em busca de nossos antepassados cósmicos - maurice chatelain

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Existe hoje uma nova forma de arqueologia, a arqueologia cósmica. Ela se utiliza não apenas dos métodos tradicionais mas também das descobertas de videntes, psicólogos e até mergulhadores submarinos. As últimas investigações nesses domínios comprovaram a existência de homens civilizados no continente americano há trezentos mil anos, possuidores de conhecimentos científicos inacreditáveis, o que é absolutamente incompativel com as teorias atuais da ciência oficial. É quase certo que esses nossos ancestrais foram visitados há muito tempo por astronautas de um outro mundo que os fecundaram, civilizaram e educaram como registram todos os textos antigos, inclusive a Bíblia, as tábuas sumerianas, as mitologias dos índios hopis e dos maias. Maurice Chatelain, antigo cientista da NASA, conseguiu refazer os passos desses astronautas a partir das técnicas e conhecimentos científicos que eles transmitiram aos nossos antepassados. Esses documentos reunidos permitiram transformar este livro numa obra de referência que nos prova que esses astronautas vindos de um outro mundo eram os nossos ancestrais cósmicos.

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  • ABAS

    Em Busca de Nossos Antepassados Csmicos

    "Sempre achei que deviam existir outros mundos e outras civilizaes no espao", confessa Maurice Chatelain, autor deste livro. "Hoje, aps uma vintena de anos, acredito que astronautas pertencentes a essas civilizaes visitaram nossos ancestrais no passado e continuam a nos visitar no presente. Acredito tambm", continua, "que as primeiras civilizaes humanas foram criadas por tais visitantes vindos de algures. Nesta obra, tentarei provar o que digo, mesmo que para tanto me seja preciso recuar ao fundo da noite dos tempos!" Depois destas palavras, comea a viagem de volta ao passado. Ou ao futuro. O leitor que embarcar na nave expedicionria de Chatelain conhecer novas

    arqueologias a psquica, a submarina, a matemtica, a geodsica e a astronmica que se utilizam no apenas dos mtodos tradicionais, mas tambm da clarividncia, da psicologia e do mergulho submarino. Conhecer tambm a astronomia neoltica e a astrologia pr-histrica. Velhas cincias que produzem novas respostas. O homem, esse desconhecido, comea agora a se revelar. As ltimas pesquisas

    neste domnio sugerem que h trezentos mil anos j existiam no continente americano homens civilizados dotados de conhecimentos cientficos surpreendentes e absolutamente incompatveis com as teorias atuais da cincia oficial. Isso quase garante que esses ancestrais foram visitados, h muitssimo tempo, por astronautas de um outro mundo, pelos quais foram inseminados, civilizados e instrudos, conforme evocam textos antigos e, para muitos, sagrados, como a Bblia, as tabuinhas sumrias e as mitologias dos ndios hopis e dos maias. Maurice Chatelain, ex-cientista da NASA, nos conduz aos traos desses

    astronautas, apelando para tcnicas e conhecimentos cientficos que eles haviam ensinado a nossos antepassados. A coletnea desses documentos permitiu que este livro se tornasse uma inestimvel obra de referncia, a qual nos mostra que esses astronautas vindos de um outro mundo foram nossos ancestrais csmicos. Nesta viagem vertiginosa como um transe conheceremos nossa origem e, quem

    sabe, vislumbraremos nosso porvir. Desenho de capa: LILIANE CARISSIMI

  • Maurice Chatelain

    Em Busca de Nossos Antepassados

    Csmicos

    Traduo de LUZA IBAEZ

    Editora Record

  • Ttulo original francs LA RECHERCHE DE NOS ANCTRES COSMIQUES

    Copyright 1980 by Maurice Chatelain Copyright 1981 by ditions du Rocher

    Direitos de publicao em lngua portuguesa reservados pela DISTRIBUIDORA RECORD DE SERVIOS DE IMPRENSA S.A.

    Rua Argentina 171 20921 Rio de Janeiro, RJ Tel.: 580-3668 que se reserva a propriedade literria desta traduo

    Impresso no Brasil

    PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052 Rio de Janeiro, RJ 20922

    Este livro foi impresso nas oficinas grficas da Editora Vozes Ltda.,

    Rua Frei Lus, 100 Petrpolis, RJ, com filmes e papel fornecidos pelo editor.

  • SUMRIO

    Introduo ................................................................. 7 Arqueologia psquica ................................................. 17 Arqueologia submarina................ ............................. 33 Astronomia neoltica ..................................... .......... 49 Astrologia pr-histrica ............................................. 61 Arqueologia geodsica .............................................. 75 Arqueologia matemtica ............................................ 87 Arqueologia astronmica ........................................... 97 Nossos ancestrais europeus ........................................ 109 Nossos ancestrais africanos ...................................... 125 Nossos ancestrais asiticos . . ..................................... 135 Nossos ancestrais polinsios ..................................... 149 Nossos ancestrais sul-americanos .............................. 159 Nossos ancestrais norte-americanos ........................... 171 Nossos ancestrais ocenicos ...................................... 183 Concluso .................................................................. 195

    Bibliografia ................................................................ 205 Anexos ....................................................................... 209

  • Introduo

    Sempre achei que deviam existir outros mundos e outras civilizaes no

    espao. Hoje, aps uma vintena de anos, acredito que astronautas pertencentes a essas civilizaes visitaram nossos ancestrais no passado e continuam a nos visitar no presente. Acredito tambm que as primeiras civilizaes humanas foram criadas por tais visitantes vindos de algures. Nesta nova obra, tentarei provar o que digo, mesmo que para tanto me seja preciso recuar ao fundo da noite dos tempos.

    Durante cerca de dois mil anos, judeus e cristos tm acreditado que Deus criou o mundo em seis dias, mais ou menos h seis mil anos. Depois, durante duzentos anos, evolucionistas e racionalistas acreditaram que o mundo se criara por si mesmo e que, no correr de uma lenta evoluo que teria durado vrios milhes de anos, uma longa srie sucessiva de animais finalmente resultou no surgimento do macaco e, em seguida, no do homem.

    Sabemos hoje que estas duas teorias so, sem dvida, to falsas uma quanto a outra, em prmeiro lugar, porque o mundo foi criado h cerca de cinco bilhes de anos e ningum jamais conseguiu provar a existncia de Deus; em segundo, porque atualmente quase certo que o homem no descende do macaco e que a evoluo dos animais e dos homens primitivos foi vrias vozes interrompida por cataclismos terrveis, os quais destruram praticamente tudo que possua vida sobre a Terra.

    No obstante, existe outra terceira teoria que, a meu ver, muito mais verossmil, porque no exige a interveno divina 7 nem a evoluo lenta e regular dos animais e dos homens. Esta teoria, que j discuti em trs obras precedentes, no entra em contradio formal com as duas anteriores. Ela apenas as interpreta de maneira diferente, acrescentando um novo elemento revolucionrio, a possibilidade de uma interveno extraterrestre no quotidiano do homem.

    Segundo esta terceira teoria, no decorrer de uma lenta evoluo, que teria durado mais de quatro bilhes de anos, a Terra chegaria ao ponto em que, primeiro as plantas, depois os animais e finalmente os homens, nela poderiam viver. Contudo, esses primeiros homens que viveram na Terra h alguns milhes de anos, evidentemente eram muito primitivos, ignorando como fazer o fogo, no sabendo falar nem contar. Como os animais, eles se nutriam da coleta de alimentos, da pesca e da caa.

    Foi ento que chegaram Terra astronautas, vindos de um outro mundo e uma outra civilizao do espao, dotados de inteligncia e conhecimentos muito superiores aos daqueles seres primitivos. Por motivos que possivelmente jamais ficaremos conhecendo, esses astronautas decidiram melhorar e educar a raa

  • humana, antes de partirem em sua nave resplandecente para o mundo longnquo ao qual pertenciam, no fundo do espao, ante os olhos maravilhados dos humanos, que os adoravam como deuses. Esta verso da histria encontrada em todas as lendas e em todos os textos sagrados atravs do mundo, inclusive na Bblia, onde os profetas e patriarcas subiam ao cu e dele desciam, to facilmente como hoje podemos fazer.

    Sendo sua primeira providncia a de aperfeioar a raa humana, esses astronautas escolheram as mulheres menos repelentes e menos estpidas no grupo humano, com elas tendo filhos que eram ainda menos repelentes e menos estpidos do que suas mes. Negligenciando os filhos homens e repetindo a operao vrias vezes com as filhas e netas dessas mulheres, os visitantes terminaram obtendo uma nova raa humana, j possuindo uma parte de sua inteligncia e sua beleza.

    Aqui no se trata de fico cientfica, porque encontramos esta histria nas tabuinhas cuneiformes dos sumrios (datando de seis mil anos) e mesmo na Bblia que, sem dvida, nelas se 8 inspirou, vrios milhares de anos mais tarde. Ademais, a Bblia um livro apaixonante, desde que se saiba interpret-la corretamente, no se traduzindo por Deus, no singular, a palavra hebraica ELOHIM, que est no plural e significa "aqueles que vieram do cu".

    ento que se inicia a educao da nova raa humana. A esses homens tornados inteligentes, os astronautas ensinaram sucessivamente o clculo, a escrita e a leitura, depois a astronomia, matemtica e fsica, assim como as artes e cincias que formam a base de toda civilizao. , portanto, esta parte da histria a que mais me interessa, porque se as lendas e textos antigos j nos provaram que esta hiptese a correta, foram os conhecimentos cientficos de nossos longnquos ancestrais (que nunca poderiam ser adquiridos por eles sozinhos), que provam, sem discusso possvel, o fato de haverem sido visitados por astronautas, vindos de algures.

    Esta no uma teoria nova. J foi proposta e discutida por vrios autores que, para demonstr-la, baseavam-se nos textos sagrados, em lendas folclricas ou nas dimenses gigantescas de monumentos. Entretanto, creio ter sido o primeiro a tentar demonstrar a veracidade desta teoria, provando que nossos ancestrais possuam conhecimentos cientficos, principalmente no campo da astronomia, matemtica e fsica nuclear, conhecimentos estes que eles jamais teriam adquirido por seus prprios meios, sem instrumentos e qualquer ajuda exterior, h vrios milhares de anos.

    Em uma primeira obra, escolhi um certo nmero de lugares arqueolgicos, em que a orientao e clculo de dimenses demonstravam conhecimentos cientficos absolutamente inexplicveis para os homens que viviam naquela poca distante. Em uma segunda obra, procurei demonstrar a existncia de uma co-nexo, talvez mesmo uma origem comum entre os mtodos de clculo e os

  • nmeros utilizados atravs do mundo pelos ancestrais separados no tempo por milhares de anos ou, no espao, por milhares de quilmetros. E, pela primeira vez, imaginei a possibilidade de que as primeiras civilizaes humanas pudessem ter sido criadas no continente americano.

    Finalmente, em uma terceira obra, tentei provar, com fa- 9 tos precisos, que astronautas extraterrestres atualmente continuam a visitar-nos e que, por conseguinte, jamais deixaram de faz- lo, em milhares de anos. E, neste caso, quase certo terem sido esses visitantes, vindos de um outro mundo, que melhoraram e educaram nossos ancestrais distantes, os quais so a origem de nossa atual civilizao.

    Nesta nova obra, procurei ordenar todas as descobertas por mim feitas em vinte anos, bem como outras alm das efetuadas recentemente e que j foram mencionadas. Nos sete primeiros captulos, tento expor o conhecimento cientfico de nossos ancestrais, mas sem especificao de pas ou de poca, ao mesmo tempo descrevendo os conhecimentos e modernos mtodos arqueolgicos que nos permitiram descobri-los.

    No decorrer destes ltimos anos, vimos surgirem novas tcnicas de arqueologia, baseadas no somente na enxada e na picareta do passado, mas que fazem apelo s cincias exatas, como a astronomia, a matemtica, fsica e informtica, bem como a tcnicas menos exatas, tais como a astrologia, psicologia ou mergulhos submarinos, por exemplo. Em resultado, os primeiros sete captulos desta obra foram consagrados aos conhecimentos cientficos de nossos ancestrais, descobertos atravs da utilizao destas cincias ou novas tcnicas na busca arqueolgica.

    A arqueologia psquica, por exemplo, permitiu a descoberta no Arizona, a dez metros de profundidade, de trs civilizaes pr-histricas superpostas, que remontam a doze mil, vinte mil e cem mil anos. O mais extraordinrio que, entre os utenslios de slex talhado que foram encontrados, os mais antigos eram mais numerosos e de qualidade bem melhor do que os recentes. Esta nova tcnica permitiu, igualmente, a descoberta das fundaes da abadia de Glastonbury, graas a um contato psquico com os monges que a tinham construdo, os quais forneceram um mapa detalhado, atravs da psicografia.

    Na Polnia, esta nova forma de arqueologia propiciou a identificao de uma ponta de flecha em slex, que havia sido talhada h quinze mil anos por homens pr-histricos residentes na Madeleine, ao norte da Frana. O mdium chegou mesmo a descrever, sem jamais haver estado l, tudo quanto foi desco- 10 berto nesse local to antigo, bem como a aparncia, vestimentas e habitaes dos homens e mulheres dessa poca pr-histrica. Ainda na Inglaterra, a arqueologia psquica permitiu que se descobrisse, sob vrios metros de terra, um crculo megaltico semelhante ao de Stonehenge, porm ainda mais antigo.

  • Na Rssia, esta nova tcnica permitiu a descoberta das fundaes do palcio de Boris Godunov e as do campo entrincheirado de Napoleo, antes da batalha de Borodine. Ela permitiu, igualmente, que se pudesse datar e identificar objetos ndios pr-histricos descobertos no Canad, inclusive que se descobrisse um novo stio arqueolgico maia no Mxico, ignorado pelos arquelogos oficiais. tamanha a quantidade de exemplos deste gnero, que seria tedioso enumer-los aqui.

    Foi ainda graas s mensagens psquicas que Edgar Cayce anunciou, em 1923, que em 1968 seriam descobertos vestgios da Atlntida em Bimini, isto permitindo que eu prprio descobrisse muitos nmeros sagrados, desconhecidos dos arquelogos oficiais que eram os nmeros de base para todos os clculos as-tronmicos ou matemticos de nossos ancestrais. Portanto, incontestvel que a arqueologia psquica seja considerada uma cincia, devendo ser utilizada sobre todos os stios arqueolgicos que foram descobertos at agora, bem como sobre todos os que forem descobertos no futuro.

    A grande descoberta da arqueologia submarina foi, evidentemente, a das runas de Bimini, na data e local precisos anunciados por Edgar Cayce. Entretanto, isto no nos faz esquecer a descoberta do relgio astronmico de dois mil anos, encontrado em Anticitera, no fundo do mar Egeu, ou a da vila pr- histrica a mil metros de profundidade, ao largo do porto de Callao, no Peru. Se considerarmos que o nvel dos oceanos desceu e subiu vrias vezes muitas centenas de metros no correr dos cem ltimos milnios ou que os polos mudaram de lugar vrias vezes no decorrer do mesmo perodo, evidente que a maioria das descobertas arqueolgicas nos anos vindouros sero no fundo dos oceanos ou sob o gelo dos polos. E, talvez, essas novas descobertas nos tragam a prova de que as primeiras civilizaes humanas foram criadas por visitantes vindos de um outro mundo.

    A astronomia neoltica um novo mtodo de busca arqueo- 11 lgica, permitindo a determinao dos conhecimentos astronmicos de nossos ancestrais que viveram h algumas dezenas de milhares de anos. Foi assim que se descobriu que eles observavam e registravam os movimentos relativos da Lua e do Sol, h mais de trinta mil anos. Entre esses ancestrais, alguns conheciam cerca de cinquenta ciclos astronmicos diferentes, que eram calculados em dias inteiros, com nmeros que eram sempre mltiplos dos mesmos nmeros bsicos. Alguns desses ciclos diziam respeito aos planetas ou fenmenos invisveis a olho nu, isto parecendo provar que tinham sido calculados por visitantes vindos do espao.

    A astrologia pr-histrica tambm uma nova forma de arqueologia, propiciando descobrir-se como nossos ancestrais utilizavam os nmeros que tinham encontrado nos ciclos astronmicos, para clculo da durao de seus calendrios em dias, ou as dimenses, em ps, de seus monumentos. Esta nova tcnica permite descobrir que tais nmeros, como os ciclos astronmicos dos quais eram derivados, eram sempre mltiplos dos mesmos nmeros bsicos,

  • qualquer que fosse a poca e qualquer que fosse a parte do mundo onde eram empregados.

    Uma vez que alguns de tais calendrios representam perodos enormes de tempo, com vrios milhes de anos, fica bem evidente que humanos vivendo sobre a Terra no haviam tido necessidade nem meios para calcular semelhantes perodos de tempo. Portanto, quase certo que tais perodos foram calculados por visitantes extraterrestres, que talvez tentaram descobrir, para ensinar aos homens, quantos anos ou dias eram necessrios para que todos os planetas e todos os satlites se encontrassem de novo perfeitamente alinhados ao mesmo lado do Sol.

    A arqueologia geodsica uma cincia to antiga que Plato j dizia, em Timeu, que a Terra vista do espao assemelhava-se a uma bola de couro, feita de doze pedaos em forma de pentgonos ou de vinte pedaos em forma de tringulos equilaterais. Essa cincia, no entanto, tombou inteiramente no esqueci-mento. Foi descoberta recentemente por vrios pesquisadores, ao se aperceberem de que, traando sobre a superfcie terrestre uma rede de doze pentgonos e uma outra de vinte tringulos equilteros, poder-se-ia obter uma coincidncia dos pontos de 12 juno das duas redes, com um grande nmero de stios arqueolgicos conhecidos.

    Isto poderia indicar que essas redes geodsicas tinham sido calculadas antecipadamente e que os stios arqueolgicos foram construdos depois, em todos os pontos de juno das duas redes. Por extraordinria coincidncia, quando meu amigo Fumoux teve a idia de marcar em um mapa da Frana, e eu em um mapa dos Estados Unidos, todos os pontos de aterrissagem de OVNIs, em seguida ligando esses pontos em traos para formar tringulos, tivemos a surpresa de constatar que uma impressionante porcentagem desses tringulos eram issceles ou equilteros como se os visitantes do espao que pilotam esses engenhos, h muito conhecessem a diviso geodsica da superfcie terrestre, j conhecida por Plato h dois mil anos.

    A arqueologia matemtica consiste em tentar descobrir, nos nmeros empregados por nossos ancestrais, funes ou relacionamentos matemticos conhecidos por ns, mas que eles jamais poderiam conhecer sem alguma ajuda externa. Esta nova forma de arqueologia produziu resultados sensacionais, primeiro, porque provou que nossos ancestrais conheciam a maioria dos fatores matemticos por ns utilizados, em seguida, por haver demonstrado que esses mesmos ancestrais possuam avanados conhecimentos em fsica nuclear, algo absolutamente inverossmil, uma vez que eles no dispunham de microscpios.

    Enfim, a arqueologia astronmica consiste em tentar demonstrar que a orientao dos monumentos antigos no era escolhida ao acaso, mas, muito ao contrrio, que cada um desses monumentos comportava inmeros alinhamentos de pedras, de colunas e mesmo de buracos, correspondendo exatamente s di-rees de certos astros, em certas pocas do ano, no momento de sua construo.

  • Esta apaixonante cincia tambm permite determinar quais astros eram importantes para esses astrnomos pr-histricos, inclusive calcular, por meio de um ordenador, segundo seus alinhamentos, as datas precisas da construo desses monumentos.

    Os sete ltimos captulos desta obra so uma espcie de excurso pelo mundo arqueolgico, levando-nos sucessivamente a locais antigos da Europa, frica, sia, Polinsia, Amrica do 13 Sul, Amrica do Norte, e do Atlntico, para a tentarmos encontrar traos seguros dos conhecimentos cientficos de nossos ancestrais pr-histricos, discutidos nos sete primeiros captulos, mas sem especificao de data ou pas de origem.

    Na Europa, evidentemente falaremos de Stonehenge, que o ponto mais conhecido, porm falaremos ainda de Barnenez, de Glozel, da Maiorca, da Crsega, de Malta e do mar Egeu. Na frica, citaremos os stios de Boussoura e Diem Diem Sali, no Senegal, os dogons do Nger e os ituris do Congo, mas tam-bm discutiremos a cronologia egpcia, o tesouro dos faras e as pirmides de Quops, Qufren e Miquerinos.

    Na sia falaremos evidentemente dos hebreus, das cronologias hebraicas e sumrias, da descoberta da Constante de Nnive dos sumrios, no Evangelho, mas falaremos igualmente de Ebla, na Sria, de Mohenjo Daro e Harappa, no Paquisto, e das runas de Angkor, no Camboja.

    Na Polinsia, falaremos de Tonga Tapu, no arquiplago de Tonga, de Savaii, no de Samoa, de Rarotonga, Aitutaki e Mangaia, no de Cook, do Taiti, Moorea, Raiatea, Raivavae, Rurutu, Rapa Iti, Nuku Hiva, e Hiva Hoa na Polinsia francesa, bem como das ilhas Hava e de Pscoa, que tambm se chamava Rapa Nui ou Matakiterani.

    Na Amrica do Sul, falaremos das pedras gravadas de Ica, das estatuetas e barras de ouro macio de Cuenca, e das runas fabulosas de Tiahuanaco, onde o clebre calendrio de pedra parece indicar que essa cidade foi construda h vinte e sete mil anos (podendo muito bem ser a mais antiga cidade do mundo, ainda mais antiga do que Jeric, na Palestina, ou Mohenjo Daro, no vale do Indo).

    Na Amrica do Norte, falaremos das estatuetas em cermica que foram descobertas em Acmbaro, no Mxico, e das trs cidades pr-histricas superpostas, descobertas sob o vale do Mxico. Falaremos ainda das runas de Teotihuacn, quase to antiga como Tiahuanaco e que, sem dvida, representa o maior calculador astronmico j construdo pelo homem, e do calendrio dos maias, cujo mistrio ainda no foi totalmente esclarecido.

    Finalmente, no captulo sobre nossos ancestrais ocenicos, 14 abordaremos a questo de nossos atuais conhecimentos sobre o desaparecimento do continente da Atlntida, que aumentam a cada dia, bem como do desaparecimento do continente de Mu ou Lemria, de que pouco sabemos. Nos

  • dois casos, nossa nica esperana se baseia na explorao submarina que, graas s prospeces mineiras e petrolferas, obtm constantes e fantsticos progressos.

    Como podemos ver, esta obra uma verdadeira enciclopdia-miniatura de nossos conhecimentos atuais envolvendo as civilizaes antigas que nos precederam neste planeta e sobre a possibilidade de que tenham sido criadas, h muitssimo tempo, por visitantes oriundos de um outro mundo e de uma outra civilizaro do espao. Talvez eu ainda no tenha conseguido provar a exatido desta teoria, porm creio ter demonstrado que se torna cada vez mais verossmil.

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    Arqueologia Psquica

    No correr do ms de maro de 1971, um jovem estudante americano,

    chamado Jeffrey Goodman, teve um sonho estranho. Ele sonhou que estava prestes a trabalhar em um local arqueolgico, escavando o solo em um determinado ponto que lhe havia sido designado, mas pensando em pedir ajuda a seu primo Jay, a fim de cumprir a tarefa dentro dos prazos previstos. Em seu sonho, ele viu tambm uma carta geogrfica de uma regio peculiar do territrio americano, denominada Four Corners (Quatro Esquinas) sem dvida por ser o nico local dos Estados Unidos em que existe a juno de quatro estados diferentes, isto , Arizona, Novo Mxico, Colorado e Utah.

    Algumas semanas mais tarde, a 30 de abril de 1971, Jeffrey teve outro sonho parecido. Ele estava sozinho com seu co em um terreno rochoso, com enormes blocos de pedra arredondados, sem dvida de origem glaciria, entre duas fileiras de penedias vermelhas, sobre as quais encontravam-se pinheiros de exuberante verdor. No sonho, Jeffrey sabia que estava em busca de vestgios de seus ancestrais longnquos, dos caadores pr-histricos cuja cabea tinha um formato estranho. De repente, ele avistou o leito seco de um rio no fundo do vale e, imediatamente, compreendeu ser aquele o local que procurava.

    Antecipadamente, ele sabia que encontraria esqueletos inteiros, enegrecidos pelo tempo e ornados de diamantes e outras pedras preciosas. Jeffrey percebeu que agora estava rodeado por um grupo de arquelogos parecendo incrdulos. Sem dvida que- 17 rendo demonstrar a eles que tinha razo, o rapaz cruzou horizontalmente o leito do rio, ergueu uma grande lousa de lama petrificada e, como se abrisse um

  • alapo, descobriu toda uma srie de esqueletos, enfileirados em uma estranha terra negra, semelhante carbonfera ou turfosa. Foi ento que acordou.

    Estes dois sonhos singulares nos so contados em um livro apaixonante, publicado em ingls h poucos anos55*. Isto, contudo, nada representa, frente ao seguimento da histria: os dois sonhos foram realizados, tendo sido feitas descobertas arqueolgicas incrveis, dando origem a um novo ramo da cincia que agora chamamos de arqueologia psquica.

    Aps to estranhos sonhos, Jeffrey imediatamente acreditou que representassem uma mensagem vinda de um outro mundo, porm relacionada sua existncia. Com efeito, ele entrou para um curso de arqueologia na Universidade de Tucson, Arizona, aps ter efetuado pesquisas de jazidas petrolferas durante cinco anos. Contou seus sonhos a alguns amigos que no os levaram muito a srio, mas o aconselharam a consultar Aron Abrahamsen, um engenheiro em astronutica que residia no Oregon, que tinha a reputao de possuir extraordinrios dons psquicos. Talvez Abrahamsen lhe pudesse fornecer uma explicao sobre seus sonhos.

    Embora bastante ctico, Jeffrey escreveu para esse psquico e lhe relatou detalhadamente os dois sonhos. Esperou pacientemente uma resposta. De incio, recebeu de seu correspondente uma agradvel carta, anunciando-lhe a remessa de uma fita gravada, na qual estava a explicao daqueles sonhos. A seguir, Jeffrey recebeu a fita, que chegou s suas mos em 25 de maio de 1971. Aqui, teve incio real uma histria inverossmil, que deveria durar vrios anos e transformar inteiramente a vida de Jeffrey Goodman.

    Com efeito, desde os primeiros minutos de escuta, ficou evidente que o psquico sabia do que falava. O fato dele falar sobre os primeiros habitantes do continente americano, em precisos termos cientficos, parecia perfeitamente verossmil, embo- ____________________________ *Ver a bibliografia no fim do livro 18 ra em absoluta contradio com as teorias da cincia oficial. Segundo estas, os primeiros ndios americanos eram de origem asitica, tendo chegado Amrica atravs do estreito de Bering, ento fechado pelo gelo, h quinze mil anos. Segundo Abrahamsen, esses primeiros ndios eram de origem insular e tinham chegado havia mais de cem mil anos, o que corresponde exatamente a todas as lendas indgenas e, em especial, dos hopis.

    De acordo com os hopis, havia trs mundos diferentes, antes desse em que ora vivemos. O primeiro mundo foi destrudo pelo fogo, o que corresponde perfeitamente ao perodo de atividade vulcnica que teve lugar no Arizona, h cerca de 250.000 anos e do qual restaram traos indiscutveis. O segundo mundo foi destrudo pelo gelo, o que corresponde exatamente terrvel invaso glaciria que desceu at o Arizona, h cerca de 100.000 anos. Quanto ao terceiro mundo, foi destrudo pela gua, o que corresponde perfeitamente ao dilvio universal, que

  • recobriu o prprio Arizona, h cerca de doze mil anos, quando se derreteram os gelos do perodo glacirio precedente.

    Segundo Aron Abrahamsen, ainda havia traos desses primitivos ancestrais na regio vulcnica de Flagstaff, Arizona, sob o leito de um rio seco que outrora descia da montanha, em meio a uma floresta de pinheiros e ao lado de uma fissura grantica, de origem vulcnica. Assim que recebeu a fita, Jeffrey partiu em busca daquele preciso local, cuja descrio correspondia por inteiro vista no sonho, embora com um nmero maior de detalhes, no percebidos por ele enquanto sonhava. De incio, Jeffrey descobriu o local em um mapa geolgico que mostrava, ao mesmo tempo, as rochas vulcnicas e terras de aluvio que se haviam lentamente transformado em arenito, no correr dos milnios.

    A seguir, descobriu o local no prprio terreno, a 2.400 medos de altitude e justamente como o vira em sonho. Foi quando comearam as dificuldades, porque aquelas terras pertenciam ao Estado do Arizona e seria necessria uma permisso para pesquisa geolgica, o que demorou algum tempo. Nesse nterim, Jeffrey enviou a Abrahamsen o mapa geolgico que encontrara, pedindo-lhe para tentar indicar, com maior preciso, o ponto exato em que deveria comear a escavar. Abrahamsen respon- 19 deu, marcando no mapa o local preciso que Jeffrey tinha visto, primeiro no sonho, depois no terreno. No havia mais qualquer dvida possvel. Aron Abrahamsen vira o local mentalmente, sem jamais ter ido l, o que era absolutamente incrvel.

    O psquico tambm forneceu detalhes mais minuciosos sobre os primeiros habitantes daquela regio. Tais detalhes pareciam explicar por que os ndios americanos tm sangue diferente do de qualquer outra raa, por que as dimenses de seu crnio e a implantao de seus dentes tambm so diferentes, por que falam duzentos idiomas diversos, nenhum deles semelhante a uma linguagem asitica, e por que foi descoberto no Mxico plen de milho com mais de 80.000 anos, quando a cincia oficial afirma que o milho s surgiu na sia h cerca de nove mil anos.

    Em 1973, com dois anos de atraso, finalmente Jeffrey obteve a permisso para pesquisas geolgicas. Foi quando ficou sabendo que seu professor de arqueologia poderia t-la obtido quase imediatamente, atravs de uma simples ligao telefnica. No entanto, justamente esse professor que atrasou o mais possvel a permisso, acreditando que sua teoria de arqueologia psquica fosse correta e que ele acabaria demonstrando sua validez, ao descobrir um lugar pr-histrico desconhecido, no local visto em sonhos e que lhe fora confirmado pelas vises de um psquico.

    As escavaes comearam imediatamente, em um quadrado de seis metros de lado indicado por Abrahamsen, onde ele havia predito a descoberta de utenslios primitivos de slex a menos de dois metros de profundidade, com deslocamentos de camadas geolgicas a 2,40m e a 4,50m de profundidade, a ltima remontando a cerca de vinte e cinco mil anos. Segundo Abrahamsen, Jeffrey deveria

  • encontrar, naquele local, as ossadas de um cavalo e de trs seres humanos uma mulher e seus dois filhos que tinham sido soterrados por uma avalanche de ter-ra e gelo, caindo do penhasco em que se tinham refugiado. Tais predies caam em contradio formal com as teorias da cincia oficial, pelas quais os ndios americanos s teriam aparecido na regio quinze mil anos mais tarde, e os cavalos aps sete mil anos.

    No obstante, Jeffrey encontrou, a l,50m de profundida- 20 de, utenslios primitivos em slex talhado, dos quais alguns tinham sido retalhados uma segunda vez, para ficarem amolados. Em seguida, a 2,40m, ele encontrou uma camada argilosa, correspondente aos aluvies da torrente e a alguns milhares de anos. Depois, a 4,50m, aps ter feito saltar com dinamite uma enorme rocha de origem glaciria, descobriu uma segunda camada argilosa, idntica primeira, porm contendo pedaos de carvo de madeira. Estes foram analisados atravs do carbono 14, para avaliao de sua radiao remanescente. Sua idade foi assim estimada em cerca de 25.470 anos, o que confirmava as predies de Abrahamsen.

    A esta altura, os trabalhos tiveram que ser interrompidos, por causa do frio e da neve, intensos durante vrios meses do ano naquela altitude de 2.400 metros, mesmo no Arizona, onde o calor trrido durante o vero. Naquele momento, trinta e duas em trinta e quatro das predies geolgicas de Aron Abrahamsen e dezoito em vinte e trs de suas predies arqueolgicas se tinham revelado exatas. Isto j provava, sem discusso possvel, a exatido da arqueologia psquica.

    Em seguida, Jeffrey passou uma parte do inverno procurando obter ajuda financeira para continuar suas pesquisas. Ele se dirigiu s principais fundaes americanas de pesquisa cientfica que, todos os anos, dispem de milhes de dlares destinados justamente a atividades arqueolgicas, desde que nada se des-cubra com possibilidade de transtornar teorias solidamente estabelecidas. Jeffrey foi muito bem acolhido em todas as partes, mas sempre que julgava a ajuda concedida, seu pedido era bruscamente rejeitado, sem qualquer explicao. A mfia da cincia oficial, que em vo tentara impedi-lo de conseguir a permisso para pesquisa arqueolgica e que jamais o perdoara por hav-la conseguido, agora fazia o possvel para que ele no pudesse continuar seu trabalho, por falta de dinheiro. Essa mfia foi muito bem-sucedida, porque Jeffrey teve que deixar passar o vero de 1974 sem poder continuar suas escavaes.

    Quando, finalmente, conseguiu alguma ajuda financeira, no comeo do vero de 1975, Aron Abrahamsen o informou de que encontrara outras atividades psquicas no Stanford Research Institute e que no mais dispunha de tempo para ocupar-se de ar- 21 queologia. Na mesma ocasio o chefe do servio arqueolgico do Arizona comunicou-lhe que ele obtivera apenas uma permisso para pesquisas geolgicas,

  • j que os objetos descobertos eram resultantes de pesquisa arqueolgica, para a qual no havia autorizao. No obstante, esse funcionrio o autorizou a prosse-guir com as buscas em carter provisrio, enquanto no obtivesse a permisso para pesquisa arqueolgica.

    Quando tornou a abrir o poo das pesquisas agora com cinco metros de profundidade, Jeffrey teve a satisfao de constatar que as paredes tinham resistido bem ao inverno e que o fundo permanecia inteiramente seco. Ento, viu chegar uma delegao amistosa de ndios hopis, que lhe disseram ser o ponto das escavaes sempre conhecido como lugar favorito de residncia dos kachinas, os deuses benfeitores dos hopis, aps a criao do mundo. Acrescentaram que suas buscas no contrariavam a religio deles, porque talvez lhes permitissem saber um pouco mais sobre seus ancestrais. O mais curioso que esses mesmos deuses benfeitores so chamados de kahinas na Polinsia, o que poderia indicar um contato ou mesmo uma origem comum entre as duas civilizaes.

    Uma vez que seus recursos eram muito reduzidos e no lhe restavam mais do que seis semanas antes do inverno, a fim de escavar os dois ltimos metros, Jeffrey resolveu reduzir a superfcie escavada dcima oitava parte, isto , mais ou menos a dois metros quadrados. Os trabalhos foram reiniciados, porm a 6,30m de profundidade surgiu um novo obstculo, um segundo rochedo, tambm de origem glaciria, mas felizmente de menor tamanho. Ainda assim, foi preciso o uso da dinamite. Por fim, Jeffrey obteve a recompensa de seus esforos, de todos os seus problemas financeiros e administrativos.

    A sete metros de profundidade e exatamente conforme predissera Abrahamsen, Jeffrey afinal encontrou o paleossolo, isto , o solo original remontando a vrias centenas de milhares de anos, uma descoberta muito rara em arqueologia. Um paleossolo representa um perodo de estabilidade geolgica, fascinante para um arquelogo, porque s a ele pode esperar encontrar o trao dos primeiros homens e dos primeiros animais que viveram na superfcie terrestre, talvez h milhes de anos. Com efeito, 22 era evidente que as trs camadas de argila muito fina, descobertas a 2,40m, 4,50m e sete metros, representavam perodos geolgicos calmos e quentes, o primeiro sem dvida remontando a doze mil anos, o segundo a vinte mil e o terceiro a mais de cem mil anos.

    O fato mais extraordinrio era que os utenslios de slex talhado, descobertos a sete metros de profundidade, eram mais abundantes e de qualidade bem melhor do que os encontrados nos nveis superiores, o que parecia contradizer a teoria da evoluo das civilizaes humanas, a menos que ela no houvesse marchado no outro sentido, naquela poca distante. A oito metros de profundidade, uma ponta de flecha tinha o comprimento e a frgil espessura comparveis aos das amostras de melhor qualidade encontradas na Europa e geralmente atribudas a uma poca bem mais recente.

  • Infelizmente, a essa profundidade ainda no foi descoberto nenhum vestgio humano, pois o poo teve sua superfcie reduzida a dois metros quadrados, por motivos financeiros, quando Abrahamsen havia indicado um setor de seis metros por seis, isto , dezoito vezes maior. Assim, muito possvel que os vestgios humanos vistos em sonho e preditos por Abrahamsen estejam alguns metros direita ou esquerda, talvez um pouco mais abaixo. Em todo caso, as pesquisas de Jeffrey Goodman possuem um grande valor do ponto de vista arqueolgico, pois demonstram que a superfcie terrestre foi devastada pelo menos trs vezes, em um passado relativamente recente, por terrveis cataclismos que a recobriram de vrios metros de argila e enormes rochedos, trazidos pelas geleiras. Consequentemente, se quisermos encontrar os traos de nossos ancestrais distantes, csmicos ou no, seremos obrigados a escavar ainda mais fundo do que Jeffrey, a fim de alcanarmos o paleossolo em toda parte, sob as diferentes camadas de aluvies e vestgios glacirios.

    Por outro lado, uma psquica chamada Fran Farley, que vive na Flrida, e a quem Jeffrey enviara um utenslio de slex encontrado no fundo do poo, sem lhe dar qualquer explicao, declarou que tal objeto remontava a mais de sessenta mil anos e que, se ele continuasse escavando, encontraria as ossadas de um pequeno cavalo e de trs seres humanos, a uma profundida- 23 de de mais ou menos doze metros. Excetuando-se a profundidade, isso correspondia exatamente predio de Aron Abrahamsen.

    Jeffrey persiste procura de uma ajuda financeira sria, que lhe permita empreender uma verdadeira escavao arqueolgica em uma superfcie mais ampla e em maior profundidade. Desejo sinceramente que a obtenha o mais breve possvel. Creio, no entanto, que ele j demonstrou todas as vantagens que a cin-cia verdadeira pode tirar da arqueologia psquica, mesmo com meios muito reduzidos e apesar da oposio quase unnime da cincia oficial. Veremos, agora, que ele no foi o primeiro a utilizar dons psquicos na arqueologia.

    De fato, a arqueologia psquica parece ter surgido na Inglaterra, em 1907, quando um arquiteto chamado Bligh Bond pediu a um amigo de nome John Bartlett, possuidor de evidentes dotes psquicos, que o ajudasse a encontrar, sob vrios metros de terra, as runas e fundaes da clebre abadia de Glastonbury 93. A construo dessa abadia, sobre as runas de vrios e sucessivos templos pagos, fora iniciada no ano 166 de nossa era, por uma capela dedicada Virgem Maria, tendo sido a primeira igreja crist da Inglaterra. Segundo a lenda, Jos de Ari- matia teria introduzido o cristianismo na Inglaterra, ao levar o sangue de Jesus para Glastonbury, no incio da era crist. Uma outra lenda mais recente pretende que esse lugar sagrado teria sido Avalon, residncia do Rei Artur e localizao de sua sepultura.

    A abadia foi construda no sculo VIII pelo rei de Wessex e um incndio a destruiu inteiramente em 1184. A seguir, foi reconstruda pelo rei Henrique II. O templo aumentou sem cessar, tornando-se mais e mais rico, atravs de doaes de

  • prncipes e peregrinos, possuindo uma centena de dependncias para abrigo de quinhentos monges e dois mil artesos. Ele possua, inclusive, uma universidade que tentava preservar os conhecimentos greco-romanos e proteg-los contra o obscurantismo medieval e o fanatismo religioso dos monges, para os quais qualquer cincia s podia ser obra do demnio.

    Foi ento que o rei Henrique VIII, tendo dissabores com o papa, decidiu criar sua prpria religio e suas prprias igre- 24 jas, para tanto ordenando que fossem destrudos todos os templos catlicos. Desta maneira, Glastonbury foi demolida at o solo em 1539 e, para que no restasse o menor vestgio, as pedras de suas dependncias foram empregadas na pavimentao de estradas e construo de pontes ou casas. A localizao das runas, que pertenciam a um particular, foi resgatada em 1907 pela Igreja da Inglaterra e colocada sob o controle do Arcebispo de Canterbury.

    Este decidiu, ento, descobrir as fundaes da abadia, agora sepultadas sob vrios metros de terra. Uma sociedade histrica de Somerset foi incumbida dos trabalhos e, por seu turno, designou Bligh Bond para dirigi-los, sem saber que sua paixo pelas cincias psquicas era praticamente igual a seu misticismo religioso. No tendo a menor ideia sobre o local exato em que estariam as fundaes da abadia, Bond resolveu pedir a seu amigo Bartlett, que se dizia em permanente contato com os seres do alm, para fazer perguntas aos espritos, as quais eles responderiam atravs da psicografia, traada pela prpria mo de Bartlett.

    A primeira sesso teve lugar a 17 de novembro de 1907. Colocando um bloco de papel sobre a mesa, Bartlett segurou um lpis, sobre o qual Bond pousou os dedos de leve. Bond fez a primeira pergunta: "Poderiam dizer-nos alguma coisa referente abadia de Glastonbury?" A mo de Bartlett entrou em movimento e escreveu: "O conhecimento eterno e est disposio de qualquer simpatia mental. Eu no tinha a menor simpatia pelos monges e ainda no pude encontrar nenhum", o que no era realmente muito encorajador, para uma primeira experincia.

    Entretanto, a mo do mdium comeou a mover-se novamente e desenhou um bem proporcionado plano global da abadia, com a assinatura do autor, um certo Guglielmus Monachus ou Guilherme, o Monge. Um segundo desenho, traado em seguida, dava o detalhe da igreja da abadia. Bond ficou bastante surpreso, porque o primeiro desenho indicava, a leste da abadia, uma capela da qual jamais se ouvira falar e cuja posio ficava em formal contradio com as regras da arquitetura religiosa da poca. Ele pediu ento um novo desenho, mais preciso, sobre a parte oriental da abadia, bem como o nome do aba- 25 de que construra aquela capela desconhecida. Um terceiro desenho confirmou, com segurana, que havia uma capela naquele local, construda pelo abade Beere, aumentada pelo abade Whiting e dedicada ao rei Edgar.

  • Bond no avanara mais do que antes, com aquela capela imprevista. Os dois amigos separaram-se, para cada um encontrar trabalhos mais srios. Bligh Bond assumiu oficialmente suas funes em 1908 e iniciou os trabalhos de desentulho e terraplanagem, no correr do vero de 1909. Para sua estupefao, pde ento constatar que as plantas traadas por um ser desconhecido, vindo do alm, correspondiam exatamente disposio das fundaes que descobriu sob a terra, nelas compreendida a capela de Edgar, cujas dimenses relativas eram exatamente as mesmas do desenho. Tal descoberta era absolutamente inexplicvel, porque ningum jamais ouvira falar da tal capela misteriosa, que no constava nem mesmo dos antigos planos de construo da abadia, que Bond terminara encontrando nos arquivos do arcebispado, e nas celas do condado de Somerset.

    Os trabalhos de desentulho continuaram por nove anos, sob a direo psquica dos monges que tinham construdo a abadia, sob o nome de Companhia d'Avalon. Infelizmente, Bond no podia fornecer qualquer explicao lgica para a preciso fantstica com que sempre escavava no lugar certo, desde o primeiro momento, descobrindo vestgios desconhecidos. Evidentemente, ele no podia procurar o Arcebispo de Canterbury e comunicar-lhe que eram os monges, mortos h mais de mil anos, que dirigiam os trabalhos em seu lugar.

    Um belo dia, no entanto, aquilo foi mais forte do que ele. Em 1918, publicou um livro intitulado La porte du souvenir, no qual revelava a fonte psquica de suas informaes e de suas inexplicveis descobertas. O livro teve o efeito de uma bomba nos meios eclesisticos da poca, os quais reduziram seus crditos, impuseram-lhe um outro diretor dos trabalhos e procuraram desembaraar-se dele. Finalmente, em 1922, Bond foi despedido, as pesquisas suspensas, as trincheiras em trabalho de desentulhamento novamente entulhadas e esquecidas.

    Alguns pensaram que, como Henrique VIII em 1539, a Igreja da Inglaterra queria fazer desaparecer qualquer trao da abadia 26 maldita que tentava emergir superfcie, para lembrar que fora a primeira igreja edificada no pas, aquela para onde o prprio Jos de Arimatia levara o sangue de Cristo. Disso, resultou que as experincias incrveis de Bligh Bond e John Bartlett deram nascimento a uma nova cincia denominada arqueologia psquica e que, hoje, aceita por um certo nmero de arquelogos corajosos93.

    O psquico polons Stefan Ossowiecki, nascido em 1877 e fuzilado pelos alemes em 1944, possua um dom de clarividncia realmente extraordinrio. Em outubro de 1941, seis arquelogos profissionais da Universidade de Varsvia remeteram-lhe uma ponta de flecha em slex talhado, da qual conheciam a origem e data aproximada de fabricao, dados que ele ignorava por completo. Aps segurar o objeto durante vinte minutos, Ossowiecki lhes disse que via uma regio de colinas cobertas de florestas, nos limites entre a Frana e a Blgica.

    Quanto ponta de flecha, havia sido talhada por homens pr-histricos que viviam em cabanas, de formato circular, construdas com ramos de rvore e recobertas de argila, medindo cerca de trs metros de altura por cinco de

  • dimetro, com um furo no meio do teto, para expulsar a fumaa da moradia. Tais homens, vestidos de peles, eram de pequena estatura, atarracados, muito morenos, com ps grandes e mos enormes, possuindo uma testa baixa, que avanava acima dos olhos. As cabanas pareciam confortveis, com o solo e paredes cobertos de peles e um fogo no meio. As mulheres tinham os seios nus e ancas muito largas.

    Ignorando tudo da pr-histria, Ossowiecki descrevera, sem saber, exatamente a existncia dos homens pr-histricos que tinham vivido h mais de quinze mil anos nos arredores do local arqueolgico da Madeleine, no norte da Frana, onde tinha sido encontrada a ponta de flecha de slex. Vrias experincias semelhantes foram feitas em seguida e, de cada vez, Ossowiecki indicava a idade e origem dos objetos, alm de uma completa descrio dos homens pr-histricos que viviam na mesma poca, o que em seguida era sempre confirmado. Por acaso, ele tambm havia descoberto as fontes da arqueologia psquica.

    Scott Elliott era um general escocs que se descobriu possuidor de dons extraordinrios para a radiestesia. Ele conseguia 27 encontrar pontos arqueolgicos sobre o terreno, auxiliado por sua varinha de feiticeiro ou mesmo sobre um mapa, atravs de um pndulo. Foi assim que se descobriu, em 1974, primeiro no mapa e depois no local, sob vrios metros de terra, um templo pr-histrico circular, semelhante ao de Stonehenge, porm ain-da mais antigo. Este templo astronmico, que parece remontar a cinco mil anos, compreendia trs crculos concntricos de menires que, como os de Stonehenge, deveriam servir para calcular os ciclos do Sol, da Lua e dos planetas. Tal lugar jamais poderia ser descoberto sem as fontes da arqueologia psquica.

    Alexandre Pluznikov era um estudante russo, preparando seu doutorado em cincias, mas tambm possuidor de dotes psquicos absolutamente incrveis. Em 1970, com ajuda de um grupo de arquelogos e arquitetos historiadores, ele pde descobrir, a vrios metros debaixo da terra, a localizao e configurao exata do campo de Napoleo antes da batalha de Borodine, que teve lugar a 12 de setembro de 1812, cento e vinte quilmetros a oeste de Moscou, na qual perderam a vida 58.000 soldados franceses e 44.000 soldados russos.

    Apenas algumas horas aps sua chegada ao local, Pluznikov e seus assistentes feiticeiros descobriram os traos de um conjunto de trincheiras, paliadas e fortificaes, absolutamente invisveis da superfcie do solo. Descobriram tambm vrias sepulturas comuns de soldados franceses mortos durante a batalha, detalhe indicando, indubitavelmente, que haviam encontrado o campo de Napoleo.

    Pluznikov ento decidiu tentar esclarecer um dos maiores mistrios da arqueologia russa, isto , a localizao e fundaes de um palcio de vero que havia sido construdo para um dos mais importantes czares da Rssia, o clebre Boris Godunov. Este era um trtaro, cujos ancestrais tinham invadido as grandes plancies da Rssia central no sculo XIII, que se tornaram um reino trtaro. Boris

  • iniciou sua carreira na corte do rei Ivan, o Terrvel, tornando-se um prncipe de grande poder, at finalmente ser eleito czar, a 21 de janeiro de 1598.

    Durante seu reinado de sete anos, Boris Godunov abriu a Rssia civilizao ocidental e elevou a Igreja Ortodoxa ao mesmo nvel do de outras igrejas crists do Oriente. Durante este 28 perodo, ele fez construir um enorme palcio de vero, que inclua igrejas, fortificaes e toda uma srie de torres, munidas de sinos. Contudo, em menos de quatrocentos anos, esse palcio maravilhoso caiu em runas e desapareceu pouco a pouco, a ponto de ningum saber exatamente onde fora construdo.

    Foi quando Pluznikov chegou rea, com sua equipe de feiticeiros. Quase imediatamente, ele descobriu o local exato onde se encontravam as runas do palcio, a vrios metros sob a terra, desta maneira realizando uma das mais extraordinrias faanhas de toda a histria da arqueologia psquica. Em menos de oito horas, Pluznikov havia descoberto as fundaes do palcio, fortificaes, uma igreja de seis torres e uma galeria de colunas entre a igreja e o palcio. Sem dvida, sero necessrios mais de dez anos para a reconstruo deste notvel stio arqueolgico, descoberto em oito horas por feiticeiros, mas na Rssia ningum agora poder mais duvidar das possibilidades da arqueologia psquica.

    Norman Emerson era professor de Antropologia na Universidade de Toronto quando em maro de 1973 anunciou que a maioria dos locais pr-histricos por ele descobertos lhe tinha sido indicada por um psquico chamado George Mac Mullen, cujas predies eram absolutamente certas em cerca de 80%. Sua declarao explodiu como uma bomba nos meios canadenses da arqueologia e da pr-histria, onde quase nove dcimos se compunham de antigos alunos seus, que h muito reconheciam-lhe a reputao.

    Tudo comeou em 1960, quando sua esposa Ann leu a histria de Edgar Cayce e se juntou a um grupo de estudos psquicos. Nesse grupo, ficou conhecendo Lottie Mac Mullen, que lhe falou dos dons psquicos do marido. Os dois casais tornaram-se amigos, embora Norman jamais acreditasse em uma palavra do que os outros trs lhe contavam. Isso continuou at o dia em que George descreveu a Norman as doenas de que este sofria, indicando-lhe a medicao que o curaria por completo.

    A partir da, Norman passou a interessar-se pelas cincias psquicas. No incio de 1971, perguntou a George se ele aceitaria experimentar seus dons psquicos em objetos ndios que possua. George aceitou de imediato e descreveu com exatido o lo- 29 cal onde os objetos tinham sido encontrados, a data em que haviam sido fabricados e os homens primitivos que os tinham utilizado. Norman ficou fascinado com tamanha preciso, porm no de todo convencido, at que um de

  • seus alunos lhe deu para ler um livro sobre Grard Croiset, o clebre psquico holands, versando sobre arqueologia psquica.

    Quando Norman Emerson leu o relato das experincias de Grard Croiset com o arquelogo holands Tenhaeff, convenceu-se imediatamente dos recursos ilimitados que poderia conseguir atravs dessa nova forma de arqueologia. Decidiu informar a seus colegas e alunos em seguida, arriscando-se a passar por louco e a arruinar definitivamente uma carreira acadmica que at ento era impecvel.

    Eu gostaria de, agora, falar de um psquico ndio, Emlio Tegoma, que viveu no Mxico, e cuja clarividncia permitiu uma descoberta arqueologia de suma importncia. H uns quarenta anos, o estudante americano Weiant, que preparava seu doutorado em arqueologia, estava muito aborrecido. Encontrava-se em Trs Zapotes, no Mxico, onde havia sido descoberta sob o solo uma enorme cabea de basalto, pesando mais de dez toneladas, alm de uma estela de pedra, denominada Estela C, qual fora atribuda a data de 4 de novembro do ano 291 antes da nossa era a data mais antiga da civilizao maia, encontrada at ento.

    Para seus trabalhos prticos de doutorado, fora exigido a nosso estudante, j na casa dos quarenta anos, que fizesse escavaes nas proximidades do local de descoberta da grande cabea basltica. Ora, aps vrias semanas de escavaes no lugar indicado, ele nada havia encontrado e comeava a inquietar-se seriamente. Foi quando certa noite, um de seus operrios chamado Emlio Tegoma, ao v-lo to desanimado, props-lhe indicar, no dia seguinte, um ponto onde certamente poderia fazer interessantes descobertas. Na manh do dia seguinte, atendendo s indicaes de Tegoma, Weiant comeou a cavar em um lugar denominado El Ranchito, embora ningum jamais houvesse pensado nisso, porque o ponto citado ficava margem da zona de aluvies do riacho Hueyapa, onde nunca tinha sido encontrada coisa alguma. 30

    Pois foi justamente ali, vinte minutos aps a primeira pazada, que Weiant descobriu a pea inicial de uma extraordinria srie de estatuetas maias, encontradas naquele montculo de trs metros de altura, que doravante recebeu o nome de montculo C. Evidentemente, jamais saberemos como Emlio Tegoma, um homem analfabeto e ignorando tudo sobre arqueologia, poderia ter adivinhado que aquele montculo era o nico a conter estatuetas maias, ali sepultadas h mais de dois mil anos.

    O caso mais notvel de clarividncia arqueolgica , sem dvida, o de Edgar Cayce, psquico americano que, em 1923, anunciou para 1968 a descoberta de vestgios da Atlntida nos arredores da ilha de Bimini, nas Baamas, o que efetivamente aconteceu, na data indicada. Entretanto, como essa primeira desco-berta aconteceu no fundo do mar, falaremos a respeito em captulo prximo, dedicado arqueologia submarina e descobertas incrveis no fundo do mar, acontecidas recentemente. Enquanto isso, gostaria de falar brevemente de minhas experincias pessoais, em matria de arqueologia psquica.

  • No tenho, certamente, a pretenso de atribuir-me dons psquicos, mas bem verdade que recebi, por vezes seguidas, mensagens vindas de algures, que me permitiram descobertas muito interessantes. No correr de 1973, por exemplo, acordei certa manh pensando no nmero 2.268 que, primeira vista, no tinha qualquer sentido para mim. Dias mais tarde, no entanto, descobri que a Constante de Nnive dos sumrios continha 2.268 milhes de dias ou 6,3 milhes de anos, com 360 dias cada. Semanas mais tarde, acordei pensando no nmero 2.592, que tampouco apresentava qualquer nexo para mim. Um pouco mais adiante, contudo, ele me permitiu descobrir que o volume da Grande Pirmide era originalmente de 2.592.000 metros cbicos, desde que a includo o volume dos alicerces.

    Alguns meses depois, foi o nmero 7.254 que me veio mente quando acordei. Precisei de algum tempo para descobrir que tal nmero era a durao, em dias, do ciclo de conjuno dos planetas Jpiter e Saturno, sendo a base do misterioso calendrio dos maias, o qual os arquelogos clssicos julgavam basea-do no nmero 7.200, isto , vinte anos, com 360 dias de durao cada um. Isto explicava por que o calendrio maia que eles ti- 31 nham calculado comportava um erro de cinquenta e quatro dias a cada vinte anos, bem como por que esse erro se tornava cada vez maior medida que recuavam mais e mais na noite dos tempos.

    Por fim, a 3 de fevereiro de 1980, acordei por volta das seis da manh, pensando no nmero 9.431. No se passou muito tempo, e constatei ser esse um nmero primo, desta forma no se prestando a qualquer combinao astronmica ou matemtica. Certamente seria uma data, mais ou menos h doze mil anos. Pensei imediatamente no continente da Atlntida que, segundo dizem, desapareceu em trs etapas sucessivas, das quais uma, a de 9792 antes de nossa era, foi descoberta recentemente nas runas de Dender47, ao passo que a segunda, a de 9564, nos indicada no Livro de Dzyan, dos tibetanos32.

    Assim, era possvel que a data de 9431 fosse a do terceiro cataclismo que submergiu a Atlntida. Poucas so minhas dvidas a esse respeito, pois descobri que em tal data os trs planetas Saturno, Urano e Netuno formavam um soberbo tringulo equiltero em torno do Sol e que a atrao combinada desses trs enormes planetas poderia ter desencadeado um cataclismo sobre a Terra. Hoje tambm diminuram um pouco as dvidas quanto a eu mesmo no ser psquico. 32

  • Arqueologia Submarina

    A maioria das runas pr-histricas at aqui descobertas remonta geralmente

    a menos de dez mil anos, poca em que a superfcie dos oceanos deveria ter alcanado seu atual nvel. Ento, certamente existem no fundo dos mares runas pr-histricas muito mais antigas, recuando a uma poca bem mais distante daquela em que a maior parte da gua na Terra estava acumulada nas calotas polares sob a forma de gelo, sendo portanto muito mais baixos os nveis ocenicos.

    At alguns anos, os arquelogos contentavam-se em escavar alguns metros na terra, negligenciando o fundo dos oceanos, pelo bom motivo de que lhes era impossvel chegar at l. Hoje, no entanto, com os aparelhos de mergulho individual para pequena profundidade, o sonar e cmaras submarinas para pro-fundidades mdias e os submarinos para as grandes profundidades, tornou-se possvel a explorao do fundo ocenico e a realizao de sensacionais descobertas.

    Quando das trs ltimas invases glacirias, que parecem ter acontecido mais ou menos h vinte, sessenta e cem mil anos, a Mancha, o mar do Norte e o Bltico no existiam. O golfo do Mxico era reduzido metade, o Mediterrneo se resumia em quatro pequenos lagos e os continentes eram muito maiores do que so hoje. Faz alguns anos, a National Geographic Society publicou uma srie de mapas do fundo dos oceanos, indicando claramente o contorno dos continentes na poca em que os oceanos estavam em seu mais baixo nvel. Cada continente era cercado, a vrias centenas de metros abaixo do nvel atual do mar, 33 por uma plataforma continental que aumentava consideravelmente a superfcie. Tais mapas nos mostram, portanto, que a Mancha e o mar do Norte nada mais so do que o vale submerso de um enorme rio, ao qual se juntavam o Sena, o Meuse, o Somme, o Reno e o Tmisa.

    Uma vez que certamente havia homens civilizados sobre a Terra h vinte mil anos, sem dvida tambm h sessenta mil anos e talvez mesmo h cem mil anos, absolutamente certo que todas essas plataformas submarinas estaro cobertas de runas pr-histricas, cujas pedras resistiriam muito melhor ao desgaste do tempo depositadas no fundo do mar do que se permanecessem superfcie da terra. Assim, as pedras de antigos monumentos recentemente descobertos no fundo do mar na Flrida ou no Mediterrneo, por exemplo apresentam todas um notvel estado de conservao, embora algumas delas tenham permanecido submersas durante mais de doze mil anos.

    Em vista disto, bem evidente que os stios arqueolgicos descobertos at hoje nos continentes nada significam, se comparados a runas pr-histricas que

  • iremos descobrir no fundo dos mares, durante os anos vindouros. J foram feitas importantes descobertas, como a de uma enorme pirmide de mais de doze mil anos, ao largo da Flrida, onde a profundidade da plataforma continental varia entre 400 e 800 metros. Foi tambm descoberta uma cidade inteira, com avenidas e colunas, perto de Callao, no Peru, onde a profundidade chega a quase mil metros61.

    Os antigos mapas do oceano Atlntico indicam o nome de numerosas ilhas que no mais so encontradas nos mapas modernos, tais como Brasil, Antilia, Virgens, Saint Brandan ou Sete Cidades, por exemplo. Segundo a inscrio em um desses mapas, teria existido uma centena de tais ilhas misteriosas no oceano a oeste, cada uma tendo aproximadamente a rea da Irlanda, o que, evidentemente, parece algo exagerado.

    Os historiadores empenharam-se a fundo na decifrao dos mapas medievais, geralmente inspirados em mapas ainda mais antigos, tentando compreender a que corresponderiam essas ilhas misteriosas. Algumas delas, como a Madeira, Canrias ou Aores, correspondem a ilhas reais. Outras, como as Antilhas ou as 34 Ilhas Virgens, por exemplo, no se situam no meio do Atlntico, porm muito mais longe. Isto parece indicar que os navegadores pr-histricos conseguiram chegar at l, sem dvida impelidos pelos ventos e correntes que vinham do leste, sem que percebessem a enormidade das distncias percorridas. Esse detalhe talvez explicasse o motivo deles haverem colocado tais ilhas bem mais perto da Europa, ao traarem seus mapas. Uma outra explicao seria a de que essas ilhas tenham realmente existido no meio do Atlntico, em passado longnquo, mas que, ao desaparecerem sob as guas, h cerca de doze mil anos, seus nomes tivessem sido dados a outras ilhas mais distantes. Neste caso, sobre essas ilhas submersas devem existir runas pr-histricas remontando a vrios milhares de anos.

    Alm das ilhas atualmente emersas, ainda existe no meio do Atlntico toda uma srie de ilhas submersas, cujo pico se encontra bem prximo da superfcie das guas. Nos mapas, estas ilhas tm o nome ingls de sea mount. A menos de cem metros da superfcie, encontramos, por exemplo, os nomes de Colmbia, Ampre, Vema, Flemisch e Milne. Porcupine fica a 150 metros, Corner a 200 e Meteoro a 600. Sem dvida, existem muitas outras que ainda no foram descobertas. , ento, muito provvel que todas essas ilhas estivessem emersas quando as invases glacirias esvaziaram os oceanos pela metade. Nessa poca distante, elas deviam ser habitadas por homens pr-histricos, que teriam construdo menires e dlmens ou cromlechs para observar os astros.

    Temos, enfim, o famoso continente da Atlntida que, em minha opinio, deve ser a imensa plataforma submarina que, hoje em dia, se estende em torno das Bermudas e das Baamas48. Por outro lado, l que foram descobertas uma pirmide, fundaes circulares e retangulares, rotas e instalaes porturias, cons-trudas com enormes blocos de pedra, cada um pesando dezenas de toneladas, que

  • atualmente mal poderiam ser deslocados, mesmo com nosso mais moderno equipamento.

    Sem ir muito longe, no passado existiram numerosas cidades litorneas que foram recentemente submergidas, entre elas a cidade d'Ys, no golfo de Morbihan, a de Tartasso, na foz do Guadalquivir, ou ainda Dorestar, na Holanda, que desapareceu 35 sob as guas no ano 864 de nossa era. Temos ainda Vineta, no Bltico, fundada em 950 e submersa por um maremoto, em 1100. Pode-se citar, igualmente, o caso recente de Halieis, um pequeno porto do Peloponeso, prximo ao qual foi descoberta, sob uma dezena de metros de gua, uma cidade grega muita antiga, que teria sido construda mais ou menos h 5.600 anos, uma poca em que ainda no havia gregos, mas que sem dvida existiam cretenses ou micnios.

    certo que tambm existiram cidades pr-histricas nas grandes plancies do norte da Europa, antes de serem cobertas pelas guas e dessem lugar Mancha, ao mar do Norte e ao Bltico. Evidentemente, haveria outras cidades no Mediterrneo, construdas antes que este mar fosse invadido pelas guas do Atlntico, quando da ruptura do istmo de Gibraltar, h cerca de doze mil anos. Possumos, atualmente, material e meios tcnicos para explor-las. Trata-se apenas de uma questo de tempo e de dinheiro.

    Por outro lado, costumeiro encontrar-se traos de civilizaes desaparecidas, sem necessidade de uma descida ao fundo do mar. Quando foi dragado o porto de Rostock, no Bltico, ficaram a descoberto as runas de uma cmara funerria e de uma aldeia megaltica, datando de cerca de doze mil anos atrs. Duzentos quilmetros a oeste da Irlanda, um pescador de arrasto encontrou em sua rede um vaso de terracota coberto de sinais misteriosos. Um outro pescador ingls descobriu em sua rede, certo dia, um bloco de turfa contendo um arpo de osso que, como o vaso, sem dvida teria vrios milhares de anos e pertenceria a uma civilizao desconhecida. O exemplo mais sensacional, no entanto, certamente o do calculador astronmico, com engrenagens em bronze, encontrado no mar Egeu, ao largo da ilha de Anticitera, do qual falaremos mais tarde.

    Na ponta sul da Inglaterra, as ilhas Cassitridas (atualmente Scilly), que forneciam estanho maioria dos fundidores de bronze, foram despedaadas pelos maremotos h menos de cinco mil anos. A ponta da Cornualha, onde outrora ficava a cidade de Dunwich, mergulha lentamente nas guas, h milhares de anos. Nesta regio, os pescadores costumam encontrar ossadas humanas ou de animais, destroos de casas e mesmo rvores in- 36 teiras. Segundo os antigos autores Plnio e Ptolomeu, outras ilhas Cassitridas ficavam outrora a uma centena de quilmetros alm da ponta noroeste da

  • pennsula ibrica, o que no parece inverossmil, porque foram encontrados vrios sea mounts neste setor.

    De acordo com Estrabo, havia duas ilhas chamadas Hera e Gadir a cerca de cem quilmetros a oeste do estreito de Gibraltar. Elas tambm desapareceram, mas no local ainda existem sea mounts. O clebre porto de Tartasso igualmente desapareceu na foz do Guadalquivir, mas isto nada tem de surpreendente, pois ainda bem recordado o tremor de terra de Lisboa, em 1775, que arrasou a cidade inteiramente, fazendo mais de cinquenta mil vtimas e provocando o desaparecimento do porto em um abismo sem fundo.

    possvel que as runas de Tartasso agora se encontrem a mais de cem quilmetros ao largo, beira da plataforma continental da Espanha ou ainda mais longe, onde hoje se encontra o arquiplago submarino da Ferradura, um grupo de sea mounts, cujos rochedos e seixos so perfeitamente polidos, pa-recendo indicar que antigamente estavam acima da superfce e que foram polidos pelas ondas, h somente alguns milhares de anos. Alguns acreditam hoje que todas as ilhas descritas nos textos antigos, e at pouco tempo consideradas imaginrias, existiram realmente em um passado recente antes de mergulharem lentamente nas guas. E so precisamente tais ilhas que nos poderiam fornecer os mais antigos dados sobre nossos distantes ancestrais, csmicos ou no, bem como sobre as origens de nossa civilizao.

    Parece que todas as ilhas dessa regio atlntica tenham subido e descido vrias vezes, em seguida atividade vulcnica da crosta terrestre. O gelogo francs Bourcart descobriu, em especial na ilha da Grande Canria, seis camadas alternadas de sedimentos marinhos e terrestres, separadas por camadas de lava vulcnica. Isto poderia indicar que, por trs vezes diferentes, a ilha se teria elevado acima do mar, para em seguida afundar abaixo da superfcie. Isto corresponde bem s trs invases glacirias relativamente recentes, que parecem ter acontecido h vinte, sessenta e cem mil anos, das quais j falamos. 37

    Chegamos agora ao desaparecimento da Atlntida e no poderamos falar nisto sem primeiro citarmos a incrvel predio do psquico americano Edgar Cayce, que viveu de 1877 a 1943 e, em 1923, anunciou que seriam encontrados vestgios da Atlntida em Bimini, no ano de 1968, o que efetivamente aconteceu, no local e data indicados. A partir de 1923, Cayce passou a beneficiar-se por um notvel dom de clarividncia, que lhe permitia estabelecer diagnsticos precisos para enfermos a centenas de quilmetros de distncia, alm de prescrever medicamentos que os curariam.

    Cayce era obcecado pela Atlntida e pensava que a maioria dos doentes seus consultantes eram descendentes ou reencarnaes dos atlantes que povoavam esse continente misterioso, antes de sua destruio pelos maremotos, h doze mil anos. Ele tambm acreditava que alguns dentre tais consultantes tinham vivido na Lemria, outro continente desaparecido, que se julga ter sido engolfado por

  • maremotos no Pacfico h cem mil anos aproximadamente. Este ponto mais contestado do que o da Atlntida pelos pontfices da cincia oficial93.

    Cada qual, evidentemente, livre para pensar o que quiser sobre as predies de Edgar Cayce e suas experincias psquicas de regresso no tempo, mas existe pelo menos uma predio, cuja exatido absolutamente indiscutvel. Quando se encontrava em transe, certo dia de 1923, Cayce anunciou que um templo da Atlntida seria descoberto sob o mar em 1968, ao largo da Flrida e ao lado da ilha de Bimini, nas Baamas. Ora, aproximando-se o final de 1967, Robert Brush, um piloto americano que voava a baixa altitude a nordeste de Bimini, percebeu subitamente uma forma retangular alguns metros abaixo da superfcie do mar, que fotografou em seguida.

    Ele mencionou sua descoberta a Dimitri Rebikoff, um especialista francs em pesquisa submarina. Rebikoff ficou ainda mais interessado, porque ele prprio havia descoberto de avio, pouco tempo antes, um imenso retngulo imerso, com cerca de quatrocentos metros de comprimento, sobre o grande banco das Baamas. Ele marcara o local e o fotografara sob a gua, encontrando quantidades de linhas paralelas, sem dvida representando estradas, bem como formas circulares ou retangulares que de- 38 viam ser construes humanas, no intervalo de uma centena de quilmetros, entre Bimini e Orange Cay.

    Dimitri Rebikoff ento entrou em contato com Manson Valentine, antigo professor da Universidade de Yale, que j descobrira importantes runas maias em Yucatn. Os dois combinaram a organizao de uma expedio de pesquisa submarina em Bimini e ilhas vizinhas. Essa expedio chegou l no comeo de agosto de 1968, tendo rapidamente descoberto as runas de um templo muito antigo, medindo cerca de vinte e cinco metros por trinta, ao largo da ilha de Andros, a maior das Baamas.

    Foi quando Manson Valentine efetuou uma extraordinria descoberta, confirmando a predio de Edgar Cayce. A 2 de setembro de 1968, e sob apenas seis metros d'gua, ele encontrou uma construo pr-histrica na extremidade noroeste da ilha de Bimini. Nesse dia, descobriu uma imensa pavimentao de pedras enormes, com certeza talhadas e ordenadas por homens. Evidentemente, tais pedras deviam ter ficado submersas durante milhares de anos, sem dvida aps a ltima subida das guas que engolfaram a Atlntida, h doze mil anos.

    De incio, acreditou-se que se tratava de uma estrada sobreedificada, mas hoje imagina-se que seja o molhe de um porto, porque depois foi encontrado outro porto semelhante, menor, e ao sul do primeiro. Em todo caso, a profecia de Cayce realizou-se plenamente, na data e lugar previstos. Alm disso, foi feita uma outra sensacional descoberta ao largo da Flrida uma enorme pirmide submersa, com trezentos metros de base e duzentos e quarenta metros de altura, com um volume provvel de 7,2 milhes de metros cbicos, representando perto de trs vezes o da Grande Pirmide61.

  • As pesquisas submarinas na plataforma imersa das Baamas foram recentemente retomadas por um outro explorador chamado David Zink que, como Jeffrey Goodman e muitos outros, um fantico da arqueologia psquica. Em 1975, ele pediu a uma clarividente americana, de nome Carol, que lhe contasse tudo quanto podia descobrir com relao localizao de Bimini. Segundo Carol, a maioria dos monumentos submersos at agora descobertos em Bimini e Andros foram construdos h cerca de dezoito mil anos, por homens de pele morena, que ela assimila aos 39 atlantes. Carol acha que Stonehenge foi igualmente construdo por estes homens, porm mais tarde, cerca de doze mil anos, algo que ser brevemente provado, graas a um novo mtodo cientfico para determinar a idade dos monumentos muito antigos73.

    Disse Carol que Bimini e Andros foram construdas antes do Dilvio, ao passo que Stonehenge o foi depois, sem dvida para uma vigilncia mais prxima dos astros que pareciam ter provocado o terrvel cataclismo. Foi ento, e sem que ningum lhe pedisse, que Carol comeou a falar de nossos ancestrais csmicos. Segundo ela, seres benfeitores, vindos da constelao das Pliades (que ela chama de Plions), teriam chegado Terra mais ou menos h trinta mil anos.

    Essa constelao, que compreende mais de trezentas estrelas hoje identificadas, encontra-se a 3.780 quatrilhes de quilmetros, ou seja, cerca de quatrocentos anos-luz da Terra. No outono, a constelao sobe tarde no leste. Na primavera, aparece a oeste, depois do pr-do-sol. A olho nu, vemos apenas cinco estrelas nas Pliades, mas nossos ancestrais viam sete, que chamavam de Sete Irms ou Sete Pequenos Olhos, sabendo que existiam nove, das quais duas no podiam ver. Sem dvida, este o motivo pelo qual os nmeros sete e nove foram considerados nmeros sagrados.

    O nome atual desta constelao e os nomes das sete estrelas visveis originam-se da mitologia grega, segundo a qual as Pliades ou Atlntidas eram as sete filhas do deus Atlas e da deusa Plione, chamadas Alcione, Celena, Asterope, Electra, Maia, Merope e Taigete. A visibilidade relativa destas estrelas varia constantemente, porque agora a mais brilhante Alcione, quando h apenas alguns milhares de anos foi Maia, isto explicando por que se v cinco, sete ou nove.

    De acordo com Carol, esses Plions, que vinham de um outro mundo e de outra civilizao muito mais avanada do que a nossa, chegavam Terra mais ou menos como missionrios incumbidos de civilizar a humanidade, sendo eles a origem dos atlantes, que viveram em paz durante milhares de anos, um perodo que as lendas chamam de Idade do Ouro ou Paraso Terrestre. Carol tambm indicou que os monumentos da plataforma submarina de Bimini, segundo se presumia, reproduziam a 40

  • configurao da constelao das Pliades, mais ou menos como as posies relativas das catedrais da Frana so tidas como reproduzindo a constelao da Virgem. Carol chegou a indicar que via ngulos de 32, 45 e 52 graus. Ora, acontece que em Bimini o grande cais est orientado em 45 graus e o pequeno em 52, o que certamente uma coincidncia muito estranha.

    David Zink consultou ento uma outra clarividente chamada Anne. Ela lhe confirmou que a localizao de Bimini tinha uma relao com a constelao das Pliades e que tal regio, h trinta mil anos, havia sofrido uma rotao de sete graus, por um deslizamento da crosta terrestre. Segundo Anne, essa rotao ex-plicaria a diferena de sete graus na orientao do molhe norte de Bimini (construdo antes da rotao e orientado para 45 graus na direo das Pliades) e o molhe sul, construdo aps essa rotao e orientado em 52 graus73.

    Alm de suas consultas com as psquicas, David Zink fez importantes descobertas em Bimini. Primeiro, ele mediu o comprimento da parte retilnea do porto norte, que resultou em 378 metros. Contudo, no reparou que, em dias, este nmero representa o ciclo sindico de Saturno, que tal comprimento representa 432 jardas de 875 milmetros, idnticos aos utilizados na construo da pirmide de Qufren e que, para nossos ancestrais, 432 era a sexta parte do nmero sagrado 2.592, encontrado no ciclo da precesso dos equincios e no volume da Grande Pirmide.

    David Zink mediu tambm o comprimento do molhe do porto sul de Bimini, muito mais curto, que resultou em 91 metros, ou seja, o produto de sete e treze, que eram dois nmeros sagrados, ou a durao em dias do quarto do ano lunissolar de 364 dias ou 52 semanas de sete dias, ainda hoje utilizado pelos ra- bes e judeus. Ele percebeu, em seguida, vrias particularidades impressionantes na disposio das pedras que formam o molhe do porto norte.

    Primeiro, que as junes entre as pedras fazem sempre um ngulo de mais ou menos 45 com as fissuras da rocha natural que se encontra por baixo. Isto prova que estas pedras foram levadas e colocadas no lugar atravs de seres humanos, excluindo-se qualquer possibilidade de formao natural do molhe. Depois, 41 ele constatou que uma enorme pedra quadrada, com cerca de dois metros de lado, repousa sobre quatro pedras menores, servindo de pilares, enquanto uma outra pedra grande, em forma de trapzio, semelhante a um fecho de abbada, poderia ter a finalidade de reforar o molhe contra a presso das ondas. Por outro lado, um conjunto de trs pedras, das quais uma em forma de tringulo, sendo as outras duas em forma de trapzio, representam uma ponta de flecha magnfica, com 5,40m de comprimento e 3m de largura, orientada a 225 na direo sudoeste, que a do Sol se pondo no solstcio de inverno, algo certamente bastante difcil de observar, a seis metros abaixo da superfcie da gua.

    Enfim, a parte norte do molhe maior termina por um belo alinhamento de enormes pedras de 3,60m de comprimento por 2,40m de largura, em um retngulo de cinquenta e quatro metros de comprimento, ou seja, quinze pedras, por doze

  • metros de largura, ou seja, cinco pedras. Esse retngulo , em seguida, arrematado por uma linha nica de quatorze pedras quadradas e menores, de l,43m ou 10/7 do metro, cada uma representando uma superfcie de dois metros quadrados. Isto nos evoca os gregos e romanos que, para obterem o dobro ou a metade de uma dada superfcie de terreno, mediam os 10/7 ou os 7/10 de cada um de seus lados, desta maneira conseguindo superfcies de 2,04 ou 0,49 vezes a primeira.

    A mais bela descoberta de David Zink em Bimini, no entanto, foi um bloco de construo em pedra, semelhante queles hoje fabricados em cimento para a construo de casas pr-fabricadas. um bloco chato e quadrado, cujos dois lados adjacentes so munidos de molduras escavadas cncavas, ao passo que os outros dois lados apresentam molduras em relevo, certamente destinadas ao encaixe na concavidade das outras molduras dos dois blocos adjacentes. Em vista disso, este bloco significa uma tcnica de construo muito aperfeioada, jamais encontrada em algum monumento pr-histrico, custando-se a crer que tenha sido fabricado h mais de doze mil anos, antes da ltima subida do nvel dos oceanos73.

    Sem as molduras em relevo, este bloco quadrado mede 292 milmetros de lado, ou seja, um tero da jarda de 875 milme- 42 tros de que j falamos. Assim, seriam necessrios nove blocos para cobrir uma superfcie de uma jarda quadrada. Portanto, provvel que tais blocos quadrados fossem utilizados como pavimentao ou revestimento de paredes, j que sua espessura de oito centmetros impedia que fossem usados na construo de paredes, nas quais eram geralmente empregados blocos de pedra bem mais grossos.

    Finalmente, um outro membro da expedio, chamado Gary Varney, que acumulava as funes de mergulhador e feiticeiro, fez uma segunda e importante descoberta. Aps ter passado seu pndulo sobre um mapa de Bimini, foi-lhe indicado um local que nunca tinha sido explorado. Gary resolveu ir v-lo. Ento, a apenas seis metros de profundidade, ele descobriu uma magnfica cabea de esttua em pedra, devendo pesar pelo menos cem quilos. Gary no quis retir-la sem solicitar antes a autorizao dos funcionrios locais, muito escrupulosos em tais questes, aps terem sido informados de que poderiam ser descendentes dire-tos dos atlantes, seres que ali tinham vivido h milhares de anos.

    Sem poder iar a cabea da esttua, Gary contentou-se em quebrar um pequenino pedao no lugar onde ela j havia sido quebrada, muito tempo antes. Qual no foi a sua surpresa, quando constatou que ela havia sido esculpida em magnfico mrmore branco, fato ainda mais espantoso por no haver mrmore branco nas Baamas. Isto poderia indicar que o bloco de mrmore do qual foi esculpida a esttua proviria de alguma pedreira distante, agora tambm no fundo do mar.

  • No mesmo setor, o mergulhador francs Jacques Mayol j havia encontrado, em 1970 e na companhia de Manson Valentine, uma vala talhada na pedra, com 98 metros de comprimento e sessenta centmetros de profundidade, cujos dois lados tinham sido esculpidos em ngulos diferentes. O que ficava na direo da terra era vertical, o na direo do alto-mar apresentava uma inclinao de 45. Por outro lado, partindo do sul, os primeiros vinte metros dessa vala so orientados para 10 magnticos, ao passo que os setenta e oito restantes so orientados para 30, o que realmente muito estranho.

    O fato tanto mais estranho porque nunca ouvimos falar de outras descobertas que provem, sem discusso possvel, que 43 no meio do Atlntico ainda existisse, h menos de quinze mil anos, um continente com lagos e rios, uma vegetao luxuriante e, sem dvida, tambm homens e animais. Durante o ano de 1898, por exemplo, o cabo transatlntico da Irlanda Terra Nova se rompeu no fundo do oceano, a trs mil metros de profundidade e oitocentos quilmetros ao norte dos Aores. Para l foi imediatamente enviado um navio especializado, que iaria o cabo a ser reparado.

    Foi quando, ao dragarem o fundo para encontrar o cabo, o arpu trouxe das profundezas do mar uma amostra de rocha que jamais deveria encontrar-se l. De fato, essa rocha era o taquilito, uma espcie de lava vitrificada, que s se cristaliza ao ar livre, porm jamais debaixo d'gua. Como, por outro lado, sabe-se que o taquilito se desintegra rapidamente na gua do mar, em menos de quinze mil anos, torna-se bem evidente que a montanha submarina ainda estava acima do nvel do mar, h menos de quinze mil anos. Isto nos leva imediatamente Atlntida que, segundo lendas e textos antigos, desapareceu ao norte do Atln-tico, h doze mil anos.

    O mais extraordinrio, no entanto, que o cabo tornou a partir-se, exatamente no mesmo lugar, em 1923, isto , vinte e cinco anos mais tarde. O navio especializado retornou quela localizao, a fim de iar novamente o cabo para conserto. A operao foi agora muito mais fcil do que a anterior porque, nesse meio tempo, o fundo do mar se elevara em 1.200 metros, encontrando-se a somente 1.800 metros de profundidade. E o taquilito continuava l, junto ao cabo. Parecia, ento, evidente que a ruptura do cabo, exatamente no mesmo lugar e por duas vezes diferentes, tinha sido provocada pela elevao da montanha submarina, naquele ponto exato.

    Assim, tinha-se a prova de que a cadeia vulcnica da qual essa montanha fazia parte, e que se estende de norte para sul no meio do oceano Atlntico, h menos de quinze mil anos estaria acima do nvel do mar, tendo submergido alguns milhares de anos mais tarde, para uma profundidade de trs mil metros, no mnimo, estando prestes a subir para emergir de novo, em alguns sculos ou milnios, no lugar exato onde outrora se situava a Atlntida. Tal descoberta parecia demonstrar que esse 44

  • continente teve existncia real h menos de quinze mil anos, no sendo portanto surpresa que a cincia oficial no o mencione.

    Em 1948, uma expedio sueca a bordo do navio oceanogrfico Albatroz fez uma outra descoberta inacreditvel. Isto aconteceu quando eram recolhidas amostras geolgicas do fundo sedimentar do oceano, a trs mil metros de profundidade, em um vale da Elevao de Sierra Leone, uma montanha submarina a oeste da frica, cujo pico fica a 2.400 metros da superfcie. Quando analisaram o contedo da amostra 234, a partir de baixo, esses sbios descobriram, primeiro, uma certa espessura de sedimento marinho, o que era normal, depois uma grande espessura de sedimento terrestre, que o era muito menos, e ento uma outra camada de sedimento marinho at o alto, o que era igualmente normal. Isto provava, sem sombra de erro, que a Elevao de Sierra Leone havia sido outrora e durante milhares de anos uma montanha terrestre que se elevava a seiscentos metros, pelo menos, acima do nvel do mar daquela poca.

    Mal refeitos da surpresa, os sbios suecos descobriram que os sedimentos terrestres continham sessenta espcies diferentes de diatomceas, algas unicelulares que se desenvolvem nos lagos e rios, nas quais cada clula contornada por uma casca siliciosa bivalva. Portanto, tornava-se incontestvel que a elevao de Sierra Leone outrora havia sido uma alta montanha terrestre, da qual desciam rios que formavam lagos onde se desenvolviam as diatomceas. E que essa montanha descera para o fundo do mar cerca de doze mil anos antes, a julgar-se pela espessura do sedimento marinho superior.

    O mais extraordinrio nessa histria que uma das duas grandes ilhas situadas no meio do Atlntico, no mapa de Piri Reis, datado de 1513, encontra-se exatamente no ponto em que se descobriu a montanha submarina da Elevao de Sierra Leone. Isto poderia indicar que a ilha existia ainda, na poca muito longnqua em que foi desenhado o mapa original em que Piri Reis inspirou-se e, consequentemente, tal mapa teria sido desenhado h mais de doze mil anos.

    Por outro lado, em 1969, acima do Aves Ridge, que se encontra entre a Venezuela e as Ilhas Virgens, uma expedio americana de pesquisas submarinas levou para cima vrias tonela- 45 das de granito, uma rocha vulcnica composta de quartzo, mica e feldspato, que s se cristaliza ao ar livre. Isto, portanto, confirma o texto tibetano do livro de Dzyan, quando nos diz que essa parte do golfo do Mxico mergulhou nas guas no ano 9564 antes de nossa era. Assim, contamos agora com quantidades de provas da existncia da Atlntida h quinze mil anos e de sua desapario h cerca de doze mil. No obstante, a cincia oficial prefere ignor-las ou tentar ridiculariz-las, antes de reconhecer que est errada.

    muito curioso constatar-se como coincidem todas as datas que a histria, a geologia, a astronomia, a oceanografia, o magnetismo e a psicologia, por exemplo, nos fornecem como sendo as do grande cataclismo universal que

  • devastou a superfcie terrestre com diferenas de somente algumas dezenas de anos assinalando a data fatdica de dez mil anos antes de nossa era, isto , h doze mil anos. Fica ento bem evidente que isso no pode ser o resultado de uma srie inverossmil de coincidncias, mas sim que o grande cataclismo deve ter acontecido na poca mencionada.

    Segundo Plato, a Atlntida teria desaparecido h 11.560 anos. Segundo Edgar Cayce, foi h 12.700 anos. Segundo os gelogos, o campo magntico da Terra inverteu-se pela ltima vez h 12.340 anos. E segundo o oceangrafo Emiliani, uma subida brutal do nvel do mar, isto , uma inundao das ilhas e plancies costeiras teve lugar h 11.600 anos. Demonstrou-se ento que os refugiados da zona costeira do Pacfico foram instalar-se em Clvis, Novo Mxico, h 11.240 anos, onde talharam as notveis pontas de flecha em slex que os tornaram clebres.

    Se acrescentarmos a isto as datas indicadas pelos egpcios e tibetanos para o grande cataclismo, isto , h 11.772 anos para os primeiros e 11.544 anos para os segundos, obtemos sete datas diferentes e mais ou menos aproximadas. A mdia dessas datas nos indica que o grande cataclismo deveria ter acontecido por volta de 11.820 anos atrs, ou seja, no ano 9840 antes de nossa era que, sem dvida, foi a data de chegada do planeta Vnus ao nosso sistema solar.

    Neste captulo, falei bastante da localizao submarina de Bimini, porque o ponto mais conhecido atualmente, sem dvi- 46 da em razo de sua pouca profundidade de cerca de seis metros. Isto, contudo, no pode fazer com que esqueamos dois outros stios arqueolgicos submarinos, ainda no to explorados, por se situarem a muita profundidade. provvel que sua explorao no tarde muito, devido ao material mais aperfeioado de que dispomos hoje em dia, como por exemplo as cmaras de televiso submarinas e os submarinos especiais que podem descer a grandes profundidades.

    O primeiro desses locais aquele da enorme pirmide submersa descoberta atravs do sonar por Don Henry, perto da Flrida, e recentemente explorado por Charles Berlitz e vrios outros especialistas do clebre Tringulo das Bermudas88. Infelizmente, a expedio foi apanhada por violenta tempestade, no conseguindo fotografar mais do que as faces da pirmide, sem poderem medir suas dimenses exatas, porm as fotos mostram, sem dvida, que o gnero de construo o mesmo empregado nas pirmides do Egito, isto , com enormes pedras retangula-res. Ainda ouviremos falar muito e, tudo correndo bem, ficaremos sabendo mais a respeito desta pirmide, que bem poderia ser a maior do mundo.

    A segunda localizao a de Callao, no Peru, onde uma cidade imensa, cobrindo vrias dezenas de hectares, foi descoberta recentemente a perto de mil metros de profundidade e a alguns quilmetros do litoral. Isto parece indicar que a cidade foi construda h mais de doze mil anos, antes da ltima elevao das guas do Pacfico, podendo ter um valor arqueolgico notvel, se chegarem a explor-la. Infelizmente, os pontfices da cincia e da religio no se interessam

  • em absoluto por provas indiscutveis da existncia de homens muito civilizados na costa ocidental do Peru, j h mais de doze mil anos. Portanto, no ser surpresa alguma se no ouvirmos falar nenhuma coisa a respeito deste stio arqueolgico do Peru por muito e muito tempo.

    Como se pode ver, a arqueologia submarina est apenas se iniciando, porm certo que tem diante de si um futuro ilimitado, graas aos novos aparelhos e novas tcnicas de inveno recente, para explorao do fundo dos oceanos e pesquisa de novas jazidas de petrleo ou mangans. Sem dvida, na mesma oca- 47 sio sero encontradas quantidades de runas de cidades pr-histricas, construdas h dezenas de milhares de anos por nossos distantes antepassados e, talvez mesmo, por nossos ancestrais csmicos. 48

    Astronomia Neoltica

    Atualmente, existe a quase certeza de que nossos distantes ancestrais, que viveram h dezenas de milhares de anos, possuam conhecimentos astronmicos inexplicveis, cujos traos foram recentemente descobertos em seus calendrios, bem como nas dimenses e orientaes que eles davam a seus monumentos.

    Foi ento criada uma nova cincia, a astronomia neoltica, que tem por objetivo determinar exatamente esses conhecimentos e tentar descobrir como que nossos ancestrais puderam adquiri-los por si mesmos, sem telescpios ou calculadores. Esta cincia tambm permite que se determine a idade exata dos monumentos antigos, segundo as configuraes astrais a que estavam alinhados, no momento de sua construo.

    Esses inexplicveis conhecimentos astronmicos certamente remontam a mais de quarenta mil anos. Isto porque foram encontradas quantidades de ossos de animais pr-histricos datando dessa poca, que estavam cobertos por centenas de entalhes bem alinhados e regularmente espaados, em grupos de 28 ou 347, por exemplo, quanto aos ossos encontrados na Frana ou outros lugares.

    Ora, esse primeiro nmero representa, em dias, o tempo necessrio Lua para efetuar vinte e sete giros aparentes da Terra, enquanto o segundo representa o tempo que lhe necessrio para ficar exatamente alinhada entre a Terra e o Sol, eventualmente produzindo um eclipse solar, quando preenchidas igualmente ou-tras condies. 49

  • ainda possvel que tais conhecimentos astronmicos sejam muito mais antigos, porque pelo menos dois calendrios remotssimos foram encontrados, remontando a mais de cinque