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ELABORAÇÃO DE PROJETO
DETALHADO E FABRICAÇÃO DE
PROTÓTIPO PARA OTIMIZAR O
SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO DE UM
CORTADOR DE GRAMA
Humberto Vinicius Soares Haag (FEEVALE )
Cicero Giordani da Silveira (FEEVALE )
O Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) é uma atividade
presente no contexto das organizações, visto que diversas empresas
tratam este processo como um diferencial competitivo, por meio do uso
de técnicas e ferramentas, visando à innovação, com acréscimo de
qualidade em seus produtos. A fim de compreender de forma mais
dinâmica, desenvolveu-se uma pesquisa aplicada com um estudo
exploratório o qual foi realizado, inicialmente, por meio de uma
pesquisa-ação e um estudo de caso. A atividade de manutenção de
gramados se faz presente em nosso dia a dia, logo, este artigo
estabeleceu como objetivo a elaboração de um mecanismo que vise
otimizar o sistema de movimentação de um cortador de grama à
combustão. Desta forma, este trabalho apresenta as etapas utilizadas
no desenvolvimento de um conjunto que buscou auxiliar o corte de
grama, apresentando inicialmente uma seleção de ideias para
solucionar o problema, progredindo para a definição do conceito do
produto, até chegar à confecção de um protótipo com base no projeto
elaborado. Foram realizados testes de validação do protótipo que
apresentou ganhos de velocidade no corte de grama, gerando redução
no tempo de corte e redução no consumo de combustível, evidenciando
a possibilidade de uma alternativa frente aos meios de movimentação
para uma máquina de cortar grama à combustão. Também foi
realizada uma pesquisa de satisfação com clientes em potencial, que
demonstrou a viabilidade do projeto.
Palavras-chave: Desenvolvimento de Produto. Cortador de Grama.
Bicicleta. Elaboração de Protótipo.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
Na história da humanidade sempre se fez presente o processo de desenvolvimento de novos
produtos ou o aprimoramento dos produtos já existentes. O ser humano sempre busca
mecanismos para facilitar a sua vida, e a criação de novos produtos é fundamental para a
subsistência da humanidade no decorrer dos séculos.
Desta forma, com a constante evolução na performance da indústria no último século, esta
área definida como Processo de Desenvolvimento de Produto (PDP), passou a ser estudada de
forma mais complexa e aprofundada, onde se definiu novos conceitos e ferramentas.
O correto emprego destes fundamentos pode ser de extrema importância para as empresas,
auxiliando no planejamento, produção e lançamento de novos produtos. Sendo este um fator
estratégico que pode ser um diferencial que estabeleça vantagens competitivas para as
organizações frente aos seus concorrentes, fato que pode melhorar a sua rentabilidade e
lucratividade.
Nos dias atuais, torna-se comum as pessoas se envolverem diretamente com a manutenção de
seus jardins; muitas tentam transformar esta tarefa em uma válvula de escape em um
momento no qual busquem aliviar o stress acumulado em suas atividades diárias.
Entretanto, algumas pessoas não enxergam este momento com a mesma ótica, e nem sempre
estão dispostos a remunerar terceiros pela manutenção de seus gramados, desta forma, não
apresentam uma motivação expressiva para o desenvolvimento desta atividade.
Consequentemente vêem esta operação como um encargo, uma tarefa não atrativa, uma tarefa
prazerosa de ser feita.
Existem no mercado vários modelos de cortadores de grama, uma gama bem diversificada de
opções relativas a tamanhos, potências e classes diferentes. Os equipamentos motorizados são
de ampla empregabilidade na manutenção de gramados, destacando os com motor à
combustão.
Com o intuito de facilitar o corte de gramados onde são utilizados cortadores com motor à
combustão, este artigo busca resolver a seguinte problemática: como otimizar o sistema de
movimentação de um cortador de grama?
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Esta tarefa necessita de conformidade na execução uma vez que a qualidade do acabamento
do corte depende de algumas variáveis, destacando entre elas a conservação do equipamento e
a técnica de manuseio.
O objetivo geral deste trabalho é: elaborar um mecanismo para otimizar o sistema de
movimentação de um cortador de grama à combustão.
Para atender o objetivo geral, este trabalho apresenta os seguintes objetivos específicos:
Definir o conceito de produto e elaborar o projeto de um sistema que vise facilitar a
movimentação de um cortador de grama;
Confeccionar um protótipo do sistema;
Avaliar as vantagens e desvantagens da utilização deste sistema.
Para atender estes objetivos, o presente artigo foi dividido em etapas, inicialmente a
introdução seguida do referencial teórico, na sequência abordou-se os aspectos
metodológicos, seguido do projeto do produto, construção do protótipo, teste de campo com
coleta de dados e análise dos resultados obtidos. Por fim, apresentaram-se as considerações
finais e recomendações para pesquisas futuras.
2. Desenvolvimento do produto
Expressando de um modo mais genérico é possível descrever o desenvolvimento de produtos
como um conjunto de atividades elaboradas a partir da constatação de possíveis necessidades
de segmentos específicos do mercado, assim como restrições tecnológicas. Desta forma o
PDP é visto como uma ação continuada de negócio, que se faz cada vez mais importante
como fator de competitividade para as empresas (ROZENFELD et al., 2006).
Para Pahl et al. (2005) projetar é uma atividade intelectual, criativa, que necessita de
conhecimentos específicos. Do ponto de vista metodológico, se constitui como um processo
de otimização o qual tem objetivos pré-determinados que são condicionantes, onde a solução
de tarefas está no processo de análise e síntese dos dados.
Habitualmente o Desenvolvimento de Produtos está relacionado ao lançamento de novos
produtos e a melhoria de qualidade dos já existentes. Desta forma, é realizado um estudo
sobre as informações de mercado, análise das competências organizacionais, tecnologias
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disponíveis e estratégias competitivas apresentadas pela empresa, a fim de materializar em
projetos de novos produtos, que contribuam para o alcance dos objetivos da organização
(MENDES, 2008).
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2.1. Modelos de referência para o PDP
A utilização de um modelo de referência no Processo de Desenvolvimento de Produto auxilia
em uma construção mais formal e sistemática, de modo que haja a integração de diversos
setores da empresa, junto com seus fornecedores trabalhando em conjunto a fim de aplicar
com eficiência a inovação na criação de seus novos produtos ou aprimoramento dos já
existentes (BACK et al., 2008).
Buss e Cunha (2002) argumentam que em sua essência o Desenvolvimento de Produtos pode
ser definido como um processo interdisciplinar, uma vez que depende de conhecimento
oriundo de diversas disciplinas e áreas do conhecimento, e interfuncional, pois busca envolver
todos os setores da empresa em maior ou menor grau. Sendo assim, é notório o emprego de
diferentes perspectivas na construção de modelos referenciais conforme apresenta a Figura 1.
Figura 1 – Modelos Referenciais do PDP Provenientes da Engenharia de Produção
Fonte: Buss e Cunha (2002)
Para Rozenfeld et al., (2006) a fim de cumprir a missão de favorecer a competitividade da
empresa o PDP necessita ser eficaz e eficiente, para o sucesso neste processo torna-se
necessário o emprego de um modelo geral para a sua gestão. Apresenta-se na Figura 2, o
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Modelo Unificado de PDP o qual é compreendido em três macrofases: pré-desenvolvimento,
desenvolvimento e pós-desenvolvimento, somando os processos de apoio: gerenciamento de
mudanças de engenharia e melhoria do processo de desenvolvimento de produtos.
Figura 2 – Modelo Unificado de PDP
Fonte: Rozenfeld et al., (2006)
De modo mais abrangente, este artigo apresenta nas próximas etapas uma breve
contextualização sobre o ponto de vista de alguns autores referente à estruturação de Modelos
de Referência, buscando ressaltar a importância da utilização destes, na fase de
desenvolvimento de produtos.
2.2. Etapas do processo de desenvolvimento de um produto
A construção de protótipos propicia a verificação de detalhes bem como a avaliação de
problemas em peças ou conjuntos, uma vez que podem ser analisados em instalações próprias
para testes (PAHL et al., 2005).
Sendo assim se faz relevante expressar que: “o protótipo é um modelo funcional que, embora
seja construído por processos de fabricação artesanais, apresenta quase todas as características
do produto final” (ROMEIRO FILHO et al., 2010, p. 301).
Oliveira Netto e Tavares (2006) citam que a construção do protótipo tem como principal
finalidade propiciar o teste do produto em condições reais de operação; desta forma alguma
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vezes se faz necessário a construção de unidades que simulem uma fábrica piloto, com intuito
de testar a interação entre produto e processo. O uso desta técnica auxilia na verificação de
problemas, tornando possível resolve-los antes que o produto seja lançado em larga escala.
Para o desenvolvimento de produtos a Geração de Ideias é parte intrínseca do processo,
buscando consolidar o pensamento referente ao PDP, torna-se necessário apresentar um
problema o qual justifique tal criação, desta maneira se faz coerente expressar que o produto
final deve se destacar como a resposta ou solução a uma necessidade, sendo ela individual tão
quanto coletiva (KAMINSKI, 2000).
Dentro do processo de geração e concepção do produto, existe um número bem expressivo de
métodos indutivos, tendo destaque o Brainstorming, que é um método que possui uma ampla
aceitação com possibilidade de utilização em qualquer fase de desenvolvimento do produto
(BACK et al., 2008).
Buss e Cunha (2002) expressam que dentro do PDP, a geração de ideias criativas e inovadoras
de produtos, direcionadas a uma oportunidade de mercado identificada e selecionada, tem em
um segundo estágio, denominado triagem, onde estas são avaliadas em termos de sua
adequação aos objetivos estratégicos da empresa.
Baxter (1998) enfatiza que o procedimento de maior importância no projeto de produto é
pensar em todas as possíveis soluções e por fim escolher a melhor delas, destacando o fato da
possibilidade de expandir as ideias nesta fase de seleção, em busca da solução ideal.
A definição do conceito, fase na qual destaca-se a importância no direcionamento para o
desenvolvimento de um novo produto. Justificando a importância de investimento no PDP,
bem como viabilidade técnica, econômica e retorno financeiro sobre este lançamento.
Para Mendes (2008), a compreensão da definição do conceito torna-se necessário analisar as
informações oriundas de fontes externas e internas da empresa, a fim expressar colocações
referentes à geometria do produto, níveis de desempenho, mercado alvo, recursos necessários
para a manufatura, destacando o retorno financeiro.
O projeto é visto como a principal atividade de quem desenvolve produtos, os responsáveis
pela criação de um novo item devem estar interligados com os demais departamentos da
organização, almejando como resultado de seu trabalho o desenvolvimento de um produto que
atenda as necessidades de seus consumidores, se encaixando no mercado com resistência, ao
passo que possa responder a forte pressão da concorrência. Bem como, este também deve ser
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atrativo aos olhos do fabricante, uma vez que o nível de retorno financeiro sobre o
investimento, sempre se faz necessário (KAMINSKI, 2000; PAHL et al., 2005).
No processo criativo de desenvolvimento de um novo projeto torna-se relevante a verificação
de diversas informações, relativas ao emprego e funcionalidade do produto, tal como as
necessidades de aplicação afirmadas pelos possíveis clientes.
A competência na coleta, análise e interpretação das informações são de suma relevância, pois
ao final do processo fornecer ao cliente o produto errado caracteriza-se como um desperdício,
mesmo que todas as tarefas tenham sido realizadas de forma certa ou não. Para isto dentro da
idéia do pensamento enxuto se faz necessário uma verificação do contato efetuado com o
consumidor alvo, visto que é vital atender as suas necessidades particulares em primeiro
momento tal como constatar o quanto eles estão dispostos a remunerar por tal produto
(MACHADO; TOLEDO, 2008).
Uma correta coleta e interpretação das informações que cercam o produto são de extrema
relevância, uma vez que a interpretação equivocada destas pode destoar à correta solução para
o problema.
3. Metodologia de pesquisa
Quanto à classificação deste artigo, esta pesquisa sob o ponto de vista da sua natureza pode
ser classificada como uma pesquisa aplicada. Para Prodanov e Freitas (2013), este modelo de
pesquisa tem como principal objetivo à solução de problemas específicos por meio de
conhecimentos gerados para a aplicação prática, envolvendo desta forma verdades e
conhecimentos locais.
Sob o ponto de vista dos seus objetivos esta pesquisa esta pesquisa é classificada como
exploratória. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos trata-se de uma pesquisa-ação e
um estudo de caso. E quanto a forma da abordagem do problema, este trabalho pode ser
classificado como uma pesquisa qualitativa.
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3.1. Método de pesquisa
No que tange o desenvolvimento do artigo, destaca-se que este foi estruturado conforme
demonstra a Figura 3, esta etapa buscou expressar o método de pesquisa empregado na
elaboração do trabalho, bem como o sequenciamento lógico traçado para a sua construção.
Figura 3 – Método de Pesquisa Utilizado
ELABORAÇÃO DO PROJETO INFORMACIONAL
ELABORAÇÃO DO PROJETO
ELABORAÇÃO DO PROTÓTIPO
TESTES DE VALIDAÇÃO
APRESENTAÇÃO DA SOLUÇÃO
ANÁLISE DAS VANTAGENS E DESVANGENS DO PRODUTO DESENVOLVIDO
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
DEFINIÇÃO DO OBJETIVO GERAL E DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PESQUISA
DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO: PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
(PDP)
ELABORAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE MODELOS DE REFERÊNCIA DO
(PDP) CONTEMPLANDO AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO BEM
COMO FERRAMENTAS UTILIZADAS NESTE PROCESSO
DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA
IDEIAS PARA FACILITAR A MOVIMENTAÇÃO DE UM CORTADOR DE GRAMA
SELEÇÃO DAS MELHORES IDEIAS
DEFINIÇÃO DO CONCEITO DO PRODUTO
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
Portanto mostra-se neste contexto o modo com que a estruturação lógica utilizada favoreceu
na construção do artigo, evidenciando o caminho a ser seguido no desenvolvimento. A
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próxima etapa expressa à elaboração do estudo de caso da pesquisa, bem como enfatiza a
abordagem sobre os conteúdos contemplados pelo método de pesquisa.
4. Estudo de caso
4.1. Idéias para facilitar a movimentação de um cortador de grama
Nos dias atuais torna-se perceptível o modo com que a atividade de corte de grama e
manutenção de gramados, está presente em nosso dia a dia. Em relação às tarefas rotineiras de
jardinagem efetuadas em muitas residências, o corte de grama ganha destaque.
Desta forma é possível compreender uma divisão de opinião quanto à elaboração da atividade.
Sendo assim, pode-se observar um grupo que vê esta tarefa como uma maneira de atenuar o
stress acumulado pela execução das mais variadas atividades. Entretanto há outras pessoas
que veem nesta tarefa a necessidade do emprego de um esforço físico a mais, não tendo o
mínimo apreço pela execução de tal, deste modo não demonstram motivação para o seu
desenvolvimento. Entretanto, para muitos profissionais do segmento de jardinagem, o
desenvolvimento desta tarefa vincula-se como meio de fonte de renda.
Mesmo com uma ampla opção de produtos disponibilizados ao mercado pelos fabricantes, a
tarefa de corte de grama muitas vezes se torna monótona pelo fato de empregar um esforço
físico constante, bem como por apresentar uma repetitividade nos movimentos efetuados.
Muitas pessoas utilizam na manutenção do gramado de suas residências, máquinas de cortar
grama com motor a combustão, estes equipamento tem como diferencial na sua utilização o
fator rendimento e autonomia de movimentação, uma vez que não necessitam de cabos
elétricos para o seu funcionamento.
Verifica-se que atualmente é bem expressivo o emprego destes equipamentos tanto para a
manutenção de gramados em residências, sítios, campos de futebol, parques enfim áreas
planas com maiores dimensões. Este artigo se propôs a desenvolver ideias de possíveis
soluções para otimizar a utilização destas máquinas.
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4.2. Seleção das melhores ideias
Na sociedade atual torna-se possível destacar que muitas pessoas almejam em suas horas de
lazer a prática de atividades físicas. Visando atender tanto os indivíduos que demonstram
apreço pela execução da tarefa de corte de grama em suas residências, ou de modo comercial,
como também poder disponibilizar uma alternativa para os que não têm estima pela
elaboração do corte. Destacou-se dentre as diversas ideias relativas à melhoria da mobilidade
do cortador, o conceito de vincular a execução do corte com a prática de algum exercício
físico.
Dentre uma gama bem diversificada de opções pode-se destacar o ciclismo, contudo muitas
vezes as pessoas esbarram na limitação de horários bem como se deparam com as
responsabilidades envolvidas em prol do desenvolvimento de suas tarefas residenciais,
destacando a manutenção do jardim.
Esta pesquisa verificou neste fato a possibilidade de buscar uma alternativa que possibilitasse
efetuar as duas atividades em paralelo.
O Quadro 1 apresenta uma série de ideias, relativas à fixação de uma máquina de cortar grama
com motor a combustão em uma bicicleta; tornando possível efetuar o corte de grama
simultaneamente ao desenvolvimento da atividade física de ciclismo.
Quadro 1 – Diversas ideias geradas
Modalidade de Esporte Modelo Aro Posição Eixo Central da Máquina Simétrico
21 Frente Central -
26 Lateral Frontal Roda Frontal
27 Lateral Traseira Roda Traseira
29 Traseira Central -
-
Traseira Central -
Ciclismo
Duas rodas
Triciclo 26
Frente Central
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
Estes parâmetros foram definidos com auxilio de cinco pessoas, que tem como hábito a
prática da atividade de corte de grama, bem como praticam o ciclismo, a sequência em verde
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indica a ideia escolhida a definição do aro 26 foi estabelecida devido ao amplo emprego deste
padrão no mercado.
Buscando uma compreensão mais ampla referente ao interesse de possíveis clientes potenciais
o Quadro 2 apresenta algumas considerações importantes relacionadas aos objetivos de
compra de faixas específicas de consumidores.
Quadro 2 – Aplicação do Mecanismo
Público do produto (clientes em
potencial):
O que levaria estas pessoas a adquirirem o
conjunto?
Pessoas que gostam de cortar grama Aliviar o stress.
Prática de atividade física.
Pessoas que não gostam de cortar
grama
Maior velocidade de corte.
Menos esforço físico.
Pessoas que tem como fonte de renda o
corte de grama
Aumento da produtividade.
Redução do consumo de combustível.
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
Conforme abordagem do Quadro 2, este foi desenvolvido com o mesmo grupo de pessoas que
foram referência para a elaboração do Quadro 1. Sendo expressas possibilidades de aplicação
para o mecanismo em diversos públicos.
4.3. Definição do conceito do produto
Na elaboração do PDP, se fez necessário a partir do surgimento da ideia, elaborar uma
construção lógica na qual se torna viável o funcionamento e emprego dos dois itens distintos,
a máquina de cortar grama à gasolina e a bicicleta.
Este artigo buscou construir um produto que com o seu emprego fosse possível enfatizar a
intercambiabilidade na união dos dois equipamentos distintos, podendo ser montado com
facilidade, não necessitando de uma técnica acentuada para a compreensão do seu
funcionamento.
Na fase de desenvolvimento conceitual definiu-se que o posicionamento da máquina seria na
lateral da bicicleta, sustentado por uma roda de apoio o qual busque estabilizar o movimento
de transporte gerado pela bicicleta bem como o equilíbrio em baixa velocidade.
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A Figura 4 demonstra a representação do esboço para o desenvolvimento do novo produto.
Figura 4 – Esboço de Posicionamento do Conjunto
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
Com a representação do croqui ilustrando o conceito do produto, o próximo passo utilizado no
desenvolvimento deste produto é a elaboração do projeto informacional.
4.4. Elaboração do projeto informacional
Na fase conceitual foi estabelecido que o novo produto seria um equipamento, o qual vise
proporcionar a intercambiabilidade, no uso da bicicleta como meio de movimentação, para a
máquina de cortar grama.
Dando sequência a esta fase foi preciso coletar informações referentes para quais modelos de
máquinas e bicicleta seria desenvolvido o conjunto estrutural, que irá unir os equipamentos,
conforme apresenta o Quadro 3.
Quadro 3 – Características Necessárias para Aplicação
Equipamento Modelo
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Bicicleta Aro 26
Máquina de cortar grama a gasolina Com largura nominal de 50 a 60 cm
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
Destaca-se a empregabilidade específica de uma máquina de cortar grama com motor à
gasolina, devido a esta ter uma maior autonomia de movimentação, a faixa de corte é
proveniente da ampla utilização desta largura no mercado bem como, a utilização de um
modelo de bicicleta aro 26, equipada com marchas ou não.
4.5. Elaboração do projeto
Nesta etapa de construção do projeto, as ações, foram direcionadas de modo que fosse
possível definir as especificações técnicas do projeto, tais como, a elaboração e detalhamento
dos desenhos técnicos, construção dos planos de manufaturas e definição das matérias primas
envolvidas, logo a Figura 5 apresenta a ilustração do conjunto montado.
Figura 5 – Conjunto Integrado de Movimentação
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Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
4.6. Elaboração do protótipo
Nesta etapa de desenvolvimento do artigo foi estruturada a elaboração do protótipo, conforme
as diretrizes estabelecidas pelos desenhos técnicos, a Figura 6 demonstra o conjunto em fase
de fabricação.
Figura 6 – Conjunto em Processo de Fabricação
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Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
4.7. Testes de validação
Com foco nas diretrizes de desenvolvimento deste produto, após a etapa de construção do
protótipo foi efetuado uma série de testes os quais buscaram evidenciar possíveis
irregularidades no conjunto, visando corrigir de modo efetivo estas falhas antes da
homologação do projeto.
Logo, os testes de validação do novo produto foram realizados em um terreno plano, que
atendesse os requisitos de aplicação do cortador de grama com motor a gasolina, utilizando os
seguintes critérios:
Padronização de um campo de prova com dimensões de 4 x 25 metros (100m²);
Cronometragem do tempo necessário para corte da grama (em minutos).
Para fins de conformidade, os testes foram efetuados seis vezes, logo o Quadro 4 apresenta os
resultados médios, onde confronta o desempenho da máquina, sendo utilizada da forma
convencional onde é empurrada, e com o conjunto de movimentação acoplado a bicicleta.
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Quadro 4– Resultado do Teste de Campo
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
A análise dos dados obtidos nos testes possibilitou uma melhor compreensão sobre o
rendimento do conjunto.
4.8. Apresentação da solução
O objetivo principal desta etapa, foi à apresentação da solução para o problema de pesquisa,
logo temos na Figura 7 o kit do conjunto integrado de movimentação.
Figura 7 – Conjunto Montado
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
Na Figura 8 temos a imagem do conjunto com a máquina, desta forma torna-se possível a
verificação da aplicação do conjunto em campo.
Figura 8 – Conjunto Completo
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Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
4.9. Análise das vantagens e desvantagens do produto desenvolvido
A fim de obter uma compreensão mais ampla referente à utilização do novo produto, o
Quadro 5 apresenta um questionário, que foi realizado com um grupo de 8 pessoas as quais
tem por hábito a execução da tarefa de corte de grama.
Quadro 5 – Questionário
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
O Quadro 6 apresenta as vantagens e desvantagens percebidas pelo conjunto de pessoas que
participaram dos testes, após a utilização do produto desenvolvido, bem como a análise das
informações.
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Quadro 6 – Vantagens e Desvantagens
Fonte: Elaborado pelos Autores (2016)
Desta forma, as colocações pertinentes ao desenvolvimento do produto foram abordadas nas
considerações finais.
5. Considerações finais
Compreendendo a lógica sobre o problema de pesquisa o qual trabalha com a possibilidade de
otimizar o sistema de movimentação de um cortador de grama, esta pesquisa buscou elaborar
um mecanismo que visasse otimizar este sistema em uma máquina de cortar grama com motor
à combustão.
Para tal, este artigo contextualizou a cerca dos assuntos vinculados ao Processo de
Desenvolvimento de Produto, de modo que fosse possível estabelecer diretrizes concretas
para a elaboração de um projeto detalhado deste produto, tão quanto torna-se concebível
estruturar a confecção de um protótipo do conjunto.
Desta pesquisa, resultou a construção de um sistema de movimentação para a máquina de
cortar grama com motor a gasolina, onde por meio da utilização deste conjunto seja possível
acoplar o cortador a uma bicicleta, ressaltando a intercambiabilidade entre os itens.
Com a elaboração de testes de campo foi possível avaliar as vantagens e desvantagem na
utilização do sistema, utilizando como parâmetro de verificação a velocidade de
deslocamento, tempo total de corte e consumo de combustível. Desta forma destaca-se o
acréscimo na produtividade proporcionado pelo aumento na velocidade média de
deslocamento da máquina devido à utilização da bicicleta, mantendo uma uniformidade
quanto à qualidade de corte do gramado. Somado a um fator imensurável caracterizado pela
alegria de poder efetuar de modo dinâmico e proveitoso, atrelando à prática do exercício
físico de ciclismo a tarefa de corte, a qual muitas vezes é rotulada como não atrativa.
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Por fim, como sugestão para pesquisas futuras, recomenda-se:
Pesquisa no INPE (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) sobre a existência de
patentes registradas de dispositivos com aplicação semelhante em cortadores de
grama;
Avaliar a viabilidade econômica e financeira do produto apresentado e elaborar um
Plano de Negócios;
Elaborar a Análise de Modo e Efeitos de Falha Potencial (FMEA - Failure Mode and
Effect Analysis) para a prevenção de possíveis falhas no projeto do dispositivo e no
processo de fabricação a ser utilizado na produção em larga escala;
Que sejam realizados estudos que busquem ampliar a aplicabilidade do conjunto de
movimentação tanto em uma gama mais ampla de modelos de bicicleta e cortadores,
bem como oportunize uma empregabilidade mais abrangente com funções diversas
para o sistema.
Desta forma, concretiza-se na construção deste trabalho, o desenvolvimento de um
mecanismo funcional, o qual possibilita através do seu emprego, um ganho considerável em
eficiência na elaboração da tarefa de corte de grama.
REFERÊNCIAS
BACK, Nelson et al. Projeto integrado de produtos: planejamento, concepção e modelagem. 1. ed. Barueri,
SP: Manole, 2008. 601 p.
BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 2. ed. São Paulo, SP:
Edgard Blücher, 1998. 260 p.
BUSS, C. de O.; CUNHA G. D. da. Modelo referencial para o processo de desenvolvimento de novos
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