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Eletromagnetismo II – 1o Semestre de 2007 Noturno - Prof. Alvaro Vannucci
10a aula – 10/abr/2007
• Vimos: meios condutores: 0
RR R
iσε εε
ε ω= +→ � (Cte. Dielétrica)
;
• Índice de refração: Rn ε= �� ; *n n i n= +�
• Vetor de onda: ( ) ˆ ˆr i r i
K K iK K iK u K u= + = + =� � � � �� � ;
nK
c
ω=�� .
• Usando então: ˆK K K u→ =� �� � → nas Equações de Maxwell:
( ) ( )
( ) ( )
0
0
( , )
( , )
ri
ri
i t K rK r
i t K rK r
E r t E e e
B r t B e e
ω
ω
− − ⋅− ⋅
− − ⋅− ⋅
=
=
� �� �
� �� �
� �� �
� �� �
• Vimos também:
i) Campos E�
e B�
continuam perpendiculares à propagação da onda.
ii) *0 0Re .Re sinp s
nB E E E E B
cφ= − ⇒ ⊥
� � � � só quando
0φ
π
=
→ Polarização Linear.
iii) E�
e B�
não mais oscilam em fase: Vamos mostrar isso agora.
• Vamos supor onda linearmente polarizada: 0 E Bφ = ⇒ ⊥� �
: (φ ≡ fase entre as componentes
ˆ ˆ,s p do campo E�
)
�( )
0 ˆ( , ) rii K u tK u
E u t E p e eω− −−
=�
(1)
• Novamente da 3a Equação de Maxwell: i K E i× =� ��
Bω�
; sendo que, agora, ˆK K u=�� �
• Assim: ( )
0
ˆ ˆ ˆ
ˆ 0 0 1
0 0rii K u tK u
p s uK K
B u E
E e eω
ω ω− −−
= × =� �� �
⇒ ( )0 ˆri i K u tK u
KB E e se
ω
ω
− −−=��
2rK
πλ =
Isto porque 0 0ˆ ˆiE E p E e pφ= = =��
(p/ 0φ = ) = 0 ˆE p
R R Riiε ε ε= +� 0
0
R
Ri
εε ε
σε ε ω
=
=
• Chamando 0
0
K EB
ω=
�
(amplitude de B�
):
( )0 ˆ ri
i K u tK uB B s e e
ω φ− −− +=�
(2)
• Mais um ponto interessante. Em meios condutores, a energia da onda não é mais igualmente distribuída entre os campos E
� e B�
.
• Vamos pegar as partes reais dos campos dos campos mostrados em (1) e (2) para vermos isto:
( ) ( )
2 2
022 2 2
022
1
2
1
2
1Re Re Re Re
cos cosi
i
K u
K u
r r
u E E B B
K eE e K u t E K u t
εµ
ε ω ω φµω
−
−
= ⋅ + ⋅ =
= − + − +
� � � �
�
• Calculando a média temporal desta equação: {ou usando que: * *1 1Re
4u E E B Bε
µ
= ⋅ + ⋅
� � � �}
22
2 22 20 02
1 1 11 1
2 2 4i iK u K u
Ku E e E e
σε ε
µω εω− −
= ⋅ ⋅ + = + +
�
• Antes, porém, note que a contribuição magnética (2o termo) SEMPRE DOMINA!
• Quando 0σ = (meios dielétricos), as contribuições são iguais.
• Porém, tratando-se de bons condutores (σ → ∞ ), a energia da onda é quase exclusivamente magnética!
220
1
4iK u
u E eσ
ω−≈
surge porque, agora, vetor de
onda é uma grandeza complexa!
já vamos demonstrar isto!
Fig. 1
• Vamos agora à demonstração do resultado acima:
• Como vimos, 0
*
R R R
i
n n i n
σε ε ε
ε ω
→ = +
= +
�
�
; sendo que Rn ε= �� .
• Assim,
( )2 2 2
* * *0
2R R R Ri
in i n n n i n n i
σε ε ε ε
ε ω= + = + = − + = +�
• Comparando as partes reais e imaginárias desta última equação:
2 2*
0
*0
2
R
Ri
n n
nn
εε
ε
σε
ε ω
= = −
= =
⇒ resolvendo para n e n* (2 equações e 2 incógnitas), obtemos: (ver apêndice)
( )
( )
2 2
2 2*
12
12
R R Ri
R R Ri
n
n
ε ε ε
ε ε ε
= + +
= − + +
• Agora, como n
Kc
ω=�� e *n n i n= +� ⇒
2 2*
1
2
RK n n n
c c c
ω ω ωε⇒ = = + =� � 2 21 1
2 2R Ri R
ε ε ε+ + −
0
12
2 2
122 2
0 0
1
2
=
R Ri
R Ri Rc
ε ε
ωε ε ω µ ε
εε
ε
+ + =
+ = =
=
0
ε
ε
201
ε+
2
2 20
σ
ε ε( )0
12
2
2
21K
ωµ
σω ε
εω
µ
µ
⇒ ⇒
⇒ = +
=
�
(c.q.d.)
• Da mesma forma como calculamos n e n* acima, o Griffiths calcula as relações equivalentes:
122
122
1 12
1 12
r
i
K
K
εµ σω
εω
εµ σω
εω
= + + = + −
; *
;r
r i
i
nK
cK K iK
nK
c
ω
ω
=
= + =
�
(ver apêndice)
(na resolução, escolhemos raízes
positivas, para que caiamos nos
resultados já conhecidos para
dielétricos quando 0Riε → )
• Mas, vejamos agora o que ocorre com o “fluxo de energia” relacionado com o Vetor de
Poynting, conforme a onda progride no meio condutor.
( )
( ) ( )0 0ˆ
1Re Re
1co os ˆs ci iK u K u
r r
S E B
KE e K u p st E e K u t
µ
ωω
φωµ
− −×
= ×
= − −
+
� � �
�
• Lembrando que ˆ ˆ ˆp s u× = : ( )ˆ ˆ ˆ, ,p s u
( ) ( )20 2 cos cos ˆi
r r
K uK E
S e K u t K uu tω ω φµω
−= − − +��
• Vamos agora calcular a média S�
observando que, para isto, precisamos saber o valor da integral:
( ) ( )0 0
2
0 0
12
1 1cos cos cos cos cos sin sin
1 1cos cos sin cos sin
d d
d d
ξ ξ
ξ ξ
θ θ φ θ θ θ φ θ φ θξ ξ
φ θ θ φ θ θ θξ ξ
=
− = −
= −
∫ ∫
∫ ∫�������
1
2cosφ=
• Portanto: 2
20 ˆcos2
iK u
rK
ES e K uφ
µω−
=
=�
������
⇒20 21
ˆ2
ir K uK ES e u
µω−=
�
• Ou seja, enquanto a onda vai penetrando no condutor, a energia decresce; o que corresponde a um aquecimento do condutor por efeito Joule.
• O exercício 6 - capítulo 8 do Griffiths mostra como a energia perdida pela onda, devido ao fator 2 ik u
e− do S
� (que propaga-se na direção do eixo x) se transforma em calor por efeito Joule.
• Como já visto anteriormente, a “Potência Joule” pode ser escrita como ( )JP E J dV= ⋅∫� �
.
• Calculando então PJ para uma “fatia retangular” do condutor, de espessura infinitesimal x∆ e
área A: ( )J Eσ=� �
• A pergunta é: Esta potência dissipada por efeito Joule equivale à potência média perdida pelos campos, na forma indicada pelo Vetor de Poynting?
• Para verificar isto, vamos calcular o fluxo médio da potência para dentro do condutor (na figura, vindo da esquerda):
( )( ) 20
21ˆS
2ir
entraK xK
P n dA S A E Aeµω
−= ⋅ = =∫�
• Enquanto que o fluxo saindo do condutor (pela direita, em x + x∆ ):
= ( utilizando as equações (1) e (2) ) = ==Error! Reference source not found.
x∆
A x
22 20
1
2. . i
J
k xP E AEx xeAσ σ −= ∆ = ∆
cos θ sinθ = ½ sin (2θ) = 0
( ) ( )2 2 22 20 0
1 1
2 2i i i
K x x K x K xr rsai
K KP E Ae E A e e
µω µω− +∆ − − ∆= = .
• Para 0x∆ → (espessura próxima de zero), expandindo 2 iK xe
− ∆ em série de Taylor:
• Ou seja, para as expressões serem de fato equivalentes, devemos mostrar que
1 1
2 2i r
i r
K KK Kσ µωσ
µω= ⇒ = .
• E isto é verdade, pois:
2 12i rK K
εµω=
2
2 2...
σ
ε ω
+ −
...+ 1−
12
2ω
=
ε
2
µ σ
εω
• Mas, voltando agora à expressão de ( ) ( ) ( )( )0ri
i t Ku i t K uK uEe E e e
ω ω− − − −−=�� �� : (e o mesmo para B
�)
• De onde vemos que *i
nK
c
ω= ≡ “Constante de Atenuação”, que indica quão rapidamente a
amplitude dos campos decaem com a distância (ver fig. 1).
• É comum definir a grandeza “Profundidade de Atenuação (ou Penetração)”: *
1
i
c
n Kδ
ω= =
como sendo a distância (na direção da propagação) em que a amplitude decai a 1
0,37...e
≈
• Sendo *( , )nδ δ ω= ⇒ para dielétricos (n* = 0) esta distância tende a ser infinita; enquanto que
para condutores (n* ≠ 0) isto só ocorre quando 0ω → ! • Discutiremos isto melhor na próxima aula.
sinal indica que a energia à
direita é menor que à esquerda.
n e n* são chamadas “Constantes Óticas”
( )2 22 20 0
11 2 1
2i iK x K xi rr
i
K KKP E Ae K x E Ae x
µω µω− ∆ −∆ = − ∆ − = − ∆
( )2 2
01 2 0 1 2i iK x K x
i ix
e K e x K x− ∆ − ∆
∆ →≈ − ∆ − = − ∆
*
; r
r i
i
nK
cK K iK
nK
c
ω
ω
=
= + =
�
Apêndice 2
2R 2
22 2
2 4 4 2 2
2 substituindo 2 4
40
4 4
Ri RiRi i i
R R
Ri RiR R
nn n nn n
n n n n n
ε εε ε
ε εε ε
ε ε
= ⇒ = ⇒ ⇒ = −
± +
⇒ = − ⇒ − − = ⇒ =
2
4Riε
2
⇒ 2 21
2 R R Rin ε ε ε = + +
Fazendo o mesmo para n*: 2
2*2
* *
24 2* *
2 22*
substituindo 2 4
04
2
Ri RiR
Ri
R
R R Ri
n nn n
n n
n
ε εε
εε
ε ε ε
= ⇒ ⇒ = −
∴ + − =
⇓
± +=
⇒ 2 2*
1
2R R Rin ε ε ε = − + +
para 0Riε →
[ ]
[ ]* *
1
2
1
20
R R
R
R
R
nn
nn
ε ε
ε ε
ε→
→
→ + ⇒
⇒
→ − + ⇒
____________________________________________________________________
2 2
0 0 02* 0 0 0
0 0
1
2
1;
=
r
r
i
nK
cK
n c cK
c
ω
ω ε ε σµ µ µ ε
ω ε ε ε ω
µ εω
= ⇒ = + + = = = = =
02
ε
ε 0
ε
ε+
201
ε+
20
σ
ε ε
22
2 2= 1
2 2
µε µε σω
ε ωω
+ +
2
2 21 1
2rKµε σ
ωε ω
= + +
(e o mesmo para Ki , com sinal invertido)
Só um sinal invertido