eletronica para automação

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Eletrnica para AutomaoRelatrio Panorama Setorial

Braslia Agosto, 2009 iii

Centro de Gesto e Estudos EstratgicosPresidenta Lucia Carvalho Pinto de Melo Diretor Executivo Marcio de Miranda Santos Diretores Antnio Carlos Filgueira Galvo Fernando Cosme Rizzo Assuno

Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE) SCN Quadra 2, Bloco A, Edifcio Corporate Financial Center, Salas 1102/1103 70712-900 Braslia, DF Tel: (xx61) 3424.9600 Fax: (xx61) 3424.9671 URL: http://www.cgee.org.br

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Relatrio Panorama Setorial do Estudo Prospectivo de Eletrnica para AutomaoSuperviso Marcio de Miranda Santos

Consultor Joo Mauricio Rosrio

Equipe Tcnica do CGEE Liliane Rank (Coordenao Geral) Milton Pombo da Paz (Responsabilidade Tcnica)

Equipe de Apoio do CGEE Cludio Chauke Nehme (Apoio Metodolgico) Lilia Miranda de Souza (Apoio Tcnico) Carlos Augusto Caldas de Moraes (Apoio sobre Cadeia de Valor) Cristiane Pamplona (Apoio Tcnico) Juliana de Souza (Apio Administrativo) Priscilla Matos (Apoio Tcnico) Sandra Milagres (Apoio Administrativo) Eduardo Jos Lima de Oliveira (Apoio de designer) Andr Scofano Maia Porto (Apoio de designer) Lilian M. Thom Andrade Brando (Apoio nas consultas estruturadas) Kleber de Barros Alcanfor (Apoio nas consultas estruturadas) Elaine Michon (Apoio de eventos) Luciana Cardoso de Souza (Apoio de eventos) Marina Brasil (Apoio de eventos) Regina Silvrio (Apoio Tcnico)

Equipe da ABDI Clayton Campanhola (Diretor) Claudionel C. Leite (Lder de Projetos) Valdnio Arajo (Assistente) Willian Souza (Assistente)

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Colaboradores do Setor ABINEE / Altus Luiz F. Gerbase; ABINEE / Ecil Informtica Nelson Luis C. Freire; ABINEE Fabin Yaksic; ABINEE Luiz Cezar E. Rochel; ABINEE-Carlos Cavalcanti; ABINEE-Israel Guratti; ABINEE-Wesley Giachini; ABINEE-Welmenson da Silva; ABNT-Jos Sebastio Viel; ABNT-Pedro Buzatto Costa; APEX-Mrcio Almeida; APEX-Rogrio Bellini; APEX-Richard Sabah; Arrows-Neimar Marques Duarte; BEMATECH-Wolney Betiol; BNDES-Carlos Gastaldoni; BNDES-Marcelo Goldenstein; BNDES-Maurcio Neves; BNDES-Regina Maria Vinhais Gutierrez; CEFET-SP IFET-Alexandre Brincalep Campo; CENPES-Luiz Carlos Peixoto Messina; COESTER-Marcus Coester; Conceil General de Lessonme-Jean-christophe Frachet; CP ELETRNICAAlexandre Saccol; CP ELETRNICA-Carlos Roberto Pires Porto; CSIC-Arturo Forner-Cordero; DYNAMISMarcilio Antonio Viana Pongitori; EDACOM-Arnaldo Ortiz Clemente; ELIPSE-Marcelo B. Salvador; EPUSP-Jos Reinaldo Silva; FESTO-Luis Carlos Irio; FET-Marcio Rillo; FINEP-Luis Manuel Rebelo Fernandes; IHM-Carlos Alberto Vigas Gonalves; INMETRO-Alfredo Lobo; INMETRO-Gustavo Kuster; INMETRO-Joo Alziro Herz da Jornada; INMETRO-Alessandro Nogueira Reis; INPI-Ademir Tardelli; INPI-Carlos Pazos Rodriguez; INPI-Jorge de Paula Costa vila; INPI-Marcio Lacerda; INPI-Sergio Paulino Carvalho; ISEP-Jos Antonio Tenreiro Machado; ISMEP-SUPMECA-Jean Paul Frachet; ITAUTEC-Irineu Govea; KALATEK-Edilson Cravo; Lego EducationArnaldo Ortis Clemente; MCT-Adalberto Barbosa; MCT-Augusto Cesar Gadelha Vieira; MCT-Francisco Silveira dos Santos; MCT-Hamilton Jos Mendes; MCT-Henrique de Oliveira Miguel; MDIC-Ajalmar Lakiss Gusmo; MDIC-Arnaldo Gomes Serro; MDIC-Fernando Cordeiro; MDIC-Nilton Sacenko; METSO-Pedro Rodrigues; National Instruments-Marco Aurlio Amorim; NOVUS-Aderbal Lima; NOVUS-Miguel Fachin; NOVUS-Valerio Galeazzi; QUALISYS-Edgard de Oliveira; SEBRAE-Ana Lcia; SEBRAE-Ana Lcia Moura de Oliveira; SENAIJos Manuel de Aguiar Martins; SENAI-Julio Cesar de Almeida Freitas; SENAI-Luis Antonio Caruso; SENAIMarcello Jos Pio; SENAI-Mauro Sergio Juarez Cceres; SENSE-Antnio Celso Spinelli; SENSE-Paulo Caselato; SMAR-Eduardo Andr Mossin; SPIN ENGENHARIA-Clvis Simes; SPIN ENGENHARIA-Luis Closs; SUPELEC-Didier Dumur; UFES-Teodiano Freire Bastos; UFGD-Clivaldo Oliveira; UMNG-Byron Alfonso Perez; UMNG-Paola Andrea Nizo Soares; UMNG/UNICAMP-Oscar Fernando Avils; UNESP-Humberto Ferasoli; UNICAMP-lvaro Joffre Uribe Quevedo; UNICAMP-Antonio Batocchio; UNICAMP-Luiz Gustavo de Mello Paracncio; UNICAMP-Marcos Correa Carvalho; Universidade de Passo Fundo-Jocarly Patrocnio Sde Souza; Unisal-Wlamir Passos; WEG-Mauricio Pereira Costa.

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Sumrio

Lista de Figuras....................................................................................................... ix Lista de Tabelas .......................................................................................................x Lista Quadros ......................................................................................................... xii Lista de Grficos ................................................................................................... xiv Lista de Siglas ........................................................................................................ xv 1. Sumrio Executivo .............................................................................................. 1 2. Introduo ......................................................................................................... 31 3. Automao ........................................................................................................ 34 4. Panorama Atual ................................................................................................ 64 5. Consideraes Finais ...................................................................................... 293 Referncias Bibliogrficas ................................................................................... 295 Sites Consultados ............................................................................................... 310 APNDICE I Fundamentao da Cadeia Produtiva ......................................... 312 APNDICE II - Principais Normas Tcnicas - Eletrnica para Automao ......... 323 APNDICE III - Normas do Segmento de Petrleo e Gs Natural...................... 325 APNDICE IV Descrio dos Principais Produtos do Segmento de Automao Industrial ............................................................................................................. 328 APNDICE V Descrio dos Principais Produtos do Segmento de Automao Predial ................................................................................................................. 339 APNDICE VI Descrio dos Principais Produtos do Segmento de Automao Comercial ............................................................................................................ 342 APNDICE VII Descrio dos Principais Produtos do Segmento de Automao Bancria .............................................................................................................. 348 ANEXO I Relao das Empresas integrantes do FEET - Frum de Empresrios Exportadores de Tecnologia ............................................................................... 352 ANEXO II Anlise Econmica do Setor de Eletrnica para Automao ........... 361 ANEXO III Expectativas das Entidades ............................................................ 367 vii

ANEXO IV Empresas Nacionais - Automao Industrial .................................. 369 ANEXO V - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Industrial .......................................................................................... 377 ANEXO VI - Empresas Nacionais - Automao Predial-Residencial .................. 386 ANEXO VII - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Predial-Residencial .......................................................................... 399 ANEXO VIII - Empresas Nacionais - Automao Comercial ............................... 403 ANEXO IX - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Comercial ......................................................................................... 405 ANEXO X - Empresas Nacionais - Automao Bancria .................................... 407 ANEXO XI - Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Bancria ........................................................................................... 410 ANEXO XII Empresas atuantes no Setor de Eletrnica para Automao ........ 412

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Lista de Figuras

Figura 1 - Processo de elaborao do Programa Estratgico Setorial - PES. ............ 7 Figura 2 - Conceito abrangente de Automao......................................................... 35 Figura 3 - Extenso do Conceito de Automao por meio de cinco elementos chaves. 36 Figura 4 - Conceito Estendido de Automao. .......................................................... 37 Figura 5 Modelo das cinco foras de Porter. .......................................................... 39 Figura 6 - Fluxo Produtivo Macro do Setor de Eletrnica para Automao. ............. 43 Figura 7 - Fluxo Produtivo detalhado do Setor de Eletrnica para Automao. ........ 45 Figura 8 - Cadeia Produtiva do Setor de Eletrnica para Automao. ...................... 47 Figura 9 - Cadeia Produtiva / Fluxo de Conhecimentos do Setor de Eletrnica para Automao. ........................................................................................................ 50 Figura 10 Pontos Crticos e Agentes Decisores na Cadeia Produtiva / Cadeia de Conhecimentos do Setor de Eletrnica para Automao. ................................. 52 Figura 11 Ciclo da Cadeia Produtiva. ..................................................................... 53 Figura 12 Ciclo de Vida de um Produto Industrial. ............................................... 111 Figura 13 Ciclo em V de desenvolvimento de um Produto. ................................. 112 Figura 14 - Principais Sistemas de Automao de um Edifcio Inteligente. ............ 215 Figura 15 - Sustentabilidade da Automao Predial. .............................................. 222 Figura 16 - Produtos e Servios para Automao Comercial. ................................ 234 Figura 17 - Alicerces de um Desenvolvimento industrial sustentvel. ..................... 246 Figura 18 - Fluxograma de reciclagem dos CRTs. .................................................. 254 Figura 19 - Reciclagem de Materiais....................................................................... 272 Figura 20 - Impacto Ambiental e sade do trabalhador. ......................................... 274 Figura 21 - Gesto Ambiental. ................................................................................ 276 Figura 22 - Regras Ambientais................................................................................ 276 Figura 23 Forma de organizao da cadeia de valor. .......................................... 315 Figura 24 Modelo holstico de cadeia de valor em negcios. ............................... 317 Figura 25 Sistema de valores............................................................................... 319 Figura 26 O Processo da Cadeia de Valor. .......................................................... 322

ix

Lista de Tabelas

Tabela 1 Cenrio Desejvel para a Indstria de Automao em 2020. ................. 29 Tabela 2 - Faturamento dos Principais Fabricantes Internacionais Ligados Automao Industrial. ........................................................................................................... 76 Tabela 3 Anlise de Mercado do Segmento de Automao Industrial. .................. 79 Tabela 4 - Segmentos do Mercado Mundial de CPs. ................................................ 80 Tabela 5 Segmento de Negcio: Mercado de Integrao de Sistemas leo & Gs. 81 Tabela 6 rea de Negcio: Mercado de Integrao de Sistemas leo & Gs. ... 81 Tabela 7 - Reduo de energia com aplicao de Automao Predial. .................... 85 Tabela 8 Estabelecimentos Comerciais no Brasil. ................................................. 94 Tabela 9 Nmeros do Setor Bancrio. ................................................................... 98 Tabela 10 Banco Eletrnico: Nmeros do Setor. ................................................... 99 Tabela 11 Custo Mdio de uma Transao Bancria. ......................................... 101 Tabela 12 Nmero total de equipamentos de Automao Bancria e sua localizao. ......................................................................................................................... 104 Tabela 13 Automao Bancria: Equipamentos e Localizao. .......................... 106 Tabela 14 Automao Bancria: Despesas em Tecnologia. ................................ 108 Tabela 15 Recursos Computacionais dos Bancos. .............................................. 109 Tabela 16 Terceirizao / Outsourcing. ............................................................... 110 Tabela 17 Indicadores Gerais da Indstria Eletroeletrnica 2001 a 2008. ........... 124 Tabela 18 Exportaes de Produtos Eletroeletrnicos por rea (US$ milhes) de 2001 a 2008. ................................................................................................................ 127 Tabela 19 Variao das exportaes do setor eletroeletrnico 2007 e 2008. ...... 128 Tabela 20 Produtos mais Exportados 2007 e 2008. ............................................ 129 Tabela 21 - Destino das Exportaes do setor eletroeletrnico 2007 e 2008. ........ 130 Tabela 22 Destino das Exportaes do Setor Eletroeletrnico por rea 2008.. 131 Tabela 23 Importaes de Produtos Eletroeletrnicos por rea (US$ milhes). . 132 Tabela 24 Importaes do Setor Eletroeletrnico 2007 e 2008. .......................... 133 Tabela 25 Produtos mais Importados 2007 e 2008.............................................. 135 Tabela 26 Origem das Importaes do Setor Eletroeletrnico por reas em 2008.135 Tabela 27 Origem das Importaes do Setor Eletroeletrnico por reas em 2008.136 Tabela 28 Origem das Importaes do Setor Eletroeletrnico por reas em 2008.137 Tabela 29 Faturamento da Indstria Eletroeletrnica por rea (US$ milhes) de 2001 a 2008. ................................................................................................................ 139 Tabela 30 Principais Produtos Eletroeletrnicos Exportados 2003 a 2008 (US$ milhes). ......................................................................................................................... 140 Tabela 31 Principais Produtos Eletroeletrnicos Importados 2003 a 2008 (US$ milhes). ......................................................................................................................... 140 Tabela 32 Fluxo de Comrcio de Produtos Eletroeletrnicos por rea 2001 a 2008 (US$ milhes). .......................................................................................................... 141 Tabela 33 Projees de Faturamento por rea (em R$ milhes a preos correntes). 146 Tabela 34 Projees dos Principais indicadores do setor. ................................... 146 Tabela 35 Saldos Negativos da Balana Comercial do Setor Eletroeletrnico. ... 147 Tabela 36 Faturamento das Empresas constituintes da rea de Sistemas Eletrnicos Industriais......................................................................................................... 220

x

xi

Lista Quadros

Quadro 1 - Dimenses de anlise do EPS. ................................................................. 9 Quadro 2 - Principais Fabricantes Nacionais Ligados Automao Industrial. ........ 67 Quadro 3 Segmentos do Mercado da Automao Comercial. ............................... 93 Quadro 4 Principais Empresas no Mercado Mundial de ATMs. ........................... 100 Quadro 5 Nmero de Empresas ligadas ao Setor de Eletrnica para Automao152 Quadro 6 Nmero de Empregados ligados ao Setor de Eletrnica para Automao (Representao na PIA Empresa). .................................................................. 153 Quadro 7 Aspectos Econmicos dos Setores de Eletrnica para Automao e Eletroeletrnico. ............................................................................................... 155 Quadro 8 Panorama Econmico dos Setores de Eletrnica para Automao e Eletroeletrnico. ............................................................................................... 157 Quadro 9 Balana Comercial dos Produtos do Setor Eletroeletrnico ligados Eletrnica para Automao. .............................................................................................. 159 Quadro 10 Balana Comercial de Produtos do Setor Eletroeletrnico. ................ 160 Quadro 11 Volume Total de Hipotecas Emitidas nos EUA. ................................. 161 Quadro 12 Fontes de recursos das Empresas Brasileiras Indstria e Infraestrutura. 165 Quadro 13 Investimentos Mapeados no Brasil (2009/2012). ............................... 166 Quadro 14 Crescimento dos Investimentos (Projetos Firmes) 2009/2012. ....... 167 Quadro 15 Desempenho Setorial 2007/2008. ................................................... 167 Quadro 16 Descrio dos principais tipos de Atuadores. ..................................... 172 Quadro 17 Descrio dos principais tipos de Sensores. ...................................... 173 Quadro 18 Descrio dos principais tipos de Controladores................................ 174 Quadro 19 Descrio dos principais tipos de Redes de Comunicao Industrial. 175 Quadro 20 Descrio dos principais tipos de Softwares industriais. .................... 176 Quadro 21 Descrio dos principais tipos de Sistemas. ...................................... 177 Quadro 22 Descrio dos principais tipos de Servios. ....................................... 178 Quadro 23 - Descrio dos principais tipos de Suporte Tecnolgico. ..................... 179 Quadro 24 - Relao de Servios Especficos em Atmosferas Explosivas. ............ 207 Quadro 25 - Empresas constituintes da rea de Sistemas Eletrnicos Industriais. 218 Quadro 26 - Ranking GreenPeace. ......................................................................... 256 Quadro 27 - Regulamentaes WEEE por categorias de produtos cobertos. ........ 267 Quadro 28 - Comparao do Segmento de Servios em Eletrnica para Automao.292 Quadro 29: Principais Normas Tcnicas so setor de Eletrnica para Automao. . 323 Quadro 30: Normas do Segmento de Petrleo e Gs Natural. ............................... 325 Quadro 31: Empresas Integrantes do FEET. .......................................................... 352 Quadro 29: Expectativas das Entidades - Volume de Produo - (4 Trimestre de 2008). ......................................................................................................................... 367 Quadro 30: Expectativas das Entidades - Vendas para o Mercado Interno - (4 Trimestre 2008). ............................................................................................................... 367 Quadro 31: Expectativas das Entidades - Vendas para o mercado externo - (4 Trimestre 2008). ............................................................................................................... 368 Quadro 35: Empresas Nacionais de Automao Industrial. .................................... 369 Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Industrial. ......................................................................................................... 377 Quadro 35: Empresas Nacionais de Automao Predial-Residencial..................... 386 xii

Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Predial-Residencial. ......................................................................................... 399 Quadro 35: Empresas Nacionais de Automao Comercial. .................................. 403 Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Comercial. ........................................................................................................ 405 Quadro 35: Empresas Nacionais de Automao Bancria. .................................... 407 Quadro 35: Principais Produtos Comerciais Fabricados no Mercado Nacional de Automao Bancria. .......................................................................................................... 410 Quadro 35: Empresas Atuantes no Setor de Eletrnica para Automao. ............. 412

xiii

Lista de Grficos

Grfico 1 Distribuio Geogrfica de Empresas da Indstria de Automao no Brasil. ........................................................................................................................... 14 Grfico 2 - Distribuio de Segmentos de Atuao de Empresas em Automao no Brasil. ........................................................................................................................... 14 Grfico 3 Distribuio Geogrfica da Concentrao das Empresas que constituem o FEET. ........................................................................................................................... 16 Grfico 4 - Distribuio de Segmentos de Atuao das Empresas que constituem o FEET. ........................................................................................................................... 16 Grfico 5 - Faturamento do Complexo Eletroeletrnico. ........................................... 18 Grfico 6 - Exportaes de Produtos do Complexo Eletroeletrnico. ....................... 18 Grfico 7 - Importaes de Produtos do Complexo Eletroeletrnico......................... 19 Grfico 8 - Mercado Nacional de CLP. ...................................................................... 70 Grfico 9 Porcentagem de Internautas que Acessam Servios Pblicos. .............. 95 Grfico 10 Automao Principais Setores de Aplicaes Industriais. ............... 114 Grfico 11 Base de Protocolos Instalados. .......................................................... 114 Grfico 12 Comportamento das Exportaes de Produtos Eletroeletrnicos por Blocos Econmicos. .................................................................................................... 132 Grfico 13 Comportamento das Importaes de Produtos Eletroeletrnicos por Blocos Econmicos. .................................................................................................... 137 Grfico 14 Balana Comercial de Produtos Eletroeletrnicos (US$ bilhes). ...... 138 Grfico 15 ndice de Confiana do Consumidor. .................................................. 162 Grfico 16 ndice de Confiana da Indstria de Transformao. ......................... 162 Grfico 17 Distribuio Geogrfica da Concentrao das Empresas que constituem a rea de Sistemas Eletrnicos Prediais. .................................................................... 219 Grfico 18 - Mercado para Automao Comercial. ................................................. 233 Grfico 19 Nmero de Empregados no setor. ...................................................... 244

xiv

Lista de Siglas

ABAL ABDI ABIA ABIFA ABIGRAF ABILUX ABIMAQ ABIMO ABINEE ABNT ABPO AD AD AFRAC ALADI ANATEL ANFAVEA ANIPA ANPEI ANSI AP APEX Brasil API

Associao Brasileira de Alumnio Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial Associao Brasileira das Indstrias da Alimentao Associao Brasileira de Fundio Associao Brasileira da Indstria Grfica Associao Brasileira da Indstria de Iluminao Associao Brasileira da Indstria de Mquinas e Equipamentos Associao Brasileira da Indstria de Artigos e Equipamentos Mdicos, Odontolgicos, Hospitalares e de Laboratrios Associao Brasileira da Indstria Eltrica e Eletrnica Associao Brasileira de Normas Tcnicas Associao Brasileira de Papelo Ondulado Analgico-Digital Agentes Decisores Associao Brasileira de Automao Comercial Associao Latino-Americana de Integrao Agncia Nacional de Telecomunicaes Associao Nacional dos Fabricantes de Veculo Automotores Associao Nacional da Indstria de Pneumtico Associao Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras American National Standards Institute Agricultura de Preciso Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e Investimentos American Petroleum Institute xv

ARM ASHRAE ASi ASME ATM BNDES BRACELPA BRDE CAD CAE CAEx CAN CCD CCM CEITEC CETESB CFTV CGEE CIDE CISPR CLP CMC CNAE CNC CNPq CNTC

Advanced RISC Machine American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers Actuator Sensor Interface American Society of Mechanical Engineers Automatic Teller Machine Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social Associao Brasileira de Celulose e Papel Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul Computer-Aided Design Computer-Aided Engineering Comit de Anlise de ex-Tarifrios Controller-Area Network Charge-Coupled Device Central de Comando de Motores Centro Nacional de Tecnologia Eletrnica Avanada Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental Circuito Fechado de Televiso Centro de Gesto e Estudos Estratgicos Contribuio de Interveno no Domnio Econmico International Special Committee on Radio Interference Controlador Lgico Programvel Connection Module Cloning Classificao Nacional de Atividades Econmicas Controle Numrico Computadorizado Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico Confederao Nacional dos Trabalhadores do Comrcio xvi

COBEI COFINS CONIP

Comit Brasileiro de Eletricidade, Eletrnica, Iluminao e Telecomunicaes Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social Congresso de Inovao da Gesto Pblica

CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial CPD CPMF CPU CRT CSLL DA DCS DHEP DIPQ ECR EDI EPA EPC EPS FCI FEET FF FGV FINEP FISET FPGA Centro de Processamento de Dados Contribuio Provisria sobre Movimentao Financeira Unidade Central de Processamento Cathodic Ray Tube Contribuio Social sobre o Lucro Lquido Digital-Analgico Distributed Control System Diclofenac Hydroxyethylpyrrolidine Declarao de Importao de Pequena Quantidade Efficient Consume Response Electronic Data Interchange Environmental Protection Agency Electronic Product Code Estudo Prospectivo Setorial Fluid Controls Institute Frum de Empresrios Exportadores de Tecnologia Finish Foil Fundao Getlio Vargas Financiadora de Estudos e Projetos Fundo de Investimento Setorial (para o Reflorestamento) Field Programmable Gate Array xvii

GIS GPRS GPS GSM GT HDTV IA IBAMA IBGE IBS ICMS ICT IEC IEEE IEMI IHM II INMETRO INPI INSS IPD Eletron IPEA IPI IPTU IPVA

Geographical Information System General Packet Radio Service Global Positioning System Global System for Mobile Communications Grupo de Trabalho High Definition Television Inteligncia Artificial Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica Instituto Brasileiro de Siderurgia Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Prestao de Servios Instituies Cientficas e Tecnolgicas International Electrotechnical Commission Institute of Electrical and Electronics Engineers Instituto de Estudos e Marketing Industrial Interface Homem-Mquina Imposto de Importao Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial Instituto Nacional da Propriedade Industrial Instituto Nacional do Seguro Social Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnolgico Complexo Eletroeletrnico e Tecnologia da Informao Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada Imposto sobre Produtos Industrializados Imposto Predial e Territorial Urbano Imposto sobre Propriedade de Veculos Automotores xviii do

IR ISA ISO ISOBUS ISS LCD LVDT MCT MDIC MERCOSUL MES MPC MSS MTE NBR NCM NEC NFPA NR OCP OMC ONG OSB P&D P, D & I PAC

Imposto de Renda The Instrumention System and Automation Society International Organization for Standardization Padronizao da comunicao entre tratores e implementos agrcolas Imposto Sobre Servios Liquid Crystal Display Linear Variable Differential Transformer Ministrio da Cincia e Tecnologia Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior Mercado Comum do Sul Manufacturing Execution System Multivariable Predictive Controller Manufacturers Standardization Society Ministrio do Trabalho e Emprego Norma Brasileira Nomenclatura Comum do Mercosul National Electric Code National Fire Protection Association Norma Regulamentadora Organismo de Certificao de Produto Organizao Mundial do Comrcio Organizao No Governamental Oriented Strand Board Pesquisa e Desenvolvimento Pesquisa, Desenvolvimento e Inovao Programa de Acelerao do Crescimento xix

PBAC PBB PBDE PC PC PCD PCH PDA PDP PDV PET PIA PIB PID PIMS PINTEC PIS PLA PME PNB PO POS PPA PPA PVC RAIS

Programa Brasileiro de Avaliao da Conformidade Polybrominated biphenyls Polybrominated diphenylethers Personal Computer - Computador Pessoal Ponto Crtico Plataforma de Coleta de Dados Pequena Central Hidroeltrica Personal Digital Assistant Poltica de Desenvolvimento Produtivo (Equipamento para) Ponto de Venda Politereftalato de Etileno Pesquisa Industrial Anual Produto Interno Bruto Proportionalintegralderivative Plant Information Management System Pesquisa de Inovao Tecnolgica Programa de Integrao Social Program Logic Arrays Pequena e Mdia Empresa Produto Nacional Bruto Pessoal Ocupado Point of Sale Processo Produtivo Avanado (para segmento Industrial) Ponto ou Posto de Atendimento (para segmento Bancrio) Policloreto de Vinila Relao Anual de Informaes Sociais xx

RF RFID RoHS RPM RT RTU RV SBAC SBC SCADA SDCD SEBRAE SECEX SENAI SEPIN-MCT SIL SINAEES SIS TCP TCP/IP TI TIC UHF UNCTAD UPS

Radio Frequency Radio Frequency Identification Restriction of Certain Hazardous Substances Rotaes por Minuto Remote Terminal Remote Terminal Unit Remote Variable Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Sistema Brasileiro de Certificao Supervision Control and Data Acquisition Sistema Digital de Controle Distribudo Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Secretaria de Comrcio Exterior Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Secretaria de Poltica de Informtica do Ministrio da Cincia e Tecnologia Safety Integrity Levels Sindicato da Indstria de Aparelhos Eltricos Eletrnicos e Similares Spatial Information System Transmission Control Protocol Transmission Control Protocol / Internet Protocol Tecnologia da Informao Tecnologia da Informao e Comunicao Ultra High Frequency United Nations Conference on Trade and Development Uninterruptible power supply xxi

VANT VHF WEEE ZFM

Veculos Areos No Tripulados Very High Frequency Waste Electrical and Electronic Equipment Zona Franca de Manaus

xxii

1. Sumrio ExecutivoEste relatrio contextualiza o cenrio futuro do setor de Eletrnica para Automao, a partir de um diagnostico do setor, considerando as seguintes dimenses de anlise: mercado, tecnologia, talento, investimento, infraestrutura fsica e infraestrutura scio-poltico-institucional. A anlise do panorama setorial representa a primeira das trs etapas do Estudo Prospectivo Setorial de Eletrnica para Automao (EPS), desenvolvido pelo Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE) para a Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e visa atender a uma poltica de desenvolvimento da competitividade dos setores da economia brasileira, conforme preconizado pela Poltica de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lanada em maio de 2008 pelo Governo Federal. A Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial tem a finalidade de promover a execuo de polticas de desenvolvimento industrial, especialmente as que contribuam para a gerao de empregos e para o aumento da competitividade e do grau de inovao da indstria nacional. Seu principal enfoque est nos programas e projetos estabelecidos pela PDP, onde, em conjunto com o Ministrio da Fazenda (MF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), exerce o papel de Secretaria Executiva (SE-PDP), responsvel pela articulao, promoo, coordenao e monitoramento da PDP. Para subsidiar e complementar esta misso, a ABDI tambm desenvolve o Programa Estratgico Setorial (PES) com diversos setores industriais da economia brasileira, visando organizao e implantao de aes estratgicas. O setor de Eletrnica para Automao um dos setores contemplados com o PES. A PDP considera o Complexo Eletroeletrnico no mbito do programa para fortalecimento da competitividade de complexos produtivos e o Setor de Eletrnica para Automao encontra-se nesse contexto como um de seus setores componentes. Essa poltica constitui um dos eixos da nova poltica industrial e contempla incentivos de carter financeiro, regulatrio e de apoio tcnico. Neste aspecto, fundamental a implementao e o acompanhamento das recomendaes

1

indicadas neste estudo prospectivo por parte dos agentes executores das polticas industriais sendo que estas estejam alinhadas com as orientaes da PDP. Uma das frentes que constitui o PES de Eletrnica para Automao o EPS de Eletrnica para Automao, com foco nos segmentos de Automao Industrial, Comercial, Predial e Bancria, sendo que juntamente com a Automao Predial encontra-se a Automao Residencial. Outros subsegmentos tambm so considerados neste estudo: agrcola, agroindstria, estacionamento, shopping centers, servios e outros. Os segmentos em estudo so responsveis por grande parte das atividades da Indstria de Automao dentro do complexo eletroeletrnico, como tambm tm participao de forma direta ou indireta das outras reas desse complexo. Este estudo surgiu a partir de uma articulao iniciada em fevereiro de 2008 entre a ABDI, a Associao Brasileira da Indstria Eltrica e Eletrnica (ABINEE) e o Frum de Empresrios Exportadores de Tecnologia (FEET) tendo ainda o apoio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnolgico do Complexo Eletroeletrnico e Tecnologia da Informao (IPD Eletron). Seu objetivo maior fornecer subsdios que permitam alavancar aes para o aumento da competitividade das empresas do setor de Eletrnica para Automao nos mercados interno e externo. Entendendo que a competitividade da indstria nacional est condicionada possibilidade de atender novas demandas (de consumo, regulatrias, tecnolgicas, ambientais, dentre outras), de fundamental importncia que a maior parte dos atores do setor industrial tenham projetos que viabilizem uma reflexo de futuro baseada em metodologias consagradas, de forma a possibilitar direcionamentos estratgicos de curto, mdio e longo prazo. Diante desta necessidade, e com o objetivo de acelerar o desenvolvimento do setor, alinhado s polticas do Estado, com vistas a subsidiar decises de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovao da Indstria de Automao a ABDI contratou o Centro de Gesto em Estudo estratgico, entidade ligada ao Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) por meio de contrato de gesto e com grande experincia em prospeco tecnolgica.

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Considerando os dados obtidos no estudo de tendncias do setor foi observado o alinhamento com o estudo de patentes e com o mapa de rotas tecnolgicas. Observou-se que os dados do setor acompanhados nos organismos de estatsticas como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), BNDES e outros, esto encapsulados como sendo automao industrial, no guardando a classificao pelos segmentos industrial, predial, comercial e bancrio. Essa situao dificulta sobremaneira a anlise por segmento especfico. Constatou-se que este setor organizado, competitivo, possui base tecnolgica nacional e sua cadeia produtiva participa ativamente na cadeia produtiva de diversos outros setores ou complexos industriais da economia nacional, tais como: siderrgico; txtil; plstico; petroqumico; naval; defesa; higiene pessoal, perfumaria e cosmticos; construo civil; automotivo; nanotecnologia; e

biotecnologia. Portanto, essa participao ativa faz com que o setor em estudo necessite de mecanismos geis que permita o adensamento de sua cadeia produtiva para que esta seja efetivamente uma cadeia de valor. O relatrio do panorama setorial de Eletrnica para Automao tem a seguinte estrutura: aps esta breve apresentao, a seo seguinte apresenta a introduo, em seguida feita a contextualizao do estudo, por meio de uma descrio do segmento, contemplando aspectos macro-econmicos, balana comercial, dimenses do mercado, atores, cadeia produtiva do setor, certificao e normatizao, gesto do setor e aspectos scio-ambientais contendo elementos conceituais de base e definies que envolvem o setor de Eletrnica para Automao, permitindo, assim, fornecer o contexto dos eixos abordados neste panorama, direcionando o estudo aos bens de produo industrial gerado por meio da automao.

1.1. Objetivos do EPS de Eletrnica para Automao O objetivo principal deste estudo oferecer indicaes de rotas estratgicas e tecnolgicas com recomendaes de curto mdio e longo prazo que permitam aumentar a competitividade da Indstria de Automao no mercado nacional e 3

internacional, em sintonia com o desenvolvimento sustentvel, o que propiciar os seguintes benefcios: Fortalecimento da competitividade das empresas no mercado nacional, inibindo as importaes de produtos transformados, com reflexos positivos no nvel de emprego e renda; Aumento da insero internacional do setor de Eletrnica para Automao, com melhoria na balana comercial; Integrao, consolidao e fortalecimento da Indstria de Automao de modo a se transformar em um produtor global de bens e servios de automao, com capacidade de liderana no mercado interno e externo; e Aumento das competncias empresariais, gerenciais e tcnicas, por meio de treinamento e parcerias das empresas com os rgos de ensino, pesquisa (P, D & I) e centros de tecnologia e inovao (CTIs) nacionais e internacionais. Esse objetivo pode ser atingido a partir do diagnstico do setor e da anlise detalhada sobre os fatores que condicionam sua estrutura industrial, bem como a dinmica competitiva e inovadora dos agentes que integram a cadeia produtiva industrial no Brasil e no contexto mundial. A partir desse diagnstico so realizados os estudos de perspectivas futuras e prospeco de dados do setor a fim de se elaborar mapas de rotas estratgicas e tecnolgicas. Este estudo fomenta bases que permitiro a continuao do EPS em suas fases seguintes perspectivas e prospectivo, a fim de oferecer meios para a reflexo, o aprofundamento e a contextualizao do setor principal abordado, sobre as principais tendncias futuras e questes relevantes para o setor de Eletrnica para Automao, tendo em vista os elementos-chave que compem os vetores de crescimento da oferta e demanda nos prximos quinze anos (2009 2024). Ele permitir, assim, subsidiar a formulao e execuo a curto, mdio e longo prazo de programas e aes especficas para fortalecer a sustentabilidade e a competitividade do setor, e a construo de uma nova rota estratgica e tecnolgica para o setor de Eletrnica para Automao. Esses resultados, tambm, daro suporte ao direcionamento de uma poltica de desenvolvimento de produtos industriais no setor 4

de Eletrnica para Automao e gerao de servios nos segmentos de Automao Industrial, Predial, Comercial e Bancria. O Estudo Prospectivo Setorial de Eletrnica para Automao, busca sinalizar tendncias e questes relevantes para a formulao e implantao de um Plano Executivo Setorial com vistas ao aumento da competitividade do setor em um horizonte temporal de quinze anos por meio medidas, projetos, metas, recursos e apontamento dos respectivos responsveis. O EPS constitui parte importante do esforo para atender necessidade de se definir polticas nacionais com viso de futuro, que tem como ponto central a mudana do patamar da indstria pela inovao e diferenciao de produtos e servios, com insero e reconhecimento nos principais mercados do mundo, alcanadas a partir de escolhas estratgicas. Pretende-se alcanar em 2024, uma estrutura renovada, capaz de proporcionar ao setor uma dinmica de excelncia internacional, que refletir no parque industrial e economia brasileira, com base na obteno de resultados com alto valor agregado. Para atingirmos tais objetivos, as rotas projetadas e as polticas pblicas propostas devero estar em sintonia com as tendncias e tecnologias globais, tendo como referncia um trabalho detalhado de benchmarking

internacional e um diagnstico da Indstria de Automao brasileira, atravs da identificao de gargalos (pontos crticos) e as oportunidades mais relevantes para o seu desenvolvimento.

1.2. Metodologia O mtodo para o desenvolvimento do EPS de Eletrnica para Automao foi customizado a partir da metodologia adotada pelo CGEE que se baseia no conceito de foresight (anteviso) e tm como princpio a construo coletiva, onde lideranas empresariais e de governo so reunidos com especialistas da academia e de centros tecnolgicos para discutir estratgias de longo prazo para o setor. O mtodo deste estudo foi idealizado para atuar de maneira iterativa e incremental para dar celeridade e consistncia ao seu desenvolvimento.

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As fases do mtodo so: inicial, principal e comprometimento. Na fase principal so consideradas trs etapas que geram os seguintes produtos para tomada de deciso: a) Panorama setorial: contm o diagnstico do setor, apresentando um retrato atual do setor no Brasil e sua insero nos mercados mundiais; b) Perspectivas setoriais: visa apresentar as principais tendncias e questes relacionadas ao setor com a viso de futuro requerida pelo estudo. Contm uma anlise SWOT com as foras, fraquezas, ameaas e oportunidades do setor, estudo de patentes, viso de futuro e tendncias setoriais. Tambm consta a priorizao das reas; e c) Prospectivo setorial: o relatrio final do EPS e apresenta a estratgia concebida para a mudana do patamar do setor pela inovao e diferenciao de produtos e servios, base para o aumento de sua competitividade, com o mapa de rotas estratgicas e mapa de rotas tecnolgicas, estudo de patentes, pesquisa Delphi, cadeia produtiva, bem como as recomendaes de mdio e longo prazo. constitudo por: Mapa de Rotas Estratgicas: Apresentao visual do Plano Estratgico com Foresight; e Mapa de Rotas Tecnolgicas: Apresentao visual das Rotas Tecnolgicas para competitividade global do setor. Aps a elaborao do panorama setorial, foram analisas as tendncias e perspectivas do setor e foram construdas vises compartilhadas de futuro. A partir disso, foram elaborados os mapas de rotas tecnolgicas e estratgicas com horizonte temporal de 15 anos. Estabelecer a viso para os setores e organizar o conhecimento necessrio para construir os caminhos para realiz-la um trabalho coletivo, baseado no conhecimento setorial especfico, que necessita de ampla participao dos vrios atores envolvidos com o setor, suas temticas, organizao e gesto. O Relatrio Final do EPS (Prospectivo Setorial) apresenta uma sntese de todo estudo realizado pelo CGEE e por especialistas do setor. Ressalta-se que a estratgia e as diretrizes apontadas no EPS devem ser tomadas como referncia 6

para a elaborao do Plano Estratgico Setorial (PES), produto final do Programa Estratgico Setorial da ABDI. Alm de cumprir seu objetivo principal de fornecer subsdios para a formulao da poltica industrial, o EPS fornece uma importante base para o planejamento estratgico das empresas, proporcionando uma melhor definio de posicionamento de mercado e de um plano de negcios de longo prazo. Para cumprir a sua misso de promover o desenvolvimento industrial e tecnolgico brasileiro, a ABDI utiliza um processo para desenvolver o Programa Estratgico Setorial PES, como instrumento para organizao das aes para dez setores estratgicos da economia brasileira. A Figura 1 apresenta as principais etapas do processo de desenvolvimento do PES.

Figura 1 - Processo de elaborao do Programa Estratgico Setorial - PES.Fonte: ABDI, 2009.

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1.3. Dimenses de Anlise Na elaborao do relatrio do Panorama Setorial foram consideradas dimenses (vetores) que compem a base de apoio para o EPS e nortearam as pesquisas, anlises e debates por meio de oficinas com especialistas: a) Mercado: Aspectos essenciais para a insero competitiva das inovaes brasileiras no mercado interno e externo, tais como: tamanho, distribuio geogrfica e concorrente; b) Tecnologia: Elementos necessrios para o processo de desenvolvimento tecnolgico, incluindo: pesquisa e desenvolvimento, aquisio e

transferncia de tecnologia, gerao de patentes, e tecnologias-chave para aplicaes comerciais; c) Talentos: Aspectos humanos da inovao, incluindo a criao e difuso do conhecimento, considerando: educao e formao profissional; treinamento tcnico e empresarial; e apoio a mo-de-obra; d) Investimentos: Dimenso financeira da inovao da produo, incluindo: investimento em P, D & I, apoio ao empreendedorismo e

empreendimentos de risco, e implementao de estratgias de inovao de longo prazo; e) Infraestrutura Fsica: Estruturas fsicas que apiam a inovao centrada na P, D & I, Produo e Logstica, incluindo redes de informao, transporte, sade, gua e energia; e f) Infraestrutura Scio-Poltico-Institucional: Estruturas polticas que apiam a inovao, incluindo: proteo propriedade intelectual, regulao de negcios, marco legal, aes em curso, Instituies, estruturas para colaborao entre os stakeholders de inovao, incluindo elementos necessrios para proteo e preservao do meio-ambiente e impactos do setor, polticas de trocas e substituio de produtos, processos considerando impacto ambiental e reciclagem. No Quadro 1 a seguir relaciona os focos de anlise do EPS.

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Quadro 1 - Dimenses de anlise do EPS.

DimensesTalentos

SubdivisoTcnicos Empresariais Produto Processo Meio Ambiente Patentes P, D & I Produo Tamanho Distribuio Geogrfica Concorrentes P, D & I Produo Energia gua Logstica Marco Legal Aes em Curso (PPA) Instituies

Tecnologia

Investimentos Mercado

Infraestrutura Fsica

Infraestrutura Scio-Poltico-Institucional

1.4. Comit Gestor Os principais resultados do EPS de Eletrnica para Automao foram avaliados por um Comit Gestor (CG), rgo deliberativo do EPS e instncia decisria do Estudo cuja atribuio acompanhar, referendar e aprovar os resultados apresentados nos relatrios do EPS. Sua estrutura constituda por empresrios do setor, representantes de entidades de classe, representantes de instituies governamentais ligadas ao setor industrial, agncias de fomento, CGEE e ABDI. Essas instituies so: Associao Brasileira da Indstria Eltrica e Eletrnica, Frum de Empresas Exportadoras de Tecnologia, APEX Brasil, Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (INMETRO), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT), Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Isso permitiu

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atender aos objetivos gerais da ABDI, de articular, coordenar e promover a execuo da PDP em interao com os diversos rgos pblicos e com a iniciativa privada. 1.5. Principais Produtos O Estudo orienta o desenvolvimento tecnolgico e a inovao, sendo estes, fatores de contribuio para uma indstria nacional mais competitiva no mercado global. Outro objetivo gerar maior capacidade dos lderes empresariais do setor para desenvolver novas competncias e estratgias que os possibilitem atingir metas especficas, organizadas no tempo. O mesmo est dividido em trs etapas: Panorama Setorial, Perspectivas de Futuro e Estudo Prospectivo. A construo dos elementos prospectivos do estudo se baseia nos comentrios e recomendaes de especialistas do setor, obtidos por meio de oficinas de trabalho e consultas estruturadas. No Relatrio de Panorama Setorial foi realizada a contextualizao do estudo, por meio de uma descrio do segmento, contemplando aspectos macroeconmicos, balana comercial, dimenses do mercado, atores, cadeia produtiva do setor, certificao e normatizao, gesto do setor e aspectos scio-ambientais contendo elementos conceituais de base e definies que envolvem o setor de Eletrnica para Automao, permitindo, assim, fornecer o contexto dos eixos abordados neste panorama, direcionando o estudo aos bens de produo industrial gerado por meio da automao. No Relatrio Prospectivo Setorial sero apresentados os mapas de rotas estratgicas e tecnolgicas que so instrumentos de apoio deciso para a Indstria de Automao estar alinhada PDP. Eles oferecem subsdios formulao e implementao de programas e polticas pblicas que possam vir a fortalecer a competitividade e desempenho inovador do setor em um horizonte temporal de 15 anos. O mapa de rotas estratgicas contm a viso estratgica do setor e apresenta a estratgia sntese, os focos estratgicos, rede de inter-relacionamento, bem como as macro-aes por objetivos estratgicos. No mapa de rotas tecnolgicas so apresentadas as tendncias de futuro, os requisitos e as linhas tecnolgicas e ciclos de inovao de insumos, processo e servios. As recomendaes contidas nesses mapas podem ser consideradas como rotas que organizam um conjunto de aes no 10

curto, mdio e longo prazo para a Indstria de Automao focalizando os segmentos de Automao Industrial, Predial, Comercial e Bancria. 1.6. Setor de Eletrnica para Automao O setor de Eletrnica para Automao muito abrangente e pode ser direcionado para diferentes reas de aplicao, tais como automao industrial, predial, comercial, bancria, agrcola, servios, administrao pblica, entre outras. Ele est presente em diferentes nveis de atividades do homem, desde a medicina at a astronomia, ampliando a capacidade de interao com a natureza e os processos. Este setor mantm um perfil marcado pelo predomnio de empresas de mdio e grande porte, mas que abrange tambm empresas de pequeno porte, atuando com alta tecnologia em nichos especficos, sendo classificado pela ABINEE como uma grande rea do complexo eletroeletrnico. As empresas de grande porte que atuam no setor tm origem transnacional e poucas realizam atividades de P, D & I localmente. 1.6.1. Entidades Representativas do Setor ABINEE Associao Brasileira da Indstria Eltrica e Eletrnica foi fundada em Setembro de 1963 e conta atualmente com 600 empresas associadas. uma entidade civil sem fins econmicos que representa o complexo eletroeletrnico do Brasil, englobando as seguintes reas de atuao com suas respectivas Diretorias: Automao Industrial: equipamentos para controle e superviso de processos, manufatura, integradores de sistemas, controladores lgicos e numricos, instrumentos de medio de grandezas eltricas e no eltricas, sensores, equipamentos de alarme e segurana, equipamentos eletroeletrnicos para uso mdico-hospitalar, entre outros; Componentes Eltricos e Eletrnicos: resistores, capacitores,

transformadores para eletrnica, chaves, alto falantes, conectores, cinescpios, diodos, transistores, circuitos integrados, circuitos impressos, laminados, entre outros;

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Equipamentos Industriais: componentes para mquinas e equipamentos, seccionadores de baixa tenso, comutadores, chaves fim-de-curso, botoeiras, contatores, rels, chaves de partida, conectores eltricos, equipamentos eltricos para atmosfera explosiva, acionamentos estticos, retificadores, fornos eltricos, motores eltricos, geradores, entre outros; Gerao Transmisso seccionadoras, transformadores, e Distribuio de Energia Eltrica: chaves

disjuntores,

turbogeradores,

hidrogeradores, conectores para

rels de proteo, ferragens e

transmisso e distribuio, medidores para eletricidade, capacitores e banco de capacitores, painis eltricos de baixa, mdia e alta tenso, entre outros; Informtica: Computadores, perifricos e acessrios, sistemas de energia ininterrupta, estabilizadores, entre outros; Material Eltrico de Instalao: interruptores, plugues, tomadas, disjuntores de baixa tenso, fusveis, reatores, ignitores, chuveiros, caixas de derivao e passagem, quadros de distribuio, equipamentos de iluminao, fios, cabos e agregados, entre outros; Servio de Manufatura em Eletrnica: segmentos de terceirizao do processo de montagem de placas de circuito impresso, fabricando, montando e testando sistemas eletrnicos e produtos completos, que so utilizados em computadores, telefones celulares, carregadores de celular, eletrnica de consumo, leitores magnticos, placas de estao de rdio base, entre outros; Equipamentos de Segurana Eletrnica: equipamentos eletroeletrnicos, acessrios e integrao de sistemas de segurana patrimonial, pessoal, veicular e de combate a incndio, entre outros; Telecomunicaes: equipamentos de fora para telecomunicaes,

acessrios e cabos para telecomunicaes, equipamentos de comutao pblica e privada, equipamentos de transmisso e comunicao de dados, terminais de telecomunicaes, sistemas de telefonia celular,

equipamentos de radiocomunicao e radiodifuso, entre outros; e 12

Utilidades Domsticas: eletrodomsticos portteis e de linha branca, ferramentas eltricas manuais, aparelhos de udio e vdeo, eletroeletrnica embarcada, entre outros; reas temticas para dar suporte s Diretorias das reas, aos grupos setoriais e aos grupos de trabalho: Economia; Jurdica; Pequenas e Mdias Empresas; Relaes Governamentais; Relaes Internacionais; Responsabilidade Socioambiental; e Tecnologia e Poltica Industrial; Atua em mbito nacional, tendo o escritrio central em So Paulo e as seguintes regionais: Distrito Federal Braslia; Minas Gerais Belo Horizonte; Nordeste Recife; Paran e Santa Catarina Curitiba; Rio de Janeiro e Esprito Santo Rio de Janeiro; e Rio Grande do Sul Porto Alegre. Misso: Assegurar o desenvolvimento competitivo no complexo

eletroeletrnico do pas, a defesa dos seus legtimos interesses e sua integrao comunidade. Segundo levantamento da ABINEE/SINAEES existe 427 empresas no Brasil atuantes no setor de Eletrnica para Automao em 2009 (Anexo XII), distribudas nos segmentos de Automao Industrial, Predial, Comercial e Bancria, onde 180 destas empresas so associadas ABINEE/SINAEES, com distribuio geogrfica apresentada no Grfico 1, e atuantes nos segmentos de Automao Industrial, Predial, Comercial e Bancria, mostrada no Grfico 2. Entretanto, no subitem 4.2.2.2 Os Nmeros do Setor de Eletrnica para Automao apresentado um conjunto de informaes da ABINEE e IBGE referentes produo de equipamentos, mquinas, softwares e servios utilizados neste setor que demonstram a importncia crescente no sistema produtivo nacional. Esses dados so da PIA Empresa (Pesquisa Industrial Anual do IBGE) e confirmam que h um maior nmero de empresas nessa atividade em 2007 (ltimo ano disponvel) a quantidade de empresas cuja atividade principal restringia-se ao desenvolvimento de produtos para automao industrial era de 3.835. Uma questo relevante que as instituies do Brasil que processam dados do setor de Eletrnica para Automao (ABINEE, IBGE e FEBRABAN) no consideram a segmentao tratada neste estudo: industrial, predial, comercial e bancria. Essas instituies consideram as empresas como tendo representatividade 13

nas reas industrial, eltrica e eletrnica, gerao de energia e/ou informtica e outras. Assim, os dados so em sua grande parte mascarados ou encapsulados de maneira diferente dos dados tratados neste estudo.

DF CE, DF 1% SC 2% RJ 5% MG 6% PR 6%

1%

BA

1%

MA, BA, PE, ES < 1%

RS 11% SP 66%

Grfico 1 Distribuio Geogrfica de Empresas da Indstria de Automao no Brasil. Fonte: ABINEE, 2009.

Predial + Industrial 10% Bancria 6% Comercial 2% Predial 18%

Comercial + Bancria 4%

Todas 2%

Industrial 58%

Grfico 2 - Distribuio de Segmentos de Atuao de Empresas em Automao no Brasil. Fonte: ABINEE, 2009.

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FEET Frum de Empresrios Exportadores de Tecnologia: Representa os interesses particulares das empresas nacionais de base tecnolgica e controle acionrio nacional de maneira complementar as entidades de classe existentes. O FEET um frum de referncia perante a sociedade e o governo brasileiro das empresas brasileiras de base tecnolgica, com real poder de articulao de estratgias e polticas, atuando e interagindo no processo de: Interface poltica; Comunicao; Desenvolvimento do mercado domstico; Promoo comercial no mercado internacional; Compras governamentais; e Rede de empresas para negcios. Misso: A principal misso do FEET articular a indstria brasileira de base tecnolgica, buscando seu crescimento e melhorando a competitividade e o desenvolvimento social do Brasil, obedecendo aos seguintes princpios: Conhecimento tecnolgico e capacidade de inovao so essenciais ao crescimento e a competitividade econmica do Brasil; O fortalecimento das empresas brasileiras de base tecnolgica aumenta a competitividade internacional do pas; Para ocupar papel de destaque no cenrio mundial, como exportador de bens e servios com tecnologia agregada, o Brasil precisa sediar os ativos tecnolgicos das empresas; e O domnio tecnolgico gera valor econmico diferenciado e eleva o desenvolvimento humano da sociedade. Atualmente o grupo FEET conta com 35 empresas concentradas em grande peso nos estados do Rio Grande Sul, So Paulo e Minas Gerais, mas com representantes praticamente em todos os Estados do Brasil conforme mostra o Grfico 3. Essas empresas atuam no setor de Eletrnica para Automao, distribudas nos segmentos de Automao Industrial, Predial, Comercial e Bancria conforme mostra o Grfico 4. No Anexo I so apresentadas a relao dessas empresas, linhas de produtos, e respectivas reas de atuao.

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Grfico 3 Distribuio Geogrfica da Concentrao das Empresas que constituem o FEET. Fonte: ABINEE, 2009.

Bancria Comercial 4%

13% Industrial 56%

Predial

27%

Grfico 4 - Distribuio de Segmentos de Atuao das Empresas que constituem o FEET. Fonte: ABINEE, 2009.

IPD Eletron - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnolgico do Complexo Eletroeletrnico e Tecnologia da Informao uma entidade civil de direito privado sem fins econmicos, com autonomia patrimonial, administrativa e financeira, constitudo pela ABINEE, cuja principal misso estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a cultura da inovao no complexo eletroeletrnico, mediante a interao entre empresas e instituies de P, D & I, a dinamizao das redes tecnolgicas e o apoio captao de recursos, promovendo o desenvolvimento tecnolgico do complexo eletroeletrnico a fim de aumentar sua competitividade internacional. 16

1.6.2. A Automao no Contexto do Complexo Eletroeletrnico O complexo eletroeletrnico brasileiro engloba atividades nos seguintes segmentos: indstria de transformao; integrao de sistemas; produo de software de aplicao destinado especificamente ao setor; prestao de servios de utilidade pblica nas reas de energia eltrica e de telecomunicaes; e outras atividades correlatas. O setor eletroeletrnico, segundo a ABINEE, engloba as seguintes reas de atuao: Automao Industrial; Componentes Eltricos e Eletrnicos; Equipamentos Industriais; Gerao Transmisso e Distribuio de Energia Eltrica; Informtica; Material Eltrico de Instalao; Servio de Manufatura em Eletrnica; Equipamentos de Segurana Eletrnica; Telecomunicaes; e Utilidades Domsticas.

A Indstria de Automao estratgica no setor eletroeletrnico e na malha produtiva nacional, por se tratar de uma rea de intenso e constante avano tecnolgico e pelo seu carter de racionalizar e inovar processos de produo e, consequentemente, melhorar a qualidade dos produtos. Os produtos da rea de Automao condicionam as operaes e a eficincia dos segmentos da economia. preciso destacar, que algumas empresas do setor eletroeletrnico so fornecedoras de outras empresas, como o caso das empresas de automao (peas e equipamentos de automao industrial), empresas de componentes e de materiais de instalao. Os grficos apresentados a seguir constatam as informaes sobre faturamento, exportaes e importaes do setor eletroeletrnico, evidenciando a participao do segmento de Automao Industrial: Faturamento (Grfico 5), Exportaes de produtos (Grfico 6) e Importaes de produtos (Grfico 7).

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Daqui para o ano de 2024, deseja-se muito mais que um crescimento acelerado, mas construir uma trajetria de desenvolvimento que contemple, ao mesmo tempo, crescimento e mudana estrutural, considerando que o dficit comercial externo grande e provoca repercusses negativas no s no prprio setor, mas nas contas externas da economia brasileira em seu conjunto.Utilidades Domsticas (12%)Telecomunicaes (17%)

Automao Industrial (3%)

Componentes (8%) Equip. Industriais (15%)

Material de Instalao (7%) Informtica (28%)

GTD (10%)

Grfico 5 - Faturamento do Complexo Eletroeletrnico. Fonte: ABINEE, 2009.

Utilidades Domsticas (11%) Telecomunicaes (26%)

Automao Industrial (3%)

Componentes (33%)

Material de Instalao (3%) Informtica (3%) GTD (9%) Equip. Industriais (12%)

Grfico 6 - Exportaes de Produtos do Complexo Eletroeletrnico. Fonte: ABINEE, 2009.

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Telecomunicaes (10%) Material de Instalao (3%) Informtica (7%) GTD (1%) Equip. Industriais (9%)

Utilidades Domsticas (7%)

Automao Industrial (7%)

Componentes (56%)

Grfico 7 - Importaes de Produtos do Complexo Eletroeletrnico. Fonte: ABINEE, 2009.

1.6.2.1. Complexo Eletroeletrnico Convencionalmente, a indstria eletroeletrnica est inserida no setor secundrio da economia que transforma produtos naturais produzidos pelo setor primrio em produtos de consumo, ou em mquinas industriais (produtos a serem utilizados por outros estabelecimentos do setor secundrio). A bem da verdade, a indstria eletroeletrnica compe a indstria de transformao porque alm de modificar produtos primrios em bens secundrios, modifica produtos secundrios (principalmente mquinas e equipamentos) em algo mais avanado, incorporando maior agilidade, produtividade e preciso nessas mquinas e/ou equipamentos. Poder-se-ia dizer que o setor eletroeletrnico, principalmente o eletrnico, constitui um secundrio avanado. Esse complexo eletroeletrnico apresenta participaes econmicas,

industriais e na balana comercial relevantes nos pases mais desenvolvidos. neste setor que a matria-prima transformada em um produto manufaturado utilizado na Indstria de Automao, existindo grande utilizao do fator capital, sendo verdadeiro e mais notado nos segmentos que so eletromecnicos intensivos. A indstria eltrica e eletrnica agrega uma srie de componentes eltricos, eletrnicos, componentes de automao e eletromecnicos, possibilitando assim, aos equipamentos mecnicos, maior preciso e desempenho. A automao de processos transforma tambm matrias-primas em produtos industrializados e por constituir um setor secundrio avanado, tambm est inserida 19

no setor primrio (agroindstria e agronegcios) e no setor tercirio (comrcio, bancos e servios) com a posio que cada atividade normalmente est na cadeia de produo e consumo. Alm da transformao industrial ele envolve a produo mineral, construo civil e indstria de transformao, alm dos fatores de localizao, industrializao, capital, matria-prima, energia, mo-de-obra, mercado consumidor e meios de transporte. A indstria de transformao pode ser dividida em dois grandes grupos: a) Indstria de bens de produo, tambm denominadas indstria de base ou indstria pesada; e b) Indstria de bens de consumo, dividida em bens durveis e bens no durveis. O complexo eletroeletrnico brasileiro engloba atividades nos seguintes segmentos: produo de mquinas, equipamentos, dispositivos e componentes eltricos e eletrnicos; indstria de transformao; integrao de sistemas; produo de software de aplicao destinado especificamente ao setor; bens de informtica e de telecomunicaes; prestao de servios de utilidade pblica nas reas de energia eltrica e de telecomunicaes; e outras atividades correlatas. As empresas do complexo eletroeletrnico instaladas no pas atuam na produo de bens de capital, bens de consumo e componentes. De acordo com a organizao da ABINEE, essas empresas encontram-se internamente distribudas em reas de coordenao, criadas com o objetivo de aglutinar empresas por famlia de produtos. preciso destacar, que empresas do setor eltrico e eletrnico so fornecedoras de outras empresas e de outros setores produtivos e, principalmente as empresas de automao, com a prestao de servios e fornecimento de partes, peas e equipamentos, contribuem para o desenvolvimento e atualizao tecnolgica.

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1.6.2.2. Fatores de Competitividade do Setor O sistema da globalizao requer que as empresas sejam pr-ativas no mercado em que atuam para criar um diferencial competitivo, de maneira a reduzir custos de produo, aumentar a qualidade e ganhar agilidade, exigindo a otimizao do processo produtivo; utilizao intensa de tecnologias de integrao; tcnicas de modelagem; simulao; monitoramento e controle; estratgias claramente definidas; apoio dos agentes governamentais; integrao com instituies de cincia e tecnologias; integrao com fornecedores; utilizao de padres; aplicao de normas, padres e certificaes; integrao com os clientes; cumprimento das recomendaes de ps-venda. Segundo Porter (1992), a vantagem competitiva deve ser analisada de forma desagregada, e no com um enfoque generalizado dentro de uma empresa, pois cada atividade contribui para os custos relativos, alm de criar oportunidades para a diferenciao. Esta diversificao pode ter origem na compra de matria-prima de alta qualidade, em um sistema gil de atendimento a clientes, entre outros aspectos que so susceptveis a mudanas, com o objetivo de agregar valor ao produto final. O valor significa o montante cujos compradores esto dispostos a pagar pelo que a empresa oferece e deve ser usado na posio competitiva, pois, geralmente, as empresas aumentam seus custos para impor um preo-prmio, decorrente da diferenciao. O conceito de competitividade objeto de percepo autoral. Como base deste estudo, torna-se imprescindvel considerar os principais fatores de competitividade do setor. Freyssenet (1992) aponta os seguintes: Desempenho das exportaes industriais: a partir do aumento de competitividade e seus efeitos sobre o comrcio externo, sendo competitivas as indstrias que ampliam sua participao na oferta internacional de determinados produtos. Este conceito abrangente, pois alcana as condies de produo e outros fatores inibidores ou facilitadores das exportaes, tais como: polticas cambiais e comerciais, eficincia de canais de comercializao e de sistemas de financiamento, acordos internacionais, estratgias inter companies, entre outros; e

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Eficincia: noo que traduz a capacidade de um pas de produzir determinados bens igualando ou superando os nveis de eficincia observveis em outras economias, restringindo-se s condies da produo. As formas de avaliao da competitividade, sob o conceito de eficincia, so os seguintes: Preo e qualidade, em que, analisando-se os diferenciais entre preos internacionais e os de um pas especfico, competitivas seriam as indstrias que obtivessem preos abaixo dos internacionais. Algumas vezes, o preo decorrente da variao da qualidade; Tecnologia, em que o nvel de atualizao tecnolgica acarreta aumento da capacidade e da eficincia produtiva, conferindo vantagens ao processo produtivo; Salrios, sob a viso de que baixos salrios industriais conferem competitividade produo; Produtividade, tomada a premissa de que o aumento da produtividade em determinada indstria de um pas, em relao mesma indstria em pases concorrentes, est correlacionado com aumento de competitividade; e Condies gerais de produo, em que so conjugados os diversos aspectos envolvidos (por exemplo: custo relativo dos recursos locais, tecnologia de produo, capacitao tcnica, P, D & I, entre outros). Considera-se, ento, a definio de competitividade de Freyssenet (1992): capacidade de uma indstria (ou empresa) de produzir mercadorias com padres de qualidade especficos, requeridos por mercados determinados, utilizando recursos em nveis iguais ou inferiores aos que prevalecem em indstrias semelhantes no resto do mundo, durante certo perodo. Esta conceituao permite que tanto indicadores quantitativos quanto qualitativos devam ser tomados em considerao para a anlise da competitividade. Na evoluo do conceito, competitividade definida como a capacidade da empresa de formular e implementar estratgias concorrenciais que lhe permitam 22

ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posio sustentvel no mercado (SHIROMA, 1993), baseado na dinmica do processo de concorrncia. A impreciso da conceituao deve-se, em parte, aos prprios fatores determinantes da competitividade, que podem ser agrupados em: Empresariais: internos empresa, que sobre elas detm poder de deciso e controle; Estruturais: referentes indstria/complexo industrial, que sobre elas tem capacidade de interveno limitada pela concorrncia, de carter setor-especfico; e Sistmicos: externalidades sobre as quais o poder de interveno pouco ou nulo: macroeconmicos, poltico-institucionais, legais-

regulatrios, de infraestrutura, sociais e internacionais.

1.7. Caracterizao da Indstria de Automao Dentre os principais fatores que caracterizam a estrutura industrial deste setor destacam-se: a) O predomnio de empresas de mdio e grande porte operando em diferentes nichos de mercado; b) A busca constante por novas tecnologias na fronteira do conhecimento e, portanto, forte interao com o setor de informtica e de produo de sistemas dedicados; c) Preocupao constante com bens mais sustentveis e preservao do meio ambiente; d) Crescimento acelerado do aproveitamento residual, tanto no que se refere ao processo produtivo, quanto posteriormente ao processo produtivo; e e) A crescente importncia do design como fator de competitividade e de agregao de valor produo.

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As empresas de automao no Brasil de mdio e grande porte em sua maioria so de capital estrangeiro. Por outro lado, destaca-se a falta de polticas mais avanadas e inovadoras de recursos humanos, na formao de mo-de-obra qualificada para o processo produtivo, bem como na preparao de mo-de-obra para atuar como prestadores de servios mais eficazes e eficientes. O setor de Eletrnica para Automao apresenta uma alta participao de segmentos de servios, que so aqueles oriundos da formao de base do processo produtivo de eletroeletrnicos e suas reas afins, como diversos prestadores de servios envolvidos com vendas, instalao, conserto e manuteno. Este setor apresenta tambm um elevado grau de verticalizao ao longo do processo produtivo. As empresas, em sua grande maioria, atuam em diferentes estgios ao longo da cadeia produtiva. Nos ltimos anos, o setor de Eletrnica para Automao evoluiu

consideravelmente, buscando se adequar ao novo contexto de competio mundial de equipamentos mais sofisticados, mais acessveis e ecologicamente corretos por meio da inovao tecnolgica. A automao est intrinsecamente ligada aos avanos tecnolgicos no setor produtivo das diferentes empresas. Existe uma interao permanente entre fabricantes e clientes para a adequao dos produtos e servios s necessidades dos usurios, levando em conta sempre os avanos tecnolgicos que ocorrem no mercado globalizado. Destaca-se a crescente inovao tecnolgica nos processos produtivos e na utilizao da automao industrial, passo determinante para o desenvolvimento de novos produtos, proporcionando maior valor agregado produo. Mesmo na fabricao de produtos na fronteira tecnolgica do conhecimento, existe a necessidade do emprego de mo-de-obra no detalhamento do projeto, no processo produtivo, na montagem, aferio e/ou testes. Com o avano tecnolgico e cientfico, o setor de Eletrnica para Automao vem buscando alterar seu processo produtivo, utilizando novos tipos de matriaprima, mais econmicos e sustentveis do ponto de vista ambiental.

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1.8. Tendncias Tecnolgicas em Automao A Eletrnica para Automao um setor bastante afetado pelas crises econmicas, uma vez que as incertezas quanto ao futuro e as recesses econmicas impactam diretamente os novos investimentos, tanto em novas plantas industriais como na modernizao das indstrias j existentes que demandam produtos de automao. Por outro lado, o acirramento do processo competitivo estimula a busca permanente de novas rotas para o desenvolvimento industrial. Em alguns casos, so utilizadas salas limpas para assegurar a fabricao de componentes eletrnicos principalmente na rea de semicondutores para atender demandas especficas. Na automao industrial, importante uma permanente inovao tecnolgica para acompanhar a fronteira tecnolgica dos produtos a serem fabricados e servios atrelados para atender a demanda cada vez mais exigente dos diferentes clientes, acompanhando os avanos que esto sendo realizados nos pases mais industrializados. O setor de Eletrnica para Automao se caracteriza por volumes relativamente pequenos de produo e uma grande variedade de aplicaes, e tipicamente utiliza novas tecnologias desenvolvidas para outros mercados, onde os fornecedores tendem a customizar equipamentos e sistemas para necessidades especficas, tornando a inovao mais orientada para aplicaes do que propriamente para a gerao de novas tecnologias. Os sistemas de automao tendem a ser flexveis e eficientes e cada vez mais abertos para diferentes aplicaes (como exemplo, pode-se citar o caso do Controlador Programvel Industrial). Dentro do cenrio futuro da Indstria de Automao, especialistas prevem uma inflexo na trajetria tecnolgica que poder gerar um crescimento explosivo no processo de inovao, com base em tecnologias de fronteira. Consequentemente, os conceitos de automao podero ser ampliados utilizando-se diferentes tecnologias e, dentre elas, pode-se vislumbrar o fim do ciclo do silcio com a vinda da bioautomao, biotecnologia, nanotecnologia, microelectro-mechanical systems (MEMS), comunicaes neurais, lgica DNA,

biomateriais, biocomputador, biochip, memria hologrfica, protemica, novos

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materiais e TIC (Tecnologia da Informao e Comunicao), que devero se inserir cada vez mais no contexto dos projetos em automao. (fonte) A viso idealizada da fbrica do futuro envolve plantas totalmente automatizadas, contando com dispositivos robticos inteligentes capazes de atender rapidamente uma ampla gama de clientes on-line demandando produtos

customizados. O desenvolvimento recente das comunicaes e informtica d suporte a esta viso atravs da integrao de mltiplos sensores, redes sem fio em banda larga, softwares de diagnstico com sistemas especialistas, interfaces flexveis, permitem o controle centralizados de operaes dispersas e acesso a mecanismos hierrquicos e automticos de tomada de deciso e correo de erros. Como principais tendncias tecnolgicas podem ser citados alguns exemplos: Sensores nanomtricos de baixo custo podero medir praticamente tudo e redes de mquinas interligadas atravs da internet; Novos softwares aplicativos devero ser embarcados em minsculos sensores sem fio e distribudos para redes complexas de sistemas adaptativos, permitindo a coordenao de operaes em diferentes partes do mundo; e As fbricas se tornaro altamente reconfigurveis (atuadores, sensores, redes, softwares e outros) e flexveis viabilizando a rpida adaptatividade de novos produtos. Por outro lado, as principais tendncias da Indstria de Automao da manufatura a agregao de valor e novos conhecimentos ao produto, por meio da: Descentralizao da indstria, que no ser mais concentrada em poucos pases considerados industrializados para se espalhar em diferentes regies; Reduo de tamanho das grandes fbricas, tornando-as mveis, acompanhando a disponibilidade de recursos produtivos e as

necessidades de clientes; e Inovao continua das empresas fornecedoras de equipamentos e sistemas de modo a atender globalmente seus clientes atravs da customizao e servios avanados. 26

1.9. Concluses e Recomendaes A implementao de uma estratgia de desenvolvimento da Indstria de Automao crucial para que se construa uma trajetria de longo prazo renovada, na direo da maior autonomia tecnolgica e do aumento do valor agregado pela indstria local, reconhecendo seu valor estratgico para o desenvolvimento nacional. A construo dessa nova realidade demanda elevada coordenao poltica para aprimoramento dos mecanismos j existentes e mobilizao dos agentes para a construo dos instrumentos que ainda se mostram necessrios. Nesse sentido, os agentes do governo e a iniciativa privada precisam trabalhar juntos na elaborao das prioridades e no detalhamento dos mecanismos de incentivos para que o objetivo comum seja alcanado no horizonte temporal delimitado neste estudo (2009-2024). Um aspecto fundamental para o sucesso deste estudo que todos os envolvidos se responsabilizem pela consolidao de um novo ambiente institucional e para que suas recomendaes, uma vez estabelecidas, sejam efetivamente implementado, mantendo coerncia, estabilidade e adaptabilidade a mdio e longo prazo, articulando o desenvolvimento da Indstria de Automao. A partir do desenvolvimento deste Panorama e utilizando como referncia o estudo A indstria Eltrica e Eletrnica em 2020: Uma estratgia de Desenvolvimento elaborada pela LCA Consultores (ABINEE, 2009), pode-se concluir que: A Indstria de Automao de extrema importncia para a economia brasileira, uma vez que no s produz bens, como tambm constitui uma importante base de desenvolvimento tecnolgico, impulsionando

mudanas continuas nos processos de produo e desenvolvimento de novos produtos; As condies da oferta de produtos do setor de Eletrnica para Automao acabam condicionando as operaes e a eficincia de outros segmentos da economia, alm de gerar, diretamente, oportunidade de emprego para mo-de-obra qualificada;

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um setor que tem apresentado taxas anuais de crescimento elevada, entretanto, o desempenho recente apresenta uma estrutura dependente de importaes de componentes e de produtos finais, marcada pela desindustrializao e com reduo da agregao de valor local (o dficit do setor eletroeletrnico foi de 1,4% do PIB em 2008);

imprescindvel, no apenas continuar crescendo de forma intensa, mas fundamental a alterao da estrutura atual, onde a viso de 2024 construir uma Indstria de Automao com maior autonomia tecnolgica, com o segmento domstico de componentes competitivo

internacionalmente, consolidando o Brasil como player efetivo do mercado internacional, com crescimento significativo do PIB (superior a 7%); O governo deve canalizar recursos e esforos para implementar uma estratgia da Indstria de Automao, o que demanda elevada coordenao poltica e atuao conjunta entre os agentes do governo e a iniciativa privada; Direcionamento do poder de Compra do Estado para potencializar a demanda interna de produtos da indstria de Automao. As entidades pblicas e as empresas de economia mista, nas licitaes nacionais e/ou internacionais por elas realizadas, devem dar preferncia a: i. Produtos fabricados no pas com tecnologia nacional, reconhecidos pela Secretaria de Poltica de Informtica (SEPIN) do MCT; ii. Servios associados aos mesmos produtos; e iii. Criao de financiamentos diferenciados com caractersticas indutoras compra de produtos com tecnologia nacional e servios associados.

Deve ser destacado o desenvolvimento de projetos em TI verde, que considerem a reduo no custo com energia e aes de sustentabilidade, alm da criao de projetos de preservao de reas e legislao especfica sobre o decarte correto de lixo eletrnico e resduo. Segundo proposta elaborada no projeto TI-Verde (CONIP, 2008), divulgado pela ABINEE durante o CONIP 2008 (Congresso de Informtica Pblica), 28

recomenda-se a reativao da Cmara Ambiental de Material Eltrico, Eletrnico e de Comunicao da CETESB, com o objetivo de criar uma legislao especfica sobre o lixo eletrnico. A Cmara tambm poder contribuir com a promoo de parcerias que viabilizem campanhas de educao ambiental de conscientizao da populao, sobre a necessidade do descarte correto deste tipo de resduo. Sem a crise, o saldo negativo da balana comercial da indstria eltrica e eletrnica estaria crescendo quase geometricamente e com esse ritmo, se nada for feito pelo governo e iniciativa privada, o pas ter muitas dificuldades de suportar este dficit (em 2020, seria atingido um dficit de mais de US$ 50 bilhes). Isto provocado principalmente pela importao crescente de componentes eletrnicos e em particular pela importao de semicondutores, o que nos levaria a necessidade de aes extremamente urgentes para melhorar o desempenho das exportaes da indstria eltrica e eletrnica e diminuir sensivelmente as importaes. Em particular, este esforo tambm tem de ser concentrado na rea de Automao Industrial para que se torne um player no mercado internacional. Um cenrio desejvel para a Indstria de Automao em 2020 (ABINEE, 2009) apresentado na Tabela 1:Tabela 1 Cenrio Desejvel para a Indstria de Automao em 2020. Valores Correntes (R$ milhes) Faturamento Consumo Aparente Exportaes Importaes Indicadores de comrcio externo Importaes / Consumo aparente Exportaes / Faturamento Saldo Comercial (US$ milhes) Saldo Comercial (% do PIB) Faturamento (% do PIB) Fonte: ABINEE, 2009 (LCA Consultores Associados). * Consumo aparente = faturamento + importao exportao 2008 3.446 7.051 576 4.182 2008 59,3 16,7 -1.962 -0,1 0,1 2020 20.454 25.237 5.312 10.095 2020 40,0 26,0 -2.194 -0,1 0,3

Pelo exposto, constatou-se a importncia da Indstria de Automao na modernizao do parque fabril dos diferentes setores industriais do pas, 29

considerando a sua importncia como gerador de riqueza, gerador de empregos qualificados, melhora sensvel da competitividade das empresas pela atualizao tecnolgica e pelos impactos favorveis com relao ao meio ambiente, bem como melhoria da qualidade de vida dos nossos cidados; e contribui de maneira sustentvel para o desenvolvimento scio-econmico e ambiental do nosso pas.

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2. IntroduoO complexo eletroeletrnico faz parte da cadeia industrial, onde uma atividade humana, atravs do trabalho, transforma matria-prima em outros produtos, comercializados a seguir dentro de um processo produtivo. Normalmente, a automao diminui os custos e aumenta a qualidade e a velocidade da produo, pois aplica tcnicas computadorizadas ou mecnicas de controle onde os mecanismos verificam seu prprio funcionamento, efetuando medies e introduzindo correes, sem a necessidade da interferncia do homem. Assim, diminui o uso de mo-de-obra em qualquer processo. H alguns anos, a automao referia-se apenas a um processo de mecanizao, ou seja, estava associada diretamente a necessidade do usurio, responsvel pelo comando e o controle, a ferramenta ou dispositivo, a mquina, que o auxiliava e complementava. Entretanto, a necessidade de ampliar as capacidades humanas direcionou o homem para a procura de dispositivos que pudessem processar as informaes do ambiente, e agir sobre o mesmo. Surge o conceito de automao de mquinas e processos, baseada na menor dependncia da capacidade sensorial e decisria do operador, direcionando a substituio da ao humana de controle. Nos dias atuais a presena da automao na economia global crescente e ultrapassou as fronteiras das instalaes industriais. O esforo dirio de conjugao de dispositivos automticos com ferramentas organizacionais e matemticas tem levado criao de sistemas complexos aplicveis s vrias atividades humanas. Assim, no somente a manufatura e processos industriais vm sendo

automatizados, como tambm muitos servios de infraestrutura, os escritrios, prdios, residncias e, at mesmo, cidades. Algumas atividades ainda no podem ser totalmente automatizadas, considerando a superioridade existente entre a capacidade humana e a sua simulao atravs de uma mquina. o caso, por exemplo, da capacidade de discriminao de um olho ou de um ouvido e do reconhecimento de padres, inclusive o reconhecimento de fala. Nos dias atuais, o desenvolvimento de sensores

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inteligentes e sistemas que aprendem representam importantes reas de investigao e pesquisa. A complexidade crescente dos sistemas de automao, associada necessidade constante de novos desenvolvimentos, faz com que os seus efeitos sobre o emprego tenham sido objeto de diversos debates. Desde o incio do sculo XIX, quando do surgimento dos primeiros teares automticos, muito se tem falado sobre a ameaa da substituio da mo-de-obra por sistemas automticos, e muitos afirmam que nveis crescentes de automao conduzem, tambm, a nveis crescentes de desemprego. Inicialmente, a implantao de processos automatizados na indstria tinha o objetivo de alcanar maior produtividade e reduo de custos. Contudo, a experincia revelou que isso nem sempre verdadeiro. O investimento para implantao de sistemas automticos elevado e, alm disso, a nova instalao requer recursos, inclusive humanos, dispendiosos para sua manuteno.

Atualmente, o principal motor da automao a busca de maior qualidade dos processos, para reduzir perdas (com reflexo em custos) e possibilitar a fabricao de bens que de outra forma no poderiam ser produzidos, bem como do aumento da sua flexibilidade. No antigo caso do tear, houve uma migrao da inteligncia do operador, que, por meio de vrias operaes, produzia desenhos no tecido, para dentro da mquina. um caso semelhante ao dos tornos mecnicos, em que o conhecimento do operador internalizado na mquina-ferramenta por meio de um programa, gerado autonomamente ou na atividade de projeto da pea. A montagem de placas eletrnicas, necessariamente automtica por causa das minsculas dimenses manuseadas, obedece a programas gerados durante o projeto dessas placas. A multiplicao dos exemplos leva sempre ao fato de que,

independentemente da natureza do processo ou do produto, o conhecimento est embutido no sistema de controle automtico e seus dispositivos. Isso particularmente importante na elaborao de polticas de atrao de investimentos produtivos, pois o fomento tambm s atividades de engenharia de produtos ou processos associados a esses investimentos o primeiro passo no sentido do seu enraizamento. 32

Sob outra ptica, pode-se argumentar que a implantao e a manuteno de um processo automatizado geram grandes necessidades de emprego, embora com um grau de qualificao superior ao do trabalho substitudo (portanto, salrios mais altos). Os efeitos concretos dessas mudanas so de difcil diagnostico em curto prazo. Entretanto, h que se perguntar qual a possibilidade de um trabalhador substitudo pela automao vir a ser empregado no novo processo, uma vez que isso pode significar uma mudana completa em sua atividade original.

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3. Automao3.1. Contextualizao 3.1.1. Conceito de Automao Por automao entende-a capacidade de se executar comandos, obter medidas, regular parmetros e controlar funes automaticamente, sem a interveno humana. Automao tambm sinnimo de integrao, ou seja, da funo mais simples a mais complexa existe um ou mais sistemas que permitem que um dispositivo seja controlado de modo inteligente, tanto individualmente quanto em conjunto, visando alcanar um maior conforto, informao e segurana (PINHEIRO, 2008). Assim, automao todo processo que realize tarefas e atividades de forma autnoma ou auxilie o homem em suas tarefas do dia-a-dia. As antigas rodas dgua, piles e moinhos so consideradas sistemas automatizados. Com o advento das mquinas, principalmente aps a chegada da mquina a vapor, a automao se estabelecia dentro das indstrias, e como consequncia imediata ocorria a elevao da produtividade e qualidade dos produtos e servios. Ainda assim, a automao era muito dependente do homem, pois havia mquinas automticas espalhadas pelas fbricas, mas sem integrao entre elas. Sob um ponto de vista mais abrangente, automao pode ser definida como a integrao de conhecimentos substituindo a observao, esforos e decises humanas por dispositivos - mecnicos, eltricos, eletrnicos, entre outras, e softwares concebidos por meio de especificaes funcionais e tecnolgicas, com uso de metodologias. A Figura 2 ilustra esse conceito por meio da interdisciplinaridade de reas afins. Um sistema automatizado composto por cinco elementos: a) Acionamento: prov ao sistema energia para atingir determinado objetivo. Ex: Motores, Pistes hidrulicos, entre outros; b) Sensoriamento: mede o desempenho do sistema de automao ou uma propriedade particular de alguns de seus componentes; 34

c) Controle: Utiliza as informaes dos sensores para regular e controlar os dispositivos. Ex: para acionar motores, vlvulas, entre outros; d) Comparador: elemento que permite comparar valores medidos com valores pr-estabelecidos e que servem para a tomada de deciso de quando e como atuar. Ex: termostato e os sistemas de software; e e) Programas ou Softwares: contm as informaes de processo e permitem controlar as interaes entre os diversos componentes.Impem o comportamento desejado ao sistema.

Sistemas de Controle

Computao

Automao

Eletrnica

Modelagem, anlise e simulao. Execuo de algoritmos de controle.Mecnica

Diversas funes: - Processamento de sinais. - Controle analgico.

Parte fsica do sistema.

Figura 2 - Conceito abrangente de Automao. Fonte: Rosrio, 2004.

A Figura 3 ilustra esse conceito por meio da interdisciplinaridade de reas afins, enquanto a Figura 4 ilustra os mesmos conceitos baseando-se em cinco elementos-chave descritos como um pentgono da automao: modelagem de sistemas, atuadores e sensores, sinais e sistemas, sistemas lgicos, computadores e redes de comunicao e finalmente software e sistemas de aquisio de dados.

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Figura 3 - Extenso do Conceito de Automao por meio de cinco elementos chaves. Fonte: Festo Didactic GmbH & Co, Ktistakis, 2006.

No caso especifico do segmento de Automao Industrial, ela pode ser desdobrada em planejamento, projeto e produo. Um conceito estendido de automao est relacionado com seus diferentes nveis dentro de um processo automatizado.

a) Nveis de Automao.

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b) Sistemas de Comunicao em Automao. Figura 4 - Conceito Estendido de Automao. Fonte