eleições 2014 - 29 de agosto de 2014

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Especial MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial PRIMEIRO DEBATE FOI MORNO Com regras confusas, duelo entre os candidatos, na Band, teve poucas batidas de frente O primeiro debate das Eleições de 2014 teve momen- tos de embates ora virulentos, ora sonolentos, e regras confusas que chega- ram a cofundir, em alguns momentos, até mesmo o apresentador Otávio Ceschi Jr. Foram 03:00 de progra- ma com os candidatos José Melo (Pros), Eduardo Bra- ga (PMDB), Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN) e Abel Alves (Psol), que ficaram frente à frente. O critério para a escolha dos candidatos favoreceu somente aqueles partidos com representação na Câmara dos Deputados. As regras complicadas e o sorteio feito pelo apre- sentador acabaram trazen- do, várias vezes, Chico Preto e Abel à cena, escondendo José Melo e Eduardo Braga que, quando tiveram chance de se confrontar, escolheram candidatos diferentes para comentar suas respostas. De acordo com as regras explicadas pelo mediador, o primeiro bloco dedicou três minutos para que os candi- datos pudessem fazer sua apresentação. No segundo, eles fizeram a pergunta, di- retamente, um para o outro, tendo ainda um minuto para o direito à réplica e tréplica. No terceiro bloco, os cinco candi- datos foram sabatinados por jornalistas da TV Rio Negro/ Band. No quarto bloco, os candidatos tiveram a oportu- nidade de voltar a se confron- tar, fazendo perguntas entre si. As considerações finais ficaram reservadas para o quinto e último bloco. Por várias vezes, Otávio Ceschi caiu na gargalhada quando, no sor- teio dos nomes, sobrava apenas um candi- dato que teria que perguntar para ele mesmo, já que os outros já haviam perguntado e respondido. Por duas vezes, isso aconteceu com Braga, que também acabou rindo. O tão esperado momento de colisão entre José Melo (Pros) e Eduardo Braga (PMDB) aconteceu somente no se- gundo bloco, quando Eduardo atacou o governo de Omar Aziz e de Melo, dizendo que eles tiveram R$ 20 milhões a mais na arrecadação e al- guns projetos “estão devagar, quase parando”. José Melo respondeu que o aumento da receita foi resultado de uma política financeira “inteligen- te e honesta” e devolveu com outra alfinetada, dizendo que o “nosso governo” (o dele e de Omar) pagou a conta da Ponte Sobre o Rio Negro, da Arena e “o povo vai pagar a do Prosamim”. A rota de colisão que cau- sou mais estragos e rendeu um direito de resposta ao candidato Eduardo Braga foi protagonizada pelo can- didato Marcelo Ramos, ao responder a uma pergunta de Eduardo sobre a fuga re- corde de 170 detentos de um presídio da capital. Bra- ga usou o pronome pessoal “eles” ao culpar o governo de Melo e Omar, e Marcelo ramos respondeu perguntan- do “eles quem, Eduardo?”. E passou ao ataque: — Vocês! O Omar era seu vice-governador e o Melo seu secretário de governo. Você os elegeu e tem responsabili- dade por isso. Você pode até criticar, mas tem que fazer ajoelhado no milho. Eduardo Braga pediu di- reito de resposta e ganhou. Teve um minuto, que foi usado para ele dizer que trabalha desde os 17 anos e que cons- truiu seu patrimônio com esforço pessoal. O candidato do Psol, Abel Alves, foi o primeiro a che- gar aos estúdios da Band, na avenida André Araújo, às 20h. Ao passar no corredor formado pelas torcidas dos candidatos, declarou a um repórter que “o importante não é chegar por primeiro ao debate, mas sim na corrida ao governo do Estado”, disse Abel, exibindo o chapéu e o bigode que o deixam com cara de Santos Dumont. José Melo e Eduardo Bra- ga chegaram praticamente juntos aos estúdios da Band, na avenida André Araújo, por volta das 21h. Do lado de fora, as claques se digladiavam aos gritos de “primeiro turno! Pri- meiro turno! Primeiro turno”, referindo-se aos resultados da pesquisa que dão como favorito Braga. A galera pró- José Melo respondia com gri- to de “Melo! Melo! Melo!”. Na chegada, o governador avaliou sua campanha como positiva, limpa e de pro- postas. “Vamos fazer uma campanha equilibrada e sem agressões. A política já evo- luiu bastante para isso”. —Todos os dias, dobro os olhos e agradeço a Deus por ter a oportunidade de traba- lhar mais pelo nosso povo —, disse o candidato do Pros, trajando um impecável terno azul marinho. Eduardo Braga também chegou prometendo um de- bate de propostas e ideias. Fez cobranças e críticas em relação a alguns seto- res. Disse que iria debater a necessidade de adotar mu- danças urgentes na edu- cação e saúde, “que estão devagar demais”. Marcelo ramos veio a pé e exibindo uma camiseta pedindo a “Paz na Eleição”. Em letras expressivas, era possível ler a frase: “Respeite seu adversário, eleição não é briga de torcida”, dizia a inscrição da t-shirt. O primeiro debate das elei- ções 2014 teve início às 22h, com o apresentador Otávio Cresci Jr., da rede Bandeiran- tes, apresentando as regras, discutidas previamente entre os candidatos. Mas antes, o mediador apresentou cenas dos candidatos chegando ao estúdio da emissora. Antes de começar o con- fronto, Cresci explicou que o debate seria realizado na primeira quinzena de agosto, mas foi adiado de- vido à tragédia que matou Eduardo Campos. No tempo para as apre- sentações, Abel Alves fez um protesto pelas regras eleitorais que barraram a participação de dois can- didatos, Herbert Amazonas (PSTU) e Luiz Navarro (PCB). Abel também lamentou a ausência de uma candida- ta mulher na disputa pelo governo do Amazonas. MÁRIO ADOLFO Equipe EM TEMPO CONFRONTO A rota de colisão que causou mais estra- gos foi protagonizada por Marcelo Ramos e rendeu um direito de resposta a Braga Melo foi recepcionado pelos correligionários em sua chegada Braga também foi bastante aplaudido ao chegar na emissora Marcelo Ramos chegou usando uma camisa pedindo paz FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM DIEGO JANATÃ Candidatos ao gover- nado do Amazonas realizaram, ontem, o primeiro debate ao vivo Horário de fechamento desta edição: 4:00 ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 29/8/2014 03:17:36

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Eleições 2014 - 29 de agosto de 2014

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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PRIMEIRO DEBATE FOI MORNOCom regras confusas, duelo entre os candidatos, na Band, teve poucas batidas de frente

O primeiro debate das Eleições de 2014 teve momen-tos de embates ora

virulentos, ora sonolentos, e regras confusas que chega-ram a cofundir, em alguns momentos, até mesmo o apresentador Otávio Ceschi Jr. Foram 03:00 de progra-ma com os candidatos José Melo (Pros), Eduardo Bra-ga (PMDB), Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN) e Abel Alves (Psol), que fi caram frente à frente. O critério para a escolha dos candidatos favoreceu somente aqueles partidos com representação na Câmara dos Deputados.

As regras complicadas e o sorteio feito pelo apre-sentador acabaram trazen-do, várias vezes, Chico Preto e Abel à cena, escondendo José Melo e Eduardo Braga que, quando tiveram chance de se confrontar, escolheram candidatos diferentes para comentar suas respostas.

De acordo com as regras explicadas pelo mediador, o primeiro bloco dedicou três minutos para que os candi-datos pudessem fazer sua apresentação. No segundo, eles fi zeram a pergunta, di-retamente, um para o outro, tendo ainda um minuto para o direito à réplica e tréplica. No terceiro bloco, os cinco candi-datos foram sabatinados por jornalistas da TV Rio Negro/Band. No quarto bloco, os candidatos tiveram a oportu-nidade de voltar a se confron-tar, fazendo perguntas entre si. As considerações fi nais fi caram reservadas para o quinto e último bloco.

Por várias vezes, Otávio Ceschi caiu na gargalhada

q u a n d o , no sor-teio dos n o m e s , s o b r a v a a p e n a s um candi-dato que teria que perguntar para ele mesmo, já que os outros já haviam perguntado e respondido. Por duas vezes, isso aconteceu com Braga, que também acabou rindo.

O tão esperado momento de colisão entre José Melo (Pros) e Eduardo Braga (PMDB) aconteceu somente no se-gundo bloco, quando Eduardo atacou o governo de Omar Aziz e de Melo, dizendo que eles tiveram R$ 20 milhões a mais na arrecadação e al-guns projetos “estão devagar, quase parando”. José Melo respondeu que o aumento da receita foi resultado de uma política fi nanceira “inteligen-te e honesta” e devolveu com outra alfi netada, dizendo que o “nosso governo” (o dele e de Omar) pagou a conta da Ponte Sobre o Rio Negro, da Arena e “o povo vai pagar a do Prosamim”.

A rota de colisão que cau-sou mais estragos e rendeu um direito de resposta ao candidato Eduardo Braga foi protagonizada pelo can-didato Marcelo Ramos, ao responder a uma pergunta de Eduardo sobre a fuga re-corde de 170 detentos de um presídio da capital. Bra-ga usou o pronome pessoal “eles” ao culpar o governo de Melo e Omar, e Marcelo ramos respondeu perguntan-do “eles quem, Eduardo?”. E passou ao ataque:

— Vocês! O Omar era seu vice-governador e o Melo seu secretário de governo. Você

os elegeu e tem responsabili-dade por isso. Você pode até criticar, mas tem que fazer ajoelhado no milho.

Eduardo Braga pediu di-reito de resposta e ganhou. Teve um minuto, que foi usado para ele dizer que trabalha desde os 17 anos e que cons-truiu seu patrimônio com esforço pessoal.

O candidato do Psol, Abel Alves, foi o primeiro a che-gar aos estúdios da Band, na avenida André Araújo, às 20h. Ao passar no corredor formado pelas torcidas dos candidatos, declarou a um repórter que “o importante não é chegar por primeiro ao

debate, mas sim na corrida ao governo do Estado”, disse Abel, exibindo o chapéu e o bigode que o deixam com cara de Santos Dumont.

José Melo e Eduardo Bra-ga chegaram praticamente juntos aos estúdios da Band, na avenida André Araújo, por volta das 21h. Do lado de fora, as claques se digladiavam aos gritos de “primeiro turno! Pri-meiro turno! Primeiro turno”, referindo-se aos resultados da pesquisa que dão como favorito Braga. A galera pró-José Melo respondia com gri-to de “Melo! Melo! Melo!”.

Na chegada, o governador avaliou sua campanha como positiva, limpa e de pro-postas. “Vamos fazer uma campanha equilibrada e sem

agressões. A política já evo-luiu bastante para isso”.

—Todos os dias, dobro os olhos e agradeço a Deus por ter a oportunidade de traba-lhar mais pelo nosso povo —, disse o candidato do Pros, trajando um impecável terno azul marinho.

Eduardo Braga também chegou prometendo um de-bate de propostas e ideias. Fez cobranças e críticas em relação a alguns seto-res. Disse que iria debater a necessidade de adotar mu-danças urgentes na edu-cação e saúde, “que estão devagar demais”.

Marcelo ramos veio a pé e exibindo uma camiseta pedindo a “Paz na Eleição”. Em letras expressivas, era possível ler a frase: “Respeite seu adversário, eleição não é briga de torcida”, dizia a inscrição da t-shirt.

O primeiro debate das elei-ções 2014 teve início às 22h, com o apresentador Otávio Cresci Jr., da rede Bandeiran-tes, apresentando as regras, discutidas previamente entre os candidatos. Mas antes, o mediador apresentou cenas dos candidatos chegando ao estúdio da emissora.

Antes de começar o con-fronto, Cresci explicou que o debate seria realizado na primeira quinzena de agosto, mas foi adiado de-vido à tragédia que matou Eduardo Campos.

No tempo para as apre-sentações, Abel Alves fez um protesto pelas regras eleitorais que barraram a participação de dois can-didatos, Herbert Amazonas (PSTU) e Luiz Navarro (PCB). Abel também lamentou a ausência de uma candida-ta mulher na disputa pelo governo do Amazonas.

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

CONFRONTOA rota de colisão que causou mais estra-gos foi protagonizada por Marcelo Ramos e rendeu um direito de resposta a Braga

Melo foi recepcionado pelos correligionários em sua chegada

Braga também foi bastante aplaudido ao chegar na emissora

Marcelo Ramos chegou usando uma camisa pedindo paz

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Candidatos ao gover-nado do Amazonas

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Horário de fechamentodesta edição:

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2 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Candidatos evitaram os ataques aos adversáriosEmbates maiores foram polarizados pelo candidato socialista Marcelo Ramos. Demais preferiram apresentar propostas

O primeiro debate entre os principais candida-tos ao governo nestas eleições, realizado na

noite de ontem, na TV Band, foi marcado por poucos ata-ques entre o senador Eduardo Braga (PMDB) e o governador José Melo (Pros). O candida-to do PSB, Marcelo Ramos, desestabilizou os adversários e surfou pelo discurso da re-novação. Já o deputado Chico Preto (PMN) evitou embates incisivos e tentou se emplacar como a terceira via.

Eduardo Braga tentou man-ter a polarização com o go-vernador José Melo e explorou dados negativos da gestão do candidato à reeleição ao lado do ex-governador Omar Aziz (PSD). Por diversas vezes, Braga acusou o governo Melo de ter encalhado programas de governo e repetiu números sobre o notório crescimento das receitas durante a ges-tão do governador. O senador também atribuiu a Melo a alta nos preços dos alimentos.

“Não precisamos de ques-tões que não são verdadei-ras. Aumentaram os preços, fi zeram tributação em cima de produtos essenciais. Tive-ram mais dinheiro, mas não fi zeram por falta de gestão”, afi rmou o peemedebista. O governador José Melo tam-bém manteve o alvo em Bra-ga, mas evitou protagonizar embates diretos com o sena-dor, direcionando perguntas a outros candidatos. Melo driblou ataques de adversá-rios, citando maratonas de dados de seu governo.

“O senhor, se eleito gover-nador, prefere construir uma escola ou um monumento em homenagem à ponte sobre o rio Negro?”, perguntou Melo ao deputado Chico Preto, em ataque a Eduardo Braga. Braga e Melo protagonizaram

um emba-te direto quando o s e n a d o r perguntou “o motivo” da queda no cresci-mento do E s t a d o , em contraponto com o cres-cimento das receitas. Melo revidou, afi rmando que o go-verno pagou as contas da ponte e do Proama, iniciados na gestão de Braga.

Os ataques mais incisivos partiram de Marcelo Ramos, que manteve as críticas ende-reçadas mutuamente a Braga e Melo, afi rmando, por diver-sas vezes, que ambos fazem parte do mesmo grupo políti-co. O parlamentar surfou pela estratégia para se apresentar como opção da terceira via para o eleitorado que bus-ca renovação. “Eles (Braga e Melo) são como irmãos gêmeos, que, um dia, acor-dam e resolvem dizer que são diferentes”, afi rmou.

O socialista surpreendeu Eduardo Braga e protagonizou o ponto mais alto do embate, em resposta ao questiona-mento do senador sobre os problemas na segurança pú-blica do Estado. “Eles quem? Vocês! Omar foi teu vice, Melo teu secretário. Você pode até criticá-los, mas tem que fa-zer ajoelhado no milho. Você é parte disso, não pode se esquivar. Você terminou o go-verno duplicando o número de homicídios”, afi rmou.

O ataque fez Braga reagir pela primeira vez às críticas do parlamentar, afi rman-do que Ramos faz “jogo de palavras” e não “separa o joio do trigo”. Em tréplica, o deputado citou que seu vice, Junior Brasil, é perito da Polícia Federal e afi rmou que o “governo Braga foi cliente da PF, e o meu será amigo dela”, destacou.

Não dá para o Amazonas ter uma

polícia que é temida pela população. Não dá mais para ver as fi las nas portas das

policlínicas

Eduardo Braga, Candidato ao governo

Eduardo, o Omar foi teu vice e Melo seu secretário. Você pode até criticá-los, mas tem que fazer isso de joelho no

milho

Marcelo Ramos, Candidato ao governo

Tenho a maturidade para reconhecer o que foi feito de bom para

o Amazonas, mas também coragem de tomar decisões que o

Estado precisa

Chico Preto, Candidato ao governo

Fizemos, sim! Fi-zemos escolas de tempo integral, o Ronda no Bairro e concluímos obras

inacabadas do go-verno anterior

José Melo, Candidato ao governo

Quero fazer um protesto. Lamento que as leis tenham

impedido outros dois candidatos de esta-rem aqui participan-

do deste debate

Abel Alves, Candidato ao governo

RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO

Durante todo o debate, militantes

ocuparam a porta da emissora para sau-dar os candidatos

Candidato do PMN, o de-putado Chico Preto apre-sentou uma performance segura e evitou confrontos incisivos, explorando pon-tos altos das suas propos-tas de governo.

O parlamentar mirou Braga e Melo nas críti-cas e tentou prolongar a dobradinha com Marcelo Ramos. “O governo tem dinheiro, mas investe mui-

to mal. Falta visão es-tratégica, gerência”, afi r-mou. A Eduardo Braga, ele acusou de ingerência no setor primário.

Já Abel Alves trouxe questionamentos repe-titivos aos candidatos e protagonizou um embate direto com Eduardo Braga, que negou acusações de que o senador encalhou a reforma portuária.

Apresentação de propostas

FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM

RICARDO OLIVEIRA

RICARDO OLIVEIRA

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3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato realiza reuniões internas com apoiadores de campanha e à noite participa de um comício no município de Rio Preto da Eva.

EDUARDO BRAGA

Candidato realiza às 6h30 panfl etagem na bola do Coroado. Em seguida, faz reunião com apoioadores da campanha na Zona Leste. À tarde, grava programa elei-toral e faz caminhada no bairro Val Paraíso. À noite, tem reunião com apoiadores de campanha na Zona Norte.

MARCELO RAMOS

Candidato concede entrevista a uma rádio local. À tarde, tem reunião com movimentos sociais e às 19h tem agendada uma reunião com membros do PSTU.

HERBERT AMAZONAS

Candidato não divulgou agenda.

ABEL ALVES

Candidato cumpre agenda administrativa pela manhã. À tarde, faz caminhada no município do Careiro Castanho e Presidente Figueiredo.

JOSÉ MELO

Candidato pela manhã realiza caminhada no bairro Educandos. Ao meio-dia, participa de almoço em uma fábrica. À tarde, faz caminhada no bairro Parque das Nações e à noite participa de um debate em uma fa-culdade particular.

CHICO PRETO

Candidato se reúne com correligionários durante o dia e à noite participa de um debate em uma universidade particular.

NAVARRO

‘Estamos satisfeitos com apoio de Eduardo Braga’ Secretário nacional do PT, Florisvaldo Souza esteve ontem na cidade e disse que não deverá pressionar a base de José Melo

“Antes de qualquer compromisso com Arthur Neto e com o Aécio Neves, o

governador José Melo (Pros) tem um acordo com a Presidên-cia da República. Ele é de um partido nacionalmente aliado a Dilma Rousseff (PT), tanto Melo, quanto Omar Aziz (PSD)”. A declaração foi do secretário nacional de organização do Par-tido dos Trabalhadores, Floris-valdo Souza, que ontem esteve em Manaus, para acompanhar como o diretório estadual da si-gla está trabalhando questões de organização e mobilização da campanha, que visa à ree-leição da presidente.

Em entrevista exclusiva, Sou-za negou que sua passagem pelo Amazonas tenha sido ar-quitetada para pressionar o governador José Melo a decla-rar apoio público à candidatura da petista. Já que, a 37 dias da realização do pleito que será dia 5 de outubro, Melo se mantém à margem do processo, que envolve Aécio Neves, nome do PSDB na corrida presidencial.

“A coordenação geral da cam-panha é quem cuida desses as-suntos. Se não recebi essa mis-são, não posso interferir. Não está na minha agenda fazer nenhum tipo de contato em Manaus, que não esteja ligado aos militantes e dirigentes do partido”, ressaltou.

Florisvaldo disse que o PT nacional está satisfeito com o apoio obtido junto às candida-turas de Eduardo Braga (PMDB), Rebecca Garcia (PP) e Francis-co Praciano (PT). E que nesse momento o foco é afi nar ainda mais os discursos. “Está tudo andando satisfatoriamente, as candidaturas de Dilma, Braga, Rebecca e Praciano estão muito fortes. Sabemos que onde Braga está ele enfatiza o movimento pró-Dilma”, analisou.

A infraestrutura montada no

comitê cen-tral do PT em Manaus foi outro fa-tor comemo-rado pelo se-cretário, que enfatizou as portas aber-tas do local para qualquer pes-soa que simpatize com o projeto petista para o país. “Aqui não existem portas fechadas, qual-quer um que queira nos apoiar será bem-vindo. Digo isso não só para os militantes, mas para os partidos também”, pontuou.

O enviado do PT a Manaus ainda comentou a adesão po-pular à candidatura de Dilma Rousseff , e falou não acre-ditar que Marina Silva (PSB) continue subindo nas próximas pesquisas de intenção de voto. Para ele, o efeito da morte de Eduardo Campos, vítima de acidente aéreo, há duas sema-nas, no interior de São Paulo, está fazendo com que alguns eleitores indecisos cogitem o voto na ambientalista.

“Sabemos que a morte trá-gica de Campos mexeu muito com todos. Mas, não vejo que Marina possa ultrapassar o PT, por conta disso. Um segundo turno pode até ser considerado, mas Marina não expõe projetos e essa políti-ca que ela planta não passa credibilidade sufi ciente para quem pretende governar um país como o Brasil”, frisou

O secretário de organização do PT aproveitou para criticar a postura adotada pelos rivais do partido. Segundo ele, mesmo a candidatura de Aécio Neves sofre com a falta de projetos fortes, e que pecam pela pouca aproximação com a realidade do eleitor. “O PT com o governo Lula e Dilma mudou completa-mente e essas pessoas teimam em não concordar. Quais são as propostas de Marina e Aécio? É difícil de lembrar. O que vemos são muitos ataques e pouco trabalho”, falou.

JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO

Florisvaldo destacou que antes de qualquer compromisso com Aécio, José Melo tem um acordo com a Presidência da República

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A neutralidade a qual Melo está amarrado também foi comentada pela primeira vez pelo prefeito de Manaus, Ar-thur Neto, com o qual o go-vernador estabeleceu alian-ça regional. Para o tucano, a

postura é considerada “satis-fatória”. Entretanto, Arthur sinalizou que não pretende aceitar maiores aberturas para o PT durante a cam-panha de Melo.

A reportagem entrou em

contato com a assessoria de imprensa do governa-dor e candidato à reeleição José Melo, para questionar a existência de alguma reunião entre ele o representante pe-tista, que esteve em Manaus

ontem até às 16h, mas o en-contro comentado nos basti-dores também foi negado, a exemplo da informação do próprio secretário-geral de organização do partido, Flo-risvaldo Souza.

Prefeito aceitou neutralidade de José Melo

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4 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

PT avalia que nem Lula evitaria vitória de Marina

Os “lulistas” do Partido os Trabalhadores já não falam em substituir a candidata Dilma Rousseff pelo ex-pre-sidente Lula, e por ordem dele. É que pesquisa interna, à qual tiveram acesso apenas quatro petistas ilustres, indi-ca que a ascensão de Marina Silva (PSB) é de tal maneira avassaladora que nem mes-mo Lula conseguiria evitar sua vitória. Análises internas citam até a hipótese de Ma-rina vencer no 1º turno.

Rosa dos ventosA advertência dos analistas

do PT é: Marina pode passar à frente e, com o “voto útil” de eleitores de Aécio, vencer no 1º turno.

Te cuida, MarinaA ordem de Lula é pro-

clamar confiança em Dilma, dizer que Marina é só “uma onda” e preparar a artilha-ria. Estão vasculhando a vida dela.

Cegos em tiroteioA candidatura de Marina

Silva desnorteou os marque-teiros do PT e do PSDB. Rigo-rosamente, eles não sabem o que fazer.

Peladão no RioNeste sábado, Aécio Neves

vai participar de um “pela-dão” no campo do Zico, no Rio, ao lado de craques que mar-caram época no futebol.

Polícia Federal registra 15º suicídio de policial

Esta semana foi regis-trado o 15º suicídio de um policial federal nos últimos dois anos, segundo fontes da própria corporação. José Roberto Correia de Araújo, de Londrina (PR), foi o terceiro caso somente nos últimos cinco meses. Segundo sindi-calistas, “o comportamento da direção da PF tem pro-

vocado e agravado diversos problemas entre os policiais”, incluindo problemas psicoló-gicos e psiquiátricos.

ProblemasPesquisa da Federação Na-

cional da PF em 2013 mos-trou que 30% dos policiais já se submeteram a algum tipo de tratamento psicológico.

Universo pequenoPolícia Federal conta, em

todo o país, com apenas 13 mil homens entre delegados, agentes, escrivães, papilos-copistas etc.

É insufi cientePara quase 9 mil quilôme-

tros de litoral, a PF dispõe de cerca de 150 homens. Na fronteira terrestre, o contin-gente não chega a 1.500.

O que é ruim, escondeO site de Dilma usa dados

do Ibope para dizer que ela segue “fi rme e forte”, mas não menciona a queda de 4 pontos ou o índice de rejeição da petista (36%), tampouco ao favoritismo de Marina no 2º turno.

Sujeira sob o tapete A pedido de Antônio Oli-

veira Santos, presidente da CNC, o chefão do Sesc reuniu 74 conselheiros no Rio e os orientou a rejeitar recursos do adversário Orlando Diniz contra a chapa da situa-ção, na eleição da entidade. Também discutiram como reverter estragos do afas-tamento, pela Justiça, do pre-sidente da Fecomércio-MG, aliado de Santos.

Mão na taçaDurante reunião quarta à

noite, a cúpula do Senado analisou o quadro eleitoral nos Estados. No DF, a con-clusão foi a de que o candi-dato a governador Rodrigo Rollemberg (PSB) “está com a mão na taça”.

Tempos amargosMarina Silva lançou luz,

ontem, na tragédia do setor sucroalcooleiro. Responsa-bilizou o governo pelo fe-chamento de 70 usinas e por outras 40 em recuperação judicial, com milhares de desempregados.

‘Marinar’, a saídaCom Aécio Neves em

baixa, velha raposa do PMDB ligou para o amigo Romero Jucá (PMDB-RR). “Você não precisava ter declarado voto para Aécio, bastava não apoiar Dil-ma”. E aconselhou: “É hora de marinar...”.

Projeto aguadoParecia briga da dupla

sertaneja Rio Negro e So-limões, mas não é: o STF vai julgar o conflito entre o Estado do Amazonas, que autorizou um porto próxi-mo ao encontro dos dois rios, e o Iphan, que meteu o bedelho e vetou o pro-jeto, considerando a área “monumento natural”.

Banco de memóriaO banco Itaú, de Neca

Setúbal, “colaboradora” de Marina Silva, ameaça ir às últimas instâncias para não pagar indenização de R$ 6 mil a ex-cliente que, moran-do no exterior, teve o nome injustamente negativado.

Candidato dos milagresFaltou bom senso, no

mínimo, à coordenação de campanha de Magela (PT-DF) ao Senado na edição do último programa eleitoral: um casal de cadeirantes diz que “pulou de alegria” com os feitos do candidato.

Pergunta no palanqueJá que faz tanta questão

de ser chamada de pre-sidenta, seu novo slogan não deveria ser “Dilma, coração valenta”?

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Guerra à brasileira

www.claudiohumberto.com.br

O setor foi ferido quase de morte pela incompetência do governo”

BETO ALBUQUERQUE (PSB), vice de Marina Silva, sobre a crise no setor sucroalcooleiro

A história foi contada à exaustão pelo ex-sena-dor sergipano Gilvan Rocha. O baiano Luiz Carlos Medrado Sampaio, ex-médico da Aeronáutica e seu amigo de infância, recebeu um telefonema que era uma convocação, em 31 de março de 1964, o dia do golpe:

- Apresente-se amanhã cedo no quartel. No pátio, com as armas.

- Armas? Mas que armas?- As que o senhor tiver, ora! – respondeu a voz, autoritária.- Posso ir desarmado?- Para quê serve um homem desarmado em quartel, numa revolução?Dia seguinte, cedinho, Medrado se apresentou e foi direto para o pátio, carregando um esti-

lingue no pescoço. Pegou trinta dias de cadeia.

Esforço concentrado em setembro O presidente do Senado,

Renan Calheiros, confi rmou nesta quinta-feira (28) a realização de um esforço concentrado na próxima semana, nos dias 2 e 3 de setembro. A expectativa do senador é de que a casa repita a produtividade al-cançada no início de agosto, quando foram aprovadas 16 propostas em dois dias.

”Estamos otimistas, já selecionamos as matérias que são importantes, fun-

damentais. Se nós avan-çarmos como queremos, no dia 2 já resolveremos os problemas”, disse.

Dentre as matérias que po-dem ser votadas no período está a Proposta de Emenda à Constituição PEC 63/2013, que restabelece o adicional por tempo de serviço (ATS) na remuneração das carrei-ras da magistratura e do Ministério Público. Antes de ser extinto, por meio das Emendas Constitucionais 20

e 41, o adicional era ga-rantido a todos servidores públicos federais. “Temos matéria importantes. Uma delas é a que cria o ATS para o Ministério Público e para o Judiciário. Hoje, o que acontece na prática é muito ruim. Você assume como juiz em uma comarca e acaba ganhando o mesmo que um ministro do Supremo Tribu-nal Federal. É preciso criar uma diferenciação”, disse o presidente da casa.

SENADO

Candidato se sentiu lesado por conta de um problema na exibição do seu programa eleitoral da última quarta-feira

Marcelo Ramos entrará com ação junto ao TRE

Marcelo ressaltou que troca do programa eleitoral foi um prejuízo irreparável na sua campanha

O candidato ao go-verno do Estado, deputado Marcelo Ramos (PSB), deve-

rá entrar com uma ação junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por estar se sentindo lesado pela não veiculação do seu programa eleitoral na última quarta-feira (27). Segundo Marcelo, o progra-ma defi nido seria um em que Marina Silva (PSB) apareceria e foi escolhido justamente para linkar com a entrevista da candidata à Presidência da República em um jornal de rede nacional.

Marcelo ressaltou que a “troca” dos programas foi um prejuízo irreparável e questio-nou quem vai devolver o tem-po de TV. “Pagamos a nossa

produtora e o programa foi repetido. Em vez de termos dois programas repet idos , t i v e m o s três. E quem vai nos devolver o tempo na TV?”, indagou.

O candidato explicou que agora essa questão é um as-sunto com os advogados dele. “Apesar disso, não vamos de forma nenhuma nos deixar abalar, vamos seguir em fren-te e esse assunto agora é com nossos advogados”, declarou. Para Ramos, não houve ne-nhum tipo de problema por parte deles, mas destacou que não entende o que aconteceu

para que o Tribunal Regio-nal Eleitoral não veiculasse o programa preparado para o dia. “Entregamos no prazo. Cumprimos todos os requisi-tos, mas não sei o que houve. Quem tem que responder isso é o TRE”, disparou.

O coordenador da Comis-são da Propaganda Eleitoral do TRE, Fued Semem Filho, disse que estão aguardando os advogados entrarem com representação para que se-jam apurados os fatos. “Os advogados do candidato já falaram que irão represen-tar, alegando que houve erro operacional, uma troca na sala de transmissão. Eu ainda não ouvi os técnicos, vamos aguar-dar para apurarmos o que, de fato, aconteceu”, explicou.

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Rebecca Garcia faz caminhada

SANTO AGOSTINHO

No dia do aniversário de 44 anos do bairro do Santo Agostinho, na Zona Oeste de Manaus, os moradores receberam como presente a visita da candidata a vice-governadora do Amazonas, Rebecca Garcia (PP). Infeliz-mente, apesar da data fes-tiva, o bairro tem pouco a comemorar, especialmente nos últimos. Violência, dro-gas, delinquência juvenil e aliciamento de meninas são as principais reclamações.

A comerciante Maria do Rosário Fonseca conversou com Rebecca e relatou os problemas de violência. “A juventude aqui não tem op-ções de lazer, precisa de

mais escolas de uma quadra e de atividades que evitem a droga. Aqui a gente vê homens passando de car-ro e aliciando as nossas meninas”, denunciou para Rebecca, que assegurou o compromisso com Eduardo Braga no governo para to-mar conta dos bairros e da juventude de Manaus. “Eu e o Eduardo cumprimos os nossos atuais mandatos em Brasília, mas agora no governo do Amazonas nós vamos prestar toda a ajuda que vocês precisam aqui no Santo Agostinho”, disse.

Tanto a comerciante Ma-ria do Rosário quanto a dona de casa Joelma Ramos Be-

lizali confi rmaram o voto na coligação Renovação e Experiência, por acreditar na mudança que virá com Eduardo e Rebecca no go-verno. “Antes do Eduardo Braga, nenhum político nun-ca tinha me dado nada na vida. O único que me deu alguma coisa foi o Eduardo, que me entregou o título defi nitivo da minha casa”, destacou Rosário. “O Santo Agostinho tem uma grati-dão eterna com o Eduardo Braga porque foi ele quem deu o nosso título defi nitivo”, disse Joelma Ramos que é de Maués e que afi rmou que lá, no município, todo mundo também vai votar no 15.

No dia do aniversário do bairro Santo Agostinho, candidata fez caminhada no local

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ULG

AÇÃO

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5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Prestação de contas deve fi car só para a última horaAté o meio-dia de ontem, nenhum candidato ou partido havia apresentado segunda parcial da prestação de contas ao TRE

Os candidatos, bem como os partidos políticos e comitês fi nanceiros, têm até

terça-feira (2), para apresentar a segunda parcial de presta-ções de contas de campanha à Justiça Eleitoral. No Ama-zonas, até o meio-dia de on-tem, nenhum candidato havia realizado a apresentação das contas. O prazo para a entrega começou ontem e a divulgação, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será no sábado, 6 de setembro.

A prestação de contas dos candidatos ao governo do Amazonas, segundo informa-ções das assessorias dos can-didatos, deve ser feita neste fi nal de semana. De acordo com a coordenadora de fi nanças do candidato Marcelo Ramos (PSB), Oneide Andrade, o can-didato fará a apresentação ainda neste fi nal de semana.

O secretário-geral do PMDB, Miguel Capobiango, explicou também que estão em fase

de fechamento. “Estamos fe-chando. Até o dia 30 estare-mos com a prestação fechada para apresentarmos, porque é preciso esperar fechar o mês para termos esse cál-culo”, disse. De acordo com a assessoria do candidato à reeleição José Melo (Pros), a

prestação também está em fase de conclusão.

Segundo a chefe de sessão da prestação de contas do Tri-bunal Superior Eleitoral (TRE), Maria Fabiana, a prestação é feita diretamente na inter-net. Em eleições anteriores, os candidatos ainda conseguiam

r e a l i z a r após o pra-zo, mas que nas últimas e l e i ç õ e s isso não é mais possí-vel porque o próprio sis-tema não aceita. “Terminou o prazo o sistema não recebe mais. Então, os candidatos têm que realizar a apresen-tação das prestações dentro do prazo”, destacou.

AuditoriasEla informou ainda que uma

equipe da prestação de contas sai às ruas para uma audito-ria quanto aos materiais dos candidatos, o que não deixa de ser uma forma que fi scaliza-ção para verifi car os dados. “É mais um trabalho de auditoria mesmo, onde confrontamos os dados. Além disso, temos um Termo de Cooperação Técnica com as fazendas (estadual e municipal) e elas nos passam as notas fi scais emitidas pelos candidatos quanto ao material de campanha”, explicou.

PRAZOA prestação de contas dos candidatos ao go-verno do Amazonas, segundo informações das assessorias dos candidatos, deve ser feita ainda neste final de semana ao Tribu-nal Regional Eleitoral

Maria Fabiana explicou que o atraso na prestação de contas refl ete na fi nal, o que é considerado infra-ção grave pela legislação e implicará em consequências posteriores, como alvos de processos eleitorais.

Na primeira parcial das prestações, 91 candidatos ao cargo de deputado es-tadual e 11 a deputado federal deixaram de prestar contas. No entanto, todos os sete candidatos ao go-

verno apresentaram suas prestações, bem como os candidatos ao Senado.

MedidasAs prestações de contas

fi nais de todos os candida-tos deverão ser enviadas até 30 dias depois da realização das eleições. Segundo in-formações no site do TSE, a publicidade destas infor-mações se dará à medida que as prestações de contas forem sendo recepcionadas

pela Justiça Eleitoral. No caso da não prestação de contas nos prazos fi xados, a Justiça Eleitoral notifi cará os can-didatos, partidos políticos e comitês fi nanceiros, no prazo de cinco dias, para prestá-las em até 72 horas, sob pena de tê-las julgadas como não prestadas. Situações de ausência de movimentação de recursos de campanha, fi nanceiros ou estimáveis em dinheiro não isentam do de-ver de prestar contas.

Candidatos podem ser processados

ARQUIVO EM TEMPO

Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) aceita até terça-feira (2) prestação de contas

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

Nejmi Aziz vai aos bairros conversar com comunitários

A agenda de compromis-sos de Nejmi Aziz junto à coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente vem sendo in-tensa na cidade de Manaus, com visitas aos bairros e reuniões com comunitários. O trabalho da ex-primeira-dama, nessa atual conjuntu-ra, concede apoio aos candi-datos Omar Aziz (PSD), que concorre ao Senado Federal, e ao governador José Melo (Pros), candidato à reeleição ao governo do Amazonas. Durante esta semana, ela esteve no conjunto Cida-dão 10, localizado no bairro Parque Riachuelo, Zona Oes-te, e com os moradores do bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus.

Durante as reuniões com os moradores, Nejmi verifi cou como está o andamento das ações do governo estadual nas localidades e apresentou as propostas que vão trazer melhorias paras as famílias dos bairros, levando em con-sideração a continuidade dos programas implantados nos segmentos de educação, saú-

de e segurança. “Estou indo até as famílias para verifi car os resultados dos programas sociais do governo na vida de todas elas. É fundamental conversar com esses mora-dores para que possamos ter o retorno daquilo que já foi feito e o que precisa melho-rar”, comentou Nejmi Aziz.

Importância do votoAlém de apresentar as

propostas, Nejmi Aziz tam-bém orienta a população sobre a importância do voto consciente. Entre os mora-dores, essa atitude resgata o respeito de decisão dos cidadãos pela democracia, como afi rma a doméstica Deusanira de Souza, 53, que já orienta a fi lha que irá votar pela primeira vez neste ano. “É isso que tenho falado para minha fi lha já aprender desde cedo, ainda mais que nesse ano ela irá votar. Quando vi a senhora Nejmi conversar sobre isso, achei muito bom porque ela não veio aqui como muitos fazem”, destacou.

AGENDA

A ex-primeira-dama do Estado, Nejmi Aziz, tem realizado várias visitas a comunitários dos bairros das zonas Norte e Leste

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6 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

‘Caravana 90’ faz campanha por sete municípios do AMDe hoje até domingo, José Melo e Omar Aziz fazem maratona de comícios e caminhadas em sete municípios e RMM

Sete municípios da Re-gião Metropolitana de Manaus (RMM) e do Baixo Amazonas re-

ceberão, a partir de hoje (29), a visita do governador e can-didato à reeleição José Melo (Pros), junto do ex-governador Omar Aziz (PSD), candidato ao Senado, além de comitiva formada por postulantes ao cargo de deputado estadual e federal. A agenda política, com carreatas, caminhadas e comícios passará pelas ci-dades de Careiro Castanho, Presidente Figueiredo, Uru-cará, Nhamundá, Parintins, Itacoatiara e Urucurituba.

Nos sete municípios, José Melo e Omar Aziz apresen-tam suas propostas de go-verno com destaque para a área de educação, saúde e setor Primário. Nesses eixos está previsto a execução de projetos para estimular a piscicultura e a fruticultura, a instalação de Centros de Educação em Tempo Integral (CETIs) e a criação de dois programas de saúde, o Pron-to Especialistae o Operação Saúde, ambos com a propos-ta de ampliar os serviços e especialidades médicas da capital para o interior.

Hoje, a primeira parada da coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente será pela Região Metropolitana. O município de Careiro Castanho (a 83 quilô-metros de Manaus) é o primei-ro a receber a visita da comi-tiva, com carreata seguida de um comício. No fi m da tarde, o grupo segue para Presidente Figueiredo (a 107 quilôme-tros da capital), onde tam-

bém farão caminhada e comício.

A m a n h ã (30), a agen-da de cam-panha da c o l i g a ç ã o segue para a região do Baixo Amazonas, cobrindo Urucará e Nhamun-dá, pela manhã, e Parintins no início da noite. Nos três municípios, Melo e Omar fa-zem caminhada, carreata e comício. O roteiro da “Ca-ravana 90” pela região do

Baixo Amazonas encerra no domingo (31) pelas cidades de Urucurituba e Itacoatiara.

Coligação A coligação Fazendo Mais

Por Nossa Gente, que tem o deputado federal Henrique Oliveira como candidato a vice de José Melo, engloba 16 par-tidos, com 325 candidatos a deputado estadual e 24 can-didatos a deputado federal. O grupo é composto por Pros, PSD, SD, PSDB, PR, PTdoB, DEM, PTC, PRP, PSL, PSC, PTN, PHS, PRTB, PV e PEN.

DIVULGAÇÃO

Os candidatos José Melo (para governador) e Omar Aziz (para o Senado) visitam, a partir de hoje até domingo, sete municípios

PROPOSTASNos sete municípios visitados pela “Cara-vana 90”, José Melo e Omar Aziz apresen-tam suas propostas de governo com des-taque para as áreas de educação, saúde e setor Primário

Lei do estacionamento terá estudoFRACIONADO

Um estudo técnico elabora-do pelo Ministério Público do Estado (MPE/AM) irá auxiliar no cumprimento da lei muni-cipal nº 1.752/2013 (Lei do Estacionamento Fracionado). A informação é do promotor de Justiça da 51ª Promoto-ria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Pro-decon), Otávio Gomes, que na manhã de ontem (28) esteve reunido com o vereador Wilker Barreto (PHS) e representan-tes dos Procons Municipal e Estadual, na sede do MPE, no bairro Nova Esperança, Zona Oeste, para discutir o tema.

Autor da lei, o vereador Wilker Barreto solicitou ao promotor de Justiça que o órgão possa intermediar as conversas entre as empresas que exploram o serviço de estacionamento nos shop-ping centers e hospitais, em virtude dos preços abusivos, que, conforme o parlamentar, vêm sendo praticados nesses locais. “Estes estacionamen-tos aumentaram de 20% a 30% o valor cobrado aos con-sumidores, após a lei entrar em vigor. Esta é uma coisa afrontosa, e a população vem cobrando uma postura mais rígida da Câmara Municipal e dos órgãos responsáveis

pela fi scalização”, salientou Barreto. Ele também chamou a atenção para o fato de que, para escapar do cumprimen-to da lei municipal, algumas destas empresas entraram com ações de inconstitucio-nalidade da legislação, no Tribunal de Justiça do Amazo-nas (TJAM), mas as mesmas foram derrubadas.

O promotor Otávio Gomes lembrou que um inquérito

civil sobre o caso foi aberto, e o estudo, que está sendo elaborado pelo Núcleo Téc-nico do MPE, servirá para dar mais sustentação aos trabalhos da 51ª Prodecon. “Dentro de aproximadamen-te 15 dias este estudo deverá estar pronto, pois sem ele não há como dizer se há abusividade ou não. As de-núncias feitas à promotoria, reclamações e a compara-

ção dos valores praticados antes e depois da lei, serão utilizados na elaboração do estudo”, informou Gomes.

Ainda de acordo com ele, a partir do levantamento técnico será possível propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto às empresas de estacionamen-to ou mesmo uma ação civil contra tais estabelecimentos. Os últimos autos de infração aplicados pelos Procons Mu-nicipal e Estadual também serão repassados ao MPE, para auxiliar nos trabalhos. Uma reunião prevista para ocorrer no dia 16 de setembro – período em que o estudo técnico deverá ser concluído -, também foi marcada.

SuporteConforme o coordenador

do Procon Municipal, Mar-celo Braga, os consumido-res que se sentirem lesados pelos estacionamentos po-derão realizar denúncias ao órgão na sede Procon Ma-naus, localizada na rua São Luiz, esquina com a Mário Ypiranga (antiga Recife), em Adrianópolis, Zona Cen-tro-Sul; pelo telefone 08000 - 092 -0111; ou ainda pelo email: [email protected]. As denúncias e re-clamações serão repassadas ao Ministério Público.

SÍNTIA MACIELEquipe EM TEMPO

Estudo vai auxiliar no cumprimento da Lei do Estacionamento Fracionado, em Manaus

ROBERVALDO ROCHA/CMM

SOLICITAÇÃOAutor da lei, o vereador Wilker Barreto solicitou à Justiça que o órgão possa intermediar as conversas entre as empresas que exploram o serviço de estacio-namento nos shopping centers e hospitais

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7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Dilma: ministros em campo para ‘esquentar’ campanha Presidente, candidata à reeleição pelo PT, aproveitou evento com trabalhadores para que ministros mostrassem serviços

PF invade sede da dona do jato que caiu com Campos

A Polícia Federal (PF) invadiu a casa da dona do jato Cessna Citation, que caiu com Eduar-do Campos, ex-presidenciável e ex-governador de Pernam-buco no dia 13. A operação aconteceu depois que a im-prensa trouxe à tona a irregu-laridade no uso da aeronave por parte da campanha de Eduardo e Marina Silva, hoje titular na busca presidencial ao Palácio do Planalto.

Segundo informações da Folha de São Paulo, a PF en-controu um documento que comprova o aluguel clandes-tino da empresa AF Andrade, que consta como dona do jato no banco de dados da Agên-cia Nacional de Aviação Civil (Anac), para a campanha pes-sebista. O papel mostra que os empresários que teriam

adquirido a aeronave teriam pago R$ 700 mil antes mes-mo de assinar o contrato de compra. No caso, o Cessna custa R$ 18,5 milhões, e o montante repassado antes do ato da assinatura se torna algo não comum.

O pagamento dos R$ 700 mil aconteceu três dias antes da assinatura ofi cial da compra do Citation - modelo do avião. E a assinatura foi feita por João Lyra de Melo Filho, empresário pernambucano. Para a polícia, o jato não foi vendido como disse o grupo AF Andrade, e sim arrendado para a campanha do partido socialista.

Já o PSB, afi rma que o avião foi cedido por três empresá-rios e que o mesmo aparece-ria nas prestações de contas no fi nal da campanha.

OPERAÇÃO

PSB tenta provar que transação envolvendo jato foi legal

REPRODUÇÃO

A presidente Dilma Rousseff , candidata à reeleição pelo PT, chegou à sede da

Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) para o primeiro ato de campanha depois que o comitê petista avaliou que ela precisa sair mais às ruas para se contrapor ao crescimento de Marina Silva (PSB), registrado em pesquisa de intenção de votos Ibope/Estado/TV Globo.

Dilma esteve acompanhada por quatro ministros: Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ar-thur Chioro (Saúde), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Miguel Rossetto (Desenvolvi-mento Agrário). Chioro justifi -cou a presença no evento em dia de expediente, afi rmando que “é hora do almoço”.

A presidente foi recebida por militantes da Contag, que entregaram a ela um do-cumento com 13 “diretrizes” para avançar no desenvol-vimento rural sustentável e solidário, a serem incluídas na plataforma de governo.

O evento com trabalhadores do campo ocorre na semana em que o governo fez três mo-vimentos para liberar terras para a reforma agrária, numa tentativa de minimizar críti-cas do Movimento dos Traba-lhadores sem Terra (MST).

O próprio MST convocou uma marcha no Estado de São Paulo para hoje (29). Durante a sema-na, o Palácio do Planalto liberou 93,7 mil hectares para a refor-ma agrária em nove Estados. O volume de terra equivale a 30% do total liberado em 2013.

Valorização do mínimoDurante o evento na Confe-

deração Nacional dos Traba-lhadores na Agricultura (Con-tag), Dilma Rousseff disse que, caso seja reeleita, vai manter a atual política de valorização do salário mínimo. A petis-ta também afi rmou que no seu governo o salário mínimo aumentou “12,4% acima da infl ação”, o que permitiu que milhões de brasileiros me-lhorassem de vida. “Eu não pretendo, de maneira alguma,

acabar com a política de valorização do salário mínimo. Po-lítica de va-lorização do salário míni-mo que nós temos certeza que contribuiu para esse país chegar onde chegou”, disse Dilma a jor-nalistas, depois de participar de evento com trabalhadores rurais em Brasília.

LegadoAntes da coletiva, durante o

discurso em evento da Contag, em Brasília, Dilma convocou a militância para defender o legado do governo e mostrar o que, de fato, “aconteceu” no Brasil. “Dizem que é importan-te parar de subir o salário, por-que senão a infl ação cresce. O salário mínimo aumentou 12,4% acima da infl ação no meu governo e isso permitiu que milhões de brasileiros ti-

vessem acesso a uma vida melhor. Eles falam que a in-fl ação aumentou por causa do salário, é mentira. A infl ação, inclusive, está caindo nos úl-timos meses e agora chegou a perto de zero”, destacou Dilma, mirando o PSDB.

Mais cedo, a ministra do Pla-nejamento, Miriam Belchior, afi rmou que o reajuste do sa-lário mínimo a partir de janeiro de 2015 será de R$ 788,06. O aumento será de 8,8% em relação ao valor deste ano, que é de R$ 724. O impacto para as contas públicas no próximo ano, segundo a assessoria da minis-tra, será de R$ 22 bilhões.

LIBERAÇÃOO evento com traba-lhadores do campo ocorre na semana em que o governo fez três movimentos para liberar terras para a reforma agrária, numa tentativa de minimizar críticas do MST

Assim como no progra-ma de rádio de ontem (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fi cou de fora da propaganda eleitoral da presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff , na televisão. A pro-paganda se concentrou no tema da saúde, apresentou programas realizados pelo governo do PT e propôs novos projetos caso Dilma

consiga um novo mandato - sem qualquer imagem ou fala do ex-presidente, até aqui o principal cabo eleitoral de sua campanha.

Antes de levantar o tema saúde, o programa eleitoral de Dilma apresentou vídeos do debate veiculado pela TV Bandeirantes. Entre os tre-chos escolhidos estavam in-tervenções da candidata so-bre integração das polícias

na operação de segurança da Copa do Mundo, investigações da Polícia Federal (PF) contra a corrupção, a importância da Petrobras e a defesa de que o país está preparado para um novo ciclo de crescimento.

No restante da propagan-da, a presidente destacou o programa Mais Médicos, além de citar outras ações do governo federal na área de saúde. A petista apareceu

em uma conversa com mé-dicos brasileiros e cubanos empregados na rede pública e o ministro da Saúde, Ar-thur Chioro. “O mais urgente agora é combater a demora na realização de exames e consultas com especialistas”, disse a candidata, antes de apresentar o programa Mais Especialidades. Pela primeira vez, Lula não apareceu no programa de Dilma.

Na TV, Lula fi ca fora de programa pela 1ª vez

Presidente Dilma Rousseff foi convencida pelos coordenadores de sua campanha eleitoral de que deveria trabalhar mais nas ruas

ICHIRO GUERRA/FOTOSPUBLICAS

Ex-deputada Tutu Quadros morre nos EUA aos 70 anos

A ex-deputada federal Dirce Tutu Quadros morreu ontem (28), aos 70 anos, ví-tima de enfi sema pulmonar. Ela estava ao lado das fi lhas, Ana Laura e Ana Claudia. O caçula, Jânio Quadros Neto, deve embarcar logo mais para Los Angeles, nos Esta-dos Unidos, onde ela vivia.

Tutu estava internada havia alguns dias em uma clínica que cuida de pacien-tes terminais.

Deputada constituinte, ela foi considerada uma das dez melhores parlamentares do país na ocasião, por sua atuação na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados.

Filha única do ex-presiden-te Jânio Quadros, teve em al-guns momentos uma relação conturbada com o pai.

Em uma das brigas públi-

cas, chegou a apresentar o número de uma conta que ele manteria na Suíça.

“Os dois se amavam lou-camente, brigavam muito.

Eram extremamente pare-cidos”, diz o publicitário Ruy Nogueira, que foi assessor de Tutu e amigo da família. “Tutu era uma mulher inteli-gente e corajosa”, afi rma.

FILHA DE JANGO

CONSTITUINTEDeputada constituin-te, ela foi considerada uma das dez melhores parlamentares do país na ocasião, por sua atuação na Comissão de Fiscalização e Con-trole da Câmara dos Deputados

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8 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Mário Adolfo e Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz, Raphael Lobato eAssessorias

REVISÃODernando Monteiroe João Alves

DIAGRAMAÇÃOMário Henrique Silva, Leonardo CruzPablo Filard e Marcelo Robert

TRATAMENTO DE FOTOSKlinger Santiago

Presidenciáveis diminuem os ataques e miram propostasSem ataques diretos, os candidatos à sucessão presidencial mudaram os discursos e passaram a apresentar mais projetos

Em propaganda com menos críticas e ata-ques indiretos do que a veiculada no rádio,

a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) priorizaram a apresen-tação de programas de gestão no horário eleitoral televisivo de ontem (28). Os candidatos tentam se opor à pessebis-ta Marina Silva, passando a imagem de administradores com experiência e propostas concretas para um eventual próximo mandato. Marina, que ofi cializou candidatura após a morte do então presidenciável Eduardo Campos (PSB), apa-rece em segundo lugar nas intenções de voto e, segundo a última pesquisa Ibope, vence-ria Dilma no segundo turno.

No rádio, um narrador da campanha da candidata à ree-leição disse que “ninguém quer a incerteza de uma aventura”, em crítica indireta à falta de experiência de Marina em man-datos do Executivo. Já Marina afi rmou em sua peça que não precisa “dar ministérios em troca de tempo de TV e não nos submetemos à chanta-

gem política de ninguém”, em referência à saída do então ministro dos Transportes do posto, César Borges, a pedido de seu partido, o PR.

Na televisão, tanto Dilma quanto Aécio apareceram em visita a periferias de grandes cidades, onde conversaram com moradores dos locais. O tucano foi ao bairro de Bro-tas, em Salvador (BA), para apresentar a estudantes o pro-grama Poupança Jovem, que destina recursos a crianças e adolescentes para que conti-num os estudos.

DiferençasA propaganda repetiu o slo-

gan “para fazer funcionar, me-lhor quem já fez funcionar”. Aécio governou Minas Gerais de 2003 a 2010. À câmera, o candidato disse que “há uma diferença enorme entre uma promessa e uma proposta”. “Promessas, muitas vezes, são palavras ao vento. Já uma pro-posta é algo muito mais pé no chão”, acrescentou.

Dilma esteve em uma unida-de de saúde de Guarulhos, na Grande São Paulo, que recebeu

profi ssionais cubanos do Mais Mé-dicos. Além de defender o programa, questionado por destinar parte dos recursos que iriam à bolsa dos profi ssionais ao governo cubano, a presidente anunciou proposta similar com médicos especialistas em um eventual segundo mandato. A ideia é se aproximar à apresentada pelo candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha. Pela primeira vez, o ex-presi-dente Lula não apareceu como cabo eleitoral de Dilma tanto na TV quanto no rádio.

Jovens eleitoresA propaganda televisiva de

Marina exibiu imagens de re-ações de jovens eleitores ao debate eleitoral da terça (26). A candidata repete que deseja trazer, se eleita, “pessoas com-petentes” de qualquer partido para seu governo e que “a polarização PT x PSDB já deu o que tinha que dar”.

O programa de Marina Silva, candidata do PSB, exi-biu trechos do debate entre os presidenciáveis realizado na terça-feira (26). Marina mostrou o debate com co-mentários de eleitores que assistiam o embate em suas casas. Os trechos escolhidos destacavam sua proposta de fazer uma “nova política” e críticas à infl ação e ao

baixo crescimento do país. “A reforma política começa agora. Quem vai ganhar essas eleições é uma nova postura, principalmente a do cidadão brasileiro”, disse Marina.

Pouco antes, o programa da candidata no rádio destacou que as conquistas do Brasil nos últimos 20 anos não poderiam ser “fulanizadas”. No áudio, ela reconheceu as virtudes de PT

e PSDB, mas afi rmou que a polarização é um modelo esgo-tado. O programa apresentou, também, promessas de Marina na área econômica. “Em 2010, nós assumimos o compromis-so de manter o tripé de política macroeconômica e temos o compromisso de reconhecer as políticas sociais que são uma conquista”, disse, durante o debate no rádio.

Marina critica aumento da infl ação

O candidado à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, conversa com trabalhadores da construção civil. Antes mandou, indiretamente, vários recados e críticas a Dilma e Marina Silva

A presidenciável Marina Silva quer mostrar nas ruas a fi gura de uma “governante confi ável”

FOTOSPUBLICAS

DIVULGAÇÃO

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