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Em ritmo
Mais inaugurações e novos projetos para 2011 definem o futuro da empresa
texto Vanessa Cunha
Diretoria de Construção-DCempresa
acelerado
Três usinas inauguradas, duas novas
linhas de transmissão energizadas (ver
boxe) e a modernização de usinas e subesta-
ções. Estes foram alguns dos principais feitos
da Diretoria de Construção (DC) em 2010.
No dia 19 de outubro, o então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva descerrou a placa
de inauguração da Usina Hidrelétrica Serra
do Facão (212 MW), em Goiás. A cerimônia
foi acompanhada pelo diretor-presidente
da Eletrobras Furnas, Carlos Nadalutti Filho,
e pelos diretores de Construção, Márcio
Porto, e financeiro, Luiz Henrique Hamann,
além de autoridades federais e do estado
de Goiás. Resultado do investimento de R$
1,063 bilhão, a hidrelétrica foi construída
pela Eletrobras Furnas, que detém 49,47%
do projeto, e por sócios privados.
A usina iniciou a produção de energia
elétrica em julho, um ano antes do prazo ini-
cialmente previsto. Segundo o diretor Márcio
Porto, a estratégia agregou benefícios para
o empreendimento. “A antecipação da usina
foi buscada pelos empreendedores como
uma maneira de melhorar os resultados do
projeto”, afirmou.
Serra do Facão, no entanto, não foi o úni-
co projeto de geração da empresa integrante
do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) a ser inaugurado em 2010. No dia 30
de dezembro, por meio de videoconferência,
Lula inaugurou a Usina Hidrelétrica Foz do
Chapecó, na divisa de Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
Com 855 MW de potência instalada, a
usina apresenta uma relação de 10 MWh por
km² alagado, enquanto a média nacional é de
2 MWh por km². A hidrelétrica foi construída
pela Foz do Chapecó Energia S.A., Socieda-
de de Propósito Específico formada pelas
empresas CPFL (51%), Eletrobras Furnas
(40%) e Companhia Estadual de Geração e
Transmissão de Energia Elétrica/CEEE-GT
(9%). A potência que será adicionada ao
Sistema Interligado Nacional (SIN), é capaz
de atender 25% do consumo de energia do
estado catarinense ou 18% do consumo
gaúcho hoje. Dos R$ 2,7 bilhões investidos
márcio antônio arantes portoDiretor da DC
Foto
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em Foz do Chapecó, R$ 500 milhões foram
destinados a programas socioambientais.
Em 2009, a Eletrobras Furnas e seus sócios
Neoenergia e Cemig já haviam inaugurado
a Usina Hidrelétrica Baguari (140 MW), no
rio Doce (MG). A quarta e última turbina de
Baguari entrou em operação comercial em
maio do ano passado. Também em Minas
Gerais, a Usina Retiro Baixo (82 MW), no
rio Paraopeba, teve suas duas unidades
geradoras acionadas em 2010.
Investimentos
A Eletrobras Furnas participa, ainda, da
construção de outras hidrelétricas inseridas
no PAC: Santo Antônio (3.150 MW), Simplício
(333,7 MW) e Batalha (52,5 MW).
Nesta última, entre Goiás e Minas
Gerais, a empresa investiu, de janeiro
a novembro de 2010, cerca de R$ 254
milhões em ações como tratamento da
fundação da barragem, lançamento dos
pré-distribuidores de suas duas unidades
geradoras e conclusão dos diques laterais e
da terraplanagem da subestação. Em maio,
foi realizado o desvio do rio São Marcos,
aceleradoimportante marco para a conclusão do
empreendimento, prevista para 2012.
Já no Aproveitamento Hidrelétrico
Simplício (AHE Simplício), localizado no rio
Paraíba do Sul (MG/RJ) e composto pelas
usinas Simplício e Anta, o investimento, no
mesmo período, foi de R$ 439,6 milhões.
Uma das realizações de maior destaque
foi a conclusão do Dique Estaca 2, o maior
do empreendimento. Outro desafio foi a
transferência do leito da Ferrovia Centro
Atlântica (FCA), num trecho de 5,2 km
situado na área da futura barragem da
Usina de Anta. O novo trajeto conta com
três pontes, sobre os rios Macuco e Paraíba
do Sul e o Canal 1 do circuito hidráulico do
AHE Simplício.
Cerca de 4.300 empregos diretos são
gerados, atualmente, pelo empreendi-
mento. Aproximadamente 70% da mão de
obra utilizada em Simplício é proveniente
dos municípios abrangidos pelo complexo
hidrelétrico: Chiador e Além Paraíba, em
Minas Gerais, e Três Rios e Sapucaia, no
Rio de Janeiro.
Outros destaques são a montagem da
Construção da Usina Santo Antônio, no rio Madeira, que fica a, aproximadamente, 30 km da capital Porto Velho
Vista geral da hidrelétrica Foz do Chapecó inaugurada no final de 2010
Foto: Divulgação/Foz do Chapecó Energia
Foto
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primeira unidade geradora da Usina Simpli-
cio, a conclusão do aqueduto de ligação dos
trechos do ribeirão do Peixe, que permitirá
manter a rota migratória dos peixes para
reprodução, e a transferência do lixão de
Anta para um novo aterro sanitário. Além
disso, está sendo construído o sistema de
coleta e tratamento de esgoto que benefi-
ciará a cidade de Sapucaia (RJ) e o distrito de
Sapucaia de Minas, pertencente a Chiador.
A previsão é de que o AHE Simplício inicie a
geração de energia em meados de 2011.
Na Usina Santo Antônio, no rio Madeira
(RO), as obras também seguem de vento em
popa. O empreendimento pertence à Santo
Antônio Energia S.A. (Saesa), subsidiária
integral da Madeira Energia S.A. (Mesa), So-
ciedade de Propósito Específico formada por
Eletrobras Furnas (39%), Odebrecht Inves-
timentos em Infraestrutura Ltda. (17,6%),
Construtora Norberto Odebrecht S.A. (1%),
Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%) e
o Fundo de Investimentos e Participações
Amazônia Energia (20%).
A complexidade de Santo Antônio é pro-
Diretoria de Construção-DCempresa
porcional à sua elevada capacidade instala-
da. O projeto contempla quatro conjuntos
de grupos geradores, com 44 turbinas do
tipo bulbo. A primeira turbina da hidrelétrica
entrará em operação em dezembro de 2011
– um ano antes do prazo previsto.
Para construir a usina serão necessárias
138 mil toneladas de ferro, suficientes para
construir 18 torres Eiffel, e 800 mil tonela-
das de cimento, que daria para erguer 37
estádios do Maracanã. A obra emprega,
atualmente, cerca de 12,5 mil pessoas,
sendo 85% desse contingente formado por
moradores de Porto Velho e região. Dos R$
14,5 bilhões necessários para a construção
da hidrelétrica, R$ 939 milhões têm como
destino ações que compensam os impactos
sociais e ambientais do empreendimento.
Ventos Em 2011, a Eletrobras Furnas manterá o
trabalho nesses empreendimentos e abrirá
passagem para novos desafios. “Não há tempo
para descansar. O país precisa incorporar cerca
de 7.000 MW novos por ano ao seu parque ge-
Inauguração da Usina de Serra do Facão (GO), em julho de 2010
Foto: José Lins
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rador, pelos próximos dez anos. Os desafios são
imensos para o setor elétrico brasileiro, para o
Sistema Eletrobras e para Furnas”, ressalta o
diretor de Construção, Márcio Porto.
Está previsto para este ano o início das
obras de três parques eólicos no Rio Grande
do Norte: Brasventos Miassaba 3 e Rei dos
Ventos 1 e 3. Estas serão as primeiras usinas
eólicas da Eletrobras Furnas (24,5%), em
sociedade com J. Malucelli Energia (51%) e
Eletronorte (24,5%). Mesmo sendo a ener-
gia proveniente da água mais barata do
que aquela gerada pelo vento, a evolução
recente da tecnologia dos equipamentos
para produção de energia eólica incentivou
a Eletrobras Furnas a ingressar neste novo e
promissor mercado.
O custo da energia eólica vem se re-
duzido sensivelmente com a utilização de
aerogeradores de última geração, de maior
capacidade e instalados em torres mais
altas, atraindo cada vez mais o interesse
dos investidores.
A energia eólica é complementar, no Brasil,
à energia hidráulica, visto que há ventos mais
intensos em períodos de menor intensidade
de chuvas. A produção eólica se integrará ao
Sistema Interligado Nacional (SIN) dando mais
segurança ao atendimento do mercado e redu-
zindo a geração por meio das usinas térmicas.
Ou seja, com menor custo de produção e menos
emissão de gases de efeito estufa.
E, já que o assunto é segurança, em
2010 a Eletrobras Furnas instalou novos
equipamentos em linhas de transmissão
e subestações, proporcionando melhores
condições operacionais para seu sistema
e oferecendo mais confiabilidade ao SIN.
As usinas Luis Carlos Barreto de Carvalho
(MG/SP) e Furnas (MG) também passaram
por modernização no último ano. Foram
investidos R$ 40 milhões nas duas usinas
de janeiro a novembro de 2010. n
Usina Retiro Baixo (MG) teve as duas unidades geradoras acionadas em 2010
Transferência do leito da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), na construção do Complexo Simplício (MG/RJ)
Usina Baguari (MG), com as quatro turbinas em operação desde maio de 2010
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Não apenas de obras de usinas hidrelétricas se in-
cumbiram os técnicos da Diretoria de Construção
(DC) em 2010. Prova disso é a energização das linhas de
transmissão (LTs) Furnas-Pimenta II (345 kV), em Minas
Gerais, e Macaé-Campos III (345 kV), no estado do Rio de
Janeiro. A primeira delas entrou em operação em mar-
ço, interligando as subestações de Furnas e Pimenta,
esta última pertencente à Cemig. A empresa mineira
é sócia da Eletrobras Furnas no empreendimento. Já
a linha Macaé-Campos III reforça o fornecimento de
energia ao Norte Fluminense e Espírito Santo, regiões
cuja demanda se expande por conta de novos projetos
das indústrias petroleira e de mineração.
Em 2011, a Eletrobras Furnas estará envolvida na
construção do maior sistema de transmissão em corren-
te contínua do mundo, a linha Porto Velho-Araraquara
II, que transportará a energia produzida pelas usinas
do rio Madeira até São Paulo. O empreendimento
atravessará cinco estados, num total de 2.375 km de
extensão. A Licença ambiental Prévia (LP) do linhão do
Madeira foi expedida em dezembro. A Eletrobras Furnas
e seus sócios - Companhia de Transmissão de Energia
Elétrica Paulista (Cteep) e Companhia Hidroelétrica do
São Francisco (Chesf) - aguardam agora a Licença de
Instalação (LI) para começar as obras.
texto Vanessa Cunha
Diretoria de Construção-DCempresa
Além da LT Porto Velho-Araraquara II, a em-
presa participa da construção de outras 25 linhas
de transmissão e 13 subestações, que agregarão
mais 1.850 km e 3.475 MVA de potência instalada
ao Sistema Eletrobras Furnas. Alguns desses em-
preendimentos estão associados a Instalações de
Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para
Conexão Compartilhada (ICGs). O objetivo das ICGs
é fornecer um sistema de conexão otimizado para
um conjunto de usinas geograficamente próximas,
que podem ser eólicas, de biomassa ou Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs).
Para isso, tais instalações são outorgadas a
concessionários de transmissão, por meio de leilões
realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel). “As linhas e subestações das ICGs ajudam
a viabilizar as novas usinas de fontes alternativas,
estimulando a geração limpa de energia”, afirmou
o assistente da Diretoria de Construção, João Ba-
tista Gribel.
Os projetos da Eletrobras Furnas relacionados
a ICGs estão localizados no sudoeste de Goiás e
nordeste do Mato Grosso do Sul e integrarão ao
sistema, basicamente, usinas de biomassa em de-
senvolvimento nestas regiões. n
Maior sistema de transmissão do mundo
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