emendas ao plano diretor - comissão do meio ambiente - ver. pedrão

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ESTADO DE SANTA CATARINA CÂMARA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS GABINETE DO VEREADOR P E D R O D E A S S I S S I L V E S T R E (P E D R Ã O) EMENDAS AO PLC 01292/2013 institui o Plano Diretor de Urbanismo do município de Florianópolis que dispõe sobre a política de desenvolvimento urbano, o plano de uso e ocupação, os instrumentos urbanísticos e sistema de gestão. Inicialmente, cumpre enaltecer a importância da matéria para o futuro do nosso município, bem como a iniciativa do Poder Executivo em colocála para análise deste Poder Legislativo, tendo em vista que o Estatuto das Cidades fez previsão inicial para o final do ano de 2006 (prorrogado para o fim de julho de 2008) como o prazo temporal/limite para que os municípios elaborassem seus planos diretores, o que coloca o nosso município em desacordo com a Legislação. Diante desse cenário, entendemos a urgência em adequar Florianópolis à perspectiva das diretrizes Federais de desenvolvimento urbano, bem como a necessidade do município em se reconhecer após uma década sem planejamento urbano, por notória e irresponsável omissão, tanto do Poder Executivo quanto do Legislativo, frente à política de planejamento urbano desta cidade tão peculiar, apaixonante e inspiradora. Os efeitos colaterais de inúmeros atos desintegrados quando do planejamento urbano municipal, além de um descomprometimento por parte dos gestores públicos, refletem no cotidiano dos munícipies um flagrante desrespeito aos limites ambientais de suporte que a geografia insular e continental possibilitam à população e ao pleno e equilibrado crescimento e desenvolvimento urbano. Além disso, cabe ressaltar que as capacidades de carga estrutural, como a de fornecimento de água, de luz, coleta e tratamento de esgoto, são indiscutivelmente insuficientes para a atual demanda, o que nos remete à conclusão de inexistência de gestão pública planejada, integrada e responsável. Ante o longevo e inexcusável descomprometimento com o bem estar e condições mínimas de dignidade e salubridade dos cidadãos, além da insegurança jurídica, fruto das constantes alterações pontuais e questionáveis de zoneamento, que aplaudimos a iniciativa do presente instrumento, e consideramos uma oportunidade ímpar participarmos da presente análise concentrando esforços, saberes e sentimentos de grande estima por esta apaixonante cidade, é que nos dispomos a contribuir de maneira a se priorizar o bem comum, as garantias de um bom futuro para as próximas gerações, propiciandose um ambiente no qual a economia, o social e o ambiental dialoguem de forma sustentável, consciente e, acima de tudo, equilibrada. Cumpre esclarecer que o processo de discussão e elaboração do Plano em comento está ocorrendo de maneira a não possibilitar uma decisão com embasamento e suporte técnico necessários Rua: Anita Garibaldi, n° 35 – Centro – Florianópolis – SC CEP 88.010500 – Fone: 48 3027.5700 www.cmf.sc.gov.br

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Emendas aprovadas pela Comissão do Meio Ambiente propostas pelo Vereador Pedro de Assis Silvestre (Pedrão) ao Projeto do Plano Diretor de Florianópolis em 2013. O documento trata de questões polêmicas como a Ponta do Coral e a Ponta do Ataliba e também dos prazos para a implementação das unidades de conservação municipais.

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E S T A D O D E S A N T A C A T A R I N AC Â M A R A M U N I C I P A L D E F L O R I A N Ó P O L I S

G A B I N E T E D O V E R E A D O RP E D R O D E A S S I S S I L V E S T R E (P E D R Ã O)

EMENDAS AO PLC 01292/2013­ institui o Plano Diretor de Urbanismo do município de Florianópolis que dispõe sobre a política de desenvolvimento urbano, o plano de uso e ocupação, os instrumentos urbanísticos e sistema de gestão.

Inicialmente, cumpre enaltecer a importância da matéria para o futuro do nosso município, bem como a iniciativa do Poder Executivo em colocá­la para análise deste Poder Legislativo, tendo em vista que o Estatuto das Cidades fez previsão inicial para o final do ano de 2006 (prorrogado para o fim de julho de 2008) como o prazo temporal/limite para que os municípios elaborassem seus planos diretores, o que coloca o nosso município em desacordo com a Legislação.

Diante desse cenário, entendemos a urgência em adequar Florianópolis à perspectiva das diretrizes Federais de desenvolvimento urbano, bem como a necessidade do município em se reconhecer após uma década sem planejamento urbano, por notória e irresponsável omissão, tanto do Poder Executivo quanto do Legislativo, frente à política de planejamento urbano desta cidade tão peculiar, apaixonante e inspiradora.

Os efeitos colaterais de inúmeros atos desintegrados quando do planejamento urbano municipal, além de um descomprometimento por parte dos gestores públicos, refletem no cotidiano dos munícipies um flagrante desrespeito aos limites ambientais de suporte que a geografia insular e continental possibilitam à população e ao pleno e equilibrado crescimento e desenvolvimento urbano. Além disso, cabe ressaltar que as capacidades de carga estrutural, como a de fornecimento de água, de luz, coleta e tratamento de esgoto, são indiscutivelmente insuficientes para a atual demanda, o que nos remete à conclusão de inexistência de gestão pública planejada, integrada e responsável.

Ante o longevo e inexcusável descomprometimento com o bem estar e condições mínimas de dignidade e salubridade dos cidadãos, além da insegurança jurídica, fruto das constantes alterações pontuais e questionáveis de zoneamento, que aplaudimos a iniciativa do presente instrumento, e consideramos uma oportunidade ímpar participarmos da presente análise concentrando esforços, saberes e sentimentos de grande estima por esta apaixonante cidade, é que nos dispomos a contribuir de maneira a se priorizar o bem comum, as garantias de um bom futuro para as próximas gerações, propiciando­se um ambiente no qual a economia, o social e o ambiental dialoguem de forma sustentável, consciente e, acima de tudo, equilibrada.

Cumpre esclarecer que o processo de discussão e elaboração do Plano em comento está ocorrendo de maneira a não possibilitar uma decisão com embasamento e suporte técnico necessários

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por parte dos vereadores, haja vista o prazo exíguo para análise, aprofundamento e debate disponibilizado pela dinâmica de tramitação simultânea nas comissões de mérito na casa legislativa municipal. Dentro dessa perspectiva, com a devida vênia, julgamos incompleta a presente proposta do Plano Diretor do Município de Florianópolis, uma vez que nos carece informações basilares para a tomada de decisão, como por exemplo, os mapas de condicionantes ambientais e as ora citadas capacidades de carga estrutural dos sistemas viários, sistema de fornecimento de água, luz e tratamento de esgoto.

Mesmo diante desse cenário, solicitamos as informações basilares acima citadas, via Requerimento às instituições responsáveis, com intuíto de aprimorar nossa analíse bem como compreender a real situação do municipio como método de diagnostico da cidade. Por fim, concluimos que qualquer legislação que contenha diretrizes e princípios comprometidos tecnicamente com o pleno desenvolvimento urbano, norteado pelo equilibrio, serve para Florianópolis, entretanto, qualquer legislação não servirá para uma cidade que se encontra doente e que necessita ser curada. Assim sendo, optamos por focar nossas emendas na garantia do equilibrio ambiental, de forma que as críticas ao processo de tramitação e de conteúdo do Plano Diretor, ficam restritas ao seu aprimoramento, uma vez que não podemos ter compromisso com erro, pois, mais uma vez cito, que essa é a oportunidade única de construírmos o futuro responsável e equilibrado que Florianópolis merece.

Tendo em vista tal cenário, cumpre expor algumas considerações acerca da matéria ora analisada antes da proposição de emendas:

­ Considerando­se os arts. 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, os quais dispõem sobre a política urbana e estabelecem que tal política deve ser executada pelo Poder Público Municipal com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem­estar de seus habitantes, além de estabelecer o Plano Diretor como o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana;

­ Considerando­se o art. 225 da nossa Lei Maior que dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”, além de incumbir ao Poder Público o dever de preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos;

­ Considerando­se os princípios ambientais previstos de maneira explícita ou implícita ao longo do texto

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constitucional, tais como, os princípios da prevenção, precaução, do desenvolvimento sustentável e do não retrocesso ambiental, os quais, além de serem pilares do ordenamento jurídico ambiental, servem de base à legislação infraconstitucional, às lições e entendimentos majoritários dos doutrinadores e à jurisprudência predominante dos nossos tribunais;

­ Considerando­se a Política Nacional do Meio Ambiente­ Lei 6938/1981, a qual tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, assegurando­se condições ao desenvolvimento socioeconômico e à proteção da dignidade da vida humana, observando­se alguns princípios, tais como: ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; recuperação de áreas degradadas e proteção de áreas ameaçadas de degradação; educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá­la para participação ativa na defesa do meio ambiente;

­ Considerando­se que o Estatuto das Cidades­ Lei 10.257/2001­ ao regulamentar os artigos 182 e 183 da CF/88, estabelece diretrizes gerais da política urbana fazendo referência ao Plano Diretor como instrumento para garantir o direito a cidades sustentáveis, a gestão democrática de tais políticas, a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; bem como refere­se ao direito de preempção nos casos de implantação de equipamentos urbanos e comunitários, criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes, de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental, além da proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;

­ Considerando­se que a Resolução 34/2005 editada pelo Conselho das Cidades­ Ministério das Cidades estabelece que os planos diretores devem assegurar as funções sociais da cidade e da propriedade urbana, tanto a privada como a pública, a acessibilidade e mobilidade sustentável de todos os cidadãos, a universalização do acesso à água potável, aos serviços de esgotamento sanitário, a coleta e disposição de resíduos sólidos e ao manejo sustentável das águas pluviais, bem como a demarcação das áreas de proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;

­ Considerando­se o Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro­ Lei 7975/2009­ o qual, em

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consonância com os Planos Estadual e Federal sobre a mesma temática, incumbe ao Executivo Municipal o dever de proceder ao zoneamento de usos e atividades na zona costeira municipal e priorizar a conservação e incolumidade, dentre outros, dos promontórios, costões, restingas, dunas, florestas litorâneas, manguezais, sítios ecológicos de relevância cultural e paisagística e demais unidades naturais de preservação permanente;

­ Considerando­se a recente aprovação do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico e a inexistência de previsão no presente projeto de metas específicas e objetivas no que concerne ao saneamento básico de Florianópolis, em especial quanto a estudos sobre capacidade de carga estrutural para o devido esgotamento/tratamento sanitário de cada região/bairro, estudo esse que deveria ser um dos parâmetros para se definir/traçar as direções e formas de crescimento da nossa cidade, servindo de base, inclusive, para a definição de zoneamentos e índices de construções adequados para cada localidade;

­ Considerando­se o Sistema Nacional de Unidades de Conservação­ SNUC­ Lei 9985/2000­ o qual tem como uma de suas diretrizes assegurar a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e gestão das unidades de conservação, dispondo, dentre os seus objetivos, a preservação e restauração da diversidade de ecossistemas naturais, promoção do desenvolvimento sustentável utilizando­se de princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento, proteção de paisagens naturais e de notável beleza cênica, proteção e recuperação de recursos hídricos, recuperação e restauração de ecossistemas degradados, promoção de pesquisa científica, educação ambiental, recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico, bem como a proteção dos recursos naturais necessários para à subsistência de populações tradicionais, respeitando seus valores culturais de forma a promove­las socioeconomicamente.

Propõe­se as seguintes emendas referentes aos zoneamentos constantes dos mapas:

01­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterada para AVL a área localizada na Ponta do Recife (Ponta do Coral­ ATL­6.5), bairro da Agronômica, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

A alteração de zoneamento aqui proposta tem por intenção dar destinação pública à área em comento por tratar­se de uma das poucas áreas ainda não edificadas na região, a qual já sofre pelo

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excessivo adensamento de construções/edificações, o que reflete na carência de espaços públicos que comportem o crescente número de novos moradores e frequentadores da localidade.

Cumpre ressaltar a informação técnica nº 007/2012 pelo ICMBio, o qual enfatiza a potencialidade de danos ao meio natural local e do entorno, em especial às Unidades de Conservação caso sejam implementados equipamentos/infraestrutura de grande porte na localidade.

Dessa feita, faz­se imprescindível para o município transformar tal área em um espaço verde para o lazer da população possibilitando­se que o Poder Público possa utilizá­la futuramente para a construção de praças, parques e/ou equipamentos públicos relevantes para o fomento de atividades culturais, de lazer, esportivas, educativas e de convívio social.

Muito vem sendo discutido atualmente sobre a função social da propriedade cabendo a nós Vereadores tomarmos uma posição em direção à preservação do nosso ambiente como um todo, incluindo­se os patrimônios natural, paisagístico, histórico e cultural de forma a se garantir o equilíbrio socioambiental, proteção essa que poderá se tornar efetiva com a aprovação da presente proposta em plenário.

Nesse sentido, o doutrinador Paulo Affonso Leme Machado ensina que o Poder Público passa a figurar não como proprietário de bens ambientais mas como um gestor que administra bens que não são dele e, por isso, deve explicar convincentemente sua gestão. Acrescenta, ainda, que:

“a aceitação dessa concepção jurídica vai conduzir o Poder Público a melhor informar, a alargar a participação da sociedade civil na gestão dos bens ambientais e a ter que prestar contas sobre a utilização dos bens “de uso comum do povo”, concretizando um “Estado Democrático e Ecológico de Direito” (arts. 1º, 170 e 225).”.

Dessa forma, faz­se imprescindível a adoção de um entendimento mais amplo do conceito de propriedade.

Vale abordar, ainda, o princípio do desenvolvimento sustentável, o qual faz­se de suma importância quando do planejamento e execução das políticas públicas urbanísticas pelo poder público municipal. Nas palavras do ilustre doutrinador Celso Antônio Pacheco Fiorillo, tal princípio tem o seguinte conteúdo:

“a manutenção das bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas

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atividades, garantindo igualmente uma relação satisfatória entre os homens e destes com o seu ambiente, para que as futuras gerações também tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje à nossa disposição”

Para tanto, apresentamos a presente emenda de forma a tornar a área objeto desta propositura um espaço público verde de lazer, o qual, futuramente, estará apto a hospedar um equipamento público de convivência social, pedindo, assim, a compreensão e sensibilização dos Vereadores desta Casa para a aprovação da presente emenda em razão do seu alto grau de relevância para o município de Florianópolis.

02­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterada para AVL a área localizada na Ponta José Francisco­ (Ponta do Ataliba­ ATR 2.5) no bairro de Coqueiros, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

A alteração de zoneamento aqui proposta tem por intenção dar destinação pública à área em comento por tratar­se de uma das poucas áreas ainda não edificadas na região continental, a qual já sofre pelo excessivo adensamento de construções/edificações.

Cabe ressaltar a existência de parecer técnico da FLORAM­ 145/2011 sugerindo que tal área fosse “agregada ao Parque de Coqueiros para fins públicos de educação ambiental, com a possibilidade (...) de implementação de equipamentos urbanos e comunitários, podendo­se ligar o referido Parque à Ponta da Ilhota (ou Ponta José Francisco) por meio de passarelas ambientais modulares”.

Corroborando o parecer acima, cabe citar o Laudo de Vistoria de n° 023/2013­ DITEC/IBAMA/SC afirmando que a área em tela “abriga um ecossistema de manguezal (...) com uma quantidade muito significativa de espécies da fauna silvestre, em especial avifauna” e conclui dispondo que o “mangue do saco da lama é um do poucos remanescentes na região continental de Florianópolis” e que a “sua preservação é fundamental para a sobrevivência de muitas espécies típicas deste ecossistema”(...).

Assim, como no caso referente à Ponta do Recife (Ponta do Coral), a área localizada na Ponta José Francisco (Ponta do Ataliba), tem inquestionável aptidão para ser destinada a um espaço verde para o lazer da população possibilitando­se que o Poder Público possa utilizá­la futuramente para a

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construção de praças, parques e/ou equipamentos públicos relevantes para o fomento de atividades culturais, de lazer, esportivas, de convívio social e educativas.

03­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterada de AVL para APP a área localizada entre o Parque de Coqueiros e a área supramencionada (Ponta José Francisco/Ponta do Ataliba), no bairro de Coqueiros, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

Tal alteração ocorre em razão da referida área tratar­se de manguezal, conforme o disposto no Laudo de Vistoria de n° 023/2013­ DITEC/IBAMA/SC, in verbis: “abriga um ecossistema de manguezal (...) com uma quantidade muito significativa de espécies da fauna silvestre, em especial avifauna”. Ademais, o “mangue do saco da lama é um do poucos remanescentes na região continental de Florianópolis” e “sua preservação é fundamental para a sobrevivência de muitas espécies típicas deste ecossistema”(...).

Cumpre esclarecer que o inciso VII, art. 4º, da Lei Federal nº 12.651/2012 (Código Florestal) inclui os manguezais no rol de áreas de preservação permanente.

Assim sendo, não cabe ao município denominar/atribuir zoneamento diferente de APP, mesmo sob a alegação de eventual interesse local, sob pena de contrariar o ordenamento jurídico, em especial, lei federal vigente.

04­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterado para AMS ­ 6.5 o índice referente à AMS­14.5 na qual está inserida a Via Expressa do bairro de Capoeiras, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

05­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterado para AMS­ 12.5 o índice referente à AMS­16.5 na qual está inserido trecho da Via Expressa do bairro de Capoeiras/Vila Aparecida, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

06­ Emenda Modificativa:

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­ Ficam alterados para 6.5 os índices referentes à AMC­12.5 e à AMS­10.5 nas quais estão localizados os bairros de Capoeiras e Estreito, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

07­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterado para AMC ­ 8.5/10.5 o índice referente à AMC­12.5 que compreende o entorno do Estádio Orlando Scarpelli, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

08­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterado para AMC ­ 8.5 o índice referente à AMC­12.5 na qual está inserido parte do bairro Jardim Atlântico, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

09­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterado para APP o zoneamento da área que compreende a Praia do Meio­APL, bairro de Coqueiros, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

As emendas de nº 04 a 09 justificam­se em razão do intenso adensamento que a região continental vem sofrendo nos últimos anos. Insta ressaltar que tal região compreende 5 % do território do município e, contraditoriamente, abriga ⅓ da população (aproximadamente 135.000 pessoas) residente em Florianópolis. Importante salientar, ainda, que essa região é uma das mais impactadas pelo caos referente à mobilidade urbana, muito em razão da verticalização acentuada, em especial, na última década e também por servir como localidade condutora de tráfego da região metropolitana em direção à parte central da ilha. Ademais, seu sistema viário encontra­se saturado e sem perspectivas e possibilidades de ampliação Por fim, cabe ressaltar que a proporção recomendada pela Organização das Nações Unidas­ ONU é de 18 mts² de áreas verdes por habitante, ao passo que foi constatada pelo IPUF uma realidade de 0.5 mts² de área verde, acessível, por habitante na região em comento.

10­ Emenda Modificativa:

­ Fica alterado para 12.5 o índice referente à AMC­16.5 na qual está inserido trecho da

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Beira­Mar Norte, conforme delimitação no mapa anexo, o qual é parte integrante desta emenda.

Tal emenda faz­se necessária, assim como as demais acima, em razão do intenso adensamento populacional ocorrido na região na qual a referida via está incluída, sem a implementação da devida infraestrutura, em especial no que concerne à captação e correta destinação de águas pluviais e à sobrecarga sem precedentes ao sistema viário local e macro.

Propõe­se, ainda, as seguintes emendas referentes ao texto da presente proposição:

11­ Emenda Aditiva:

­ O art. 33 do PLC 01292/2013 fica acrescido do § 4º, nos seguintes termos:

§4º As propostas de criação de novas unidades de conservação e áreas protegidas, tanto as que estejam tramitando na Câmara Municipal, como outras de interesse para a preservação ambiental do município, deverão ser oficializadas por ato do Poder Público no prazo de até dois anos da entrada em vigor deste Plano Diretor.

12­ Emenda Aditiva:

­ O art. 33 do PLC 01292/2013 fica acrescido do § 5º, nos seguintes termos:

§5º As propostas de criação das unidades de conservação já formalizadas, com estudos técnicos e consulta pública prévios já realizados, tais como: Parque Municipal do Morro da Feiticeira; Parque Municipal das Dunas de Ingleses e Santinho; Refúgio de Vida Silvestre do Morro do Papaquara; e, Refúgio de Vida Silvestre do Morro do Lampião, além de outras áreas de interesse para a preservação ambiental do município, deverão ser oficializadas por ato do Poder Público no prazo de até dois anos da entrada em vigor deste Plano Diretor.

As emendas 11 e 12 justificam­se em razão da necessidade do município de Florianópolis adequar­se à Lei 9.985/2000­SNUC­ bem como estar em consonância com a Lei 10.257/2001­ Estatuto das Cidades, as quais preveem a instituição de unidades de conservação como instrumentos de Política Pública Ambiental nos municípios. Ademais, importante lembrar que o presente projeto, dispõe no inciso V do art. 6º, como uma das diretrizes do Plano Diretor do Município de Florianópolis, a criação, demarcação e gestão de áreas verdes, unidades de conservação e áreas de preservação permanente, inclusive nas encostas urbanas ameaçadas de ocupação, interligando­as

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por corredores ecológicos e protegendo­as por zonas de amortecimento de impactos; o inciso I do Art. 10º prevê, ainda, dentre outras, a seguinte política para se alcançar os resultados das estratégias do planejamento urbano: reforço da preservação do meio ambiente, consolidando a rede de áreas protegidas, nos diferentes setores do município onde existirem, de forma a salvaguardar notadamente os ecossistemas mais frágeis e as encostas ameaçadas de ocupações informais. Cabe salientar que as referidas áreas são potencialmente estratégicas para serem instituídas como unidades de conservação municipais, com suas respectivas propostas já formalizadas, bem como com a existência de estudos técnicos e consulta pública prévios, compreendendo entre elas as seguintes APPs:

­ Dunas dos Ingleses e dunas do Santinho (Criação do Parque Natural Municipal das Dunas dos Ingleses e Santinho);

­ APP do maciço cristalino, localizada entre a Cachoeira do Bom Jesus, Pontas das Canas, Lagoinha de Ponta das Canas, Praia Brava, Ingleses e Rodovia SC 403 (Parque Natural Municipal do Morro da Feiticeira);

­ APP do Morro do Caçador, localizada entre Vargem Grande, Vargem do Bom Jesus, Capivari de Cima (Ingleses) e Muquém (Rio Vermelho) (Refúgio da Vida Silvestre Morro do Papaquara);

­ APP do Morro do Lampião, localizada entre Campeche e Rio Tavares. (Refúgio da Vida Silvestre Morro do Lampião).

13­ Emenda Modificativa:

­ O art. 34 do PLC 01292/2013 passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 34. O Poder Público terá prazo de dois anos a partir da publicação desta Lei Complementar para elaborar e aprovar o Plano de Manejo de todas as unidades de Conservação do território municipal, devendo limitá­las, demarcando­as fisicamente.

14­ Emenda Aditiva:

­ O art. 36 do PLC 01292/2013 fica acrescido de parágrafo único, nos seguintes termos (vide mapa anexo):

Parágrafo único: Para fins de garantia de preservação das áreas referidas no caput deste artigo, deverá o Poder Público Municipal resguardá­las para a criação e implementação de unidades de conservação municipais, no prazo de 4 anos, a partir da entrada em vigor do presente Plano, priorizando­se a formação de mosaicos integradores de preservação ambiental,

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E S T A D O D E S A N T A C A T A R I N AC Â M A R A M U N I C I P A L D E F L O R I A N Ó P O L I S

G A B I N E T E D O V E R E A D O RP E D R O D E A S S I S S I L V E S T R E (P E D R Ã O)

abrangendo­se as seguintes áreas:

I­ As APPs localizadas entre a Rodovia SC 401, Cacupé, Santo Antonio de Lisboa, Sambaqui e a Estação Ecológica de Carijós;

II­ A APP localizada entre a estrada Cristóvão Machado de Campos – Vargem Grande e a Rodovia SC 404 – Morro da Lagoa;

III­ A APP referente à área tombada no entorno da Lagoa Pequena;IV­ As APPs localizadas entre o Parque Municipal da Lagoa do Peri e Naufragados –

Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.V­ A APP localizada entre a Praia Mole, Joaquina e Dunas da Lagoa;VI­ A APP do Manguezal da Tapera e a APP do Manguezal da Taperinha (Ribeirão da

Ilha);VII­ A APP localizada entre Coqueiros, Itaguaçu e Abraão.

Tais inclusões justificam­se pelas seguintes razões:

I­ São três glebas zoneadas como APP que poderiam compor uma única UC. Exemplo: Parque Natural Municipal das Aracuãs;

II­ No entorno dessa grande APP estão as comunidades do Itacorubi, Monte Verde, Saco Grande, Ratones, Vargem Pequena, Vargem Grande, Rio Vermelho, Costa da Lagoa e Lagoa da Conceição. Uma extensa APP que abriga a maior extensão de Mata Atlântica da Ilha, abrigando uma rica biodiversidade e conectando o norte ao Parque Municipal do Maciço da Costeira. Exemplo: Parque Natural Municipal do Maciço Norte;

III­ Tal área poderia ser inserida nos limites da proposta de REVIS do Morro do Lampião, como uma segunda gleba da unidade, visto que na lagoa arribam muitas aves silvestres. Poderia, ainda, ser incluída nos limites do Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição ou até mesmo ser formalizada uma nova proposta de UC. Exemplo: Área de Relevante Interesse Ecológico Lagoa Pequena;

IV­ Poderiam ser inseridas nos limites do Parque Municipal da Lagoa do Peri, realizando a conexão entre as duas UCs;

V­ Poderia ser incluída nos limites do Parque Municipal das Dunas da Lagoa;VI­ Poderia ser criada uma nova unidade composta pelas duas glebas de Manguezal. Exemplo:

Parque Natural Municipal ItararésVII­ Trata­se de remanescente florestal entre uma área intensamente urbanizada. Sua

conservação é muito importante para a qualidade ambiental da região, por abrigar flora e fauna

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G A B I N E T E D O V E R E A D O RP E D R O D E A S S I S S I L V E S T R E (P E D R Ã O)

diversificadas, além do seu aspecto paisagístico. Poderia ser uma ARIE. Exemplo: Área de Relevante Interesse Ecológico Zininho.

São essas as emendas.

Sala das Comissões em, 08 de novembro de 2013.

Vereador Pedro de Assis Silvestre (Pedrão)PP

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