elementos da narrativa 2

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    Elementos da narrativa

    Introduo

    A narrao um relato centrado num factoou acontecimento; hpersonagensa actuar e um narradorque relata a aco. O tempo eo ambiente(ou cenrio) so outros elementos importantes naestrutura da narrao.

    O Enredo

    O enredo, ou trama, ou intriga, , podemos dizer, o esqueleto danarrativa, aquilo que d sustentao histria, ou se!a, odesenrolar dos acontecimentos. "eralmente, o enredo est centradonum con#lito, responsvel pelo n$vel de tenso da narrativa; podemoster um con#lito entre o homem e o meio natural (como ocorre emalguns romances modernistas%, entre o homem e o meio social, atchegarmos a narrativas que colocam o homem contra si prprio(como ocorre em romances introspectivos%.

    &m O Ateneuo enredo desenvolve'se a partir da entrada do meninoSrgio, aos onze anos de idade, no colgio interno. olocado diante

    de um mundo di#erente, sem estar preparado para isso, o meninoviv)ncia uma srie de e*peri)ncias e acontecimentos que culminamcom o inc)ndio e a consequente destruio do colgio.

    O Ambiente

    O am+iente o espao por onde circulam personagens e se desenrolao enredo. &m alguns casos, de importncia to #undamental que setrans#orma em personagem, como no caso do colgio interno em OAteneu, de Raul Pompia, e da ha+itao colectiva em O cortio,de Alu$sio Azevedo.

    O Tempo

    O+serve, no #ragmento de O Ateneu, como o tempo um elementoimportante- "Eu tinha onze anos", a#irma o personagem'narrador(perce+a a e*pressividade do pronome pessoal e do ver+o no

    pretrito%. ica caracterizada, assim, uma narrativa de carctermemorialista, ou se!a, o tempo da aco anterior ao tempo da

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    narrao. O personagem'narrador na sua vida adulta narra #actosacontecidos durante a sua pr'adolesc)ncia.

    As Personagens

    Os seres que actuam, isto , que vivem o enredo, so aspersonagens. &m geral a personagem +em constru$da representauma individualidade, apresentando, inclusive, traos psicolgicosdistintos. / personagens que no representam individualidades, massim tipos humanos, identi#icados antes pela pro#isso, pelocomportamento, pela classe social, en#im, por algum trao distintivocomum a todos os indiv$duos dessa categoria. & h tam+mpersonagens cu!os traos de personalidade ou padr0es decomportamento so e*tremamente acentuados (s vezes tocando orid$culo%; nesses casos, muito comuns em novelas de televiso, pore*emplo, temos personagens caricaturais.

    A personagem Srgio, do romance O Ateneu, constitui'se numaindividualidade, ou se!a, numa #igura humana comple*a que vivecon#litos com o mundo e*terior e consigo mesmo. 1 o director docolgio, o Dr Aristarco, em+ora no se!a uma caricatura, apresentaalguns traos de personagem caricatura.

    O Nome das Personagens

    2 interessante o+servar como os +ons escritores se preocupam com arelao personagem3nome prprio. 4e!a !raciliano Ramos, em"ida secas-"it#ria o nome de uma nordestina que alimentapequenos sonhos, nunca concretizados; $aleia o nome de umacachorra que morre em consequ)ncia da seca, em pleno sertonordestino.

    %ac&ado de Assis outro e*emplo +rilhante; em Dom 'asmurro,o personagem'narrador chama'se $entoe tem sua vida em grandeparte determinada pela carolice da me, que queria torn'lo padre.

    (ima $arretotam+m tra+alha muito +em o nome dos seuspersonagens- 'lara do Anos uma rapariga negra que engravidada e a+andonada por um rapaz +ranco; *sa+as 'amin&aum escrivo (lem+ra'se do 5ero 4az 6%; ,uaresma um ingnuonacionalista que morre s mos de um ditador.

    7o romance O Ateneu, o diretor autocrtico e ma!esttico,

    responsvel por um ensino conservador e ultrapassado, signi#icativamente +aptizado de Aristarco(deristos, 8ptimo8+

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    arqu, 8governo8, ou se!a, o +om governo, com toda ironia poss$vel%.oncluso- ao ler +ons autores ou mesmo ao criar personagens,preste ateno aos nomes.

    &m,uincas $orbatemos um narrador omnisciente 4e!a como o

    narrador 8l)8 os sentimentos, os dese!os e mesmo o !ogo de cena dapersonagem; sa+emos, por e*emplo, que Rubiomiravadisfaradamente a +ande!a, que amava de corao os metaisno+res. O narrador conhece as provveis op0es de 9u+io- apre#er)ncia pela +ande!a de prata aos +ustos de +ronze.

    -arrao na ./ Pessoa e narrador omnisciente e omnipresente

    O narrador omniscienteou omnipresente uma espcie detestemunha invis$vel de tudo o que acontece, em todos os lugares eem todos os momentos; ele no s se preocupa em dizer o que aspersonagens #azem ou #alam, mas tam+m traduz o que pensam esentem. 5ortanto, ele tenta passar para o leitor as emo0es, ospensamentos e os sentimentos das personagens.

    7as narra0es em terceira pessoa, o narrador est #ora dosacontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e detodos. &sta situao permite ao narrador sa+er de tudo, do passado e

    do #uturo, das emo0es e pensamentos dos personagens. :a$ dizer'seomnisciente.