eles são os beatles

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anorama P Porto Alegre, quinta-feira, 22 de novembro de 2012 - Nº 100 Mariana Amaro, especial JC E m um palco decorado por cora- ções em telas de LED, um John Lennon de cabelos compridos, envergando um traje branco e seus famosos óculos redondos, canta a letra de All you need is love equilibrando-se em um banco. Ao lado, George Harrison e Paul McCartney cantam em coro “love love love”, acompanhando a levada da orquestra e abraçando a voz de Lennon. O público aproveita o momento para re- gistrar o desempenho do grupo com seus celulares e c�meras digitais. Por�m, ape- c�meras digitais. Por�m, ape- Por�m, ape- sar da descrição, não são os ingleses de Liverpool sob os holofotes, e sim a banda de Sandro Peretto, C�sar Kiles, Thomar Arques e Renato Almeida, que, ao subir no palco, se despem de suas identidades e assumem as personalidades de um dos quartetos mais amados do mundo: os Beatles. Batizado a partir da famosa canção citada acima, o espetáculo cênico-musi- cal All you need is love se apresenta pela primeira vez na Capital. O show, que recria com capricho e cuidado como seria uma apresentação ao vivo dos Beatles - contando inclusive com a participação de uma orquestra -, terá duas sessões no Estado, a primeira nesta sexta-feira, às 21h, no Teatro Feevale (ERS-239, 2755 - Novo Hamburgo), e depois no sábado, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Tú- lio de Rose, 80). Os valores dos ingressos vão de R$ 60,00 a R$ 200,00. Ao interpretar todas as fases dos Bea- tles, desde a dos terninhos comportados do início dos anos 1960 at� as vestes multicoloridas que marcaram a imagem da banda no período, a apresentação proporciona uma verdadeira viagem no tempo. E, como explica C�sar Kiles (in- t�rprete de Paul McCartney), a equipe observa todo tipo de detalhe para não frustrar as expectativas dos fãs. “Cada música tem que ser executada com o instrumento com a qual foi gravada, ou com aqueles usados pra tocá-la ao vivo”, diz. Para exemplificar a import�ncia de ser fiel às apresentações originais, ele compara: “Ver uma pessoa interpretar George Harrison cantando uma música de Paul McCartney � como dizer que Dom Pedro descobriu a Am�rica”. Para a criação dos figurinos, os brasileiros buscaram Astrid Kirchherr, responsável pelo corte de cabelo e pelo design dos ternos que marcaram o início da carreira dos Beatles. Das abotoa- duras às costeletas, nenhum detalhe � esquecido. Al�m do extenso repertório de vestuários, o espetáculo conta com o total de dez modelos de guitarras, dois violões, três baixos - al�m de um piano com pintura psicod�lica -, sempre fi�is aos utilizados pela banda no decorrer da carreira. “Conseguir instrumentos de �poca, da mesma cor, modelo, igual aos usados pelos Beatles � difícil. São ins- trumentos extremamente raros. Alguns nem são mais fabricados, o que torna es- ses itens um show à parte”, revela Kiles. Ele tamb�m diz ser comum as visitas no camarim pedirem para encostar ou tirar fotos ao lado destes instrumentos. O int�rprete de Paul McCartney conta que os músicos brasileiros têm características similares ao beatle que cada um interpreta. Al�m de todos terem exatamente as mesmas alturas de cada beatle correspondente, � possível aproximar traços de personalidade entre os músicos ingleses e seus representan- tes brasileiros. “O Sandro tem o sarcas- mo do John, aquele humor ácido, muitas vezes at� mal interpretado. Thomas tem a timidez do George, com todo o amor e dedicação pela música e pelos instru- úsica e pelos instru- sica e pelos instru- mentos que ele tamb�m tinha. O Renato � o humorista da banda. Ele � muito engraçado, assim como Ringo”, expli- ca. Entre as suas afinidades com Paul, ele destaca alguns gostos alimentícios e o amor pelo campo e pelos animais. Por�m, ressalta que algumas das seme- lhanças vistas no palco são resultados de estudo e t�cnica, como o fato de que ele mesmo precisou aprender a ser canhoto para interpretar Macca. Diferentemente de outros grupos como os argentinos The Beats, que se autointitula “a melhor banda cover de Beatles do mundo”, os músicos brasilei- ros evitam se definir como cover. Como explica Kiles, eles acreditam que “a real definição de cover � quando um artista toca música de outro. Não importa se com arranjos originais ou não”. De acor- do com ele, a apresentação não se encai- não se encai- se encai- xa nessa classificação já que, ao buscar recriar uma apresentação realística ao vivo dos Beatles, All you need is love mais um espetáculo cênico-musical do que apenas um show cover. Eles SÃO os Beatles Espetáculo brasileiro All you need is love recria com detalhes todas as fases do grupo de Liverpool e chega para apresentações no Estado RICARDO CANHOTO/DIVULGAÇÃO/JC

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Matéria sobre o grupo All you need is love para o caderno Panorama.

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Page 1: Eles são os Beatles

anoramaP Porto Alegre, quinta-feira, 22 de novembro de 2012 - Nº 100

Mariana Amaro, especial JC

Em um palco decorado por cora-ções em telas de LED, um John Lennon de cabelos compridos,

envergando um traje branco e seus famosos óculos redondos, canta a letra de All you need is love equilibrando-se em um banco. Ao lado, George Harrison e Paul McCartney cantam em coro “love love love”, acompanhando a levada da orquestra e abraçando a voz de Lennon. O público aproveita o momento para re-gistrar o desempenho do grupo com seus celulares e c�meras digitais. Por�m, ape- c�meras digitais. Por�m, ape- Por�m, ape-sar da descrição, não são os ingleses de Liverpool sob os holofotes, e sim a banda de Sandro Peretto, C�sar Kiles, Thomar Arques e Renato Almeida, que, ao subir no palco, se despem de suas identidades e assumem as personalidades de um dos quartetos mais amados do mundo: os Beatles.

Batizado a partir da famosa canção citada acima, o espetáculo cênico-musi-cal All you need is love se apresenta pela primeira vez na Capital. O show, que recria com capricho e cuidado como seria uma apresentação ao vivo dos Beatles

- contando inclusive com a participação de uma orquestra -, terá duas sessões no Estado, a primeira nesta sexta-feira, às 21h, no Teatro Feevale (ERS-239, 2755 - Novo Hamburgo), e depois no sábado, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Tú-lio de Rose, 80). Os valores dos ingressos vão de R$ 60,00 a R$ 200,00.

Ao interpretar todas as fases dos Bea-tles, desde a dos terninhos comportados do início dos anos 1960 at� as vestes multicoloridas que marcaram a imagem da banda no período, a apresentação proporciona uma verdadeira viagem no tempo. E, como explica C�sar Kiles (in-t�rprete de Paul McCartney), a equipe observa todo tipo de detalhe para não frustrar as expectativas dos fãs. “Cada música tem que ser executada com o instrumento com a qual foi gravada, ou com aqueles usados pra tocá-la ao vivo”, diz. Para exemplificar a import�ncia de ser fiel às apresentações originais, ele compara: “Ver uma pessoa interpretar George Harrison cantando uma música de Paul McCartney � como dizer que Dom Pedro descobriu a Am�rica”.

Para a criação dos figurinos, os brasileiros buscaram Astrid Kirchherr,

responsável pelo corte de cabelo e pelo design dos ternos que marcaram o início da carreira dos Beatles. Das abotoa-duras às costeletas, nenhum detalhe � esquecido. Al�m do extenso repertório de vestuários, o espetáculo conta com o total de dez modelos de guitarras, dois violões, três baixos - al�m de um piano com pintura psicod�lica -, sempre fi�is aos utilizados pela banda no decorrer da carreira. “Conseguir instrumentos de �poca, da mesma cor, modelo, igual aos usados pelos Beatles � difícil. São ins-trumentos extremamente raros. Alguns nem são mais fabricados, o que torna es-ses itens um show à parte”, revela Kiles. Ele tamb�m diz ser comum as visitas no camarim pedirem para encostar ou tirar fotos ao lado destes instrumentos.

O int�rprete de Paul McCartney conta que os músicos brasileiros têm características similares ao beatle que cada um interpreta. Al�m de todos terem exatamente as mesmas alturas de cada beatle correspondente, � possível aproximar traços de personalidade entre os músicos ingleses e seus representan-tes brasileiros. “O Sandro tem o sarcas-mo do John, aquele humor ácido, muitas

vezes at� mal interpretado. Thomas tem a timidez do George, com todo o amor e dedicação pela música e pelos instru-úsica e pelos instru-sica e pelos instru-mentos que ele tamb�m tinha. O Renato � o humorista da banda. Ele � muito engraçado, assim como Ringo”, expli-ca. Entre as suas afinidades com Paul, ele destaca alguns gostos alimentícios e o amor pelo campo e pelos animais. Por�m, ressalta que algumas das seme-lhanças vistas no palco são resultados de estudo e t�cnica, como o fato de que ele mesmo precisou aprender a ser canhoto para interpretar Macca.

Diferentemente de outros grupos como os argentinos The Beats, que se autointitula “a melhor banda cover de Beatles do mundo”, os músicos brasilei-ros evitam se definir como cover. Como explica Kiles, eles acreditam que “a real definição de cover � quando um artista toca música de outro. Não importa se com arranjos originais ou não”. De acor-do com ele, a apresentação não se encai- não se encai- se encai-xa nessa classificação já que, ao buscar recriar uma apresentação realística ao vivo dos Beatles, All you need is love � mais um espetáculo cênico-musical do que apenas um show cover.

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Espetáculo brasileiro All you need is love recria com detalhes todas as fases do grupo de Liverpool e chega para apresentações no Estado

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