eletroconvulsoterapia

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ELETROCONVULSOTERAPIA - ECT A Eletroconvulsoterapia (ECT) é uma técnica de neuromodulação criada na primeira metade do século XX e aprimorada décadas depois. Bastante efetiva em muitos casos graves é usada atualmente em centros de excelência no Brasil, nos EUA, no Reino Unido. Trata-se da estimulação de todo o cérebro por uma corrente elétrica mínima que induz a uma crise convulsiva generalizada e controlada, com duração de segundos, que ocorre com o paciente já dormindo sob anestesia geral e relaxamento muscular, deitado sobre uma cama; o procedimento todo é realizado em centro cirúrgico. Esta crise convulsiva controlada é que provoca os efeitos positivos do tratamento. Diferente de uma crise convulsiva epiléptica, tem hora para começar e terminar, acontece sob assistência médica, com o paciente bem oxigenado, com sua frequência cardíaca e pressão arterial controladas, Como age a ECT? Ao induzir uma crise convulsiva tônico-clônica generalizada no cérebro provoca-se efeitos positivos como a liberação de neurotransmissores e mesmo a indução gênica em algumas regiões, modificando seu funcionamento de modo positivo e duradouro, além de tornar a membrana neuronal mais "estável", motivo pelo qual a ECT trata epilepsias também. É importante ressaltar que não se trata de uma crise epiléptica, mas de uma crise convulsiva induzida, controlada, na qual o paciente está anestesiado e sob o efeito de relaxantes musculares, portanto, não fica “se debatendo” sobre a maca, nem sob o risco de fraturas. Além disto, o paciente está sob

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ELETROCONVULSOTERAPIA - ECTA Eletroconvulsoterapia (ECT) uma tcnica de neuromodulao criada na primeira metade do sculo XX e aprimorada dcadas depois. Bastante efetiva em muitos casos graves usada atualmente em centros de excelncia no Brasil, nos EUA, no Reino Unido.Trata-se da estimulao de todo o crebro por uma corrente eltrica mnima que induz a uma crise convulsiva generalizada e controlada, com durao de segundos, que ocorre com o paciente j dormindo sob anestesia geral e relaxamento muscular, deitado sobre uma cama; o procedimento todo realizado em centro cirrgico.Esta crise convulsiva controlada que provoca os efeitos positivos do tratamento. Diferente de uma crise convulsiva epilptica, tem hora para comear e terminar, acontece sob assistncia mdica, com o paciente bem oxigenado, com sua frequncia cardaca e presso arterial controladas,Como age a ECT?Ao induzir uma crise convulsiva tnico-clnica generalizada no crebro provoca-se efeitos positivos como a liberao de neurotransmissores e mesmo a induo gnica em algumas regies, modificando seu funcionamento de modo positivo e duradouro, alm de tornar a membrana neuronal mais "estvel", motivo pelo qual a ECT trata epilepsias tambm.

importante ressaltar que no se trata de uma crise epilptica, mas de uma crise convulsiva induzida, controlada, na qual o paciente est anestesiado e sob o efeito de relaxantes musculares, portanto, no fica se debatendo sobre a maca, nem sob o risco de fraturas. Alm disto, o paciente est sob assistncia ventilatria (oxignio), e tudo ocorre de modo muito rpido, bastando a crise durar cerca de 25 segundos para ser eficiente.

Tudo feito com assistncia de uma mdica anestesiologista com experincia em ECT.Como feita a ECT?Atualmente a ECT somente feita em ambiente hospitalar, em nosso meio em centro cirrgico, onde h proviso de oxignio, monitor cardaco, oxmetro, dentre outros equipamentos de suporte vida, necessrios para que o procedimento continue sendo seguro. Entretanto, no necessrio o paciente permanecer internado (a pessoa fica no hospital menos de 6 horas - day hospital).Assim, a ECT feita com o paciente chegando ao hospital em jejum absoluto, sendo recebido pela equipe, encaminhado a anestesiologista, conduzido a sala cirrgica, colocado em anestesia geral endovenosa e realizado o relaxamento muscular. Com o paciente j anestesiado a psiquiatra ento aplica-lhe o estmulo eltrico ultrabreve/breve adequado e observa a eficcia: um tempo de crise convulsiva igual ou maior que 25 segundos.A anestesia geral dura no mximo 7 minutos e a ECT dura segundos.Em seguida o paciente oxigenado pela mdica anestesiologista, que inicia a recuperao ps-anestsica.Algum tempo depois o paciente acordar e voltar para sua casa.Podem ser feitas sesses em dias alternados (trs vezes por semana) ou duas vezes por semana.O nmero de sesses necessrio varivel, conforme a diagnstico, a gravidade de doena e a fase de tratamento.

Tipos de ECTQuanto a fase do tratamento: Fase Aguda: para retirar o paciente da crise, ou provocar remisso total de sintomas, com algumas sesses semanais, duas ou trs, durante algumas semanas. Fase de Manuteno: aps sair da Fase Aguda, para evitar recadas, em vez de retomar o uso de medicamentos prefere-se a manuteno de sesses esparsas (quinzenais/mensais) por alguns meses.Quanto ao tipo de estmulo aplicado: Ultrabreve: somente alguns equipamentos, como o que ns utilizamos, dispem desta possibilidade, provoca menos efeitos colaterais para a memria. Breve.Quanto a posio dos eletrodos para aplicao do estmulo: Unilateral BilateralPara quem est indicada a ECT?So vrias as indicaes, dentre elas: Depresso Crises de mania Transtorno Bipolar Esquizofrenia Transtorno Esquizoafetivo Epilepsia Doena de Parkinson Sndrome Neurolptica Maligna Transtornos Mentais Orgnicos: certas formas de doena de Parkinson, Crises convulsivas primrias ou refratrias aos anticonvulsivantes, psicoses epilpticas, hipopituitarismo com sintomas depressivos, Sndrome Neurolptica Maligna, etc.A ECT pode ser feita em crianas, adolescentes, adultos e idosos.Em grvidas que estejam em crises graves das doenas acima elencadas a ECT ainda uma alternativa melhor para o beb que o uso de psicofrmacos.Quero fazer a ECT, como proceder?Se voc j tratado por um mdico pea-lhe um relatrio que contenha: seu diagnstico(s), h quanto tempo tem a doena, o nome e as doses dos medicamentos j utilizados por voc.Agende uma consulta conosco em nosso consultrio para que possamos avaliar seu caso: se voc no possui contra-indicaes para a ELETROCONVULSOTERAPIA e se o procedimento poder benefici-lo, isto , se de fato poder servir ao seu caso. Se voc tiver indicao sem contra-indicao para a ECT poderemos ento solicitar os exames necessrios ao procedimento.Aps termos os resultados dos exames em mos o paciente ir para a consulta pr-anestsica com aProfa. Dra. Maria Stela Melo Santos Taqueda.A Profa. Dra. Stela tem experincia em anestesiologia para ECT desde sua residncia mdica na USP, foi anestesiologiasta da equipe do Prof. Dr. Zerbini (em So Paulo) e h mais de 20 anos professora de anestesiologia da UFS. ela que far tambm a anestesia do ECT.Onde feita a ECT?A ELETROCONVULSOTERAPIA realizada na Clnica Sempre-Viva situada a Av. Edzio Vieira de Melo, 660, Bairro Suissa, Aracaju-SE (79-3211-4008), pela mdica anestesiologista Profa. Dra. Maria Stela Melo Santos Taqueda (com experincia em anestesiologia para ECT desde a residncia mdica na USP) e pela Dra. Glaise Franco (com experincia em ECT desde a residncia mdica em psiquiatria na UNICAMP). perigoso fazer ECT?Segundo artigos cientficos demonstram, neste tipo de anestesia o nmero de mortes de 1 para cada 100.000 casos tratados. De 1999 para 2010 foi levantada a estatstica especfica da ECT nos EUA e encontraram a relao de 1 morte para cada 73.440 tratamentos. Portanto, um procedimento seguro.Quem no pode fazer ECT?H vrias situaes em que h contra-indicao para a ECT. So elas: Leses cerebrais expansivas Hemorragia intracerebral recente Aneurismas ou malformaes vasculares Doena coronariana crnica Infarto recente do miocrdio (h menos de 6 meses) Hipertenso Arterial Sistmica descontrolada Feocromocitoma Uso de anticoagulantes orais Glaucoma e descolamento de retina Luxaes ou subluxaes cervicais sem leso em medula espinalMitos sobre ECTComo ocorre com os transtornos mentais, o diagnstico e o tratmento destas doenas tambm sofre muito preconceito. Do preconceito nascem as inverdades criadas por quem nunca portou uma transtorno mental, ou nunca conviveu de fato com o sofrimento do portador, nem tampouco foi parte do tratamento: surgem os mitos. E ainda h muitas inverdades sobre a ECT, por exemplo: ELETROCONVULSOTERAPIA seria igual a ELETROCHOQUE - MENTIRA: Uma pessoa que recebe um choque ela tem uma queimadura na pele e o ECT no provoca queimadura, nem na superfcie, nem abaixo da pele. A corrente utilizada propcia a ativao neuronal e no leso das estruturas orgnicas. ELETROCONVULSOTERAPIA "fritaria os miolos", destruiria os neurnios - MENTIRA. A carga mxima de estmulo eltrico que o equipamento de ECT capaz de emitir (mesmo se colocado na carga mxima!) equivale a cerca de 2/3 do mnimo que se aplica com o equipamento de CARDIOVERSO na emergncia, no peito do paciente, quando se quer que o corao volte a bater! E olha que a calota craniana bem mais protegida que a caixa torcica!! Tanto o equipamento de ECT quanto o equipamento de cadioverso salvam vidas, porque ambos so instrumentos manipulados por mdicos, que os utilizam quando h indicao, em situaes de gravidade correspondente. Tanto o corao quanto o crebro envolvem em sua fisiologia estmulo eltrico e utiliz-lo em seu tratamento no tortura, mas uma forma de salvar vidas que condiz com seu modo de funcionamento. A ELETROCONVULSOTERAPIA provocaria perda definitiva da memria - MENTIRA. A ELETROCONVULSOTERAPIA causaria demncia - MENTIRA. O que causa demncia doena mental grave ou doena neuropsiquitrica grave, muito tempo sintomtica, sem tratamento, porque provoca morte neuronal. Mas a perda de memria que a ECT provoca temporria, dura cerca de at 6 meses para recuperao total e ECT no provoca morte neuronal. A ELETROCONVULSOTERAPIA provocaria derrame, AVC, isquemia cerebral - MENTIRA. A ECT no sequer um tratamento novo, est prximo de podermos cham-lo de secular e h diversas pesquisas que mostram que ECT no provoca isquemia cerebral/AVC.