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Direitos Humanos Prof. a Dra. Eliane lunes Vieira elaborada pela professora Dra. Eliane lunes Vieira

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Direitos HumanosProf.aDra. Eliane lunes Vieira

elaborada pela professoraDra. Eliane lunes Vieira

Direitos HumanosProf.aDra. Eliane limes Vieira

Unidade l

1. Teoria dos Direitos Fundamentais.

1.1. Caracterização, Conceito, Natureza e Universalidade dos Direitos Fundamentais.

1.1.1- Introdução, caraterização e natureza

A necessidade de proteger o homem do poder do Estado levou a sociedade a sistematizar o quese chamou de direitos fundamentais.

A partir da luta contra o poder absoluto dos soberanos, com ajuda dos ideais advindos doIluminismo dos séculos XVII e XVIII, levou ao reconhecimento pela sociedade de direitosnaturais inerentes ao homem, tais como o direito à vida à liberdade, os quais foram a base dosdireitos fundamentais.

Os direitos fundamentais surgiram, então, como produto da fusão de várias fontes, desdetradições arraigadas nas diversas civilizações, até a conjugação dos pensamentos filosóficos (apartir dos Iluministas1) e jurídicos, bem como dos ideais as ideias oriundas do cristianismo e doDireito Natural2.

Portanto, a teoria dos direitos fundamentais, como conhecemos hoje, é o resultado de uma lentae profunda transformação das instituições sociais, políticas e das concepções jurídicas (durouséculos).

Desde a agitação política em torno às ideias dos Iluministas, passando pelos liberais queconquistaram a independência dos Estados Unidos da América (1776), constituíram oselementos essenciais que vieram a desenvolver as ideias concretizadas na Declaração deDireitos do Homem, proclamadas pela Revolução Francesa em 1789.

Iluminismo foi um movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVIIe XVIII, que deu origem a ideias de liberdade política e económica, defendidas pela burguesia. Os filósofosque difundiam essas ideias julgavam-se propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados deiluministas.A característica principal do Iluminismo é acreditar os fenómenos naturais e sociais e a religião podem serexplicadas racionalmente. A razão humana seria então a luz (daí o nome do movimento iluminista) capaz deesclarecer qualquer fenómeno. Ou seja, pela razão é possível explicar tudo.Os iluministas seguem a doutrina do liberalismo. Defendem que cabe ao governo garantir os "direitos naturais"do homem: liberdade individual, direito de posse e propriedade, tolerância, e igualdade perante a lei.Entre os principais filósofos iluministas podemos citar: John Locke (inglês - 1632-1704); Voltaire (francês -1694-1778); Jean-Jacques Rousseau (suíço - 1712-1778); Montesquieu (francês- 1689-1755); e Denis Diderot(francês -1713-1784).

O direito natural está ligado à ideia universal de justiça. É o conjunto de normas e direitos que já nascemincorporados ao homem, como o direito à vida. Também chamado de Jusnaturalismo. São a base (fundamento)de todo o Direito. O Direito Natural é o conjunto de normas que estabelece pela razão o que é justo, de formauniversal. É anterior e superior a todas as outras teorias do Direito.Já o Direito Positivo é o conjunto de leis instituídas por um Estado, considera as variações da vida social edos Estados como influenciadoras das leis criadas pelos homens.

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A partir de então, as evoluções da sociedade e do direito, decorrentes, principalmente, dainfluência dos problemas sociais3, contribuíram para tornar os direitos fundamentais maisabrangentes, como se verá adiante.

Os direitos fundamentais podem ser entendidos como a categoria jurídica instituída coma finalidade de proteger a dignidade humana em todas as dimensões. Por isso, tem afinalidade de resguardar o homem na sua liberdade (direitos individuais), nas suas necessidades(direitos sociais, económicos e culturais) e na sua preservação (direitos relacionados àfraternidade e à solidariedade).

Os direitos fundamentais devem proteger o indivíduo de eventuais excessos praticados peloEstado contra ele. Servem como um escudo protetor contra as injustiças4.

Mas não se limitam a isso. Além da função de proteger o homem de eventuais arbitrariedadescometidas pelo Poder Público (Poder do Estado), os direitos fundamentais também se prestama compelir (obrigar) o Estado a tomar um conjunto de medidas que impliquem em melhoriasnas condições sociais dos cidadãos.

Nesse sentido, para ter efetividade, proporcionando maior proteção aos indivíduos,

^ os Direitos Fundamentais devem estar expressos na constituição escrita do Estado.

> Em termos mais didáticos, para um melhor entendimento, citamos:

o os direitos fundamentais devem ser vistos como a categoria instituída com oobjetivo de proteção aos direitos à dignidade, à liberdade, à propriedade eà igualdade de todos os seres humanos.

A expressão fundamental (de Direitos Fundamentais) demonstra que tais direitos sãoimprescindíveis à condição humana e ao convívio social. Pois são sua base, ou seja, seufundamento.

Os direitos fundamentais constam do texto constitucional. Esses direitos englobam valoresbásicos (daí seu conteúdo axiológico5) que são necessários em um Estado constitucionaldemocrático para fazer frente aos anseios de totalitarismos e das ditaduras.

3 A Revolução Industrial, desde o final do século XVIII e por todo século XIX, teve como consequênciaprofundas alterações na sociedade, tais como: produção organizada em fábricas, aumento da produção demercadorias, concentração da produção industrial em centros urbanos, surgimento de um novo tipo detrabalhador: o operário. Em decorrência, a revolução industrial desencadeou uma maciça migração do campopara cidade, tornando as áreas urbanas o palco de grandes transformações sociais. Formam-se as multidões querevelam nas ruas uma nova face do desenvolvimento do capitalismo: a miserabilidade. Tudo isso acarretou oaumento de: prostituição, suicídio, infanticídio, alcoolismo, criminalidade, violência, doenças epidêmicas,favelas, poluição, migração desordenada, etc. ...

4 Deve-se lembrar que o ideal dos iluministas era combater o absolutismo. Por isso, o primeiro direitofundamental alcançado foi a liberdade.

5 Axiologia (do grego: axio "valor" + logia "estudo, tratado") é o estudo de valores Humanos. É uma parteimportante do estudo filosófico. Axiologia pode ser denominada como Teoria dos Valores.

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1.1.2 - Conceito:

Direitos fundamentais são os direitos básicos individuais, sociais, políticos e jurídicos que sãoprevistos na Constituição Federal de uma nação.

1.1.3 - Universalidade

Os direitos fundamentais caracterizam-se pela universalidade, ou seja, são direitos que valemem todos os lugares, em todos os tempos e são aplicáveis a todas as pessoas.

Devem abranger todos os indivíduos, independentemente de sua nacionalidade, sexo, raça,credo ou convicção político-filosófica.

1.2. Os Direitos Fundamentais de Primeira e Segunda Geração.

Os direitos fundamentais são produto da história.

> Os direitos fundamentais foram construídos e sendo construídos ao longo do tempo.> Se, por um lado, é possível admitir alguns direitos fundamentais, como o direito à vida

são inerentes ao Homem, por outro, não se pode ignorar que outros direitosfundamentais foram se afirmando de acordo com a dinâmica da realidade histórico-social (bem de família, direito de greve).

> Os diretos fundamentais nasceram a partir de lutas da vida cotidiana - lutas sem tréguas,longas no tempo.

Ensina Noberto Bobbio que vários direitos fundamentais são o produto de longas lutas "[...] emdefesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos deuma vez [...]".

Os direitos fundamentais derivam da longa evolução, não são obra da natureza, mas das lutas enecessidades humanas.

Em razão da evolução histórica dos direitos fundamentais, os estudiosos estabeleceram, demaneira didática, a classificação dessa evolução em gerações (ou dimensões).

Dessa forma, há grupos de direitos fundamentais que passaram a ser reconhecidos na 1a geração,outros na 2a geração e assim por diante. Ou seja, com o passar do tempo, novos direitos foramsendo reconhecidos como direitos fundamentais. De sorte que, a cada nova geração (oudimensão), novos direitos fundamentais surgem e passam a ser reconhecidos pela constituiçãodas nações.

> DIREITOS DE 1a GERAÇÃO OU DIMENSÃO: são direitos fundamentais ligadosao valor liberdade, são os direitos civis e políticos).

o Surgiram após a Revolução Francesa e a independência dos EUA.

o Foram os primeiros previstos constitucionalmente. Referem-se aos direitoscivis e políticos, têm como titular o indivíduo e são direitos de resistência ouoposição contra o Poder Público.

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o Pressupõem uma separação entre Estado e Sociedade, em que esta exigedaquele apenas uma abstenção, ou seja, uma obrigação negativa6 visando anão interferência na liberdade dos indivíduos.

o São direitos que reservam ao indivíduo uma esfera de liberdade "em relaçãoao" Estado. Nesta mesma dimensão, porém no que concerne aos direitospolíticos, Norberto Bobbio afirma serem direitos que concedem umaliberdade "no" Estado (do indivíduo "dentro" do Estado), pois permitiramuma participação mais ampla, generalizada e frequente dos membros dacomunidade no poder político.

> DIREITOS DE 2a GERAÇÃO OU DIMENSÃO: são direitos ligados ao valorigualdade: são os direitos sociais, económicos e culturais. São direitos de titularidadecoletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do Estado.

o São derivados do princípio da igualdade, surgiram com o Estado social e sãovistos como direitos da coletividade.

o São direitos que exigem determinadas prestações por parte do Estado(obrigação positiva7), o que ocasionalmente gerou dúvidas acerca de suaaplicabilidade imediata, pois nem sempre o organismo estatal possui meiossuficientes para cumpri-los. Tal questionamento, entretanto, foi sanado nasmais recentes Constituições, tal como a brasileira, que prevê no art. 5°, § 1° aauto aplicabilidade das normas definidoras dos direitos e garantiasfundamentais.

o Na CF/1988, tais direitos estão elencados em capítulo próprio, denominado"dos diretos sociais", onde estão descritos diversos Direitos Fundamentais,dentre os quais o direito a educação, saúde, trabalho, moradia, lazer,segurança e previdência social (art. 6°, caput).

1.3. A Teoria Objetiva dos Direitos Fundamentais.

Podemos enxergar os Direitos Fundamentais a partir de duas perspectivas:

> Perspectiva subjetiva e

> Perspectiva objetiva.

A primeira perspectiva é a subjetiva (relativa aos sujeitos - ou seja, às pessoas, aos indivíduos).A dimensão subjetiva é de entendimento mais imediato: é aquela que diz respeito aos direitos

6 Ou seja, protegem o indivíduo de ações/agressões por parte do Estado. Assim o Estado tem que respeitar aliberdade do indivíduo. São direitos que impedem a atuação do Estado (por isso negativos - nega-se o direitode que o Estado atue contra o indivíduo). Os direitos de primeira geração configuram direitos de resistência doindivíduo em relação ao Estado. São obrigações negativas ou direitos negativos.

7 Ou seja, o Estado tem que fazer, praticar ações para garantir esses direitos. Por isso são positivos - dependemda atuação do Estado — o Estado atua a favor do indivíduo. São obrigações positivas ou direitos positivos.

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de proteção dos indivíduos (obrigações negativas) e de exigência de prestação (obrigaçõespositivas) por parte do indivíduo em face do poder público (perspectiva subjetiva).

A segunda perspectiva é a objetiva. Os direitos fundamentais devem ser compreendidostambém como o conjunto de valores objetivos básicos quem dão forma ao Estado Democráticode Direito (ou seja, tratam da conformação do Estado Democrático de Direito). Na perspectivaobjetiva, esse conjunto de valores básicos estabelecem diretrizes para a atuação dos poderesExecutivo, Legislativo e Judiciário e para as relações entre particulares. Para a doutrina, trata-se da eficácia irradiante dos direitos fundamentais (ou seja, irradiam para todas as esferasdo poder estatal).

Então, o efeito irradiante dos direitos fundamentais decorre da dimensão objetiva -capacidade que eles têm de alcançar os poderes públicos no exercício de suas atividadesprincipais.

Ou seja, como consequência de sua dimensão objetiva, os direitos fundamentais dão forma (ouseja, CONFORMAM, MOLDAM) o comportamento do poder público, criando um dever deproteção pelo Estado dos direitos fundamentais contra agressões (do Estado ou de particulares).Assim, o Estado fica condicionado a adotar medidas que promovam e protejam efetivamenteos direitos fundamentais.

Explicando,

> o Poder Legislativo DEVE (tem obrigação) elaborar a leis (para proteger direitos),

> a Administração Pública (O Poder Executivo) DEVE (tem obrigação) governar (paraproteger direitos) e

> o Poder Judiciário DEVE (tem) resolver conflitos (para proteger direitos).

Essas medidas tomadas pelo poder público (formado pelo Poder Executivo, Legislativo eJudiciário) com vistas a proteger os direitos fundamentais podem ser até mesmo de ordempenal. Por exemplo,

> para proteger o direito à vida e o direito à igualdade, o poder público criminaliza(estabelece em lei que é crime) o assassinato e o racismo, respectivamente.

Outro exemplo: sabemos, a partir do art. 5°, XXXII da Constituição Federal/1988 que:

> "o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor" Significa que existe,para o Estado, um dever de proteção explícito no texto constitucional.

o Essa regra dirige-se ao poder público para que ele implemente medidasconcretas que garantam o direito do consumidor.

H Por exemplo: a edição de um Código de Defesa do Consumidor, acriação de institutos de defesa do Consumidor — Procons, etc...

Mais um exemplo: a Constituição garante assistência jurídica gratuita aos necessitados. Aquiexiste um direito subjetivo (de a pessoa poder receber assistência jurídica), mas também umavertente objetiva (que exige do Estado medidas para fazer valer esse direito fundamental, comoa criação de uma defensoria pública, por exemplo).

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É a vertente objetiva dos direitos fundamentais que conformam a atuação do PoderPúblico (MOLDAM O ESTADO - ESTABELECEM A FORMA DE AUTAÇÃO DOESTADO PARA QUE ESTE POSSA ATINGIR SEUS OBJETIVOS) e exige que ele atue nosentido de promover a proteção daqueles direitos.

Em resumo:

> Na perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais possibilitam ao indivíduo (sujeito)obter do Estado a satisfação de seus interesses juridicamente protegidos.

> Na perspectiva objetiva, eles sintetizam os valores básicos da sociedade e seus efeitosirradiam-se a todo o ordenamento jurídico, regulando a atuação dos órgãos estatais.

Dessa forma,

> Em uma perspectiva objetiva, os Direitos Fundamentais devem ser compreendidoscomo o conjunto de valores objetivos básicos de conformação do EstadoDemocrático de Direito.

o Nessa dimensão (objetiva), eles estabelecem diretrizes para a atuação dospoderes Executivo, Legislativo e Judiciário e para as relações entre particulares.Para a doutrina, trata-se da eficácia irradiante dos direitos fundamentais.

• O efeito irradiante dos direitos fundamentais decorre da dimensãoobjetiva dos direitos fundamentais. Ou seja, os direitos fundamentaisirradiam-se para todo ordenamento jurídico, criando para o PoderPúblico um dever de proteção dos direitos fundamentais.

1.4. Os Direitos Fundamentais de Terceira e Quarta Geração.

> DIREITOS DE 3a GERAÇÃO OU DIMENSÃO: são os ligados ao valor fraternidadeou solidariedade, são os relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meioambiente, à autodeterminação dos povos. São direitos transindividuais (direitos queultrapassam o indivíduo - direitos coletivos), em rol exemplificativo, destinados àproteção do género humano.

o São chamados de direitos difusos8, pois visam à proteção do ser humano, enão apenas do indivíduo ou do Estado em nome da coletividade.

o São direitos que se desprenderem da figura do homem-indivíduo como seutitular, destinando-se à proteção de grupos humanos.

o A atribuição da denominação de "direitos de solidariedade" ou "fraternidade",aos direitos da terceira geração, é consequência da sua implicação universal,por exigirem esforços e responsabilidades em escala até mesmo mundial parasua efetivação.

Difuso é o que se espalha largamente por todas as direções, que não apresenta limites precisos, cujoscontornos não estão nitidamente definidos.

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o A princípio, são identificados cinco direitos como sendo da terceira geração:

• o direito ao desenvolvimento,• à paz,• ao meio ambiente,® o direito de propriedade sobre o património comum da

humanidade e® o direito de comunicação.• Podem, entretanto, surgir outros direitos de terceira geração, à

medida que o processo universalista for se desenvolvendo.Tais direitos ainda não estão completamente positivados nasConstituições, sendo em sua maior parte encontrados emTratados e outros documentos transnacionais.

DIREITOS DE 4a GERAÇÃO OU DIMENSÃO compreendem os direitos àdemocracia, informação e pluralismo. Foram introduzidos no âmbito jurídico pelaglobalização política e económica.

o A sociedade caminha rumo a uma globalização económica, cuja filosofia depoder é negativa e visa à dissolução do Estado Nacional.

o Nesse sentido, os laços de soberania do Estado são enfraquecidos (com aglobalização há o enfraquecimento do Estado Nacional).

o Os direitos de 4a geração surgem, para se contrapor ao poder da globalizaçãoeconómica.

o Tais direitos são:• o direito à democracia,® à informação e® ao pluralismo.

o Esses direitos formam o ápice da pirâmide dos Direitos Fundamentais.o Os direitos de quarta geração são direitos para o futuro.o Somente com eles será legítima e possível a globalização política e social.

1.5. A Nova Universalidade dos Direitos Fundamentais.

Em razão da evolução dos direitos fundamentais e da necessidade que o Estado garanta essesdireitos, todos os indivíduos passam a ter o direito de exigir que o Estado os garanta.

Assim os indivíduos podem recorrer ao Poder Judiciário para OBRIGAR o Estado a tomarprovidências para garantir direitos fundamentais.

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1.6. A Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU)9

para instituir a paz no mundo. Para garantir a redução das injustiças e garantir os direitos dapessoa humana, a ONU editou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em 1948, a Declaração Universal dosDireitos Humanos em que são apresentadas diretrizes como a liberdade e a igualdade do serhumano e o "espírito de fraternidade".

A criação desse documento é um marco para a história mundial.

> Apesar de alguns países resistirem em exercer e fornecer esses direitos - pois, ainda, hápaíses autoritários/ditaduras.

> Apesar de estar exemplificado de que o ser humano tem direito a dignidade e de exercere desenvolver suas habilidades físicas/intelectuais, no decorrer da história, as violaçõesa tais direitos foram inúmeras.

A criação das Nações Unidas viabilizou um fórum ideal para o desenvolvimento e a adoção dosinstrumentos internacionais de direitos humanos. Outros instrumentos foram adotados em nívelregional, refletindo as preocupações sobre os direitos humanos particulares a cada região(veremos mais adiante).

A maioria dos países também adotou constituições e outras leis que protegem formalmente osdireitos humanos básicos. Muitas vezes, a linguagem utilizada, nas suas constituições pelosEstados, vem dos instrumentos internacionais de direitos humanos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional criada para promover a cooperaçãointernacional. Foi criada em 24 de outubro de 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial, com a intençãode impedir outro conflito como aquele.Na sua fundação, a ONU tinha 51 estados-membros (países); hoje são 193. A sua sede está localizada em NovaYork. A ONU é financiada com contribuições voluntárias dos países-membros.Os seus objetivos incluem manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar nodesenvolvimento económico e no progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária emcasos de fome, desastres naturais e conflitos armados.Seis órgãos principais compõem as Nações Unidas:

i. a Assembleia Geral (assembleia deliberativa principal);ii. o Conselho de Segurança (para decidir determinadas resoluções de paz e segurança);iii. o Conselho Económico e Social (para auxiliar na promoção da cooperação económica e social

internacional e desenvolvimento);iv. o Conselho de Direitos Humanos (para promover e fiscalizar a proteção dos direitos humanos e propor

tratados internacionais sobre esse tema);v. o Secretariado (para fornecimento de estudos, informações e facilidades necessárias para a ONU); evi. o Tribunal Internacional de Justiça (o órgão judicial principal).

Além desses, há órgãos complementares de todas as outras agências do Sistema das Nações Unidas, como aOrganização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidaspara a Infância (UNICEF).O cargo mais alto ocupado na ONU é o de Secretário-Geral.

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ANEXO l

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da famíliahumana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da pazno mundo,Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultam em atos bárbarosque ultrajam a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que os homensgozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e danecessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, paraque o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitoshumanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitosdos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condiçõesde vida em uma liberdade mais ampla,Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação comas Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e aobservância desses direitos e liberdades,Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais altaimportância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembleia Geral proclama:

A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido portodos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão dasociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação,por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivasde caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observânciauniversal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povosdos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1° - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas derazão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Artigo2° - Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nestaDeclaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opiniãopolítica ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outracondição.Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica ouinternacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um territórioindependente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação desoberania.

Artigo 3° - Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

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Artigo 4° - Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico deescravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5° - Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano oudegradante.

Artigo 6° - Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoaperante a lei.

Artigo 7° - Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteçãoda lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presenteDeclaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8° - Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédioefetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pelaconstituição ou pela lei.

Artigo 9° - Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10 - Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública porparte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou dofundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11-§1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até quea sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhetenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.§2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, nãoconstituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta penamais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12 - Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu larou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito àproteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13 -§1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras decada Estado.§2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14§1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outrospaíses.§2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada porcrimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15 -§1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.§2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar denacionalidade.

Direitos HumanosProf.aDra. EUane lunes Vieira

Artigo 16 - Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidadeou religião, têm o direito de contrair matrimónio e fundar uma família. Gozam de iguais direitosem relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.§1. O casamento não será válido senão como o livre e pleno consentimento dos nubentes.§2. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção dasociedade e do Estado.

Artigo 17§1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.§2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18 - Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; estedireito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religiãoou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente,em público ou em particular.

Artigo 19 - Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui aliberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações eideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20§1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.§2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21§1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou porintermédio de representantes livremente escolhidos.§2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.§3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa emeleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalenteque assegure a liberdade de voto.

Artigo 22 - Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e àrealização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional de acordo com a organizaçãoe recursos de cada Estado, dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis à suadignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23§1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas efavoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.§2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.§3. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lheassegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e aque se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.§4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seusinteresses.

Artigo 24 - Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horasde trabalho e a férias periódicas remuneradas.

Direitos HumanosProf.aDra. Eliane limes Vieira

Artigo 25 -§1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúdee bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociaisindispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhiceou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.§2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas ascrianças, nascidas dentro ou fora de matrimónio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26 -§1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos grauselementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseada no mérito.§2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humanae do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. Ainstrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e gruposraciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção dapaz.§3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do género de instrução que será ministradaa seus filhos.

Artigo 27 -§1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, defruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.§2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes dequalquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28 - Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos eliberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29 -§1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimentode sua personalidade é possível.§2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitaçõesdeterminadas por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento erespeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, daordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.§3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamenteaos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30 -Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como oreconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividadeou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aquiestabelecidos.

Direitos HumanosProf.aDra. Eíiane limes Vieira

1.7. A Teoria da Crise Política (Crise Constituinte) e os Direitos Fundamentais.

A Constituição Federal de 1988 foi a que consolidou os Direitos fundamentais individuais e sefirmou corno a Constituição cidadã, uma vez que garantiu amplos direitos do cidadão.

O termo "Estado Democrático de Direito" foi incorporado na Constituição Federal de 1988como o garantidor do efetivo exercício dos direitos civis, sociais, liberdades, entre outrosdireitos, nos termos do seu artigo 1°, como segue:

Art. 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dosEstados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio derepresentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Contudo, na história do Brasil, verifica-se que nem sempre foi assim.

Desde a implantação da República (1889) ao Estado Democrático de Direito (1988) passou-sepouco mais de um século. Em alguns dos momentos da história republicana criaram-seexpectativas, ingenuidades, ilusões de que algo novo acontecer nas instituições políticas para obem da sociedade.

Com a Revolução de 1930, comandada por Getúlio Vargas, derrubou-se a RepúblicaOligárquica10 ("República Velha"). O "novo" governo implantou, após quatro anos, umGoverno Constitucional. Contudo, esse mesmo governo, em 1937, estabeleceu o "EstadoNovo", uma ditadura, um governo centralista, autoritário.

Após a Segunda Guerra, ocorreu a redemocratização das instituições políticas no Brasil. Mas,em 1964, foi implantado um "estado de segurança nacional" que fez ressurgir a ditadura, agoranas mãos dos militares. A historiografia denominou esse período de Anos de Chumbo.

Após vinte e um anos de ditadura, na década de 1980, ocorreu a reabertura democrática, com omovimento das "Diretas Já" que preconizava eleições diretas. Esse movimento conduziu o paísa redemocratização, culminando na promulgação da Constituição federal de 1988.

10 Oligarquia ("oligarkhía" do grego - "governo de poucos") é a forma de governo em que o poder político estáconcentrado num pequeno número pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupoeconómico ou corporação.

Direitos HumanosProf.aDra. Eliane limes Vieira

1.8. A Declaração Universal e a Proteção dos Direitos Sociais no Brasil.

Após a Segunda Guerra Mundial11, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que é um código de princípios e valoresuniversais a serem respeitados pelos Estados. A partir daí, começa a se desenvolver o DireitoInternacional dos Direitos Humanos, mediante a adoção de inúmeros tratados internacionaisvoltados à proteção de direitos fundamentais.

Forma-se, dessa forma, o sistema normativo global de proteção dos direitos humanos, no âmbitodas Nações Unidas.

Ao lado do sistema normativo global, surge o sistema normativo regional de proteção, quebusca internacionalizar os direitos humanos no plano regional, particularmente na Europa,América e África.

No que se refere à posição do Brasil frente ao sistema internacional de proteção dos direitoshumanos, observa-se que somente a partir do processo de democratização do país, deflagradoem 1985, é que o Estado Brasileiro passou a ratificar12 relevantes tratados internacionais dedireitos humanos.

O marco inicial do processo de incorporação de tratados internacionais de direitos humanospelo Direito Brasileiro foi a ratificação, em 1989, da Convenção contra a Tortura e OutrosTratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes. A partir desta ratificação, inúmeros outrosimportantes instrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos foram tambémincorporados pelo Direito Brasileiro, sob a égide da Constituição Federal de 1988.

Assim, a partir da Constituição Federal de 1988 foram ratificados pelo Brasil:

a) Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, em 20 de julho de 1989;

b) Convenção sobre os Direitos da Criança, em 24 de setembro de 1990;

c) Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de janeiro de 1992;

d) Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais, em 24 de janeirode 1992;

e) Convenção Americana de Direitos Humanos, em 25 de setembro de 1992;

f) Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra aMulher, em 27 de novembro de 1995.

3 Í A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história da humanidade no século XX, ocorrendo entre 1939e 1945. As operações militares envolveram 72 nações, resultaram em 45 milhões de mortes, 35 milhões deferidos e 3 milhões de desaparecidos.

12 Ratificação de um tratado internacional é a incorporação desse tratado ao ordenamento jurídico do Brasil -ou seja, ele passa a valer no país e todos devem respeitá-lo.Mais adiante, veremos como se processa a ratificação de tratados internacionais.