em tem po - 11 de novembro de 2012

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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 34 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS ANO XXV – N.º 7.822 – MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 Não dá mais para suportar 1 Ações paliati- vas não têm sido suficien- tes para resolver os problemas do trânsi- to, cuja engenharia é desordenada e fora de controle na capital. TRÂNSITO 2 Entre as so- luções para o problema está a implantação de me- didas que exterminem “gargalos” em vias e cru- zamentos nevrálgicos. Dia a dia C1 e C2 Segundo informações do Detran-AM, circulam atualmente em Manaus aproximadamente 600 mil veículos Como a ditadura ensinou técnicas de tortura aos índios REVELAÇÕES Filme revela como a ditadura militar treinou a Guarda Rural Indígena com técnicas de tortura como o pau-de-arara. Ilustríssima G4 e G5 Se a sorte e a matemática aju- darem, o tricolor das Laranjeiras, que enfrenta um cambaleante Pal- meiras, pode sagrar-se ainda hoje tetracampeão. Pódio E4 e E5 Fluminense tem pressa de virar tetra É HOJE?! Com muita história para contar, Olendi- na Vieira, a “dona Boneca” (foto), diz que o segredo da longevidade é peixe, leite de amapá e... cigarro. Dia a dia C6 Aos 106 anos, ela é uma lição de vitalidade ‘DONA BONECA’ Economia B2 Em busca de conhecimento longe de casa OPORTUNIDADE Histórias de quem sustenta a família recolhendo lixo Dia a dia C4 e C5 HUDSON FONSECA ALBERTO CÉSAR ARAÚJO Dia a dia C3 Amazonas terá ilha de garrafas PET FLUTUANTE 39,3 mil vagas de trabalho DIEGO JANATÃ AMANHÃ MARCELO REGUA/AE

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEM PO - 11 de novembro de 2012

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 34 MÍN.: 24

TEMPO EM MANAUS

ANO XXV – N.º 7.822 – MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

Não dá mais para suportar

1 Ações paliati-vas não têm sido suficien-

tes para resolver os problemas do trânsi-to, cuja engenharia é desordenada e fora de controle na capital.

TRÂNSITO

2 Entre as so-luções para o problema está

a implantação de me-didas que exterminem “gargalos” em vias e cru-zamentos nevrálgicos. Dia a dia C1 e C2

Segundo informações do Detran-AM, circulam atualmente em Manaus aproximadamente 600 mil veículos

Como a ditadura ensinou técnicas de tortura aos índios

REVELAÇÕES

Filme revela como a ditadura militar treinou a Guarda Rural Indígena com técnicas de tortura como o pau-de-arara. Ilustríssima G4 e G5

Se a sorte e a matemática aju-darem, o tricolor das Laranjeiras, que enfrenta um cambaleante Pal-meiras, pode sagrar-se ainda hoje

tetracampeão. Pódio E4 e E5

Fluminense tem pressa de virar tetra

É HOJE?!

Com muita história para contar, Olendi-na Vieira, a “dona Boneca” (foto), diz que o segredo da longevidade é peixe, leite de amapá e... cigarro. Dia a dia C6

Aos 106 anos, ela é uma lição de vitalidade

‘DONA BONECA’

Economia B2

Em busca de conhecimento longe de casa

OPORTUNIDADE

Histórias de quem sustenta a família recolhendo lixo

Dia a dia C4 e C5

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Dia a dia C3

Amazonas terá ilha de garrafas PET

FLUTUANTE

39,3 milvagas de trabalho

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Page 2: EM TEM PO - 11 de novembro de 2012

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o Ministério Público do Estado, que abriu inquérito civil com pedido de inter-venção da praia da Ponta Negra por não apresentar segurança aos banhistas.

Ministério Público do Estado

APLAUSOS VAIAS

Via cibernética As contribuições populares

chegaram ao Executivo es-tadual por meio do site da Aleam na internet, de órgãos públicos – como a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e a Defensoria Pública do Estado (DPE) – e de entidades civis – Associação de Delega-dos de Polícia do Amazonas (Adepol) e Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro.

Logo depoisA expectativa é que, após o

fi m dos trabalhos, uma ver-são atualizada da Constitui-ção estadual seja impressa e distribuída gratuitamente com versões também em cópias digitais. Inclusive ha-verá versões para o Sistema Braille, a ser produzida pela Aleam em parceria com o Senado Federal.

Todo gásPara acelerar o andamento

das tarefas, os membros que revisam a Constituição se dividiram em cinco subcomis-sões, com um parlamentar e dois juristas.

» Os capítulos e títulos da Carta Magna também foram divididos em cinco blocos, sendo cada um deles atu-alizado em sintonia com a

Constituição Federal pelas cinco subcomissões.

Vanessa cobra ObamAo destacar a reeleição do

presidente dos EUA, Barack Obama, a presidente do Gru-po Parlamentar Brasil-Cuba, senadora Vanessa Grazzio-tin (PCdoB-AM), disse, da tribuna do Senado, esperar que ele cumpra a promessa ainda da primeira campanha de fechar a prisão da base Guantánamo, “condenada pelos democratas do mundo inteiro e que, infelizmente, ainda está em funcionamen-to, mantendo centenas de homens das mais diversas nacionalidades sob tortura e sem julgamento”.

Se sobrarQuem acompanhou no

meio de semana o anúncio ofi cial da Fifa sobre os locais de realização da Copa das Confederações, em 2013, fi cou, no mínimo intrigado por dois motivos. O primeiro diz respeito ao percentu-al de assentos destinados ao grande público, limita-do pelos organizadores da competição a implacáveis 47%. É isso mesmo!

Boca no tromboneIndignados, diversos leito-

res do EM TEMPO se mani-festaram contrário à deci-são da Fifa. Mesmo porque dos 829.286 ingressos ad-quiríveis, apenas 477.441 serão comercializados no site da confederação. Le-vando-se em consideração que a média de capacidade dos seis estádios é de 63 mil lugares, cada um dos 16 jogos terá à venda média de 29.840 ingressos.

Na rapaOs outros 351.845 bilhetes

serão reservados ao Comi-tê Organizador Local, CBF, federações, confederações, afi liadas comerciais, patroci-nadores, empresas com direi-to de transmissão, imprensa em geral, entre outros.

Outra broncaO segundo motivo das di-

versas manifestações de de-saprovação das resoluções da Fifa é relativo ao valor dos ingressos.

» Os bilhetes da competi-ção internacional custarão de R$ 57, referente à categoria 4, até R$ 418, correspondente ao mais caro na fi nalíssima. Para os estrangeiros, o valor fi ca entre 60 e 220 dólares (cotação da moeda america-na fi xada em R$ 1,90).

Para a Federação Internacional de Futebol que, com uma decisão monocrática, segregou os fãs da bola com ingressos a preços exor-bitantes para a Copa das Confederações.

Fifa

Desde o mês de maio uma comissão formada por deputados estaduais e juristas res-ponsáveis pela revisão da Constituição do Estado do Amazonas já havia modifi cado, até a última sexta-feira, 9, mais de 100 artigos que tendem a se adequar às normas federais. O presidente da casa, deputado Ricardo Nicolau (PSD), informou que a população contribuiu com pelo menos 30 ideias. O fi m dos trabalhos de atualização da Carta Magna baré está previsto para a segunda quinzena de janeiro. Ainda este mês, a comissão mista terá mais duas reuniões para a entrega dos trabalhos fi nalizados das subcomissões.

Constituição com ‘pitacos’ do povo

REPRODUÇÃODIVULGAÇÃO

VALENDO

Meta será arrecadar R$ 25 mi

TELETON

Os apresentadores Silvio Santos e Eliana abriram o Teleton 2012 na noite da última sexta-feira, 9, e relembraram com muito carinho a madrinha do pro-jeto, Hebe Camargo, que morreu neste ano.

No ano em que o projeto em prol da AACD comemora seus 15 anos de existência, Silvio já estipulou a meta que gostariam de atingir para ajudar nos serviços oferecidos pela institui-ção. “A manutenção é difí-cil, principalmente para as pessoas que se relacionam com a AACD. Vamos fi car com o que já temos, e iremos precisar de R$ 25 milhões para manter o que vocês já fi zeram. Vamos mais uma vez apelar para a solidariedade de todo o país”, contou ele.

O apresentador desta-cou a importância da doa-ção do público para atingir o valor que a AACD precisa para continuar cuidando dos pacientes. “É muito mais signifi cativo os R$ 5 que você dá. Tem gente que diz: ‘Silvio Santos é muito pouco, tem empresas pe-dindo mais’. Você dá R$ 5 se puder dar, há pessoas que R$ 5 fazem falta, são essas pessoas que temos que agradecer, porque para elas é um sacrifício. Continuamos pedindo só R$ 5, não dê mais se não puder dar. Se não puder dar, vamos torcer para que a sua vida melhore e no próximo ano possa cola-borar”, declarou.

O Teleton encerra na ma-drugada de hoje.

Travesti vítima de tráfi co humano volta a Parintins

ALÍVIO

Bruno é recebido com festa por amigos e familiares no município

O incidente começou na madrugada. Suspeita de cometer o ato é uma mulher que sofre de transtornos psicológicos

Incêndio destroi três casas no bairro Praça 14

Parintins (AM) - O travesti Bruno Amaral do Carmo, 23, desembarcou na madrugada de ontem no município de Pa-rintins (a 369 quilômetros de Manaus) depois de conseguir fugir de uma quadrilha de trá-fi co humano que o mantinha em cárcere privado em uma casa em São Paulo.

No aeroporto, além de fa-miliares e amigos, o presi-dente da Associação de Gays, Lésbicas e Travestis do mu-

nicípio, Fernando Morais, re-cebeu Bruno. “Estamos todos felizes com o retorno dele”, disse Moraes.

Bruno Amaral do Carmo, que usa o nome artístico de “Bruna Valadares”, contou que passou quatro meses em São Paulo nas mãos da quadrilha. “Era um inferno, vivia trancafi ado em um cubículo e só saía à noite para trabalhar fazendo programas na rua, e ainda era espancado quando o fa-turamento não era alto, mas agora, graças a Deus, tudo fi cou pra trás”, contou.

TADEU DE SOUZA

Moradores que perderam tudo no incêndio olhavam desolados a situação das casas destruídas

DIVULGAÇÃO

Um incêndio, possi-velmente provoca-do por uma mulher em crise, aconteceu

na madrugada de ontem, no beco Tarumã bairro Praça 14, Zona Centro-Sul, e resultou em três casas queimadas, sendo duas totalmente des-truídas. O fogo começou por volta das 4h e só não alcançou maiores proporções porque o Corpo de Bombeiros foi acionado imediatamente.

“Ouvimos um estouro, e ao sairmos para verifi car o que

havia acontecido vimos duas casas sendo queimadas. Gra-ças a Deus os bombeiros che-garam logo, senão teria acon-tecido uma tragédia maior”, explicou Jaime Cordeiro.

Segundo Elizabeth Nunes, 38, que morava em uma das casas atingidas, a suspeita de ter provocado o acidente foi a irmã dela, que não teve o nome revelado, e sumiu logo após o incidente. “Ela faz tratamento porque sofre de transtorno bipolar, mas não gosta de tomar remédio. Na última sexta-feira ela estava muito agitada, pois tinha que entregar um trabalho de fa-

culdade. Tentamos interná-la, mas ela foi à polícia e disse que queríamos prendê-la à força. Eles acreditaram nela”, diz Elizabeth, lembrando que a irmã já tinha feito algo pare-cido há algum tempo. A casa da mãe delas, onde moravam outras 4 pessoas, também foi destruída pelas chamas.

Até o fechamento desta edição nenhum órgão tinha entrado em contato com as famílias, que fi caram somente com a roupa do corpo e abriga-das na casa de vizinhos. “Não sei o que vamos fazer, porque ninguém veio nos auxiliar”, diz deseperada, Elizabeth.

TADEU DE SOUZAEquipe EM TEMPO

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 A3Opinião

Editorial

A violência contras os povos indígenas só pode ser con-siderada pontual no país, porque as etnias são cada vez menores e em algumas regiões elas nem mais existem. No entanto, os crimes cometidos contra os indígenas nunca sofreram processo de continuidade. Pode-se dizer que o “assentamento” da civilização ocidental no Brasil deu-se em cima de cemitérios indígenas. E o processo está longe de parar: a perspectiva é de que não haja mais índios para atrapalhar o processo de desenvolvimento (seja o que tenha sido ou seja isso).

“É importante que esse debate feito na frente das câ-meras tenha uma confecção na prática, a qual não vem com declarações e, sim, com ações”. Com essa declara-ção que o procurador Marco Antônio Delfi no de Almeida comentou a promessa do governo federal de continuar o processo de demarcação das terras guarani-kaiowá, no Mato Grosso do Sul após acompanhar a reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana , em Brasília, na última semana. Os guarani-kaiowá receberam ordem de despejo do acampamento Puelito, que ocupam na fazenda Cambará, no Mato Grosso do Sul, desde o ano passado, mas irão permanecer no território enquanto o processo de demarcação das terras continua. “Apesar da mobilização que está ocorrendo agora, essa é uma luta que já dura praticamente um século”, declarou o procurador do Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul.

Na sexta-feira, 50 entidades assinaram um manifesto criticando a atuação da Polícia Federal (PF) no confronto com os índios da etnia munduruku, ocorrido na manhã de quarta-feira (7) na Aldeia Teles Pires, na divisa entre os Estados de Mato Grosso e do Pará. Não há dúvida de que, apesar de ter produzido uma Constituição moderna e ser signatário de importantes documentos em defesa dos direitos humanos, na prática, o Estado brasileiro tem-se comportado como um inimigo do índio. Aqui, no Amazonas, o massacre de waimiris-atroaris, durante a construção da BR-174, na década de 1970, será (espera-se que sim) investigado pela Comissão da Verdade. A questão indígena não é pontual, mas um referencial para uma mudança no modo de produção, que só mesmo mudando pode ser verde, autossustentável.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Na primeira vitória de Ba-rack Obama, um grupo de ne-gros, certamente de uma na-ção africana, acompanhava pela televisão, no aeroporto de Amsterdã, a contagem dos últimos votos.

Configurada a vitória de Obama, lágrimas corriam pelos rostos daquelas mu-lheres e homens calcinados pelo sol dos trópicos.

as lágrimas vertidas pelos negros de Amsterdã.

Amadeu Roberto Garri-

do de Paula

www.emtempo.com.br

Uma brigada de urubus aterrissa nos limites de uma reserva ambiental, na BR-174, aparentemente para beber água e prosseguir viagem: essas aves são considerados “agentes de limpeza”, pois conseguem atin-gir locais em que a limpeza dos humanos não consegue e, às vezes, nem está interessada em chegar.

Continua a política do‘índio bom, índio morto’

Um tema que é hoje objeto de grande polêmica é o do alcance e do signifi cado para a humanidade como um todo da crise que en-frentamos. O economista paulista Beluzzo a interpreta com razão não simplesmente como uma crise eco-nômica, mas como algo que afeta radicalmente a civilização, seus valores e seus ideais, que se lutou por construir no pós-guerra.

A crise significa em primeiro lugar o abandono dos sonhos de humanização que marcaram tantos movimentos e tantas lu-tas, o sonho da igualdade, da construção de uma vida social radicada na universalização de direitos e no objetivo de alcançar o bem-estar social para todos. Sua raiz está num novo indivi-dualismo que tem como base social a grande classe média que se gestou na longa prosperidade e nos processos igualitários que marcaram a época do capitalis-mo de orientação keynesiana, ou seja, aquele em que o Es-tado assumiu como sua tarefa primeira não só ser o promotor do crescimento econômico, mas o instrumento de efetivação da universalização dos diretos.

Ora, o individualismo renovado vai pôr como grande valor da vida humana a competividade: todos são convocados a serem empreendedores e a competivi-dade se encarrega de produzir o progresso e o bem-estar. Isso levou ao surgimento de milhões de empresários terceirizados e autonomizados que produziram mudanças profundas nos méto-dos de trabalho e na organização das grandes empresas. Isso sig-nifica que que a ordem interna-cional se configura a partir de ou-tros valores: a competitividade do capital financeiro e produtivo constitui seu eixo articulador

e neste novo contexto o que realmente conta é o empenho agressivo e a capacidade de liquidar os outros.

O verdadeiramente assusta-dor aqui é que a competitivi-dade não é apenas a categoria central do mundo dos negócios, mas ela se está transformando no valor cultural fundamental e enquanto tal passa a reger as diferentes relações sociais. A visão da economia e da socieda-de subjacente a esses processos defende explicitamente a tese de que a vida humana é marcada pela concorrência darwinista de tal forma que o que na vida está em jogo em última análise é a sobrevivência do mais forte.

O espetáculo que presencia-mos nas últimas décadas é o de uma ofensiva gigantesca do ca-pital frente ao trabalho efetiva-da através da flexibilização, da terceirização e da precarização. É como se o capital se vingasse das conquistas do Estado de bem-estar social, uma espécie de libertação do capital que livre da intervenção estatal consegue agora estabelecer o mercado como definidor das regras de toda a vida social. É justamente a intervenção estatal, sobretu-do sua prerrogativa fiscal, que é hoje objeto de uma crítica violenta: resiste-se a qualquer interferência no processo de di-ferenciação da riqueza, da renda e do consumo vigente no mer-cado capitalista.

Esse processo é acompanhado por uma reviravolta ética: a ética da solidariedade é substituída pela ética da eficiência o que conduz a uma radical rejeição dos programas de redistribuição de renda e assistência a grupos marginalizados. Caminhamos para a barbárie.

Manfredo A. de [email protected]

Manfredo Araújo de Oliveira

Doutor em Filosofi a e professor da

UFC. Presidente da Adital

O verda-deiramente assustador aqui é que a competiti-vidade não é apenas a categoria central do mundo dos negócios; ela se está transfor-mando no valor cultural fundamental e assim pas-sa a reger as diferentes relações sociais”.

Reestruturação progressiva

Uma cena comovente, ca-paz de desfi brar os espíritos mais insensíveis. Ao longo da refrega pela reeleição, sen-tia-se a energia potenciali-zada que brotava de Obama e de sua brava mulher e companheira, Michelle, que não pode fi car esquecida.

Nenhuma mágica modifi -cará um mundo estilhaçado. Não obstante, o homem é

um animal teimoso e per-sistente em seus propósitos construtivos, que se lança à semeadura no momento se-guinte à lavoura arrasada.

Essa é a mensagem atual do presidente reeleito, em substituição ao conhecido “yes, we can”. E esse poder de resiliência é o que diferencia e torna sublime a raça hu-mana, como sublimes foram

JOEL ROSA

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 4: EM TEM PO - 11 de novembro de 2012

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

PainelRENATA LO PRETE

A direção estadual do PSDB se recusa a assumir parte das dívidas da campanha de José Serra. A última negativa foi relativa a uma fatura de R$ 1 milhão em despesas gráfi cas. O comando paulistano da sigla também alega não ter caixa para ajudar no rateio. Já a equipe de Fer-nando Haddad ainda precisa recolher R$ 25 milhões até o dia 30 para fechar a contabilidade eleitoral no azul. Como é improvável que isso ocorra, débitos devem ser quitados pela direção nacional do PT.

Excel Responsável pelo capítulo de fi nanças da transição de Fernando Ha-ddad, a economista Úrsula Peres está incumbida de coletar nos ministérios de Dilma Rousseff dados de-talhados sobre o portfólio de programas federais que o prefeito eleito deseja im-plantar em São Paulo.

Refugiados Além da dis-puta por cargos entre corren-tes do PT, Haddad já enfrenta pressão para absorver na prefeitura paulistana “com-panheiros’’ de cidades nas quais o partido foi desaloja-do do governo, como Diade-ma, São Carlos e Suzano.

Conexão... Geraldo Al-ckmin planeja reativar o escritório de representa-ção do governo paulista em Brasília, fechado desde 2010. O tucano quer refor-çar seu estafe na capital em razão da profusão de projetos que envolvem per-da de recursos estaduais tramitando no Congresso.

...Planalto Com o mesmo objetivo, o governador re-ceberá amanhã deputados de São Paulo para café da manhã no Bandeirantes.

Rival comum Derrota-do pelo PSD, de Gilberto Kassab, em Ribeirão Preto, Duarte Nogueira tem-se apresentado como nome consensual de Alckmin e Aécio Neves para suceder Sérgio Guerra na presidên-cia nacional tucana.

Onipresença Presidente do PR, Alfredo Nascimento delegou poderes fi nancei-ros no partido a Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. E, caso seja pre-so, Valdemar será substitu-ído pelo senador Antonio Carlos Rodrigues (SP), seu aliado interno.

Hierarquia Quem acom-panha a rotina do Senado observa que Rodrigues mantém linha direta com Valdemar. “É o chefe”, diz, quando fala ao telefone com o dirigente.

Encalhou Previsto para ser lançado na terça-feira, o pro-jeto de concessão dos portos sofrerá novo adiamento. Um dos entraves é a dúvida sobre a legalidade da criação da Autoridade Portuária, cujas atribuições podem confl itar com as docas estaduais.

Paralisia O infi ndável de-bate sobre os portos na Casa Civil prejudicou o funciona-mento da menina-dos-olhos de Dilma: quatro reuniões da Câmara de Gestão, Desem-penho e Competitividade, co-mandada por Jorge Gerdau, já foram canceladas.

Cadê? Além do adiamen-to do pacote dos portos, governistas temem atraso em lote expressivo do “PAC das Concessões”. Anunciado em agosto, o Programa de Investimentos em Logística destinará R$ 133 bilhões a ro-dovias e ferrovias, mas pouco saiu do papel até agora.

Modestos Em reunião com Ideli Salvatti na semana passada, senadores do bloco PTB-PR-PSC desistiram de pedir ministério. Diseram que se contentam com cargos no segundo escalão, como diretorias da Eletronorte, ANTT e Conab. A resposta da ministra foi o silêncio.

Poker Face Causou espan-to no Planalto o inusual pri-vilégio concedido à cantora Lady Gaga, que desembarcou nas bases aéreas do Galeão (RJ), Cumbica (SP) e Canoas (RS) para seus shows no Bra-sil. A gentileza, segundo ave-riguações, foi do governador Sérgio Cabral (PMDB).

Tiroteio

Cid Gomes fala pelo PSB, não pelo PMDB. Sobre 2014, a decisão é da presidente Dilma, que conhece a lealdade de Michel Temer”

Contraponto

O senador Delcídio Amaral (PT), ex-presidente da CPI dos Correios, que originou a ação penal do mensalão, participava de reunião no PT de Mato Grosso do Sul quando recebeu um telefonema de sua fi lha caçula:— Pai, tenho uma prova de história hoje, e vai cair mensalão. O sr. pode me explicar o que foi o mensalão?Delcídio, que chegou a fi car estremecido com o PT na época do caso, mas recompôs as pontes, desconversou: — Filha, eu não sou a pessoa mais adequada para responder isso, e estou numa reunião. Sugiro que você pesquise no Google ou sintonize a TV Justiça.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DO LÍDER DO GOVERNO NO SENADO, EDUARDO BRAGA (AM), sobre o governador do Ceará dizer que a vice na chapa à reeleição de Dilma deve-ria ser do PSB.

Pendura eleitoral

Papai (não) sabe tudo

Frases

São muitos terceirizados, que acabam saindo muito mais caro do que se fossem concursados. Isso foi

algo bastante concreto que discutimos: tem que ter um concurso para a Funarte, porque se fi zermos um

concurso vamos economizar

Marta Suplicy, ministra da Cultura, na primeira visita à sede da Fundação Nacional de Artes, no Rio, sinalizou que

vai fazer a substituição de terceirizados por um quadro maior de funcionários concursados.

Deus queira que ele entenda que o presidente coor-dena, e não enfi a goela abaixo o quer que seja. Nós somos iguais, nos completamos mutuamente. Não

estamos ali para o relator colocar a matéria e sermos vaquinhas de presépio para dizer amém

Marco Aurélio Mello, ministro do STF, critica o colega Joaquim Barbosa, relator do mensalão, que assumirá a

presidência do tribunal, com a aposentadoria compulsória de Ayres Britto, dia 18.

Paulinho da Viola, fala ao “O Estado de S.Paulo” de

como se sente às vésperas de completar 70 anos, tenta es-pantar fantasmas e entender questões que parecem estar sempre no fundo da alma de

um sambista.

O palhaço adoeceu de desgosto e de fome. O dono, não sabendo o que fazer, resolveu rifar o elefante para pagar parte das dívidas. Os habi-tantes da cidade se animaram e compraram todos os números”.

Dom Luiz Soares Vieira

Aconteceu em pequena cidade de Portugal, parece que nos inícios do século passado. Apareceu por lá um circo, cujas atrações eram o palhaço, a trapezista, a mulher barbada e um elefante. Era circo pequeno que já vinha se arrastando no meio de dívidas agravadas pela falta de frequentadores. Para piorar, a mulher barbada fugiu com um rapaz sem barba e foram bater com os costados em Lisboa. A trapezista, que era esposa do dono, cansou daquela vida sem parada, pegou o trem e mudou-se para Aveiro.

O palhaço adoeceu de desgosto e de fome. O dono, não sabendo o que fazer, resolveu rifar o elefante para pagar parte das dívidas. Os habitantes da cidade se animaram e compraram todos os números. Todos queriam porque queriam ganhar o paquiderme. Chegou o dia do sorteio. Natu-ralmente alguém ganhou e fez aquela festa. Os problemas começaram a aparecer logo após a entrega do prêmio. Onde iria morar o bicho? O ganhador era bom administrador; arrumou logo um lugar no quintal de sua casa e para lá levou o elefante.

O pior surgiu quando o bicho, sem se conformar com o tamanho do quintal com-parado com as suas próprias dimensões, resolveu invadir os terrenos dos vizinhos. Como, porém, o animal era admirado pela população, tudo se acalmou. Aí surgiu a ne-cessidade de dar água e arrumar alimento para o animal. O bicho deu de enfiar sua tromba em tudo quanto era caixa d’água até deixar as casas sem o precioso líquido. Assim mesmo todos foram compreensivos. E foi além: acabou com tudo o que era verde, desde folhas até verduras.

Quem come e bebe faz digestão e po-demos imaginar o tamanho de esterco e poças deixados por bicho tão grande. A cidade começou a ficar suja e ninguém conseguia educar o elefante. Um dia o animal começou a espirrar, o que provo-cou dois problemas: o primeiro era quem o poderia curar, visto que a cidade não tinha médico nem para os moradores; o segundo era o tamanho do espirro do bicho. Com aquele nariz comprido chama-do tromba fazia voar o que estivesse na frente. A coisa passou. Para enfrentar as despesas, o proprietário resolveu usar o elefante para transportar os cidadãos de um lado para o outro.

Foi um sucesso, mas havia tantos pas-sageiros que alguns escorregavam e se machucavam. Além disso, o trânsito ficou um Deus nos acuda porque o animal não gostava de obedecer as leis e fazia o que bem entendia. Além do mais, seu tamanho e volume ocupavam toda a largura da rua. Um dia o proprietário cansou e resolveu desfazer-se do elefante. Não quis vendê-lo porque era útil à cidade e estimado pelos cidadãos. Depois de pensar um bocado, decidiu dá-lo ao cidadão escolhido pela cidade. Houve votação em nove pessoas que se apresentaram como candidatos.

O escolhido fez uma grande festa e prometeu realizar um monte de coisas em favor do elefante e da cidade. Alguns comentaram que era preciso ficar no pé do homem para ver se seriam cumpridas as promessas. Que o novo prefeito conduza bem nossa cidade!

O prefeito e o elefante,uma parábola bem atual

Tudo con-tribuiu para disseminar o pavor em todos nós, precisamen-te porque em momen-tos como esses é que se percebe a nossa fragilidade, a nossa vul-nerabilidade absoluta e a contingên-cia da exis-tência”.

Para nós, amazônicos, que não estamos acostumados, foi deveras assustadora a vio-lência com que a natureza desabou sobre a ci-dade na noite do dia 30 do último outubro.

Os ventos de grande velocidade, as descar-gas elétricas, os trovões e a chuva intensa, com efeitos devastadores sobre casas, pla-cas, árvores e tudo mais que se colocasse à frente, somados à escuridão que invadiu a cidade, tudo contribuiu para disseminar o pavor em todos nós, precisamente porque em momentos como esses é que se percebe a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade e a absoluta contingência da existência de todo e qualquer ser, inclusive dos humanos.

Dias antes já soubéramos (os meios de comunicação que têm o poder de apeque-nar cada vez mais o nosso já não tão vasto mundo nos mostraram com imediatez) do desastre ainda maior que um furacão fora capaz de produzir no hemisfério norte, mais precisamente na América do Norte.

Então, mesmo habitualmente poupada dos maiores cataclismos, a realidade acaba de nos mostrar que Manaus não é uma exceção absoluta e que também chegam até ela os estremecimentos com que a natureza cos-tuma sacudir por vezes o planeta.

Passados os primeiros momentos do susto e do perigo que, por sinal, não demoraram muito, ainda naquela noite e muito mais no dia seguinte e ainda no outro e no outro, veio a cabal demonstração da desarticulação, da inoperância e da incompetência que se generalizou no meio dos que deveriam ter assumido as responsabilidades da presta-ção dos serviços essenciais.

Primeiramente não há como acessar a prestadora para pelo menos obter uma in-formação e um prognóstico e, se por fi m consegue, vai-se perceber que a atendente sequer sabia do que acontecia e sobre o alcance da interrupção do serviço.

Muito curioso ouvir de um porta-voz a afi r-mação de que nenhuma ocorrência fora regis-trada, mas que estaria enviando uma equipe, quando se veem os cabos caídos no chão e a cidade quase toda imersa em trevas.

Depois vem a lerdeza e a complicação que não permitem, por exemplo, que uma equipe afaste uns galhos de árvore para remover uns fi os, porque isso seria da competência da prefeitura, que não estava no local e nem sincronizada com a Eletrobras.

Não houve realmente interrupção na pro-dução da energia elétrica, que continuou disponível para todas as áreas que se mantiveram ligadas ao sistema. Ou seja, o que aconteceu foi a ruptura em vários pontos da rede de distribuição e o que se necessitava era precisamente reerguer os cabos caídos e religar os transformadores desligados. Para completar esse serviço fo-ram necessários, parece, sete dias corridos e, já no décimo, uma primeira chuva, agora das comuns, bastou para de novo desligar várias áreas da cidade.

E os apagões têm-se sucedido em todo o país, justamente no governo que tripudiou, pela mesma razão, do período em que o PSDB esteve no poder.

Como o Lula tudo fez para sediar a Copa das Confederações, mais a Copa do Mundo e a Olimpíada assim será, se não fi carem às escuras os estádios.

Diligência e competência no tratar do bem social

João Bosco Araújo

Diretor executivo do Amazonas EM

TEMPO

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

um concurso para a Funarte, porque se fi zermos um

, ministra da Cultura, na primeira visita à sede da Fundação Nacional de Artes, no Rio, sinalizou que

estamos ali para o relator colocar a matéria e sermos

presidência do tribunal, com a aposentadoria compulsória

como se sente às vésperas de

Quando vamos che-gando a uma certa

idade, e no meu caso não começou agora, olhamos para trás e

começamos a rever as coisas. O chato é que nem sempre fi camos muito satisfeitos com aquilo que já vivemos, dissemos e passamos

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 A5Política

Campanha milionária e somente um foi vencedorOs nove prefeituráveis de Manaus arrecadaram no 1º turno R$ 9,9 milhões, suficiente para comprar 33 mil cestas básicas

Em um período de três meses, os nove candidatos que dis-putaram a Prefeitura

de Manaus conseguiram an-gariar R$ 9,9 milhões para serem utilizados na tentativa de convencer a população a votar em seus nomes.

Esses recursos podem até dobrar após a entrega das prestações de contas finais das campanhas do prefeito eleito, Arthur Neto (PSDB), e da senadora Vanessa Grazzio-tin (PCdoB). Eles duelaram no segundo turno e tem até o dia 27 para apresentar os informes financeiros.

Os dados são referentes ao somatório das duas parciais com a prestação de contas final das campanhas entre-gue na última terça-feira ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos candidatos.

Com os R$ 9,9 milhões arrecadados, os candidatos poderiam comprar, por exem-plo, 33.439 cestas básicas ao preço de R$ 298,22 ou 3,4 milhões de litros de leite lon-ga vida ao preço de R$ 2,90 cada, de acordo com valores do Departamento Intersindi-cal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Ao invés disso, os candida-tos investiram R$ 7,6 milhões em ações de campanha. En-tre os valores estão inclusos os gastos com produção de programas eleitorais, mate-rial publicitário como banners, faixas e placas, além de pa-

gamento de pessoal, locação de veículos e compra de com-bustíveis e lubrificantes.

O deputado federal Pauder-ney Avelino (DEM), o que mais arrecadou, num total de R$ 2,8 milhões, foi o que tam-bém mais gastou. Conforme os dados informados à Jus-tiça Eleitoral, nos três meses de campanha o parlamentar investiu R$ 2,4 milhões em ações eleitorais. Ele é seguido pelo colega de parlamento, deputado Henrique Oliveira (PR), que no mesmo período gastou R$ 860,2 mil.

“Os recursos arrecadados foram para este fim (eleições)

e até mesmo por questões le-gais não podíamos gastá-los com outras coisas. Quem re-cusaria apoio financeiro para campanha? Muitas pessoas me paravam nas ruas pedindo as coisas e era difícil dizer que, por conta da legislação elei-toral, eu não poderia ajudar. Agora, estou ajudando como deputado, sugerindo projetos, emendas e ações que vão beneficiar a população de Ma-naus”, argumentou Oliveira.

O ex-prefeito Serafim Corrêa, o deputado federal Sabino Castelo Branco e o líder do PCB, Luiz Navarro, gastaram menos de R$ 1 milhão. Jerônimo Maranhão e Herbert Amazonas infor-maram não ter gastos.

ArrecadaçãoA “lábia” para sete deles não

foi o suficiente para fazê-los passar do primeiro turno, mas foi a principal responsável pelas doações de correligio-nários e empresas.

Os principais doadores para a campanha de Pau-derney Avelino, 70%, fo-ram empresas do setor da construção civil, entre elas a Capital (de sua família) e a Unipar Construções.

Em segundo lugar no ranking está Henrique Oliveira (PR), considerado a surpresa das últimas eleições. O parlamen-tar ficou em terceiro lugar na disputa, após angariar R$ 1,2 milhões e 156,6 mil votos.

Do total de recursos arre-cadados, 40% foram doados pela Direção Nacional do PR que tem como presidente o senador amazonense Alfredo Nascimento e o restante foi obtido por meio de doações de pessoas jurídicas e físicas.

Em terceiro lugar nas arre-cadações e quarto lugar no pleito está o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB). Nos três meses de campanha, o ex-prefeito suou a camisa para arrecadar pouco mais de R$ 1 milhão. No segundo turno, ele apoiou o prefeito eleito, Arthur Neto.

CAMILA CARVALHOEquipe EM TEMPO

RECURSOSO deputado federal Sabino Castelo Branco arrecadou R$ 650,5 mil sendo a maioria dos recursos próprios. Os nanicos Jerônimo Ma-ranhão, Luiz Navarro e Herbert Amazonas con-seguiram R$ 107,4 mil

O prefeito eleito Arthur Neto e a adversária Vanes-sa Grazziotin, que disputa-ram o segundo turno das eleições, arrecadaram nos dois primeiros meses de campanha R$ 4,1 milhões.

Segundo estimativa do TSE, esse valor pode até dobrar dependendo das

informações prestadas pelos dois candidatos à Justiça Eleitoral até o dia 27 deste mês.

No mesmo período, os dois gastaram pouco mais de R$ 3,4 milhões em um duelo nas ruas, com panfletagem, ban-deiraços e guerra de cabos eleitorais. “Gastamos sim,

mas fomos para as ruas lutar junto com o povo”, argumentou Arthur Neto.

A legislação eleitoral não estabelece um limite de valores que possam ser gastos ou arrecadados, no entanto, ambos informa-ram que arrecadariam até R$ 15 milhões.

Adversários arrecadaram mais

Em mais de três meses, as ruas de Manaus foi palco de uma guerra de publicidade em favor dos nove candidatos a prefeito da cidade. Nesse embate, o tucano Arthur Neto levou a melhor

RICARDO OLIVEIRA

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

PV quer fi liar Eliana Calmon para disputa de 2014

Com a saída da ex-presi-denciável Marina Silva e o crescimento do PV nas elei-ções municipais, a cúpula do partido cogita convidar a mi-nistra Eliana Calmon (STJ) a se fi liar aos verdes e disputar a Presidência da República em 2014. Calmon ganhou fama de heroína do combate à cor-rupção e impunidade durante sua gestão à frente da corre-gedoria do Conselho Nacional de Justiça, quando enfrentou “bandidos de toga”.

Clamor socialEm pesquisas eleitorais,

o PV identificou que a luta contra a corrupção é de-manda crescente no elei-torado brasileiro.

Opção internaTambém é cotado para dis-

putar a Presidência pelo PV o ex-deputado e jornalista Fer-nando Gabeira (RJ), membro-fundador do partido.

Sem forçaO Partido Verde também

planeja esforço concentrado em 2014 para aumentar a bancada federal, que hoje tem apenas dez parlamentares.

ArticulaçõesO PSC se reunirá nos próxi-

mos dias 24 e 25 em congres-so em Salvador para discutir cenário político e as articula-ções para 2014.

Minoritários, ‘rebeldes’ do PMDB resistem a Re-nan

Após reunião na residência do senador Jarbas Vasconce-los (PE), um grupo de dissi-dentes do PMDB, minoritário na bancada, tentará fazer o senador Renan Calheiros (AL) sair da disputa pela presidên-cia do Senado. Eles alegam

que há “inconveniências” de Renan. Jarbas garante que a iniciativa não constitui qual-quer tipo de retaliação ou veto: “A disputa neste mo-mento pode trazer transtor-nos ao partido”, diz.

Agenda positivaPara Ricardo Ferraço (ES), é

uma questão de “resgatar o prestígio que o Senado vem perdendo. O candidato preci-sa ter base numa agenda”.

O preferidoApesar da resistência dos

“rebeldes”, Renan Calheiros tem o apoio da presidente Dilma e da maioria da ban-cada para suceder a José Sarney.

Apoiado por DilmaSegundo a praxe, o partido

de maior bancada ganha o direito de indicar o presi-dente do Senado. O PMDB tem o maior número de se-nadores.

Em campanhaDe olho no comando do

PDT, que hoje está nas mãos de Carlos Lupi, o ministro Brizola Neto (Trabalho) pla-neja visitar o Congresso a cada 15 dias. Quer despa-char diretamente com os deputados do partido.

Furacão de voltaFuracão da CPMI do Ca-

choeira, a ex-funcionária do Senado Denise Rocha apa-receu com estilo na festa do Congresso em Foco. Desta vez, após posar para Play-boy, estava acompanhada até de assessora.

Alô, alôO Ministério da Justiça se

orgulha de “nunca” ter apre-endido celular nos presídios federais de segurança máxi-ma. Desconfi a da efi cácia dos bloqueadores e “tecnologia e

recursos humanos” barram os celulares.

A grande marchaO governo Dilma pode-

ria mudar os nomes com ranço stalinista e maoísta dos planos, que todos sa-bem como começam e nunca quando terminam. Já basta o “acaciano” slogan “País sem miséria é país rico”.

É com ele?O deputado Fernando Fer-

ro (PT-PE) acusou Alagoas e Maranhão dos “piores da-dos do analfabetismo, ver-gonha que revela as elites que as governaram”. Ainda bem que o aliado Sarney é senador do Amapá.

PrevençãoO prefeito eleito de Curi-

tiba, Gustavo Fruet (PDT), já começou o périplo na Espla-nada em busca de ajuda para evitar desastres no período das chuvas. Em outubro, uma chuva de granizo deixou 40 mil sem energia.

Armário embutidoO maluquete Evo Morales,

presidente da Bolívia, justifi -cou seu patrimônio de US$ 388 mil com os “presentes” que recebe da população, diz a agência Efe. Investigado pela Procuradoria, diz que só as “dezenas” de ponchos ar-tesanais chegam a US$ 100 mil.

Sobrou pro NelsonDo senador Ricardo Ferraço

(PMDB-ES) sobre a obrigato-riedade de decisão unânime no Confaz: “Até paralelepípedos de Nelson Rodrigues sabem que a unanimidade é burra. Isso é da época da ditadura”.

Pai da aviaçãoDe Plano em Plano, o Bra-

sil ainda acaba inventando o “ah!eroplano”.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

...o presidente do Supremo coordena e não enfi a goela abaixo”

MINISTRO MARCO AURÉLIO dizendo pedir a Deus para que Joaquim Barbosa entenda isso

PODER SEM PUDOR

Medo de aviãoIsrael Pinheiro era presidente da Cia Vale

do Rio Doce e tentava convencer um en-genheiro americano, recém contratado, a embarcar num pequeno avião para uma jazida pertencente à empresa. O americano morria de medo de avião, mas Israel garantiu que o bimotor era seguríssimo. Quando chegaram no aeroporto Santos Dumont, o americano entrou em pânico: o aviãozinho era um minúsculo monomotor.

- O sr. me disse que era um bimotor... – queixou-se o gringo.- Pois é, são dois motores. Um fi ca no avião e outro na revisão.

Anistias sem revisão no TCUO Tribunal de Contas da

União (TCU) decidiu que não vai revisar indeniza-ções concedidas a anis-tiados políticos que foram perseguidos entre 1946 e 1988 no Brasil.

De acordo com o Ministé-rio da Justiça, o TCU havia equiparado as reparações econômicas dos anistiados políticos a pagamentos previdenciários e, nesse caso, o tribunal teria com-petência para registro de revisão dos valores.

Porém, segundo o Mi-nistério da Justiça, a lei 10.559/02 instituiu regi-me próprio de natureza jurídica indenizatória, e não previdenciária, para os anistiados políticos. Por meio dessa lei, o Congresso Nacional deu ao Ministério da Justiça a competência para conceder anistia po-lítica a todos que foram atingidos por atos de ex-ceção durante o período da ditadura e de reparar moral e economicamente os da-

nos causados pela ação ou omissão cometida pelos seus agente públicos.

Em 2010, a Advocacia-Geral da União e a Comissão de Anistia entraram com pedido para que o TCU re-visasse essa competência. Os órgãos argumentaram que, para as vítimas, seria inoportuno e injustifi cável o Estado usar um novo procedimento de registro e de revisão das decisões proferidas, diferente dos constantes na lei.

INDENIZAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Desembargadores do Tribunal Regional de São Paulo mantêm sentença de primeiro grau

Por votação unânime, os juízes entenderam que houve divulgação de publicidade institucional em período vedado

TRE-SP mantém cassação de candidato a prefeito

Na última quinta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral de São Pau-lo (TRE-SP) manteve,

a sentença de primeiro grau que cassou o registro do can-didato a prefeito do município de São José do Rio Pardo, João Luís Soares da Cunha (PMDB), e de seu vice, Antonio Marcos Zanetti (PSD). Por votação unâ-nime, os juízes entenderam que houve divulgação de publici-dade institucional em período vedado pela legislação.

Segundo o julgamento, fo-ram divulgados atos e obras do governo municipal por meio de dois sites da prefeitura com mensagens que enalteciam Cunha, prefeito e candidato à

reeleição, e induziam o eleitor a concluir que sua condição de bom gestor o tornaria mais apto ao exercício do cargo.

A corte paulista entendeu que a participação de Cunha nas matérias veiculadas in-dica sua responsabilidade sobre a divulgação da propa-ganda institucional nos três meses anteriores ao pleito. Os juízes afastaram a alega-ção da defesa de que o pre-feito não tinha conhecimento das publicidades.

Cunha e Zanetti concorreram na condição de cassados com recurso e não tiveram seus votos computados pela Justi-ça Eleitoral, aparecendo com votos zerados na divulgação

dos resultados. A situação dos candida-

tos foi mantida no Tribunal Regional paulista. Caso seja alterada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seus votos serão aproveitados.

Maior votaçãoCom 8.581 votos, Cunha teve

a maior votação no município. O prefeito eleito, Santurbano (PSDB), teve 8.255 votos.

A cidade de São José do Rio Pardo, com 41.286 elei-tores aptos, está localizada na região leste do Estado. Os candidatos concorreram pela coligação “O futuro é agora” (PRB/PDT/PMDB/PSC/PR/PV/PSD).

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 A7Política

O Eduardo Braga tentou herdar isso, mas ele sem a máquina do Estado é um pau podre. Ele não tem a mesma força quando está no governo. A prova disso foi o resultado das eleições, onde o partido de Omar Aziz, que está no poder estadual fez o maior número de prefeitos no interior, enquanto Eduardo só conseguiu em-placar um vereador na Câmara Muni-cipal de Manaus (CMM). Ele precisa se renovar”

As campanhas se tornaram mais dinâmicas. Com o acesso à inter-net tivemos maior participação da juventude. Muitas notícias que não saíram na grande impressa, eram veiculados nas redes sociais. Prova desse crescimento midiático foi que todos os candida-tos estavam na mídia eletrônica”

Antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos é um dos intelec-

tuais mais destacados do Estado. De opiniões fortes e ideias abertas, é reconhecido por se envolver em ações emblemáticas, como o mo-vimento S.O.S Encontro das Águas, a defesa do sítio arqueológico das Lajes e o projeto Jaraqui.

Membro do Núcleo de Cultura Política da Ufam, Ademir é en-fático quando fala em política. “Não somos mais um Estado onde impera o voto de cabresto”. Du-rante entrevista ao EM TEMPO, o antropólogo falou sobre o processo eleitoral de 2012, da participação dos evangélicos no meio político, e da decadência das figuras patriar-cais na política baré.

“Manaus se tornou um Estado de nicho eleitoral, e não tivemos uma eleição provinciana, como afirma-ram alguns políticos. O que tivemos foram muitos candidatos dando tiro no próprio pé”, ressalta.

EM TEMPO - No dia da vota-ção, costuma-se vender a ideia de festa da democracia. Na sua avaliação qual a real importân-cia dessa data?

Ademir Ramos – Esse momento é muito importante para a nação sim. A eleição é feita para proteger a soberania do povo, e passada a eleição é valido destacar a im-portância desse ato. Vivemos a repactuação dos objetivos de uma nação, quando o cidadão vota, ele segue determinadas propostas po-líticas que estão sendo discutidas. A eleição no processo da democracia é fundamental. A política é mar-cada por paixão, e esse momento que passamos agora foi o de re-ordenamento das forças políticas brasileiras, e temos isso por meio do partido político. Atualmente te-mos duas forças políticas no país, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e outras duas siglas que também se saíram muito bem neste pleito, o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido So-cialista Brasileiro (PSB).

EM TEMPO - Convencionou-

se, nas últimas eleições, po-larizar o pleito como se esti-vesse acontecendo uma guerra na cidade. Como observador da política, como avalia essas atitudes?

AR – Temos dois momentos: o primeiro e o segundo turno. No primeiro turno a agitação foi maior, porque eram vários candidatos na

disputada de dois cargos – prefeito e vereador – já no segundo turno, as forças de concentraram em apenas dois candidatos. Aqui no Amazonas tivemos grandes nomes na disputa ao cargo majoritário. Como a polí-tica é envolvida em paixão, nesse contexto usa-se uma estrutura de guerra e poder, e trabalhamos com essas estratégias. Às vezes é preci-so atacar, recuar, fingir-se de morto para sair vitorioso. Este ano tive-mos candidatos que deram o tiro no próprio pé. E tudo isso faz parte do jogo. O quadro que apresentamos este ano foi a vitória esmagadora de Arthur Neto, a derrota política de Eduardo Braga, a afirmação da inteligência de Amazonino Mendes e a participação efetiva de uma articulação montada pelo gover-nador Omar Aziz.

EM TEMPO - O uso da inter-net e das redes sociais como ferramenta na campanha pelo TSE, há dois anos, trouxe algum benefício para o processo? É uma ferramenta válida?

AR – Sim, e essa ferramenta está cada vez mais ganhando espaço. As campanhas se tornaram mais dinâmicas. Com o acesso à inter-net tivemos maior participação da juventude. Muitas notícias que não saíram na grande impressa, eram veiculados nas redes sociais. Prova desse crescimento midiático foi que todos os candidatos estavam na mídia eletrônica. Porém, é im-portante que haja regulamentação do uso dessa ferramenta para não ocorrer o que tivemos no último dia 27, quando um hacker alterou um site de notícias e divulgou a morte do prefeito de Manaus, causando um grande desconforto à sociedade.

EM TEMPO - Vimos nesta cam-panha eleitoral a intransigência de líderes evangélicos no pleito na garantia do voto de seus “re-banhos”. Qual a sua avaliação sobre isso?

AR – Isso é uma característi-ca da América Latina que ainda é muito rural. Em Brasília temos uma bancada evangélica formada por deputados que atuam na área dos evangélicos. O que precisamos é saber fazer o diferencial, temos casos de pastores que não estão na igreja apenas para ampliar suas almas, e sim para conquistar re-cursos para ampliar o patrimônio de suas riquezas. Porém, este ano, pudemos perceber de forma clara que o voto não foi de “cabresto”. Os próprios evangélicos votaram de acordo com a sua consciência e isso resultou na vitória de Arthur (Neto), apesar de todos os esforços da candidata adversária.

EM TEMPO – O senhor acredi-ta que se a disputa fosse entre Arthur Neto e a deputada fede-ral Rebecca Garcia esse quadro seria diferente?

AR – É tudo hipótese, e isso é complicado de se avaliar. Primeiro, que ela não viria com a benção do Eduardo (Braga), e não sabemos se isso seria bom ou ruim. Só se conhece o jogo jogando, portanto, prefiro não levantar afirmativas.

EM TEMPO - A história política da cidade durante muitos anos foi centrada em figuras patriar-cais, como Gilberto Mestrinho e Amazonino Mendes. Há uma inexistência de novas lideran-ças nesse ramo na cidade?

AR – Os contextos mudam. Gilberto Mestrinho, Plínio Coêlho e Amazoni-no Mendes se firmaram em oligar-quias, e, principalmente, no voto do interior, que está vinculado ao voto do “cabresto”. Mas esse quadro está mudando. O Eduardo Braga tentou herdar isso, mas ele sem a máquina do Estado é um pau podre. Ele não tem a mesma força quando está no governo. A prova disso foi o resultado das eleições, onde o partido de Omar Aziz, que está no poder estadual, fez o maior número de prefeitos no in-terior, enquanto Braga só conseguiu emplacar um vereador na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Ele pre-cisa se renovar. Poucos políticos te-rão a mesma força de Amazonino, Gilberto e principalmente Jefferson Péres, que segundo pesquisas foi o maior político local de todos os tempos.

EM TEMPO - Como o senhor analisa essa súbita importân-cia que Manaus passou a ter, nesses quase quatro meses de campanha, para líderes de ou-tros Estados que vieram pedir votos para seus apoiados?

AR – Estamos em mudança no cenário nacional e o epicentro po-lítico está se voltando para o Ama-zonas. A derrota de José Serra em São Paulo descola a força motriz do PSDB para Minas Gerais com Aécio Neves, por isso foi importante a presença dele em Manaus em apoio à candidatura de Arthur no segundo turno. Tudo isso demons-tra uma articulação para 2014. Lula e a presidente Dilma Rousseff (PT) também demarcaram espaço. Estamos formando duas forças po-líticas em disputa aqui, a de Arthur, com base em Minas e o apoio do PSDB, e a de Omar, que passa por São Paulo e Brasília, com a maior bancada política. Por isso, dizer que a eleição do Amazonas foi provinciana é não entender de política, ou querer reduzir o elei-torado local a um curral.

Ademir RAMOS

‘Essa eleição NÃO FOI provinciana’

A política é marcada por paixão, e esse mo-mento que passamos agora foi o de reorde-namento das forças políticas brasileiras, e temos isso por meio do partido político. Atual-mente temos duas for-ças políticas no país, o PT e o PSDB, e outras duas siglas que tam-bém se saíram muito bem neste pleito, o PSD e o PSB”

FOTOS: JOEL ROSA

ISABELA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

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EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 (92) 3090-1045

Economia B4 e B5

Produção de tambaqui em alta no Careiro

DIVULGAÇÃO

Despesas do fi nal de ano podem ‘furar’ orçamentoConsumidores chegam a comprometer quase 80% do orçamento com as despesas. Especialistas alertam sobre exageros

Fim de ano é época de festas e compra de presentes e, para alguns consumidores,

também é o momento de pe-gar o lápis e fazer contas para “encaixar” os gastos no orça-mento, e evitar entrar o pró-ximo ano no “vermelho”. Isto porque, além das despesas

típicas do período natalino, famí-

lias ama-z o n e n s e s chegam a comprome-ter 80% da

renda mensal com gastos esco-

lares, renovação do guarda-roupa e até mesmo reforma da casa, entre outros.

A gerente de negócios, Luiza Helena Souza, 37, botou os números no papel e chegou à conclusão que vai precisar desembolsar em torno de R$ 5,6 mil para cobrir os gastos que planeja para a família. Só com a reforma da casa onde mora, na Zona Centro-Oeste, os custos previstos são de R$ 2 mil, mesmo valor que preci-sará para cobrir as despesas com a matrícula e o material escolar da fi lha de 3 anos.

Já com a renovação do guar-da-roupa e com as festas de Natal e Réveillon, os gastos, juntos, somam R$ 1 mil. E para não se apertar com as despesas, Luíza e o marido economizaram desde o início deste semestre. Já para ban-car os R$ 650 que pretende gastar com presentes para o restante da família, ela plane-ja usar o 13º salário.

Mesmo com as despesas previstas representando em torno de 80% da renda fami-liar mensal, a gerente garante que os gastos foram plane-jados e não vão estourar o orçamento. “Sou muito cons-ciente com os ganhos e gastos familiares. Ao contrário da maioria de minhas amigas, não sou consumista. Procuro comprar tudo que quero a vista e claro, aproveito as boas pro-moções de fi nal de ano. Evito usar o cartão de crédito, assim não entro nos juros e, desta forma, o orçamento sempre fi ca enxuto”, enfatiza.

Planejar também sido a pa-lavra de ordem da secretária Milcah Cortez, 52. Mesmo com o orçamento baixo, ela já de-fi niu as prioridades para os próximos meses.

Desde o último mês de julho, a secretária guarda parte da renda mensal da família, de R$ 4 mil, para não ficar “sufocada” com os gastos de final de ano. Com a ceia, os presentes de Natal e a festa do Réveillon, ela es-tima que irá desembolsar em torno de R$ 1,2 mil, dinhei-ro que virá das economias guardadas neste semestre. “Presentes só mesmo para os afi lhados”, conta.

Já o valor do 13º salário tem destino certo: a reforma da casa situada, no Centro, que vai ganhar mais um andar. Segundo Milcah Cortez, a re-forma da residência é uma das principais prioridades. “Vou pegar o dinheiro extra que vai entrar para ajeitar a casa, em janeiro do próximo ano e, por este motivo, não quero começar, 2013, com dívidas”, frisa a secretária.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Na avaliação de especialistas, antes

de começar a gastar, o consumidor precisa ter

em mente que as despesas de fi nal de ano devem ser planejadas. Segundo eles, o ideal é que esse pla-nejamento seja feito com antecedência.

O primeiro passo é ava-liar, que além dos gas-

tos extras, a pessoa terá os gastos comuns, aque-les mantidos ao longo do ano,

com luz, água, alimentação, transporte e moradia, entre outros. O economista Gue-bryan Rezende alerta que o 13º salário não deve ser usado na reforma da casa em dezembro, uma vez que, no último mês do ano, a mão de obra da construção fi ca mais cara.

Segundo ele, se a pessoa não conseguiu economizar durante o ano, ela deve postergar a reforma para janeiro, quando os custos com a construção tendem a

cair. “Neste caso, o 13º salário pode

ser usado para fazer a reforma,

como também pode ser utilizado para pagar

gastos com matrícula ou material escolar, que são cobrados com descontos nesta época”, orienta.

Quanto aos presentes, o especialista salienta que é preciso impor um limite de pessoas que vai ganhar o mimo natalino e também no valor das lembranças. “É preciso ter controle e programar as despesas”,

explica o especialista.

Planejar é fundamental

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Qua

lifi ca

ção ‘made in’ exterior

Profi ssionais locais estão cada vez mais buscando experiências profi ssionais fora do país. Europa e Ásia estão entre os mais procurados

Qua

lificação made in’ exterior

Profi ssionais locais estão cada vez mais buscando experiências profi ssionais fora do país. Europa e Ásia estão profi ssionais fora do país. Europa e Ásia estão profi ssionais fora do

entre os mais procurados

Enquanto milhares de pessoas desembar-cam no Estado em busca de oportunida-

des de empregos, amazonen-ses fazem o caminho inverso. Para adquirir experiência fora do país, trabalhadores locais optam pelo intercâmbio pro-fi ssional, a fi m de incrementar os seus currículos com ativida-des em outros países, princi-palmente os da Europa.

Disposto a sair do Brasil para dar uma guinada na carreira, o gestor educacio-nal da empresa Descarte Cor-reto, Edynaldo Bittar atuou em países como a Romênia e Rússia e planeja retornar à Europa para adquirir novas experiências. “A primeira vez que fi z o intercâmbio pro-fi ssional tinha como objetivo aperfeiçoar o meu inglês e foi o que ocorreu na Rússia, onde trabalhei como professor de inglês”, disse o gestor, que cursa licenciatura em geogra-fi a na Universidade Federal no Amazonas (Ufam).

Bittar informou que a pri-meira experiência fora do país ocorreu entre janeiro e março de 2011, o que ocasionou no upgrade no domínio da língua estrangeira por meio das au-las que ministrava como pro-fessor voluntário no período em que esteve na Rússia. “Foi algo engrandecedor e posso garantir que essa atividade é um diferencial a mais no meu currículo”, garantiu.

Já na segunda vez que foi para a Europa, o gestor edu-cacional optou pela Romênia para prestar seus serviços entre janeiro e abril deste ano. “Dessa vez eu já atuei ministrando palestras sobre multiculturalismo, o que trou-xe benefícios para aperfeiçoar o cargo que eu ocupo atual-mente na Descarte Correto”, relatou Bittar.

“Como trabalho também divulgando a importância do

acesso à informática, as palestras de multiculturalis-mo na Romênia me ajudaram a entender melhor o meio em que as pessoas vivem, e pude aplicar isso nas atividades que exerço atualmente”, as-sinalou o gestor educacional, que planeja o terceiro inter-câmbio profi ssional.

O professor de idioma, Gil-berto Oliveira, que já morou nos Estados Unidos onde cur-sou faculdade de ciência com-portamental, traçou os planos para o intercâmbio profi ssional que pretende fazer no fi nal deste ano. “Vou passar três meses na Rússia e um mês e meio na Hungria lecionando inglês na busca de ganhar mais experiência e aprender novas culturas”, destacou.

Oliveira disse que está oti-mista com o período em que vai trabalhar fora do país e pretende levar as experiên-cias como professor adquiri-da em Manaus para as aulas que ministrará nos países eu-ropeus. “Além disso, também pretendo aprender durante o período em que ficarei fora para trazer na bagagem a experiência adquirida lá como profissional”, relatou o professor.

Momento propícioMesmo diante das adver-

sidades econômicas enfren-tadas em diversos países estrangeiros, a Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais (Aiesec) garante

que o momento é propício para quem quer adquirir experiências profi s-sionais fora do país, porém os interessados devem saber onde procurar as oportuni-dades. “Aquele mercados dos sonhos tradicionais, como Eu-ropa, America do Norte, não estão mais contratando. Mas em compensação, os países em desenvolvimento como a Rússia, Índia e China estão com o mercado aquecido e com muitas oportunidades”, garantiu o presidente da Aisec em Manaus, Rafael Moreira.

O dirigente informou que demanda pelo intercâmbio profi ssional tem crescido ano após ano no Amazonas mesmo com o mercado in-terno aquecido com oferta de vagas de emprego. “Acredita-mos que o motivo principal, é buscar um diferencial na experiência profi ssional, um “algo a mais” e a prova disso é que passamos por muitas se-leções este ano, com muitos candidatos”, pontuou o exe-cutivo, ao salientar que neste ano a Aiesec deve intermediar o intercâmbio profi ssional de 37 amazonenses.

Países mais procurados Sobre os países que mais

despertam o interesse dos amazonenses no que diz respeito o mercado de tra-balho estrangeiro, a Aiesec informou que, inicialmente, a Europa, America do Nor-te, Austrália e Oceania estão entre os mais procurados. “Depois de conversas e pes-quisas, as pessoas geralmente se identifi cam com países na África, leste europeu, Ásia e na própria América Latina”, observou Moreira.

Em relação ao tempo do intercâmbio, o presidente frisou que o período varia de seis semanas a um ano. “A maior parte dos nossos intercâmbios é de forma vo-luntária”, ressaltou.

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

INVESTIMENTOApesar das adversida-des econômicas en-frentadas por diversos países, o momento é propício para quem quer adquirir experiên-cias profi ssionais em outros países, é o que garante a Aiesec

Em seu segundo intercâmbio profi ssional, Gilberto pretende aperfeiçoar seu inglês na Rússia

Edynaldo foi buscar na Romênia e na Rússia experiências para aplicar na empresa que trabalha

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Figura do fiador começa a‘sair de cena’ em ManausAo perder espaço para o depósito adiantado, a exigência do fiador está menor no mercado imobiliário da capital amazonense

Tormento de quem quer alugar um imóvel, a figura do fiador pode estar com os dias con-

tados em Manaus. A exigência do mercado imobiliário por alguém que possa bancar os gastos, caso o inquilino não honre com os compromissos firmados no contrato de loca-ção perde espaço na capital para a caução em dinheiro, ou seja, o depósito adiantado de até três meses do aluguel.

Adotada geralmente como um plano B, a caução tem deixado de ser uma opção secundária e tornou-se prin-cipal exigência de imobiliárias e proprietários na hora de fechar um negócio.

De acordo com o proprietá-rio da imobiliária Kizem, Mar-celo Kizem, o fiador é exigido em apenas 30% das tran-sações feitas pela empresa como garantia para o negócio ser fechado. “A figura do fiador está desgastada. Aceitar fia-dor sem crédito é como trocar seis por meia dúzia. A caução oferece maior segurança para o negócio”, afirma.

O gerente comercial, Mes-sias Magalhães, desembol-sou R$ 1,2 mil adiantado para alugar a casa, onde mora há

três meses com a esposa e a filha, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste. Apesar de ter comprometido quase 17% da renda mensal da famí-lia no primeiro mês de aluguel, ele considera que fez um bom negócio. “Não chegou a pesar no orçamento. A caução foi a melhor opção, pois supriu minha necessidade, uma vez que eu iria ter dificuldades

para achar um fiador”, frisa, ao ressaltar que deixou de alugar outros imóveis por-que uma das exigências era apresentar um fiador para poder sacramentar a transa-ção imobiliária.

Além do inquilino que não tem fiador, a caução é con-siderada como uma prática vantajosa também para do-nos de imóveis na capital. A empresária Sandra Gomes,

41, possui alguns pontos co-merciais em um bairro nobre, na Zona Centro-Sul da cidade. Todos foram alugados depois que os interessados pagaram adiantado pelo valor do alu-guel dos estabelecimentos. “É uma prática segura, pois receberemos antecipados por possíveis prejuízos com o imó-vel”, comenta.

É preciso ter cuidadosO inquilino que aceitar pagar

a caução em dinheiro precisa tomar alguns cuidados na hora de fechar negócio. A dica mais importante, segundo os espe-cialistas, é não comprometer mais de 40% da renda fami-liar para pagar as prestações adiantadas. “A pessoa deve ter em mente que vai ter outros gastos. Portanto, é ne-cessário planejar direito para não apertar o orçamento”, explica o diretor da C&Castro Imóveis, Jorge Ayub.

Segundo ele, 80% dos contratos de aluguel de sua imobiliária são fechados mediante o pagamento de caução. “Embora considere o fiador como a melhor prática, a maioria dos acordos de alu-guel é por caução, devido ao fato de as pessoas, principal-mente, as de fora do Estado, possuírem dificuldades para encontrar um fiador”, conta.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

INOVAÇÃOAdotado geralmente como um plano B, a caução tem deixado de ser uma opção secundária e tornou-se principal exigência de imobiliárias e pro-prietários na hora de fechar negócios

DIEGO JANATÃ

Bastante comum em ca-pitais do Sul e Sudeste do país, a cobrança do seguro-fiança é uma prá-tica que está longe de ser corriqueira em Manaus.

Conforme especialis-tas da área imobiliária, a modalidade praticamente não é aplicada na hora de alugar um imóvel. “O segu-ro-fiança é geralmente, a terceira opção do merca-do local”, afirma o diretor

do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Amazonas e Roraima (Creci AM-RR), Paulo Júnior.

Ele destaca que, apesar da perda de espaço, a figu-ra do fiador continua sendo uma importante exigência dos proprietários de imóveis na capital. Segundo o diretor do Creci, em 90% dos casos, o locatário consegue encon-trar um fiador. “Na maioria das situações, quem aluga

vem de fora a trabalho e a própria empresa acaba sendo a fiadora do negócio”, explica Paulo Júnior.

Segundo o corretor Gil-ton Solart, o seguro-fiança tem o objetivo de indenizar o locador caso o locatário não pague as prestações do imóvel alugado. “O se-guro-fiança não empla-cou em Manaus por uma questão cultural”, frisa o especialista.

Seguro-fiança é terceira opção

Mercado imobiliário tem se utilizado de cauções para garantir o fechamento de contratos

REPRODUÇÃO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 B5

Um debate acalorado nesta sema-na, entre deputados da situação, na Assembleia Legislativa do Estado, a propósito das dificuldades crescentes do Amazonas em lutar pela manutenção de suas vantagens comparativas no tabuleiro federal da guerra fiscal que vai afetar a socioeconomia local, levou o cidadão comum a prestar atenção no fenômeno. O espanto é de quem está desacostumado com a priorização de questões, assim essenciais, na pauta parlamentar. Um dos deputados, cha-mado de infantil por seu colega, pela utopia de propor o Plano B, denunciava a fragilidade (eufemismo provável para dizer da omissão e respectivo desprepa-ro) da bancada federal e a necessidade urgente de elaboração de um plano alternativo para o modelo Zona Franca de Manaus. Nada mais lúcido, nem, a seguir, decepcionante.

O bate-boca, entretanto, dizia respeito à disputa entre os grupos interessados em tomar de assalto a mesa diretora do Poder Legislativo, onde sobram van-tagens e benefícios e se amplia o arco de mando e favor. Uma relação custo x benefício constrangedora para explicar. Os parlamentares, a rigor, porfiavam pela simpatia do Executivo para lhes abençoar a pretensão em torno da mesa abençoada. E nesse vai-e-vem da procu-ra de se dar bem, vale até trazer à tona a discussão sistematicamente protelada do modelo de isenção fiscal sem suce-dâneo. Foi oportunista e fortuita, pois, aventar a preparação dos mecanismos de emancipação das regalias fiscais, como Acre, Rondônia e Roraima, pra citar três vizinhos criativos, tem feito. No máximo, o comodismo político admite uma alíquota bem tímida e incapaz de exigir maiores empenhos e dedicação pra alterar o status quo.

Não há consenso em relação à unifi-cação das tarifas – como pretendem as

autoridades do setor e o bom senso - no próprio interior da equipe de governo estadual. Do ponto de vista do interesse nacional, a medida é urgente e inteligen-te. O titular da Fazenda estadual rebate o alarmismo de alguns, enquanto o maior especialista na matéria, ora segurando o timão da Suframa, argumenta que a unificação pode ajudar no esvaziamento dos polos como já está acontecendo, a despeito das vantagens atuais. Tudo isso revela, porém, uma crônica preguiça em encarar o debate, que se agrava na extrema e coletiva dificuldade em planejar e ensaiar uma saída coerente com a vocação regional de negócios, focados principalmente na inovação e prospecção da biotecnologia.

Há três meses o Polo Industrial de Manaus anda fazendo água. O índice acumulado para os nove primeiros me-ses de 2012, especialmente no setor de telefonia celular, televisores e de duas rodas, assinalou recuo de 7,0% frente a igual período do ano anterior, com taxas negativas, já que nove das onze ativida-des pesquisadas apontaram queda na produção. Falta logística pra aumentar a competitividade local, mas alguns parla-mentares fazem do problema uma opor-tunidade de negócios, não uma solução para os negócios da economia regional. Saídos de uma eleição que desfoca por meses a fio o debate do interesse público, os parlamentares estão empenhados, agora, em mesas diretoras e sedutoras, a barganha e a derrubação que aí se encerram como prioridade esse ncial. O Estado acaba de vencer mais uma no tapetão da disputa por suas vantagens fiscais, e protela,ao que tudo indica, o enfrentamento dos desafios e gargalos que põem em jogo sua sustentabilidade e manutenção. Até quando a justiça vai entender como procedente o privilégio de quem pouco ou quase nada está fazendo por merecê-los?

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Há três me-ses o Polo Industrial de Manaus anda fazen-do água. O índice acu-mulado para os nove pri-meiros me-ses de 2012 foi de recuo na produção de 7 %, em relação a 2011

A alíquota da omissão

Grande parte da produção do tambaqui-curumim será adquirida pela Conab a R$ 3,90, o quilo

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Careiro desponta na

Perto de atingir a produção de 15 mil toneladas de pescado neste ano, município tem se tornado referência

produção de tambaquis

A atenção destinada à aquicultura e pisci-cultura no Amazonas surte efeito no Carei-

ro da Várzea (distante a 25 quilômetros de Manaus). Neste ano, a produção de tambaqui-curumim, criado em viveiros na cidade, deve atingir 15 tonela-das, volume 87,5% superior ao registrado em 2011. O cresci-mento beneficiará 87 famílias, segundo a Agência de Desenvol-vimento do Amazonas (ADS)

De acordo com o presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, o avanço na produção se deu por conta dos esforços dos governos em promover a ati-vidades no Estado. “Além dis-so, os produtores estão mais organizados, e desenvolveram um projeto para produzir pes-cado criado em viveiros ainda em 2010”, disse.

Ainda segundo Cavalcante, a produção deverá ganhar fôlego neste último bimestre de 2012 “Com o período da despesca, que ganhou força no mês de ou-

tubro, o município já produziu sete toneladas até a primeira semana deste mês.

Porém a quantidade não deve parar por aí, pois neste último bimestre deverão ser produzidas mais 8 toneladas do pescado, o que somará 15 toneladas neste ano”, salien-

tou o dirigente.O presidente afirmou que a

produção tem destino certo. “Grande parte do pescado será adquirido pela Companhia Na-cional de Abastecimento (Co-nab) para o programa “Mesa Brasil”, que compra o quilo do peixe por R$ 3,90”, disse.

OrganizaçãoA criação de tambaqui-curu-

mim no Careiro foi iniciada há dois anos, quando pescadores do município se reuniram em associações e cooperativas na tentativa de alavancar a cria-ção de pescado em território local. Entre as comunidades do município que já colhem os “louros” da organização do setor está à comunidade de Botafogo, que já iniciou a des-pesca de três mil toneladas de tambaqui-curumim.

Para a ADS, a atividade no careiro da Várzea é o resulta-do de um dos principais eixos do Amazonas Rural, programa que visa o desenvolvimento do setor pesqueiro com a con-solidação de cinco polos de aquicultura no Estado.

“Com isso, a meta é sair das atuais 15 mil toneladas de pes-cado por ano para 100 mil, se tornando uma referência na produção de peixe em cativeiro”, relatou Cavalcante, ao pontuar que a atividade é fonte de renda para milhares de pessoas do Estado, dentre as quais 87 estão no Careiro da Várzea.

PROJEÇÃOA expectativa é de que sejam produzidas mais 8 toneladas da espécie no município do Careiro da Várzea. Com isso, o volume do pescado atingirá 15 toneladas ao longo deste ano

Os que dependem da criação de tambaqui-curu-mim confirmaram o “bom momento” da criação. O líder da Associação Pa-raná do Careiro da Vár-zea, Francisco de Assis dos Santos, informou que a comunidade dispõe de 12 berçários para alevinos e 72 tanques de engorda de tambaqui-curumim, o que gera emprego e renda para dezenas de famílias

da localidade por conta do apoio do governo do Ama-zonas para o projeto.

“Iniciamos a empreitada com muita dificuldade, mas tudo está conspirando a nosso favor. As primeiras remessas de alevinos nós recebemos do governo do Estado, que nos incentivou na prática, e essa aten-ção foi um início para que nosso projeto desse certo”, afirmou o líder. Ele pontuou

ainda que, após a parceria com o “Mesa Brasil”, a pro-dução do pescado ganhou mais força no município.

O pescador João Simas, 65, disse que a vida dos pescadores e das famílias que vivem da pesca mudou após a execução do pro-jeto no município. “Agora temos a venda do nosso tambaqui garantida, e ain-da aumentamos a renda familiar”, enfatizou.

Confirmação de bom momento

Comunidade do Botafogo dispõe de 12 berçários para alevinos e 72 tanques de engorda

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 B5

Um debate acalorado nesta sema-na, entre deputados da situação, na Assembleia Legislativa do Estado, a propósito das dificuldades crescentes do Amazonas em lutar pela manutenção de suas vantagens comparativas no tabuleiro federal da guerra fiscal que vai afetar a socioeconomia local, levou o cidadão comum a prestar atenção no fenômeno. O espanto é de quem está desacostumado com a priorização de questões, assim essenciais, na pauta parlamentar. Um dos deputados, cha-mado de infantil por seu colega, pela utopia de propor o Plano B, denunciava a fragilidade (eufemismo provável para dizer da omissão e respectivo desprepa-ro) da bancada federal e a necessidade urgente de elaboração de um plano alternativo para o modelo Zona Franca de Manaus. Nada mais lúcido, nem, a seguir, decepcionante.

O bate-boca, entretanto, dizia respeito à disputa entre os grupos interessados em tomar de assalto a mesa diretora do Poder Legislativo, onde sobram van-tagens e benefícios e se amplia o arco de mando e favor. Uma relação custo x benefício constrangedora para explicar. Os parlamentares, a rigor, porfiavam pela simpatia do Executivo para lhes abençoar a pretensão em torno da mesa abençoada. E nesse vai-e-vem da procu-ra de se dar bem, vale até trazer à tona a discussão sistematicamente protelada do modelo de isenção fiscal sem suce-dâneo. Foi oportunista e fortuita, pois, aventar a preparação dos mecanismos de emancipação das regalias fiscais, como Acre, Rondônia e Roraima, pra citar três vizinhos criativos, tem feito. No máximo, o comodismo político admite uma alíquota bem tímida e incapaz de exigir maiores empenhos e dedicação pra alterar o status quo.

Não há consenso em relação à unifi-cação das tarifas – como pretendem as

autoridades do setor e o bom senso - no próprio interior da equipe de governo estadual. Do ponto de vista do interesse nacional, a medida é urgente e inteligen-te. O titular da Fazenda estadual rebate o alarmismo de alguns, enquanto o maior especialista na matéria, ora segurando o timão da Suframa, argumenta que a unificação pode ajudar no esvaziamento dos polos como já está acontecendo, a despeito das vantagens atuais. Tudo isso revela, porém, uma crônica preguiça em encarar o debate, que se agrava na extrema e coletiva dificuldade em planejar e ensaiar uma saída coerente com a vocação regional de negócios, focados principalmente na inovação e prospecção da biotecnologia.

Há três meses o Polo Industrial de Manaus anda fazendo água. O índice acumulado para os nove primeiros me-ses de 2012, especialmente no setor de telefonia celular, televisores e de duas rodas, assinalou recuo de 7,0% frente a igual período do ano anterior, com taxas negativas, já que nove das onze ativida-des pesquisadas apontaram queda na produção. Falta logística pra aumentar a competitividade local, mas alguns parla-mentares fazem do problema uma opor-tunidade de negócios, não uma solução para os negócios da economia regional. Saídos de uma eleição que desfoca por meses a fio o debate do interesse público, os parlamentares estão empenhados, agora, em mesas diretoras e sedutoras, a barganha e a derrubação que aí se encerram como prioridade esse ncial. O Estado acaba de vencer mais uma no tapetão da disputa por suas vantagens fiscais, e protela,ao que tudo indica, o enfrentamento dos desafios e gargalos que põem em jogo sua sustentabilidade e manutenção. Até quando a justiça vai entender como procedente o privilégio de quem pouco ou quase nada está fazendo por merecê-los?

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Há três me-ses o Polo Industrial de Manaus anda fazen-do água. O índice acu-mulado para os nove pri-meiros me-ses de 2012 foi de recuo na produção de 7 %, em relação a 2011

A alíquota da omissão

Grande parte da produção do tambaqui-curumim será adquirida pela Conab a R$ 3,90, o quilo

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Careiro desponta na

Perto de atingir a produção de 15 mil toneladas de pescado neste ano, município tem se tornado referência

produção de tambaquis

A atenção destinada à aquicultura e pisci-cultura no Amazonas surte efeito no Carei-

ro da Várzea (distante a 25 quilômetros de Manaus). Neste ano, a produção de tambaqui-curumim, criado em viveiros na cidade, deve atingir 15 tonela-das, volume 87,5% superior ao registrado em 2011. O cresci-mento beneficiará 87 famílias, segundo a Agência de Desenvol-vimento do Amazonas (ADS)

De acordo com o presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, o avanço na produção se deu por conta dos esforços dos governos em promover a ati-vidades no Estado. “Além dis-so, os produtores estão mais organizados, e desenvolveram um projeto para produzir pes-cado criado em viveiros ainda em 2010”, disse.

Ainda segundo Cavalcante, a produção deverá ganhar fôlego neste último bimestre de 2012 “Com o período da despesca, que ganhou força no mês de ou-

tubro, o município já produziu sete toneladas até a primeira semana deste mês.

Porém a quantidade não deve parar por aí, pois neste último bimestre deverão ser produzidas mais 8 toneladas do pescado, o que somará 15 toneladas neste ano”, salien-

tou o dirigente.O presidente afirmou que a

produção tem destino certo. “Grande parte do pescado será adquirido pela Companhia Na-cional de Abastecimento (Co-nab) para o programa “Mesa Brasil”, que compra o quilo do peixe por R$ 3,90”, disse.

OrganizaçãoA criação de tambaqui-curu-

mim no Careiro foi iniciada há dois anos, quando pescadores do município se reuniram em associações e cooperativas na tentativa de alavancar a cria-ção de pescado em território local. Entre as comunidades do município que já colhem os “louros” da organização do setor está à comunidade de Botafogo, que já iniciou a des-pesca de três mil toneladas de tambaqui-curumim.

Para a ADS, a atividade no careiro da Várzea é o resulta-do de um dos principais eixos do Amazonas Rural, programa que visa o desenvolvimento do setor pesqueiro com a con-solidação de cinco polos de aquicultura no Estado.

“Com isso, a meta é sair das atuais 15 mil toneladas de pes-cado por ano para 100 mil, se tornando uma referência na produção de peixe em cativeiro”, relatou Cavalcante, ao pontuar que a atividade é fonte de renda para milhares de pessoas do Estado, dentre as quais 87 estão no Careiro da Várzea.

PROJEÇÃOA expectativa é de que sejam produzidas mais 8 toneladas da espécie no município do Careiro da Várzea. Com isso, o volume do pescado atingirá 15 toneladas ao longo deste ano

Os que dependem da criação de tambaqui-curu-mim confirmaram o “bom momento” da criação. O líder da Associação Pa-raná do Careiro da Vár-zea, Francisco de Assis dos Santos, informou que a comunidade dispõe de 12 berçários para alevinos e 72 tanques de engorda de tambaqui-curumim, o que gera emprego e renda para dezenas de famílias

da localidade por conta do apoio do governo do Ama-zonas para o projeto.

“Iniciamos a empreitada com muita dificuldade, mas tudo está conspirando a nosso favor. As primeiras remessas de alevinos nós recebemos do governo do Estado, que nos incentivou na prática, e essa aten-ção foi um início para que nosso projeto desse certo”, afirmou o líder. Ele pontuou

ainda que, após a parceria com o “Mesa Brasil”, a pro-dução do pescado ganhou mais força no município.

O pescador João Simas, 65, disse que a vida dos pescadores e das famílias que vivem da pesca mudou após a execução do pro-jeto no município. “Agora temos a venda do nosso tambaqui garantida, e ain-da aumentamos a renda familiar”, enfatizou.

Confirmação de bom momento

Comunidade do Botafogo dispõe de 12 berçários para alevinos e 72 tanques de engorda

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Movimento Social quer apurar violência em SPBalanço da Secretaria de Segurança Pública do Estado indica aumento de 96% no número de homicídios na capital

O Movimento Mães de Maio quer investiga-ção federal para o aumento do núme-

ro de assassinatos no estado de São Paulo, especialmente na capital. “Há a necessidade muito grande de uma equipe federal para acompanhar o desenrolar das investigações sobre os assassinatos dos ci-vis”, disse a coordenadora do movimento, Débora Maria da Silva. Ela se reuniu na quinta à noite com representantes de outros movimentos sociais para definir formas de cobrar das autoridades uma solução para o problema.

O balanço da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo indica aumento de 96% no número de homicídios na capital em setembro, em com-paração com o mesmo período do ano passado. Foram 135 casos de homicídios, enquanto em 2011 foram registrados 69 casos. No acumulado de janeiro a setembro, a alta foi 22% na capital, com 920 ca-sos de homicídios. Em todo o estado, no mesmo período, o aumento foi 8%.

Especialistas ouvidos nos úl-timos dias apontam como cau-sa principal da violência uma

guerra entre a Polícia Militar e a facção criminosa que atua nos presídios paulistas. Detentos estariam comandando ataques contra policiais, o que já re-sultou no assassinato de 90 membros da corporação des-de janeiro. As mortes de civis seriam uma forma de vingar esses assassinatos.

O convênio firmado esta se-mana entre os governos federal e estadual para tentar conter o aumento da violência em São Paulo foi alvo de críticas duran-te a reunião. Segundo Débora Silva, em nenhum momento o convênio fala sobre os cidadãos comuns que estão morrendo.

Agência integradaNa parceria, foi acordada

a criação de uma agência in-tegrada de inteligência para combater a violência no Esta-do. Além disso, ficou acertada a transferência de criminosos acusados de ordenar a morte de policiais para presídios federais de segurança máxi-ma em outros Estados. Para Débora Silva, que acompa-nha as mortes em confronto com policiais e a atuação de grupos de extermínio desde 2006, há envolvimento de policiais nessas ações.

A educadora Fabiana Ivo, da Rede de Educação Cidadã (organização que trabalha em bairros periféricos), diz que tem sido observado um au-mento significativo de mortes de jovens nas periferias, mui-tos sem envolvimento com o crime. “A gente tem tra-

balhado com levantamentos nos distritos do Campo Limpo, Jardim São Luís, Jardim Ângela e Capão Redondo. Dentro des-ses distritos temos recebidos informações sobre jovens, de 13 a 29 anos, que estão desa-parecendo”, acrescenta.

Segundo Fabiana Ivo, nos

últimos 15 dias pelo menos cinco jovens desapareceram. Ela conta ainda que seu primo foi alvo de um atentado em um bar na madrugada de quarta-feira (7) em Diadema, no ABC Paulista. Na ocasião, dois homens em uma moto atiraram contra todas as pes-

soas que estavam em frente ao estabelecimento. O primo de Fabiana foi atingido no braço. A Polícia Militar do Es-tado de São Paulo respondeu que o grupo deve formalizar a denúncia na Corregedoria da instituição, para que possa ser apurada.

Número de morte de jovens tem aumentado

Especialistas dizem que o motivo principal da violência seria uma guerra entre a Polícia Militar e uma facção criminosa

OSVALDO PRADDO/AE

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B7MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 Mundo

Abismo fiscal será a 1ª ação de Barack ObamaPresidente reeleito quer iniciar as discussões sobre o tema e convidou os líderes para o debate. Ricos pagarão mais impostos

O presidente Barack Obama convidou os líderes do Con-gresso para irem à

Casa Branca com o intuito de iniciar as discussões que podem evitar o chamado ‘abis-mo fiscal’, mas salientou as tensões entre os partidos po-líticos sobre impostos dizen-do que qualquer compromisso terá de incluir impostos mais elevados para os americanos mais ricos. ‘Eu me recuso a aceitar qualquer abordagem que não seja equilibrada’, afir-mou Obama.

A posição de Obama sobre impostos está em disputa com o presidente da Câma-ra, John Boehner (republicano por Ohio), principal líder repu-blicano em Washington, que apenas duas horas antes havia dito que os republicanos não concordam com o aumento de impostos como parte do um acordo com os democratas.

“Não podemos apenas redu-zir nosso caminho para a pros-peridade. Somos sérios em relação à redução do déficit’, afirmou Obama ontem à tarde na Casa Branca. ‘Teremos de combinar corte de gastos com arrecadação, o que significa pedir aos americanos mais ricos que paguem um pouco

mais de impostos.”Como exemplo de um pos-

sível compromisso, Obama salientou que o plano de re-dução do déficit divulgado por ele ano passado, dizendo que embora ele não seja ‘apegado’ a todos os aspectos do plano, ele aborda o ‘abismo fiscal’ de uma forma equilibrada. O presidente disse que também

planeja introduzir a aborda-gem da crise fiscal do ponto de vista de empresas, população e líderes trabalhistas.

Pouco depois, o secretário de Imprensa da Casa Bran-ca, Jay Carney, afirmou que Obama vetará a extensão dos cortes de impostos para a parcela mais rica dos contri-buintes americanos.

Em seus comentários, Bo-

ehner disse que espera ‘con-versas produtivas’ com o pre-sidente relacionadas com o ‘abismo fiscal’ na tentativa de chegar a um acordo para evitar uma combinação de au-mentos de impostos e corte de gastos no final deste ano.

Boehner deixou poucas dú-vidas de que os republicanos vão continuar a se opor ao aumento de impostos como parte de um compromisso com os democratas, embora tenha deixado a porta aberta para novas receitas que são gera-das a partir do fim de algumas deduções fiscais.

‘O problema com o aumento de imposto sobre os ameri-canos mais ricos é que nós sabemos que mais da metade deles são donos de empresas de pequeno porte’, afirmou. ‘Também sabemos que isso desaceleraria nossa econo-mia.’ No entanto, ele acres-centou que ‘é claro que há todos os tipos de deduções, algumas que fazem sentido, outras que não fazem’.

Sem uma ação do Congres-so, uma série de cortes de gastos e aumentos de im-postos automáticos entrará em vigor em 2 de janeiro do ano que vem. As informações são da Dow Jones.

COMBINAÇÃOOntem à tarde na Casa Branca, Barack Obama disse que terá de com-binar corte de gastos com arrecadação, o que significa pedir aos americanos mais ricos que paguem um pouco mais de impostos

Primeira ação de Obama, após reeleição, foi chamar líderes para debater sobre questões fiscais

PETE SOUZA

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

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Dia a diaCade

rno

C

[email protected], DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 (92) 3090-1041

Totalmente desordenado e caótico, tráfego de veículos em Manaus é uma sucessão de erros agravados por ações paliativas

O péssimo trânsito nosso de cada diaEngarrafamentos a

qualquer horário, mesmo fora da hora do rush, fi las duplas

e às vezes triplas em vários pontos da cidade, vias peque-nas para o número de veículos, condutores mal-educados, er-ros de engenharia de trânsito, além da ênfase no transpor-te de carros particulares em detrimento aos veículos de transporte de massa e falta de vias estruturantes (acesso de ligação e de conexão entre as ruas). Esses são apenas alguns dos fatores que con-tribuem para tornar o trânsito de Manaus um caos.

Some a tudo isso (o que não é pouco), o fato de, atualmente, circularem pela cidade, apro-ximadamente, 600 mil carros, segundo dados do Departa-mento Estadual de Trânsito no Amazonas (Detran-AM). Considerando que a popula-ção manauense é de quase dois milhões de habitantes, isso equivale a um carro para mais ou menos três pessoas, outro fator que atrapalha a fl uidez do trânsito, de acordo com especialistas, que tam-bém consideram a existência de uma solução se medidas corretas forem tomadas pe-las autoridades de trânsito e a população ajudar seguindo regras básicas de educação, em algumas situações.

Para Pedro Carvalho, enge-nheiro especialista em Trans-porte Público e Trânsito, o nú-

mero de carros que entra numa cidade (em qualquer parte do mundo) é muito maior do que o espaço viário destinado a eles e, por mais que haja uma engenharia de trânsito, acaba por não haver vazão à deman-da. Fica assim impossível criar na mesma proporção lugares destinados aos veículos. Além disso, Carvalho aponta a ques-tão cultural como uma das responsáveis pelo aumento do número de carros na cidade. Segundo ele, quando a pes-soa começa a trabalhar já vai comprando um carro, ainda mais com as facilidades de hoje em dia, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

MobilidadeA Lei Federal de Mobilida-

de Urbana nº 12.587/12, diz que toda cidade que possui mais de 200 mil habitantes tem que implantar o plano de mobilidade urbana, tendo como prioridade o transporte coletivo, sob pena de não haver liberação de recursos para investimentos no siste-ma viário. Carvalho cita que em algumas cidades do país houve investimento no trans-porte público e, com isso, os automóveis são usados ape-nas para passeios, enquanto que os ônibus são utilizados diariamente. ”O problema é que quando o transporte coletivo não é bom, o car-ro tem que ser usado. Não podemos pensar em trânsito sem pensar em transporte público”, enfatiza.

Para atender a Lei de Mo-bilidade Urbana, a prefeitu-ra tem dois projetos, como explica Ivanildes Oliveira, analista de planejamento e transporte da Superinten-dência Municipal de Trans-portes Urbanos (SMTU). “Em termos de grandes projetos temos o Bus Rapid Transit (BRT) Leste e um projeto preliminar também de um BRT para a continuação da avenida das Torres. O gover-no constrói a obra e deixa espaço para implantar esse sistema”, diz. Ela lembra que a prefeitura possui também um estudo de integração que deve ligar linhas de ônibus com o monotrilho, projeto do governo do Estado, e o BRT. “Seria igual ao expresso com linhas que alimentam o BRT ao longo do corredor, pois é inconcebível ter linhas indo ao Centro junto com o monotrilho”, analisa.

Na opinião de Carvalho, os governos têm feito pouco para melhorar o trânsito. Em Manaus, diz ele, é escassa a criação de acessos alterna-tivos, sendo necessário fa-zer verdadeiras “cirurgias” no trânsito. “A última via

estruturante construída foi a rua Maceió. Além dela, o governo do Estado construiu a avenida das Torres e a Ma-naus Moderna. Nos últimos dez anos, a cidade somente ganhou essas vias, o que é pouco”, diz, completando que está previsto também no Pla-no Diretor o prolongamento da avenida das Torres.

Embora também tenham sido construídos dois com-plexos viários, no São José, Zona Leste, e Aleixo, Zona Centro-Sul, ele opina que esse tipo de obra geralmente resolve a questão pontual, porém o que precisamos é de vias de acesso e conexão para não provocar conges-tionamentos. Como exem-plo, ele citou as avenidas Constantino Nery e Djalma Batista (que fazem ligação entre as zonas Sul e Norte), que afunilam e juntam-se na avenida Torquato Tapajós, fazendo com que qualquer pequeno contratempo gere um grande engarrafamento; e as ruas Pará e João Valério, Zona Centro-Sul, que funcio-nam como ligação entre as Zonas Leste e Oeste.

(Continua na pág. C2)

Integração ideal de projetos

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

Catadora ajuda meio ambiente

Dia a dia C4/C5

DIEGO JANATÃ

ARQUIVO EM TEMPO/MICHEL MELLO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Medidas simples podem custar até R$ 20 milhõesIntervenções radicais nos ‘gargalos’ eliminariam problemas e contribuiriam para uma melhor fluidez no trânsito de Manaus

Além do sistema viá-rio, Pedro Carvalho aponta que existem várias medidas que

podem ser implantadas para melhorar a fluidez do trânsito, como acabar com alguns “gar-galos” que merecem obras, como a rotatória do conjunto Eldorado, a avenida Umberto Calderaro com rua Salvador (que precisa de passagem subterrânea) e o acesso ao campus universitário da Uni-versidade Federal do Amazo-nas (Ufam). Outra medida é a implantação dos semáfo-ros inteligentes (que possuem sensores, e de acordo com o volume de carros, ajuda na fluidez), que Manaus começou a implantar, mas precisa am-pliar; proibição de circulação de carga pesada em horário comercial nas principais ruas; implantação de zona rotativa no Centro; e construção de baias em paradas de ônibus visando a fluidez do trânsito. “Tem uma série de pequenas medidas que podem ser feitas, porém não são fáceis, afinal é necessário dinheiro. Para co-locar semáforos inteligentes em toda a cidade, o valor é de R$ 20 milhões”, explica.

O diretor-presidente do Instituto Municipal de Enge-nharia e Fiscalização do Trân-sito (Manaustrans), coronel Walter Cruz, também aponta medidas para a melhoria do trânsito da cidade. “As alter-nativas são investimento em transporte coletivo; implan-tação do BRT; implantação

de corredores exclusivos e ampliação da Central Inteli-gente de Semáforos”, diz.

Após dois anos de criação do Manaustrans, ele cita al-gumas medidas implanta-das para tentar desafogar o trânsito da cidade, como por exemplo, o investimento no sistema viário, com a inau-guração do Complexo Gilberto Mestrinho (Coroado) e do bair-ro de São José. A prefeitura, lembra Cruz, também inau-gurou o Centro de Controle Operacional (CCO); implantou a Central inteligente de Se-

máforo e investiu em novos equipamentos de fiscalização eletrônica, além de ter lança-do o Programa de Educação para o Trânsito. “Esse último é voltado ao desenvolvimento de ações educativas de forma permanente que contribuam para a valorização e o respeito à vida no trânsito de Manaus, com ênfase para a realização da campanha ‘Tô na Faixa!’, com o intuito de promover o respeito à faixa de pedestres, por meio da mudança de com-portamentos e hábitos dos condutores”, explica.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

SOLUÇÕESImplantação de pas-sagens subterrâneas e mais semáforos inteli-gentes, proibição de cir-culação de carga pesada em horário comercial e zona rotativa seriam algumas opções para melhorar o trânsito

Outro projeto que tem como ênfase a educação vi-sando a melhoria do trânsito em Manaus foi a implanta-ção do projeto “Transversali-zando o Trânsito”, que leva in-formações sobre o assunto à grade curricular das escolas públicas municipais, projeto que conquistou o segundo lugar nacional do Prêmio Denatran de Educação.

Para Cruz, também é prio-ritário haver uma rotina de operações de fiscalização para proporcionar fluidez do tráfego e coibir, entre outros comportamentos errados, o estacionamento irregular, veí-culos abandonados, falta de equipamentos entre motoci-clistas e o uso de objetos para guardar vagas de estaciona-

mento em vias públicas. CentroApesar de a maioria das

zonas da cidade possuir cen-tros comerciais e shoppings que reúnem diversos servi-ços, algumas pessoas ainda preferem ir ao Centro, mesmo tendo que enfrentar a falta de estacionamento, excesso de vendedores ambulantes e “flanelinhas”. É o caso de Cristiane Alves, 28, dona de casa que prefere fazer com-pras no Centro por causa da variedade de produtos e preços menores. Porém, deixa o carro em casa e vai de táxi pela falta de vagas para esta-cionar. Simone Carvalho, 45, analista de câmbio, também vai ao Centro e coloca o carro

em estacionamentos de lojas. “A gente é cliente e aproveita, mas é muito complicado o trânsito aqui”, revela.

Para José Augusto, 43, que é “flanelinha” há 13 anos na área central da cidade, o trân-sito não é tão ruim e em outras épocas já foi melhor. “Hoje só

tem engarrafamento e filas duplas em horário de pico. Antes, no dia 7, isso aqui (avenida Eduardo Ribeiro) estava lotado de carros e pedestre, hoje é bem dife-rente”, avalia.

Na opinião de Pedro Carva-lho, tem que haver melhoria do transporte coletivo do Centro para que as pessoas possam ir de ônibus e não de automóvel. Segundo ele, a área central da cidade desti-nada à circulação de veículos é pequena, sendo o pólo ge-rador o entorno da Eduardo Ribeiro e Getúlio Vargas, onde fica pior ainda o movimen-to. Segundo o Manaustrans, o monitoramento diário do Centro da cidade é realizado por 68 agentes de trânsito.

Trânsito agora se torna disciplina transversalINCLUSÃOO projeto “Transver-salizando o Trânsito” levou o assunto às grades curriculares das escolas públicas municipais para dar ênfase à educação no trânsito como discpli-na transversal

Simone Carvalho deixa o carro em casa para ir ao Centro

O flanelinha José Augusto acha que o trânsito “não é tão ruim” Engarrafamento em rua do Centro de Manaus no horário de pico: uso do veículo particular em detrimento do transporte público

JOEL ROSA

ALBERTO CESAR ARAÚJO

JOEL ROSA

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Ilha PET traz inovação ao meio ambiente regionalIdealizada por um ambientalista local, o projeto entra na fase de implantação, reunindo beleza, criatividade e sustentabilidade

Uma ilha flutuante ar-tificial produzida com garrafas PETs vazias promete ser a gran-

de inovação ambiental na re-gião. O projeto, idealizado pelo ambientalista Rulian Holanda, está em fase de implantação, e no próximo dia 17 deve-rá reunirá voluntários para a abertura da primeira etapa de construção. O conjunto da obra ficará pronto no segundo semestre de 2013.

A princípio, a ilha será ins-talada na área do Tarumã, na Zona Oeste, próximo à praia Dourada, mas como é feita de material flutuante, a ideia é que a ilha seja móvel e se desloque a várias regiões da capital, como a praia da Ponta Negra, marinas e até mesmo as cidades que compõem a região metropolitana.

O idealizador da obra, Rulian Holanda, explica que a propos-ta surgiu após ter conhecido um trabalho semelhante pro-duzido por um ambientalista mexicano. “Só existe um pro-jeto desses no mundo, que fica no México, mas lá o profissional fez a ilha para morar. Aqui, nos-sa ideia é montar um espaço de consciência ecológica, onde iremos trabalhar com a multi-plicação de ensinamentos da reciclagem, consciência limpa e serviços profissionalizantes”, revela Holanda.

Mas, para entrar em fase de construção foram neces-sários quase dois anos reco-lhendo garrafas. Os trabalhos de arrecadação ocorreram em escolas, universidades, centros comunitários, igrejas e ações sociais. Um grupo de quase 500 voluntários trabalhou nesse segmento, conseguindo reunir mais de 200 mil garrafas PETs, que estão armazenadas em um galpão na avenida Raimundo Parente, no bairro da Paz, Zona Oeste, batizado de Ponto de Encontro Transitório (PET).

No próximo sábado, 17, o grupo deverá se reunir no gal-pão para iniciar a primeira etapa do programa. “Vamos começar a fase de seleção e limpeza das garrafas PETs, tirar as tampas e etiquetas, depois faremos a lavagem. Depois disso, o material esta-rá pronto para ser instalado nas plataformas. A proposta é criar três grandes suportes de 2 mil metros quadrados, e sobre essa plataforma implan-tar grama, árvores, riachos e uma espaço de desenvolvimen-to sustentável.

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

O projeto Ilha PET tam-bém tem tido adesão no interior do Amazonas. O município de Maués e a vila de Balbina, em Presidente Figueiredo, também já aderiram à ideia e iniciaram polos de construções de suas ilhas. “Temos uma equi-pe em cada município, trabalhando na aquisição das garrafas. Vamos fa-zer várias ilhas PETs na região amazônica. É um projeto seguro e barato, e garante uma consciência melhor para toda popula-ção”, ressalta Holanda.

Interioradere ao projeto

Holanda explica que a ilha é um projeto sem fins lucrativos, e toda ajuda vem de voluntá-rios e empresas parceiras que apostaram na ideia. Quando inaugurado, o es-paço deverá reunir crian-ças, comunidades, igrejas e empresas que tenham interesse em multiplicar a formação sustentável em sua área. “Não vamos cobrar ingresso. A entrada será a doação de cinco garrafas PETs. No local queremos ter centros de ensinamento, aulas de re-ciclagem e palestras sobre meio ambiente”, afirma.

IrandubaO hotel de selva Amazon

Fish, em Iranduba, utiliza as garrafas como base de flutuação em sua estrutu-ra. Ao todo, 70 mil garra-fas PET mantêm as suítes que têm até televisão e ar-condicionado. Esse foi o primeiro projeto do seg-mento em todo país.

Investimentos no futuro

FINALIDADEQuando for inaugu-rada, a Ilha PET de-verá reunir crianças, comunidades, igre-jas e empresas que tenham interesse em multiplicar a forma-ção sustentável em sua área

Ideia segue modelo similar utilizado como moradia no México

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Maquete da Ilha PET, iniciativa do ambientalista Rulian Holanda, deverá ficar pronta até o segundo semestre de 2013 para colaborar com a educação ambiental

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 C5

Buscando retirar os fi lhos de catadores das ruas do centro de Manaus enquan-to os pais trabalham, a Cáritas do Amazonas, ins-tituição da Igreja Católica que dá suporte a projetos sociais da igreja, criou há 5 anos o projeto “Re-construindo nossa história – com fi lhos e fi lhas de cata-dores de material reciclá-vel”, que funciona no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora dos Remédios, no Centro. Atualmente atende 32 crianças, de 3 a 15 anos, com aulas de dança,

música e reforço escolar, além de apoio psicológico e alimentação.

“Primeiro fazemos uma busca ativa pelas ruas do Centro durante três dias. Quando vemos que aquela criança está vagando pela rua, nós a convidamos e a seus pais para visitarem o projeto. A partir daí, se ela gostar, eles ficam re-cebendo atendimento. As crianças que vêm para cá passam por situações ad-versas diariamente. Mui-tas são obrigadas pelos pais a trabalhar, outras

são discriminadas pela so-ciedade”, destaca a peda-goga do projeto, Marcela Dias Albuquerque.

“Aqui nós tentamos dar um pouco de amor e carinho que elas não recebem em casa. Muitas dessas crian-ças e jovens atendidos che-gam aqui sem expectativa de vida, e meses depois a gente pergunta para elas o que querem ser, e elas nos dizem que querem ser médicos, professores entre outras profi ssões. Esta é nossa maior recompensa”, fi naliza a pedagoga.

Projeto para fi lhos de catadores

Maria José, a heroína do meio ambienteVivendo com a família em um pequeno barco, a catadora sobrevive da venda de material reciclável que coleta na orla da Manaus Moderna, contribuindo dessa forma para amenizar a poluição do lugar Dona Maria José com o resultado de um dia de coleta em frente ao seu barco, onde mora com o marido e quatro fi lhos e trabalha na Manaus Moderna

FOTOS: DIEGO JANATÃ

A catadora com dois dos fi lhos: preocupação com doenças em meio ao lixo jogado na orla

O sonho de Maria José dos Santos Rodrigues é ter sua própria casa em terra fi rme

HISTÓRIANascida em Novo Aripuanã, onde traba-lhava na roça, Maria José veio a Manaus em busca de melhoria de vida, porém encarou a dura realidade da cidade grande e desde então mora num barco

Atualmente, reciclar é a palavra de ordem das organizações ambien-tais e de uma parcela

da população que muitas vezes não tem estrutura de vida e é ignorada pela sociedade. É aqui que entra a dona de casa Ma-ria José dos Santos Rodrigues, 56, que trabalha há 4 anos recolhendo material reciclável na orla da Manaus Moderna, no centro da cidade. Mesmo morando ali em um pequeno barco encalhado, ela se con-sidera feliz com a profi ssão, e como não tem outra maneira de sobreviver, não pretende largar o que faz.

A catadora nasceu no mu-nicípio de Novo Aripuanã (a 227 quilômetros de Manaus), onde trabalhava na roça para sustentar a família. Como qualquer interiorano, veio para a capital em busca de melhoria de vida, porém en-carou a dura realidade da ci-dade grande. Sem conseguir emprego, foi morar dentro de um barco com seu mari-do e quatro fi lhos. Como a embarcação fi cava ancorada na orla da Manaus Moderna, Maria José viu a quantidade de material reciclável que era jogado no rio e fi cava amon-toado no lugar, resolveu re-colhê-lo e vendê-lo para as recicladoras.

“Eu via muito lixo encalhado perto do barco na época da cheia, muitas latas de alu-mínio e garrafas PET. Como eu não estava trabalhando, resolvi catar esse material e vender, e desde lá já são 4

anos. Cato no rio no inverno, e no verão cato pela orla da cidade. Se um dia eu fosse mudar de profi ssão queria ser comerciante, mas sou feliz com o que faço. Aqui, além da renda para o sustento da minha família, eu ajudo a despoluir um pouco o meio ambiente”, comenta.

“Meu maior sonho é ter uma casa em terra fi rme. Aqui, quando é inverno e cai um temporal é muito ruim, pois o barco molha todo e as tempestades são cruéis. No verão, é ruim também,

pois temos que deixar o bar-co encalhado, e o calor nos maltrata muito. O lado bom é que de qualquer forma tem material para nós recolher-mos aí no beiradão. É uma luta diária, mas graças a Deus meus fi lhos estão com saúde, e apesar das difi culdades sou feliz da forma como vivo. Mui-tas pessoas pensam que tudo é lixo, mas esse lixo sustenta muita gente”, comenta.

Dinheiro no lixoApesar do esforço diário,

a maior parte da renda da família de dona Maria vem

da coleta de material reciclá-vel. Ela destaca que por mês chega a coletar aproxima-damente duas toneladas de material. “Muita gente pensa que no lixo não tem dinheiro, mas por mês faturo entre R$ 800 e R$ 1 mil. Trabalho todos os dias pela manhã, e nos fi nais de semana o pessoal da cooperativa vem recolher. Com esse dinheiro que recebo, dá para comprar a alimentação para minha fa-mília. Já que não tenho estudo e nem como conseguir outra profi ssão, vou ganhando a vida ajudando o meio am-biente. Essa também é uma gratifi cação que a profi ssão me dá, acho que deveríamos ser reconhecidos por isso pe-las autoridades”, destaca.

Risco de doençasA catadora comenta que

tem a atenção redobrada para não adquirir doenças, ou até mesmo ser atacada por animais peçonhentos, devido à exposição a que é submetida ao recolher o material, sem qualquer pro-teção. “Para fazer a coleta só preciso ter força nos bra-ços para carregar as sacas com o material. Os riscos são muitos, pois trabalha-mos sem proteção. Uma vez eu peguei uma coceira no meu pé e passei quase um mês sem trabalhar por conta disso, nem andava direito. Graças a Deus fui curada. Outra vez quase fui picada por uma cobra, quando fui pegar uma garrafa e não a enxerguei. Ainda bem que era pequena, e eu consegui afastá-la”, relatou.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 C5

Buscando retirar os fi lhos de catadores das ruas do centro de Manaus enquan-to os pais trabalham, a Cáritas do Amazonas, ins-tituição da Igreja Católica que dá suporte a projetos sociais da igreja, criou há 5 anos o projeto “Re-construindo nossa história – com fi lhos e fi lhas de cata-dores de material reciclá-vel”, que funciona no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora dos Remédios, no Centro. Atualmente atende 32 crianças, de 3 a 15 anos, com aulas de dança,

música e reforço escolar, além de apoio psicológico e alimentação.

“Primeiro fazemos uma busca ativa pelas ruas do Centro durante três dias. Quando vemos que aquela criança está vagando pela rua, nós a convidamos e a seus pais para visitarem o projeto. A partir daí, se ela gostar, eles ficam re-cebendo atendimento. As crianças que vêm para cá passam por situações ad-versas diariamente. Mui-tas são obrigadas pelos pais a trabalhar, outras

são discriminadas pela so-ciedade”, destaca a peda-goga do projeto, Marcela Dias Albuquerque.

“Aqui nós tentamos dar um pouco de amor e carinho que elas não recebem em casa. Muitas dessas crian-ças e jovens atendidos che-gam aqui sem expectativa de vida, e meses depois a gente pergunta para elas o que querem ser, e elas nos dizem que querem ser médicos, professores entre outras profi ssões. Esta é nossa maior recompensa”, fi naliza a pedagoga.

Projeto para fi lhos de catadores

Maria José, a heroína do meio ambienteVivendo com a família em um pequeno barco, a catadora sobrevive da venda de material reciclável que coleta na orla da Manaus Moderna, contribuindo dessa forma para amenizar a poluição do lugar Dona Maria José com o resultado de um dia de coleta em frente ao seu barco, onde mora com o marido e quatro fi lhos e trabalha na Manaus Moderna

FOTOS: DIEGO JANATÃ

A catadora com dois dos fi lhos: preocupação com doenças em meio ao lixo jogado na orla

O sonho de Maria José dos Santos Rodrigues é ter sua própria casa em terra fi rme

HISTÓRIANascida em Novo Aripuanã, onde traba-lhava na roça, Maria José veio a Manaus em busca de melhoria de vida, porém encarou a dura realidade da cidade grande e desde então mora num barco

Atualmente, reciclar é a palavra de ordem das organizações ambien-tais e de uma parcela

da população que muitas vezes não tem estrutura de vida e é ignorada pela sociedade. É aqui que entra a dona de casa Ma-ria José dos Santos Rodrigues, 56, que trabalha há 4 anos recolhendo material reciclável na orla da Manaus Moderna, no centro da cidade. Mesmo morando ali em um pequeno barco encalhado, ela se con-sidera feliz com a profi ssão, e como não tem outra maneira de sobreviver, não pretende largar o que faz.

A catadora nasceu no mu-nicípio de Novo Aripuanã (a 227 quilômetros de Manaus), onde trabalhava na roça para sustentar a família. Como qualquer interiorano, veio para a capital em busca de melhoria de vida, porém en-carou a dura realidade da ci-dade grande. Sem conseguir emprego, foi morar dentro de um barco com seu mari-do e quatro fi lhos. Como a embarcação fi cava ancorada na orla da Manaus Moderna, Maria José viu a quantidade de material reciclável que era jogado no rio e fi cava amon-toado no lugar, resolveu re-colhê-lo e vendê-lo para as recicladoras.

“Eu via muito lixo encalhado perto do barco na época da cheia, muitas latas de alu-mínio e garrafas PET. Como eu não estava trabalhando, resolvi catar esse material e vender, e desde lá já são 4

anos. Cato no rio no inverno, e no verão cato pela orla da cidade. Se um dia eu fosse mudar de profi ssão queria ser comerciante, mas sou feliz com o que faço. Aqui, além da renda para o sustento da minha família, eu ajudo a despoluir um pouco o meio ambiente”, comenta.

“Meu maior sonho é ter uma casa em terra fi rme. Aqui, quando é inverno e cai um temporal é muito ruim, pois o barco molha todo e as tempestades são cruéis. No verão, é ruim também,

pois temos que deixar o bar-co encalhado, e o calor nos maltrata muito. O lado bom é que de qualquer forma tem material para nós recolher-mos aí no beiradão. É uma luta diária, mas graças a Deus meus fi lhos estão com saúde, e apesar das difi culdades sou feliz da forma como vivo. Mui-tas pessoas pensam que tudo é lixo, mas esse lixo sustenta muita gente”, comenta.

Dinheiro no lixoApesar do esforço diário,

a maior parte da renda da família de dona Maria vem

da coleta de material reciclá-vel. Ela destaca que por mês chega a coletar aproxima-damente duas toneladas de material. “Muita gente pensa que no lixo não tem dinheiro, mas por mês faturo entre R$ 800 e R$ 1 mil. Trabalho todos os dias pela manhã, e nos fi nais de semana o pessoal da cooperativa vem recolher. Com esse dinheiro que recebo, dá para comprar a alimentação para minha fa-mília. Já que não tenho estudo e nem como conseguir outra profi ssão, vou ganhando a vida ajudando o meio am-biente. Essa também é uma gratifi cação que a profi ssão me dá, acho que deveríamos ser reconhecidos por isso pe-las autoridades”, destaca.

Risco de doençasA catadora comenta que

tem a atenção redobrada para não adquirir doenças, ou até mesmo ser atacada por animais peçonhentos, devido à exposição a que é submetida ao recolher o material, sem qualquer pro-teção. “Para fazer a coleta só preciso ter força nos bra-ços para carregar as sacas com o material. Os riscos são muitos, pois trabalha-mos sem proteção. Uma vez eu peguei uma coceira no meu pé e passei quase um mês sem trabalhar por conta disso, nem andava direito. Graças a Deus fui curada. Outra vez quase fui picada por uma cobra, quando fui pegar uma garrafa e não a enxerguei. Ainda bem que era pequena, e eu consegui afastá-la”, relatou.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Leite de amapá, peixe e vitalidade em abundância Aos 106 anos, Olendina da Costa Vieira, a dona Boneca, dá uma lição de jovialidade e lucidez enquanto faz seus bordados

À meia luz, ela entrelaça a linha na agulha com destreza, sem auxílio de óculos. E assim,

tece os dias em companhia da fi lha e de um cigarrinho. A aparente fragilidade imposta pelos 106 anos de vida co-memorados na última quin-ta-feira, 8, pode até enganar os desavisados. Mas, não é preciso nem meio dedo de prosa para se surpreender com o humor despachado de dona Olendina da Costa Vieira, a dona Boneca.

“Criada no leite de amapá e no peixe”, que ela acredita ser o segredo da vitalidade, a novaolindense exibe memória invejável, temperamento sur-preendente e, apesar dos 106 anos, muita disposição para o trabalho. Não faz muito tempo, a idosa saía de casa no bairro São Jorge, Zona Oeste, e ia até o Centro vender guarda-napos bordados por ela mes-ma. Herança de uma vida de luta, em que teve que aprender muito cedo a se virar sozinha na “cidade grande”.

Cozinheira, vendedora de café, carvoeira e até mesmo cantora e dançarina do Teatro Amazonas: todas essas ativi-dades compõem o currículo de dona Boneca. “Essas mulheres de hoje são frouxas, não tem

mulher ativa. Fui carvoeira, botava o saco de carvão nas costas e ia vender. Fiz muito dinheiro vendendo as coisas, comprei duas casas e vendi, depois comprei um fl utuante. Era só eu com minha fi lha e meu fi lho, que estudaram e se formaram”, dispara.

O apelidoOs ofícios foram tantos que

um deles até lhe rendeu o apelido que carrega até hoje. “Todos me chamam de Boneca porque foi apelido colocado na praia da Manaus Moderna, onde eu vendia café. Era ‘bone-ca’ pra cá, ‘boneca’ pra lá. Me achavam bonita”, lembra.

A ousadia da moça foi tanta que ela conseguiu um traba-lho no Teatro Amazonas, mas engana-se quem acha que Bo-neca se contentou com o ano-nimato das coxias. “Eu sou artista, trabalhei no Teatro Amazonas. Naquele tempo Manaus era boa, hoje não tem mais mocinha. Antigamente as mulheres trabalhavam no teatro e era aquele monte de moça, fi lha de lavadeira, de cozinheira, de empregada. Nas apresentações, a gente cantava: ‘Vamos todas ca-minhando nesse espaço de alegria, vamos ver o Deus menino que nasceu’. Eu era sem-vergonha e me botaram na frente, eu chegava, rebola-va e cantava”, diverte-se.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Olendina da Costa Vieira completou 106 anos no último dia 8 de novembro e mantém o vigor adquirido com “leite de amapá e peixe”

Acendendo seu cigarro, dona Boneca relembra momentos de sua vida, sem reservar críticas às gerações contemporâneas

Boneca teve três fi lhos, dois rapazes e uma moça. Cada fi lho lhe deu uma média de dez netos. Mas, criar as crianças sozinha, principal-mente na primeira metade do século 20, não foi tarefa fácil. “Hoje não quero saber de ‘bofe’, me casei muito nova, e ele morreu logo. Me perguntavam: ‘Boneca, tu matou teu marido?’, e eu respondia: ‘Ele morreu por-que era um frouxo’. Lá fui trabalhar para criar meus fi lhos. O meu fi lho estudou no colégio interno, e a mi-nha fi lha, no Santa Doroteia. Todos são formados. Eu tra-balhava com café na beira da praia e eles iam para o colégio”, comenta.

A criação das crianças sem-pre foi motivo de preocupação de dona Olendina. Sem a presença do pai - que fi gurava como provedor e o esteio das famílias, no início do século

passado - Boneca tinha tra-balho dobrado. Mesmo tendo que correr atrás do sustento, ela conta que sempre encon-trava tempo para orientar e acompanhar o crescimento das crianças. “Não sou igual a essas mães que criam os fi lhos jogados na rua. Quan-do eles chegavam do colégio, tinham o que fazer: iam lavar louça, fritar pastel, fi lhós. As-sim criei meus fi lhos, sem pai, mas criei com meu poder. Até hoje são educados, graças a Deus”, agradece.

As mudanças de compor-tamento, sobretudo no que tange à educação dos fi lhos, é visto com espanto pela cen-tenária. “Essas mães de hoje em dia não sabem criar os fi lhos. Ficam à toa para cima e para baixo, perdendo tempo falando da vida dos outros. Não sei como é a vida hoje... é diferente. Meus fi lhos não fi cavam na rua. Sempre tive

cuidado. Eles fi cavam dentro de casa estudando e aprende-ram de tudo, graças a Deus, e eu fi co feliz”, afi rma.

Com os fi lhos criados, os mais de 30 netos e bisne-tos, Boneca aproveita a vida.

Disfarçada de avó tradicional - dessas que passam boa parte do dia sentadas na cadeira de balanço, fazendo crochê. “Às vezes encontro umas amigas da mocidade. Elas se surpre-

endem e perguntam ‘Boneca, ainda estás viva?’ e eu digo ‘E tu num tá também?’. Ainda tô viva, ainda tô ‘da pá vira-da’, não sou jogada fora não. Fico aqui em casa, fazendo meu crochê e fumando meu cigarro”, sorri.

A companheiraPara a fi lha de Boneca,

Vera Lúcia Lima da Silva, 61, a história da mãe é motivo de orgulho. “Ela foi guerreira, trabalhava bastante. Vendia churrasco na cidade fl utuan-te e também trabalhou no pesado. Mas sempre desse jeito, alegre”, conta.

Hoje, Vera observa a inver-são de papéis. E, conta que apesar da brabeza temporá-ria, não é difícil conviver com dona Boneca. “Eu agradeço a Deus por ter minha mãe ao meu lado. Faço tudo o que posso por ela. Gosto de cuidar dela”, afi rma.

Filhos criados com sacrifício e preocupação

HISTÓRIASem a presença do pai - que fi gurava como provedor e o esteio das famílias no início do século passado, Boneca tinha trabalho dobrado para cuidar das crian-ças, que sempre foram motivo de preocupação

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Filha de um delegado e uma professora, ela se lembra, orgulhosa, da in-fância em Nova Olinda do Norte (a 138 quilômetros da capital), num tempo em que o ouro branco reluzia às margens do Madeira. “Sou Costa Vieira, Costa dos negros e Vieira dos brancos. Sou da parte dos pretos, dos ‘maranhudos’. Meu avô era pretão. Mi-nha mãe era uma ‘maranha’ bem morena, bonita, sabida e educada, era professora. Meu pai era delegado. Lá no Madeira passava muito dinheiro por causa da bor-racha, o comércio era bom. A nossa família levantava as vendas lá”, afi rma.

Porém, a vida de Olen-dina tomou outros rumos após uma inocente brinca-deira de criança. Em tenra idade, ela viu-se longe da família, sozinha em uma cidade dis-tante e desconhe-cida. “Não tinha menina mais da-nada como eu era. Eu estava com um g r u p o

tomando banho de rio. Todos os meninos subiam no motor e pulavam dentro d’água. No que eu fui subir, o motor fechou a porta e me trouxe para Manaus e estou aqui até hoje. Fiquei pela beira da praia jogada e depois fi quei com uma família. Permaneci em Manaus até virar moça, quando comecei a parir os meus fi lhos”, conta.

E é da mocidade rebel-de que Boneca guarda as mais doces recordações. Ela relata uma experiência de vida mais liberal que a protagonizada por muitas mulheres, naquele período. “Tive um monte de mari-do, namorei bastante. Mas esses homens são muito frouxos. A gente quando é moça tem que meter a cara”,

diz. “Quando eu saía com um namorado,

já perguntava se ele ia pagar um guaraná. Hoje em dia os rapa-zes não são ca-

valheiros, eles é que têm

que pa-gar”.

Negros, brancos e ‘maranhudos’

idade, ela viu-se longe da família, sozinha em uma cidade dis-tante e desconhe-cida. “Não tinha menina mais da-nada como eu era. Eu estava com um g r u p o

com um namorado, já perguntava se ele ia pagar um guaraná. Hoje em dia os rapa-zes não são ca-

valheiros, eles é que têm

que pa-gar”.

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Uma ferramenta segura para a cidade de ManausDenúncias anônimas feitas via telefones 181 e 190 têm sigilo de fonte garantido para estimular a participação popular

As ligações feitas ao número 190, o Disque -Emergência, tem aju-dado muito a polícia a

prevenir e a evitar que crimes sejam cometidos em Manaus, mas ainda existe um pouco de insegurança quanto à utilização da ferramenta. Estatísticas do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), órgão res-ponsável em fazer o atendimen-to das ligações feitas pela po-pulação, indicam que, de janeiro a setembro deste ano, já foram atendidas 885.746 ligações ao 190. Esse número representa uma diminuição de 19% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram registra-das 1.096.571 ligações.

O diretor do Ciops, coronel Oliveira Filho, explicou que é por meio das informações e das denúncias feitas ao 190 que a polícia vem conseguindo prevenir e esclarecer crimes. Foi assim que os policiais da 6ª Companhia Interativa Co-munitária (Cicom) prenderam um homem que havia matado o próprio pai.

O secretário executivo do programa Ronda no Bairro,

coronel Amadeu Soares, ex-plica que tanto o 190 quanto o 181 (Disque -Denúncia) têm sido fundamentais no combate à violência e ao crime.

“Posso usar como exemplo os resultados conseguidos com os foragidos recentes das pe-nitenciárias. A polícia só con-seguiu recapturá-los graças às ligações ao Disque-Denúncia”, afi rma. Os resultados, segundo Amadeu Soares, são os mais diversos e ajudam a esclarecer homicídios, denunciar “bocas de fumo”, estupros, agressões e os crimes mais diversos.

E para quem tem medo e acha que o número telefo-ne pode “vazar” e chegar até quem está sendo denunciado, o secretário tranquiliza. “Pode fazer a denúncia à vontade que o sigilo total da fonte é assegurado”, afi rma.

O secretário executivo da Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Thomaz Vasconcellos Dias, reforça a declaração de Soares. “Trata-se de uma fer-ramenta importante com sigilo total das informações presta-das. Nada é repassado sobre os informantes, não havendo chance de vazar esses dados”, garante Dias.

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

Os resultados foram conse-guidos pela polícia por meio do número 190 graças ao avanços de uma ferramenta com tecnologia de ponta. Tra-ta-se do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), uma ferramenta tecnológica desenvolvida por uma equipe multidisciplinar de técnicos e profi ssionais da Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam), da SSP e das polícias Civil e Militar.

O sistema consiste na pes-soa que atende a ligação no centro de monitoramen-to do Ciops anotar algumas informações consideradas importantes como o nome

de quem está ligando, o tipo de ocorrência comunicada, o local e principalmente o ponto de referência.

Os dados anotados e con-tidos no Sisp são encaminha-dos ao centro de controle, responsável em repassá-lo à viatura mais próxima ao local da ocorrência.

O tempo de resposta, ou seja, a chegada mais rápida da viatura ao local da ocor-rência diminuiu muito pelo fato de a equipe que criou o Sisp ter feito o georre-ferenciamento, ou seja, a localização com detalhes de todas as ruas e logra-douros de Manaus.

Tecnologia de ponta utilizada

Thomaz Vasconcellos Dias: segurança no sigilo das denúncias

Outro fator que faz com que a polícia atue com mais rapidez e efi ciência é o fato de o governo ter investido na compra de viaturas com câmeras e GPS que auxiliam o tra-balho iniciado por meio da ligação ao Ciops.

Atualmente, são 209 viaturas de quatro rodas equipadas com câmeras e GPS, e 199 de duas rodas (motos) usan-do os mesmos tipos de equipamentos.

No centro de monitora-mento do Ciops trabalham 30 atendentes por turno atendendo as ligações fei-

tas pelo 190.O diretor do Ciops afi rma

que nem todas as ligações feitas ao telefone de emer-gência são ocorrências policiais. “Os atendente recebem os mais diver-sos e estranhas ligações, como uma pessoa que quer desbloquear o celular ou então comunicar que um cachorro morto foi jogado na rua”. Porém, o que conti-nua a dar dor de cabeça são os trotes. “Mas estamos tomando providências para pelo menos diminuir essas ligações que trazem um prejuízo à sociedade”, afi rmou Oliveira Filho.

Viaturas com câmeras e GPS

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Depois da implantação do Ronda no Bairro, combate à violência ganhou reforço

Sala do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), onde são recebidas as ligações do Disque-Denúncia da cidade

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

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[email protected], DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 (92) 3090-1042

Outro avanço citado por Cristiana foi a inclusão, em 2011, de um projeto que atendesse ao público de-fi ciente visual e auditivo. Hoje, o Laocs conta com um coral em libras, um grupo de percussão especial direcio-nado aos surdos e aulas de balé para cegos, este último, citado pela diretora como pioneiro no Amazonas.

De acordo com Cristia-na, no próximo ano o Cen-tro deve apresentar outras novidades. Uma delas é a criação do Grupo Experi-mental de Teatro Cláudio Santoro. “Sonhamos como essa possibilidade porque sentimos a necessidade de criar um núcleo de drama-tização. Também quere-mos implantar um coral

jovem, que dá continui-dade ao trabalho do coral infantil”, explica.

Para o secretário de Es-tado de Cultura, Robério Braga, o Cláudio Santoro além de contribuir com a formação artística e cultu-ral dos amazonenses tam-bém permite a geração de emprego e renda, o que segundo o administrador resulta em uma herança de oportunidades ao pú-blico local. “A preparação técnica é um diferencial, que permite a possibilidade de novos quadros, inclusi-ve o ingresso na UEA, que oferece cursos de dança, música, teatro e a partir de 2013, cinema”, anuncia.

Atualmente o Laocs conta com a formação de cin-

co orquestras, uma delas semiprofi ssional, que é a Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica, também o Coral Infantil, que participa de todas as edi-ções do Festival Amazonas de Ópera (FAO).

LivroDe acordo com Cristiana,

um projeto que futuramente deve chegar ao conheci-mento do público é o primei-ro livro que conta a história do Liceu Cláudio Santoro. A SEC está em fase de pesqui-sas e de reunião de dados. “A vontade é imensa de chegar a ter esse exemplar. Temos muitas coisas para serem inclusas nesse texto. Histó-rias de vida, superação e de amor à arte”, fi naliza.

Projeto inclui defi cientes

Plateia D3

“Vestido de Noiva” estreia em dezembro

DIVULGAÇÃO

Liceu celebra 15 anosCentro de ensino artístico tem 20% do quadro de professores composto por ex-alunos do projeto

Do total de 272 ins-trutores, 20% desse quadro é formado por ex-alunos do Li-

ceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro (Laocs). O número é resultado dos 15 anos de tra-balho desenvolvidos pela insti-tuição. A diretora do instituto, Cristiana Brandão, comemora o índice de desempenho e afi rma que o Estado vive um novo momento: o da criação de um mercado de trabalho na área cultural.

O projeto conta com uma estrutura que abrange cinco unidades. Em todas, crianças, jovens e adultos podem ter acesso a cursos livres e de for-mação artística nas áreas de dança, artes cênicas, música popular e erudita, artes plás-ticas e visuais. Atualmente, o Laocs atende a aproximada-mente 6,5 mil alunos.

A diretora do liceu explica que não há como precisar o quantitativo de estudantes que chegaram a passar pela instituição durante esse perí-odo, porém, Cristina informa, que uma das vitória conquis-tadas pelo instituto é a profi s-sionalização da comunidade local. “Boa parte de nossos alunos estão inseridos no mer-cado de trabalho amazonense e até mesmo fora do Estado. Isso é resultado de investi-mentos educacionais como a criação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a obrigatoriedade do ensino artístico nas escolas de ensino regular”, comenta.

Cristiana também disse que durante esses 15 anos uma das principais difi culdades enfrentadas no processo de construção do ensino foi a fal-ta de mão de obra qualifi cada. O trabalho era desenvolvido por artistas sem formação pe-dagógica. “Ao iniciar nossas atividades contávamos com artistas que se esforçaram, por um bom tempo, para obter uma aprendizagem satisfató-ria. O corpo técnico passou por um amadurecimento e hoje a situação é outra”, salienta.

Segundo a diretora, em 1997, ano de fundação, o liceu oferecia cursos livres que em 2008 deram lugar a uma nova grade curricular, que permite a formação artística nas áreas de música e dança.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> O presidente da As-sembleia Legislativa do Amazonas, deputado Ricar-do Nicolau está convidando para a sessão especial de entrega da medalha do Mé-rito Legislativo Ruy Araújo ao presidente da Federa-ção das Indústrias do Esta-do do Amazonas, o querido Antonio Silva, através de propositura do deputado Or-lando Cidade, no dia 29 de novembro, na sede do Poder Legislativo estadual.

>> Com uma bela festa na quinta-feira, no Classic con-tando com a presença de Luiza Brunet e o high society de Manaus, Alex Deneriaz come-morou seus 50 anos.

>> O secretário municipal de Meio Ambiente, Marcelo Dutra, será homenageado com o Diploma de Cidadão de Manaus, através de pro-positura do vereador Ho-mero de Miranda Leão, no próximo dia 26, no Plenário Adriano Jorge, da Câmara Municipal de Manaus.

>> Olga Nascimento Ribeiro, Baby Rizzato, Pedrinho Aguiar e Silvio Romano estarão ani-versariando na segunda-feira. Cumprimentos da coluna.

>> Os 99 anos do Atlético Rio Negro Clube serão co-memorados no dia 13, com o tradicional ‘Porto de Honra’. O presidente Eymar Pereira estará de anfi trião.

>> Hoje, às 11h, Rivaldo Pe-reira será reconduzido ao posto de presidente do Movimento Amigos do Garantido, em reu-nião no sambódromo.

>> Neste domingo no pal-co da Tacacaria Parintins, no CSU- Parque 10, Edil-son Santana será a atração principal, apresentando show acústico.

>> A Gregory vai sacudir o Se-gundo Piso do Amazonas Sho-pping, na próxima quarta-feira, com o coquetel de abertura da loja, que acaba de passar por uma profunda repaginação, tor-nando-a moderníssima e chic.

>> Vitrine

A próxima edição da Defensoria Itinerante já está agendada para o fi m deste mês e atenderá os moradores do bairro Mauazinho. Esta é mais uma ação de cidadania que leva atendimen-to jurídico gratuito às famílias, num projeto da gestão Omar Aziz, sob o olhar atento da primei-ra-dama Nejmi Aziz, que tem acompanhado o pro-jeto desde sua estreia . A empresária Carla Krishanã reuniu

convidados em noite movimentadíssima, quinta-feira na Calvin Klein do Shopping Manauara, lançando a nova coleção da marca em Manaus.

. E a festa foi um sucesso! Regada a champagne e chocolates Brands, o evento sacudiu a CK apresentando os novíssimos e sensacionais modelos da griff e, incluindo os badaladíssimos jeans metalizados que são a sensação do momento.

. O DJ Pratinha comandou o som do evento, com house music e lounge de primeira linha. Festa fashion!

>> Noite fashion

Socorro Guedes, Darcley de Paula e Zenilde Pacífi co

Dione de Markes eAndréa Araújo

Jaqueline Chagas

Marilu Ramos

Luccas eSuely Nascimento

Márcia Martins

Helenita Krishanã

Cristiane Dantas e

Anne Cristine Cavalcante

Waltinho Oliva Pinto

Walderian D’avila, Leo e Je-ff erson Cunha

A empresária Carla Krishanã, anfi triã na badalada festa da

Calvin Klein

Luiz Marga-rido e Gigi

Cunha

FOTOS: MAURO SMITH

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Peça ‘Vestido de Noiva’ prevista para dezembroApós meses de ensaio, a Companhia de Ideias marca a data de apresentação do espetáculo com texto de Nelson Rodrigues

Montagem clássi-ca do centenário Nelson Rodrigues, o espetáculo “Ves-

tido de Noiva” tem estreia prevista para acontecer em dezembro em uma capela loca-lizada no terreno do antigo hos-pital Santa Casa de Misericór-dia. Encenada pela Companhia de Ideias, o elenco, composto por cinco atores, desenvolve performances artísticas que agregam teatro, dança e pro-jeção de imagens.

O diretor da companhia, João Fernandes, explica que o gru-po aguarda a divulgação da programação da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) para anunciar a data oficial do espetáculo. O trabalho é desenvolvido há quatro meses, tempo que segundo Fernan-des, permitiu um amadureci-mento do projeto inicial. O diretor afirma que o trabalho é norteado em uma pesquisa baseada no gênero masculino. No caso de “Vestido de Noiva”, as personagens femininas vão existir, porém, serão narradas por vozes masculinas, criando assim, um jogo cênico. “A figura feminina não vai deixar de

existir, apenas será represen-tada de forma simbólica. Essa uma proposta que adotamos para esse trabalho. Queremos criar coisas diferentes para a Companhia”, fundamenta.

De acordo com Fernandes, a iniciativa de desenvolver um espetáculo dentro da capela nasceu no ano passado, quan-do criaram o projeto “Lugares

que o dia não me deixa ver” para concorrer ao Prêmio Funarte Artes na Rua, promovido pelo Ministério da Cultura (Minc). Ele afirma que a ideia prin-cipal é levar o teatro, assim como as demais vertentes, aos prédios antigos, comumente não frequentados. “Essa apre-sentação vem agregar arte à questão cultural. Esse projeto já existia dentro da Companhia

e como neste ano comemo-ram-se os 100 anos de Nelson Rodrigues e os 5 anos de nossa atuação, resolvemos unir tudo em um pacote e abrir a tem-porada com essa grandiosa obra, levando-a para um espa-ço alternativo”, conta. O diretor também anuncia que o grupo conseguiu a liberação por par-te do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a utilização da área interna do prédio, além de ter adquirido até o mês de agosto de 2013, a posse dos direitos autorais da obra.

A concessão foi viabilizada por meio de contato com a filha de Rodrigues, Sonia Rodrigues, junto a Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus). “Estamos com todos os docu-mentos formalizados e todo pronto para a estreia. Agora, é só esperar o sinal verde da SEC”, informa. Fernandes co-nheceu Sonia no início deste ano, momento em que ela disse estar interessada em vir a Ma-naus para assistir à montagem. “Conheci a Sonia durante uma viagem, falei sobre o projeto e ela aprovou, então, começamos a negociar sobre a questão dos direitos sobre a obra. Será uma satisfação poder recebê-la nessa estreia”, disse.

ESTREIAA capela da Santa Casa de Misericórdia será palco do espe-táculo “Vestido de Noiva”, escrita por Nelson Rodrigues. A estreia está prevista para o próximo mês de dezembro

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

O diretor ainda comanda a cenografia e parte do figu-rino, missão que divide com Mauricio Matos. “As roupas serão brancas e vermelhas. Buscamos transparecer lim-peza e organização, tudo o mais clean possível, um figurino bem acabado”, cita.

Na cenografia Fernandes afirma que o público deve conferir algo dinâmico. O projeto, que também envol-ve o processo de carpintaria, tem a confecção projetada pelo arquiteto Rui Franco. “Queremos usar elementos que Rodrigues propõe em

seus textos. A ideia e que um cenário se transforme em dez. Criamos uma ma-quete que nos possibilitou visualizar a parte funcional”, comenta. “Não vamos utili-zar recursos tecnológicos. Queremos utilizar novas possibilidades”, frisa.

Figurino branco e vermelhoAo todo, estarão em cena cinco atores que terão a missão de apresentar a obra de Rodrigues

Reggae, rock, axé e samba em destaque no Tropical

Hoje é o último dia do Ma-naus Summer Fest 2012 que encerra com shows de Chi-marruts, Charlie Brown Jr. e Banda Eva no palco principal, além de Mumuzinho na área VIP Equador Petróleo e San-to Remédio. A festa começa mais cedo, a partir das 18h, no píer do Tropical Hotel.

A programação inicia com o reggae do Chimarruts, em seguida tem o rock do Charlie Brown Jr. e termina, em clima duplo de despedida, com o axé da Banda Eva, atração in-dispensável no Summer. Esta será a última apresentação do cantor Saulo Fernandes com a banda em Manaus, já que ele se despede da Banda Eva no Carnaval de 2013.

IngressosOs ingressos para curtir

apenas o último dia custam R$ 60 (abadá de pista – meia entrada) e R$ 160 (abadá área VIP Equador Petróleo e Santo Remédio – meia entrada), à venda nas lojas Granada Be-

ach (Amazonas Shopping e Manauara Shopping), Sandá-lias e Tal (Amazonas Shopping e Manauara Shopping), Mr. Pizzo (avenida Pedro Teixei-ra, 931, Dom Pedro), Japurá Pneus (avenida Djalma Ba-tista, ao lado da Happy Ice) e pelo site www.ingressosbuy.com. Os valores podem ser parcelados em até três vezes no cartão Visa ou no Master, mas somente nos pontos de venda. Na área VIP Equador Petróleo e Santo Remédio o público terá acesso diferen-ciado, front stage, open bar, salão de beleza, bares e ba-nheiros exclusivos.

Quem deixou para comprar ingresso na última hora, con-tará com duas bilheterias: uma na lateral do Tropical Hotel e a da Arena VIP (no ginásio do Tropical). Ambas funcionarão a partir das 10h. A estraté-gia foi montada para garantir que o público evite comprar ingressos com cambistas, evitando assim, a compra de ingressos falsos.

DIVERSÃO

SERVIÇOMANAUS SUMMER FEST

Quando: Onde:

Ingressos:

Informações:

11 de novembroPraia do Tropical Hotel - avenida Coronel Teixeira, 1.320, Ponta NegraR$ 60 (abadá de pista – meia en-trada) e R$ 160 (abadá área VIP Equador Petróleo e Santo Remédio – meia entrada)(92) 3648-6785 e 9175-5015 Saulo, da banda Eva, será

uma das atrações de hoje

REPRODUÇÃO

Rock e MPB com a Triton’s Band

Clássicos do rock inter-nacional serão o desta-que do show da Triton’s Band, hoje, na praça de alimentação do Manaus Plaza Shopping. A banda fará apresentação das 18h30 às 20h30, tocando baladas internacionais e clássicos do rock mundial. Para não perder a brasi-lidade, o show também terá uma pitada de Música Popular Brasileira (MPB) e pop rock nacional.

RepertórioA seleção musical irá

privilegiar rock ballads de Scorpions, Bon Jovi, Pink Floyd, Guns N’ Roses, The Police, Aerosmith e tam-bém de grupos que deram início à história do rock, como The Beatles e Cree-dence Clearwater Revival. O set list inclui as baladas que fizeram sucesso nas décadas de 80 e 90, como “Cryin” (Aerosmith), “Don’t Cry” (Guns) e “Your Last Song” (Scorpions), além de clássicos dos anos 50, como “Hey Jude” e “Let It Be” dos Beatles. No show, também serão lembrados os talentos de Brian Ada-ms e Robbie Williams.

Da música nacional e do pop rock nacional, a banda tocará sucessos de artis-tas como Jorge Vercilo, Djavan, Zeca Baleiro, Ana Carolina, Marisa Monte, Vanessa da Mata entre outros. Bandas como Ti-tãs, Capital Inicial, Barão Vermelho e Legião Urbana também serão lembradas. Vale ressaltar que o show é gratuito.

ANIMAÇÃO

DIVULGAÇÃO

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Marta Suplicy quer aumentar o número representações da fundação no Norte

Ministra pretende ampliar a Funarte

Em sua primeira visita à sede da Fundação Nacional de Artes (Fu-narte), no Rio, desde

que assumiu o Ministério da Cultura, Marta Suplicy sina-lizou, na última sexta-feira, que deverá atender a uma antiga reivindicação do ór-gão: a substituição de tercei-rizados por um quadro maior de funcionários concursados. Marta também demonstrou interesse em ampliar a ca-pilaridade da fundação, com aumento no número de re-presentações nas regiões Norte e Nordeste.

Embora trate as duas ques-tões como “possibilidades”, a ministra foi enfática ao afir-mar que a entidade, consi-derada por ela o órgão mais importante do ministério em termos de execução, deverá ampliar seu funcionamento e presença no país. “Um dos vértices desse ministério é a inclusão social, e nós não temos a Funarte presente, assim como nós não temos representação regional em vários Estados do Norte e Nordeste, que são agrupados. Seria interessante que nós tivéssemos representação re-

gional, e uma representação da Funarte ali dentro, para ter essa capilaridade com o vértice da inclusão”.

A instituição conta com cer-ca de 460 funcionários ati-vos e 350 inativos. Do total de ativos, apenas 232 são servidores concursados, mais de 100 são terceirizados e o restante é complementado por empregados cedidos por outros órgãos. “São muitos terceirizados, que acabam saindo muito mais caros do que se fossem concursados. Isso foi algo bastante concre-to que discutimos: tem que ter um concurso para Funar-te, porque se fizermos um concurso vamos economizar”, disse a ministra.

O presidente da Funarte, Antônio Grassi, disse que o aumento no quadro de fun-cionários permitirá esse in-cremento na atuação da en-tidade em âmbito nacional. “A ministra veio com essa preocupação. Tornar a Fu-narte mais robusta para que ela possa ter uma atuação nacional foi uma questão que ela colocou com muita ênfase”, afirmou Grassi.

Por Heloisa Aruth Sturm

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, mostrou interesse em aumentar o número de representações no Norte e Nordeste do país

Antônio Grassi afirmou aumento de funcionários da Funarte

REGIONAL

Edilson Santana com show acústico na tacacaria, hoje

Um dos grandes nomes da cena musical amazonense, o cantor Edilson Santana será a atração de hoje no palco da Tacacaria Parintins, localiza-da no CSU do Parque 10, a par-tir das 19h. Ele, que também é amo do boi Caprichoso, fará uma apresentação em for-mato acústico, acompanhado apenas de seu violão.

Conhecido e íntimo dos palcos locais, Edilson Santa-na tem quase duas décadas de experiência musical. É vo-calista versátil que transita em variados ritmos, entre eles o forró, axé, black mu-sic, samba, pagode, toadas e flashbacks. Há anos defende o item “amo do boi” no fes-tival de Parintins, onde já foi inclusive levantador de toadas do bumbá azul.

Para o acústico na Taca-caria Parintins, ele irá apre-sentar um repertório eclé-tico composto por canções da MPB e, principalmente, toadas do Boi Caprichoso. “Ele é querido pelo público do Caprichoso e respeitado pelos torcedores do Garan-

tido. Tem uma voz única, diferenciada e bem afinada. Será uma grande apresenta-ção”, afirmou Bruna Innuzzi, sócia do empreendimento. Além do evento musical, o Movimento Marujada, res-ponsável pela divulgação do boi Caprichoso na capital, lançará a campanha “Natal Solidário”, que visa arreca-dar alimentos para o abrigo São Vicente de Paula.

Para Bruna, o evento “une o útil e o agradável” já que além de levar diversão aos amantes da tacacaria, tam-bém possibilita uma ajuda aos que mais precisam, com a campanha “Natal Solidário” que sensibilizará os clientes do espaço. “Teremos um show musical e uma ação que visa ajudar o próximo, isso faz bem para o corpo e para a alma”, destaca Bruna. “Quem quiser doar basta levar os donativos para a tacacaria hoje, que terá uma equipe para reco-lher as doações”, informa. Os alimentos arrecadados serão doados ao abrigo São Vicente de Paula.Além de cantor, Edilson Santana é o amo do boi do bumbá Caprichoso. Hoje, ele apresenta show acústico, a partir das 19h

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

SERVIÇOSHOW DE EDILSON SANTANA

Quando:

Onde:

Quanto:

Hoje, a partir das 19hTacacaria Pa-rintins (CSU do Parque 10)Entrada gratuita

El Dorado será tema da nova exposição de OtoniArtista plástico e professor da Universidade Federal do Amazonas reúne e prepara peças para nova mostra este mês

O artista plástico Otoni Mesquita possui mais de 30 anos de carreira e prepara nova exposição no Sesc Amazonas, Centro

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Papel, gravura, pesqui-sa e experimentações definem a nova cole-ção de peças que o

artista plástico Otoni Mesqui-ta prepara para a exposição batizada de “Em busca do El Dorado”, que está prevista para ser inaugurada este mês, na sede do Serviço Social do Comércio (Sesc), no Centro.

A escolha do título da expo-sição tem dupla justificativa, segundo o próprio artista, que também atua como professor do departamento de Artes da Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam). “Primeiro o gra-fismo que utilizo há algumas décadas. Algumas vezes lembra referências de manifestações dos povos pré-colombianos. O segundo motivo é que, ao retomar à temática em 2007, quando retornei ao atelier de gravura em metal (Atelier Vila Venturosa, no Rio de Janeiro), e ao imprimir uma nova série, decidi que deveria utilizar a tinta de cor dourada. Mas para obter um resultado satisfatório foi uma tarefa árdua, e por isso denominei a série dessa maneira, querendo fazer uma referência à própria busca da cor dourada”, explica que tem formação em gravura pela Es-cola de Belas Artes, de onde saiu em 1983.

O artista ainda não tem cer-teza de quantas peças serão selecionadas para a exposição, mas enfatiza que tem material cujo embrião foi plantado em 2008. “Foi quando continuei a desenvolver pinturas e algu-mas outras experimentações com objetos e resinas acrílica, nos quais inseri tons dourados. O curioso é que aquela busca que parecia se dirigir à suges-tão do ouro, ou qualquer outro metal precioso, se voltou para

os elementos naturais. Passei a explorar recursos estéticos de folhas secas e pequenos inse-tos, mostrando que assim como aqueles viajantes que busca-vam ouro acabaram concluindo que a grande riqueza da região estava guardada em sua própria natureza”, analisa a subjetivida-de de suas inspirações.

Em verdade, algumas dessas telas foram expostas naquele mesmo ano, incluindo o chama-do Zonarte, evento promovido pelo Sesc, e uma exposição coletiva no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (Icbeu), juntamente com os colegas e amigos Sérgio Cardoso e Jair Jacqmont. “Mais recentemente, durante o workshop da artis-ta francesa Guillaine Querrien,

na Ufam, retomei a série de gravuras douradas e também alguns outros experimentos que envolvem a técnica da gravura e do papel artesanal, incrustação de papel e mesmo impressões digitais, além de outros pe-quenos detalhes que ao olhos do leigo passam despercebido”, comenta Otoni Mesquita, auto-proclamando-se artesão. “Pen-so que depois de mais de 30 anos de estrada posso agora reivindicar para mim o status de artesão, considerando que artista, atualmente, não neces-sita meter a mão na massa, não precisa transformar ma-teriais”, afirma.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

ARTEPapel, gravura, pes-quisa e experimenta-ção são palavras que podem definir a nova mostra do artista plás-tico Otoni Mesquita que abrirá, ainda este mês, nas dependências do Sesc, Centro

MÚSICA

Grupo Orquestra Imperial entre sambas e boleros

Basta assistir a um de seus bailes: o grupo Orquestra Im-perial parece brincadeira. E talvez seja pela leveza do im-proviso amigável de 13, 15, 20 músicos - a formação ao vivo é flutuante - que os sho-ws e os lançamentos vêm a conta-gotas. São feitos sem muito compromisso, ao sabor da vontade. “Fazendo as Pazes com o Swing”, segundo disco do conjunto, chegou às lojas só na última semana, 5 anos depois da estreia, “Carnaval Só Ano Que Vem”.

O intervalo parece grande, mas Thalma de Freitas, uma das várias vozes do grupo, esclarece: “O Orquestra não funciona em escala industrial. Um trabalho a cada 5 anos eu acho até uma média boa”. Para ela, esse tempo foi muito importante para amadurecer o álbum, cuja ideia surgiu pela primeira vez logo após o lan-çamento do primeiro trabalho, ainda em 2007.

Nesse meio tempo, canções não faltaram. Num grupo que une Wilson das Neves, Alexan-dre Kassin e muitos outros nomes relevantes da música brasileira, sempre havia al-

guém compondo. Quando um de seus fundadores, Berna Ceppas, decidiu tentar reuni-los para a gravação do disco, há um ano, a gênese do tra-balho se deu mais pela edição de um repertório do que pela criação de uma obra do zero. “Ela aconteceu no sentido de ver se tinha bolero demais aqui, se tinha muita música com voz masculina, etc. Foi uma questão de logística in-terna”, explica Ceppas.

A “logística” majoritariamen-te sambista do novo trabalho é tanto novidade quanto notícia velha. Inicialmente um projeto de gafieira, o primeiro disco do Orquestra tinha samba, mas não só - por isso o nome, que adiava a chegada do gênero. Na produção do último álbum, Leo Monteiro (percussão ele-trônica) fez o comentário que o batizaria: de volta ao samba, o Orquestra fazia as pazes com o swing. No som, muito balanço; na capa, um tanto de saudade. Com o rosto pintado, quem estampa o encarte é Nelson Jacobina, que morreu de câncer pouco tempo depois do fim das gravações do álbum, dedicado a ele.

“Fazendo as Pazes com o Swing” é o título do mais recente álbum do famoso grupo Orquestra Imperial que já está à venda

Companheiro de composi-ção de Jorge Mautner, outro célebre integrante do conjun-to, Nelson fez alguns arranjos e tocou os violões e uma das três guitarras do lançamen-to, sendo uma força criativa essencial do grupo. “Nós te-

mos um feng shui humano muito louco, cada um de um lugar, de um jeito. O Nelson era alguém extremamente iluminado, no meio de tudo isso”, afirma Ceppas.

O “feng shui humano” é, de fato, uma das principais

características do grupo Or-questra. Para Thalma, por reunir veteranos e “novatos”, o Orquestra está entre a ex-periência de dinossauros e a visão de músicos mais jovens. “Eles (os mais velhos) vão le-gitimando a gente, e a gente

os vai atualizando”, comenta. Ainda bebê, a cantora sentou no colo de João Donato. Hoje, divide com ele, na composição e na gravação, a canção “En-quanto a Gente Namora”.

Por Rafael Abreu

Arranjos de guitarras e violões diferenciados

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012 D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Marta Suplicy quer aumentar o número representações da fundação no Norte

Ministra pretende ampliar a Funarte

Em sua primeira visita à sede da Fundação Nacional de Artes (Fu-narte), no Rio, desde

que assumiu o Ministério da Cultura, Marta Suplicy sina-lizou, na última sexta-feira, que deverá atender a uma antiga reivindicação do ór-gão: a substituição de tercei-rizados por um quadro maior de funcionários concursados. Marta também demonstrou interesse em ampliar a ca-pilaridade da fundação, com aumento no número de re-presentações nas regiões Norte e Nordeste.

Embora trate as duas ques-tões como “possibilidades”, a ministra foi enfática ao afir-mar que a entidade, consi-derada por ela o órgão mais importante do ministério em termos de execução, deverá ampliar seu funcionamento e presença no país. “Um dos vértices desse ministério é a inclusão social, e nós não temos a Funarte presente, assim como nós não temos representação regional em vários Estados do Norte e Nordeste, que são agrupados. Seria interessante que nós tivéssemos representação re-

gional, e uma representação da Funarte ali dentro, para ter essa capilaridade com o vértice da inclusão”.

A instituição conta com cer-ca de 460 funcionários ati-vos e 350 inativos. Do total de ativos, apenas 232 são servidores concursados, mais de 100 são terceirizados e o restante é complementado por empregados cedidos por outros órgãos. “São muitos terceirizados, que acabam saindo muito mais caros do que se fossem concursados. Isso foi algo bastante concre-to que discutimos: tem que ter um concurso para Funar-te, porque se fizermos um concurso vamos economizar”, disse a ministra.

O presidente da Funarte, Antônio Grassi, disse que o aumento no quadro de fun-cionários permitirá esse in-cremento na atuação da en-tidade em âmbito nacional. “A ministra veio com essa preocupação. Tornar a Fu-narte mais robusta para que ela possa ter uma atuação nacional foi uma questão que ela colocou com muita ênfase”, afirmou Grassi.

Por Heloisa Aruth Sturm

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, mostrou interesse em aumentar o número de representações no Norte e Nordeste do país

Antônio Grassi afirmou aumento de funcionários da Funarte

REGIONAL

Edilson Santana com show acústico na tacacaria, hoje

Um dos grandes nomes da cena musical amazonense, o cantor Edilson Santana será a atração de hoje no palco da Tacacaria Parintins, localiza-da no CSU do Parque 10, a par-tir das 19h. Ele, que também é amo do boi Caprichoso, fará uma apresentação em for-mato acústico, acompanhado apenas de seu violão.

Conhecido e íntimo dos palcos locais, Edilson Santa-na tem quase duas décadas de experiência musical. É vo-calista versátil que transita em variados ritmos, entre eles o forró, axé, black mu-sic, samba, pagode, toadas e flashbacks. Há anos defende o item “amo do boi” no fes-tival de Parintins, onde já foi inclusive levantador de toadas do bumbá azul.

Para o acústico na Taca-caria Parintins, ele irá apre-sentar um repertório eclé-tico composto por canções da MPB e, principalmente, toadas do Boi Caprichoso. “Ele é querido pelo público do Caprichoso e respeitado pelos torcedores do Garan-

tido. Tem uma voz única, diferenciada e bem afinada. Será uma grande apresenta-ção”, afirmou Bruna Innuzzi, sócia do empreendimento. Além do evento musical, o Movimento Marujada, res-ponsável pela divulgação do boi Caprichoso na capital, lançará a campanha “Natal Solidário”, que visa arreca-dar alimentos para o abrigo São Vicente de Paula.

Para Bruna, o evento “une o útil e o agradável” já que além de levar diversão aos amantes da tacacaria, tam-bém possibilita uma ajuda aos que mais precisam, com a campanha “Natal Solidário” que sensibilizará os clientes do espaço. “Teremos um show musical e uma ação que visa ajudar o próximo, isso faz bem para o corpo e para a alma”, destaca Bruna. “Quem quiser doar basta levar os donativos para a tacacaria hoje, que terá uma equipe para reco-lher as doações”, informa. Os alimentos arrecadados serão doados ao abrigo São Vicente de Paula.Além de cantor, Edilson Santana é o amo do boi do bumbá Caprichoso. Hoje, ele apresenta show acústico, a partir das 19h

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

SERVIÇOSHOW DE EDILSON SANTANA

Quando:

Onde:

Quanto:

Hoje, a partir das 19hTacacaria Pa-rintins (CSU do Parque 10)Entrada gratuita

El Dorado será tema da nova exposição de OtoniArtista plástico e professor da Universidade Federal do Amazonas reúne e prepara peças para nova mostra este mês

O artista plástico Otoni Mesquita possui mais de 30 anos de carreira e prepara nova exposição no Sesc Amazonas, Centro

DIV

ULG

AÇÃO

Papel, gravura, pesqui-sa e experimentações definem a nova cole-ção de peças que o

artista plástico Otoni Mesqui-ta prepara para a exposição batizada de “Em busca do El Dorado”, que está prevista para ser inaugurada este mês, na sede do Serviço Social do Comércio (Sesc), no Centro.

A escolha do título da expo-sição tem dupla justificativa, segundo o próprio artista, que também atua como professor do departamento de Artes da Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam). “Primeiro o gra-fismo que utilizo há algumas décadas. Algumas vezes lembra referências de manifestações dos povos pré-colombianos. O segundo motivo é que, ao retomar à temática em 2007, quando retornei ao atelier de gravura em metal (Atelier Vila Venturosa, no Rio de Janeiro), e ao imprimir uma nova série, decidi que deveria utilizar a tinta de cor dourada. Mas para obter um resultado satisfatório foi uma tarefa árdua, e por isso denominei a série dessa maneira, querendo fazer uma referência à própria busca da cor dourada”, explica que tem formação em gravura pela Es-cola de Belas Artes, de onde saiu em 1983.

O artista ainda não tem cer-teza de quantas peças serão selecionadas para a exposição, mas enfatiza que tem material cujo embrião foi plantado em 2008. “Foi quando continuei a desenvolver pinturas e algu-mas outras experimentações com objetos e resinas acrílica, nos quais inseri tons dourados. O curioso é que aquela busca que parecia se dirigir à suges-tão do ouro, ou qualquer outro metal precioso, se voltou para

os elementos naturais. Passei a explorar recursos estéticos de folhas secas e pequenos inse-tos, mostrando que assim como aqueles viajantes que busca-vam ouro acabaram concluindo que a grande riqueza da região estava guardada em sua própria natureza”, analisa a subjetivida-de de suas inspirações.

Em verdade, algumas dessas telas foram expostas naquele mesmo ano, incluindo o chama-do Zonarte, evento promovido pelo Sesc, e uma exposição coletiva no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (Icbeu), juntamente com os colegas e amigos Sérgio Cardoso e Jair Jacqmont. “Mais recentemente, durante o workshop da artis-ta francesa Guillaine Querrien,

na Ufam, retomei a série de gravuras douradas e também alguns outros experimentos que envolvem a técnica da gravura e do papel artesanal, incrustação de papel e mesmo impressões digitais, além de outros pe-quenos detalhes que ao olhos do leigo passam despercebido”, comenta Otoni Mesquita, auto-proclamando-se artesão. “Pen-so que depois de mais de 30 anos de estrada posso agora reivindicar para mim o status de artesão, considerando que artista, atualmente, não neces-sita meter a mão na massa, não precisa transformar ma-teriais”, afirma.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

ARTEPapel, gravura, pes-quisa e experimenta-ção são palavras que podem definir a nova mostra do artista plás-tico Otoni Mesquita que abrirá, ainda este mês, nas dependências do Sesc, Centro

MÚSICA

Grupo Orquestra Imperial entre sambas e boleros

Basta assistir a um de seus bailes: o grupo Orquestra Im-perial parece brincadeira. E talvez seja pela leveza do im-proviso amigável de 13, 15, 20 músicos - a formação ao vivo é flutuante - que os sho-ws e os lançamentos vêm a conta-gotas. São feitos sem muito compromisso, ao sabor da vontade. “Fazendo as Pazes com o Swing”, segundo disco do conjunto, chegou às lojas só na última semana, 5 anos depois da estreia, “Carnaval Só Ano Que Vem”.

O intervalo parece grande, mas Thalma de Freitas, uma das várias vozes do grupo, esclarece: “O Orquestra não funciona em escala industrial. Um trabalho a cada 5 anos eu acho até uma média boa”. Para ela, esse tempo foi muito importante para amadurecer o álbum, cuja ideia surgiu pela primeira vez logo após o lan-çamento do primeiro trabalho, ainda em 2007.

Nesse meio tempo, canções não faltaram. Num grupo que une Wilson das Neves, Alexan-dre Kassin e muitos outros nomes relevantes da música brasileira, sempre havia al-

guém compondo. Quando um de seus fundadores, Berna Ceppas, decidiu tentar reuni-los para a gravação do disco, há um ano, a gênese do tra-balho se deu mais pela edição de um repertório do que pela criação de uma obra do zero. “Ela aconteceu no sentido de ver se tinha bolero demais aqui, se tinha muita música com voz masculina, etc. Foi uma questão de logística in-terna”, explica Ceppas.

A “logística” majoritariamen-te sambista do novo trabalho é tanto novidade quanto notícia velha. Inicialmente um projeto de gafieira, o primeiro disco do Orquestra tinha samba, mas não só - por isso o nome, que adiava a chegada do gênero. Na produção do último álbum, Leo Monteiro (percussão ele-trônica) fez o comentário que o batizaria: de volta ao samba, o Orquestra fazia as pazes com o swing. No som, muito balanço; na capa, um tanto de saudade. Com o rosto pintado, quem estampa o encarte é Nelson Jacobina, que morreu de câncer pouco tempo depois do fim das gravações do álbum, dedicado a ele.

“Fazendo as Pazes com o Swing” é o título do mais recente álbum do famoso grupo Orquestra Imperial que já está à venda

Companheiro de composi-ção de Jorge Mautner, outro célebre integrante do conjun-to, Nelson fez alguns arranjos e tocou os violões e uma das três guitarras do lançamen-to, sendo uma força criativa essencial do grupo. “Nós te-

mos um feng shui humano muito louco, cada um de um lugar, de um jeito. O Nelson era alguém extremamente iluminado, no meio de tudo isso”, afirma Ceppas.

O “feng shui humano” é, de fato, uma das principais

características do grupo Or-questra. Para Thalma, por reunir veteranos e “novatos”, o Orquestra está entre a ex-periência de dinossauros e a visão de músicos mais jovens. “Eles (os mais velhos) vão le-gitimando a gente, e a gente

os vai atualizando”, comenta. Ainda bebê, a cantora sentou no colo de João Donato. Hoje, divide com ele, na composição e na gravação, a canção “En-quanto a Gente Namora”.

Por Rafael Abreu

Arranjos de guitarras e violões diferenciados

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Page 30: EM TEM PO - 11 de novembro de 2012

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Programação de TV

5:00 Aventura Selvagem – Reprise5:30 Pesca Alternativa6:30 Brasil Caminhoneiro7:00 A Grande Ideia7:30 Vrum8:00 Programa da Manazinha – Local8:30 Chaves9:00 Sorteio Amazonas da Sorte – Local10:00 Domingo Legal14:00 Eliana18:00 Vamos Brincar de Forca18:40 Sorteio da Telesena18:45 Programa Sílvio Santos23:00 De Frente com Gabi0:00 Série - O Mentalista1:00 Série – Alvo Humano2:00 Série – Chase3:00 Encerramento de Emissora

SBT

GLOBO

REDE TV

4:45 Santa Missa em Seu Lar5:45 Sagrado: Compacto5:55 Amazônia Rural6:25 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7:05 Globo Rural8:05 Auto Esporte8:38 Esporte Espetacular11:30 Temperatura Máxima13:53 The Voice Brasil15:17 Domingão do Faustão19:30 Fantástico21:50 Domingo Maior0:05 Sessão de Gala1:48 Corujão3:15 Sob Medida4:00 Festival de Desenhos

4:45 Bíblia Em Foco5:00 Nosso Tempo5:30 Desenhos Bíblicos7:00 Voto na Record – Local

TV CULTURA5:55 Abertura da Emissora/Hino Nacional6:00 Via Legal6:30 Brasil Eleitor7:00 Palavras da Vida8:00 Santa Missa9:00 Viola, Minha Viola9:30 Nova Amazônia – Local10:00 Escola Pra Cachorro10:15 Meu Amigaozão10:30 Turma do Pererê11:00 ABZ do Ziraldo11:30 Anima TV Tromba Trem11:45 Anima TV Carrapatos e Catapultas12:00 Turma do Pererê13:00 Dango Balango13:30 TV Piá14:00 Stadium15:00 Os Protetores do Planeta16:00 Ver TV17:00 De Lá, Pra Cá17:30 Cara e Coroa18:00 Papo de Mãe19:00 Conexão20:00 Esportvisão21:30 MPTV – Local (Reprise)22:00 Roda Viva Amazonas – Local (Reprise)23:00 Doc Especial0:00 Encerramento da Emissora/Hino Nacional

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça – Local7:30 Igreja Internacional da Graça – Local8:55 Break obrigatório9:00 TV Shopping Manaus – Local10:00 Show de Ofertas da Cidade – Local10:30 TV Kids – Local11:00 Igreja Internacional da Graça – Local12:00 Fique Ligado – Local13:00 TV Kids – Local14:00 Encircuito – Local (Reprise)15:30 Amazonas Mix – Local16:00 Break obrigatório16:05 TV Kids16:45 Ritmo Brasil17:20 O Último Passageiro18:40 Super Bull Brasil19:40 Star Trek21:00 TV Shopping Manaus – Local (Reprise)22:00 Cine Total23:30 Dr. Hollywood0:15 É Notícia1:15 Bola na Rede1:45 Igreja Internacional da Graça – Local

11:15 Tudo É Possível14:00 Top Model – HD15:00 Programa do Gugu19:30 Domingo Espetacular – HD22:15 Repórter Record23:15 Série – Todo Mundo Odeia o Chris0:15 Programação IURD

Eliana apresenta seu programa hoje na grade do SBT

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Alguma inquietação pessoal irá perturbar a relação íntima com a pessoa amada. É preciso encontrar um novo ajuste entre vocês. No trabalho, bons apoios lhe favorecem.

TOURO - 20/4 a 20/5 Momento em que é necessário resolver as pendências e as carências que possam atra-palhar a aproximação ou os relacionamentos nos quais você está envolvido.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Organize-se melhor para receber as inova-ções, mesmo que isso remexa com sua rotina, de imediato. A rotina de trabalho precisa se re-adequar aos planos e projetos futuros.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 A noção de futuro e responsabilidade tende a mexer com sua relação amorosa. Não bastam os sentimentos, é preciso saber para que direção vai o relacionamento.

LEÃO - 23/7 a 22/8 O ambiente familiar pode não estar tão bom quanto você esperava. Pode haver algo que não combina com seus valores e expectativas, e isso deve ser colocado às claras.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Um dia em que boas conversas podem ser necessárias nas relações íntimas, para vocês acertarem o que vocês pensam e desejam. Pode haver diferenças a serem sanadas.

LIBRA - 23/9 a 22/10 As relações de negócio estão em fase de remodelação. Alguma modifi cação precisa ser introduzida para as negociações cami-nharem. Na vida a dois, também é preciso mudar.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 É preciso saber se adaptar, integrando-se às mudanças deste dia. Os afazeres da rotina vão se bagunçar, indo contra sua vontade e afrontando o que você tinha estabelecido.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 As relações afetivas são preenchidas com desejos e anseios urgentes. Mas tudo tende a se precipitar de um modo desajeitado, se os sentimentos não forem bem conduzidos.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 As relações sociais podem causar senti-mentos e afeições especialmente fortes. Mas há algo também de perturbar nessas relações, e nem tudo segue o rumo que você desejava.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Um dia propício para você superar algum obstáculo na vida profissional. A melhoria da comunicação e das relações é funda-mental para isso. Adapte-se melhor às pessoas.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Momento positivo para você superar os obstáculos fi nanceiros que as circunstâncias podem forçar sobre você. Procure novas saídas para os velhos problemas.

CruzadinhasCinema

ESTREIA

Gonzaga: De Pai para Filho - 12 anos: Cinemark 3 - 12h10, 15h, 17h50, 20h40 (dia-riamente); Playarte 3 - 12h30, 15h05, 17h40, 20h15 (sex, sáb, dom, seg, qua), 12h30, 15h05, 17h40, 20h15 (ter) e 22h50 (sex e sáb); Cinemais Millennium 7 – 14h, 16h30, 19h e 21h30.

007 – Operação Skyfall: 16 anos: Cinemark 1 - 12h50, 16h, 19h10, 22h20 (dub/diariamente); Cinemark 4 - 21h (dub/diariamente); Playarte 5 - 15h, 18h, 21h (leg/sex, sáb, dom, seg, qua) e 22h59 (leg/sex e sáb); Playarte 6 - 14h, 17h, 20h (dub/sex, sab, dom, seg, qua) e 23h (dub/sex e sáb); Cinemais Millennium 4 – 14h20, 17h30 e 20h40 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 8 -15h10, 18h50 e 21h40 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 14h50, 19h10 e 22h (dub/diariamente); Cinemais Plaza 7 – 18h20 e 21h10 (dub/diariamente);

O Mar Não Está Para Peixe 2 – Livre: Playarte 1 - 13h, 14h50, 16h40, 18h30, 20h20

(dub/sex, sáb, dom, seg, qua) e 22h10 (dub/sex e sáb); Cinemark 8 - 12h45, 14h55 (dub/ diaria-mente); Cinemais Millennium 3 – 14h30 e 16h20 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 16h e 20h50 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 7 – 14h30 e 16h30 (dub/diariamente);

Diário de um Banana 3 – Livre: Cinemark 4 - 12h20, 14h30, 16h40, 18h50 (3D/dub/diariamente).

Até que a Sorte nos Separe - 12 anos: Playarte 9 - 14h, 16h15, 18h30, 20h45 (ter); 14h, 16h15, 18h30, 20h45 (sex, sáb, dom, seg, qua) e 23h (sex e sáb); Playarte 10 – 12h10, 14h25, 16h40, 18h55, 21h10 (sex, sáb, dom, seg, qua), 12h30, 14h45, 17h, 19h15, 21h30 (ter) e 22h35 (sex e sáb); Cinemark 5 - 13h, 15h10, 17h30, 19h50, 22h10 (diariamente).

Atividade Paranormal 4 - 12 anos: Cinemark 7 - 12h40, 14h50, 17h10, 19h40, 21h50 (leg/dia-

riamente); Cinemais Millennium 5 – 15h20, 17h20, 19h40 e 21h50 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 6 – 15h, 17h, 19h20 e 21h30 (leg/diariamente);

Possessão - 14 anos: Cinemark 6 - 12h30, 14h40, 16h50, 19h, 21h20 (dub/diariamente); Playarte 4 - 13h10, 15h10, 17h10, 19h10, 21h10 (leg/sex, sáb, dom, seg, qua) e 23h10 (leg/sex e sáb); Cinemais Millennium 6 – 15h, 17h10, 19h10 e 21h20 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 4 – 14h40, 16h50, 19h e 21h (dub/diariamente).

A Entidade - 14 anos: Playarte 2 - 18h20, 20h40 (leg/ sex,sab,dom,seg,qua) e 23h (leg/sex e sáb).

E a Vida Continua - 12 anos: Playarte 2 - 12h50, 15h, 17h10, 19h20, 21h30 (ter) e 14h, 16h10 (sex, sáb, dom, seg, qua).

Billi Pig - 12 anos: Playarte 4 - 12h50, 15h, 17h10, 19h20, 21h30 (ter).

E Aí, Comeu? - 14 anos: Playarte 5 - 12h50,

15h0, 17h10, 19h20 (ter).

Na Estrada - 16 anos: Playarte 6 - 13h, 15h45, 18h30, 21h15 (leg/ter).

Magic Mike - 16 anos: Playarte 7 - 14h05, 16h20 (leg/sex, sáb,dom,seg, qua) e 23h05 (leg/sex e sáb).

Intocáveis - 14 anos: Playarte – 18h, 20h30 (leg/sex, sáb, dom,seg e qua) e 23h (sex e sáb)

Frankeweenie – 10 anos: Cinemais Millen-nium 1 – 14h50, 16h50, 18h40 e 21h (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 14h10 e 18h50 (3D/dub/diariamente).

Ted – 16 anos: Cinemais Plaza – 14h45, 17h10, 19h30 e 21h40 (dub/diariamente).

CONTINUAÇÕES

Boca16 anos. BRA. Boca recupera a atmosfera do submundo paulistano a partir da trajetória de Hiroito de Moraes Joanides, auto-intitulado o “Rei da Boca do Lixo”. Compreendendo um intervalo entre 1952 e 1963, o longa relembra uma época glamourosa e elegante, ao mesmo tempo que retrata um estágio an-terior ao crime organizado, mergulhando na complexa personalidade de seu protagonista, capaz de gestos ora afáveis, ora violentos. Um homem que queria ser amado e temido. O roteiro é baseado no livro “Boca do Lixo”, escrito pelo próprio Hiroito. Cinemark 2 – 15h30 e 18h (diariamente); Cinemais Millennium 3 – 19h30 e 21h45 (diariamente);

PRE ESTREIASaga Crepúsculo

Amanhecer - Parte 212 anos. EUA. Após dar à luz a Renesmee, Bella Swan desperta já vampira. Ela agora precisa aprender a lidar com seus novos poderes, assim como absorver a ideia de que Jake, seu melhor amigo, teve um imprinting com a fi lha. Paralelamente, Aro é informado por Irina da existência de Renesmee e de seus raros poderes. Acreditando que ela seja uma ameaça em potencial para o futuro dos Volturi, ele passa a elaborar um plano para atacar os Cullen e eliminar a garota de uma vez por todas. Cinemark 4 - 23h55 (leg/somente quarta-feira); Cinemark 6 – 23h55 (dub/somente quarta-feira); Cinemark 7 – 23h55 (leg/somente quarta-feira).

Os Candidatos14 anos. EUA. Quando o experiente congressista Cam Brady (Ferrell) comete uma grande gafe pública antes do início de um período eleitoral, um grupo de CEOs ultrarricos projeta um candidato rival para ganhar infl uência em seu distrito, a Carolina do Norte. O escolhido é o ingênuo Marty Huggins (Ga-lifi anakis), diretor do Centro de Turismo local. Cinemais Plaza 5 – 14h35, 16h40, 19h15 e 21h20 (leg/diariamente);

Marcados para Morrer14 anos. EUA. Depois de confi scarem um pequeno montante de dinheiro e algumas armas de membros de um temido cartel de drogas de Los Angeles, dois jovens policiais são jurados de morte. Cinemark 8 - 17h20, 20h, 22h30 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 8 – 15h10, 17h20, 19h40 e 21h50 (dub/diariamente);

Selvagens EUA. 18 anos. EUA. O fi lme narra história de dois amigos que moram em Laguna Beach, Ben e Chon, eles dividem a mesma namorada, Ophelia, e um empreendimento de plantio e distribuição de maconha da mais alta qualidade. Mas, quando não se aliam a um cartel de narcotráfi co mexicano, a namorada é sequestrada e o preço do resgate é todo o dinheiro que eles ganharam nos últimos cinco anos. Cinemais Millennium 2 – 14h, 16h40, 19h20 e 22h (leg/diariamente);

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Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

ARTE

Vik Muniz estará no LouvreEm sua série “Versos”, Vik

Muniz reproduz com fi delida-de, em forma de escultura, a parte de trás de obras mundialmente célebres. A úl-tima das recriações, ainda inédita, foi feita a partir da pintura mais famosa de to-dos os tempos, a Mona Lisa. Nesta terça-feira, o artista paulista terá o privilégio de exibi-la ao lado da original de Leonardo Da Vinci, em um evento organizado pelo Louvre apenas para especia-listas e pesquisadores.

Uma vez por ano, o museu francês convida um grupo seleto para fazer um exame minucioso da obra-prima e de seus dispositivos de pre-servação e segurança. Foi em um desses encontros, em no-vembro do ano passado, que Vik ganhou uma autorização especial para fotografar o avesso do quadro de Da Vinci. A partir deste registro, conse-guiu reproduzir, com a ajuda de dez assistentes, o lado de

‘Gioconda’ que pouquíssimas pessoas no mundo conhecem. Composta por uma varieda-de de materiais, que incluem madeira, ferragens feitas sob encomenda, silkscreen e metais, a escultura reconsti-

tui com riqueza de detalhes as marcas, anotações e até mesmo o aparelho embutido que mede a sua umidade. O artista chegou mesmo a comprar uma árvore inteira da espécie álamo, de modo a obter no corte da ripa a

mesma inclinação do veio da madeira original.

CuradorNo dia 1º de dezembro, o

artista faz a sua estreia na galeria Nara Roesler, como curador da mostra coletiva Buzz, dedicada exclusivamen-te à Op-Art (arte ótica). O paulista, que fi zera trabalhos como curador para o Museum of Modern Art (MoMA) e o Metropolitan Museum, am-bos em Nova York, e para o Museé d’Orsay, em Paris, selecionou obras dos brasi-leiros Abraham Palatnik, Israel Pedrosa e Waldemar Cordei-ro, da inglesa Bridget Riley e do francês François Morellet – alguns dos principais re-presentantes do gênero, cujo conceito se fundamenta na distorção da percepção visual do espectador. A seleção tam-bém inclui trabalhos de novos artistas, como Fred Tomaselli, Olafur Eliasson, Tauba Auer-bach e Wayne Gonzales.

TALENTOO artista plástico Vik Muniz terá sua mais recente obra expos-ta ao lado do quadro “Monalisa”, n Museu do Louve, em Paris. Além disso, no dia 1º de dezembro ele estreia como curador

O artista Vik Muniz terá a oportunidade de expor uma de suas obras no Museu do Louvre

DIVULGAÇÃO

Amanhã, Baby Rizzato e Pedrinho Aguiar esta-rão trocando de idade. Os cumprimentos da coluna.

Fernando Salignac coman-dará, no próximo dia 7, no Manaus Park Suítes, o desfi le Manaus Moda & Estilo.

A 39ª Feira de Expo-

sição Agropecuária do Amazonas, a Expoagro, já tem data para acon-tecer. Será no período de 24 de novembro até 2 de dezembro com atrações nacionais, praça de ali-mentação das mais elabo-radas e muita bossa.

A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Defi ciência promoverá na próxima terça-feira, a par-tir das 8h30, um encontro com ONGs da capital e do interior do Estado que são conveniadas com o órgão.

O encontro tem o intuito de fortalecer a integração entre todas as instituições e a parceria com a Seped, discutindo como ampliar o trabalho em prol das pes-soas com deficiência no Estado do Amazonas.

Após uma temporada de sucesso o musical “…Mas Podem me Chamar de Chico” encerra suas apresentações no Teatro Direcional, nos próximos dias 14 e 15,com início às 21h.

Hoje, às 11h, acontece no sambódromo, a aclamação da diretoria do Movimento Amigos do Garantido. O atu-al presidente do MAG, Rival-do Pereira, foi reconduzido à diretoria, por mais dois anos. Sensato, prevaleceu aquele velho ditado: “Em time que está ganhando não se mexe”.

::::: Sala de Espera

A primeira-dama Nejmi Jomaa Abdel Aziz comemorou o resultado da campanha do Outubro Rosa, da qual ela é a madrinha no Amazonas, em sensibilização das mulheres no combate ao câncer de mama e colo do útero. Foram mais de 21 mil exames realizados, entre eles mamografias e teste de Papanicolau, somente no mês de outubro, 37% a mais do que foi realizado no ano passado. Estes dois tipos de câncer são os que mais matam mulheres no Amazonas.

::::: Tudo Rosa

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2012

Chega ao fi m mais um evento de sucesso do governo do Estado. O 9º Amazonas Film Festival já é um evento consolidado na cena artística nacional e a cada ano colhe novos frutos para as artes locais. Agora, é esperar o curso de cinema da UEA, que vem para fi rmar ainda mais a cultura da sétima arte no Amazonas. O curso é resultado direto do festival e é um prêmio para quem quer seguir carreira cinematográfi ca em Manaus. De parabéns o secretário Robério Braga e o governador Omar Aziz.

::::: Película

Um dos blocos de pedra da centenária Ponte dos Bilhares, na avenida Constan-tino Nery foi derru-bado provavelmente por algum veículo grande que o arran-cou da base do monu-mento. O bloco está no chão há mais de dois meses e pelo jei-to lá irá permanecer até a posse do novo prefeito. Oremos.

::::: ReparoPara os chegados em

uma boa iguaria amazôni-ca, a Tacacaria Parintins irá unir o “útil ao agra-dável” neste domingo. O útil é a voz inigualável de Edilson Santana e o lança-mento da campanha Natal Solidário do Movimento Marujada e o agradável é o delicioso tacacá servido pela tacacaria que fi ca no CSU do Parque 10. Agende que é ótimo aos ouvidos e ao paladar.

::::: Tucupi

Na sessão homenagem da Business and Professional Women, no encerramento da Casa Cor Amazonas 2012: a empresária Valdenice Garcia divide com a anfi triã-homenageada Cristina Calderaro Corrêa os confetes-com-fl ashes

O cirurgião plástico Charleston Atala e sua Me-lissa no Espaço Número 1, eram só alegria

Mais uma vez a praia da Ponta Negra está in-terditada. O Ministério Publico Estadual quer saber qual é o problema com o balneário que já vitimou mais de uma dezena de banhistas desde a sua inauguração. O humor negro do povo dá conta de que lá é o melhor lugar para se praticar “suicídio seguro” em Manaus. Pela fé!

::::: De novo!?

Como previsto pela coluna no início do mês passado, os tene-brosos temporais que assolam a cidade neste período fi zeram um verdadeiro estrago no combalido programa de arborização de Manaus. Mais de 60 árvores tombaram pela cidade afora e com certeza absoluta farão falta na hora que o verão voltar. Como se não bastassem as perdas, agora existe uma paranoia coletiva entre moradores próximos às centenárias arvores. Todos acreditam que elas podem cair e exigem do poder público que elas sejam derrubadas. É mole?

::::: Green

Jenny Ituassú, Kêmela Marques e Grace Zamperlini na noi-te concorrida pilotada pela BPW, na Casa Cor Amazonas

FOTOS: JANDER VIEIRA

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Peça aborda crises no casamento A trupe do grupo humo-

rístico G7 volta a Manaus para apresentar o espetáculo “Manual de Sobrevivência ao Casamento”, que ganha o Tea-tro Direcional hoje, às 19h. A peça traz revelações dos segredos para um casamento feliz e duradouro por meio de um manual de regras sobre a boa convivência, com cenas cômicas que retratam situa-ções do cotidiano dos relacio-namentos e que, ao mesmo tempo, busca uma reflexão por parte do público.

Ciúmes, traição, romantis-mo, dinheiro, saúde do casal e, como não poderia deixar de ser, sexo. Todos esses as-suntos serão abordados sob o olhar crítico da comédia, com o objetivo de responder a seguinte pergunta: o casa-mento é o objetivo maior do amor? De um jeito ou de outro as estatísticas não mentem, pessoas casadas vivem mais. O espetáculo conta com um

texto divertido que busca passar uma mensagem po-sitiva e respeitosa sobre essa poderosa instituição, além de provocar o espectador a pen-sar sobre si mesmo.

Com 10 anos de carreira, apresentando espetáculos

pelo país inteiro, inclusive o famoso “Como Passar em Concurso Público”, o G7 cresceu bastante e realiza agora uma comédia mais madura, divertida e insti-gante, uma prova de que o aperfeiçoamento vem com o tempo. Cada vez mais uma referência no cenário tea-tral nacional, o grupo agora debruça seu poder criativo sobre o universo do casa-mento, por se tratar de um tema atraente para grande parcela da sociedade.

O espetáculo conta a his-tória de duas pessoas que decidem se casar no ardor da paixão e depois sofrem as consequências da vida a dois. Morar junto, dividir o banhei-ro, ronco, TPM, gerência dos trabalhos domésticos, falta de elogios e toalha molhada em cima da cama são algu-mas das oportunidades que o casamento cria para ame-açar a sua sobrevivência.

HUMOR

G7, grupo que traz o espetáculo a Manaus, considera este trabalho um humor mais maduro

DIVULGAÇÃO

SERVIÇOESPETÁCULO NO DIRECIONAL

O quê

Quando

Onde

Quanto

Informações

Peça “Manual de Sobrevivência ao Casamento”

Hoje, às 19h

Teatro Direcio-nal (Manauara Shopping)

R$ 80 e R$ 40 (meia-entrada)

(92) 3342-8030

Pioneiro da e-music no Brasil é atração do SMFMau Mau, que começou tocando na cena underground de São Paulo, se tornou um dos DJs brasileiros mais famosos

Pioneiro da música eletrônica no Brasil, o DJ paulista Mau Mau é uma das atrações

nacionais que figuram no line-up do Seven Music Fes-tival (SMF), que realiza uma noite dedicada ao gênero no píer do Tropical Hotel na próxima quarta-feira, dia 14. Com 25 anos de carreira, Mau Mau se prepara para tocar novamente em Manaus, um de seus lugares prediletos segundo ele mesmo.

Influênciado principalmente pelas pistas de dança under-ground da Europa e Estados Unidos, Mau Mau foi reve-

lado no fim dos anos 80 na boate Madame Satã, popular na cena alternativa paulis-ta, e logo virou residente do Hell’s Club, famoso por dis-seminar a música eletrônica no país.“Comecei muito cedo, frequentando a Madame Satã. Ficava observando o DJ da casa noturna, acompanhando o trabalho dele, até que surgiu uma oportunidade de tocar. E não parei mais”, lembra.

De acordo com o DJ, que atu-almente assina como residen-te nos clubes D.Edge, Clash, Lions e Beat Club, quatro das mais famosas casas da maior cidade da América do Sul, a cena da e-music mudou mui-to nas duas últimas décadas, desde que ele começou a tocar

profissionalmente nos bares e boates undergrounds de São Paulo. “Quando comecei, era muito mais difícil. Hoje há mui-to mais clubes, eventos e DJs que movimentam o cenário”,

acredita. “O acesso à infor-mação e tecnologia também ajudou a aumentar o número de pessoas interessadas (no gênero)”, acrescenta.

Mas com a evolução da cena, Mau Mau também viu a necessidade de se renovar e ao longo dos dez álbuns e EPs lançados – o último em 2006 –, passou a ser um dos DJs brasileiros que mais se apresentam no exterior. “Em alguns lugares, a vibe é tão boa quanto no Brasil, mas nada é mais gostoso do que se apresentar aqui, para um público que realmente curte o que estou tocando”, ressal-ta. Sobre a apresentação em Manaus, Mau Mau revela que está preparando um setlist es-

pecial: “Gosto muito de tocar em Manaus, é uma das minhas capitais favoritas! Podem es-perar muitas novidades”.

Considerado um dos melho-res DJs do Brasil pela mídia e público brasileiros, Mau Mau é dono de um estilo único e conduz a pista com maestria. Seu set é um mix de house e te-chno, sempre sintonizado com as tendências de vanguarda. O DJ também é produtor e criou dois selos, o Tropic Records e o M. Music. Sobre os artistas e selos que atualmente lhe influenciam, o paulista afirma gostar muito dos produtores do coletivo americano “UR – Underground Resistence”. “Mas há muitos selos novos que fico atento, principalmen-

te quanto à novidades como o projeto Hot Creations e a banda Black Keys”, comenta.

Completam o lineup do Se-ven Music Festival (que ainda não divulgou todas as atra-ções da festa) nomes como Gui Boratto, Life is a Loop, Jamie Jones, Dubfire, Nervo, Eli Iwasa, Diogo Accioly, Da-niel Khunen, Leo Janeiro, Guy Gerber, Felipe Litaiff, Stephan Mendon, Cézar Dantas, Mar-cio S. e Gláucio Neto. O SMF terá dois palcos com estrutura completa de som e iluminação utilizada nos maiores festi-vais de música eletrônica do mundo, com as pistas de dan-ça montadas com decoração especial e vista privilegiada para o rio Negro.

Comecei muito cedo. Ficava observando o DJ da casa noturna até que surgiu uma

oportunidade de tocar. E não parei

mais.

Mau Mau, DJ

REPRODUÇÃO

VICTOR AFFONSOEquipe EM TEMPO

SERVIÇOSEVEN MUSIC FESTIVAL

Quando

Onde:

Quanto

Informações

Quarta-feira, dia 14 de novem-bro (véspera de feriado)

Píer do Tropical Hotel

Segundo lote dos ingressos custam R$ 50 (pista), R$ 120 (área VIP) e R$ 250 (cama-rote), à venda nas lojas Fast Temaki e no site Ingresse.com

(92) 3342-4250

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