em portugal, luís vaz de camões foi o · sensação de impotência diante do destino, processo de...

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• Em Portugal, Luís Vaz de Camões foi o mais importante

escritor da Renascença;

• Publicou, em 1572, o poema épico Os Lusíadas, em que

homenageia as conquistas marítimas portuguesas;

• Adota um tom grandiloquente e toma como modelo as

epopéias greco-romanas;

• Também na poesia lírica, Camões assimilou as novidades

trazidas por Sá de Miranda: “medida nova” – soneto, versos

decassílabos, postura racional e filosófica que muitas vezes

expõe a intenção pedagógica e esclarecedora na abordagem

dos temas.

• Temas principais: contradições amorosas, dilemas humanos,

sensação de impotência diante do destino, processo de

construção da própria poesia;

• Formas de expressão adotada pelo poeta: sonetos, sextinas,

oitavas, éclogas, elegias e odes registrados em versos

decassílabos e redondilhos;

Sonetos, de Luís de Camões

Camões

ClassicismoRenascimento

Cultural

Estilo clássico: marcado pelo equilíbrio, objetividade, clareza esimplicidade;

Para facilitar a leitura dos sonetos:

- Colocá-los na ordem direta;

- Buscar os sentidos dos vocábulos clássicos;

- Conhecer a biografia do escritor / o período literário queele pertence / temas abordados por suas poesias

Estilo / sonetos de Camões

Segue os princípios da arte greco-latina

Maneirismo: estilo de transição do

Classicismo para o Barroco

TEMA 01: Amor

(idealização x contradições)

TEMA 02: Neoplatonismo

(retomada do ideal platônico / perfeição)

TEMA 03: Mutabilidade das coisas

TEMA 05: Presença de Dinamene

(amor x morte / ausência x presença)

• Clarice Lispector é uma das escritoras mais aclamadas daliteratura modernista brasileira. De origem ucraniana, Lispectorveio para o Brasil quando ainda era uma criança de colo. E seinteressou pela literatura logo que aprendeu a ler e escrever.Com sua escrita intimista, Clarice surpreendeu ao colocar oinconsciente nos seus escritos.

• A autora pode ser classificada como modernista, faz parte,mais especificamente, da 3ª fase do modernismo ou geração de45.

• O seu estilo é marcado pela inovação, Clarice introduzcaracterísticas novas à literatura nacional. Os textos colocam emfoco o inconsciente, na literatura da escritora os sentimentos esensações dos personagens são muito importantes.

•A obra de Lispector apresenta características intimistas, oindivíduo, com seus questionamentos e sua intimidade, é apeça mais importante. A representação do pensamento não éfeita de forma linear, é livre e desordenada. É possível aindaidentificar a introspecção na técnica de desenvolvimento detexto. O mais importante na construção do texto não é acorreção gramatical e sim a expressividade.

Análise do conto Amor, Clarice Lispector

• O conto em questão é narrado por um narrador onisciente;

• Apresentação da personagem Ana = mulher casada, mãe defamília e dona de casa / Cego mascando chicletes / marido efilhos;

• O âmbito texto é habitado por paradoxos, metáforas e epifanias;

• Proposta do conto: apresentar uma realidade banal eaparentemente estável/situação cotidiana = que pode aflorarsituações perturbadoras e que desestrutura a estabilidadeanterior;

• Vida da protagonista / estabilidade = igual a tantas realidades deoutras mulheres (classe média, dona de casa, cuida dos filhos e domarido);

• Comparação de Ana = lavrador (metáfora) / cultivar e administraro tempo que ata os laços de sua família;

• Família (lar) é o centro das atenções;

Resumo

Ana era uma dona de casa preocupada com seusafazeres rotineiros. Tinha marido, filhos e morava em umaboa casa. Certo dia, saiu para fazer compras para o jantar e,ao retornar para casa, já dentro de um bonde, foisurpreendida por um cego parado no ponto, que mascavachicletes com muita naturalidade. Isso a despertou paranovas sensações e sentimentos.

Quando o bonde voltou a andar, Ana deixou cair ascompras. Passageiros recolheram o que ficou espalhado,depois seguiram viagem. A distração era tão grande, que Anaacabou perdendo o ponto que a faria retornar para casa, porisso, desceu próximo ao Jardim Botânico. Ficou toda a tardeobservando cada detalhe do local, pássaros, insetos, folhas,flores, terra e vento. Em certo momento, lembrou dos filhos,do marido e do jantar, o que a fez correr.

Assim que chegou, também passou a ver o filho, omarido e a própria casa de maneira diferente, parecia que oamor por todos havia aumentado. Jantaram com amigos ecrianças. Depois, Ana e o marido foram dormir.

• Apesar de sua rotina doméstica propiciar uma estabilidade à Ana;esta personagem preocupa-se com a horas perigosas da tarde:ausência dos filhos (estão na escola), marido (no trabalho) e da casa(que a esta hora já está limpa) = sem esses afazeres a vida não temsentido;

• A rotina de Ana resume-se a um ciclo determinado por funçõesrelacionadas ao zelo do lar e da família;

• Essa rotina é colocada em xeque = quando Ana volta das comprase toma um bonde para chegar a sua casa;

• Um homem cego mascando chicletes = figura perturbadora;

• Arrancada do bonde acarreta a queda do saco de tricô quecontinham as compras e os ovos;

• Ovo quebrado = ruptura / quebra da normalidade = simboliza avida de Ana que a partir dessa quebra, o mundo real é evidenciado (instaura-se a crise);

• Mundo exterior = ameaçado/estranho e hostil/ imperfeito/artificial

• Ao quebrar a casca de seu mundo, Ana tem a chance de se engajare compreender a vida como ela é;

• A chegar em casa: filho – marido – irmãos – cunhadas;

• A instabilidade vivenciada pela personagem, Ana, pode sercomparada a um processo de metamorfose:

“Depois do jantar, enfim, a primeira brisa mais fresca entrou pelasjanelas. Eles rodeavam a mesa, a família. Cansados do dia, felizes emnão discordar, tão dispostos a não ver defeitos. Riam-se de tudo, como coração bom e humano. As crianças cresciam admiravelmente emtorno deles. E como a uma borboleta, Ana prendeu o instante entreos dedos antes que ele nunca mais fosse seu. Depois, quando todosforam embora e as crianças já estavam deitadas, ela era uma mulherbruta que olhava pela janela. A cidade estava adormecida e quente.O que o cego desencadeara caberia nos seus dias?”.

• No final, o marido reafirma que controlar a vida não é uma tarefahumana. No episódio do estouro do fogão, ela diz que não quer quenada lhe aconteça e ele pede para que deixe ao menos o fogãoestourar na sua mão;querendo dizer com isso que Ana deveria deixara vida acontecer naturalmente.

Poemas Negros, Jorge de Lima

• Nascido em União dos Palmares no dia 23 de abril

de 1893, Jorge Mateus de Lima atuou como pintor,

tradutor, escritor, poeta e médico. No início de sua

produção poética, utilizava versos alexandrinos, mas,

posteriormente, tornou-se um poeta modernista.

• Entre as principais características das obras de

Jorge de Lima está o atrelamento do sublime e do

vulgar, do universal e do regional e do tradicional com

o novo. Estes elementos são o reflexo de um artista

multifacetado em eterna mudança, que utilizou

estilos como o religioso, o barroco, o regional e o

parnasiano na construção de sua arte.

• O contexto regionalista voltado à região do

nordeste passa a ser tema das obras do escritor. Não

só pela posição geográfica deste local, mas pelos

problemas advindos deste fato, refletidos na

paisagem e na figura das personagens.

OLÁ! NEGROOs netos de teus mulatos e de teus cafuzos e a quarta e aquintagerações de teu sangue sofredor tentarão apagar tua cor!E as gerações dessas gerações quando apagarem não apagarãode suas almas, a tua alma , negro!

Pai-João, Mãe-Negra, Fulo, Zumbi,negro-fujão, negro cativo, negro rebeldenegro cabinda, negro congo, negro ioruba,negro que foste para o algodão de U.S.A

para os canaviais do Brasil,para o tronco, para o colar de ferro, para a cangade todos os senhores do mundo;eu melhor compreendo agora os teus bluesnesta hora triste da raça branca, negro!

Olá, Negro! Olá, Negro!

Evocação do passado escravista

– trabalho e violência

Figuração folclórica do negro

(“Pai-João”; “Mãe-Negra”)

Diáspora africana (Brasil / USA):

etnias escravizadas

A questão do branqueamento

O FILHO PRÓDIGO

Nas engrenagens das fábricasbolem como vermes – dedos decepados de

operários.Há vaivens do correame das oficinas.

A cor e a alegria das moças empregadasdissolvem-se na algazarra monótona dos teares.

O avião comeu a saudade das mãesque a distância separou dos filhos vagabundos.

Há máquinas que cegam os adolescentesansiosos de ver o progresso do mundo.

Um homem teve medo de enlouquecerperseguido pela força e pelo orgulho

das máquinas assassinas.

Cadê a luz trêmula de velapra alumiar o meu poema antigo?

O lirismo perdeu a sua liturgia.

As lâmpadas Osram velam funebremente a poesia.

Ah! que existe uma tristeza na terraque nem lágrimas produz

de sua esterilidade tão seca.

Eu sou um corpo distraído.

Bóiam os meus olhos pelas superfícies.

Mas os meus olhos correm mais perigo

do que se andassem em acrobacias contemplativas

pulando no céu alto, perto das estrelas.

Vovozinha, venho de longe,ando há muitos séculos à pé.

Ensina-me de novo a ficar de joelhos,

que já é tarde e eu quero me deitar.

Mulher proletária

Mulher proletária — única fábricaque o operário tem, (fabrica filhos)

tuna tua superprodução de máquina

humanaforneces anjos para o Senhor Jesus,

forneces braços para o senhor burguês.

Mulher proletária,o operário, teu proprietário

há de ver, há de ver:a tua produção,

a tua superprodução,ao contrário das máquinas burguesas

salvar o teu proprietário.

DemocraciaPunhos de rede embalaram o meu canto

para adoçar o meu país, ó Whitman.Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-

olhados,catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,

carumã me alimentou quando criança,Mãe-negra me contou histórias de bicho,

moleque me ensinou safadezas,massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,

bebi cachaça com caju para limpar-me,tive maleita, catapora e ínguas,bicho-de-pé, saudade, poesia;

fiquei aluado, malassombrado, tocando maracá,dizendo coisas, brincando com as crioulas,

vendo espíritos, abusões, mães-d’água,conversando com os malucos, conversando sozinho,

emprenhando tudo o que encontrava,abraçando as cobras pelos matos,

me misturando, me sumindo, me acabando,para salvar a minha alma benzida

e meu corpo pintado de urucu,tatuado de cruzes, de corações, de mãos-ligadas,

de nome de amor em todas as línguas de branco, de mouro [ou de pagão.

• A teoria das almas

• Alma interna

• Alma externa

O EspelhoEsboço de uma nova teoria da alma humana

A teoria das almas

Alma interna

x

Alma externa

Ao escrevê-lo, Machado de Assis lança a idéia de que o indivíduo estásujeito a duas "almas". Segundo ele, o ser possui uma alma interna, a qual"olha de dentro para fora" transmitindo seus anseios particulares evalorizando sua consciência individual. Além disso, há uma alma externa,que "olha de fora para dentro", composta de valores alheios ao indivíduoque são, porém, indispensáveis para a concepção do mesmo.

• A teoria das almas

• Alma interna

• Alma externa

2 NARRATIVAS ESTÃO INSERIDAS NO ENREDO:

• Narrador externo: 3ª pessoa Onisciente /cinco homens debatem numa noite sobre“questões de alta transcendência”, em uma casano morro de Santa Teresa;

• Narrador interno: Jacobina / protagonista –narra sobre como, aos 25 anos, ao ser nomeadoAlferes, foi dominado por sua “alma externa” / anarrativa passa-se no sítio de Dona Marcolina;

A história de Jacobina• Jacobina:Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entrequarenta e cinqüenta anos, era provinciano, capitalista,inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto ecáustico. Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção comum paradoxo, dizendo que a discussão é a forma polida doinstinto batalhador, que jaz no homem, como uma herançabestial; e acrescentava que os serafins e os querubins nãocontrovertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual eeterna.

Trata-se da história de Jacobina, rapaz pobre que se torna alferes aos 25anos, nomeação que gerava status e despertava inveja em muitas pessoas,“Houve choro e ranger de dentes”. Era um rapaz pobre; seu fardamento foidado por amigos e depois disso passou a ser visto como o cargo que ocupavana guarda nacional, “o alferes eliminou o homem”.

A Alma exterior

Viagem ao interior

Tia Marcolina

Jacobina abandonado

A imagem indefinida

(identidade questionada)

Farda: lugar social

Nova identidade

Essência e aparência

1

Identidade (construção social)

2

Crítica aos rituais vazios e

ao materialismo

3

TEMAS A SEREM DESTACADOS