emas, sistema comunitário de eco gestão e auditoria: guia para
TRANSCRIPT
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 1
EMAS, SISTEMA COMUNITÁRIO DE ECO GESTÃO E AUDITORIA:
GUIA PARA AUTORIDADES LOCAIS
Publicação co-financiada pelo Programa Life Ambiente da União Europeia. Projecto EMAS LAB LIFE03 ENV/P/000504
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 2
EMAS, SISTEMA COMUNITÁRIO DE ECO GESTÃO E AUDITORIA:
GUIA PARA AUTORIDADES LOCAIS
Autoria:
Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável
Apoio:
Este guia foi publicado no âmbito do Projecto EMAS LAB, Eco-Management Audit Scheme for Local Authorities Environmental Benchmarking, (Projecto LIFE03 ENV/P/000504), com o apoio financeiro da União Europeia.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 3
A publicação do livro “EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais” inscreve-se no processo de certificação ambiental da Câmara Municipal de Almada pelo Sistema de Gestão Ambiental EMAS, Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria.
A Administração Municipal considera ser necessário levar a cabo uma política eficaz em matéria de utilização de recursos naturais no desempenho das múltiplas e diversas actividades da Câmara Municipal, que decorrem das suas atribuições e competências. Todos têm a sua co-responsabilidade na preservação do Planeta e é imperioso que os diferentes serviços municipais melhorem o seu comportamento ambiental.
A esse propósito, é importante relembrar um dos objectivos estratégicos da nossa “Estratégia Local de Desenvolvimento Sustentável e Solidário”, que estabelece:
“... defender e qualificar o serviço público, apostar nos meios locais, utilizar criteriosamente os recursos naturais, salvaguardar o Ambiente e a integridade do Planeta e promover a cidadania, como pilares da sustentabilidade.”
A certificação ambiental da CMA pelo Sistema EMAS, surgiu assim como uma consequência natural desta estratégia municipal, enquanto ferramenta que auxiliará a redução da pressão ambiental exercida pela Autarquia.
É possível e necessário prestar um Serviço Público de melhor qualidade, a menor custo e com menos impactes no Ambiente. E isso é intervir, é agir de forma compatível com os objectivos do desenvolvimento sustentável, isto é, aquele que permite satisfazer as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
Sem dúvida que a certificação ambiental pelo Sistema EMAS é um desafio para qualquer organização, seja ela do sector público ou privado. Um desafio que se reveste de maior pioneirismo, num contexto de ausência de registos EMAS na Administração Pública Portuguesa, situação existente quando o Município de Almada construiu e desenvolveu o seu Sistema EMAS.
Por isso, a decisão da Câmara Municipal de Almada em estabelecer parcerias com entidades e instituições com experiência na aplicação de sistemas de gestão ambiental EMAS. A obtenção de co-financiamento da União Europeia, através de uma candidatura apresentada ao Programa Life-Ambiente, foi igualmente importante para a concretização deste projecto, por obrigar ao desenvolvimento de um trabalho aturado na pesquisa de indicadores de gestão ambiental de referência e de outras experiências europeias.
De igual modo, a aposta no envolvimento permanente de toda a macro-estrutura municipal, dirigentes, técnicos, operários, eco-consultores e eco-zeladores, na sua qualificação e na aquisição de novas competências, foi essencial ao longo das várias etapas do processo.
Creio que metodologia adoptada pela Câmara Municipal de Almada para desenvolver o seu Sistema EMAS, objecto de uma reflexão ponderada e amplamente participada, poderá constituir um exemplo de actuação para outras Autoridades Locais e organizações públicas nacionais e europeias.
Com esta publicação damos a conhecer o nosso saber, as nossas práticas, a todos os que se interessam por processos de certificação ambiental pelo Sistema EMAS ou pretendam vir a adoptá-lo.
A Presidente da Câmara Municipal de Almada,
Maria Emília Neto de Sousa
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 4
FICHA TÉCNICA Autoria Câmara Municipal de Almada
Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável
Catarina Freitas, Eng.ª
Francisco Gonçalves, Engº.
Francisco Neves, Engº.
Sophie Mrejen, Engª.
Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada Departamento Municipal de Tratamento de Águas Residuais
Alexandra Sousa, Eng.ª
Global to Local, Ltd.
Adaptação de conteúdos e tradução de textos para Língua Portuguesa Câmara Municipal de Almada Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável
Ana dos Santos Carpinteiro, Arqtª.
Catarina Freitas, Eng.ª
Edward Zungailia, Dr.
Francisco Neves, Engº.
Rosa Vazquez, Engª.
Sophie Mrejen, Engª.
Outras Colaborações Câmara Municipal de Almada Departamento de Administração e Finanças
Departamento de Recursos Humanos
Direcção de Projecto de Saúde, Segurança e Bem Estar no Trabalho
Design Fernando Marques
Edição Câmara Municipal de Almada Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável Rua Bernardo Francisco da Costa, 42 2800-029 Almada, Portugal
Cadernos Ambiente Almada 21, Número 3
Outubro 2006
Tiragem 3000 exemplares
Depósito Legal 222318/05
ISBN 972-9134-56-1 Impressão Documento impresso em papel Munken Lynx, obtido a partir de pastas TCF (ausência total de cloro) provenientes de florestas certificadas FSC (Forest Stewardship Council). As fábricas onde foi produzido, estão certificadas pela Norma Internacional de Gestão Ambiental ISO 14001 e pelo Sistema de Europeu de Eco-gestão e Auditoria, EMAS.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 5
ÍNDICE
ENQUADRAMENTO
1. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
2. CONTEXTO DO EMAS EM AUTORIDADES LOCAIS Políticas europeias e nacionais para a aplicação do Sistema EMAS ao sector público Adopção do EMAS em Autoridades Locais A importância dos Sistemas de Gestão Ambiental numa Autoridade Local Custos e benefícios da certificação pelo Sistema EMAS numa Autoridade Local Caso de Estudo: Autoridade Metropolitana de Kirklees, Reino Unido
3. DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA Abordagem inicial, decisão do âmbito e metodologia Implementação do EMAS Caso de Estudo: County Council de Hertfordshire, Reino Unido Caso de Estudo: Metropolitan Council de Kirklees, Reino Unido
4. PASSO 1: POLÍTICA AMBIENTAL Requisitos de uma Política Ambiental Desenvolvimento de uma Política Ambiental Ideias para integrar os requisitos da Política do SGA em sistemas de gestão existentes na autoridade local Caso de Estudo: Política Ambiental Preliminar do District Council de New Plymouth Caso de Estudo: Declaração e Política Ambiental do Regional Council de Wellington Caso de Estudo: Política Ambiental do District Council de Stroud Caso de Estudo: Metodologia para a construção da Política Ambiental do Sistema Almada EMAS
5. PASSO 2: LEVANTAMENTO AMBIENTAL Requisitos de um Levantamento Ambiental Etapas de um Levantamento Ambiental Preenchimento de Mapas de Registo do Levantamento Ambiental Ideias para integrar os requisitos de um SGA EMAS num Sistema de Gestão já existente na Autoridade Local Caso de Estudo: Procedimento para Levantamento Ambiental do Sistema Almada EMAS Caso de Estudo: Procedimento para Levantamento da Legislação Ambiental aplicável do
Sistema Almada EMAS
6. PASSO 3: PROGRAMA AMBIENTAL Requisitos de um Programa Ambiental Preenchimento de Mapas de Registo do Programa Ambiental Caso de Estudo: Procedimento para elaboração do Programa Ambiental do Sistema Almada
EMAS
7. PASSO 4: IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO Requisitos da Implementação e Funcionamento do Sistema de Gestão Ambiental Esquemas de Procedimentos do Sistema de Gestão Integração dos Procedimentos do Sistema de Gestão
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 6
Caso de Estudo: Metodologia para a Implementação e Funcionamento do Sistema Almada EMAS
8. PASSO 5: AUDITORIA Requisitos da Auditoria do SGA e Análise de Gestão Esquemas de Auditoria e Procedimentos de Análise de Gestão Caso de Estudo: Procedimento para Auditoria do Sistema Almada EMAS
9. PASSO 6: DECLARAÇÃO AMBIENTAL Requisitos da Declaração Ambiental Exemplos de Declarações Ambientais de Autoridades Locais Caso de Estudo: Procedimento para Declaração Ambiental do Sistema Almada EMAS
10. PASSO 7: VERIFICAÇÃO Explicação dos requisitos para a verificação do EMAS Quem pode executar a verificação ? Caso de Estudo: Procedimento para Verificação Ambiental do Sistema Almada EMAS
11. PASSO 8: REGISTO Detalhes do registo Caso de Estudo: Procedimento para obtenção e manutenção do Registo EMAS no Sistema Almada EMAS
DICAS EMAS
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 7
ENQUADRAMENTO
A Câmara Municipal de Almada, no âmbito das suas competências e da Agenda Local 21 de Almada,
entendeu dar particular ênfase e assumir como prioritária uma das vertentes da Agenda 21 emanada da
Conferência de Terra de 1992, que preconiza a melhoria do comportamento ambiental das instituições, em particular das autarquias locais.
O Sector Público na União Europeia, onde se incluem as autoridades locais, despende anualmente cerca de €1000 biliões na aquisição de bens e serviços, o que torna especialmente importante a sensibilização
para a necessidade de integração de critérios de eficiência económica e ambiental no desempenho das
suas actividades e, deste modo, promover uma melhoria da eficiência e comportamento ambiental do Sector.
Esta motivação está patente em inúmeros documentos de referência de âmbito europeu, nacional e na própria Estratégia Local de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da CMA.
A certificação da CMA pelo Sistema Europeu de Auditoria e Eco-Gestão, Sistema EMAS, visa a concretização do correspondente domínio da estratégia local de desenvolvimento, através da aplicação
de práticas e de procedimentos no realização das actividades, que permitam eliminar desperdícios,
rentabilizar recursos e se traduzam na melhoria do desempenho ambiental da Autarquia.
A coordenação e a gestão do projecto é assegurada por uma equipa interdepartamental criada para o
efeito, constituída por representantes de diferentes serviços municipais com competências multidisciplinares dentro da Autarquia, a Equipa Municipal EMAS, que garante a avaliação da execução
física e financeira das acções programadas no projecto e a articulação com todos os Serviços municipais.
Tratando-se de um projecto de carácter inovador e pioneiro a nível nacional e europeu, a CMA decidiu
estabelecer parcerias com entidades e instituições de reconhecido mérito na aplicação de sistemas de gestão ambiental em autoridades locais, procurando deste modo tomar contacto com experiências
práticas, obter apoio técnico e ganhar competências internas. Salienta-se a existência em Portugal, aquando da construção e desenvolvimento do Sistema EMAS de Almada, de cerca de 30 registos EMAS
(2005), todos eles do sector industrial e nenhum do sector público, onde estão incluídas as autarquias
locais.
A escolha recaiu sobre a Cidade de Leicester, no Reino Unido, a unidade industrial de produção de
pasta de papel CELBI Stora Enso e a instituição britânica Global to Local. A cidade de Leicester tem vindo a desenvolver com sucesso políticas ambientais que lhe conferiram elevados padrões de qualidade
ambiental e lhe valeram o estatuto de Primeira Cidade Ambiental do Reino Unido. Por outro lado, foi uma entidade pioneira a nível europeu na implementação de um sistema de gestão ambiental, tendo
obtido a sua certificação pelo Sistema EMAS em Julho de 1999. Quanto à unidade industrial CELBI Stora
Enso, obteve um dos primeiros registos EMAS no nosso país.
Finalmente a Global To Local que, desde a sua fundação em 1996, tem apoiado e colaborado com
diversas autoridades locais europeias nas áreas da gestão ambiental (adopção de SGA), educação ambiental, investigação e treino em boas práticas ambientais e formação em eco-compras, o que lhe
atribui uma experiência de trabalho com autoridades locais particularmente relevante.
A metodologia desenvolvida para construir o Sistema EMAS de Almada, foi baseada nos conhecimentos e
práticas de outras autoridades locais europeias, nos requisitos do regulamento EMAS (Regulamento CE
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 8
Nº. 761/2001), na realidade física da cidade e da organização e numa metodologia elaborada pela
Global do Local “EMAS Toolkit for Local Authorities”.
É nosso entendimento, que a experiência adquirida no processo de certificação da CMA pelo EMAS,
constitui um capital de conhecimento susceptível de ser partilhado e divulgado por um número alargado de interessados e/ou de futuras organizações que pretendam vir a adoptar o Sistema EMAS. A Câmara
Municipal de Almada, pela posição privilegiada de proximidade à comunidade local, deve sem dúvida alguma procurar intervir como agente motivador e mobilizador dos cidadãos e das diversas entidades,
instituições e agentes económicos do Concelho de Almada, para uma maior sensibilização em matérias
como o consumo sustentável dos recursos naturais e a gestão ambiental.
Foi neste contexto que surgiu a possibilidade de publicar um guia ou manual que pudesse ser utilizado
por outras entidades e organizações, designadamente por autoridades locais, cujo resultado final é o documento que agora se apresenta.
O “EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais” dá a
conhecer os objectivos e as principais etapas dos sistemas de gestão ambiental, descreve as diferenças entre o Sistema EMAS e a Norma ISO 14001, contextualiza a sua aplicação em autoridades locais e
fornece dados e procedimentos do Sistema EMAS da CMA, bem como alguns casos práticos no Reino Unido, retirados do documento produzido pela Global to Local, o “EMAS (Eco-Management Audit Scheme) Toolkit for Local Authorities”. Os ajustamentos efectuados relativamente a este documento, visaram facilitar a sua leitura por parte de um público não técnico e adaptá-lo tanto quanto possível à
realidade nacional. No nosso entender poderá constituir uma ferramenta útil à construção e
desenvolvimento de um Sistema EMAS em autoridades locais.
A Coordenação da Equipa Municipal EMAS
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 9
1 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 10
1.1 O que é um Sistema de Gestão Ambiental ?
Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma ferramenta de gestão que pode ser usada voluntariamente por uma organização, qualquer que seja a sua dimensão e natureza das actividades
realizadas, para avaliar, monitorizar, reportar e melhorar o seu comportamento ambiental. Consiste num conjunto de processos e de práticas, que permitem integrar objectivos ambientais em todas as
actividades da organização.
Através da definição de objectivos, metas, níveis de responsabilidade e de procedimentos para alcançar
esses objectivos e metas, através da realização de avaliações, auditorias e acções de comunicação,
constitui-se o ciclo contínuo de melhoria do desempenho ambiental da organização.
Esta abordagem integrada de um SGA, traduz-se num melhor planeamento e maior eficácia das medidas
adoptadas, produzindo resultados mais significativos.
Um SGA pode ser adoptado:
na realização de actividades e prestação de serviços de uma autoridade local e/ou na gestão de equipamentos e orçamentos;
na totalidade das instalações de uma autoridade local ou num qualquer seu departamento,
serviço ou equipamento.
Na EU, existem dois sistemas normativos de gestão ambiental principais. O primeiro, o Sistema
Comunitário de Eco Gestão e Auditoria (EMAS), foi desenvolvido como ferramenta regulamentar da UE em 1995 (Nº do Regulamento), inicialmente apenas aplicável a um pequeno número de actividades
industriais. Este regulamento era todavia passível de ser adaptado por cada Estado membro, para sectores de actividade específicos. O governo do Reino Unido, por exemplo, adaptou posteriormente o
Regulamento EMAS I, permitindo que autoridades locais pudessem registar-se no sistema.
Em 2001, o Regulamento EMAS I foi actualizado através da publicação do Regulamento EMAS II (EC Regulamento No. 761/2001), alargando-se o âmbito de aplicação a todos os sectores de actividade,
privado e público, incluindo autoridades locais.
A finalidade de aplicação deste novo EMAS II, expressa no Regulamento, é promover uma melhoria
contínua do comportamento ambiental das organizações, através da concretização de uma sequência de
passos chave:
1) Estabelecimento e introdução do SGA
2) Avaliação periódica e objectiva do SGA
3) Envolvimento activo e formação adequada dos colaboradores
4) Disponibilização de informação sobre o desempenho ambiental ao público em geral e a outras partes interessadas.
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) Sistema através do qual uma entidade controla as suas
actividades, processos e produtos, que causam ou podem causar
impactos ambientais, com o objectivo de os minimizar.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 11
A rectificação de 2001 também reconhece que a componente de gestão do EMAS é idêntica à Norma
Internacional ISO 14001, que orienta a criação de sistemas de Gestão Ambiental na UE e a nível internacional. A norma EN ISO 14001 foi publicada em 1996 pela Organização Internacional para a
Normalização (ISO), como norma internacional de gestão ambiental, e objecto de revisão em 2004.
Estes dois normativos, embora compatíveis, apresentam algumas diferenças que resultam do maior grau
de exigência imposto pelo regulamento EMAS. A tabela seguinte resume as principais diferenças entre as duas normas.
Desde logo que se destaca a obrigatoriedade de realização de um levantamento ambiental inicial e de publicitação da Declaração Ambiental anual. Por outro lado, enquanto que a ISO 14001 é uma norma
internacional e pode ser aplicada a organizações de qualquer País, o EMAS é um instrumento
regulamentar da União Europeia, aplicável, por essa razão, apenas a organizações dos estados membros.
Regulamento EMAS (No. 761/2001) Norma ISO 14001
Norma Comunitária Norma Internacional
Levantamento ambiental inicial obrigatório e sujeito a auditoria
Levantamento ambiental inicial sugerido mas não obrigatório
Publicação anual obrigatória de uma Declaração Ambiental onde constam as metas alcançadas
-
Indústrias, e recentemente indústrias de serviços e autoridades locais Qualquer tipo de organização
Auditorias regulares por períodos não superiores a 3 anos
Não existe frequência mínima de auditoria ao sistema
Os principais Sistemas de Gestão Ambiental são:
NORMA INTERNACIONAL NP EN ISO 14001:2004
REGULAMENTO EMAS (Eco Management Audit Scheme) EC Nº 761/2001
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 12
2 CONTEXTO DO EMAS EM AUTORIDADES LOCAIS
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 13
2.1 Políticas europeias e nacionais para a aplicação do Sistema EMAS ao sector público
As prioridades estratégicas da UE em matéria de gestão ambiental até 2010 foram definidas no 6º Programa de Acção Comunitário em matéria de Ambiente (PACA).
O 6º PACA contém objectivos relacionados com 4 áreas ambientais chave:
1) Gestão dos recursos naturais e dos resíduos.
2) Alterações climáticas
3) Natureza e biodiversidade
4) Ambiente e saúde.
O 6º PACA inclui os seguintes objectivos em relação a Sistemas de Gestão Ambiental:
‘ Promover uma maior adesão ao Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria e desenvolver iniciativas para encorajar as empresas a publicar relatórios de
comportamento ambiental ou de sustentabilidade, rigorosos e verificados por entidades independentes’.
2.2 Adopção do EMAS em Autoridades Locais
A primeira autoridade local a nível europeu a ser registada no EMAS foi o Borough de Sutton, em
Londres, no ano de 1995. Desde então, o número de autoridades locais a implementar o EMAS e a ISO 14001 tem crescido de uma forma constante.
1183 autoridades locais e infra-estruturas de autoridades locais a nível Europeu encontram-se registados no EMAS, pertencentes aos seguintes países: Alemanha, Reino Unido, Áustria, Espanha,
Dinamarca, Bélgica, Suécia, Itália e França, sendo que a Alemanha e o Reino Unido juntos reúnem
mais de 75% dos registos de autoridades locais no EMAS;
Quase a totalidade de registos EMAS no sector público, são autoridade locais;
Muitas outras são também certificadas pela ISO 14001.
020406080
100120140160180200
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Núm
ero
de A
Ls c
ertif
icad
as c
om E
MA
S
1 Segundo números do site da UE sobre o EMAS, Outubro 2006 (http://Europa.EU.int/comm/environment/emas/)
183
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 14
Em Maio de 2006 existiam em Portugal 48 registos EMAS, nenhum dos quais pertencente a uma
organização do sector público.
2.3 A importância dos Sistemas de Gestão Ambiental numa Autoridade Local
O EMAS pode ser uma importante ferramenta de gestão para autoridades locais. Na página Internet2 da
UE para o EMAS, explica-se porquê:
‘ As Autoridades Locais são elementos chave da economia local. Sendo o nível de governo mais
próximo dos cidadãos, têm uma influência considerável nos hábitos ambientais do público em
geral e podem contribuir significativamente para a implementação dos princípios do desenvolvimento sustentável a nível local. As autoridades públicas podem melhorar o seu próprio
desempenho ambiental, não apenas para seu próprio benefício, mas também para serem um exemplo para a comunidade.
O EMAS pode ser um contributo para atingir estes objectivos através do fornecimento de um enquadramento estruturado para a gestão e melhoria do desempenho ambiental das próprias
autoridades locais. Existe um número crescente de autoridades locais que procuram registar-se no
EMAS, sendo hoje a administração pública um dos sectores com crescimento mais rápido ao nível da adesão ao EMAS.’
2.4 Custos e benefícios da certificação pelo Sistema EMAS numa Autoridade Local
Os custos e os benefícios do EMAS variam, é claro, de uma autoridade local para outra, dependendo de um vasto leque de factores tais como a dimensão da organização, a sua estrutura, as responsabilidades,
etc. Existe contudo um número de custos e benefícios comuns que abrangerá qualquer organização que adira ao EMAS. Estes podem ser resumidos da seguinte forma:
Custos do EMAS Os principais custos da implementação do EMAS estão associados às despesas com pessoal qualificado e
à assistência externa (consultores em SGA), juntamente com os custos de verificação e registo no EMAS.
2 http://europa.eu.int/comm/environment/emas/local/index_en.htm
05
101520253035
404550
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Nº. registos EMAS em Portugal
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 15
Despesas com pessoal afecto à Autoridade Local – O envolvimento do pessoal é essencial
para o estabelecimento e manutenção de um EMAS eficaz, desde o fornecimento de informação operacional para o levantamento ambiental até à implementação do programa
ambiental, monitorização e quantificação do seu desempenho, assim como a manutenção do sistema em anos vindouros. Muitas autoridades locais estabelecem uma equipa EMAS para
liderar e assegurar o desenvolvimento do processo de implementação, muitas vezes utilizando um coordenador EMAS para conduzir o processo.
Acções de melhoria do comportamento ambiental - Algumas acções de melhoria
identificadas no decurso da implementação do EMAS podem necessitar de recursos financeiros para serem concretizadas, sendo que muitas vezes as acções de melhoria podem ser atingidas
pela simples redistribuição dos orçamentos existentes. Investir em melhorias a nível ambiental pode frequentemente levar a poupanças significativas dos recursos, de forma continuada.
Declaração Ambiental - Trata-se de um documento que expõe de forma detalhada o impacto
ambiental da autoridade local no presente, bem como as metas a serem atingidas no futuro e a avaliação do seu comportamento ao longo do tempo, tendo como referência essas mesmas
metas. A declaração deve estar disponível ao público, de onde podem advir custos de edição, impressão e distribuição, bem como custos relativos ao pessoal técnico envolvido em reunir
toda a informação relevante.
Custos de Verificação do EMAS - A fase final do processo EMAS consiste na verificação do
sistema, fase necessariamente executada por um verificador EMAS acreditado e externo à
autoridade local, devendo a verificação incluir uma visita aos vários locais abrangidos pela autoridade local. O custo inerente ao processo de verificação dependerá da dimensão e da
estrutura da autoridade local.
Custos de Registo no EMAS - O registo EMAS implica um pagamento inicial de registo e uma
anuidade para membros.
Benefícios do EMAS
Para lá dos custos associados com a implementação do EMAS, existem muitos benefícios decorrentes do
registo no EMAS para uma autoridade local.
Melhoria no Comportamento Ambiental - Um dos principais objectivos na implementação de
um EMAS é de conseguir realizar melhorias constantes a nível do desempenho ambiental, tendo
por base os impactos ambientais mais significativos gerados pelos serviços de uma autoridade local. A minimização dos impactos ambientais deverá proporcionar benefícios para a
comunidade, tanto a nível local como global.
Orientar pelo exemplo - As autoridades locais muitas vezes encorajam, e até mesmo exigem, a
melhoria do comportamento ambiental e a adopção de boas práticas ambientais por parte da sua população e tecido empresarial, quando elas próprias não são por vezes capazes de o fazer.
O EMAS constitui uma ferramenta através da qual as autoridades locais podem ‘orientar pelo
exemplo’ e demonstrar como implementar medidas que conduzam a melhorias ambientais efectivas e duradouras em vez de apenas apresentar ambições pouco realistas.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 16
Reduzir o consumo de recursos - Muitas autoridades locais constataram que o EMAS pode levar
a uma poupança nos custos gerados pelo consumo de recursos como sejam a energia, água, transportes, assim como na diminuição de resíduos.
Reduzir o risco ambiental - As autoridades locais, tal como outras organizações, devem gerir o seu impacto ambiental de forma eficiente e de modo a poderem respeitar a legislação
ambiental. Um SGA implica que a autoridade local tenha um conhecimento actualizado de toda a legislação ambiental e regulamentos relacionados com as suas actividades. Implica
simultaneamente a redução de todo o impacto ambiental significativo, podendo este factor
ajudar a reduzir o risco de não cumprimento de normas legais.
Em suma, os benefícios do sistema incidem maioritariamente na racionalização das despesas e
recursos, no reforço da motivação dos trabalhadores e na sua maior consciencialização para as questões ambientais. É igualmente importante, a transmissão de uma maior confiança e
transparência à comunidade local e outras entidades, das políticas ambientais e das metas
estabelecidas para as concretizar.
A possibilidade em evidenciar a credibilidade e o nível de organização, comparativamente a outras
ALs não certificadas, pode também constituir uma vantagem no que respeita à obtenção de financiamentos para os seus projectos. Algumas instituições financeiras como o Banco Europeu de
Investimento, usam muitas vezes na sua apreciação de propostas a financiamento, critérios de qualidade e bom desempenho ambiental, para garantir o retorno dos seus investimentos em matéria
de preservação dos valores ambientais, sociais e económicos.
É pois do interesse das Autoridades de Poder Local, que a certificação pelo sistema EMAS de carácter voluntário, constitua um marco de excelência do seu desempenho ambiental. A capacidade
de cumprimento ou melhoria dos limites estabelecidos pela legislação ambiental aplicável às suas actividades, o envolvimento activo de todos os funcionários na gestão municipal e a comunicação
dos resultados, de forma rigorosa e transparente, é o desafio que o sistema EMAS coloca às organizações e que deve ser incentivado e aplicado pelas Autarquias Portuguesas.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 17
Caso de Estudo – Metropolitan Council de Kirklees, Reino Unido
O Metropolitan Council de Kirklees situa-se no West Yorkshire, a sul da cidade de Leeds, com uma área de
40,860 hectares e uma população de cerca de 395 000 habitantes. A administração de Kirklees tem sede
na cidade de Huddersfield, e emprega mais de 17,000 pessoas nos seus 33 departamentos sediados em 800
edifícios distintos; 11% da sua área administrativa pertence ao Parque Nacional de Peak District. O
Metropolitan Council de Kirklees tem um longo registo de desenvolvimento e implementação de
iniciativas de gestão ambiental e tem vindo a ganhar reputação pelo seu bom desempenho nesta área.
Custos e Benefícios da implementação do EMAS
Custos: O Metropolitan Council de Kirklees gasta aproximadamente €157,000 em custos
operacionais para auditorias, formação ambiental, verificação EMAS e salários referentes
a dois postos de trabalho de responsáveis SGA a tempo inteiro.
Benefícios: Kirklees reconhece que os custos têm sido largamente recompensados por poupanças de
recursos em actividades de gestão ambiental. Alguns exemplos das poupanças feitas
entre 1999 e 2000 são enumerados de seguida:
− €145.000 poupados em custos energéticos associados à eficiência térmica de
edifícios
− €137.000 poupados em custos de combustíveis através de 45 projectos apoiados
pelo Fundo de Conservação de Água e Energia
− €79.100 poupados em despesas de combustível pela mudança de 26 veículos para
híbridos GPL/ Gasolina
− €15.800 poupados em custos de tratamento de resíduos sólidos (apesar da subida
dos preços das taxas de tratamento)
− €31.700 poupados em seguros de automóveis e em consumo de combustível depois
de 350 condutores do Departamento de Serviços de Construção terem recebido
formação em Eco-Condução.
O Metropolitan Council de Kirklees também reconhece que oportunidades externas de
financiamento que anteriormente lhe eram inacessíveis (devido ao facto de uma
candidatura a financiamento, para ser bem sucedida, ter o condicionalismo de ter um
SGA implementado) já foram aplicadas com sucesso. Exemplos de financiamentos
adicionais incluem:
− €332.400 para estabelecer a Agência Regional de Energia e o Centro de Aconselhamento para a Eficiência Energética.
− €292.900 através da Companhia Regional de Águas para apetrechar casas de habitação social com 37 000 dispositivos para redução dos consumos de água.
− €231.000 foram obtidos para o projecto ‘Futuro dos Alimentos’, o qual procurava encorajar o uso de alimentos produzidos a nível local; através de um apoio aos produtores regionais, conseguiu-se uma diminuição das distâncias percorridas para transportar os alimentos até ao ponto de consumo.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 18
3 DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 19
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
3.1 Abordagem inicial, decisão do âmbito e metodologia
Não existe uma única forma de implementar o EMAS numa autoridade local. Algumas autoridades locais implementam o EMAS numa única unidade operacional, enquanto outras desenvolveram um EMAS que
abrange toda a sua actividade. A dimensão, a estrutura e as prioridades existentes ao nível de política local influenciarão a escolha da melhor abordagem a adoptar para a implementação do EMAS.
As abordagens de implementação mais comuns são as seguintes:
A autoridade no seu todo – A abordagem da ‘organização no seu todo’ é geralmente gerida a
nível central e de forma a lidar com os elementos ambientais chave. Um único sistema de gestão abrange as actividades de toda a autoridade local.
Departamento a departamento – Uma abordagem de incrementação. Lida-se primeiro com os departamentos com impactos ambientais mais óbvios e importantes. Esta abordagem garante
que o EMAS está muito mais focado no nível operacional e pode ajudar a atingir ‘ganhos rápidos’ e poupanças em termos de recursos.
Locais ou infra-estruturas chave – Algumas autoridades locais escolhem aplicar o EMAS a locais específicos onde existem riscos ambientais (tais como oficinas auto).
Aspectos ambientais directos chave - Algumas autoridade locais aplicaram o EMAS, com muito
sucesso, a aspectos ambientais chave directos da sua organização, tais como:
- Gestão de transportes
- Gestão de resíduos
- Gestão de recursos energéticos
- Gestão de recursos hídricos
- Gestão das aquisições de bens e serviços
3.2 Passos de Implementação do EMAS
Uma autoridade local, ou qualquer outra organização, precisa de
completar os seguintes passos para poder atingir o seu registo no EMAS.
Cada um destes passos é analisado com mais detalhe nos capítulos seguintes deste manual.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 20
Caso de Estudo – County Council de Hertfordshire
O County Council de Hertfordshire assumiu o compromisso de desenvolver um SGA ISO14001 para o seu
Departamento de Ambiente, devendo este servir de experiência piloto para outros Departamentos. O
processo tem sido liderado pela Divisão de Planeamento do Departamento de Ambiente.
O Departamento de Ambiente engloba uma série de serviços que desenvolvem actividades com impactos
ambientais importantes, tal como se pode ver de seguida.
− Gestão Ambiental – Inclui: ambiente (estratégia e acção), parques municipais, centro de registos
biológicos de Hertfordshire e serviço de gestão das zonas rurais.
− Recursos – Inclui: finanças; direcção; comunicação; gestão de informação, formação de pessoal e serviços
administrativos.
− Estratégia – Inclui: desenvolvimento; planeamento; planeamento e política de transportes; gestão de
resíduos.
− Gestão de Transportes – Inclui: serviço de transportes integrado; escritórios de auto-estradas da zona e
segurança na estrada.
Caso de Estudo – Metropolitan Council de Kirklees
O SGA foi implementado num grupo piloto de seis departamentos, bem estruturados, que demonstravam um
certo compromisso em relação a questões ambientais. Este grupo piloto foi apoiado e orientado por
consultores ambientais locais. Posteriormente, cerca de oito departamentos por ano foram submetidos ao
processo de desenvolvimento do SGA. Em 2003 todos os departamentos estavam empenhados na verificação
do seu sistema EMAS.
A estratégia de implementação do SGA no Metropolitan Council de Kirklees foi uma combinação da
abordagem de ‘questões organizacionais’ com a abordagem de ‘departamento-a-departamento’.
A abordagem das ‘questões organizacionais’ incluía a identificação de impactos ambientais comuns a todos os
departamentos e a definição de um conjunto amplo de objectivos e metas desenvolvidos para os impactos
identificados. Foi igualmente reconhecido que certos impactos eram exclusivos de um departamento, sendo
este último responsável pela identificação e gestão destes impactos ambientais ‘departamentais’.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 21
3 Passo 1: POLÍTICA AMBIENTAL
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 22
4.1 Requisitos de uma Política Ambiental
Os requisitos de uma Política Ambiental são descritos no Anexo 1 A.2 do regulamento EMAS (EC No. 761/2001) e Secção 4.2 da Norma Internacional para Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001:2004.
A direcção, ao seu mais alto nível, deve definir a política ambiental da organização e garantir que:
a) É adequada à natureza, à escala e aos impactes ambientais das suas actividades, produtos ou serviços;
b) Inclui um compromisso de melhoria contínua e de prevenção da poluição;
c) Inclui um compromisso de cumprimento da legislação e dos regulamentos ambientais
aplicáveis e de outros requisitos que a organização subscreva;
d) Proporciona o enquadramento para a definição e revisão de objectivos e metas ambientais;
e) Está documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;
f) Está disponível ao público.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 23
4.2 Desenvolvimento de uma Política Ambiental
1. Decidir a abordagem de desenvolvimento da política
Existem muitas abordagens diferentes para o desenvolvimento de uma política ambiental. Por exemplo:
Fazer um ‘Workshop de Política’ para que a Administração Municipal e/ou chefias seleccionadas da autoridade local identifiquem questões chave e prioridades ambientais do município,
elaborando depois a política ambiental em torno destas prioridades e questões previamente identificadas.
Reunir exemplos de boa aplicação em termos de Política Ambiental do EMAS/ISO14001 e usá-los
como base para uma nova política.
Integrar os requisitos de política ambiental do EMAS/ISO14001 na estratégia ambiental da
organização.
2. Identificar os ‘actores’
Quem deve estar envolvido no desenvolvimento da política ambiental?
A Administração Municipal, para assegurar o apoio ao mais alto nível e uma maior consciência das questões de Gestão Ambiental no processo político de tomada de decisões.
O regulamento EMAS considera que ‘A direcção, ao seu mais alto nível, deve definir a política ambiental da organização’. As chefias de 1º e 2º nível de qualquer autoridade local são também
um elemento chave da implementação bem sucedida de um SGA. É essencial que estas chefias estejam envolvidas desde a primeira oportunidade e que forneçam apoio público através da sua
concordância com a política ambiental.
Pessoal técnico que estará directamente envolvido na implementação da política ambiental e do SGA, tais como responsáveis do sector dos transportes, engenheiros e pessoal envolvido no
planeamento.
Eco-Consultores, Eco-Zeladores, pessoal da área de gestão ambiental, coordenadores da Agenda
21 Local, etc. Estes podem ajudar na obtenção de apoios para o SGA e orientar as melhorias ao nível do comportamento ambiental da organização.
3. Demonstrar o compromisso das chefias de 1º e 2º nível
As Autoridades Locais têm de lidar com muitos assuntos diferentes: organizacionais, políticos, económicos, sociais, ambientais, etc.
Pode ser muito difícil para os funcionários e os ‘actores’ de uma autoridade local compreenderem quais são as prioridades. É por esta razão que para a implementação efectiva de um SGA é essencial que as
chefias passem uma mensagem muito clara relativamente à prioridade de implementação de um SGA.
Existem muitas formas de mostrar este compromisso, incluindo:
Assegurar a assinatura da Política Ambiental por parte da Administração Municipal e enviá-la
para todos os elementos da autoridade local.
A presença das chefias de 1º e 2º nível nas apresentações para o pessoal, introduzindo a
política em questão.
Colocar a Política Ambiental na página Internet da Autoridade Local, com uma mensagem de
apoio do/a Chefe do Executivo ou Presidente.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 24
4. Decidir qual o conteúdo.
Apesar do regulamento do EMAS especificar um conteúdo básico mínimo para a Política Ambiental, é
importante que a política reflicta verdadeiramente a natureza, a estrutura e as prioridades da autoridade local. As autoridades locais são diferentes entre si, pelo que as políticas ambientais também
não deverão ser as mesmas. Contudo, por vezes, apenas a leitura da política ambiental não permite entender o tipo de organização de que se trata, a sua localização ou as questões chave com que se
preocupa.
Para ilustrar o que foi dito basta pegar num par de políticas ambientais disponíveis na Internet, riscar o nome da organização, e depois pedir a um colega que diga se a política foi escrita por uma organização
do sector público ou privado, quais as funções da organização, a sua localização e as suas prioridades ambientais chave.
4.3 Ideias para integrar os requisitos da Política do SGA nos sistemas de gestão existentes de uma autoridade local
A integração do Sistema de Gestão Ambiental em procedimentos e sistemas de gestão já existentes pode ajudar a levar a gestão do desempenho ambiental ao coração da organização e garantir que esta
não seja vista como uma ferramenta de gestão isolada, mas sim como uma ligação com as principais áreas de actuação da autoridade local.
Os requisitos da política do SGA podem ser incorporados na Agenda Local 21 ou Estratégias
ambientais do município.
Os requisitos da política do SGA podem ser incluídos em outras prioridades de intervenção da
organização.
Dica EMAS Não é necessário reinventar a roda.
Muitas autoridades locais já desenvolveram políticas ou estratégias ambientais como parte do seu processo de AL21. Estas políticas podem muitas vezes ser facilmente adaptadas para ir ao encontro dos requisitos do EMAS para uma Política Ambiental.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 25
Caso de Estudo - Política Ambiental Preliminar do District Council de New Plymouth
O New Plymouth District Council é a autoridade responsável sobre uma área de 2.324 Km2.
O seu carácter único advém da influência do seu ex-libris “Monte Taranaki”, das suas montanhas, dos seus rios e planícies costeiras fronteiriças ao Mar Tasman.
Esta política é adoptada pelo Council e pelo seu pessoal com uma visão de um futuro rico em agricultura, energia e oportunidades de turismo, com base no crescimento económico, da comunidade e de um ambiente sustentável.
Esta visão estabelece também que a visão da Agenda Local 21 será aplicada a todas as políticas económicas, sociais e ambientais, incorporando a identidade única do District.
Desempenhando o seu amplo leque de funções o Council tem um efeito significativo e potencialmente crescente no ambiente natural local. É responsável por muitos serviços que estão directamente relacionados com a protecção do ambiente (por exemplo, Planeamento, Tratamento de Esgotos, Recolha e Tratamento de Resíduos, Parques e Reservas, etc.). Alguns destes serviços são atribuições que o Council tem de desempenhar por obrigação legal. O Council também é responsável por desempenhar serviços e por financiar trabalhos com potenciais impactos ambientais significativos (construção de estradas, aterros, serviços de utilidade pública, etc.). Para além destas funções tradicionais o Council afecta o ambiente como empregador e proprietário de grande dimensão, sendo portanto um grande consumidor de energia, promotor imobiliário, cliente de serviços de transportes, consumidor de produtos e gerador de resíduos, etc.
Em todas as suas actividades o Council procurará:
1) Respeitar todos os regulamentos e legislação ambiental, incluindo regulamentos municipais relacionados com diferentes áreas de actuação.
2) Adoptar as melhores práticas para reduzir ou eliminar efeitos ambientais adversos derivados das actividades do Council.
3) Prevenir a poluição, reduzir a quantidade de resíduos produzidos e o consumo, e comprometer-se a recuperar e a reciclar em vez de eliminar ou enviar para aterros.
4) Promover a educação e sensibilização ambientais tanto no interior do Council como na comunidade em geral.
5) Produzir um relatório anual sobre o estado do ambiente, de modo a monitorizar a implementação desta política ambiental.
6) Rentabilizar o consumo de água e energia no Council.
7) Adoptar um sistema de gestão ambiental para identificar o comportamento ambiental corrente e garantir melhorias contínuas.
8) Incorporar critérios de comportamento ambiental e/ou discriminar positivamente (dentro do quadro legal) os fornecedores de bens e serviços que tenham um sistema de gestão ambiental implementado, para contratos e acordos padrão de serviço.
9) Aumentar a consciência pública das questões ambientais e das acções que as pessoas podem desenvolver; para tal fornecer informação exacta e compreensível, atempadamente.
10) Utilizar o poder de compra do Council para favorecer os produtos sustentáveis e amigos do ambiente.
11) Promover o desenvolvimento e implementação de fontes de energia renovável.
12) Proteger e cuidar dos espaços ao ar livre, água, árvores e edifícios classificados que sejam propriedade do Council.
13) Promover a gestão sustentável dos recursos naturais do District através de um planeamento eficaz.
14) Promover o uso de incentivos, tais como benefícios fiscais, bolsas, educação, etc., para atingir objectivos de gestão dos recursos.
15) Garantir que a política ambiental é comunicada a todos os funcionários e ao público em geral.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 26
Caso de Estudo – Declaração e Política Ambiental do Regional Council de Wellington
O Regional Council de Wellington proporciona serviços à comunidade em toda a sua região nas áreas de gestão
ambiental, ordenamento do território e da orla costeira, gestão de stocks pesqueiros, protecção contra cheias,
parques regionais, transportes públicos e fornecimento de água. O Council tem como prioridade número um a
gestão ambiental sustentável, tendo um papel chave na definição da política ambiental, na gestão de impactos nos
recursos hídricos e qualidade da água, no território e na qualidade do ar.
A Política estabelecida define uma visão para a Região e os contornos dos resultados ambientais para os quais a
comunidade e o Council estão a trabalhar.
A Declaração Ambiental da organização mostra que o Council se compromete a proporcionar os seus serviços de
uma forma responsável a nível ambiental no quadro da realidade económica. Para todas as actividades e serviços
proporcionados o Council tenciona:
Respeito da legalidade
Demonstrar a conformidade com todos os requisitos legais para a gestão ambiental. Programas e procedimentos serão implementados para assegurar o respeito da legislação.
Reconhecer que a legislação ambiental estabelece limites a certas actividades para proteger recursos chave dos quais dependem a saúde e o bem-estar económico das populações. Ao proporcionar serviços ou desenvolver actividades o Council demonstrará activamente o seu apoio aos princípios da legislação e aos acordos adoptados, liderando assim pelo exemplo dado.
Redução dos Riscos Ambientais
Avaliar os efeitos ambientais de novas actividades ou projectos antes do seu planeamento detalhado. Desta forma o Council poderá demonstrar que identificou os efeitos ambientais e as alternativas de desenvolvimento da actividade ou serviço, bem como os meios de salvaguardar o ambiente dos seus efeitos a curto e a longo prazo.
Poluição, Substâncias Perigosas e Gestão
dos Resíduos
Reduzir ou evitar a descarga de poluentes no ambiente, resultante de actividades novas ou previamente existentes no Council, pelo uso de métodos alternativos, de desenvolvimento das actividades ou de obtenção dos resultados desejados. Nos casos em que as descargas não sejam evitáveis no presente, o Council aplicará práticas seguras a nível ambiental de tratamento e eliminação dos resíduos.
Trabalhar para reduzir o volume e a toxicidade das substâncias perigosas utilizadas. As actividades que necessitam de utilizar substâncias perigosas desenvolverão a sua actividade respeitando as normas da indústria. Resíduos perigosos que não possam ser eliminados na fonte, reutilizados ou reciclados, serão uma prioridade em termos de tratamento e eliminação ambiental seguros.
Trabalhar de modo a alcançar a redução progressiva dos resíduos gerados pelas actividades do Council sendo desenvolvidas iniciativas de reutilização e reciclagem.
Limites dos Recursos Ambientais
Reconhecer e garantir a protecção dos limites naturais no uso dos recursos renováveis como a água, o solo e as florestas, e no planeamento e desenvolvimento de actividades.
Conservação dos Recursos
Conservar recursos não renováveis como os combustíveis, algumas fontes de energia e materiais através das seguintes medidas:
- considerar o uso de alternativas amigas do ambiente; - utilizar de forma eficiente os recursos não renováveis quando não existam alternativas
disponíveis; - garantir que as opções de reutilização e reciclagem são consideradas antes da eliminação
final em aterros; - usar de forma eficiente a energia nas operações do Council, sempre que houver
oportunidade para tal.
Biodiversidade
Manutenção de habitats significativos, comunidades e ecossistemas em regiões onde o Council desenvolva actividades. A redução de qualquer efeito adverso resultante das actividades desenvolvidas, nos casos em que tal seja exequível. Nos casos em que os efeitos adversos não sejam evitáveis, os habitats poderão receber cuidados especiais como forma de compensação.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 27
Ambiente e Decisões Empresariais
Para garantir que as implicações ambientais de decisões empresariais são tomadas em consideração.
Participação do Pessoal na Gestão
Ambiental
Proporcionar a todo o pessoal informação sobre a importância da performance ambiental do Council. A consciencialização ambiental e áreas específicas de risco ambiental serão abordadas em programas de formação e, onde necessário, normas e guias de operacionalidade serão fornecidos. Distribuir a todo o pessoal uma cópia da Política Ambiental da organização.
Fornecedores e Comportamento
Ambiental
Especificar o comportamento ambiental a ser adoptado pelos fornecedores de bens e serviços do Council, devendo ser os mesmos que são requeridos ao Council. Encorajar ou requerer através de especificações de compra, que os fornecedores do Council ajam em conformidade com a Declaração Ambiental da organização.
Desempenho Ambiental e Relatório de
Avaliação
Avaliar serviços, actividades e procedimentos de gestão utilizando o enquadramento da norma ISO14000:
- para garantir que os requisitos da legislação ambiental e as Políticas Ambientais da organização estão a ser respeitadas;
- para identificar formas de melhorar continuamente o desempenho ambiental;
- preparar um relatório anual sobre o desempenho ambiental do Council com recomendações para melhorias possíveis. Pontos-chave do relatório serão incluídos no Relatório Anual do Council.
Disponibilidade ao Público
Disponibilizar ao público a Política Ambiental do Council e a Declaração Ambiental. A Política Ambiental da organização é reforçada pela Declaração Ambiental, que foi concebida para ser uma página concisa mostrando o compromisso claro para com o Sistema de Gestão Ambiental.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 28
Caso de Estudo – Política Ambiental do District Council de Stroud
Temos poderes directos e responsabilidades na área do planeamento e do uso do território, qualidade ambiental,
gestão dos resíduos, alojamento, lazer e desenvolvimento económico. Somos também um importante empregador e
consumidor de recursos, tendo portanto um impacto significativo no ambiente local.
O Council está consciente do papel de liderança que desempenha, planeando portanto usar os seus poderes de
forma responsável para simultaneamente encorajar e, onde necessário, impor a boa prática ambiental.
O Council compromete-se a melhorar continuamente o seu comportamento ambiental, para além dos requisitos dos
regulamentos e legislação aplicáveis. A este respeito, comprometemo-nos especificamente a:
Encorajar a redução do consumo de energia e recursos naturais.
Basearmo-nos numa ‘Política de Compras’ que evite o uso de produtos, embalagens e serviços que não sejam
amigos do ambiente, e encorajamos outros a proceder da mesma forma.
Manter e melhorar a saúde e bem-estar do público.
Prevenir a poluição ambiental que decorra do nosso próprio funcionamento e usar os nossos poderes para
minimizar os impactos de terceiros dentro do District.
Procurar encontrar o equilíbrio entre a necessidade de manter e melhorar as zonas construídas, e as medidas
que visam reduzir o impacto ambiental do desenvolvimento, promovendo ainda uma política de transporte
equilibrada.
Salvaguardar os habitats naturais e suas espécies, bem como preservar a natureza e o carácter das zonas rurais
Reduzir o volume de resíduos gerados tanto pelo Council como dentro do District e, onde apropriado, exceder
as metas estabelecidas pelo Governo.
Fornecer informação e apoio tanto ao público como ao pessoal e encorajar o seu interesse nas questões
ambientais.
Para atingir estes objectivos o Council implementará um Sistema de Gestão Ambiental que irá:
Ser aplicado a todas as actividades promovidas pelo Council, incluindo serviços contratados a outras entidades,
à medida que novos contratos forem sendo negociados;
Estabelecer objectivos para implementar programas de acção de maneira a minimizar os efeitos ambientais
negativos e a aumentar os efeitos positivos das actividades desenvolvidas pelo Council;
Publicar, com intervalos apropriados, uma Declaração Ambiental.
Incluir mecanismos de consulta tanto com as autoridades competentes como com o público.
Metodologia POLÌTICA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 1 de 5 Pol_Amb_Metodologia_v2
METODOLOGIA PARA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL DO SISTEMA ALMADA EMAS
(Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
Regulamento EMAS (EC Nº. 761/2001) para a Política Ambiental
Para efeitos do Regulamento EMAS, entende-se por Política Ambiental “os objectivos e
princípios globais da intervenção das organizações em matéria de ambiente, incluindo
o cumprimento de todas as disposições regulamentares pertinentes relativas ao
ambiente e o empenho numa melhoria contínua do comportamento ambiental; esta
política fornece o enquadramento para a adopção e revisão de objectivos e metas
ambientais.”.
1. INTRODUÇÃO
Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma ferramenta de gestão que pode ser usada
voluntariamente por uma organização, qualquer que seja a sua dimensão e natureza das
actividades realizadas, para avaliar, monitorizar, reportar e melhorar o seu
comportamento ambiental. Consiste num conjunto de processos e de práticas, que
permitem integrar objectivos ambientais em todas as actividades da organização.
Através da definição de objectivos, metas, níveis de responsabilidade e de
procedimentos para alcançar esses objectivos e metas, através da realização de
avaliações, auditorias e acções de comunicação, constitui-se o ciclo contínuo de
melhoria do desempenho ambiental da organização.
Esta abordagem integrada de um SGA, traduz-se num melhor planeamento e maior
eficácia das medidas adoptadas, produzindo resultados mais significativos.
A Câmara Municipal de Almada, ciente da necessidade em reduzir os impactos
ambientais associados às múltiplas actividades que desempenha, decidiu adoptar o
sistema de gestão ambiental EMAS abrangendo todos os serviços municipais, enquadrado
pelo Regulamento EMAS (Regulamento (CE) N.o 761/2001).
Estes serviços, de natureza e abrangência muito diversa, estão-lhe atribuídos pelo DL
n.º 169/99 de 18 de Setembro (com as alterações da Lei n.º 5-A/2003 de 11 de Janeiro)
que estabelece as competências e atribuições das Autoridades Locais.
Metodologia POLÌTICA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 2 de 5 Pol_Amb_Metodologia_v2
A melhoria contínua do seu comportamento ambiental e a qualificação da sua
intervenção pública, está enquadrada pela “Estratégia Local de Desenvolvimento
Sustentável e Solidário”, que a Câmara Municipal de Almada elegeu para a 1ª década do
milénio.
Os benefícios do sistema incidem maioritariamente na racionalização das despesas e
recursos, no reforço da motivação dos trabalhadores e na sua maior consciencialização
para as questões ambientais. É igualmente importante, a transmissão de uma maior
confiança e transparência à comunidade local e outras entidades, da política ambiental
e das metas estabelecidas para as concretizar.
A construção e aprovação da Política Ambiental, constitui um marco de excelência do
sistema Almada EMAS, como compromisso da CMA de aplicação de políticas efectivas de
preservação e salvaguarda do ambiente.
2. ETAPA POLÍTICA AMBIENTAL
No faseamento do sistema EMAS de Almada, a etapa “Política Ambiental” surge como
um das primeiras etapas de desenvolvimento do sistema e antecede a preparação do
“Levantamento Ambiental”.
A figura 1. esquematiza o faseamento estabelecido para o Sistema EMAS da CMA/SMAS.
Fig.1 Enquadramento da etapa do Levantamento Ambiental no
Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS
Metodologia POLÌTICA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 3 de 5 Pol_Amb_Metodologia_v2
3. METODOLOGIA O estabelecimento da metodologia de construção da “Política Ambiental” do Sistema
Almada EMAS, tomou em consideração o facto de se tratar de uma Autarquia Local, cuja
missão é desempenhar um serviço público que concorra para o bem estar das
populações.
Esta realidade particular e a sua posição privilegiada de proximidade à comunidade
local, torna especialmente relevante a sua intervenção como agente motivador e
mobilizador dos cidadãos e das diversas entidades, instituições e sectores económicos
do Concelho de Almada, devendo a Política Ambiental referi-lo inequivocamente.
Segundo o Regulamento EMAS, a direcção, ao seu mais alto nível, deve definir a Política
Ambiental da organização e garantir que :
a. é adequada à natureza, à escala e aos impactos ambientais das suas actividades,
produtos e serviços;
b. inclui um compromisso de melhoria contínua e de prevenção da poluição;
c. inclui um compromisso de cumprimento da legislação e dos regulamentos ambientais
aplicáveis e de outros requisitos que a organização subscreva;
d. proporciona o enquadramento para a definição e revisão de objectivos e metas
ambientais;
e. está documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;
f. está disponível ao público.
A Política Ambiental deve pois contemplar os 7 pontos em cima elencados e ser
estabelecida, no caso do Município de Almada, pelo executivo municipal, com
acompanhamento da Equipa EMAS.
Os passos de desenvolvimento da Política Ambiental do sistema Almada EMAS são:
1. redacção da Política Ambiental;
2. aprovação da Política Ambiental, em Reunião de Câmara, por proposta do
Presidente da CMA;
3. revisão periódica, quando há alterações nos objectivos estratégicos da autarquia ou com uma periodicidade que se venha a estabelecer oportunamente.
A realização do passo 2. deve ser um processo iterativo, no qual após a leitura de cada
uma das diferentes versões da Política Ambiental que forem sendo produzidas, se vá
Metodologia POLÌTICA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 4 de 5 Pol_Amb_Metodologia_v2
respondendo às questões constantes do questionário da seguinte tabela.
Quadro 1. Questionário para acompanhar a redacção da Política Ambiental do sistema Almada EMAS
A Política permite ao leitor perceber o que é a CMA? Onde está sediada? Que competências e atribuições tem? O que faz de Almada um sítio único?
Em caso negativo, que alterações a fazer na Política?
Esta versão permite perceber porque a CMA precisa de uma Política Ambiental? (Sim/Não)
Em caso negativo, que alterações a fazer na Política?
Estão identificados os principais impactos ambientais ? ( Sim/Não)
Em caso negativo, quais as alterações a promover na Política?
Existe algum contexto estratégico ao qual seja preciso fazer referência? Especificar.
Especificar as modificações necessárias na Política para esta reflectir a ligação a outras estratégias.
A política inclui um compromisso de melhoria contínua? (Sim/Não)
É necessário estabelecer a ligação entre o sistema Almada EMAS e algum sistema de gestão já adoptado pela CMA? Especificar.
A Política inclui um compromisso de prevenção da poluição?
É necessário incluir mais alguma informação?
Está incluído um compromisso de cumprimento da legislação ambiental aplicável às actividades desenvolvidas pela CMA?
Existem outros compromissos que a CMA subscreveu? (Agenda Local 21, Compromissos de Aalborg, etc.) Especificar.
De que modo é que a Política proporciona o enquadramento para a definição e revisão de objectivos e metas ambientais? Existe a especificação de que o SGA se aplica à Câmara Municipal no seu todo?
Existe um compromisso em implementar e manter a Política? Sim/Não
De que modo é que a política irá chegar à totalidade dos funcionários? Dar sugestões.
De que modo é que a Política Ambiental irá ser divulgada à comunidade, fornecedores, subcontratados e outras partes interessadas? Dar sugestões.
Em suma, a Política Ambiental do sistema Almada EMAS deve ...
... ser realista
... constituir um desafio
... reflectir plenamente as aspirações políticas e estratégias da CMA.
Metodologia POLÌTICA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 5 de 5 Pol_Amb_Metodologia_v2
É importante sublinhar que a Política Ambiental do sistema Almada EMAS é a política
ambiental da organização e não a política ambiental da CMA para o Concelho de
Almada, embora possam existir pontos de convergência dada a natureza das actividades
realizadas por uma entidade pública, como uma autarquia local.
4. Conteúdos da Política Ambiental
A Política Ambiental do sistema Almada EMAS deve considerar os seguintes conteúdos,
Almada Enquadramento do Concelho de Almada (a sua singularidade geográfica, os seus elementos distintivos...), e características da organização (nº. de trabalhadores; problemas e realidade específicas da organização...)
Declaração de Princípios
Objectivos
Áreas de Intervenção Dentro das suas competências e possibilidades, referência às áreas de intervenção prioritárias da CMA, que podem coincidir com os aspectos ambientais do sistema Almada EMAS
Cumprimento da legislação ambiental aplicável
Envolvimento dos colaboradores
Informação ambiental e divulgação pública
Envolvimento da comunidade Sublinhar e ligação à comunidade, já que as actividades da CMA não lhe são alheias.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 29
4 Passo 2: LEVANTAMENTO AMBIENTAL
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 30
5.1 Requisitos de um Levantamento Ambiental
O levantamento é a fase de planeamento do SGA. O levantamento inclui a identificação dos aspectos
ambientais associados às actividades da autoridade local, assim como a listagem dos requisitos legais a nível do ambiente, relacionados com estas actividades. Segue-se uma avaliação para identificar quais
destes aspectos ambientais são significativos.
Os requisitos para Levantamento Ambiental são descritos no Anexo 1 A.3.1 e A3.2 do regulamento EMAS
(EC No. 761/2001) e Secção 4.3.1 e 4.3.2 da ISO14001.
I-A.3.1. Aspectos Ambientais
A organização deve estabelecer e manter um ou os procedimento(s) para identificar os aspectos ambientais das suas actividades, produtos ou serviços que pode controlar e sobre os quais pode ter
influência, por forma a determinar quais deles têm ou podem ter impactes ambientais significativos. A
organização deve assegurar que os aspectos relacionados com esses impactes significativos são tomados em consideração na definição dos seus objectivos ambientais.
A organização deve manter esta informação actualizada.
I-A.3.2. Requisitos legais e outros
A organização deve estabelecer e manter um procedimento para identificar e ter acesso aos requisitos
legais e outros requisitos, que a organização subscreva, aplicáveis aos aspectos ambientais das suas actividades, produtos ou serviços.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 31
Adicionalmente, o Anexo 1 B do regulamento determina que:
As organizações devem estar em condições de poder demonstrar que:
a) Se inteiraram de toda a legislação ambiental aplicável e conhecem as suas implicações na
organização;
b) Se encontram em conformidade com a legislação ambiental;
c) Aplicam procedimentos que permitem à organização satisfazer esses requisitos de forma corrente.
E o Anexo VII explica em maior detalhe o que o Levantamento Ambiental deverá abranger:
O levantamento deve abranger cinco domínios-chave:
a) Requisitos legislativos, regulamentares e outros a que a organização está subordinada;
b) Identificação de todos os aspectos ambientais com um impacto ambiental significativo nos
termos do Anexo VI, qualificados e quantificados adequadamente, e compilação de um registo
dos aspectos identificados como significativos;
c) Uma descrição dos critérios de avaliação da significância do impacto ambiental de acordo com o
disposto no ponto 6.4 do Anexo VI;
d) Exame de todas as práticas e procedimentos de gestão ambiental existentes;
e) Avaliação da experiência obtida com a investigação de incidentes anteriores.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 32
5.2 Etapas de um Levantamento Ambiental
Aspecto Ambiental
Elemento das actividades, produtos, ou serviços de uma organização que podem interagir com o
ambiente.
Impacto Ambiental
Qualquer alteração do ambiente, adversa ou benéfica, total ou parcialmente resultante das actividades, produtos ou serviços de uma organização.
O Levantamento Ambiental pode envolver os 5 passos seguintes.
1. Análise das actividades
Definir quais as actividades desenvolvidas pela organização às quais o SGA vai ser aplicado e fazer uma
avaliação inicial da escala das actividades. Este passo não é requerido no regulamento EMAS ou na ISO14001, mas é um passo preliminar útil que ajuda a fornecer uma estrutura para o resto do SGA e
para a informação de base.
2. Levantamento de requisitos legais, regulamentares e outros
Identificar a aplicabilidade de requisitos legais, regulamentares e outros às actividades abrangidas pelo
SGA. Inclui não apenas a legislação nacional, mas também directivas comunitárias, regulamentos municipais, códigos profissionais, etc. É então estabelecido um registo de legislação, regulamentos e
outros requisitos relevantes.
3. Avaliação de Aspectos Ambientais
Uma avaliação das actividades desenvolvidas pela organização de modo a identificar os aspectos
ambientais que lhes estão associados. A maioria das autoridades locais na Europa, independentemente da sua dimensão, localização ou estrutura de gestão, terá aspectos ambientais semelhantes porque
prestam serviços semelhantes à sua comunidade. Estes aspectos poderão ser Aspectos Directos, consequência directa das actividades da autoridade local ou Aspectos Indirectos, que surgem como
resultado das políticas ou decisões de planeamento, entre outras, da autoridade local. Alguns exemplos
de aspectos ambientais directos ou indirectos são mostrados em seguida.
Aspectos Directos
• Consumo de Energia
• Consumo de Água
• Utilização de Transportes
• Compras efectuadas
• Gestão de resíduos
Aspectos Indirectos
• Fornecedores de bens e serviços
• Efeitos das Políticas
• Decisões de Planeamento e Licenciamento Ambiental
• Investimentos
Mais detalhes sobre os aspectos directos e indirectos são fornecidos no Anexo VI do
regulamento do EMAS.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 33
4. Teste de Significância
Aplicar um ‘teste de significância’ para determinar quais os aspectos ambientais que têm ou podem
ter um impacto ambiental mais significativo. Um ‘teste de significância’ assegurará que se lida com os impactos ambientais mais importantes do SGA em vez de tentar lidar com todos os impactos ao
mesmo tempo.
5. Registo de Aspectos Ambientais Significativos
Identificar os aspectos ambientais significativos das actividades abrangidas pelo SGA. São apenas
estes aspectos ambientais significativos que devem ser melhorados por via do programa ambiental.
5.3 Preenchimento de Mapas de Registo do Levantamento Ambiental
Levantamento Ambiental 1ª Tarefa – Análise de Actividades
O Formulário de análise de actividades será usado para registar a seguinte informação:
Uma descrição organizacional da unidade operacional (por exemplo, poderá ser toda a autoridade local ou uma unidade, como um Departamento, ou um local específico, como os
Paços do Concelho).
Uma descrição das diferentes actividades desenvolvidas pela unidade operacional, sendo útil
dividir os aspectos, primeiro em directos (actividades internas), depois em indirectos (actividades externas) e fazer uma nota da categoria a que cada um pertence.
Uma descrição da escala de cada actividade (tendo em conta, por exemplo, os consumos de
electricidade, gás, água, volume de bens e serviços adquiridos, etc.).
Tendências – A escala de cada actividade está a aumentar ou a diminuir? (incluindo o
consumo de energia, etc.)
Referências – Mostrando as fontes da informação.
Dica EMAS Não é necessário fazer a mesma pergunta duas vezes.
Muitas autoridades locais já se submeteram a levantamentos detalhados de questões ambientais específicas, tais como levantamento dos consumos energéticos da organização, auditorias aos resíduos e reciclagem e planos de mobilidade sustentável.
Estes podem ser usados para fornecer elementos quantificáveis bastante importantes para os objectivos do levantamento ambiental.
O uso desta informação, já reunida, irá garantir que não é desperdiçado tempo e recursos fazendo novamente as mesmas perguntas.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 35
1ª Tarefa - ANÁLISE DE ACTIVIDADES
DESCRIÇÃO ORGANIZACIONAL
[Forneça uma descrição geral da unidade operacional, dimensão, localização, responsabilidades, estruturas de gestão etc. – Isto pode ser mostrado sob a forma de um diagrama organizacional.)
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 36
Nome da Unidade Operacional:
Actividade Unidade /secção ou pessoa responsável pela actividade
Quantificação da actividade durante o último ano
Tendências durante os últimos 2 ou 3 anos. [a dimensão da actividade está a aumentar ou a decrescer]
Referências [forneça uma referência para quaisquer documentos que contenham informação de base relacionada com esta actividade]
1.
2.
3.
4.
etc.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 37
Levantamento Ambiental 2ª Tarefa – Levantamento de requisitos legais, regulamentares e outros
Identificar a aplicabilidade de requisitos legais, regulamentares e outros a qualquer das
actividades abrangidas pelo SGA. Isto inclui não apenas a legislação nacional, mas também regulamentos relevantes da UE, regulamentos municipais, normas e códigos profissionais,
etc. A importância ambiental de uma actividade será em parte função de estar ou não abrangida por requisitos ambientais legais, regulamentares ou outros.
O formulário seguinte fornece uma estrutura para o registo do levantamento de legislação
ambiental. A primeira coluna identifica uma variedade de categorias ((a) a (l)), tais como: Principal Legislação de Planeamento; Poluição do Ar; Directivas da UE de utilização racional
da energia; Políticas da Autoridade local e iniciativas voluntárias estratégicas adoptadas. Terá que se identificar toda a legislação e regulamentos ambientais existentes e aplicáveis
nestas categorias de a) a l).
Na segunda coluna, anote todas as actividades abrangidas pelo SGA e que são influenciadas pela legislação ou regulamentos correspondentes.
Na terceira coluna anote a secção relevante da legislação ou regulamento aplicáveis, indique porquê é relevante e quais as metas legais associadas a atingir.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 38
2ª Tarefa - LEVANTAMENTO DE REQUISITOS LEGAIS, REGULAMENTARES E OUTROS
Categoria da Legislação/ Regulamento Actividade abrangida pela legislação/ regulamento
- Especifique a secção relevante da legislação/ regulamento
- Indique a significância da mesma
- Identifique requisitos de performance
a) Legislação Nacional para a área do Ambiente
b) Planeamento
c) Qualidade do Ar
d) Qualidade da água
e) Gestão de resíduos
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 39
Categoria da Legislação/ Regulamento Actividade abrangida pela legislação/ regulamento
- Especifique a secção relevante da legislação/ regulamento
- Indique a significância da mesma
- Identifique requisitos de performance
f) Gestão do território
g) Utilização racional de energia
h) Saúde e Segurança
i) Directivas da UE
j) Estratégias e Políticas Municipais
k) Acordos ambientais voluntários
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 40
Categoria da Legislação/ Regulamento Actividade abrangida pela legislação/ regulamento
- Especifique a secção relevante da legislação/ regulamento
- Indique a significância da mesma
- Identifique requisitos de performance
l) Outras
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 41
Levantamento Ambiental 3ª Tarefa - Avaliação de Aspectos Ambientais
O 1º Passo foi utilizado para identificar as actividades desenvolvidas pela organização. O 2º Passo permite identificar a legislação e regulamentos ambientais que se aplicam a estas
actividades. O 3º Passo baseia-se nos dois passos anteriores e conduz à identificação dos aspectos ambientais relacionados com estas mesmas actividades. Estes aspectos
ambientais, quando considerados significativos, irão constituir o núcleo do programa ambiental. Este último passo inclui uma avaliação sobre o modo como ocorre o impacto
ambiental associado ao respectivo aspecto e a sua classificação segundo a importância ou
“significância”.
Aspectos Ambientais
Abrangem as actividades de uma organização sobre as quais esta detém directa ou indirectamente o controlo de gestão, podendo incluir, sem a eles se limitarem, os seguintes
aspectos:
a) Emissões para a atmosfera;
b) Descargas para as águas;
c) Restrição da produção, reciclagem, reutilização, transporte e descarga de resíduos sólidos e outros, em particular de resíduos perigosos;
d) Uso e contaminação de solos;
e) Utilização de recursos naturais e matérias-primas (incluindo energia);
f) Questões de impacto local (ruído, vibrações, cheiros, poeiras, efeito visual, etc.);
g) Questões de transporte (tanto de mercadorias e serviços como de pessoal);
h) Riscos de acidentes ambientais e impactos que surjam ou possam surgir em
consequência de incidentes, acidentes e situações de emergência potencial;
i) Efeitos sobre a biodiversidade;
j) Aspectos ambientais indirectos (investimentos de capital, concessão de
empréstimos e serviços de seguros; escolha e composição dos serviços; decisões administrativas e de planeamento; comportamento ambiental e práticas de
fornecedores e subcontratados.)
Por forma a completar de forma detalhada o formulário de levantamento ambiental, que se
apresenta de seguida, deverá atender-se a:
Considere cada uma das actividades que identificou na análise de actividades e que
transferiu para o formulário de levantamento ambiental.
Se possível, subdivida a actividade em elementos ou aspectos individuais. Por exemplo, uma actividade como a gestão da energia nos escritórios da autoridade local pode englobar
uma série de aspectos como a compra de electricidade, a compra de combustível, a instalação de sistemas de utilização racional de energia, a monitorização do consumo de
energia, as campanhas de poupança de energia, etc.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 42
De seguida, anote todos os impactos ambientais, de a) a j) (como acima indicado), que
cada aspecto pode provocar no ambiente.
Anote o aspecto ambiental na respectiva coluna (anote apenas a, b, c, d, etc.).
Um aspecto pode ter um leque de efeitos possíveis no ambiente, sendo que estes efeitos podem ser reais ou potenciais.
Impacto Ambiental
Descreva sucintamente a forma como a actividade em questão tem impacto no ambiente.
O formulário seguinte também é utilizado para mostrar os resultados do 4º passo, o ‘teste
de significância’.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 43
3ª e 4ª Tarefa – AVALIAÇÃO DE ASPECTOS AMBIENTAIS E ANÁLISE DE SIGNIFICÂNCIA
Aspectos Ambientais Impacto Ambiental Determinar a Relevância Ambiental Actividade Aspecto da Actividade a b c d e f g h i j Importância Influência Relevância
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 44
Levantamento Ambiental 4ª Tarefa - Análise de Significância
A aplicação de um teste de significância permite determinar quais os aspectos ambientais que têm, ou podem ter, um impacto ambiental significativo. Este teste irá garantir que se
está a dar prioridade aos impactos ambientais mais importantes no âmbito do SGA, evitando deste modo lidar com todos os impactos ao mesmo tempo.
Determinar a Relevância Ambiental
Existem muitas abordagens diferentes para a avaliação de risco e para se proceder a um
teste de significância ambiental. Estes modelos podem ser muito complexos, consoante a abordagem, e necessitar de uma análise muito detalhada. O objectivo deste teste é de
evitar a tentativa de melhorar todos os aspectos ambientais simultaneamente. Ao ordenar os aspectos ambientais em termos de significância, torna-se possível priorizar e identificar
os aspectos que deverão ser melhorados na primeira fase de planificação do SGA. O teste
de significância fornecido neste manual foi usado com sucesso por várias autoridades locais para desenvolver o seu SGA. Trata-se de um modelo relativamente simples que envolve
apenas 3 parâmetros: a importância ambiental a nível global, a influência que pode ter a organização na produção de melhorias e a consideração de quaisquer outras influências a
nível ‘local’ que podem indicar que o impacto ambiental deveria ser considerado relevante pela autoridade local. Na avaliação da significância dos impactos ambientais, deverão ser
consideradas tanto condições normais de operacionalidade como também condições de
emergência razoavelmente previsíveis.
Importância Ambiental
A avaliação da significância começa com uma avaliação da importância do impacto ambiental da actividade considerada. Quanto mais importante o impacto no ambiente, mais
alta deverá ser a sua pontuação. Utilize o sistema de pontuação que se segue,
suficientemente específico para os efeitos ambientais típicos ao nível de uma autoridade local:
- Dano Ambiental ou melhoria possível insignificante 1.
- Dano ambiental ou melhoria de impacte local pouco significativa 2.
- Dano ambiental ou melhoria de impacte local significativa 3.
- Dano ambiental ou melhoria de impacte nacional significativa 4.
- Dano ambiental ou melhoria de impacte internacional significativa 5.
Nota: Uma pontuação de 4 é rara, sendo que um 5 é extremamente improvável.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 45
Influência por parte do departamento da autoridade local, responsável pela actividade
Quanto mais forte for a influência da autoridade local na alteração do impacto ambiental, maior poderá ser a actuação em consequência. Utilize o seguinte sistema de qualificação:
Muito pouca influência sobre o impacto 1.
Pouca influência 2.
Influência média 3.
Muita influência 4.
Controlo directo absoluto 5.
Significância Ambiental
Multiplicar as qualificações de importância e influência ambiental dar-lhe-á uma boa
indicação de quão significativo o impacto ambiental é. Utilize a seguinte escala para uma avaliação global:
A actividade e seus efeitos são muito significativos 15-25
A actividade e seus efeitos são significativos 9 -14
A actividade e seus efeitos são provavelmente significativos 4 – 8
A actividade e seus efeitos não são significativos 0 - 3
Como exemplo, se a nota de importância de um dado impacto ambiental é de 3 e a sua
nota de influência é de 4, a nota de significância ambiental será de 12.
Qualquer impacto com uma pontuação igual ou superior a 9 deverá ser imediatamente colocado no registo de impactos ambientais significativos.
É nesta fase que devemos recordar que alguns impactos ambientais são importantes a nível local, quer atinjam um valor alto na sua pontuação ou não. Assim, o passo final na decisão
de considerar-se significativo ou não o impacto ambiental de uma dada actividade é de considerar qualquer destas outras influências ‘locais’ que poderão levar a que o impacto
ambiental deva ser considerado significativo pela autoridade local.
O formulário seguinte serve para decidir se a significância é afectada ou não por influências locais:
Na coluna 1 e 2 transferir da tabela anterior o aspecto considerado e a respectiva nota de significância ambiental.
Na coluna 3 identificar a legislação, os regulamentos e outros relacionados com o aspecto (já identificados no 2º passo - Levantamento de requisitos legais,
regulamentares e outros).
Na coluna 4 anote as Políticas e Estratégias Ambientais Municipais.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 46
Na coluna 5 identifique se os aspectos ambientais da actividade são relevantes, ou
se são motivo de preocupação, para a comunidade local.
Na coluna 6 identifique se já ocorreram no passado incidentes ambientais
relacionados com esta actividade.
Se o aspecto ambiental recebeu uma pontuação de 9 ou mais, deverá ser colocado
no registo de efeitos ambientais significativos, colocando um x na coluna 7.
Se pelo contrário, o aspecto ambiental recebeu uma pontuação inferior a 9, mas
uma questão legislativa ou local foi anotada na coluna 3, 4, 5 e 6, este aspecto
deverá igualmente ser colocado no registo dos aspectos ambientais significativos na coluna 7.
Por último, anote no formulário quaisquer procedimentos já implementados no Município que tenham sido elaborados para gerir o aspecto ambiental em questão.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 47
IDENTIFICAÇÃO DE OUTRAS QUESTÕES LOCAIS SIGNIFICATIVAS/ REGISTO DE ASPECTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS
Aspecto da Actividade
Nota de Significância
Ambiental
Legislação, regulamentos e política externa
ambiental
Estratégias e políticas
ambientais da autoridade local
Relevância para a
comunidade
(A/M/B)
Ocorreram incidentes ambientais
relacionados com esta
actividade?
Registo de efeitos
ambientais
(X)
Como é que o efeito está a ser gerido?
(referência do procedimento se disponível)
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 48
Exemplo de Levantamento Ambiental
Aspectos Ambientais Impacto Ambiental Determinar a Relevância Ambiental Actividade Aspecto da Actividade a b c d e f g h i j Importância Influência Relevância
Trabalho de escritório -
Escritório central (12 funcionários)
Uso de papel X X X Uso de energia, poluição de água e do ar para o processo de produção de papel.
Emissões dos veículos que transportam o material.
Deposição em aterros de resíduos que poderiam ser reciclados.
1
1 1
Visitas a locais para inspecções, reuniões e gestão de contrato.
Uso de veículos (carros privados).
x x x x x x x Uso de recursos não-renováveis, poluição do ar, ruído e congestionamento
2 4 8 Provavelmente significativo
Manutenção de árvores – poda/desbaste.
Tratamento e armazenamento de desperdícios.
x x x x x x x x x Libertação de dióxido de carbono da madeira.
Produção de resíduos.
3 5 15
Manutenção de árvores – poda/desbaste.
Uso de serras eléctricas e desfibradores.
x x x X x x x x x Ruído proveniente das máquinas.
Uso de óleo e combustível. 3 5 15
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 49
5.4 Ideias para integrar os requisitos de um SGA EMAS num Sistema de Gestão já existente na Autoridade Local
As autoridades locais efectuam o planeamento anual do seu serviço, o qual inclui a
definição de objectivos relacionados com linhas de orientações estratégicas e específicas que enquadram os serviços a serem prestados.
Um número crescente de autoridades locais está a efectuar um levantamento ambiental baseado num SGA e programas ambientais de modo a identificar objectivos de desempenho
ambiental, que são de seguida integrados no processo global de planeamento de actividades
dos vários serviços. Esta abordagem tem a vantagem de que a monitorização e os relatórios produzidos no âmbito do plano de actividades, possam ser utilizados afim de monitorizar e
produzir relatórios sobre o desempenho ambiental associado ao SGA a implementar.
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 1 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
PROCEDIMENTO PARA LEVANTAMENTO AMBIENTAL
DO SISTEMA ALMADA EMAS
(Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
Regulamento EMAS (EC Nº. 761/2001)
A organização deve estabelecer e manter um ou mais procedimento para identificar os
aspectos ambientais das suas actividades, produtos ou serviços que pode controlar e
sobre os quais pode ter influência, por forma a determinar quais deles têm ou podem
ter impactes ambientais significativos. A organização deve assegurar que os aspectos
relacionados com esses impactes significativos são tomados em consideração na
definição dos seus objectivos ambientais.
1. INTRODUÇÃO
As múltiplas atribuições de uma Autarquia Local resultam na realização de actividades
de natureza muito diversa, que necessariamente terão implicações ambientais distintas.
Importa pois identificar a tipologia dessas actividades municipais e distinguir e
hierarquizar os impactos ambientais a ela associados, propondo eventuais alterações
que venham a revelar-se adequadas para melhorar o desempenho ambiental do
Município.
Compreende-se assim a necessidade em realizar um diagnóstico ambiental que
caracterize e traduza de forma fidedigna a situação inicial de referência na organização
(CMA e SMAS), enquanto ferramenta de análise que permita recolher e estruturar dados,
identificar problemas e posteriormente propor soluções que vão ao encontro de uma
política ambiental sustentável. Este diagnóstico inicial ou “Levantamento Ambiental”
servirá de base à definição de objectivos e metas do Sistema de Gestão Ambiental,
concretizados através da elaboração de um Programa Ambiental.
A certificação ambiental de uma organização pelo Sistema EMAS é um processo
voluntário. Cabe-lhe portanto decidir qual a metodologia a adoptar no desenvolvimento
das diferentes fases do Sistema, incluindo o “Levantamento Ambiental”.
2. A ETAPA LEVANTAMENTO AMBIENTAL
No faseamento do sistema EMAS de Almada, a etapa “Levantamento Ambiental” sucede
à elaboração da “Política Ambiental” e antecede a preparação do “Programa
Ambiental”.
A figura 1. relembra o faseamento estabelecido para o Sistema EMAS da CMA/SMAS.
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 2 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
Politica Ambiental
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
Declaração Ambiental
Programa Ambiental
Implementação e Funcionamento
Auditoria Interna
Verificação
REGISTO
Fig.1 Enquadramento da etapa do Levantamento Ambiental no processo de
implementação do Sistema de Gestão Ambiental EMAS
3. METODOLOGIA
Algumas definições ...
O estabelecimento da metodologia do “Levantamento Ambiental” do Sistema EMAS da
CMA/SMAS, tomou em consideração o facto de se tratar de uma Autarquia Local, cuja
missão é desempenhar um serviço público que concorra para o bem estar das
populações.
? Actividade Serviço prestado/processo realizado num determinado Sítio/Sector
da organização que pode interagir com o ambiente
? Elemento de actividade Pormenor/detalhe da actividade (tarefa) que pode
interagir com o ambiente
? Aspecto ambiental Áreas temáticas sobre as quais a organização pode intervir
de forma directa (Aspecto Ambiental Directo) ou que pode influenciar (Aspecto Ambiental Indirecto)
? Impacto ambiental Qualquer alteração no ambiente, adversa ou benéfica,
resultante, total ou parcialmente, da actividade e/ou elemento da actividade.
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 3 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
Esta realidade particular, torna especialmente relevante não só a avaliação dos
impactos ambientais adversos (negativos) resultantes das actividades desenvolvidas,
como também os impactos ambientais benéficos (melhorias), já que daí podem advir
benefícios para as cidadãos.
Refira-se que inicialmente o Sistema EMAS foi desenvolvido para indústrias com intuito de
minorar os seus impactos ambientais negativos e reduzir a sua pressão no ambiente. O enfoque estava portanto nos impactos ambientais negativos ou adversos (danos ambientais)
e não tanto nos positivos (melhorias).
Por outro lado, muitas das actividades realizadas numa Autarquia Local são actividades
de planeamento, que afectam principalmente os aspectos ambientais indirectos,
questão que deve ser atendida na realização do Levantamento Ambiental.
O Levantamento Ambiental da CMA/SMAS será realizado pelos Eco-consultores, com o
apoio dos Eco-zeladores e o acompanhamento da Equipa EMAS. Deverá portanto
reflectir a sensibilidade e o conhecimento destes em relação aos impactos ambientais
das actividades realizadas nos diversos locais.
O Levantamento Ambiental da CMA/SMAS desenvolve-se nos seguintes passos:
- Caracterização Prévia da organização (CMA/SMAS);
- Levantamento da Legislação Ambiental aplicável;
- Identificação das actividades e elementos de actividade desenvolvidos em cada
Sítio/Sector, que podem interagir com o ambiente;
- Identificação dos aspectos ambientais associados a cada actividade e/ou elemento
de actividade identificada;
- Avaliação do grau de significância dos impactos ambientais (danos ou melhorias)
identificados.
A Caracterização Prévia da CMA/SMAS ...
Em virtude da diversidade, dimensão e dispersão de actividades do Município de
Almada, optou-se por iniciar o Levantamento Ambiental com uma Caracterização Prévia
da Câmara Municipal de Almada e dos SMAS (CMA/SMAS).
Nesta Caracterização Prévia dividiu-se a organização por locais ou sítios, tendo-se
listado todos os sítios (edifícios, equipamentos ou locais) da CMA/SMAS, identificado as
principais actividades aí desenvolvidas aos quais se associaram alguns aspectos
ambientais (essencialmente aspectos ambientais directos). No Anexo 1, encontra-se o
mapa LA_MAP_CaractPrevia1, onde se resumem os resultados desta caracterização
prévia. Com base neste documento, foi atribuído, a cada sítio um código, um eco-
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 4 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
consultor e um eco-zelador responsáveis pelo seu Levantamento Ambiental, que
resultou num segundo mapa de caracterização da CMA/SMAS: LA_MAP_CaractPrevia2
(ver Anexo 2).
O Levantamento da Legislação Ambiental da CMA/SMAS ...
O Levantamento da Legislação Ambiental, que consiste na identificação dos requisitos
legais aplicáveis às actividades desenvolvidas pela CMA/SMAS, será alvo de um
procedimento específico. No entanto toda a legislação/regulamentação aplicável à
actividade em análise que seja conhecida pelo eco-consultor e eco-zelador, deverá
desde já ser considerada (avaliação da significância Mapa LA_MAP_Significancia).
A Identificação das actividades, aspectos ambientais e da significância dos impactos ambientais ...
O presente procedimento incide nos três passos do Levantamento Ambiental:
Identificação das actividades, Identificação dos aspectos ambientais e Avaliação do grau
de significância.
Para a concretização destes passos, elaboraram-se dois mapas de registo (Anexo 3 e 4):
• O Mapa de Análise de Actividade (LA_MAP_AnaliseActividade), cujo
preenchimento permite a caracterização das actividades e/ou elementos de
actividades exercidas em cada Sítio/Sector da CMA/SMAS.
Esta caracterização é fundamental para a avaliação da escala dos impactos
associados, pois constitui a base de informação ao conhecimento real dos
problemas ambientais existentes.
• O Mapa de Avaliação de Significância (LA_MAP_Significancia), onde se
identificam os Aspectos Ambientais associados às actividades e/ou elementos de
actividades e se hierarquizam os respectivos impactos ambientais através da
avaliação da sua significância. A hierarquização e selecção dos impactos
ambientais mais significativos, servirá de base à etapa seguinte de elaboração do
Programa Ambiental, que inclui a definição de objectivos e metas.
4. PREENCHIMENTO DOS MAPAS DE REGISTO
4.1 Preenchimento do mapa de Análise de Actividade
O preenchimento do Mapa de Análise de actividade
(LA_MAP_AnaliseActividade) deverá ser efectuado do seguinte modo:
a. Indicar na coluna “Actividade”, as actividades desenvolvidas no
Sítio/Sector analisado.
Exemplo: Manutenção de viaturas da frota municipal
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 5 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
b. Indicar na coluna “Elemento de Actividade” o elemento da actividade que
pode interagir com o Ambiente.
Exemplo: Mudança de óleo
c. Indicar o nome da pessoa responsável pela actividade ou elemento de
actividade em questão na coluna correspondente.
Exemplo: Carlos Silva (Coordenador da Estação de Serviço e Responsável pela lubrificação)
d. Preencher a coluna “Documentos de referência” caso existam documentos
que orientem o desenvolvimento destas actividades.
Exemplo: Instruções de trabalho, normas de procedimento, etc.
e. Indicar, caso existam, dados quantitativos relativos à actividade ou
elemento de actividade que se está a analisar
Exemplo: Dados de consumo de óleos lubrificantes em 2003 e 2004 e volume de
óleos reutilizados.
4.2 Preenchimento do mapa de Avaliação de Significância
a. Identificação dos Aspectos Ambientais
Tendo em conta a natureza das tarefas desempenhadas por uma Autarquia,
foram identificadas áreas (Aspectos Ambientais) em que a organização
CMA/SMAS intervém com especial incidência:
1. Utilização de Água
2. Uso de Energia e Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEEs)
3. Gestão de Resíduos
4. Aquisição de Bens e Serviços
5. Prevenção e Controlo da Poluição
6. Mobilidade e Transportes
7. Qualidade do ambiente natural e construído
Na coluna “Aspectos Ambientais”, deverão ser colocados os números
correspondentes aos aspectos ambientais associados à actividade (ou
elemento de actividade) em análise.
É desejável incluir comentários a uma determinada célula quando o seu
preenchimento não é obvio, de modo a facilitar a posterior leitura dos
mapas. Poderá fazer-se do seguinte modo:
i) Clicar com o botão direito do rato sobre a célula onde se deseja
adicionar o comentário;
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 6 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
ii) Escolher a opção “Inserir comentário”, com o botão esquerdo do rato;
iii) Escrever o texto do comentário na caixa;
iv) Clicar fora da caixa de comentário quando se terminar de escrever o
comentário.
b. Avaliação de Significância
A aplicação de um teste de significância permitirá determinar quais as
actividades que têm ou podem ter um impacto ambiental, negativo ou
positivo, e dar uma ideia da magnitude desse impacto. Não se trata de uma
ferramenta científica, mas pelo contrário de uma ferramenta mais intuitiva
e empírica.
Este teste irá permitir hierarquizar os impactos associados às actividades
analisadas, evitando deste modo lidar com todos os impactos ao mesmo
tempo aquando da definição do Programa Ambiental. Nesse sentido, aos
impactos com maior significância deve ser dada prioridade: se forem
positivos, devem ser considerados como exemplo e replicados em outros
sectores da organização; se forem negativos, devem ser minorados.
Existem diversos modelos de testes de significância aplicáveis em sistemas
de gestão ambiental. O modelo utilizado no levantamento ambiental da
CMA/SMAS foi adaptado do modelo desenvolvido pela instituição britânica
Global to Local para Autoridades Locais e está referenciado no site oficial
da Comissão europeia do Sistema EMAS como teste para este tipo de
entidades. Requer a avaliação dos impactos ambientais segundo três
parâmetros:
- a importância do impacto ambiental associado à actividade em
questão, assim como da melhoria possível associada.
- a influência que a CMA/SMAS, como organização, tem na melhoria ou
na minimização do impacto ambiental em questão.
- a existência de outros motivos, incluindo estratégias locais ou
nacionais, relacionadas com do impacto em causa que o tornam
importante e prioritário.
O modelo escolhido utiliza o sistema de pontuação seguinte:
- Importância Ambiental
A avaliação da significância começa por uma análise empírica da
importância do impacto ambiental da actividade considerada ou da
melhoria que é possível atingir através de um programa de minimização
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 7 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
desse impacto. Quanto mais importante é o impacto ambiental, mais
alta deverá ser a sua pontuação.
- Dano Ambiental ou melhoria possível não significativo(a) 1.
- Dano ambiental ou melhoria de impacto local pouco significativo(a) 2.
- Dano ambiental ou melhoria de impacto local significativo(a) 3.
- Dano ambiental ou melhoria de impacto nacional significativo(a) 4.
- Dano ambiental ou melhoria de impacto global significativo(a) 5.
- Influência
Quanto mais forte for a influência da organização na minimização do
impacto ambiental, mais efectiva poderá ser a actuação.
Deve utilizar-se o seguinte sistema de qualificação:
- Reduzida influência sobre o impacto 1.
- Pouca influência 2.
- Influência média 3.
- Muita influência 4.
- Controlo directo absoluto 5.
- Significância Ambiental
A multiplicação da qualificação da importância com a influência
ambiental, dá uma boa indicação da significância do impacto
ambiental, obtendo-se a seguinte escala para uma avaliação global:
- A actividade e seus efeitos são muito significativos 15-25
- A actividade e seus efeitos são significativos 9 -14
- A actividade e seus efeitos são pouco significativos 4 – 8
- A actividade e seus efeitos não são significativos 0 - 3
Os impactos cuja pontuação é igual a 9 deverão ser considerados
ambientalmente significativos.
- Outros motivos
Para os impactos com uma pontuação inferior a 9, é necessário verificar
se existe algum motivo adicional que possa torná-lo significativo. Estas
questões, quando consideradas importantes, deverão ser identificadas
(através da letra a, b, c ou d) na última coluna do mapa de registo:
a. A existência de requisitos legais ou regulamentos relacionados com esse impacto;
b. A ocorrência anterior de acidentes ambientais associados a esse impacto;
c. A existência de uma estratégia ambiental de sustentabilidade relacionada com esse
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 8 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
impacto;
d. A percepção da comunidade em relação a esse impacto, como sendo uma questão
sensível.
No Anexo 5 encontram-se dois exemplos elucidativos do preenchimento
deste mapa de registo (LA_MAP_Significancia_xls).
c. Nomenclatura documental
Após o preenchimento dos mapas de registo LA_MAP_AnaliseActividade.xls
e LA_MAP_Significancia.xls, deverá ser seguida uma nomenclatura própria
para guardar e enviar ficheiros.
Ao nome do ficheiro de referência, deverá ser adicionada:
- a origem (CMA ou SMAS),
- o código do Sítio cujo levantamento ambiental está a ser efectuado (ver
LA_MAP1_CaractPrevia2),
- o Departamento/Divisão/Sector (quando necessário)
- e a data de revisão desse mapa pelo Eco-Consultor, sendo que estas
informações deverão ser separadas pelo símbolo underscore (Shift+
Tecla Hífen).
Exemplo:
O ficheiro de referência LA_MAP_Significancia.xls, preenchido e revisto pelo Eco-Consultor responsável no dia 1 de Outubro de 2005, referente ao Departamento de
Informática (DI) localizado no edifício do DAGF (EA-05), deverá ter o seguinte
nome:
LA_MAP_Significancia_CMA_EA05_DI_ 01Out05.xls.
Sublinha-se que os elementos da data deverão ser indicados sem
espaçamentos e da seguinte ordem: o dia (com 2 dígitos), o mês (as
primeiras 3 letras do mês) e, por fim, o ano (com 2 dígitos).
5. OPERACIONALIZAÇÃO DO LEVANTAMENTO AMBIENTAL
Resumam-se a seguir as principais fases de operacionalização do Levantamento
Ambiental:
• Nomeação de Eco-consultores e Eco-zeladores
• Frequência do Workshop “Levantamento Ambiental” (Global to Local)
• Reunião Geral de Eco-Consultores - Entrega de documentação e esclarecimento
de dúvidas
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 9 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
• Realização do Levantamento Ambiental pelos Eco-Consultores e Eco-Zeladores -
Recolha e registo de dados, preenchimento prévio dos formulários.
• Informatização (quando necessária), análise prévia dos mapas de registo e
homogeneização das significâncias pelos Eco-Consultores.
• Recolha, análise e verificação dos mapas de registo pela EME.
Metodologia LEVANTAMENTO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 10 de 10 LA_PRO_Metodologia_v9.doc
LEVANTAMENTO AMBIENTAL | Sistema EMAS Almada
ANÁLISE DE ACTIVIDADE E IDENTIFICAÇÃO DE ASPECTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS
Identificação das Actividades e
elementos de actividade
Identificação dos
Aspectos Ambientais
LA_MAP_AnáliseActividade LA_MAP_Significância
Associar a cada actividade ou elemento de actividade os Aspectos Ambientais numerados de 1 a 7
Avaliação do Grau
de Significância
Avaliar a importância do impacto ambiental e a influência que a CMA/SMAS pode ter na sua minimização. Indicar, caso existam, outros factores que afectem a significância.
Identificação dos Impactos Ambientais Significativos
Ordenar as actividades e impactos associados por significância
Recomendações para melhorias?
Identificar as actividades e os elementos destas actividades com impactos ambientais associados
LA_MAP_Significância LA_MAP_Significância
Sítio (Edifício, equipamento, local) CMA
Sector (Departamento, Divisão, Sector) SMAS
Código
ACTIVIDADE RESPONSÁVEL DIRECTODOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
(caso existam)ELEMENTO DA ACTIVIDADE
DADOS QUANTITATIVOS referentes a anos anteriores
(caso existam)
MAPA DE REGISTO LEVANTAMENTO AMBIENTAL - ANÁLISE DE ACTIVIDADE
MAP_LA_AnaliseActividade_v5.xls
Preenchido por (Eco-Zelador): ______________________________ Revisto por (Eco-Consultor): ____________________________
Data: ____________________ Verificado por (EME): _______________________
MAP_LA_AnaliseActividade_v5.xls
Sítio (Edifício, equipamento, local) CMA
Sector (Departamento, Divisão, Secção) SMAS
Código
Avaliação da importância Avaliação da influência Avaliação geral
Preenchido por (Eco-Zelador): ______________________________ Revisto por (Eco-Consultor):_______________________________ Verificado por (EME): ______________________
SIGNIFICÂNCIAASPECTOS
AMBIENTAIS Quaisquer outros factores que afectem a significância
ACTIVIDADE ELEMENTO DA ACTIVIDADE
MAPA DE REGISTO LEVANTAMENTO AMBIENTAL - AVALIAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
MAP_LA_significancia.xls
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 50
4 Passo 3: PROGRAMA AMBIENTAL
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 51
6.1 Requisitos de um Programa Ambiental
O Programa Ambiental consiste numa fase de planeamento de acções cujo objectivo é o de minimizar
os impactos considerados significativos. Esta fase envolve dois passos chave. O 1º passo leva a estabelecer objectivos e metas quantificadas de melhoria para os aspectos ambientais significativos
identificados no levantamento ambiental. No 2º passo o Programa de Gestão Ambiental define o
calendário das acções a implementar, os recursos, os meios e as responsabilidades a atribuir, para que sejam atingidos os objectivos e as metas.
São várias as finalidades de estabelecer objectivos e metas:
melhorar os aspectos ambientais significativos que foram identificados;
garantir que a Política Ambiental definida está a ser implementada;
garantir o cumprimento da legislação.
Os requisitos para Objectivos e Metas e Programa de Gestão Ambiental são descritos no Anexo 1 A.3.3 e A.3.4 do regulamento EMAS e na Secção 4.3.3 da norma ISO14001.
I-A.3.3. Objectivos e Metas
A organização deve a todas as funções e níveis pertinentes, estabelecer e manter objectivos e metas ambientais documentados.
Ao estabelecer e rever os seus objectivos, a organização deve considerar os requisitos legais e outros requisitos, os seus aspectos ambientais significativos, as suas opções tecnológicas e os requisitos
financeiros, operacionais e de negócio, bem como, o parecer das partes interessadas.
Os objectivos e metas devem ser coerentes com a política ambiental, incluindo o compromisso relativo à prevenção da poluição.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 52
I-A.3.4. Programa(s) de Gestão Ambiental
A organização deve estabelecer e manter programa(s) destinado(s) a atingir os seus objectivos e
metas.
Este(s) deve(m) incluir:
a) a designação das responsabilidades para atingir os objectivos e metas, em cada nível e função relevantes da organização;
b) os meios e os prazos para que eles sejam atingidos.
Se um projecto está relacionado com novos desenvolvimentos e com actividades, produtos ou serviços novos ou modificados, o(s) programa(s) deve(m) ser corrigido(s), onde for relevante, para
assegurar que a gestão ambiental se aplica a esses projectos.
Adicionalmente, o Anexo 1 B do regulamento EMAS requer o seguinte :
As organizações devem ser capazes de demonstrar abertura ao diálogo com o público e a outras
partes interessadas, incluindo as comunidades locais e os clientes, no que diz respeito ao impacto
ambiental das suas actividades, produtos e serviços, a fim de se inteirarem das preocupações do público e das outras partes interessadas.
Relativamente ao envolvimento dos funcionários, pode ler-se:
Além dos requisitos previstos no Anexo I, Parte A, os trabalhadores participarão no processo de
melhoria contínua do desempenho ambiental da organização. Para tal, deverão ser usadas formas de participação adequadas tais como o sistema do livro de sugestões ou trabalhos de grupo em projectos
ou comités ambientais. As organizações terão em atenção as orientações da Comissão sobre as
melhores práticas neste domínio. Sempre que o solicitarem, os representantes dos trabalhadores poderão igualmente participar.
Por outras palavras, uma organização deverá ser capaz de demonstrar que as preocupações da
população em geral, assim como a contribuição do pessoal da organização foram tidas em conta na avaliação da significância ambiental e no desenvolvimento do programa ambiental.
6.2 Preenchimento de Mapas de Registo do Programa Ambiental
Um modelo de formulário para o Programa Ambiental poderá ser encontrado a seguir à explicação dos
termos chave que deverão ser usados para a sua redacção.
Objectivo Ambiental O objectivo ambiental descreve uma intenção global ou o ‘ponto de chegada’, ou seja representa
aquilo que se está a tentar atingir ao estabelecer um programa de melhoria para cada aspecto ambiental significativo. O objectivo tende a não ser quantificado, e é geralmente descrito por
palavras tais como:
• Minimizar
• Eliminar
• Maximizar
• Manter
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 53
Acção
Uma acção representa o meio a utilizar para atingir o objectivo traçado. Existem tendencialmente três tipos principais de acções num programa ambiental:
Uma acção de pesquisa – no caso de não existirem dados quantificáveis para um aspecto ambiental particular, uma acção de pesquisa poderá permitir identificar dados existentes de
desempenho. A pesquisa de boas práticas corresponde igualmente a uma acção.
Acção de melhoria - Quando é possível reunir informação sobre o comportamento da
organização relativamente a um dado aspecto, podem-se determinar acções de melhoria
quantificáveis.
Acção de controlo - Em certos casos, o Levantamento Ambiental permite identificar um
aspecto ambiental significativo, assim como uma ferramenta de controlo já implementada e que contribui para a melhoria do comportamento ambiental da organização. Neste caso, a
acção pode consistir em manter a gestão existente: é uma acção de controlo.
As acções podem ser únicas (tal como a identificação da melhor prática) ou contínuas (tal como a redução do uso de transportes em 15% ao ano).
Meta
A meta corresponde a uma medida quantificável de desempenho de uma acção desenvolvida para atingir um dado objectivo, como seja:
Redução de 15% relativamente aos valores do ano anterior
Aplicação a 100% dos contratos com valores acima dos €5.000 (critérios ambientais por exemplo)
Melhoria das taxas de reciclagem em 70%
Um objectivo pode ter várias metas. Uma meta pode ser aplicável a vários objectivos.
Calendário
Especifique a data até à qual a meta deverá ser atingida. As metas que estão relacionadas com
aspectos ambientais cuja significância é das mais altas deverão ser, em princípio, executadas em primeiro lugar.
Quando se prevê um longo período de tempo para se atingir uma meta, poderá ser de grande ajuda estabelecer indicadores de desempenho. Estes últimos ajudam a monitorizar o progresso até alcançar
a meta.
Por exemplo, no caso de ser definida uma meta de melhoria no sentido de aumentar a quantidade de papel reciclado nos escritórios da autoridade local em 75% em 3 anos, seria útil estabelecer
indicadores de desempenho tais como:
25% reciclado até ao final do 1º ano.
50% reciclado até ao final do 2º ano.
75% reciclado até ao final do 3º ano.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 54
Recursos
É essencial garantir os recursos necessários para cumprir as metas identificadas no(s) Programa(s) de Gestão Ambiental. Os recursos dizem respeito a vários factores: disponibilidade do pessoal, aquisição
de novo equipamento, formação, apoio de consultoria, etc.
Responsabilidade
Deverá preferencialmente ser atribuída a uma única pessoa a responsabilidade de atingir
cada meta.
Dica EMAS Não é necessário fazer a mesma pergunta duas vezes.
Estabeleça metas de melhoria ambiciosas.
O trabalho envolvido para atingir uma melhoria de desempenho de 5%, pode muitas vezes ser semelhante ao necessário para atingir uma melhoria de desempenho de 25 ou 30%.
Existem muitos bons exemplos de programas ambientais de autoridades locais em toda a Europa, com resultados apreciáveis. Estes exemplos podem servir de base e de referência para a definição de programas ambientais de outras autoridades locais.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 55
Mapa de Registo do Programa de Gestão Ambiental
Aspecto Significativo
[Retirado do Levantamento Ambiental]
Objectivo
Acção:
[De que modo é que pretende atingir o seu objectivo?]
Meta e calendário
[Insira uma meta para a acção e uma data limite para a realização desta acção]
Indicador
[Não é possível gerir o que não for medido]
Registos
[A memória do seu SGA]
Responsabilidade e recursos [Quem é responsável por garantir que a acção é executada e os recursos identificados]
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 56
Exemplo de um Programa Ambiental
Aspecto Significativo
Retirado do Levantamento Ambiental
Objectivo
Acção:
Como é que vai atingir o seu objectivo?
Meta e calendário
Insira a meta para a acção e data para a realização da acção única ou para estabelecer novos procedimentos para acções que se repetem
Indicador:
Como é que sabe se está a ser bem sucedido?
Registos: Onde é que mantém registos das suas acções?
Responsabilidade e recursos Quem é responsável por garantir que a acção é executada e onde os recursos foram identificados
Contrato de manutenção de bosques.
Gestão de espécies e habitats particularmente importantes em 24 locais (Relevância 20)
Manter e cuidar de habitats em bosques, garantindo o uso público e a optimização da produção sustentável de madeira.
Desenvolver planos de gestão para todos os bosques e todos os locais com faixas arborizadas.
A. Planos de gestão de zonas com faixas arborizadas até Outubro de 2002.
B. Planos de gestão de bosques para todos os locais até Março de 2004.
50% dos planos de zonas com faixas arborizadas produzidos até 8/2002. 100% até10/02. 5% dos planos de gestão de bosques até 10/02. 30% até 3/03. 60% até 10/03. 80% até 01/04. 100% até 03/04.
Planos de gestão guardados no escritório do Country Park e na drive T.
M. S.
D.C.
Gestão dos edifícios administrativos. Uso de materiais e papel no trabalho de escritório.
(Significância 15)
Desenvolver uma abordagem de ‘escritório verde’ para o equipamento de escritório, papel compra de itens de papelaria, no seu uso, e depois no tratamento e eliminação dos mesmos.
Pedir a orientação de J. T. para os melhores procedimentos ambientais na compra e uso de equipamento de escritório, economato e mobiliário. Orientações ao staff para seguir as orientações de aquisições.
A. Pedir a orientação de Jonathan Turner até 4/02.
B. Orientações entregues e seguidas até 09/02.
Memorando pedindo orientação.
Orientação preliminar até 08/02.
Orientação final até 09/02.
Orientações seguidas nas aquisições.
Memorando e orientações no ficheiro de registos do SGA.
Lista de distribuição para as orientações no ficheiro de registos do SGA.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 57
Aspecto Significativo
Retirado do Levantamento Ambiental
Objectivo
Acção:
Como é que vai atingir o seu objectivo?
Meta e calendário
Insira a meta para a acção e data para a realização da acção única ou para estabelecer novos procedimentos para acções que se repetem
Indicador:
Como é que sabe se está a ser bem sucedido?
Registos: Onde é que mantém registos das suas acções?
Responsabilidade e recursos Quem é responsável por garantir que a acção é executada e onde os recursos foram identificados
Carta pedindo alternativas enviada aos maiores fornecedores até 5/02.
A. Cartas enviadas até 5/02.
1.
Comprar uma frota de veículos híbridos (GPL/ Gasolina).
A. Pedir veículos híbridos (GPL/ Gasolina) ou diesel de baixas emissões para substituição da frota existente ou nova frota. (contínuo)
Sempre que possível, o pessoal deverá usar os veículos híbridos com GPL
A. Memo enviado ao pessoal até 4/02 pedindo o uso de GPL nos veículos híbridos.
Uso de veículos no âmbito da actividade da organização
(Significância 12)
Minimizar emissões prejudiciais ao ambiente derivadas do uso de veículos.
Informar fornecedores e subcontratados da preferência pelo uso de veículos de baixas emissões.
A. Especificação em contractos para pedir o uso de veículos híbridos ou de baixas emissões.
Todos os novos veículos da frota são híbridos ou a diesel de baixas emissões.
Memo enviado a todo o pessoal.
Todas as novas especificações de contracto contêm o requisito.
Registos de documentos da compra nos ficheiros do SGA.
Cópia do memo nos ficheiro do SGA.
Lista de todos os novos contractos nos ficheiros do SGA e no pasta “Contracto” na drive V.
Sensibilização e educação ambiental para pessoal.
(Significância 12)
Garantir que todo o pessoal relevante recebeu formação ambiental na linha dos requisitos do EMAS.
Identificar as necessidades de formação ambiental como parte da avaliação de necessidades de formação do pessoal.
A. Necessidades de formação ambiental incluídas na avaliação de necessidades de formação desde 5/02.
Registos de formação mostram a identificação das necessidades de formação ambiental.
Registos de formação de pessoal em Country Park.
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 1 de 8 Prog_Amb_PRO_v2
PROCEDIMENTO PROGRAMA AMBIENTAL DO SISTEMA ALMADA EMAS
(Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
Regulamento EMAS (EC Nº. 761/2001) Anexo 1 A.3.4
A organização deve estabelecer programas destinados a atingir os seus objectivos
e metas. Estes devem incluir:
a) designação das responsabilidades para atingir os objectivos e metas, em cada
nível e função relevantes da organização;
b) os meios e os prazos para que eles sejam atingidos.
1. INTRODUÇÃO
A aplicação do sistema de gestão ambiental EMAS (Eco-management Audit Scheme,
Sistema de Eco-gestão e Auditoria) à Câmara Municipal de Almada, visa criar e
adoptar práticas no desempenho das suas actividades, que levem à eliminação de
desperdícios, à rentabilização de recursos e à redução efectiva da pressão
ambiental exercida pela Autarquia.
Na sua Política Ambiental, a Câmara Municipal de Almada compromete-se a:
“... cumprir a legislação ambiental vigente, aplicável às suas áreas de
actuação, bem como outras normas ou regulamentos existentes. Procurará
ainda, sempre que possível e oportuno, delinear objectivos que permitam
ultrapassar os requisitos legais aplicáveis, na perspectiva de melhoria
contínua.”
Uma vez identificados os aspectos ambientais associados às actividades municipais
e hierarquizados os seus impactos ambientais, através da análise da sua
significância, é possível proceder à etapa do Programa Ambiental, a fase de
planeamento de acções que visam a minimização dos impactos considerados
significativos. Esta etapa é o motor da melhoria contínua que tem como finalidade:
• alterar comportamentos e melhorar o desempenho ambiental do Município;
• garantir que a Política Ambiental definida está a ser implementada;
• garantir o cumprimento da legislação.
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 2 de 8 Prog_Amb_PRO_v2
2. ETAPA PROGRAMA AMBIENTAL
De acordo com o faseamento do sistema EMAS de Almada, a etapa “Programa
Ambiental” é realizada com base nos resultados obtidos na etapa antecedente do
“Levantamento Ambiental”, e será o motor de arranque da fase seguinte de
“Implementação e Funcionamento”.
A figura 1. relembra o faseamento estabelecido para o Sistema Almada EMAS.
Fig.1 Enquadramento da etapa do Programa Ambiental no processo de
implementação do Sistema de Gestão Ambiental EMAS
3. METODOLOGIA
Algumas definições ...
? Programa Ambiental Descrição das medidas (responsabilidades e recursos) adoptadas ou programadas para atingir objectivos e metas ambientais e as datas-limite para atingir esses objectivos e metas ambientais.
? Objectivo ambiental Uma finalidade ambiental global, decorrente da política
ambiental, que uma organização se proponha a atingir e que será, sempre que possível, quantificada.
? Meta ambiental Acção quantificada aplicável à organização ou a componentes da
mesma, necessária para atingir o objectivo ambientais proposto
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 3 de 8 Prog_Amb_PRO_v2
A metodologia do Programa Ambiental do sistema Almada EMAS teve em
consideração a diversidade de actividades exercidas no Município e a
multiplicidade e natureza dos impactos ambientais significativos identificados na
etapa do “Levantamento Ambiental”.
Esta etapa será realizada pelos Eco-consultores e Chefias dos sítios identificados no
sistema, com o acompanhamento da Equipa Municipal EMAS. Deverá, portanto,
reflectir o conhecimento destes em relação às actividades exercidas e às alterações
de melhoria possíveis nos diversos locais/sítios. Por forma a não se perder
informação do Levantamento Ambiental, o programa ambiental será definido por
sítio e a partir das actividades/elementos de actividade com impacto ambiental
significativo identificadas.
A realização do Programa Ambiental envolve os seguintes passos:
a) estabelecimento de objectivos ambientais quantificáveis para os impactos
ambientais significativos identificados no levantamento ambiental.
b) definição de acções/medidas;
c) estabelecimento de metas ambientais quantificáveis e definição de prazos
d) definição de indicadores de desempenho ambiental
e) definição do registo de monitorização
f) nomeação dos responsáveis e análise dos recursos necessários para cumprir as
metas estabelecidas.
O sistema Almada EMAS é uma ferramenta de gestão, suportada em processos e
práticas, que no seu conjunto permitem integrar os objectivos ambientais em todas
as actividades da CMA. Esta abordagem integrada do sistema Almada EMAS, traduz-
se num melhor planeamento, realização, revisão, mudança e maior eficácia das
medidas adoptadas. O Programa Ambiental constitui uma das etapas mais
dinâmicas deste processo.
O Programa Ambiental do Sistema Almada EMAS será revisto e ajustado conforme
as necessidades, com o intuito de garantir a melhoria contínua do desempenho
ambiental da CMA.
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 4 de 8 Prog_Amb_PRO_v2
Fig.2 Esquema da revisão do Programa Ambiental.
4. PREENCHIMENTO DO MAPA DE REGISTO
Para a definição do Programa Ambiental desenvolveu-se um mapa de registo,
PA_MAP_ProgramaAmbiental.doc, que se encontra em anexo e deverá ser
preenchido do seguinte modo:
a) estabelecimento do Objectivo Ambiental;
b) definição de acções/medidas;
c) estabelecimento de metas ambientais quantificáveis e definição de prazos;
d) definição de indicadores de desempenho ambiental;
e) definição do registo de monitorização;
f) nomeação dos responsáveis e análise dos recursos necessários para cumprir as
metas estabelecidas.
4.1 Terminologia do Programa Ambiental
Na elaboração dos programas ambientais é importante precisar a terminologia
utilizada e promover discussões conjuntas entre os vários eco-consultores da
CMA, para harmonizar conceitos e a descrição de objectivos e metas.
Programa Ambiental (revisto)
Implementação e funcionamento
Auditoria interna
Verificação da eficácia das acções
Em caso negativo, planeamento de medidas correctivas
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 5 de 8 Prog_Amb_PRO_v2
• Objectivo Ambiental
O “objectivo ambiental” representa aquilo que se pretende alcançar ao
concretizar um programa de melhoria para cada actividade/elemento de
actividade com impacto ambiental significativo.
O objectivo exprime um propósito da organização e é, geralmente,
descrito por palavras (verbos operativos que pressupõem uma acção),
como:
– Minimizar/Reduzir
– Eliminar
– Prosseguir
– Maximizar
– Manter
– Realizar
• Acção/Medida
Uma acção representa o meio a utilizar para atingir o objectivo
estabelecido.
Existem três tipos principais de acções num programa ambiental:
– acção de pesquisa - quando não existem dados quantificáveis para um
determinado impacto ambiental, uma acção de pesquisa pode permitir
identificar dados de desempenho. A pesquisa de boas práticas
passíveis de adoptar na organização, corresponde igualmente a uma
acção;
– acção de melhoria - quando é possível reunir informação sobre o
comportamento da organização (dados quantificáveis, não
conformidades) relativamente a um determinado impacto ambiental,
podem definir-se acções de melhoria quantificáveis;
– acção de controlo – quando no Levantamento Ambiental se identifica
um procedimento de controlo ou monitorização em aplicação de uma
actividade com impacto ambiental significativo e que contribui para a
melhoria do comportamento ambiental da organização. Neste caso, a
acção pode consistir em manter este procedimento existente: é uma
acção de controlo.
As acções podem ser pontuais (exemplo: identificação de uma melhor
prática) ou contínuas (exemplo: redução do consumo de água em 5% ao
ano).
• Meta
A “meta” corresponde à quantificação do objectivo, como por exemplo:
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 6 de 8 PA_PRO_Programa Ambiental_v2.doc
– Redução de 15% relativamente aos valores do ano anterior;
– Aplicação de critérios de eficiência ambiental a 100% dos contratos
com valores superiores a €5.000 ;
– Melhoria das taxas de reciclagem em 70%.
É importante sublinhar que um “objectivo ambiental” pode ter várias
“metas”. Uma “meta” pode ser aplicável a vários “objectivos
ambientais”.
Exemplo:
Objectivo ambiental: Eliminar a deposição de papel em aterro
Meta: Os recursos necessários para atingir uma melhoria de desempenho de 5%
podem, muitas vezes, ser semelhantes aos necessários para atingir uma melhoria de desempenho de 30%, pelo que deverá estabelecer-se metas de melhoria
ambiciosas.
• Calendarização
A “calendarização” corresponde à quantificação temporal do “objectivo
ambiental” e da respectiva “meta”. Na generalidade deverão ser
prioritárias, em termos de concretização, as metas associadas a impactos
ambientais mais significativos.
• Indicador
A utilização de indicadores de desempenho ambiental permite medir o
progresso da acção até atingir a meta estabelecida. Quando se prevê um
longo período de tempo para se atingir uma meta, poderá ser de grande
utilidade recorrer indicadores de desempenho.
Por exemplo, na concretização de uma acção de melhoria para aumentar
a quantidade de papel reciclado nos edifícios administrativos em 75% em 3
anos, seria útil estabelecer 1 indicador que permita avaliar o progresso:
Exemplo: Utilização de 30% de papel reciclado até ao final do 1º ano
• Registo de monitorização
Para a avaliação do desempenho de uma acção/medida é necessário
definir que tipo de indicadores devem ser monitorizados e registados. É
necessário definir onde e sob que forma vai ficar armazenada essa
informação e quem ficará responsável pela sua actualização.
• Responsabilidades
É necessário nomear o responsável pelo desenvolvimento das
acções/medidas definidas para atingir os objectivos e metas previstos.
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 7 de 8 PA_PRO_Programa Ambiental_v2.doc
Deverá preferencialmente ser atribuída a uma única pessoa a
responsabilidade de atingir cada meta, devendo indicar-se o seu nome e
função profissional.
• Recursos
É essencial afectar os recursos necessários para cumprir as metas
definidas no Programa Ambiental. Os recursos dizem respeito a vários
factores: recursos humanos, recursos financeiros, formação, consultoria
externa, etc.
4.2 Nomenclatura documental
Após o preenchimento do mapa de registo PA_MAP_ProgramaAmbiental.doc,
deverá ser seguida uma nomenclatura própria para guardar e enviar ficheiros.
Ao nome do ficheiro de referência, deverá ser adicionada:
– a origem (CMA ou SMAS);
– o código do Sítio cujo levantamento ambiental está a ser efectuado (ver
LA_MAP1_CaractPrevia2);
– o Departamento/Divisão/Sector (quando necessário);
– a data de revisão desse mapa pelo Eco-Consultor, sendo que estas
informações deverão ser separadas pelo símbolo underscore (Shift + Tecla
Hífen).
Exemplo:
O ficheiro de referência PA_MAP_ProgramaAmbiental.doc, preenchido e revisto
no dia 1 de Maio de 2006, referente ao Departamento de Informática (DI) localizado no edifício do DAGF (EA-05), deverá ter o seguinte nome:
PA_MAP_ProgramaAmbiental_CMA_EA05_DI_ 01Maio06.doc.
Sublinha-se que os elementos referentes à data deverão ser indicados sem
espaçamentos e da seguinte ordem: o dia (com 2 dígitos), o mês (as primeiras
3 letras do mês) e, por fim, o ano (com 2 dígitos).
5. OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA AMBIENTAL
Resumem-se a seguir as principais fases de operacionalização do Programa
Ambiental:
Workshop sobre “Programa Ambiental” ministrado pela Global to Local –
formação, sensibilização e competência dos Eco-consultores;
Procedimento PROGRAMA AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 8 de 8 PA_PRO_Programa Ambiental_v2.doc
Apresentação do Procedimento do Programa Ambiental – Entrega de
documentação e esclarecimento de dúvidas
Reuniões parcelares com Eco-consultores e Chefias directamente relacionados
com cada sítio para desenvolvimento do respectivo programa ambiental. (constituição de grupos de trabalho com Eco-consultores, Chefias dos sítios identificados, e sempre que possível com a colaboração dos Eco-zeladores. Este
processo reflectirá assim o conhecimento de todos os intervenientes em relação às
actividades exercidas e às melhorias possíveis nos diversos locais. Por forma a manter a integridade da informação do Levantamento Ambiental, os programas ambientais
devem ser definidos por sítio e a partir das actividades com impacto ambiental
significativo identificadas);
Informatização dos mapas de registos pelos Eco-Consultores
Recolha, análise e verificação dos mapas de registo pela Equipa EME.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 58
7 Passo 4: IMPLEMENTAÇÃO E FINCIONAMENTO
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 59
7.1 Requisitos da Implementação e Funcionamento do Sistema de Gestão Ambiental
O Sistema de Gestão Ambiental é a parte do sistema de gestão no seu todo que define a estrutura organizacional, as responsabilidades, o controlo de gestão e o controlo operacional necessários para
implementar a Política Ambiental e atingir as metas definidas no programa ambiental.
Existem um número de requisitos no regulamento EMAS que descrevem os elementos do Sistema de Gestão Ambiental. Estes são descritos no Anexo 1 A.4.1 até ao A.5.3 do regulamento EMAS (EC No.
761/2001) e Secção 4.4.1 e 4.5.4 da ISO14001.
I-A.4.1. Estrutura e responsabilidade
As funções, as responsabilidades e a autoridade devem ser definidas, documentadas e comunicadas por forma a facilitar a eficácia da gestão ambiental.
A direcção deve providenciar os recursos necessários para a implementação e o controlo do sistema de gestão ambiental, os quais incluem os recursos humanos, os peritos especializados e os recursos
tecnológicos e financeiros.
A direcção, ao seu mais alto nível, da organização deve nomear um representante(s) específico(s) da direcção que, independentemente de outras responsabilidades, deve(m) ter funções,
responsabilidades e autoridade definidas para:
a) Assegurar que os requisitos do sistema de gestão ambiental são definidos, implementados e
mantidos, em conformidade com a presente norma;
b) Relatar à direcção, o desempenho do sistema de gestão ambiental para revisão ou como base para a melhoria do sistema de gestão ambiental.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 60
I-A.4.2. Formação, conhecimento e competência
A organização deve identificar as necessidades de formação. Deve criar condições para que todo o pessoal cujo trabalho possa ter um impacte ambiental significativo receba formação adequada.
A organização deve estabelecer e manter procedimentos que permitam aos seus empregados ou membros, em cada nível e função relevante, estarem sensibilizados para:
a) A importância da conformidade com a política ambiental, procedimentos e requisitos do sistema de gestão ambiental;
b) Os impactes ambientais significativos, reais ou potenciais, das suas actividades, e para os
benefícios ambientais decorrentes de uma melhoria do seu desempenho individual;
c) As suas funções e responsabilidades para atingir a conformidade com a política e os
procedimentos ambientais e com os requisitos do sistema de gestão ambiental, incluindo os requisitos de prevenção e de resposta a situações de emergência;
d) As consequências potenciais do não cumprimento dos procedimentos operacionais
especificados.
O pessoal que desempenhe tarefas que possam causar impactes ambientais significativos deve
adquirir competência com base numa adequada educação, formação e/ou experiência.
I-A.4.3. Comunicação
No que se refere aos seus aspectos ambientais e ao sistema de gestão ambiental, a organização deve estabelecer e manter procedimentos para:
a) Comunicação interna entre os diversos níveis e funções da organização;
b) Receber, documentar e responder a comunicações relevantes de partes interessadas externas.
A organização deve considerar processos de comunicação externa sobre os seus, aspectos ambientais significativos e registar a sua decisão.
I-A.4.4. Documentação do sistema de gestão ambiental
A organização deve definir e manter informação, em papel ou em formato electrónico, para:
a) Descrever os elementos essenciais do sistema de gestão e suas interacções;
b) Fornecer orientação sobre documentação relacionada.
I-A.4.5. Controlo de documentos
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para controlar todos os documentos
requeridos na presente norma, por forma a assegurar que:
a) Podem ser localizados;
b) Sejam periodicamente analisados, revistos, quando necessário, e aprovados por pessoal autorizado;
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 61
c) As versões actualizadas dos documentos relevantes se encontrem disponíveis em todos os
locais onde são efectuadas operações essenciais ao funcionamento eficaz do sistema de gestão ambiental;
d) Os documentos obsoletos são prontamente retirados de todos os pontos de emissão e de utilização, ou de outra forma impedida a utilização indevida;
e) Todos os documentos obsoletos conservados por motivos legais e/ou para preservação de conhecimentos se encontrem devidamente identificados.
A documentação deve ser legível, datada (com datas de revisão) e facilmente identificável, mantida
de uma forma ordenada e conservada por um período determinado. Devem ser definidos e mantidos procedimentos e responsabilidades, referentes à criação e alteração dos diversos tipos de
documentos.
I-A.4.6. Controlo operacional
A organização deve identificar as operações e as actividades associadas aos aspectos ambientais
significativos, identificados segundo a sua política, os seus objectivos e as suas metas. A organização deve planear estas actividades, incluindo a manutenção, por forma a garantir que estas são
realizadas sob determinadas condições, através:
a) Da definição e manutenção de procedimentos documentados que abranjam situações nas
quais a sua inexistência possa conduzir a desvios da política, objectivos e metas ambientais;
b) Da definição de critérios operacionais nos procedimentos;
c) Da definição e manutenção de procedimentos relacionados com os aspectos ambientais
significativos identificáveis dos bens e serviços utilizados pela organização e da comunicação dos procedimentos e dos requisitos relevantes aos fornecedores e
subcontratados.
I-A.4.7. Prevenção e capacidade de resposta a emergências
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para identificar potenciais acidentes e
situações de emergência, e ser capaz de reagir de modo a prevenir e reduzir os impactes ambientais ligados que lhes possam estar associados.
A organização deve analisar e rever, quando necessário, os seus procedimentos de prevenção e a sua capacidade de responder a situações de emergência, particularmente após a ocorrência de acidentes
ou situações de emergência.
A organização deve ainda testar periodicamente tais procedimentos, onde aplicável.
I-A.5.1. Monitorização e medição
A organização deve estabelecer e manter procedimentos documentados para monitorizar e medir
periodicamente as características principais das suas operações e actividades que possam ter um impacte significativo sobre o ambiente. Estes procedimentos devem incluir o registo da informação
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 62
que permita acompanhar o desempenho, dos controlos operacionais relevantes e a conformidade com
os objectivos e metas ambientais da organização.
O equipamento de monitorização deve ser calibrado e sujeito a manutenção, os respectivos registos
devem ser conservados, de acordo com os procedimentos da organização.
A organização deve estabelecer e manter um procedimento documentado que permita avaliar
periodicamente a conformidade com as disposições legais e os regulamentos ambientais aplicáveis.
I-A.5.2. Não-conformidade, acções correctiva e preventiva
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para definir responsabilidades e autoridade para investigar e tratar as não conformidades, tomar medidas para minimizar impactes causados e
dar início e concluir acções correctivas ou preventivas.
Qualquer acção correctiva ou preventiva que seja realizada para eliminar as causas de não
conformidades reais e potenciais, deve ser adequada à magnitude dos problemas e proporcional aos
impactes ambientais verificados.
A organização deve implementar e registar quaisquer alterações aos procedimentos documentados,
resultantes de acções correctivas ou preventivas.
I-A.5.3. Registos
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a identificação, manutenção e
eliminação dos registos ambientais. Estes registos devem incluir os registos de formação e os
resultados das auditorias e revisões.
Os registos ambientais devem ser legíveis, identificáveis e rastreáveis para a actividade, produto ou
serviço envolvidos. Os registos ambientais devem ser conservados e mantidos por forma a serem facilmente consultáveis e devem estar protegidos contra danos, deterioração ou perda. Os seus
tempos de conservação devem ser definidos e registados.
Os registos devem ser mantidos, da forma mais adequada ao sistema e à organização, para se poder
demonstrar a conformidade com os requisitos desta norma.
Em resumo:
Estrutura e Responsabilidade
A Administração Municipal tem de nomear o(s) representante(s) de gestão específico(s) para:
Assegurar que o SGA está a ser implementado e a funcionar conforme previsto;
Relatar a performance do SGA à Administração Municipal para posterior análise.
É também necessário que a Administração Municipal assegure a disponibilização de recursos
suficientes (humanos, técnicos e financeiros) para que o SGA seja bem sucedido.
Formação e Conhecimento
Estabelecer procedimentos para garantir que os funcionários:
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 63
Conhecem os aspectos ambientais do seu trabalho;
Conhecem as suas responsabilidades relativamente à implementação do programa ambiental;
Entendem a importância de seguir o SGA;
Conhecem as consequências de não seguir os procedimentos.
Existem muitas vias de promover a formação, tais como:
Formação inicial para novo pessoal
No contexto de conversas regulares de
equipa
Briefings da equipa de gestão
Placards para afixação de informação
Formação técnica específica
Listas de circulação para informação
ambiental
Controlo operacional
Estabelecer procedimentos de controlo operacional para as actividades associadas a
aspectos ambientais mais significativos e assegurar que fornecedores e subcontratados
também estão a par dos procedimentos relevantes.
Estabelecer procedimentos de modo a assegurar a elaboração de relatórios que permitam
uma gestão eficiente do SGA.
Documentação
Produzir um documento que descreva os elementos centrais do SGA e indique a localização
dos documentos existentes que com ele estejam relacionados;
Estabelecer procedimentos de controlo da documentação de modo a assegurar que apenas
os procedimentos actuais são seguidos e que os documentos obsoletos são removidos.
Manual Ambiental
O Manual do SGA deve conter:
Política ambiental
Descrição do SGA incluindo a extensão, o
calendário e o plano de implementação
Referência a documentos relacionados
Legislação Ambiental
Aspectos Ambientais
Objectivos e metas ambientais
Programa de gestão ambiental
Procedimentos de gestão ambiental
Monitorização e Medição
É necessário estabelecer os seguintes procedimentos :
Quantificar regularmente os aspectos ambientais para comparar os resultados obtidos com
os objectivos e metas estabelecidos;
Assegurar que o equipamento de monitorização está calibrado e é sujeito a manutenção;
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 64
Verificar periodicamente a concordância com legislação ambiental relevante.
Acção Correctiva
É necessário estabelecer procedimentos para:
Identificar não-conformidades com o SGA;
Corrigir as não-conformidades identificadas;
Prevenir novas não-conformidades.
Registos
É necessário manter registos para mostrar o desempenho do SGA, sendo que os mesmos serão depois
essenciais para a análise continua e a auditoria do SGA.
7.2 Esquemas de Procedimentos do Sistema de Gestão
São exemplificados de seguida os procedimentos básicos do sistema de gestão, abrangendo cada um dos requeridos pelo SGA, juntamente com os que descrevem os outros elementos do EMAS (tal como o
levantamento), através de um conjunto de esquemas. Estes exemplos podem ser usados como a base
para desenvolver procedimentos SGA relevantes para uma autoridade local em particular. Qualquer autoridade local pode usar estes procedimentos como base para o Manual Ambiental ou para criar
procedimentos mais descritivos desenvolvidos em texto.
Dica EMAS Não é necessário fazer a mesma pergunta duas vezes.
Existem muitas vias para realizar formação, tais como: - Formação inicial para novo pessoal, no âmbito do
processo de acolhimento - No contexto de conversas regulares de equipa - Apresentações da equipa de coordenação do SGA - Placards para afixação de informação - Formação técnica específica - Listas de circulação de informação ambiental
- Boletins informativos.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 65
Dica EMAS Não desenvolva novos procedimentos para o sistema
de gestão se os actuais puderem ser facilmente adaptados para ir de encontro aos requisitos do EMAS.
As autoridades locais têm em funcionamento uma ampla gama de sistemas de gestão; considere primeiro estes procedimentos e verifique se podem ser adaptados para ir ao encontro dos requisitos do EMAS.
Esta abordagem também ajuda a garantir que o EMAS não seja visto como um sistema de gestão isolado, mas sim como uma parte do processo de gestão da organização.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 66
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 1.
IDENTIFICAÇÃO DE ASPECTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS
Identificar actividades
realizadas por departamento
ou serviço
Uso de informação relativa a plano de
actividades, projectos e outras fontes para:
Identificar e registar aspectos ambientais de cada actividade usando um formulário de revisão
Identificar e registar os aspectos ambientais de cada actividade usando um formulário de revisão
Efectuar revisão de legislação ambiental (ver procedimento 2)
Aplicar teste de
significância
Identificar e registar aspectos ambientais
significativos e recomendações para
melhorias
Quantificar impactos a partir
de registos ambientais
Usar recomendações
para definir objectivos e
metas
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 67
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 2.
REALIZAR UM LEVANTAMENTO DE LEGISLAÇÃO
Actualizar Registo de Legislação
Informar funcionários das alterações na legislação nas reuniões regulares
Para cada aspecto ambiental significativo identificar e manter
um registo da legislação ambiental e orientações usando
ambos os processos (1 e 2).
Processo 1 Processo 2
Requisitar Serviços Legais para identificar legislação ambiental e orientação relevante para aspectos ambientais
Solicitar aos Gabinetes Jurídicos da Autoridade Local informação semestral de alterações na legislação existente ou de nova legislação
Produzir um Registo de Legislação
Subscrever jornais e publicações técnicas relevantes contendo orientações para alterações na legislação ambiental
Circular jornais técnicos relevantes para membros do pessoal e informar de mudanças relevantes em reuniões mensais da equipa
Usar fontes existentes e conhecimento profissional para identificar legislação ambiental relevante
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 68
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 3.
FORMAÇÃO E CONSCIENCIALIZAÇÃO
Fazer circular a Política Ambiental por todos os funcionários via placards, e-mail, incluir na agenda das reuniões de pessoal e através de minutas nos relatórios de gestão
Atribuir papéis e responsabilidades específicas a funcionários na implementação de programas ambientais e gestão do SGA
Como parte do planeamento anual do sistema assegurar a análise das necessidades de formação de cada membro do pessoal, tendo em conta as suas funções e responsabilidades específicas.
Atribuir a cada funcionário funções e responsabilidades específicas no âmbito do SGA. Dar formação relacionada com o desenvolvimento e gestão do SGA de modo a que estejam conscientes dos impactos ambientais do seu trabalho e da importância da conformidade com o SGA. Espera-se assim que cada um assegure a melhoria e conformidade do sistema e que conheça o seu papel, as suas responsabilidades e as consequências do não cumprimento.
Guardar folhas de Protocolo de Circulação de Documentos como prova para auditorias
Os Recursos Humanos devem manter registos da avaliação das necessidades de formação e da formação realizada.
Repetir este processo para novos funcionários e também para os actuais, quando houver mudanças no programa ou nos procedimentos operacionais (se necessário).
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 69
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 4.
EFECTUAR COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA
Relatório anual sobre desempenho do SGA para Equipa Municipal EMAS e Administração Municipal
Auditoria Interna
Pré-Agenda
Revisão estratégica e análise do comportamento ambiental por parte da Administração Municipal
Equipa Municipal EMAS
Unidade Operacional
Unidade Operacional
Unidade Operacional
Aplicar procedimentos de resposta aos munícipes
Análise efectuada por equipa externa do desempenho do SGA
Relatório trimestral de desempenho
Relatório Anual
Relatório Anual
Relatório Anual
Comunidade
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 71
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 5.
ATINGIR O CONTROLO DA DOCUMENTAÇÃO
Manter documentos antigos em arquivo por 5 anos
Eliminação do documento
Todos os documentos no manual do SGA devem conter
Localização do ficheiro de referência
Data de Revisão
Assinatura da pessoa responsável pela revisão
Data de criação Iniciais do autor
Título, número de página, dimensão e número de documento
Manual do SGA:
Cópia de referência mantida no escritório do Gestor Ambiental
Registos Ambientais
Relatório de Auditoria
Não Conformidade;
Acção Correctiva
Revisão Estratégica
Manual do SGA emendado devido a uma das seguintes informações
Procedimentos Operacionais Revistos
Documentos Revistos e Inutilizados
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 72
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 6.
COMUNICAÇÃO COM FORNECEDORES E SUBCONTRATADOS
Enviar cópia da Política Ambiental a todos os fornecedores e empresas de prestação de serviços
Manter prova de correspondência trocada em arquivo apropriado
Assegurar que todos os fornecedores subcontratados em visita a um local específico são informados dos procedimentos operacionais do SGA relevantes para a sua actividade no local Escrever a todos os
fornecedores e empresas de prestação de serviços, antes do começo dos contratos, requisitando confirmação de que estão dispostos e aptos a agir conforme os requisitos da Política Ambiental
Documentado como condição de contrato ou ficheiro de contrato
Requerer que todos os fornecedores providenciem informação ambiental relevante dos produtos e materiais fornecidos
Requerer como condição de contrato que todos os fornecedores de serviços sejam capazes de fornecer informação regular sobre o desempenho ambiental da sua prestação de serviços
Arquivar informação relevante do comportamento ambiental de fornecedores e subcontratados para efeito de auditorias e produção de relatórios ambientais
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 73
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 7.
PROCEDIMENTOS DE PREVENÇÃO E CAPACIDADE DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS
Funcionário responsável pela prevenção e capacidade de resposta a emergências
Desenvolver e manter Plano de Prevenção e Capacidade de Resposta a Emergências da Autoridade Local, para emergências e incidentes, civis ou operacionais
Para
cada
actividade
Realizar avaliação de risco para cada actividade de modo a identificar o seu potencial para situações de acidentes e emergências
Desenvolver procedimentos de emergência para cada actividade que seja identificada como tendo um alto risco ambiental
Assegurar que todo o pessoal com responsabilidade na realização de actividades de alto risco estão conscientes dos procedimentos de emergência e medidas de mitigação
Novas actividades ou alterações em procedimentos operacionais
Após um incidente ou situação de emergência
Rever Procedimentos
Testar periodicamente respostas de emergência e procedimentos de mitigação. Rever as mesmas se necessário
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 74
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 8.
MONITORIZAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO DESEMPENHO DO SGA
Para cada actividade com um aspecto ambiental significativo
Especificar a informação ambiental necessária para avaliar a performance de cada objectivo do programa ambiental
Iniciar programa de monitorização de rotina para cada conjunto de registos de informação
Registos ambientais reunidos e organizados pelo gestor da unidade durante as reuniões regulares de pessoal
Os registos ambientais fazem parte dos relatórios de monitorização do comportamento ambiental apresentados trimestralmente à Equipa Municipal EMAS
Registos mantidos de acordo com os procedimentos de controlo de documentos
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 75
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 9.
INVESTIGAÇÃO DE NÃO-CONFORMIDADE
E INICIAÇÃO DE ACÇÃO CORRECTIVA E PREVENTIVA
Não-conformidade identificada por pessoa responsável pela realização da actividade
Não-conformidade identificada por auditores
Não-conformidade identificada por terceiros, sem responsabilidades na realização de auditorias ou actividades
Relatados ao gestor de unidade responsável pelo SGA
Gestor de linha com responsabilidade no SGA envia memorandos para membros do pessoal com instruções para a correcção da não-conformidade, possibilitando acção correctiva e/ou preventiva.
Registo de não-conformidade e acção correctiva com o propósito de auditoria e revisão
Não-conformidade relatada em reuniões do grupo de orientação do SGA para decisão sobre alteração aos procedimentos operacionais (se necessário)
Procedimentos operacionais alterados. Todas as partes relevantes informadas
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 77
7.2 Integração dos Procedimentos do Sistema de Gestão
Nem sempre será necessário desenvolver um novo procedimento para cada parte do SGA. É possível que já existam sistemas de gestão em funcionamento que possam ser usados, ou facilmente
adaptados.
Cada autoridade local já aplica um amplo leque de procedimentos na sua gestão (alguns dos quais
decorrem da própria regulamentação da actividade municipal), nomeadamente nas seguintes áreas:
Gestão financeira,
Planeamento de serviços e gestão de desempenho,
Gestão da qualidade,
Higiene e saúde, etc.
Alguns destes sistemas podem partilhar elementos comuns com um SGA. Partes do sistema de gestão do SGA poderiam portanto ser integradas nos procedimentos de gestão já existentes. Por exemplo,
sistemas de planeamento de actividades e sistemas de gestão de desempenho identificam metas de
desempenho anuais para cada serviço da autoridade local. Os objectivos e metas anuais poderiam ser integrados no estabelecimento de metas anuais, produzindo um procedimento.
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 1 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
METODOLOGIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
DO SISTEMA ALMADA EMAS (Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do Sistema Almada EMAS tem como objectivo a adopção de
adoptar práticas no desempenho das actividades da CMA, que levem à eliminação
de desperdícios, à rentabilização de recursos e à redução efectiva da pressão
ambiental exercida pela Autarquia.
Uma vez estabelecidos os objectivos, metas as acções que visam a minimização dos
impactos considerados significativos, integrados no Programa Ambiental, é possível
proceder à implementação do sistema de gestão ambiental.
O modelo do sistema de gestão ambiental, a ser implementado de acordo com a
norma EN NP ISO:2004, segue o ciclo de gestão PDCA (Plan-Do-Check-Act) ou na
versão portuguesa PRVA (Planear-Realizar-Verificar-Actuar).
Regulamento EMAS (EC Nº. 761/2001) Anexo I-A4, I-A.5.1, I-A.5.2, I-A.5.3
A organização deve estabelecer procedimentos que garantam a implementação
e manutenção do sistema de gestão ambiental definindo critérios para:
a) Criar estruturas de gestão, atribuir funções e responsabilidades com
autoridade suficiente e fornecer os recursos adequados
b) Formar as pessoas que trabalham para a organização, ou em nome desta,
para assegurar a sua sensibilização e competência
c) Estabelecer processos de comunicação interna e externa
d) Estabelecer e manter a documentação
e) Estabelecer e manter o controlo de documentos
f) Estabelecer e manter o controlo operacional
g) Assegurar a preparação e resposta a emergências
h) Conduzir processos contínuos de monitorização e medição
i) Avaliar o estado de conformidade das práticas com o SGA
j) Identificar não conformidades e tomar medidas correctivas e preventivas
k) Gerir os registos
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 2 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
Fig.2 Ciclo da melhoria contínua Planear-Realizar-Verificar-Actuar do sistema Almada EMAS.
Adicionalmente a este ciclo de gestão, concretizado através da definição de
procedimentos e da realização deauditorias, o sistema Almada EMAS dá especial
ênfase à participação activa dos colaboradores no programa de melhoria ambiental
e à abertura, transparência e comunicação periódica de informação ambiental
relevante com a comunidade local. Este é também um dos objectivos assumidos na
Política Ambiental do Sistema Almada EMAS.
2. ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
De acordo com o faseamento do sistema EMAS de Almada, a etapa “Implementação
e Funcionamento” é realizada com base nos resultados obtidos na etapa
antecedente do Programa Ambiental e constitui a “casa das máquinas” de todo o
sistema Almada EMA.
A figura 1. relembra o faseamento estabelecido para o Sistema EMAS da CMA/SMAS.
A R
P
V
Realizar o programa
de gestão ambiental
Verificar e avaliar o
desempenho ambiental
Actuar para a
melhoria contínua
Planear o Sistema de
Gestão Ambiental (SGA)
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 3 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
Fig.2 Enquadramento da etapa de Implementação e Funcionamento no processo
de implementação do Sistema de Gestão Ambiental EMAS
3. METODOLOGIA
Algumas definições ...
A metodologia da etapa de Implementação e Funcionamento, na componente de
desenvolvimento de procedimentos deverá ser realizada pelos Eco-zeladores, Eco-
consultores e Chefias dos Sítios identificados, com o acompanhamento da Equipa
Municipal EMAS. Deverá, portanto, reflectir o conhecimento destes em relação às
actividades exercidas e às alterações de melhoria possíveis nos diversos locais.
? Procedimentos de gestão Sustentam o sistema de gestão ambiental e
estipulam a estrutura para as acções a realizar de acordo com o Regulamento EMAS e a norma NP EN ISO 14001:2004
? Procedimentos operacionais Alterações pontuais ou contínuas que se pretendem introduzir e integrar nas operações já existentes, associadas às actividades que têm impactos ambientais significativos, permitindo a
monitorização do sistema de gestão ambiental
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 4 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
Esta fase envolve os seguintes passos:
a) distinção entre procedimentos de gestão e procedimentos operacionais;
b) avaliação da existência de procedimentos já usados para o mesmo fim, ou
fins relacionados e de fácil adaptação, ou ainda, de informação associada,
necessária ao desenvolvimento integral de novo procedimento;
c) definição da estrutura dos procedimentos de gestão e dos procedimentos operacionais;
d) elaboração, verificação e aprovação dos procedimentos.
Os procedimentos ditarão os métodos que a organização adoptará por forma a
garantir o cumprimento dos programas ambientais, e assim a concretização dos
objectivos e metas.
4. ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS
4.1 Procedimentos de gestão e procedimentos operacionais
A distinção entre procedimentos de gestão e procedimentos operacionais
facilita a construção e manutenção do sistema, e a diferenciação dos
responsáveis pela garantia do seu cumprimento.
– Os procedimentos de gestão são em regra comuns a toda a organização,
seguindo os normativos dos serviços de suporte das actividades: área
administrativa e financeira, recursos humanos, informação e relações
públicas, gestão das TI (Tecnologias de Informação), que suportam a
gestão de informação, documentos e registos.
No Município de Almada estes procedimentos resultam na maioria dos casos da
própria regulamentação do exercício da administração pública local, devendo no
entanto ser incluídas ou clarificadas as matérias directamente relacionadas como o EMAS Almada, dado que não existe nenhum outro sistema de gestão certificado
(qualidade ou higiene e segurança no trabalho), que possibilite a sua integração. Estes procedimentos deverão ser realizados pelas Chefias das áreas relacionadas,
com a colaboração dos Eco-consultores e o acompanhamento da equipa EME.
– Os procedimentos operacionais são específicos das actividades com
impactos ambientais significativos, que abranjam situações cuja
inexistência de controlo possa contribuir para desvios à Política,
Objectivos e Metas Ambientais.
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 5 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
4.2 Avaliação da existência de procedimentos relacionados
Para a avaliação da existência de procedimentos de gestão já usados para o
mesmo fim, ou fins relacionados e de fácil adaptação, ou ainda, de
informação associada, necessária ao desenvolvimento integral de novo
procedimento, foi elaborado o mapa de registo Mapa de Análise do Elementos em Falta IF_MAP_AnáliseFalta (anexo 1).
O preenchimento do Mapa de Análise do Elementos em Falta deverá
realizar-se do seguinte modo:
1. Na coluna 1 estão identificados os procedimentos a construir para
implementar um sistema de gestão ambiental de acordo com o
regulamento EMAS e a norma NP EN ISO 14001:2004;
2. A coluna 2 deverá ser preenchida caso exista um procedimento usado
exactamente para o mesmo fim (mesmo que a sua utilização não esteja
generalizada na CMA/SMAS), devendo indicar-se o seu nome e localização;
3. A coluna 3 deverá ser preenchida caso exista um procedimento similar na
CMA/SMAS, que possa ser facilmente adaptado para cumprir os requisitos
do SGA, devendo indicar-se o seu nome e localização;
4. A coluna 4 deverá ser preenchida caso não exista nenhum procedimento
relacionado com a acção descrita na coluna 1.
5. Na coluna 5 deverão ser indicadas as alterações a efectuar nos
procedimentos, caso algum tenha sido identificado, quer na coluna 2,
quer na coluna 3.
No caso dos procedimentos operacionais a análise deverá ser efectuada
transversalmente às actividades de natureza similar, cujos aspectos
ambientais significativos exijam mecanismos de controlo, por forma a adoptar
e uniformizar procedimentos comuns já existentes em alguns
Sítios/Departamentos. Esta tarefa deverá inicialmente ser realizada pelos
grupos de trabalho de Eco-zeladores e Eco-consultores, com a participação
das Chefias, organizados por Sítios com afinidade de actividades, e no final
verificada pela equipa EME, de forma a garantir a sua harmonização.
4.3 Definição da estrutura dos procedimentos de gestão e dos procedimentos operacionais
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 6 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
PROCEDIMENTO DE GESTÃO (seguirá a estrutura indicada no anexo 2)
1.0 Objectivo – neste item descrevem-se as acções do Regulamento EMAS e/ou da norma NP EN ISO 14001:2004 que são asseguradas pelo procedimento;
1.1 Referência aos requisitos do Sistema de Gestão Ambiental – neste item indica-se
claramente o nome do requisito do Regulamento EMAS e/ou da norma NP EN ISO 14001:2004;
2.0 Documentos relacionados – neste item referem-se que outros documentos poderão estar relacionados com o procedimento em questão, tendo em consideração
outros assuntos do Sistema de Gestão Ambiental e outras normas e regulamentos do
município e respectiva localização;
3.0 Âmbito – neste item deverão ser indicados que Departamentos ou trabalhadores
estão envolvidos no procedimento;
4.0 Responsabilidades – neste item são identificadas todas as pessoas responsáveis
pela implementação do procedimento, tendo em conta os diferentes níveis de hierarquia da CMA/SMAS;
5.0 Procedimento – é neste item que se especificam exactamente as acções que
deverão ser tomadas para completar este procedimento;
5.1 Acções a serem tomadas - O procedimento deve ser um guia das acções, devendo
procurar descrever-se as acções passo a passo. Poderá igualmente recorrer-se à esquematização, usando diagramas. Quanto mais simples for o procedimento maior a
sua eficácia;
5.2 Cumprimento dos requisitos – neste item deverá responder-se à questão “o que
acontece se este procedimento for adoptado ?”, como forma de melhor compreender
a sua eficácia e importância para atingir os objectivos e metas;
5.3 Não cumprimento dos requisitos – neste item deverá responder-se à questão “o
que acontece se este procedimento não for adoptado ?” Desta forma dar-se-á indicação da importância do procedimento, orientando o trabalho da auditoria interna
e verificação de conformidade;
5.4 Frequência do procedimento – neste item deverá indicar-se qual a regularidade de utilização do procedimento (frequência temporal ou em que circunstâncias);
5.5 Registos – neste item será indicado o local de armazenagem dos registos resultantes do procedimento;
6 Anexos – neste item será indicado o código e designação dos mapas associados.
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 7 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
PROCEDIMENTO OPERACIONAL (seguirá a estrutura indicada no anexo 3)
1.0 Objectivo – neste item deverá ser explicitado o que estamos a tentar atingir ao aplicar este procedimento operacional, nomeadamente que acção ou meta do
Programa Ambiental lhe está relacionada;
2.0 Âmbito – neste item serão indicadas que actividades estão abrangidas por este procedimento;
3.0 Responsabilidades – neste item serão identificados todos os responsáveis pela implementação deste procedimento operacional, devendo ser tidos em conta os vários
níveis hierárquicos da CMA/SMAS;
4.0 Procedimento – é neste item que se especificam exactamente as acções que deverão ser tomadas para completar este procedimento.
4.1 Acções a serem tomadas - O procedimento deve ser um guia das acções, devendo procurar descrever-se as acções passo a passo. Poderá igualmente recorrer-se à
esquematização, usando diagramas. No caso dos procedimentos operacionais a descrição das acções deverá ser bastante orientada para os resultados e a linguagem
adaptada conforme o âmbito de aplicação. Quanto mais simples for o procedimento
maior a sua eficácia;
4.2 Cumprimento dos requisitos – neste item deverá responder-se à questão “o que
acontece se este procedimento for adoptado ?”, como forma de melhor compreender a sua eficácia e importância para atingir os objectivos e metas;
4.3 Não cumprimento dos requisitos – neste item deverá responder-se à questão “o que acontece se este procedimento não for adoptado ?” Desta forma dar-se-á
indicação da importância do procedimento, orientando o trabalho da auditoria interna
e verificação de conformidade;
4.4 Frequência do procedimento – neste item deverá indicar-se qual a regularidade
de utilização do procedimento (frequência temporal ou em que circunstâncias);
4.5 Registos – neste item será indicado o local de armazenagem dos registos
resultantes do procedimento;
5 Anexos – neste item será indicado o código e designação dos mapas associados.
Metodologia IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO | EMAS Almada Pág. 8 de 8 Implementação e Funcionamento_Metodologia_v2.doc
5. OPERACIONALIZAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Resumem-se a seguir as principais fases de operacionalização da Implementação e
Funcionamento:
Workshop sobre “Implementação e Funcionamento” ministrado pela Global to
Local
Apresentação da Metodologia de Implementação e Funcionamento – Entrega de
documentação e esclarecimento de dúvidas
Reuniões parcelares com Eco-Consultores e Chefias das várias áreas de suporte,
para inventariação dos procedimentos existentes e necessários, informação
disponível e preenchimento dos mapas de registo
Reuniões parcelares com Eco-zeladores, Eco-Consultores e Chefias dos vários
Sítios/Actividades, para inventariação dos procedimentos existentes e
necessários, aplicáveis a actividades similares
Informatização dos mapas de registos pelos Eco-Consultores
Recolha, análise e verificação dos mapas de registo pela Equipa EME
Construção dos procedimentos de gestão e procedimentos operacionais pelas
Chefias, Eco-consultores e Eco-zeladores, com acompanhamento da equipa EME
Aprovação dos procedimentos finais pelas Chefias e Administração
Implementação dos procedimentos de acordo com as regras, estrutura e
responsabilidades definidas
Formação e sensibilização das pessoas que trabalham para a organização, ou
em nome desta, de acordo com o âmbito de aplicação do procedimento, para
assegurar o seu cumprimento
Assegurar que fornecedores e subcontratados também estejam a par dos
procedimentos relevantes.
Mapa IF_MAP_AnáliseFalta
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENT0
PROCEDIMENTOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - MAPA DE ANÁLISE DE ELEMENTOS EM FALTA -
1.
PROCEDIMENTOS DO SGA
2.
JÁ EXISTE EXACTAMENTE O MESMO PROCEDIMENTO em Almada (indicar o nome e localização do procedimento)
3.
JÁ EXISTE UM PROCEDIMENTO SIMILAR em Almada que possa ser facilmente adaptado para cumprir os requisitos do SGA (indicar o nome e localização do procedimento)
4.
NÃO EXISTE NENHUM PROCEDIMENTO relacionado com esta actividade
5.
ALTERAÇÕES Se identificou algum procedimento na coluna 2 ou 3, indicar as alterações a fazer neste procedimento
Identificação dos impactos ambientais
Identificação dos requisitos legais
Programa Ambiental
Descrição das funções e responsabilidades do SGA
Mapa IF_MAP_AnáliseFalta
1.
PROCEDIMENTOS DO SGA
2.
JÁ EXISTE EXACTAMENTE O MESMO PROCEDIMENTO em Almada (indicar o nome e localização do procedimento)
3.
JÁ EXISTE UM PROCEDIMENTO SIMILAR em Almada que possa ser facilmente adaptado para cumprir os requisitos do SGA (indicar o nome e localização do procedimento)
4.
NÃO EXISTE NENHUM PROCEDIMENTO relacionado com esta actividade
5.
ALTERAÇÕES Se identificou algum procedimento na coluna 2 ou 3, indicar as alterações a fazer neste procedimento
Identificação de Formação, sensibilização e competência do SGA
Coordenação da comunicação sobre o SGA
Documentação dos diferentes elementos do SGA
Controlo dos documentos
Controlo operacional
Prevenção e capacidade de resposta a emergências
Mapa IF_MAP_AnáliseFalta
1.
PROCEDIMENTOS DO SGA
2.
JÁ EXISTE EXACTAMENTE O MESMO PROCEDIMENTO em Almada (indicar o nome e localização do procedimento)
3.
JÁ EXISTE UM PROCEDIMENTO SIMILAR em Almada que possa ser facilmente adaptado para cumprir os requisitos do SGA (indicar o nome e localização do procedimento)
4.
NÃO EXISTE NENHUM PROCEDIMENTO relacionado com esta actividade
5.
ALTERAÇÕES Se identificou algum procedimento na coluna 2 ou 3, indicar as alterações a fazer neste procedimento
Monitorização e medição das actividades com impactos ambientais significativos
Avaliação do cumprimento dos requisitos
Não-conformidades e acções correctivas
Controlo dos registos
Auditorias internas
Revisão do Sistema de Gestão
Mapa IF_MAP_AnáliseFalta
1.
PROCEDIMENTOS DO SGA
2.
JÁ EXISTE EXACTAMENTE O MESMO PROCEDIMENTO em Almada (indicar o nome e localização do procedimento)
3.
JÁ EXISTE UM PROCEDIMENTO SIMILAR em Almada que possa ser facilmente adaptado para cumprir os requisitos do SGA (indicar o nome e localização do procedimento)
4.
NÃO EXISTE NENHUM PROCEDIMENTO relacionado com esta actividade
5.
ALTERAÇÕES Se identificou algum procedimento na coluna 2 ou 3, indicar as alterações a fazer neste procedimento
Outros comentários:
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
PROC 4.4.6-00
Pág. 1 / 3
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
- ESTRUTURA -
1.0 Objectivo
(O que estamos a tentar atingir ao aplicar este procedimento operacional ? Que
acção ou meta do Programa Ambiental está relacionada com este procedimento
operacional ?)
1.1 Referência aos requisitos do Sistema de Gestão Ambiental
Estes requisitos são descritos no Anexo 1 A.5 – Verificação e Acções Correctivas do
Regulamento EMAS.
2.0 Documentos relacionados
(Que documentos estão relacionados com este procedimento ? – Tenha em
consideração outros assuntos do Sistema de Gestão Ambiental e outras normas e
regulamentos do Município de Almada)
Documentos relacionados e
procedimentos
Localização
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
PROC 4.4.6-00
Pág. 2 / 3
3.0 Âmbito
(Que actividades estão abrangidas por este procedimento ?)
4.0 Responsabilidades
(Identifique todos os responsáveis pela implementação deste procedimento
operacional. Tenha em consideração os vários níveis de hierarquia do Município)
PESSOA RESPONSÁVEL
RESPONSABILIDADES
5.0 Procedimento
(É neste capítulo que se especifica exactamente as acções que deverão ser
tomadas para completar este procedimento. Procure descrever as acções “passo a
passo”)
5.1 Acções a serem tomadas
1.
2.
3.
4.
5.
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
PROC 4.4.6-00
Pág. 3 / 3
5.2 Cumprimento dos requisitos
(O que acontece se este procedimento for adoptado ?)
5.3 Não cumprimento dos requisitos
(O que acontece se este procedimento não for adoptado ?)
5.4 Frequência do procedimento
(Com que regularidade deve ser usado este procedimento – qual a frequência
temporal ou circunstância ?)
5.5 Registos
(Onde vão ser armazenados os registos do procedimento a ser seguido ?)
6.0 Anexos
(Quais os códigos e designação dos mapas de registo em anexo ao procedimento ?)
PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PROC OP 4.4.6-00
Pág. 1 / 2
PROCEDIMENTO OPERACIONAL
- ESTRUTURA -
1.0 Objectivo
(O que estamos a tentar atingir ao aplicar este procedimento operacional ? Que
acção ou meta do Programa Ambiental está relacionada com este procedimento
operacional ?)
2.0 Âmbito
(Que actividades estão abrangidas por este procedimento ?)
3.0 Responsabilidades
(Identifique todos os responsáveis pela implementação deste procedimento
operacional. Tenha em consideração os vários níveis de hierarquia do Município)
PESSOA RESPONSÁVEL
RESPONSABILIDADES
PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PROC OP 4.4.6-00
Pág. 2 / 2
4.0 Procedimento
(É neste capítulo que se especifica exactamente as acções que deverão ser
tomadas para completar este procedimento. Procure descrever as acções “passo a
passo”)
4.1 Acções a serem tomadas
1.
2.
3.
4.
5.
4.2 Cumprimento dos requisitos
(O que acontece se este procedimento for adoptado ?)
4.3 Não cumprimento dos requisitos
(O que acontece se este procedimento não for adoptado ?)
4.4 Frequência do procedimento
(Com que regularidade deve ser usado este procedimento – qual a frequência
temporal ou circunstância ?)
4.5 Registos
(Onde vão ser armazenados os registos do procedimento a ser seguido ?)
5.0 Anexos
(Quais os códigos e designação dos mapas de registo em anexo ao procedimento ?)
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 78
8 Passo 4: AUDITORIA INTERNA
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 79
8.1 Requisitos da Auditoria do SGA e Revisão pela Gestão
A Auditoria do sistema de gestão ambiental é uma verificação periódica de modo a garantir que o sistema de gestão foi implementado adequadamente e que as metas estão a ser atingidas. A Revisão
pela Gestão é uma avaliação estratégica da continuada adequação e eficiência dos sistemas de gestão ambiental à luz de quaisquer mudanças na organização ou nas prioridades de gestão e estruturas.
Os requisitos do regulamento EMAS que descrevem os requisitos para a auditoria e análise de gestão
do sistema de gestão ambiental são descritas do Anexo 1 A.5.4 ao A.6 do regulamento do EMAS (EC No. 761/2001) e Secção 4.5.4 e 4.6 da ISO14001.
I-A.5.4. Auditoria do sistema de gestão ambiental
A organização deve estabelecer e manter (um) programa(s) e procedimentos que permitam a
realização de auditorias periódicas ao sistema de gestão ambiental, por forma a:
a) Determinar se o sistema de gestão ambiental:
1) está em conformidade com as disposições planeadas para a gestão ambiental, incluindo os requisitos desta norma e
2) foi adequadamente implementado e mantido; e
b) Fornecer à direcção informações sobre os resultados das auditorias.
O programa de auditorias da organização, incluindo a sua calendarização deve basear-se na
importância ambiental da actividade em questão e, nos resultados de auditorias anteriores. Para serem abrangentes, os procedimentos da auditoria devem incluir o âmbito da auditoria, a frequência
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 80
e as metodologias, bem como as responsabilidades e os requisitos para a realização de auditorias e
para a comunicação dos respectivos resultados.
I-A.6. Revisão pela Direcção (ou Revisão pela Gestão)
A direcção, ao mais alto nível da organização, deve, com a periodicidade por si determinada, rever o
sistema de gestão ambiental, por forma a assegurar que continua adequado, suficiente e eficaz. O processo de revisão pela direcção deve assegurar que é recolhida a informação necessária para
permitir que a direcção efectue esta avaliação. Esta análise deve ser documentada.
A revisão pela direcção deve ter em conta a eventual alteração da política, dos objectivos e de outros elementos do sistema de gestão ambiental, à luz dos resultados das auditorias do sistema de
gestão ambiental, de alterações das circunstâncias e do compromisso quanto à melhoria contínua.
Adicionalmente, o ANEXO II do regulamento do EMAS especifica os Requisitos Relativos à Auditoria
Ambiental Interna, abrangendo
2.1 Requisitos gerais
2.2 Objectivos
2.3 Âmbito
2.4 Organização e recursos
2.5 Planeamento e preparação de uma auditoria
2.6 Actividades de auditoria
2.7 Comunicação dos resultados e conclusões da auditoria
2.8 Seguimento da auditoria
2.9 Frequência das auditorias
Objectivo de uma Auditoria
O objectivo do processo é desenvolver um programa de auditoria para determinar se o SGA:
Está em conformidade com o Regulamento EMAS / norma ISO14001;
Os objectivos e metas são atingidos de acordo com o planeado;
O SGA está a ser implementado e mantido.
Os resultados da auditoria são usados para revisão pela equipa de coordenação do SGA e pela Administração Municipal.
Extensão da Auditoria
Para efeitos da auditoria é necessário especificar claramente:
1. as áreas temáticas abrangidas;
2. as actividades a serem submetidas à auditoria;
3. os critérios ambientais a serem considerados;
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 81
4. os períodos abrangidos pela auditoria.
Quem deve fazer a Auditoria?
A pessoa que executa a auditoria deverá deter as seguintes competências:
Competências em termos de formação e experiência;
Ser objectiva e independente das actividades a serem auditadas e não reportar
directamente aos responsáveis das mesmas;
Ter conhecimento das questões ambientais, dos processos de auditoria e do funcionamento
das operações de uma autoridade local.
Programa de Auditoria
É necessário desenvolver um programa de auditoria que abranja a auditoria de metas, procedimentos
e estruturas do sistema, bem como um cronograma do que vai ser submetido a auditoria e quando. O programa de auditoria deve ser apresentado no manual do SGA.
Processo de Auditoria
O processo de auditoria deve seguir uma abordagem estruturada, incluindo os seguintes passos:
Definição do âmbito da Auditoria;
Levantamento documental preliminar;
Desenvolvimento do Plano de Auditoria;
Produção de documentos de trabalho standard;
Reunião inicial com funcionários chave, responsáveis pela área que irá ser submetida a auditoria;
Informação de auditoria necessária para a inspecção dos locais e para a avaliação de
documentação;
Reunião de encerramento para revelar indicações iniciais sobre as conclusões da auditoria;
Avaliação das informações relevantes obtidas na auditoria;
Preparação das conclusões da auditoria;
Produção de um relatório de auditoria, com a informação relevante reunida e as conclusões alcançadas;
A informação relevante e as conclusões de uma auditoria devem ser comunicadas à Administração
Municipal.
Frequência de uma auditoria
O Anexo II secção 2.9 do regulamento do EMAS especifica que:
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 82
A auditoria ou ciclo de auditoria será completada(o), consoante o caso, em intervalos que não
poderão exceder 3 anos. A frequência da realização de auditorias a cada uma das actividades variará consoante:
a) A natureza, dimensão e complexidade das actividades;
b) A significância dos impactos ambientais associados;
c) A importância e premência dos problemas detectados em auditorias anteriores;
d) O historial dos problemas ambientais.
Análise de Gestão
Deverá ocorrer uma análise periódica por parte da equipa de coordenação do SGA e da Administração
Municipal de modo a garantir que o SGA se mantém adequado e eficaz, e para identificar quaisquer
alterações aos objectivos e metas, em linha com a necessidade de melhoria continuada.
8.2 Esquemas de Auditoria e Procedimentos de Análise pela Gestão
Um conjunto de esquemas, para elaborar procedimentos para auditoria do SGA e análise pela Gestão, são seguidamente indicados. Estes exemplos podem ser usados como base para os procedimentos do
SGA relevantes para qualquer autoridade local.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 83
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 10.
PROGRAMA DE AUDITORIA E PROCEDIMENTOS PARA COBRIR A EXTENSÃO, FREQUÊNCIA, METODOLOGIAS, RESPONSABILIDADES E RELATÓRIO DE AUDITORIA
A Equipa Municipal EMAS deve desenvolver um calendário de auditoria onde constem as datas e períodos de auditoria para cada unidade operacional
Notificar todas as unidades operacionais do horário
Assegurar que todos os auditores receberam formação apropriada e preenchem os critérios de qualificação para auditores
A Equipa Municipal EMAS deve desenvolver programas de auditoria que identifiquem as seguintes questões:
Objectivos da Auditoria
Quem irá realizar a auditoria
A formação que a equipa de auditoria recebeu
A dimensão do ciclo de auditoria
Quando é realizada a auditoria
Os procedimentos da auditoria
Quem recebe o relatório da auditoria
Que acções são desencadeadas em função do relatório da auditoria
Procedimentos de auditoria desenvolvidos para ir ao encontro das orientações da ISO14011
Realizar auditorias a procedimentos e programas. Produzir relatórios de auditoria para a Equipa Municipal EMAS e o chefe da unidade auditada.
A Equipa Municipal EMAS e o Chefe da unidade auditada implementam as acções sugeridas no relatório e providenciam comprovativo da acção correctiva para a respectiva auditoria
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 84
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 11.
IDENTIFICAR, MANTER E ARQUIVAR REGISTOS AMBIENTAIS PARA MONITORIZAÇÃO E AUDITORIA DE DESEMPENHO
Registos de queixas relacionadas com a gestão de aspectos ambientais
Registos de formação
Em cada unidade operacional deverá ser atribuída a um funcionário a responsabilidade de recolher e organizar os seguintes registos ambientais, de acordo com os procedimentos estabelecidos de controlo de documentos
Informação sobre legislação ambiental aplicável e outros requisitos
Registos de inspecção, manutenção e calibração
Informação de fornecedores e subcontratados
Relatório de Incidentes
Informação sobre preparação e resposta de emergência
Registos de informação sobre impactos ambientais significativos
Resultados das auditorias
Registos das revisões pela direcção
Registos disponibilizados para efeitos de auditorias, verificações, e revisões de comportamento ambiental, conforme requerido no faseamento da auditoria e da elaboração de relatórios
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 85
PROCEDIMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL 12.
REVISÃO PELA GESTÃO ESTRATÉGICA
Recomendações de auditorias
Levantamento estratégico do SGA, de toda a organização, efectuado pela EME a cada 2 anos.
Coordenador do SGA efectua um pedido formal da seguinte informação, a cada unidade, um mês antes da data do levantamento estratégico
O levantamento deve abranger as seguintes questões (abaixo)
Resultado das auditorias realizadas desde a última revisão
Em que medida os objectivos e metas foram alcançados
A continuada adequação da política e sistema de gestão em relação a mudanças de condições e necessidades da Administração Municipal
Preocupações de outras partes interessadas e actores relevantes
Política Ambiental
Programa
Manual do SGA
Retorno de informação da monitorização de indicadores de desempenho ambiental
Informação sobre acções correctivas e preventivas
Nova legislação e regulamentos
Impacto de novas tecnologias
Tendências verificadas ao nível dos melhores procedimentos em SGA
Resultados do levantamento estratégico e recomendações relatados a cada unidade operacional. Mudanças subsequentes nos procedimentos do SGA anotadas pela Equipa Municipal EMAS e pelas unidades individuais
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 1 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
PROCEDIMENTO PARA AUDITORIA DO SISTEMA ALMADA EMAS
(Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS, ao abrigo do
Regulamento EMAS (Regulamento (CE) N.o 761/2001), visa a redução dos impactos
ambientais associados às actividades municipais e a melhoria contínua do
desempenho ambiental da organização, qualificando a sua intervenção pública.
Os benefícios do sistema incidem maioritariamente na racionalização das despesas
e recursos, no reforço da motivação dos trabalhadores e na sua maior
consciencialização para as questões ambientais. É igualmente importante, a
transmissão de uma maior confiança e transparência à comunidade local e outras
entidades, das políticas ambientais e das metas estabelecidas para as concretizar.
A possibilidade da CMA evidenciar o compromisso com a melhoria contínua do seu
comportamento ambiental, através de um sistema passível de ser auditado e
validado por entidades exteriores à organização, idóneas e isentas, permite-lhe
obter a credibilidade e o reconhecimento perante terceiros, designadamente a
população do concelho.
.
REGULAMENTO (CE) N.o 761/2001 sobre Auditoria
As auditorias internas garantem que as actividades de uma organização se
desenvolvem de acordo com os procedimentos estabelecidos. A auditoria pode
também identificar eventuais problemas relacionados com esses procedimentos
ou possibilidades de melhoria dos mesmos. A extensão das auditorias realizadas
no interior de uma organização pode variar desde a auditoria de um simples
procedimento até à auditoria de actividades complexas. Todas as actividades de
uma determinada organização serão sujeitas a auditoria ao cabo de um
determinado período, designado por ciclo de auditoria o tempo necessário para
completar as auditorias de todas as actividades.
As auditorias internas serão efectuadas por pessoas suficientemente
independentes em relação às actividades a auditar, para assegurarem um
parecer isento. Essas auditorias podem ser efectuadas por pessoal da
organização ou por pessoas externas à organização (pessoal de outras
organizações, pessoal de outros sectores da mesma organização ou consultores).
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 2 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
2. ETAPA AUDITORIA No faseamento do sistema EMAS de Almada, a “Auditoria” surge antes da etapa
correspondente à Declaração Ambiental e depois da implementação e
funcionamento do sistema de gestão ambiental.
A figura 1. esquematiza o faseamento estabelecido para o Sistema Almada EMAS.
Fig.1 Enquadramento da etapa da Auditoria EMAS no
Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS
3. ENQUADRAMENTO DE UMA AUDITORIA AO SGA A Auditoria ao sistema de gestão ambiental é uma verificação periódica de modo a
garantir que este sistema foi implementado adequadamente e que as metas estão a
ser atingidas, adaptando a organização e o seu funcionamento interno ao impacte
real das actividades exercidas.
A realização de uma auditoria permite assim, de um modo sistemático,
independente e documentado, garantir e controlar as actividades da autarquia e
verificar se estão ou não de acordo com o sistema de gestão, com a política e
programa ambientais definidos. No entanto, só deverá ser realizada se o auditor
considerar que existe informação suficiente e apropriada sobre o tema da
auditoria, se existem recursos adequados e se existe cooperação por parte da
entidade a ser auditada.
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 3 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
É fundamental a distinção e esclarecimento, por parte da entidade auditada, neste
caso a CMA, da equipa e do tipo de auditoria a ser efectuado. Existe claramente
uma grande diferença entre uma avaliação pontual, onde se integram as auditorias
de conformidade, de aquisição, de sítio (em caso de contaminação) e as análises de
risco e uma auditoria a um sistema de gestão ambiental. Enquanto que a primeira
se relaciona com um exame, documentado ou não, dos riscos ou fontes potenciais
ligadas ao funcionamento de uma organização, o segundo incide na utilização e
revisão da auditoria de um modo periódico, como ferramenta a usar na elaboração
da política ambiental global, integrada numa filosofia de melhoria contínua.
É, de igual forma, necessário a distinção entre as diferentes equipas que podem
levar a cabo uma auditoria. Esta pode ser realizada por consultores internos à
entidade auditada ou contratados (externos) que, independentemente da sua
origem, deverá reunir profissionalismo, objectividade, independência e
competência (qualidades enunciadas na norma internacional ISO 14010).
4. REQUISITOS EMAS RELATIVOS À AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA O Regulamento EMAS, aplicado à CMA/SMAS e objecto de análise neste Guia,
remete para uma estrutura do processo de auditoria, que deve incluir:
1. Definição, por escrito, dos objectivos de cada auditoria ou ciclo de
auditoria, onde deverá constar a apreciação dos SGA existentes e a
determinação da conformidade com a política e o programa da organização.
2. Definição do âmbito de cada auditoria ou de um ciclo de auditoria, com a
clara identificação das áreas temáticas e actividades abrangidas, dos
critérios ambientais a considerar e do período abrangido pela mesma.
3. Estrutura e organização da equipa auditora, tempo e recursos previstos à execução da auditoria ou ciclo de auditoria. Para além da independência
com vista à emissão de pareceres objectivos e isentos, patente no
Regulamento EMAS, deve ser levado em conta o profissionalismo
competência da equipa, conforme consta na norma ISO 14010. Esta deverá
ser pluridisciplinar (com técnicos ambientais, juristas ou especialistas em
organização) e com uma experiência e saber tais que possibilitem o bom
desenrolar da auditoria. É conveniente existir uma bolsa de auditores
previamente definida para facilitar a definição da equipa auditora no
processo cíclico de auditoria, bem como um auditor coordenador da equipa.
4. Planeamento e preparação da auditoria ou ciclo de auditoria, que deve
ter em conta resultados e conclusões de auditorias anteriores, a utilização e
dos recursos adequados e garantir que as pessoas envolvidas tenham
presente e claras as suas responsabilidades
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 4 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
5. Estruturação das actividades de auditoria, que deve englobar com vista à
avaliação do comportamento ambiental da entidade auditada, entrevistas
com o pessoal, inspecção das condições de funcionamento e do
equipamento e análise dos registos, procedimentos escritos e outra
documentação relevante. Assim, será possível concluir sobre o cumprimento
das normas e regulamentos aplicáveis, dos objectivos e metas fixados, bem
como da eficácia global do sistema de gestão Almada EMAS. Segundo o
Regulamento EMAS, o processo de auditoria compreenderá as seguintes
f
a
s
e
s
:
6. Comunicação dos resultados e conclusões da auditoria, de uma forma
exaustiva e formal e comunicados ao órgão superior de administração da
organização, neste caso à Presidente da Administração Municipal.
7. Estabelecer a frequência das auditorias ou ciclo de auditorias, que não
poderá exceder os 3 anos e será função da natureza, dimensão e
complexidade das actividades, da significância dos impactos ambientais
associados, dos problemas ambientais do passado e da sua importância.
Os pontos anteriores deverão constar num procedimento de auditoria ao sistema de
gestão ambiental, que seguirá um desenvolvimento análogo ao descrito na norma
ISO 14011 composto por quatro fases essenciais: Inicialização, preparação,
execução e relatório da auditoria. A orientação com base nestes princípio gerais de
auditoria ambiental visam a elaboração menos complexa e mais objectiva do
procedimento de auditoria.
- Compreensão dos sistemas de gestão;
- Determinação dos pontos fortes e dos pontos fracos dos sistemas de gestão;
- Recolha de elementos relevantes;
- Avaliação dos resultados da auditoria;
- Elaboração das conclusões da auditoria;
- Comunicação dos resultados e conclusões da auditoria.
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 5 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
5. PROCEDIMENTO DA AUDITORIA INTERNA EMAS O desencadeamento de uma auditoria (interna), de modo a facilitar e tornar mais
objectivo o processo, pode ser dividida em 3 passos, ilustrados no macro fluxo do
processo de auditoria ambiental apresentado na figura 2. Deverão ser investidos
tempo e recursos na fase de pré-auditoria, de maneira a diminuir o tempo de
auditoria presente no terreno. O planeamento e o consequente plano de auditoria
deverá conter instrumentos que permitam uma maior eficiência na
operacionalização da mesma.
Inicialização e preparação
Execução
Relatório
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 6 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
5.1. PRÉ-AUDITORIA
Responsáveis • Administração; • Auditores (equipa auditora); • Responsável (ou equipa responsável) pelo
desenvolvimento do Sistema Almada EMAS.
Descrição • Estudo das condições de execução da
auditoria • Definição de um período para a
realização das auditorias aos sítios, dum cronograma de reuniões com o auditado, dos objectivos e âmbito da auditoria, da logística, metodologia, áreas prioritárias de auditoria, material de referência e períodos de retenção de documentos;
• Deve ser elaborado o formato e estrutura, a data de emissão e distribuição esperadas para o relatório;
• Elaboração de um modelo de auditoria para cada departamento ou actividade (check-list) ou outro instrumento que permita obter a informação de uma forma operacional;
• O plano de auditoria deverá ser validado 15 dias antes do início da auditoria, pela equipa responsável pelo SGA (ver anexo)
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 7 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
5.2. AUDITORIA
Responsáveis • Auditores (equipa auditora).
Descrição • As reuniões (inicial e final) são efectuadas
com a administração ou responsáveis dos diferentes sítios. No entanto, no final de cada dia de auditoria, deverão ser apresentadas e debatidas as conclusões com estes órgãos hierárquicos (estado do sistema, não conformidades);
• Preenchimento das check-lists(mapas de registo, em anexo);
• Análise e recolha das provas mais determinantes dos pontos de não conformidade do sistema por relação aos critérios pré-estabelecidos;
• Na reunião final, é efectuada uma apresentação síntese à Administração, na qual esta toma conhecimento dos resultados obtidos pela equipa auditora;
• Complementação dos resultados com dados suplementares fornecidos à equipa pela Administração.
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 8 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
Sugestão • As entrevistas, durante a auditoria, deverão ser bem planeadas, através dum
estabelecimento de metas e organização de ideias. As perguntas deverão ser, sempre que possível, abertas, objectivas e claras, e devem ser postas ao funcionário certo devendo
ser utilizada uma linguagem semelhante à do entrevistado.
• A constatação ou previsão por parte do auditor da diminuição de eficiência do plano de
auditoria causadas por longos períodos de entrevista, poderá levá-lo a optar por um sistema de perguntas com respostas múltiplas.
• Não deve ser excedido o tempo programado para a entrevista
• Devem ser promovidas sugestões pela equipa auditora (ou auditor)
• O entrevistado deve sentir que a sua colaborarão foi importante para a melhoria do
ambiente. Assim, caberá ao auditor agradecer a disponibilidade do funcionário da
CMA/SMAS para responder às perguntas.
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 9 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
5.3. PÓS-AUDITORIA
Responsável • Auditores (equipa auditora); • Responsável (ou equipa responsável)
pelo desenvolvimento do sistema Almada EMAS.
Descrição • Análise dos pontos de não
conformidade encontrados; • Elaboração de um Plano de acções
preventivas e correctivas; • Comunicação formal e exaustiva dos
resultados e conclusões da auditoria, através da elaboração de um relatório escrito, ao órgão superior de Administração da Municipal;
• O relatório deverá documentar o âmbito da auditoria, fornecer informações à administração do progresso e cumprimento da política ambiental assumida, bem como da eficácia e fiabilidade das medidas adoptadas e demonstrar a necessidade de medidas correctivas.
• Assegurar a execução das medidas correctivas e preventivas;
• Marcação da data da próxima auditoria ou ciclo de auditorias.
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 10 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
AUDITORIA INTERNA MAPA DE REGISTO (Check-list) - exemplo
Sítio (Edifício, equipamento, local) CMA
Sector (Departamento, Divisão, Secção) SMAS
Código
ACTIVIDADE ELEMENTO DA ACTIVIDADE ASPECTOS AMBIENTAIS
SIGNIFICATIVOS
REQUISITOS LEGAIS,
POLÍTICA OU PROGRAMA AMBIENTAL
Procedimento AUDITORIA | EMAS Almada Pág. 11 de 11 AuditoriaProcedimento para auditoria_v3.doc
PREPARAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA PLANO DE AUDITORIA
(Transmitir para validação ao Departamento de Estratégia e Gestão ambiental Sustentável 15 dias antes do início da auditoria)
Responsável pela Auditoria
Auditor
Data
Sítio (Edifício, equipamento, local) CMA
Sector (Departamento, Divisão, Secção) SMAS
Código
Data Hora
Capítulos Referenciais
Equipa de Auditoria Pessoas Funções
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 86
9 Passo 6: DECLARAÇÃO AMBIENTAL
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 87
9.1 Requisitos da Declaração Ambiental
A Declaração Ambiental é um requisito exclusivo do EMAS (não é exigida pela ISO14001). O objectivo da Declaração Ambiental é fornecer informação ambiental ao público, e a outras partes interessadas,
sobre o desempenho e impactos ambientais e sobre a melhoria continua do seu comportamento ambiental. O regulamento EMAS também identifica a declaração como um veículo para lidar com as
preocupações de partes interessadas, consideradas relevantes pela Administração Municipal.
Os requisitos de uma Declaração Ambiental são descritos no Anexo III secção 3.2 do regulamento do
EMAS (EC No. 761/2001).
Anexo III 3.2. Declaração Ambiental
Ao registar-se pela primeira vez, a organização deve apresentar, tendo em atenção os critérios do
ponto 3.5, informações em matéria ambiental, a seguir designadas declaração ambiental, para
validação por um verificador ambiental. Essas informações serão apresentadas ao organismo competente após a validação e postas seguidamente à disposição do público. A declaração ambiental
é um instrumento de comunicação e diálogo com o público e as outras partes interessadas relativo ao comportamento ambiental. A organização deverá ter em conta as necessidades de informação do
público e de outras partes interessadas quando da redacção e elaboração da declaração ambiental.
Os elementos mínimos que devem constar da informação são os seguintes:
a) Uma descrição clara e inequívoca da organização que solicita o registo no EMAS e um resumo
das suas actividades, produtos e serviços, bem como das suas relações com qualquer organização-mãe, caso exista;
b) A política ambiental da organização e uma descrição sumária do seu sistema de gestão ambiental;
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 88
c) Uma descrição de todos os aspectos ambientais, directos e indirectos, que resultam em
impactos ambientais significativos da organização e uma explicação da relação entre a natureza desses impactos e aqueles aspectos (Anexo VI);
d) Uma descrição dos objectivos e metas ambientais e sua relação com os aspectos e impactos ambientais significativos;
e) Um resumo dos dados disponíveis sobre o comportamento da organização relativamente aos seus objectivos e metas ambientais, no que se relaciona com os seus impactos ambientais
significativos. Esseresumo poderá incluir os valores das emissões poluentes, da produção de
resíduos, do consumo de matérias-primas, energia e água, do ruído e ainda outros aspectos indicados no Anexo VI. Os dados deverão permitir uma comparação anual que permita
determinar a evolução do comportamento ambiental da organização;
f) Outros factores relacionados com o comportamento ambiental, incluindo o comportamento
em face das disposições legais no que se refere aos impactos ambientais significativos;
g) O nome e o número de acreditação do verificador ambiental e a data de validação.
Grupos Alvo
Os principais grupos-alvo de uma Declaração Ambiental são normalmente grupos da comunidade
local, indivíduos interessados, funcionários, governo e organismos reguladores. Deverá também ser
considerado um grupo alvo mais abrangente. Este pode incluir:
Vizinhos e residentes locais
Fornecedores
Empresas prestadoras de serviços
Outras Autoridades Locais
Escolas e Universidades
Órgãos de Comunicação
Grupos Ambientais
Associações de Moradores
Políticos locais
Informação Específica relativa aos locais/sítios
Muitas autoridades locais desenvolvem um sistema EMAS que abrange mais do que um local ou infra-
estrutura. O EMAS pretende assegurar responsabilidade local e como tal uma autoridade local que produza uma Declaração Ambiental deve assegurar que nela consta a identificação clara dos impactos
significativos de cada local/sítio ou infra-estrutura.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 89
9.2 Exemplos de Declarações Ambientais de Autoridades Locais
O organismo competente do EMAS em cada país deve manter um registo de todas as declarações ambientais que são entregues. Adicionalmente, muitas autoridades locais publicam a Declaração
Ambiental nas suas páginas da Internet. São exemplos:
The Royal Borough of Windsor and Maidenhead
http://www.rbwm.gov.uk/public/030206_environmental-statement-2001-2002_164kb.pdf
Kirklees Metropolitan Council
http://www.kirkleesmc.gov.uk/you-kmc/kmc-policies/environmentpolicies.shtml
High Peak Borough Council de
http://www.highpeak.gov.uk/a-z/fullstatement02.htm
Leeds City Council
http://www.leeds.gov.uk
Lewes District Council
http://www.lewes.gov.uk/coun/env/EMASState2003.pdf
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 1 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
PROCEDIMENTO PARA A DECLARAÇÃO AMBIENTAL DO SISTEMA ALMADA EMAS
(Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS, ao abrigo do
Regulamento EMAS (Regulamento (CE) N.o 761/2001), visa a redução dos impactos
ambientais associados às actividades municipais e a melhoria contínua do
desempenho ambiental da organização, qualificando a sua intervenção pública.
Os benefícios do sistema incidem maioritariamente na racionalização das despesas
e recursos, no reforço da motivação e dos trabalhadores em questões ambientais e
na sua maior consciencialização para as questões ambientais. É igualmente
importante, a transmissão de uma maior confiança e transparência à comunidade
local e outras entidades, das políticas ambientais e das metas estabelecidas para as
concretizar.
A possibilidade da CMA evidenciar o compromisso com a melhoria contínua do seu
comportamento ambiental, através de um sistema passível de ser auditado e
validado por entidades exteriores à organização, idóneas e isentas, permite-lhe
obter a credibilidade e o reconhecimento perante terceiros, designadamente a
população do concelho.
A obtenção do registo EMAS pelo organismo competente, após a verificação e
validação da Declaração Ambiental com sucesso pelo auditor externo, é o último
passo do sistema Almada EMAS.
REGULAMENTO (CE) N.o 761/2001 sobre o Registo EMAS
O objectivo da declaração ambiental é fornecer, ao público e a outras partes interessadas, informações de carácter ambiental relativas ao impacto e comportamento
ambientais e à melhoria contínua do comportamento ambiental da organização. Constitui também um meio para responder aos requisitos dos interessados identificados
no ponto 3 do Anexo I, Parte B, que sejam considerados significativos pela organização
(ponto 6.4 do Anexo VI). A informação ambiental será apresentada de uma forma clara e coerente, em papel impresso, a quem não possua outro meio de obter essa informação.
Depois do primeiro registo e em seguida de três em três anos, a organização terá de prestar as informações enumeradas no n.º 3.2 num documento impresso.
A Comissão adoptará orientações relativas à declaração ambiental de acordo com o procedimento previsto no n.º 2 do artigo 14.º
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 2 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
2. ETAPA ‘DECLARAÇÃO AMBIENTAL’
No faseamento do sistema EMAS de Almada, a “Declaração Ambiental” surge depois
de finalizada a etapa de “Auditoria” e antes da etapa da “Verificação” efectuada
por um verificador externo.
A figura 1. esquematiza o faseamento estabelecido para o Sistema Almada EMAS.
Fig.1 Enquadramento da etapa da Declaração Ambiental EMAS no
Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS
3. ÂMBITO
A declaração ambiental insere-se num contexto de informação e comunicação ao
público e a outras partes interessadas, de informações relativas ao impacto e
comportamento ambientais e à melhoria contínua dentro da CMA/SMAS.
4. DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
A elaboração da declaração ambiental dever ser efectuada pela equipa responsável
pelo Sistema de Gestão Almada EMAS. A aprovação interna, publicação e
divulgação da Declaração Ambiental é da responsabilidade da Administração
Municipal.
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 3 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
5. ELEMENTOS MÍNIMOS A CONSTAR NA DECLARAÇÃO AMBIENTAL
Na sua elaboração devem ser consideradas as necessidades de informação ao
público e a outras partes interessadas quando da redacção e elaboração da
declaração ambiental. A informação ambiental deverá ser apresentada de forma
clara, simplificada e coerente, em suporte de papel, de modo a que possa ser lido
por quem não possua outro meio de obter essa informação
Estrutura e conteúdo
A declaração ambiental deve estruturada de forma simples e compreensível, e
apresentar uma redacção clara e concisa, pois trata-se de um documento público.
As declarações EMAS não devem ser documentos longos nem elaborados. Uma
declaração sucinta e bem organizada transmitirá eficazmente ao leitor a
informações que a Autarquia pretende transmitir.
Embora o Regulamento (CE) n.º 761/2001 não especifique uma estrutura para a
declaração ambiental ou a ordem de apresentação dos vários pontos, cabe à
organização determiná-las, cumprindo os requisitos estipulados. Para a execução
dos elementos mínimos podem ser seguidas as recomendações patentes no
documento da Comissão Europeia sobre as Orientações EMAS.
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 4 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
Em anexo seguem algumas orientações adaptadas no documento da Comissão
Europeia sobre as Orientações EMAS.
Informações para grupos-alvo específicos
A publicação da Declaração Ambiental deve ser elaborada de acordo com o público-
alvo a que se dirige.
Devem ser tidas em consideração as Orientações relativas à Declaração Ambiental
EMAS, onde são mencionadas algumas partes interessadas.
i. Comunidade local
ii. Parcerias (empresas, universidades ou centros de investigação)
iii. Funcionários
iv. Instituições financeiras ou investidores
v. Parceiros sociais
Elementos (mínimos) que devem constar da Declaração Ambiental, são os seguintes, segundo o Regulamento EMAS:
a) Uma descrição clara e sucinta da Autarquia de Almada e um resumo das suas
actividades, áreas de intervenção e serviços, enquadrando o seu estatuto de
Autoridade Local e sua relação com outras entidades nacionais.
b) A política ambiental da Autarquia e uma descrição sumária do sistema Almada EMAS.
c) Uma descrição de todos os aspectos ambientais, directos e indirectos, que resultam
em impactos ambientais significativos e uma explicação da relação entre a natureza desses impactos e aqueles aspectos;
d) Uma descrição dos objectivos e metas e sua relação com aspectos e impactos ambientais significativos;
e) Um resumo dos dados disponíveis sobre o desempenho ambiental, relativamente aos objectivos e metas ambientais definidos, no que se relaciona com os seus impactos
mais significativos. Esse resumo poderá incluir uma quantificação dos resultados
obtidos em áreas relevantes, como por exemplo: emissão de GEE’s, produção e gestão de resíduos, racionalização do consumo de energia e água. Os dados deverão permitir
uma comparação anual que permita determinar a evolução do comportamento ambiental;
f) Outros factores relacionados com o comportamento ambiental, incluindo o actuação em face das disposições legais no que se refere aos impactos ambientais significativos;
g) O nome e o número de acreditação do verificador ambiental e a data de validação.
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 5 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
6. DECLARAÇÃO AMBIENTAL DE UMA ENTIDADE DISPERSA POR MAIS DO QUE UMA ÁREA GEOGRÁFICA
O Sistema Almada EMAS tem uma vertente de responsabilização local (sítios e
equipamentos), pelo que a Declaração Ambiental deve assegurar que os impactos
ambientais significativos de cada local de actividade sejam claramente
identificados e referidos.
7. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS
Publicação e disponibilizarão ao público
A Declaração Ambiental só pode ser publicada com o logotipo EMAS, depois de
verificada e validada por um verificador ambiental externo à CMA/SMAS e obterem
o registo EMAS, pelo Instituto do Ambiente.
Devem ser utilizados todos os meios disponíveis para que a declaração ambiental
seja colocada à disposição do público, pois os documentos em formato electrónico
constituem uma forma eficaz e económica de tornar as informações acessíveis a um
grande número de pessoas, podendo ser facilmente impressas para as pessoas que
não têm acesso a esses recursos. No entanto, o Regulamento (CE) n.º 761/2001
exige que as informações de carácter ambiental sejam facultadas em suporte de
papel a quem não as possa obter de outra forma.
No interesse dos leitores a Declaração Ambiental deve manter alguma constância
relativamente à estrutura e ao tipo de informações comunicadas, em declarações
anteriores, podendo ser necessário repetir declarações efectuadas. Deste modo, o
público poderá comparar resultados e compreender a evolução do desempenho
ambiental da Autarquia ao longo do tempo.
Frequência
A Declaração Ambiental deve ser elaborada com vista à publicação após a obtenção
do Registo EMAS, pelo IA. Quaisquer alterações verificadas deverão ser validadas
anualmente por um verificador ambiental acreditado pelo organismo competente,
o Instituto Português de Acreditação.
Não Cumprimento dos Requisitos A não elaboração da Declaração Ambiental implica a não concretização das etapas
seguintes de ‘Verificação ‘ e ‘Registo’.
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 6 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
8. PROCEDIMENTO PARA A ELABORAÇÃO DA DECLARAÇÃO AMBIENTAL
Este procedimento foi elaborado com base em reuniões decorridas no
Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável, da CMA, da consulta
do Regulamento (CE) nº.761/2001, das Orientações Relativas à Declaração
Ambiental EMAS, da Comissão Europeia e da leitura de declarações ambientais de
outras autoridades locais certificadas.
Com uma forma ou ordem de apresentação dos vários pontos não especificadas
pelo referido Regulamento o desenvolvimento do documento em questão deve ser
estruturado de acordo com os requisitos mínimos patentes no Anexo III, ponto 3.2.
Assim, a leitura deste procedimento deverá apenas dar a conhecer o modo como a
equipa responsável pelo desenvolvimento do Sistema Almada EMAS, concebeu a
elaboração da Declaração Ambiental. A organização e estruturação de ideias que
levem à sua construção deverá ser, no nosso entender, fruto das discussões
mantidas e pesquisas efectuadas pelas equipas responsáveis pela implementação
do Sistema de Gestão Ambiental EMAS nos diferentes Municípios, bem como dos
dados, resultados e informações que estas entendam ser mais relevantes fornecer
ao público em geral e a outras partes interessadas. De qualquer forma, a
Declaração Ambiental deverá focar de uma forma breve, clara e objectiva todas as
informações relativas ao impacto e comportamento ambientais, dando a conhecer
a preocupação e evolução do comportamento numa perspectiva de melhoria
contínua.
O procedimento adoptado, na CMA/SMAS, consiste numa visão estrutural e
integrada dos requisitos mínimos expressos no Regulamento, bem como noutros
considerados relevantes, podendo servir de ferramenta e referência a outros
Municípios para a elaboração da sua Declaração Ambiental. Este poderá ser
adaptado às suas exigências concretas e que melhor se enquadrem no
desenvolvimento de um sistema que vise uma melhoria contínua do seu
comportamento ambiental.
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 7 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 8 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
ANEXO Orientações para a elaboração da Declaração Ambiental, adaptadas do documento
da Comissão Europeia sobre as Orientações EMAS.
Objectivo
Dar a conhecer a Autarquia de Almada, as suas actividades, áreas de intervenção,
produtos e serviços.
Modo
Localização geográfica do Município de Almada, suas competências, actividades,
áreas de intervenção, produtos e serviços.
Deve indicar-se claramente que todo o conjunto de serviços municipais está
abrangido pelo Sistema Almada EMAS, de modo a que não haja qualquer confusão
relativamente ao total envolvimento da organização.
O documento deve também indicar de forma resumida os diferentes tipos de
serviços municipais definidos pelo Sistema Almada EMAS. Esta informação pode ser
complementada com elementos adicionais, considerados relevantes.
Elementos úteis a incluir
A utilização de mapas anotados, fotografias e diagramas constituem meios eficazes
para fornecer estas informações, podendo igualmente ser utilizados para ilustrar a
estrutura da Autarquia e a sua implantação no território.
• mapas e diagramas;
• fotografias aéreas anotadas;
• gráficos;
• classificação (ou seja, o código NACE) da organização;
• nome da pessoa de contacto (se pertinente).
a) Descrição clara e sucinta da Autarquia de Almada e um resumo das suas actividades,
áreas de intervenção e serviços, enquadrando o seu estatuto de Autoridade Local e sua relação com outras entidades Nacionais.
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 9 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
Objectivo
Apresentar os compromissos ambientais assumidos pela Autarquia e indicar de que
forma estão a ser levados à prática.
Modo
Os princípios e compromisso da política ambiental devem ser incluídos na
declaração ambiental. Descrever sucintamente a estrutura organizacional da
Autarquia, a cadeia de responsabilidades para a execução da Política Ambiental.
Sugestões:
• incluir a política ambiental e, eventualmente, uma carta de apresentação,
assinada pelo Administração Municipal;
• incluir um organograma da macro-estrutura da Autarquia e com os contactos do
representante para o ambiente;
• incluir um diagrama com a estrutura do Sistema Almada EMAS;
• comentar eventuais alterações importantes da política ambiental ou do sistema
Almada EMAS.
Elementos úteis a incluir
Um organograma da empresa onde ressaltem as responsabilidades pelas questões
ambientais pode demonstrar de que forma o sistema Almada EMAS é aplicado. Um
simples gráfico ou diagrama pode igualmente mostrar as relações entre a política,
a identificação e avaliação dos aspectos, as metas e objectivos e os resultados.
Objectivo
Fornecer uma panorâmica dos aspectos ambientais significativos da Autarquia e
explicar as implicações ambientais das suas actividades, áreas intervenção,
produtos e serviços. O mais importante é que os leitores compreendam a relação
b) A política ambiental da Autarquia e uma descrição sumária do sistema
Almada EMAS.
c) Uma descrição de todos os aspectos ambientais, directos e indirectos, que
resultam em impactos ambientais significativos e uma explicação da relação
entre a natureza desses impactos e aqueles aspectos;
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 10 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
entre a actividade da organização e o impacto ambiental significativo que dela
pode resultar.
Modo
A Autarquia pode descrever o modo como cada um dos seus aspectos ambientais
significativos tem impacto no ambiente. Em alternativa, pode descrever o impacto
dos seus aspectos significativos em diversos meios (por exemplo, ar, água, flora,
fauna).
Devem ser igualmente comentados os impactos resultantes de eventuais acidentes
e a respectiva responsabilidade ambiental. A declaração deve incluir os critérios de
identificação dos impactos ambientais significativos, de acordo com o requisito do
ponto 6.1 do Anexo VI do Regulamento EMAS;
Elementos úteis a incluir
Diagramas, gráficos, matrizes e pictogramas anotados dos input/output constituem
meios interessantes para apresentar estas informações de forma concisa. Ver
também as orientações sobre os aspectos e impactos ambientais.
Objectivo
Indicar o que a Autarquia pretende fazer para melhorar o seu comportamento
ambiental. O programa de ambiental, com os seus objectivos e metas, contribuirá
para que o leitor compreenda as actividades destinadas a melhorar o
comportamento ambiental. Deve poder ser demonstrada a existência de uma
relação clara entre os aspectos que considerados mais importantes e os respectivos
planos de melhoria.
Modo
Relacionar os objectivos e metas com os aspectos e impactos ambientais
significativos. Esta informação pode ser combinada com a descrição de todos os aspectos ambientais, directos e indirectos, que resultam em impactos ambientais significativos associados à Autarquia e com uma explicação da relação entre a natureza desses impactos e aspectos referidos.
Devem ser indicadas as metas e objectivos actuais, que devem ser específicos,
adequados, pertinentes e, sempre que possível, mensuráveis.
Elementos úteis a incluir
d) Uma descrição dos objectivos e metas e sua relação com aspectos e impactos
ambientais significativos;
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 11 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
• Indicar o processo que levou à fixação dos objectivos e metas, com referência, se
pertinente, a métodos de precaução;
• Fornecer informações acerca das responsabilidades pela realização dos objectivos
e metas;
• Indicar os custos da realização dos objectivos e metas;
• Estabelecer uma relação com as metas e objectivos dos períodos abrangidos por
relatórios anteriores.
Objectivo
Apresentar dados relativos ao comportamento ambiental da Autarquia e aos seus
progressos em relação aos objectivos e metas fixados. Demonstrar a evolução do
comportamento ambiental ao longo do tempo.
Modo
A apresentação de dados sobre o comportamento ambiental da Autarquia,
considerando os objectivos e metas dos aspectos ambientais significativos
identificados nos termos do Anexo VI do Regulamento EMAS.
Na comunicação dos dados, há que ter o cuidado de utilizar as unidades de medida
correctas. Quando os dados forem extraídos de diversas fontes do sistema de
gestão ambiental, deverá ser acautelado de que estes são agregados segundo
métodos precisos e susceptíveis de ser verificados e reproduzidos pelo verificador.
Os dados devem ser apresentados num formato coerente, que permita a
comparação de dados de anos diferentes. Os objectivos e metas poderão não ser
todos atingidos no prazo previsto, sobretudo se os objectivos fixados forem
ambiciosos. Se os objectivos e metas não forem atingidos, é de boa prática incluir
na declaração ambiental uma nota explicativa.
Elementos úteis a incluir
e) Um resumo dos dados disponíveis sobre o desempenho ambiental,
relativamente aos objectivos e metas ambientais definidos, no que se relaciona
com os seus impactos mais significativos. Esse resumo poderá incluir uma
quantificação dos resultados obtidos em áreas relevantes, como por exemplo:
emissão de GEE’s, produção e gestão de resíduos, racionalização do consumo de
energia e água. Os dados deverão permitir uma comparação anual que permita
determinar a evolução do comportamento ambiental;
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 12 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
• referir e descrever de indicadores de gestão ambiental que permitam avaliar, em
diferentes momentos, o grau de sucesso das medidas tomadas, contribuindo para
uma maior clareza, transparência e comparabilidade das informações fornecidas;
• explicar que medidas foram tomadas para alcançar os níveis de desempenho
actuais;
• estabelecer uma relação entre o desempenho e os objectivos, metas, requisitos
legais e metas ambientais nacionais ou sectoriais;
• explicar a forma como os dados foram obtidos e processados;
• indicar o grau de realização dos objectivos e metas em relação a declarações
ambientais anteriores, de modo a fornecer uma panorâmica do comportamento
ambiental da Autarquia;
• comentar as razões por que as metas não foram atingidas;
• explicar a eventual indisponibilidade de dados (ausência de medições, de
autorizações ambientais, de valores-limite a respeitar ou de outras dificuldades).
O comportamento pode ser apresentado de diversas formas, como gráficos,
diagramas e quadros.
Objectivo
Sempre que a Autarquia apresentar dados relativos ao seu comportamento
ambiental no que se refere a impactos ambientais significativos que estejam
regulamentados, há que apresentar a comparação entre o comportamento e o nível
legal. Podem ainda ser incluídas na declaração outras informações relacionadas
com o comportamento ambiental.
Modo
Ao apresentarem os dados referidos na alínea d), podem incluir-se informações
sobre os limites legais, de modo a demonstrar o respeito dos mesmos. Podem
também ser fornecidos elementos acerca dos investimentos realizados com vista a
melhorar o comportamento ambiental. Podem também ser mencionados eventuais
apoios a grupos ambientalistas locais e acções tendentes a promover o diálogo com
f) Outros factores relacionados com o comportamento ambiental, incluindo o
actuação em face das disposições legais no que se refere aos impactos
ambientais significativos;
Procedimento DECLARAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 13 de 13 Declaração AmbientalProcedimento para a DECLARACAO_v4.doc
as partes interessadas. Podem ser incluídas informações acerca dos planos de
segurança interna.
Sugestões
• informações sobre os produtos;
• política de aquisições;
• decisões e investimentos importantes;
• medidas cautelares /actividades de protecção do ambiente/medidas preventivas;
• queixas, preocupações da opinião pública ou da comunidade;
• acções de investigação e desenvolvimento;
• incidentes e falhas;
• orçamento.
Objectivo
Fornecer informações acerca da pessoa que verificou a declaração ambiental e de
quando o fez.
Modo
Nomeadamente, através de uma declaração que explique o que fez o verificador
para validar a declaração.
g) O nome e o número de acreditação do verificador ambiental e a data de validação.
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 90
10 Passo 7: VERIFICAÇÃO
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 91
10.1 Requisitos para a verificação do EMAS
A verificação é o processo que permite assegurar que a informação contida na Declaração Ambiental é rigorosa e respeita os requisitos do EMAS.
Os requisitos de um processo de verificação ambiental são descritos no Anexo V secção 5.4 do
regulamento do EMAS (EC No. 761/2001).
5.4. A função dos verificadores ambientais
O verificador tem como função averiguar, sem prejuízo das competências dos Estados-Membros em matéria de controlo do cumprimento das disposições regulamentares:
a) A conformidade com todos os requisitos do presente regulamento: levantamento ambiental inicial, quando aplicável, sistema de gestão ambiental, programa de auditoria ambiental e
declaração ambiental;
b) A fiabilidade, credibilidade e exactidão dos dados e informações constantes:
— da declaração ambiental (ponto 3.2 e 3.3 do Anexo III),
— da informação ambiental a validar (ponto 3.4 do Anexo III).
O verificador deve nomeadamente investigar, com rigor profissional, a validade técnica do
levantamento ambiental inicial, caso aplicável, da auditoria ou de outros procedimentos executados pela organização, sem repetir desnecessariamente esses procedimentos. Nomeadamente, o
verificador deverá efectuar verificações pontuais para determinar a fiabilidade dos resultados da auditoria interna.
No momento da primeira verificação, o verificador ambiental deve, em especial, averiguar se a
organização satisfaz os seguintes requisitos:
a) Um sistema de gestão ambiental plenamente operacional e em conformidade com o Anexo
I;
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 92
b) Um programa de auditoria com planeamento completo, já iniciado em conformidade com o
Anexo II de modo a que tenham sido abrangidas pelo menos as áreas com impacto ambiental mais significativo;
c) Conclusão de uma análise da gestão;
d) Elaboração de uma declaração ambiental em conformidade com o ponto 3.2 do Anexo III.
5.4.3. Conformidade legal
O verificador ambiental deve certificar-se de que a organização dispõe de procedimentos para o
controlo dos aspectos ou operações sujeitas a legislação comunitária ou nacional relevante, e de que esses procedimentos são adequados para assegurar essa conformidade. As averiguações da auditoria
deverão, em especial, provar a capacidade dos procedimentos aplicados para assegurar a conformidade legal.
O verificador não deve validar a declaração ambiental caso, durante o processo de verificação,
observe, por exemplo através de verificações pontuais, que a organização não satisfaz o requisito de conformidade legal.
5.4.4.Definição de organização
Ao verificar o sistema de gestão ambiental e ao validar a declaração ambiental, o verificador deve garantir que as componentes da organização estão definidas sem ambiguidades e que correspondem a
uma divisão real das actividades. O teor da declaração deve delimitar claramente as diferentes
componentes da organização às quais o EMAS é aplicável.
5.6. Frequência das verificações
Em consulta à organização, o verificador ambiental elaborará um programa para garantir que todos
os elementos exigidos para o registo no EMAS sejam verificados num prazo não superior a 36 meses. O verificador deverá ainda, a intervalos que não ultrapassem os 12 meses, validar quaisquer novos
elementos actualizados da declaração ambiental.
10.2 Quem pode executar a verificação ?
Cada Estado Membro nomeou um ‘Organismo Competente de Verificação’ para fiscalizar a implementação do EMAS e tem um ‘Organismo de Acreditação’. O Organismo de Acreditação é
responsável pela acreditação e a supervisão dos verificadores ( individuais ou organizações), e deverá
também possuir informação sobre os verificadores ‘aprovados’ que podem ser contactados para executar uma verificação. É da competência da organização que procura a verificação escolher o
verificador a usar.
Procedimento VERIFICAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 1 de 6 Verificação AmbientalProcedimento para a verificação_v5.doc
PROCEDIMENTO PARA VERIFICAÇÃO AMBIENTAL
DO SISTEMA ALMADA EMAS (Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS, ao abrigo do
Regulamento EMAS (Regulamento (CE) N.o 761/2001), visa a redução dos impactos
ambientais associados às actividades municipais e a melhoria contínua do
desempenho ambiental da organização, qualificando a sua intervenção pública.
Os benefícios do sistema incidem maioritariamente na racionalização das despesas
e recursos, no reforço da motivação dos trabalhadores e na sua maior
consciencialização para as questões ambientais. É igualmente importante, a
transmissão de uma maior confiança e transparência à comunidade local e outras
entidades, das políticas ambientais e das metas estabelecidas para as concretizar.
A possibilidade da CMA evidenciar o compromisso com a melhoria contínua do seu
comportamento ambiental, através de um sistema passível de ser auditado e
validado por entidades exteriores à organização, idóneas e isentas, permite-lhe
obter a credibilidade e o reconhecimento perante terceiros, designadamente a
população do concelho.
A obtenção do registo EMAS pelo organismo competente, após a verificação e
validação da Declaração Ambiental com sucesso pelo auditor externo, é o último
passo do sistema Almada EMAS.
REGULAMENTO (CE) N.o 761/2001 sobre Verificação EMAS
O verificador tem como função averiguar, sem prejuízo das competências dos Estados-Membros em matéria de controlo do cumprimento das disposições regulamentares:
a) A conformidade com todos os requisitos do presente regulamento:
levantamento ambiental inicial, quando aplicável, sistema de gestão
ambiental, programa de auditoria ambiental e declaração ambiental;
b) A fiabilidade, credibilidade e exactidão dos dados e informações constantes:
- da declaração ambiental (ponto 3.2 e 3.3 do Anexo III),
- da informação ambiental a validar (ponto 3.4 do Anexo III).
Procedimento VERIFICAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 2 de 6 Verificação AmbientalProcedimento para a verificação_v5.doc
2. ETAPA VERIFICAÇÃO No faseamento do sistema EMAS de Almada, esquematizado na figura 1, a
“Verificação” surge depois de finalizada a etapa de elaboração da Declaração
Ambiental e antecede o pedido de Registo ao Organismo Competente, o Instituto
do Ambiente (IA).
Fig.1 Enquadramento da etapa da Verificação EMAS no
Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS
3. METODOLOGIA
Algumas definições ...
A etapa de Verificação Ambiental é uma fase chave que se insere no processo
de melhoria contínua, sendo efectuada com base na análise da documentação,
na visita à organização e em entrevistas aos colaboradores, passando pelos
seguintes níveis:
? Verificação Ambiental Acção de controlo da conformidade e validação de todos os requisitos do regulamento EMAS (levantamento ambiental inicial, sistema de
gestão ambiental, programa de auditoria ambiental e declaração ambiental
Procedimento VERIFICAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 3 de 6 Verificação AmbientalProcedimento para a verificação_v5.doc
a) Controlo da conformidade com todos os requisitos do regulamento EMAS
(levantamento ambiental inicial, sistema de gestão ambiental, programa de
auditoria ambiental e declaração ambiental);
b) Controlo da fiabilidade, credibilidade e exactidão dos dados e informações
constantes:
- da declaração ambiental (ponto 3.2 e 3.3 do Anexo III do Regulamento
EMAS),
- da informação ambiental a validar (ponto 3.4 do Anexo III do
Regulamento EMAS).
A Verificação Ambiental da CMA/SMAS desenvolve-se nos seguintes passos:
Definição de Responsabilidades
- Quem desencadeia a fase de Verificação Ambiental e como?
Cabe à CMA/SMAS, que pretende o registo no EMAS a solicitação da
intervenção de um verificador ou auditor externo acreditado, que terá como
função avaliar se a política, o levantamento ambiental, o programa e o SGA
estão em conformidade com o regulamento e se a declaração ambiental é
clara e válida.
- Quem realiza a Verificação Ambiental? Os verificadores ambientais são organismos ou pessoas com qualificação
reconhecida para verificar o preenchimento dos requisitos do regulamento nas
organizações e validar a Declaração Ambiental.
O verificador deve nomeadamente investigar, com rigor profissional, a
validade técnica do levantamento ambiental inicial, caso aplicável, da
auditoria ou de outros procedimentos executados pela organização, sem
repetir desnecessariamente esses procedimentos. Nomeadamente, o
verificador deverá efectuar verificações pontuais para determinar a fiabilidade
dos resultados da auditoria interna.
- Quem valida as competências do Verificador/Auditor seleccionado?
Na qualidade de gestor do Sistema Português da Qualidade (SPQ), cabe ao
Organismo Nacional de Acreditação (Instituto Português de Acreditação)
garantir o funcionamento do sistema de acreditação de verificadores
ambientais independentes e a supervisão das suas actividades, cabendo ao IA
garantir, no domínio de ambiente, a componente técnica dessa acreditação.
Procedimento VERIFICAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 4 de 6 Verificação AmbientalProcedimento para a verificação_v5.doc
O Organismo de Acreditação depois de previamente notificado da ocorrência
de uma verificação em Portugal, a ser efectuada por um verificador ambiental acreditado em qualquer Estado Membro, procederá à supervisão das
actividades desse verificador juntamente com o Organismo Competente (IA).
- Quem são os verificadores ambientais acreditados?
Em Portugal existem os seguintes verificadores ambientais acreditados:
• APCER - Associação Portuguesa de Certificação;
• Lloyd's Register Quality Assurance;
• SGS - ICS
• BVQI Portugal
• TUV Rheinland Portugal, Inspecções Técnicas, Lda
Encontram-se outras entidades em processo de acreditação, sendo os
processos acompanhados pelo IA e IPQ através das auditorias de
acompanhamento.
Definição do Programa de Verificação
- Quem elabora o programa de Verificação?
Em consulta com a CMA/SMAS, o verificador ambiental elaborará um programa
para garantir que todos os elementos exigidos para o registo no EMAS sejam
verificados num prazo não superior a 36 meses (ponto 5.6 do Anexo V do
Regulamento EMAS).
- Estrutura do programa de Verificação
No programa de verificação, deverão ser levados em conta:
- a solidez e a confiança no programa de auditoria interna, incluindo a frequência das auditorias internas;
- a complexidade do sistema de gestão ambiental;
- a política ambiental;
- a dimensão, escala e natureza das actividades, produtos e serviços da organização;
- o significado dos aspectos ambientais directos e indirectos da organização sobre os quais tem controlo ou pode esperar vir a ter influência;
- a solidez do sistema de gestão e extracção dos dados e das informações,
Procedimento VERIFICAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 5 de 6 Verificação AmbientalProcedimento para a verificação_v5.doc
- as informações e os dados constantes da declaração ambiental;
- o historial dos problemas ambientais;
- a percentagem de actividades sujeita a regulamentação ambiental;
- os resultados de verificações anteriores;
- a experiência da organização em matéria de observância dos requisitos EMAS.
Como decorre a Avaliação da conformidade do SGA e da Declaração Ambiental?
O verificador ambiental deve certificar-se de que a CMA/SMAS dispõe dos
procedimentos para o controlo dos aspectos ou operações sujeitas a
Legislação Comunitária ou Nacional relevante, e de que esses
procedimentos são adequados para assegurar essa conformidade. As
averiguações da auditoria deverão, em especial, provar a capacidade dos
procedimentos aplicados para assegurar a conformidade legal.
O verificador só deve validar a declaração ambiental caso, durante o
processo de verificação, a organização satisfaça o requisito de
conformidade legal.
Ao verificar o sistema de gestão ambiental e ao validar a declaração
ambiental, o verificador deve garantir que as componentes da organização
estão definidas sem ambiguidades e que correspondam a uma divisão real
das actividades. O teor da declaração deve delimitar claramente as
diferentes componentes da organização às quais o EMAS é aplicável.
Como assegurar a conformidade?
Em coerência com o seu compromisso de cumprimento, a CMA/SMAS deve
estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para avaliar
periodicamente a conformidade com os requisitos legais aplicáveis e
detectar possíveis não-conformidades, estabelecendo medidas preventivas e
correctivas para as corrigir.
Prazos
A verificação da conformidade deverá decorrer num prazo não superior a 36
meses (ponto 5.6 do Anexo V do regulamento).
O verificador deve ainda, a intervalos que não ultrapassem os 12 meses,
validar quaisquer novos elementos actualizados da declaração ambiental. Os
desvios à frequência com que as actualizações serão realizadas podem
operar-se nas circunstâncias previstas na orientação da Comissão.
Verificação da conformidade do SGA e da Declaração Ambiental
Procedimento VERIFICAÇÃO AMBIENTAL | EMAS Almada Pág. 6 de 6 Verificação AmbientalProcedimento para a verificação_v5.doc
O cumprimento total dos requisitos do EMAS conduzirá à validação da
Declaração Ambiental.
4. ESQUEMAS DO PROCEDIMENTO DA VERIFICAÇÃO DE AUDITORIA
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 93
11 Passo 8: REGISTO
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMA AMBIENTAL
IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO
AUDITORIA INTERNA
DECLARAÇÃO AMBIENTAL
VERIFICAÇÃO
POLÍTICA AMBIENTAL
REGISTO
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 94
11.1 Detalhes do registo
Se os resultados da verificação da declaração ambiental forem positivos, a declaração é validada pelo verificador. A organização que foi verificada ‘com sucesso’ envia então a Declaração Ambiental
validada para o Organismo Competente de Verificação nacional EMAS (O Instituto do Ambiente, no caso Português) para registo na lista oficial de entidades certificadas pelo EMAS.
Os requisitos relacionados com o registo são descritos no Artigo 6. do regulamento do EMAS (EC No.
761/2001).
Metodologia REGISTO EMAS | EMAS Almada Pág. 1 de 6 Registo_EMAS_Metodologia_v1
PROCEDIMENTO PARA OBTENÇÃO E MANUTENÇÃO DO REGISTO EMAS
(Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria)
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS, ao abrigo do
Regulamento EMAS (Regulamento (CE) N.o 761/2001), visa a redução dos impactos
ambientais associados às actividades municipais e a melhoria contínua do desempenho
ambiental da organização, qualificando a sua intervenção pública.
Os benefícios do sistema incidem maioritariamente na racionalização das despesas e
recursos, no reforço da motivação dos trabalhadores e na sua maior consciencialização
para as questões ambientais. É igualmente importante, a transmissão de uma maior
confiança e transparência à comunidade local e outras entidades, das políticas
ambientais e das metas estabelecidas para as concretizar.
Regulamento EMAS (EC Nº. 761/2001) sobre o Registo EMAS
Para efeitos do Regulamento EMAS, o registo EMAS da organização será processado
pelo organismo competente na seguinte base:
Caso o organismo competente,
− tenha recebido uma declaração ambiental validada;
− tenha recebido da organização um formulário preenchido que inclui, mínimo, a
informação descrita no Anexo VIII;
− tenha cobrado a taxa de registo eventualmente aplicável nos termos do artigo
16.º;
− conclua com base nas provas recebidas e em especial através de investigações
junto da autoridade competente para verificar se a organização está conforme
com a legislação ambiental relevante, que a organização satisfaz todos os
requisitos do presente regulamento;
deverá efectuar o registo da organização requerente e atribuir-lhe um número de
registo. O organismo competente informará a administração da organização de que
esta passou a constar do registo.
Metodologia REGISTO EMAS | EMAS Almada Pág. 2 de 6 Registo_EMAS_Metodologia_v1
A possibilidade da CMA evidenciar o compromisso com a melhoria contínua do seu
comportamento ambiental, através de um sistema passível de ser auditado e validado
por entidades exteriores à organização, idóneas e isentas, permite-lhe obter a
credibilidade e o reconhecimento perante terceiros, designadamente a população do
concelho.
A obtenção do registo EMAS pelo organismo competente, após a verificação e validação
da Declaração Ambiental com sucesso pelo auditor externo, é o último passo do sistema
Almada EMAS.
2. ETAPA REGISTO EMAS
No faseamento do sistema EMAS de Almada, o “Registo” surge como a última do
processo, na sequência da etapa de “Verificação” por um auditor externo.
A figura 1. esquematiza o faseamento estabelecido para o Sistema Almada EMAS.
Fig.1 Enquadramento da etapa do Registo EMAS no
Sistema de Gestão Ambiental Almada EMAS
Metodologia REGISTO EMAS | EMAS Almada Pág. 3 de 6 Registo_EMAS_Metodologia_v1
3. METODOLOGIA Os requisitos relacionados com o registo são descritos no Artigo 6. do Regulamento do
EMAS (EC No. 761/2001), sendo também detalhados em documentação própria do
organismo competente em Portugal, o Instituto do Ambiente.
O registo EMAS é atribuído após o envio da Declaração Ambiental da CMA, validada pelo
verificador externo, ao organismo nacional competente do sistema EMAS, o Instituto do
Ambiente. Para o efeito, a CMA tem de ser previamente verificada “com sucesso”, os
resultados da verificação da Declaração Ambiental têm de ser positivos e a Declaração
Ambiental validada pelo verificador externo. O processo termina com a inclusão do
registo EMAS obtido pela CMA na lista oficial de entidades certificadas pelo EMAS.
Os passos do processo de obtenção de registo, incluem:
1. a formalização da candidatura ao organismo competente, o Instituto do Ambiente
(IA), instruída com um conjunto de documentos e pagamento da correspondente
taxa de registo;
2. a análise documental pelo IA para verificação do cumprimento dos critérios de
registo;
3. a verificação do cumprimento das disposições regulamentares, na qual são
contactadas as autoridades competentes e as entidades licenciadoras
correspondentes à localização geográfica da CMA, para se pronunciarem sobre a
existência de objecções à atribuição de registo no EMAS, por incumprimento da
legislação ambiental aplicável;
4. a verificação ambiental e respectiva supervisão, na qual é contactado o organismo
nacional de acreditação (IPAC, Instituto Português de Acreditação) para se
pronunciar sobre a existência de objecções à atribuição de registo, decorrentes da
acreditação do Verificador Ambiental ou do processo de supervisão correspondente à
verificação que está na base do pedido de registo;
A candidatura é enviada, pelo IA, às seguintes entidades:
• Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT)
• Direcção Regional da Economia de Lisboa e Vale do Tejo (DRE-LVT)
• Instituto dos Resíduos (INR)
• Inspecção Geral de Ambiente
• IA (para a verificação de objecções relacionadas com qualidade do ar e com o Decreto-Lei 194/2000).
Metodologia REGISTO EMAS | EMAS Almada Pág. 4 de 6 Registo_EMAS_Metodologia_v1
5. a atribuição de um número de registo pelo IA, à organização candidata, que
passará a constar da lista anual de organizações registadas na União Europeia;
6. a emissão de um certificado pelo IA, que formaliza o registo da organização e o
comprova, sendo constituído por:
– uma folha de rosto, identificando a organização,
– o número de registo atribuído,
– a data e o período de validade desse registo;
– um anexo ao certificado no qual consta informação complementar;
7. seguimento para o Presidente do organismo responsável pelo registo, que, dará
seguimento ao despacho para a obtenção do Registo EMAS.
Após obtenção do registo, a CMA está em condições de divulgar a Declaração Ambiental
e usar o logotipo “Gestão Ambiental Verificada”.
A candidatura ao registo EMAS é acompanhada pelo pagamento de uma taxa para
obtenção do seu registo ao organismo competente, o IA. O custo do registo inclui a taxa
de registo, o custo médio da afectação de um técnico especializado e os custos
estruturais, ponderados através de uma fórmula de cálculo estabelecida pelo IA no
documento Processo de Registo (REG/EMAS D04).
A execução dos passos 3 e 4 tem um prazo de 15 dias para a emissão dos respectivos
pareceres. A sua omissão, resulta num deferimento tácito, a seguir ao qual se dará
normal continuidade ao processo.
4. Formalização da Candidatura
A formalização da candidatura ao IA, deve ser instruída com os seguintes documentos e
procedimentos:
a. Pedido de registo de acordo com a Minuta disponibilizada (REG/EMAS DO1);
Metodologia REGISTO EMAS | EMAS Almada Pág. 5 de 6 Registo_EMAS_Metodologia_v1
b. Ficha de Registo (REG/EMAS DO2) devidamente preenchida e acompanhada dos elementos anexos requeridos;
c. Termo de Aceitação das Condições de Registo (REG/EMAS DO3) devidamente assinado, e;
d. Pagamento dos encargos decorrentes do processo de registo (REG/EMAS D04).
Os documentos REG/EMAS DO1, REG/EMAS DO2, REG/EMAS DO3 e REG/EMAS D04 do
Instituto do Ambiente, são parte integrante deste procedimento, sendo apresentados
em anexo.
5. Custo do Registo EMAS
A candidatura ao registo EMAS é acompanhada pelo pagamento de uma taxa para a
respectiva obtenção ao organismo competente, o Instituto do Ambiente.
O custo do registo inclui a taxa de registo, o custo médio da afectação de um técnico
especializado e os custos estruturais, ponderados através de uma fórmula de cálculo
estabelecida pelo Instituto do Ambiente no documento Processo de Registo (REG/EMAS
D04). É ainda necessário proceder ao pagamento anual de uma taxa anual, calculada em
função da dimensão da organização que se pretende certificar.
• Custo de registo, T
T = 14 HK
Com, T = taxa de registo; H = custo médio horário de técnico especializado (35,47 euros); K = factor correspondente a custos estruturais (1,5).
• Taxa anual, T1 e T2
Com, T1 = T para Pequenas e Médias Empresas (PME) T2 = 3 x T para Grandes Empresas.
Metodologia REGISTO EMAS | EMAS Almada Pág. 6 de 6 Registo_EMAS_Metodologia_v1
6. Manutenção do Registo EMAS
Em termos de manutenção do registo, a CMA deverá verificar o seu sistema de gestão
ambiental e programa de auditoria, bem como enviar anualmente ao IA as actualizações
anuais da sua Declaração Ambiental e colocá-las à disposição do público.
Após 3 anos a organização deverá solicitar ao IA a renovação do registo no EMAS, de
acordo com o REG/EMAS D06, constante deste procedimento.
____________________________________________________________________________________________________ Minuta do pedido de registo no EMAS-REG/EMAS D01 1/1
MINUTA DO PEDIDO DE REGISTO REG/EMAS D01 _______________________________________________________________________ Exmo. Senhor Presidente do Instituto do Ambiente Rua da Murgueira – Zambujal 2721-865 AMADORA A (entidade requerente), requer a V. Exa., ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 761/2001, de 19 de Março, e do Decreto - Lei n.º 142/02 de 20 de Maio, o registo da (designação da organização candidata), localizada em (endereço), no Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria, juntando para o efeito os seguintes elementos: Ficha de Registo no EMAS (REG/EMAS D02), devidamente preenchida e acompanhada dos
respectivos anexos; Termo de Aceitação das condições de Registo (REG/EMAS D03), devidamente assinado.
O pagamento da Taxa de Registo foi efectuado por depósito na conta com o NIB: 078101120000000685376 da D. G. Tesouro, conforme documento comprovativo que se anexa. A (entidade requerente) designa o (a) Senhor(a) (nome) com as funções de para a representar junto do Instituto do Ambiente para as questões relacionadas com o presente pedido, podendo ser contactado através das seguintes vias: (morada, telefone, e-mail e fax) (Local e data) (Assinatura do Representante Legal e carimbo)
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 1/6
.
FICHA DE REGISTO REG/EMAS D02
Candidatura N.º Data Recepção GDQA
(A preencher pelo Organismo Competente)
1. Empresa Titular Organização Nome ou designação social Morada da sede
Localidade Código Postal
Telefone fax
Actividade principal
2. Local/locais a registar Nome ou designação social Morada
Localidade Código Postal
Telefone fax
Actividade principal
Códigos NACE CAE
(Reg. (CE) n.º 29/2002 da Comissão, de19 de Dezembro de 2001, publicado no JOCE L6 de 10.01.2002)
N.º de trabalhadores Área da organização (m2 ou ha)
Classificação da empresa: PME Grande (classificar de acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 51/75, de 7 de Fevereiro, e Despachos Normativos nº 52/87, de 24 de Junho, e nº 38/88, de 31 de Maio)
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 2/6
3. Âmbito do Registo Âmbito do Registo no EMAS
4. Declaração Ambiental (DA) Data de validação da declaração ambiental
Datas para apresentação das DA’s intercalares
Data para apresentação da próxima DA validada
5. Verificação Ambiental Identificação do Organismo de Verificação
Morada
Identificação do Auditor/Verificador (nome)
N.º de Qualificação IA do Auditor/Verificador
Data(s) da verificação Total de dias
Idioma(s) da verificação
6. Certificação Prévia A verificação foi efectuada tendo por base uma certificação prévia reconhecida ?
Se sim, indique a norma utilizada e o Organismo responsável pela emissão do Certificado
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 3/6
7. Autoridades de Execução Indique quais as autoridades competentes no controlo do cumprimento da legislação ambiental para os
seguintes domínios:
Licenciamento industrial
Utilização do domínio hídrico
Emissões atmosféricas
Descargas residuais
Gestão de resíduos
Ruído exterior
Existe algum compromisso/acordo tácito com alguma dessas entidades relativo a algum dos domínios
ambientais acima identificados Sim Não
Se sim, indique quais:
(Anexe os documentos que considerar relevantes)
8. Taxa de Registo O pagamento da taxa de registo , no montante de
foi efectuado em Por depósito na conta com o NIB: 078101120000000685376 da D. G.
Tesouro, conforme documento comprovativo que se anexa.
9. Elementos a anexar obrigatoriamente ao presente formulário
• Cópia da Declaração Ambiental Validada
• Documento comprovativo da acreditação do Organismo de Verificação, no qual conste o respectivo número de acreditação e âmbito da acreditação
• Cópia do Certificado de Qualificação como Verificador Ambiental • Mapa de localização da organização, escala 1/5000 de preferência (delinear a vermelho as fronteiras da
organização)
• Cópia do último Relatório de Ruído Ambiente, quando o Regulamento Geral do Ruído (Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de Novembro) for aplicável
• Elementos solicitados no Anexo A
• Elementos solicitados no Anexo B
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 4/6
10. Documentação de Referência
• Regulamento CE n.º 761/2001 do Parlamento Europeu e Conselho, de 19 de Março (JOCE L114, de 24 de Abril 2001)
• Decreto – Lei n.º 142/02 de 20 de Maio (Diário da República n.º 116/02, série I-A) • Portaria n.º 455/99 de 23 de Junho (Diário da República n.º 144/99, série I-B) • Despacho do Presidente do Instituto do Ambiente n.º 15 115/2002 de 3 de Julho (Diário da República n.º 151/02, II
série)
11. Termo de Responsabilidade O signatário declara serem verdadeiras todas as informações constantes do presente formulário.
Nome
Função
Data Assinatura (*) :
(*) assinatura do representante legal e carimbo
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 5/6
ANEXO A Para verificar o cumprimento da legislação no domínio das emissões para a atmosfera, deve ser fornecida informação relativa a:
- existência ou não de chaminés e, em caso afirmativo indicar a altura actual e se estas permitem dar cumprimento à legislação aplicável;
- caracterização da envolvente às instalações, existência ou não de obstáculos à dispersão dos efluentes gasosos (indicando a sua altura e distância às fontes em causa através de planta). Deverão também ser disponibilizadas plantas e/ou alçados laterais da unidade onde estejam representadas as chaminés;
- resultados da caracterização das emissões para a atmosfera das fontes fixas existentes na vossa instalação e/ou cópia do comprovativo da comunicação destes resultados à entidade competente, nos termos do Decreto-Lei n.º 78/2004, e 3 de Abril;
- informação relativa à possível inclusão de alguma actividade desenvolvida, pela vossa empresa, no âmbito de aplicação do Decreto-Lei n.º 242/2001, de 31 de Agosto, relativo à limitação das emissões de compostos orgânicos voláteis resultantes da utilização de solventes orgânicos em certas actividades e instalações.
ANEXO B
Para verificar o cumprimento do Regulamento (CE) n.º 2037/2000, do Decreto-Lei n.º 119/2002 e do Decreto-Lei n.º 152/2005 por uma organização é necessário conhecer todo o tipo de utilização que faz das substâncias que contribuem para a destruição da camada de ozono (ODS):
- Quer no seu processo produtivo propriamente dito, incluindo o fabrico de produtos/equipamentos que contenham ODS;
- Quer em equipamentos que contenham ODS. Caso a organização utilize essas substâncias é necessário:
- Indicar os processos e/ou produtos alternativos que irá adoptar, a curto e médio prazos, para substituir as ODS utilizadas;
- Explicitar os equipamentos que contenham ODS e qual(is) a(s) ODS utilizada(s) nesses mesmos equipamentos; caso se trate de equipamentos de refrigeração, de ar condicionado e/ou bomba de calor, também deverá ser indicada a capacidade de refrigeração (em kW) e a respectiva data (mês e ano) de fabrico. Segue Quadro 1 que visa aferir esta situação;
- Provar que recorreu a um técnico qualificado na acepção do artigo 4º do Decreto-Lei n.º 152/2005 para efeitos das operações referidas no artigo 8º do mesmo Diploma;
- Provar que procedeu à verificação anual do equipamento fixo com carga de fluido refrigerante superior a 3Kg para detecção de eventuais fugas de substâncias regulamentadas, recorrendo para o efeito a um técnico qualificado;
- Por cada intervenção técnica nos equipamentos, anexar uma ficha de intervenção devidamente preenchida. Segue modelo de Ficha de Intervenção 1 e 2.
- Provar que procedeu ao encaminhamento do equipamento que atinge o fim de vida e se transforma num resíduo para um operador de gestão de resíduos licenciado.
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 6/6
Quadro 1 – Utilização de substâncias regulamentadas (ODS)
SUBSTÂNCIA
QUANTIDADE (Kg)
TIPO DE
UTILIZAÇÃO
DATA DE
FABRICO DO EQUIPAMENTO
(mês e ano)
TIPO DE EQUIPAMENTO(Refrigeração Ar condicionado Sistema reversível de ar condicionado /bomba de calor Outro)
CAPACIDADE
DE REFRIGERAÇÃO
DO EQUIPAMENTO
(kW)
CFCl3 (CFC-11) CF2Cl2 (CFC-12) C2F3Cl3 (CFC-113) C2F4Cl2 (CFC-114) C2F5Cl (CFC-115) CF3Cl (CFC-13) C2FCl5 (CFC-111) C2F2Cl4 (CFC-112) C3FCl7 (CFC-211) C3F2Cl6 (CFC-212) C3F3Cl5 (CFC-213) C3F4Cl4 (CFC-214) C3F5Cl3 (CFC-215) C3F6Cl2 (CFC-216) C3F7Cl (CFC-217) CF2BrCl (halon-1211) CF3Br (halon-1301) C2F4Br2 (halon-2402) CCl4 C2H3Cl3 CHF2Cl (HCFC-22) C2HF3Cl2 (HCFC-123) C2HF4Cl (HCFC-124) C2H3FCl2 (HCFC-141b)
C2H3F2Cl (HCFC-142b)
CH2BrCl (halon-1011) HCFC-22/HFC-152a/HCFC-124 (R-401 A/B)
HCFC-22/HFC-125/HC-290 (R-402 A)
HCFC-22/PFC-218/HC-290 (R-403 A/B)
HCFC-22/HFC-143a/HFC-125 (R-408 A)
HCFC-22/HCFC-142b/HCFC-124 (R-409 A)
HCFC-22/HCFC-142b/PFC-218 (R-412 A)
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 7/6
HCFC-22/HCFC-124/HCFC-142b/HC-600a (R-414 A)
HCFC-22/HFC-23/HFC-152a (R-415 A)
CFC-12/HFC-152a (R-500)
CFC-115/HCFC-22 (R-502)
HCFC-22/PFC-218 (R-509 A)
outra (especificar)
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 8/6
FICHA DE INTERVENÇÃO 1
Relativa a Equipamentos de Refrigeração, de Ar Condicionado e Bombas de Calor
1. Identificação do proprietário e ou detentor do equipamento:
2. Identificação do técnico qualificado pela intervenção:
2.1. Qualificação do técnico:
2.2. Nome, número de identificação fiscal e contacto:
3. Data da intervenção:
4. Localização do equipamento:
5. Características do equipamento (marca, modelo, n.º de série, data de fabrico (mês e ano), etc.):
6. Tipo(s) de intervenção(ões), de acordo com o Anexo I do Decreto-Lei n.º 152/2005:
7. Identificação do agente refrigerante: - Fórmula química: - Designação química: - Código da Lista Europeia de Resíduos, publicado na Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março:
8. Carga do agente refrigerante contida no equipamento (Kg):
9. Capacidade de refrigeração do equipamento (kW):
10. Quantidade de agente refrigerante: - Recuperado: ___________________________ (Kg) - Reciclado (recuperado e recarregado): _______ (Kg) - Valorizado: ____________________________ (Kg) - Destruído: ____________________________ (Kg) - Nova carga: ___________________________ (Kg)
(Identificação do agente refrigerante caso seja substituído)
11. Quantidade do agente refrigerante recuperado para efeitos de: - Destruição: ________ (Kg) - Reciclagem: _______ (Kg) - Valorização: _______ (Kg)
12. Observações:
Local: Data: O Técnico Responsável O Proprietário / Detentor ___________________________ ______________________________
Ficha de Registo no EMAS – REG/EMAS D02 9/6
FICHA DE INTERVENÇÃO 2
Relativa a Sistemas de Protecção contra Incêndios e Extintores
1. Identificação do proprietário e ou detentor do sistema e ou equipamento:
2. Identificação do técnico responsável pela intervenção:
2.2. Qualificação do técnico:
2.2. Nome, número de identificação fiscal e contacto:
3. Data da intervenção:
4. Localização do sistema e ou equipamento:
5. Caracterização do sistema e ou equipamento:
6. Identificação do agente extintor: - Fórmula química: - Designação química: - Código da Lista Europeia de Resíduos, publicado na Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março:
7. Carga do agente extintor contido no sistema e ou equipamento (Kg):
8. Quantidade de agente extintor: - Recuperado: ___________________________ (Kg) - Reciclado (recuperado e recarregado): ______ (Kg) - Valorizado: ___________________________ (Kg) - Destruído: ____________________________ (Kg) - Nova carga: ___________________________ (Kg)
(Identificação do agente extintor caso seja substituído)
9. Quantidade do agente extintor recuperado para efeitos de: - Destruição: ________ (Kg) - Reciclagem: _______ (Kg) - Valorização: _______ (Kg)
10. Observações:
Local: Data:
O Técnico Responsável O Proprietário / Detentor
_________________________ _______________________________
____________________________________________________________________________________________________ Processo de registo no EMAS-REG/EMAS D04 1/2
PROCESSO DE REGISTO REG/EMAS D04 Qualquer organização, que explore um ou mais locais de actividade, pode voluntariamente candidatar-se ao registo no Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria, tendo em atenção os requisitos estabelecidos no Regulamento (CE) n.º 761/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Março e as condições estabelecidas pelo Organismo Competente no âmbito do processo de registo. DOCUMENTAÇÃO: Na sequência de uma intenção de registo, o Instituto do Ambiente (IA), na qualidade de Organismo Competente ao abrigo do Decreto-Lei nº 142/02 de 20 de Maio, fornece à entidade candidata a seguinte documentação: • Minuta do pedido de registo ( REG/EMAS D01) • Ficha de registo no EMAS (REG/EMAS D02) • Condições de Registo (REG/EMAS D03) • Processo de Registo (REG/EMAS D04) • Manutenção de Registo (REG/EMAS D06) A organização deverá, para cada local de actividade, formalizar a respectiva candidatura enviando a Minuta do pedido de Registo, a ficha de registo fornecida, devidamente preenchida, acompanhada dos anexos requeridos, e do pagamento dos encargos decorrentes do processo de registo. PROCEDIMENTO DE REGISTO: O procedimento a seguir pelo IA consiste nas seguintes fases: Instrução do processo Inclui a respectiva análise documental para verificação do cumprimento dos critérios de registo; Cumprimento das disposições regulamentares São contactadas as autoridades competentes e as entidades licenciadoras correspondentes à localização geográfica da organização candidata, para se pronunciarem sobre a existência de objecções à atribuição de registo no EMAS, por incumprimento da legislação ambiental aplicável; Verificação Ambiental e respectiva supervisão É contactado o Organismo Nacional de Acreditação para se pronunciar sobre a existência de objecções à atribuição de registo, decorrentes da acreditação do Verificador Ambiental ou do processo de supervisão correspondente à verificação que está na base do pedido de registo; Caso não haja necessidade de esclarecimentos adicionais, se não forem levantadas
____________________________________________________________________________________________________ Processo de registo no EMAS-REG/EMAS D04 2/2
objecções à atribuição do registo e se o IA concluir que os requisitos do Regulamento EMAS estão cumpridos, dar-se-á cumprimento ao seguinte: Atribuição de número de registo à organização candidata, que passará a constar da lista anual de organizações registadas na União Europeia; Emissão de certificado, que formaliza o registo da organização e o comprova, sendo constituído por:
• uma folha de rosto, identificando a organização, o número de registo atribuído, a data e o período de validade desse registo; • um Anexo ao Certificado no qual consta informação complementar.
Existência de objecções ao Registo No caso de existirem objecções fundamentadas ao registo da entidade candidata ao EMAS, resultantes da análise documental efectuada pelo IA ou dos contactos efectuados às autoridades competentes ou às entidades licenciadoras, o Organismo Competente notifica a entidade candidata e estabelece um prazo, que não pode ser superior a 3 meses, para a correcção das não conformidades que estão na origem das objecções levantadas.
Se no prazo estabelecido pelo Organismo Competente, não tiver ocorrido uma resposta satisfatória por parte da organização canditada, o pedido de registo é recusado, nos termos da Artigo 5º, n.º 3 do Regulamento (CE) n.º 761/2001 de 19 de Março, e o processo encerrado. Após encerramento do processo, o registo no EMAS só pode ser concedido na sequência de um novo pedido de registo. TAXA DE REGISTO Os encargos inerentes ao processo de registo correspondem ao pagamento de uma taxa a liquidar no acto do pedido de registo, no montante calculado com base no disposto na Portaria nº 455/99 de 23 de Junho e no Despacho do Presidente do Instituto do Ambiente n.º 15 115/2002 de 3 de Julho (II série do Diário da República).
____________________________________________________________________________________________________ Condições de registo no EMAS-REG/EMAS D03 1/1
CONDIÇÕES DE REGISTO REG/EMAS D03 ______________________________________________________________________ Para efeitos de registo no Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria, instituído pelo Regulamento Comunitário (CE) n.º 761/2001, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Março, as entidades aderentes a este sistema (EMAS) deverão declarar que concordam com as seguintes condições: CONDIÇÕES GERAIS • A organização com registo no EMAS obriga-se a cumprir todos os requisitos do regulamento acima referido durante o período de validade desse registo;
• A organização registada no EMAS obriga-se a comunicar ao Organismo Competente toda e qualquer alteração ocorrida nas suas instalações, desde a última validação da Declaração Ambiental, que cause dúvidas sobre o cabal cumprimento dos requisitos do Regulamento EMAS, nomeadamente as respeitantes a:
a) identidade legal da entidade registada;
b) enquadramento e designação na estrutura da organização em que se insere;
c) realização de obras, alterações de processos ou de tecnologias, adaptações relevantes ou transferência de instalações que afectem o sistema de gestão ambiental da entidade registada ou qualquer das condições que levaram à validação da Declaração Ambiental;
d) acidentes, avarias ou deficiências permanentes ou graves nas instalações ou equipamentos que impossibilitem o cumprimento da Política Ambiental adoptada e/ou a prossecução dos objectivos ambientais definidos;
• A organização registada no EMAS obriga-se, nas situações acima identificadas, a submeter-se a uma verificação ambiental extraordinária para avaliação do cumprimento de todos os requisitos do Regulamento face a essas alterações, e a comunicar o resultado dessa verificação ao Organismo Competente;
• Se o Organismo Competente concluir que há sérias dúvidas sobre o cumprimento dos requisitos do Regulamento, este pode exigir que a entidade registada se submeta a uma verificação ambiental extraordinária para avaliação da conformidade com os referidos requisitos;
• A organização registada obriga-se a prestar todas as informações requeridas pelo Organismo Competente necessárias à fiscalização do cumprimento dos requisitos do Regulamento.
____________________________________________________________________________________________________ Condições de registo no EMAS-REG/EMAS D03 2/2
VALIDADE DO REGISTO • O registo é válido no período constante do certificado emitido por ocasião da atribuição desse registo. Este período é determinado pelo Organismo Competente com base na data prevista para a validação da próxima Declaração Ambiental; • Caso se verifiquem as situações previstas no Artigo 6º do Regulamento (CE) n.º 761/2001 de 19 de Março, o registo pode ser cancelado ou suspenso antes de terminar o período de validade desse mesmo registo. ENCARGOS E TAXAS • Os encargos inerentes ao processo de registo correspondem ao pagamento de uma taxa de registo, a liquidar no acto do pedido de registo, cujo montante é calculado com base no disposto na Portaria n.º 455/99 de 23 de Junho e no Despacho do Presidente do Instituto do Ambiente n.º 15 115/2002 de 3 de Julho (II série do Diário da República). TERMO DE ACEITAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE REGISTO O signatário declara ter conhecimento das condições de registo constantes do presente documento, bem como, a cumpri-las na íntegra. Nome: ____________________________________________________________________________________ Função: _____________________________________________________________________________ Data: _____/______/_______ Assinatura(*):_________________________________________________________________________ (*) Assinatura do representante legal e carimbo da Entidade
EMAS, Sistema Comunitário de Eco Gestão e Auditoria: Guia para Autoridades Locais 95
Dica EMAS, por onde começar ?
Considerando que implementar o EMAS é passo certo a tomar, como iniciar os procedimentos?
Alguns dos seguintes pontos podem ser úteis:
Identificar algumas áreas onde poderia beneficiar de melhorias em termos de desempenho ambiental –
estas poderiam ajudar a poupar recursos ou dinheiro, construir a competência da organização ou
aumentar a credibilidade na comunidade que serve;
Fazer uma apresentação para a Administração Municipal, mostrando como poderia ganhar a curto e
longo prazo através de uma abordagem muito mais rigorosa à melhoria contínua do seu comportamento
ambiental;
Não possuindo ainda um sistema de gestão esta seria uma boa oportunidade de melhorar a gestão
global da sua organização;
No caso de já possuir um sistema, mostre como pode integrar o EMAS no sistema existente e gerar
vantagens adicionais para a sua organização;
Garantir a adopção de uma visão estratégica no modo como o sistema é introduzido: faça uso da
empatia existente na organização e da linguagem de gestão existente. Por exemplo, comece com um
departamento ou uma área da organização onde as pessoas são receptivas à ideia de melhorar o
desempenho e onde possa demonstrar rapidamente os benefícios do EMAS;
Garantir que não existe um dispersão excessiva: é melhor focar 4 ou 5 novas soluções e fazer delas um
sucesso, em vez de ter todo um conjunto de mudanças para as quais não se possui nem a energia nem
os recursos necessários para a implementação;
Optar por uma abordagem estratégica nos vários passos de introdução do EMAS; não gastar demasiado
tempo no levantamento. Ter em conta que as partes realmente criativas do EMAS consistem no
desenvolvimento de programas de melhoria e na forma de garantir que estas melhorias entram
efectivamente no dia a dia de trabalho.
É importante tornar o EMAS uma parte integrante do modo de trabalho de cada um e não como em
elemento extra.
Frequentemente o passo mais difícil é pôr todos os planos que considerou em operação: nenhuma
regulamentação orienta este passo. Após ter esquematizado os procedimentos operacionais e de
gestão, o seu sistema de gestão começa a operar. Irá rapidamente descobrir se os procedimentos
funcionam ou se necessitam de ser ajustados. É neste ponto que os funcionários necessitarão de mudar
o modo como operam, e esta é uma das razões porque necessita de um forte apoio dos seus colegas
para realizar as mudanças necessárias.
Conceder 6 meses à sua organização para o sistema estabilizar antes de efectuar a primeira auditoria
interna – que é a confirmação crucial do funcionamento do sistema - identificando quaisquer pontos
fracos ou áreas de não-implementação ou não-conformidade. Assim que tiver lidado com quaisquer
não-conformidades nesta fase (e tenha definida a declaração ambiental preliminar) estará pronto para
a verificação. Quanto mais preparado estiver, menos problemas existirão nesta verificação formal
externa.