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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL TAINÃ BORGES DE SANTANA BOMFIM ELABORAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO UTILIZANDO A FERRAMENTA BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL FEIRA DE SANTANA-BA 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL

TAINÃ BORGES DE SANTANA BOMFIM

ELABORAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

UTILIZANDO A FERRAMENTA BALANCED SCORECARD EM

UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

FEIRA DE SANTANA-BA

2012

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II

TAINÃ BORGES DE SANTANA BOMFIM

ELABORAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

UTILIZANDO A FERRAMENTA BALANCED SCORECARD EM

UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana como requisito para a obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. MSc. Florentino Carvalho Pinto

FEIRA DE SANTANA-BA

2012

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III

TAINÃ BORGES DE SANTANA BOMFIM

ELABORAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

UTILIZANDO A FERRAMENTA BALANCED SCORECARD EM

UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL e aprovado em sua forma final pela banca examinadora na Universidade Estadual de Feira de Santana.

Feira de Santana, 16 de fevereiro de 2012.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

Prof. Msc. Luis Cláudio Alves Borja

Mestre pela Universidade Estadual de Feira de Santana – Co-orientador

_________________________________________________________

Prof. Msc. Cristóvão César Cordeiro

Mestre pela Universidade Federal Fluminense

_________________________________________________________

Eng. Esp. Ricardo Leite Santos

Especialista pela Escola Superior de Guerra

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IV

Dedico este trabalho aos

meus pais, pelo amor incondicional

a mim dedicado.

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V

“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.”

Fernando Pessoa

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VI

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e aos meus pais Ginaldo e Lia por

sempre acreditar em mim, conduzindo-me por caminhos corretos, permitindo

me tornar o homem que hoje sou. Sem vocês três tudo isso seria impossível.

Agradeço também a minhas irmãs Emanuele, Nauana e Lucilene por

entenderem minhas ausências e pelos cuidados atribuídos ao irmão caçula.

Agradeço de maneira geral a minha família espalhado por todo o Brasil que

torceram pela minha vitória e hoje se alegram por mais uma conquista.

Agradeço a flor mais bela de meu jardim, minha namorada Lorena, que

sonhou comigo durante toda esta jornada e hoje pode acrescentar em seu

mural de vitórias mais um prêmio, amo você. A minha sogra amiga Dona Graça

pelas conversas e conselhos e por torcer e orar muito por mim.

Aproveito também para agradecer ao professor Florentino Carvalho que

topou o desafio de me orientar em apenas um semestre e que sem me

conhecer acreditou que seria capaz de terminar este estudo, abrindo minha

mente para um mundo por mim ainda desconhecido.

Aos amigos de Ubatã, agradeço pelos fins de semana de alegria e risos

que sempre fortaleceram o meu retorno às atividades. Á ALTEC Engenharia

por acreditar e possibilitar a conclusão deste trabalho.

A família 2006.2 que foi fundamental durante este cinco anos de

faculdade. Vocês tornaram a longa jornada um tanto quanto prazerosa, através

de resenhas, viagens, provas e seminários. E de maneira especial agradeço a

dois irmãos que encontrei em Feira, meus colegas Tiago e Maílson, que nunca

me deixaram desistir, mesmo quando durante as madrugadas de estudo meu

sono era mais forte que eu, irmãos obrigado pela força.

Por fim agradeço a Universidade Estadual de Feira de Santana pelos

serviços a mim prestados. Sou grato também aos meus mestres, que com

certeza levarei pelo resto da vida e aos futuros colegas que me deram a

oportunidade de sentir ainda no estágio o que é a magnitude de ser

ENGENHEIRO.

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VII

RESUMO

BOMFIM, T. B. S Elaboração de um planejamento estratégico utilizando a ferramenta Balanced Scorecard em uma empresa de Construção Civil. Feira de Santana, 2012. 74p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Feira de Santana.

Este trabalho visa propor uma abordagem sobre uma moderna ferramenta de planejamento estratégico utilizada por grandes empresas ao redor do mundo, o Balanced Scorecard (BSC). Ela permite que as organizações alinhem sua missão, visão e estratégia à objetivos mensurados, através de indicadores que quantificam o desempenho atual da empresa. Além disso, o BSC, que se baseia em ativos tangíveis e intangíveis, também é capaz de traduzir e desdobrar as estratégias organizacionais em objetivos, medidas, metas e iniciativas. Nesta pesquisa objetiva-se elaborar um planejamento estratégico utilizando a ferramenta BSC para uma empresa de Construção Civil, a ALTEC Engenharia, através da metodologia de estudo de caso. Foi realizada uma entrevista com os diretores da empresa visando construir uma Matriz SWOT para que com estas informações seja possível elaborar um mapa estratégico. Nesta pesquisa os objetivos propostos foram alcançados com exceção da análise da possibilidade de aplicação da ferramenta em uma empresa de Construção Civil, devido ao curto tempo para avaliação de resultados.

Palavras-chave: Planejamento Estratégico, Balanced Scorecard (BSC),

Indicadores de desempenho.

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VIII

ABSTRACT

BOMFIM, T. B. S Development of a strategic planning tool using the Balanced Scorecard in a Construction Civil company. Feira de Santana, 2012. 74p. Completion of course work (graduate in Civil Engineering) - State University of Feira de Santana.

This work aims to propose an approach to a modern strategic planning

tool used by major companies around the world, the Balanced Scorecard (BSC). It allows organizations to align their mission, vision and strategy to the objectives measured by indicators that measure the current performance of the company. In addition, the BSC, which is based on tangible and intangible assets, is also able to translate and deploy organizational strategies into objectives, measures, targets and initiatives. This research aims to develop a strategic planning tool using the BSC for a company of Construction, the Engineering ALTEC through the case study methodology. Interviews were held with the directors of the company seeking to build a SWOT Matrix with this information so that you can develop a strategy map. In this study the objectives were achieved except for the analysis of the applicability of the tool in a civil construction company, due to the short time for evaluation of results.

Keywords: Strategic Planning, Balanced Scorecard (BSC), Performance

Indicators.

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IX

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Algumas modificações provocadas pelo planejamento ..................... 9

Figura 2 - Pirâmide de elaboração de estratégia ............................................. 16

Figura 3 - Níveis de decisão e tipos de planejamento ..................................... 19

Figura 4 - Desenvolvimento de planejamentos táticos .................................... 20

Figura 5 – Ciclo básico dos três tipos de planejamento .................................. 22

Figura 6 - Matriz SWOT de uma empresa de estacionamento ........................ 24

Figura 7 - Macro etapas do planejamento estratégico ..................................... 25

Figura 8 - Processo de elaboração, implementação e controle de estratégias 26

Figura 9 – Modelo de Ackoff ............................................................................ 28

Figura 10 - Etapas do planejamento estratégico de Fishman e Almeida ......... 30

Figura 11 - Etapas do modelo de planejamento, implementação e controle da

estratégia .................................................................................................. 32

Figura 12 - O BSC como tradutor da visão e da estratégia ............................. 36

Figura 13 - O Balanced Scorecard como estrutura para ação estratégica ....... 39

Figura 14 - Medidas essenciais na perspectiva dos clientes ............................ 43

Figura 15 - A perspectiva dos processos internos ........................................... 44

Figura 16 - A estrutura de medição do aprendizado e crescimento ................ 46

Figura 17 - As perspectivas numa relação de causa e efeito .......................... 47

Figura 18 - Modelo de Mapa estratégico ......................................................... 48

Figura 19 - Principais clientes da ALTEC Engenharia Ltda .............................. 51

Figura 20 – Mapa Estratégico para a ALTEC Engenharia Ltda ........................ 67

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X

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Níveis de Planejamento e Características (boff, 2003) .................. 21

Quadro 2 - Matriz SWOT da ALTEC Engenharia ............................................. 54

Quadro 3 - Análise para a perspectiva financeira ............................................. 58

Quadro 4 - Análise para a perspectiva de clientes ........................................... 60

Quadro 5 - Análise para a perspectiva dos processos internos ....................... 61

Quadro 6 - Análise para a perspectiva de aprendizagem e crescimento ......... 62

Quadro 7 - As relações de causa e efeito entre as quatro perspectivas .......... 64

Quadro 8 - As metas das perspectivas e suas referências .............................. 65

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XI

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1

1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 3

1.2 OBJETIVOS .......................................................................................... 4

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................. 4

1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................... 4

1.3 METODOLOGIA .................................................................................... 4

1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ......................................................... 5

2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ............................................................ 6

2.1 PLANEJAMENTO ................................................................................. 6

2.1.1 Princípios Gerais e específicos do Planejamento ........................... 7

2.2 ESTRATÉGIA...................................................................................... 11

2.2.1 Classificação das estratégias ....................................................... 14

2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ..................................................... 16

2.3.1 Conceitos de Planejamento Estratégico ....................................... 17

2.3.2 Tipos de planejamento ................................................................. 19

2.4 ANÁLISE SWOT ................................................................................. 22

2.5 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................. 24

2.5.1 Modelo de Oliveira ........................................................................ 26

2.5.2 Modelo de Ackoff .......................................................................... 27

2.5.3 Modelo de Fishman e Almeida ..................................................... 29

2.5.4 Metodologia de Certo & Peter....................................................... 31

3 O BALANCED SCORECARD ................................................................... 34

3.1 AS IDÉIAS E OS ARGUMENTOS NORTEADORES QUE DERAM

ORIGEM AO BSC ......................................................................................... 36

3.1.1 O BSC e suas relações com ações em curto prazo ..................... 38

3.2 MEDIDAS DE DESEMPENHO............................................................ 41

3.2.1 A Perspectiva Financeira .............................................................. 41

3.2.2 A Perspectiva dos Clientes ........................................................... 42

3.2.3 A Perspectiva dos Processos Internos ......................................... 43

3.2.4 A Perspectiva de Aprendizado e Crescimento.............................. 45

3.3 AS RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO .............................................. 46

3.4 MAPAS ESTRATÉGICOS ................................................................... 47

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XII

4 MÉTODOS DE PESQUISA ....................................................................... 49

4.1 COLETA DE DADOS .......................................................................... 49

5 A EMPRESA ............................................................................................. 51

5.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ..................................................... 52

5.2 MATRIZ SWOT ................................................................................... 54

5.2.1 Forças ........................................................................................... 55

5.2.2 Fraquezas ..................................................................................... 55

5.2.3 Oportunidades .............................................................................. 56

5.2.4 Ameaças ....................................................................................... 56

6 PROPOSTA DE BALANCED SCORECARD ............................................ 58

6.1 PERSPECTIVAS FINANCEIRAS ........................................................ 58

6.2 PERSPECTIVAS DE CLIENTES ........................................................ 59

6.3 PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS ............................... 61

6.4 PERSPECTIVA DE APRENDIZADO E CRESCIMENTO .................... 62

6.5 AS RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO .............................................. 63

6.6 MAPA ESTRATÉGICO ....................................................................... 64

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ............................................................... 69

7.1 CONCLUSÕES ................................................................................... 69

7.2 SUGESTÕES ...................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 71

ANEXO A...........................................................................................................74

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1 INTRODUÇÃO

A partir da década de 60, a indústria da construção civil adquiriu

considerável destaque no cenário nacional. Entretanto devido à grande instabilidade

política e desestabilização da economia, nos anos 80 e 90 este mesmo setor sofreu

um grande recesso tendo assim diminuído sua participação significativamente no

PIB brasileiro. Até a década de 80, constituía-se de um número de obras

representativo aliado a poucas exigências no tocante à qualidade. Isto porque, os

clientes não eram preparados para exigirem os seus direitos consumidores. A

principal preocupação do setor era os indicadores financeiros, isto é, aqueles que

refletiam o retorno sobre o capital investido.

Baseado apenas em indicadores financeiros, uma vez que todos os custos

eram repassados ao valor final dos produtos, nesta mesma década de 80, pouco

foram as tecnologias desenvolvidas no intuito de melhorar os processos construtivos

e muito menos discutidos novos métodos de gestão de maior eficiência. Ou seja,

havia pouca preocupação com os indicadores não-financeiros, como por exemplo,

os de racionalização dos serviços, produtividade e satisfação do cliente.

Segundo Kotler citado por Santana (2011), nos dias atuais, o setor da

indústria da construção civil vem experimentando mudanças a partir da modificação

do perfil dos seus clientes. Os clientes têm exigido produtos de qualidade, preço

competitivo e com prazos menores de entrega. A indústria da construção civil tem

tentado se adaptar a essas novas exigências de mercado, adotando técnicas de

gerenciamento e de produção já há algum tempo utilizadas por setores industriais

(automobilísticos, por exemplo), com o objetivo de otimizar seus processos e

produzir produtos melhores e mais baratos. Sendo assim, a possibilidade de

obtenção de lucros passa está condicionada à capacidade de redução de custos de

produção e melhoria contínua da qualidade do produto a ser entregue ao

consumidor.

Incentivados por uma economia estabilizada, facilidade de acesso ao crédito

imobiliário, redução de taxas de juros e aumento no tempo de financiamento, além

do déficit habitacional, várias empresas têm adotado posturas agressivas no

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2

mercado da construção civil acumulando um grande número de obras sem ter um

planejamento estratégico bem definido. A conseqüência de tais ações geralmente

proporciona o endividamento e posterior declaração de falência precoce.

Entendendo que as medidas financeiras não mais atendiam as

necessidades do novo mercado consumidor e que não mostravam a verdadeira

realidade de uma organização, Robert Kaplan e David Norton, ainda na década de

80 desenvolveram os conceitos do Balanced Scorecard (BSC), que além de atender

as perspectivas financeiras, as empresas tomariam suas decisões agora norteadas

por outras três perspectivas: dos clientes, dos processos internos e do aprendizado

e crescimento. Eles denominam estas outras três perspectivas de medidas não

financeiras que possibilitam de maneira integrada o alcance dos objetivos e metas

da empresa permitindo conseqüentemente seu desenvolvimento econômico.

Para Prado (2002), o Balanced Scorecard deve ser assumido como um

instrumento para mensuração de desempenho que indica a realidade da empresa,

mostrando onde se deve competir, que clientes devem ser conquistados, o que é

necessário fazer para gerar valor para os clientes e acionistas e acima de tudo como

se pode identificar e interagir para o crescimento e o aprendizado das pessoas que

compõem a organização.

A implementação de um Balanced Scorecard pode ser atribuída a qualquer

tipo de empresa e por todo o mundo tem alcançado resultados satisfatórios. Fato

este que fez a revista Harvard Business, uma das revistas mais conceituadas no

mundo dos negócios, declarar que o BSC era uma das descobertas mais

importantes no ramo dos negócios nos últimos 75 anos (KAPLAN e NORTON,1997).

De maneira geral a grande idéia do BSC é permitir que os empresários

visualizem os seus negócios de uma maneira mais ampla, entendendo que seus

resultados dependem de um emaranhado de fatores financeiros e não financeiros.

A empresa estudada no presente trabalho é a ALTEC Engenharia, uma

empresa de construção civil de pequeno porte que atua na cidade de Feira de

Santana, principalmente na área comercial e industrial desde 2004.

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3

1.1 JUSTIFICATIVA

O grande desenvolvimento da indústria construção civil nos últimos anos e

conseqüente aumento da competitividade, têm levado empresas do setor a

repensarem suas estratégias e buscarem incessantemente a redução de custos,

melhorias em qualidade e flexibilidade no atendimento das exigências dos clientes.

Para isso a utilização de ferramentas do planejamento estratégico torna-se

um diferencial capaz de levar as empresas a se tornarem competitivas a nível de

mercado e atraentes a visão do consumidor. O planejamento é importante para a

sobrevivência e o desenvolvimento de qualquer organização seja ela pública,

particular, grande, média, pequena e até microempresa (Vasconcellos; Machado,

1982).

Desenvolvido inicialmente com um propósito de resolver problemas de

avaliação de desempenho, o Balanced Scorecard mostrou-se eficiente também

como ferramenta gerencial e estratégica sendo utilizada em empresas das mais

diversas áreas. Para Sena citado por Marques (2005), o BSC também é visto como

um modelo de gestão, que auxilia as organizações a traduzir a estratégia em

objetivos operacionais, que direcionam o comportamento e o desempenho. Sendo

assim sua inserção como ferramenta de um planejamento estratégico para alinhar

as ações da empresa as suas estratégias podem trazer vantagens competitivas à

organização.

Nessa nova forma de gerenciamento, destaca-se como instrumento da maior

importância, a construção de uma estrutura de indicadores estratégicos que possua

abrangência e coerência compatível com a nova era do conhecimento, (VALERIANO

2003). Ele permite, sobretudo, considerar a importância crescente dos valores

intangíveis diante dos tradicionais valores físicos.

Demonstrar que a adequação dos conceitos teóricos de planejamento

estratégico aliado ao Balanced Scorecard pode ser utilizado em uma empresa de

construção civil, guiando suas ações à sombra de suas perspectivas, configura-se

como a principal justificativa deste trabalho.

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4

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Elaborar uma proposta de Balanced Scorecard para uma empresa de

Construção Civil.

1.2.2 Objetivos Específicos

Analisar a possibilidade da aplicação da ferramenta estratégica Balanced

Scorecard em uma empresa de Construção Civil.

Aplicar os conceitos de Planejamento Estratégico usando a matriz SWOT

aliado ao Balanced Scorecard.

Desenvolver um mapa estratégico para a empresa em estudo.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia inicial adotada para esse trabalho é a pesquisa bibliográfica

aliado ao estudo de caso. Segundo Gil (2008), a principal vantagem da pesquisa

bibliográfica é a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que

aquela que poderia pesquisar diretamente. O mesmo autor ainda define pesquisa

como o “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico”.

Nessa linha de trabalho, o tema foi desenvolvido a partir de materiais já

elaborados, como livros, artigos científicos, revistas, periódicos e a internet.

Posteriormente, embasado pelos conceitos teóricos, será realizado o estudo

de caso com o projeto de avaliação formativa, a qual, busca a realização de um

diagnóstico do sistema atual e sugestões para sua reformulação (ROESH, 1996).

Será realizada na empresa em estudo uma entrevista com seus diretores, para que

seja possível propor melhorias em termos estratégicos.

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5

A proposta metodológica deste trabalho é apresentar uma seqüência

ordenada para que se alcance o objetivo proposto na pesquisa.

1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro consiste em uma

introdução da monografia, na qual são apresentadas: a introdução do tema, a sua

justificativa, objetivos, metodologia e estrutura da monografia.

No segundo capítulo é realizado uma revisão dos conceitos de planejamento

estratégico, estratégia e planejamento, demonstrando quais os principais modelos

de planejamento estratégico na literatura.

No terceiro capítulo são apresentados os conceitos do Balanced Scorecard e

suas principais perspectivas. São demonstrados também como são estabelecidas as

relações de causa e feito que possibilitaram a construção de um mapa estratégico.

No quarto capítulo é apresentada a metodologia de pesquisa utilizada na

elaboração da monografia.

No quinto capítulo é feita uma apresentação da construtora ALTEC

levantando pontos importantes para a elaboração de uma matriz SWOT.

No sexto capítulo é idealizada uma proposta de Balanced Scorecard para

empresa com objetivos e medidas de desempenho nas quatro perspectivas além da

amostra de seu mapa estratégico.

No sétimo capítulo são feitas as considerações finais sobre o resultado do

trabalho realizado e algumas sugestões para o desenvolvimento de outros trabalhos

sobre o tema.

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6

2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Neste capítulo serão apresentados os conceitos de planejamento e

estratégia para a formação do planejamento estratégico.

2.1 PLANEJAMENTO

Nas últimas décadas o planejamento tem sido um dos temas mais discutidos

e propagados nas organizações, tornando-se necessário para a continuidade da

seqüência de trabalho da mesma. Com a grande diversificação do mercado cada

vez mais empresas vêm na formulação do planejamento à melhor maneira de

coordenar suas ações, manter sua posição em seu setor de atuação, crescer e

expandir seus negócios.

Para Stoner (1995) o planejamento possui dois aspectos básicos vitais para

qualquer organização, sendo estes a determinação dos objetivos da organização e a

escolha dos meios para alcançar esses objetivos. Na determinação dos objetivos é

importante definir o que a empresa pretende alcançar com o planejamento e na

escolha dos meios é definido de que maneira e o que será necessário para que os

objetivos sejam alcançados.

Oliveira (2001) ainda diz que o planejamento é um processo de pensamento

contínuo sobre o futuro, um processo que envolve um modo de pensar, que por sua

vez envolve indagações, que ocasionam questionamentos sobre o que fazer.

Em seu livro Planejamento Empresarial Ackoff (1979) resume seu

pensamento sobre planejamento da seguinte forma:

[...] planejamento é um processo que envolve tomada e avaliação de cada decisão de um conjunto de decisões inter-relacionadas, antes que seja necessário agir, numa situação na qual se acredita que, a menos que se faça alguma coisa, um estado futuro desejado não

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dever ocorrer e que, se tomar as atitudes apropriadas, pode-se aumentar as probabilidades de um resultado favorável, Ackoff (1979, p.3).

Planejamento é um processo que se destina a produzir um ou mais estados

futuros desejados e que não deverão ocorrer a menos que alguma coisa seja feita.

Kotler e Armstrong (apud Terence, 2002, p.10) defendem que o

planejamento proporciona muitos benefícios para as organizações, tais como:

Encorajá-las a pensar sistematicamente no futuro e a melhorar as interações

entre os seus executivos;

Obrigá-las a definir melhor seus objetivos e suas políticas;

Fazê-las obter e aplicar os recursos necessários ao alcance dos seus

objetivos;

Fazer com que os seus membros realizem as atividades consistentes em

relação aos objetivos e procedimentos escolhidos;

Proporcionar padrões de desempenho mais fácies de controlar;

Adotar ações corretivas caso o resultado de sua ação não seja satisfatório.

Em resumo planejar é o mesmo que desenvolver técnicas através das quais

serão possíveis atingir objetivos e alcançar metas organizacionais, instruindo ações

a serem realizadas, decisões antecipadas do que deve ser feito. O planejamento

também é capaz de preparar a empresa para as mudanças constantes do ambiente,

adequando-se para que os objetivos e metas estabelecida possam ser alcançadas.

2.1.1 Princípios Gerais e Específicos do Planejamento

Em seu livro Planejamento Estratégico Oliveira (2001) fala da importância do

respeito aos princípios do planejamento em uma empresa para que sua

operacionalização ocorra com sucesso. Esses princípios podem ser separados em

gerais e específicos.

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2.1.1.1 Princípios gerais do planejamento

Os executivos devem estar atentos para quatro princípios gerais, sendo eles:

a) O princípio da contribuição aos objetivos,

Neste princípio o planejamento deve sempre visar aos objetivos máximos da

empresa. No processo de planejamento devem-se hierarquizar os objetivos

estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a interligação

entre eles.

b) O princípio da precedência do planejamento

Corresponde a uma função administrativa que vem antes das outras

(organização, direção e controle). Na realidade é difícil separar e seqüenciar as

funções administrativas, mas pode-se considerar que, de maneira geral, o

planejamento “do que é e como vai ser feito” aparece na ponta do processo. Como

conseqüência, o planejamento assume uma situação de maior importância no

processo administrativo.

c) O princípio da maior penetração e abrangência

O planejamento pode provocar uma série de modificações nas

características e atividades da empresa (figura 1). As modificações provocadas nas

pessoas podem corresponder à necessidade de treinamento, substituição,

transferências, funções, avaliação; na tecnologia pode ser apresentada pela

evolução dos conhecimentos, pelas novas maneiras de fazer os trabalhos; e nos

sistemas podem ocorrer alterações nas responsabilidades estabelecidas nos níveis

de autoridade, descentralização, comunicações, procedimentos, instituições, etc.

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d) Princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade

O planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar as

deficiências. Através desses aspectos, o planejamento procura proporcionar a

empresa uma situação de eficiência, eficácia e efetividade.

Eficiência é:

- Fazer as coisas de maneira adequada;

- Resolver problemas;

- Salvaguardar os recursos aplicados;

- Cumprir o seu dever;

- Reduzir os custos.

Eficácia é:

- Fazer as coisas certas;

- Produzir alternativas criativas;

- Maximizar a utilização de recursos;

- Obter resultados;

- Aumentar o lucro.

Figura 1 - Algumas modificações provocadas pelo planejamento (Oliveira, 2001)

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Efetividade é:

- Manter-se no ambiente;

- Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo

(permanentemente).

A efetividade representa a capacidade da empresa em coordenar

constantemente, no tempo, esforços e energias, tendo em vista o alcance dos

resultados globais e a manutenção da empresa no ambiente. Portanto, para que a

empresa seja efetiva, é necessário que ela também seja eficiente e eficaz. É

importante salientar que a eficiência, eficácia e a efetividade são algumas das

principais medidas para avaliar uma boa administração, pois normalmente os

recursos com os quais o administrador trabalha são escassos e limitados.

A efetividade de uma empresa depende basicamente de dois aspectos:

- De sua capacidade de identificar as oportunidades e necessidades do

ambiente;

- E de sua flexibilidade e adaptabilidade, visando usufruir dessas

oportunidades e atender às necessidades identificadas no ambiente.

2.1.1.2 Princípios Específicos do Planejamento

Segundo Ackoff citado por Ferreira (2007) existem quatro princípios de

planejamentos que podem ser considerados como específicos:

Planejamento participativo: o principal benefício do planejamento não é o

seu produto, ou seja, o plano, mas o processo envolvido. Nesse sentido, o papel do

responsável em planejar não é simplesmente elaborá-lo, mas facilitar o processo de

sua elaboração pela própria empresa e deve ser realizado pelas áreas pertinentes

ao processo.

Planejamento coordenado: todos os aspectos envolvidos devem ser

projetados de forma que atuem interdependentemente, depois nenhuma parte ou

aspectos de uma empresa pode ser planejado eficientemente, se o for de maneira

independente de qualquer outra parte ou aspecto.

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Planejamento integrado: os vários escalões de uma empresa devem ter

seus planejamentos integrados. Nas empresas voltadas para ambiente, nas quais os

objetivos empresariais dominam os dos seus membros, geralmente os objetivos são

escolhidos de “cima para baixo” e os meios para atingi-los “de baixo para cima”,

sendo este fluxo usualmente invertido em uma empresa cuja função primária é servir

aos seus membros.

Planejamento permanente: essa condição é exigida pela própria

turbulência do ambiente, pois nenhum plano mantém seu valor com o tempo. È

necessário que o planejamento seja sempre revisto e adaptado a nova necessidade

do ambiente.

2.2 ESTRATÉGIA

A palavra estratégia deriva do grego strategos, que na Grécia antiga

significava aquilo que o general sabe fazer, seu uso data de 500 anos a.c e com o

tempo seu significado foi evoluindo passando a incluir habilidades gerenciais além

de militares.

Sun–tzu há 2500 anos escrevia um dos mais lidos livros até hoje em todo o

mundo, a Arte da Guerra, um conjunto de estratégias e táticas de lideranças que

permanecerão vivas e foram convertidas em ideais para sobrevivência no mercado

competitivo. Segundo alguns estudiosos, Napoleão Bonaparte, um dos maiores

estrategistas da história, baseou-se nas idéias de Sun-tzu para comandar suas

tropas ao quase domínio total da Europa durante o inicio do século XIX.

Os inimigos idealizados por Sun-Tzu passam a ser na “guerra empresarial” a

atual concorrência, e fazendo uma analogia de seus pensamentos, eles trazem em

essência a análise dos pontos fortes e fracos da organização, as dificuldades a

serem superadas e conhecimento do mercado através de pesquisas. Ele escreve

em seu livro: “se você se conhece e ao inimigo, não precisa temer o resultado de

uma centena de combates”, (SUN-TZU, 2002, p. 45)

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Ainda no contexto histórico, o pensamento estratégico na conjuntura política

e econômica ganhou força e cuidados especiais no final do século XVIII com a

Revolução Industrial. Neste período a administração passou por profundas

modificações fruto das transformações ocorridas nas indústrias que deixavam a

produção artesanal para entrar em um sistema de produção em grande escala. As

principais características deste período são o desenvolvimento das técnicas de

produção através de maquinários, utilização de energia na geração de força,

melhoria nos meios de comunicação e transporte, alto desenvolvimento tecnológico

e estabelecimento do capitalismo como sistema econômico de maior influência no

mundo.

Com a grande diversificação do mercado, cada vez mais empresas vêem na

formulação da estratégia a melhor maneira de coordenar suas ações, manter sua

posição em seu setor de atuação, crescer e expandir seus negócios.

A partir da revolução industrial, muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos

no intuito de desmistificar o conceito de estratégia que Mintzberg e Quin (2001)

definem da seguinte maneira:

É o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e seqüência de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências internas e relativas, mudanças antecipadas no ambiente e providências contingentes realizadas por oponentes

inteligentes (MINTZBERG e QUIN, 2001, p. 20).

Para Ansoff (1977) estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão

em condições de desconhecimento parcial. As decisões estratégicas dizem respeito

à relação entre a empresa e o seu ecossistema.

Estratégias são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição

defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e

assim obter um retorno maior sobre o investimento, (PORTER, 1999).

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Na visão de Oliveira (1997), as estratégias são meios de relacionar a

organização ao seu ambiente, que se apresenta em constante mutação, de modo a

alcançar a maximização de seus resultados.

Para Matos (1993), a estratégia de uma empresa se identifica com a própria

razão da existência da mesma; são os valores que representam a filosofia da

empresa, definem seus objetivos, transformam os mesmos em diretrizes.

Diante das diversas definições sobre o que é a estratégia, Mintzberg et. al.

(2000) fala que talvez não haja uma simples definição do que seria a estratégia, mas

existem algumas áreas gerais de concordância a respeito de sua natureza, que são

as seguintes:

Diz respeito tanto à organização quanto ao ambiente;

Afeta a organização como um todo;

Implica questões de conteúdo e de processo;

Existem em níveis diferentes da organização;

Envolvem vários aspectos conceituais e analíticos.

O mesmo autor ainda uniu as mais variadas definições sobre estratégia e as

agrupou da seguinte maneira:

Estratégia é planejamento - é o sinônimo mais comum, ao lado de direção,

guia, modo de ação futura, entre outros;

Estratégia é modelo - é um padrão que permite manter a coerência ao longo

do tempo;

Estratégia é posicionamento - é o lugar escolhido para determinados produtos

em determinados mercado;

Estratégia é perspectiva - é o meio fundamental para a execução de tarefas;

Estratégia é armadilha - é uma manobra específica, destinada a abalar um

concorrente.

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Para Sawyer (apud NEVES, 1999, p.21), “nos negócios, estratégia é a arte

ou ciência de usar recursos disponíveis e recém-criados com a máxima eficácia para

se moverem em direção aos objetivos do negócio”.

Segundo Porter (1999) a essência da formulação estratégica consiste em

enfrentar a competição. A estratégia configura-se assim como o principal meio de

sobrevivência em um mercado competitivo sendo determinante nos bons ou maus

desempenhos de uma empresa.

Diante das definições dadas pelos autores é possível afirmar que estratégia

seria um guia pelo qual se pode orientar o comportamento das empresas, no intuito

de que as mesmas alcancem seus objetivos pré-estabelecidos. Seria também um

mapa no qual se é dado às direções e posicionamento da empresa em seu

ambiente, seus recursos disponíveis e a melhor maneira de otimizá-los.

Na construção civil a elaboração de estratégias pode se tornar fundamental

na tomada de decisões. Em seu processo de criação a estratégia solicita da

empresa um estudo detalhado do ambiente ao seu redor, quais as oportunidades e

ameaças presentes, e isto pode auxiliar a uma organização do setor a determinar

em quais negócios investir, que tipo de cliente conquistar ou até mesmo quais

tecnologias a usar para se obter um melhor retorno financeiro.

2.2.1 Classificação das estratégias

Certo e Peter (1993) e Thompson Jr e Strickland III (2000) citado por

Terence (2002, p.15) dizem que as estratégias empresariais podem ser classificadas

em níveis mostradas nos parágrafos seguintes.

Estratégia Corporativa – definem-se estratégias corporativas como aquelas

voltadas para empresas diversificadas, possibilitando um maior desempenho nas

áreas em que a empresa se diversificou. São responsáveis pela orientação e

condução da corporação no ambiente global, econômico, social e político. A

realização desta forma de estratégia é de responsabilidade dos mais altos níveis de

administração em uma empresa.

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Estratégia Organizacional – a estratégia organizacional é a responsável

pela mobilização de recursos necessários para o cumprimento dos objetivos globais

da empresa em longo prazo. Para isso, nesse nível de estratégia é estabelecido o

grau de importância e prioridade dos diversos objetivos idealizados pela empresa.

Para Terence (2002) este processo inclui atividades de seleção e desenvolvimento

de estratégias gerais e, posteriormente, tomadas de decisões específicas a respeito

do papel das diversas linhas de negócios da organização e da quantidade de

recursos a serem alocados.

Estratégia de Negócios – é neste nível de estratégia que são tomadas as

decisões que nortearão os negócios (ou setores) que compõem a empresa sendo

que esta escolha deverá estar de acordo com a estratégia corporativa da

organização. “A estratégia de negócio tem como objetivo visar um desempenho bem

sucedido em uma linha de negócio específica, bem como formar e ou reforçar uma

posição competitiva de longo prazo, que produza uma vantagem competitiva para a

empresa”, Marques (2005, p.43).

Estratégias Funcionais - as Estratégias Funcionais estão diretamente

relacionadas às ações e planos gerenciais chaves dentro de departamentos ou

unidade de negócios das empresas. Cada departamento ou unidade de negócio

deverá ter uma estratégia funcional que conduzirá suas decisões de maneira

coerente a estratégia da empresa. Este nível coloca em prática as condições

funcionais exigidas pela estratégia corporativa constituindo-se, acima de tudo, como

técnicas competitivas que se tornarão diferenciais para a empresa. Para Stoner

(1995) as estratégias funcionais são mais detalhadas do que as estratégias

organizacionais, e têm horizontes de tempo mais curto. Seu objetivo é triplo:

comunicar metas de curto prazo, descrever as ações necessárias para alcançar

estas metas, e criar um ambiente estimulante para o alcance das mesmas.

Segundo Slack et. al. (1997) as estratégias funcionais devem ser coerentes

com a estratégia da empresa ou da unidade de negócios e devem dar suporte à

obtenção e manutenção da vantagem competitiva desejada, além de integrar e

planejar as interfaces existentes entre as varias áreas funcionais.

Estratégia Operacional – Para Johnson e Scholes (1999) apud Boaventura

e Fischmann (2003) a estratégia operacional está relacionada à forma pela qual os

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componentes da organização, em termos de recursos, processos, pessoal e

habilidades, efetivamente vão contribuir para direcionar a empresa para o caminho

das estratégias da unidade de negócios e corporativa. “As estratégias operacionais

estão relacionadas com iniciativas estratégicas e abordagens mais restritas ao

gerenciamento de unidades operacionais-chave para o tratamento de tarefas

operacionais diárias [...]” Terence (2002, p.17).

A seguir é demonstrada a ligação entre os níveis de estratégia e em que tipo

de planejamento elas devem estar inseridas, figura 2.

Figura 2 - Pirâmide de elaboração de estratégia (O autor)

O alinhamento destes níveis de estratégia permitirá o perfeito funcionamento

da organização na busca pelo cumprimento de seus objetivos e missão.

2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

As necessidades de curto, médio e longo prazo são fatores preponderantes

em todas as organizações empresariais na qual o atendimento das mesmas exige

medidas com diferentes características. Algumas dessas medidas podem ser

adotadas de maneira emergenciais enquanto outras demandam um longo tempo

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para serem adotadas, justificando assim a necessidade de se elaborar um

planejamento estratégico. É de suma importância analisar e identificar as

necessidades futuras para que medidas que requerem um maior tempo sejam

iniciadas com antecedência.

No Brasil já é comum ver algumas empresas discutirem as metodologias do

planejamento estratégico, entretanto, ainda existem muitas dúvidas sobre o que vem

a ser este planejamento e qual a melhor maneira de formulá-lo.

2.3.1 Conceitos de Planejamento Estratégico

Vista as definições de planejamento e estratégia veremos agora alguns

conceitos sobre o planejamento estratégico.

Para entender a melhor definição de planejamento estratégico Ducker (1977)

citado por Andreuzza (2008) define primeiramente o que não é planejamento

estratégico. De acordo com ele:

Planejamento estratégico não é uma caixa de mágicas nem um amontoado

de técnicas – quantificar não é planejar;

Não é previsão – ele se faz necessário por não se ter a capacidade de prever;

Não opera com decisões futuras. Ele opera com o que há de futuro nas

decisões presentes;

Ele não é uma tentativa de eliminar o risco. É fundamental que os riscos

assumidos sejam os riscos certos.

De acordo com Stoner (1995) planejamento estratégico é o processo através

do qual a empresa se mobiliza para atingir o sucesso e construir o seu futuro, por

meio de um comportamento proativo, considerando seu ambiente atual e futuro.

Esse modo leva a quem se envolve no processo pensar a melhor maneira de como

alcançar os objetivos, através de questionamentos tais como: porque, como, de que

maneira e quem.

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O planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que permite

estabelecer a direção a ser seguida pela organização, visando maior grau de

interação com o ambiente, KOTLER (1975). Seu objetivo desta forma é guiar os

caminhos a ser seguido pela empresa através de uma análise dos fatores que

possam influenciar em seu desenvolvimento e crescimento.

Para Tiffany e Peterson (1998), planejamento estratégico não é uma ciência

que mostra o certo e o errado em relação ao futuro, mas sim uma ferramenta à

organização, uma visão do futuro, aumentando a probabilidade da empresa

aproveitar as oportunidades e explorar suas potencialidades

O Planejamento estratégico é um meio amplo e sistemático de preparar

ações relativas à escolha de mercados e produtos adequados, tendo em vista uma

situação saudável, em longo prazo, para a empresa, Scramim e Batalha (1997)

citado por Terence (2002).

Segundo Oliveira (2001) toda empresa espera através do planejamento

conhecer e melhor utilizar seus pontos fortes, conhecer e eliminar ou adequar seus

pontos fracos, conhecer e usufruir as oportunidades externas, conhecer e evitar as

ameaças externas.

Vasconcellos Filho (1982) define os objetivos de um planejamento

estratégico como:

O planejamento estratégico se volta para o alcance de resultados, através de um processo contínuo e sistêmico de antecipar mudanças futuras, tirando vantagens de oportunidades que surgem, examinando os pontos fortes e fracos da organização (VASCONCELOS FILHO, 1982, p. 25).

Conhecer a empresa no processo de elaboração de um planejamento é o

primeiro passo para a determinação de uma estratégia eficaz, pois permite à

administração estabelecer quais os pontos críticos da empresa estabelecendo de

que maneira poderão sobressair seus pontos fortes e minimizar seus pontos fracos,

além da investigação de como será possível a conversão de ameaças externas em

vantagens competitivas.

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2.3.2 Tipos de planejamento

Oliveira (1991) alerta para a necessidade de que antes mesmo de conceituar

o planejamento estratégico é necessário lembrar que na consideração dos grandes

níveis hierárquicos, podem se distinguir três tipos de planejamento:

Planejamento estratégico;

Planejamento tático;

Planejamento operacional.

De maneira genérica relacionam-se os tipos de planejamento aos níveis de

decisão numa “pirâmide organizacional” (Figura 3).

Figura 3 - Níveis de decisão e tipos de planejamento (Adaptado de Oliveira, 1997)

De maneira sucinta, encontram-se abaixo as definições dos três principais

tipos de planejamento.

Planejamento Estratégico: Segundo Bateman (1998) o nível estratégico

compreende os altos executivos da organização, responsáveis pela definição dos

objetivos e planos da empresa, e tomados de decisões quanto às questões de longo

prazo da empresa, como: sua sobrevivência, crescimento e eficácia geral.

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Neste planejamento são determinadas as decisões que orientarão a

empresa na busca pelo cumprimento de metas, objetivos e competitividade, além de

ficar a cargo deste também, o planejamento e a análise do ambiente interno e

externo, gerenciamento e alocação de recursos e a visão de planejamento em longo

prazo. Apesar de envolver o mais alto escalão das organizações é necessário que

os outros níveis também participem permitindo assim a diminuição da resistência à

implantação do plano.

Planejamento Tático: “O planejamento, no nível tático, é utilizado para

traduzir os objetivos gerais e as estratégias da alta diretoria em objetivos e

atividades mais específicos”, (BATEMAN, 1998, p.30).

É voltado para uma determinada área de resultados, embasado nos

objetivos desenvolvidos no plano estratégico. O plano tático envolve os diversos

departamentos de uma empresa, cada um com suas peculiaridades, buscando

através de planejamento, a melhor maneira de contribuir para a realização da

estratégia da empresa, figura 4.

Planejamento Operacional: Bateman (1998) define o planejamento

operacional como um processo de menor amplitude, em que o foco é trabalhar junto

Figura 4 - Desenvolvimento de planejamentos táticos, (Oliveira, 1997)

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aos funcionários não administrativos, implementando os planos específicos definidos

no planejamento tático.

É voltado para o desenvolvimento dos planos de ações e operações

necessárias para cumprimento da estratégia. É um planejamento em curto prazo

que deve ser controlado com mais rigor através de planilhas e cronogramas com

detalhes sobre os prazos estabelecidos, os produtos ou resultados finais esperados,

os recursos necessários para o seu desenvolvimento e implantação. O quadro 1

apresenta os níveis de planejamento e suas características.

Quadro 1 - Níveis de planejamento e características (Boff, 2003)

Boff (2003) alerta a necessidade da integração entre os três níveis através

de um ciclo (Figura 5) para que se tenha uma reflexão das ações, ou seja, as

decisões do nível estratégico precisam da compreensão clara e planejamento coeso

dos níveis táticos e operacionais. No nível operacional são desenvolvidas as ações

que poderão determinar o sucesso ou fracasso do planejamento da organização,

logo todos os envolvidos nesse nível devem estar cientes do objetivo que se deseja

alcançar.

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Figura 5 – Ciclo básico dos três tipos de planejamento (Prevedello, 2006)

2.4 ANÁLISE SWOT

A análise SWOT é uma técnica que auxilia na elaboração de um

planejamento estratégico para uma organização. Desenvolvida por Andrews em

1971, é bastante utilizada para verificação do ambiente a qual está inserido uma

empresa, utilizando de quatro pontos importantes a ser analisado:

Forças (Strenghts) – pontos fortes da empresa que a diferencia das demais,

lhe atribuindo vantagens competitivas

Fraquezas (Weakenesses) – pontos fracos da empresa que a coloca em

posição de desvantagem no mercado.

Oportunidades (Opportunities) – situações externas e não controláveis pela

empresa que se visualizada adequadamente podem influenciar a empresa de

maneira positiva.

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Ameaças (Threats) – situações externas e não controláveis pela empresa

que quando não identificadas e controladas a tempo podem influenciar de

maneira negativa em seus resultados.

O principal objetivo da técnica SWOT é obter informação sobre o ambiente

interno e externo, os quais se encontram inseridas as organizações, e de posse

delas elaborar estratégias que visem manter pontos fortes, diminuir a intensidade de

pontos fracos, utilizando as oportunidades a seu favor e reduzindo os riscos de

ameaças.

Segundo Montana e Charnov (2005) essa abordagem utiliza a opinião dos

executivos da organização para avaliar os pontos importantes do planejamento.

Para tanto, são realizadas entrevistas com os executivos e as informações obtidas

são agrupadas em uma matriz. Assim, considerarão que esses executivos têm um

entendimento abrangente da organização no que se referem aos seus pontos fortes,

fraquezas, oportunidades e ameaças.

Os quatro pontos analisados são organizados em uma planilha divididos em

quatro áreas como mostrado na figura 6.

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2.5 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Muitos são os modelos de planejamento estratégicos elaborados pela

literatura fornecendo aos interessados no assunto um leque de vantagens a respeito

da utilização de cada um.

A utilização do modelo adequado varia de acordo com as necessidades de

cada organização e ao meio ao qual ela se encontra inserida, o que requer uma

avaliação prévia destas informações. Segundo Marques (2005) deverá ser feita uma

minuciosa leitura das causas e efeitos para que se possa tomar uma ação efetiva,

pois nenhum modelo estará pronto para enfrentar todos os fatores possíveis que

levarão as decisões.

Figura 6 - Matriz SWOT de uma empresa de estacionamento (Farias, 2005)

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Apesar da vasta literatura sobre modelos ideais de planos estratégicos é

consenso entre muitos estudiosos da área que todas possuem fatores, no processo

de formulação, em comum. Em quase todas estas metodologias é possível definir

quatro macro-etapas: a) o diagnóstico estratégico, no qual se avalia as

características da organização e sua inserção no ambiente; b) a elaboração onde

deve estar inseridos missão, metas, objetivos e estratégia da empresa com a visão

de onde se quer chegar; c) implementação do plano estratégico; d) controle dos

resultados, como mostra a figura 7.

Figura 7 - Macro etapas do Planejamento Estratégico (Marques, 2005)

Em cada modelo poderá ocorrer pequenas variações na seqüência destas

etapas ou surgir outros nomes que façam análises de um modo diferenciado,

entretanto, elas recairão basicamente dentro destas quatro macro-etapas. A seguir

serão apresentados em resumo alguns modelos de planejamentos estratégicos que

sofreram modificações ao longo do tempo para se adequar às necessidades do

ambiente.

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2.5.1 Modelo de Oliveira

Para Oliveira (1997) a metodologia do planejamento estratégico admite as

seguintes possibilidades:

Definir primeiramente “aonde a empresa quer chegar” para em seguida

estabelecer “como a empresa está” para alcançar a situação desejada;

Definir primeiramente ”como a empresa está” para depois estabelecer “aonde

a empresa quer chegar”;

Considerar simultaneamente a definição de “aonde se quer chegar” e de

“como chegar lá”.

Oliveira baseou seu modelo estratégico na segunda possibilidade referida

acima demonstrando a necessidade de estabelecer previamente um diagnóstico

estratégico, estabelecimento da missão da empresa, desenvolvimento de cenários

estratégicos e identificação de objetivos, antes mesmo da elaboração de qualquer

plano estratégico, uma vez que serão estas atividades que fornecerão a sustentação

do processo. Sendo assim no modelo de Oliveira são identificadas cinco fases como

mostrado na figura 8.

Figura 8 - Processo de elaboração, implementação e controle de estratégias (Oliveira, 1997)

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Neste modelo, Terence (2002) define o período de sustentação para o

delineamento das estratégias empresariais da seguinte maneira:

Diagnóstico estratégico: atividade que determina “como está” ou “onde se

está” e corresponde a duas análises que devem ser realizadas de maneira

integrada: interna e externa. A interna visa verificar os pontos fortes, fracos e

neutros da empresa; enquanto, na análise externa, verificam-se as ameaças

e oportunidades que estão no ambiente da empresa e as melhores maneiras

de evitar estas ou usufruir delas.

Missão da empresa: atividade que determina “aonde a empresa quer ir”.

Dentro da missão, o executivo deve estabelecer os propósitos das empresas

e a postura estratégica.

Cenários estratégicos: representam critérios e medidas para a preparação

do futuro da empresa, que possibilitem identificar o que está para acontecer

no ambiente empresarial e como a empresa será afetada por prováveis

alterações.

Identificação dos objetivos: representa um instrumento prescritivo do

processo de planejamento estratégico, que identifica o alvo ou a situação que

se pretende alcançar, ou seja, determina para onde a empresa deve dirigir

seus esforços.

2.5.2 Modelo de Ackoff

Ackoff (1979) em seu livro Estratégia Empresarial revela as partes

essenciais de um plano estratégico fazendo um seqüenciamento linear das etapas

como mostrado na figura 9 a seguir:

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Na determinação dos fins, primeira etapa no processo de Ackoff (1979), o

autor sugere uma projeção de cenários possíveis ao futuro da organização, suas

ameaças e oportunidades e de posse dessas informações estabelece objetivos e

metas para a empresa. Esta etapa é bastante similar a de Oliveira, entretanto,

difere-se no fato de não apresentar uma análise do ambiente interno da empresa

como avaliação de seus pontos fortes e fracos.

Para a segunda fase, determinações dos meios, são estabelecidas as

políticas e alternativas de ação que permitiram alcançar os objetivos e metas

idealizados ainda na primeira etapa. Sobre as políticas e alternativas, Ackoff (1979,

pg. 29) diz que “uma política adequada é uma regra que leve em consideração todas

as condições relevantes existentes no momento em que for necessário agir”.

Também são levantadas nesta etapa informações sobre os subsistemas

empresariais através de modelos de concorrência e do ambiente.

Na terceira etapa (determinação dos recursos necessários), discute-se o

levantamento de quantitativos de recursos (financeiros, instalações e equipamentos,

Figura 9 – Modelo de Ackoff (Marques, 2005)

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materiais, suprimentos, serviços e pessoal) necessários para implantar as

alternativas de ação e política que foram escolhidas. Além disto, é essencial planejar

como esses recursos devem ser gerados ou obtidos e como eles devem ser

alocados às atividades.

A etapa de implantação é caracterizada pela tomada de decisão. É nesta

etapa que serão determinadas os procedimentos para as tomadas de decisão e de

uma maneira para organizá-los para que os planos de ação possam ser executados.

De acordo com Ackoff (1979), a quinta e última etapa, a de controle, é a

responsável por determinar os procedimentos para antecipar ou detectar erros no

plano ou falhas na sua execução e para prevenir ou corrigir continuamente estes

erros e estas falhas. Para Marques (2005) será necessário para isto, estabelecer as

medidas de desempenho para as metas elaboradas; reunir informações do

desempenho real; comparar o desempenho real com o previsto; identificar as causas

do desempenho negativo e implantar as ações corretivas.

2.5.3 Modelo de Fishman e Almeida

Diferentemente dos outros modelos, Fishman e Almeida (1993) propõe uma

pré-avaliação da necessidade e possibilidade de se fazer um planejamento

estratégico na organização em estudo. Os autores definem sete etapas essenciais

para uma empresa que pretende iniciar um plano para tomada de decisões

estratégicas. Estas etapas são as seguintes:

Avaliação da Estratégia vigente/controle;

Análise do Ambiente;

Escolha do Perfil Estratégico;

Elaboração dos Objetivos;

Finalização;

Implantação;

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Controle.

Este modelo inicia com uma avaliação da estratégia vigente no intuito de

determinar qual o rumo que empresa vem tomando. Para Prevedello (2006) todo o

esforço investido até a implantação do planejamento estratégico não deve ser

desconsiderado naquelas empresas que o estiver implantado pela primeira vez.

Para as empresas que já possuem um planejamento estratégico, a última e

primeira etapa deve ser semelhante, contudo na primeira estar-se elaborando um

plano e na última, serão avaliados os acertos e erros das estratégias em direção aos

objetivos almejados, como mostrados na figura 10.

Figura 10 - Etapas do Planejamento Estratégico de Fishman e Almeida (Adaptado de Fishman e Almeida, 1993)

Para a etapa de análise do ambiente, os autores, assim como Oliveira,

propõem uma verificação dos pontos fortes e fracos da organização, oportunidades

e ameaças externas, atrelando-os a missão da empresa podendo assim gerar

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vantagem competitiva. A maneira como a empresa utilizará essas informações para

constituir sua estratégia determinará a etapa de perfil estratégico.

Na quarta etapa são estabelecidos os objetivos pretendidos pela empresa e

a viabilidade de alcançá-los, levando em consideração os recursos necessários para

tal.

Após se ter os objetivos estabelecidos finalizam-se as etapas de elaboração

e análise da estratégia conferindo se o resultado encontrado corresponde com a

missão e objetivos, senão deve-se repensar novamente a estratégia. Na etapa de

implementação são iniciadas as mobilizações para preparação da organização para

as mudanças necessárias à adequação do planejamento estratégico.

Por último e não menos importante a etapa de controle é designada com a

finalidade de garantir o funcionamento do planejamento, através do

acompanhamento das medidas adotadas pela estratégia verificando sua

compatibilidade com os objetivos e metas estabelecidos.

2.5.4 Metodologia de Certo & Peter

Certo & Peter (1993) defendem que a administração estratégica consiste em

uma série de etapas continuas e cíclicas, que tem por objetivo assegurar que a

organização como um todo se integre ao seu ambiente. As etapas que compõem o

planejamento estratégico no modelo dos autores são: planejamento (análise do

ambiente, estabelecimento da diretriz organizacional, formulação da estratégia),

implementação e controle estratégico que fica bem demonstrado na figura 11.

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Na fase de análise do ambiente serão realizados os estudos do ambiente

organizacional identificando os riscos e as oportunidades presentes e futuras, estes

fatores serão determinantes para o caminho a ser seguido de maneira que se torne

possível o alcance dos objetivos. Esta fase é subdividida em ambiente geral,

operacional e interno.

Na diretriz organizacional são realizadas reflexões sobre as possibilidades

de se estabelecer a missão da organização, seus objetivos e metas. O

estabelecimento da missão implica a sua definição, importância e informações

relevantes para elaborá-las.

Para a realização da formulação da estratégia será necessário estar de

posse das informações adquiridas na fase de análise do ambiente uma vez que

estas indicarão questões críticas a serem consideradas, além do levantamento de

pontos fortes e fracos, oportunidades e riscos que irão moldar a estratégia de

maneira que esta seja formulada de acordo a situação atual da empresa.

Certo & Peter (1993) afirmam que o sucesso da estratégia depende, em

grande parte, de sua implementação. Neste processo, da implementação os autores

determinam um modelo com cinco estágios:

1. Determinar quanto à organização terá de mudar a fim de implementar a

estratégia selecionada;

Figura 11 - Etapas do modelo de planejamento, implementação e controle da estratégia, Certo & Peter (1993)

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33

2. Analisar as estruturas formais e informais da organização, procurando

identificar: se a estrutura formal existente promoverá ou impedirá o sucesso

da implementação, quem são os responsáveis pelas tarefas de

implementação e como a estrutura informal pode facilitar o processo de

implementação;

3. Analisar a cultura da organização (conjunto de valores e crenças), pois esta

cultura influencia o comportamento das pessoas e, conseqüentemente, reflete

na motivação destas para conseguir ou ultrapassar os objetivos

organizacionais;

4. Selecionar uma abordagem apropriada para implementar a estratégia;

5. Implementar a estratégia e avaliar os resultados.

Por fim, o controle estratégico deverá tornar possível a realização da

execução da estratégia planejada, a partir da avaliação do desempenho

organizacional, comparação do resultado atual com os objetivos e tomadas de

atitudes corretivas.

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3 O BALANCED SCORECARD

Na década de 60 na França, algumas empresas do país utilizavam uma

ferramenta gerencial conhecida como Tableau de Bord, uma idéia similar ao

Balanced Scorecard. Tratava-se de uma tabela que incorporava diversos rateios

para o controle financeiro da empresa e, com o passar do tempo passou a

incorporar também indicadores não financeiros que permitiam controlar também os

diferentes tipos de negócios, Prado (2002).

Contudo, a idéia conceitual do Balanced Scorecard (BSC) começa a ser

desenvolvido em 1983 quando Kaplan percebe que havia um novo desafio para as

pesquisas na área de gestão empresarial, de maneira que as empresas norte-

americanas voltassem a ter a liderança em alguns setores. Este novo desafio seria

criar novas medidas de desempenho e também novos métodos de produção.

Em 1990, Robert Kaplan, professor da Universidade de Harvard e David

Norton, consultor da região de Boston, lideraram uma pesquisa com 12 empresas,

aplicando a estas, novas técnicas de medidas de desempenho. A justificativa para o

estudo foi de que as mudanças proporcionadas pelo mundo moderno não aceitavam

mais apenas a utilização de medidas financeiras, era necessário desenvolver novos

métodos.

Nos quatro anos que se sucederam a pesquisa, várias empresas passaram

a utilizar o BSC conquistando resultados notórios. Segundo Gusmão e Batista

(2008), conforme o Scorecard foi ganhando relevância em organizações ao redor do

mundo como ferramenta fundamental na implementação da estratégia, Kaplan e

Norton resumiram o conceito e a aprendizagem obtida até aquele momento em seu

livro “The Balanced Scorecard”, publicado em 1996.

Desde então o Balanced Scorecard tem sido um dos mais discutidos e

estudados métodos de gestão nos últimos anos. Este método teve uma maior

propagação no meio administrativo após o lançamento do artigo “The Balanced

Scorecard – Measures that drive performance” na conceituada revista Harvard

Bussiness de janeiro-feveiro de 1992. A mesma revista Harvard Business Review

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escolheu o BSC como umas das práticas de gestão mais importantes e

revolucionárias dos últimos 75 anos, Kaplan e Norton (2001).

O BSC surge inicialmente com um propósito de resolver problemas de

avaliação de desempenho, entretanto o método mostrou-se hábil tanto na avaliação

de desempenho como também na base para implementação de estratégias em

empresas dos mais diversos ramos, o que lhe permitiu transforma-se em uma

ferramenta gerencial e estratégica de sucesso.

Em 2001, pesquisas mostraram que aproximadamente 50% das empresas

da lista Fortune 1000 estavam utilizando o Balanced Scorecard nos Estados Unidos,

e na Europa entre 40 e 45%, (KAPLAN e NORTON, 2001). No mesmo ano de 2001

o primeiro Comitê Temático do PNQ, Prêmio Nacional de Qualidade, elegeu o

balanced scorecard como umas das ferramentas de gestão para a excelência

empresarial.

Segundo Sena apud Marques (2005), atualmente várias empresas,

brasileiras ou que atuam no Brasil, implantaram ou estão em fase de implementação

do BSC, como exemplo:

Companhia Suzano, Unibanco, Petrobrás, Alcoa, Grupo Gerdau, Hospital Albert Eistein. Oxiteno, Siemens, Rapidão Cometa, Hospital das Clínicas – SP, EMPBRAPA, EPSM, COPESUL, Hospital Samaritano, PETRPFLEX, Móbil, ABB, AT&T, Cigna, Eletrosul, Amanco, Alcoa, Aracruz, Chandon, Brasil Telecom, Camargo Corrêa, Cia. Suzano, CST, Holdercim, Gerdau, laboratório Chile, Mercedes Bens, Mi banco, Oxiteno, Opsa Finlay, entre outras, optaram pelo Balanced Scorecard, Sena apud Marques (2005, p. 71).

Entretanto a implantação das técnicas do BSC nestas empresas não se deu

de maneira simples, foram necessárias revisões estratégicas periódicas para se

alcançar os objetivos propostos.

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3.1 AS IDÉIAS E OS ARGUMENTOS NORTEADORES QUE DERAM ORIGEM AO

BSC

A necessidade de desenvolver capacidades competitivas de longo alcance

em um novo cenário mundial, que não mais era satisfeito com os tradicionais

modelos de contabilidade financeira, foi o principal motivo para a criação do BSC.

Apesar de preservar estas medidas, denominada por Kaplan como medidas

tangíveis, os autores observaram que estes não mais traduziam a realidade de uma

organização e limitavam-se a situação momentânea restringindo seu campo de

visão futura.

Kaplan e Norton (1997) afirmam que o BSC complementa as medidas

financeiras do desempenho passado com medidas dos vetores que impulsionam o

desempenho futuro. Os autores dizem ainda que os objetivos e medidas do

scorecard devam derivar da visão e estratégia da empresa focalizando o

desempenho organizacional sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos

processos internos e de aprendizado e crescimento. Essas quatro perspectivas

citadas por Kaplan e Norton formam a estrutura do Balanced Scorecard, como

mostrado na figura 12.

Figura 12 - O BSC como tradutor da visão e da estratégia (Kaplan e Norton, 1997)

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Esta forma de visão estratégica torna possível aos executivos mensurar se a

organização em estudo ou unidades de negócios geram valores para os clientes

atuais e futuros e de que maneira deverá melhorar sua capacidade interna e

investimento em pessoal, processos e técnicas para que possam desenvolver o

desempenho futuro.

Segundo Kaplan e Norton (2004) hoje em dia, em média, 75% do valor de

mercado das empresas resultam de ativos intangíveis que não são captados pelos

critérios de avaliação tradicional. Estes ativos intangíveis são classificados pelos

autores em três categorias, sendo eles:

Capital humano: habilidades, talento e conhecimento dos empregados.

Capital da informação: bancos de dados, sistemas de informação, redes e

infra-estrutura tecnológica;

Capital organizacional: cultura, liderança, alinhamento dos empregados,

trabalho em equipe e gestão do conhecimento.

Moura (2010) define esta metodologia de gestão que se sustenta sobre

ativos tangíveis e intangíveis dizendo que o estabelecimento destes indicadores de

desempenho é capaz de traduzir e desdobrar as estratégias organizacionais em

objetivos, medidas, metas e iniciativas. Sendo assim o Balanced Scorecard interage

de maneira direta sobre etapas iniciais comuns a grande maioria dos modelos de

planejamento estratégico descrito anteriormente.

Takashima (1997) diz que os objetivos e metas traçados no planejamento

estratégico devem ser medidos e acompanhados por um conjunto de indicadores.

Indicadores são essenciais ao planejamento e controle dos processos das

organizações, possibilitando o estabelecimento de metas e o seu desdobramento.

Kaplan e Norton (1997) afirmam que o BSC é um sistema de gestão

estratégica que utiliza de modo balanceado, indicadores financeiros e não-

financeiros. Além disso, ele estabelece as relações de causa e efeito entre esses

indicadores e as descreve em mapas estratégicos.

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Para Prado (2002), o BSC permite acompanhar e assegurar que os objetivos

da estratégia da empresa serão executados e alcançados, o autor o define da

seguinte maneira:

Balanced Scorecard é uma ferramenta de apoio para acompanhar e monitorar as evoluções das decisões da empresa, centrada em indicadores chaves. Cada pessoa na organização deve atender cada aspecto ligado a estratégia, para que o sucesso seja pleno, (PRADO 2002, pg. 15).

O BSC ressalta a importância de cada colaborador, inserido em uma

organização, em entender a importância de sua função para que o funcionamento de

seu setor de atuação esteja alinhado à estratégia. Isto tornará possível o

desenvolvimento de responsabilidade sobre suas ações uma vez que os mesmos

entenderão que seus atos poderão influenciar direta ou indiretamente sobre os

resultados da empresa.

3.1.1 O BSC e suas relações com ações em curto prazo

A utilização do BSC como um sistema de gestão estratégica tem sido

praticada por várias empresas no intuito de conduzir a estratégia em longo prazo.

Para Costa (2001) a ligação entre os objetivos estratégicos e as ações de curto

prazo se dará por meio de quatro processos que, geridos tanto separadamente

como em forma combinada, permitirão aos gestores identificar os indicadores

necessários para o estabelecimento daquela ligação. Esses processos gerenciais

segundo Kaplan e Norton (1997) são os seguintes:

Esclarecer a visão e a estratégia;

Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas;

Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas;

Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico.

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Na figura 13 abaixo são demonstradas às relações entre estes processos

gerenciais.

Figura 13 - O Balanced Scorecard como Estrutura para Ação Estratégica, (Kaplan e Norton, 1997)

3.1.1.1 Esclarecer a visão e a estratégia

Este primeiro processo “tem início com um trabalho de equipe da alta

organização para traduzir a estratégia de sua unidade de negócio em objetivos

estratégicos específicos”, Kaplan e Norton (1997, p.11).

Nem sempre a declaração da visão e estratégia são absorvidas e refletidas

em ações dentro da organização. Torna-se necessário então que estas declarações

sejam transformadas em um conjunto de objetivos e medidas elaboradas e sob

consenso de toda a organização da empresa, que seja capaz de proporcionar

melhores desempenhos em longo prazo.

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3.1.1.2 Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas

Este processo é fundamental na divulgação da estratégia na organização, e

quando bem realizada, envolve a empresa como um todo, fazendo com que os

departamentos que estão incluídos nelas tracem seus objetivos individuais baseados

na estratégia. “O BSC permite aos executivos verificar se a estratégia de longo

prazo foi bem entendida em todos os níveis da organização e se os objetivos

individuais e departamentais estão alinhados a elas”, Quintella (2004, p.32).

3.1.1.3 Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas

Segundo Costa (2001) é neste processo de planejamento que se dará a

integração dos planos financeiros com os corporativos. É necessário estabelecer

quais as mudanças necessárias para se obter a ligação entre as operações e as

finanças. Ele ainda afirma que os gerentes precisam integrar os processos de

planejamento e orçamento de forma que os orçamentos de curto prazo contemplem

medidas relacionadas às perspectivas de clientes, processos internos, e

aprendizado e crescimento, além das financeiras.

3.1.1.4 Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico

No processo de feedback e aprendizado estratégico é necessário a

reavaliação das novas ameaças e oportunidades de mercado para que seja

analisado se a estratégia outrora idealizada corresponde à nova realidade,

permitindo assim mudanças ou ajustes necessários. “O BSC permite que monitorem

e ajustem a implementação da estratégia e, se necessário, efetuem mudanças

fundamentais na própria estratégia em tempo real”, Kaplan (1997, p.17). Na

realidade, ainda que o BSC tenha sido formulado de maneira que demonstre

adequadamente a estratégia empresarial, seria necessária, ainda assim, uma

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reavaliação periódica para estabelecer os novos padrões emergentes e seus

respectivos indicadores de desempenho.

3.2 MEDIDAS DE DESEMPENHO

Kaplan e Norton dividiram o BSC em quatro perspectivas, abrangendo desta

maneira a visão que o executivo deveria ter sobre sua empresa, que não mais usaria

a análise financeira como a principal medida de desempenho. A seguir serão

apresentadas as quatro perspectivas apresentadas pelos autores.

3.2.1 A Perspectiva Financeira

Kaplan e Norton (1997) afirmam que os objetivos financeiros servem de foco

para os objetivos e medidas das outras perspectivas do scorecard. Todas as ações

e medidas estabelecidas pelas outras perspectivas têm como último objetivo a

melhoria do desempenho financeiro.

A perspectiva financeira possibilita a organização, analisar se a estratégia

utilizada está contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros. Segundo

Kaplan e Norton (1997) a perspectiva financeira do BSC utiliza os objetivos

financeiros tradicionais, tais como: lucratividade, retorno sobre ativos e aumento de

receita.

Para Kaplan e Norton citado por Moura (2010) o objetivo maior é sustentar o

valor para os acionistas. Assim, o componente financeiro da estratégia abrange as

dimensões tanto de longo prazo quanto de curto prazo. O equilíbrio simultâneo

destas forças estabelece estrutura para o restante do mapa estratégico.

Kaplan e Norton (2004) apresentam os principais indicadores para as

perspectivas financeiras:

Reduzir saídas de caixa;

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Eliminar defeitos, melhorar rendimentos;

Gerenciar a capacidade dos ativos existentes;

Efetuar investimentos incrementais para eliminar gargalos operacionais;

Novas fontes de receita (novos produtos, mercados, parceiros);

Melhorar rentabilidade dos clientes existentes.

3.2.2 A Perspectiva dos Clientes

O grande objetivo da perspectivas dos clientes é a criação de valor de

maneira íntegra, sustentável e diferenciada para os clientes, satisfazendo suas

necessidades e expectativas, o que implicará de forma direta numa maior

participação de mercado para as empresas que o adotam. Segundo Kaplan e Norton

(2004) esta perspectiva permite que as empresas alinhem suas medidas essenciais

de resultados relacionados aos clientes com segmentos específicos de clientes e

mercados.

Para Kaplan e Norton (1997) essas medidas essenciais são comuns a todos

os tipos de empresa e para que haja o máximo de impacto, as medidas devem ser

customizadas para grupos específicos de clientes com os quais as unidades de

negócios esperam obter seu maior crescimento e lucratividade. Para os autores este

grupo de medidas essenciais deve incluir indicadores de participação de mercado,

retenção de clientes, captação de clientes, satisfação de clientes e lucratividades de

clientes.

Essas medidas essenciais podem ser agrupadas em uma cadeia formal de

relações de causa e efeito como demonstrado na figura 14.

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3.2.3 A Perspectiva dos Processos Internos

Na perspectiva dos processos internos busca-se a satisfação principalmente

de clientes e acionistas, e para tal a empresa deverá levantar questionamentos

sobre os processos pelos quais ela deverá alcançar a excelência. Sendo assim as

medidas dos processos internos deverão estar voltadas para os processos que terão

maior impacto na satisfação dos clientes e no alcance dos objetivos financeiros da

empresa.

Segundo Kaplan e Norton (1997) para poder corresponder à expectativa de

clientes e acionista é necessário que os executivos da empresa identifiquem quais

são os processos mais críticos. Encontrado estes processos a organização deverá

Figura 14 - Medidas essenciais na perspectiva dos clientes (Kaplan e Norton, 1997)

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focar em aspectos de melhoria para que venham criar valor para os clientes e

produzir resultados financeiros.

Segundo Drury apud Marques (2005) três processos internos principais são

identificados por Kaplan e Norton:

Processo de inovação – os gestores investigam as necessidades do cliente

e depois criam produtos e ou serviços que correspondem a essas

necessidades. Como indicadores podemos ter: porcentagem de vendas de

novos produtos e tempo para desenvolver uma nova geração de produtos.

Processo operacional – inicia-se com a encomenda do cliente e termina

com a entrega do produto e ou serviço. O ponto fundamental deste processo

é que os produtos sejam entregues aos clientes de uma forma eficiente,

consistente. Muitas empresas complementam as medidas financeiras com

outro tipo de medidas: qualidade, confiança, entrega e outros aspectos que

criem valor para o cliente.

Processo de pós-venda – inclui os serviços de apoio ao cliente (garantia,

reparação), que contribuem para a satisfação dos clientes.

A figura 15 ilustra como ocorre a organização dos três principais processos

internos.

Figura 15 - A perspectiva dos processos internos (Kaplan e Norton, 1997)

Campos (1998) diz que cabe à diretoria da organização identificar quais os

processos críticos e vitais nos quais a empresa precisa se destacar para que os

objetivos dos acionistas, dos clientes e dos interessados sejam plenamente

atendidos.

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3.2.4 A Perspectiva de Aprendizado e Crescimento

Os principais objetivos da perspectiva do aprendizado e crescimento é

possibilitar que os planejamentos e metas traçadas nas três perspectivas anteriores

alcancem vetores de resultados excelentes. Estes estarão ligados à capacidade

organizacional das empresas em preparar o ambiente interno para o aprendizado e

crescimento e estes derivam, basicamente de três fontes: as pessoas, os sistemas,

e os procedimentos organizacionais.

Para Kaplan citado por Valeriano (2003) os objetivos traçados através do

Balanced Scorecard, em geral, acusam uma grande defasagem entre as

capacitações das pessoas, dos sistemas e dos procedimentos requeridos para

alcançar os objetivos, promovendo o desempenho. O autor ainda afirma que para

eliminar essa defasagem é necessário a capacitação dos funcionários, intensificação

da tecnologia e dos sistemas de informação e alinhar os procedimentos e rotinas

organizacionais.

Sobre as conseqüências em longo prazo do não aprimoramento das

capacidades organizacionais, funcionários e sistemas, Kaplan e Norton (1997)

relatam que estas não aparecerão em curto prazo, refletindo nas perspectivas

futuras de crescimento da empresa.

Nesta perspectiva as medidas essenciais que se relacionam ao funcionário

são a satisfação, a retenção e a produtividade como pode ser vistos na figura 16.

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Figura 16 - A estrutura de Medição do Aprendizado e crescimento, (Kaplan e Norton 1997)

É importante ressaltar que geralmente a satisfação dos funcionários é a

propiciadora das outras duas medidas: a retenção e a produtividade de funcionários.

3.3 AS RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO

Walton (1989) define efeito como uma situação, condição ou evento

desejável ou indesejável provocado por um sistema de causas. No BSC todos os

objetivos estratégicos traçados pelas quatro perspectivas devem estar integrados,

afetando de maneira direta um ao outro.

“Toda medida selecionada por um Balanced Scorecard deve ser um

elemento de uma cadeia de relações de causa e efeito que comunique o significado

da estratégia da unidade de negócios à empresa”, Kaplan (1997, p.156). Diante disto

se faz necessário justificar como ações tomadas nas perspectivas de aprendizado e

crescimento, por exemplo, impactarão no desenvolvimento dos processos internos,

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que por sua vez melhorarão as relações com os clientes gerando retornos

financeiros e satisfação dos acionistas da organização, figura 17.

Figura 17 - As perspectivas numa relação de causa e efeito (Ahlert e Filho, 2004)

3.4 MAPAS ESTRATÉGICOS

O Balanced Scorecard tem em sua metodologia a construção de mapas

estratégicos como ferramenta no auxílio da compreensão de como as relações de

causa e efeito, proporcionadas pelas medidas de desempenho, atuando na criação

de valor para empresa. Os mapas estratégicos são a representação visual da

estratégia, pois mostram de uma forma simples, como os objetivos, separados em

cada perspectiva do BSC, se relacionam para descrever a estratégia.

“O mapa estratégico do BSC fornece um modelo que mostra como a

estratégia liga os ativos intangíveis a processos que criam valor”, (KAPLAN E

NORTON 2004, p. 32). Ele também possibilita a visualização da lógica da estratégia

estabelecendo relações com os objetivos, além de apresentar todos os indicadores,

metas e os planos de ação que permitem o cumprimento dos objetivos.

Na figura 18 é apresentado um modelo de mapa estratégico demonstrando a

relação das quatro perspectivas com a estratégia no processo de criação de valor.

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Segundo Costa (2001), o mapa estratégico tem como finalidade decodificar

os complexos processos de escolha frente aos quais os gestores de todos os níveis

são expostos diariamente. Ainda segundo o autor, é mediante o mapa estratégico

que a alta administração monitora o cumprimento da estratégia.

Sendo assim a elaboração do mapa estratégico é fundamental para o

desenvolvimento e implementação da metodologia do BSC e permite aos executivos

uma melhor visualização da integração entre as perspectivas do BSC e de que

maneira suas ações irão contribuir para o alinhamento à estratégia além de permitir

a identificação de pontos a serem repensados para o cumprimento dos objetivos.

Figura 18 - Modelo de Mapa Estratégico (Kaplan e Norton, 2004)

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4 MÉTODOS DE PESQUISA

Neste capítulo são apresentados a estratégia geral e os procedimentos da

pesquisa utilizados no desenvolvimento desta monografia. São discutidos os

métodos, técnicas e ferramentas de coletas de dados, bem como os procedimentos

para o processamento e análise dos mesmos.

O método utilizado para este trabalho foi o estudo de caso, que para Godoy

(1995) têm como objetivo apontar ao exame detalhado de um ambiente, de um

sujeito ou de uma situação em particular.

O estudo de caso, de acordo com Yin (1981) citado em Roesch (1996), é uma

estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de

seu contexto. Difere dos estudos experimentais, como na pesquisa-ação, no sentido

de que estes deliberadamente separam o fenômeno em estudo de seu contexto.

Igualmente, estudos de caso diferem do método histórico, por se referirem ao

presente e não ao passado.

O tipo de pesquisa utilizada neste trabalho é a qualitativa na qual os

indivíduos entrevistados são estimulados a pensarem livremente sobre algum tema,

objeto ou conceito. “Elas fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivações

não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea”, (NEVES 1996, p.

1). O autor ainda afirma que neste tipo de pesquisa é necessário que o pesquisador

procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da

situação estudada e, a partir daí, situe sua interpretação dos fenômenos estudados

4.1 COLETA DE DADOS

Na visita realizada a ALTEC Engenharia foram realizadas entrevistas com

dois diretores da empresa abordando temas pertinentes ao funcionamento

estratégico e de planejamento da organização em estudo. Foram solicitadas

informações sobre como é realizado o planejamento estratégico da empresa

atualmente, quais são os objetivos, visão e a missão para posterior análise destes

dados.

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Os diretores entrevistados exercem funções de diretor financeiro e diretor de

planejamento e orçamento. A seguir será mostrado o perfil de cada um:

Cláudia Campos e Silva – Engenheira Civil com 17 anos de formação e

atuação no mercado, formada pela Universidade Estadual de Feira de

Santana (UEFS), possui pós-graduação em administração pública além de

bacharelado em direito. Atua na ÁLTEC como diretora de planejamento.

Florentino Pinto Carvalho – graduado em Economia pela Universidade

Federal da Bahia (UFBA) há mais de 35 anos; especialista em Engenharia da

Produção pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Mestrado em

administração de Empresas pela UFBA, possui 35 anos de atuação no

mercado. Atua na Áltec como diretor financeiro.

A entrevista ocorreu no mês de janeiro de 2012 e o encontro foi realizado na

sede da empresa em Feira de Santana. Inicialmente foram apresentados os

objetivos do estudo realizado e alguns conceitos sobre o tema a ser abordado,

fazendo com que os entrevistados se situem na discussão proposta.

Durante a entrevista, foi possível identificar pontos importantes sobre o

ambiente interno da organização, seu dia-a-dia e quais elementos e ferramentas

essenciais para a realização dos trabalhos. Foram solicitadas também informações

sobre como os entrevistados vêem o ambiente externo da organização, e de que

maneira ele influencia nas decisões da empresa.

Com as informações acima citadas foi elaborada a Matriz SWOT que

possibilitou a elaboração do planejamento estratégico utilizando a ferramenta

Balanced Scorecard.

Para facilitar a inclusão no trabalho das questões levantadas neste encontro,

o mesmo foi registrado em um celular com dispositivo de áudio para gravação, tudo

isto com autorização dos diretores. O roteiro utilizado para o estudo de caso é

apresentado no anexo A deste trabalho.

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5 A EMPRESA

A ALTEC Engenharia foi fundada em 2004, na cidade de Feira de Santana,

pela vontade de seu proprietário, o Sr. Gustavo Almeida de Góes, em oferecer um

serviço de qualidade, apoiado em um padrão profissional na área de Engenharia

Civil, abrangendo o seguimento industrial e comercial, dando todo o suporte técnico

ao cliente, com profissionais qualificados.

A empresa encontra-se próximo de duas das principais avenidas de Feira de

Santana, Maria Quitéria e João Durval. Seu endereço é Rua Carapebus, nº 96,

bairro São João.

Com oito anos de atuação no mercado, a empresa já conquistou clientes

importantes no setor tais como: Nestlé, Nordeste Alimentos e Bebidas Ltda.,

Cervejaria Kaiser Nordeste S.A., Belgo Bekaert Nordeste Ltda., Rigesa da Bahia

S.A., Norsa Ltda., Primo Schincariol do Nordeste S.A. Apesar de ter como sede a

cidade citada, a atuação da empresa não se restringe apenas a sua região,

desenvolvendo trabalhos por várias regiões da Bahia.

Figura 19 - Principais clientes da ALTEC Engenharia Ltda.

Fonte: http:// www.altecengenharia.com.br

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A empresa conta hoje com um quadro de noventa operários, sete

funcionários no escritório, cinco engenheiros, um supervisor e dois estagiários. Estes

atuam na execução, planejamento e orçamento de cinco obras

O cenário no qual a empresa encontra-se envolvida é totalmente propício ao

seu desenvolvimento. Com a economia estável e o consumismo atingindo bons

números, a necessidade de ampliações e reformas em obras industriais tem sido

freqüente, trazendo desta maneira um grande volume de serviço neste setor, o que

tem proporcionado a ALTEC Engenharia trabalhar em sua capacidade máxima de

operação.

Será apresentado a seguir como a empresa em estudo determina aspectos

do planejamento estratégico, sua missão, valores, visão e objetivos, além da análise

SWOT formada a partir da entrevista realizada.

5.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Na ALTEC Engenharia as decisões estratégicas são tomadas inicialmente

pelo diretor geral Gustavo Góes, que em contato com sua equipe técnica analisa a

viabilidade de suas disposições. São considerados aspectos do ambiente externo e

interno da empresa, e de posse destas informações, são realizadas as mobilizações

necessárias.

A empresa não possui um planejamento estratégico formal, entretanto todas

as ações são devidamente analisadas e estudadas, através de contato direto entre o

diretor geral e os outros dois diretores. Entretanto não existe documentos escritos ou

uma metodologia pré-determinada. Contudo ferramentas e softwares são utilizados

no intuito de manter o sistema de qualidade que garantiu a empresa o ISO 9001-

2008.

Durante a entrevista os principais fatores levantados como diferenciais

estratégicos pelos diretores foram os seguintes:

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Custo – apontado como um dos principais diferenciais estratégicos, pois

possibilita a empresa concorrer com valores de mercado ou abaixo, isso

devido a um orçamento e planejamento bem elaborado.

Segurança e credibilidade– a realização de negócio com a certeza de sua

execução visando sempre à qualidade, respaldada no nome do proprietário

da empresa.

Cumprimento de prazos e contratos – a ALTEC em seus contratos busca

sempre atender a necessidade de seu cliente em termos de prazo uma vez

que em obras deste tipo atrasos podem custar valores muito alto para os

contratantes.

A ALTEC Engenharia tem definido como missão “Contribuir para o

desenvolvimento social e econômico da região, executando obras civis com

qualidade, buscando excelência no cumprimento dos prazos, garantindo a satisfação

de nossos clientes e colaboradores, respeitando o compromisso com a sociedade e

o meio ambiente”.

A Visão da empresa é “Ser referência no mercado como uma empresa de

engenharia sólida e confiável”. Tanto a visão e a missão estão estampadas na

entrada da empresa para que seus funcionários entrem em contato com estes

princípios e trabalhem visando segui-los.

Por fim, a política de qualidade da empresa é a “Execução de obras com

qualidade, visando aumentar a satisfação dos clientes e funcionários, buscando a

melhoria continua dos seus processos, atendendo aos requisitos inerentes ao

negócio, garantindo o crescimento da empresa”.

A ALTEC assegura que essa política é compreendida, implementada e

mantida em todos os setores da organização, através de ações de sensibilização

que incluem, entre outras: a) melhoramento contínuo na execução de obras de

manutenção civil industrial, b) aprimoramento nas relações entre clientes e

fornecedores, pesquisa de satisfação e treinamento para o cumprimento de métodos

executivos e operacionais. A mesma política ainda garante à empresa, o selo de

qualidade ISO 9001-2000 e PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade na Habitação) Nível-A.

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5.2 MATRIZ SWOT

Foi elaborada uma matriz SWOT da ALTEC Engenharia demonstrando os

aspectos de fatores internos tais como forças e fraquezas e externos como

oportunidades e ameaças, como mostrada no Quadro 2.

Quadro 2 - Matriz SWOT da ALTEC Engenharia

MATRIZ SWOT DA ALTEC ENGENHARIA LTDA

FA

TO

RE

S IN

TE

RN

OS

FORÇAS FRAQUEZAS

Qualificação da empresa Rotatividade de funcionários

Preços praticados Formalização de procedimentos

Localização Baixo investimento em Marketing

Escolha do segmento de trabalho Profissionais qualificados na área

Pouco tempo planejando

FA

TO

RE

S E

XT

ER

NO

S

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Inserção na área imobiliária Mercado dependente da economia

Licitações de obras públicas Novos entrantes

Mudanças das políticas do governo

Queda na taxa de emprego

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5.2.1 Forças

A qualificação é um dos principais pontos fortes identificados na empresa,

pois por se tratar de obras com alto grau de especificidade, como é o caso de obras

industriais, faz-se necessário ter uma equipe altamente qualificada e com

experiência no ramo. Surgem também como força, os preços praticados, uma vez

que se busca constantemente a prática de preços de acordo com o mercado, com o

diferencial de qualidade garantido pela empresa.

Outro ponto levantado foi a localização da ALTEC, tida como estratégica, por

localizar-se na cidade de Feira de Santana, uma região de confluência de várias

outras regiões, além de estar inserida em um pólo industrial em franca expansão.

Por ser um pólo, a escolha do segmento também é considerada um ponto forte, pois

a procura de serviços e o número de licitações em aberto aumentam, o que

possibilita o fechamento de novos contratos pela empresa.

5.2.2 Fraquezas

Os problemas comuns com mão de obra na construção civil também foram

identificados na empresa. A rotatividade de funcionários, devido ao mercado

aquecido, e a falta de mão de obra qualificada foram identificadas como pontos

fracos na Matriz. A ausência de profissionais qualificados disponíveis no mercado

para a execução das diversas tarefas tem tido como conseqüência um aumento dos

preços, baixa qualidade dos serviços, atrasos e aumentos de custo operacionais.

Em termos estratégicos o baixo investimento em marketing faz com que a

marca da empresa não seja ainda muito reconhecida pela sociedade apesar da

empresa realizar obras em grandes indústrias. Um dos diretores observou ainda que

não havia uma padronização bem definida dos procedimentos internos, mas que já

estava em processo de desenvolvimento, entretanto este motivo poderia ainda ser

ressaltado como um dos pontos fracos.

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Por fim, como última fraqueza de relevância, foi lembrado o pouco tempo de

planejamento, às vezes imposto pelas necessidades dos clientes, oferecido a

empresa para posterior execução da obra. Isso pode implicar nos resultados de

qualidade e prazo, que quando não garantidos podem denegrir a imagem da

organização no mercado.

5.2.3 Oportunidades

A principal oportunidade observada pela ALTEC é a inserção no mercado

imobiliário, visto que a facilidade de crédito aliada à política do governo de

investimento em moradia torna este nicho mercadológico super-atrativo para novos

investimentos. Esta oportunidade também é vista como a principal meta para 2012

da empresa em questão adicionando mais um tipo de serviço aos clientes de Feira

de Santana.

Como oportunidade também foi citada a entrada em concorrências públicas

do governo, visando aumentar o campo de atuação da empresa, aproveitando o

bom momento de investimento em obras principalmente de infra-estrutura e

saneamento.

5.2.4 Ameaças

Para a ALTEC Engenharia mudanças na política governamental é uma

grande ameaça as metas de 2012, pois a redução dos investimentos do estado em

moradia e infra-estrutura exigiria uma elaboração de uma nova estratégia e

influenciaria diretamente no faturamento da empresa. Outra ameaça eminente é a

dependência da economia uma vez que a mesma quando aquecida mantém em alto

nível o padrão de consumo exigindo a construção ou reforma de novas indústrias.

A queda nas taxas de emprego preocupa também pelo mesmo motivo da

economia, pois quando se tem menos empregos, conseqüentemente há menor

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consumo e as indústrias reduzem sua produção, o que diminui o lucro e

investimento em infra-estrutura industrial.

Tem-se a ameaça de novos entrantes que aproveitam do bom momento da

economia e das políticas de incentivo do governo para lançar-se no mercado da

construção civil, o que aumenta a concorrência exigindo uma diminuição nos preços

e a criação de diferenciais estratégicos.

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6 PROPOSTA DE BALANCED SCORECARD

Será apresentada neste capítulo uma proposta de um BSC para a ALTEC

Engenharia baseada nas necessidades da empresa levantadas durante o estudo de

caso. Para as quatro perspectivas foram elaboradas objetivos, metas e indicadores.

Apresentar-se-ão também as relações de causa e efeito seguido do mapa

estratégico.

6.1 PERSPECTIVAS FINANCEIRAS

Como dito anteriormente a ALTEC pretende em 2012 lançar-se no mercado

de incorporação, o que exigirá uma grande reestruturação na empresa tanto de

pessoal como material. Apesar de promissor este mercado encontra-se com forte

concorrência e as perspectivas financeiras serão diretamente influenciadas .

A seguir, no quadro 3, serão apresentados os objetivos, metas e indicadores

para esta perspectiva.

Quadro 3 - Análise para a perspectiva financeira

PERSPECTIVA OBJETIVOS METAS INDICADORES

FINANCEIRA

F1 - AUMENTAR O FATURAMENTO

TRIPLICAR O FATURAMENTO % DE FATURAMENTO POR

ANO

F2 - AUMENTAR O N° DE SERVIÇOS

ENTRAR NO MERCADO DE INCORPORAÇÃO EM 2012

ACEITAÇÃO DO MERCADO A UM NOVO PRODUTO

OFERECIDO

F3 - MELHORAR O CAPITAL DE GIRO

RETER LUCROS E AUMENTAR PODER DE

COMPRA

% DE CAPITAL NA EMPRESA

Os objetivos financeiros propostos foram idealizados a partir da Matriz

SWOT e dos objetivos declarados em entrevista, a seguir serão descritos cada um:

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Aumentar o faturamento – o aumento do faturamento é importante na

consolidação da empresa como líder de mercado mantendo o seu projeto de

expansão.

Aumentar o número de serviços – com a entrada da empresa no ramo

imobiliário como incorporadora, a variedade de serviços oferecidos será um

diferencial estratégico que propiciará retorno financeiro quando aliado aos

serviços já oferecidos.

Melhorar o capital de giro – a melhora do capital de giro permitirá a empresa

melhorar seu poder de compra, ter poder de barganha sobre seus

fornecedores, conquistar melhores prazos e conseqüentemente reduzir

custos com insumos aumentando o lucro.

6.2 PERSPECTIVAS DE CLIENTES

O principal objetivo nesta perspectiva é desenvolver valores e técnicas que

demonstrem ao cliente que o produto oferecido poderá satisfazer suas necessidades

e superar suas expectativas. A empresa busca captar novos clientes, reter os

existentes, tornando-os fiéis, alcançando desta forma a lucratividade.

No caso da ALTEC a inserção em um novo mercado exigirá principalmente a

captação de novos clientes uma vez que até então a empresa só desenvolvia

trabalhos no setor industrial. A seguir, no quadro 4, são apresentados os objetivos,

metas e indicadores para esta perspectiva:

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Quadro 4 - Análise para a perspectiva de clientes

PERSPECTIVA OBJETIVOS METAS INDICADORES

CLIENTES

C1 - AUMENTAR NÍVEL DE SATISFAÇÃO

REDUZIR PRAZOS INDÍCE DE SATISFAÇÃO

PÓS ENTREGA

C2 - CADASTRO DE CLIENTES EM

POTENCIAL E ANTIGO

DEMONSTRAR AOS CLIENTES VANTAGENS DA

EMPRESA

% DE AUMENTO DE CONTRATOS/ANO

C3 - PROGRAMA DE MARKETING

CAPTAR NOVOS CLIENTES CUSTO EM

MARKETING/MÊS

C4 - FIDELIDADE DE CLIENTES

MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE

QUALIDADE PERMANENTE

% DE CLIENTES QUE VOLTAM A FAZER

NEGÓCIO

Serão descritos a seguir os objetivos de clientes para a ALTEC engenharia:

Aumentar nível de satisfação do cliente – o nível de satisfação dos clientes

é fundamental para a propagação de uma boa imagem da empresa

aumentando a perspectiva de novos contratos. Para isso a redução de prazos

e entrega do produto com qualidade, além de um serviço de pós-entrega é

essencial para manutenção dos clientes.

Cadastro de clientes em potencial e antigo – é importante possuir um

cadastro sobre seus clientes em potencial para que possam ser

desenvolvidas estratégias que levem até os mesmos, além de conhecimentos

sobre os benefícios em fazer negócio com a empresa. é necessário também

manter contato com clientes antigos realizando feedback sobre o serviço

prestado.

Programa de Marketing – investimentos em programas de marketing são

decisivos na captação de novos clientes, bem como é imprescindível para a

manutenção e o crescimento da empresa no mercado.

Fidelidade dos clientes – além da captação de novos clientes é necessária

também a retenção dos mesmos. No caso da ALTEC seus diretores insistem

na elaboração de um modelo de qualidade permanente para que sejam

superadas as expectativas de seus clientes, propiciando a experiência de

uma “compra perfeita”.

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6.3 PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS

A perspectiva dos processos internos é a responsável por indicar

procedimentos ou processos pelos quais a empresa deverá obter excelência para

conquistar a satisfação de seus clientes e acionista, ocasionando a captação e

retenção de clientes, tendo como principal reflexo a geração de lucros. A seguir, no

quadro 5, são apresentados os objetivos, metas e indicadores para esta perspectiva:

Quadro 5 - Análise para a perspectiva dos processos internos

PERSPECTIVA OBJETIVOS METAS INDICADORES

PROCESSOS INTERNOS

P1 - AUMENTAR EFICIÊNCIA NOS

PROJETOS

DIMINUIR TEMPO DE EXECUÇÃO DE PROJETOS

TOTAL DE PROJETOS CONCLUÍDOS NO PRAZO

P2 - MELHORIA DO SISTEMA DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

INTERLIGAR TODAS AS NECESSIDADES DA OBRA

AO ESCRITÓRIO

TEMPO DE PROCESSO ENTRE SOLICITAÇÃO E

COMPRAS

P3 - PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS

AUMENTAR A PRODUTIVIDADE

TABELA DE INDÍCES

Serão descritos a seguir os objetivos dos processos internos para a empresa

em estudo:

Aumentar eficiência dos projetos – apesar da grande pressão de

cumprimento dos prazos, planejar ainda é a melhor alternativa. Para diminuir

o tempo de execução de uma obra e obter clientes satisfeitos, tem-se que

determinar seus passos antes de iniciá-la, analisando quais pontos deveria

ser atacado primeiramente e prevendo as restrições que necessitarão ser

retiradas.

Melhoria do sistema de tecnologia da informação – apesar de já ter um

sistema de tecnologia de informação, a melhoria deste foi uma proposta

pensada pelos entrevistados. Facilitar a troca de informações entre obra e

escritório é importante para diminuir o tempo entre solicitações e compras, o

que permite a diminuição de estoques aumentando assim o capital de giro da

empresa.

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Padronização de processos – a padronização de processos permite ao

processo de execução o ganho de produtividade, uma vez que a repetição

diminui a quantidade das atividades que não agregam valor. Esta

padronização também é importante para redução de custos com treinamento

já que com processos padrões cada funcionário vai estará treinado e poderá

facilmente repassar os conhecimentos para um recém-chegado.

6.4 PERSPECTIVA DE APRENDIZADO E CRESCIMENTO

A perspectiva de aprendizado e crescimento tem como principal objetivo dar

sustentação às metas traçadas para as outras três perspectivas alcançarem vetores

de resultados excelentes. Para o alcance desta excelência, necessitam-se da

capacitação dos funcionários, intensificação da tecnologia e dos sistemas de

informação e alinhar os procedimentos e rotinas organizacionais. A seguir, no

quadro 6, são apresentados os objetivos, metas e indicadores para esta perspectiva:

Quadro 6 - Análise para a perspectiva de aprendizagem e crescimento

PERSPECTIVA OBJETIVOS METAS INDICADORES

APRENDIZADO E CRESCIMENTO

A1 - TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS

AUMENTO DO N° DE TREINAMENTOS

TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS POR ANO

A2 - MELHORAR A PERSPECTIVA DO

EMPREGADO

AUMENTAR O NÍVEL DE MOTIVAÇÃO DA EQUIPE

N° DE FUNCIONÁRIOS QUE SUBIRAM DE CARGO/ANO

A3 - AUMENTAR SATISFAÇÃO DOS

FUNCIONÁRIOS DIMINUIR ROTATIVIDAE PESQUISA DE SATISFAÇÃO

Serão descritos a seguir os objetivos de aprendizado e crescimento para a

ALTEC Engenharia:

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Treinamento de funcionários – funcionários bem treinados são essenciais

ao desenvolvimento sólido da empresa. Serão eles que determinarão o

sucesso traçado pelo BSC sob a ótica das outras três perspectivas.

Melhorar a perspectiva dos funcionários – na empresa em estudo ficou

bem claro que não existe um padrão bem definido de avanço profissional. O

conhecimento por parte dos funcionários de uma possível ascensão de cargo

pode mantê-los motivados buscando sempre melhorar.

Aumentar satisfação dos funcionários – funcionários satisfeitos resultam

em um melhor desempenho dentro do ambiente de trabalho, elevando os

níveis e produtividade. Uma equipe motivada será a base para o aumento dos

faturamentos da empresa.

6.5 AS RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO

No BSC a influência de ações em uma perspectiva deverá influenciar de

maneira direta os objetivos de outras perspectivas, numa relação denominada por

Kaplan e Norton (1997) de relações de causa e efeito. Baseado em modelos

utilizados pelos autores acima citado em seu livro “A Estratégia em Ação” será

apresentado o quadro de ralações de causa e efeito da ALTEC Engenharia com

base nos objetivos propostas anteriormente pelas perspectivas.

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Quadro 7 - As relações de causa e efeito entre as quatro perspectivas

PERSPECTIVA OBJETIVOS INFLUÊNCIA DE

FINANCEIRA

F1 - AUMENTAR O FATURAMENTO F2, C3, P1

F2 - AUMENTAR O N° DE SERVIÇOS C1, C4, A1

F3 - MELHORAR O CAPITAL DE GIRO P2, P3

CLIENTES

C1 - AUMENTAR NÍVEL DE SATISFAÇÃO P1, A1, A3

C2 - CADASTRO DE CLIENTE EM POTENCIAL E ANTIGO

C3, C4

C3 - PROGRAMA DE MARKETING F2

C4 - FIDELIDADE DE CLIENTES C1, P1

PROCESSOS INTERNOS

P1 - AUMENTAR EFICIÊNCIA NOS PROJETOS A1, A2, A3

P2 - MELHORIA DO SISTEMA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A1, A2

P3 - PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS A1, A3

As referências de cada meta são demonstradas no Quadro 8 a seguir:

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Quadro 8 - As metas das perspectivas e suas referências

METAS REFERÊNCIA

AUMENTAR O FATURAMENTO F1

AUMENTAR O N° DE SERVIÇOS F2

MELHORAR O CAPITAL DE GIRO F3

AUMENTAR NÍVEL DE SATISFAÇÃO C1

CADASTRO DE CLIENTES EM POTENCIAL E ANTIGO C2

PROGRAMA DE MARKETING C3

FIDELIDADE DE CLIENTES C4

AUMENTAR EFICIÊNCIA NOS PROJETOS P1

MELHORIA DO SISTEMA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

P2

PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS P3

TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS A1

MELHORAR A PERSPECTIVA DO EMPREGADO A2

AUMENTAR SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS A3

6.6 MAPA ESTRATÉGICO

O mapa estratégico é uma ferramenta que demonstra de maneira ilustrada

um modelo estratégico para uma organização. Ele permite também a visualização

das relações de causa e efeito entre os objetivos das quatro perspectivas.

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Kaplan e Norton (2004) explicam que o mapa estratégico acrescenta uma

segunda camada de detalhes ao Balanced Scorecard, ilustrando a dinâmica

temporal da estratégia. É adicionado um nível de detalhe que melhora a clareza e o

foco, ao mesmo tempo em que o Balanced Scorecard traduz os objetivos do mapa

estratégico em indicadores e metas.

Baseado nas técnicas e modelos apresentados por Kaplan e Norton (2004)

em seu livro “Mapas Estratégicos” foi elaborado um mapa estratégico para empresa

em estudo, interligando os objetivos da empresa através de suas perspectivas,

evidenciando as relações de causa e efeito, como mostrado na figura 20.

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Figura 20 – Mapa Estratégico para a ALTEC Engenharia

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Exemplificando como ocorrem as relações de causa e efeito demonstrado no

mapa, tomaremos inicialmente o objetivo de aumentar a eficiência de projeto.

Quando realizado, este objetivo influenciará no aumento de faturamento da

empresa, além de aumentar também o nível de satisfação dos clientes e sua

fidelidade. Entretanto para que tenhamos eficiência nos projetos é necessário

treinamento de funcionários, melhoria na perspectiva dos empregados e aumento na

satisfação dos funcionários.

Na perspectiva de clientes usaremos como exemplo o aumento do nível de

satisfação que será conseqüência da entrega de obras no prazo previsto, através da

eficiência nos projetos, de funcionários bem treinados e satisfeitos.

Para perspectiva financeira, o aumento do faturamento depende de um

maior investimento em programas de marketing, que dará maior visibilidade a

empresa e seu tipo de negócio, podendo atrair novos clientes. Este aumento

também será conseqüência da eficiência nos projetos uma vez que ocorrerá redução

de custos com desperdício e retrabalho com um planejamento antecipado das ações

a serem tomadas. E por fim a geração de novos negócios, se bem sucedida,

acrescentará um faturamento a mais no já previsto com as obras industriais.

O mapa estratégico é uma ferramenta dinâmica que exige revisão periódica,

uma vez que esta deve se adequar aos novos desafios do mercado. Simplesmente

estabelecer o mapa estratégico de uma empresa não garantirá o sucesso de suas

estratégias. É fundamental acompanhá-las analisando seus indicadores, sugerindo

possíveis mudanças ao longo de sua implantação.

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7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

7.1 CONCLUSÕES

Como foi definido inicialmente, o objetivo principal deste estudo foi elaborar

uma proposta de Balanced Scorecard para uma empresa de construção civil,

utilizando uma Matriz SWOT formada através de entrevista na empresa.

O estudo de caso realizado mostrou-se uma boa ferramenta para

levantamento dos pontos importantes da empresa, pois permitiu ao autor organizar

as idéias apresentada pelos entrevistados e sugerir melhorias visando à metodologia

do Balanced Scorecard.

A dificuldade de acesso ao proprietário da empresa, devido à sua ocupação,

não permitiu uma maior discussão sobre possíveis medidas estratégicas, que para o

mesmo, deveriam estar presentes no desenvolvimento tanto da Matriz SWOT como

do Balanced Scorecard. Essa limitação influência de maneira direta a conclusão do

trabalho, pois na empresa em estudo o principal responsável pelas decisões

estratégicas é o seu proprietário.

A elaboração deste trabalho permitiu ao autor aprofundar seus

conhecimentos sobre planejamento estratégico e o Balanced Scorecard, o que lhe

atribui uma nova visão sobre as relações empresa-cliente e empresa-funcionário.

Por fim é possível concluir que os objetivos iniciais propostos foram

alcançados, com exceção para a análise da possibilidade da aplicação da

ferramenta BSC em uma empresa de Construção Civil devido ao curto tempo de

período da pesquisa.

7.2 SUGESTÕES

Para futuros trabalhos seria interessante o acompanhamento da implantação

do BSC em uma empresa de Construção Civil fazendo um estudo comparativo de

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antes e após a utilização da ferramenta estratégica, de aspectos como: faturamento,

visão do cliente sobre a empresa, visão do funcionário e melhoria de processos.

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REFERÊNCIAS

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Científicos, 1979.

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ANEXO A – ROTEIRO PARA A ENTREVISTA REALIZADA NA ALTEC

ENGENHARIA

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ESTUDO DE CASO

Estudo de caso elaborado na empresa ALTEC engenharia.

1° Momento

Explanação sobre as principais idéias de planejamento estratégico e da

ferramenta Balanced Scorecard.

2º Momento

Discussão e coleta de dados sobre a organização e seus integrantes.

3° Momento

Entrevista com os diretores da empresa sendo levantados durante este

momento questionamentos tais quais:

Como é realizado o planejamento estratégico da empresa atualmente.

Quais são os objetivos?

Qual a visão e a missão da empresa?

Como são feitas as tomadas de decisões?

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A empresa possui um planejamento formal?

Quais os diferenciais estratégicos da empresa?

4° Momento

Nesta etapa do encontro serão levantados dados para construção de uma

matriz SWOT e posterior elaboração de uma proposta de Balanced Scorecard. Para

este momento serão levantadas informações e sugestões tais como:

Informações sobre pontos fortes e fracos da empresa, ameaças externas e

oportunidades presentes no contexto do ambiente de negócios. Solicitar aos

entrevistados sugestões sobre objetivos e metas para as quatro perspectivas

do BSC.

Solicitar também informações sobre objetivos de curto e longo prazo,

norteadores estratégicos e as metas da empresa para os próximos anos,

além de sugestões de como seriam as principais decisões estratégicas que

deveriam aparecer no BSC da empresa.

5° Momento

Agradecimentos e convite aos diretores para assistir na apresentação do

trabalho a proposta de Balanced Scorecard para a empresa