emcontro spem: nutrição na esclerose múltipla - 3 outubro 2015 - paula pereira
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Desde a descoberta das vitaminas e outros nutrientes essenciais
Decréscimo das doenças causadas por deficiência a nutrientes entre as populações humanas
Actualmente acção dos alimentos e nutrientes nas doenças crónicas como o cancro, osteoporose e doenças
cardiovasculares
Optimização da saúde
ALIMENTOS FUNCIONAIS
TAL COMO O HOMEM, TAMBÉM OS ALIMENTOS...
ESTILO DE VIDA
ALIMENTOS “LIGEIROS”
ALIMENTOS “LIGHT”
E
ALIMENTOS “DIET”
Deveríamos comer para viver!
Mas .....
O prazer que obtemos comendo ultrapassaapenas o simples objectivo de comermos
unicamente uma quantidade suficientepara nos nutrirmos...
Obesidade
Hipertensão
Doenças cardiovasculares
Cancro
DiabetesJournal of Neuroscience Nursing 1999. 31(3): p. 152-158)
Então mas nada me serve?
Tenho que fazer dieta!
Ai! Quem me acode, pareço uma elefanta!
Está decidido.A partir de amanhã só como alface.
Já ouviste falar da dieta do limão?
Não! Então como é que é ?
Olha, é muito fácil às 2ªs, 4ªs e 6ªs só comes coisas de limão, e o resto dos dias podes comer de tudo.
Ai sim, e resulta?
Não sei, mas a minha vizinha experimentou e deu um resultadão!
Diálogo das dietas
Todo o ganho ponderal envolve alguma síntese de massa muscular
Toda a perda de peso faz sempre perder massa muscular
O que importa é o predomínio de cada processo
Princípios gerais
• Redução da ingestão de gorduras adicionadas
• Preferência por alimentos de baixo teor lipídico
• Sugestão de uma alimentação mais baseada em produtos de origem
vegetal (quase vegetariano)
• Suplementação com vitamina A, D e E
• Óleo de fígado de bacalhau
Instruções gerais (fonte: Swank MS Foundation)
1. Não ingira alimentos processados que tenham óleos hidrogenados ou fontes de gordura saturada (por exemplo: manteiga)
2. Não deve ingerir mais de 15g de gordura saturada por dia e cerca de 20-50g de gordura insaturada
3. Pode ingerir indiscriminadamente frutas e verduras 4. Não coma carne vermelha no primeiro ano, depois desse período pode comer 1 vez por
semana 90g de carne5. Pode comer frango e outros cortes de carne magros e sem pele assim como peixe
gordo mas não ingira mais de 50g de peixe gordo/dia. 6. Deve preferir leite e derivados com 1% ou menos de gordura 7. Aposte em cereais e derivados pouco processados 8. Snacks de fruta e frutos secos são uma boa opção para manter os níveis de energia ao
longo do dia 9. Tome um suplemento de óleo de fígado de bacalhau e um multivitamínico diariamente
Base científica
• Não existem resultados com evidência científica de doentes que tenham seguido este modelo durante tempo suficiente
• É difícil encontrar marcadores de progressão de doença que possam avaliar a sua eficácia no prognóstico clínico
• O modelo (e os seus conselhos) são meramente orientativos, não ajudam um indivíduo a encontrar uma solução personalizada, o que dificulta a adesão
Alguns pacientes de doenças do foro neurológico apresentam anticorpos anti-gliadina
Neste estudo foram avaliados os valores de anticorpos anti-gliadina e anti-transglutaminase em 98 doentes de EM
7 pacientes com EM tinham os referidos anticorpos (não significativo)
No entanto, esta análise pode ser fundamental para avaliar a possibilidade de aplicar a exclusão do glúten
Gluten Sensitivity in Multiple SclerosisExperimental Myth or Clinical Truth?Shor, D. et al. Annals of the New York Academy of Sciences
Vários estudos documentaram a presença de anticorpos antigliadinas em doentes de EM
A doença celíaca apresenta algumas consequências neurológicas igualmente afetas à matéria branca no cérebro, tal como a EM, por exemplo a ataxia, a neuropatia periférica e a epilepsia.
Paralelamente importa referir que alguns doentes de EM apresentam sintomas gastrointestinais comuns à doença celíaca como a obstipação e a deficiência crónica em ferro, sem razão aparente
Neste artigo apresenta-se o caso de uma mulher, doente de EM, medicada com interferon que foi seguida durante 7 anos até lhe descobrirem a origem das complicações gastrointestinais: sensibilidade ao glúten tendo todos os sintomas melhorado quando adoptou uma alimentação isenta de glúten
• O Homem é o único animal que bebe leite na idade adulta• Também é o único que trabalha e faz as suas escolhas alimentares
“conscientes”
• Actualmente não bebemos leite produzido de forma “natural”
• A ingestão de cálcio a partir do leite é sobrevalorizada• Podemos encontrar outros factores importantes no seu metabolismo• A massa óssea é formada sobretudo até aos 21 anos
• Estamos geneticamente programados para deixar de tolerar a lactose...
• Mas poderá um “açúcar” ser a causa de todos os problemas?
• Vários estudos da década de 90 documentaram uma prevalência aumentada de EM quanto maior fosse
a ingestão de leite
• No entanto, não existe evidência científica de que a ingestão de leite / derivados aumente o risco de EM
• Acrescente-se também que os indivíduos que bebem leite ou consomem derivados tendem a ter uma
alimentação e estilo de vida mais saudáveis o que pode contribuir para a redução do risco de doença
MALOSSE, D. PERRON, H.; SASCO, A. et al. Neuroepidemiology; 11(4-6):304-12, 1992. MALOSSE, D.; PERRON, H. Neuroepidemiology; 12(1):15-27, 1993
Essencialmente...• Não existe evidência científica sobre a alimentação, a nível
quantitativo e qualitativo dos primórdios da humanidade (dito pelo próprio Loren Cordain)
• Existe uma clara tentativa de ignorar o factor quantidade e o estilo de vida, e suas mudanças no risco de doenças do século XXI
• A alimentação do paleolítico, nos dias de hoje, é quase impraticável porque o Homem não caça e não tem ameaças prementes à sua vida
Conclusões• A maioria das dietas da moda tiveram origem na busca incessante...
• Não existe qualquer evidência científica de que qualquer um destes modelos trate / atenue os sintomas da EM
• Manter a humildade científica! No seu caso pode melhorar ou não, mas isso não é uma certeza para a população
• Algumas exclusões e opções alimentares dificultam muito a vida nos tempos modernos
• Outras pressupõem a compra de produtos especiais...
E há uma alimentação certa?• Preferir alimentos minimamente processados
• Reduzir ingestão de gordura hidrogenada e açúcar
• Incluir frutas e verduras em quantidade suficiente
• Promover uma opção por fontes de hidratos de carbono ricas em fibra• Variar os cereais
• Manter uma ingestão moderada de produtos de origem animal• Sobretudo com maior teor de gordura
Inflamação
Stress oxidativo
Inflamação
Sobre a vitamina DO potencial efeito protector na EM foi sugerido por diversos dados
• Distribuição geográfica da prevalência da doençaPaíses com menor exposição solar apresentavam uma incidência mais elevada
• Papel polivalente da Vitamina D • Imunomodulador • Anti-inflamatório• Resultados de estudos experimentais na EM
J Neuroimmunol. 2008;194(1-2):7-17
BAIXO <50nmol/L
INTERMÉDIO 50-100nmol/L
ALTO >100nmol/L Intervalo óptimo 50 a 200nmol/L
Mayo Clin Proc. 2010 Aug; 85(8): 752–758.
A deficiência em Vitamina D é um factor de risco para a EM e os doentes nem sempre têm a resposta esperada com a suplementação
Parece haver um efeito menos significativo da suplementação nos níveis de vitamina D
Fontes alimentares de Vitamina D
1 copo (250ml) 2% MG 105 UI (26% DDR)1 copo (250ml) 1% MG 127 UI (32% DDR)
Valor médio 1 fatia (30g) 3,4 UI (1%)
100g CogumelosPortobello
446 UI (74% DV)
100g Carne de porco (lombo) 93 UI (16% DV)
1 ovo44 UI (7% DV)
100g Tofu157 IU (26% DV)
Fonte: USDA Nutrition Table
• Prática de actividade física ao ar livre• Ingestão de peixe gordo
Associada a um menor risco de EMJournal of Neurology, 2007. 254(4): p. 471-477
Riscos da suplementação com vitamina D• Hipercalcémia• Falha renal
Ácidos gordos ómega 3Papel protector polivalente
• Anti-inflamatórios J Cardiol. 2015 Sep 7. pii: S0914-5087(15)00230-0
• Previnem a neurodegeneração Nutr Neurosci. 2011 Sep;14(5):216-25
• Imunomoduladores Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. 2013 Nov-Dec;89(6):379-90
Equilibrar ratio ómega 3/ómega 6 para prevenir a inflamação Biomed Pharmacother. 2002 Oct;56(8):365-79
Não há uma diferença significativa mas parece haver uma tendência de melhoria no grupo com ácidos gordos ómega 3.
Não parece haver um efeito significativo nos outcomes clínicos mas os ómega 3 parecem reduzir a frequência de surtos no espaço de 2 anos.
Uma das controvérsias associadas a estes resultados prende-se com a qualidade dos suplementos de ómega 3.
Suplementação: vantagens e riscos
• Possibilidade de atingir doses consideradas terapêuticas (2-3g)
• Facilidade de inclusão a longo prazo
• Manipulação dos constituintes: EPA ou DHA
• Qualidade dos suplementos• Legislação aplicável• Possibilidades de contaminação• Riscos da sobredosagem(hemorragia)
Verifique análises de um laboratório isento: https://labdoor.com/rankings/fish-oil
Fontes alimentares de ómega 3
1 colher de sopa Linhaça (~7g) 1597mg
100g Sardinha ~320 a 4039 mg
100g Salmão do Atlântico ~5622 mg100g Nozes ~9079 mg
28g (~14 metades) ~2565mg
1 colher de sopa Chia (~10g) 1790mg 1 colher de sopa Spirulina (~10g) 57mg
100g Pescada ~527 mg 100g Atum conserva ~291 mg
100g Solha ~386 mg 100g Cavala ~683 mg
100g Carapau ~497-751 mg
100g Dourada ~2162 mg
Fonte: USDA Nutrition Table e IPIMAR
Uma última palavra sobre ...Superalimentos
Sementes Cânhamo Cacau cruEtc...
Fornecem • Fibra• Minerais e oligoelementos essenciais (Mg, Mn, Zn,Cu) • Ácidos gordos essenciais (ALA)