eletroterapia

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RECURSOS TERAPÊUTICOS NA ESTÉTICA Brasília-DF.

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Page 1: Eletroterapia

RECURSOS TERAPÊUTICOS NA ESTÉTICA

Brasília-DF.

Page 2: Eletroterapia

Elaboração

Luísiane de Ávila Santana

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração

Todos os direitos reservados.

W Educacional Editora e Cursos Ltda.Av. L2 Sul Quadra 603 Conjunto C

CEP 70200-630Brasília-DF

Tel.: (61) 3218-8314 – Fax: (61) 3218-8320www.ceteb.com.br

[email protected] | [email protected]

Page 3: Eletroterapia

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO

DE ESTUDOS E PESQUISA ........................................................................................................................ 6

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 8

UNIDADE I

INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA ............................................................................................................... 11

CAPÍTULO 1

ONDAS ELÉTRICAS ................................................................................................................... 12

CAPÍTULO 2

CORRENTES ELÉTRICAS USADAS NA ESTÉTICA ............................................................................... 19

UNIDADE II

INTRODUÇÃO À ONDA MECÂNICA .............................................................................................................. 41

CAPÍTULO 3

ULTRASSOM............................................................................................................................ 42

CAPÍTULO 4

ONDAS MECÂNICAS USADAS NA ESTÉTICA ..................................................................................... 47

UNIDADE III

INTRODUÇÃO AO RAIO DE LUZ .................................................................................................................. 53

CAPÍTULO 5

LASER ................................................................................................................................... 54

CAPÍTULO 6

LUZ INTENSA PULSADA (LIP) ....................................................................................................... 64

UNIDADE IV

RADIO FREQUÊNCIAS NACIONAIS X IMPORTADAS .......................................................................................... 67

CAPÍTULO 7

FREQUÊNCIAS DAS ONDAS DE RÁDIOS .......................................................................................... 69

Page 4: Eletroterapia

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UNIDADE V

ORIENTAÇÕES TÉCNICAS ......................................................................................................................... 73

CAPÍTULO 8

RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................... 75

PARA (NÃO) FINALIZAR ......................................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 78

Page 5: Eletroterapia

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APRESENTAÇÃO

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à refl exão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específi cos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profi ssional que busca a formação continuada para vencer os desafi os que a evolução científi co-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profi ssional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

Page 6: Eletroterapia

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ORGANIZAÇÃO DO CADERNODE ESTUDOS E PESQUISA

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para refl exão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao fi nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Pensamentos inseridos no Caderno, para provocar a reflexão sobre a prática da disciplina.

Para refletir

Questões inseridas para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.

Textos para leitura complementar

Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.

abc

Sintetizando e enriquecendo nossas informações

Espaço para você, aluno, fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com sua contribuição pessoal.

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Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas

Aprofundamento das discussões.

Praticando

Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o processo de aprendizagem.

Para (não) finalizar

Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a reflexão.

Referências

Bibliografia consultada na elaboração do Caderno.

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INTRODUÇÃO

De todas as tecnologias que serão abordadas neste caderno de estudo o Laser de CO2 é a única técnica que deve ser aplicada somente pelo médico especializado. As demais tecnologias não são consideradas ablativas, porém ainda não existe um consenso bem esclarecido sobre quem pode ou não aplicar determinados aparelhos considerados ninimamente invasivos. Para que não se tenha problemas legais é extremamente importante que tanto o Profi ssional da Saúde, Especialista em Estética quanto o Fisioterapeuta, Especialista em Dermato-Funcional, conheça as normativas de seu Conselho de Classe, porém, também é importante conhecer as Leis Municipais e Estaduais, pois, nenhum Conselho pode ir contra elas. O que é uma contradição.

O profi ssional Fisioterapeuta possui um Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – Crefi to –, bem defi nido e estruturado, com normas sobre a atividade privativa que deve ser desempenhada por ele, um especialista Dermato-Funcional. São essas as regras que ele deve seguir, independente das estipuladas por outros Conselhos, como o de Mediciona (CRM). Já o Especialista em Estética, graduado em outras áreas da saúde, deve verifi car o que diz o seu Conselho, ou se devem ser seguidas normas do CRM, quando são desenvolvidos tratamentos minimamente invasivos. Uma vez que, nem todos os Conselhos têm normas defi nidas para tratamentos estéticos, muitos seguem o CRM. O mais importante é ter consciência de que somente o conhecimento da técnica, não habilita o profi ssional a utilizá-la.

Por tanto, se ter consciência de que algumas tecnologias existentes no mercado não podem ser manuseadas por alguns profi ssionais é o conhecimento mais importante antes de começar a estudar este Caderno.

No presente Caderno de Estudos e Pesquisa encontram-se defi nidas as técnicas de eletroterapia, no sentido de elucidá-las, aprofundando seis detalhes técnicos e a aplicação sobre elas.

Quando falamos em eletroterapia, várias são as possibilidades que nos vêm à mente devido à alta gama de estudos desenvolvidos nas diversas categorias utilizadas nessa modalidade terapêutica. Isto é uma vantagem para o paciente e uma ferramenta a mais para o terapeuta.

A eletroterapia vem sendo cada vez mais utilizada nos tratamentos estéticos faciais e corporais, sendo até considerada como fundamental por muitos profi ssionais da área. Por esse fato, torna-se imprescindível o conhecimento pleno das técnicas e sua correta utilização, evitando lesões.

Muitas melhorias no tratamento estético são temporárias, mas conforme o tratamento vai sendo realizado, os benefícios tornam-se mais duradouros, pois, o efeito contínuo da corrente faz com que ela atue mesmo após a aplicação. Esses benefícios não são defi nitivos, visto que os efeitos do tempo continuarão a incidir sobre o organismo.

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Cada capítulo, dedicamos ao trabalho destinado às atividades educativas, bem como às práticas desenvolvidas no cotidiano de um ambiente universitário. Porém, lembramos, sempre, de que você é protagonista da história que estamos construindo a partir de agora. Portanto, tenha esse Caderno como direção, mas nunca se limite a ele.

Bons estudos!

Objetivo

» Estudar os equipamentos usados na estética, seus princípios bioquímicos, biofísicos e fi siológicos.

» Identifi car os aspectos físicos necessários para a compreensão da aplicabilidade de cada equipamento.

» Desenvolver habilidades no manuseio dos equipamentos.

» Reconhecer as características dos equipamentos e seu funcionamento.

» Conhecer as indicações e contraindicações dos equipamentos.

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UNIDADE IINTRODUÇÃO AELETROTERAPIA

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CAPÍTULO 1Ondas Elétricas

.

O que existe em comum entre: estimulo doloroso; contração muscular; processo de cicatrização / regeneração e lesão tecidual?

Há polaridade, em todos esses processos existe efeito elétrico. O impulso nervoso é o sinal elétrico transmitido ao longo do axônio. Esse sinal elétrico é iniciado por algum estímulo, que causa uma alteração da carga elétrica do neurônio, sendo sua direção a dos dendritos para os terminais axônicos. Esse sinal passa de um neurônio ao seguinte, ou termina num órgão efetor, como um grupo de fi bras musculares, ou retorna ao sistema nervoso central.

Em qualquer evento, existe polaridade e quando a polaridade é interrompida, ou por lesão, ou por dor, ou quando se quer aumentar a intensidade do evento, precisamos restabelecer a polaridade do local.

Quando se fala em eletroterapia, tem-se que ter consciência dos efeitos da eletricidade em nosso organismo, pois, quando se pensa em tratamentos estéticos, baseados na eletroterapia, pode-se dizer que ela vai estimular ou inibir a eletricidade do nosso organismo, baseando-se na terapêutica aplicada.

.

A mesma energia transmitida de forma diferente, não tem a mesma resposta. O que isso quer dizer?

Quanto menor a fase do pulso, maior tem que ser a intensidade para alcançar os limiares, sendo essa corrente é mais agradável.

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No gráfi co acima, temos exemplo da mesma quantidade de energia, porém, isso não signifi ca a mesma resposta.

Observando o gráfi co acima, percebemos que nem todas as correntes vão produzir contração, porque por mais que se aumente a intensidade, ela pode nunca chegar à necessidade do limiar.

INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA | UNIDADE I

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.

Quando usar corrente que atinge o limiar motor da fibra muscular?

Usada para tratar pacientes que perderam o nervo periférico, a corrente tem que ser sufi ciente para produzir contração diretamente na fi bra muscular. Para isso há necessidade de uma corrente ideal, que é encontrada quando adequamos à frequência.

A frequência (Hz) é a quantidade de repetições por um determinado tempo. A faixa de frequência terapêutica do nosso organismo é de 1 à 200Hz, quando se refere à corrente elétrica exitomotora. Fora isso o nosso organismo não trabalha, portanto não existe terapia.

» 1-10Hz – alcança músculo liso (exemplo vasos linfáticos); músculo esquelético do tipo I; Analgesia.

» 30-100Hz – alcança músculo esquelético tipo II.

» 80-200Hz – alcança analgesia.

Observação: Não adianta aplicar frequências mais elevadas, para correntes exitomotoras porque não existe nada no organismo que trabalhe fora dessas frequências.

Conhecendo os parâmetros físicos

.

Se pensamos que a eletroterapia é a aplicação de eletricidade no paciente, por que não colocarmos o dedo do paciente na tomada?

Porque a amperagem (intensidade) é alta e ele iria levar um choque.

a) Eletricidade

É uma forma básica de energia na ciência física e pode produzir efeitos sobre os tecidos.

b) Carga Elétrica

É uma propriedade física, com cargas positivas e negativas. A carga é carregada por elétrons (negativa) e prótons (positiva).

Cargas iguais se repelem umas às outras, enquanto cargas opostas se atraem.

» Átomo: Formado por elétrons e prótons.

» Íons: São átomos carregados positivamente ou negativamente.

UNIDADE I | INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA

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Átomo (positivos) cátions.

Átomo (negativos) ânions.

Os tecidos biológicos são condutores, porque os íons são livres para se moverem, quando expostos às forças eletromotrizes.

c) Campo Elétrico

Um campo eletromagnético é um espaço onde agem forças magnéticas, que se formam em torno de um condutor elétrico. Quando há uma corrente elétrica num condutor, não somente o condutor é submetido a alterações, mas também a região que o circunda sofre modifi cações. Forma-se um campo eletromagnético em volta do condutor. Quanto maior a intensidade da corrente no condutor, tanto mais forte é o campo eletromagnético ao seu redor. Sempre quando o campo eletromagnético ao redor do condutor se desfaz, ele se desprende do condutor e parte em direção ao infi nito. Enquanto há corrente ao redor do condutor, ondas eletromagnéticas são geradas. Uma onda é a propagação de uma oscilação.

d) Pulso (ms ou μs)

Largura de fase da onda, a medida de onde inicia até onde termina uma onda, em cada pulso se obtém uma determinada quantidade de energia já preestabelecida.

e) Frequência (Hz)

Frequência é a quantidade de pulso em um determinado tempo.

Relação Frequência versus largura de pulso – sempre que for alterada a frequência de um equipamento é o repouso do pulso que está sofrendo alteração.

É uma grandeza física associada a movimentos de característica ondulatória que indica o número de revoluções (ciclos, voltas, oscilações etc) por unidade de tempo.

Alternativamente, podemos medir o tempo decorrido para uma oscilação. Esse tempo, em particular, recebe o nome de período (T). Desse modo, a frequência é o inverso do período.

Considere o evento “dar a volta em torno de si mesmo”.

a) primeiro caso, 2 × 0,5 s = 1 s, temos que: F = 2 Hz; T = 0,5 s

portanto, 2 × 0,5 s = 1 s; ou seja,

daí, temos que : F =1T

b) segundo caso, 4 × 0,25 s = 1 s, temos que: F = 4 Hz; T = 0,25 s

portanto, 4 × 0,25 s = 1 s; ou seja,

daí, temos que : F =1T

INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA | UNIDADE I

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Perceba que o tempo considerado para frequência é sempre o mesmo, ou seja, 1 segundo. O que varia é o período do evento, que no primeiro caso foi de 0,5 s e no segundo de 0,25 s. Assim sendo, para sabermos quantas vezes o evento ocorre em 1 segundo, precisamos saber quantas vezes ele “cabe” dentro desse segundo.

Sempre a frequência é inversamente proporcional a largura da onda, quanto maior a largura da onda menor a frequência. E quanto maior a frequência menor a resistência cutânea, portanto mais agradável é a corrente.

Classifi cação das Frequências:

» Baixa Frequência: 1 a 1.000 Hz, mas utilizada na prática clínica a faixa de 1 a 200 Hz. Galvânica, Farádica, Diadinâmicas, Tens e FES.

» Média Frequência: 1.000 a 100.000 Hz, sendo utilizado na eletroterapia de 2.000 a 4.000 Hz. Interferêncial e Corrente Russa.

» Alta Frequência: Acima de 100 mil Hz. Ondas Curtas, Ultracurtas, Decimétricas, Microondas, Ultrassom.

f) Intensidade (μA ou mA)

Quando se aumenta a intensidade no aparelho aumenta-se a unidade motora recrutada, o tamanho da área que está sendo atingida e também a magnitude com que ela está sendo atingida. Serve também para manter o estimulo sensorial.

g) Algumas modulações existentes nos aparelhos

» TON/ TOFF – tempo de transmissão da corrente/ tempo de repouso (sem corrente) – unidade em segundos. A contração da corrente elétrica é mais fatigante que a voluntária. Por isso o TON/TOFF é usado exclusivamente em correntes exitomotoras.

O tempo on que é composto do tempo de subida e tempo de descida, é importante devido aos efeitos de “acomodação”. O tempo off é o tempo em que não existe corrente passando.

» Subida/descida – Tempo de subida é o tempo necessário para que a extremidade de uma fase saia da linha de base zero até atingir a amplitude de pico. Tempo de descida é o tempo necessário para que a extremidade de uma fase diminua da amplitude de pico até a linha de base zero.

» Burst ou salva – É o tempo que a corrente fi ca em TON. Quando ouvimos a pronuncia burst, logo imaginamos o tempo que ela está sendo conduzida.

» Repouso (R) – É o que está entre as faces das ondas (fi gura 1).

UNIDADE I | INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA

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Figura 1. Corrente pulsada monofásica, demonstrando o Repouso (R)

Fonte: Nelson, Hayes, Currier. Eletroterapia Clínica

Tipos de Correntes Elétricas

» Corrente direta: Sem repouso e pausa, constituindo portanto, entrada contínua de energia no organismo (fi gura 2).

Figura 2. Corrente Contínua

Fonte: Nelson, Hayes, Currier. Eletroterapia Clínica

» Corrente Pulsada: Caracterizada por possuir o Tempo on (subida e descida) Tempo off (fi gura 3).

Figura 3. Corrente pulsada, com rampa de subida e descida, demonstrando TON e TOFF

Fonte: Nelson, Hayes, Currier. Eletroterapia Clínica

OBS: Cuidado para não confundir Repouso (R) com Tempo off (TOFF)

INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA | UNIDADE I

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h) Resistência

É a propriedade do material em promover oposição de fl uxo:

» Materiais Isolantes: alta resistência.

» Materiais Condutores: baixa resistência.

Eletrodo

É o meio pelo qual o fl uxo de elétrons do circuito de saída do estimulador é convertido em fl uxo de corrente iônica nos tecidos vivos. São necessários pelo menos dois eletrodos para completar o circuito elétrico e levar a corrente do estimulador até os tecidos-alvos.

Podem ser:

Borracha de silicone tratada com carbono; Autoadesivo; Placa de alumínio com bucha umedecida.

Classificações

Antes de começarmos a falar de correntes utilizadas no tratamento estético, é importante saber que existem duas classifi cações para as correntes elétricas:

» Despolarizadas: Também conhecidas como as correntes Pulsadas. São correntes bifásicas, não apresentando polos defi nidos, uma vez que eles se alteram a cada fase da corrente. Num primeiro momento o negativo (-) é preto e o positivo (+) vermelho, e num segundo momento, isso inverte, o negativo (-) é vermelho e o positivo (+) é preto.

São usadas, principalmente, em correntes para efeito analgésico e contração muscular. São utilizados eletrodos de borracha ou ato adesivo.

» Polarizadas: Também conhecidas como correntes Diretas. São correntes monofásicas, apresentam polos defi nidos: um negativo (-) na cor preta e um positivo (+) na cor vermelha.

A defi nição dos polos é importante quando se necessita de correntes com efeitos polares. Já sabemos que nosso organismo possui energia elétrica, portanto, cargas positivas (cátions) e cargas negativas (ânions). Quando aplicamos uma corrente polarizada temos que ter em mente que as cargas positivas (+) de nosso organismo vão em direção ao eletrodo negativo (-), e que as cargas negativas (-) vão em direção ao eletrodo positivo (+). Devido a isso essa corrente se torna útil quando temos interesse em efeitos ionizantes.

Essas correntes são usadas, principalmente, para cicatrização, diminuição de edema (drenagem) e tratamento de estrias, mas também podem ser utilizadas no alívio da dor. Utilizam-se eletrodos de alumínio com bucha umedecida.

UNIDADE I | INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA

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CAPÍTULO 2Correntes elétricas usadas na estética

Corrente RUSSA

É uma corrente usada para o fortalecimento muscular.

Para que possamos entender como usá-la é importante lembrar um pouco sobre a fi siologia muscular.

» Fibras do TIPO I

Já está bem estabelecido pela ciência que elas são as responsáveis pelo desempenho dos atletas (maratonistas, ciclistas de estrada, nadadores de longa distância etc.).

Carregam muitas mitocôndrias (usinas de energia) e a enzima (acelerador metabólico) SDH, são volumosas e possuem altos níveis de mioglobina, que lhes dão coloração vermelha, razão do outro nome a elas atribuído: fi bras vermelhas.

São estimuladas na frequência 20 a 30Hz

» Fibras do TIPO II

Só são trabalhadas com exercícios extenuantes e realizadas numa frequência muito rápida. Assim, costumam ser as primeiras a se atrofi ar. Em geral, as fi bras de contração rápida são ativadas nas atividades explosivas e rápidas, tipo basquete ou hóquei de campo, necessitanto, às vezes, de energia rápida que somente as vias metabólicas anaeróbicas podem fornecer.

Dependem quase que inteiramente do metabolismo anaeróbico para a produção de energia.

São as principais responsáveis por fl acidez e perda de tônus. Cansam-se com facilidade e não toleram contrações prolongadas.

São estimuladas na frequência 50 a 150Hz

abc

Fibras do TIPO I – contração lenta / metabolismo oxidativo / alta resistência à fadiga.

Fibras do TIPO II – contração rápida / metabolismo glicolítico / baixa resistência à fadiga.

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» Parâmetros Físicos

A frequência portadora é de 2500Hz..

Por que a corrente russa (corrente exitomotora) trabalha com uma frequência de 2500Hz, se no capítulo 1 diz que “o nosso organismo trabalha com estímulo apenas na faixa entre 1 e 200Hz?

Porque, quando se aumenta a frequência da corrente, ela se torna mais suportável. O nosso organismo não é sensível a essa frequência. Com isso a resistência diminui, e a frquência não encontra nenhuma barreira até chegar à fi bra nervosa. Essa frequência permite, inclusive, um aumento na intensidade sem que se torne desconfortável.

Porém a frequência de 2500Hz serve apenas para “enganar” o organismo, pois o que acontece com a corrente russa é que a frequência é modulada, em um modo conhecido como burst. Cada burst vai ser modulado de acordo com o tipo de fi bra que se deseja estimular (branca ou vermelha). Para fi bras brancas, frequências mais altas, na ordem de 80Hz são indicadas. Já para fi bras vermelhas, a frequência que indicamos é a de 20Hz. Dependendo do grupamento muscular, o profi ssional deve dar ênfase a um tipo de fi bra ou a outro. Dentro de cada burst tem-se uma frequência de 2500Hz (fi gura 4).

Figura 4. Corrente bifásica com burst, representando uma corrente russa. Tempo off (A). Pulso em burst (B)

Fonte: Nelson, Hayes, Currier. Eletroterapia Clínica

O tempo médio, para pacientes sedentários é de 20 minutos. Durante a evolução do tratamento ou em pacientes que realizam atividade física, o tempo pode ser estendido para 25 ou 30 minutos. Para maior conforto, deve-se programar o tempo de sustentação e Toff (em segundos) iguais ou com o Toff um pouco maior, para diminuir os riscos de fadiga muscular.

A largura de pulso da sinapse de uma contração muscular, no estado normal, varia de 100 a 500us.

O eletrodo mais utilizado é o de borracha, sendo recomendado um, no ponto motor, local de maior inervação da fi bra muscular, e um, no ventre muscular.

UNIDADE I | INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA

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Para complementar os estudos é importante que você conheça as contraindicações da fisiologia da contração muscular:

» cardiopatias congestivas;

» portadores de marca-passo;

» patologias circulatórias como flebites, embolias, varizes, tromboflebites;

» gestantes;

» hiper e hipotensos descompensados;

» processos infecciosos e inflamatórios;

» neoplasia;

» problemas renais crônicos;

» patologias pulmonares como enfisema pulmonar;

» epilepsia;

» regiões com dermatites ou dermatoses;

» lesões musculares;

» prótese metálica.

Na fi gura 5 pode-se visualizar um exemplo de aplicação da Corrente Russa.

Figura 5: Exemplo de colocação dos eletrodos para a corrente russa

Fonte: http://www.kld.com.br/phydias_stand.php

INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA | UNIDADE I

Page 22: Eletroterapia

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Quando refletimos sobre a fisiologia da contração muscular observamos que:

Contração fi siológica

» As fibras musculares de diâmetro pequeno e de contração lenta são as primeiras as serem recrutadas

» As contrações e o recrutamento atuam de forma assincrônica para reduzir a fadiga

» Os órgãos tendinosos de Golgi evitam que os músculos gerem muita forlça

Contração elétrica » As fibras musculares de diâmetro grande e de contração rápida são as primeiras a serem recrutadas.

» as contrações e o recrutamento atuam de forma sincrônica, dependendo do número de pulso por tempo.

» Os órgãos tendinosos de Golgi não conseguem anular o desenvolvimento da tensão, dentro da unidade musculotendinosa.

Corrente Galvânica

É uma corrente do tipo polarizada (direta) e com sentido unidirecional, ou seja, os elétrons caminham num só sentido do polo negativo para o positivo. Devido a essa particularidade, ela produz um efeito eletroquímico.

O efeito eletroquímico é a movimentação dos íons:

Cátodo – eletrodo negativo: para onde as cargas positivas (cátions) se direcionam.

Ânodo – eletrodo positivo: para onde as cargas negativas (ânions) se direcionam.

Para que estejamos cientes de onde aplicar cada polo ( + ou -) é importante saber que tipo de molécula cada um desses polos atrai, não devendo ser esquecido que o polo negativo atrai íons positivos, e vice versa.

Como se pode observar na (fi gura 6) a carga + atraí moléculas do tipo: HCL, O2, e H2O e a carga negativa atrai moléculas do tipo NaOH e H2.

HCI + O2

H2ONaOH + H2

Figura 6. Eletrólise abaixo dos eletrodos

Fonte: http://www.albertomonteiro.com.br/materiais/eletroterapia_completa.pdf

UNIDADE I | INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA

Page 23: Eletroterapia

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Por isso, o polo negativo

» Tem reação alcalina OHNa

» Repele íons -

» Atrai íons +

» É vasodilatador

» produz > hiperemia

» Fluidifi ca os tecidos

» Hidrata os tecidos

» Amolece os tecidos

» Estimula a circulação

» Provoca o abaulamento tecidual

» É cataletrótono – aumenta a irritabilidade

O polo positivo:

» Produz reação ácida HCl

» Repele íons +

» Atrai íons -

» Provoca vasoconstrição

» Produz < hiperemia (difusa)

» Desidrata os tecidos

» Endurece os tecidos

» É bactericida

» É anti-infl amatório

» Tem ação analgésica

» Provoca depressão tecidual

» É aneletrótono – diminui a irritabilidade

INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA | UNIDADE I

Page 24: Eletroterapia

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Devido ao efeito eletroquímico podemos utilizar essa corrente para diversas aplicações o que veremos mais abaixo, pois antes é importante que se conheça os eletrodos utilizados na corrente galvânica

Quando falamos na corrente despolarizada, comentamos sobre a posição do eletrodo. Como você imagina a posição dos eletrodos para uma corrente polarizada?

Essa corrente utiliza eletrodos metálicos com esponja umedecida (fi gura 7), além de uma série de eletrodos específi cos, produzidos para estética (fi gura 8).

Figura 7- esponja umedecida: http://www.albertomonteiro.com.

br/materiais/eletroterapia_completa.pdf

Figura 8 - Eletrodos específicos: http://www.ck.com.br/materias/81-eletroterapia.html

Quando utilizado o eletrodo retangular (fi gura 7) devemos aplicar o eletrodo (+) em uma região e o (-) em outra, variando de acordo com o tratamento desejado. Ou então podemos aplicar apenas o eletrodo (+) ou o (-) para tratar o local desejado e o outro de forma dispersiva, isto é, geralmente o outro eletrodo estará entre as escápulas, ou abaixo da coxa.

Quando utilizado os eletrodos estéticos (fi gura 8) podemos aplicar os dois eletrodos (+ e -) ao mesmo tempo, ou então o paciente segura um eletrodo (bastonete), e o terapeuta usa o outro para aplicação da corrente no local desejado.

» Técnicas de aplicação

a) Ionização

É uma técnica que facilita a penetração das substâncias ativas dos cosméticos através da pele. A utilização da corrente elétrica “quebra” as moléculas do princípio ativo do produto transformando-as em íons, que possuem massa e tamanhos menores.

UNIDADE I | INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA

Page 25: Eletroterapia

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Pensando nisso, é de extrema importância que o profi ssional da estética tenha amplo conhecimento sobre o produto a ser utilizado, fundamentado na teoria de que: “cargas iguais se repelem e cargas opostas se atraem”. Sempre se deve ter o cuidado de utilizar o produto no eletrodo com mesma carga, pois o objetivo é fazer o produto penetrar com mais facilidade.

Essa dissociação facilita a passagem do produto pela pele, pela membrana celular e pelos folículos pilo - sebáceos, permitindo melhor absorção e penetração.

Geralmente os produtos utilizados são ampolas nutritivas à base de ureia, colágeno, elastina, extrato placentário, DNA, vitamina C, entre outros.

Além de favorecer a penetração de substâncias nutritivas, também estimula os tecidos promovendo um aumento do metabolismo e melhora da atividade celular. Essa técnica é indicada para tratamentos preventivos de envelhecimento ou mesmo para atenuar os sinais do envelhecimento.

Podem ser utilizados os dois eletrodos em esfera, movimentados ao mesmo tempo, ou um esfera e o outro bastonete; ou um com eletrodo caneta, especial para linhas de expressão, e o outro com bastonete. Ainda pode-se usar o eletrodo rolinho, tanto facial quanto corporal.

b) Desincruste

É uma técnica que utiliza a corrente galvânica para facilitar a retirada do excesso de secreção sebácea da superfície da pele. Geralmente é utilizado um produto com ativos à base de carbonato de sódio, salicilato de sódio ou lauril sulfato de sódio, que possuem características alcalinas.

Esses produtos realizam saponifi cação ou efeito detergente com os ácidos graxos presentes na secreção sebácea, transformando-se em sabão, que é facilmente removível com água. A função da corrente é facilitar a penetração do produto, por isso a polaridade selecionada no aparelho deve ser a mesma do produto, seguindo o mesmo princípio da ionização.

A diferença entre a ionização e desincruste é que este último atinge a camada mais superfi cial da pele. A aplicação do desincruste deve ser feita principalmente na zona T, ou seja, testa nariz e queixo.

Os eletrodos que devem ser utilizados são o gancho (jacaré) envolvido por algodão embebido na solução e o bastonete. Essa técnica também tem sido bastante utilizada nos tratamentos capilares para redução da oleosidade nos quadros seborreicos.

c) Eletrolift ing ou Galvanopuntura

É uma técnica que utiliza a corrente galvânica, porém em microamperagem (microgalvânica), que não deve ser confundida com microcorrente, pois a microcorrente é pulsada e a microgalvânica contínua juntamente com uma agulha de 5mm, com o objetivo de atenuar vincos e linhas de expressão. Não se caracteriza por um método invasivo, pois a agulha atinge apenas a superfície da pele sem aprofundar-se.

Esse método consiste em provocar uma sutil agressão na camada superfi cial da epiderme, sobre as rugas ou linhas de expressão nas regiões nasolabial, periocular, frontal, entre outras e também muito utilizada para minimizar estrias, com o intuito de estimular a produção de novas células, de colágeno e elastina e ainda

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incrementar a nutrição do local, agindo sobre os tecidos que se encontram desnutridos e desvitalizados. Um aparelho bastante usado para esse fi m terapêutico é comercializado com o nome de Estriat.

O resultado varia de acordo com a profundidade da ruga, o tempo da estria, a idade e os cuidados que se tem com a pele.

Para a aplicação, são utilizados os eletrodos bastonete e porta-agulha.

d) Eletrólise ou Eletrocoagulação

Também denominada por depilação “defi nitiva”, é uma técnica que utiliza a corrente galvânica e uma agulha metálica de 7mm, como um recurso para destruir a raiz do folículo pilo-sebáceo, bloqueando, assim, o crescimento do pelo. Essa destruição ocorre devido a uma descarga elétrica através da agulha, pois é na raiz que se encontram os nutrientes necessários para o crescimento do pelo.

Não é um método invasivo, pois, a agulha atravessa a epiderme e chega à derme onde atinge a capa germinativa do bulbo e a papila, sem, portanto ultrapassá-la. Para localizar o bulbo é necessário o auxílio de uma lupa.

Pode ser utilizada em qualquer região do organismo, onde se deseja a eliminação de pelos indesejáveis, tanto da face como do corpo, porém é utilizada com mais frequência no buço, peito, virilhas e sobrancelhas. Os eletrodos utilizados são o porta-agulha, o bastonete e um pedal que libera a passagem da corrente, sendo que essa não passa de forma contínua para o cliente e sim quando o pedal é acionado pelo profi ssional.

Para a aplicação dessa técnica é necessário localizar com precisão o bulbo piloso.

Embora seja considerada defi nitiva, a técnica pode não elimina por completo o folículo e o pelo pode vir a crescer novamente, porém com muito menos resistência e espessura, facilitando sua retirada posteriormente. Além disso, sabemos que o termo defi nitivo é muito comprometedor, visto que não existe um método cem por cento defi nitivo.

» Parâmetros Físicos

Os parâmetros são preestabelecidos. Por ser corrente contínua não aparece largura de pulso, trabalha em frequência estabelecida em torno de 8MHz e intensidade de 0,1 á 0,5 mA/cm².

O tempo de aplicação varia de 10 a 15 min no máximo.

» Contraindicações

Iguais as da corrente russa

Na fi gura 9 exemplifi cação da aplicação da Corrente Galvânica

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Figura 9. Exemplo de aplicação de Corrente Galvânica na aplicação para desincruste

Fonte: http://www.ck.com.br/materias/81-eletroterapia.html

abc

A Corrente Galvânica é usada para realizar ionização, desincruste, eletrolifting ou galvanopuntura e eletrólise ou eletrocoagulação

Microcorrentes

É um tipo de Corrente Galvânica modifi cada, modulada em tipos de onda contínua ou pulsada, com valores de freqüência baixa e com amperagem medida em microamperagem (μA). Na fi gura 10 visualize um exemplo da onda de microcorrente. Essas variáveis quando combinadas, efetuam trabalhos específi cos. Foi criada a partir dos conceitos de galvanização, porém é mais específi ca e mais confortável, pois o paciente não tem a percepção da corrente. É também chamada de Micro Electro Neuro Stimulation (MENS).

A aplicação dos aparelhos de microcorrentes ocorre em níveis (μA) que não consegue ativar as fi bras nervosas sensoriais subcutâneas e, como resultado, os pacientes não têm nenhuma percepção da sensação de formigamento tão comumente associada com procedimentos eletroterapêuticos.

Figura 10. Corrente monofásica com pulsos, representando uma microcorrente

Fonte: Guirro, E.C.O. Fisioterapia Dermato-Funcional

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Na literatura encontram-se duas aplicabilidades já bem documentas, na cicatrização e no rejuvenescimento.

Existe um montante considerável de literatura científi ca, sugerindo que a cicatrização, crescimento e regeneração em todos os organismos vivos são mediados por um fl uxo endógeno de corrente elétrica. Em tecidos lesados, entretanto, uma “interrupção elétrica” toma lugar, ocorrendo um aumento na resistência ao fl uxo elétrico (bioimpedância elétrica), o que impede a resolução de problemas crônicos. A microcorrente exógena (milionésimo de um ampere) pode ser utilizada no local lesado, para normalizar o fl uxo de corrente endógena, algo que não é permitido com correntes de média e alta intensidade. A bioimpedância dos tecidos lesados é então reduzida, restabelecendo a bioeletricidade para reestabilizar a homeostase local. A terapia com estimulação por microcorrente pode, então, ser vista como uma catalisadora, nos processos iniciais e de sustentação, em numerosas reações químicas e elétricas que ocorrem no processo cicatricial.

A cicatrização ocorre baseando-se na ideia que a corrente polarizada, serve para restabelecer a alteração nos sítios de lesão. A célula é negativa em seu interior e positiva em seu exterior, porém numa situação de lesão, há uma inversão da situação e a microcorrente passa a atuar restabelecendo o equilíbrio elétrico local e assim evitando os fenômenos de apoptose, que é a morte programada das células que foram pouco atingidas pela lesão e sofreram aquilo que se chama de lesão secundária. A microcorrente atende esse tipo de demanda e pode servir para o restabelecimento dos potenciais locais.

Existe um montante considerável de literatura científi ca, sugerindo que a cicatrização, o crescimento e a regeneração em todos os organismos vivos são mediados por um fl uxo endógeno de corrente elétrica. Em tecidos lesados, entretanto, uma “interrupção elétrica” toma lugar, ocorrendo um aumento na resistência ao fl uxo elétrico (bioimpedância elétrica), o que impede a resolução de problemas crônicos e da dor. Para solucionar esse dilema, foi desenvolvida a microcorrente exógena (milionésimo de um ampere) no local lesado para normalizar o fl uxo de corrente endógena. A bioimpedância dos tecidos lesados é, então, reduzida, restabelecendo a bioeletricidade para reestabilizar a homeostase local. A terapia com estimulação por microcorrente pode, então, ser vista como uma catalisadora nos processos iniciais e de sustentação em numerosas reações químicas e elétricas que ocorrem no processo cicatricial.

Também se utiliza dessa técnica para promover a revitalização cutânea, melhorando a fl acidez muscular, elasticidade, a viscosidade e o brilho da pele. A seleção do tipo da onda se deve a cada etapa do tratamento, ao grau de fl acidez e ao estado geral da pele, sendo algumas utilizadas para fl acidez mais leves e outras para fl acidez mais acentuada.

A técnica atinge tanto a camada superfi cial da pele, possibilitando a movimentação dos líquidos intersticiais, como a camada superfi cial da musculatura facial, estimulando as fi bras.

Ela deve ser aplicada em três etapas: na primeira fase o objetivo é promover a movimentação de líquidos, na segunda promover a estimulação muscular e na terceira ionizar um produto com características nutritivas e hidratantes, próprias para revitalização cutânea.

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» Efeitos Fisiológicos

A movimentação dos líquidos proporciona alguns efeitos fi siológicos, bastante importantes para a restauração dérmica, tais como:

› elevação da temperatura local;

› formação de hiperemia;

› otimização do metabolismo;

› aumento da síntese de ATP e de colágeno;

› incremento da drenagem;

› desobstrução ganglionar;

› aumento das trocas iônicas intracelulares;

› mobilização de líquidos provenientes das circulações linfática e sangüínea;

› aumento da reabsorção de hematomas, edemas e cicatrização em pós-cirúrgicos.

» Parâmetros Físicos

Os controles de intensidade normalmente permitem um ajuste de amplitude em torno de 10 a 1000 microamperes (μA). Os controles de frequência permitem ajuste de 0,5 Hz a 900 Hz (ou em até 1000 Hz) e a duração de pulso de microcorrente típico é de aproximadamente 0,5 segundo, que é cerca de 2500 vezes maior que um pulso típico de TENS, por exemplo.

Uma frequência abaixo de 1 Hz realiza penetração profunda é indicada para estimular cicatrizes.

Uma frequência de 10 a 900 Hz é indicada para analgesia, efeito bactericida, entre outros.

O tempo pode variar de 01 a 30 minutos.

Geralmente são feitas 10 sessões com intervalos de dois dias entre elas. Depois uma sessão de manutenção pode ser feita a cada mês.

› Aplicabilidade

Para a aplicação são utilizados sempre dois eletrodos com um polo positivo e outro negativo, ocorrendo o mesmo com os eletrodos utilizados para aplicação estética da corrente galvânica, ou eletrodos de borracha.

a) Primeira fase:

Conectar os bastões (eletrodos) no equipamento, manter o bastão de polaridade negativa parado no local de aplicação e movimentar o bastão eletrodo positivo em sentido da musculatura para a movimentação dos líquidos; realizar cada movimento por 10 segundos.

Nutrição: 150 Hz e 200 μA

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b) Segunda fase:

Já na segunda etapa, priorizamos a estimulação da musculatura com movimentação no sentido das fi bras, seguindo-as em um mapa anatômico.

Para essa fase, devemos utilizar os eletrodos de borracha, localizando o eletrodo negativo ao lado do eletrodo positivo, com gel condutor. Fixa-se na pele e liga o equipamento regulando a intensidade, conforma a sensibilidade da cliente, pois essa estimulação vai tonifi car a musculatura, lembrando que não podemos utilizar uma intensidade muito alta para não causar fadiga muscular, portanto, devemos controlar a intensidade conforme a sensibilidade de cada paciente, deixando agir de 10 a 15 minutos.

Tonifi cação: 100 Hz e 300 μA

c) Terceira fase:

A terceira consiste em ionizar um produto cujos benefícios estão diretamente relacionados com o seu princípio ativo.

Para a aplicação: são utilizados eletrodos como bastões, canetas, ou esferas, enrolando-se um algodão na parte metálica de cada caneta junto com uma solução aquosa, geralmente solução N.M.F., (Natural Moisturizing Factor), fator hidratante sintético semelhante ao encontrado na pele, rico em aminoácidos, lactato e sais, conhecida por Ureia. Pode-se utilizar também produtos de lift ing, lipossomas ou produtos hidratantes e rejuvenescedores ionizáveis de acordo com a preferência.

Iontoforese: 500 Hz intensidade baixas para não produzir contração.

Para essa fase existem algumas sugestões de aplicação. Pode-se esquematizar o movimento das canetas como:

As duas canetas se movimentam de dentro para fora.

As duas canetas se movimentam de fora para dentro.

Uma caneta fi ca parada enquanto a outra se movimenta de fora para dentro.

Uma caneta fi ca parada enquanto a outra se movimenta em ziguezague de dentro para fora.

Cada movimento (passo) com a caneta deve ser feito durante, aproximadamente, em 10 segundos, seguindo o esquema:

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Inicie a sessão, utilizando os terminais de inserção, com bastonetes embebidos em produto cosmético, pela região supraclavicular. Posicionando os bastonetes em paralelo e de forma ascendente, movimente-os até a região mandibular, sempre de forma lenta. Repita o movimento até completar a circunferência de toda a região cervical anterior (pescoço).

Movimente os bastonetes em paralelo e de forma ascendente por toda a região mentual.

Movimente os dois bastonetes horizontalmente e em paralelo e por toda a região do mento. Repita a operação do outro lado.

Fixe um bastonete na região do músculo depressor do ângulo da boca e movimente o outro por toda a região nasogiana.

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Movimente conjuntamente, os bastonetes em paralelo, iniciando na região dá mandíbula até alcançar a metade da face.

Movimente os bastonetes em paralelo a partir da metade da face até a região do músculo orbicular dos olhos (pálpebras inferior).

Percorra a pálpebra inferior, utilizando os bastonetes em paralelo, inicinando o movimento pelo lado externo, dirigindo-se ao interno, de forma lenta.

Com os bastonetes em paralelo movimentando-se de forma a percorrer a pálpebra superior, desde a parte externa até alcançar à interna.

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Movimente os bastonetes em paralelo, intercalados pelo supercílio, desde a região externo até a interna.

Movimente os bastonetes em paparelo, formando um leque desde a lateral externa dos olhos até o início do couro cabeludo.

Faça um semicírculo imaginário entre os supercílios e vá movimentando os bastonetes em paralelo sobre ele, por toda região frontal, formando um leque.

Fonte: http://www.ck.com.br/materias/131-revitalizacao.html

» Peculiaridades dessa corrente

É interessante pedir para o paciente ingerir líquido 1 hora antes do tratamento. Isso ajuda a concentração hídrica no tecido celular subcutâneo que oferece resistência à passagem da microcorrente.

O paciente pode se queixar de “choques” elétricos quando a microcorrente é aplicada em um tecido cicatricial.

» Contraindicações

› Alergia ou irritação á corrente elétrica;

› Sobre útero grávido;

› Eixo cardíaco;

› 3 primeiros messes de gestação;

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› Próteses metálicas no local de aplicação;

› Pacientes com doenças cardíacas, como arritmias severas, insufi ciência cardíaca congestiva;

› Encurtamento funcional do músculo;

› Traumas locais;

› Sensibilidade alterada.

Obs: O uso de microcorrentes em pacientes desidratados pode causar náuseas, tontura e/ou dores de cabeça.

Devido aos seus efeitos fisiológicos, essa corrente é muito bem utilizada em processo de reparo e em rejuvenescimento, sendo assim observamos uma boa aplicabilidade em processos como:

» Acne (anti-inflamatório, cicatrizante, bactericida, e antiedematoso).

» Involução cutânea (aumento do número de fibroblastos e realinhamento das fibras colágenas, potencializando a circulação linfática e diminuindo edema).

» Pós-operatório de cirurgia plástica ( cicatrizante, anti-inflamatório, e antiedematoso ).

» Estrias ( rearranjo das fibras colágenas ).

» Eliminação de metabólitos celulares, relaxamento muscular (restabelecimento da bioeletricidade tecidual ).

» Celulite ( antiedematoso ).

» Pós Peeling ( cicatrizante anti-inflamatório ).

» Iontoforese.

A Microcorrentes Galvânica tem uma forma de onda de pulso monofásico retangular, podendo reverter periodicamente sua polaridade.

O Plano de atuação das microcorrentes é profundo, podendo atingir um nível muscular, apresentando-se com imediata atuação no plano cutâneo e subcutâneo.

As microcorrentes têm características subsensoriais, não causando desconforto ao paciente.

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Alta-frequência

Alta-frequência é uma corrente de elevada tensão e de baixa intensidade que é aplicada sobre o organismo humano, através de eletrodos de vidro que se fi xam a uma bobina.

O aparelho consiste num gerador de alta frequência, num porta-eletrodo e em diversos eletrodos de vidro a vácuo ou contendo gás especial. A passagem da corrente provoca uma ionização das moléculas de gás, que, sob o forte impacto energético, tornam-se fl uorescentes.

É uma corrente elétrica que se forma dentro do eletrodo de vidro e transmite ondas eletromagnéticas. A onda eletromagnética provoca a formação de ozônio ao nível da pele.

Para podermos entender os efeitos da corrente eletromagnética no organismo é importante conhecermos especifi camente cada eletrodo (fi gura 11)

Figura 11. Eletrodos utilizados na alta-freguência. a) Bobina; b) Eletrodo Standart; c) Eletrodo Standart Pequeno; d) Pente; e) Fulgurador; f) Forquilha; g) Saturador – Fonte: http://www.ck.com.br/materias/125-alta-frequencia.html

Os standarts pequeno e grande (cebolinha e cebolão) são utilizados nos tratamentos faciais. O eletrodo pente é utilizado nos tratamentos capilares para a descontaminação e ativação do couro cabeludo. O fulgurador (cauterizador) é utilizado durante a limpeza de pele, após extrações. A forquilha é utilizada após depilações no corpo e também para relaxamento da cervical. Já o saturador (ionizador indireto) é utilizado nos tratamentos faciais e capilares, associado às massagens, facilitando a penetração de substâncias nutritivas.

Em nenhum momento fala-se em eletrodo dispersivo. Por quê?

» Efeitos Fisiológicos

O ozônio é uma substância instável que se decompõe rapidamente em oxigênio molecular (O2) e em oxigênio atomar (atômico) (O). A grande ação desinfetante do ozônio reside na grande agressividade do oxigênio atomar (atômico) que é liberado durante a decomposição do ozônio. O envelhecimento celular está ligado a ação dos radicais livres, e o oxigênio é um dos percussores dessa ação, por meio da oxidação

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das estruturas orgânicas. O oxigênio atomar é o oxidante mais agressivo depois do fl úor. Ele é um radical livre.

Baseado nas considerações sobre os radicais livres, os eletrodos de alta frequência, produtores de ozônio em nível da pele, devem ser utilizados pela esteticista, criteriosamente, pois não é lógico que um tratamento estético, que visa atenuar e atrasar os efeitos do envelhecimento, utilize os eletrodos de alta frequência, pondo todo o resto do tratamento a perder. A corrente de alta frequência, quando empregada descriteriosamente, é um meio de se envelhecer mais rápido.

O principal efeito das correntes de alta frequência no organismo é a produção de calor. É um efeito comum a todas as formas de aplicação, que se acentua mais nos casos em que o eletrodo se coloca a uma ligeira distância da pele, do que quando está em contato direto.

O efeito térmico obtido é inversamente proporcional à superfície do eletrodo. Por isso, para efeitos destrutivos (fulgurações) se usam eletrodos de pouca superfície (em forma de ponta já que concentram em um ponto os efeitos térmicos. O efeito térmico obtido é diretamente proporcional ao tempo de aplicação. Os tratamentos mais habituais duram entre 3 e 5 min.

Portanto, quando se usam eletrodos de superfície (em forma de bico) podem ocorrer lesões por queimadura, já que concentram em um ponto os efeitos térmicos do aparelho de alta frequência.

Os efeitos vasodilatador e hiperemiante são aproveitados para melhorar a absorção de produtos que são aplicados sobre a pele como nutritivos e revitalizantes, 1evando ao aumento do trofi smo e da oxigenação do metabolismo celular.

Por ser um elemento ativador do metabolismo dos tecidos, nos tratamentos capilares, é importante como um elemento ativador da circulação sanguínea do couro cabeludo, acentuando também a penetração de produtos nutritivos pelos folículos pilo-sebáceos, sendo utilizados nos tratamentos antiquados, usando o eletrodo em forma de pente.

O efeito anti-infl amatório associa-se à infl amação ocorrida nos processos de reparo tecidual onde há solução de continuidade da pele, como em feridas abertas ( úlceras, acne etc.), pois é comum, nesses casos, a presença de germes e bactérias que acabam por difi cultar a resolução do processo infl amatório. Esse efeito também se justifi caria pelo aumento do fl uxo sanguíneo, pois aumentaria a presença dos elementos de defesa na área da lesão. Apesar disso, o alta frequência não é indicado para infl amação em estruturas internas do corpo como tendões, músculos, articulações etc., pois não tem ação em profundidade.

A formação de ozônio ao nível da pele tem ação bactericida e antisséptico. As faíscas que saltam entre a superfície do eletrodo e a pele formam, a partir do oxigênio do ar, o ozônio, através da corrente elétrica. O ozônio formado é muito oxidante e por tanto é um bom bactericida, germicida e antisséptico em geral. São utilizados eletrodos específi cos, como o standart, que atuará nas diversas regiões da face.

A ação bactericida melhora o trofi smo dérmico, pois muitas vezes o trofi smo da pele, relacionado a processos de regeneração tecidual está prejudicado pela ação de bactérias.

O eletrodo “cauterizador”, conhecido como o fulgurador, é um recurso que auxilia o profi ssional na limpeza da pele, por atuar cauterizando as pústolas que são removidas durante o processo das extrações.

UNIDADE I | INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA

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A corrente pode ser utilizada como ionizadora indireta, onde utilizamos eletrodo “saturador” para aumentar a penetração de ampolas aquosas ionizáveis à base de elastina, colágeno, ureia e extratos placentários através da pele e também na penetração de substâncias que tonifi cam o couro cabeludo e fortalecem o bulbo capilar.

» Parâmetros físicos

É um parelho que trabalha com correntes alternadas de alta frequência, cujos parâmetros de frequência e tensão podem variar de acordo com o fabricante. Eis alguns parâmetros encontrados normalmente: frequência variando entre 100 e 200KHz, com tensão que oscila entre 25.000 e 40.000V ou entre 150 e 200KHz, com tensão oscilando entre 30.000 a 40.000V; ou entre 500KHz e 1KHz, com tensão entre 40.000 e 90.000V; e ainda com tensão oscilando entre 100.000 e 150.000V sempre com intensidade na ordem de 100mA.

Com a fi nalidade de aumentar a ação do eletrodo, ele pode ser passado, ligeiramente afastado da pele, ou sobre uma gase seca.

O tempo de utilização depende do local e do tipo da aplicação, que é, geralmente, em torno de 3 a 8 minutos.

» Peculiaridades dessa corrente

A junção entre o eletrodo e o porta-eletrodo não deve tocar a pele do cliente, pois ele sentiria um choque elétrico muito forte. Também o profi ssional não deve jamais encostar nessa junção

Os aparelhos de alta-frequência devem manter uma distância de 6m de aparelhos de Corrente Galvânica ou Corrente Farádica, quando usados simultaneamente. Os cabos dos outros agem como antenas, captando as ondas eletromagnéticas produzidas pelos aparelhos de alta frequência. Isso pode danifi car o aparelho e/ou proporcionar algum perigo para o cliente que está sendo tratado.

» Contraindicações:

› Marca-passo cardíaco.

› Gestantes (é prudente que a profi ssional grávida evite usar o aparelho nas clientes).

› Implante metálico local (aquecimento perigoso).

› Zonas hemorrágicas.

› Distúrbios de sensibilidade.

› Pele com cosméticos infl amáveis ( álcool e éter ).

A seguir observe um exemplo de aplicação de alta frequência (fi gura 12).

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Figura 12. Exemplo de aplicação do alta frequência com o “cebolinha”

Fonte: http://fisionew.blogspot.com/2010/05/alta-frequencia-utilizada-pos.html

Pode ser utilizado, tanto na estética facial, corporal e capilar. A maioria das indicações tem por base a ação bactericida, entre elas podemos destacar desinfecção após extração acneicas, acnes inflamadas, desinfecção do couro cabeludo em casos de seborreia, pós-depilação, principalmente onde haja história de foliculite, úlcera de pressão infectadas, feridas abertas. Nos procedimentos estéticos, a alta frequência é empregada principalmente na terapêutica facial, não só nos procedimentos de limpeza de pele, como também em outros protocolos faciais (hidratação, revitalização).

Corrente Farádica

Essa corrente, quando empregada na estética, é usada de forma alternada, ou seja, sua polaridade muda em um determinado tempo preestabelecido, e assim realiza uma estimulação muscular por excitação nervosa.

Ela reduz a fl acidez muscular com consequente melhora da circulação periférica

Além de estimular a musculatura, a aplicação da corrente farádica promove a otimização do metabolismo e da circulação sanguínea do tecido muscular.

A região a ser estimulada deve seguir o mapa muscular, porém, não por pontos motores, mas sim por grupos que apresentem maior tendência à fl acidez (regiões mentoniana, zigomática, entre outras).

» Parâmetros físicos

A intensidade deve ser ajustada de acordo com a sensibilidade da cliente e o tempo médio de aplicação deve ser em torno de 5 a 10 minutos.

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A Corrente Farádica é uma corrente de excitação de baixa frequência, 50 a 100 Hz, com largura de pulso de 0,1 a 1 ms e com intervalo de 20 ms (fi gura 13).

Figura 13. Corrente bifásica triangular, representando Corrente Farádica

Fonte: Manual de operação Nemesys, Quark Medical

É aplicada por eletrodos de borracha.

Na fi gura abaixo observe um exemplo de aplicação da Corrente Farádica (fi gura14).

Figura 14. Exemplo de posição de eletrodos para aplicação da Corrente Farádica

Fonte: http://www.ck.com.br/materias/81-eletroterapia.html

Sua utilização está bastante reduzida, nos dias atuais, por ter-se tornado obsoleta frente aos modernos estimuladores. As restrições são decorrentes da forma de pulso (triangular) e da largura de pulso (1,0ms), que proporcionam um grande estímulo sensorial, levando a um desconforto ao paciente e com isso conseqüente restrição da contração muscular.

» Contraindicações: são as mesmas descritas na Corrente Russa.

INTRODUÇÃO A ELETROTERAPIA | UNIDADE I

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UNIDADE IIINTRODUÇÃO ÀONDA MECÂNICA

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CAPÍTULO 3Ultrassom

O ultrassom é um aparelho muito usado para tratamentos estéticos há muitos anos, porém, não basta simplesmente falar em quadro clínico versus tratamento. Citar os parâmetros do ultrassom é muito fácil, porém o mais difícil e, contudo, o mais importante, é entender o seu mecanismo de ação nos tecidos.

A onda mecânica é uma onda sonora transmitida de modo similar às ondas criadas por uma pedra atirada na água. O ultrassom é uma onda mecânica cuja energia é transmitida pelas vibrações das moléculas do meio biológico, através do qual a onda se propaga.

O ultrassom se propaga como uma onda de pressão, causando agitação das moléculas do meio em que estão se propagando, fazendo-as oscilarem, quer o meio seja sólido, liquido ou gasoso.

O ultrassom é gerado por um transdutor, um dispositivo que transforma uma forma de energia em outra. O transdutor mais comumente utilizado no ultrassom transforma energia elétrica em energia mecânica, utilizando o efeito piezoelétrico. Um cristal piezoelétrico tem a propriedade de que, por um lado, se uma voltagem for aplicada através de sua substância, ele mudará de espessura, por outro lado, se a espessura do cristal for mudada, se cria uma voltagem através do cristal. À medida que a face frontal do transdutor se desloca para trás e para frente, regiões de compressão e rarefação se afastam dessa parte, formando uma onda ultrassônica.

À medida que a onda de ultrassom é transmitida por vários tecidos, há uma atenuação ou redução na intensidade de energia. Essa redução se deve à absorção de energia pelos tecidos ou à dispersão ou disseminação da onda sonora como resultado de refl exão ou refração. A absorção aumenta à medida que a frequência aumenta o que reduz a transmissão de energia para os tecidos mais profundos.

» A refl exão ocorre, quando uma onda não consegue atravessar a próxima densidade. Pode ser completa ou parcial. O eco é um exemplo de refl exão composta de energia acústica.

» A refração é a curvatura das ondas resultante de uma alteração da velocidade de uma onda que entra em um meio com densidade diferente.

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Parâmetros físicos

» Frequência

Quando se fala de efeito térmico, percebe-se que ele se torna mais elevado, quando em maiores frequências, porém a seleção da frequência não se dá, única e exclusivamente, pensando-se no efeito térmico, e, sim, na profundidade do tecido a ser atingido Tabela 1.

O equipamento de ultrassom clínico e comercialmente mais vendido nas frequências de 1,0 MHz à 3,0 MHz, com o comprimento de onda a 1mm, quando interagindo com água, mas isso não é por acaso, e sim porque no nosso organismo o ultrassom se desloca, na grande maioria pela água, visto que quase todos os tecidos do organismo são formados principalmente de água e que os comprimentos de onda na ordem do milímetros, nas faixas de frequências de megahertz (0,75 – 10 MHz) são mais compatíveis ás dimensões das estruturas dos tecidos com os quais deve haver interação, essa frequência se torna a mais efi ciente.

Tabela 1. Porcentagem da densidade incidente a diferentes profundidades de penetração da radiação com diferentes comprimentos de onda na pele de indivíduos caucasianos.

Fonte: Guirro, E.C.O. Fisioterapia Dermato-Funcional

Observamos na tabela 1 que a baixa frequência é mais efetiva para as estruturas localizadas mais profundamente, enquanto que frequências maiores são preferencialmente utilizadas para o tratamento de tecidos superfi ciais.

» Intensidade

A intensidade representa a força das ondas sonoras, em uma determinada área, dentro dos tecidos tratados, medida em Watts (w/cm²). Geralmente varia de 0,5 a 5 w/cm². Tem-se que tomar bastante cuidada ao escolher intensidade. Não existem muitos dados, científi cos ou clínicos quantitativos, que indiquem a melhor aplicação da intensidade. Geralmente, nos casos de problemas agudos, a intensidade utilizada não deve ser superior a 0,5 w/cm², e para as lesões crônicas, os níveis geralmente são em torno de 1 w/cm².

INTRODUÇÃO A ONDA MECÂNICA | UNIDADE II

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Um fator importante ao se escolher a intensidade é o tipo de onda selecionada, pois quando ela é pulsada, temos que chamar atenção para a intensidade escolhida, pois, no modo pulsado, muitas vezes, a intensidade de saída pode não ser a intensidade teoricamente absorvida (tabela 2). A falta de atenção para esse fato pode implicar em procedimentos clínicos inefi cientes.

Tabela 2: Relação entre os valores da intensidade instantânea e a média do ultrassom terapêutico para os diferentes regimes de pulso.

Fonte: Guirro, E.C.O. Fisioterapia Dermato-Funcional

Para melhor compreender esse parâmetro é de extrema importância ler o manual do aparelho de forma minuciosa e detalhada, pois, cada aparelho traz esse parâmetro de maneira diferente. O aparelho pode converter a intensidade de interesse para o modo desejado pelo terapeuta. Com isso, independentemente do modo de onda escolhida pelo terapeuta, a intensidade de saída sempre será a intensidade teoricamente absorvida, ou então, o aparelho não faz essa conversão automática e o terapeuta então terá que fazer o seu cálculo.

» Tempo

Em geral a literatura preconiza de 1 a 2 min. para cada 2,5cm² (tamanho do cabeçote) de área a ser tratada, sempre em movimentos circulares.

A área a ser tratada deve ser calculada sempre fazendo comparação com o tamanho do cabeçote. Por exemplo, uma área de aproximadamente 5cm equivale ao tamanho de dois cabeçotes, portanto a área a ser tratada deve ser 2min + 2min, sendo assim serão 4min. de tratamento.

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» Modo

Pulsado – A voltagem pode ser aplicada em pulsos - ligada por um tempo, desligada por um tempo e assim por diante; esse é conhecido como modo pulsado.

Contínuo - A voltagem através do transdutor de ultrasom pode ser aplicada continuamente durante todo o tempo de tratamento. Portanto, o aumento da temperatura no tecido é maior que o modo pulsado, pois, mantém uma continua oscilação das células, produzindo, assim, maior energia e, também, absorvendo mais onda, quando comparado ao pulsado.

Efeitos físicos do ultrassom

Quando o ultrassom penetra no organismo, ele pode exercer um efeito sobre as células e tecidos mediante dois mecanismos físicos: térmicos e atérmicos.

» Efeitos térmicos

Quando a onda mecânica atravessa os tecidos uma parte dela é absorvida, e isso leva a produção de calor, porém a quantidade de absorção depende do tipo de tecido, da quantidade de vascularização e da frequência do ultrassom.

É importante saber que tecidos com elevado conteúdo protéico absorvem mais rapidamente que os com maior conteúdo de gordura, e quanto maior a frequência, menor a profundidade da onda e maior a absorção.

Com tudo que foi dito até o momento sobre ultrassom, pense quais os parâmetros aplicar em tratamentos em nível de tecido muscular e em nível de tecido adiposo.

Observamos na literatura que o efeito térmico do ultrassom é bastante usado no alívio da dor, na diminuição da rigidez articular e no aumento do fl uxo sanguíneo.

Uma vez que a quantidade de absorção depende do tipo de tecido, é importante saber que o periósteo, osso cortical superfi cial, meniscos articulares, músculo fi brosado, bainhas tendinosas, grandes raízes nervosas e interfaces intermunsculares são preferencialmente aquecidas. Portanto, é importante que o terapeuta tenha conhecimento das estruturas que se situam entre a fonte do ultrassom e o tecido lesionado, e também além desse tecido.

O calor é dissipado, tanto pela difusão térmica como pelo fl uxo sanguíneo, e, por isso, esse também se torna um fator importante a ser observado. Quanto mais vascularizado o tecido maior a absorção de calor. Devido a essa teoria, podemos dizer que o modo pulsado preconiza efeitos não térmicos e o modo contínuo possui ambos os efeitos.

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» Efeitos não térmicos

O efeito de cavitação ligado a vibração das moléculas é o efeito não térmico mais conhecido dessa onda. Esse efeito é caracterizado pela formação de bolhas nos líquidos, o que pode ser útil ou perigoso. Ele pode ser lesivo devido à exposição contínua e de alta intensidade da onda no tecido, o que pode ser evitado quando diminuída a continuidade e/ou a intensidade da onda. Esse efeito se torna importante por realizar a vibração das moléculas, que vão sintetizar estimular ou inibir substâncias. Quando o ultrassom é utilizado para fi ns estéticos esse efeito também pode destruir moléculas.

Agentes e métodos de acoplamento

As ondas de ultrassom não podem atravessar o ar, portanto deve ser utilizado um agente de acoplamento para permitir que as ondas passem do transdutor para os tecidos.

O transdutor é colocado diretamente sobre a pele, junto com um gel que serve para excluir o ar entre a pele e a fonte sonora.

Os géis acopladores consistem de água destilada e um material inerte e não refl etor, que aumenta a viscosidade da mistura.

Fonoforese

É a habilidade do ultrassom em incrementar a penetração de agentes farmacologicamente ativos através da pele. Há várias evidências de que o ultrassom possa promover a penetração de substâncias químicas, uma vez que o feixe ultrassônico é capaz de alterar os potenciais de membrana. O aumento da permeabilidade de membrana promovida pelo ultrassom é o fator que torna possível a maior penetração de fármacos no organismo.

Existem várias vantagens na utilização dessa modalidade de tratamento, entre elas a ação localizada da droga, com a consequente ausência de efeitos colaterais decorrente de ações sistêmicas. Outra vantagem dessa forma de tratamento é a somatória dos efeitos inerentes ao ultrassom associados aos efeitos da droga. A técnica apresenta ainda a vantagem de que o medicamento a ser introduzido não necessita ter carga elétrica, isto é, ser polarizado. A utilização da onda ultrassônica para a penetração de drogas através da pele pressupõe a utilização do pulso contínuo.

Contudo poucos produtos apresentam as características apropriadas para a fonoforese, sendo os géis o tipo mais apropriado de formulação para essa terapia. Na estética a fonoforese é utilizada principalmente com enzimas de difusão. Nesse caso a dose dever ser cuidadosamente selecionada, uma vez que as enzimas se desnaturam em temperaturas acima do limite suportável.

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CAPÍTULO 4Ondas mecânicas usadas na estética

O ultrassom mais comumente usado na estética é o que trabalha com frequência em torno de 3 MHz, e com intensidades variando entre 0,5 e 5 w/cm². Contudo, cada vez mais, novos parâmetros vêm sendo lançados no mercado, entre eles o MANTHUS.

Inicialmente, precisamos entender que MANTHUS é um nome comercial de uma tecnologia baseada em ondas mecânicas (ultrassom) que não se baseia apenas na onda ultrasônica, como eles, existem outros no mercado.

Recentemente, pesquisadores israelenses criaram uma técnica de lipoescultura por ultrassom, a lipo ultrassônica, que elimina gordura localizada, sem cirurgia e sem a necessidade de suar a camisa.

A onda ultrassônica também é utilizada para tratamento de celulite, pós lipoaspiração e pós-parto..

Podemos nos perguntar por que criar um aparelho de lipoescultura baseado em ondas ultrassônicas, se já existe no mercado aparelhos de ultrassom usados especificamente na estética como vimos acima.

A grande diferença são os parâmetros do ultrassom de lipoescultura, que se diferencia por se tratar de um aparelho de alta intensidade, atingindo as células de gordura com mais potência. A intensidade é em torno de 45watts, a energia é liberada em pulsos, portanto, não existe elevação signifi cante de temperatura. O mais importante é o efeito mecânico, de cavitação, que permite que as células adiposas dentro da área tratada sejam destruídas. Os parâmetros predefi nidos do MANTHUS levam a seletividade do tecido. Somente o tecido adiposo é destruído, enquanto os tecidos adjacentes, incluindo os vasos sanguíneos, nervos e tecidos conectivos permanecem inalterados (fi gura 15). É extremamente importante ressaltar isso, pois assim, toma-se consciência do perigo de se aplicar qualquer corrente sem o seu conhecimento profundo, e, ainda, mais importante de se utilizar de técnicas ainda não testadas, ou não aprovadas pela ANVISA.

A quebra da gordura pelo ultrassom é um método físico e envolve diferenças de meio, sendo a cavitação a responsável pela quebra dessa gordura, que é eliminada pelo sistema linfático, não trazendo riscos de aumento de gordura no sangue.

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Figura 15. Sequência da onda mecânica no tecido de gordura

Fonte: Informativo da HV Comércio, Importação e Exportação - Ano IV - Nº 14 - agosto a outubro/08

Em geral, são realizadas três seções por semana de 20min cada, com intervalo de 1 dia entre elas. Depois de 15 a 20 seções consecutivas é importante um intervalo de 15 a 30 dias, visto que, depois de um pequeno intervalo, os resultados que estavam num processo de acomodação voltam a responder novamente, além de o organismo poder dar conta de eliminar toda a gordura liberada.

A dosimetria deve respeitar os índices de atenuação, portanto, devem ser tais que o tecido a ser tratado receba no mínimo uma dose de 0,7W/cm2. Como a cada 1,5cm de gordura há uma atenuação de 50% na intensidade, para tratar uma camada de 1,5 cm de modo que toda a camada receba pelo menos 0,7W/cm2, devemos ajustar uma dose de 1,5W/cm2 e assim por diante.

O cabeçote não deve fi car parado sobre um mesmo local e também não deve ser movimentado muito rápido. O melhor procedimento é o movimento circular deslocado em uma velocidade de 1 a 2 cm/segundo. Em áreas de trabalho extensas aconselhamos que seja dividida em quadrantes.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, acompanharam 164 pacientes e concluíram que uma sessão pode reduzir 2 centímetros do ponto tratado.

Essa técnica se destaca pela vantagem de não necessitar de internações, ser indolor, não invasiva e efetiva. Qualquer região do corpo onde há acúmulo de gordura localizada, como abdômen, fl ancos, braços, coxas, costas, pode ser tratada.

Porém, existem algumas observações a serem feitas: primeiramente, ao contrário do que muitos pacientes imaginam, ninguém sai da clínica com o corpo imediatamente remodelado, é preciso dar tempo ao tempo; além disso, é necessário ressaltar que nem toda a gordura lançada para a circulação é eliminada, pois sabemos que fi siologicamente a única maneira de se eliminar gordura acumulada é através da atividade física. Lógico que toda a gordura jogada na circulação tem dois caminhos, ou é armazenada, através da formação de “pneuzinhos” indesejáveis, ou é eliminada pela urina, processo feito pelo nosso organismo, conforme ele acredite ser necessário, devido a inúmeros fatores internos e externos. Aqui o importante é saber que aquela gordura que estava acumulada, e que, através de ondas ultrassônicas será lançada a circulação, pode também voltar a acumular. Fala-se que isso não é comum. No entanto esse efeito ainda

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não foi profundamente estudado, nos fazendo entender o porquê de ser fundamental a atividade física. Portanto, um bom profi ssional da área da saúde tem o dever de saber que o uso da tecnologia é um importante complemento para a beleza e o bem-estar do cliente, porém em momento algum substitui a atividade física e ele tem a obrigação de informar isso ao seu paciente.

O ultrassom pode ser aplicado junto a uma técnica conhecida como hidrolipoclasia (aplicação de soro fi siológico), conseguindo um resultado ainda melhor e mais rápido. A célula de gordura (adipócito) ao absorver o soro, fi ca maior, com mais volume, facilitando a sua quebra pelas ondas provocadas pelo ultrassom, proporcionando uma maior quebra de células de gordura e consequentemente um melhor resultado do que apenas o ultrassom isolado. Porém nunca podemos esquecer que para uso dessa técnica é necessário o auxílio de um médico, pois, por se tratar de uma técnica invasiva não é permitido ser realizada por profi ssionais não médicos.

MANTHUS

Vamos falar especifi camente do MANTHUS, por ser hoje um equipamento muito conhecido do público, mas deixando claro a existências de outros aparelhos que também trabalham com ondas ultrassônicas para eliminar gordura localizada.

O MANTHUS é um aparelho que emite ultrassom de alta potência (45 watts), com frequência de 3MHz, associado às correntes estéreo-dinâmicas. O cabeçote Tripolar gera ultrassom e correntes estéreo-dinâmicas ao mesmo tempo.

As correntes estéreo-dinâmicas são consideradas polarizadas.

» Técnicas de utilização

a) Sonophasys – RT

Quanto se utiliza o MANTHUS temos a ação da corrente estéreo-dinâmica que circula entre os três polos do cabeçote, sem um eletrodo dispersivo, levando a ativação do sistema linfático e a ação da onda mecânica, levando efeitos de cavitação e com isso destruição da gordura.

b) Phono – Ionto – Poração

A fonoforese e a iontoforese são os nomes que se dá para o uso da onda mecânica e da corrente polarizada, respectivamente, junto a fármacos em creme ou géis.

As melanges são géis constituídos basicamente por um veículo de acoplamento acústico e elétrico, permeantes químicos, surfactantes e princípios ativos específi cos similares aos utilizados na Mesoterapia Clássica. Elas podem ser positivas ou negativas. As utilizadas na clínica são: a lipolítica e a lipocell, em que ambas têm a função de ativar o sistema linfático, a microcirculação. A lipolítica tem ação desintoxicante melhorando o quadro de gordura localizada, e a lipocell inibe o desenvolvimento da celulite.

É importante saber se o produto (melange) é de carga positiva ou negativa, pois o cabeçote do utrassom, que também conduz corrente estéreo-dinâmica deverá estar com uma polaridade igual ao do produto. Isso

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é importante com base na teoria de que os “opostos se atraem” e os “iguais se repelem”. Exemplifi cando: se a melange é positiva o cabeçote é polarizado positivamente, assim o aparelho realizará efeito de fonoforese e iontoforese ao mesmo tempo. Para que ocorra o circuito elétrico da corrente estéreo-dinâmica que estará liberando energia elétrica, existe um eletrodo positivo dispersivo.

c) Endophasys - RT

Utilização apenas da ação da corrente estéreo-dinâmica, o MANTHUS tem 3 canais de saída para essa corrente. Nessa técnica usam-se eletrodos convencionais, com polo positivo e negativo predefi nido. Utilizada para fi ns analgésicos, principalmente em pré-procedimentos invasivos.

Na fi gura 16 podem-se observar todas as funções do MANTHUS.

» Contraindicações:

› gravidez, ou mulheres em fase de amamentação;

› infecções locais;

› áreas com circulação inadequada;

› marca-passo;

› diabetes;

› hipertensão não compensada;

› pacientes com doenças de pele;

› processos tumorais.

É importante entender como a corrente elétrica polarizada realiza analgesia, para isso, aprofunde-se sobre o assunto.

A terapia combinada do MANTHUS associa os eficientes efeitos do ultrassom, na quebra da gordura localizada, com uma corrente estéreo-dinâmica para a ativação do sistema linfático. Por isso, esse aparelho é utilizado para realização de mini-lipoaspiração não invasiva; aplicação prévia nos procedimentos de cirurgias plásticas; tratamentos pós-cirurgicos; abrandamento e tratamento de aderências; tratamentos com fonoforese e iontoforese.

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AMBIENTE GRÁFICO

SONOPHASYA - RT

(Ultrassom + Correntess Esteréodinâmicas). Lipolise

+ Ativação do Sistema Neurovegetativo, este módulo

não utiliza eletrodos dispersivos, as correntes estéreo

dinâmicas circularão entre os três pólos do cabeçote.

SOFTWARE

O MANTFUS utiliza uma interface gráfi ca amigável

com três módulos de programação em que doses, ajustes

e parâmetros são totalmente controlados por meio das

teclas do cabeçote.

Características

Equipamento computadorizados; Ultrassom de 3MHz

com potência real de 45 Watts; Correntes polarizadas e

despolarizadas; Monitoração de temperaturas; Ajustes

total dos comandos pelo cabeçote; Contínuo e Pulsado;

Voltagem automática 110/220v; Dimensão Aparelho

50,3cm x 38,2cm x 56com (CxLxA) Peso 15kg e Monitor

50,3cm x 30,2cm x 56cm (CxLxA) 15kg; Rack 57cm x

51cm x 96 cm(CxLxA) 30kg

PHONO-IONTO-PORAÇÃO

(Ultrasson + Correntes Polarizadas), Ultrassom +

Iontoforese, este módulo coloca-se o eletrodo dispersivo

para fazer Terapia Combinada.

ENDOPHASYS-RT

Este módulo permite a aplicação exclusiva de correntes,

com três canais de saída de corrente que podem ser

utilizados para fi ns analgésicos

Indicado para eletro-massagem e pré-procedimento

invasiuvos (Intradermoterapia).

Figura 16. Desenho esquemático das funções do Manthus

Fonte: http://www.kld.com.br/manthus_stand.php

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UNIDADE IIIINTRODUÇÃO AORAIO DE LUZ

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CAPÍTULO 5Laser

Para entendermos o raio de luz é preciso lembrar que a luz é formada por fótons. O elétron é uma carga negativa que circunda o núcleo de um átomo carregado positivamente. Esses elétrons são mantidos por forças de atração. Se a eles for fornecida energia sufi ciente, eles abandonarão as suas órbitas.

Em um laser, o material gerador, seja HeNe, Diodo, Co2 é “bombardeado” para que os átomos entrem em um estado excitado. De maneira geral, fl ashes de luz muito intensos ou descargas elétricas “bombardeiam” o material gerador e criam um grande conjunto de átomos em estado excitado (átomos com elétrons de energia mais alta).

Assim que o material gerador é bombardeado, ele passa a conter um grupo de átomos com alguns elétrons localizados em níveis excitados. Os elétrons excitados têm mais energia que os elétrons mais “relaxados”. Assim como o elétron absorveu uma quantidade de energia para atingir o estado excitado, ele também pode liberar essa energia. Como a fi gura abaixo ilustra, o elétron pode simplesmente ‘relaxar” e livrar-se de uma parte desta energia. Essa energia emitida surge na forma de fótons (energia luminosa) (fi gura 17).

Figura 17. Esquema da liberação de fóton pela movimentação de elétrons

http://ciencia.hsw.uol.com.br/laser3.htm

Os átomos absorvem e emitem luz unicamente se puderem passar de um estado de energia para outro.

A absorção de luz ocorre quando os fótons emitidos são absorvidos pelo organismo. É através desse mecanismo que a célula do organismo é instigada pela luz a sintetizar, estimular e/ou inibir substâncias para fi ns terapêuticos.

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O laser é uma abreviação da expressão inglesa Light Amplifi cation by Stimulated Emission of Radiation, que signifi ca amplifi cação da luz por emissão estimulada da radiação.

É uma emissão de luz monocromática, coerente, com grande concentração de energia, capaz de provocar alterações físicas e biológicas. É um recurso da fototerapia que vem sendo utilizado pelos profi ssionais da saúde, por produzir um efeito anti-infl amatório, analgésico, estimulador celular, modulador do tecido conjuntivo na regeneração e na cicatrização de diferentes tecidos e também com efeitos ablativos.

A monocromaticidade do laser faz com que ele seja um aparelho que produz um comprimento de onda específi co e, portanto, tenha uma frequência defi nida.

A coerência refere-se a organização perfeita no que diz respeito ao deslocamento ordenado de suas ondas que oscilam uniformemente, ou seja, todas as ondas estão na mesma fase e essa coerência espacial contribui para manter (apesar da distância) a potência luminosa do feixe por não haver interferência entre os raios. A onda do laser tem o mesmo comprimento e a mesma orientação.

A colimação é uma consequência da coerência espacial, quando os raios lasers permanecem em um feixe paralelo. Como as radiações não divergem, a energia é propagada em distâncias muito longas. Por isso, os lasers têm uma boa localização de alvo.

Existe uma equidade na literatura em afi rmar que os estratos biológicos são uma grande barreira à penetração da radiação óptica. A radiação laser pode atingir entre 9,7 a 14,2mm da camada da pele com 1% da energia incidente. Devido à complexa estrutura dos estratos cutâneos, há uma grande difi culdade na quantidade tanto de absorção quanto da penetração da radiação laser. Quando a radiações laser interagem com a matéria, os efeitos são os mesmos de qualquer outra radiação eletromagnética, produzindo refl exão, refração, absorção e ainda dispersão. Na tabela 3 observa-se a porcentagem absorvida em comprimentos de onda específi cos, enquanto o raio laser se aprofunda no tecido.

Tabela 3: Porcentagem da densidade incidente a diferentes profundidades de penetração da radiação com

diferentes comprimentos de onda na pele de indivíduos caucasianos.

Fonte: Guirro, E.C.O. Fisioterapia Dermato-Funcional

Os lasers podem ser classifi cados como alta ou baixa potência, dependendo da intensidade da energia que fornecem. Os lasers de alta potência também são conhecidos como “quentes” devido às respostas térmicas que provocam. Eles são usados no âmbito médico em inúmeras áreas, incluindo corte cirúrgico

INTRODUÇÃO AO RAIO DE LUZ | UNIDADE III

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e coagulação, oft almologia, dermatologia, oncologia e cirurgia vascular. O uso de lasers de baixa potência (também conhecido como lasers “frios” ou “suaves”) são usados para cicatrização e manuseio da dor.

Para conseguir o efeito terapêutico seletivo do laser, deve-se escolher o comprimento de onda apropriado, que será absorvido principalmente pelas células do tecido que se quer atingir.

Os equipamentos mais utilizados na prática fi sioterapêutica são os de gás Hélio-Neônio (HeNe), e os de diodo Arseneto de Gálio (AsGa), Alumínio-Gálio-Indio-Fósforo (AlGaInP) e Arseneto-Gálio-Alumínio (AsGaAl). Esses tipos de laser serão aqui elucidados, devido também serem importantes para alguns tratamentos estéticos que trabalham com os parâmetros descritos abaixo (Tabela4).

Tabela 4. Características físicas dos diferentes equipamentos de laser de baixa potência

Fonte: Guirro, E.C.O. Fisioterapia Dermato-Funcional

Cada tipo de laser tem seus parâmetros preestabelecidos. O principal parâmetro para defi nir o tipo a ser usado é o comprimento de onda, porque cada radiação tem uma particularidade e com isso, cada comprimento de onda encoraja um tipo celular.

Na literatura, existe uma classifi cação para o laser, segundo a potência de emissão: Power-Laser, com radiações de alta potência e com poder destrutivo, é usado em cirurgias, por exemplo, o laser de CO2; Mid-Laser, com radiações de potências médias e sem potencial destrutivo, como o laser de AsGa; Soft -Laser, com radiações de potência baixa e sem potencial destrutivo, como o laser de HeNe.

Vamos nos deter nos comprimentos de onda mais utilizados pelos profi ssionais da estética. Apesar dos lasers de baixa intensidade serem menos usados em tratamentos estéticos, são bastante usados para tratar processos de cicatrização, o que se torna então interessante para profi ssionais da estética. Atuam a nível celular, promovendo aumento do metabolismo, podendo aumentar a proliferação, maturação e locomoção de fi broblastos e linfócitos, intensifi car a reabsorção de fi brina, aumentar a quantidade de tecido de granulação e diminuir a liberação de mediadores infl amatórios, acelerando assim o processo de cicatrização.

Laser HeNe

Esse laser se caracteriza pelo comprimento de onda 632,8nm de forma contínua e uma potência de pico entre 2 a 10 mW.

Esse tipo de onda está relacionada à possibilidade de inibir o aparecimento de fatores quimiotáxicos nos estágios iniciais da infl amação, de interferir nos efeitos dos mediadores químicos induzidos pela

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infl amação e inibir a síntese das prostaglandinas. Ocorre intensifi cação de multiplicação e maturação de fi broblastos, assim como de fi bras colágenas. Também se observa aceleração da regeneração de vasos sanguíneos e linfáticos.

» Fluência ou densidade de Energia (J/cm²)

É a dose de energia necessária para produzir o efeito desejado. Alguns autores preconizam que a densidade de energia a ser depositada deve 1 a 6 J/cm² e deve seguir o efeito desejado. Porém para fi ns estéticos já se pode observar densidades maiores, como veremos no laser de diodo.

Efeito Analgésico................................................2 a 4 joules/cm2

Efeito Anti-infl amatório......................................1 a 3 joules/cm2

Efeito Regenerativo.............................................3 a 6 joules/cm2

Efeito Circulatório...............................................1 a 3 joules/cm2

Em situações infl amatórias deve-se seguir o seguinte raciocínio:

Fase aguda.........................................................doses baixas

Fase sub-aguda..................................................doses medias

Fase crônica.......................................................doses altas

Laser de Diodo

Também conhecido como semicondutor é um equipamento feito ou de AsGa, ou AlGaInP ou de AsGaAl.

O laser AsGa possui um comprimento de onda de 904,0nm, pulsada e por isso, uma freqüência de 1000Hz e uma largura de pulso de 200ms e uma potência de pico entre 15 e 30W.

O laser AlGaInP possui um comprimento de onda de 670,0nm do tipo contínua e uma potência de pico entre 15 a 30mW.

O laser AsGaAl possui um comprimento de onda 830,0nm do tipo contínua e uma potência de pico de 30mW.

O laser de Diodo é muito utilizado para eliminação de pelos. Ele tem essa capacidade, porque a sua energia é captada pelo pigmento melanina, que dá cor ao pêlo. O efeito dessa energia sobre o folículo piloso é capaz de danifi cá-lo, retardando ou evitando a produção de um novo fi o. Por isso, o tratamento só é efi caz em pelos escuros. Como esse pigmento também dá cor à pele, é importante se ter bastante cuidado na sua aplicação, porque quando usado laser não específi co para essa fi nalidade, ele pode causar manchas em pele morena. Uma vez que a melanina da pele também atrai a luz, causando manchas nas pessoas morenas ou bronzeadas, torna-se mais indicado o seu uso em pessoas de pele clara e pelos escuros.

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O laser de Diodo possui um mecanismo que protege a pele, dirigindo a energia apenas à raiz do pelo. Dessa forma, a melanina da pele, não é afetada, evitando as manchas.

No entanto, é importante ressaltar que, devido ao ciclo de vida dos fi os, nem todos se encontram na fase ideal para a ação do laser, a fase de crescimento ou anágena. Os que não estiverem nessa fase, serão menos afetados pelo tratamento e, por isso, podem ser necessárias várias sessões para se obter o melhor resultado (geralmente entre 3 a 5 sessões).

Deve ser dado um espaço de pelo menos 30 dias entre cada sessão, de modo que os pelos que estejam na fase de repouso (telógena) passem para a fase de crescimento, tornando-se, então, mais vulneráveis ao tratamento.

O resultado a ser esperado com a depilação pelo laser de Diodo é a redução defi nitiva dos pelos, mas isso pode variar de acordo com cada caso e localização do tratamento, devido à porcentagem de fi os em fase de repouso e as características pessoais de cada indivíduo.

É importante ressaltar que os folículos pilosos têm um grande poder de regeneração e podem voltar a produzir os pelos depois de algum tempo, principalmente se houver a ocorrência de distúrbios hormonais. Quando isso ocorre, geralmente os pelos são mais fi nos, claros e de crescimento mais lento.

» Parâmetros recomendados para depilação

Duração de pulso (entre 20 e 100 ms), comprimento de onda (810 nm) e densidade de energia (entre 20 e 60 J/cm²), justamente o que se consegue quando o laser é emitido por Diodo.

A energia absorvida pelo organismo pode estimular a liberação de substâncias pré-formadas, como histaminas, serotonina, bradicinina ou modificar as reações enzimáticas normais, tanto no sentido de excitação como de inibição, levando a efeito anti-inflamatório, efeito analgésico e estimulante celular e modulador do tecido conjuntivo na regeneração e cicatrização.

A depilação a laser pode ser feita em qualquer tipo de pele e de pelo e em qualquer época do ano, inclusive no verão. Além de uma pele livre de pelos o tratamento proporciona também uma incrível diferença em sua textura e aparência, pois, junto com o pelo o laser remove a camada córnea da pele, estimula o aumento do colágeno e da elastina e aumenta a circulação sanguínea da região tratada, assim, casos de foliculite (pelos encravados) são também resolvidos. A cada sessão os pelos vão se enfraquecendo até o ponto de não nascerem mais. Lembrando sempre que a depilação a laser atinge até 90% dos pelos, os 10% restantes podem voltar, porém bem mais finos e com intervalos muito maiores de crescimento. O número de sessões varia de acordo com diversos fatores, sexo, cor da pele, cor do pelo, região do corpo, disfunções hormonais e hereditariedade. É importante que o cliente não utilize a cera ou a pinça durante o tratamento, pois esses dois métodos interferem negativamente nos resultados. Ao agendar a avaliação, do cliente deve deixar os pelos num comprimento mínimo de 1mm, pois só dessa forma o laser penetra na pele e atinge o bulbo.

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Laser CO2

Antes de começarmos a falar sobre esse assunto, é extremamente importante que se tenha em mente que o laser de CO2 é diferente de todos os outros citados até o momento. Diferentemente dos lasers de HeNe e Diodos, considerados um método não invasivo e sem poder ablativo (lesivo), os de CO2 são ablativos e por isso devem ser aplicados apenas por médicos especializados nessa especialidade. Porém é importante que tenhamos o conhecimento sobre o assunto, pois, em muitas clínicas de estética e dermato-funcional, existe essa tecnologia a favor do cliente. Porém nessas clínicas, sempre se deve ter um médico responsável pela aplicação.

Existem 2 tipos de laser de CO2, o Tradicional e o Fracionado. O laser de CO2 Fracionado é um dos mais novos métodos de tratamento dos sinais de envelhecimento da pele, e progressivamente vem ocupando um importante lugar no arsenal nas clínicas que tratam da estética humana. O laser Fracionado é uma técnica relativamente nova, que procura associar o benefício do laser de CO2, já usado com sucesso no passado com a fi nalidade de rejuvenescimento, mas com uma recuperação mais fácil que é característica dessa técnica.

O laser de CO2 Tradicional é aplicado em uma só sessão e tem ação sobre toda a extensão da pele, enquanto o laser Fracionado de CO2 age em micropontos, e é aplicado em sessões seriadas, minimizando a recuperação do tratamento, mas mantendo bons resultados.

O laser de CO2 é considerado um laser ablativo, o seu comprimento de onda reconhece os cromóforos que se quer atingir, a duração do pulso deve ser mais curta que o tempo de relaxamento térmico do cromóforo, tornando-o assim um laser “lesivo”. O tempo de relaxamento térmico é defi nido como o tempo necessário para que o tecido esfrie a metade da temperatura atingida imediatamente após a irradiação do laser. Para se conseguir o efeito terapêutico seletivo, a densidade de energia ou fl uência (medida em joules/cm²) deve ser sufi ciente para atingir o tecido alvo e ao mesmo tempo controlada pela duração do pulso. Os principais cromóforos endógenos da pele são a água, a melanina e a hemoglobina. O principal cromóforo exógeno da pele é a tinta das tatuagens. As células atingidas são vaporizadas ao experimentarem uma elevação na temperatura em 100° graus durante alguns microssegundos.

O laser de CO2 provoca uma queimadura da pele que posteriormente apresenta cicatrização.

Após a recuperação, a pele vai apresentar-se nova com a eliminação ou melhora das lesões de doença dermatológicas e dos sinais de envelhecimento que apresentava anteriormente. Apresenta bons resultados, mas o laser de CO2 Tradicional tem uma recuperação lenta, de até seis semanas após o procedimento, impedindo o paciente de retornar às suas atividades rapidamente. Hoje o laser de CO2 Tradicional é utilizado preferencialmente em lesões localizadas quando se pretende uma ação mais efetiva e radical, mas em uma pequena área, procedimento onde esse tipo de laser continua sendo muito útil.

O laser Fracionado surgiu como uma opção de tratamento com o resultado semelhante aos lasers ablativos já descritos, mas sem os efeitos colaterais e o pós-operatório complicados que os lasers Tradicionais apresentam.

O laser de CO2 Fracionado é utilizado para melhoria de rugas periorais e periorbitais, rugas fi nas, envelhecimento facial, fotoenvelhecimento, rugosidade fi na da pele, aspereza da pele, cicatrizes de acne

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fi bróticas, manchas provocadas pelo sol (melanose solar, lentigos, e efélides ou sardas) e alguns tumores benignos que comprometem a estética facial.

O princípio do laser Fracionado é a criação de “colunas térmicas” (microzonas térmicas) de energia atravessando a pele, deixando entre essas colunas porções de pele não acometidas, possibilitando uma cicatrização mais rápida, a partir da pele saudável, e, consequentemente, um pós-operatório melhor tolerado.

A energia que é emitida pelo laser em colunas, além de agir diretamente sobre a pele doente ou envelhecida se propaga lateralmente e age mais amplamente sobre o tecido levando à um estímulo da produção de colágeno, uma das estruturas responsáveis pelo “turgor” e qualidade da pele. Quanto maior a energia do laser, maior a profundidade da coluna, conseguindo, assim, melhorar cicatrizes e rugas mais profundas, difíceis de serem alcançadas por outros métodos.

Na fi gura 18 pode-se observar a diferença entre o laser Tradicional e o Fracionado.

O CO2 Tradicional atinge toda a extensão da peleO processo de cicatrização é mais difícil se for aplicado em grandes áreas. É mais efi ciente para pequenas extensões

O CO2 Fracionado atinge pontos na pele, que podem ser mais ou menos concentrados, dependendo do que se quer tratar e o tempo de recuperação esperado. É realizado em sessões e assim novos pontos vão tratar as áreas não atingidas nas sessões subseqüentes (em cada sessão os pontos não são coincidentes). As grandes vantagens são a melhor recuperação e menor sensação dolorosa durante o procedimento, que pode ser feito só com um creme anestésico. É efi ciente em tratar grandes áreas, como toda a face, o pescoço ou o colo, propiciando uma recuperação mais simples e rápida.

Figura 18. Laser Tradicional versus Laser Fracionado

Fonte: http://www.naturale.med.br/dermatologia-laser_fracionado_co2_.html

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A recuperação do laser Fracionado de Gás Carbônico ocorre, aproximadamente, de 3 dias a uma semana, mas alguns cuidados são necessários. A pele apresenta uma descamação leve como se tivesse sido queimada pelo sol, e permanece um pouco avermelhada por até 2 semanas. A exposição ao sol deve ser realizada com cuidado e no dia a dia é necessário o uso de protetor solar, pois essa nova pele recuperada e, ainda em cicatrização, está mais sensível e passível de manchar com maior facilidade.

O Método Fracionado necessita várias sessões para ser efetivo, mas, na primeira aplicação, já é possível observar resultados. Entretanto, o laser Fracionado possui outra interessante vantagem, o equipamento possui além do laser Fracionado um laser de CO2 Tradicional, que pode ser utilizado seletivamente. Assim, por exemplo, podemos utilizar o laser Fracionado em toda a face, e seletivamente em lesões que se pretende eliminar mais amplamente utilizar o laser de CO2 Tradicional, conseguindo assim associar os benefícios das duas técnicas.

O laser Fracionado é uma importante ferramenta para o rejuvenescimento, devemos, no entanto nos lembrar que existem riscos. Não é indicado para todos os tipos de pele e complicações podem surgir. Uma avaliação cuidadosa por profi ssional habituado com o uso de lasers, é necessária, e as expectativas de cada paciente devem ser adaptadas para as reais possibilidades do método, que é muito efi ciente, mas como tudo em estética humana, não é mágico.

Deve ser esclarecido ao paciente o resultado esperado, e o que a técnica pode permitir, não criando falsas expectativas. E fi nalmente o laser Fracionado deve ter a indicação correta e personalizada, pois cada paciente tem os problemas estéticos que dependem de vários fatores, como tendência genética, exposição solar exagerada sem fotoproteção, envelhecimento e outros. As vantagens e riscos de todos os procedimentos realizados sempre devem estar claros para os pacientes, para permitir a mais correta decisão em seu benefício.

» Parâmetros Físicos

Esse laser é considerado de alta intensidade, emite raios com comprimento de onda de 10.600nm, que são fortemente absorvidos pela água tecidual. A penetração depende do conteúdo de água e independe da melanina e da hemoglobina. Em média, com a duração de pulso inferior a um 1ms, a luz do laser de CO2 penetra de 20 a 30μm no tecido.

Cada aplicação demora de 20 a 45 minutos. É aplicada pomada anestésica 30 a 50 minutos antes e medicações analgésicas por ingestão via oral (se necessário). Logo após a sessão, o paciente terá, na pele tratada, uma ardência leve, que durará algumas horas e cederá progressivamente, sendo aliviada com compressas geladas,

O resultado é cumulativo e gradual. O número de sessões varia de 2, em casos de manchas, rugas fi nas e rejuvenescimento superfi cial, até 6 sessões, em casos de cicatrizes de acne extensas e profundas ou rugas muito grossas.

» Peculiaridades

O laser Fracionado de CO2 é um procedimento realizado em série, ou seja, leva algumas sessões até que a o tratamento da pele facial inteira esteja completo. Após as sessões do laser de CO2 Fracionado, é normal

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verifi car vermelhidão da pele e sensação de calor, que podem ser facilmente aliviadas com compressas geladas. Porém, logo após a primeira aplicação já é possível verifi car alguns resultados.

Para realizar o procedimento de laser CO2 Fracionado, algumas medidas devem ser tomadas previamente

ao tratamento, como aderir ao uso diário de fi ltro solar e evitar pegar sol, principalmente peles morenas que se bronzeiam facilmente e têm maior tendência para desencadear manchas. Posterior à aplicação do laser, serão necessárias oito semanas sem exposição solar e uso diário do fotoprotetor. Porém não é apenas essa técnica que necessita de cuidados com raios solares. Em todos os tratamentos que têm por fi nalidade realizar “lesão”, mesmo que minimamente na pele do paciente, é importante o uso diário do protetor solar, porém na aplicação de laser Fracionado o cuidado deve ser redobrado.

Resumidamente o laser Fracionado de CO2 vem sendo usado com resultados muito satisfatórios em rugas da face, pescoço e colo; na cicatrizes de acne; em estrias brancas ou vermelhas; melasma; manchas senis e solares; poros abertos; rejuvenescimento e queloides.

» Contra indicações do uso dos lasers.

› Pacientes submetidos a tratamento imunossupressor, como quimioterapia ou radioterapia.

› Infecções e doenças de pele em atividade.

› Doenças cardiovasculares.

› Insufi ciência cardíaca e pulmonar, em estado de descompensação.

› Tratamento do tórax em pacientes cardíacos deve ser evitado, em especial nos que têm um by-pass.

› Febres de origem desconhecida.

› Hipertireoidismo.

› Doenças mentais em estado avançado.

› Alterações da circulação cerebral em 2º grau.

› Processos hiperplásticos.

› Irradiação direta para os olhos.

› Irradiação do feto ou do útero na fase de gestação, em geral. Tomar cuidado em pacientes gestacional.

› Áreas hemorrágicas.

› Doenças na formação do sistema sanguíneo.

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› Falhas renais e hepáticas em estado de descompensação.

› Sensibilidade à luz.

› Uso de isotretinoína (Roacutan) e com propensão a formação de quelóides

Nota: O uso dos lasers de HeNe e diodos são contraindicados em tumores benignos.

Na fi gura a seguir é possível observar uma aplicação de laser (fi gura 19).

Figura 19. Exemplo de aplicação da luz a laser

http://lasertechnodontus.wordpress.com/author/lasertechnodontus/

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CAPÍTULO 6Luz Intensa Pulsada (LIP)

É uma fonte de energia luminosa que tem várias aplicações. Diferentemente do laser, a LIP apresenta diversos comprimentos de onda, isto é, todo ou parte do espectro luminoso, enquanto que o laser apresenta um comprimento de onda único.

A LIP produz um feixe de luz não coerente, cujo espectro de radiação abrange vários comprimentos de onda simultaneamente. São menos específi cos que os lasers, porém o menor custo e a diversidade de indicações os tornam mais atrativos. Podem ser usados na depilação, redução de manchas e rejuvenescimento, tratamentos não ablativos, assim chamados porque melhoram a pele sem provocar alterações que obriguem ao afastamento do trabalho e das atividades cotidianas.

Porém a LIP não é indicada para qualquer tipo de mancha de pele. O que podemos observar, na literatura, é uma gama de resultados positivos para o tratamento das melanoses solares, que são manchas causadas pela exposição solar, que comumente, acometem a maioria das pessoas, principalmente na face, colo, antebraços e dorso das mãos. Mas, qualquer região do corpo, excetuando-se diretamente ao redor dos olhos, pode ser tratada utilizando-se a Luz Intensa Pulsada.

Numa lâmpada de Xenônio, fonte da LIP, o fi lamento da lâmpada se aquece devido à corrente elétrica que o atravessa. O Xenônio é comumente usado como uma fonte de luz devido à iluminação brilhante que fornece quando exposto à energia.

No entanto, assim como nos aparelhos de laser, essa luz gera calor na pele, que atinge vários tipos de alvo: a melanina (sardas), os vasos sanguíneos (microvarizes da face e colo) e o colágeno (fl acidez e rugas).

Sendo assim, o tratamento iniciado de forma superfi cial, para combater as lesões superfi ciais, como as sardas e microvarizes. Posteriormente, se aprofunda, aumentando o comprimento de onda escolhido, para estimular a produção de um novo colágeno, dando aspecto de uma pele mais limpa, viçosa e tonifi cada, com grande melhora das rugas.

O efeito desse aparelho sobre o folículo piloso é igual ao efeito do laser, por tanto, a sua aplicação também deve seguir as mesmas orientações. Os aparelhos modernos apresentam um mecanismo de regulagem do comprimento e da intensidade da luz. Isso permite que mulheres de pele morena ou negra possam fazer a depilação sem o risco de manchar.

» Parâmetros Físicos

Podemos afi rmar que a LIP é uma fonte de luz de alta intensidade que emite luz policromática (515 nm a 1200 nm), não colimada e não coerente. Essa emissão de vários feixes de luz em um curto espaço de

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tempo deverá ser controlada, especialmente na redução desse espectro. Para isso são utilizados fi ltros que reduzem essa emissão heterogênea caracterizando uma emissão com menos cores e assim caracterizando cada tipo de lâmpada, com suas propriedades especifi cas.

Possui duração de pulso variável (2-20ms). A duração do pulso é ajustada de acordo com o tempo de relaxamento térmico da estrutura a ser atingida, pois o aquecimento seletivo do alvo é mais efetivo quando o tempo de fornecimento da energia necessária para sua destruição é menor que a sua velocidade de resfriamento. Assim, evita-se a lesão das estruturas adjacentes.

A seguir um exemplo da aplicação da LIP (fi gura 20).

Figura 20. Exemplo da aplicação da LIP

Fonte: http://clinicadue2.blogspot.com/2011/07/luz-pulsada-traga-mais-luz-para-sua.html

» Contraindicações: são as mesmas descritas na aplicação do uso do Laser.

» Cuidados com a Luz laser e LIP

Apesar de em ambos os tratamentos se ter um excelente resultado, existe relatos de aumento de pelo e até aumento da sua espessura, após a aplicação do laser ou da LIP, por isso torna-se extremamente importante realizar um teste antes de começar o tratamento imediato com o paciente.

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UNIDADE IVRADIOFREQUÊNCIASNACIONAIS X IMPORTADAS

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CAPÍTULO 7Frequências das ondas de rádios

Radiofrequência é a faixa de frequência que abrange aproximadamente de 30 KHz a 3000 KHz, e que corresponde a frequência das onda de rádio. A radiofrequência, geralmente, se refere a oscilações eletromagnéticas ao invés de mecânicas nessa faixa de frequência. Abaixo dessa frequência não se pode considerar um equipamento de rádio frequência e sim um equipamento produzindo corrente elétrica de baixa frequência, o que exige bastante atenção quando se adquire um aparelho de rádio frequência. As correntes elétricas que oscilam, na frequência de rádio, possuem propriedades especiais que não são encontradas nas correntes contínuas ou correntes alternadas em baixas frequências. A corrente em radiofrequência pode irradiar energia para fora do condutor, no espaço, por meio de ondas eletromagnéticas (ondas de rádio); essa é a base da tecnologia de rádio.

O aparelho de radiofreqüência pode ser de baixa ou alta frequência. Dentro dos parâmetros indicados para a tecnologia a radio, hoje podemos observar que aparelhos importados têm frequências mais elevadas que os aparelhos produzidos no Brasil.

A profundidade de penetração da radiofrequência para o tecido é reconhecida como, aproximadamente, metade da distância entre os eletrodos.

É um aparelho que pode possui um eletrodo dispersivo conhecido como placa e outro conhecido como manopla. A corrente penetra na pele através de um cabeçote móvel (manopla) até a placa de retorno que é colocada em uma região distante da área de tratamento. Outro tipo possui os dois eletrodos, tanto o de saída quando o de retorno no cabeçote (manopla). Hoje se pode encontrar ainda um terceiro cabeçote em que existem 3 eletrodos no mesmo cabeçote e a energia passa entre eles. Porém, as interações entre a corrente e o tecido são similares para qualquer tipo de equipamento utilizado. Ainda não se encontra estudos comparativos entre os equipamentos.

Por ser uma onda senoidal de elevada frequência, perde seus efeitos químicos e biológicos de excitação neuromuscular, conservando, entretanto, o efeito de conversão em calor ao ser absorvida pelos tecidos. A molécula de água no corpo humano é sacudida e agitada em alta velocidade, em consequência, o calor pode ser produzido pela fricção. Pode-se dizer que possui a capacidade de penetrar profundamente e produzir calor em tecidos subcutâneos.

Existe a necessidade de gel de contato neutro para facilitar o seu deslizamento que deve estar em total contato com a pele. Para tanto se faz necessária uma leve pressão, mantendo-a com uma angulação de 90° para evitar sensação desagradável.

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Para que a temperatura atinja 40°C é necessário que os movimentos realizados sejam lentos. Para manutenção dessa temperatura, sugere-se que a velocidade seja aumentada, a fi m de evitar o desconforto causado por essa elevação. As manobras a serem realizadas dependerão do objetivo do tratamento e dos efeitos dessa corrente, que estão envolvidos com o aquecimento, portanto ela pode:

› Estimular tecido conjuntivo em tratamentos de envelhecimento cutâneo e fl acidez, para isso as manobras retilíneas e circulares devem seguir a direção das linhas de tensão da pele.

› Cicatrizar tecidos moles (fases de proliferação e remodelamento), sendo de deslizamento as manobras envolvidas, que percorrem toda a periferia da lesão.

› Melhorar fi broses e aderências, com manobras que percorrem a área acometida.

› Diminuir a adiposidade localizada, usando manobras circulares e retilíneas que percorrem a área acometida.

› Melhorar cicatriz hipertrófi ca e quelóide, com manobras que percorrem a área acometida.

› Melhorar cicatriz de acne, com aplicação no local em movimentos circulares e/ou retilíneos.

» Parâmetros Físicos

O tempo de tratamento está relacionado à temperatura, ao grau de hiperemia cutânea e a sensibilidade do paciente. Após atingir a temperatura ideal manter por aproximadamente 5 a 7 min.

O parâmetro amplitude está diretamente relacionado com a elevação da temperatura, ou seja, quanto maior a amplitude selecionada, mais rapidamente haverá aquecimento.

Nos casos de fl acidez cutânea e melhora da cicatriz de acne temperatura ideal é, em torno de 40°C. Para adiposidade localizada, fi broses, aderências e cicatrização de tecidos moles (fases de proliferação e remodelamento) a temperatura é, em torno, de 38°C.

Na fi gura 21 observe um exemplo de tratamento com radiofrequência.

UNIDADE IV | RADIOFREQÜÊNCIA NACIONAIS X IMPORTADAS

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Figura 21. Exemplo da aplicação de radiofrequência

http://www.locacaoradiofrequencia.com.br/index.php?rq=aplicacao

» Contraindicações

Em pacientes:

› Em estado de gestação.

› Usando um arcapasso.

› Portador de câncer ou metástase.

› Sofrendo de artrite, pacientes imunodepressivos.

› Usando próteses metálicas.

› Em procedimentos cirúrgicos sem completa cicatrização.

› Com doenças dermatológicas.

› Contraindicações relativas

Pacientes com:

› Flebites

› Varizes

› Trombofl ebites

› Transtorno ou défi cit de sensibilidade

› Osteossintese

› Endoproteses

› Infecções

› Pacientes que fazem uso de vasodilatadores

RADIOFREQÜÊNCIA NACIONAIS X IMPORTADAS | UNIDADE IV

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UNIDADEVORIENTAÇÕES TÉCNICAS

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CAPÍTULO 8Recomendações

Primeiramente é importante lembrar que a pele do paciente deve sempre estar bem limpa e desengordurada. Pedir para o paciente retirar anéis, jóias ou outros objetos de metal.

Antes do aparelho ser ligado, o eletrodo deve encontrar-se encostado na pele do cliente, evitando que ele tome um susto. Enquanto o aparelho permanecer ligado, o eletrodo deve manter contato com a pele.

O texto abaixo foi elaborado por: KLD Biosistemas

Preparação do paciente

A explanação prévia do tratamento é um elemento fundamental. Isso não só tranquiliza o paciente, mas assegura o seu consentimento esclarecido. O tipo de sensação que será experimentada é explicado e o paciente é avisado sobre quais efeitos devem ser relatados.

Não se esquecer dos exames específi cos feitos na parte a ser tratada, para identifi cação de possíveis contraindicações ou riscos, além dos testes relevantes como, por exemplo, o teste de sensibilidade normal à temperatura e de que é fundamental uma boa anaminese.

Verificação do aparelho

Todos os acessórios do equipamento devem ser montados e posicionados adequadamente. Deve ser feita também uma inspeção visual nos eletrodos, cabos, plugues, tomadas, interruptores, controles, e luzes de indicação.

Preparação e teste do aparelho

Isto inclui o acoplamento dos acessórios e todos os testes necessários previamente à aplicação. Depois que essa etapa for cumprida satisfatoriamente, o tratamento pode começar. O operador deve minimizar a sua exposição aos efeitos da modalidade que estiver sendo utilizada.

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Preparação da parte a ser tratada

Isso envolve qualquer procedimento preparatório, como por exemplo, o posicionamento do paciente, e, em particular, da parte a ser tratada, de maneira confortável e apropriada, para que ele esteja relaxado e para que seja evitado qualquer movimento. Proceder então a limpeza da área, para remoção de células mortas e de oleosidade da pele.

Programação do aparelho

O aparelho deve ser programado para garantir o efeito terapêutico ótimo, com nível mínimo de risco.

Instruções e avisos

Antes de se iniciar o tratamento é essencial instruir o paciente sobre o que ele deve ou não deve fazer, como, por exemplo, se manter imóvel, não tocar o aparelho, e instruí-lo sobre ocorrências indesejáveis. Os avisos dados devem ser anotados na fi cha de controle do paciente.

Aplicação

O paciente deve ser observado durante o tratamento, para garantir que haja uma progressão satisfatória e sem efeitos adversos. Monitorização precisa é essencial.

Finalização do tratamento

Ao fi nal do tratamento, a parte tratada deve ser examinada para garantir que os efeitos desejados ocorreram caso eles sejam visíveis, (como por exemplo vasodilatação superfi cial) e que não haja efeitos indesejados. Se a eletroterapia for precursora para outro tipo de tratamento, o paciente deve ser preparado para ele.

Históricos

Um histórico efi ciente do tratamento efetuado em um paciente, bem como seus efeitos deve ser registrado para se possuir informações de referência do tratamento, bem como por motivos legais.

UNIDADE V | ORIENTAÇÕES TÉCNICAS

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PARA (NÃO) FINALIZAR

A disciplina Eletroterapia Aplicada à Dermato-Funcional – Eletroterapia na Estética apresenta a você, uma base teórica e instrumental, oferecendo-lhe subsídios para sua atualização como profi ssional, e para que possa atuar em tratamentos estéticos faciais e corporais, de modo seguro, efi ciente e com respaldo científi co, baseado no conhecimento pleno das técnicas e de sua correta aplicação.

Esperamos ter concorrido para sua refl exão sobre as vantagens desses conhecimentos, lembrando-lhe que você deve sempre estar preparado para compreender os avanços dos tratamentos estéticos, no mundo de hoje, o que facilita a escolha do procedimento mais favorável para cada caso, oferecendo benefícios e bons resultados nos tratamentos efetuados.

Para isso, dedique-se às atividades e às práticas que devem ser desenvolvidas, refl ita, faça relações entre dados, informações e ideias, desafi e o senso comum, pesquise, troque ideias.

Em pouco tempo você estará surpreendido. A aprendizagem foi um acontecimetno natural e que a sua capacidade de estudos terá sido ampliada pelo exercício e pela satisfação em sentir o próprio crescimento.

Por tudo isso, lembre-se de que o assunto não termina aqui. Há muito o que aprender. O que foi visto nesta etapa é um caminho apontando para fontes inesgotávies de estudos e experimentações. Para que você continue, enriquecendo seus conhecimentos, caminhe sempre, rumo à descoberta. Dessa forma, seus horizontes se ampliarção e, consequentemente, seu desempenho prifi ssional.

Desejamos-lhe sucesso.

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REFERÊNCIAS

AGNE, J. E. Eu sei Eletroterapia... Santa Maria: Pallotti, 2009.

BORGES, F.D.S. Dermato-Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Editora Phorte; 2006

GOODMAN, C. C. Diagnóstico diferencial em fi sioterapia. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002.

GUIRRO, Elaine; GUIRRO, Rinaldo. Fisioterapia dermato – funcional. Porto Alegre: Artmed, 2002.

HAYES, K. W. Manual de agentes físicos: recursos fi sioterapêuticos. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

KITCHEN, S. B. S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11 ed. Barueri: Manole, 2003.

KOTTKE, F. Tratado de medicina física e reabilitação de Krusen. 4 ed. Barueri: Manole, 1994.

NELSON, R. M. Eletroterapia Clínica. 3 ed. Barueri: Manole, 2003.

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