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Eletromagnetismo II – 1o Semestre de 2007 Noturno - Prof. Alvaro Vannucci
21 aula - 29mai/2007
• Iniciamos o estudo da Emissão de Radiação Eletromagnética.
• Inicialmente, calculando os potenciais ϕ e A�
para o Dipolo Elétrico oscilante, obtivemos:
( ) ( )
( )( ) ( )
0
20
,4
cos,
4
rA r t I tcr
r rQ t I tr c cr t
r r c
µ
π
θ
πεϕ
= −
− − = +
� ��
��
• Supondo ( ). 0 cosdiprQ Q t
cω= − e
� ( ). 0
0
sindip
I
rI Q tc
ω ω
=
−= − ; e usando também que
(A
Et
ϕ∂
= −∇ −∂
��
; B A= ∇ ×��
) ⇒ as componentes dos campos então foram obtidas:
( )
( ) ( )
( ) ( )
0 0
02 3
0
03 2 2
0
1sin cos sin
4
sin cos2 cos
4
sin 1 1cos sin
4
r
I r rt tcr c c r
r rt tI c c
cr r
I r rt tc cr
B
Erc r c
E
φ
θ
µ ωθ ω ω
π
ω ωθ
πε ω
θ ωω ω
πε ω
= − + −
− − = − −
= − − − −
�
�
�
• Em seguida foi calculado o fluxo de S�
através de uma casca esférica com raio r →→→→ ∞∞∞∞:
( )( )2ˆ sinS n dA E H r d dθ φ θ θ φ⋅ =∫�
� ⇒ (considerando apenas o Campo de Radiação) ⇒
⇒ ( ) ( )
2
0 23
0
ˆ cos6
IrS n dA t
cc
ωω
πε⋅ = −∫� �� ≡ “Potência Instantânea Irradiada”
• Quanto à Potência Média irradiada: 2 2
0 0
0
2
3 2
IP
µπ
ε λ
=
� ;
0 0
1c
ε µ
=
• Finalmente, efetuamos o cálculo da “Resistência de Radiação” para o dipolo elétrico:
2 2
. 0
.0
2789
3dip
radR Ohmµπ
ε λ λ
= =
� � (no espaço livre)
na Aproximação do Dipolo e supondo a corrente
no ‘fio’ como sendo a mesma em qualquer ponto
na “Aproximação de Dipolo”
“Antenas de meia-onda”
• Trata-se de um modelo mais apropriado (que o dipolo elétrico) para descrever as ondas EM emitidas pelas antenas de Rádio-TV, por exemplo.
• A idéia é considerar correntes oscilando em um fio de antena com comprimento λλλλ/2 (λλλλ - da onda emitida), de forma que:
( ) 0
2 '', sin cos
zI z t I t
πω
λ
= ⋅
• Nesta situação certamente não podemos mais considerar a corrente como sendo a mesma em qualquer ponto do fio, em um instante t.
• No entanto, se dividirmos o fio em elementos dz’, localizados em z’, então nestes compri-mentos dz’, a corrente é constante, de forma que os resultados anteriores continuam válidos!
• Assim, a contribuição do elemento dz’ para a componente θ do campo elétrico, de acordo com resultado da aula anterior, considerando apenas o “campo de radiação”:
02
0
sin 2 'cos cos '
4
RI zdE t
cRdz
cθ
θ ω πω
πε λ
= −
• Da mesma forma:
0 0 2sin cos cos ' '
4
IdB t z dz
c c
R
Rφ θ
µ ω πω
π λ
= −
;
• Nos denominadores, na “aproximação de dipolo” (r >> z’) ⇒ R ~ r (como feito antes).
• Então, para obtermos Eθ e Bφ da antena, temos que integrar as equações em z’, ou seja, a integração se fará sobre as coordenadas linha.
• Isto resume-se basicamente, em calcularmos a integral:
4
4
2cos cos ' '
Rt z dz
c
λ
λ
πξ ω
λ−
= −
∫ ; ' cosR r z θ= −
• Vamos chamar 2
'z uπ
λ=
' 2
du
dz
λ
π⇒ = ⇒ '
2dz du
λ
π= ;
de forma que, quando: 4 2
4 2
z u
z u
λ π
λ π
− = ⇒ = −
+ += ⇒ =
esta condição permite o cálculo
das integrais do problema!
sendo 'cosr r r zR θ= − = −� � ≡
≡ distância de dz’ ao ponto P (ver aula passada).
já considerou-se a
aproximação de I ≈ cte ao
assumirmos as expressões
de Eθ e Bφ anteriores
este termo é para anular a corrente nas extremidades
do fio: 2
cosπ
λ
λ
40=
λ/4
λ/4
y x
z dz'
P ' zr z ê−�
r�
θ
'z
• Assim: 2
2
//
'coscos cos
2
r zt u du
c
π
π
θλξ ω
π −
− = −
∫�����������
• Ou seja: 2
2
cos cos cos2
rt u u du
c
π
π
θλ
ξ ωπ −
= − +
∫
• Usando que: ( )cos cos cos sin sinA B A B A B+ = − ⇒
� �
2 2
2 2
cos cos cos cos sin sin cos cos2 cte a cte a
r rt u u du t u u du
c c
π π
π π
θ θλ
ξ ω ωπ − −≡ ≡
⇒ = − − −
∫ ∫
• Quanto à primeira integral, lembrando que:
( )cos cos cos sinau u au u au+ = + −
( )
sin
cos cos cos sin
u
au u au u au− = + + sin u
⇒ ( ) ( )1
1 12
cos cos cos cosau u a u a u= + + − ; de forma que:
(1a integral)
( ) ( )2 2 2
`
2 2 2
1
21 1cos cos cos cosau u du a u du a u du
π π π
π π π− − −
= + + −
∫ ∫ ∫
• Sendo o cosseno uma função PAR ⇒ posso fazer: 2 2
02
2
π π
π−
=∫ ∫
• Chamando ( ) ( )11
11d
aa u du ddu
ηη
η⇒ = ± ⇒±
± == ⇒ as integrais acima ficam:
2 2
0 0
12 2
2 1 1
cos cosd d
a a
π πη η
η η
+ = + −
∫ ∫ ( ) ( )2 2
0 0
1 11 1
1 1sin sina u a u
a a
π π
+ + − =+ −
cos cos2 2
1 1
1 2 2 1 2 2sin sin
a a
a aa a
π π
π π π π
=− =+
= + + − =
+ − ������� �����
1 1
1 1cos
a a a
π − + =
+ −
=2
cosa
aπ −
1 a+ +
( )( ) 22
1 2
1 1 1 2cos a
a a a
π+= =
+ − − (substituindo a por cosθθθθ ) =
2 2
2 2
1 2 2cos cos cos cos
cos sinθ θ
θ θ
π π = =
−
2'coscos cos
cr z rt t
c c c
ω θ πω ω
ω − + = − +
'cosz
cλ
θ
cosu θ=
�������
somando ⇒
(para um dado ponto P)
=0 =0
• Agora, quanto à 2a integral, se percebermos que o integrando corresponde a uma função PAR x função ÍMPAR = função ÍMPAR ⇒ podemos afirmar de imediato que o valor da
integral é zero, sem precisar fazer todas as contas:
2
2
π
π−∫ função impar = 0 →
• Portanto: 2
2
2 2cos cos cos
sin
rt
c
λ πξ ω θ
π θ
= −
, de forma que: (substituindo - ver apêndice 2)
0
0
0 0
2
2
2
2
cos coscos
sin
cos coscos
sin
I rE t
rc c
I rB t
r c
θ
φ
πθ
ωπε θ
πθ
µω
π θ
= −
= −
• Assim: ˆ ˆP S n dA S n dA= ⋅ = ⋅ =∫ ∫� �
� � 20 0
00
2
2
4
cos cos
sin
Id
ππ
θµ
θπ ε θ
⇒∫
2073,12
IP =�
• Vejamos agora a radiação devido a uma Distribuição Arbitrária de Cargas em movimento.
• Estaremos sempre considerando cargas (correntes)
⇓
restritas a um pequeno volume em torno da origem
• Calculando o Potencial Escalar Retardado: (considerando os elementos de volume dV’)
( )( )
0
1
4,
','
r tc
r t dVR
Rρ
πεϕ
−= ∫
��
; 2 2' 2 'R r r r r= + − ⋅� �
• Novamente, vamos utilizar a “Aproximação de Dipolo” (r >> r’), de forma que:
2
'1
r rR r
r
⋅ ≈ −
� �
e 2
1 1 '1
r r
R r r
⋅ ≈ +
� �
; e aplico ( )1 1n
x nx± = ±
x
z
dV'
P
r�
y 'r�
R�
2
2
sin
2 sin
dA r d d
dA r d
θ θ φ
π θ θ
= ⇒
⇒ =
pois integral é sobre
coordenadas espaciais e
o valor médio sobre a
coordenada do tempo.
resolvida somente
através de uma série
infinita - ver Tabela
de Integrais!
Resistência de
Radiação
2
2
1 1
1'
R rr
r
=
+ 1 22
2r r
r
− ⋅
� �
seno (ímpar)
cosseno (par)
sin x cosseno (ímpar!)
-ππππ/2 ππππ/2
-1
1
note a soma das áreas
• Por outro lado, ',R
r tc
ρ
−
� pode ser definido (substituindo R):
',r
r tc
ρ
− =
�
'',
r r rr t
c c rρ ⋅
− +
� ��
• Agora, como 'r r
c r
⋅� �
é muito pequeno (cargas estão próximas da origem)⇒ posso expandir
ρ em Série de Taylor no tempo (em torno de 0r
t tc
= − ) (ver apêndice (3)
',
' '', ', . . .
rr tc
r r r r r rr t r t
c cr c cr t
ρρ ρ
−
⋅ ⋅ ∂ − + = − + +
∂
� � � �� �
• Assim: ( ) 20
1
1 1
4
' ', ', ', '
R
r r r r r rr t r t r t dV
c cr t c r r
ρϕ ρ ρ
πε
=
⋅ ∂ ⋅ = − + − + = ∂
∫� � � �
� � �
�����
( )
3 20
2
4
1 1
4
'' '', ' ', ' ' '
r rr r r r r rr t dV r t dV dV dV
r c r c cr t cr t
ρ ρρ ρ
πε
⋅⋅ ⋅ ∂ ∂ = − + − + + =
∂ ∂ ∫ ∫ ∫ ∫
� �� � � �� �
• Então: ( )0
30
1
4
1, ', ' ' ', '
4
r rr t r t dV r r t dV
c cr
r rϕ ρ ρ
πε πε
= − + ⋅ − +
∫ ∫
� � � ��
0
2
1
4' ', 'r
t
rr t
crr dVρ
πε
+ ⋅ −
∂
∂
∫� ��
• Note que a 1a integral ≡ Carga Total da Distribuição; que é uma constante independente do tempo, já que a carga é conservada!
• A integral nos dois termos restantes ≡ Expressão Geral para o Cálculo do Momento de
Dipolo Elétrico ( )p�
no Instante 0
rt t
c= − (→ rever Eletromagnetismo I – expansão multipolar)
devido a uma dada distribuição de cargas.
• Se na expansão de Taylor acima, tivéssemos ido adiante, na expressão do potencial ϕ acabaria surgindo o termo correspondente ao Quadrupolo Elétrico, e assim por diante.
• Então, mantendo os termos até o dipolo:
( )( ) ( )0 0
20
1
4
ˆ ˆ', r re p t e p tQ
r tr r r c
ϕπε
⋅ ⋅= + +
� ��; sendo
dpp
dt=
��
• Note que, no caso estático, 3o termo não existe, e a expressão do potencial dada pelos termos de monopolo e dipolo elétrico, para uma distribuição de cargas, corresponde à já calculada em Eletromagnetismo I.
trata-se da derivada total, pois, para um dado P, r é cte:
0
rt t
c
d
t dt= − ⇒
∂→
∂
= 0; muito pequeno (em 'r
r) a integração é sobre
coordenada linha!
�\ \
0t
�
\ \
0t
(as duas integrais são iguais!)
• Um outro aspecto interessante é que, agora, ϕϕϕϕ (P) é dado por r e t0 ; 0
rt t
c= − ⇒
⇒ deslocando as cargas (próximas à origem), demorará um certo tempo para a configuração de campos/potenciais se restabelecerem (veremos isto em detalhes em ∼ duas aulas).
• Por outro lado, o Potencial Vetor Retardado:
( )( )
0',
, '4
J r tc
AR
r t dV
Rµ
π
−= ∫
� ��
= (desenvolvendo como feito acima) = 0
4
','
rJ r t
cdV
r
µ
π
−
∫
� �
+
que vou desprezar!
• Agora, usando que dp
J dVdt
=∫��
; sendo p r dVρ= ≡∫� �
• Então: ( ) 0,4
A r t p tr
r
c
µ
π
= −
� � � ; lembrando que ( )
dp dpp
rdtd t
c
= =
−
� �� , já que 0 1
d
dt
t=
• Note, agora, que esta expressão de A�
acima tem a mesma ordem de grandeza (em p� ) que o
3o termo de ϕ; ficando assim justificado termos desprezado termos de maior ordem na
determinação de ( ),A r t� �
.
• Tendo-se obtido ( )',r tϕ�
e ( ),A r t� �
, estamos agora em condições de calcular os campos de
radiação E�
e B�
correspondentes, usando:
AE
tϕ
∂= −∇ −
∂
��
; B A= ∇ ×��
• Faremos isso na próxima aula.
APÊNDICES
Apêndice (1)
i) ( )0
0
2 2 2
32 .3.4
QP
c
ω ω
επ
π= =
�2 220
2 204 3
p
c c
ωω
π ε ;
sendo que 2c c
f
πλ
ω= = ⇒
2
2 2 2
1
4 c
ω
λ π=
ii)
( )2 2
0 00 02
0 0
2 2 2
1
2 2
/
3 4 3.
.
c
I IP
c c
µ εωπ
π ε επ
λ
=
= = =� � 0 0
0
2 22
23
Iµπ
ε λ
�
20p=
Momento de Dipolo Elétrico para uma
distribuição de cargas/correntes
(ver exercício 7ª Lista)
(tempo retardado)
não tem linha!
∴∴∴∴ sai da integral.
+ termos de ordens superiores
�\\
0t
= 1/λ2
Apêndice (2)
0 sinIEθ
θ=
24π 2
0cε
2cos
2
rt
r c
ωλω
π
−
2sin 2cos cos
πθ
θ
Apêndice (3)
Taylor
• Em termos algébricos (supondo t
≡ ponto(s) próximo(s) de t0 ) sendo que, no nosso caso:
0
'rt t
c
rt t
c
r r
c r
= −
= −
⋅+
�
�
; onde 'r r
c r
⋅
� �
≡ incremento (muito pequeno)
• Expansão de Taylor: ( )f t
em torno de 0t = ( ) ( )0
0 0
t t
ff t t t
t=
∂+ −
∂
+ . . .
• Então: '
',r r r
r tc cr
ρ⋅
− + =
� ��
�0
0
',
t
t t
r f rr t t
c t cρ
=
=
∂
− + − ∂
�
'r r rt
cr c
⋅+ − +
� �
• Mas: f f t
t t t
∂ ∂ ∂=
∂ ∂ ∂ ; 1
t
t t t
ρ ρ∂ ∂ ∂= ⇒ =
∂ ∂ ∂
'
',r r r
r tc c r
ρ ⋅
∴ − + =
� ��
',
'',
rr t
c
r r rr t
c t c r
ρρ
−
∂ ⋅ − +
∂ �
� ��
• Função f(ξ) em pontos próximos de 0ξ (de forma
que ξ∆ seja pequeno), será dada pelo valor da
função em 0ξ , mais um incremento.
função f(ξξξξ )
ponto ξξξξ0 y
x
z
• Para calcular este incremento, eu verifico como a função f(ξ) está variando (taxa de variação) naquela região, em torno de ξ=ξ0 (eu faço isso calculando a derivada de f(ξ). Depois eu multi-plico pelo intervalo infinitesimal considerado, ou seja, faço: (ξ-ξ0) . ( )f ξ
ξ
∂
∂
2
K
πω ω= = 2
cπ
ω2 cπ=