elementos de vedação senai

Upload: wellingthon-medeiros

Post on 15-Jul-2015

2.161 views

Category:

Documents


26 download

TRANSCRIPT

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Curso Tcnico de Eletromecnica Turma 2EV Componente MELMC (Manuteno Eletromecnica)

So Jos dos Campos, 01 de Dezembro de 2010

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

SumrioIntroduo ___________________________________________________________ 2 Juntas de Vedao _____________________________________________________ 5 Tipos de Vedao ______________________________________________________ 7Juntas de elastmeros ______________________________________________________ 7 Junta de Fibra de celulose____________________________________________________ 7 Juntas de papelo __________________________________________________________ 8 Juntas de cortia ___________________________________________________________ 8 Juntas de teflon (PTFE) ______________________________________________________ 8 Juntas de amianto __________________________________________________________ 8 Juntas metlicas ___________________________________________________________ 9 Anis de borracha (ring) _____________________________________________________ 9 Selo Mecnico _____________________________________________________________ 9 Gaxetas __________________________________________________________________ 9 Retentores _______________________________________________________________ 10 Anel Dispersor ____________________________________________________________ 10 Vedao Qumica _________________________________________________________ 10

Aplicao dos Elementos de Vedao _____________________________________ 11 Retentores __________________________________________________________ 15 Gaxetas_____________________________________________________________ 19 Vedao com junta expansiva ___________________________________________ 24 Selo mecnico________________________________________________________ 25 Referncias __________________________________________________________ 29

1

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

IntroduoNo dia-a-dia, podem-se observar muitos exemplos de vedao, como:

Mas afinal o que so elementos de vedao? Elementos de vedao so peas que impedem a passagem de fluidos de um ambiente para outro e evitam que esse ambiente seja poludo por agentes externos. Na mecnica, so elementos destinados a proteger mquinas ou equipamentos contra a entrada e a sada de lquidos, gases e slidos particulados (p). Uma vedao deve resistir a meios qumicos, ao calor, presso, ao desgaste e ao envelhecimento. Alm disso, as partes a serem vedadas podem estar em repouso ou movimento, ou seja, a juno pode ser esttica ou dinmica, como mostra as ilustraes a seguir:

2

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Os elementos de vedao atuam de maneira diversificada e so especficos para cada tipo de atuao, por exemplo: tampas, bombas, eixos, cabeotes de motores, vlvulas, etc. Em funo da solicitao, as vedaes so feitas em diversos formatos e diferentes materiais, como: juntas de borracha, papelo, velumide, anis de borracha ou metlicos, juntas metlicas, retentores, gaxetas, selos mecnicos, etc.

3

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Os fatores que influenciam o material utilizado na vedao so: Compatibilidade do material do vedador com o produto a ser vedado - para que no ocorra uma reao qumica entre eles, o material deve ser compatvel, evitando assim o vazamento e a contaminao do produto; Temperatura - no caso de se trabalhar em ambiente com temperatura muito elevada, o material do vedador deve suportar a temperatura de trabalho interna e externa; Acabamento das peas - uma boa vedao requer bom acabamento das superfcies a serem vedadas; Presso - quanto mais elevada for presso do fluido, maior ser a possibilidade de escapamento, devendo o material resistir presso; Estado fsico - os fluidos lquidos so mais fceis de serem vedados do que os fluidos em estado gasoso.

4

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Juntas de VedaoJunta todo material comprimido entre duas partes separveis de uma unio mecnica, para impedir a passagem de fluidos por um perodo prolongado. A eficincia de uma junta definida pela sua capacidade de resistir a determinadas condies que estabelecero a escolha do material e do tipo de junta. Essas variveis so: presso interna; carga de compresso do flange; temperatura; tipo de fluido; tipo de flange.

Seleo da junta pelo fator de servio O fator de servio um ponto de partida para selecionar o material de uma junta. Ele obtido multiplicando-se o valor da presso (kgf/cm) pela temperatura (C). Obs.: neste mtodo so considerados apenas os valores de presso e temperatura, sendo que outros valores podem mudar esse resultado.

PXT (mximo) Temperatura (mxima) Material da junta 530 150 Borracha 1150 120 Fibra vegetal (velumide) 2700 250 PTFE (teflon) 15000 540 Papelo hidrulico 25000 590 Papelo hidrulico com tela metlica >25000 Junta metlica

5

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Procedimento para manuteno de juntas a. Desligue o equipamento, despressurize e faa a drenagem do sistema. Cuidado com sistemas de alta temperatura ou produtos agressivos. b. Retire os parafusos necessrios e remova a junta gasta. Cuidado na separao dos flanges para no danificar as faces. c. Faa a limpeza retirando todo resduo das juntas e eliminando rebarbas. Avalie o estado das superfcies e o paralelismo das faces. Caso haja empenamento devese utilizar juntas de espessuras maiores. d. Selecione a junta adequada, considerando as condies de trabalho. e. Aplicaes prticas indicam que para flanges novos, devem-se usar espessuras de 0,8 a 1,6 mm e para flanges desgastados, espessuras de 3,2 a 6,4 mm. A norma DIN recomenda:

Presso de trabalho (kgf/cm) Espessura (mm) 15 2,0 45 1,0 100 0,5

f. Observar as medidas dos furos da junta, tanto os de passagem para os parafusos, que devem ser maiores, quanto o da linha de fluxo que no pode restringir a passagem do produto. g. Definir o torque ideal para os parafusos e utilizar a sequncia correta de aperto. Para casos especiais, fracionar o torque aplicado.

6

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Tipos de VedaoJuntas de elastmerosSo vedaes industriais empregadas em partes estticas, muito usadas em equipamentos, flanges etc. Normalmente so utilizadas em baixas presses e temperaturas. Para melhorar sua resistncia mecnica so usados reforos com uma ou mais camadas de lona de algodo. A dureza normal para juntas industriais de 55 a 80 Shore A, e a espessura varia entre 0,8 a 6,4 mm. Tabela com os principais elastmerosTipo de Elastmero Borracha (NR) Estireno-Butadieno (SBR) Cloroprene (CR) Nitrlica (SBR) Fluorelastmero (FPM) Silicone (SI) Etileno-Propileno (EPDM) Hypalon Fluidos Sais orgnicos, cidos fracos e lcalis. gua quente e fria, ar, vapor e alguns cidos fracos. Gasolina, leos, solventes no aromticos. leos, solventes, hidrocarbonetos aromticos e alifticos e gasolina. cidos fortes, leos, gasolina, solventes clorados e hidrocarbonetos alifticos e aromticos. Ar quente. Vapor, cidos fortes e lcalis. Produtos qumicos e leos. Temperatura -50 a 90C -50 a 120C -50 a 120C -50 a 120C -40 a 204C -100 a 260C -50 a 120C -100 a 260C

Junta de Fibra de celuloseConhecida comercialmente por guarnital ou velumide, essa fibra fabricada a partir de celulose aglomerada com cola e glicerina. muito usado na vedao de produtos derivados de petrleo, gases e vrios solventes. Seu limite mximo de temperatura 120C e presses moderadas.

7

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Juntas de papeloSo empregadas em partes estticas de mquinas ou equipamentos como, por exemplo, nas tampas de caixas de engrenagens. Esse tipo de junta pode ser comprada ou confeccionada conforme o formato da pea que vai utiliz-la.

Juntas de cortiaEsse material utilizado em flanges de chapa fina estampada ou de material frgil como cermica e vidro, pois nestes casos a fora aplicada nos parafusos limitada. Possui resistncia a gua, ar, leos lubrificantes e outros derivados de petrleo com presses de at trs bar e temperatura at 120C. Possui pouca resistncia ao envelhecimento e no deve ser usada em cidos inorgnicos, lcalis e solues. As juntas de cortia so empregadas nas vedaes de tampas de crter, em caixas de engrenagens, etc.

Juntas de teflon (PTFE)Material de alta resistncia qumica empregado na vedao de vrios produtos, como leo, ar e gua. Possui outras propriedades tais como: excelente isolamento eltrico, antiaderente, alta resistncia ao impacto e baixo coeficiente de atrito. As juntas de teflon suportam temperaturas de at 260C.

Juntas de amiantoMaterial empregado na vedao de fornos e outros equipamentos. O amianto suporta elevadas temperaturas e ataques qumicos de muitos produtos corrosivos.

8

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Juntas metlicasSo destinadas vedao de equipamentos que operam com altas presses e altas temperaturas. So geralmente fabricadas em ao de baixo teor de carbono, em alumnio, cobre ou chumbo. So normalmente aplicadas em flanges de grande aperto ou de aperto limitado.

Anis de borracha (ring)So vedadores usados em partes estticas ou dinmicas de mquinas ou equipamentos. Estes vedadores podem ser comprados nas dimenses e perfis padronizados ou confeccionados colando-se, com adesivo apropriado, as pontas de um fio de borracha com seco redonda, quadrada ou retangular. A vantagem do anel padronizado que nele no existe a linha de colagem, que pode ocasionar vazamento. Os anis de borracha ou anis da linha ring so bastante utilizados em vedaes dinmicas de cilindros hidrulicos e pneumticos que operam baixa velocidade.

Selo Mecnico

Gaxetas

9

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Retentores

Anel Dispersor

Vedao Qumica

10

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Aplicao dos Elementos de VedaoJunta de borracha em forma de aro e seco circular quando apertada, ocupa o canal e mantm presso constante.

Junta de borracha em forma de aro e seco retangular.

Junta metlica estriada com uma a cinco estrias - veda por compresso das estrias. O aperto irregular dos parafusos inutiliza-a.

Anel tipo 0 de borracha e seco circular - usado em pistes.

11

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Junta de vedao expansiva metlica para gases e lubrificantes - usada em motores automotivos.

Junta labirinto com canal para graxa - protege muito bem mquinas e equipamentos contra a entrada de p e a sada de leo. O tipo axial usado em mancais bipartidos e o radial em mancais inteirios.

Junta de anis dispersores - dispersa o leo que chega at os anis por fora centrfuga. O lubrificante retorna ao depsito por um furo na parte inferior.

Vedao por ranhuras - formada por canais paralelos, para obturar a passagem de fludo, ou canais helicoidais que possibilitam o retorno do fluido. necessrio colocar graxa nas ranhuras, quando da montagem, para evitar a entrada de p.

12

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Retentor - feito de borracha ou couro, tem perfil labial e veda principalmente peas mveis. Alguns tipos possuem uma carcaa metlica para ajuste no alojamento; tambm apresentam um anel de arame ou mola helicoidal para manter a tenso ao vedar.

Anel de feltro, fibra ou tecido de amianto - a forma mais simples e barata para reter lubrificantes. usado para baixa velocidade.

Vedao com carbono - um ou mais blocos de grafite so mantidos numa carcaa e acompanham com folga zero a superfcie mvel, atravs de uma mola.

13

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Vedao por pacotes - um conjunto de guarnies, montadas uma ao lado da outra, forma o pacote. O princpio a vedao de contato entre as superfcies. Muito usada para peas mveis. Pode ser fabricada de materiais no-metlicos tais como borracha e plsticos, ou de metais macios como cobre e alumnio, etc.

Junta plstica ou veda junta - so produtos qumicos em pasta usados em superfcies rsticas ou irregulares. Empregados, tambm, como auxiliares nas vedaes com guarnies de papelo ou cortia. Existem tipos que se enrijecem e so usados para alta presso; e tipos semi-sectivos que mantm a elasticidade para compensar a dilatao. A ordem de aperto dos parafusos tem de ser respeitada para uniformizar a massa.

Junta de papelo - utilizada para impedir a passagem de fluidos. As juntas devem estar limpas, sem recalques ou dobras; tm de ser colocadas bem centradas e no ultrapassar a borda interior das superfcies em contato. Suas caractersticas so: alta resistncia deformao por esmagamento, alta reteno de torque, resistncia a altas temperaturas e presses e boa resistncia qumica.

14

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

RetentoresO vedador de lbio, tambm conhecido pelo nome de retentor, composto essencialmente por uma membrana elastomrica em forma de lbio e uma parte estrutural metlica semelhante a uma mola que permite sua fixao na posio correta de trabalho. A funo primordial de um retentor reter leo, graxa e outros produtos que devem ser mantidos no interior de uma mquina ou equipamento. O retentor sempre aplicado entre duas peas que executam movimentos relativos entre si, suportando variaes de temperatura. A figura ao lado mostra um retentor entre um mancal e um eixo.

Elementos de um retentor bsico

15

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Tipos de perfis de retentores As figuras ao lado mostram os tipos de perfis mais usuais de retentores. Como foi visto, a vedao por retentores se d atravs da interferncia do lbio sobre o eixo. Esta condio de trabalho provoca atrito e a consequente gerao de calor na rea de contato, o que tende a causar a degenerao do material do retentor, levando o lbio de vedao ao desgaste. Em muitas ocasies provoca o desgaste no eixo na regio de contato com o retentor. A diminuio do atrito conseguida com a escolha correta do material elastomrico. A tabela a seguir mostra quatro tipos de elastmeros e suas recomendaes genricas de uso diante de diferentes fluidos e graxas, bem como os limites de temperatura que eles podem suportar em trabalho.

16

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Recomendaes para a aplicao dos retentores Para que um retentor trabalhe de modo eficiente e tenha uma boa durabilidade, a superfcie do eixo e o lbio do retentor devero atender aos seguintes parmetros: o acabamento da superfcie do eixo deve ser obtido por retificao, seguindo os padres de qualidade exigidos pelo projeto; a superfcie de trabalho do lbio do retentor dever ser isenta de sinais de batidas, sulcos, trincas, falhas de material, deformao e oxidao; a dureza do eixo, no local de trabalho do lbio do retentor, dever estar acima de 28 HRC. Condies de armazenagem dos retentores Durante o perodo de armazenamento, os retentores devero ser mantidos nas prprias embalagens. A temperatura ambiente dever permanecer entre 10C e 40C. Manipulaes desnecessrias devero ser evitadas para preservar os retentores de danos e deformaes acidentais. Cuidados especiais precisam ser observados quanto aos lbios dos retentores, especialmente quando eles tiverem que ser retirados das embalagens. Cuidados na montagem do retentor no alojamento e no eixo Recomenda-se pr-lubrificar os retentores na hora da montagem. A prlubrificao favorece uma instalao perfeita do retentor no alojamento e mantm uma lubrificao inicial no lbio durante os primeiros giros do eixo. O fluido a ser utilizado na pr-lubrificao dever ser o mesmo fluido a ser utilizado no sistema, e preciso que esteja isento de contaminaes. A montagem do retentor no alojamento dever ser efetuada com o auxlio de prensa mecnica, hidrulica e um dispositivo que garanta o perfeito esquadrejamento do retentor dentro do alojamento, no permitindo retorcimentos na vedao. A superfcie de apoio do dispositivo e o retentor devero ter dimetros prximos para que o retentor no venha a sofrer danos durante a prensagem. O dispositivo no poder, de forma alguma, danificar o lbio de vedao do retentor. Os cantos do eixo devem ter chanfros entre 15 e 25 para facilitar a entrada do retentor. No sendo possvel chanfrar ou arredondar os cantos, ou o retentor ter de passar obrigatoriamente por regies com roscas, ranhuras, entalhes ou outras irregularidades, recomenda-se o uso de uma luva de proteo para o lbio. O dimetro da luva dever ser compatvel, de forma tal que o lbio no venha a sofrer deformaes. necessrio manter a direo correta dos lbios. A presso do fluido ajuda na vedao, pois tende a abrir os lbios do retentor. Alm disso, manter o eixo centrado em relao ao crculo dos lbios e no danificar os lbios (expandir no mximo 0,8mm no 17

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

dimetro). Evitar rugosidade acentuada da superfcie deslizante. Usar manga auxiliar com o fim de evitar o rompimento dos lbios ou danos parte externa. Untar com graxa a superfcie deslizante. Cuidados na substituio do retentor Sempre que houver desmontagem do conjunto que implique desmontagem do retentor ou do seu eixo de trabalho, recomenda-se substituir o retentor por um novo. Quando um retentor for trocado, mantendo-se o eixo, o lbio do novo retentor no dever trabalhar no sulco deixado pelo retentor velho. Riscos, sulcos, rebarbas, oxidao e elementos estranhos devem ser evitados para no danificar o retentor ou acarretar vazamento. Muitas vezes, por imperfeies no alojamento, usam-se adesivos (colas) para garantir a estanqueidade entre o alojamento e o retentor. Nessa situao, deve-se cuidar para que o adesivo no atinja o lbio do retentor, pois isso comprometeria seu desempenho. Anlise de falhas e provveis causas de vazamentos

18

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

GaxetasGaxetas so elementos mecnicos utilizados para vedar a passagem de um fluxo de fluido de um local para outro, de forma total ou parcial. Alm disso, um elemento vedante que permite ajustes medida que a eficcia da vedao vai diminuindo. So usadas tambm para isolamento trmico, so macias e flexveis e com boa resistncia mecnica e qumica. Os materiais usados na fabricao de gaxetas so: algodo, juta, asbesto (amianto), nilon, teflon, borracha, alumnio, lato e cobre. A esses materiais so aglutinados outros, tais como: leo, sebo, graxa, silicone, grafite, mica etc. A funo desses outros materiais que so aglutinados s gaxetas torn-las autolubrificadas. Em algumas situaes, o fluxo de fluido no deve ser totalmente vedado, pois necessria uma passagem mnima de fluido com a finalidade de auxiliar a lubrificao entre o eixo rotativo e a prpria gaxeta. A este tipo de trabalho d-se o nome de restringimento. O restringimento aplicado, por exemplo, quando se trabalha com bomba centrfuga de alta velocidade. Nesse tipo de bomba, o calor gerado pelo atrito entre a gaxeta e o eixo rotativo muito elevado e, sendo elevado, exige uma sada controlada de fluido para minimizar o provvel desgaste. A caixa de gaxeta mais simples apresenta um cilindro oco onde ficam alojados vrios anis de gaxeta, pressionados por uma pea chamada sobreposta. A funo dessa pea manter a gaxeta alojada entre a caixa e o eixo, sob presso conveniente para o trabalho. As gaxetas so fabricadas em forma de cordas para serem recortadas ou em anis j prontos para a montagem. Os cuidados a tomar na montagem das gaxetas so: Manter a uniformidade de adaptao ao longo do comprimento de vedao, sem que isso dificulte o movimento do eixo. Regular a presso de vedao (aperto da gaxeta) de modo que sejam possveis apertos posteriores em servio. No prescindir na lubrificao inicial, quando a gaxeta no for autolubrificante. 19

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

As figuras seguintes mostram gaxetas em forma de corda, anis e algumas de suas aplicaes.

20

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Aplicao das Gaxetas As gaxetas impregnadas so destinadas para vedao de hastes de vlvulas e tambm em eixos de mquinas rotativas como bombas, compressores radiais e outros. As gaxetas secas servem para vedao de portas de forno, estufas, isolamento de tubulaes externas que conduzam fluidos aquecidos. As gaxetas so usadas em hastes de vlvulas. Neste caso a gaxeta faz a vedao e no permite vazamento do fluido. So gaxetas com caractersticas para resistir altas presses de aperto e pouca lubrificao, pois no ocorre movimento rotativo constante na haste.

Seleo da gaxeta A escolha da gaxeta adequada para cada tipo de trabalho deve ser feita com base em dados fornecidos pelos catlogos dos fabricantes. No entanto, os seguintes dados devero ser levados em considerao: Material utilizado na confeco da gaxeta; Tipo de equipamento; Caractersticas fsicas e qumicas do fluido; Dimenses da caixa de gaxeta; Temperatura e presso dentro da caixa de gaxeta; Tipo de movimento da bomba (rotativo/alternativo); Material utilizado na construo do eixo ou da haste; Ciclos de trabalho da mquina; Condies especiais da bomba: alta ou baixa temperatura; local de trabalho (submerso ou no); meio (cido, bsico, salino) a que se encontra exposta; 21

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Velocidade perifrica do eixo: Vp=eixo x x rpm; 60.000 Para determinar a bitola da gaxeta utilize a frmula: (caixa - eixo); 2 Para determinar o nmero de anis, divida a medida da profundidade da caixa de gaxetas pela bitola encontrada; Para determinar o comprimento do anel usar a frmula: L=(1,2 x S + D) x 3,14 Onde: L= comprimento do anel; S=bitola da gaxeta; D=dimetro do eixo.

Substituio da gaxeta A gaxeta deve ser removida atravs de ferramentas saca-gaxeta com tamanho adequado. O interior da caixa de gaxeta deve ser bem limpo. O grau de limpeza poder ser verificado com o auxlio de um espelho ou lmpada, caso seja necessrio. Aps a limpeza verifique se a superfcie da caixa e do eixo/bucha no esto danificadas.

Caso no exista uma gaxeta padronizada, deve-se substitu-la por uma em forma de corda, tomando cuidado em seu corte e montagem. O corte dever ser a 45 para que haja uma vedao. A gaxeta dever ser montada escalonadamente para que no ocorra uma coincidncia dos cortes ou emendas, evitando assim possveis vazamentos conforme mostra a figura seguinte.

Com auxlio de uma luva bipartida ou ferramenta especfica, empurre um anel de cada vez na caixa de gaxetas. 22

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

O ultimo anel a ser instalado dever ficar com a emenda para baixo, para direcionar o gotejamento. Aperte alternadamente os parafusos da sobreposta assegurando que o eixo gire livre. Ligue a bomba e aperte os parafusos da sobreposta 1/6 volta por vez, at alcanar o gotejamento desejado. Substitua a gaxeta sempre que o gotejamento no for mais controlado pelo aperto da sobreposta.

Falhas ou defeitos nas gaxetas

23

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Vedao com junta expansivaEsta junta usada predominantemente em motores de combusto interna, e tem a forma de anis partidos. Os anis montados devem formar uma junta estanque com a superfcie de deslizamento.

Para isso exigi-se: Que as superfcies dos anis sejam paralelas s do cilindro. Os anis devem mover-se transversalmente em seus alojamentos. Os anis devem ter uma folga mnima nas suas junes. Os anis devem ser montados de forma que suas junes fiquem desencontradas. O mau funcionamento da junta expansiva pode ocorrer por defeitos de cilindricidade do mbolo, do anel ou da superfcie de deslizamento; ou ainda, defeitos no alojamento do anel.

Na montagem destas juntas necessrio: Verificar se as dimenses dos anis, alojamentos e mbolo so compatveis. Limpar e lubrificar anis, alojamentos e mbolo. Rodear os anis com barras auxiliares, arame e tensor ou pinas especiais. Verificar a mobilidade transversal dos anis. No deteriorar os cantos dos anis.

24

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Selo mecnicoO selo mecnico um vedador de presso que utiliza princpios hidrulicos para reter fluidos. A vedao exercida pelo selo mecnico se processa em dois momentos: a vedao principal e a secundria. Vedao principal A vedao principal feita num plano perpendicular ao eixo por meio do contato deslizante entre as faces altamente polidas de duas peas, geralmente chamadas de sede e anel de selagem. A sede estacionria e fica conectada numa parte sobreposta. O anel de selagem fixado ao eixo e gira com ele. Para que as faces do anel de selagem e da sede permaneam sempre em contato e pressionadas, utilizam-se molas helicoidais conectadas ao anel de selagem. As figuras a seguir mostram alguns tipos de sedes e de anis de selagem, bem como um selo mecnico em corte.

Vedao secundria A vedao secundria, aplicada sede e ao anel de selagem, pode ser feita por meio de vrios anis com perfis diferentes, tais como: junta, anel o'ring, anel "V", cunha, fole etc. 25

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Uso do selo mecnico Os selos mecnicos so utilizados com vantagens em relao s gaxetas, pois no permitem vazamentos e podem trabalhar sob grandes velocidades e em temperaturas e presses elevadas, sem apresentarem desgastes considerveis. Eles permitem a vedao de produtos txicos e inflamveis. Sua aplicao to variada que a indstria teve de desenvolver selos mecnicos para trabalhos especficos entre os quais se citam altas temperaturas, altas presses, altas velocidades, trabalhos com fludos corrosivos e trabalhos pesados. As figuras a seguir mostram exemplos de selo mecnico em corte.

26

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Vantagens do selo mecnico Reduz o atrito entre o eixo da bomba e o elemento de vedao reduzindo, consequentemente, a perda de potncia. Elimina o desgaste prematuro do eixo e da bucha. A vazo ou fuga do produto em operao mnima ou imperceptvel. Permite operar fluidos txicos, corrosivos ou inflamveis com segurana. Tem capacidade de absorver o jogo e a deflexo normais do eixo rotativo. Reduz o tempo de manuteno. O selo mecnico usado em equipamentos de grande importncia como aqueles usados em refinarias (bombas de transporte), tratamento de gua e esgoto (bombas de lama bruta), indstria da construo (bomba de submerso), indstria de bebidas (fabricao de cerveja), indstria txtil (bombas de tintura), indstria qumica (bombas padronizadas), construo naval (bomba principal de refrigerao por gua do mar), energia (bombas de climatizao de caldeira), usinas termoeltricas e nucleares. Materiais empregados nos selos mecnicos Os materiais empregados na vedao principal de um selo mecnico so: Viton; Teflon; Buna Nitrlica; Grafoil; Kalrez; Carvo, sendo que experincias provam que uma vedao bem sucedida deve empregar este material em uma das peas na sede ou no anel de selagem. Porm, o carvo deve ser combinado com outros materiais, que so: Ferro fundido Ni resist; Stellite; Carboneto de tungstnio; Cermica. Os materiais dos elementos de vedao secundria so: Cunhas: Borracha; Teflon; Viton; Asbesto especial. Foles: Borracha; Teflon; Hasteloy. 27

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

Anlise de falhas e provveis causas de vazamentos A grande quantidade de calor gerada nas faces seladoras devido ao atrito entre as superfcies pode dar origem a falhas e desgastes do selo; para evitar que isso acontea, faz-se circular um lquido adequado pela caixa de gaxeta, com a finalidade de penetrar por entre as faces seladoras e mant-las afastadas uma da outra, isto , substitui-se o atrito slido pelo atrito fludo, em que o lquido tem a funo de lubrificar e refrigerar o selo. Os principais fatores que prejudicam o bom funcionamento do selo so a alta temperatura e os abrasivos. A alta temperatura deve ser mantida dentro de uma faixa tolervel e os abrasivos devem ficar afastados da pelcula lubrificante formada entre as faces seladoras. Isto conseguido por meio de sistemas auxiliares. Os sistemas auxiliares mais usados para diminuir ou evitar os problemas de funcionamento do selo so: Refrigerao da caixa de selagem; Refrigerao da sede do selo; Lubrificao das faces seladoras; Lavagem ou circulao; Recirculao com anel bombeador; Abafamento; Selo duplo; Suspiro e dreno.

28

Escola SENAI Santos Dumont So Jos dos Campos

RefernciasBibliogrficas:Apostila Curso Tcnico em Manuteno Eletromecnica Elementos de Mquinas. SENAI-SP, 2006.

Webgrficas:http://fabioferrazdr.files.wordpress.com/2008/10/introducao-aos-elementos-devedacao.pdf http://perdiamateria.eng.br/Mecanismos/Elementos%20de%20Veda%C3%A7% C3%A3o,%20Gaxetas%20e%20Correntes.pdf http://perdiamateria.eng.br/Mecanismos/Elementos%20de%20M%C3%A1quina s%202.pdf http://sites.google.com/site/cetebmecanica/elementos-de-vedacao

29