eleições 2010 prim. turno

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Os eleitores pedem mais tempo São Paulo Alckmin é eleito por margem estreita de votos Congresso Governistas conquistam maioria na Câmara e no Senado Pernambuco Campos obtém reeleição com votação recorde Veja no site do ‘Estado’ a repercussão dos resultados pelo Brasil http://estadão.com.br Pág. H15 Pág. H10 Pág. H20 SERGIO NEVES/AE A decisão ficou para o dia 31 – e para os eleitores de Marina Silva. Dilma Rousseff, com 47%, acabou abaixo da margem de erro das pesquisas. José Serra, com 33%, disputará o segundo turno com a candidata do governo. O ex-governador de São Paulo ficou no limite superior da margem de erro; Marina Silva, com 19%, também. Durante a campanha, Marina, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, criticou tanto Dilma quanto Serra. Em discurso ontem à noite, ela não revelou quem apoiará no segundo turno. O assédio à senadora acreana começou ontem mesmo, por enviados de Dilma e de Serra. O candidato tucano, que enfrentava a ameaça de não haver segundo turno, fez discurso eufórico, por volta de meia-noite. Pela manhã, Dilma procurou não esmorecer: “A militância que eu represento é melhor diante de obstáculos do que diante da facilidade.” À noite, ela disse que suas propostas ficarão mais claras a partir de agora. As campanhas de ambos serão redesenhadas. O resultado frustra a expectativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo engajamento na campanha foi sem precedentes nesses 21 anos de eleições diretas. Lula apostou sua popularidade e colocou o peso de seu cargo na candidatura de sua ministra-chefe da Casa Civil, que nunca disputara eleição e era desconhecida da maioria dos brasileiros até a campanha deste ano. FOTOS: CLAYTON DE SOUZA/AE, TIAGO QUEIROZ/AE E MARCIO LIMA / AFP estadão.com.br H1 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 7 8 9 10 11 12

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Os eleitores pedem mais tempo

São PauloAlckmin é eleito pormargem estreita de votos

CongressoGovernistas conquistam maioriana Câmara e no Senado

PernambucoCampos obtém reeleiçãocom votação recorde

Veja no site do ‘Estado’a repercussão dos

resultados pelo Brasilhttp://estadão.com.br

Pág. H15Pág. H10 Pág. H20

SERGIO NEVES/AE

A decisão ficou para o dia 31 – e para os eleitores de Marina

Silva. Dilma Rousseff, com 47%,acabou abaixo da margem de erro das pesquisas.

José Serra, com 33%, disputará o segundo

turno com a candidata do governo. O ex-governador de São

Paulo ficou no limite superior da margem de erro;

Marina Silva, com 19%, também.

Durante a campanha, Marina, ex-ministra do Meio

Ambiente de Lula, criticou tanto Dilma quanto Serra.

Em discurso ontem à noite, ela não revelou quem apoiará no segundo

turno. O assédio à senadora acreana começou ontem mesmo, por

enviados de Dilma e de Serra. O candidato tucano, que enfrentava a

ameaça de não haver segundo turno, fez discurso eufórico, por volta

de meia-noite. Pela manhã, Dilma procurou não esmorecer: “A

militância que eu represento é melhor diante de obstáculos do que

diante da facilidade.” À noite, ela disse que suas propostas ficarão

mais claras a partir de agora. As campanhas de ambos serão

redesenhadas. O resultado frustra a expectativa do presidente Luiz

Inácio Lula da Silva, cujo engajamento na campanha foi sem

precedentes nesses 21 anos de eleições diretas. Lula apostou sua

popularidade e colocou o peso de seu cargo na candidatura de sua

ministra-chefe da Casa Civil, que nunca disputara eleição e era

desconhecida da maioria dos brasileiros até a campanha deste ano.

FOTOS: CLAYTON DE SOUZA/AE, TIAGO QUEIROZ/AE E MARCIO LIMA / AFP

estadão.com.br

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H1 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010

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H2 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

Roldão Arruda

O PV fechou o primeiro turnodas eleições em clima de festae com um tremendo dilema pe-la frente. A festa é pelos sur-preendentes 19,6 milhões devotos dados à candidata Mari-na Silva. O dilema é sobre oque fazer no segundo turno.

O assédio do PT e do PSDB pe-la fatia de quase 20% do eleitora-do brasileiro, que pode ser o fielda balança no segundo turno, te-rá fogo pesado. Na verdade, co-meçou bem antes do fechamen-to das urnas. Há quase duas se-manas que José Serra, do PSDB,vem mantendo discretíssimoscontatos com representantes dadireção nacional do PV.

A definição verde não será fá-cil. Ontem, na entrevista coleti-va que deu logo após as urnasanunciarem o segundo turno,Marina declarou que o partidosó vai tomar posição após consul-tas e debates internos – um pro-cesso que pode se estender porvários dias. Ela também disseque a discussão ocorrerá semprea partir do programa de governoque apresentou na campanha.

Uma parte dos assessores pró-ximos de Marina, recém-filiadosao partido, defende a ideia deque ela se mantenha neutra, semdeclarar apoio a nenhum dosdois candidatos. Por outro lado,integrantes da direção nacionaldo partido querem o alinhamen-

to com Serra. Um deles é o presi-dente da legenda, José Luiz Pen-na. Essa atitude seria natural, doponto de vista dela, consideran-do que em alguns Estados, comoSão Paulo e Rio, PV e PSDB já sãoaliados.

Para se ter uma ideia do con-fronto entre os dois grupos, é in-teressante observar que Pennanão compareceu à comemora-ção de Marina, ontem à noite, nosalão de um cineclube, na VilaMadalena, na zona oeste, em SãoPaulo. A candidata apresentou-se à imprensa e aos militantesverdes cercada por familiares epelo grupo que trouxe para o PV,quando se filiou à legenda, noano passado.

Marina não tem pressa. Querouvir, entre outros grupos, os on-ze políticos que concorreram acargos majoritários nos Esta-dos. Alguns abandonaram candi-daturas próprias para garantirtempo de exposição para a candi-data no palanque eletrônico deseus Estados. Os candidatos deMinas Gerais e da Bahia estavampraticamente eleitos para a Câ-mara, mas se sacrificaram em no-me do projeto nacional.

Também nesse grupo, porém,não há unanimidade. Se os ver-des do Rio e de São Paulo temmais afinidade com o PSDB, naBahia pendem para o PT. Vale ob-servar também que, se a decisãofosse tomada apenas pela cúpulado partido, prevaleceria a posi-ção de Penna, que tem maioriados votos.

Internamente, comenta-seque Marina não quer ficar ausen-ta dos debates do segundo tur-no. Mas que isso não significa ne-cessariamente subir no palan-que de Dilma ou de Serra. Fala-se que poderia dialogar com osdois, como uma espécie de críti-ca dos programas, uma ombuds-man dos eleitores verdes.

Fala-se também que Marina,satisfeita por ter levado a eleiçãopara o segundo, ficaria contentese suas propostas fossem incor-poradas explicitamente pelos

candidatos. Sobre isso, vale men-cionar o artigo publicado ontemno Estado pelo ex-presidenteFernando Henrique Cardoso.

Numa espécie de namoro coma possível aliada, escreveu queSerra e Marina têm em comum

“a recusa ao caminho personalis-ta e autoritário”. Mais adiante,para delícia dos ambientalistasque assessoraram a campanhaverde, afirmou que o PSDB “sa-be que não há desenvolvimentode longo prazo sem sustentação

ambiental”.A equação sobre o que fazer no

segundo turno também levaráem conta que Marina já é candi-data potencial à sucessão presi-dencial, em 2014. “Não há dúvi-da de que ela estará lá”, disse on-

tem o empresário RicardoYoung, que também teve umaperformance surpreendente nadisputa para o Senado, em SãoPaulo. Saiu com 4,1 milhão de vo-tos, o equivalente a 11% do eleito-rado.

Candidata do PV vira fiel da balança no2º turno e já sofre assédio de PT e PSDB

A candidata do PV à Presidênciada República, Marina Silva, co-memorou o resultado obtido on-tem nas urnas em clima de fes-ta. Como se tivesse vencido aeleição, a senadora do Acre exi-bia uma descontração que nãose viu em nenhum momento dacampanha.

Na avaliação de Marina e dedirigentes do PV, para uma can-didatura que começou com ape-nas 3% das intenções de votonas pesquisas, o resultado finalfoi muito além do que se espera-va – no início da madrugada,com 99,87% dos votos apuradospelo Tribunal Superior Eleito-ral (TSE), Marina tinha 19,34%.

Ovacionada. Marina foi ovacio-nada por partidários ao chegarpor volta das 21 horas ao salãode um cineclube da Vila Mada-lena, em São Paulo, para cele-brar o fim da campanha e con-

ceder entrevista coletiva.Recém-chegada de Rio Bran-

co (AC), onde havia votado, acandidata do PV estava quasetotalmente sem voz, mas não

demonstrava cansaço.Antes de fazer um discurso

de agradecimento aos que par-ticiparam da campanha, cum-primentou um a um os partidá-

rios, com beijos e abraços.

Alegria. “O coração do Guilher-me Leal está transbordando dealegria, como o meu”, disse Mari-

na, com a voz rouca, referindo-se ao seu vice na chapa.

A euforia contaminava o am-biente. Os verdes comemora-vam o total de votos e o fato deterem empurrado a eleição parao segundo turno. Ciente de que avotação obtida mudou o rumoda eleição presidencial, Marinanão adiantou quem vai apoiar –preferiu valorizar o feito obtidonas urnas.

Celebração. “O mais importan-te é que teremos o segundo tur-no, e isso é motivo de celebra-ção”, disse Marina. “As pessoasterão mais tempo de refletir me-lhor, conhecer os projetos dosdois candidatos à Presidência”,prosseguiu.

“É fundamental que o PartidoVerde faça uma discussão inter-na e também que esses núcleosvivos sejam ouvidos, os intelec-tuais que nos ajudaram e os seg-mentos independentes.”

Renée Pereira

O empresário Guilherme Leal, vi-ce-presidente na chapa da candi-data Marina Silva, do PartidoVerde, parece ter tomado gostopela política. Ele quer se manterna vida pública. “Por enquanto,não penso em me candidatar,

mas quero continuar discutindoo País”, afirmou após votar nacapital paulista.

Vestido com malha verde eacompanhado do candidato a se-nador Ricardo Young, Leal che-gou ao Colégio Santa Cruz – on-de votaram os presidenciáveisPlínio de Arruda Sampaio, doPSOL, e José Serra, do PSDB –,na zona oeste de São Paulo, porvolta das 11 horas.

Leal demorou cerca de 20 mi-nutos no colégio. Na saída, cum-primentou alguns eleitores e foiembora para casa, onde ficariaaté se encontrar com Marina Sil-

va, à tarde. Na saída, disse quesua primeira campanha foi “en-tusiasmante”, especialmente de-pois da arrancada na reta final dacampanha.

Futuro. “Apostamos numa pro-posta nova que liga o presente eo futuro, que levanta uma pers-pectiva de renovação da políticabrasileira e dos caminhos de de-senvolvimento”, disse o empre-sário, que é dono da empresa decosméticos Natura, uma dasmaiores do País.

Sem experiência no setor pú-blico, Leal aceitou entrar na dis-

puta política a convite da pró-pria Marina Silva, que anunciouo empresário como vice de suachapa em maio deste ano. “En-trar num universo novo e obter oresultado que estamos conse-guindo é, para mim, um motivode grande satisfação”, afirmou.

Desafio. Embora reconheça osdesafios de uma campanha elei-toral, ele garantiu que, em qual-quer circunstância, quer discu-tir “novos caminhos e formas pa-ra construir um Brasil mais jus-to, próspero e menos desigual”.

O vice se esquivou, porém, defalar sobre possíveis apoios dopartido para o segundo turno.“Somos Marina”, disse. “Nossoapoio é para a Marina.”

Resultado é festejadocomo vitória pelasenadora e aliados

Dono da Natura diz que tomou gosto pela política

LEONARDO SOARES/AE

LEONARDO SOARES/AE

PAULO WHITAKER/REUTERS-1/10/2010

Com mais de 19 milhõesde votos, Marina venceuno DF, ficou em 2º em5 Estados e sai dadisputa fortalecida

MARINA SILVA

MARINA SILVACANDIDATA DERROTADA DO PV“Ainda que não tenhamos idopara o 2º turno, o Brasil tem um2º turno para pensar duas vezes”

Dilema. Terceira colocada na disputa presidencial, Marina diz que o PV só vai tomar posição após realizar debates internos

Festa. Para partido, resultado final da campanha foi muito além do que se esperava

Depois de começarcampanha com 3% eterminar com mais de19%, Marina se emocionaao falar com partidários

Leal. ‘Apostamos numa proposta que liga o presente e o futuro’

Vice da chapa verde,Leal afirma que não pensaem nova candidatura, masquer seguir ‘discutindonovos caminhos’ do País

● Para pensar

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H3

P ara o PT o segundo turnotem um travo de derrota,por dois motivos: primeiroporque a vitória no primei-

ro começou a ser cantada antes mes-mo de a candidata Dilma Rousseffultrapassar o adversário José Serranas pesquisas e a realidade não foitão generosa.

Além disso, é a quinta eleição queLuiz Inácio da Silva não consegue

ganhar no primeiro turno. Duas ele ga-nhou no segundo, duas perdeu no pri-meiro e o desempate será visto em 31de outubro.

Apesar do baque, não convém imagi-nar que o PT se deixará abater. Ao con-trário. Em 2006 houve também o ines-perado – o segundo turno entre Lula eAlckmin – e o partido já no primeiro diafoi à luta com entusiasmo redobrado, acampanha rapidamente reformulada e

adaptada à emergência.O PSDB agora não quer repetir o erro

da época e anuncia que a campanharecomeça hoje e totalmente mudada.

E Serra vai aceitar?“Ele não está mais em condição de

querer nada: precisa aceitar o que preci-sa ser feito e ponto”, dizia Aécio Nevesna noite de quinta-feira no intervalodo debate da TV Globo.

Qual a mudança crucial?

“É preciso abrir a campanha, as deci-sões não podem ser solitárias”, acres-centava o agora senador eleito quedois dias antes havia dado entrevistafalando longamente sobre a necessida-de de um “freio de arrumação” na searaoposicionista para enfrentar um segun-do turno.

Mesmo assim, é raríssimo o tucanoque manifesta esperança de vitória naetapa final. Entre eles a unanimidadesão as críticas ao marqueteiro LuizGonzalez, mas todos concordam quetentar mudar agora seria pior.

Já o PT por motivos óbvios não quermudança alguma. Nos bastidores os pe-tistas tratavam o segundo turno comouma possibilidade muito mais real doque diziam em público.

“Espero estar exausto de tanto come-morar”, respondia José Eduardo Mar-tins Cardozo no estúdio da TV Globo aquem lhe perguntava onde estaria nasegunda-feira (hoje). E se não der para

ganhar de primeira?“Paciência, vamos tocar exata-

mente como fizemos até agora, estátudo perfeito e funcionando bem”,respondia.

Mais resistente a pensar alto so-bre o segundo turno, o PV oficial-mente prefere assistir de camarotepor alguns dias. “Só há uma decisão

tomada: não tomaremos uma deci-são de imediato”, dizia Alfredo Si-rkis.

A aposta geral, no entanto, é queMarina Silva optará pela neutralida-de e o PV apoie Serra. A questão épara onde irá o eleitorado que deu aela um resultado surpreendente-mente positivo.

DORAKRAMER

O calendário eleitoral do segun-do turno começa com a volta dapropaganda gratuita, 48 horas de-pois de o Tribunal Superior Elei-toral (TSE) proclamar o resulta-do da disputa. Dilma Rousseff(PT) e José Serra (PSDB), assimcomo os candidatos ao governode Estados onde a eleição não foi

encerrada ontem, terão o mes-mo tempo para apresentar suaspropostas. O horário eleitoralacaba no dia 29 de outubro, doisdias antes da eleição, que aconte-ce no dia 31.

A legislação eleitoral determi-na que, no segundo turno, os can-didatos dividam o tempo de 20minutos diários em cada uma dasedições que vão ao ar, na televi-são – às 13h e às 20h30. No rádio, apropaganda eleitoral também se-rá veiculada em dois blocos diá-rios de 20 minutos nos horáriosdas 7h e das 12h.

O primeiro debate entre os

presidenciáveis acontece já nopróximo domingo, dia 10, às22h. O encontro será transmiti-do pela TV Bandeirantes, quetambém realizou o primeiro

confronto no 1.º turno. Os candi-datos já haviam se comprometi-do, em caso de segundo turno, ase enfrentar logo no primeiro do-mingo depois da eleição. O Gru-

po Estado também promoveránovas sabatinas com os candida-tos e negocia mais um debatecom a TV Gazeta.

Ainda amanhã os comícios já

estarão liberados e assim se-guem até dia 28. Carreatas e dis-tribuição de material de propa-ganda serão permitidas até odia 30.

Polêmica sobre aborto foi um dosfatores que provocaram segundo turno

Horário eleitoralrecomeça comtempos iguais

● Dia 10: Primeiro debatedos candidatos na televisão.Promovido pela TVBandeirantes, terá inícioàs 22 horas

● Dia 29: Último dia dapropaganda gratuita no rádio ena televisão

● Dia 30: Último dia paracarreatas e campanha nas ruas

● Dia 31: Votação do segundoturno das eleições, entre8 e 17 horas

●✽ [email protected]

Marcelo de Moraes

Integrantes do comando decampanha da petista DilmaRousseff reconhecem que nãoconseguiram dar resposta elei-toral eficiente para temas reli-giosos, como a legalização doaborto. Para eles, essa foi aprincipal razão que fez os vo-tos de Dilma, especialmenteentre as classes mais baixas,migrar para a candidatura deMarina Silva, do PV, impedin-do sua eleição imediata já noprimeiro turno.

Durante a reta final da campa-nha, Dilma passou a perder vo-tos entre eleitores evangélicos ecatólicos porque seria favorávelà proposta que legalizaria o abor-to no País. Marina, que é evangé-lica, pertencente à Assembleiade Deus, passou a ser apontadapor pastores e padres como a me-lhor candidata a apoiar, uma vezque tem posição histórica con-tra essa questão.

Aliados de Dilma, incluindo opróprio presidente Luiz InácioLula da Silva, intensificaram aquantidade de mensagens em de-fesa da “religiosidade” da candi-data, mas isso não impediu queMarina continuasse capturandovotos da campanha petista.

Na avaliação da coordenaçãode campanha, apesar de Dilmanão ter conseguido liquidar aeleição no primeiro turno, aindaexiste muita vantagem políticaem relação ao tucano José Serra.Para eles, a petista construiuuma vantagem significativa e sóperderá no novo confronto se co-meter erros graves.

Além disso, lembram que a ca-pilaridade regional da aliançaem torno de Dilma é muitomaior que a de Serra. Os gover-nistas venceram em mais Esta-dos, especialmente na regiõesNordeste e Norte.

Mas existe uma preocupaçãocom a natural desmobilizaçãodas campanhas regionais nos Es-tados onde a eleição já foi decidi-da no primeiro turno, como é ocaso de Rio Grande do Sul, Rio deJaneiro, Bahia e Pernambuco.Mesmo organizando comícios

com a presença de suas princi-pais estrelas locais, os petistas sa-bem que essa mobilização não se-rá igual a uma campanha onde oprincipal candidato local está en-volvido diretamente. Como con-solo, lembram que Serra enfren-tará o mesmo tipo de problema.

Outra preocupação é com aperda de vantagem no horáriode propaganda eleitoral. Ao con-trário do primeiro turno, quan-do Dilma tinha muito mais tem-po do que seus adversários, essavantagem não se repetirá. Pelas

regras da eleição do segundo tur-no, os dois candidatos que che-gam a essa disputa passam a terdireito ao mesmo tempo no rá-dio e na televisão. Com isso,acham que precisarão afiar ain-da mais o conteúdo dos progra-mas para impedir o crescimentode José Serra.

Além disso, os debates do tur-no final passam também a ter ca-racterísticas diferente. Dilma eSerra passarão, a partir de agora,a se enfrentar diretamente nes-ses debates. Antes, esse tipo de

evento acabava diluindo con-frontos já que existiam outroscandidatos, como Marina Silva ePlínio de Arruda Sampaio(PSOL), para ocupar espaço.Desta vez, todas as perguntas se-rão feitas apenas entre Serra eDilma, sem intermediários.

A primeira preocupação dasduas campanhas é com a primei-ra semana da nova campanha.Serra quer capitalizar a ida ao se-gundo turno, considerada impro-vável pela maioria dos seus pró-prios aliados. A ideia é organizar

encontros já a partir de hoje paraarticular as novas ações de cam-panha e aproveitar esse bom mo-mento.

Do lado de Dilma, a intenção émostrar que o adiamento da vitó-ria no primeiro turno foi um me-ro acidente de percurso. Para is-so, consideram fundamentalque a petista apareça liderandocom folga na primeira pesquisade intenção de votos que for fei-ta já para o segundo turno. Umresultado mais apertado, commenos de dez pontos de diferen-ça seria considerado extrema-mente perigoso e motivador pa-ra a campanha dos partidos deoposição.

Um interlocutor direto de Dil-ma admite que a disputa em se-gundo turno se tornou perigosa.“Disputa em segundo turno é ou-tro jogo completamente diferen-te. Temos vantagem boa, masexistem muitas outras variáveisque passam a pesar nesse jogo”,afirma.

Por conta disso, os governis-tas pretendem colocar novamen-te no centro das ações o presi-dente Lua, justamente o princi-pal cabo eleitoral de Dilma e res-ponsável por seu excelente de-sempenho no primeiro turno.

A ideia é intensificar a estraté-gia de colar Lula mais ainda nacampanha de Dilma. Nesse pro-cesso, o presidente deve pratica-mente deixar de lado a rotina daPresidência da República paraparticipar o máximo possível deeventos ao lado de sua candida-ta, aproveitando sua alta popula-ridade com o eleitor.

Lula deverá também pedirapoio dos principais governado-res eleitos pela base aliada paraque tentem multiplicar seuapoio à candidata petista, espe-cialmente em Estados onde con-seguiram resultados abaixo daexpectativa, como Minas Geraise Paraná.

CLAYTON DE SOUZA/AE

FATOR DECISIVO

ANDRE LESSA/AE – 20/3/2010

É a quinta eleição queLula não consegue ganharno primeiro turno

De novo o inesperado

Questão colocada nofim da campanhamobilizou evangélicos eimpulsionou candidaturade Marina Silva

Resultado. Ministro Ricardo Lewandovski, do TSE: início da campanha após resultado oficial

Dilma e Serra terão20 minutos diários;propaganda na TV eno rádio vai até29 de outubro

Marcha. Dilma passou a perder votos entre católicos e evangélicos por conta da polêmica sobre sua posição a respeito do aborto

Agenda do segundo turno

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H4 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

Michel Temer, candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff

Patrícia Campos Mello

O deputado federal Michel Te-mer (PMDB-SP), candidato a vi-ce na chapa de Dilma Rousseff(PT), não transpareceu decep-ção diante do resultado de on-tem, que frustrou as expectati-vas do governo de resolver aeleição já no primeiro turno daeleição. Temer limitou-se a di-zer: “Faltou muito pouco paraganharmos no primeiro turno.A partir de agora, a estratégia éaprofundar os temas.”

● O que deu errado? Por que vo-cês não ganharam no primeiroturno, como esperavam?Olha, faltou muito pouco paraganharmos no primeiro turno.

A campanha foi muito bem con-duzida, foi feita de forma corre-ta, eleição é assim.

● Qual a estratégia daqui para

frente? Como vocês pretendemganhar no segundo turno?Nossa estratégia é mostrar aspropostas, aprofundar os te-mas e colocar muito bem nos-

sa posição.

● Agora começa tudo do zero?Temos a partir deste momentouma eleição nova?Os votos do primeiro turno fo-ram muito significativos, mos-traram uma opção muito clarada população. Um grande eleito-rado mostrou que apoia nossaspropostas. Precisamos traba-lhar para reforçar esses votos.

● Se vocês conseguirem vencerno segundo turno, quais serão ospassos imediatos?Teremos um tempo de reflexãoe, logo depois, começamos a tra-balhar na transição de governo.

● Em um eventual governo Dil-ma, qual será o papel do PMDB?O PMDB vai esperar o chama-mento da presidente e vai cola-borar da maneira que for me-lhor. Trata-se de um regime pre-sidencialista, vamos discutircom a presidente Dilma comonosso partido pode colaborarda melhor maneira.

‘Nós somos guerreiros eacostumados a desafios’

‘São mais 30 dias de luta’,diz Lula para animar PT

Vera RosaTânia MonteiroBRASÍLIA

O comando da campanha deDilma Rousseff à Presidênciavai procurar nesta semana acandidata derrotada do PV,Marina Silva, para lhe pedirapoio à petista, que enfrenta-rá José Serra (PSDB) no segun-do turno da disputa. O sur-preendente índice de inten-ção de voto de Marina foi anali-sado ontem em reunião no Pa-lácio da Alvorada entre o presi-dente Luiz Inácio Lula da Sil-va, Dilma, ministros e coorde-nadores da campanha.

Convocado para acompanhara apuração dos votos, o encontrotambém serviu para um mea-cul-pa. No diagnóstico dos petistas,a equipe cometeu um erro de ava-liação ao considerar que Marinatirava votos de Serra, e não deDilma. Além disso, Lula obser-vou que Dilma demorou muitopara reagir quando surgiram ru-mores de que ela defendia a lega-lização do aborto.

Na avaliação do governo e dacúpula da campanha, votos deevangélicos e católicos migra-ram para Marina por causa daquestão do aborto. No últimodia 29, preocupada com a san-gria, Dilma se reuniu com líderesreligiosos, em Brasília, e garan-tiu que nunca defendeu a inter-rupção da gravidez.

“Nós deveríamos ter feito es-sa reunião antes”, admitiu Gil-berto Carvalho, chefe de gabine-te de Lula. “Subestimamos osboatos.” Além da polêmica so-bre o aborto, coordenadores dacampanha observaram que as de-núncias de tráfico de influênciana Casa Civil, que culminaram

com a queda da ministra EreniceGuerra, também contribuírampara desidratar Dilma.

Lula ficou surpreso com o re-sultado das urnas, mas procuroutranquilizar Dilma. “Eu tambémjá passei por vários segundos tur-nos. É da vida”, disse ele, segun-do relato de dois ministros pre-sentes à reunião no Alvorada.Pesquisas em poder do comitêpetista, no entanto, indicavamque Dilma venceria a disputa noprimeiro turno com uma diferen-ça de 14 milhões de votos em rela-ção a Serra.

O assédio a Marina será feito

pelo presidente do PT, JoséEduardo Dutra, amigo da sena-dora há longa data. O governa-dor eleito do Acre, Tião Viana, eo senador eleito, Jorge Viana, am-bos do PT, também foram escala-dos para convencê-la a apoiar

Dilma. Por enquanto não seráoferecido qualquer ministériopara a candidata do PV.

“Precisamos ver o que elaquer. Não acreditamos que sejaministério”, afirmou um auxiliarde Lula. Embora o presidente doPV, José Luiz Penna, tenha ditoque os verdes devem avalizar acandidatura de Serra, Dutra nãoacredita em posição unificadado partido e fará um apelo pes-soal a Marina, que foi filiada aoPT durante 30 anos e comandouo Ministério do Meio Ambientede janeiro de 2003 a maio de2008.

Dutra quer acertar uma con-versa entre Marina e Dilma, mas,antes, pretende fazer o meio decampo da aproximação. No go-verno Lula, as duas protagoniza-ram vários contenciosos. Geren-te do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), Dilma de-fendia agilidade na concessão delicenciamentos ambientais, masMarina pregava cautela nessesprocedimentos. Não foram ra-ras as ocasiões em que a chefe daCasa Civil perdeu a paciênciacom a então ministra Marina.

O PV é aliado ao PSDB de Ser-ra nos três maiores colégios elei-

torais do País (São Paulo, MinasGerais e Rio de Janeiro). Mesmoassim, as declarações de Penna,antecipando apoio ao tucano,provocaram mal-estar no parti-do. Na prática, o PV está divididoe há posição para todos os gos-tos, desde a neutralidade até aliberação do voto.

Na tentativa de mostrar apoioa Dilma, governadores, senado-res e deputados da base aliadaeleitos ontem devem se reunirhoje com Lula e com a candidata.A intenção é montar um movi-mento pró-Dilma para angariarnovas adesões.

Cúpula petista faz mea culpa e vê errode avaliação sobre ascensão de Marina

ENTREVISTA

PATRICIA CRUZ/AE

DIA DE DECISÃO

CELSO JUNIOR/AE

Lu Aiko Otta / BRASÍLIA

Uma vez estabelecido que as elei-ções presidenciais irão para o se-gundo turno, a candidata do PT,Dilma Rousseff, fez um aceno pa-ra quem pode ser o fiel da balan-ça no dia 31 de outubro: a candi-

data do PV, Marina Silva.Rouca, com aparência cansa-

da, a petista fez um pronuncia-mento pouco antes das 23h, noqual agradeceu os mais de 46 mi-lhões de votos recebidos e cum-primentou os concorrentes. Aocitar nominalmente Marina Sil-

va, ela acrescentou: “Cumpri-mento ela (sic) pelo desempe-nho que ela teve nessas elei-ções.” Dilma procurou animar amilitância. “Nós somos bastanteguerreiros. Nós somos acostu-mados a desafios e somos de che-gada. Tradicionalmente, a gentetem desempenhado bem no se-gundo turno.”

A candidata agradeceu aos mi-litantes dos partidos da base alia-da e afirmou que a campanha foium “momento especial” em suavida. “Para mim, foi muito impor-

tante ter participado e ter conse-guido chegar até aqui.”

Em busca do maior raio dealianças partidárias possível, elacumprimentou os senadores edeputados eleitos “da base e daoposição”. Ressaltou o fato de aeleição haver ocorrido na maisabsoluta normalidade. “Somosuma das maiores democraciasdo mundo e temos demonstradoenorme capacidade de convivercom o contraditório”, disse.

Em sua avaliação, as institui-ções brasileiras são estáveis e

permitem uma convivência har-mônica, “mesmo que baseada nadivergência”. Destacou como“importantíssimo” o papel daimprensa, num gesto de disten-são após os ataques desferidosnas últimas semanas pelo presi-dente Lula. A candidata disseque estava fazendo o pronuncia-mento também em considera-ção aos jornalistas que a acompa-nharam durante todo o dia.

As poucas declarações foramdadas no Hotel Golden Tulip, apoucos metros do Palácio da Al-

vorada, onde ela estivera boa par-te da noite reunida com o presi-dente Lula, a cúpula do governoe o comando da campanha.

Acompanhada pelo candidatoa vice, Michel Temer (PMDB), opresidente do PT, José EduardoDutra, um dos principais coorde-nadores da campanha, AntonioPalocci e o ministro da Fazenda,Guido Mantega, a candidata dis-se que enfrentará o segundo tur-no com muita energia. “É umaoportunidade para detalharmais minhas propostas.”

Comando da campanhaacredita que polêmicasobre aborto reforçoumigração de votos deDilma para adversária

‘Faltou muito pouco. Agora, é mostraras propostas e aprofundar os temas’

● Festa frustradaAnimados com a perspectiva devitória no 1º turno, petistas orga-nizaram festa para 5 mil pessoasno DF. À noite, com o resultadodas urnas, ninguém quis assumira autoria do evento frustrado.

Leonencio Nossa

Logo pela manhã, o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva se ante-cipou às pesquisas de boca de ur-na que sinalizariam a possibilida-de de segundo turno e preparouum discurso para animar a mili-tância petista a retomar a campa-nha de Dilma Rousseff (PT).

“Não ganhei no primeiro tur-no nenhuma eleição”, disse,após votar em São Bernardo doCampo, por volta das 10 horas.Lula lembrou as disputas de2002 e 2006 e enfatizou: “Ape-nas vai demorar 30 dias a mais deluta e vamos para a disputa.”

O presidente gastou 15 minu-

tos dentro da sala onde votou.Depois, foi assediado por umamultidão que se acotovelou noscorredores e no pátio da EscolaFirmino Correia de Araújo.

“O que é importante é que aDilma tem uma performancemuito grande. Não é fácil obter50% dos votos do povo brasilei-ro no primeiro turno”, afirmouLula. Em seguida, o presidentedisse que a candidata “está nu-ma situação muito privilegiada”.

Desde o início da campanha,Lulanão escondia o desejo de ele-ger Dilma no primeiro turno. Auma pergunta de um dos humo-ristas do programa CQC, da TVBandeirantes, se iria pedir Bolsa-Família ao ficar desempregado,em janeiro, Lula respondeu, con-fundindo o nome do programa:“Vou trabalhar lá no CQQ.” Aosair, foi saudado por uma multi-dão que enfrentou a chuva paravê-lo. Um segurança o acompa-nhou com um guarda-chuva.

Campanha. ‘Foi muito bem conduzida, feita de forma correta’

Votação. Dilma fezpronunciamentoapós resultado

Ao votar pela manhã emSão Bernardo, presidenteantecipou discurso casohouvesse novo round elembrou 2002 e 2006

%HermesFileInfo:H-5:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H5

‘Ela contribuiu para ojogo democrático no País’

Fausto Macedo

O ex-presidente Fernando Hen-rique Cardoso (PSDB) disse on-tem que o Brasil precisa de “polí-ticos reais” e chamou de fanto-che a candidata do PT à Presidên-cia, Dilma Rousseff. Ele conde-nou o estilo de seu sucessor, opresidente Lula, que classificoude “rolo compressor”.

FHC votou no tradicional Co-légio Sion, na Avenida Higienó-polis, a duas quadras de sua casa,distância que percorreu a pé, es-coltado por três seguranças e nacompanhia do empresário e ami-go Angelo Andréa Matarazzo.

Ao comentar sobre a possibili-dade de transferência massivade votos de Lula para Dilma, ele

foi taxativo. “Se fosse transferên-cia, ela (Dilma) teria 80% (de vo-tos)”, declarou, em alusão àaprovação do governo do petis-ta, segundo institutos de pesqui-sa. “Há alguma transferência,mas precisa ver se isso é suficien-te. A despeito da aprovação dopresidente Lula, a candidata nãoconseguiu a mesma coisa.”

Para FHC, “o importante nãoé ter transferência de voto, é tervontade política própria, capaci-dade de liderança”. O ex-presi-dente enfatizou: “A minha obje-ção é a isso, tem que ter políticosreais e não fantoches.”

Antes de subir a rampa que olevou à urna no Sion, ele ouviuprovocações. “Presidente, nãoesquece de avisar o Serra para co-locar o pijama na segunda-fei-ra”, gritou um rapaz. Outro o cha-mou de fascista. FHC fez quenão ouviu, estendeu a mão a umeleitor. Às 10h32, o ex-mandatá-rio (1995-2002) chegou à 395.ª se-ção eleitoral, na sala C20.

Ele e José Serra se encontra-

ram na noite de sexta. Jantaramjuntos. No sábado, falaram ao te-lefone. As urnas, confia FHC, se-rão generosas com seu partido.“Vamos para o segundo turno,provavelmente, e nos Estados oPSDB está dando um banho.”

Falou sobre o futuro de Dilma.“Vamos ver como é que vai sedesempenhar a ministra, ganheou perca. Quem sabe ela se torne

alguma coisa por ela própria, ga-nhando ou perdendo. Vamos es-perar. Tomara que se torne algu-ma coisa por ela própria, pelobem dela.” O ex-presidente ava-lia que a candidata do PT “nãotem liderança própria, está sem-pre grudada no presidente”.

Admitiu erros na trajetória doPSDB, que nas últimas três elei-ções presidenciais chegou ao diadecisivo afastado do primeiro lu-gar nas pesquisas. “A gente temque reconhecer que se tivesse ti-do mais correção nas propostasteria sido mais fácil.” FHC pregamudanças para o bem do parti-do. “Tem que ser realista, apren-der com o que fez.”

Fez críticas a Lula. “Não é fácilo rolo compressor do governo.Nunca houve igual na história daRepública. Como o Lula gosta dedizer, nunca antes nesse país.Nunca neste país nenhum presi-dente fez tanta pressão para ga-nhar uma eleição, e não obstan-te, está aí gemendo, chorando,vendo se vai, não vai.”

FHC atribuiu ao petista “com-portamento de chefe de facção”.“Claro, o que é chefe de facção?O presidente representa o país,ele tem um partido. Ele pode edeve expressar o seu partido,mas não pode se transformar emum instrumento de pressão con-tra o outro que é o seu adversárioe transformá-lo em inimigo, fa-lar até em eliminar o inimigo. Vo-

cê deixa de ser chefe da naçãopara ser chefe de um pedaço. Fac-ção é um pedaço.”

Ainda assim, se disse dispostoa sentar com Lula para discutir omelhor para o País. “Se Lula ti-ver grandeza eu estou disposto.”Mas a hipótese de uma parceriacom o petista lhe parece remota.“O presidente Lula nunca meconvidou para tomar um café.”

FHC critica Lula e chama Dilma de ‘fantoche’

Julia DuailibiAna Paula Scinocca

Os tucanos começaram on-tem mesmo uma investida noPV para conseguir uma decla-ração de apoio de Marina Sil-va. Segundo aliados de JoséSerra, foi tentado ainda à noi-te um contato com a candida-ta verde, mas até o fechamen-to da edição não tinham conse-guido falar com ela. Marina te-ve votação expressiva e ficouem terceiro lugar com quase20% das intenções de voto.

Dez dias antes do primeiro tur-no,Serra já havia entrado em con-tato com lideranças do PV, prin-cipalmente deputados do parti-do, pedindo alinhamento dasduas legendas em eventual se-gundo turno. Também chegou aconversar com os verdes sobre otom do discurso da Marina, queconsiderava muito agressivocontra sua candidatura.

Um dos interlocutores de Ser-ra no PV é Alfredo Sirkis, quecoordenou a campanha de Mari-na. Outro importante aliado é odeputado Fernando Gabeira,que disputou o governo do Riode Janeiro.

Uma das pessoas que vão ope-rar é o governador eleito por SãoPaulo, Geraldo Alckmin, quetem boa relação com o candida-to derrotado do PV ao Paláciodos Bandeirantes, Fábio Feld-mann.

Os tucanos estão otimistascom o apoio do partido, já que oPV é aliado ou marcha junto emvários Estados, como São Paulo,Rio e Minas.

Ontem, ao chegar ao eventode comemoração da passagemde Serra para o segundo turno eda vitória de Alckmin, o governa-

dor Alberto Goldman (PSDB)disse que os deputados do parti-do em São Paulo podem ajudarna articulação. “Nós todos va-mos fazer esse trabalho com to-da a base do PV”, disse Goldman.Ele ainda destacou que os verdesnão se coligaram com o PSDB emSão Paulo apenas pelo fato de terde dar palanque para Marina nomaior colégio eleitoral do País.

Cautela. No início da tarde, mi-nutos depois de votar, no Colé-gio Santa Cruz, na zona oestepaulista, Serra não quis comen-tar sobre um eventual apoio do

PV. “Vamos esperar”, disse, apósconceder entrevista na frente dolocal de votação.

Serra demorou 1 minuto e 23segundos para pressionar todosos números da urna eletrônica.Tirou uma colinha do bolso, colo-cou os óculos e começou a digi-tar. Depois, posou para fotos fa-zendo o número 45, o do seu par-tido, com as duas mãos.

“Hoje é um dia de comemora-ção democrática. Estamos numPaís multicolorido. Não é ondaverde, nem azul. É onda verde eamarela. Brasileiros que queremum governo honesto, que sabem

que o Brasil não tem dono, que odono é o nosso povo”, declarou ocandidato, citando, mais umavez, a expressão “onda verde”,usada por Marina.

Imprensa. Ao “cumprimentar”a imprensa que o acompanhoudurante a campanha, disse quedefenderá a liberdade de impren-sa, “aconteça o que acontecer noBrasil”. “Tudo o que ela souberque está acontecendo no Brasil,essa é a garantia que nós temospara a democracia e para o futu-ro de melhor ética, de melhorqualidade moral dos governos

no Brasil nas suas três esferas.”Serra ainda conversou com os

programas humorísticos Pânico,da RedeTV, e CQC brasileiro, daBand, e o argentino. Do Pânico,recebeu algumas bolsas, numaalusão ao Bolsa-Família. Aindamostrou seu documento de vota-ção para a integrante do progra-ma Sabrina Sato.

Do CQC, ouviu que poderia dis-putar a presidência do Palmei-ras, já que estava indo “mal” naeleição. “Não vou disputar como Belluzzo”, afirmou Serra citan-do o presidente do clube, seuamigo Luiz Gonzaga Belluzzo.

Corrida de Serra e aliados por apoio doPartido Verde começou há dez dias

FELIPE RAU/AE

RROBSON FERNANDJES/AE

DIA DE DECISÃO

Um dos interlocutoresé Alfredo Sirkis, quecoordenou a campanhade Marina Silva,o outro é Gabeira

FERNANDO HENRIQUECARDOSOEX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA“Nunca neste paísnenhum presidente feztanta pressão paraganhar uma eleição, e nãoobstante, está aí gemendo,chorando, vendo se vai, não vai”

“Quem sabe ela (Dilma)se torne alguma coisapor ela própria, ganhandoou perdendo”

JOSÉ SERRAPRESIDENCIÁVEL DO PSDB“Hoje é um dia decomemoraçãodemocrática. Estamosnum País multicolorido.Não é onda verde nem azul.É onda verde e amarela.Brasileiros que queremum governo honesto,que sabem que o Brasilnão tem dono,que o dono é onosso povo”

André MascarenhasESTADÃO.COM.BR

Emocionado, admitindo ESTAR“muito feliz” com o resultadoque o levou ao segundo turno, ocandidato tucano à Presidência,José Serra, começou ontem mes-

mo a costurar sua aliança para osegundo turno. No discurso defesta do PSDB, em São Paulo,congratulou-se com a rival Mari-na Silva (PV) e afirmou que ela“contribuiu para o jogo democrá-tico no País”.

Na mesma fala, pediu ainda

“um minuto de silêncio” em ho-menagem a Aécio Ferreira daCunha, pai do ex-governador esenador eleito por Minas Gerais,Aécio Neves, que morreu no fi-nal da tarde, em Belo Horizonte

Interrompido várias vezes poraplausos da plateia, Serra disseque “sabia da força que o povo iadar”. Resumindo os últimos trêsmeses de campanha, afirmou:“Em alguns meses eu percorri to-do o Brasil, muitos e muitos mu-nicípios. Em todos os lugares en-contrei carinho, compreensão,

um abraço, uma palavra, umolhar. Na verdade foi o que nostrouxe até aqui.”

Tendo ao lado sua mulher, Mo-nica, o governador eleito Alck-min e o vice Índio da Costa, Ser-ra afirmou: “Não foram as pes-quisas. Foi a população brasilei-ra que nos trouxe até aqui. Eusempre disse que, em nove elei-ções que disputei, nunca tinhaencontrado uma acolhida comonessa eleição”. Depois destacou,já numa linha de crítica à rivalpetista Dilma Rousseff, que ofe-

rece sua vida e sua “biografia lim-pa”. E emendou: “E também aminha capacidade de tirar as coi-sas do papel e fazer acontecer.”

‘Chamado’. Também de olhona campanha para o segundo tur-no da eleição, no dia 31 de outu-bro, Serra fez ainda “um chama-do aos partidos, ao políticos, aosbrasileiros e brasileiras de bem:vamos juntos construir um paísmelhor, porque o Brasil podemais.” O tucano disse ainda queassumia o compromisso de me-

lhorar as condições do povo eprometeu lutar pela liberdadede imprensa e respeitar as insti-tuições. Antes dele, Alckmin pro-meteu arregaçar as mangas e via-jar pelo País para ajudar Serra nosegundo turrno.

Já Aloysio Ferreira, alegrecom a grande votação recebida –próxima dos 11,2 milhões de vo-tos – foi bastante aplaudido aomencionar o ex-presidente Fer-nando Henrique Cardoso, queele mostrou em sua campanhano radio e na TV.

Depois do voto. FHC apontou erros na trajetória do PSDB

Recomeço. Serra acredita que deputados tucanos em São Paulo podem ajudar a articular a disputada aliança com o PV; ‘Nós todos vamos fazer esse trabalho’

Ex-presidente condenaestilo de governo de seusucessor, que classificoude ‘rolo compressor’, e vêpetista sem liderança

● Avaliação

● Confiante

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H6 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

● Estas eleições foram acompa-nhadas por uma quantidade re-corde de observadores interna-cionais. Segundo levantamentodo Tribunal Superior Eleitoral(TSE), o número chegou a cercade 150 pessoas, média superiorà de disputas anteriores, quandonão passavam de 20. Argentinose mexicanos foram os mais inte-ressados na votação, seguidospor haitianos, colombianos, ira-nianos e paraguaios.

De acordo com o TSE, o au-mento expressivo deve-se à de-manda dos participantes “interes-sados em conhecer o processoeleitoral e, em especial, a urnaeletrônica brasileira”. Colômbia,França, Rússia, Itália, três Esta-dos mexicanos e Córdoba (naArgentina) teriam demonstradovontade de conhecer o sistema.

A rapidez na apuração dos vo-tos impressiona o presidente daComissão Nacional de Eleiçõesde Moçambique, João Leopoldoda Costa. “Lá, precisamos de 10dias para a contagem dos votosde 10 milhões de eleitores.” /

RAFAEL MORAES MOURA e CÉLIA

FROUFE

Marina tira eleitores de Dilma, queperde em mais Estados do que se previa

Daniel BramattiJosé Roberto de ToledoESPECIAL PARA O ESTADO

Os candidatos do PT, DilmaRousseff, e do PSDB, José Ser-ra, disputarão o segundo tur-no da eleição presidencial nodia 31 de outubro. Marina Sil-va, do PV, cresceu na reta finale teve papel decisivo para evi-tar que a disputa fosse encerra-da ontem.

À meia-noite de ontem, quan-do haviam sido apuradas 99,84%das urnas, Dilma tinha cerca de46,9% dos votos válidos, trêspontos porcentuais a menos doque o mínimo necessáriopara en-cerrar a disputa no primeiro tur-no. Faltaram pouco menos de 3milhões de votos. No primeiroturno de 2006, o então candida-to Luiz Inácio Lula da Silva teve48,6% do eleitorado.

O desempenho da petista fi-cou abaixo do que previam, navéspera da eleição, os institutosde pesquisa Ibope e Datafolha.

Pesquisa de boca de urna feitaontem pelo Ibope, apenas comeleitores que já haviam votado,indicava que Dilma teria 51% dosvotos válidos – levando-se emconta a margem de erro, de 49%a 53%. Serra chegou a 32,6% dosvotos válidos. E Marina, a surpre-sa da eleição, a 19,3%.

Viradas. O candidato do PSDBvenceu em Estados onde Dilmaera tida como favorita ainda navéspera da votação. Em São Pau-lo, por exemplo, abocanhou40,7% do eleitorado, contra37,3% para a adversária.

Uma semana antes da eleição,o Ibope indicava um quadro in-verso em São Paulo: a petista lide-rava com 45% dos votos válidos,seguida pelo tucano, com 39%.Marina aparecia com 14% no Es-tado, e acabou com quase 21% –seu eleitorado, portanto, cres-ceu 50% em sete dias no maiorcolégio eleitoral do País.

Na Região Sul, Serra perdeuno Rio Grande do Sul, mas co-lheu duas vitórias imprevistaspelos institutos de pesquisa noParaná (44% a 39%) e em SantaCatarina (46% a 39%).

Na Região Centro-Oeste, o tu-cano venceu em Mato Grosso eem Mato Grosso do Sul, por pe-quena margem (1,2 e 2,5 pontos,

respectivamente), mas ainda as-sim em Estados onde a previsãoera de desvantagem em relação aDilma.

Na mesma região foi registra-da a única vitória da candidatado PV em uma unidade da Fede-ração: o Distrito Federal deu aMarina quase 42% dos votos váli-dos, uma vantagem de poucomais de dez pontos em relação aDilma, tida como favorita atépoucos dias antes da votação.

Redutos. Enquanto Serra vira-va o jogo em Estados-chave doSudeste, do Sul e do Centro-Oes-te, Dilma obteve vitórias signifi-cativas no Nordeste, mas não su-ficientes para compensar o qua-dro no restante do País.

Na Bahia, maior colégio eleito-ral do Nordeste, a petista obteve62,5%, quase o triplo do obtidopor Serra. Em Pernambuco, ter-ra do presidente Luiz Inácio Lu-la da Silva, ela chegou a 61,7%.No Rio Grande do Norte, na Pa-raíba, em Alagoas e em Sergipe, odesempenho ficou abaixo dos54%. Os Estados nordestinos on-de Dilma foi melhor foram o Ma-ranhão (70%), o Ceará (65%) e oPiauí (67%).

No Rio Grande do Sul, Estadoonde desenvolveu sua carreirapolítica, a candidata governista

teve pouco menos de 47% dosvotos – o suficiente para ficarseis pontos à frente de Serra.Mas a presidenciável teve, entreos gaúchos, proporcionalmentemenos votos que o candidato deseu partido ao governo. TarsoGenro venceu no primeiro tur-no, com mais de 54% dos votos.

Votação nas cidades. O mapada votação dos candidatos à Pre-sidência nos municípios, publi-cado nesta página, mostra que

tanto PT quanto PSDB perde-ram eleitores na comparaçãocom o resultado de 2006.

Na maioria das áreas onde ga-nhouhá quatro anos, o então can-didato Lula teve margens maio-res do que Dilma. Da mesma for-ma, Geraldo Alckmin, candidatona época pelo PSDB, venceucom mais folga do que Serra nasáreas “tucanas” do País.

A responsável por essa mudan-ça é Marina, embora ela seja pra-ticamente invisível no mapa –

além do Distrito Federal, ela ven-ceu em poucas cidades do Rio ede Minas, entre elas Belo Hori-zonte – e perdeu até em Rio Bran-co, sua base eleitoral.

Em 2006, a terceira força naeleição era representada pela ala-goana Heloísa Helena, do PSOL,que definhou na reta final do pri-meiro turno e acabou com me-nos de 7% dos votos válidos.

Evolução. Na divisão do eleito-rado por Estados, Dilma teve de-sempenho inferior ao de Lula namaioria deles. Em Minas Gerais,o presidente venceu com 51% háquatro anos, enquanto a ex-mi-nistra da Casa Civil obteve 46%.

No Amazonas, onde Lula teveseu melhor resultado em 2006(78%), Dilma ficou com 13 pon-tos porcentuais a menos (65%).Assim como Alckmin em 2006,Serra teve entre os amazonensesseu pior desempenho – menosde 8,5% dos votos.

Na comparação com Lula, Dil-ma conseguiu ir melhor no RioGrande do Sul, em Alagoas e emtrês Estados do Centro-Oeste:Mato Grosso, Mato Grosso doSul e Goiás.

A maior votação proporcionalde Serra foi registrada no Acre(52,2%) – Estado governado há12 anos pelo PT.

APURAÇÃO

Eleição tem recordede observadoresinternacionais

Com base nas pesquisas,pode-se dizer que quadrose inverteu em SP, porexemplo, em apenasuma semana

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H7

Na capital,PSDB vencepor 40% a 38%

Patrícia Campos Mello

Contrariando os resultados dasúltimaspesquisas,ocandidatoJo-sé Serra (PSDB) venceu no Esta-do de São Paulo, com 40,66% dos

votos, diante de 37,31% para Dil-ma Rousseff (PT) e 20,77% paraMarina Silva (PV), com 99,94%das urnas apuradas. Na últimapesquisa Ibope, de 25 de setem-bro, Dilma aparecia na liderança,com41%dosvotos,enquanto Ser-ra tinha 36% e Marina, 13%.

Apesar de ter derrotado a pe-tista em São Paulo, Serra teve de-sempenho bem inferior ao de Ge-raldo Alckmin (PSDB) na elei-ção presidencial de 2006. Naque-le ano, Alckmin venceu em São

Paulo com 54,19% dos votos, con-tra 36,76% de Luiz Inácio Lula daSilva. Marina Silva foi quem ti-rou a vitória de Dilma no Estadode São Paulo, já que ficou bemacima das últimas pesquisas.

No cinturão petista, Dilmamanteve a liderança. Em Diade-ma, ela teve 56,10% dos votos,contra 23,24% de Serra e 19,6%de Marina. Em São Bernardo, fo-ram 46,13% para Dilma, 32,5% pa-ra Serra e 19,19% para Marina.Em Osasco, a petista levou

42,95%, Serra, 30,9%, Marina,24,71%. E em Mauá, foram47,71% para Dilma, 30,01% paraSerra e 20,99% para Marina. EmGuarulhos, o resultado foi aper-tado: 39,44% para Dilma, 35,03%para Serra e 24,08% para Marina.

Em redutos tradicionais dostucanos, Serra ganhou de Dilma,mas não conseguiu ter o mesmodesempenho de Alckmin em2006. Em Araçatuba, Serra teve46,62%, diante de 29,85% paraDilma e 22,61% para Marina. Em2006, Alckmin levou 66,56% dovotos, contra 25,83% de Lula. EmFranca, Serra teve 49,76%, Dil-ma, 33,01% e Marina, 16,41%. JáAlckmin, na última eleição presi-dencial, teve 67,87% dos votosna cidade, diante de 25,38% de

Lula. Em São José do Rio Pretofoi a mesma coisa: Serra ganhoucom 48,28%, diante de 32% deDilma e 18,31% de Marina. Em2006, Alckmin teve 64,19%, ante24,63% de Lula.

Em Campinas, Dilma venceuapertado, com 37,46%, diante de35,56% de Serra e 25,28% de Mari-na.Em 2006, Alckmin venceupor46,85%, contra 42,22% de Lula.

Marina Silva teve votação bas-tante expressiva em algumas ci-dades. Em Ferraz de Vasconce-los, ela ganhou do candidato Jo-sé Serra, com 24,40% dos votos,diante de 23,65% de Serra (Dil-ma teve 50,81%). Ela teve maisde 25% dos votos em algumas ci-d a d e s , c o m o C a m p i n a s(25,28%) e Agudos (26,36%).

Análise: José Roberto de Toledo

No Estado que governou,Serra teve vantagem pequena

Em uma campanha despolitizada, naqual a maior parte dos eleitores votoucom o bolso, um tema relacionado avalores morais e religiosos levou a elei-

ção para o segundo turno. A internet foi vitalpara acelerar e multiplicar esse processo.

O migração de votos de Dilma Rousseff (PT)para Marina Silva (PV) na reta final da corridapresidencial se explica, principalmente, pela gui-nada de parte do eleitorado evangélico da petistapara uma candidata que compartilha sua fé. Moti-vo: a descriminalização do aborto.

No momento seguinte, eleitores católicos, in-

fluenciados pela pregação de padres e bispos con-tra a legalização do aborto, também deixaram devotar em Dilma.

Enquanto Marina cresceu em praticamente to-do o País, a reação do tucano foi concentrada emEstados como São Paulo. Serra conseguiu virar aeleição no Estado onde foi governador.

A polêmica em torno do aborto foi potenciali-zada por uma campanha “viral” na internet. Ví-deos de pastores evangélicos pregando contra ovoto no PT por causa da posição do partido emfavor da descriminalização viraram hits. Um de-les foi visto mais de 3 milhões de vezes nas últi-mas semanas.

Outro vídeo muito propagado na internet mos-tra a contradição de Dilma sobre a legalização doaborto. Contém trecho dela defendendo a mu-dança da legislação em entrevista feita no fim de2007, e depois exibia imagem recente da candida-ta dizendo ser contra a descriminalização.

As buscas pelo binômio “Dilma + aborto” noGoogle cresceram 1.500% em setembro – o quedá uma indicação de como o tema passou a ser

uma preocupação dos eleitores.A campanha de Dilma reagiu organizando uma

reunião de última hora com líderes religiososevangélicos e católicos. O movimento não foisuficiente para estancar a perda de votos, ao me-nos não na quantidade suficiente para garantir avitória no primeiro turno.

Marina acabou sendo a maior depositária des-ses votos, chegando a quase 20% dos válidos.Essa votação da candidata do PV abriga dois ti-pos de eleitores, muito diferentes.

De um lado, votam nela jovens de alta escolari-dade desencantados com PT e PSDB e que seidentificam com a proposta ambientalista de Ma-rina. De outro, mulheres de classe média baixa epobres que votam na candidata verde porque elaé evangélica e contra a legalização do aborto.

O destino do voto desses dois contingentesem maior ou menor peso para Dilma ou paraSerra determinará o resultado do segundo turno.

É JORNALISTA ESPECIALIZADO EM PESQUISAS

Como em 2006, o candidato tu-cano à Presidência da Repúblicavenceu o primeiro turno na cida-de de São Paulo. A diferença éque, neste ano, a dianteira foibem menor. Quatro anos atrás, oentão candidato do PSDB, Geral-do Alckmin, teve 53,9% dos vo-tos válidos, ante 35,7% do entãocandidato à reeleição, Luiz Iná-cio Lula da Silva (PT).

Conforme a apuração, até ameia-noite (com 99,99% dos vo-tos apurados), o tucano José Ser-ra ficou com 40,33% dos votosválidos, ante 38,14% da governis-ta Dilma Rousseff. Em 2006, aterceira colocada na disputa, He-loísa Helena (PSOL), teve 8,4%dos votos, ante 20,09% de Mari-na Silva (PV) neste ano.

O PSDB também não conse-guiu “colar” as votações para go-verno e presidência. Geraldo Al-ckmin alcançou quase 13 pontosporcentuais a mais na disputa pa-ra o governo do Estado entre oseleitores da capital, chegando a48,76%. Aloizio Mercadante fi-cou mais próximo do porcentualde Dilma, com 35,82% na luta pe-lo Palácio dos Bandeirantes.

Projeção. Há quatro anos, nosegundo turno, Alckmin conse-guiu 54,4% dos votos válidos nacapital e Lula, 45,6%. A vanta-gem foi de quase 570 mil votospara o tucano.

Aborto e internetsuperam ‘bolso’na hora da decisão

● Abstenção2,5 milhões deeleitores pau-listas optaramontem por vo-tar em brancoou anular (oequivalente a10% de todo oeleitorado). Asabstençõesregistradaspelo TSE che-garam a16,44%.

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Em São Paulo, Serraobteve 40,66% dos votos,ante 37,31% paraDilma e 20,77% paraMarina Silva

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H8 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

PRÓXIMOS PASSOS

● O The Observer, publicação do-minical do jornal britânico TheGuardian, traz artigo de seu cor-respondente no Rio de Janeiro,que analisa as alterações econô-micas no Brasil ao tratar do am-biente requintado do Bar Lon-dra, no luxuoso hotel Fasano, ede mudanças vistas em diversasfavelas da cidade. Segundo o jor-nal londrino, alguns brasileirosdizem que os resultados positi-vos obtidos na era Lula são frutodo boom das commodities oudas reformas que, na verdade,adotadas pelo seu antecessor,Fernando Henrique Cardoso(PSDB). “Mas ninguém pode ar-gumentar com os números da po-pularidade (de Lula)”, diz o TheObserver.

● O jornal parisiense Le Mondevisitou comunidades pobres doRio de Janeiro para contar histó-rias de eleitores brasileiros bene-ficiados pelas políticas econômi-cas do governo Luiz Inácio Lulada Silva. “De Cidade de Deus aJacarepaguá: os olhares dos bra-sileiros sobre os anos Lula” foi otítulo da reportagem assinadapela jornalista Anne-Gaëlle, queconta histórias representativasdos “25 milhões de pobres quepassaram a fazer parte da classemédia brasileira”, segundo o LeMonde. O material do jornalfrancês é acompanhado de umaanálise sobre “a consagração deLula, um homem do povo” e aatuação do presidente brasileirona política latino-americana.

● Apesar de algumas prisões edas fortes chuvas que caíram on-tem sobre boa parte do Brasil, aseleições ocorreram em “absolu-ta tranquilidade” no “país conti-nental”, disse o El Mercurio, prin-cipal jornal de Santiago do Chilee um dos mais antigos das Améri-cas. A surpresa ficou por contado rendimento da candidata pe-tista, Dilma Rousseff, que mos-trou desempenho pouco abaixodo previsto pelas principais pes-quisas de intenção de voto na vés-pera. Destaque também para ainternação do senador José Sar-ney (PMDB-AP) e da candidatu-ra do ex-jogador de futebol Ro-mário de Souza Faria (PSB), queconcorre a uma vaga de deputa-do federal pelo Rio.

● Na avaliação do jornal britâni-co Financial Times, com ou semsegundo turno, o resultado daeleição brasileira será uma vitó-ria “confortável” da candidataDilma Rousseff. Na edição dofim de semana, o Financial Ti-mes descreve a candidata petistacomo uma“tecnocrata, com pou-co carisma, quase sem populari-dade e sem base política que pos-sa chamar de sua”, alçada de umarelativa obscuridade pelo apoiodo presidente Luiz Inácio Lulada Silva. O jornal britânico tam-bémavalia queo candidato do PS-DB, José Serra, não conseguiuapresentar alternativa à “mistu-rapoderosa” de Lula,formada pe-la “ortodoxia econômicae por ge-nerosos gastos sociais”.

● O principal diário argentinodestacou a queda da candidatapetista Dilma Rousseff nas pes-quisas mais recentes de intençãode voto e mostrou como a chan-ce de um segundo turno sur-preendeu eleitores e analistasbrasileiros e estrangeiros. O Cla-rín lembra que, no Brasil, “as pes-quisas sempre foram certeiras”.A correspondente do jornal ar-gentino em Brasília, EleonoraGosman, contou como foi o diados candidatos em visita aos lo-caisde votação. Ela também mos-trou declarações do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva, que dis-se que “não é qualquer país quedá este espetáculo de democra-cia”. Além de texto, o material éacompanhado por áudios.

DO OLIMPO PARA SÃOBERNARDO DO CAMPO?

O MUNDO DE OLHO NO BRASIL PÓS-LULA

● “Dilma Rousseff, a protegidado líder brasileiro, deve vencerhoje as eleições no Brasil, aindaque seja novata na política e nãotenha o carisma do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva”, noti-ciava ontem a edição impressado jornal The New York Times,um dos principais nos EstadosUnidos. De acordo com o jornal,Dilma conseguiu tirar proveitoda popularidade de Lula, fazen-do da eleição um referendo dosoito anos dele no poder, períodomarcado por prosperidade e as-censão do País no cenário inter-nacional. O texto ressalta queela lidera as pesquisas de opi-nião e não foi afetada por escân-dalos recentes envolvendo suasucessora na Casa Civil.

Presidente tem reafirmadolaços com a cidade, mas ofuturo de Lula deve reservaruma atuação internacionalalém dos limites do ABC

ERNESTO RODRIGUES/AE

Malu Delgado

“Eu estou vendo aquia doutora Nébia.Quando eu che-guei no sindicatopara fazer a minha

ficha de filiação, a doutora Nébia jáera dentista, em 1969. Eu estou falan-do de 40 anos. E a Nébia está aquimais apaixonada pelo Lulinha quenunca (...) A Zélia eu conheço desdeos anos 70, ela trabalhava na limpezado Sindicato dos Metalúrgicos (deSão Bernardo do Campo). Namoradei-ra que vocês não queiram saber! Nãovou dizer tudo que eu sei da Zéliaporque seria uma loucura aqui nesteplenário.”

O presidente Luiz Inácio Lula daSilva está mergulhado em recorda-ções que fazem o elo entre seu passa-do de sindicalista e seu futuro políti-co. Um cronômetro veloz parece ter

se instalado em seu cérebro. “Estamoshá seis meses e 18 dias do final do nossomandato”, disse na convenção que lan-çou Dilma Rousseff, em junho.

“Daqui a quatro meses e alguns dias,eu estarei passando a faixa para essacompanheira”, afirmou, frisando nova-mente a data, durante o primeiro comí-cio da campanha eleitoral, no ABC pau-lista. Ao seu lado estava Dilma Rousseff,a petista que escolheu para sucedê-lo.

Na sexta-feira, em cerimônia oficialcom o presidente, o prefeito de São Ber-nardo do Campo, Luiz Marinho (PT),avisou que “Lula faz questão” de partici-par de uma solenidade em dezembropara entrega de apartamentos construí-dos pelo programa Minha Casa, MinhaVida. Na ocasião, Marinho ainda anun-ciou aos presentes que uma nova Unida-de de Pronto Atendimento (UPA) seráinaugurada em breve. “Antes de janei-ro”, pediu Lula, que também prometeucomparecer no evento.

Luiz Marinho, aliás, tem contadocom excessivo prestígio junto a Lula nofim do mandato presidencial, sinalizan-do que o presidente tem planos maisambiciosos para o prefeito de São Ber-nardo nos próximos quatro anos. Luladisse que vai “fazer política” em São Ber-nardo. Fortalecer o nome de Marinho

para disputas futuras no Estado de SãoPaulo provavelmente será uma dasações políticas do presidente.

Olê, Olá. Nos comícios no Estado deSão Paulo nos últimos dois meses, o pre-sidente Lula estimulou ovações histéri-cas e emocionadas, embaladas pelo ve-lho jingle “olê, olê, olá”: “Podem gritar,porque desde que começaram as elei-

ções para presidente, em 1989, é a pri-meira vez que meu nome não vai estarna urna”. “Só lamentei porque fui votare é a primeira vez que não tem minhacara lá no telão”, disse ao sair da seçãoeleitoral, ontem, com uma mistura demelancolia e galhardia no tom de voz.

Lula anda assim. Saudoso, voraz porinaugurações, e com o orgulho à flor dapele. Sempre que pode, cita o que consi-dera serem êxitos de seu governo, comoa redução do desemprego e a retirada demilhões da miséria. Reforça as ligaçõescom São Bernardo, para onde prometevoltar ao deixar o Planalto. “Quando ter-minar meu mandato, eu não vou paraHarvard, não vou para Sorbonne. Euvou voltar para minha casa, a 800 me-tros do sindicato”, disse, há dois meses,em Osasco.

Retorno. É difícil imaginar que o presi-dente descerá do Olimpo a São Bernar-do para lá permanecer. Ainda que optepor voltar a morar na cidade que o aco-lheu quando sindicalista, Lula faz de tu-do para terminar o mandato com o altís-simo índice de aprovação em torno de80%. É assim que pretende ser catapul-tado a uma missão para além do ABC.

Ontem, depois de não ter visto o pró-prio rosto na urna, Lula afirmou que

não ambiciona voltar em 2014 por-que quer “sossego na vida”.

Os aliados mais próximos do presi-dente são claros: se Lula quiser, volta-rá em quatro anos. Se não, vai se esta-belecer no cenário político de outraforma. Claro que muita água podepassar por debaixo da ponte, como aemergência de um novo líder popu-lar no campo de centro-esquerda.

Nomes como o do governador dePernambuco, Eduardo Campos(PSB), do ex-ministro Ciro Gomes(PSB) e o da própria Dilma aparecemcomo possibilidades reais para a pró-xima eleição. O difícil é imaginar al-gum deles num duelo com Lula, casoo presidente emita sinais de que gos-taria de voltar ao Planalto.

Por ora, quem o conhece sabe queo presidente arquiteta planos parauma inserção internacional, prova-velmente por intermédio do institu-to que ainda pretende criar. Segundoum dirigente e amigo, a alta populari-dade de Lula no Brasil e no exteriorfará com que ele tenha facilidade emmanter um instituto com doações in-ternacionais para promover políti-cas públicas para África e América La-tina. Algo bem distante “da queridaSão Bernardo do Campo” de Lula.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAPRESIDENTE DA REPÚBLICA“Parecia um sonhoimpossível, porque apolítica no Brasil erafeita para doutores,para engenheiros,para empresários,para advogados.Não era feitapara torneiromecânico. Sótínhamos direitode bater palmapara a elite quegovernava essePaís”

Nostalgia. Pela1ª vez, Lula não

se viu na urnaeletrônica

SERGIO CASTRO/AE

● Sonho

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H9

Blog. Balanço doprimeiro turno

● Com 96,83% dos votos apura-dos, o presidente do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE), RicardoLewandowski, afirmou à noiteque a Lei da Ficha Limpa cum-priu seu papel. Ele disse que ossites dos TREs informarão hojeos votos dados aos candidatosficha-suja nos Estados e prome-teu que o tribunal fará um esfor-ço “com sessões extraordiná-rias” para votar até o segundoturno recursos de políticos.

“Em alguns Estados verifica-mos que os candidatos barradospela lei foram repudiados”, disseo presidente do TSE. “A primeiraavaliação é de que estamos con-vencidos de que a lei prestou umserviço importante.”

Lewandowski observou queocorreu um fenômeno de renova-ção da bancada da Câmara Distri-tal de Brasília, abalada por escân-dalos no ano passado. “Há umfenômeno interessante que seconcentra no Distrito Federal queé a renovação de políticos, sobre-tudo na Câmara Distrital. Talvezpossa representar uma respostado eleitorado aos últimos aconte-cimentos.” / LEONARDO GOY

À francesa

A comparação dos últimosnúmeros de intenção de vo-to das pesquisas de domin-go e o resultado do primei-

ro turno mostra que uma porcenta-gem considerável do eleitorado usoua candidata Marina Silva (PV) paraaplicar em Dilma Rousseff (PT) e nopróprio governo Lula o chamado “vo-to punitivo”. Em números arredon-dados – para entender esse voto queo eleitor usou também em 2006 –, asíntese do primeiro turno é esta: oque Dilma perdeu Marina ganhou.

Serra, a rigor, oscilou dentro dasmargens de erro das pesquisas e fi-cou do tamanho previsto. O Ibopeque o Estado apresentou aos leito-res no domingo dava 31% das inten-

ções de voto para o tucano. Até o fecha-mento desta edição, Serra estava na ca-sa dos 33%. A candidata do PV, que tinha17% das intenções de voto no levanta-mento, pode chegar ao final da apura-ção com até 4 pontos porcentuais amais – tanto quanto Dilma, em porcen-tagens arredondadas, deve perder.

Para entender o “voto punitivo”, o lei-tor deve lembrar do que aconteceu nacampanha da reeleição de Lula, depoisdos escândalos do mensalão (junho de2005) e dos aloprados (setembro de2006). O presidente esforçou-se paravencer no primeiro turno (49%) contrao tucano Geraldo Alckmin (42%), masuma porcentagem considerável de elei-tores que tinham Lula como “primeirapreferência” de voto recuou e fez da na-

nica de Heloísa Helena (PSOL) um mis-to de candidatura de protesto e candida-tura alternativa.

O “voto punitivo” de 2006 foi estuda-do e descrito pelos cientistas políticosLúcio Rennó e Bruno Hoepers, da Uni-versidade de Brasília (UnB). “O eleitordeixa de votar em um dos seus preferi-dos para puni-lo”. Mas a tendência, aler-tam os professores, é dar o voto a umcandidato alternativo, mas ideologica-mente mais próximo do preferido.

Como em 2006, a campanha de 2010foi trespassada por dois escândalos derepercussão nacional, o caso da viola-ção dos sigilos fiscais dos tucanos e otráfico de influência e cobrança de pro-pinas envolvendo a Casa Civil da minis-tra Erenice Guerra e seus familiares.

Como em 2006, nesta campanha oeleitor usou Marina Silva para punir acandidata Dilma, ex-ministra-chefe daCasa Civil, umbilicalmente próximados escândalos do tráfico de influência.

Essa estratégia do eleitor que aplica ovoto punitivo para mandar um recadoao candidato governista também embu-te uma mensagem para o tucano JoséSerra. Esse eleitor é ideologicamentemais próximo de Dilma e Lula e precisa,portanto, ser conquistado no segundoturno. Não é um eleitor garantido por-que, como mostrou a campanha de2006, no segundo turno, depois do reca-do dado, ele voltou para Lula e ajudou aconsolidar o placar final contra Alck-min: 61% a 39%.

A rigor, Lula passou em 2006 melhordo que Dilma para o segundo turno,mas o tucano Alckmin também tevemais votos do que Serra naquela campa-nha pela reeleição do presidente petis-ta. Portanto, Serra tem que fazer maisdo que conquistar Marina Silva para opalanque da nova campanha. Ele tem deconvencer o eleitor da candidata do PVde que Dilma não é Lula e de que elepode ser a sua primeira preferência.

Conquistar os “marinas” não será fei-to com a solene declaração de apoio aum programa genérico da candidata doPV. Há pontos específicos a debater, co-mo nestes exemplos envolvendo doisnegócios caros a Dilma, o trem-bala e a

Usina de Belo Monte, duas obras dalista de promessas de infraestruturada “mãe do PAC”. Marina gostaria dever o projeto e o negócio da Hidrelé-trica de Belo Monte revistos. Serra,que é da oposição, não tem nada a vercom a obra. O tucano tem uma pro-posta concreta para dizer à candida-ta do PV o que deve ser feito em umeventual governo tucano com essausina, mesmo já tendo sido licitada?

O raciocínio vale para o negócioaçodado do trem-bala. Mas para estecaso a solução é mais fácil, porquenão há nem licitação nem contratorealizados.

Há outros pontos citados por Mari-na e que foram tratados como “pro-grama de governo”. A candidata doPV falou, por exemplo, em aumentarconsideravelmente o gasto com aeducação, dos atuais 5% do PIB paraalgo em torno de 7%. O que Serra temconcretamente a propor, ele que afir-ma ser bom de contas? São essas eoutras pontes que vão dizer o quantoo PSDB está disposto a conquistarMarina e os seus eleitores.

Ficha-suja,Maluf é o 3ºmais votadoem S. Paulo

estadão.com.br

●✽ [email protected]

O ‘VOTO SECRETO’DE JOSÉ DIRCEUEx-ministro pede e TRE autoriza sua entradapor porta lateral, longe do público e da imprensa

Dilma e Lula foramos alvos do ‘voto punitivo’

blogs.estadao.com.br/joao-bosco/

DIRETO DE BRASÍLIAJOÃO BOSCO RABELLO

MARCIO FERNANDES/AE

JF DIORIO/AE-23/2/2010

VOTO SUB JUDICE

Para TSE, Leida Ficha Limpacumpriu seu papel

Candidatos que sóconcorreram graças arecurso na Justiçatêm boa votação e jácontam com mandato

Na boca da urna. Deputado disse não aceitar pecha de ficha-suja e estimou que terá ‘620 mil votos de reconhecimento’

Eduardo Reina

O ex-ministro daCasa Civil JoséDirceu fugiu doseleitores e da im-prensa ao votar

na manhã de ontem, na 258.ªZona Eleitoral, em Moema, zo-na sul de São Paulo. Conse-guiu permissão da Justiça Elei-toral para ir escondido ao lo-cal. Cercado por seguranças,entrou por uma porta lateral

da Universidade Ibirapuera pou-co depois das 8 horas, subiu até aseção, votou rapidamente e foiembora pelo mesmo local, en-quanto outros eleitores aguarda-vam nas filas sob forte garoa.

A juíza responsável pela 258.ªZona Eleitoral, Léa Maria Barrei-ros Duarte, informou, por meioda chefe do cartório eleitoral,Cláudia Cistolo Pereira Pinto,que o esquema que permitiu aDirceu votar sem ser incomoda-do foi uma medida preventiva pa-

ra evitar tumultos e transtornosno fluxo da votação.

“Apenas tomamos algumasatitudes para evitar problemas enão prejudicar a votação num co-légio com muitos eleitores”, ar-gumentou Cláudia. “Não há pri-vilégio para ninguém. A gentequer evitar confusão.” Segundoa Assessoria de Imprensa do Tri-

bunal Regional Eleitoral, a juízatem autonomia para tomar deci-sões que evitem problemas e tu-multo nos locais de votação.

Um dos principais acusadosno escândalo do mensalão, o ex-ministro foi hostilizado por elei-tores em 2008 na mesma zonaeleitoral. De acordo com o jorna-leiro Eduardo Ferraro Américo,

que trabalha ao lado da universi-dade, as pessoas chamaram Dir-ceu de “ladrão”, “bandido” e “sa-fado” e até chegaram a arremes-sar um sabugo de milho na dire-ção do petista. “Ele havia entra-do pela porta da frente e teve to-do o rebuliço”, contou.

Aparato. Ontem, por volta das8 horas, Dirceu chegou à univer-sidade em Moema num carro im-portado, conduzido por motoris-ta particular. Foi seguido portrês outros carros com seguran-ças, segundo o funcionário deuma obra em frente, Alberto Be-larmino Lima. Estacionou numposto de gasolina, atrás da bancade jornal de Américo, para nãoser identificado.

O esquema já estava acertado.O funcionário da Justiça Eleito-ral João Pereira da Silva abriuuma pequena porta lateral do

prédio da universidade. O pró-prio Silva escoltou Dirceu aoprimeiro andar e depois retor-nou até a saída. “Foi o pessoalda universidade que pediu pa-ra ele entrar pela lateral, paraevitar problemas”, disse.

Enquanto Dirceu votava, as-sessores mantinham a im-prensa com as atenções volta-das para a entrada principalda universidade. Depois que oex-ministro foi embora, umdos seguranças agradeceu aSilva pela “forcinha”.

Não é só na hora de votarque Dirceu tem sido hostiliza-do. Em novembro de 2005, foiagredido a golpes de bengalano Congresso pelo escritorYsis Hublet, então com 67anos. Hublet desferiu duasbengaladas na cabeça do petis-ta depois de um “surto psicóti-co”, na definição do escritor.

Eleitor diferenciado. Escolta de Dirceu teve três veículos

Fausto Macedo

Com os votos contados em sepa-rado por determinação da Justi-ça Eleitoral, alguns candidatos fi-cha-suja tiveram votação expres-siva e já contam com o mandato.“Eu vou ser diplomado, sim, por-que não tenho condenação”, dis-se o ex-prefeito paulistano Pau-lo Maluf (PP), que disputa vagana Câmara dos Deputados. Com495.193 votos apurados até as23h15, que lhe dariam a terceiracolocação entre os mais votadosdo Estado, Maluf disse que esta-va “na maior alegria”.

Segundo o Tribunal SuperiorEleitoral (TSE), tiveram regis-tro negado 1.248 políticos de umtotal de 22.555 – considerando to-dos os cargos em disputa. Nemtodos os impugnados têm pro-blemas nos tribunais. Muitos fo-ram barrados porque não exibi-

ram documentação em ordem àJustiça Eleitoral.

Os condenados concorreram,mesmo diante do futuro incerto.Com a candidatura impugnadapelo Tribunal Regional Eleitoral(TRE) por 4 votos a 2, Maluf nãodesistiu da campanha. Ontem,ele alegou ser inocente e afir-mou que o caso de improbidadeno qual o Ministério Público oenquadrou está sob análise doTribunal de Justiça de São Paulo.

“Calculo que vou ter uns 620mil votos”, disse Maluf, que em2006 recebeu 739 mil votos. Eleafirmou que não aceita a pechade ficha-suja. “Minha ficha é deconstrução, não fiz minha ima-gem falando mal, agredindo oufazendo gracinhas. Meu voto é odo reconhecimento. Mas não é ovoto que me dá a certeza de quevou ser reconduzido à Câmara.Não tenho condenação, meu jul-gamento não terminou.”

“Defendo que o voto de quemestá impugnado pertence ao par-tido, o mandato pertence ao par-tido”, disse o deputado BetoMansur (PP-SP), ex-prefeito deSantos, que já tinha 64.131 votosaté as 23h15. “Na eleição passada

eu tive 67 mil votos, creio quevou ter mais agora. Estou tran-quilo porque não há contra mimnenhuma ação de improbida-de”, afirmou Mansur. “Quemprovocou a impugnação foi umadversário meu de Santos. Que-ria que isso fosse julgado antes.Sofri desgaste muito grande,três meses de campanha com aespada na cabeça é terrível.”

Ao contrário do que ocorreuem São Paulo, o TRE do Pará nãodivulgou separadamente os vo-tos de Jader Barbalho (PMDB)ePaulo Rocha (PT) na corrida pa-ra o Senado. Declarados inelegí-veis com base na Lei da FichaLimpa porque renunciaram paraescapar da cassação, eles recorre-ram ao Supremo Tribunal Fede-ral para se manter na disputa.

Na Paraíba, o TRE tambémnão divulgou os votos do ex-go-vernador Cássio Cunha Lima(PSDB), barrado pela Lei FichaLimpa. A expectativa no Estado,porém, é de que Cunha Lima te-nha mais de 900 mil votos.

Em Mato Grosso do Sul, o can-didato ao Senado Dagoberto No-gueira (PDT) afirmou que o en-quadramento na Lei da FichaLimpa não impedirá sua vitória.Segundo pesquisas, Nogueira es-tá 3 pontos à frente do deputadoWaldemir Moka (PMDB). “Fi-cha suja não tem procedência pa-ra mim. Não houve dolo, são ape-nas questões políticas”, afir-mou. / COLABORARAM CARLOS

MENDES, JOÃO NAVES DE OLIVEIRA E

ADELSON BARBOSA, ESPECIAL PARA

O ESTADO

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Marcelo de Moraes

A ala governista conseguiucumprir sua missão de elegeruma imponente bancada deparlamentares aliados no Se-nado, somando pelo menos 57parlamentares aliados. Comesse número, se a petista Dil-ma Rousseff for eleita, conta-rá com o apoio de mais de trêsquintos da Casa, fração neces-sária para aprovar, por exem-

plo, mudanças constitucio-nais.

PMDB e PT passam a ser osdonos das duas maiores banca-das da Casa, com uma soma quepode chegar até a 36 senadores.Isso vai depender da análise daJustiça Eleitoral de casos de can-didatos sub judice por conta daLei da Ficha Limpa no Pará e naParaíba.

Somados os 54 candidatos elei-tos ontem com os 27 que têm di-reito a cumprir ainda quatroanos de mandato, o PMDB pode-rá ter 19 ou 21 senadores, enquan-to o PT passará a ter 15.

No caso dos peemedebistas,eles dependem da decisão do Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE),para os casos de Jader Barbalho

(PA), que pode ter sido o maisvotado no Estado. Se ele conti-nuar impugnado, a vaga ficariacom Marinor Brito, do Psol. A ou-tra pendência é o caso do tucanoCássio Cunha Lima, na Paraíba,outro a não ter os votos divulga-dos. Se Cunha Lima, que tam-bém pode ter sido o campeão devotos entre os paraibanos, forbarrado, Wilson Santiago(PMDB) ficaria com a vaga. Já oPT passará a ter 15 senadores.

Durante os oito anos de man-dato do presidente Luiz InácioLula da Silva, o Senado foi justa-mente o centro das maiores re-sistências dos parlamentares aogoverno federal, especialmentequando a oposição derrubou acobrança da Contribuição Provi-

sória sobre Movimentação Fi-nanceira (CPMF).

Além das bancadas de PMDB ePT, o governo sabe que se Dilmafor eleita terá ainda o apoio deoutros partidos governistas. OPTB passa a ter seis senadores,PDT, PP e PR contarão com qua-tro cada um. PSB terá três e o PCdo B outros dois. Legendas pe-quenas como PRB, PSC e PMNcontribuirão para essa base deapoio com um senador cada.

Nesse bloco, o PMDB terá quedescontar dois senadores. Commandato de quatro anos aindapara cumprir, Pedro Simon(PMDB-RS) e Jarbas Vascon-cellos (PMDB-PE) nunca se-guem as orientações pemedebis-tas alinhadas com o Palácio doPlanalto. Outra dúvida será a po-sição do catarinense Luiz Henri-que da Silveira (PMDB).

A novata Ana Amélia Lemos(PP-RS), muito amiga do ex-pre-sidente Fernando Henrique Car-doso, também é uma incógnitaem relação ao seu comportamen-to no Senado.

Para a oposição, a construçãoda maioria governista no Senadonão foi a única má notícia de on-tem. As urnas também elimina-ram políticos importantes paraPSDB e DEM dentro da Casa. Deuma só vez, a oposição viu a der-rota de líderes como Tasso Je-reissati (PSDB-CE), Arthur Vir-gílio (PSDB-AM), Marco Maciel(DEM-PE) e Heráclito Fortes(DEM-PI).

Os tucanos passam a ter 10 ou

11 senadores, dependendo da si-tuação da Paraíba. Podem per-der ainda a senadora Níura De-marchi, que ocupa a vaga de Ray-mundo Colombo (DEM), eleitogovernador de Santa Catarinaontem. Ela é apenas a segundasuplente e poderá ser substituí-da pelo pemedebista CasildoMaldaner, primeiro suplente.

Em compensação, a oposiçãogarantiu duas vitórias extrema-mente estratégicas. Em MinasGerais, o ex-governador de Mi-nas Gerais Aécio Neves (PSDB)se elegeu e chega muito fortaleci-do para ocupar uma cadeira naCasa. Além disso, Aloysio NunesFerreira (PSDB) se tornou agrande surpresa da eleição emSão Paulo, conquistando uma

das vagas e resistindo à campa-nha de Netinho de Paula, do PCdo B, que teve o próprio Lula pe-dindo votos a seu favor.

Outra novidade será a presen-ça simultânea de três ex-presi-dentes. Itamar Franco (PPS-MG) se junta a Fernando Collor,que não chegou ao segundo tur-no na eleição pelo governo deAlagoas, e volta a reocupar suavaga, e ao presidente do Senado,José Sarney (PMDB-AP).

Corrida estadual. Acompanhea eleição nos Estados

estadão.com.br/e/eleicoesestaduais

Netinho já dava como certaeleição ao lado de Marta

● O PMDB tentará a todo customanter a presidência do Senado,hoje ocupada por José Sarney(PMDB). Ele próprio pode tentara reeleição, mas, com problemasde saúde, poderá acabar abrindomão do posto. Nesse caso, háoutros candidatos dentro da le-genda, como Renan Calheiros(PMDB-AL) e Garibaldi Alves(PMDB-RN), ambos ex-presiden-tes do Senado.

Com o aumento de sua banca-da, o PT também pode lançar umnome entre seus senadores – atécomo forma de negociar abrirmão da disputa para garantir apresidência da Câmara dos Depu-tados.

Quem pode ameaçar os planosdos dois principais partidos daCasa é o tucano Aécio Neves. Ex-presidente da Câmara, tem forçapolítica e pode começar desde jáseu projeto político para as elei-ções presidenciais de 2014. Pre-cisará, entretanto, organizar umaarticulação que atraia senadoreshoje alinhados com o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva.

Ana Paula Scinocca

Aloysio Nunes Ferreira fez cam-panha como tucano legítimo.Foi o único que não escondeuFernando Henrique Cardoso, fa-zendo do ex-presidente e símbo-lo maior do PSDB seu principalcabo eleitoral na campanha aoSenado. Em votação surpreen-dente, foi eleito ontem senadorcom quase 11 milhões de votos,apesar de ele aparecer apenasem terceiro lugar nas pesquisasde véspera.

Ex-secretário da Casa Civil deJosé Serra, ex-vice-governadorde São Paulo na gestão de LuizAntônio Fleury Filho, ex-minis-tro da Justiça no governo FHC,

Aloysio fez campanha sem rene-gar o passado. Foi um dos pou-cos tucanos a fazer também críti-cas contundentes ao presidenteLuiz Inácio Lula da Silva, que exi-be alto índice de popularidade.Nas andanças pelo interior do Es-tado, o ex-homem forte do gover-no Serra focou no ex-governa-dor e candidato ao Palácio dosBandeirantes, Geraldo Alckmin.Usou depoimentos de prefeitospaulistas em seu favor e, sem so-bressaltos, foi subindo nas pes-quisas. Seu crescimento tam-bém pode ser atribuído à saídade cena de Orestes Quércia(PMDB) da disputa ao Senado.Ao deixar a campanha, por moti-vo de saúde, o peemedebista re-comendou voto em Aloysio.Outro fator que contribuiu paraa vitória de Aloysio foi a “caro-na” que o tucano pegou nas cam-panhas de deputados não ape-nas do PSDB como do PMDB.Seu nome apareceu em váriossantinhos de postulantes a vagas

na Câmara e na Assembleia Le-gislativa. A mesma estratégia,em 2006, quase fez com que Gui-lherme Afif Domingos (DEM)roubasse a vaga do senador petis-ta Eduardo Suplicy.

Aloysio acompanhou a apura-ção em casa, no bairro de Higie-nópolis, acompanhado da mu-lher, filhas e netos. Recebia os nú-meros com euforia. Segundo re-lato de pessoas próximas, o tuca-no enxergava a vitória, mas nãoem primeiro lugar. Ao confirmarque sua vaga estava, de fato, asse-gurada, Aloysio fez questão de te-lefonar para Quércia e FHC, aquem agradeceu o apoio e as de-clarações de voto. O tucano foium dos primeiros a votar na Fa-culdade D. Pedro, em São Josédo Rio Preto, sua terra natal.

Aloysio, que nãoescondeu FHC,supera favoritos

PT e PMDB obtêm as maiores bancadas

SERGIO MENEZES/DIARIO DA REGIAO

Os dois partidos ganhamcadeiras na Casa quemais deu trabalhonos dois mandatosdo presidente Lula

SENADO

Netinho de Paula (PC do B) esta-va confiante quando votou noinício da tarde em Campo Lim-po, na zona sul da capital. Embo-ra tenha dito que era preciso es-perar a apuração, em determina-dos momentos o candidato che-gou a falar como se tivesse venci-do as eleições e minimizou ocrescimento de seu rival tucanonas últimas pesquisas.

“Não vi chegada nenhuma. Te-nho acompanhado as pesquisase, pelo que eu acompanho, estounuma posição muito estável”,disse o candidato que chegou pa-ra votar com Aloizio Mercadante(PT). Um grande tumulto se for-mou no prédio, com fãs em bus-ca de fotos e tentando abraçá-lo.

Netinho chegou a sugerir quepoderia não completar o manda-to para se candidatar a outro car-go. “Quero tentar cumprir o

meu mandato. Sair, deixar decumprir meu mandato, quemvai optar por isso não sou eu; é asociedade. Se a sociedade acharque eu possa ser candidato a ou-tra coisa nesse ínterim, assim eufarei”, disse ainda pela manhã,quando acompanhou o voto deMercadante.

Pouco antes, Netinho estevecom Lula em São Bernardo doCampo. O cantor e apresenta-dor também disse que interrom-peria sua carreira artística parainvestir na vida pública.

Marta Suplicy (PT) tambématacou os levantamentos que in-dicavam Aloysio Nunes (PSDB)em primeiro. “Algumas pesqui-sas deram a disputa como embo-lada, mas não acreditei. Acreditoque Netinho e eu seremos os pri-meiros”, disse após votar no Jar-dim Paulistano.

“Vai ser uma votação um pou-quinho mais distante do que apesquisa tem mostrado. Esperouma votação tranquila e acredi-to que nós dois vamos ser elei-tos”, completou a candidata doPT. / FERNANDA YONEYA e RENATO

MACHADO

Governistas vãotentar mantercomando da Casa

● O senador Romeu Tuma(PTB-SP) permanecia internadoaté ontem à noite. Pela manhã,havia expectativa de que Tuma,que concorria à reeleição, tives-se alta para votar, mas a saídanão foi autorizada pelos médicos.

À frente. Aloysio vota em Rio Preto: 11 milhões de votos

Antes da abertura dasurnas, cantor atenuousinais do avançode Aloysio Nunesnas pesquisas

Colocado pelaspesquisas atrás deMarta e Netinho de Paula,tucano surpreende etira a vaga do cantor

estadão.com.br

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H11

foi a votação de Reguffe, doPDT-DF. A cifra o converte nocandidato a deputado federalque obteve, proporcionalmente,o melhor desempenho ontem

1,5719,15%

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O MAIS VOTADO NO ESTADO

Bruno Tavares

O PT conseguiu superar oPMDB e se tornou o partidocom maior número de cadei-ras na Câmara dos Deputados– 88 ante as 83 obtidas das elei-ções de 2006. Os dois princi-pais partidos de oposição aopresidente Luiz Inácio Lula daSilva, PSDB e DEM, perderam,juntos, 34 deputados.

A configuração indicada pelasurnas ainda pode mudar, confor-me os resultados dos julgamen-tos de candidatos barrados pelaLei da Ficha Limpa.

Somadas, as nove siglas quecompõe a base de apoio da candi-data do PT à Presidência, DilmaRousseff (PT), detém 309 das513 cadeiras da Câmara – 60%.Na legislatura atual o porcentualatinge 58%. Além do PT e doPMDB, integram a coligação dil-mista o PR, PSB, PDT, PSC, PCdo B, PTC e PRB.

O PR foi uma das agremiaçõesque tiveram maior crescimentoem relação à eleição passada. Sal-tou das atuais 23 cadeiras para40. O crescimento de 73% é resul-tado das votações obtidas princi-palmente pelo palhaço Tiririca(PR-SP) e por Anthony Garoti-nho (PR-SP).

Tiririca sagrou-se ontem o de-putado federal mais votado doPaís, com pouco mais de 1,3 mi-lhão de votos. Enéas Carneiro,do Prona, continua sendo o de-putado federal mais votado da

história do País – em 2002, foieleito com 1,57 milhão de votos.Para efeito de comparação, Tiri-rica teve cerca de 414 mil votos amais do que o candidato doPSOL à Presidência, Plínio de Ar-ruda Sampaio. Garotinho foi odeputado federal com melhor de-sempenho no Rio – teve 694 milvotos (8,69% do total).

Com sua expressiva votação,Tiririca arrasta pelo menos maistrês deputados da coligação. Nasvagas “abertas” por ele entraramOtoniel Lima (PRB), VanderleiSiraque (PT) e o delegado Protó-genes Queiroz (PC do B).

Os três partidos que dão sus-tentação ao presidenciável tuca-no, José Serra, ficaram com 111cadeiras. Na legislatura atual, aPSDB, DEM e PPS têm 153 vagas.Confirmando as projeções, a can-didata Bruna Furlan (PSDB), fi-lha do prefeito de Barueri, Ru-

bens Furlan, foi a oposicionistamais votada, com pouco mais de270 mil votos. Aos 27 anos, eladesbancou veteranos puxadoresde voto, como José Aníbal (PS-DB), que teve 170 mil votos.

Proporcionalmente, o candi-dato Reguffe (PDT-DF) foi o queteve o melhor desempenho, com19,15% (cerca de 248 mil votos).ACM Neto (DEM-BA) obtevequase 7% dos votos na Bahia. NoRio Grande do Sul, a deputada

Manuela D’Ávila (PC do B-RS)conseguiu 8,26%.

Novatos e medalhões . Nomestradicionais da política nacionalconseguiram se reeleger. Fazemparte desse grupo, por exemplo,a ex-prefeita de São Paulo LuizaErundina (PSB), o ex-presiden-te da Câmara Arlindo Chinaglia(PT), Arnaldo Faria de Sá (PTB),Ivan Valente (PSOL), José Aní-bal (PSDB), Jilmar Tatto (PT),

Valdemar Costa Neto (PR) e Ga-briel Chalita (PSB).

Mas a Câmara terá novatos apartir de 2011. Umas das que tive-ram maior votação foi a empresá-ria Iolanda Ota (PSB-SP). Mãedo garoto Ives Ota, assassinadopor sequestradores em 1997, elaobteve pouco mais de 212 mil vo-tos. No time dos deputados “ilus-tres” entraram os ex-jogadoresRomário (PSB-RJ) e Danrlei(PTB-RS).

Tiririca (PR-SP)

Base aliada petista terá60% dos deputados

1.353.073votos

EDU MORAES /DIVULGAÇÃO

Sem graça

CÂMARA FEDERAL

O PALHAÇO QUEVIROU CAMPEÃODE VOTOSApesar de ameaça do MP e de boatos sobre suamorte, Tiririca torna-se o deputado mais votado

milhão de votos continuasendo o recorde nacional devotação para deputado federalobtido por Eneas Carneiro, doProna, em 2002

● IvanValenteDeputadofederal eleitopelo PSOL foi o15º mais vota-do em SP

Gilberto AmendolaJORNAL DA TARDE

C om quase 1,4 milhão devotos, o palhaço Tiriri-ca, ou Francisco Eve-rardo Oliveira Silva, do

PR, tornou-se o deputado fede-ral mais votado das eleições deontem. Ao todo, Tiririca tevemais que o dobro de eleitoresque o segundo colocado em SãoPaulo, Gabriel Chalita (PSB), e

deve arrastar vários candidatosde sua coligação à Câmara dosDeputados.

Orientado pelo PR a evitar ex-por sua imagem antes da vota-ção, o candidato tentou, inutil-mente, driblar o assédio da im-prensa. Tiririca, ou Francisco,chegou às 8h54 em sua zona elei-toral, Universidade Paulista(Unip) da Aclimação, em meio aum tumulto de câmeras, grava-dores e microfones de jornalis-

tas. Ele estava acompanhado deseu filho Everson Tirulipa, suamulher, Nana Magalhães, e seuprodutor, Joãozito.

A busca por discrição fez o hu-morista trocar o característicobonezinho colorido, a perucaloura e as roupas espalhafatosas

por uma camiseta azul e calçajeans. Tiririca disse a jornalistasque é “humilde”, garantiu que sa-bia ler – na sexta-feira o Ministé-rio Público voltou a pedir a cassa-ção de sua candidatura, sob ale-gação de que o Francisco é analfa-beto – e avisou que só falaria co-mo deputado depois de todos osvotos serem apurados.

Morte anunciada. Questiona-do sobre suas “propostas concre-tas”, caçoou: “De concreto, só ocimento.”

Ontem, um boato sobre a mor-te de Tiririca correu redes so-ciais da internet. “Eu morriiiiiii”,disse o candidato enquanto dei-xava a Unip, 12 minutos após en-trar na universidade. “Canta, Flo-rentina, canta!”, pediam os quecercavam Tiririca, em referênciaà música que tornou famoso opalhaço de circo. E Tiririca can-tou. Em seguida, sua assessorade imprensa colocou-o em um

carro e os dois foram embora.Tirulipa garantiu que seu

pai estudou até a “2.ª ou 3.ªsérie”. A mulher de Tiririca fa-lou que as denúncias sobre oanalfabetismo do maridoeram “inveja da oposição” eJoãozito anunciou um DVDpara os próximos meses.

Após a votação Tiririca foi aum flat, no bairro dos Jardins.“Eu preciso descansar. Estoumuito esperançoso. Mas nãoquerocomemorar antes da ho-ra. Preciso mesmo descansar,vou viajar ainda hoje. Vou praFortaleza ver a família”, disseo humorista eleito deputado.

Seguranças e recepcionis-tas do flat disseram que Tiriri-ca é um hóspede discreto, quepouco sai de casa e quase nãoconversa com ninguém. Se-gundo vizinhos, o artista mo-ra na cobertura.

Às 18h20, a reportagem li-gou para o produtor de Tiriri-ca, Joãozito, e informou que,àquela altura, o candidato jáhavia alcançado 200 mil vo-tos. “Estamos chegando no ae-roporto. A última vez que agente viu no site, ele tinha 60mil votos. Me ligue depois”,respondeu Joãozito.

O segundo telefonema foifeito 20 minutos depois, quan-do Tiririca ultrapassou os 500mil votos. “Olha, o Tiririca es-tá muito ‘adrenalinado’ (sic).Ele não está acreditando”, co-memora o produtor.

Nome Partido Nº de votos % válidos

Tiririca PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 1.353.073 6,35%

Gabriel Chalita PSB - PSL / PSB 559.841 2,63%

Bruna Furlan PSDB - PPS / DEM / PSDB 270.609 1,27%

Paulinho da Força PDT 267.052 1,25%

João Paulo Cunha PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 255.417 1,20%

Jilmar Tatto PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 250.334 1,17%

Rodrigo Garcia DEM - PPS / DEM / PSDB 226.016 1,06%

Emanuel Fernandes PSDB - PPS / DEM / PSDB 218.785 1,03%

Zarattini PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 216.321 1,02%

Luiza Erundina PSB - PSL / PSB 214.077 1,00%

Ota PSB - PSL / PSB 212.959 1,00%

Marco Feliciano PSC - PSC / PHS 211.724 0,99%

Arlindo Chinaglia PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 207.413 0,97%

Arnaldo Faria de Sá PTB 192.294 0,90%

Ivan Valente PSOL 188.964 0,89%

Edson Aparecido PSDB - PPS / DEM / PSDB 184.308 0,86%

Valdemar Costa Neto PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 174.748 0,82%

Márcio França PSB - PSL / PSB 171.894 0,81%

José Anibal PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.934 0,80%

Vaz de Lima PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.727 0,80%

Jorge Tadeu DEM - PPS / DEM / PSDB 164.539 0,77%

Antonio Bulhões PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 162.539 0,76%

Jonas Donizette PSB - PSL / PSB 162.143 0,76%

* OS DEPUTADOS FEDERAIS MAIS VOTADOS EM SP

PSDB e DEM perdem,juntos 34 cadeiras naCâmara; votação deTiririca ajuda a ampliar de23 para 40 a bancada PR

PAULO LIEBERT/AE

‘De concreto, só ocimento’, diz artistaao ser questionadosobre suas propostas

Pr Paulo Freire PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 161.031 0,76%

Missionário José Olimpio PP 160.736 0,75%

Vicente Candido PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 160.214 0,75%

Mara Gabrilli PSDB - PPS / DEM / PSDB 160.098 0,75%

Filippi PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 149.495 0,70%

Carlos Sampaio PSDB - PPS / DEM / PSDB 145.580 0,68%

Janete Pietá PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 144.001 0,68%

Vicentinho PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 140.999 0,66%

Arnaldo Jardim PPS - PPS / DEM / PSDB 140.619 0,66%

Ricardo Berzoini PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 140.489 0,66%

Thame PSDB - PPS / DEM / PSDB 139.718 0,66%

José Mentor PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 139.650 0,66%

Dimas Ramalho PPS - PPS / DEM / PSDB 139.632 0,66%

Tripoli PSDB - PPS / DEM / PSDB 134.855 0,63%

Paulo Teixeira PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.410 0,63%

Carlinhos Almeida PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.172 0,63%

Aldo Rebelo PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 132.081 0,62%

Vaccarezza PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.660 0,62%

Milton Monti PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.638 0,62%

Luiz Fernando Machado PSDB - PPS / DEM / PSDB 129.598 0,61%

Devanir Ribeiro PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 127.933 0,60%

Duarte Nogueira PSDB - PPS / DEM / PSDB 124.707 0,59%

Eli Correa Filho DEM - PPS / DEM / PSDB 124.559 0,58%

Mais discreto. Tiririca antes de votar, em faculdade de São Paulo: peruca e chapéu colorido deram lugar à camiseta e jeans

Roberto Freire PPS - PPS / DEM / PSDB 121.448 0,57%

Nelson Marquezelli PTB 117.631 0,55%

Jefferson Campos PSB - PSL / PSB 116.310 0,55%

Dib PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.802 0,53%

Julio Semeghini PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.329 0,53%

Junji Abe DEM - PPS / DEM / PSDB 113.147 0,53%

Alexandre Leite DEM - PPS / DEM / PSDB 112.947 0,53%

Guilherme Campos DEM - PPS / DEM / PSDB 112.851 0,53%

Newton Lima Neto PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 110.193 0,52%

Edinho Araujo PMDB 100.194 0,47%

Marcelo Aguiar PSC - PSC / PHS 98.764 0,46%

Guilherme Mussi PV 98.700 0,46%

Otoniel Lima PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 95.954 0,45%

Delegado Protógenes PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 94.871 0,45%

Vanderlei Siraque PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 93.292 0,44%

Ricardo Izar PV 87.340 0,41%

Aline Correa PP 78.289 0,37%

Penna PV 78.279 0,37%

Abelardo Camarinha PSB - PSL / PSB 71.637 0,34%

Roberto de Lucena PV 70.586 0,33%

João Dado PDT 70.467 0,33%

Roberto Santiago PV 60.165 0,28%

Dr. Sinval Malheiros PV 59.208 0,28%

* APURADOS 99,99% DOS VOTOS

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H12 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

SP VAI ÀS URNAS

HORA A HORA, A ELEIÇÃONA MAIOR CIDADE DO PAÍSOntem o domingo foi diferentepara 8,4 milhões de eleitorespaulistanos. Confira momentosprotagonizados por algunsdeles, de norte a sul da capital

Do Jardim Paulista, na zo-na sul, ao Jardim Roma-no, na leste. Da eleiçãono maior local de vota-ção de São Paulo – o Ma-ckenzie, na região cen-

tral – aos votos dos presos no cadeiãode Pinheiros, na zona oeste. Do mesá-rio mais antigo aos eleitores de outrascidades que votaram em trânsito, nu-ma estação de metrô. Por todo o dia,em diferentes regiões da capital, o Esta-do flagrou conversas, situações e perso-nagens deste 3 de outubro, dia em que8,4 milhões de paulistanos foram às ur-nas.

6h10 Duas horas antes de osportões se abrirem no

Instituto Mackenzie – maior local devotação do Estado, com 19.704 eleito-res –, o segurança José Roberto Drudi,de 57 anos, já estava plantado na frenteda universidade, sem se incomodarcom o vento forte ou a garoa fria. “Che-guei cedo para terminar cedo. Aindavou trabalhar o dia inteiro, não quis meatrasar”, justificou. Ele levou 45 segun-dos para entrar na cabine, apertar as 25

teclas dos candidatos escolhidos e sair.“Não acho que exagerei. É para não terchance de acontecer algo errado”, disseo segurança, que saiu de casa, em ArturAlvim, na zona leste, às 5h10.

8h As celas se abriram às 8 horas.Os primeiros eleitores foram

algemados e, sob escolta, caminharamem fila até a seção eleitoral. Começouassim o dia de votação do Centro deDetenção Provisória 3 (CDP-3), em Pi-nheiros, na zona oeste de São Paulo.Pela primeira vez, os presos tiveram odireito de votar no País. Em São Paulo,1.865 foram às urnas espalhadas em 31dos 148 presídios do Estado. Em quatrogrupos de dez, os presos foram retira-dos de suas celas. Cada dezena de de-tentos ia para uma das quatro seçõeseleitorais instaladas no CDP-3. A maio-ria levava cola com os números dos can-didatos e gastava cerca de 30 a 40 segun-dos para votar. De acordo com o juiz-corregedor dos presídios, Ulysses Gon-çalves Junior, a votação dos presos ter-minou às 11h30. Ao todo, 137 pessoasvotaram nas quatro urnas do CDP.Nem todos os presos provisórios – osque ainda não têm condenação definiti-va – puderam votar. “Conseguimos ga-rantir esses direitos a cerca de 10% dospresos e adolescentes internados. Fize-mos o que era possível”, afirmou o de-sembargador Walter de Almeida Gui-lherme. No Estado existiam 52 mil pes-soas que poderiam ter sido cadastradas

para votar. No total, além dos 1.865 de-tentos, 2.615 adolescentes da Funda-ção Casa garantiram esse direito. Umdos problemas que restringiram o votonos presídios foi a segurança. Unida-des que abrigam criminosos perigosos,por exemplo, ficaram de fora da elei-ção.

10h15 Quatro jovens foramabordados por poli-

ciais militares na entrada de uma seçãoeleitoral no Brooklin, zona sul, por esta-rem usando nariz de palhaço. Os poli-ciais pediram para eles tirarem o adere-ço de plástico antes de votar e nenhumincidente foi registrado.

10h30 Na Escola EstadualProfessor Laerte Ra-

mos de Carvalho, em Cidade Dutra, nazona sul, um exemplo claro da vontadede votar. Dois lances de escada entre otérreo e as cabines de votação torna-vam impossível o percurso até as cabi-nes de votação para a cozinheira NeociSilva Paiva, de 57 anos, cadeirante há 11meses. “Quando viram que tinha umaescada, os mesários sugeriram que eujustificasse o voto”, ela contou. “Maseu é que não ia perder o voto. Acordeicedo, no frio, para chegar ao colégio ejustificar?” Tanto insistiu que dois me-sários carregaram seus 60 quilos esca-da abaixo e esperaram até que ela termi-nasse. “Meu voto é luminoso, nunca er-rei o candidato.”

11h15 “Me ajuda, me fala qual-quer número aí!” Lidija

estava muito aflita. Já fazia uns 3 minutosque ela estava diante da urna, no ColégioRio Branco, em Higienópolis, região cen-tral, e não conseguia concluir seu voto. Apresidentedaseção pacientementeexpli-cava que não podia dar orientações sobreos números de candidatos. “A média dosoutros eleitores tem sido um minuto emeio, mas temos de ser pacientes”, dissea mesária. A professora Lidija finalmenteterminou de votar e saiu lamentando: “Émuito cargo. E eu não queria errar e votarem algum bandido ou sequestrador.”

11h45 Diz o ditado que polí-tica, futebol e reli-

gião não se discutem. Mas pelo menosontem o padre, acostumado a tratarde religião diariamente, sentiu-se àvontade também para falar de políti-ca. Na missa da Igreja São Luís, naAvenida Paulista, o pároco Emma-nuel Araújo orientou os fiéis no ser-mão: “Somos convocados a definir ofuturo do País. Rezemos para que aseleições sejam tranquilas e os resulta-dos, promissores para a nação.”

11h50 Na estreia do votoem trânsito, muitos

eleitores tiveram dificuldade para con-firmar suas escolhas. Vários deles che-garam às zonas eleitorais especiais semo cadastramento obrigatório e acaba-ram frustrados. Outros, por falta de in-

formação ou atenção, acabaram erran-do o local em que deveriam votar. Foi ocaso da bancária Tereza Aguiar, de 44anos, que foi à Estação Paraíso do Me-trô, um dos três locais de votação emtrânsito da capital paulista. Em sua re-quisição, constava o direcionamentopara a Estação República. “Vi o nome(da estação), mas achei que poderia ir aqualquer outro lugar”, afirmou a bancá-ria. Segundo o Tribunal Superior Eleito-ral (TSE), 80.494 pessoas solicitaram o

CELSO JUNI

PELO BRASIL

Correria. Eleitores se aglomeram dian

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H13

Fotos. Confira a cobertura fotográfica do 1º turno. estadao.com.br/eleicoesfoto

voto fora de seus domicílios de origem– delas, 12.750 foram às urnas na cidadede São Paulo.

12h Marcelo (nome fictício), de 18anos, votou ontem pela pri-

meira vez. Usava uniforme azul e chine-los de dedo. Decidiu ir às urnas porquecrê que as coisas precisam mudar. Háum ano está internado na UnidadeAbaeté da Fundação Casa, na Vila Ma-ria, zona norte. Foi apreendido por rou-

bo. “Não quero mais ver ladrão toman-do decisões importantes.” Era meio-dia quando a urna soou o sinal de confir-mação do último voto de Marcelo. “Mi-nha parte eu fiz”, disse. A Fundação Ca-sa tem cerca de 6,8 mil internos. Des-tes, 2.231 decidiram votar.

12h15 Em51anosdeexperiên-cia,omesáriomaisanti-

go de São Paulo, Arthur Victor Brennei-sen, de 81, continua querendo saber.

“Não entendo como tem gente que acor-da às 5 horas para chegar logo na zonaeleitoral e votar em branco.” Corretor deimóveis aposentado, seu Arthur foi con-vocado para ser mesário em 1959 e gos-tou. Nas outras 50 vezes, ele se ofereceupara trabalhar. Hoje é presidente da Se-ção 49, da Zona Eleitoral 248, em Itaque-ra, zonaleste.Consideradoali uma verda-deirainstituição, eleéobservadoorgulho-samente pela filha e pelo neto dentro daseção. “A gente não poderia estar aqui,mas eu sempre trago o almoço dele”, ex-plica Sandra.

12h30 Boca de urna é umconceito um tanto

elástico no Jardim Romano, na zonaleste. O bairro ficou conhecido em SãoPaulo depois das enchentes que o dei-xaram alagado por dois meses entre ofim de 2009 e o começo deste ano. Mes-mo com a presença da Polícia Militar,dezenas de crianças distribuíam santi-nhos e pediam votos para candidatos.João Henrique, um garoto magrinho,jogava bola no meio da rua com doisamigos. Cada vez que a bola corria pa-ra mais longe e o jogo precisava serinterrompido, ele tirava do bolso umbolo de santinhos de um candidato adeputado estadual e entregava paraquem passava. “Com o dinheiro quemeu pai ganhou para distribuir essespapéis, ele prometeu me dar um pre-sente”, contou. Na Rua Capachós, lo-cal que ficou famoso depois de ficarsubmerso por dias a fio, ninguém se-quer falava em eleição. “Pra quê? Nãovai mudar nada...”, dizia Augusta Lou-renço, de 19 anos, mãe de duas crian-ças. Na época das enchentes, Augustafoi obrigada a abandonar sua casa edormir por uma semana e meia no alo-jamento provisório montado na Esco-la Municipal Armando Cridey Righetti– mesmo lugar utilizado ontem para avotação. “Foi só aparecer algum outroproblema por aí que esqueceram dagente. As chuvas vão voltar e aí? De queadianta votar se sempre se esquecemdo povo?”

13h40 Em pleno shoppingPátio Higienópolis,

um cidadão chamava a atenção ao cami-nhar calmamente ostentando uma es-trela do PT no peito. “Não sou filiado,sou simpatizante. Mas o Lula convocoua militância e eu não tenho vergonha deusar a estrela”, disse Eduardo Paes, de29 anos, que dá palestras e treinamen-tos motivacionais em empresas.

14h Aos 45 do segundo tempo, oSupremo Tribunal Federal

(STF) decidiu que, para votar, o cida-dão não precisava levar o título de elei-tor, apenas um documento oficial comfoto. Mas nem todos os mesários enten-deram a regra do jogo... Várias pessoasconseguiram chegar até a urna eletrôni-ca apenas com o título de eleitor namão. Esse foi o caso do gerente de ven-das Adriano Belo Ramos, que votou naEscola Estadual Visconde de Taunay,no bairro do Limão, zona norte. Apre-sentou apenas o título de eleitor, semque ninguém lhe pedisse outro docu-mento.

14h30 Sem lei seca no Esta-do, os bares de São

Paulo não precisaram se importar emdisfarçar os copos de cerveja pelas mesi-nhas, como virou costume em outraseleições. “Depois de votar, já estamosno bar para afogar as mágoas”, dizia oestudante de Direito Paulo Roberto Me-deiros, que bebia com dois amigos naVila Madalena, zona oeste

15h Uma guerra é travada entreos bravos garis e a sujeirada

que forra as ruas de São Paulo no dia daeleição. Ontem, as 31 subprefeituras re-crutaram 2.639 soldados da vassoura e249 caminhões-tanque nas trincheirasimundas nos arredores das escolas on-de havia votação. Francisco Pereira,que lutaria contra o lixo montado emum dos caminhões, estava triste. “Nãoconsegui votar, estava muita fila”, la-mentou. “Tomara que tenha segundoturno.” A guerreira Josefa, por sua vez,

estava orgulhosa de ter votado cons-cientemente e tranquila para enfrentara batalha. “Estamos acostumados eprontos para a luta”, afirmou a varredo-ra de Garanhuns, cidade do presidenteLula. Os dois sairiam do posto que ficaatrás do Museu de Arte de São Paulo(Masp), na região da Avenida Paulista.Só ali foram convocados 50 garis a maise cinco caminhões.

15h50 Com sujeira no ros-to e nos braços, es-

condidos em meio a papelões e coberto-res sujos, até os jovens da cracolândiase tornaram alvo de promessa dos can-didatos nessas eleições, de deputadosestaduais a presidente. Para os usuá-rios que dormem na Rua Dino Bueno,no entanto, o dia de ontem passou incó-lume, como qualquer outro domingo.“Eu não tenho nem RG, ficou na casa daminha mãe em Araraquara”, dizia umjovem franzino. “E nem sei quem tempara votar.”

16h30O delegado da Polí-cia Federal Nelson

Régis Júnior rodou, com mais três cole-gas, mais de 250 quilômetros pela zonaoeste da cidade. “Não registramos umaocorrência sequer”, comemorava. Bemdiferente dos dias em que patrulhava aseleições no Amapá. A cena que mais oimpressionou foi a de uma moto quepassou na frente de uma fila, em umaseção eleitoral, e atirou dinheiro noseleitores.

17h02 Silvia Stela Negreteestava convicta de

que faltava um minuto. Estava errada.A porta da PUC se fechou e a psicólogade 48 anos perdeu a chance de votar.Lamentou muito. O atraso foi por cau-sa de problemas de saúde. “Estava inter-nada e ainda tive de levar meu filho aoAeroporto de Cumbica.”/ FLÁVIA TAVARES, RODRIGO BRANCATELLI,

VITOR HUGO BRANDALISE, MARCELO GODOY,

ISADORA PERON, PAULO SAMPAIO e

CRISTIANE BOMFIM

PAULO SANTOS/REUTERS DIDA SAMPAIO/AE

HELIA SCHEPPA/JC IMAGEM

WILSON PEDROSA/AE

IOR/AE

MARCOS DE PAULA/AE

HÉLVIO ROMERO/AE

1. Santinhos e panfletos forram ochão na frente de uma escola noNúcleo Bandeirante, cidadesatélite de Brasília

2. Urnas são levadas em um barcoda Marinha pelo Rio Amazonas paracomunidades ribeirinhas isoladasno Pará

3. Detentos esperam para votar nopresídio Aníbal Bruno, no Recife:pela primeira vez, presoscadastrados em todo o Paísganharam o direito de eleger seuscandidatos

4. Índia krahô vota em uma urnaeletrônica instalada dentro daAldeia Manuel Alves, na cidadede Itacajá, no Tocantins

5. Eleitor demonstra dificuldadepara usar a urna eletrônicaem uma escola na periferiade São Luís, no Maranhão

6. Jovens fazem boca de urna pertode uma zona eleitoral na Passarelada Rocinha, cartão postal projetadopor Oscar Niemeyer em SãoConrado, bairro da zona sul do Rio

estadão.com.br

nte da Escola Estadual Cidade de Hiroshima, em Itaquera, zona leste de SP

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H14 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

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José Maria Tomazela

O tucano Geraldo Alckmin vol-ta ao Governo de São Paulo de-pois de quatro anos. O candida-to do PSDB venceu a disputa pe-lo Palácio dos Bandeirantes noprimeiro turno com 50,6% dosvotos válidos. Ele derrotou o se-nador petista Aloizio Mercadan-te, que atingiu 35,2%. A conta-gem foi encerrada no início damadrugada de hoje.

O candidato do PP, Celso Rus-somanno, conseguiu 5,4% e fi-cou à frente do empresário Pau-lo Skaf (PSB), que teve 4,5%. Oambientalista Fábio Feldmannrecebeu 4,1% dos votos e AnaíCaproni, do PCO, teve 0,02%.Os outros candidatos, Paulo Bu-falo, do PSOL, Luis Carlos Pra-tes, o Mancha, do PSTU, e Igor

Grabois, do PCB, não tiveramvotos computados pelo Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE)por estarem com as candidatu-ras indeferidas. A votação obti-da pelos três candidatos, de me-nos de 0,50%, porém, não altera-ria o resultado do pleito.

Alckmin volta ao governo pau-lista depois de não ter passadodo primeiro turno na últimaeleição que disputou, para a Pre-feitura de São Paulo, em 2006.Ele ficou em terceiro lugar, com22,48% dos votos, e viu o prefei-to Gilberto Kassab (DEM) sereeleger.

Desta vez, manteve-se à fren-te da disputa desde o início. En-tre suas principais bandeiras de

campanha estava a expansãodas Faculdades de Tecnologia(Fatec) e Escolas Técnicas(Etec). Ele juntou sua campa-nha à do candidato à Presidên-cia, José Serra, que vai disputaro segundo turno. Já Mercadan-te teve o apoio do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva, queveio a São Paulo para participarde comícios do petista, mas nãoconseguiu reverter o resultado.

Trajetória. O médico GeraldoJosé Rodrigues Alckmin Filhonasceu na cidade paulista dePindamonhangaba, em 7 de no-vembro de 1952. Iniciou a carrei-ra política como vereador em1972, aos 19 anos, pelo antigoMDB. Quatro anos mais tarde,foi eleito prefeito de Pindamo-nhangaba.

Em 1982, foi eleito deputadoestadual pelo PMDB e, em 1986,deputado federal. Em 1988, in-gressou no PSDB e, dois anosdepois, foi reeleito deputado fe-deral.

Em 1994, foi eleito vice-gover-nador na chapa de Mário Covas(PSDB). Quatro anos depois, a

dupla tucana reelegeu-se. Coma morte de Covas, em 2001, assu-miu o governo e se reelegeu co-mo governador em 2002.

Indicado candidato à Presi-dência da República pelo PSDBpara concorrer às eleições de2006, acabou perdendo a dispu-ta no segundo turno para o pre-sidente Luiz Inácio Lula da Sil-va, que foi reeleito. Depois da

derrota para a prefeitura, foiconvidado pelo governador Jo-sé Serra e assumiu a Secretariade Desenvolvimento do gover-no do Estado.

Entre as propostas do tucanoestão o investimento de R$ 1 bi-lhão para a construção de cre-ches, com um total de 200 milvagas, o subsídio para o financia-mento de casas para a popula-

ção de baixa renda, a expansãodas Fatecs e Etecs, concessãode bolsas para alunos do ensinomédio estudarem idiomas e a ur-banização de favelas. Recente-mente, atacado pelos adversá-rios por conta dos altos custos,prometeu rever os contratoscom as concessionárias para re-duzir o preço dos pedágios.

Hegemonia. Com a eleição deAlckmin, o PSDB deve ampliarpara 20 anos sua hegemonia emSão Paulo. O domínio tucano co-meçou com o governador Má-rio Covas, em 1994. O resultadode ontem, porém, foi mais aper-tado do que a eleição de 2006,quando José Serra elegeu-se noprimeiro turno com 57,9% dosvotos.

No cômputo geral, o PSDBperdeu eleitores e o PT arreba-nhou parte deles. Alckmin ven-ceu em todas as regiões do Esta-do, mas os petistas cresceramna Grande São Paulo. O tucanorepetiu as vitórias do pleito an-terior em Santo André, Osasco,São Bernardo e Guarulhos, masMercadante venceu em um nú-mero maior de cidades, entreelas Diadema, Mauá e Itapevi.

Na capital, a vitória de Alck-min foi mais apertada do que ade Serra há quatro anos, mas otucano reeditou o desempenhode Serra em Campinas.

O candidato do PSDB confir-mou o bom desempenho em tra-dicionais redutos tucanos, co-mo Ribeirão Preto, Sorocaba, Pi-racicaba e São José dos Cam-pos, e manteve a liderança dasigla em Campinas. O PT cres-ceu em municípios de regiõesmais próximas da Grande SãoPaulo.

Em SP, contagemvoto a votomanteve suspense

RESULTADO EM SP

ELCIO ALVES/AAN

50,63%dos votos válidosrecebeu Geraldo Alckmin,do PSDB,enquanto AloizioMercadante,candidatodo PT, ficou com 35,23%dos votos válidos

Fiel da balança. Bufalo vota acompanhado do filho, Antônio

Geraldo Alckminvence disputa pelogoverno paulistaem 1º turno commargem apertada

● Margem

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H15

Corrida estadual. Acompanhea eleição nos Estados

http://politica.estadao.com.br

Roberto Almeida

Por volta das 22h30 de ontem,São Paulo conheceu seu novo go-vernador. Geraldo Alckmin (PS-DB) foi escolhido, com 99,9%das urnas apuradas, por11.512.375 eleitores paulistas pa-ra gerir o Estado pelos próximosquatro anos.

Alckmin acompanhou a apura-ção de casa, um apartamento noMorumbi, zona sul de São Paulo.Esteve com família e amigos pró-ximos. Manteve o silêncio, sob oimbróglio da apuração de votosda soma de seus adversários, noTribunal Regional Eleitoral deSão Paulo. Não sairia até que acorte confirmasse sua vitória.

Quando a margem de votosera suficiente, vizinhos deAlckmin passaram agritar, em comemo-ração, das janelasdos prédios no Mo-rumbi. O tucanorecebeu uma liga-ção de seu princi-pal adversário, Aloi-zio Mercadante (PT),para cumprimentá-lo pe-la vitória. Era o momento paradescer para um rápido depoi-mento para jornalistas.

Alckmin agradeceu aos “com-panheiros de São Paulo e do Bra-sil”, em reverência à militânciado PSDB. “É uma grande honraservir a população de São Pau-lo”, disse Alckmin. “Vamos fazerum governo que vai avançar ain-da mais São Paulo.”

E disse que vai percorrer o Bra-sil ao lado do presidenciável tuca-no José Serra durante o 2.º tur-no. “E queria agradecer, feliz, pe-lo Serra, que foi para o 2.º turno enós vamos, a partir de hoje, aju-dá-lo a percorrer o Brasil, ajudá-lo nesse 2.º turno. Estamos uni-dos por São Paulo e pelo Brasil.”

Ao todo, Alckmin somou pou-co mais de 50% dos votos váli-dos. Superou Mercadante, queatingiu 35,2%, em 3,5 milhões devotos.

Festa. À noite, emocionado, Al-ckmin discursou na festa do PS-DB em uma casa de eventos naBarra Funda, zona oeste de SãoPaulo. O tucano repetiu os agra-

decimentos, em especial aos can-didatos a deputado, eleitos ounão, e ressaltou o apoio que daráa Serra no 2.º turno.

“Vamos rodar a geografia doBrasil. Vamos suar a camisa. Omáximo que podemos fazer peloBrasil é José Serra presidente”,exaltou o tucano para uma pla-teia de centenas de militantes.Serra, ao final do evento, agrade-ceu, em discurso, a “lealdade” deAlckmin durante a campanha.

Novo mandato. Esta deve ser asegunda gestão completa de Al-ckmin à frente do Palácio dosBandeirantes. O tucano foi vice-governador de Mário Covas (PS-DB), morto em 2001. Assumiu ogoverno paulista de 2001 até2006, quando concorreu à Presi-dência contra Lula – e perdeu nosegundo turno. Alckmin teve ain-da uma segunda derrota, quan-do concorreu à Prefeitura de SãoPaulo em 2008, com um PSDBdividido e, em grande medida, jo-gando contra seu nome. Desta

vez, gostava de exaltar nacampanha, que estava

com a sigla unida emtorno de seu nome.

Confiança. Pela ma-nhã, Alckmin manti-

nha um discurso deconfiançaem umavitó-

ria no primeiro turno, eafirmou que iria “arregaçar”

as mangas para entrar na campa-nha de José Serra no segundo tur-no para a presidência da Repúbli-ca. Alckmin votou por volta das11h30 no Colégio Santo Améri-co, no Morumbi, zona sul de SãoPaulo, acompanhado de sua mu-lher, Lu Alckmin, e de seus trêsfilhos: Sophia, Geraldo e Tomás.Este último veio do México, on-de trabalha, para ajudar o pai.“Precisamos de todos os votospossíveis. Eu não podia faltar.”

Estiveram também com o tu-cano o governador de São PauloAlberto Goldman (PSDB), o pre-feito de São Paulo Gilberto Kas-sab (DEM) e os candidatos Gui-lherme Afif Domingos (DEM),seu vice, e Aloysio Nunes (PS-DB), que garantiria mais tardeuma das vagas de São Paulo aoSenado.

Alckmin é eleito no primeiro turno epromete percorrer o País com Serra

Adriana Carranca

Eram 22h43 quando a coordena-ção de campanha do candidatopetista ao governo de São Paulo,Aloizio Mercadante, desistiu debrigar no Tribunal Regional Elei-toral (TRE-SP) por uma defini-ção sobre os votos dos adversá-rios impugnados e reconheceu avitória do tucano Geraldo Alck-

min (PSDB) - até então, a equipeainda acreditava que os votos deMancha, do PSTU, Igor Grabois(PCB) e Paulo Bufalo (PSOL), so-mados, poderiam reduzir a van-tagem do PSDB e levar a eleiçãoao segundo turno. Foi quando,com olhos marejados, o coorde-nador da campanha, Emídio deSouza, reuniu o presidente doPT, Edinho Silva, o candidato avice, Coca Ferraz, e o marquetei-ro da campanha, Augusto Fonse-ca, para dar a má notícia a Merca-dante.

Minutos depois, por telefone,Mercadante parabenizou o ad-versário pela vitória. “Desejei aele um bom governo”, disse o pe-

tista. Em seguida, falou a jornalis-tas. “Considero que nossa cam-panha fez um trabalho extraordi-nário. Reconheço a vitória de Al-ckmin, mas quero também agra-decer aos mais de 8 milhões deeleitores que me deram seu vo-to”, disse Mercadante, visivel-mente abalado, ao lado da mu-lher, Regina, e do filho, Pedro.

Mercadante disse que, a partirde hoje, voltará a ser um militan-te do PT e vai às ruas pela candi-datura de Dilma Rousseff à Presi-dência. “Amanhã (segunda-fei-ra) vou acordar militante, vou pa-ra a rua para eleger a Dilma, por-que esse é o meu compromissocom o nosso projeto, o projeto

do presidente Lula. no qual eusempre acreditei”, disse.

Apesar da derrota, Mercadan-te avaliou a campanha do PT emSão Paulo como “vitoriosa”. “Au-mentamos expressivamente a

bancada. Foi a maior votaçãoque o PT já teve em São Paulo,portanto acho que saímos vito-riosos”, disse. Em um balanço dacampanha ao governo paulista,se disse “satisfeito”. “Fico satis-

feito por colocar na agenda as-suntos importantes como a ne-cessidade de renegociar o valordos pedágios, investir em educa-ção, transporte coletivo, valori-zar professores e policiais.”

Kassab indica que seu sucessorem 2012 pode sair do PSDB

Mercadante diz que volta agoraa ser um ‘militante’ do PT

ALEX SILVA/AE

SÃO PAULO

Depois de tensão comrelação a votos deadversários, candidatotucano comemora eagradece apoio recebido

JOSE PATRICIO/AE

FILHO VEIODO MÉXICO PARA

AJUDARO PAI

Apesar da derrota,petista diz que votaçãoexpressiva e aumento dabancada podem serconsideradas vitórias

ALOIZIOMERCADANTECANDIDATO DERROTADO DO PT AOGOVERNO DE SÃO PAULO“Reconheço a vitória de Alckmin,mas quero também agradecer osmais de 8 milhões de eleitoresque me deram seu voto.”

“Amanhã eu vou acordarmilitante, vou para a rua paraeleger a Dilma, porque esse é omeu compromisso com o nossoprojeto, com o projeto dopresidente Lula, no qual eusempre acreditei.”

Alegria. Tucano votou bem humorado: ‘Vou fazer um governo bom para chuchu, alface, milho, para toda a agricultura paulista’

Mercadante. Candidato do PT reconhece derrota para tucano

Diego Zanchetta

Sem ter definido um sucessor pa-ra disputar seu cargo daqui a

dois anos, o prefeito GilbertoKassab (DEM) sinalizou ontemque o candidato à Prefeitura deSão Paulo em 2012 poderá sair

do PSDB. “Não precisa ser neces-sariamente do DEM, pode ser danossa aliança, um tucano. Porque não?”, afirmou Kassab ao Es-tado, pouco antes de acompa-nhar Afif Domingos na EscolaMorumbi, no Jd. Europa, onde ocandidato a vice-governador nachapa de Geraldo Alckmin (PS-

DB) votou, por volta das 9h30.Declarou também que não estáde saída para o PMDB. “Não exis-te isso.”

Até junho, porém, Kassab ten-tava viabilizar como sucessorseu então secretário de Trans-portes e de Serviços, Alexandrede Moraes, filiado ao DEM. Mo-

raes deixou o governo em atritocom o prefeito, após anunciarque poderia vetar o estaciona-mento de carros no centro ex-pandido.

Ontem, Kassab esteve ao ladode Alckmin e de seus aliados tu-canos. O prefeito vai ficar doisanos sem disputar eleições, en-

tre 2012 e 2014, e precisa, nesseperíodo, ter como aliado o gover-nador do Estado, na avaliação dacúpula kassabista. “Ele terá de es-tar próximo de Geraldo Alckminenquanto estiver sem cargo, atépara tentar o governo do Estadoem 2014”, avalia uma liderançado DEM.

estadão.com.br

● Página virada

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H16 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

candidatos que aparecemcom zero voto podem não tervotação ou estar com acandidatura indeferida porrecurso ou falecimento

VOTO A VOTO

99,9%264

75

PT cresce etem maiorbancada naAssembleiaPartido sobe de 20 para24 deputados; PSDB ficacom 23 cadeiras, masnão deve ter problemaspara formar maioria

O MAIS VOTADO

TecnologiaBOCA DE URNASANTISTAS

MAIORES BANCADAS

Problemas levam àtroca de 265 urnas

Em SP, 12 são presospor irregularidades

Pelé e Neymarvotam em Santos

Bruno Covas (PSDB) PT 24 deputadosPSDB 23 deputadosPV 9 deputadosDEM 8 deputadosPSC 4 deputadosPPS 4 deputadosPMDB 4 deputadosPDT 4 deputados

239.066votoscom 99,97% das urnas apuradas

LUIZ FERNANDO MENEZES/FOTO ARENA

DENISE ANDRADE/AE

EVELSON DE FREITAS/AE

Das 81.521 urnas eletrônicas utili-zadas nas eleições no Estado deSão Paulo, 265 tiveram de sersubstituídas, por apresentar pro-blemas. Em apenas um local, omunicípio de Cotia, a urna ele-trônica teve de ser substituídapor votação manual.

No Estado de São Paulo, a elei-ção terminou com registro de141 ocorrências e 12 prisões. Fo-ram 99 casos de boca de urna,com 11 prisões, 41 casos de divul-gação de propaganda, com umaprisão, e mais um caso de trans-porte ilegal de eleitores.

Muito assediado por fãs e jorna-listas, Pelé votou no colégioLeão 13, no bairo de Embaré, emSantos. Aos 69 anos, o cidadãoEdson Arantes do Nascimento ti-rou fotos e distribuiu autógra-fos. Quando encontrou sua se-ção, chegou a seguir para o final

da fila, mas foi orientado pela me-sária a passar na frente, por sermaior de 60 anos. Pelé não decla-rou seu voto, mas criticou a atitu-de de alguns candidatos que“aproveitaram o horário políti-co para fazer palhaçada”. Horasantes foi a vez de Neymar votar.É a primeira eleição de que o ata-cante do Santos participa. O as-tro de 18 anos votou em dez mi-nutos e foi pouco assediado.

Nome Partido Nº de votos % válidos

Bruno Covas PSDB - DEM / PSDB 239.049 1,13%

Paulo Alexandre Barbosa PSDB - DEM / PSDB 214.957 1,01%

Fernando Capez PSDB - DEM / PSDB 214.520 1,01%

Campos Machado PTB 214.472 1,01%

Pedro Tobias PSDB - DEM / PSDB 198.374 0,93%

Edinho Silva PT - PRB / PT / PR / PT do B 184.394 0,87%

Barros Munhoz PSDB - DEM / PSDB 183.852 0,87%

Baleia Rossi PMDB 176.717 0,83%

Rui Falcão PT - PRB / PT / PR / PT do B 174.647 0,82%

Enio Tatto PT - PRB / PT / PR / PT do B 161.077 0,76%

Rita Passos PV 154.318 0,73%

Alencar PT - PRB / PT / PR / PT do B 153.691 0,72%

Gil Arantes DEM - DEM / PSDB 145.072 0,68%

Orlando Morando PSDB - DEM / PSDB 138.600 0,65%

Feliciano PV 137.558 0,65%

Andre Soares DEM - DEM / PSDB 136.859 0,64%

Major Olimpio PDT 135.349 0,64%

Geraldo Cruz PT - PRB / PT / PR / PT do B 131.151 0,62%

Samuel Moreira PSDB - DEM / PSDB 130.841 0,62%

Carlos Grana PT - PRB / PT / PR / PT do B 126.896 0,60%

Analice Fernandes PSDB - DEM / PSDB 125.114 0,59%

Rodrigo Moraes PSC - PSC / PHS 124.223 0,59%

Celino PSDB - DEM / PSDB 123.656 0,58%

Mauro Bragato PSDB - DEM / PSDB 123.218 0,58%

Simão Pedro PT - PRB / PT / PR / PT do B 118.347 0,56%

Ana Perugini PT - PRB / PT / PR / PT do B 115.317 0,54%

Alex Manente PPS 114.689 0,54%

João Paulo Rillo PT - PRB / PT / PR / PT do B 111.821 0,53%

João Antonio PT - PRB / PT / PR / PT do B 110.662 0,52%

Carlos Bezerra Jr. PSDB - DEM / PSDB 107.802 0,51%

de votos apuradosno Estado de São Paulo,que totaliza 78.972 seções,às 00h50(dados do TSE)

LEGISLATIVO

Lucas de Abreu Maia

A oposição ao governo de Geral-do Alckmin (PSDB) ficará maiora partir de janeiro, em compara-ção à encarada por José Serra(PSDB) em 2007. Com 99,9%das urnas apuradas, o PT elegeua maior bancada na AssembleiaLegislativa de São Paulo. O nú-mero de representantes do parti-do passou para 24 – quatro amais do que na atual legislatura.

O PSDB, com a segunda maiorbancada, manteve igual númerode parlamentares: 23 deputados.A bancada do DEM foi a que maisdiminuiu. O partido perdeu qua-tro assentos na Assembleia e ele-geu oito parlamentares.

Depois do PT, o PV foi a legen-da que mais cresceu – passou deseis para nove deputados. OPMDB, por sua vez, manteve osquatro assentos na Assembleia.PDT, PTB e PPS perderam umacadeira cada. Todos eles têm,

agora, quatro deputados. O PSBtambém encolheu – foi de cincopara três representantes. Embo-ra em campos ideológicos opos-tos, PP e PSOL tiveram suas ban-cadas diminuídas na mesma pro-porção: ambos passaram a terapenas um representante.

O PC do B, que não conquis-tou nenhum assento em 2006,agora elegeu dois deputados: asambista Leci Brandão e PedroBigardi. Ele, que recebeu poucomais de 21 mil votos, foi puxadopor ela, eleita com o apoio demais de 60 mil eleitores.

Evangélicos. Ligado à bancadaevangélica, o PSC dobrou de ta-manho e passou de dois para qua-tro deputados. PRB e PR, tam-bém ligados a igrejas evangéli-cas, mantiveram seus assentos:dois e um, respectivamente.

O campeão de votos foi Bruno

Covas (PSDB) – neto do ex-go-vernador Mário Covas. Ele foireeleito com quase 240 mil sufrá-gios. Dos cinco parlamentaresmais bem colocados, quatro sãotucanos: além de Bruno, PauloAlexandre Barbosa, FernandoCapez e Pedro Tobias conquista-ram um lugar na Assembleia.

Pelo PT, o deputado mais vota-do foi o atual presidente esta-dual da legenda, Edinho Silva,que conquistou o apoio de 184mil eleitores – ficou em sexto lu-gar na lista dos mais bem coloca-dos. O deputado Rui Falcão (PT)– coordenador de comunicaçãoda campanha de Dilma Rousseff(PT) à presidência – é o nono dalista e foi reeleito com 174 milvotos.

casos de boca de urna foramregistrados no Guarujá,o recordista nessa irregularidade.O maior número de prisões porboca de urna, sete, ocorreu emPorto Feliz

Hamilton Pereira PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.963 0,38%

Heroilma Soares Tavares PTB 80.805 0,38%

Ana do Carmo PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.435 0,38%

Marcos Martins PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.117 0,38%

Itamar Borges PMDB 79.195 0,37%

Reinaldo Alguz PV 78.945 0,37%

Helio Nishimoto PSDB - DEM / PSDB 78.903 0,37%

Adriano Diogo PT - PRB / PT / PR / PT do B 77.920 0,37%

Gilson de Souza DEM - DEM / PSDB 77.664 0,37%

Ary Fossen PSDB - DEM / PSDB 76.406 0,36%

Sebastião Santos PRB - PRB / PT / PR / PT do B 73.783 0,35%

Milton Vieira DEM - DEM / PSDB 71.502 0,34%

Zico PT - PRB / PT / PR / PT do B 71.492 0,34%

Carlão Pignatari PSDB - DEM / PSDB 70.337 0,33%

Marco Aurélio de Souza PT - PRB / PT / PR / PT do B 69.462 0,33%

Chico Sardelli PV 68.721 0,32%

Davi Zaia PPS 68.641 0,32%

José Candido PT - PRB / PT / PR / PT do B 68.186 0,32%

Maria Lúcia Amary PSDB - DEM / PSDB 67.802 0,32%

Pedro Bigardi PC do B 67.750 0,32%

Pr. Carlos Cezar PSC - PSC / PHS 67.181 0,32%

Cauê Macris PSDB - DEM / PSDB 66.408 0,31%

Adilson Rossi PSC - PSC / PHS 64.617 0,30%

Welson Gasparini PSDB - DEM / PSDB 62.648 0,30%

Geraldo Vinholi PSDB - DEM / PSDB 62.579 0,29%

Jose Bittencourt PDT 58.930 0,28%

Ed Thomas PSB 57.846 0,27%

Curiati PP 57.715 0,27%

Marcos Neves PSC - PSC / PHS 54.749 0,26%

Dr. Ulysses PV 41.621 0,20%

Regina Gonçalves PV 37.596 0,18%

Bolçone PSB 31.274 0,15%

● ● Mais verde. O PT elegeumais 4 deputados na Assembleia(passou de 20 para 24). Depoisdele, o PV foi o partido que maiscresceu no Legislativo do Esta-do. Elegeu nove deputados, trêsa mais do que em 2006

Roberto Morais PPS 107.141 0,50%

Milton Leite Filho DEM - DEM / PSDB 106.531 0,50%

Donisete Braga PT - PRB / PT / PR / PT do B 105.115 0,50%

Luiz Moura PT - PRB / PT / PR / PT do B 104.686 0,49%

Gondim PPS 104.660 0,49%

Edmir Chedid DEM - DEM / PSDB 104.601 0,49%

Estevam Galvao DEM - DEM / PSDB 101.872 0,48%

Carlos Giannazi PSOL 100.788 0,47%

Isac Reis PT - PRB / PT / PR / PT do B 100.608 0,47%

Rafael Silva PDT 97.171 0,46%

Vinicius Camarinha PSB 97.020 0,46%

Gilmaci Santos PRB - PRB / PT / PR / PT do B 96.884 0,46%

Luiz Claudio Marcolino PT - PRB / PT / PR / PT do B 96.574 0,46%

Roberto Engler PSDB - DEM / PSDB 95.277 0,45%

Caruso PMDB 94.870 0,45%

Antonio Mentor PT - PRB / PT / PR / PT do B 94.165 0,44%

Célia Leão PSDB - DEM / PSDB 93.315 0,44%

Giriboni PV 93.121 0,44%

Celso Giglio PSDB - DEM / PSDB 91.274 0,43%

Pastor Dilmo dos Santos PV 90.896 0,43%

Coronel Edson Ferrarini PTB 90.455 0,43%

Telma de Souza PT - PRB / PT / PR / PT do B 90.284 0,43%

Gerson Bittencourt PT - PRB / PT / PR / PT do B 89.900 0,42%

Padre Afonso PV 87.657 0,41%

Rogerio Nogueira PDT 86.983 0,41%

Aldo Demarchi DEM - DEM / PSDB 86.668 0,41%

Andre do Prado PR - PRB / PT / PR / PT do B 86.334 0,41%

Leci Brandão PC do B 86.283 0,41%

Marcos Zerbini PSDB - DEM / PSDB 85.660 0,40%

Roque Barbiere - Roquinho PTB 84.010 0,40%

Jooji Hato PMDB 83.849 0,40%

Roberto Massafera PSDB - DEM / PSDB 81.379 0,38%

Bem cotados. Dos 5 mais votados à Assembleia, quatro são tucanos: Covas, Capez, Pedro Tobias e Paulo Alexandre Barbosa

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H17

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Em 18 Estados, disputa foi liquidadajá no primeiro turno da eleiçãoCampanhas continuamem AL, PB, PI, AP, PR,RO, RR, GO e DF; houvesurpresas no Norte eno Centro-Oeste

DISPUTA REGIONAL

Wilson Tosta

Dezoito das 27 unidades da Fe-deração – onde vivem 85,65%dos eleitores brasileiros, se-gundo o Tribunal SuperiorEleitoral (TSE) – encerrarama disputa por seus governosontem. Apenas em oito Esta-dos e no Distrito Federal, on-de estão 14,35% dos votantesdo Brasil, os cidadãos precisa-rão voltar às urnas em 31 de ou-tubro para eleger seus gover-nadores. Todos os Estados doSul e Sudeste decidiram a dis-puta ontem. As campanhaseleitorais estaduais continua-rão em três Estados do Nor-deste (Alagoas, Paraíba ePiauí), quatro do Norte (Ama-pá, Pará, Rondônia e Roraima)e em dois do Centro-Oeste(Goiás e Brasília).

Um dos Estadosmais pobres do País,Alagoas será cená-rio de disputa entreo governador Teo-tônio Vilela (PSDB)eo ex-governadorRo-naldo Lessa (PDT). Osenador Fernando Collor(PTB) ficou de fora. Na Paraíba,a briga será entre dois membrosda base governista: Ricardo Cou-tinho (PSB) e José Maranhão(PMDB). Os dois encerraram acampanha com votações próxi-mas ( 49,74% e 49,30%). Já ospiauienses escolherão entre Wil-son Martins e (PSB) e Silvio Men-des (PSDB).

No Norte, uma das surpresasfoi a realização de segundo tur-no no Pará, onde era esperada avitória de Simão Jatene (PSDB)ontem. Ele precisará disputaruma nova votação com a gover-nadora Ana Júlia Carepa (PT).No Amapá, Lucas Barreto (PTB)terá uma nova corrida – Camilo

Capiberibe (PSB) era o prováveladversário até 1 hora. Em Rondô-nia, disputarão Confúcio Moura(PMDB) e João Cahulla (PPS).E, em Roraima, Neudo Campos(PP) e Anchieta Júnior (PSDB)protagonizarão a nova rodada.

Houve surpresa também nasduas unidades da Federação doCentro-Oeste onde, até a véspe-ra, esperava-se vitória em primei-ro turno. No Distrito Federal, opetista Agnelo Queiroz terá dedisputar o novo turno com Wes-lian Roriz (PSC), mulher do ex-governador Joaquim Roriz, que,por problemas com a Lei da Fi-cha Limpa, renunciou à candida-tura e lançou a mulher em seulugar. Outra surpresa se deu emGoiás, onde Marconi Perillo (PS-DB) terá de disputar nova roda-da com Íris Rezende (PMDB),apesar de pesquisas terem apon-tado vitória do tucano.

Primeiro turno. Com vitóriasem primeiro turno de seus candi-datos a governador no Rio, RioGrande do Sul, Bahia e Pernam-

buco, os partidos que for-mam a base parlamen-

tar do governo federalgarantiram ontem ocontrole da admi-nistração de quatrodos seis maiores co-légios eleitorais do

País. As legendas go-vernistas também con-

quistaram ou mantive-ram o governo em sete dos noveEstados do Nordeste. A oposi-ção, porém, conseguiu manteras administrações de São Paulo eMinas Gerais – somados, os doisEstados têm um terço do eleito-rado brasileiro, informa o TSE –e Paraná, além de outros Esta-dos, o que pode dar ao PSDB ealiados condições de rearticula-ção para disputar 2014.

Também decidiram as elei-ções para governador ontem emprimeiro turno os Estados deAcre, Amazonas, Ceará, EspíritoSanto, Maranhão, Mato Grossodo Sul, Mato Grosso, Rio Grandedo Norte, Santa Catarina, Sergi-pe e Tocantins.

TODOS OS 7ESTADOS DO SUL

E DO SUDESTEDECIDIRAM

A ELEIÇÃO EM1º TURNO

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H18 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

O s resultados das eleiçõespresidenciais de hoje fo-ram surpreendentes. So-bretudo para quem, de ma-

neira equivocada, interpreta os resul-tados das pesquisas como se fossemum instrumento de precisão suíça.

Todos os institutos erraram o resulta-do final. Erraram no que eles conside-ram como erro máximo das pesquisas(margem de erro). O Ibope errou mes-mo a pesquisa de boca de urna, que en-trevista os eleitores no dia das eleições.A pesquisa ouviu 4,3 mil eleitores (a

margem de erro anunciada é de no máxi-mo de 2 pontos porcentuais); todos oscandidatos chegaram fora dos limitesdefinidos.

Os resultados que circularam das pes-quisas presidenciais nos Estados mos-tram resultados muito mais discrepan-

tes ainda. Precisam ser analisados comcuidado.

Este erro coletivo dos resultados foi omaior já cometido pelos institutos noBrasil. A partir de hoje, vamos ouviruma série de possíveis responsáveis: aschuvas, a taxa de abstenção, as ondas deopinião nunca captadas, os erros na ho-ra de votar.

Em 1992, todos os institutos da Ingla-terra erraram o resultado das eleições.Apontaram vitória dos trabalhistas,mas John Major, do Partido Conserva-dor, venceu por larga margem. Após aseleições, os institutos montaram umaforça-tarefa de sociólogos, cientistaspolíticos e estatísticos para analisar cui-dadosamente o que tinha acontecido.

O relatório dos pesquisadoresapontou uma série de fatores: desdeo “voto envergonhado”, que não sedeclarava sinceramente ao entrevis-tador, aos efeitos da abstenção. Umadas causas apontadas foi o uso da pes-quisa por quota (usada por todos osinstitutos no Brasil). Desde então, osingleses abandonaram a pesquisapor quota.

Minha sugestão é que os institutosbrasileiros façam o mesmo. Convo-quem pesquisadores, estudiosos daopinião pública e estatísticos paraum estudo detalhado sobre as razõesdos erros deste ano. Imprecisões deoutras eleições sempre são justifica-dos com a frase: “Tivemos mais acer-tos do que erros”. E a vida segue.

A propósito, ouvi a seguinte per-gunta de um amigo: “se os institutoserram as pesquisas na véspera e nodia das eleições, quem pode assegu-rar que eles acertem durante ?”.

JAIRONICOLAU

Christiane SamarcoENVIADA ESPECIALEduardo KattahMarcelo PortelaBELO HORIZONTE

O ex-governador de Minas Ge-rais Aécio Neves (PSDB) con-quistou uma vitória tripla naseleições: foi o mais votado pa-ra o Senado no Estado; elegeuo seu vice, Antonio Anastasia;e apoiou Itamar Franco (PPS),que conseguiu a segunda vagade senador. À noite, foi lança-do por Anastasia para 2014:“Ele será um grande presiden-te, tem os requisitos de um es-tadista: liderança política, ca-risma, preocupação social eresponsabilidade gerencial.”

Anastasia, de 49 anos, venceua disputa contra o ex-ministrodas Comunicações, Hélio Costa(PMDB) e praticamente dizi-mou a cúpula do PT mineiro quedisputou as eleições, além de im-pôs uma derrota pessoal ao presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva.

Já Aécio chega ao Senado co-mo força hegemônica no segun-do maior colégio eleitoral doPaís e maior estrela da oposiçãono Congresso. O resultado ex-pressivo, porém, não pode ser co-memorado em razão da morte

do pai do ex-governador. No diaem que o filho foi eleito senador,Aécio Ferreira da Cunha, de 83anos, faleceu em Belo Horizon-te, em decorrência de insuficiên-cia hepática (mais informaçõesnesta página).

Diante do resultado em Mi-nas, restou ao presidente Lula co-memorar a vitória de sua candi-data a presidente Dilma Rousse-ff, que teve o dobro de votos dotucano José Serra no Estado.

Derrota. Ao se eleger senador,Itamar derrotou a mais jovem epromissora liderança petista noEstado – o ex-prefeito de BeloHorizonte Fernando Pimentel,que disputava a segunda vaga aoSenado. Também fica sem man-dato o primeiro suplente Virgí-lio Guimarães, que foi o deputa-do mais votado da bancada fede-ral do PT em 2006.

Foi Lula quem patrocinou oacordo entre o PMDB e o PT deMinas para assegurar a aliançanacional entre os dois partidose, assim, facilitar a eleição de Dil-ma. Em sua derrota, Hélio Costaarrastou também o ex-ministrodo Bolsa Família, Patrus Ananias(PT), que, a pedido de Lula, assu-mira o posto de vice- governadorna chapa peemedebista.

A derrota do time de Lula nãosurpreendeu petistas nem pee-medebistas mineiros. Quandovotou ontem de manhã, acompa-nhado de Patrus Ananias e Pi-mentel, Costa mal conseguia dis-farçar o desânimo com a derrotaiminente – a terceira na disputa

pelo governo mineiro, que tam-bém perdeu em 1990 e 1994.

Tampouco escondeu o des-contentamento com o apoio par-cial dos petistas. Embora tenhaafirmado que confiava na ocor-rência do segundo turno, fez

questão de agradecer ao compa-nheiro” Patrus. Não citou Pimen-tel, que segundo o grupo próxi-mo de Costa, entrou tarde de-mais na campanha e não se empe-nhou porque não se conformavade não ser ele o candidato.

‘Dimensão pedagógica.’ O ex-ministro petista, por sua vez, de-monstrou resignação com o re-vés e ressaltou a “dimensão peda-gógica” da campanha. “Levamosnossa contribuição para elevar onível político, consciência políti-

ca e cidadania do povo de MinasGerais.” Apesar da derrota tri-pla, o PT mineiro não se queixoude Lula. Pimentel avaliou nosbastidores que o presidente fezo que precisava para minimizaro risco da eleição nacional.

“O preço pago pelo PT de Mi-nas não foi alto nem baixo: foi onecessário. Dilma precisava daaliança com o PMDB a qualquercusto”, dissePimentel aum inter-locutor. Um de seus aliados lem-brou que, na hora em que o petis-ta abriu mão da candidatura aogoverno e aceitou disputar o Se-nado, era “voz corrente no Esta-do” que ele seria um candidatomais competitivo do que Costapara enfrentar Aécio e Anastasia.“Paciência”, devolveu Pimentel.“Fizemos uma boa campanha edemos vitória a Dilma.”

Aécio seconsagracom vitóriatripla

BELO HORIZONTE

Oito anos e oito vitórias sucessi-vas depois, o ex-governador deMinas Gerais Aécio Neves (PS-DB) volta ao Congresso. Assumi-rá uma cadeira no Senado em2011, levando na bagagem o capi-tal político de quem venceu duasvezes a batalha eleitoral pelo go-verno mineiro e fez de um qua-dro técnico, o vice Antonio Anas-tasia (PSDB), seu sucessor no Pa-lácio Tiradentes.

Aécio sai das urnas como a

principal liderança da oposiçãono Congresso, com a vantagemque lhe confere o perfil de políti-co agregador, capaz de seduziraté aliados do líder nacionalmais popular do País, o presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva.

A tendência é de que ele nãoentre em confronto com o gover-no federal em uma eventual ad-ministração Dilma Rousseff,mantendo o estilo que ele mes-mo define como de “oposição se-rena”. “Aécio não é doido de me-dir força direto com o Planalto.O embate será em 2014 e não ago-ra”, avalia um dirigente tucano.

Emplacar Anastasia no coman-do do Palácio Tiradentes contraHélio Costa (PMDB), candidatode Lula, já seria uma “vitória su-perlativa”, por conta do alto des-conhecimento do afilhado no

eleitorado mineiro. Sobretudo,depois de ter feito de outro técni-co desconhecido – Márcio Lacer-da (PSB) – o prefeito da capitalBelo Horizonte até 2012.

Além de desempenhar papeldecisivo na eleição do senadorEliseu Resende (DEM) em 2006e obter a terceira vitória pessoalseguida, agora, ao conquistaruma cadeira no Senado, Aéciofoi bem sucedido em outras em-preitadas. Primeiro, conseguiuchegar ao Senado em compa-

nhia do ex-presidente ItamarFranco (PPS). Em seguida, con-tabilizou a eleição de um grupode parlamentares para acompa-nhá-lo na Câmara dos Deputa-dos, Casa que já presidiu, e naAssembleia Legislativa, ondequer manter influência.

Vitória suada. O perfil de “polí-tico conciliador”, que lhe permi-tiu reunir 12 partidos na coliga-ção Somos Minas Gerais, tam-bém foi útil para chegar ao Sena-do com a força política reforçadapor um “time” próprio, que otem como líder. A vitória foi plu-ral, mas precedida de alguns te-mores. A mais de um interlocu-tor, Aécio admitiu que tinha re-ceio do “efeito Lula” em Minas.De fato, Anastasia demorou mui-to para reagir nas pesquisas de

intenção de voto, em que HélioCosta (PMDB) se mantinha dis-parado à frente, provocando ner-vosismo no tucanato.

“Eu sabia que não podia ser vi-ce do Serra. Não sendo candida-to a presidente, eu tinha de arre-gaçar as mangas e sujar as botaspara vencer a eleição”, confessao novo senador, destacando quenão tinha como “terceirizar” acampanha mineira. “Para a gen-te vencer, tinha que ser eu aqui,pessoalmente, falando com aspessoas e pedindo votos.”

A 20 dias da eleição, boa partedo tucanato mineiro avaliavaque Aécio não conseguiria se ele-ger em dobradinha com Itamar.Os aliados diziam que “levar tu-do” não seria possível, apesar daexpectativa geral de uma vota-ção “estrondosa” de Aécio. Afi-nal, isso implicava derrotar o ex-prefeito da capital Fernando Pi-mentel (PT), que deixara o pos-to com alta aprovação.

Reconhecido como a mais pro-missora liderança do PT minei-ro, Pimentel era apontado comoforte opositor de Itamar na brigapela segunda vaga no Senado. Afi-nal, os institutos de pesquisa jádavam como certo que Aécio se-ria dono de uma cadeira. Cons-ciente das dificuldades, o ex-go-vernador reforçou a campanhado companheiro do PPS. Passoua usar o programa eleitoral parapedir aos mineiros que tambémo ajudassem a eleger Itamar.

Na mobilização de prefeitos,lideranças locais e militantesaliados, Aécio sempre alertavaque era preciso trabalhar muito.Diante do favoritismo da candi-data do PT a presidente na dispu-ta nacional, não faltaram alertasaos companheiros. “Se a Dilma(Rousseff) ganhar esta eleição,temos que estar reforçados naoposição.” Ao final, a bancada fe-deral do PSDB subiu de seis paranove deputados. /C.S.

● O ex-deputado Aécio Ferreirada Cunha, pai de Aécio Neves,morreu na tarde de ontem. Eleestava internado no Hospital LifeCenter, na capital mineira, comquadro de pancreatite. O corpo

do ex-deputado será velado apartir das 8 horas de hoje, no sa-lão nobre da Assembleia Legisla-tiva de Minas Gerais. O governa-dor reeleito Antonio Anastasia(PSDB) vai decretar luto oficialde três dias no Estado.

Aécio Cunha iniciou sua trajetó-ria parlamentar em 1954, ao seeleger deputado estadual. Foireeleito para um novo mandatoem 1958. Em 1962, conquistou

pela primeira vez uma vaga naCâmara dos Deputados, ondepermaneceu até 1987, pelo PR epela Arena.

Filho de Tristão com Julia Mat-ta Machado Versiani Ferreira daCunha, Aécio Cunha nasceu emTeófilo Otoni (MG), em 4 de janei-ro de 1927. Ele se formou emCiências Jurídicas e Sociais em1950. Também era formado pelaEscola Superior de Guerra (ESG).

MINAS GERAIS

A volta ao Congresso, após oito anos

●✽ Autor do blog Eleições em Dados (http://eleicoesemdados.blogspot.com)

ANDRE DUSEK/AE

Tucano consegue não sófazer seu sucessor comoajuda Itamar Francoa conquistar a segundavaga para o Senado

As eleições presidenciaissaíram da margem

Este erro coletivo dosresultados foi o maiorjá cometido no Brasil

AÉCIO NEVESSENADOR ELEITO“Será necessário ter umaarticulação no campo daoposição ou seremos dizimados.”

Morre pai deex-governador;velório será hoje

Os eleitos. O governador Antonio Anastasia entre Itamar Franco (à esq.) e Aécio: ‘Ele (Aécio) será um grande presidente’

Eleito para o Senado,tucano faz sucessorem Minas Gerais e seráa principal liderançada oposição

● Conciliador

%HermesFileInfo:H-19:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H19

37%RIO DE JANEIRO

Alfredo JunqueiraGlauber Gonçalves / RIO

O governador Sérgio CabralFilho (PMDB) foi reeleito on-tem com a maior votação já re-cebida por um candidato aogoverno do Rio em primeiroturno. O peemedebista somoucerca de 66% dos votos váli-dos. Seu principal concorren-te, o deputado federal Fernan-do Gabeira (PV), ficou com20,6%. Fernando Peregrino(PR) teve por volta de 10,8%.Votos nulos e brancos soma-ram 17,5%.

A reeleição de Cabral repre-senta a mais expressiva vitóriados partidos da base do presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva nasdisputas estaduais. O terceiromaior colégio eleitoral do Paísvai continuar sob domínio doPMDB, que, dessa vez, disputoua eleição coligado ao PT. A vitó-ria de Cabral confirma o sucessode sua estratégia política.

Desde sua vitória em 2006, opeemedebista adotou o discursode pacificação com as demais es-feras de poder, aproximou-se deLula, a quem passou a chamar de“amigo de infância”, e conseguiueleger o prefeito da capital em2008, Eduardo Paes (PMDB). Omote “Estamos Juntos” foi usa-do ao longo da campanha e, se-gundo os marqueteiros do pee-medebista, era a iniciativa políti-ca mais bem avaliada pela popu-lação nas pesquisas qualitativas.

“Agrademos ao presidente Lu-la a parceria com o Rio, para recu-perar a força do Estado e porcompreender a importância des-sa força”, disse Cabral, logo apóssua vitória ser confirmada. Eleainda disse acreditar que o Esta-

do vai votar em peso na candida-ta do PT à Presidência da Repú-blica, Dilma Rousseff, no segun-do turno. “O Rio já deu uma vota-ção importante para Dilma noprimeiro turno. Tenho certezade que essa participação serámaior ainda agora no segundoturno”, afirmou.

Cabral também anunciou a im-plantação de novas Unidades dePolícia Pacificadora (UPPs).Principal iniciativa de sua admi-nistração na área de segurançapública, as UPPs são apontadascomo outro fator importante nodesempenho eleitoral do gover-nador – principalmente por teratraído o voto da classe média daZona Sul da capital do Rio. Se-gundo ele, extensas comunida-des que vivem sob o domínio dequadrilhas de tráfico de droga,como a Rocinha e os Complexosdo Alemão e de Manguinhos, se-rão pacificadas ainda no ano quevem.

Cabral obteve votação expres-siva até na capital do Rio. A ex-pectativa era que Gabeira pudes-se vir a fazer frente na região,pois, em 2008, durante a disputapela Prefeitura, o verde se classi-ficou para o segundo turno e per-deu o pleito para Paes por ape-nas 1,66% dos votos. Deste vez,Cabral se impôs na cidade comfacilidade. Obteve 63,43% dos vo-tos válidos contra 27,04% de Ga-beira.

Com o total de votos recebi-do, Cabral conseguiu superar odesempenho do ex-governadorLeonel Brizola (PDT), que, em1990, foi eleito com 61% dos vo-tos válidos. Além de Cabral e Bri-zola, apenas Rosinha Garotinho,na época no PSB, também se ele-geu no primeiro turno. Em 2002,ela ganhou com 51,3%.

Garotinho. O ex-governador doRio Anthony Garotinho (PR),que desistiu de disputar o gover-no do Rio depois de ser condena-do em ações em varas eleitorais ecriminais, foi o deputado federalmais votado. Recebeu mais de655 mil votos e conseguiu a ele-ger mais seis deputados para aCâmara. Na Assembleia Legisla-tiva, o apresentador de TV Wag-ner Montes (PDT) foi reeleitocom a maior votação, com maisde 513 mil votos.

Cabral é reeleito com votação recorde

Eleições. Veja resultados com-pletos no portal do Estadão

http://estadão.com.br

MATO GROSSO DO SULGOIÁS MATO GROSSO

Renato Casagrandeé eleito governadorcom 82,3% dos votos

● GarotinhoO ex-governa-dor foi o depu-tado federalmais votado,com 655 milvotos, e elegeumais seis depu-tados

André Puccinellivence no 1º turno

Disputa será entreex-governadores

Sinval Barbosaconsegue reeleição

ESPÍRITO SANTO

O resultado da apuração confir-mou a reeleição do governadorAndré Puccinelli (PMDB) com56% dos votos válidos, compara-dos a 42,5% de José Orcírio Mi-randa dos Santos, o Zeca do PT.Nei Braga, do PSOL, alcançou1,51% da votação.

A disputa pelo governo de Goiásserá decidida em segundo turno,entre dois ex-governadores.

O tucano Marconi Perillo obte-ve 46,33% dos votos válidos, en-quanto o peemedebista Iris Re-zende somou 36,38%. Em tercei-ro ficou Vanderlan Cardoso, do

PR, com 16,62% dos votos.Os votos brancos e nulos so-

maram 9,22% e abstenção foi de17,97%.

A corrida ao Senado reelegeuDemóstenes Torres (DEM), querompeu a barreira dos dois mi-lhões de votos (44,09%). LúciaVânia (PSDB), com 30,56% dosvotos, garantiu a segunda vaga.O ex-deputado e ex-prefeito deGoiânia, Pedro Wilson (PT) fi-cou em terceiro, com 17,95%.

Cenário: Luciana Nunes Leal

O candidato Silval Barbosa(PMDB) se reelegeu governadordo Mato Grosso no primeiro tur-no, com cerca de 51% dos votosválidos. Em segundo lugar, ficouMauro Mendes (PSB), próximode 32%, e, em terceiro, WilsonSantos (PSDB).

Foi o mais expressivoresultado da históriapolítica do Rio, com maisde 66% dos votos evitória no 1º turno

ORio de Janeiro, terceiro maior colé-gio eleitoral do País, será decisivo nosegundo turno da disputa presiden-cial, por causa dos 31,48% de votos

fluminenses em Marina Silva (PV), agora dispu-tados pela petista Dilma Rousseff e pelo tucanoJosé Serra . Dilma conta com o governador ree-leito Sérgio Cabral (PMDB) não apenas paraatuar como seu principal cabo eleitoral no Esta-do, mas também para disseminar pelo País apromessa da candidata de replicar as Unidadesde Polícia Pacificadora (UPPs), iniciativa bemsucedida do governo do Rio.

No caso de José Serra, a expectativa é de

apoio e engajamento do candidato derrotado aogoverno Fernando Gabeira (PV), que teveapoio duplo de Marina e do tucano no primeiroturno. Como em outras disputas, o Rio garantiuboa votação aos candidatos a presidente quenão figuravam entre os favoritos. Em 2006, foiHeloísa Helena (PSOL) quem ganhou a simpa-tia de boa parte do eleitorado fluminense, che-gando a 17,1% dos votos no Estado (na votaçãonacional, teve apenas 6,8%).

Dilma pretende, se eleita, fazer do Rio umavitrine de sua administração e terá em Cabralum de seus principais aliados no Sudeste.

Independente do resultado da disputa presi-dencial, Cabral tentará, nos próximos quatroanos, ampliar a visibilidade no plano nacional eganhar espaço no PMDB. O governador reapro-ximou-se do comando do partido, em especialdo candidato a vice de Dilma, Michel Temer.Acomodado entre os líderes peemedebistas, Ca-bral, no caso de vitória de Dilma, se torna umadas opções do partido para disputar a vice-Presi-dência da República em 2014, se for mantida aaliança PT-PMDB.

Alexandre RodriguesRIO

Fechando o mandato com suaalta popularidade intacta, o go-vernador do Espírito Santo,Paulo Hartung (PMDB), vaipassar a cadeira para um alia-do. O senador Renato Casa-grande (PSB) foi eleito gover-nador com 82,3% dos votos váli-dos dos capixabas, superandoo recorde do próprio Hartung,

que foi o governante reeleitocom o maior porcentual em2006: 77,2% dos votos.

O ex-prefeito de Vitória,Luiz Paulo Vellozo Lucas (PS-DB), que foi aliado de Hartung,teve a adesão de 15,5% do eleito-rado. Brice Brigato (PSOL) te-ve 2,09%.

Com mais de 1,5 milhão devotos, Renato Casagrande qua-se se tornou o candidato a go-vernador com o maior porcen-tual de votos, posto que coubeao governador pernambucanoEduardo Campos, presidentedo PSB, reeleito com cerca de82,8% dos votos.

Problemas. Casagrande herdaum Estado cuja economia cres-

ceu acima da média nacional.Mas terá pela frente os proble-mas sociais provocados pelocrescimento acelerado, como aalta criminalidade.

Casagrande não era exata-

mente o herdeiro que o gover-nador havia planejado. Har-tung preparava o vice-governa-dor Ricardo Ferraço (PMDB)para a missão, mas acabouapoiando o socialista como par-

te da costura da entrada do PSBna aliança nacional com o PTem torno da candidata à Presi-dência da República DilmaRousseff, que sepultou a candi-datura do deputado federal Ci-

ro Gomes (PSB-CE).Ferraço terminou eleito se-

nador. O prefeito de Vitória,João Coser (PT), foi um dosprincipais articuladores da so-lução.

MARCOS ARCOVERDE/AE

WILDES BARBOSA/JORNAL O POPULAR

BIANCA PIMENTA/FUTURA PRESS

● GabeiraNa capital, on-de se esperavaque Gabeirativesse vota-ção expressi-va, ele recebeu27,04% dosvotos

Votos dos cariocasserão decisivos paraos dois candidatos

RENATOCASAGRANDEGOVERNADOR ELEITO NOESPÍRITO SANTO“É uma sensação de alegria emsaber que a minha história eas minhas propostas foramreconhecidas pela populaçãodo Espírito Santo”

“Estou muito satisfeito eagradecido pelo carinho dapopulação durante a campanha.”

“Esse é resultado muitoimportante para a minha vidae para o povo capixaba,é claro! Quanto maior avitória maior é aresponsabilidade”

Festa. Sérgio Cabral comemora a reeleição ao governo do Rio com o vice, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito Eduardo Paes

Vitória.Casagrandeterá deenfrentarproblemascomo oaumento daviolência noEstado

Senador superou recordedo antecessor e aliado,Paulo Hartung; ele vaiherdar Estado quecresceu acima da média

foi o porcentual de votos quelevou Blairo Maggi (PR) ao Senadopor Mato Grosso. O segundocandidato a senador mais votadofoi Pedro Taques (PDT), com cer-ca de 24% dos votos

estadão.com.br

● Vitória

%HermesFileInfo:H-20:20101004:

H20 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

Números finais. Confira oresultado final da votação em

Pernambuco para governador,Senado, Câmara dos Deputa-

dos e Assembleia Legislativahttp://estadão.com.br

Angela Lacerda / RECIFE

Com a maior votação já regis-trada no Estado, EduardoCampos (PSB) foi reeleito on-tem governador de Pernam-buco. Campos alcançou82,83% dos votos – ante 14,06% do segundo colocado, o se-nador Jarbas Vasconcelos(PMDB). Eduardo tambémelegeu os dois senadores dasua coligação, o ex-ministroHumberto Costa (PT) e o de-putado federal ArmandoMonteiro Neto (PTB).

Com vitória tão expressiva,Eduardo se consolida como o ho-mem forte de Lula no Nordeste ese fortalece como uma liderançanacional com cacife para vir aconquistar sua meta, a Presidên-cia da República, a partir de 2014.

De quebra, vingou o avô Mi-guel Arraes, falecido em 2005 e

considerado um mito políticoem Pernambuco, ao impor umadiferença de 2,5 milhões de vo-tos sobre o ex-governador Jar-bas Vasconcelos.

Em 1988, Arraes teve 26,3% nadisputa pelo governo do Esta-do, sendo derrotado por maisde 1 milhão de votos pelo mes-mo Jarbas, que conquistou64,1% da votação.

Campeão de votos também noBrasil, Eduardo atribuiu o suces-so ao seu trabalho à frente do go-verno do Estado, dividindo oslouros com todos os 15 partidoscoligados da Frente Popular. Ementrevista, disse que vai manteressa unidade.

Maciel. Isolado, Jarbas consi-derou “previsível” a vitória doadversário, mas lamentou a ex-clusão do senador e ex-vice-presidente da República Mar-co Maciel (DEM), que, segun-do ele, só tentou a reeleição aseu pedido. “Me sinto culpa-do”, disse ele. Aos 70 anos ecom uma carreira política dequase 50 anos, é a primeira vezque Marco Maciel perde umaeleição.

Pela manhã, o presidente na-cional do PSDB e candidato adeputado federal, Sérgio Guer-ra, colocou uma pá de cal naaliança com Jarbas no Estado.

“A aliança está exaurida”,afirmou, sem assumir responsa-bilidade pela adesão da maioriade prefeitos tucanos à candida-tura de Eduardo, de quem é ami-go e com quem fez dobradinha

em vários municípios.

Protesto. Num dia sem emo-ção e marcado pela aparenteapatia do eleitor, chamou a aten-ção o protesto do engenheiroJoão da Cunha Cavalcanti Neto,que foi votar vestido de palhaçona primeira zona eleitoral, nobairro de Boa Viagem, zona sul

do Recife.Ele protestou contra a decisão

do Supremo Tribunal Federal(STF) de revogar a obrigatorie-dade do título de eleitor, a qua-tro dias da eleição.

Com peruca e nariz vermelho,pendurou o título no pescoço edesabafou: “Fiquei muito irrita-do com a falta de respeito com

que o cidadão é tratado no Bra-sil, Fomos transformados em pa-lhaços”.

De acordo com o Tribunal Re-gional Eleitoral de Pernambuco,77 pessoas foram presas no Esta-do durante o dia de ontem porpropaganda irregular, boca de ur-na e compra de voto, entre ou-tras irregularidades.

RIO GRANDE DO NORTE

Camposé reeleitocom 82%dos votos

PIAUÍSERGIPE

Rosalba Ciarlini éeleita governadora

PARAÍBA

Jacques Wagner celebravitória tripla de coligação

Cid Gomes é reeleitogovernador; Tassoperde vaga no Senado

PSB e PSDBse mantêm na briga

Festa para reeleiçãode Marcelo Déda

Coutinho surpreendee disputará 2º turno

BAHIA CEARÁ

PERNAMBUCOARNALDO CARVALHO/JC IMAGEM

LÚCIO TÁVORA/AGÊNCIA A TARDE

Tiago Décimo / SALVADOR

O governador da Bahia, JaquesWagner (PT), conseguiu uma vi-tória tripla na eleição. Além deconquistar a reeleição com mar-gem mais ampla do que a revela-da em todas as pesquisas ao lon-go da campanha – alcançou cer-ca de 63,8% dos votos válidos –,conseguiu eleger os dois candi-datos ao Senado de sua chapa,Walter Pinheiro (PT) e Lídiceda Mata (PSB). E também de for-ma mais tranquila do que pre-viam as pesquisas.

Segundo as pesquisas Ibope eDatafolha divulgadas na noiteanterior ao pleito, Wagner teria,respectivamente, 61% e 58% dosvotos válidos – e, logo depois devotar, ainda durante a manhã,ele disse que deveria ter uma “li-derança mais folgada” por causado trabalho de boca de urna damilitância de seu partido. “Nos-sa militância é muito forte.”

O segundo colocado foi PauloSouto (DEM), com aproximada-mente 16%.

Fenômeno semelhante ocor-reu com Pinheiro e Lídice. De-pois de passar a campanha todapregando o “voto casado” – a te-

se foi seguida até ontem, quan-do os candidatos estiveram aolado de Wagner, na votação dogovernador, e depois seguiram,em dupla, para os locais de vota-ção de cada um –, eles tiveramvotações muito próximas (cer-

ca de 31% para o petista e 29%para Lídice).

Ao fim, conseguiram desban-car o senador César Borges(PR), que concorria à reeleiçãoe liderou as pesquisas durantepraticamente toda a campanha.Ele alcançou cerca de 13% dosvotos. “Não é uma vitória doscandidatos, mas de um projetopolítico”, avalia Lídice.

Hegemonia. Segundo Wagner,a eleição representa a conquistade uma “hegemonia” no Estado.“Sempre haverá oposição e ébom que seja assim, mas minhaalegria é que a gente conseguiuuma hegemonia de pensamen-to”, afirma.

“Essa hegemonia é maior doque a simples maioria, de meta-de mais um. E envolve pessoasde todas as áreas, que ouvimosao longo de nosso governo.”

O presidente do PT na Bahia,Jonas Paulo, comemorou os re-sultados. “Ele mostra que a po-pulação entendeu e apoia o pro-jeto de governo que temos, emuma parceria de sintonia finacom o governo federal”, diz. “Aconquista das vagas para o Sena-do faz com que a Bahia tenhatrês senadores trabalhando inte-grados ao governo federal, coma possível vitória de Dilma.”

O governador de Sergipe, Marce-lo Déda (PT), foi reeleito com52,08% dos votos válidos, supe-rando o ex-governador João Al-ves Filho (DEM), que obteve45,19%. Enquanto seus correli-gionários faziam festa na aveni-da Barão de Maruim, uma das

principais de Aracaju, o governa-dor preferiu acompanhar a apu-ração de sua residência, ao ladoda família. Durante o dia, a polí-cia realizou prisões tanto na capi-tal Aracaju quanto no interior doEstado. Os detidos eram, em suamaioria, suspeitos de fazer bocade urna. As duas vagas no Sena-do foram preenchidas por Eduar-do Amorim (PSC), que teve33,65% dos votos, e Valadares(PSB), que conseguiu 25,62%.

Governador tem a maiorvotação do Estado eatinge maior porcentualde votos entre todosos candidatos do País

A senadora Rosalba Ciarlini(DEM) venceu no primeiro tur-no a eleição para o governo doRio Grande do Norte, com cercade 52% dos votos válidos. O go-vernador Iberê Ferreira ficoupróximo de 36%.

A senadora fez uma campanha

descolada da do presidenciávelJosé Serra e não pediu votos paraele em seus programas eleito-rais.

Rosalba Ciarlini Rosado é mé-dica pediatra e foi prefeita da ci-dade de Mossoró por três vezes.Ela está no primeiro mandato co-mo senadora da República.

Em terceiro lugar, ficou Car-los Eduardo (PDT), com aproxi-madamente 10% dos votos váli-dos.

77pessoas foram presas ontemem Pernambuco por propagandairregular, boca de urna e comprade votos, informou o TribunalRegional Eleitoral

Festa. Wagner, reeleito governador: aliados ganham no Senado

A eleição do Piauí será decididano segundo turno, entre o gover-nador Wilson Martins (PSB),candidato à reeleição, e o ex-pre-feito de Teresina Silvio Mendes(PSDB). Para o Senado, elege-ram-se Wellington Dias (PT) eCiro Nogueira (PP).

Contrariando as pesquisas, ocandidato do PSB ao governo daParaíba, Ricardo Coutinho, le-vou as eleições ao 2.º turno. Apu-radas todas as urnas, Coutinhoteve 49,74% dos votos e o gover-nador José Maranhão, que lide-rou as pesquisas, 49,3%.

estadão.com.br

Campos comemorareeleição: vingança

contra Jarbas

Carmen PompeuESPECIAL PARA O ESTADOFORTALEZA

O governador do Ceará, Cid Go-mes (PSB), foi reeleito ontem,com mais de 61% dos votos váli-dos. De quebra, ele também ele-geuosdois senadores aliados:Eu-nício Oliveira (PMDB), com cer-ca 36% dos votos, e José Pimentel(PT),com 32%. Ambosdesbanca-ram o senador Tasso Jereissati(PSDB), que estava em terceirocom apenas 23% dos votos. Foi aprimeira derrota de Tasso nas ur-nasdesdeque entrouparaapolíti-ca, em 1986.

Cid Gomes disse que o mo-mento mais difícil da campanhafoi ter de responder às acusa-ções de desvio de dinheiro públi-co. “Sem nenhuma preocupa-ção, eu perdia dez, vinte eleiçõesde cabeça erguida, e isso não metraria nenhuma angústia. Agora,quando começa a mexer com a

honra da gente, isso machucamuito”, queixou-se.

No início da tarde, ainda nolocal de votação, na FaculdadeFarias Brito, Tasso Jereissatinão quis falar sobre seu futuropolítico em caso de derrota. Li-mitou-se a se queixar da campa-nha orquestrada por seus adver-sários, classificando-a de “rastei-ra”.

Ele também acusou a famíliaGomes, liderada pelos irmãosCid e Ciro Gomes, de “oligarca”e alertou para o risco que a faltade oposição pode causar ao Cea-rá e ao País.

Tasso descartou qualquer ti-po de aliança política com os Go-mes. “Eu não acredito mais nes-se governo”, justificou.

A ex-mulher de Ciro Gomes,Patrícia Saboya (PDT), e o irmãocaçula dos Gomes, Ivo (PSB),também tiveram votação expres-siva para a Assembleia Legislati-va.

● Prisão

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H21

Eugênia LopesENVIADA ESPECIALSÃO LUÍS

Por uma margem pequena devotos, a governadora do Mara-nhão e candidata à reeleição,Roseana Sarney (PMDB), ven-ceu ontem as eleições em pri-meiro turno. Roseana obtevepouco mais de 50% dos votosválidos. Sua reeleição repre-senta a manutenção no Esta-do da oligarquia Sarney pelospróximos quatro anos. Esta éa quarta vez que a peemedebis-ta vai governar o Maranhão.

O suspense da vitória de Ro-seana em primeiro turno foimantido praticamente até o fimda apuração das urnas do Esta-do. Havia uma possibilidade deque ela fosse para o segundo tur-no com o candidato do PC do B,o deputado Flávio Dino. O comu-nista obteve 29% dos votos. Oex-governador cassado JacksonLago, do PDT, ficou em terceirolugar, com 19% dos votos.

“Não temo nada. Já fui para osegundo turno outras vezes”, dis-se Roseana, ao votar ontem pelamanhã num colégio no centro deSão Luís. A chapa encabeçada pe-la governadora também elegeudois senadores: o ex-ministroEdison Lobão (PMDB), que dis-putou a reeleição, e o atual vice-governador do Maranhão, JoãoAlberto (PMDB). A coligação deRoseana também conseguiu ele-ger a maioria da bancada federalda Câmara.

A perspectiva de segundo tur-no assustou o comando da cam-panha de Roseana. Havia um te-mor da repetição da eleição pas-sada. Em 2006, ela liderou a cor-rida pelo governo durante amaior parte da campanha, masobteve pouco mais de 47% dosvotos válidos no primeiro turno.

Na época, os oposicionistas àfamília Sarney se aliaram, impon-do uma derrota à Roseana. Lagofoi eleito governador, mas aca-bou cassado no ano passado soba acusação de abuso de podereconômico e compra de votos.Em abril de 2009, Roseana assu-miu no lugar do pedetista o co-mando do Estado.

Anti-Sarney. Este ano, Lago jáhavia selado um acordo com Di-no, reafirmado no inicio da noitede ontem, de apoio mútuo emum eventual segundo turno.

Lago é adversário histórico dafamília Sarney. “No Maranhão

só tem dois partidos grandes: é oSarney e o anti-Sarney”, resu-miu o pedetista.

Para ganhar a eleição desteano em primeiro turno, RoseanaSarney transformou o presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva e acandidata do PT à Presidência,Dilma Rousseff, nos principais

cabos eleitorais de sua campa-nha. “A Roseana privatizou a fi-gura do Lula e da Dilma”, recla-mou o deputado Domingos Du-tra (PT-MA), ferrenho adversá-rio da família Sarney.

Antes das convenções de ju-nho, o PT do Maranhão oficiali-zou o apoio à candidatura de Flá-

vio Dino. Inconformados, Sar-ney e Roseana pediram a interfe-rência do presidente Lula paraque o PT no Estado apoiasse areeleição da peemedebista. Fo-ram bem sucedidos na empreita-da: a direção nacional do PT obri-gou o partido no Maranhão a fe-char aliança com Roseana.

O seu vice é o petista Washing-ton Luiz, identificado como “ho-mem” do ex-ministro José Dir-ceu no Estado. Depois de fazergreve de fome no plenário da Câ-mara, o deputado Domingos Du-tra foi liberado pela direção dopartido para apoiar o comunista.

Desde cedo, a família Sarney

mantinha as esperanças de queRoseana fosse eleita no primeiroturno. O deputado Sarney Filho(PV-MA), conhecido como Ze-quinha Sarney, reconheceu queuma vitória dependia dos votosdo interior do Estado. “Ela (Ro-seana) é muito forte no inte-rior”, disse o deputado.

Roseana Sarney ganha no primeiroturno por pequena margem de votos

PARÁ RONDÔNIA

Teotônio e Lessa disputam 2º turno; Collor fica fora

Ana Julia e SimãoJatene no 2º turno

Confucio e Cahulladisputam 2º turno

Eugênia LopesENVIADA ESPECIAL / SÃO LUÍS

Com o título “Ela merece ficar”,o jornal O Estado do Maranhão,de propriedade da família Sar-ney, exibiu ontem um editorial,

na capa, assinado pelo presiden-te do Congresso, senador JoséSarney (PMDB-AP), pedindo vo-tos para sua filha, a governadorae candidata à reeleição, RoseanaSarney.

“Ela merece ficar, com sua aju-da, seu voto, seu apoio”, concla-mou o patriarca do clã. “O nossopovo deve nos ajudar com umagrande votação.” Em tom ufanis-ta, Sarney listou as realizaçõesde Roseana à frente do Mara-nhão nos últimos 18 meses, coma construção de fábricas, escolas

técnicas e hospitais. E minimi-zou os índices do IBGE, que colo-cam o Estado como um dos maispobres do Brasil. “O IBGE temcerca de 3 mil índices, o Mara-nhão tem dois ou três, que sãoruins, mas iguais aos das regiõesde Registro, em São Paulo, e daBaixada Fluminense”, escreveuo senador. “Roseana fez um exce-lente trabalho”, afirmou.

“Isso pode configurar abusodo uso dos meios de comunica-ção. Vamos analisar isso depoisdas eleições”, afirmou ontem aprocuradora eleitoral do Mara-nhão, Carolina da Hora Mesqui-ta. O Ministério Público vai ava-liar se a coluna do presidente Sar-ney pode ser configurada comocampanha ilegal.

Na coluna, o ex-presidente daRepública argumentou que oMaranhão não vai “perder maisuma vez o bonde da História”.Para convencer os eleitores a vo-tar em Roseana, o senador lem-brou a parceria da governadoracom o presidente Luiz Inácio

Lula da Silva e a candidata doPT à Presidência, Dilma Rousse-ff. “É hora de aproveitar nossosprestígios.”

Na coluna, Sarney dá umacutucada nos dois principais ad-versários de Roseana: o ex-gover-nador cassado Jackson Lago(PDT) e o deputado Flávio Dino,do PCdoB. “Roseana está entro-sada com Dilma, já trabalharamjuntas e vão fazer um grande go-verno. Não é hora de administra-ções ideológicas, já anacrônicas,nem do socialismo bolivarianoque trouxe Chávez ao Mara-nhão”, disse Sarney. O presiden-te da Venezuela, Hugo Chávez,foi ao Maranhão, em 2008, paraapoiar o ex-governador JacksonLago (PDT).

ALAGOAS

MARANHÃO

Em editorial, Sarneypede votos para a filha

ED FERREIRA/AE

Os números do TRE do Pará, atéo fechamento desta edição,apontavam um segundo turnoentre os candidatos Simão Jate-ne (PSDB) e Ana Júlia Carepa(PT), candidata à reeleição.Com 99,34% dos votos apura-dos, a diferença era de 18 mil

votos. Jatene tinha 48,97% dosvotos válidos e Ana Júlia,36,01%, mas os votos de Domin-gos Juvenil (PMDB), FernandoCarneiro (Psol) e Cleber Rabe-lo (PSTU), juntos, alcançavam15,03%, o que torna possível osegundo turno. Numa nova elei-ção, a governadora e seu adver-sário vão disputar o apoio domais cortejado aliado, o PMDBdo deputado federal Jader Bar-balho.

TARSO SARRAF

DIDA SAMPAIO/AE

RORAIMA

PP e PSDB semantêm na disputa

Ricardo Rodrigues / MACEIÓ

O governador Teotônio Vilela Fi-lho(PSDB)liderouavotaçãoparao governo de Alagoas, e disputaráo segundo turno com o ex-gover-nador Ronaldo Lessa (PDT). Emterceiro lugar, o ex-presidenteFernando Collor de Mello ficoufora da disputa.

Os dados divulgados pelo Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE)apontaram Teotônio Vilela emprimeiro, com cerca de 39% dosvotos válidos; Ronaldo Lessa emsegundo,com maisde 29%; segui-do de Fernando Collor, com me-nos de 29%.

Os demais candidatos juntostiveram pouco mais de 2% dos

votos válidos: Mário Agra(PSOL) teve cerca de 1%, en-quanto Tony Cloves (PCB) e Je-ferson Piones ficaram próximosde 0,5% cada um.

Cerca de 22% dos eleitores ala-goanos não compareceram às ur-nas. Os votos brancos somaramquase 5% e os nulos ficaram pró-ximos de 10%.

O deputado federal Beneditode Lira (PP) liderou a disputa pe-lo Senado com quase 36%, e o se-nador Renan Calheiros (PMDB)ficou com segunda colocação,com aproximadamente 33%.

Na terceira colocação, Heloí-sa Helena (PSOL), ex-senadorae vereadora por Maceió, alcan-çou 16%, ficando sem a vaga no

Senado.O deputado federal mais vota-

do foi Renan Filho (PMDB), commais de 140 mil votos válidos, se-guido de Celia Rocha (PTB),com 124 mil votos, e de Rui Pal-meira (PSDB), com 118 mil vo-tos.

Para a Câmara Estadual, o can-didato com mais votos válidosfoi Joãozinho Pereira (PSDB).Em segundo lugar, ficou IsnaldoBulhões (PDT) e, em terceiro,Antonio Albuquerque (PT do B).

A candidata do PMDBobteve pouco mais de50% dos votos válidos,superando Flávio Dino(PC do B), que teve 29%

O governador de Roraima vai serdefinido em segundo turno. O ex-governador Neudo Campos(PP) obteve 47,6% dos votos eseu principal adversário, o gover-nador Anchieta Júnior (PSDB),ficou com 45%, com 99,89% dasurnas apuradas. O médico Petrô-

nio Araújo (PHS) teve por voltade 6,4% dos votos. As duas vagaspara o Senado foram preenchi-das pelo atual líder do governo,Romero Jucá (PMDB) e pela de-putada federal Ângela Portela(PT). O peemedebista recebeuquase 28% dos votos, enquanto apetista teve por volta de 26%, dei-xando de fora a atual senadoraMarluce Pinto (PSDB), que fi-cou com pouco mais de 21% dosvotos.

CAROLINA DA HORAMESQUITAPROCURADORA ELEITORALDO MARANHÃO“Isso pode configurarabuso do uso dos meiosde comunicação. Vamosanalisar isso depoisdas eleições”

Excluído. Acompanhado deuma das filhas, Collor vota

Vitória apertada. Candidata à reeleição, Roseana Sarney chega ao local de votação em São Luís: eleição transcorreu sem incidentes graves

Confúcio Moura (PMDB), ex-prefeito de Ariquemes, recebeucerca de 45% de votos e disputa-rá o segundo turno com o atualgovernador João Cahulla (PPS),que teve mais de 35%. Em tercei-ro lugar ficou Eduardo Valverde(PT), com 18%.

Senador e ex-presidenteda República conclamouo povo do Maranhãoa reeleger Roseana:‘Ela merece ficar’

● Abuso

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H22 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

BRASÍLIA

Depois de uma campanha tu-multuada e ainda sob os refle-xos da crise política deflagra-da no ano passado, a definiçãopara governador do DistritoFederal ficou para o segundoturno. Os eleitores voltarão àsurnas para escolher entre umneopetista aliado a antigospersonagens dos escândalosde pagamento de propinas e acandidatura “laranja” da mu-lher do ex-governador Joa-quim Roriz (PSC), barrado pe-la Lei do Ficha Limpa.

Agnelo Queiroz, do PT, obte-ve 48,41% dos votos válidos eWeslian Roriz, do PSC, recebeu31,5%. O crescimento da candi-datura de Toninho (PSOL),com 14,25%, provocou o segun-do turno. Houve 6,13% votos nu-los e 3,76% brancos.

Agnelo Queiroz, que migroudo PCdoB para o PT, teve suaimagem colada à do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e sepreparou para uma vitória noprimeiro turno. A expectativafoi frustrada pelos votos cati-vos de Roriz, capturados pelaneófita Weslian, sinal de que oeleitor do DF relativizou o im-pacto das denúncias de corrup-ção e a exclusão de Roriz por tersido enquadrado na Lei do Fi-cha Limpa.

A liderança de Agnelo Quei-roz representa a possibilidadede o PT voltar ao poder na capi-

tal do País depois de mais de 11anos. Mas o retorno do partidoinimigo de Roriz e Arruda estálonge de representar uma gran-de renovação na política local.

Isso fica evidente já na esco-lha do vice na chapa de Agnelo,Tadeu Fillipeli. Integrante doPMDB, adversário histórico doPT na região, Fillipeli foi ho-mem forte de Joaquim Roriz du-rante 20 anos. Rompidos, o can-didato a vice aproximou-se deJosé Roberto Arruda até o iníciodos escândalos de corrupção.

“Houve um reposicionamen-to da política do DF, um grandeesforço, que se expressa na dis-tância entre uma aliança porconveniência e uma aliança porcompromisso”, alega o vice.“Haverá uma renovação pro-funda.”

Agnelo e Filipelli lideram a co-ligação Um novo caminho, inte-grada por 11 partidos, aos quaisestão filiados outros ex-aliadosde Roriz e Arruda, além de políti-cos investigados pela OperaçãoCaixa de Pandora, da Polícia Fe-deral, que apurou a distribuiçãode dinheiro entre aliados do ex-

governador.O grande trunfo de Agnelo na

campanha foi a proximidadecom Lula, de quem foi ministrodos Esportes, no primeiro man-dato do presidente. Ele deixouo cargo para disputar uma vagaao Senado. Derrotado, foi con-templado com um cargo de dire-tor da Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa).

Agnelo contava com a Lei doFicha Limpa para derrotar seuprincipal adversário, que re-nunciara em 2007 para não per-der o mandato de senador.Mas, à última hora, Roriz impro-visou a candidatura da mulher,Weslian. A falta de intimidadecom a política ficou evidentenos debates e até mesmo na ho-ra de votar. Weslian se atrapa-lhou com a urna eletrônica eteve de voltar à cabine para con-firmar o voto.

Em poucos dias de campa-nha, Weslian repetiu que conta-rá com a ajuda de Deus e de as-sessores técnicos para enfren-tar os problemas do DF. Sem res-postas às perguntas que lhe fa-ziam, quando não pode recor-rer ao marido, prometeu sim-plesmente “amor e carinho” sefor eleita.

Agnelo avisou que, se eleito,pretende acumular o governono DF com o cargo de secretáriode Saúde. Mas os problemas naárea, abalada por denúncias dedesvio de dinheiro, são apenasparte do desafio do novo gover-nador. Auditoria recente daControladoria Geral da Uniãomostra que desorganização ad-ministrativa é mais ampla e tal-vez mais complicada de admi-nistrar do que uma suposta re-novação política. / EDNA SIMÃO,

LÍGIA FORMENTI E MARTA SALOMON

Agnelo e WeslianRoriz vão parao segundo turno

AMAZONASAMAPÁ ACRE

Ex-governador Arrudadiz que votou contra Roriz

Aziz vence com maisde 60% dos votos

Capiberibe e Barretodisputam 2º turno

Tião Viana na frenteem disputa apertada

Em disputa acirrada, Siqueira Campos vence eleição

Candidato do PT ficoucom 48,41% dos votos emulher do ex-governadorRoriz, barrado pela Lei doFicha Limpa, teve 31,5%

TOCANTINS

CELSO JUNIOR/AE

PABLO VALADARES/AE

JF DIORIO/AE

ADILVAN NOGUEIRA/JORNAL DO TOCANTINS

Com a presença de 200 agentesda Polícia Federal nas ruas doAmapá, a votação no Estado foitranquila e reprovou nas urnas onome dos políticos envolvidosnas investigações da OperaçãoMãos Limpas, desencadeada pe-la PF no dia 10 de setembro. A

disputa para o governo foiapertada e, com 99,42%dos votos apurados, LucasBarreto (PTB) estava emprimeiro lugar, com28,93% dos votos. Em se-gundo lugar estava Ca-milo Capiberibe(PSB), com 28,71%,superando o ex-pre-sidente da Assem-bleia Jorge Amana-jás (PSDB).

Com 99,02% dos votos apura-dos, a situação ainda era indefini-da no Acre. Com 50,44% dos vo-tos, Tião Viana (PT), que tinha49,25%. O resultado apertadonão foi detectado por nenhumapesquisa. Na apuração, Bocalomchegou a ultrapassar Viana.

Frente ampla. Agnelo Queiroz foi candidato numa coligação de 11 partidos

DISTRITO FEDERAL

O atual governador Omar Aziz(PMN) foi reeleito em primeiroturno no Amazonas com 63,8%dos votos válidos, com 98,88%das urnas apuradas. A vantagemfoi de quase 40 pontos porcen-tuais em relação ao segundo colo-cado, o senador Alfredo Nasci-

mento (PR), com 25,91%. dos vo-tos. “Fizemos campanha propo-sitiva, sem baixarias. E amanhã éacordar e dar continuidade aotrabalho”, disse.

Paulista, Aziz tem 52 anos e éengenheiro civil. Começou co-mo líder estudantil, foi secretá-rio de governo e deputado esta-dual. Foi duas vezes vice-prefei-to de Manaus e duas vezes vice-governador de Eduardo Braga,de quem herdou a vaga em abril.

João DomingosENVIADO ESPECIALPALMAS

Não foi nenhuma novidade paraquem nasceu lá. O ex-governa-dor Siqueira Campos (PSDB)venceu a eleição para governa-dor do Tocantins, com 50,52%dos votos, contra os 49,84% con-seguidos pelo governador Car-los Gaguim (PMDB), que dispu-tava a reeleição.

Siqueira Campos baseou suacampanha no combate à corrup-ção e na volta de um projeto que,na definição dele mesmo, repre-

senta o crescimento de um Esta-do investidor. Ao final da apura-ção, os partidários da eleição deSiqueira Campos fizeram umagrande manifestação pelas ruasde Palmas, sem se envolver emnenhuma confusão.

Gaguim buscou sempre seidentificar com o funcionalismopublico, para o qual prometeuaumentos substanciais de salá-rios na tentativa de permanecerà frente do governo, cargo queocupa há 11 meses, em substitui-ç ã o a M a r c e l o M i r a n d a(PMDB), cassado pelo TribunalSuperior Eleitoral (TSE) porabuso do poder econômico. Ape-sar de retirado do governo do Es-tado, Miranda se candidatou aoSenado e conseguiu se eleger,com 25,41% dos votos. A outravaga para o Senado ficou comJoão Ribeiro (PR), que conse-guiu 27,96% dos votos.

Sem emprego. As promessasfeitas por Gaguim não foram àtoa. Afinal, 21 mil servidores pú-blicos do Tocantins são comis-sionados, que temem perder oemprego. Em junho, o Supremo

Tribunal Federal (STF) decidiuque o governo tem um ano parasubstituir todos os cargos co-missionados por servidores con-cursados.

Favorito até 15 dias antes daseleições, Gaguim começou aperder força depois da revela-ção, pelo Estado, do envolvi-mento dele com um grupo de

empresários suspeitos de des-viar dinheiro de contratos comprefeituras de São Paulo e To-cantins.

Um relatório do Ministério

Público de São Paulo sobre o es-quema apontou fraudes em lici-tações que atingem R$ 615 mi-lhões. Na ocasião, oito suspei-tos foram presos, entre eles oempresário José Carlos Ceperae o lobista Maurício Manduca,amigos e aliados do então gover-nador.

Gaguim negou, mas o eleitornão o perdoou. Principalmentepor ter recorrido à Justiça – econseguido por quatro dias – acensura ao Estado e a outros 83veículos de comunicação do To-cantins, impedindo-os de publi-car informações sobre o esque-ma de desvio de dinheiro de pre-feituras.

Com tudo isso, Siqueira Cam-pos acabou conseguindo trocarde lugar com Carlos Gaguim.De zebra, Campos se tornou ofavorito nas duas últimas sema-nas de campanha.

Será o quarto mandato de Si-queira Campos, que lutou porisso e, na Assembleia NacionalConstituinte, conseguiu fazerdo norte de Goiás o Estado doTocantins. Siqueira está com 82anos.

Improvisação. Weslian Roriz mostrou falta de intimidade com a política

TADEU FILIPELLICANDIDATO A VICE-GOVERNADORNA CHAPA DE AGNELO QUEIROZ,PEEMEDEBISTA FOI HOMEM FORTEDE RORIZ DURANTE 20 ANOS“Houve um reposicionamentoda política do Distrito Federal.Um grande esforço, que seexpressa na distância entre umaaliança por conveniência e umaaliança por compromisso”

“Haverá umarenovação profunda”

50,52%foi o porcentual dosvotos válidos recebidopor Siqueira Campos

49,84%foi o porcentualdos votos válidos recebidopor Carlos Gaguim

De volta. Aos 82 anos, Siqueira Campos chega pela quarta vez ao governo de Tocantins

Rafael Moraes MouraBRASÍLIA

Em 2006, o então candidato aogoverno do Distrito Federal JoséRoberto Arruda (ex-DEM, sempartido) chegou à Escola Classen.º 8, no Octogonal, cercado dealiados e com a expectativa de

vencer já no primeiro turno. Li-quidou a disputa com 50,38%dos votos válidos – e até um anoatrás, quando mantinha altas ta-xas de aprovação, tudo indicavaque conseguiria sem dificulda-des um segundo mandato.

Ontem, Arruda retornou ao lo-cal em situação oposta: recluso

após as investigações da Opera-ção Caixa de Pandora, chegou,votou e saiu em dez minutos.

Ao lado da mulher, Flávia, en-frentou hostilidade de eleitores,como uma senhora que esbrave-jou “Ai meu Deus do céu, ô des-graça”. “Ele não disse nem ‘Bomdia’. Da outra vez, estava todosorridente”, disse um mesário.

“Meu voto é contra Roriz”, afir-mou Arruda, sem explicar se issosignificava apoio ao líder das pes-quisas, o ex-ministro do EsporteAgnelo Queiroz (PT).

● Compromisso

● No photochart

%HermesFileInfo:H-23:20101004:

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 Eleições 2010 H23

Elder Ogliari / PORTO ALEGRE

O ex-ministro da Justiça Tar-so Genro (PT) venceu ontem aeleição para o governo do RioGrande do Sul no primeiro tur-no. O fato é inédito na históriapolítica do Estado, acostuma-do a disputas acirradas, sem-pre decididas na segunda roda-da, por pequena margem.

Com todas as urnas apuradas,o candidato da coligação Unida-de Popular Pelo Rio Grande (PT,PR, PSB e PC do B) teve 3.416.335votos, correspondentes a54,35% dos votos válidos, e nãopodia mais ser alcançado pelosadversários. O ex-prefeito dePorto Alegre, José Fogaça(PMDB), teve 1.554.783 votos(24,74%) e a governadora YedaCrusius (PSDB), candidata à ree-leição, ficou em terceiro lugar,com 1.156.350 votos (18,4%).

Pouco depois de saber que avitória estava assegurada, Tarsoseguiu para o comitê de campa-nha. Ao sair, declarou que querunir o Estado em torno de umprograma, que não consideraneutro. “Ele tem visão de desen-volvimento regional, de comba-te às desigualdades sociais, equeremos convocar todas as for-ças políticas que tenham simpa-tia por esse projeto.”

Advogado, 63 anos, nascidoem São Borja, Tarso conquistouo governo do Rio Grande do Suldepois de duas tentativas malsu-

cedidas. Em 1990, quando ficouem quarto lugar, concorreu so-mente para marcar espaços parao PT, à época um pequeno emer-gente, no território político esta-dual. Em 2002 largou a prefeitu-ra de Porto Alegre e provocouuma prévia que alijou da disputao então governador Olívio Du-tra, candidato natural à reelei-ção. Como perdeu a eleição, nosegundo turno, para GermanoRigotto (PMDB), foi criticadopela sucessão de erros.

Planejamento. Desta vez, Tar-so e o PT gaúcho fizeram umacampanha meticulosamente pla-nejada para dar certo. Ainda nametade do ano passado, lança-ram a candidatura por consensoe anteciparam-se a um possívelpedido de apoio ao PMDB, decorrentes do diretório nacionaldo PT, em troca da ampliação dopalanque para a candidata à Pre-sidência Dilma Rousseff.

No início deste ano, Tarso dei-xou o Ministério da Justiça e pas-sou a percorrer o Estado colhen-do subsídios da sociedade para oplano de governo. Também ne-gociou as adesões do PSB, doPCdoB e do PR e atraiu a simpa-tia de setores do PDT e até dealgumas lideranças do PTB, doDEM e do PP, rompendo com oisolamento do PT no Estado.

Quando a campanha come-

çou, no entanto, é que veio amaior força: o apoio do presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva. Tar-so se apresentou como o candi-dato que poderia casar os progra-mas do Estado com os do gover-no federal. “Pelo fato de ter parti-cipado sete anos do governo Lu-la me credenciei como represen-tante do projeto do presidente”,reconhece o governador eleito,que também admite que suacampanha e a de Dilma à Presi-dência ajudaram-se mutuamen-te. Se observados os númerosdas pesquisas do Ibope, a curvados dois foi semelhante no Esta-do. Tarso largou com 39% no iní-cio de julho e tinha 48% no fimde setembro. Dilma oscilou de37% para 47%.

Desde o amanhecer, a coliga-ção de Tarso demonstrava con-vicção de que venceria a eleição.Quando chegou ao Hotel PlazaSão Rafael, no centro de PortoAlegre, para o café da manhãcom a candidata do partido à Pre-sidência, Dilma Rousseff, e cer-ca de 250 líderes políticos de suaaliança, o candidato não escon-deu seu otimismo ao dizer quenunca havia participado de umacampanha que desse tão certocomo a deste ano.

Apesar da tendência detecta-das nas pesquisas, os concorren-tes mais próximos de Tarso pas-saram o dia falando em rever-são da expectativa. Em sua pri-meira atividade, Fogaça falou acerca de 150 militantes na sededo PMDB afirmando que as ur-nas iriam surpreender e decep-cionar os pessimistas. À noite,reconheceu a derrota e agrade-ceu o esforço da militância. Ye-da visitou emissoras de rádio etelevisão.

SANTA CATARINA

Tarso Genro éeleito governadorcom 54% dos votos

Júlio CastroFLORIANÓPOLIS

Contrariando os índices de pes-quisas que apontavam uma dis-puta em segundo turno para go-vernador em Santa Catarina, ocandidato democrata Raimun-

do Colombo, 55 anos, venceu aeleição em primeiro turno. Eleconquistou 52,72% dos votos vá-lidos – num universo de4.536.718 eleitores. Ângela Amin(PP) terminou a disputa com24,91% e Ideli Salvatti (PT) com21,9% dos votos.

Senador licenciado, ex-depu-tado federal e estadual, Raimun-do Colombo ganhou destaquepor sua administração como pre-feito de Lages, a maior cidade daregião serrana do Estado, portrês mandatos. Ao comemorar avitória, na cidade serrana, Co-lombo demonstrou surpresacom a vitória obtida no primeiroturno quando questionado so-bre a composição de seu gover-no. “Eu estava me preparandopara o segundo turno. Ficoubom, pois terei mais tempo para

refazer meus planos nesta ques-tão, inclusive trabalhar combom senso e equilíbrio den-tro de nossa composi-ção partidária paraapoiar José Serra naeleição para presi-dente”, afirmou.

Colombo disseque das nove elei-ções que partici-pou, a de governadorfoi a mais desafiadora.Colombo fez uma breve co-memoração em Lages e embar-

cou com destino a Florianópo-lis, onde se encontraria com os

dois novos senadores eleitospor Santa Catarina, o ex-

governador Luiz Hen-rique da Silveira(PMDB), e o PauloBauer (PSDB),

V i s i v e l m e n t eemocionada, a de-

putada federal pro-gressista Ângela

Amin afirmou, em visi-ta ao prédio do TRE-SC,

mesmo antes da totalização dos

votos, que vai respeitar o resulta-do das urnas. “Não vai faltaroportunidade para continuar nocenário político de Santa Catari-na”, disse, agradecendo os votosrecebidos ao lado do marido, oex-governador Esperidião Amin(PP), eleito deputado federalcom a segunda maior votação en-tre os candidatos catarinenses àcâmara federal.

Dos 293 municípios catarinen-ses, 114 são governados por pre-feitos do PMDB. O DEM gover-na 44 e o PSDB, 35.

RIO GRANDE DO SUL

Após proibir pesquisas, Beto Richa vence no 1º turno

Raimundo Colombo, do DEM, éeleito com 52,73% dos votos

Paim e Ana Améliaeleitos para o Senado

Silveira e Bauer sãoeleitos senadores

Em sua terceiratentativa, ex-ministroda Justiça do governoLula obtém vitóriainédita no Estado

SANTA CATARINA

● PaimO senador doPT foi reeleito,com uma cam-panha focadana defesa dosaposentados

PARANÁ

DIVULGAÇÃO

O ex-governador de Santa Cata-rina Luiz Henrique da Silveira(PMDB) e o ex-secretário deEducação do Estado, PauloBauer (PSDB), foram eleitos se-nadores ontem. Apuradas todasas urnas, Silveira tinha 1.784.019votos (28,44%) e Bauer,

1.588.403 (25,32%). Desde a déca-da de 70, Silveira já disputou 12eleições, entre mandatos para aCâmara Federal, prefeitura deJoinville e governo do Estado.Uma de suas principais bandei-ras é o fortalecimento dos muni-cípios catarinenses. Bauer já foivice de Esperidião Amin no go-verno do Estado, deputado esta-dual e secretário do governo deLuiz Henrique da Silveira. Defen-de um novo pacto federativo.

RODOLFO BUHRER/FOTO ARENA

PAULO PINTO/AE

Estreante na política, a jornalis-ta Ana Amélia Lemos (PP) con-quistou a segunda vaga do RioGrande do Sul ao Senado. A ou-tra permanece com Paulo Paim(PT), que foi o mais votado pa-ra o Senado e conseguiu a reelei-ção. Pedro Simon (PMDB), elei-

to em 2006, tem mais quatroanos de mandato.

O ex-governador GermanoRigotto (PMDB) chegou em ter-ceiro lugar ficou de fora. Apura-das todas as urnas, Paim rece-beu 3,89 milhões de votos(33,83% do total), Ana Améliatinha 3,4 milhões de votos(29,54%) e Rigotto tinha 2,44milhões de votos (21,24%). Ab-gail Pereira, do PCdoB, recebeu1,55 milhão de votos (13,47%).

● YedaA governadorado PSDB, can-didata à reelei-ção, ficou emterceiro lugarno resultadodas urnas

Evandro Fadel / CURITIBA

Após ver a candidatura do sena-dor pedetista Osmar Dias ga-nhar força nas últimas semanase conseguir a proibição de pes-quisas nos dias que antecede-ram ao pleito, o tucano Beto Ri-cha, ex-prefeito de Curitiba, tor-nou-se governador do Paraná,vencendo a eleição no primeiroturno, com 52,44% dos votos váli-dos. Dias ficou em segundo lu-gar, com 45,63%.

Essa foi a segunda derrota con-secutiva de Osmar Dias na corri-

da para o governo do Paraná: em2006, com o apoio de Beto Ri-cha, perdeu para Roberto Re-quião por uma diferença de0,01%. Desta vez, porém, o pede-tista teve o apoio do ex-governa-dor e também do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva.

Uma das armas para o cresci-mento da candidatura do sena-dor do PDT na reta final do plei-to foi o apoio do presidente Lula,que veio três vezes ao Estado aolongo da campanha. Entretanto,a transferência de popularidadedo presidente para Dias esbar-

rou na aprovação de Richa comoprefeito, na casa de 80%.

Negociação. Apesar da derrotade Dias, as duas vagas para o Se-nado ficaram nas mãos de alia-dos do presidente Lula: a petistaGleisi Hoffmann e o ex-governa-dor Roberto Requião, do PMDB.Richa afirma que não vê proble-mas na divisão de poder promo-vida pelos eleitores: “Sempre ti-ve relações republicanas respei-tosas. Passam as eleições, eu des-ço do palanque”.

O tucano governou a capital

de 2004 até março de 2010, quan-do deixou o cargo para concor-rer a governador. Richa buscouusar um discurso positivo nacampanha, enfocando os bonsprojetos que desenvolveu comoprefeito. As críticas ao modelopetista de governar – e principal-mente a Lula – foram feitas deforma discreta.

Em posição confortável, o tu-cano repetiu durante a campa-nha não temer a influência da po-pularidade de Lula em favor dacandidatura de Osmar Dias. “Te-mos todo o respeito pelo presi-

dente, ele está com grande popu-laridade, mas acredito que issonão terá reflexo”, disse Richa noinício de setembro. “Eu não pre-ciso de bengala. Meu adversárioestá o tempo todo falando da Dil-ma”, frisou, referindo-se à candi-data do PT à Presidência.

Beto Richa, 45 anos, é filho doex-governador José Richa, faleci-do em 2003. Começou a carreirapolítica como deputado esta-dual. Foi vice-prefeito de CassioTaniguchi entre 2000 e 2004,ano em foi eleito prefeito deCuritiba. Há dois anos, foi reelei-to. Em relação às suas aspiraçõescomo governador, Richa afir-mou que pretende fazer “o gover-no mais competente do País”.

24,89%DOS VOTOS

FOI O ÍNDICEDA SEGUNDACOLOCADA

RIO GRANDE DO SUL

Eleito, Após duas tentativas malsucedidas, Tarso Genro venceu no 1ºturno

● InéditoA decisão no primeiro turno foium fato inédito na história políti-ca do governo do Estado, habitua-do a disputas acirradas sempredecididas na segunda rodada,por pequena margem

32

Pacífico. Richa: tom ‘light’ decríticas ao presidente Lula

pessoas foram presas durante odia da eleição no Paraná, segundo

dados oficiais. Entre os detidosfigurou o candidato a deputado

federal Zeca Dirceu, filho doex-minsitro José Dirceu

%HermesFileInfo:H-24:20101004:

H24 Eleições 2010 SEGUNDA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

Filhade FrancoMontoro,Malu Mon-toro, como netoLuka, es-perou achegadade Serraao Colé-gio SantaCruz.

Com a filha Marjorie, Marcos Arbaitmannos Jardins. “Estou rezando por Serra.”

Nuporanga inaugura votação biométrica

PAULO GIANDALIA/AE DENISE ANDRADE/AE

PAULO GIANDALIA/AE

PRIMEIRA EM SP

JUAN GUERRA/AE

De LuizFeliped´Avila,após votarna GabrielMonteiro daSilva: “Esco-lhi pensan-do na defe-sa das insti-tuições de-mocráticas”.

estadão.com.br/diretodafonte

DENISE ANDRADE/AEDe Luiz Felipe d'Ávila, depois de

votar no Colégio Madre Alix: “Escolhi pensando na defesa das

instituições democráticas”.

CÉLIO MESSIAS/AE

Depois de correr no parque, De-nise Steagall cumpriu dever cívico.

PAULO GIANDALIA/AE

DENISE ANDRADE/AE

DIRETO DA FONTESONIA RACY

DENISE ANDRADE/AE

JANETE LONGO/AE

SérgioFinger-mann nãofugiu depolêmica:“As op-ções paragovernoeram trá-gicas”. NaVila NovaConcei-ção.

JUAN GUERRA/AE

PAULO GIANDALIA/AEFernanda Suplicy, sobrinha de Eduar-do Suplicy, e Sergio Morrison votaram

no Sacre Coeur. E aproveitarparaprotestar.

Cada um leva o apoio queprecisa na hora de votar.

Paulo von Poser em colégiona Av. 9 de Julho. Confirma.

Brás Henrique / NUPORANGA

Os eleitores da pacata Nuporan-ga, cidade de 7.004 habitantes naregião de Ribeirão Preto, estrea-ram ontem a votação biométri-ca, que identifica o eleitor por im-pressão digital, no Estado de SãoPaulo. “Foi rápido e seguro”, afir-mou a dona de casa Maria Apare-cida Alves de Oliveira Dias, de 60anos, uma das primeiras a votarna 23.ª seção da Escola EstadualMaria Carolina de Lima.

A votação digital transcorreunormalmente nas duas zonaseleitorais (22 urnas eletrônicas)da cidade. Estavam aptos a votar4.928 eleitores, segundo o chefe

do cartório de Nuporanga, Ed-mir Pereira.

A cidade tem a economia vol-tada à agropecuária e uma popu-lação simples, modesta. O muni-cípio passou, obrigatoriamente,por recadastramento entre de-zembro e maio deste ano, poistinha mais de 65% da populaçãocomo eleitores (5.545). Assim, oTribunal Regional Eleitoral(TRE) escolheu a cidade para in-troduzir a votação biométricano Estado. Pelo novo sistema,documentos com fotos ou títu-los eleitorais são dispensáveis.Basta o eleitor ser reconhecidopela digital.

“Isso dá maior segurança à es-

trutura e à operação, aumentan-do a confiabilidade do sistema”,garantiu o juiz eleitoral local, Ce-sar Antonio Coscrato. No fim da

tarde, o juiz informou que, emalguns casos – não soube o núme-ro com exatidão –, as digitais nãoforam reconhecidas. Apesar dis-so, os eleitores foram liberadospara votar.

A dona de casa Carla Morete,de 27 anos, aprovou o novo méto-do. “Acho bom, pois muitas pes-soas não conseguem assinar e de-moram”, comentou ela. A apo-sentada Sismonda de Figueire-do Martins, de 84 anos, foi umadas primeiras a votar em sua se-ção. “É ótimo, e fica bem certi-nho que o eleitor é mesmo a pró-pria pessoa.” A Justiça Eleitoralpretende estender o sistema bio-métrico em todo País até 2016.

Sabrina Sato chamou aten-ção no Alto de Pinheiros.

Zeco Auriemo também votou de manhã nos Jardins. Discreto, quan-do questionado sobre eleições, pediu : “Ihhh me deixa fora dessa”.

FernandaSuplicy, so-brinha deEduardo Su-plicy, e Ser-gio Morrisonvotaram noSacréCoeur. Eaproveita-ram paraprotestar.

ColaboraçãoDébora Bergamasco [email protected]

Gilberto de Almeida [email protected] Neustein [email protected]

Paula Bonelli [email protected]

1 milhãode eleitores de 43 municípios doPaís foram recadastrados parausar a leitura biométrica

226pessoas participaram de um simu-lado em agosto. Não foi registra-do nenhum problema

Lulão...

Lula, autoconfiante, ordenouno sábado ao brigadeiro JoseliCamelo, chefe de sua assesso-ria militar: “ Você tem de pediroutro avião. Neste não vai ca-ber mais o meu... ego.”

Dupla eterna

E nem tudo é tormenta entreSerra e FHC – que mais seassemelham àqueles casaisque divergem, discutem enunca se divorciam.

Na sexta à noite, depois deuma visita a Luiz GonzagaBelluzzo, no Sírio-Libanês,ambos entraram no carro deAndrea Matarazzo e ruma-ram, os três, até o bairro daMooca, onde o candidato tu-cano nasceu. Sem segurançasou comitivas, atacaram algu-mas pizzas. Foram recebidoscom aplausos na Dom Pedro.

Dia DDilma, logo depois de colocarseu voto na urna, em PortoAlegre, passou na casa de suafilha Paula, onde brincou, du-rante mais de uma hora, comseu único neto, Gabriel.

Visita feita, embarcou paraBrasília para assistir à apura-ção ao lado de Lula.

Dia D 2Depois de votar no ColégioSanta Cruz, Serra foi para casade Sonia e Andrea Matara-zzo,ondealmoçouvitelaeriso-to.Com ocandidato tucanoes-tavam a mulher, Monica, a fi-lha, Verônica, e seus netos.

Dos aliados, levou somenteIndio da Costa.

Dia D 3Marinacumpriuseudireito cí-vicoeviu aapuração no aparta-mento de seu vice, GuilhermeLeal, na Vila Nova Conceição.

ExemploCasa de ferreiro, espeto depau. Se Serra esperou para vo-tar como todos, dois fiscais daJustiça Eleitoral furaram a filada Zona 68 do Santa Cruz.

Estranha, a vidaSábado à noite, Serra foi ao tea-tro ver a peça... Ensina-me a Vi-ver,estreladaporGlóriaMene-zes. Paraaprenderem também,convidou Goldman, Alckmine Andrea Matarazzo, comsuas respectivas mulheres.

Ombro amigoDilma preferiu passar o sába-do em Porto Alegre. Saiu ape-nas à noite, para uma conversacom seu ex-marido, CarlosAraujo. Na casa dele.

Digital. Eleitores de Nuporanga tiveram de se recadastrar

PrimárioA declaração supostamente es-crita à mão por Tiririca, entre-gue à Justiça Eleitoral como pro-va de que o candidato não é anal-fabeto, passou por perícia sexta-feira no Instituto de Criminalísti-ca. Fruto de desconfiança da Pro-motoria Eleitoral de que quemredigiu a declaração não seria amesma pessoa que a assinou.

Resultado da análise? “O autordosmanuscritosexaminadospos-sui uma habilidade gráfica maiordo que aquela que ele objetivouregistrar ao longo do texto.” Tra-duzindo: o redator fez garran-chos de maneira proposital.

E agora, Francisco?

ReconhecimentoSurpresa desta eleição – apesarde alguns, como Guilherme Afif,terem previsto –, Aloysio Nunesreconheceu. Assim que soube quehavia sido eleito senador, ligou pa-ra FHC agradecendo seu apoio.

Azul + VerdeDa série fair-play. José Gregori efamília cercaram Ricardo Younge Guilherme Leal, no ColégioSanta Cruz. Entre apertos demãos e elogios mútuos, acerta-ram que, caso houvesse segundoturno,aprimeirareuniãodeestra-tégia seria na casa de... Gregori.

Barraco chiqueEnquanto duas “peruas” briga-vam por vaga de carro na frentede colégio eleitoral na Vila NovaConceição, um PM cochichoucom outro: “Adoro essas baixa-rias. Ô gente metida. Moramaqui ao lado e vêm de carro.”

E assim sendo, assistiu à cena serecusando a sair do lugar.

Boca de risos

O CQC divertiu as ruas. Ao serindagada por Ricardo Young sepoderia beijá-la, Monica Iozziatirou: “Para quem já foi beijadapelo Serra...”

E Danilo Gentili resolveu alfi-netar Marta: “Quer dizer queno Senado agora estarão a vo-vó, o vovô e o... ‘netinho’”?

Eleonora e Ivo Rosset – ela e ele, petistas desde a primeira eleiçãode Lula – foram às urnas no Colégio Madre Alix.

● Em teste