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junho de 2008 Ano III - nº 17 Samarco inaugura segundo mineroduto e usina de concentração na unidade de Germano, em Mariana (MG) Encerramento de Mina Leia sobre a preocupação do setor com as comunidades e as áreas mineradas, depois do esgotamento das minas. Ouro Preto e Belo Horizonte (MG) recebem mostra ISTO É MINERAÇÃO III SIMEXMIM recebe mais de mil pessoas The New York Times Veladero, Argentina

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Page 1: em Mariana (MG) III SIMEXMIM ISTO É MINERAÇÃOibram.org.br/sites/700/784/00001616.pdf“O país exporta 24% do total produzido, ... afirmou Arantes. “Equacionar os tabus” O Secretário-Executivo

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Ano III - nº 17

Samarco inaugura segundo mineroduto e usina de concentração na unidade de Germano, em Mariana (MG)

Encerramento de MinaLeia sobre a preocupação do setor com as comunidades e as áreas mineradas, depois do esgotamento das minas.

Ouro Preto e Belo Horizonte (MG) recebem mostra ISTO É MINERAÇÃO

III SIMEXMIM recebe mais de mil pessoas

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008�

EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César MancinCONSELHO DIRETOR: Presidente: Roberto Negrão de Lima / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria

Produção: Profissionais do Texto – [email protected] / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) Tiragem: 10 mil

Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br

IBRAM-Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PAFone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]

IBRAM - MG (CONIM): Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected]

EDITORIAL

Como os leitores já devem perceber, a cada edição do Indústria da Mineração o número de eventos realizados no setor mi-neral – e registrados no jornal - é maior. A preocupação com o futuro da mineração nas questões ambientais e sociais, e principalmen-te o compromisso em derrubar os entraves que impedem o crescimento do setor, são evidenciados a cada seminário, encontro, reunião. Um fato é certo: os mitos começam

Mineração de mãos dadas com a comunidade!

Dicionário Mineral com quase mil verbetes

O livro “Dicionário de Mineralogia e Gemologia”, do geólogo e especialista em economia mineral Pércio Moraes Branco, detalhou 8.600 verbetes, contendo todas as espécies minerais reconhecidas pela Inter-national Mineralogical As-sociation. Em sua obra, o autor descreve os grupos, variedades, espécies duvi-dosas, nomes comerciais e populares. O livro apresenta também fotografias e curiosidades como o maior diamante lapidado do mundo e a pérola que pertencia a Elizabeth Taylor, foi engolida pelo seu cão. Para adquirir um exemplar basta ligar para o fone 11 3085 7933 ou enviar um e-mail para [email protected]. A página eletrônica da editora Oficina de Textos é www.ofitexto.com.br

Encontro Empresarial pelas Águas em GoiásQuando esta edição era encerrada, Goi-

ânia se preparava para sediar o Seminário Encontro Empresarial pelas Águas em Goiás”, na Federação das Indústrias daquele Estado – FIEG. O evento é uma realização do IBRAM em parceria com a FIEG e a Agência Nacional das Águas (ANA). O objetivo é fortalecer par-cerias entre o setor mineral, a sociedade civil e o poder público, em prol das águas do Estado de Goiás por meio do Programa Especial de Recursos Hídricos do IBRAM. A mineração é uma das atividades produtivas que têm forte relação com os recursos hídricos, seja pelo uso em seus processos ou pelo fato de estar localizada próxima a regiões de nascentes e recarga hídrica. Informações de como parti-cipar podem ser obtidas junto à FIEG pelos telefones (62) 3219 1326 ou 1419.

a ser desfeitos e a imagem da mineração de-predadora cede lugar agora a uma atividade que anda de mãos dadas com a comunidade e com a realidade econômica do País. Tudo isso graças às tarefas conscientes e sustentá-veis de empresas que dão o exemplo de como se trabalhar. E ainda pelo fato da mineração ser transformadora e evolutiva.

Nesta edição, além da cobertura do III Simpósio de Exploração Mineral (SIMEXMIN 2008) e do Seminário Encerramento de Mina: Aspectos Ambientais e Socioeconômicos, você poderá conferir uma entrevista com Onildo Marini, Secretário Executivo da Adimb (Agência para o Desenvolvimento Tecnológi-co da Indústria Mineral Brasileira), que conta sobre o que espera do futuro da Exploração Mineral no Brasil.

Outro evento de destaque no jornal é o Seminário Mineração e sua importância na economia brasileira, realizado no último mês de maio, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

A novidade – que também é evidenciada nesta edição – é a sanção do Estatuto do Garimpeiro. Agora sim, a profissão passou a existir, e embora o documento apresente falhas, o momento é propício para as corre-ções necessárias.

Boa leitura!

Ablestock

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008 �

No último dia 20 de maio, aconteceu no Peru, o Octavo Simposim Internacional del Oro. O IBRAM foi representado pelo seu Presidente, Paulo Camillo Vargas Penna. Segundo ele, o ouro é o segundo maior produto minerário de maior impor-tância nas exportações, depois do cobre. Paulo Camillo chama a atenção também para o atual valor das exportações deste minério. “O país exporta 24% do total produzido, graças ao notável desempe-nho de suas mineradoras”, disse.

No começo dos anos 90, o ouro representava menos de 1% das expor-tações do Peru. Nove anos depois, pas-sou a constituir 20% do total nacional. No que se refere à produção, o país produziu, em 1980, 5 toneladas. Esse número passou para quase 23 toneladas em 1991. E, no ano passado, foram registradas 170 toneladas. Para 2008, estima-se que a produção fique em torno de 175 e 178 toneladas.

De acordo com a U.S. Geological Survey o Peru conta com reserva aproxi-mada de 3.500 toneladas de ouro.

Peru deve produzir quase

180 toneladas de ouro neste ano

No último dia 28 de maio, a mineradora de ouro Kinross (associada ao IBRAM) inau-gurou sua sede em Belo Horizonte (MG). A empresa transferiu-se de Brasília diretamente para a capital mineira.

O Presidente da Kinross do Brasil, José Roberto Freire, explica que a integração com Minas Gerais é fundamental para a empresa, pois sua principal mina, a Morro do Ouro, fica em Paracatu e está em processo de expansão. A exploração será feita até 2040, com a extra-ção de 15 de toneladas do minério por ano. Estão sendo investidos US$ 540 milhões em um projeto de expansão, informa.

O Presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Robson Andrade,

presente à ocasião, ressaltou que a escolha estratégica da empresa de se mudar para Mi-nas está bem alinhada com o atual momento do Estado, onde as indústrias têm crescimento acima da média nacional.

A Kinross está no Brasil desde 2003, com a totalidade das ações da TVX Gold. Em 2005, assumiu o controle da Rio Paracatu Mineração (RPM), em Paracatu (MG). A companhia possui, ainda, 50% da Mina de Crixás, em Goiás e desenvolve estudos de prospecção em outros Estados, como Pará, Tocantins e Maranhão.

Em Belo Horizonte, o endereço corpora-tivo da Kinross é Avenida Afonso Pena 4001, 8º andar, Bairro Serra.

Da esquerda para a direita: José Fernando Coura (Presidente do SindiExtra), Ilmar Santos (Subsecretário de Estado de Meio Ambiente), Fernando Lage (Diretor do BNDES), José Tomás Letelier (Vice-Presidente de Relações Governamentais da Kinross na América do Sul), Márcio Lacerda (Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de MG), Robson Braga de Andrade (Presidente da Fiemg), Paul Hunt (Embaixador do Canadá no Brasil), o tradutor do evento (com as folhas de papel nas mãos), Tim Baker (Vice-Presidente de Operações da Kinross Gold Corporation), e José Roberto Freire (Presidente da Kinross Brasil) ao microfone

Kinross transfere sede para a capital mineira

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM participou do lançamento do primeiro Mapa Geológico Franco-Brasileiro Transfronteira. O mapa traz a área estra-tégica da Amazônia de interesse dos dois países, reconhecida pelo expressivo potencial mineral e relevante posição geopolítica. A cerimônia - promovida pelo governo francês – foi realizada em Caiena, na Guiana Francesa, de 10 a 14 de junho. A CPRM foi repre-sentada pelo geólogo e Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento, Fernando Pereira de Carvalho, e pela geóloga e Chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais, Maria Glícia da Nóbrega Coutinho.

CPRM participa de lançamento de mapa na França

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008�

Entre os dias 18 e 21 de maio, a cidade de Ouro Preto (MG) recebeu mais de mil pessoas em virtude do III Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral – SIMEXMIN 2008. O evento, promovido pela Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), reuniu prospec-tores, exploradores e fomentadores do setor mineral brasileiro para debater métodos de exploração, caracterização de depósitos minerais, entre outros pontos.

Durante a abertura do Simpósio, o Dire-tor-Presidente da Adimb, Douglas Arantes, revelou que, em 2008, a pesquisa mineral no Brasil receberá US$ 350 milhões em in-vestimentos. Desta quantia, segundo ele, US$ 300 milhões serão dos associados da ADIMB – que no total somam 51 empresas.

De acordo com Arantes, é preciso valo-rizar a mineração, pois contribui de forma significante para o País. Mesmo sendo des-taque na economia, ele apontou algumas fragilidades do setor. Segundo o dirigente, a base de produção mineral é pouco di-versificada e as empresas (júniores) não possuem mecanismos de financiamento de atividades de risco.

“Precisamos gastar o menor tempo possível nas nossas descobertas, otimizar o processo de produção e guardar os rejeitos para que, num futuro próximo, possamos reaproveitá-los quando tivermos tecnologia para isso. Precisa-mos também considerar o meio ambiente cada vez mais e maximizar o retorno social dessa riqueza”, afirmou Arantes.

“Equacionar os tabus”

O Secretário-Executivo da ADIMB, Onil-do Marini, fez um discurso sobre o Brasil ideal e listou uma séria de providências para serem tomadas pelo setor mineral. “Cana-dá, Austrália e Chile são os três países que, em minha opinião, apresentam modelo de

A cidade de Ouro Preto recebeu mais de mil pessoas durante o SIMEXMIN 2008

US$ 350 milhões serão investidos em Pesquisa Mineral

equilíbrio entre o bem-estar social e a infra-estrutura. Gostaria que o Brasil chegasse a esse padrão”, citou.

Na opinião de Marini, é necessário equacionar os tabus do setor mineral, tais como a questão da faixa de fronteira, a de mineração em terras indígenas e o monopólio do urânio. Sobre este minério, ele lembra que quando seu preço subiu consideravelmente em apenas dois anos, a demanda mundial foi muito maior do que a de produção.

Brasil produzirá 440 milhões de tone-ladas de rochas ornamentais até 2025

O anúncio da produção brasileira de rochas ornamentais para os próximos 17 anos é do geólogo da Kistemann & Chiodi, Cid Chiodi. A razão da estimativa positiva é a geodiversidade brasileira em rochas orna-mentais que, segundo ele, foi fundamental também para que o País fosse bem-sucedido no mercado internacional.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamen-tais – ABIROCHAS, só em 2007 estima-se que este segmento tenha movimentado US$ 4,5 bilhões fora do País.

Durante o segundo dia do SIMEXMIN 2008, Chiodi apresentou uma breve análise da geodiversidade brasileira para o desenvol-vimento do mercado de rochas ornamentais. Segundo ele, o Brasil está bem colocado dentre os maiores produtores mundiais. “O País está em 6º lugar, com 8,1 milhões de toneladas. Espera-se um crescimento cada vez maior”. O Brasil é também um dos maiores expor-tadores de rochas ornamentais. Só no ano passado, 8,3 milhões de toneladas tiveram como destino o exterior. Em primeiro lugar entre os maiores exportadores está a Chi-na e, em seguida, Itália, Índia e Espanha. O maior Estado brasileiro produtor é o Espírito Santo, que detém 50% na produção nacional . Em seguida está Minas Gerais com cerca de 20%. De acordo com o geólogo Chiodi, este Estado é o que possui a maior diversidade em rochas ornamentais, tais como o granito, ardósia e pedra sabão.

Exportação

De acordo com dados de 2007, o maior estado exportador do Brasil é o Espírito Santo com uma participação de 66,4% ou US$ 726 milhões. Em segundo lugar está Minas Gerais com US$ 211,3 milhões. E em seguida Rio de Janeiro e São Paulo com US$ 33,8 milhões e US$ 25,8 milhões, respectivamente.

O SIMEXMIN 2008 recebeu mais de mil pessoas

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008 �

Rochas Ornamentais

na Itália

Curiosidades

O Brasil destaca-se como primeiro for-necedor de rochas ornamentais para os EUA (22,9%)Maior exportador de ardósias (16,5% do total mundial)Maior exportador de granitos brutos (11,8% do total mundial)Maior exportador de rochas ornamentais em volume físico (6,3% do total mundial)No total são 11.300 empresas no Brasil operando na cadeia produtivaSão gerados 140 mil empregos diretos e 420 mil indiretos no mercado de rochas ornamentais

Diretor da Codemig defende criação de programas governamentais para a mineração no SIMEXMIN 2008

“A economia de Minas Gerais tem no setor da mineração um dos principais pilares do desenvolvimento econômico”. Foi com essas palavras que o Diretor da CODEMIG – Companhia de Desenvolvimento Econômi-co de Minas Gerais, Marcelo Arruda Nassif, defendeu a criação de Programas Governa-mentais Específicos como forma de viabilizar de forma mais ágil o estabelecimento de mineradoras no Estado.

Segundo Nassif, Minas Gerais tem papel muito importante no setor mineral. “Só neste Estado há mais de 300 minas em funciona-mento. Dos dez maiores municípios minera-dores do País, sete estão em Minas Gerais”, afirma. Ele completou dizendo que quase 44% de toda a produção mineral brasileira é de Minas Gerais. “Isso faz com que o nosso Estado tenha que buscar agilidade nas ações do Governo para que esse cenário seja de certa forma mantidoa e incrementado. No nosso caso, a exploração mineral tem que

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ser muito bem apoiada, tendo em vista que a história da mineração em Minas – com seus 300 anos – faz com que busquemos inovar e crescer em outras áreas”, disse Nassif.

Exploração Mineral em MG

Em relação à exploração mineral, o Governo de Minas Gerais, por meio da CODEMIG, tem buscado focar as atividades em três pontos principais: atividades de ex-ploração mineral em prospectos, parcerias de prospectos com empresas de mineração e pesquisa de gás natural.

“Nos prospectos da CODEMIG temos feito mudanças na filosofia dos trabalhos. Estamos buscando junto ao setor mineral uma forma de contribuir numa velocidade maior, discutindo propostas para que no-vos projetos entrem em funcionamento”, disse Nassif.

O Diretor da Companhia afirmou tam-bém que a geração de prospectos novos não é a principal atividade. “Uma novidade recente em Minas Gerais é a exploração de gás natural”, lembrou.

DNPM apresenta novo sistema de solicitação de requerimentos minerais

Agilidade processual, segurança e trans-parência são os benefícios do novo sistema do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM (autarquia do Ministério de Minas e Energia). O CadMin Web, um sistema criado para suportar todo o processo de solicitação de requerimentos de pesqui-sa mineral do Departamento, entrará em operação muito em breve. Mas, para isso, é preciso que os interessados façam um cadastro prévio no sistema.

Ele terá um banco de dados seguro, além de um controle na entrada de novos dados e precisão nas informações. De acordo com o Diretor-Geral do DNPM, Miguel Nery, a medida permitirá eliminar a inserção de erros, além de aumentar a eficiência do encaminha-mento e trâmite processual.

Segundo dados do DNPM, só no ano passado, 24 mil requerimentos de pesquisa foram solicitados. E 9 mil de janeiro a abril de 2008. O número de concessões de la-vra chegou a 324 em 2007 e, neste ano, já soma 56.

Mais de 500 pessoas estiveram presentes à abertura do SIMEXMIN 2008

Entre os dias 29 de maio e 1º de junho, o Brasil teve a oportunidade de mostrar a riqueza do setor de rochas ornamentais, na Carrara Marmotec, a 29ª Edição da tradicional Feira de Mármores e Granitos de Carrara, na Itália. Sob o tema “Setor de Rochas Ornamentais do Brasil – Um Campo Repleto de Oportunidades” o es-tande Brasil Pavilion mostrou o potencial mineral do País, ampliando a visibilidade do setor de rochas ornamentais.

No estande brasileiro, o participante pôde ver de perto uma mostra de 120 tipos de rochas ornamentais produzidas no Bra-sil, incluindo 19 rochas do Rio de Janeiro, com destaque aos granitos exóticos e às pedras naturais da região do Noroeste flu-minense, nova fronteira mineral do Estado. Simultaneamente ao evento, realizou-se o segundo Congresso Internacional de Rochas Ornamentais, que apresentou as novidades técnicas sobre o setor.

O evento faz parte da agenda interna-cional da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), que estabeleceu protocolo de entendimentos com o Ministério de Minas e Energia, por meio da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM), do Depar-tamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e do Serviço Geológico do Brasil, além de seis Estados produtores, incluindo o Rio de Janeiro, no sentido de proporcio-nar maior relevo à participação brasileira na tradicional Feira de Carrara.

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CPRM

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008�

ENTREVISTA: ONILDO JOãO MARINI – SECRETáRIO-EXECuTIVO DA ADIMB

Onildo João Marini é geólogo, graduado em 1963 pela Uni-versidade do Rio Grande do Sul. Trabalhou na Petrobrás nas

pesquisas de petróleo no Estado da Bahia durante dois anos até mudar-se para Brasília onde lecionou como primeiro professor do curso de Geologia da Universidade de Brasília (UnB). Ficou na capital por pouco tempo, pois em 1965 foi convidado a fazer parte da Comissão da Carta Geológica do Paraná. Foi professor também na Universidade de Rio Claro, em São Paulo, no ano de 1968. Retornou para a Unb em 1971, onde ficou até 1990. Foi professor titular, chefe de departamento e criou a pós-graduação naquela universidade. Além disso, Marini foi Diretor da Divisão de Geologia do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM. E foi aí que começou a idéia de criar a Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira – ADIMB, o que aconteceu em 1994.

Nesta entrevista, Marini fala um pouco do Brasil “dos seus so-nhos” e do futuro da exploração mineral no Brasil. Para ele, há muitos entraves para serem resolvidos, desde que haja muito trabalho, dedicação e agilidade.

Na sua opinião qual é o futuro da exploração mineral no Brasil?

Enquanto estivermos vivendo o boom no preço das commodities – o que tem movido os investimentos em exploração mineral no mundo todo – o Brasil também receberá sua cota nesses investimentos, participando ati-vamente do momento positivo da economia brasileira. Na verdade, o que gostaria que acontecesse é que mudássemos o patamar de atração de investimentos dos atuais 3% da verba global para a exploração mineral para algo na ordem de 10%. A partir daí, o País se situaria no nível da Austrália e bem abaixo do nível do Canadá na questão de atração de recursos. Aí sim, o meu sonho estaria realizado. Só não estamos lá ainda por uma série de fatores que têm dificultado a entrada de dinheiro no nosso País. Cito

como exemplo a questão do licenciamento ambiental, mas acredito que agora, com o Roberto Messias Franco como Presidente do IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Renováveis, a situação terá um caminho positivo. Ele tem outro espírito, outro ar!

Quais medidas devem ser tomadas para que o Brasil atraia mais investimentos?

É uma série. Mas um fator que tem mais di-ficultado os investimentos na área mineral e que tem afastado investidores é a questão da morosidade dos licenciamentos ambientais. Esse é o primeiro ponto.

A empresa sul-africana Gold Field deu um testemunho muito interessante em um sim-pósio que aconteceu em Itaituba (PA). Eles

perderam mais de R$ 20 milhões, prontos para serem aplicado naquela região. Tudo já estava acertado, a empresa tinha a con-cessão da área pelo Ministério de Minas e Energia, mas o IBAMA não liberou o licen-ciamento ambiental. Aí, passou um, dois, três anos, a empresa fechou o escritório no Brasil e foi embora trabalhar em outro país. Agora, ela está retornando. O nosso timing é um entrave aos investimentos. As grandes empresas têm um timing para liberar o orçamento a cada ano. E todos os seus gerentes – de diferentes países – se reúnem anualmente e cada um tenta vender o seu projeto.

O licenciamento ambiental é crucial. É um dos pontos mais críticos. É preciso acelerar as decisões para não ficarmos emperrando os projetos. Se for negar, então nega logo no início. Isso destravaria a decisão dos investi-mentos. Nós criaríamos a idéia de um país evoluído, onde existem normas, critérios. É preciso pensar grande e com agilidade!

Esse boom mineral tem prazo. Temos que aproveitá-lo, pois ninguém sabe o final do prazo. Uma coisa é certa: todos sabem que o

“O futuro da exploração mineral no Brasil depende da superação de tabus anacrônicos”

Fábio Pina

“Não temos praticameNte levaNtameNto geológico de detalhes No Brasil. o coNceito de

mapeameNto de detalhes está muito iNflacioNado”.

Marini diz que o licenciamento ambiental é crucial nos projetos, mas que é preciso acelerar as decisões para não ficar emperrando os investimentos

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008 �

boom mineral é fruto de uma oscilação, que sobe e desce. De repente, se produz muito, o preço cai e o ritmo baixa. Hoje, estamos no topo, bem no alto. A grande discussão é a seguinte: qual será a duração deste alto?

Alguns acham que a crise americana demons-tra que esse boom está chegando ao final e que começará a cair. Outros defendem: não é por aí não. A China e a Índia continuarão a demandar muitas commodities pois o con-sumo ainda é crescente e isso permanecerá por muitos anos. Agora, um dia, isso cai e é o que aconteceu durante séculos e séculos. Então temos que aproveitar esse alto. O mo-mento é agora.

O sr. pode citar dois fatores que possam contribuir para a evolução do País?

Há países em que você pode investir num distrito mineiro, principalmente. Aí o país fornece informações geológicas, cartográficas, enfim, informações que facilitam a vida do pesquisador. Ou seja, ele saberá, de antemão, quando chegar à região, onde ele deve inves-tir correndo menos riscos. Falo de estudos e levantamento de detalhes.

Não temos praticamente levantamento geoló-gico de detalhes no Brasil. Este conceito está muito inflacionado. Fizemos um mapeamento de detalhe em 1991 na escala 1:25.000. Não conheço nenhum outro mapeamento de detalhe nessa escala.

É preciso detalhamento nas províncias mi-neiras. É uma forma de ter mais evidência do local de depósitos minerários. Há uma psicose muito grande no Brasil que é a se-guinte: no local onde as empresas fizeram o requerimento acham que é o governo que não quer dar a informação complementar. E é exatamente o oposto do que ocorre nos pa-íses desenvolvidos. Onde a empresa requer, onde tem mais potencial, é o local em que o governo tem que contribuir com informação adicional para gerar mais atratividade e pro-mover mais capital.

Nesse sentido, cito o estudo do potencial da província dos Tapajós. Por essa pesquisa, detectaram-se subáreas que revelam em quais locais fazer o levantamento mostrando a área “quente” para ser mineirada. Mas ninguém está fazendo o mapeamento de detalhe ain-da. Só fica no regional.

O resultado seria mais imediato. E o risco da empresa quando se tem uma informação mais detalhada diminui muito. Então, não se en-trará numa compra de risco. Ou seja, se você tem informações boas, o risco diminui.

O que são os tabus anacrônicos que o sr. citou em seu discurso na abertura do SIMEXMIN 2008 em Ouro Preto (MG)?

Temos quantidades enormes de áreas quen-tes no Brasil, com um bom potencial em que, por várias razões, não temos condições de acesso. Não está ao alcance da empresa fazer um requerimento e ganhá-lo. Ou, en-tão, ela tem condição de ganhar, mas algo posteriormente a impede de trabalhar lá. Daí pergunto: essas áreas são atuais? Cito as reservas indígenas como exemplo. Até hoje não temos uma lei regulamentando claramente como operar. Está ainda em dis-cussão no Congresso. Dá-se um passo para frente e dois para trás. Cito também a Flona, regiões de floresta nacional, que são áreas de reserva. Neste caso, a mineração é permitida mas não se consegue autorização do Ibama. Acredito que iremos desatar esse nó com o novo Presidente do Ibama, Roberto Messias Franco. Ele pensa diferente.

Temos 150 km na fronteira com o Brasil cheio de restrições. Não conheço outro país que tenha uma área tão larga e com tantas limitações. O Governo tem como fiscalizar. Não é preciso ter tanto medo.

Outra questão é a da Reserva Nacional do Cobre, que foi criada há 24 anos e que está localizada em uma parte do Amapá e do Pará. É uma região onde teve a maior mina de manganês do País. Lá tem um porto, uma ferrovia e uma cidade fantasma no início dessa reserva. Ou seja, há toda uma infra-estrutura de transporte subutilizada. E, logo em seguida, há uma área que em tudo se assemelha ao Carajás em termos de potencial: o mesmo tipo de rocha, mesma

geodiversidade, 40 campos de aviação clandestinos conhecidos de garimpeiros de ouro. Lá tem minérios, senão garimpeiros não existiriam no local.

A CPRM (Companhia de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil) já fez estudo geofísico de detalhe e geológico, mas nin-guém pode entrar lá por causa desse decreto que criaram há 24 anos que diz que naquela área só a CPRM pode fazer pesquisa. Agora a CPRM está proibida de fazer o estudo. Ela hoje é Serviço Geológico. Então é outra coisa que tem que acabar. O dia em que abrirem essa região tenha certeza que, imediatamen-te, uma série de empresas vão abrir as portas por lá. Aquela área é extremamente atraente em diversos pontos.

Outra questão que é um tabu é a do urânio. Temos que flexibilizar esse monopólio, inclu-sive para exploração, imitando com o que ocorreu com o petróleo. A maior parte dos geólogos com que você conversar tem uma mina de urânio no bolso. Eles sabem onde tem ocorrência com potencial para urânio, mas não se mexem, pois a lei proíbe. Então o dia em que abrirem será uma febre de novos depósitos.

O preço do urânio pulou de US$ 10 para mais de US$ 130 a libra, em cerca de dois anos. Isso é preocupante.

Se todas essas questões foram equa-cionadas, o Brasil chegará ao patamar dos três países dos seus sonhos, como o Canadá, Chile e Austrália?

Com certeza. Ainda assim, sou cético em termos de equacionar, pois estamos batendo nesta tecla há mais de duas décadas. E tudo permanece como está e não se consegue dar um passo.

Mas parabenizo o Governo, pois o que não falta é diálogo. Eles, pelo menos, nos ouvem.

“temos 1�0 km Na froNteira do Brasil cheios de restrições. Não coNheço outro país que teNha

uma área tão larga e com taNtas limitações.”

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O Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermman, e o Secretário de Geologia, Mi-neração e Transformação Mineral, Cláudio Scliar, informaram que o titular da Pasta, Edison Lobão, solicitou à sua assessoria que encaminhe ainda este ano proposta de transformar o De-partamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) - vinculado ao MME - na agência regulatória do setor de mineração. O anúncio aconteceu durante a abertura do Seminário “Mine-ração e Sua Importância na Economia Brasileira”, em 27 de maio, na Câmara dos Deputados. O evento foi realizado pela Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional com patrocínio do IBRAM, da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Jóias (Abragem), do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) e do SEBRAE.

“Isso faz parte de um estudo amplo por parte do MME, que prevê a mudança no marco regulatório da mineração. Já existem

Ministério de Minas e Energia confirma criação de nova agência regulatória

O anúncio foi feito durante o Seminário “Mineração e Sua Importância na Economia Brasileira” na Câmara dos Deputados

Composição da mesa: (da esquerda para direita) Harilton Carlos de Vasconcelos (Presidente da Abragem), Paulo Camillo Penna (Presidente do IBRAM), Deputada Bel Mesquita, Deputado Eduardo Sciarra (Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional), Deputado

Luiz Fernando Faria (Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados), Hécliton Santini Henriques (Presidente do IBGM)

Paulo Camillo Penna (Presidente do IBRAM) discursa durante solenidade de abertura do Seminário

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as agências da vigilância sanitária, das teleco-municações, do petróleo, da energia elétrica, da aviação civil e faltava a de mineração”, disse Zimmermman.

Scliar, à saída do evento, foi mais incisivo: “Queremos que isso aconteça o mais rápi-do possível. A vontade do Ministro Lobão é apresentar a proposta ainda este ano ao Congresso”. De acordo com ele, a mudança reforçaria o papel regulador do órgão, além de favorecer maior autonomia financeira e recuperar os salários dos servidores.

Para as mineradoras, representadas pelo IBRAM, a medida “atualiza o DNPM, que é importante para a mineração. A nova agência viria para dar o contorno adequado às políticas de desenvolvimento da atividade minerária e à área de fomento, que necessita urgentemente de novo impulso”, afirmou Paulo Camillo Var-gas Penna, Presidente do Instituto. Segundo ele, a nova agência deve priorizar novos in-vestimentos em mapeamento geológico, que são necessários para vislumbrar a ampliação do porftólio do setor mineral brasileiro, ou seja, aumentar a oferta de minérios.

“Espera-se que a agência estabeleça as políticas mais indicadas para a atividade, de modo a garantir perenidade e a construção de uma linha de planejamento de longo prazo para o setor mineral.”, afirmou o Presidente do IBRAM.

Sobre o planejamento de longo prazo para a atividade minerária, Zimmermman disse que o Governo preparou um projeto de plano duodecenal (prazo de 20 anos) e que as demais ações previstas “deverão ser feitas de portas abertas”, ou seja, em colaboração mútua entre governo e iniciativa privada. Segundo Cláudio Scliar, as ações do plano serão desenvolvidas por meio de financia-mento do Banco Mundial, no valor de R$ 1,8 milhão. “São 84 estudos programados, com a realização de seminários reunindo os diferentes segmentos do setor mineral”, adiantou, acrescentando que o plano duode-cenal é importante porque é preciso regular a oferta de bens minerais, para equilibrá-la com a crescente demanda mundial.

Para o IBRAM, é preciso, no entanto, acelerar o plano de longo prazo. “A iniciativa privada tem feito contribuições pontuais e

1. Da esquerda para direita: Deputados Luiz Fernando Faria e Eduardo Sciarra e Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna

2. Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Cláudio Scliar e Deputada Bel Mesquita discutem sobre a mineração e a economia brasileira

3. Demonstração de lapidação de minerais

4. Um painel gigante com a história da mineração foi montado especialmente para o Seminário

5. Paulo Haddad (Diretor-Presidente da Phorum Consultoria) falou sobre as contribuições da mineração para o desenvolvimento do Brasil

sugestões. Mas a velocidade do processo não está adequada. Muitos projetos carecem de mais velocidade e agilidade, como a questão do fomento à atividade, em que o Direito Mi-nerário pode figurar como garantia real para o desenvolvimento de projetos de mineração”, avalia Paulo Camillo.

Estima-se que até 2010 somente 13% do País estejam detalhadamente mapeados

Para isso, porém, há uma programação do MME que busca R$ 1,8 milhão em recursos do Banco Mundial para realizar 84 relatórios que comporiam um retrato do setor da mineração no País e as perspectivas para os próximos 20 anos. A expectativa é que os recursos estejam disponibilizados muito em breve. Quanto à mudança do status do DNPM, o Governo po-deria aproveitar projetos já existentes que tra-tam do mesmo tema. Há pelo menos dois deles em tramitação na Câmara dos Deputados.

Seminário

O Seminário de Mineração discutiu prin-cipalmente o marco legal da mineração, em relação ao diagnóstico, aos aspectos sócio-ambientais, e às oportunidades de mercado. “O seminário é uma alternativa para que os governos, a sociedade, os empresários, os trabalhadores, todos, enfim, discutam as dificuldades e os impactos da mineração e aproveitem as oportunidades deste setor, que proporciona produção de riquezas, geração de empregos e melhoria da qualidade de vida da população brasileira”, afirma a Deputada Bel Mesquita, Vice-Presidente para o Setor de Mineração da Frente Parlamentar em Defesa da Infra-Estrutura Nacional.

Mineração e sua importância na economia brasileira

O ex-ministro Paulo Haddad, Consultor do IBRAM e Diretor-Presidente da Phorum Consultoria e Pesquisa em Economia Ltda, proferiu palestra sobre a importância da mineração para a economia brasileira, por meio de análise da comercialização e a visão dos mercados interno e internacional. Para ele, as formas de capitais intangíveis deter-minantes no processo de desenvolvimento regional se resumem em seis classificações: os capitais institucional, humano, cívico, social e sinergético. (veja palestra no site do IBRAM: www.ibram.org.br

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Durante o SIMEXMIN 2008, a exposição itinerante promovida pelo IBRAM - ISTO É MINERAÇÃO - foi uma atração à parte em Ouro Preto (MG). Estudantes de todas as idades e participantes do Seminário puderam ver de perto o panorama do setor mineral brasileiro em sete salas temáticas distribuídas na mostra.

Os temas expostos são variados. Começam pela importância dos minerais no dia-a-dia. Passam pela tecnologia e logística, onde o vi-sitante conhece detalhes da responsabilidade social e ambiental da mineração. Um dos mo-mentos mais apreciados pelo público é quando atravessa um túnel do futuro, que apresenta temas como mineração no fundo do mar e em terras indígenas, além do ciclo de mineração e produção do urânio. E no final, o visitante confere as estatísticas do setor da mineração em uma sala com vários painéis.

A estudante do 3º ano do Ensino Médio, Natanielle Passos, 17 anos, levantou a questão da recuperação ambiental durante a visita. “É muito importante o que as mineradoras fazem pelo meio ambiente. Fiquei curiosa sobre o assunto”, diz. Mas tanto ela quanto os colegas quiseram saber um pouco mais sobre os equipamentos e máquinas utilizadas pelo setor. Natanielle freqüenta um curso técnico em mineração oferecido por sua escola.

Marise Celeste, 16 anos, do 1º ano do Ensino Médio, elogiou muito a maquete que representa a mineração a céu aberto, exposta

na sala de Tecnologia e Logística. “O setor mineral é muito atraente, principalmente aqui em Minas Gerais. A oferta de empregos é o que mais me chama a atenção”, revela.

As visitas à exposição em Ouro Preto contaram com a orientação de monitores, que são estudantes de engenharia de minas da Universidade Federal de Ouro Preto. Felipe Costa, 21 anos, um dos monitores, conta que adorou a experiência. “É muito bom poder passar as informações e treinar

Ouro Preto recebe com sucesso a mostra ISTO É MINERAÇÃO

o que se aprendeu nos livros”, disse. Vítor Hugo, 23 anos, que já está no último ano do curso, disse que a exposição é importante para mudar a visão errada que as pessoas têm da mineração.

Crianças visitam a exposição

As crianças do 5º ano do Ensino Funda-mental de um distrito a 22 km de Ouro Preto (MG) tiveram um dia especial quando conhe-ceram a mostra ISTO É MINERAÇÃO.

Franciele Carolina da Costa, 10 anos, es-tava encantada com tudo que viu. A primeira sala, a dos minerais no dia-a-dia, foi a que mais chamou sua atenção. “É muito legal ver os nomes dos minerais que aprendemos na escola em objetos como o carro, a televisão, e até a banana”, disse. Já a colega de turma, Kely Nayane, 11 anos, preferiu o túnel, por-que, segundo ela, “parece que estamos no futuro”. Wanderson Cardoso, 11 anos, disse que a sala de responsabilidade ambiental mostrou para ele o que a mineração faz quando a mina se esgota. “Não sabia que tudo era replantado”, revelou.

A estudante Marise Celeste diz que o futuro está na mineração

As visitas em Ouro Preto foram guiadas pelos universitários da cidade Crianças adoraram o passeio

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A Anglo American iniciará, dentro de três anos, o projeto de explo-ração de uma reserva de níquel localizada no município paraense de São Félix do Xingu, com um investimento entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões. Será o terceiro projeto de níquel a ser implantado no Pará.

A nova planta está em fase de levantamento de informações e pré-viabilidade econômica. Segundo dados preliminares, a reserva seria de 500 milhões de toneladas, suficientes para uma exploração por até 60 anos. São, pelo menos, três tipos de minério de níquel.

O Estado do Alagoas, apesar de possuir uma das menores áreas do território nacional, ganhará, enfim, um grande projeto de minerais metálicos. A iniciativa é da Mineração Vale Verde (associada ao IBRAM) – subsidiária da empresa canadense Aura Minerals, que ele-geu Serrote da Laje, uma jazida localizada na região central do Estado, com ocorrências de cobre, ferro e ouro. Os estudos devem estar concluídos no próximo ano e as operações devem ser iniciadas já em 2011.

O jazimento faz parte do Projeto Arapiraca, que vem sendo estudado desde 1980 pela Vale Verde, a partir de estudos geológicos e de geofísica aérea realizados pela Companhia de Recursos Minerais – CPRM / Serviço Geológico do Brasil, em 1977. No entanto, o projeto so-breviveu graças à Aura Minerals, que o levou adiante e captou no mercado canadense US$ 100 milhões para o desenvolvimento inicial.

Para o geólogo e Presidente da Mineração Vale Verde, Carlos Bertoni, o recurso inicial é suficiente para conduzir de forma confor-tável a decisão de produção e investimentos de US$ 400 milhões. De acordo com ele, o trabalho preliminar feito pela Vale Verde é consistente. E na última avaliação, em 2001,

a mineradora apenas se desinteressou em virtude do preço das commodities, que esta-vam deprimidos. “Além disso, a Vale passou a priorizar projetos de classe mundial”, diz.

O objetivo das pesquisas, segundo a Mi-neração Vale Verde, é colocar em produção os recursos minerais da jazida do Serrote da Laje, assim como pesquisar outros 30 alvos identificados por trabalhos anteriores na região. A empresa também controla vários projetos de ouro e metais em estágio de pesquisa no Estado do Pará.

Caminho das pedras

O escoamento de concentrado de co-bre será por via rodoviária até o Porto de Maceió, em uma extensão de 150 km por rodovias estaduais. Não decidiu-se ainda se toda a produção será exportada ou terá parte destinada para a refinaria da Caraíba Metais, na Bahia.

Licenciamento Ambiental

O Projeto Serrote da Laje detém Licença Prévia de Meio Ambiente pelo Instituto de Meio Ambiente do Estado de Alagoas. Espera-

As operações na mineração de cobre, ferro e ouro devem começar em 2011

Alagoas terá projeto de mineração

se que, até o final do ano, seja obtida também a Licença de Instalação que autorizará a construção da futura planta.

Segundo Bertoni, a Mineração Vale Verde tem tido boa receptividade dos ór-gãos estaduais, pois há entendimento de que esse será o primeiro grande projeto mineral no Estado. Mas ele alerta para dois desafios: abastecimento de água e oferta de eletricidade.

Anglo American vai investir mais de US$ 2,5 bi em projeto de níquel no Pará

Vale Verde quer começar a produzir já em 2011 na jazida do Serrote da Laje

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Um campo de golfe, um condomínio residencial, um lago para a prática de es-portes etc. São inúmeros os aproveitamentos sociais e ambientais em uma mina desati-vada. A Ópera de Arame, em Curitiba (PR), é um exemplo. A pedreira que lá existia cedeu lugar a uma casa de eventos culturais, shows, formaturas entre outros. Este assunto foi tema de discussão no Seminário “Encer-ramento de Mina: Aspectos Ambientais e Socioeconômicos”, realizado em Belo Ho-rizonte (MG), nos dias 28 e 29 de maio. O evento, promovido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM com apoio do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, aconteceu no Centro Mineiro de Referência em Resíduos – CMRR.

“Fechamento de mina não engloba apenas os aspectos físicos e minerais. A preocupação com a comunidade e o futuro da área minera-da também é uma constante. Então o motivo desse evento é entender como isso acontece. Até que ponto é uma responsabilidade do Es-tado enquanto dinamizador de planejamento maior em sintonia com a responsabilidade do setor privado”, diz o Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin.

De acordo com Mancin, fechamento de mina “é um tema em construção na sociedade”. Começa no dia em que ela é aberta, o que não constitui contra-senso. O planejamento é a chave de tudo, nesta visão atual de se encerrar um empreendimento de extração mineral. Antes da abertura, devem

Composição da mesa de abertura do Seminário (esquerda para direita): João César de Freitas Pinheiro

(Diretor Geral Adjunto do DNPM), José Carlos Carvalho (Secretário da SEMAD), Roberto Negrão de Lima

(Presidente do Conselho Diretor do IBRAM)

Fechamento de mina é muito mais que recuperação

Águas Claras: programa prevê implantação de centro urbano

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ser consideradas desde a recuperação da área (foco ambiental) até as demandas de uma emergente mão-de-obra (foco social), entre outras variantes.

“Depois do fechamento, pode ser preciso manter a economia da região dinamizada com outros empreendimentos. Afinal, uma área de mineração gera impostos e royalties para a região”, complementa Mancin.

A visão sobre o licenciamento ambiental deve estar atrelada à competitividade do País. O Secretário de Estado de Meio Am-biente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, defende a tese e afirma que o Seminário é de extrema importância para Minas Gerais tanto do ponto de vista econômico quanto do social. “Queremos tratar de maneira conjugada os aspectos econômicos, sociais e ambientais para construir o caminho e o futuro sustentável de Minas. Não queremos ser um obstáculo à mineração. Precisamos ser parceiros para encontrar soluções ambientais à mineração, pois nem todas as mineradoras atuam de forma sustentável”, afirma.

Para a próxima década, Rinaldo Mancin calcula o fechamento de mais cinco minas em todo o Brasil, daí a relevância do debate prévio para a recuperação dessas áreas. No leque de possibilidades, ele conta que já viu uma área na Argentina, onde havia uma mineração, e que foi transformada em um campo de golfe de luxo. Mancin lembra que a média de tempo de exploração de uma mina é de 40 anos, portanto, o impacto do fechamento de uma mina deve ser estudado, pois não é apenas a questão ambiental que passará por alterações. “Quando uma mina fecha, os empregos poderão ser extintos na região do entorno”, alerta.

Tudo se transforma!

Além de mostrar o que é possível ser feito nas áreas onde existiu a mineração, levando-se em conta as expectativas, tanto de quem mora na região, quanto de quem estuda e faz a gestão das demandas do lo-cal, o seminário apresentou exemplos, ou seja, estudos de casos, como o de Águas Claras. Desenvolvido pela Vale (associada ao IBRAM), este programa prevê a implan-tação de um centro urbano de uso misto, em 194 hectares da extinta Mina de Águas Claras, no município de Nova Lima, na

região metropolitana de Belo Horizonte. O empreendimento deverá realizar a recu-peração ambiental - cerca de 90% da área - reutilizando uma área minerada.

Águas Claras terá infra-estrutura para abrigar comércio, negócios, serviços, equi-pamentos urbanos, residências e outros em-preendimentos destinados ao uso público, tendo como âncora a instalação do Centro Administrativo da Vale em Minas Gerais. Com início de obras previsto para este ano, o Projeto Águas Claras será desenvolvido ao longo de 20 anos.

A implantação será feita com as partici-pações de empreendedores interessados em atuar no espaço. De acordo com informa-ções da Vale, as primeiras propostas para o Projeto Águas Claras, datadas das décadas de 80 e 90, apresentavam uma ocupação

do tipo residencial fechado. Porém, durante os estudos, foi detectado que a principal vocação da propriedade estaria relacionada a usos públicos. A mina de Águas Claras foi operada pela Minerações Brasileiras Reuni-das (MBR), empresa incorporada pela Vale no primeiro semestre de 2007, entre os anos de 1973 a 2002.

A Gerente Geral de Engenharia e Tec-nologia Ambiental da Vale, Isaura Pinho, defende que é preciso considerar todas as expectativas, não só de quem viveu nas áreas de minas, mas também a visão de técnicos que estudam o tema. Ela cita as variantes do processo a serem consideradas na recupe-ração: fechar a empresa, recuperar a parte geotécnica, e buscar um novo uso para o local (uso social e ambiental) para onde operava uma mina.

Comunicação prévia ao DNPM;Pleito ao Ministério de Minas e Energia;Caracterização das reservas remanescentes;Plano de desmobilização das instalações e equipamentos, indicando o destino a ser dado aos mesmos;Atualização da topografia da mina;Interação do DNPM com o Governo Estadual e Municipal para tratamento do assunto;Relatórios dos trabalhos efetuados na mina e análise do mesmo em conjunção com as análises dos relatórios anuais de lavras;

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Painel sobre o uso futuro das áreas mineradas (esquerda para direita): Maria Dalce Ricas (Superintendente Executiva da AMDA), João Carlos de Melo (Consultor do IBRAM),

Isaura Pinho (Gerente Geral de Engenharia e Tecnologia Ambiental da Vale)

Alguns procedimentos para o fechamento de mina, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM:

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Recuperação em aterros

O Diretor da SIL-Soluções Ambientais Ltda, Fernando Hartmamm, cita algumas áreas de mineração de carvão da Copelmi Mineração (Porto Alegre/RS), que foram recuperadas com consideráveis resultados, depois do fechamento parcial. Em Butiá (RS), na Mina do Recreio, a mineradora mantinha uma jazida desde 1960. Com o fim dos recursos, a área de 600 hectares foi recuperada. Em 60 hectares foi construído um aterro. Em cerca de 300 hectares, o solo foi recomposto para um empreendimento em silvicultura. “A terra voltou a ser econo-micamente ativa e rentável”, diz Hartmamm. Segundo ele, o valor para a recuperação ambiental dessas áreas fica estimado em três vezes o valor do hectare da região. “O restante da área de 600 hectares está ainda em atividade”, considera.

O Diretor diz que na Mina do Recreio foi construído um lago que, durante uma seca no ano de 1997, garantiu o abastecimento de água para dois municípios: Butiá e Mi-nas do Leão, no mesmo Estado. Em outras ações da empresa, as áreas desativadas para a mineração foram revitalizadas para o plantio de soja.

Panorama Mundial do Encerramento de Mina

Mostrar onde estão as principais minas do mundo e o que foi feito nessas áreas, no sentido de propiciar atividades após a vida

útil da mineração, foi o tema da palestra do Pesquisador Titular do Centro de Tecnologia Mineral – CETEM (órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia), Roberto Villas Boas. Entretanto, ele lembrou que, para que isso ocorra, deve ser analisada a compatibilidade da mina com o meio ambiente e a comuni-dade que viva naquela área.

“Quando falamos de empreendimentos dentro de uma cidade, cito as pedreiras. No geral, não há uma preocupação com o que se vai fazer com a população, em termos de emprego e vantagens econômicas quando aquela pedreira terminar”, preocupa-se o especialista.

Segundo Villas Boas, a mineração é a úni-ca atividade industrial e econômica que tem a preocupação do que fazer quando encerra as atividades. “O setor se preocupa com todos os aspectos e principalmente com a comunidade que vive em locais onde existe mineração. Nem a indústria de petróleo – que é soberana – tem essa preocupação”, revela.

O pesquisador cita, como exemplo, um empreendimento grande realizado na Ar-gentina - há 11 meses - numa mineração de ouro na região chamada Veladero. A área está localizada a 4.200 metros de altura e a cidade vizinha mais próxima está a 190 km. “Lá eles se preocupam seriamente com aquela comunidade. Entretanto, o volume de alimentos que essa mina precisa para abastecer os funcionários não tem como ser fornecido pela cidade mais próxima. Então se fez o seguinte: capacitaram os moradores daquela cidade para que eles passassem a fornecer diariamente alimen-tação aos mineradores”.

A Exposição ISTO É MINERAÇÃO – mostra itinerante do IBRAM – está em Belo Horizonte, até 12 de julho, no Cen-tro Mineiro de Referência em Resíduos – CMRR. A mostra já recebeu a visita da ex-primeira-dama francesa, Danielle Mitter-rand e da Presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), Andrea Ne-ves da Cunha, irmã do Governador Aécio Neves. Mitterrand estava na cidade mineira para o lançamento da ONG France-Liberté no Brasil, em 29 de maio.

Visita à ISTO É MINERAÇÃO (esquerda para direita): Rinaldo Mancin (Diretor de Assuntos

Ambientais do IBRAM), Danielle Mitterrand (ex-primeira-dama francesa) e Andrea Neves

da Cunha (Presidente do Servas)

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Painel sobre o encerramento de mina e as competências institucionais (esquerda par direita): Joaquim Martins (Procurador Jurídico da FEAM), Marcelo Ribeiro Tunes (Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM),

Fabiana Vita Lopes (advogada da AngloGold Ashanti), Ricardo Carneiro (Carneiro & Souza Advogados)

Veladero, na Argentina: empreendimentos em mina de ouro

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York Times

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No dia 3 de junho, o ex-Diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Roberto Messias Franco, tomou posse como Presidente. Na ocasião, marcou presença, o novo Ministro do Meio Ambiente (MMA), Carlos Minc, a nova Secretária Executiva do MMA, Izabella Mônica Vieira Teixeira.

Para o Ministro, a escolha de Roberto Messias é uma “garantia de fidelidade, ética e compromisso com o País. Conheço Mes-sias há anos e é um luxo ter esse ambienta-lista trabalhando comigo”, comemora.

Em relação ao licenciamento ambien-tal, Minc prometeu voltar ao Ibama dentro de um mês para anunciar, ao lado do Roberto Messias, medidas que permitam simplificar os procedimentos. “O tempo do técnico tem que ser 90% para questões realmente importantes, e não perdidos na burocracia”, diz. O Ministro lembra que os licenciamentos passaram a ficar mais ágeis quando o Ibama descentralizou-os em mais de 30 municípios e qualificou mais de 400 técnicos.

Durante a posse, o novo Presidente do Ibama citou quatro missões do órgão que devem ser transformados em referência nacional. Dentre elas, estão os licencia-mentos ambientais que, segundo Roberto Messias, devem ser aperfeiçoados, sem perder o nível de exigência e sem abrir

mão da competência e transparência. Outro marco fundamental citado é o da fiscalização. “É muito importante uma lei bem feita e cumprida. Isso faz com que os crimes ambientais sejam evitados”, diz.

Mas a grande missão, de acordo com o novo Presidente do Ibama, é cuidar da biodiversidade brasileira de mão dadas com o Instituto Chico Mendes. Além disso, como desafio, Messias diz que é preciso prestar contas à sociedade por meios de disponibilização de informações, mostrando o que tem sido feito, inclusive as melhorias.

Geógrafo e com longa experiência na área ambiental, ele disse que é importante cuidar da natureza e, ao mesmo tempo, gerar desenvolvimento sustentável. “O que nos une é a causa ambiental. Tra-balhamos de maneira respeitosa com a natureza e a comunidade”, afirma.

O ex-Presidente do Ibama, Bazileu Margarido, manifestou a satisfação de ver Roberto Messias como seu sucessor. “Tenho o sentimento do dever cumprido e o prazer de transmitir o cargo a Messias”. Para ele, o novo Presidente tem coragem. “Quando o convidei para assumir a Di-retoria de Licenciamento num momento delicado, com greve, poucos teriam aceitado”, informou Bazileu, que vê em Messias uma pessoa com grandes quali-dades e muita bagagem para enfrentar os desafios inerentes ao cargo.

Cerimônia de posse do novo Presidente do Ibama (esquerda para direita): Bazileu Margarido (ex-Presidente do Ibama), Carlos Minc (Ministro do Meio Ambiente), Roberto Messias Franco (Presidente do Ibama), Izabella Teixeira (Secretária Executiva do MMA)

Novo Presidente do IBAMA toma posse

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Calcário agrícola Consumo no Brasil (milhões de toneladas)

20% a 35% é a queda de produtividade provocada por elevada acidez no solo

O aumento dos preços dos grãos e dos in-sumos agrícolas, em especial dos fertilizantes, impulsionou o setor da produção de calcário, especialmente no controle dos níveis de acidez das lavouras. De um lado, os agricultores contam com uma renda extra para investir na melhoria da produtividade nas propriedades e, de outro, recorrem à correção do solo para obter o melhor aproveitamento do adubo aplicado.

Uma das empresas do País em destaque deste setor é a Mineração Mônego. A empresa fica em Caçapava do Sul, que concentra sete das dez indústrias de calcário do Rio Grande do Sul, e espera neste ano chegar bem perto do recorde de vendas de 580 mil toneladas registrado em 2003. Nos primeiros cinco meses deste ano, o volume atingiu 150 mil toneladas, 25% a mais do que no mesmo intervalo de 2007.

O grande apelo do corretivo está no fato de que ele aumenta a absorção do fósforo e neutraliza o excesso de alumínio no solo, que prejudica o desenvolvimento das raízes e o aproveitamento dos nutrientes.

Com informações do Valor Econômico

Fertilizantes estimulam uso

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A Samarco Mineração (associada ao IBRAM) inaugurou o segundo mineroduto e a segunda usina de concentração na unidade industrial de Germano, em Mariana (MG). As novas unidades concluem o ter-ceiro ciclo de expansão que colocará a empresa entre as dez maiores exportadoras do País. Esta última etapa do projeto foi comemorada em solenidade, no dia 11 de junho, na planta de Germano. A cerimônia contou com as presenças dos Governadores de Minas Gerais e Espírito Santo, Aécio Neves e Paulo Hartung, respectivamente. E também com toda a Diretoria da Samarco e dos Prefeitos de Ouro Preto e Mariana, Angelo Oswaldo Santos e Celso Cota, respectivamente.

Para completar todo o ciclo de crescimento, dois meses antes, a Samarco inaugurou a terceira usina de pelotização das obras da terceira usina de pelotização, em Ubu (ES). A partir de agora, a empresa salta de uma produção de 14 milhões de toneladas anuais de minério de ferro para 23,5 milhões de toneladas, um aumento de 54%. E passa a embarcar 21,6 milhões de toneladas de pelotas ainda em 2008.

O aumento de 8 milhões de toneladas sobre a produção anterior de pelotas ocorre no momento em que o preço do produto foi reajustado

em 87% e alcança o seu maior valor na história, sem que os custos de produção tenham contribuído para o aumento, segundo informou o Diretor-Presidente da empresa, José Tadeu de Moraes. “Aumentamos o preço simplesmente por conta de que a procura mundial é maior que oferta”, diz.

O segundo mineroduto – com 398 km – e a segunda usina de con-centração fazem parte do projeto de expansão desenhado em 2002, cujo objetivo é atender a demanda do mercado interno de pelotas. O mineroduto transporta o minério de Mariana (MG) até o Ubu (ES), local onde se transforma o material em pelotas nas três usinas de pelotização. Após esta operação, o valor do minério passa de US$ 75 para US$ 160, a tonelada. De acordo com o Diretor-Presidente da Samarco, José Tadeu de Moraes, há possibilidade de se atender o mercado interno, mas ainda não há um estudo para que as ações sejam colocadas em prática. Dentre alguns dos destinos atuais das exportações da empresa estão o Oriente Médio, África, Japão, Malásia, China e Europa.

O investimento total desta nova expansão custou à empresa R$ 3,1 bilhões. As obras – iniciadas em novembro de 2005 – foram aprovadas pelos acionistas neste mesmo ano. Toda a expansão está baseada nas reservas de minério de ferro da Samarco em Mariana e Ouro Preto, ambas em Minas Gerais, estimadas em um bilhão de toneladas. Se-gundo o Diretor de Operações e Sustentabilidade da empresa, Ricardo Vêscovi de Aragão, recentes levantamentos geológicos realizados reve-laram que suas reservas de minério de ferro aumentaram de 1,1 bilhão para 1,8 bilhão de toneladas. “É provável que alcancem 2,5 bilhões de toneladas em cinco anos pois os estudos continuam”, afirma.

Os estudos para um projeto de quarta pelotização já começaram e devem ser concluídos no final do ano. Em 2009, a previsão é que as pesquisas sejam levadas aos acionistas para a aprovação.

Primeiro Mineroduto já tem 30 anos

A vida útil de um mineroduto – transportador de minério que uti-liza apenas energia e água – é de 20 anos. De acordo com o Diretor de Finanças da Samarco, Eduardo Bahia, o primeiro mineroduto da empresa já beira os 30 anos e não há sinais de desgaste da tubulação.

Samarco inaugura segundo

Mineroduto e Usina de Concentração

O evento faz parte das comemorações relativas ao Projeto Terceira Pelotização e

aumentará em 54% a capacidade de produçãoCerimônia de comemoração do Projeto Terceira Pelotização (esquerda para direita): Paulo

Hartung (Governado/ES), Angelo Oswaldo(Prefeito de Ouro Preto), José Tadeu (Diretor-Presidente da Samarco), Celso Cota (Prefeito de Mariana) e Aécio Neves (Governador/MG)

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Processo de montagem do segundo mineroduto

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008 1�

“É claro que a técnica de monitoramento hoje é muito melhor pois há instrumentos que melhor se adaptam”, diz.

Uma das grandes vantagens do mineroduto, segundo os dirigen-tes, é que não gera impactos ambientais. Além de ser econômico, o minério sai da montanha direto para o mar sem gastar energia. “Do ponto de vista social, o mineroduto passa por 21 municípios, e em cada uma dessas localidades, somos solidários com a população e ainda geramos empregos”, afirma Bahia.

A manutenção do mineroduto é feita duas vezes por ano por meio de um aparelho chamado pig – que faz uma espécie de deta-lhamento do “grande tudo”, apontando as fragilidades. “São muitas as vantagens e é tudo muito simples. E ainda por cima, não precisa de concessão de ferrovias”, diz.

O segundo mineroduto começa a funcionar transportando 625 mil toneladas de minério de ferro por mês. A previsão é que até o final deste ano, quatro milhões de toneladas de minério sejam bom-beadas até a unidade de Ubu (ES). A novidade é a utilização de fibra ótica – que transmite as informações em tempo real – possibilitando a transferência de dados entre Germano e Ubu.

Segunda concentradora

A segunda usina concentradora – em Germano (MG) – é a primeira usina de minério de ferro do Brasil a ter um espessador de rejeitos. A vantagem do equipamento é a redução de 30% no uso da água. No total, a usina possui três espessadores (lama, concentrado e de rejeitos)) e ainda, um sistema de recuperação de material de piso, que reutiliza 100% do minério.

Solenidade de comemoração do Projeto Terceira Pelotização

Mais de 600 pessoas participaram da solenidade de comemoração do Projeto Terceira Pelotização da Samarco, na unidade de Germano (MG). Na ocasião, as autoridades discursaram sobre a realidade da mineração para o País e a comunidade.

O Diretor-Presidente da Samarco, José Tadeu de Moraes, destacou a importância da expansão que acaba de ser concluída. “ganham também o poder público, com a geração de novas receitas em tributos, e as comunidades do entorno da empresa, que se benefi-

ciam com a geração de empregos e com os vários projetos sociais e ambientais implantados pela Samarco ao longo dos dois anos e meio de obras”, afirma.

Para o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, ações como essas da Samarco comprovam a capacidade e o talento do País para a atividade de mineração. “Essas expanções colocam o Brasil como competidor cada vez mais forte”, afirma.

O Prefeito de Ouro Preto (MG), Angelo Oswaldo, apontou em seu discurso um dos projetos realizados pela Samarco, o Parque das Andorinhas, que está prestes a ser inaugurado. “Essa é mais uma prova de como o poder público e a iniciativa privada podem ser parceiros no desenvolvimento sustentável”.

O Governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, ressaltou que a inaguração do novo mineroduto e da segunda usina de concentração é como inaugurar um pedaço capixaba e outro mineiro, pois ambas as usinas estão interligadas, reforçando os laços que são históricos. “Estes laços extraordinários me trazem aqui: o sonho de ver esse País distribuindo cidadania. A mineração é uma potencialidade brasileira”, discursou.

Já o Governador Aécio Neves sublinhou a “conquista extraordinária de credibilidade adquirida pela Samarco no competitivo mercado internacional de minério de ferro, o que se traduz em excelentes perspectivas não apenas para a empresa, mas também para as regiões onde a companhia atua”. O Governador também destacou a política ambiental que servirá de exemplo para outras regiões do Estado que só agora, em virtude da forte demanda por minério de ferro, começará a ter suas reservas exploradas.

Destino das exportações da Samarco

País/Continente Porcentagem

Oriente Médio e África 23%

Japão, Malásia, Indonésia e Taiwan 22%

China 21%

Europa 20%

América 14%

Total 100%

a samarco é uma empresa de lavra, beneficiamento, transporte, pelotização e exportação de minério de ferro que tem como acionistas a vale e a Bhp Billiton, cada uma com �0% das ações. seu principal produto é a pelota de minério de ferro, um dos principais insumos da siderurgia.

Planta da unidade de Germano (MG) Vista noturna da unidade de Germano (MG)

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O IBRAM, por meio de carta aos asso-ciados, esclareceu os aspectos decorrentes de recente decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal - STF nos autos da ADIN nº 3378, interposta pela Confederação Nacional da Indústria – CNI. Esta buscava no mérito a declaração de inconstituciona-lidade da cobrança da taxa de compensação ambiental criada pela Lei do SNUC (Lei 9.958/2000 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação), e que fixava o percentual mínimo de 0,5% (meio por cento) para seu pagamento, sem teto máximo, calculado sobre os custos totais previstos para implan-tação do empreendimento.

No dia 9 de abril de 2004, o STF, por maioria de votos, julgou parcialmente procedente a referida ADIN, declarando a inconstitucionalidade de expressões do §1º do art. 36 da Lei do SNUC, retirando do mesmo as frases a seguir destacadas:

“Art. 36. Nos casos de licenciamento am-biental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamen-to em estudo de impacto ambiental e respec-tivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manuten-ção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.

André Reis é o novo coordenador do IBRAM Amazônia - localizado em Belém, no Pará. Mestre em economia pela Universidade de Kanazawa, no Japão, e graduado pela Universidade da Amazônia, o especialista atuou também nas áreas de comércio exterior e relações interna-cionais da Federação das Indústrias do Estado do Pará – FIEPA. “A idéia é transformar o IBRAM Amazônia em centro de referência na promoção e defesa da mineração nesta região. Tenho a missão de trabalhar na inserção competitiva e no desenvolvimento sustentável da mineração. Estamos elaborando o projeto estratégico para este ano por meio de desenvolvimento de pro-dutos e serviços que levem benefícios aos associados do IBRAM”, afirma.

divulgaçãoIBRAM Amazônia tem

novo coordenadorAndré Reis

é o novo coordenador

do IBRAM- Amazônia

§ 1º O montante de recursos a ser desti-nado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento.”

Comentários do IBRAM

Até o fechamento desta edição não ocorreu publicação do Acórdão com o inteiro teor do julgamento da ADIN. É entendimento pacífico entre os juristas consultados pelo IBRAM e também entre o departamento jurídico da CNI que tal decisão passa a produzir efeitos a partir da publicação da ata com o resultado de seu julgamento, o que ocorreu na Imprensa Oficial do dia 15/04/2008.

Todavia, diante da complexidade do tema e face a ausência de maiores elementos que possam elucidar as incertezas sobre as reais deliberações constantes do julgado do STF, o que somente será sanado após leitura do Acórdão com o inteiro teor do julgamento, o IBRAM adotou medidas no sentido de obter da CNI a prática de ações que possam trazer segurança jurídica ao momento de transição pela qual passa a área de licenciamento ambiental no País.

Ressalvamos, entretanto, que a decisão do STF tem por conseqüência o reconheci-mento de que é constitucional a cobrança da compensação ambiental prevista pela Lei do SNUC. Necessário se faz que outro critério seja adotado como base de cálculo para fixação de seu valor pelo órgão ambiental licenciador. Essa é a grande incerteza a elucidar.

O IBRAM, por intermédio de suas comis-sões técnicas, está acompanhando passo a passo o desenrolar dos fatos, informando de imediato a seus associados toda e qualquer notícia a respeito do mesmo, se colocando à disposição para os esclarecimentos.

Porém, aguardará a publicação do Acór-dão e o trânsito em julgado de tal decisão, para que possa apresentar suas conclusões sobre o tema.

IBRAM comenta decisão do STF sobre Compensação Ambiental

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Entre os dias 10 e 13 de novembro, Belém (PA) receberá, pela primeira vez, a EXPOSI-BRAM Amazônia e o I Congresso Brasileiro de Mineração da Amazônia. Dentre os temas a serem debatidos estão “Mineração e Sustenta-bilidade: Desafios Presentes e Futuros” e “Ne-cessidades de Formação de Mão-de-Obra para o Setor Mineral”. O evento internacional – uma realização do IBRAM – acontecerá no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia.

O Congresso está estruturado de forma a trazer aos interessados o que há de atual nas discussões sobre a mineração mundial e nacional. Está confirmada a participação do International Council on Mining and Metals – ICMM, que é a entidade de representação mundial da mineração, com sede em Lon-dres, criada exclusivamente para demonstrar na prática o compromisso da mineração com o desenvolvimento sustentável. O ICMM trará novas abordagens para a integração da biodiversidade nas estratégias empresariais das mineradoras e também para o desenvol-vimento comunitário.

Além dos workshops, o congressista poderá participar no período vespertino de painéis temáticos abrangentes, que abordarão linhas que vão desde a mineração brasileira no con-texto mundial até a globalização da indústria mineral e o papel do Brasil.

Exposição

Realizado pelo IBRAM,com apoio da Fede-ração das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA)

Produção sustentável e formação de mão-de-obra estão entre os temas do I Congresso de Mineração da Amazônia

No ano em que a Globe completa 20 anos de produção de silício no Pará, Bruno ressalta que a empresa aproveitará a projeção do evento no Brasil e em outros países para mostrar a capacidade de verticalização da produção mineral, atuando com sustentabili-dade, responsabilidade social e ambiental. “A Globe mostrará como se produz na Amazô-nia, respeitando a comunidade, sem agredir o meio ambiente. O silício como fonte de energia renovável, desde a cadeia produtiva até a aplicação do produto na forma de ba-terias solares, será tema de nossa participação na exposição”, acrescenta Bruno.

Desafios para consolidar a atividade mineral

e do Governo do Estado, a EXPOSIBRAM Amazônia será o maior evento da região que reunirá cerca de 120 expositores em 4 mil m2. Mais de 60% dos estandes estão vendidos e outros 29%, reservados.

Entre as mineradoras que já garantiram estande na EXPOSIBRAM está a Globe Metais (associada ao IBRAM), uma das maiores fabri-cantes de silício metálico do mundo, produto resultante da redução de minério quartzo com a utilização de carvão e cavaco de madeira. A empresa faz parte do grupo Globe Specialty Metals Inc, que possui fábricas de silício e suas ligas nos Estados Unidos, Brasil e Argentina. A fábrica brasileira da Globe Metais está instalada no município de Breu Branco (PA) e iniciou as operações em 1988.

A empresa mantém minas de quartzo em Breu Branco, São Geraldo do Araguaia e Ourém, e duas reservas florestais, nas quais desenvolve um programa de reflorestamento e manejo florestal sustentável . Trata-se da única produtora de silício metálico no Brasil que os-tenta a certificação ambiental ISO 14001.

Bruno Parreiras, Diretor-Superintendente da Globe Metais, comenta que a empresa está ansiosa para participar da EXPOSIBRAM Amazônia. “Este evento reúne os maiores no-mes da mineração. E agora nosso Estado tem a honra de recebê-lo”, comemora.

Globe Metais, fabricante de silício metálico, está há quase 20 anos no mercado

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Bruno Parreiras: “Nosso Estado tem a honra de receber a EXPOSIBRAM Amazônia”

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ServiçoEXPOSIBRAM Amazônia

Venda de estandes: Temple Eventos (91 3229-6468 e 91 3269-5503).

Congresso de MineraçãoInscrições: www.exposibram.org.br

Até o dia 29/8: congressistas associados ao IBRAM (R$300), não associados (R$400), membros de universidades (R$150), profissionais (R$200) e estudantes (R$40). Inscrições para participar um dia do evento a R$150. Após o dia 29 de agosto, os valores serão diferenciados.

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Indústria da Mineração Ano III - nº 17, junho de 2008�0

Agora é lei. O Estatuto do Garimpeiro (Lei 11.685 de 02 de junho de 2008) foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República. A partir de agora, o garimpeiro existe de fato, de acordo com o Presidente da Federação Nacional dos Garim-peiros – Fenag, José Alves da Silva. Ele comemora a sanção do Estatuto – cuja elaboração do texto data de 1989 – mas aponta algumas falhas no corpo do docu-mento que devem ser revistas. Atualmente, estima-se que existam hoje 500 mil garimpeiros no Brasil.

“O garimpeiro foi reconhecido pelo Estado. Agora é preciso determinar o ordenamento jurídico partindo da premissa da qualidade de trabalho”, revela Alves da Silva.

Para o Presidente da Fenag, o ideal seria, em primeiro lugar, tornar-se garimpeiro, depois passar

por um curso de cooperativismo, e por último, formar uma cooperativa. Mas o que acontece é o contrário. Atualmente, segundo o Estatuto, para ser garimpeiro deve-se primeiro, constituir cooperativa para depois se tornar garimpeiro. “Inverteram a ordem das coisas. Acredito que em primeiro lugar, a pessoa tem que se registrar, tem que ser garimpeiro. Depois é que deve requerer a área. Na verdade, o Estatuto veio para regularizar o título. Aí fica a questão: O garimpeiro é uma profissão ou uma atividade? Isso também precisa ser discutido.”, afirma.

Para facilitar a profissão dos garimpeiros, a Fenag criou um banco de dados para o cadastro dos trabalhadores que estará disponível no site assim que as reestruturações da página eletrônica estiverem prontas http://www.fenag.com.br).

Estatuto do Garimpeiro é sancionado

Hélcio Roberto Martins Guerra é o novo Diretor-Presidente da An-gloGold Ashanti Brasil Mineração e da Mineração Serra Grande. O executivo, com experiência na área de mineração (no Brasil e exterior), já atuou em algumas empresas da Vale, como a Cadam S.A., Pará Pig-mentos S.A e Mineração Onça Puma. Também participou do Conselho de Administração da MBR e da Diretoria do IBRAM durante dez anos.

Hélcio Guerra já fez parte da Diretoria do IBRAM durante dez anos

Hélcio Guerra assume AngloGold Ashanti Brasil

Eugênio Paccelli

A Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) recebeu a filiação de mais uma entidade representativa do setor produtivo: o Sindicato das Indústrias Minerais do Esta-do do Pará. A entidade foi criada em junho com a proposta de fortalecer a imagem e garantir maior representatividade do setor de mineração.

O Presidente do Sindicato, Eugênio Vic-torasso, destaca a importância da filiação, pois, as empresas de mineração terão poder de voz e veto nas questões discutidas na Federação. “A partir de agora, não são mais as empresas e, sim, este Sindicato quem vai esclarecer dúvidas e pleitear as questões das mineradoras do Estado”, reforça.

Paulo Camillo Penna, Presidente do IBRAM, acompanhou a formação do Sindicato, cujo processo foi finalizado em menos de um ano. “A representatividade empresarial da atividade mineral no Pará não estava completa sem um braço sindical. Agora, com a inserção na Fiepa, nossa representação tem vez e voto”, destaca.

Ele comenta que o IBRAM atuará harmo-niosamente com o Sindicato. “Vamos trabalhar

para fortalecer a interlocução com entidades representativas do empresariado, dos trabalha-dores e com o poder público”, declara.

A criação do Sindicato é importante no momento em que o Pará desponta como um dos maiores produtores do setor no Brasil. Para os próximos 5 anos, segundo estudos do IBRAM, estão previstos novos investimentos na mineração, na casa dos US$ 47 bilhões, sendo que US$ 22,8 bilhões têm como desti-no a Amazônia, especialmente o Pará. No ano passado, as exportações de minério foram as maiores responsáveis pelo recorde da balança comercial do Estado, com aumento de mais de 40% no índice de exportação, resultado muito acima da média nacional. Por conta deste saldo da balança comercial, o Pará assumiu a segunda posição, ano passado, no ranking da mineração, perdendo apenas para o Estado de Minas Gerais.

Para o Presidente da Fiepa, José Conrado, a formação do Sindicato reconhece e valoriza a vocação mineradora do Estado. “É mais um passo que vem fortalecer a importância deste setor para o desenvolvimento econômico do Pará”, declara.

Criado Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará

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