que pegar empréstimos bancários, uma vez que, caso não tenha
57
sucesso em seu empreendimento, além de devolver o valor emprestado, terá que ouvir
diversas reclamações de que seu sonho causou prejuízo a toda família.
Sócios capitalistas – Buscar um sócio capitalista é uma forma prática e fácil de
solucionar a questão do dinheiro para iniciar um negócio. No entanto, toda a transação
financeira deve ser documentada e acertada antes de iniciar. Em muitos casos, levados
pela ansiedade, empreendedores acabam não definindo atuações de cada um no negócio,
o que costuma gerar ingerências de um sobre o trabalho do outro. O perfil de sócio
também é importante para que personalidades opostas não causem danos ao negócio. O
ideal é buscar pessoas que invistam financeiramente no negócio, mas que também tenha
expertise no segmento para ajudar a fazer o empreendimento crescer e alcançar os
objetivos traçados.
Empréstimos bancários – Empreendedores que estão iniciando um negócio costumam
ter muitas dificuldades em conseguir empréstimos bancários, uma vez que os bancos
exigem uma série de documentos que comprovem a existência do negócio e a garantia
de que a empresa realizará os pagamentos. Ou seja, se você está começando um
negócio, é muito difícil provar que garantirá o empréstimo.
Na verdade, as chances de se conseguir empréstimos bancários, são
extremamente pequenas. No entanto, o empreendedor pode usar seu histórico de pessoa
física e apresentar garantias pessoais para conseguir o empréstimo. Mas muita atenção
aos juros bancários que serão praticados nesta operação.
Programas de incentivo do Governo – Operações com recursos públicos,
diferentemente dos empréstimos de bancos privados, podem oferecer condições mais
favoráveis para o pequeno empreendedor. Entre as linhas mais atraentes, podemos
destacar:
- Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) – Trata-se de um
conjunto de linhas especiais de crédito para financiar quem quer iniciar ou investir no
crescimento de seu próprio negócio, tendo por objetivo gerar e manter emprego e renda.
58
Suas taxas de juros são muito pequenas e seus prazos bastante longos. Informações mais
técnicas e sobre condições podem ser levantadas junto a uma agência do Banco do
Brasil.
- Cartão BNDES – O cartão BNDES é um cartão de crédito pré-aprovado para
pequenos empreendedores, com limite de até R$ 500 mil (dados de Julho/2010),
destinado especificamente para a compra de mais de 100 mil itens entre máquinas,
computadores, mobiliários, veículos, entre outros, fornecidos por mais de 10 mil
fornecedores credenciados. O portador do cartão deve, obrigatoriamente, comprar
desses fornecedores (a lista completa encontra-se no endereço
www.cartaobndes.gov.br). É importante ressaltar ainda, que para conseguir o cartão, a
empresa deve estar com a documentação e as obrigações da empresa, como FGTS,
INSS, que são exigidas pelo banco, em ordem e atualizadas.
- Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime) – Trata-se de um programa
promovido pela FINEP (Financiadora de estudos e Projetos), uma empresa pública de
fomento à ciência, tecnologia e inovação de produtos, que visa investir em empresas de
tecnologia com até dois anos de existência. Para conseguir este investimento, o
empreendedor deverá passar por algumas fases de avaliação de seu projeto, isto é, até
que consiga sua aprovação para receber os créditos.
Incubadoras de empresas – Uma incubadora é uma empresa planejada para
desenvolver pequenas ou microempresas interessadas em trabalhar com projetos
inovadores. Consiste em uma forma interessante de estimular o empreendedorismo, à
medida que fortalece estas pequenas e microempresas para sobreviver no mercado. Este
fortalecimento se dá através de apoio estratégico, com o objetivo de preparar os
empreendedores e empreendimentos para que sobrevivam aos primeiros anos de
existência.
As chances de sucesso de empresas instaladas em incubadoras são grandes,
devido ao difícil processo de seleção de projetos que visa captar os melhores projetos e
os empreendedores mais preparados.
59
Angels investors – São investidores chamados de anjos que compram participações de
empresas com grande potencial de crescimento, para que mais tarde possa vendê-las
com lucro e a fundos de investimentos, outras empresas ou até mesmo aos próprios
fundadores do negócio.
Estas são algumas maneiras de levantar capital para iniciar o seu negócio, mas
lembre-se: em qualquer uma das opções, você deverá comprovar, através de um plano
de negócios, que o seu empreendimento é capaz de crescer e se tornar um sucesso.
4.6 - Tipos de empresas
As empresas são organizações econômicas que podem ser exercidas
individualmente ou de forma coletiva, oferecendo
produtos ou serviços ao mercado, com o objetivo de gerar
lucros.
O novo Código Civil trouxe uma nova
classificação para as empresas, deixando de se apoiar na
atividade desenvolvida para se classificar no aspecto econômico de sua atividade.
Assim, a nova classificação estabelece que se o empreendedor decidir trabalhar
individualmente, sem a participação de sócios, deverá ser enquadrado como Empresário
ou Autônomo, mas caso prefira, poderá se reunir com outras pessoas (sócios) ou deverá
ser enquadrado como sociedade, seja ela Sociedade Empresária ou Sociedade Simples,
como veremos detalhadamente a seguir.
1) Empresário
O novo Código Civil, em seu artigo 966, define empresário como sendo “aquele
que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens e serviços.”
60
Podemos considerar que trata-se de uma pessoa física que, para atuar
profissionalmente, precisa fazer a sua inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis.
Como característica principal dessa atividade,
destacamos o fato de seu patrimônio particular se
confundir com o patrimônio da empresa. Como
consequência, temos que as dívidas causadas pela
empresa, ou seja, aquelas que porventura venham a
surgir, poderão ser cobradas de seu proprietário, ou seja,
se fizer dívida e a empresa não puder pagar, o
proprietário poderá pagar com seus bens pessoais.
Por ser equiparado a uma pessoa jurídica, deve fazer a sua inscrição no CNPJ e
recolher os tributos existentes, como qualquer outro tipo de empresa.
2) Autônomo
O parágrafo único do mesmo artigo 966 do Código Civil afirma que “Não se
considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa.”
O Código Civil não traz a definição específica de
autônomo, mas diz quem não deve ser considerado como
empresário. Assim, este profissional, que não é
empresário, mas que trabalha individualmente, pode ser
registrado como autônomo.
A característica principal desse profissional é ser exclusivamente prestador de
serviços e não possuir CNPJ. É proibido de exercer atividades do comércio ou
industriais. Para tanto, deve se registrar como empresário ou como sociedade
empresária.
61
Para formalizar sua atividade, deve solicitar um alvará da prefeitura municipal
onde mora e a respectiva inscrição no INSS. Não deve esquecer-se de analisar a
legislação municipal para verificar se, em sua cidade, não há impedimentos para realizar
este registro.
Uma recomendação importante é a elaboração do livro caixa referente à sua
atividade. Sua escrituração destina-se a excluir da renda tributável da pessoa física, as
despesas necessárias ao exercício da atividade profissional, evitando-se o pagamento de
tributos desnecessários.
3) Sociedade Empresária
Importante, antes de estudarmos a Sociedade Empresária e Sociedade Simples,
definirmos o que é sociedade e como se diferencia do empresário ou autônomo.
Sociedade é uma pessoa jurídica de direito privado que se constitui quando duas
ou mais pessoas se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados (art. 46 e art. 981 do Novo
Código Civil).
De forma menos técnica, pode ser definida como a decisão entre duas ou mais
pessoas de se unirem com os mesmos propósitos e objetivos para montar um negócio e
dividirem as obrigações e os resultados.
O que diferencia sociedade dos empresários e/ou autônomos é o fato destes
últimos atuarem individualmente, ou seja, montam seus negócios sozinhos, sem a
participação de sócios.
Visto o conceito de sociedade, podemos conceituar especificamente a Sociedade
Empresária.
62
É a reunião de duas ou mais pessoas (sócios) com o objetivo de exercer,
profissionalmente, uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens ou de serviços, sempre com o objetivo de lucro.
Uma das principais características desse tipo de sociedade, é que a figura do
sócio-gerente, o representante legal da empresa, foi substituída pela figura do
administrador.
As sociedades empresárias abrigam as antigas sociedades comerciais e muitas
das antigas sociedades civis de fim econômico. Como exemplo de sociedades
empresárias, podemos citar as agências de viagens, os hospitais, as administradoras de
imóveis e condomínios que, no direito anterior, se enquadravam como sociedades civis.
Seu registro é obrigatório e deve ser realizado no Registro Público de Empresas
Mercantis (Junta Comercial) de cada Estado, antes do início das atividades.
Os tributos são os mesmos como de qualquer outra sociedade, podendo variar de
acordo com o regime estipulado para o ramo de atividade e com o faturamento da
empresa, na esfera federal, estadual e municipal.
Quanto a suas espécies, as sociedades empresárias poderão ter as seguintes
classificações:
Sociedade em Nome Coletivo
É o tipo de sociedade que deve ser constituída somente por
pessoas físicas, ou seja, outra empresa não pode fazer parte da
sociedade. É o único tipo de sociedade no direito brasileiro em
que os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas dívidas
da sociedade.
Desta forma, os sócios responderão por obrigações da sociedade, de forma
pessoal (com seu próprio patrimônio), subsidiária (a responsabilidade dos sócios é
63
sempre em grau subsidiário), solidária (os credores podem exigir a integralidade de seus
créditos de qualquer um dos sócios) e ilimitada (os sócios respondem com todas as suas
forças com o seu patrimônio pessoal).
Sociedade em Comandita Simples
Sociedade que comporta dois tipos de sócios:
Sócios Comanditados – pessoas físicas que respondem solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais. É a figura, por exemplom, do comerciante, que
conduz o negócio, participa da sociedade com capital e com o seu trabalho, assumindo
também a direção da empresa.
Sócios Comanditários – pessoas físicas ou jurídicas que respondem somente
pelo valor de suas quotas. Estes sócios participam apenas com o capital e não
desenvolvem qualquer trabalho na empresa e muito menos possuem qualquer direito de
ingerência na administração. Por este motivo, respondem apenas até o limite de suas
quotas.
Importante ressaltar que a discriminação de cada classe de sócios deverá estar
presente no contrato social da empresa.
Sociedade Limitada
É o modelo de sociedade empresária mais tradicional e o mais utilizado por
empreendedores. Caracteriza-se pelo fato de cada sócio responder até o limite de suas
cotas, mas com todos respondendo solidariamente pela integralização do capital social.
A sociedade será administrada por uma ou mais pessoas, podendo ser sócios ou
não. Em qualquer uma das opções, os administradores deverão ser designados no
contrato social ou em ato separado.
Sociedade Anônima
64
A sociedade anônima, também chamada de companhia, é regida por lei
específica (Lei no. 6.404/76). Neste tipo societário, o capital é dividido em ações e a
responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço da emissão das ações
subscritas ou adquiridas.
Sociedade em Comandita por Ações
Assim como a sociedade anônima, a sociedade em comandita por ações também
tem seu capital divido em ações, regendo-se pelas mesmas normas da sociedade
anônima.
Porém, existem algumas diferenças como:
1) A sociedade adotará como nome empresarial firma ou denominação;
2) Somente o sócio (acionista) tem qualidade para administrar a sociedade;
3) Como diretor, o sócio responderá subsidiariamente e de forma ilimitada pelas
obrigações sociais;
4) Se houver dois ou mais diretores, se estabelecerá a solidariedade entre eles;
5) A nomeação dos diretores se materializa no estatuto social;
6) O prazo de gestão é indeterminado.
4) Sociedade Simples
De acordo com o Novo Código Civil, sociedades simples são aquelas formadas
por pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores.
65
De forma mais clara, podemos considerar sociedade simples como sendo a
reunião de duas ou mais pessoas (sócios) com o objetivo de exercer profissionalmente
uma atividade econômica organizada para a produção
ou circulação de bens e serviços, a fim de partilhar
entre si os resultados dessa atividade.
A diferença para a sociedade empresária é que,
neste caso, o objeto da atividade não é própria de
empresário, ou seja, seu objetivo será apenas a
prestação de serviços relacionados à habilidade profissional e intelectual de seus sócios.
Este tipo de sociedade não admite o enquadramento de atividades de comércio e
indústria.
Como exemplo de sociedades simples, podemos citar as cooperativas, certas
sociedades dedicadas a atividades agrícolas ou pastoril e sociedades de advogados.
Seu registro é obrigatório e deve ser realizado no Cartório de Registro de Títulos
e Documentos das Pessoas Jurídicas do local de sua sede e não na Junta Comercial
como as sociedades empresariais.
Da mesma forma como ocorre nas sociedades empresariais, os tributos são os
mesmos como de qualquer outra sociedade, podendo variar de acordo com o regime
estipulado para o ramo de atividade e com o faturamento da empresa, na esfera federal,
estadual e municipal.
Quanto a suas espécies, as sociedades empresárias poderão ter as seguintes
classificações:
Sociedade em Nome Coletivo
Já conceituada em Sociedade Empresária.
66
Sociedade em Comandita Simples
Já conceituada em Sociedade Empresária.
Sociedade Limitada
Já conceituada em Sociedade Empresária.
Cooperativa
Trata-se de uma sociedade de pessoas, regida por lei específica (Lei no.
5.764/71), de natureza civil, não sujeita à falência, constituída para prestar serviços aos
seus associados.
Entre as suas características, destacamos:
1) Variabilidade ou dispensa de capital social;
2) Limitação do valor das quotas do capital social que cada sócio poderá deter;
3) Direito de cada cooperado a um só voto nas deliberações;
4) Indivisibilidade do fundo de reserva.
4.7 - Passo a passo para abrir uma empresa
O processo de abertura dos diferentes tipos de empresas é muito parecido. Por
isso, apresentaremos um passo a passo comum a todos os tipos e que poderá fornecer
uma ideia mais concreta dos procedimentos necessários para que o empreendedor
constitua seu negócio.
67
Queremos ressaltar ainda que este procedimento serve apenas para dotar o
empreendedor de conhecimentos técnicos, uma vez que o caminho mais rápido, prático
e técnico para se constituir um negócio, é através de profissionais de contabilidade.
1º. Passo – Medidas Preventivas.
O empreendedor, antes de dar entrada na documentação para constituir sua
empresa, precisa estar atento a algumas precauções para evitar transtornos posteriores.
Entre as precauções, destacamos:
- Cuidado na escolha do local para estabelecer o negócio, tais como: localização,
movimentação de pessoas, facilidade de acesso para os clientes, risco de enchentes,
feiras em frente ao local, entre outros;
- Verificar se o imóvel a ser alugado ou comprado, possui a inscrição habite-se,
se a atividade respeita a lei de zoneamento do Município, se o IPTU do imóvel está em
dia, se não há problemas judiciais do proprietário que possa levar o imóvel a uma lide
judicial, entre outros;
- Verificar junto a órgãos do meio ambiente e vigilância sanitária, se for o caso,
se o local atende às exigências para funcionamento;
- Verificar exigências do Corpo de Bombeiros;
- E demais informações que possam lhe trazer transtornos se não forem
observadas, de acordo com o negócio a ser iniciado.
2º. Passo – Escolha do tipo de empresa.
Como vimos no tópico anterior, para constituir um negócio formal, o
empreendedor deve escolher entre quatro tipos de empresa. Se quiser trabalhar sozinho,
sem sócios, deve ser empresário ou autônomo. Se a opção for por montar um negócio
68
com duas ou mais pessoas, deve escolher entre sociedade empresária e sociedade
simples, podendo ser:
1. Sociedade em Nome Coletivo;
2. Sociedade em Comandita Simples;
3. Sociedade em Comandita por Ações;
4. Sociedade Anônima;
5. Sociedade Limitada.
Importante lembrar o empreendedor que, caso decida por sociedade simples, não
poderá adotar as espécies Sociedade Anônima ou Sociedade em Comandita por Ações,
que são exclusivas da sociedade empresária.
3º. Passo – Escolha da Razão Social e Nome Fantasia.
Deverá o empreendedor solicitar uma pesquisa na Junta Comercial local, a fim
de verificar se o nome escolhido para sua empresa já não foi objeto de registro por parte
de outra. O empreendedor poderá ter problemas caso escolha um nome para sua
empresa que já tenha sido registrado na Junta Comercial.
O ideal é o empreendedor escolher de três a cinco nomes e ir à Junta Comercial
de sua cidade para checar se não existe outra empresa com nome igual ou semelhante.
Da mesma forma, é ilegal copiar logotipos ou marcas já existentes, pois existem
legislações específicas sobre o assunto e penalidades que podem acarretar sanções
severas ao empreendedor.
Comece pesquisando pela sua primeira opção de nome. Se não houver nome
igual ou semelhante, poderá efetuar o registro. Caso exista, parta para o segundo nome
preferido até que possa realizar o registro.
69
A inscrição do nome da empresa no órgão de registro assegura o seu uso
exclusivo nos limites do respectivo estado.
4º. Passo – Preparação dos Documentos.
O empreendedor deve providenciar os seguintes
documentos:
– Fotocópia do IPTU do imóvel;
– Contrato de locação do imóvel a ser usado no negócio, registrado no Registro
de Títulos e Documentos (se o imóvel for alugado);
– Fotocópia autenticada do RG dos Sócios;
– Fotocópia autenticada do CPF/MF dos Sócios;
– Fotocópia autenticada do comprovante de endereço dos Sócios;
– Comprovante de entrega das 5 (cinco) últimas Declarações do IRPF dos
Sócios;
– Se a atividade envolver prestação de serviços, cuja profissão seja
regulamentada, verificar as exigências e formalidades do Conselho Regional de referida
profissão quanto à elaboração do Contrato Social, formação societária e
responsabilidades técnicas.
5º. Passo – Elaboração do Contrato Social.
Contrato Social é um documento que registra todas as normas de constituição e
funcionamento de um negócio. Na elaboração do contrato social, não poderá ocorrer
emendas, rasuras e entrelinhas, mas é admitida ressalva expressa no próprio instrumento
com assinatura das partes.
70
Lembre-se que, no caso de Sociedade Anônima ou Sociedade em Comandita por
ações, não se elabora um contrato social, mas sim, um estatuto social.
Seguem as cláusulas mais importantes e que são necessárias em um contrato social:
1) Tipo de sociedade;
2) Qualificação completa dos sócios;
3) Nome empresarial (firma ou denominação social);
4) Objeto social;
5) Capital social;
6) Quota de cada sócio no capital social;
7) Responsabilidade dos sócios (Sociedade Limitada);
8) Se os sócios respondem, subsidiariamente, ou não pelas obrigações sociais
(se for Sociedade Simples);
9) Nomeação do administrador e seus poderes (em contrato ou em ato separado);
10) Participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
11) Sede e foro;
12) Prazo de duração.
71
6º. Passo – Registro da Empresa nos Órgãos Competentes.
Este é o momento em que sua empresa nasce efetivamente. Registrar a sua
empresa torna-o um empresário formal, o que possibilita uma ampliação de seus
negócios e do próprio mercado em que irá atuar.
As exigências variam de acordo com alguns aspectos do negócio, como ramo de
atividade, tipo de empresa, região geográfica e outras situações que podem ajudar o
empresário na questão tempo ou prejudicá-lo com o aumento da burocracia.
De qualquer forma, vamos apresentar o processo básico de registro no Estado de
São Paulo, para cada tipo de empresa que vimos no tópico anterior, para conhecimento
geral. Como procedimentos, temos:
Sociedade Empresária
1) Registro na Junta Comercial.
Deve seguir os seguintes passos:
– Escolhido o tipo de sociedade, o próximo passo consiste em escolher o nome
da empresa (firma ou denominação social) e fazer o pedido de busca na Junta
Comercial. Esta busca é realizada mediante o pagamento de uma taxa;
– Em seguida, o Contrato Social deve ser elaborado em 3 (três) vias, com todas
as folhas rubricadas e a última folha assinada pelos sócios, testemunhas e pelo
advogado responsável por sua elaboração. Este contrato deverá ser entregue na Junta
Comercial, juntamente com os demais documentos exigidos pelo órgão.
72
2) Receita Federal
Todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas como o empresário, são
obrigadas a realizar a sua inscrição na Receita Federal com o objetivo de obter o seu
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
3) Inscrição na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
O Registro na Secretaria da Fazenda, destina-se às empresas que deverão
contribuir com o ICMS e que necessitam de inscrição estadual (IE). Constitui-se
contribuinte de ICMS, qualquer pessoa, natural ou jurídica, que de modo habitual ou em
volume caracterize intuito comercial, realize operações relativas à circulação de
mercadorias ou preste serviços de transporte interestadual ou intermunicipal ou de
comunicação (art. 9º do RICMS).
4) Inscrição na Prefeitura Municipal de São Paulo
Estão sujeitos à inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários do
Município de São Paulo:
– As pessoas físicas e jurídicas estabelecidas no Município;
– As pessoas que, embora não estabelecidas, exerçam atividades no Município,
sem relação de emprego (exceto trabalhadores avulsos, diretores e membros do
Conselho Consultivo e Fiscal de sociedades);
– Aqueles que, residentes ou domiciliados no Município, prestam serviços fora
dele, sem estabelecimento no local da prestação;
– Os que fazem qualquer espécie de anúncio, que exploram ou utilizem a
divulgação de anúncios de terceiros.
73
Empresário
Aqueles que não quiserem ter sócios, mas estiverem interessados em adquirir
personalidade jurídica como empresário, devem seguir os mesmos passos relacionados
ao processo de constituição de uma sociedade empresária, entretanto, sem apresentar
contrato social, mas uma declaração própria exigida pela Junta Comercial.
A Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP, disponibiliza em seu site
(ww.jucesp.sp.gov.br), o programa Cadastro Digital, que permite ao usuário gerar todas
as informações cadastrais relativas aos arquivamentos de constituição ou alterações de
sua empresa, com a emissão dos formulários necessários para entrega na Jucesp.
Sociedade Simples
Antes de tudo, é importante lembrar que o registro de sociedade simples não se
faz na Junta Comercial como a sociedade empresária, mas adquire a personalidade
jurídica com o registro de seus atos constitutivos no Cartório de Títulos e Documentos
das Pessoas Jurídicas.
1) Registro no Cartório
Para efetuar o registro no Cartório, o empreendedor deverá estar munido dos
seguintes documentos:
– Quatro vias do contrato social, com todas as folhas autenticadas pelos sócios,
devendo a última ser assinada por todos os sócios e por duas testemunhas, com todas as
firmas reconhecidas;
– Cópia do RG e CPF dos sócios;
– Pagar taxa de Constituição da sociedade (conforme capital social).
74
2) Receita Federal
Todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas como o empresário, estão
obrigadas a realizar a sua inscrição na Receita Federal com o objetivo de obter o seu
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
3) Prefeitura Municipal de São Paulo
O empreendedor deve apresentar os seguintes documentos:
– Guia de Dados Cadastrais - GDC preenchida, adquirida nas papelarias
especializadas;
– Notificação-Recibo do IPTU do Município de São Paulo do exercício atual, e
quando a NR do IPTU não contiver o nome do contribuinte, anexar um dos seguintes
documentos: contrato de locação, contas de luz, água, telefone, gás ou outro documento
que ateste a localização do contribuinte no endereço declarado;
– CNPJ do estabelecimento, dentro do prazo de validade;
– CPF e RG do signatário da guia;
– Instrumento de constituição (Contrato Social, Estatuto, Ata ou Declaração de
Firma Individual) e, se for o caso, suas alterações posteriores, regularmente registradas
no órgão competente;
– Quando o signatário da GDC for o procurador, deve ser anexada a competente
procuração, com firma reconhecida, acompanhada dos documentos pessoais do
signatário (CPF e RG).
75
Autônomo
O profissional autônomo precisa apenas de registro na Prefeitura Municipal e na
Previdência Social. Como profissional autônomo, não terá cartão de CNPJ, mas poderá
solicitar a confecção de Notas Fiscais que comprovem a prestação de serviços e que
servirão de base para apuração de tributos.
Os documentos necessários para inscrição na Prefeitura são:
- Guia de Dados Cadastrais – GDC;
- Cópia do IPTU do imóvel com o endereço do interessado;
- Cópia do CPF e RG.
Tributos incidentes sobre a prestação de serviços:
- Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS);
- Taxa de Fiscalização de Estabelecimento – TFE;
- Taxa de Fiscalização de Anúncios – TFA (caso exista anúncio ou placas);
- IRPF – Declaração anual.
- INSS – através de GRCI, recolhimento mensal obrigatório, conforme a tabela
publicada em jornais.
7º. Passo – Licenças necessárias para começar a funcionar.
Nenhum imóvel poderá ser utilizado para exercer atividade comercial, sem
prévia licença de funcionamento expedida pela prefeitura. Esta licença chama-se Auto
de Licença e Funcionamento e só será expedida com a apresentação de uma declaração
76
de que o estabelecimento encontra-se de acordo com o documento de regularidade
apresentado, e em total condição de higiene e habitabilidade. Para tanto, é necessário
anexar os seguintes documentos:
- IPTU do imóvel (QUE DEVE SER COMERCIAL);
- Cópia do CCM (Cadastro de Contribuintes Mobiliários) na Prefeitura
Municipal;
- TFE (Taxa de Fiscalização de Estabelecimento) último DATRM quitado do
exercício;
- Habite-se.
Além da licença acima mencionada, é essencial que o empreendedor verifique a
necessidade de obtenção de licenças específicas, de acordo com o tipo de atividade que
será desenvolvida. Por exemplo, atividades de transporte de cargas podem requerer o
competente registro perante a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres); a
produção e comércio de produtos alimentícios também pode requerer uma licença
especial emitida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e assim por
diante.
4.8 - Incidência de Tributos sobre o empreendimento
O sistema de tributação nacional para pessoas jurídicas é extremamente
complexo, exigindo um curso próprio para tentarmos elucidar e explicar da melhor
forma possível o seu funcionamento. No entanto, optamos por destacar, de forma bem
simples, quais são os principais impostos e contribuições que incidem sobre um negócio
e devem ser recolhidos quando devidos, sob pena de gerar uma dívida com o governo.
Entre os principais tributos, podemos destacar:
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No âmbito federal
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ)
Trata-se de um imposto cobrado sobre o produto do capital produzido pelas
empresas, dividindo-se em três tipos básicos:
Lucro Real – Apura-se um balanço contábil e sobre o lucro, se houver, aplica-se
a alíquota de 15%. É mais usado nas empresas de maior porte.
Lucro Presumido – Sobre o faturamento, aplica-se uma alíquota que varia de
1,6% a 32%. Aplicando esta alíquota, você obtém o lucro presumido e, em seguida,
aplica outra alíquota, de 15%, obtendo então o imposto que deve pagar.
Lucro Arbitrado – É usado quando não se pode provar o faturamento da
empresa. Ex.: documentos destruídos por causa de incêndios, inundações, entre outros.
Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL)
É uma contribuição destinada ao financiamento da Seguridade Social. É uma
contribuição disciplinada pela Lei no. 7.689/88 e que incide sobre as empresas optantes
pelo sistema de Lucro Presumido ou Lucro Real.
Programa de Integração Social (PIS/Pasep)
Trata-se de uma contribuição social devida pelas empresas, que tem por
finalidade financiar o pagamento do seguro-desemprego e do abono para os
trabalhadores que ganham até dois salários mínimos.
Foi instituído sob a égide de promover a integração do empregado na vida e no
desenvolvimento das empresas.
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Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
É uma contribuição que incide sobre a receita bruta das empresas para garantir e
financiar a seguridade social.
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Trata-se de um imposto que incide sobre produtos nacionais e importados e tem
o poder de fiscalizar e controlar a venda de produtos, como no caso de redução para
aumentar a venda de veículos zero quilômetro e de eletrodomésticos ou, no caso de
aumento, para dificultar a venda de cigarros.
No âmbito estadual
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e serviços (ICMS)
É um imposto que incide sobre a circulação de mercadorias, prestações de
serviços de transporte interestadual, ou intermunicipal, de comunicações e de energia
elétrica.
No âmbito municipal
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
É um imposto municipal que incide sobre a prestação de serviços de atividades
especializadas, desempenhadas por empresas ou profissionais autônomos.
SISTEMA SIMPLES NACIONAL DE TRIBUTAÇÃO
O Simples Nacional é o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos
e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. A ideia do
Simples Nacional originou-se da necessidade de unificar, dentro do possível, a
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complexa legislação tributária, atualmente aplicável a estas empresas e facilitar o
recolhimento de tributos, tanto em âmbito federal, quanto em âmbito Estadual e
Municipal.
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Conclusão do Módulo II
Olá!
Chegamos ao final de nosso curso, esperando que você tenha aprendido os
principais conceitos e noções sobre empreendedorismo.
Torcemos para que, com as informações recebidas, você se torne um novo
empreendedor e tenha bastante sucesso em sua atividade, gerando lucro para você e,
principalmente, propiciando à população brasileira mais uma fonte de trabalho e de
renda. Esperamos que as informações e conhecimentos aqui adquiridos possam ser úteis
no desenvolvimento de seu trabalho e ainda mais no desenvolvimento de sua carreira
profissional.
Lembramos que este curso não capacita completamente seus alunos ao exercício
da profissão, constituindo apenas um apanhado geral sobre os principais aspectos que
envolvem a profissão.
Para concluir o curso, faça, quando se sentir preparado, a avaliação referente ao
Módulo II, localizada no menu do seu curso.
Sucesso e Boa Sorte!
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Bibliografia
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- SOCALSCHI, Brasilio, Mitos e realidades sobre o empreendedor.
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