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MÔNICA ALVARENGA DE REZENDE BASTOS ELABORAÇÃO DE HAMBURGUER DE CARNE SUÍNA UTILIZANDO SUBSTITUTOS DE GORDURA Projeto de Dissertação apresentado ao Programa de Mestrado em Tecnologia de Alimentos do Centro Universitário de Belo Horizonte, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Tecnologia de Alimentos. Orientadora: Professora Cléia Batista Dias Ornellas Belo Horizonte 2009

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MÔNICA ALVARENGA DE REZENDE BASTOS

ELABORAÇÃO DE HAMBURGUER DE CARNE SUÍNA

UTILIZANDO SUBSTITUTOS DE GORDURA

Projeto de Dissertação apresentado ao Programa de Mestrado em Tecnologia de Alimentos do Centro Universitário de Belo Horizonte, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Tecnologia de Alimentos. Orientadora: Professora Cléia Batista Dias Ornellas

Belo Horizonte

2009

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Elaborado por: Elerson Tarcísio Souza CRB 6 - 2050

Bastos, Mônica Alvarenga de Rezende.

Elaboração de hambúrguer de carne suína utilizando substitutos de gordura / Mônica Alvarenga de Rezende Bastos; orientadora: Cléia Batista Dias Ornellas. – Belo Horizonte, 2009. 71 f. Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) 1. Hambúrguer 2. Carne suína 3. Substituto de gordura I. Ornellas, Cléia Batista Dias II. Centro Universitário de Belo Horizonte – Uni-BH. CDU: 637.521.44

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MÔNICA ALVARENGA DE REZENDE BASTOS

ELABORAÇÃO DE HAMBURGUER DE CARNE SUÍNA

UTILIZANDO SUBSTITUTOS DE GORDURA

Projeto de Dissertação apresentado ao Programa de Mestrado em Tecnologia de Alimentos do Centro Universitário de Belo Horizonte, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Tecnologia de Alimentos.

Área de concentração: Ciências Exatas e Tecnologia

Dissertação defendida e aprovada em: 21 de agosto de 2009

Banca examinadora:

Cléia Batista Dias Ornellas (orientadora)

Lucia Peret de Almeida

Renaldo Travassos Martins

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Dedico este trabalho à minha mãe Ebe, ao meu pai João

Bosco e a minha irmã Érica pelo carinho e apoio de sempre.

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Meus sinceros agradecimentos a minha orientadora Cléia

Batista Dias Ornellas pela dedicação e orientação para a

elaboração deste trabalho. À professora Lucia Peret de

Almeida e Luciana Almeida Seara pela colaboração e apoio. À

Cristalfrigo Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda,

em especial ao Francisco Carlos Barros (Gerente Industrial)

pelo fornecimento de matéria prima para elaboração dos

hambúrgueres. À empresa Duas Rodas Industrial pelo

fornecimento de aditivos. À empresa Ibrac Aditivos e

Condimentos pelo fornecimento de condimentos. À empresa

NovaProm Food Ingredients Ltda pelo fornecimento da fibra de

colágeno bovino. À empresa Nutrassim Food Ingredients pelo

fornecimento da fibra de trigo. À empresa Olvebra Industrial

S/A pelo fornecimento de proteína texturizada de soja. Ao meu

pai, mãe e irmã pelo apoio e carinho.

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Bastos, Mônica Alvarenga de Rezende; mestre; Centro Universitário de Belo Horizonte, agosto de 2009; Elaboração de hambúrguer de carne suína utilizando substitutos de gordura, Cléia Batista Dias Ornellas.

RESUMO

Produtos cárneos com teor reduzido de gordura são uma tendência na indústria de

alimentos e para isso substitutos de gordura são utilizados. A proposta em empregá-

los é a obtenção de produtos com teor reduzido de gordura que possam ser

considerados saudáveis e que preferencialmente mantenham as características

sensoriais originais. O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de

hambúrgueres de carne suína utilizando substitutos de gordura, sendo estes a fibra

de trigo, a fibra de colágeno bovino e a fibra de trigo associada à fibra de colágeno

bovino. Para isto, foram elaborados quatro tipos diferentes de hambúrgueres, sendo

um deles denominado padrão e os outros três utilizando os substitutos em

substituição parcial a gordura. Os produtos foram avaliados quanto ao rendimento e

encolhimento após grelhagem, as características microbiológicas (coliformes a 45ºC,

staphylococcus coagulase positiva, clostridium sulfito redutor a 46ºC e salmonella

sp), físico químicas (umidade, proteína, lipídios, carboidratos, cinzas, fibras totais,

pH, valor energético e textura) e teste sensorial afetivo (aceitação e intenção de

consumo). Os resultados obtidos demonstraram que os produtos aos quais foram

adicionados os substitutos de gordura obtiveram melhores resultados na

porcentagem de encolhimento e menor teor de lipídios e todos os produtos tiveram o

mesmo rendimento. Em relação ao valor energético, os produtos com substitutos de

gordura podem ser classificados como light, de acordo com a legislação vigente, por

apresentarem 25% de quilocalorias a menos quando comparados ao produto

padrão. Os produtos que contêm fibra na formulação possuem valores mais altos na

força de cisalhamento. Todos os produtos em todos os atributos avaliados obtiveram

boa aceitação e em relação à atitude de compra todos apresentaram a mesma

média que corresponde a compraria isto freqüentemente.

Palavras-chaves: Hambúrguer. Substituto de gordura. Carne Suína.

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Bastos, Mônica Alvarenga de Rezende; mestre; Centro Universitário de Belo Horizonte, agosto de 2009; Elaboração de hambúrguer de carne suína utilizando substitutos de gordura, Cléia Batista Dias Ornellas.

ABSTRAT

Meat products with a reduced fat content are a tendency in the food industry and for

so fat substitutes are used. The proposal to use them is to obtain products with low

content of fat and they can be consider healthy and preferably to keep the sensory

characteristics. The objective of this study was the development of pork hamburgers

using fat substitutes and they are the wheat fiber, bovine collagen fiber and the

wheat fiber associated to the bovine collagen fiber. For so, four different types of

different sample hamburgers were elaborated, one of them denominated regular and

the three others used a partial fat substitute. The products were evaluated taking into

consideration the productivity and shrinking after the grilling process, the

microbiological characteristics (coliforms at 45ºC, staphylococcus coagulase positive,

clostridium reducing sulfate at 46ºC and salmonella sp), physical chemical (humidity,

protein, lipids, carbohydrates, ashes, total fibers, pH, energetic value and texture)

and affective sensory test (acceptance and intention to consume). The results

obtained demonstrated that the products in which the fat substitutes were added

obtained better results in the shrinking percentage and lower content of lipids and all

the products had the same productivity. The energetic value of the products with the

fat substitute can be classified as light, according to the current legislation, because

they presented 25% kilocalories less when compared to the regular product. The

products which contain fiber in its formula have higher values in the shearing force.

All the products in all the evaluated attributes obtained good acceptance. And the

purchase attitude for all the products obtained the same average which corresponds

to “I would purchase it often”.

Keywords: hamburger. fat substitute. pork.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação de um triglicerídeo............................................................25

Figura 2 - Molécula de colágeno................................................................................36

Figura 3 - Fluxograma de produção dos hambúrgueres de carne suína...................44

Figura 4 - Retalho suíno magro..................................................................................45

Figura 5 – Toucinho....................................................................................................45

Figura 6 - Retalho suíno magro moído.......................................................................45

Figura 7 - Toucinho moído.........................................................................................45

Figura 8 - Fibra de trigo sem hidratação....................................................................45

Figura 9 - Fibra de trigo hidratada..............................................................................45

Figura 10 - Fibra de colágeno bovino sem hidratação...............................................46

Figura 11 - Fibra de colágeno bovino hidratada.........................................................46

Figura 12 - Massa de hambúrguer padrão.................................................................46

Figura 13 - Massa de hambúrguer com fibra.............................................................46

Figura 14 - Massa de hambúrguer com colágeno......................................................46

Figura 15 - Massa de hambúrguer com fibra e colágeno...........................................46

Figura 16 - Massa de hambúrguer padrão (56g)........................................................47

Figura 17 - Formatação dos hambúrgueres...............................................................47

Figura 18 - Hambúrguer padrão embalado................................................................47

Figura 19 - Hambúrguer padrão.................................................................................47

Figura 20 - Hambúrguer fibra.....................................................................................47

Figura 21 - Hambúrguer colágeno..............................................................................47

Figura 22 - Hambúrguer fibra e colágeno...................................................................48

Gráfico 1 - Força de cisalhamento dos hambúrgueres..............................................54

Quadro 1 - Aminoácidos essenciais e não essenciais para o homem.......................15

Quadro 2 - Fibras solúveis e insolúveis: tipos, fontes e ações...................................31

Quadro 3 - Equipamentos utilizados na elaboração dos hambúrgueres de carne

suína...........................................................................................................................42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição centesimal da carne.............................................................15

Tabela 2 - Valores de potássio e sódio de alguns cortes de carnes cozidas.............17

Tabela 3 - Produção e Consumo Mundial de Carnes, em 2002................................18

Tabela 4 - Comparativo do consumo de carnes no Mundo e América do Sul...........18

Tabela 5 - Quantidades de gorduras saturadas nos principais cortes de carne.........20

Tabela 6 - Composição das gorduras das carnes......................................................20

Tabela 7 - Características físico-químicas do hambúrguer.........................................23

Tabela 8 - Padrões microbiológicos para o hambúrguer............................................24

Tabela 9 - Principais características da fibra de trigo.................................................34

Tabela 10 - Teor de aminoácidos encontrados nos protídeos do tecido conjuntivo e

do músculo.................................................................................................................37

Tabela 11 - Principais características da fibra de colágeno bovino...........................38

Tabela 12 – Resultados das análises físico químicas dos produtos..........................52

Tabela 13 - Médias da textura dos produtos..............................................................54

Tabela 14 - Valores energéticos dos produtos P, F, C e FC......................................56

Tabela 15 - Resultados das análises microbiológicas................................................56

Tabela 16 - Valores médios de rendimento e encolhimento dos hambúrgueres na

cocção.......................................................................................................................57

Tabela 17 - Média das notas obtidas com a análise sensorial...................................58

Tabela 18 - Média das notas obtidas na análise sensorial referentes à atitude de

compra........................................................................................................................60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................14

2.1 Carne....................................................................................................................14

2.2 Carne suína..........................................................................................................16

2.3 Produtos derivados da carne................................................................................21

2.3.1 Hambúrguer.......................................................................................................22

2.4 Gordura................................................................................................................25

2.5 Substitutos de Gordura.........................................................................................26

2.5.1 Fibras.................................................................................................................29

2.5.1.1 Método de extração da fibra de trigo..............................................................33

2.5.1.2 Fibra de trigo utilizada na elaboração do hambúrguer de carne suína..........33

2.5.2 Proteína.............................................................................................................34

2.5.2.1 Método de extração de fibra de colágeno bovino..........................................37

2.5.2.2 Fibra de colágeno bovino utilizada na elaboração do hambúrguer de carne

suína...........................................................................................................................38

2.6 Análise sensorial..................................................................................................39

3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................41

3.1 Material.................................................................................................................41

3.1.1 Matéria prima e ingredientes.............................................................................41

3.1.2 Equipamentos utilizados na elaboração do produto.........................................41

3.2 MÉTODO..............................................................................................................42

3.2.1 Elaboração de hambúrguer de carne suína......................................................42

3.2.2 Procedimentos para análise físico-química do produto final.............................48

3.2.2.1 Determinação de lipídeos...............................................................................48

3.2.2.2 Determinação de proteínas............................................................................48

3.2.2.3 Fibras totais....................................................................................................48

3.2.2.4 Carboidrato.....................................................................................................48

3.2.2.5 Umidade.........................................................................................................49

3.2.2.6 Cinzas totais...................................................................................................49

3.2.2.7 pH...................................................................................................................49

3.2.2.8 Análise de textura...........................................................................................49

3.2.2.9 Valor energético.............................................................................................49

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3.2.3 Análise microbiológica.......................................................................................50

3.2.4 Porcentagem de rendimento na cocção..........................................................50

3.2.5 Porcentagem de encolhimento na cocção........................................................50

3.2.6 Análise Sensorial...............................................................................................50

3.2.7 Análise estatística..............................................................................................51

4 RESULTADO E DISCUSSÃO.................................................................................52

4.1 Análises físico químicas.......................................................................................52

4.1.1 Análise de textura..............................................................................................54

4.1.2 Valor Energético................................................................................................55

4.2 Análises microbiológicas......................................................................................56

4.3 Testes de rendimento e encolhimento na cocção................................................57

4.4 Análise sensorial..................................................................................................58

5 CONCLUSÃO.........................................................................................................61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................62

APÊNDICE A - Modelo de ficha de avaliação sensorial que será utilizada pela

equipe de julgadores..................................................................................................71

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, muitas pesquisas vêm avaliando o efeito protetor para a saúde

relacionado ao consumo de alguns alimentos. Neste sentido, aliado à crescente

preocupação dos consumidores cada vez mais esclarecidos, tem sido recomendada

a ingestão de alimentos ricos em fibras e pobres em gorduras, desta forma, uma

alimentação predominantemente rica em frutas e verduras. Esta alimentação

diminuiria o risco de doenças crônicas como câncer, osteoporose e doenças

cardiovasculares.

No Brasil existe uma evolução epidêmica, como nunca antes vista, de obesidade e

das dislipidemias que estão relacionadas com as doenças cardiovasculares

(BRASIL, 2003a).

A freqüência de obesidade na população brasileira é bem maior do que a

desnutrição infantil, o que indica um processo de transição epidemiológica que deve

ser devidamente valorizado no plano de saúde coletiva. Doenças cardiovasculares

estão diretamente relacionadas com a obesidade e com hábitos alimentares e estilos

da vida inadequados e são a causa principal de morte e de incapacidade na vida

adulta e na velhice, sendo que, no Brasil, são responsáveis por 34% de todas as

causas de óbito (BRASIL, 2003).

O desenvolvimento de produtos com baixo teor de gordura, baixas calorias, baixo

colesterol e produtos light são algumas tendências na indústria de alimentos que

procura atender a necessidade do mercado consumidor.

De acordo com o INMETRO (2008), para que um alimento possa utilizar o termo

light, este deve ser produzido de forma que sua composição reduza em, no mínimo,

25% o valor energético e um ou mais dos seguintes nutrientes: açúcares, gordura

saturada, gorduras totais, colesterol e sódio comparado com o produto tradicional ou

similar de marcas diferentes.

De modo geral, produtos cárneos possuem alto teor de gordura (20 a 30%),

permitindo, desta forma, grande oportunidade de redução (GIESE, 1992). Esta

consiste na substituição parcial da gordura do produto por substitutos de gordura

que segundo MONTEIRO et al., (2006) são elaborados a base de carboidratos,

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proteínas ou componentes de gorduras e podem ser usados de forma isolada ou em

combinação, fornecendo de 0 a 9 kcal/g.

Entretanto, é um grande desafio para indústria de alimentos o desenvolvimento de

produtos com teor de gordura reduzido, pois esta contribui de forma importante nos

atributos sensoriais que caracterizam um produto cárneo convencional como a

maciez, suculência e rendimento. Desta forma, a substituição de gordura pode levar

a modificação das características de qualidade (TRINDADE, 1998). Em decorrência

da preocupação em se reduzir o consumo de gordura, sem alterar a qualidade e as

características sensoriais do produto, tem-se procurado desenvolver e aplicar

substitutos que imitem as propriedades sensoriais e funcionais da gordura.

Segundo NABESHIMA & TRINDADE (1998) para que um ingrediente seja

considerado substituto de gordura ele não deve alterar de forma significativa as

características funcionais quanto às sensoriais do produto e deve contribuir com o

mínimo de calorias possível.

O substituto de gordura ideal seria um composto com baixo valor energético e que

possuísse todas as propriedades funcionais da gordura. Porém, esse composto,

como um único ingrediente, ainda não existe. No entanto, já estão disponíveis no

mercado produtos que possuem algumas das características da gordura e que se

utilizados na correta combinação e proporção permitem a elaboração de diversos

produtos alimentícios com teor reduzido de gordura (CÂNDIDO; CAMPOS, 1996;

ADA, 2005).

Segundo Associação Goiana de Suinocultores (AGS, 2005), a carne suína, obtida

pelos sistemas de criação modernos, possui teor apropriado de proteína (19 a 20%

na carne magra) e uma combinação adequada de todos os aminoácidos essenciais

numa forma biologicamente disponível apresentando alto valor nutritivo. É uma

carne que possui sabor muito agradável e macia, o que é motivo de sua grande

aceitação.

A carne suína, nos dias de hoje, é adequada às necessidades do homem moderno,

pois, atende as exigências da American Heart Association no que diz respeito às

calorias, gorduras saturadas e de colesterol (AGS, 2005).

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13

Diante disto, o trabalho foi o desenvolvimento de hambúrguer de carne suína

utilizando substitutos de gordura, que além de agregar valor ao produto

convencional oferecerá ao consumidor um produto saudável, seguro e com boas

características sensoriais. Para isto, o produto foi caracterizado físico-quimicamente

e foram realizados testes sensoriais para verificar a aceitação e a intenção de

consumo por potenciais consumidores dos hambúrgueres.

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14

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Carne

De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de

Origem Animal (RIISPOA), entende-se por "carne de açougue" “as massas

musculares maturadas e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a

base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção

veterinária” (BRASIL, 1952).

Segundo Olivo & Olivo, “denomina-se “carne de açougue”:

A parte muscular comestível dos mamíferos e aves, com os respectivos ossos, manipulados em condições higiênicas e provenientes de animais em boas condições de saúde, abatidos sob inspeção sanitária”. Ainda segundo o autor, a carne é formada por cinco tipos básicos de tecidos, sendo eles o tecido muscular, tecido epitelial, tecido adiposo, tecido nervoso e conjuntivo. Os principais componentes da carne são os músculos e estes são divididos em músculo esquelético, liso e cardíaco (OLIVO & OLIVO, 2006, p. 23).

A carne é composta por aproximadamente 35 a 65% do tecido muscular esquelético

e este é constituído pelo conjunto de fibras musculares. Também fazem parte de sua

composição as cartilagens, tecido conectivo, tecido ósseo e o tecido adiposo

(gordura) (ORDÓÑEZ, 2005).

A qualidade final da carne depende de diversos fatores como espécie, linhagem,

genética, sexo, idade, alimentação, função do músculo, composição química e de

fenômenos fisiológicos e bioquímicos que ocorrem momentos antes do sacrifício do

animal, durante e após a instalação do rigor mortis. Sendo importante salientar que o

músculo somente se transforma em carne após a instalação do rigor mortis (OLIVO

& OLIVO, 2006).

A carne é considerada um alimento nobre, pois a partir das gorduras, proteínas e

vitaminas, respectivamente, contribui para a produção de energia, para a formação

de novos tecidos orgânicos e para a regulação dos processos fisiológicos

(ORDÓÑEZ, 2005).

Ainda segundo este autor, a quantidade e a qualidade dos aminoácidos constituintes

dos músculos, dos ácidos graxos essenciais, das vitaminas do complexo B

presentes e o teor de ferro fazem com que a carne se torne um alimento com grande

mérito nutricional.

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15

A composição centesimal da carne encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1 Composição centesimal da carne

Constituintes Porcentagem (%)

Água

Proteína

Gordura

Cinzas

80 – 65

16 – 22

3 – 13

~1

Fonte: ORDÓÑEZ (2005).

De acordo com (OLIVO & OLIVO, 2006) existem dois tipos de aminoácidos. O

primeiro é um grupo formado por aqueles que o organismo humano não consegue

sintetizar, denominados de essenciais, e desta forma, necessitam ser ingeridos. O

segundo grupo é formado por aminoácidos não essenciais e são aqueles que o

organismo consegue produzir em quantidades suficientes e são sintetizados a partir

de outros aminoácidos ou através de precursores que tenham nitrogênio e carbono.

As carnes, de modo geral, contêm todos os aminoácidos essenciais. O Quadro 1

mostra os aminoácidos essenciais e não essenciais para o homem.

Quadro 1 Aminoácidos essenciais e não essenciais para o homem.

Aminoácidos Não-Essenciais Aminoácidos Essenciais

Alanina Arginina*

Asparagina Histidina

Aspartato Isoleucina

Cisteína Leucina

Glutamato Lisina

Glutamin Metionina

Glicina Fenilalanina

Prolina Treonina

Serina Triptofano

Tirosina Valina

* Essencial para indivíduos jovens e em crescimento, mas não para adultos.

Fonte: LENINGER, 2002 citado por OLIVO & OLIVO, 2006.

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16

Ainda de acordo com (OLIVO & OLIVO, 2006) a carne é considerada uma fonte de

“proteína completa”, de excelente qualidade e alto valor biológico, pois possui alto

teor de todos os aminoácidos essenciais ao corpo humano. Já as proteínas vegetais

não provêm todos os aminoácidos essenciais. A disponibilidade dos aminoácidos da

carne, após a digestão, é alta, pois suas proteínas são 95 a 100% digeríveis,

enquanto que algumas proteínas vegetais são apenas 65 a 75% digeríveis. Em 100g

de carne magra é fornecido aproximadamente 40% das necessidades diárias de

proteína.

Em menores proporções existem substâncias nitrogenadas não-protéicas

(aminoácidos livres, peptídeos, nucleotídeos, creatina), vitaminas, sais minerais,

ácido lático (ORDÓÑEZ, 2005).

A variedade de carnes empregadas pela indústria como matéria-prima cárnea é

grande, inclui desde os segmentos musculares até as vísceras, gorduras, sangue,

pele e ligamentos. A escolha do tipo de tecido, da qualidade e das espécies de

animais a serem utilizadas, depende do produto a ser elaborado. Para a elaboração

de derivados cárneos, podem ser utilizadas matérias primas de diferentes espécies

animais como bovinos, suínos, ovinos, caprinos, eqüídeos, aves e pescados (PARDI

et al., 1996).

2.2 Carne suína

A composição da carne suína, de modo geral, consiste de 72% de água, 20% de

proteína, 7% de gordura, 1% de minerais e menos que 1% de carboidratos

(ANDERSON, 1988; SEUS, 1990 citados por BRAGAGNOLO; AMAYA, 2002, p. 2).

Ao ser comparada com outros alimentos, a carne suína é rica em proteína, e pobre

em carboidratos e contém relativamente baixo valor energético (aproximadamente

147kcal/100g de carne suína). É a proteína animal mais produzida e consumida no

mundo (FAO, 2001 citado por BRAGAGNOLO; AMAYA, 2002, p. 2). A carne suína é

uma das fontes mais importantes de vitamina B1 (SEUS, 1990 citado por

BRAGAGNOLO; AMAYA, 2002, p. 2), contendo também como vitaminas principais,

B2, B6, B12, A e C (BRAGAGNOLO; AMAYA, 2002).

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17

Ao ser comparada com a carne bovina e de frango, a carne suína apresenta um

menor teor de sódio e como vantagem, o nível de potássio mais elevado (Quadro 1)

(AGS, 2005).

Considerando a relação Sódio:Potássio (relação Na:K), de acordo com a (AGS,

2005) quanto menor esta for, mais saudável é o alimento, pois isso indica que ele

possui um alto teor de potássio e menor teor de sódio.

A carne suína, e em especial o lombo, apresenta a menor relação Na:K quando

comparada à carne de frango e à bovina. Sendo assim, para pessoas com

hipertensão arterial é a carne mais indicada (AGS, 2005). Na Tabela 2 estão

apresentados os valores de sódio e potássio de alguns cortes de carnes cozidas.

Tabela 2 Valores de potássio e sódio de alguns cortes de carnes cozidas

Lombo Suíno Filé mignon Peito de frango sem

pele

Coxa de frango com

pele Potássio (K), mg por 100g

Sódio (Na), mg por 100g

Relação Na:K

425

58

0,136

391

61

0,156

256

74

0,289

222

84

0,378 Fonte: L. Roppa, adaptado do USDA Nutrient Data Laboratory citado por AGS, 2005

No ano de 2002, o consumo per capita de carne suína foi em torno de 14,80 kg, o

que é um número bastante relevante fazendo com que a carne suína ocupe, com

destaque, o primeiro lugar na preferência da população, sendo então intitulada como

“a carne mais consumida no mundo”. A carne de frango apresenta-se em segundo

lugar com 10,86 kg e a bovina em terceiro, com 9,83 kg por habitante (SILVA, 2005).

A Tabela 3 apresenta a produção e consumo mundial de carnes no ano de 2002.

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18

Tabela 3 Produção e Consumo Mundial de Carnes, em 2002

Carne Produção (Milhões Ton.) Consumo (kg, por pessoa)

Suíno

Frango

Bovino

Outras

TOTAL

93.300

71.500

61.000

15.564

241.364

14,90

10,86

9,83

2,54

38,13

Fonte: PORWORLD, 2003 citado por SILVA, 2005.

Analisando o consumo de carne suína por país, a Dinamarca se encontra em

primeiro lugar com 67,0 kg/habitante, seguida da Espanha com 65,0 kg/habitante,

enquanto no Brasil o consumo é de somente 13,6 kg/habitante. O consumo de carne

suína vem aumentando ao longo dos últimos anos. De 1970 a 2000, aumentou na

proporção de 2% ao ano. Se permanecer nesse mesmo ritmo de crescimento, a

estimativa de consumo de carne suína é de 16,5 kg/habitante no ano de 2010. O

consumo mais elevado acontece nos países mais desenvolvidos, como por exemplo,

na Comunidade Européia, onde o consumo é de 42,62 kg/habitante/ano e nos

Estados Unidos de 30,0 kg. Já na América do Sul o consumo é de apenas 7,6 kg,

ficando à frente somente da África, que consome somente 1,4 kg. Com o

comportamento contrário ao restante do mundo, no que diz respeito ao consumo de

carne suína, a América do Sul consome menos este tipo de carne quando

comparado com o consumo de carnes de frango e bovina (SILVA, 2005). A Tabela 4

apresenta o comparativo do consumo de carnes no mundo e na America do Sul.

Tabela 4 Comparativo do consumo de carnes no Mundo e América do Sul

Carne Mundo, kg/hab. Mundo, % Am. Sul, kg/hab.

Am. Sul, %

Carne Suína

Carne de Frango

Carne Bovina

14,9

10,8

9,8

41,7

30,6

27,7

7,8

20,0

29,5

13,5

35,0

51,5

Fonte: Roppa, 2005 com base em dados FAOstat citado por Silva, 2005.

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19

De acordo com o (PORTAL DO AGRONEGÓCIO, 2008), nos últimos quinze anos o

consumo aumentou passando de 8 para 13,1kg habitante/ano no Brasil.

Este baixo consumo de carne suína se deve provavelmente ao preconceito e falta de

informação sobre a qualidade desta.

De acordo com SILVA (2005), foram feitas pesquisas com a população brasileira e

92% das pessoas entrevistadas apontam como principal ponto forte da carne suína,

seu sabor. Nesta mesma pesquisa também foram indicados os pontos negativos da

carne suína, sendo que 35% das pessoas disseram que “faz mal e é perigosa para

saúde” e 55% das pessoas acham que “possui muita gordura e colesterol”.

Enquanto o criador produz o suíno, o consumidor ainda pensa no “porco”. O

consumidor ainda possui um conceito errôneo no que diz respeito à carne suína e

este fato se deve ao seu desconhecimento das melhorias realizadas pelos criadores

nas áreas da genética, nutrição, manejo, sanidade (SILVA, 2005).

Nos últimos vinte anos, houve uma redução considerável em 31% na proporção de

gordura na carcaça suína, o que resultou em 14% menos calorias e 10% menos

colesterol. Isto graças às tecnologias de produção e ganhos genéticos na

suinocultura (FARIA; FERREIRA; GARCIA, 2006). No Brasil, Bragagnolo (2001

citado por FARIA; FERREIRA; GARCIA, 2006, p. 3), observou que entre diferentes

cortes crus e cozidos de carnes de aves, bovinos e suínos, não existe diferença

significativa no teor de colesterol. Constatou também que o toucinho possui menor

teor de colesterol do que a carne escura e a pele de frango. O INMETRO (2005)

divulgou resultado bastante semelhante na comparação entre cortes de bovinos e

suínos, com ou sem gordura (BRASIL, 2005 citado por FARIA; FERREIRA; GARCIA,

2006, p. 3).

A carne suína moderna está de acordo com as exigências da American Heart

Association no que diz respeito aos teores de gordura saturada, pois em 100g de

lombo cozido consome-se apenas 2,4g desse tipo de gordura e essa quantidade

representa somente 10% do máximo permitido a ser ingerido por dia (AGS, 2005).

Encontram-se na Tabelas 5 as quantidades de gorduras saturadas nos principais

cortes de carne.

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Tabela 5 Quantidades de gorduras saturadas nos principais cortes de carne.

Carne Corte (g/100g) 1 2 Média

Lombo, cozido

2,6

2,1

2,4 Suína

Pernil, cozido - 2,1 2,1 Peito cozido, sem pele

1,0

-

1,0

Frango

Coxa cozida, com pele

3,0 - 3,0

Bovina Filé mignon, cozido

3,8 3,8 3,8

Fonte: ROPPA, 1999 citado por AGS, 2005.

A carne suína tem a vantagem de ter maior porcentagem de gordura poliinsaturada e

menor de gordura saturada do que a carne bovina e ser mais rica em gordura

monoinsaturada quando comparada as carnes bovina e de frango (AGS, 2005). A

Tabela 6 mostra a composição das gorduras das carnes.

Tabela 6 Composição das gorduras das carnes.

Tipo de gordura Saturada Poliinsaturada Monoinsaturada

Coxa de frango, sem pele

Filé mignon, bovino

Pernil, suíno

31

46

38

25

6

10

44

48

52

ROPPA, 1999 adaptado de USDA, Nutrient Data Laboratory citado por AGS, 2005.

Houve uma grande melhoria na sanidade e qualidade do rebanho suíno, com um

melhor controle e erradicação de doenças, diminuição do uso de medicamentos,

melhores condições no bem estar e nutrição animal e também foi alcançada a

produção de carcaças mais magras, o que atende a necessidade do consumidor.

Estas modificações proporcionaram um melhor posicionamento do Brasil como o

quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína (ROPPA, 2002;

ABIPECS, 2004 citados por FARIA; FERREIRA; GARCIA, 2006, p. 3).

Entre os anos de 2000 e 2008, as exportações de carne suína deram um salto de

300%, passando de 128 mil toneladas para 520 mil toneladas por ano (AGS, 2005).

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2.3 Produtos derivados da carne

A carne fresca é alimento extremamente perecível devido a sua alta atividade de

água e sua composição química. Após o sacrifício do animal, a carne fica muito

exposta a contaminações por diferentes tipos de microrganismos o que traz como

conseqüência a sua alteração. Além disso, ainda existe o risco da presença de

microrganismos patogênicos e suas substancias tóxicas. Todos esses fatores fazem

com que a carne fresca tenha uma vida útil muito curta (ORDÓÑEZ, 2005).

De acordo com ORDÓÑEZ (2005), desde a antiguidade o homem sabia que os

alimentos se deterioravam facilmente se não fossem consumidos rapidamente, mas

não conheciam os microrganismos (ORDÓÑEZ, 2005). Com a evolução, o homem

desenvolveu processos tecnológicos que aumentaram a vida de prateleira da carne.

Assim, com a inovação e tecnologia esses processos se tornaram cada vez mais

sofisticados e com padrões tecnológicos que permitem maior controle do processo.

Produtos cárneos processados são aqueles que passaram por algum tipo de

tratamento físico ou químico e como conseqüência tiveram as características

originais de carne fresca, alteradas. O processamento atribui características

sensoriais como cor e sabor, mas não altera de forma significativa as características

nutricionais e visa o desenvolvimento de novos produtos e o aumento de vida de

prateleira (ROMANELLI; CASERI; LOPES FILHO, 2002).

De acordo com Ordóñez, consideram-se produtos e derivados cárneos:

Os produtos alimentícios preparados total ou parcialmente com carnes, miúdos ou gorduras, subprodutos comestíveis procedentes dos animais de abate ou outras espécies e, eventualmente, ingredientes de origem vegetal ou animal, como também condimentos, especiarias e aditivos autorizados (ORDÓÑEZ, 2005, v. 2, p.187).

Desde os tempos mais antigos, produtos com novos sabores e texturas foram sendo

elaborados de acordo com as características e necessidades de cada região. Desta

forma, no norte da Europa foram desenvolvidos produtos cozidos, uma vez que

nesta região as condições climáticas permitiam melhor sua conservação e

armazenamento. Já na Europa meridional, foram desenvolvidos embutidos crus

curados, pois estes são mais estáveis à temperatura moderadas. Nos dias de hoje,

o desenvolvimento de produtos cárneos emprega tecnologias avançadas, sendo um

setor com grandes perspectivas devido à pesquisa de instituições tanto públicas

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quanto privadas, as inovações na engenharia mecânica e a criatividade do produtor

(ORDÓÑEZ, 2005).

Nessas últimas décadas, o perfil do consumidor passou por modificações devido à

necessidade de se trabalhar fora, principalmente das mulheres, e como

conseqüência houve uma redução no tempo dedicado a preparação dos alimentos.

Desta forma, essas mudanças de hábito fizeram com que a indústria de alimentos

passasse por adaptações que permitissem o desenvolvimento de produtos de fácil

preparo e prontos para serem consumidos (BARBUT, 2002 citado por NUNES,

2006, p. 3).

2.3.1 Hambúrguer

Guerreiro (2003) descreve que no século XII, os cavaleiros tártaros levavam a carne

crua na sela de seus cavalos, como uma técnica peculiar para moer carne. Após

horas, a carne se tornava uma pasta, sendo desta forma, mais fácil de mastigar

sendo chamada de “bife tártaro”, produto consumido cru. Atualmente, ele ainda é

servido em alguns restaurantes e é acompanhado com uma gema de ovo, também

crua.

O produto chegou ao Porto de Hamburgo, na Alemanha, cinco séculos depois onde

foi inserido aos hábitos alimentares desta população. Os imigrantes alemães, no

século XIX, levaram para os Estados Unidos da América a receita do produto

adaptada aos costumes americanos, que consistia em grelhar a carne com cebolas.

No fim deste século, um dono de restaurante em Washington teve a idéia de fazer

um sanduíche, colocando o bife chamado hambúrguer entre duas fatias de pão

(GUERREIRO, 2006).

O americano Robert Falkenburg, campeão de tênis em Winbledon, foi o responsável

pela inserção do hambúrguer nos costumes brasileiros. Ele abriu a primeira

lanchonete de acordo com padrões americanos em 1952, no Rio de Janeiro

(GUERREIRO, 2006).

Verifica-se que o sanduíche que nasceu no lombo de um cavalo transformou-se em

um dos maiores geradores de negócios, tendo caído no gosto das mais diversas

culturas. Países com costumes diferentes têm adotado o hábito de consumo do

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hambúrguer com adaptações. Na índia, por exemplo, utiliza-se carne de carneiro no

lugar da bovina (GUERREIRO, 2006).

Segundo a Instrução Normativa nº 20, de 31 de julho de 2000 do Ministério da

Agricultura entende-se por hambúrguer “o produto cárneo industrializado obtido da

carne moída dos animais de açougue, adicionado ou não de tecido adiposo e

ingredientes, moldado e submetido a processo tecnológico adequado” (BRASIL,

2000).

Suas características sensoriais são definidas de acordo com o processo de obtenção.

Sendo que a textura, cor, sabor e odor devem ser característicos. Já suas

características fisico-quimicas estão apresentadas na Tabela 7 (BRASIL, 2000).

Tabela 7 Características físico-químicas do hambúrguer

Constituintes Porcentagem (%)

Gordura (máx)

Proteína (mín)

Carboidratos Totais

Teor de Cálcio (máx. Base seca)

23

15

3

0,1 em hambúrguer cru

0,45 em hambúrguer cozido

Fonte: BRASIL, 2000.

O percentual restante (58,45) não apresentado no quadro acima corresponde a

praticamente à umidade do produto.

O hambúrguer deve atender a legislação vigente quanto aos critérios microbiológicos

de acordo com a RDC nº 12 de 02 de janeiro de 2001 listados na Tabela 8.

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24

Tabela 8 Padrões microbiológicos para o hambúrguer

Tolerância para amostra

representativa

Microrganismos Tolerância para a

amostra indicativa

n C m M

Coliformes a 45ºC/g

Staphylococcus coagulase positiva/g

Clostridium sulfito redutor a 46ºC/g

Salmonella sp/25g

5x103

5x103

3x103

Ausência

5

5

5

5

3

2

2

0

5x102

103

5x102

Ausência

5x103

5x103

3x103

-

n: é o número de unidades a serem colhidas aleatoriamente de um mesmo lote e analisadas individualmente; c: é o número máximo aceitável de unidades de amostras com contagens entre os limites de m e M (plano de três classes). Nos casos em que o padrão microbiológico seja expresso por "ausência", c é igual a zero, aplica-se o plano de duas classes; m: é o limite que, em um plano de três classes, separa o lote aceitável do produto ou lote com qualidade intermediária aceitável; M: é o limite que, em plano de duas classes, separa o produto aceitável do inaceitável. Em um plano de três classes, M separa o lote com qualidade intermediária aceitável do lote inaceitável. Valores acima de M são inaceitáveis. Fonte: BRASIL, 2001.

O hambúrguer possui como ingredientes obrigatórios carnes de diferentes espécies

de animais de açougue e como ingredientes opcionais a gordura animal, gordura

vegetal, água, sal, proteínas de origem animal e/ou vegetal, leite em pó, açúcares,

maltodextrina, aditivos intencionais, condimentos, aromas e especiarias, vegetais,

queijos e outros recheios (BRASIL, 2000).

Para a fabricação do hambúrguer, é permitida a adição de carne mecanicamente

separada, no limite máximo de 30%, exclusivamente em hambúrguer cozido.

Também é permitida a adição de proteína não cárnica na forma agregada no máximo

4,0 % (BRASIL, 2000).

O hambúrguer é considerado um produto reestruturado e de acordo com Ordóñez

(2005, p.52, 2.v), produtos reestruturados “são aqueles que tentam imitar o aspecto

de carne integral, podendo ser considerados como intermediários entre a carne

picada e uma peça de carne”.

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25

Para a fabricação de produtos cárneos reestruturados, utilizam-se diversos

tamanhos de partículas de carnes com o objetivo de conseguir um produto

consistente, bastante semelhante ao de bifes, ao de um pedaço de carne para assar

ou a de uma porção cárnea. Esses produtos cárneos reestruturados podem ter

diferentes composições químicas, ingredientes não cárneos, grau de redução de

tamanho ou ter sofrido distintos processos tecnológicos, resultando em uma

aparência final diferenciada (ORDÓÑEZ, 2005).

2.4 Gordura

Óleos e gorduras fazem parte de um grupo de compostos denominados lipídios,

sendo os triacilgliceróis os tipos de lipídios mais comuns em alimentos. Podem sofrer

varias alterações químicas durante o processamento, armazenamento e consumo

do alimento, o que conseqüentemente, gera substâncias que podem ser desejáveis

ou não ao flavor (ARAÚJO, 2004).

Os triacilgliceróis são ésteres de glicerol que contém três ácidos graxos. Podendo

estes ser saturados ou insaturados (ARAÚJO, 2004) (Figura 1).

Figura 1-Representação de um triglicerídeo

Fonte:http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_grad2005_2/constituintes/links/lipid

eos.htm.

As gorduras animais são constituídas por aproximadamente 40% de ácidos graxos

saturados possuindo de 16 a 18 átomos de carbono na cadeia, e, também contêm

Ácido Graxo

Glicerol Triglicerídeo

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cerca de 60% de ácidos graxos insaturados principalmente os ácidos oléico e

linoléico, possuindo alto ponto de fusão. O toucinho e o sebo pertencem a este

grupo (BOBBIO & BOBBIO, 1995).

Na gordura da carne, os ácidos graxos saturados e monoinsaturados são a maioria

nos triglicerídeos. Os principais ácidos graxos saturados na carne são o palmítico, o

esteárico e o mirístico, de maior a menor concentração. O ácidos graxos

monoinsaturados mais abundantes são o oléico e em seguida o palmitoléico. Os

principais ácidos graxos poliinsaturados são os ácidos linoléico, linolênico e

araquidônico (ORDÓÑEZ, 2005).

As gorduras de origem animal, principalmente as de maior saturação, têm sido

apontadas pela medicina como responsável por diversos distúrbios circulatórios

(PARDI et al.,1996). E de acordo com (OLIVO & OLIVO, 2006, p. 60), “o excesso de

gordura saturada no organismo é propenso ao surgimento de câncer.”

Na carne, de modo geral, o colesterol, que exerce importantes funções fisiológicas

no organismo, se mantém em quantidades variáveis na gordura, e sua taxa é

aumentada no sangue com o aumento da presença de ácidos graxos saturados na

dieta, o que predispõe a formação de coágulos sanguíneos e de placas de gordura

na parede dos vasos sanguíneos (PARDI et al.,1996).

Os lipídeos são de extrema importância na aceitação da carne, já que sua

concentração na mesma e a composição de cada uma das frações lipídicas

influenciam de forma considerável as características sensoriais (textura, sabor,

aroma, cor, etc) (LUDKE; LÓPEZ, 1999).

Essas propriedades são importantes também em produtos industrializados como o

hambúrguer, sendo um grande desafio para indústria de alimentos à substituição de

gordura por ingredientes que tragam as mesmas propriedades dos produtos

convencionais e menor valor energético.

2.5 Substitutos de Gordura

A gordura e colesterol tem sido uma preocupação para organizações de saúde que

tem incentivado a redução destes na dieta humana com o objetivo de diminuir o

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27

risco de doenças cardiovasculares, controle da obesidade e câncer de cólon

(PEARSON & GILLETT, 1996; CENGIZ & GOKOGLU 2005 citados por BARRETO,

2007, p. 16).

A gordura está relacionada com a percepção da cremosidade, do aroma, do sabor e

da sensação de saciedade após as refeições. Desta forma, é considerada um

ingrediente importante no que diz respeito aos aspectos sensoriais e tecnológicos

dos alimentos (NEY, 1988).

Para se desenvolver produtos com redução no teor de gordura, dois princípios

básicos são seguidos: a utilização de carnes magras, o que pode aumentar o custo

do produto e/ou a redução de gordura através da adição de água e outros

ingredientes. Os dois métodos contribuem na redução do valor energético

(JIMENEZ-COLMENERO, 1996 citado por BARRETO, 2007, p. 16).

Grande parte dos alimentos com redução no teor de gordura está relacionada com a

elevação do teor de água, fazendo com que a fração aquosa destes produtos torna-

se prioridade em seu desenvolvimento (JONES & MANDIGO, 1982 citados por

BARRETO, 2007, p. 17).

A elaboração de alimentos com redução no teor de gordura necessita da utilização

de produtos que possuam os atributos lipídicos, mas que tenham valor energético

reduzido. Desta forma, podem ser empregados estabilizantes, emulsificantes,

espessantes e outros aditivos com propriedades específicas. A elaboração destes

produtos é difícil e nem sempre uma expressiva redução no valor energético é

alcançada devido à manutenção dos atributos sensoriais (MONTEIRO, 2006).

Ulloa (1999 citado por BARRETO, 2007, p. 17), em seu estudo sobre a interferência

nas propriedades físico químicas das emulsões cárneas com baixo teor de gordura,

concluiu que produtos com teor reduzido de gordura e com substituição desta

através da adição de água possui grandes perdas durante o cozimento e

armazenamento.

O massageamento é uma alternativa para elevar a retenção de água e a interação

proteína-proteína em produtos de salsicharia e carnes reestruturadas. O

massageamento, além de diminuir o tempo de processamento, também, tem a

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vantagem de aumentar a uniformidade da cor, textura e distribuição da gordura,

aumentando a qualidade da ligação de produtos cárneos formados (CLAUS et al.,

1990 citado por BARRETO, 2007, p. 17).

Os substitutos de gordura não servem somente como uma opção para dieta, podem

melhorar também a qualidade de produtos desenvolvidos com redução no teor de

gordura e proporcionar o crescimento do mercado. Alguns substitutos de gordura

podem ser incorporados com facilidade em vários produtos alimentícios como

bebidas, maioneses e sobremesas, molhos para saladas e produtos de laticínios

(AKOH, 1998; FAT, 2006 citados por MONTEIRO, 2006).

Mansour & Kalil (1999 citados por BARRETO, 2007) utilizaram 2,5 a 7,5% de fibra

de trigo em hambúrguer bovino com o objetivo de diminuir o teor de gordura e

chegaram a conclusão que esta fibra pode ser utilizada como substituto de gordura,

sem mudar as características de cor, suculência, textura e intensidade de aroma da

carne. De acordo com Mendoza et al. (2001 citado por BARRETO, 2007), as fibras

tem sido utilizadas em produtos cárneos não somente com o intuito de proporcionar

seus efeitos benéficos, mas também estão sendo utilizadas como substituto de

gordura.

Substitutos de gordura podem ser agrupados em duas categorias, sendo os

mimetizadores e sucedâneos de gordura. Os mimetizadores são aqueles que

proporcionam produtos similares aos com alto teor de gordura, criando textura

cremosa e lubrificante. Neste grupo são incluídos os carboidratos ou proteínas, que

agem através da ligação com a água. No entanto, os mimetizadores não possuem a

capacidade de igualar as propriedades apolares da gordura, como a capacidade de

carrear flavor. Os sucedâneos de gordura são compostos sintéticos ou outras fontes

de lipídios que possuem características semelhantes às propriedades apolares da

gordura (DRAKE & SWANSON, 1995; McMAHON et al.,1996 citados por DANIEL,

2006).

Os substitutos de gorduras também são classificados em três grupos: a base de

proteínas, carboidratos e lipídios, ou de sua combinação (CÂNDIDO e CAMPOS,

1996; FAT, 2006)

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29

2.5.1 Fibras

“Fibras alimentares não constituem um grupo químico definido, mas são uma

combinação de substâncias químicas heterogêneas como celuloses, hemiceluloses,

pectinas, ligninas, gomas e polissacarídeos de algas” (ASP et al., 1992 citado por

JANUZZI, 2007).

Outro conceito de fibra utilizado é que estas são substâncias presentes em plantas,

indisponíveis como fonte de energia e que não são hidrolisadas nem digeridas pelas

enzimas intestinais e nem absorvidas pelo organismo humano (GRIGELMO-

MIGUEL, 1999; ZHONG et al, 2000; PIMENTEL, FRANCKI, GOLLUCKE, 2005).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define fibra alimentar como

“qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do

trato digestivo humano” (BRASIL, 2003b).

As fontes mais importantes de fibras alimentares são componentes da parede

celular (celulose, hemicelulose, lignina e substâncias péctica) e componentes não

estruturais (gomas e mucilagens). Existem também como fonte de fibras os aditivos

industriais (celulose modificada, pectina modificada, gomas comerciais e

polissacarídeos de algas) (GRIGELMO-MIGUEL, 1999 citado por JANUZZI, 2007).

Fibras se diferenciam de acordo com sua solubilidade em água, geleificação

(potencial de retenção de água), viscosidade e à capacidade de incorporar minerais

ou substâncias moleculares. As pectinas, gomas, mucilagens e algumas

hemiceluloses são as fibras solúveis. Já as insolúveis são a celulose, lignina e

hemicelulose (COPPINI in WAITZBERG, 2001 citados por PIMENTEL; FRANCKI;

GOLLUCKE, 2005).

Cerca de um terço das fibras ingeridas em uma alimentação comum são solúveis.

Estas fibras, quando em contato com a água, formam géis, o que eleva a

viscosidade dos alimentos parcialmente digeridos no estômago (PIMENTEL;

FRANCKI; GOLLUCKE, 2005).

Estas fibras solúveis fazem com que os nutrientes permaneçam por mais tempo no

estômago o que proporciona uma melhor digestão, principalmente de açúcares e

gorduras, contribuindo na regularização do metabolismo energético. Tanto as fibras

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solúveis quanto as insolúveis influenciam da mesma forma sobre a velocidade do

transito intestinal, todavia, sem o aumento da absorção de água (DOSSIÊ: FIBRAS

ALIMENTARES, 2008).

Fibras solúveis estimulam reação de fermentação levando a produção de grandes

concentrações de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Estes ácidos graxos

promovem a motilidade do bolo fecal, regularizando o transito intestinal de forma

suave. São fonte de energia para a mucosa e agentes protetores de inúmeras

doenças como câncer de colon, diarréias e inflamações intestinais (DOSSIÊ:

FIBRAS ALIMENTARES, 2008).

Estas fibras formam uma camada na superfície da mucosa do intestino delgado

criando uma barreira na absorção de alguns nutrientes o que provoca o atraso no

metabolismo dos açúcares e gorduras, contribuindo na regularização do

metabolismo energético, controlando os aumentos bruscos na taxa de glicemia e

contribuindo também para a diminuição da taxa de colesterol (DOSSIÊ: FIBRAS

ALIMENTARES, 2008).

São fermentadas pela flora intestinal e aumentam esta favoravelmente, inibindo o

crescimento das bactérias patogênicas (DOSSIÊ: FIBRAS ALIMENTARES, 2008).

Estão presentes em vários produtos que possuem especificamente este tipo de fibra

como a goma acácia, a pectina e a goma xantana. Também são encontradas em

cereais (farelo de trigo, cereais matinais e pães integrais), frutas maduras e vegetais

(brócolis, feijões verdes, brotos), entre outros, embora em quantidades muito

menores a da fibra insolúvel (DOSSIÊ: FIBRAS ALIMENTARES, 2008).

Fibras insolúveis estão diretamente ligadas com a absorção e regulação do intestino

e prosseguem praticamente intactas ao longo do trato gastrointestinal (PIMENTEL;

FRANCKI; GOLLUCKE, 2005). Isto se deve a extrema capacidade de retenção de

água destas mesmas, pois, absorvendo água disponível, aumentam em volume

distendendo a parede do cólon e facilitando a eliminação do bolo fecal. Absorvendo

água, estas fibras absorvem também eventuais agentes cancerígenos, o que previne

o câncer de cólon. Elas não são fermentadas pela flora intestinal, devido a sua

insolubilidade, sendo assim, não são praticamente metabolizadas. Estão presentes

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principalmente nos cereais (aveia, cevada, milho, centeio e psilium), as frutas

banana e maçã, as leguminosas feijões e ervilhas, couve flor, cenoura e outros

(DOSSIÊ: FIBRAS ALIMENTARES, 2008).

No que diz respeito a benefício à saúde, os tipos de fibra se complementam. Uma

proporção considerada bem balanceada é de 50-70% de insolúvel e 30-50% de

solúvel (SCHENEEMAN, 1987 citado por JANUZZI, 2007). O Quadro 2 apresenta os

tipos de fibras solúveis e insolúveis, suas fontes e ações.

Quadro 2 Fibras solúveis e insolúveis: tipos, fontes e ações.

Classificação Tipos Fontes Ações

Retardo na absorção de glicose;

Redução no esvaziamento gástrico (maior saciedade);

Diminuição dos níveis de colesterol sanguíneo;

Fibras Solúveis

Pectina, gomas,

mucilagem, beta glucana, hemiceluloses

(algumas)

Frutas, verduras,

aveia, cevada, leguminosas

(feijão, lentilha, soja, grão de bico)

Proteção contra o câncer de intestino.

Aumento do bolo fecal; Estímulo ao funcionamento intestinal (aceleração do transito);

Fibras insolúveis

Lignina, celulose, hemicelulose (maioria)

Verduras, farelo de trigo, cereais integrais (arroz, pão, torrada)

Prevenção da constipação intestinal.

Fonte: Dossiê: Fibras Alimentares, 2008.

Em uma pesquisa realizada na década de 70, envolvendo nativos da África, médicos

ingleses constataram que esta população se alimentava basicamente de refeições

ricas em cereais integrais, verduras, frutas e legumes e que muitas vezes o consumo

de fibras alimentares chegava até 150 g/dia. Já em países desenvolvidos o consumo

se restringia a 15g/dia. Assim, verificou-se que entre a população africana não havia

doenças gastrointestinais (diverticulose, diverticulite, prisão de ventre) (DOSSIÊ:

FIBRAS ALIMENTARES, 2008).

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Uma dieta balanceada e rica em fibra pode diminuir o risco de uma série de doenças

tais como o câncer de cólon, obesidade, doenças cardiovasculares, dentre outras.

Por isso, um aumento no consumo diário de fibras é recomendado (ALESON-

CARBONELL et al., 2004).

De acordo com as recomendações de numerosas organizações de saúde é sugerido

o consumo de 30 a 45g de fibra alimentar por dia (GRIGELMO-MIGUEL;

GORINSTEIN; MARTÍN-BELLOSO, 1999 citados por JANUZZI, 2007).

Os alimentos mais comumente utilizados na extração de fibras são a aveia, batata,

maçã, trigo e outros.

Desde os tempos de Hipócrates, a propriedade laxativa do farelo de aveia é

reconhecida, mas foi comprovada nos anos de 1930 através de pesquisas

científicas, o que valorizou o emprego de fibras alimentares para tratar a constipação

intestinal (DOSSIÊ: FIBRAS ALIMENTARES, 2008).

Segundo Ahmad (1995 citado por JANUZZI, 2007) o farelo e a fibra de trigo

aumentam o volume do bolo fecal, sendo efetivo no controle da constipação. Isto

acontece devido a sua resistência à degradação. Este autor citou também que a

fibra tem um grande efeito na função e na morfologia do trato gastrointestinal.

Mansour & Khalil (1997 citados por JANUZZI, 2007), em seus estudos sobre a

adição de fibra de trigo em três diferentes níveis (5, 10 e 15%) em hambúrguer de

carne bovina como substituo de gordura analisaram as características químicas,

físicas, sensoriais e valor energético do produto. Eles chegaram a conclusão que a

adição de fibra de trigo proporcionou melhorias na textura, cor, maciez, suculência,

quantidade de tecido conectivo, intensidade de aroma da carne e a palatabilidade e

que todas essas características, em uma forma global, não foram afetadas. Desta

forma, os autores recomendam a utilização desta fibra em hambúrguer de carne

bovina.

Mesmo trazendo inúmeros benefícios para o organismo, a ingestão de altas doses

de fibras não é aconselhável, pois o excesso pode interferir na absorção de

minerais, principalmente cálcio e zinco (DOSSIÊ: FIBRAS ALIMENTARES, 2008).

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2.5.1.1 Método de extração da fibra de trigo

Há diversas formas de extração da fibra de trigo, uma delas utilizada para indústria

de ingredientes para alimentos é feita da maneira apresentada abaixo.

O trigo é colhido e é feita uma redução no seu tamanho. Uma desintegração aquosa

é feita sob condições físicas definidas (pH e temperatura). Para a separação de

componentes indesejáveis da matéria prima são realizadas filtração e lavagem.

Uma estabilização do material desintegrado é feita através de secagem. Em

seguida, uma moagem a seco é realizada por diferentes sistemas (corte, rolos,

moinho de bolas). São feitos peneiramento, separação através de magnetismo e

decantação. Depois deste processo, a fibra de trigo é embalada (CREAFILL FIBERS

CORP., 2009).

Existem vários produtos comerciais de fibra de trigo, sendo que um deles está

apresentado a seguir.

2.5.1.2 Fibra de trigo utilizada na elaboração do hambúrguer de carne suína

A fibra de trigo utilizada contém 95,7% de fibra, sendo uma parte insolúvel (94,27%)

e a outra solúvel (1,43%), sendo clara, fina e preparada para ser incorporada aos

alimentos de modo que não altera o sabor destes (NUTRASSIM, 2009). As

principais características desta fibra estão relacionadas na Tabela 9.

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Tabela 9 Principais características da fibra de trigo

Características Fibra de trigo (em 100g)

Valor energético em 100 g

Insolúvel

Solúvel

Glúten

Aparência

Flavor

Proteína

Gordura

Gordura saturada

Cinzas

Umidade

1,76 Cal

94,27%

1,43%

<15 ppm

Pó branco

Neutro

< 0,10g

0,19g

< 0,01g

0,84%

5,91%

Fonte: NUTRASSIM, 2009.

2.5.2 Proteína

As proteínas são polímeros formados por alguns dos 21 diferentes aminoácidos que

são ligados uns aos outros por ligações peptídicas. O tipo de composição de

aminoácidos na proteína influencia as propriedades funcionais dos alimentos e

também seu comportamento durante o processamento. Como por exemplo, a

desnaturação das proteínas da carne ocorre entre as temperaturas de 57-75ºC,

afetando sua textura e capacidade de retenção de água (ARAÚJO, 2004).

Elas são essenciais em todas as células vivas e participam em praticamente todas

as funções fisiológicas do organismo (BOBBIO & BOBBIO, 1995). Participam da

regulação do metabolismo hídrico e na determinação do pH de vários tecidos e são

de grande importância na formação de hormônios, enzimas e hemoglobina (PARDI

et al., 1993). Cada grama de proteína fornece 4 Kcal (MAGNONI; PIMENTEL, 2006).

A presença da proteína na dieta é extremamente importante, pois sua deficiência

pode causar uma série de fatores como a inibição do sistema imunológico, retardo

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no crescimento em crianças, estando também associada à má nutrição em vários

graus (PEARSON, 1981, citado por MAGNONI; PIMENTEL, 2006).

O organismo humano possui uma instável reserva protéica que é catabolisada para

manter os processos vitais durante a escassez de proteína na alimentação ou

período de jejum, ao contrário do que acontece com os carboidratos e gordura,

nutrientes com função energética, que são armazenados sob forma de gordura no

tecido adiposo. Devido a essa limitação de armazenamento protéico é que vem a

necessidade de consumo diário de alimentos que forneçam proteínas de qualidade e

nas proporções adequada (MAGNONI; PIMENTEL, 2006).

A miosina e a actina são as proteínas mais presentes na carne, possuindo uma

participação de 75 a 80% do total de proteínas, sendo que a actina está presente em

20 a 25% e a miosina em 50 a 55% (PARDI et al.,1993).

A carne suína é considerada uma fonte protéica de alto valor biológico, pois além de

possuir todos os aminoácidos essenciais, é de alta digestibilidade (MAGNONI;

PIMENTEL, 2006). O percentual de digestibilidade das proteínas da carne, em

média, está entre 95% e 100%, já o percentual das proteínas vegetais é mais baixo

e está entre 65% e 75% (JUDGE et al., 1989 citado por MAGNONI; PIMENTEL,

2006).

A carne suína, quando comparada à bovina, possui uma maior quantidade dos

aminoácidos essenciais, como por exemplo, leucina, lisina e valina (MAGNONI;

PIMENTEL, 2006).

As proteínas possuem propriedades funcionais e são suas propriedades físicas e

químicas que definem sua funcionalidade e que afetam seu comportamento no

alimento durante o processamento, armazenamento e preparo. A emulsificação,

hidratação, viscosidade, geleificação, espuma, coesão e solubilidade são algumas

de suas propriedades funcionais (ARAÚJO, 2004).

O colágeno é a proteína mais presente no corpo do animal e é a mais importante

proteína estrutural do tecido conjuntivo. Constitui de 20 a 25% do total de proteínas

na maioria das espécies de animais de açougue. Está presente em ossos e

cartilagem, nos tecidos de todos os órgãos, incluindo o músculo, sendo o principal

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componente dos tendões ligamentos. Influencia na maciez da carne, quando

aquecido pode se transformar em gelatina e possui alta resistência à força de tração

(OLIVO & OLIVO, 2006).

Segundo PARDI et al. (1993), o músculo possui uma proporção de 1 a 2% de

colágeno em sua composição, porém, carnes que são consideradas ricas em tecido

conjuntivo podem apresentar até 10 % de colágeno.

O colágeno é uma glucoproteína que possui uma quantidade pequena de glicose e

galactose. O aminoácido que é encontrado em maior quantidade no colágeno é a

glicina e esta representa um terço do total dos aminoácidos, já a hidroxiprolina e a

prolina constituem outra terça parte. O colágeno é a única proteína que possui alta e

constante quantidade de hidroxiprolina, variando entre 13 a 14% e, do ponto de vista

nutritivo, é considerado inferior ao músculo, por possuir menor quantidade de

aminoácidos essenciais em sua composição (PARDI et al., 1993).

“O colágeno é uma molécula em forma de bastão, formado de uma tripla hélice, com

cerca de 3.000Å de comprimento e 15Å de diâmetro” (OKUYAMA et al., 1981 citado

por DORNELLES, 2003, p. 4) (Figura 2).

“A estabilidade da tripla hélice de colágeno é mantida por pontes de hidrogênio entre

os filamentos e por um efeito estérico de suas prolinas e hidroxiprolinas” (STRYER,

1996 citado por DORNELLES, 2003, p. 5).

Figura 2- Molécula de colágeno

Fonte: L. Strayer, Bioquímica, 4ª edição citado por DORNELLES, 2003.

O tecido conjuntivo é pobre em aminoácidos, principalmente em triptofano e

metionina. O colágeno possui maiores quantidades em glicina e prolina do que os

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protídeos do músculo, porém, a proporção de tirosina neles é menor. À medida que

aumenta a taxa de hidroxiprolina, a proporção de aminoácidos essenciais baixa

muito (PARDI et al., 1993). O teor de aminoácidos encontrados nos protídeos do

tecido conjuntivo e no músculo estão na Tabela 10.

Tabela 10 Teor de aminoácidos encontrados nos protídeos do tecido conjuntivo e do músculo.

Tecido Conjuntivo Músculo AMINOÁCIDO*

Colágeno Elastina Miosina Miógeno

Aminoácidos essenciais

Fenilalanina

Isoleucina

Leucina

Lisina

Metionina

Treonina

Triptofano

Valina

2,4

2,1

3,5

4,9

0,8

2,3

0,01

2,8

5,7

4,3

8,4

0,4

0,03

1,2

0,01

18,4

4,3

-

15,6

11,9

3,4

5,1

0,8

2,6

3,1

7,9

11,5

9,5

1,2

6,5

2,3

7,4

Aminoácidos não essenciais

Hidroxiprolina 13,4 1,8 0 0

* Proporção percentual de aminoácidos no conteúdo protéico total Fonte: NIINIVAARA e ANTILA, 1973 citado por PARDI et al., 1993.

Os estudos sobre colágeno são desde a década de 1930, mas foi nos últimos 30

anos que sua estrutura foi conhecida. Publicações sobre colágeno em produtos

alimentícios ainda são poucas (LEMOS, 2008).

2.5.2.1 Método de extração de fibra de colágeno bovino

Existem várias formas de extração de fibra de colágeno bovino, uma delas utilizada

para indústria de ingredientes para alimentos é feita da maneira apresentada abaixo.

A matéria contendo colágeno, primeiramente, é submetida a uma remoção de

lipídios. Posteriormente, é submetida à hidrólise parcial em meio ácido ou alcalino.

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Em seguida, o hidrolisado é submetido à secagem e posteriormente, moído

(LEMOS, 2008).

Existem vários produtos comerciais de fibra de colágeno bovino, sendo que um

deles está apresentado a seguir.

2.5.2.2 Fibra de colágeno bovino utilizada na elaboração do hambúrguer de

carne suína

A fibra natural de colágeno é seca, de cor branca e com aroma e sabor

neutros e possuindo 99% de proteína bruta (NOVAPROM, 2009).

Possui benefícios como melhora na capacidade de retenção de água; melhoria nas

propriedades sensoriais (suculência, textura, sabor) e na composição centesimal;

ajuda na união dos pedaços de carne, pois se une fortemente às proteínas desta;

aumenta rendimento da massa e evita o encolhimento durante a fritura, sendo de

fácil dispersão na massa (NOVAPROM, 2009).

As principais características da fibra de colágeno bonino estão relacionadas na

Tabela 11.

Tabela 11 Principais características da fibra de colágeno bovino

Características Fibra de colágeno bovino

Cor

Flavor

Valor Energético

Proteína Bruta (Mín.)

Umidade (Max.)

Gordura

Gordura trans

Cinzas

pH (solução a 10%)

Branca

Neutro

13,4KJ/g

99%

5,0%

≤ 3,0%

Insento

≤ 2,5%

6,5 a 9

Fonte: NOVAPRO®, 2008.

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2.6 Análise sensorial

Análise Sensorial é uma metodologia que utiliza julgadores treinados ou não para

avaliar a aceitação de produtos e para pesquisar os gostos e preferências dos

consumidores. Desta forma, pode-se interpretar e avaliar a percepção sensorial em

relação ao produto analisado utilizando os resultados obtidos.

Segundo Chaves (2005) a análise sensorial “é utilizada para evocar, medir, analisar

e interpretar as reações às características de alimentos e outros produtos de

consumo, da forma como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato

e audição”.

Os testes sensoriais são classificados em métodos analíticos discriminatórios de

diferença, afetivos e descritivos (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).

Os testes discriminatórios de diferença são objetivos e medem atributos específicos

pela discriminação simples, indicando se existem diferenças estatísticas ou não

entre as amostras através de comparações. As técnicas utilizadas para este teste

são o de comparação pareada, duo-trio, triangular, ordenação, comparação múltipla

(INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).

No teste afetivo o julgador expressa sua reação à afetividade ao avaliar um produto.

Desta forma, mede-se a opinião de grande número de consumidores em relação as

suas preferências, gostos e opiniões. Neste método são incluídos os testes de

preferência e aceitação. As escalas mais empregadas são a de intensidade, a

hedônica, do ideal e a de atitude ou intenção. Neste teste os julgadores não

necessitam serem treinados, mas precisam ser consumidores freqüentes do produto

a ser avaliado (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).

Os testes sensoriais descritivos descrevem os componentes ou parâmetros

sensoriais e medem a intensidade em que são percebidos. As técnicas descritivas

mais utilizadas são o do perfil de sabor, perfil de textura, a análise descritiva

quantitativa (ADQ) e o de tempo-intensidade. As técnicas descritivas de espectro e

de perfil livre também têm sido utilizadas (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).

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A análise sensorial vem sendo aplicada no desenvolvimento e melhoramento de

produtos, controle de qualidade, estudos sobre armazenamento e desenvolvimento

de processos (LANZILLOTTI & LANZILLOTTI, 1999).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Material

3.1.1 Matéria prima e ingredientes

As matérias-primas e ingredientes utilizados na elaboração dos hambúrgueres de

carne suína foram:

· Recorte suíno limpo;

· Toucinho sem pele limpo;

· Fixador de Cor;

· Emulsificante;

· Estabilizante;

· Açúcar Crista;l

· Sal Refinado;

· Condimento;

· Proteína Texturizada de Soja;

· Fibra de Colágeno bovino;

· Fibra de trigo.

Todos os itens listados são devidamente registrados em órgãos competentes e

fiscalizados, quanto à sua obtenção, pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), como

no caso dos cortes cárneos, o que permite sua comercialização.

3.1.2) Equipamentos utilizados na elaboração do produto

Os equipamentos utilizados para a elaboração dos hambúrgueres de carne suína

estão relacionados no Quadro 3.

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Quadro 3 Equipamentos utilizados na elaboração dos hambúrgueres de carne suína.

Equipamento Modelo Fabricante Cidade/Estado País

Balança BG-440 Ind. e Com. Eletro-Eletronica Gehaka Ltda

São Paulo/SP Brasil

Balança BP 15 Indústrias Fiziola

São Paulo/SP Brasil

Moedor PSEE-22 Metalúrgica SIEMSEN LTDA

Brusque/SC Brasil

Termômetro Espeto Inconterm Indústria de Termômetros

Porto Alegre / RS

Brasil

Homogenizador MMS.50I Metalúrgica Siemsen Ltda

Brusque / SC Brasil

3.2 MÉTODO

A metodologia utilizada neste trabalho foi a descrita por SEABRA et al. (2002), com

algumas modificações.

3.2.1 Elaboração de hambúrguer de carne suína

Para a elaboração dos hambúrgueres foram utilizados carne suína à uma

temperatura de 0,0ºC e toucinho à 2,0ºC. Estes foram limpos utilizando uma faca

para a retirada de partes não desejáveis. No caso da carne suína, foram retirados o

excesso de gordura e parte do tecido conjuntivo. No toucinho, foi retirada a pele. O

toucinho e a carne limpos foram moídos, separadamente e respectivamente em

moedores com disco de 8 mm de diâmetro. Foram feitas 4 formulações, sendo uma

padrão (P) e 3 na versão light utilizando dois diferentes substitutos de gordura. Na

formulação 1 (P) a carne suína moída e o toucinho foram pesados em proporções

que permitam a obtenção de uma formulação tradicional, na qual foi acrescentada

17% de toucinho para obtenção de um produto com teor de gordura semelhante aos

encontrados no mercado. Nas formulações 2 (F), 3 (C) e 4 (FC) foram utilizados,

respectivamente, além da carne limpa e uma menor porcentagem de toucinho, a

fibra de trigo, a fibra de colágeno bovino, a fibra de trigo associada à fibra de

colágeno bovino. Foi necessária a hidratação da fibra de trigo na proporção de 2

porções de água para 1 porção de fibra de trigo (2:1) e a hidratação da fibra de

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colágeno bovino na proporção de 6 porções de água para 1 porção de fibra de

colágeno bovino (6:1). As concentrações utilizadas foram variadas de forma a obter

o mesmo efeito da gordura no produto convencional. Os demais ingredientes

(condimentos, sal, estabilizante, emulsificante, antioxidante, proteína de soja

texturizada e água) foram adicionados às misturas, de forma gradativa, um após o

outro com homogeneização. Foi necessária a hidratação da proteína texturizada de

soja na proporção de 250g de água para cada 100g de proteína antes de ser

adicionada na massa. Após esta etapa, as massas de todas as formulações foram

então formatadas em forma de hambúrguer com peso aproximado de 56g cada. Os

hambúrgueres foram embalados em embalagens plásticas de polietileno, sendo

posteriormente congelados em caixas plásticas a -12,0ºC e armazenados desta

forma até o momento das análises. As etapas de produção dos hambúrgueres de

carne suína estão ilustradas nas Figuras 3 a 22.

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Figura 3- Fluxograma de produção dos hambúrgueres de carne suína.

Matérias primas (Toucinho e Carne Suína)

Limpeza das matérias primas

Pesagem

Moagem da matéria prima

Adição de proteína texturizada de soja

Homogeneização

Adição de fibra (F)

Adição de colágeno

(C)

Adição de fibra e

colágeno (FC)

Homogeneização

Adição de condimentos e aditivos

Homogeneização

Pesagem de 56g de massa

Embalagem

Formatação

Armazenar a -12ºC

Sem adição de substituto de gordura

(P)

Adição de água e gelo

Homogeneização

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Figura 4: Retalho Suíno Magro Figura 5: Toucinho

Figura 6: Retalho Suíno Magro moído Figura 7: Toucinho moído

Figura 8: Fibra de Trigo sem hidratação Figura 9: Fibra de Trigo hidratada

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Figura 10: Fibra de Colágeno Bovino sem hidratação Figura 11: Fibra de Colágeno Bovino hidratada

Figura 12: Massa de hambúrguer padrão Figura 13: Massa de hambúrguer com fibra

Figura 14: Massa de hambúrguer com colágeno Figura 15: Massa de hambúrguer com fibra e colágeno

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Figura 16: Massa de hambúrguer padrão (56g) Figura 17: Formatação dos hambúrgueres

Figura 18: Hambúrguer padrão embalado Figura 19: Hambúrguer Padrão

Figura 20: Hambúrguer Fibra Figura 21: Hambúrguer Colágeno

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48

3.2.2 Procedimentos para análise físico-química do produto final

As análises físico químicas para determinação de lipídeos, proteínas, fibras totais,

carboidrato, umidade, cinzas e pH, foram realizadas em triplicata. A análise de

textura em quintuplicata.

O valor energético de todos os produtos foram feitos através de cálculos

matemáticos.

3.2.2.1 Determinação de lipídeos

Procedimento realizado através do método de Soxhlet de acordo com as normas do

INSTITUTO ADOLFO LUTZ (2005).

3.2.2.2 Determinação de proteínas

A determinação de proteína foi feita pelo método de Kjeldahl que é realizada através

da avaliação do nitrogênio total. Realizada de acordo com as normas do INSTITUTO

ADOLFO LUTZ (2005).

3.2.2.3 Fibras totais

Procedimento de acordo com as normas do INSTITUTO ADOLFO LUTZ (2005).

3.2.2.4 Carboidrato

Análise realizada de acordo com a Instrução Normativa nº. 20 de 21 de julho de

1999 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Figura 22: Hambúrguer Fibra e Colágeno

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3.2.2.5 Umidade

A determinação de umidade foi realizada pelo método de secagem em estufa a

105ºC até que o peso da amostra se torne constante. Análise realizada de acordo

com as normas do INSTITUTO ADOLFO LUTZ (2005).

3.2.2.6 Cinzas totais

Análise feita pela incineração em mufla a 550ºC das amostras carbonizadas.

Realizada de acordo com as normas do INSTITUTO ADOLFO LUTZ (2005).

3.2.2.7 pH

O valor do pH foi medido através do pHmetro Q-400A, com sonda de penetração,

em triplicata, na mesma peça de cada formulação conforme descrito por INSTITUTO

ADOLFO LUTZ (2005).

3.2.2.8 Análise de textura

Para realizar a análise de textura, os hambúrgueres foram grelhados em chapa

aquecida a uma temperatura que variou de 80 a 100ºC, por 4 minutos de cada lado

do produto. As temperaturas foram monitoradas com termômetro digital tipo espeto.

Após a grelhagem os hambúrgueres foram partidos em 5cm de largura,

permanecendo com seu comprimento e espessura originais, sendo estes,

respectivamente, 10cm e 6mm. Após o corte, os produtos foram submetidos à

análise de textura feita em texturômetro modelo TA-XT2, utilizando lâmina do tipo

guilhotina com o intuito de medir a força de cisalhamento (g/cm2) dos hambúrgueres

após cocção. O cálculo da força de cisalhamento foi feito pelo programa Texture

Expert.

3.2.2.9 Valor energético

O valor energético foi realizado através de cálculo matemático, considerando todos

os ingredientes utilizados na formulação e de acordo com Philippi (2006).

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50

3.2.3 Análises microbiológicas

As análises microbiológicas foram realizadas nos quatro produtos (P, F, C, FC)

segundo metodologia da Instrução Normativa nº 62 de 26 de agosto de 2003 do

MAPA. Foram analisados os seguintes microrganismos conforme determina a

Resolução RDC nº12 de 02 de janeiro de 2001 da ANVISA: Coliformes a 45ºC,

Staphylococcus coagulase positiva, Clostridium sulfito redutor a 46ºC, Salmonella

sp.

3.2.5 Porcentagem de rendimento na cocção

Os hambúrgueres de carne suína, com e sem fibra, foram grelhados em chapa

aquecida a uma temperatura que variou de 80 a 100ºC, por 4 minutos de cada lado

do produto, alcançando uma temperatura média interna de 74ºC. As temperaturas

foram monitoradas com termômetro digital tipo espeto. O percentual de rendimento

de cocção foi calculado pela diferença entre o peso da amostra crua e da cozida, de

acordo com (BERRY, 1992), através da seguinte equação:

% de rendimento = Peso da amostra cozida x 100 Peso da amostra crua

3.2.5 Porcentagem de encolhimento na cocção

Os procedimentos de grelhagem para obtenção da porcentagem de encolhimento

dos hambúrgueres foram os mesmos utilizados para a porcentagem de rendimento

na cocção. Este percentual de encolhimento foi calculado de acordo com (BERRY,

1992), utilizando a equação apresentada a seguir:

% de encolhimento = (diâm. da amostra crua – diâm. da amostra cozida) x 100 Diâmetro da amostra crua

3.2.6 Análise Sensorial

Foram realizados testes afetivos para avaliar a aceitação e a intenção de consumo

dos produtos P, F e C utilizando escalas hedônica e de atitude, respectivamente

estruturadas de 9 pontos. Os testes foram baseados nas metodologias descritas por

(CHAVES E SPROESSER, 1999).

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O projeto foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário

de Belo Horizonte sendo aprovado sob o protocolo número 095/2008.

As amostras foram codificadas com códigos numéricos de 3 dígitos aleatórios e

foram apresentadas em local apropriado (Laboratório de Análise Sensorial do Centro

Universitário de Belo Horizonte/UNI-BH), com incidência de luz branca. Neste caso,

os provadores receberam uma ficha sensorial para expressar suas opiniões

(APÊNDICE A).

A equipe utilizada foi composta de 68 julgadores não treinados, potenciais

consumidores de produtos cárneos. Os provadores receberam 30g de cada amostra

a ser analisada. Empregou-se delineamento experimental com uso de blocos

completos balanceados para a apresentação das amostras. A população

selecionada para realizar a análise sensorial foi a de estudantes e funcionários do

Uni-BH, que informaram ter mais que 18 anos, sexo masculino e feminino, e que

declararam ser saudáveis.

3.2.7 Análise estatística

Os resultados físico químicos e análise sensorial, exceto valor energético, foram

analisados estatisticamente utilizando-se a análise de variância (com teste de

Tukey) para comparação das médias com nível de significância de 5%, utilizando o

programa estatístico Minitab Statistical Softwear.

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52

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

4.1 Análises físico químicas

Estão apresentados na Tabela 12 os resultados encontrados para análises físico

químicas de umidade, cinzas, proteína, lipídeos, carboidrato, fibras e valores de pH.

Tabela 12 Resultados das análises físico químicas dos produtos.

Produtos avaliados Parâmetros

P F C FC

Umidade (%)

Cinzas (%)

Proteína (%)

Lipídios (%)

Carboidrato (%)

Fibras Totais(%)

pH

58,37a

2,58c

17,80a

12,28a

2,35c

*

5,77b

63,94a

2,69b

16,91a

8,44b

3,70a

1,66a

5,98a

62,63a

2,67b

18,37a

6,89b

2,75b

*

5,81b

66,40a

2,79a

18,27a

5,97c

2,28d

0,84b

5,59c

P: Hambúrguer padrão; F: Hambúrguer com fibra de trigo como substituto de gordura; C: Hambúrguer com fibra de colágeno bovino como substituto de gordura; FC: Hambúrguer com fibra de trigo e fibra de colágeno bovino como substitutos de gordura. * Não foram realizada análises de fibras totais, uma vez que nestas formulações não foram adicionadas fibras. Letras iguais: os produtos não diferem entre si a 5% de probabilidade, para mesmo parâmetro avaliado.

Estatisticamente, as médias de umidade para os produtos P, F, C e FC não diferem

entre si, mas as maiores médias são para os produtos FC, F e C, por apresentarem

maior porcentagem de água em suas formulações devido à adição de fibra de trigo e

fibra de colágeno bovino. Estas fibras têm a capacidade de absorver água em uma

proporção de (2:1) e (6:1), respectivamente.

O teor médio de cinzas é estatisticamente diferente para as amostras P e FC. As

outras amostras têm teores médios similares. Na Instrução Normativa Nº 20, de 31

de julho de 2000 não é citado parâmetro para porcentagem de cinzas (BRASIL,

2000).

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O valor médio de proteína para as amostras P, F, C e FC são estatisticamente

similares, mesmo tendo sido adicionada fibra de colágeno bovino em C e FC. O

produto F foi o que obteve menor porcentagem de proteína, e os que contêm a fibra

de colágeno bovino (C e FC) foram as que obtiveram o maior percentual.

Destacando que os valores de todas as amostras estão dentro do valor estipulado

pela legislação brasileira (BRASIL, 2000), que estabelece valor mínimo de 15%.

Resultado semelhante para proteína foi encontrado por SEABRA et. al, (2002) em

seu estudo sobre adição de farinha de aveia e fécula de mandioca em hambúrguer

ovino, onde as médias encontradas foram de 17,02 a 18,88% em hambúrguer cru.

O teor médio de lipídios é diferente para as amostras P e FC. As outras amostras

têm teores médios similares. A amostra FC foi a que obteve menor porcentagem de

lipídios. P possui a maior média de lipídios em relação aos produtos F, C e FC

havendo uma redução significativa entre o produto padrão e os que contêm

substitutos de gordura. As médias encontradas atendem aos valores estipulados

pela legislação (BRASIL, 2000), que estabelece valor máximo de 23%.

As médias do carboidrato foram diferentes entre todas as amostras devido à adição

de diferentes substitutos de gordura em cada formulação. Deve-se ressaltar que

para a amostra F, o teor de carboidrato está acima do valor estipulado pela

legislação brasileira (BRASIL, 2000), que estabelece valor de 3%. Este fato se deve

a adição de uma maior porcentagem de fibra de trigo neste produto.

As amostras F e FC apresentam valores médios de fibras totais diferentes, 1,86% e

0,84%, respectivamente, sendo que F possui valor superior ao de FC devido à maior

porcentagem de fibra de trigo utilizada em sua formulação. Os produtos F e FC não

podem ser classificados como fonte de fibras, pois para isso, estes devem estar de

acordo com o regulamento que cita que produtos sólidos devem ter no mínimo de 3g

fibra / 100g de produto (BRASIL, 1998).

Para os valores de pH encontrados, as amostras F e FC diferem da amostra P. A

amostra C é similar à amostra P. As amostras C e FC são diferentes de F. E as

amostras C e FC são diferentes entre si. Estas diferenças no pH deve-se a adição

de diferentes substitutos de gordura nos produtos.

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4.1.1 Análise de textura

Os resultados obtidos na análise de textura dos hambúrgueres P, F, C e FC estão

apresentados na Tabela 13 e Gráfico 1.

Tabela 13 Médias da textura dos produtos

Produto Força de Cisalhamento (g/cm2)

P

F

C

FC

4146,68b

5369,92a

4361,26b,c

5161,46a,c

P: Hambúrguer padrão; F: Hambúrguer com fibra; C: Hambúrguer com fibra de colágeno bovino; FC: Hambúrguer com fibra de trigo e fibra de colágeno bovino. Letras iguais: os produtos não diferem entre si a 5% de probabilidade.

Gráfico1- Força de cisalhamento dos hambúrgueres

Os dados obtidos da análise de textura mostram que F e FC são menos macios que

P. A amostra C é similar as amostras P e FC. A F é similar a FC. A amostra F é

menos macia que C.

Os hambúrgueres que contêm fibra na formulação (F e FC) se apresentaram menos

macios do que do que o produto P e o que contém colágeno em sua formulação (C).

Média de Forças de Cisalhamento

5369,92 5161,464361,264146,68

01000

20003000

40005000

6000

1 2 3 4

Produtos

Fo

rça

de

Cis

alh

amen

to (

g/c

m2 )

Padrão Fibra Colágeno Fibra e Colágeno

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Resultado semelhante foi encontrado por Januzzi (2007) que observou que a adição

de fibras insolúvel e solúvel em produto tipo presunto fez com que aumentasse a

força de cisalhamento (p<0,05) quando comparado ao produto sem adição de fibras.

Barreto (2007), em seu estudo sobre efeito da adição de fibras como substituto de

gordura em mortadela verificou que a máxima firmeza é alcançada quando as fibras

(fibra de trigo, fibra de aveia e inulina) são adicionadas nos níveis máximos

estudados, ou seja, todas as fibras utilizadas contribuíram para o aumento da

firmeza.

SEABRA et al., (2002) constatou que a substituição de gordura por de farinha de

aveia e fécula de mandioca em hambúrguer ovino aumentaram a força de

cisalhamento quando comparados com hambúrguer ovino com adição de gordura.

4.1.2 Valor Energético

Os produtos F, C e FC tiveram 25% de redução em seu valor energético em relação

ao produto P e desta forma são classificados como produto light, pois, atendem ao

regulamento que descreve que um produto pronto para consumo (sólido) deve ter

redução mínima de 25% do valor energético total e diferença maior que 40kcal /

100g (BRASIL, 1998). Os resultados dos valores energéticos dos produtos P, F, C e

FC estão apresentados na Tabela 14.

De acordo com o INMETRO (2008) para que um alimento possa utilizar o termo light,

este deve ser produzido de forma que sua composição reduza em, no mínimo, 25%

o valor energético.

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Tabela 14 Valores energéticos dos produtos P, F, C e FC

P: Hambúrguer padrão; F: Hambúrguer com fibra de trigo como substituto de gordura; C:Hambúrguer com fibra de colágeno bovino como substituto de gordura; FC: hambúrguer com fibra de trigo e fibra de colágeno bovino como substitutos de gordura.

4.2 Análises microbiológicas

Os resultados das análises microbiológicas realizadas em todos os produtos (P, F,

C, FC) estão apresentados na Tabela 15.

Tabela 15 Resultados das análises microbiológicas

Contagem UFC/g Análises

Realizadas P F C FC

Padrão RDC nº12 para

hambúrguer Coliformes a 45ºC

Staphylococcus coagulase positiva

Clostridium sulfito redutor a 460C

Salmonella sp

<10

<100

<10

Ausente

<10

<100

<10

Ausente

<10

<100

<10

Ausente

<10

1,4x104

<10

Ausente

5x103 UFC/g

5x 103 UFC/g

3x103 UFC/g

Aus. 25g

P: Hambúrguer padrão; F: Hambúrguer com fibra de trigo como substituto de gordura; C:Hambúrguer com fibra de colágeno bovino como substituto de gordura; FC: hambúrguer com fibra de trigo e fibra de colágeno bovino como substitutos de gordura. Aus. 25g: Ausência em 25g.

Os resultados apresentados na tabela 15 mostram que os produtos P, F e C

encontram-se dentro dos padrões microbiológicos, de acordo com a RDC n.° 12

(BRASIL, 2001).

O produto FC não se encontra dentro dos padrões microbiológicos para

Staphylococcus coagulase positiva. Situações como esta podem ser explicadas por

falhas durante a manipulação do produto ou por contaminação oriunda da matéria

prima e/ou ingredientes utilizados, sendo esta confirmada por análises laboratoriais.

Produtos P F C FC

Valor energético

(kcal / 100g)

253,71 187,79

189,95

189,95

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JIMENEZ-COLMENERO (2000 citado por BARRETO, 2007) cita que estudos têm

sido realizados em relação ao desenvolvimento microbiológico em produtos cárneos

com baixo teor de gordura por estes possuírem um conteúdo maior de água o que

poderia diminuir a vida útil destes produtos.

4.3 Testes de rendimento e encolhimento na cocção

Os dados relacionados ao rendimento e encolhimento dos hambúrgueres

encontram-se relacionados na Tabela 16.

Tabela 16 Valores médios de rendimento e encolhimento dos hambúrgueres na cocção

Formulação Rendimento na cocção (%) Encolhimento na cocção (%)

P

F

C

FC

74,10a

78,15a

78,54a

78,31a

19,48 a

13,59 b

13,36 b

11,74 b

P: Hambúrguer padrão; F: Hambúrguer com fibra de trigo como substituto de gordura; C:Hambúrguer com fibra de colágeno bovino como substituto de gordura; FC: hambúrguer com fibra de trigo e fibra de colágeno bovino como substitutos de gordura. Letras iguais: os produtos não diferem entre si a 5% de probabilidade

De acordo com os resultados obtidos para o rendimento verifica-se a maior

porcentagem após cocção foi da formulação C e a menor da a formulação P,

entretanto, conforme análise estatística, não houve diferença significativa entre as

amostras, ou seja, a porcentagem de rendimento na cocção é igual para todos os

quatro tipos de produtos.

Já os resultados do encolhimento após cocção mostram que a menor porcentagem

de encolhimento foi da formulação FC e a maior da formulação P. Mas de acordo

com a análise estatística houve diferença significativa entre o hambúrguer padrão e

os demais, sendo a maior porcentagem de encolhimento pertencendo ao padrão.

Entre os hambúrgueres contendo F, C e FC não houve diferença significativa na

porcentagem de encolhimento.

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Os substitutos de gordura fibra de colágeno bovino e fibra de trigo influenciaram de

forma positiva na porcentagem de rendimento e encolhimento do produto, devido à

capacidade de retenção de água durante a cocção.

Resultados semelhantes foram reportados por SEABRA et al. (2002) em seu estudo

sobre fécula de mandioca e farinha de aveia como substitutos de gordura na

formulação de hambúrguer de carne ovina. A formulação adicionada de farinha de

aveia sem adição de gordura obteve melhores resultados de rendimento e

encolhimento após cocção do que a do produto com adição de gordura.

4.4 Análise sensorial

Os resultados referentes às médias das notas obtidas com a análise sensorial para

os atributos aroma, aparência, textura e sabor para os produtos P, F, C se

encontram na Tabela 17.

O produto FC foi excluído da análise sensorial, pois não está dentro do padrão

microbiológico conforme determina a Resolução RDC nº12 de 02 de janeiro de 2001

da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Tabela 17 Média das notas obtidas com a análise sensorial

Atributos analisados Amostra

Aroma Aparência Textura Sabor

P

F

C

7,58a

7,48a

7,13a

7,63a

6,98b

7,37a,b

7,84a

7,44a,b

7,21b

7,82a

7,74a

7,10b

P: Hambúrguer padrão; F: Hambúrguer com fibra de trigo como substituto de gordura; C: Hambúrguer com fibra de colágeno bovino como substituto de gordura. Letras iguais: os produtos não diferem entre si a 5% de probabilidade para o mesmo atributo sensorial avaliado.

Para o atributo aroma as amostras P, F e C foram consideradas iguais e possuem

média de 7,40, o que equivale a gostei moderadamente. A fibra de trigo e a fibra de

colágeno bovino são inodoras, por isso, o fato de serem adicionadas na formulação

não alteram seu aroma.

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Para o atributo aparência, as amostras P e C foram consideradas iguais e possuem

média de 7,5, o que corresponde a gostei muito. As amostras P e F são diferentes e

possuem média de 7,63 e 6,98 o que significa gostei muito e gostei moderadamente,

respectivamente. As amostras F e C foram consideradas iguais possuindo média de

7,18, o que corresponde a gostei moderadamente. O produto P, por possuir maior

teor de gordura, possui uma aparência mais úmida, sendo que os produtos F e C

possuem uma aparência mais seca o que pode ter influenciado na maior média para

o produto P.

As amostras P e F, para o atributo textura, são iguais e possuem média de 7,64 o

que significa gostei muito. Para as amostras F e C, a média é de 7,33 o que

corresponde a gostei moderadamente, sendo elas consideradas iguais. Já as

amostras P e C foram consideradas diferentes e possuem média de 7,84 e 7,21 o

que significam gostei muito e gostei moderadamente, respectivamente. O produto P,

por possuir uma maior porcentagem de gordura se torna mais macio que os

produtos F e C, por isso, possui uma média maior que os demais produtos.

Para o atributo sabor, as amostras P e F são consideradas iguais e possuem média

de 7,78, o que significa gostei muito. P e C são diferentes e possuem média de 7,82

e 7,10 o que correspondem a gostei muito e gostei moderadamente,

respectivamente. As amostras F e C também são diferentes e possuem médias de

7,74 e 7,10 o que significam gostei muito e gostei moderadamente, respectivamente.

O maior teor de gordura do produto padrão pode ter influenciado em sua média, que

foi maior do que a dos demais produtos.

Levando em conta que a média mínima para todos os atributos foi de 7, que significa

gostei moderadamente, pode-se considerar que o produto obteve uma boa

aceitação.

Nem sempre os resultados de medidas objetivas e quantitativas feitas por um

instrumento de medida confiável e calibrado coincidem com as respostas sensoriais

dos provadores. No caso da textura dos hambúrgueres estudados, constatou-se que

os hambúrgueres adicionados de fibra (F e FC) apresentaram uma força média de

cisalhamento significativamente maior do que os demais (C e P). Esse resultado não

coincide com a percepção sensorial dos provadores ao avaliarem o atributo textura e

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as duas amostras de hambúrgueres P e F apresentaram notas médias

estatisticamente semelhantes. Isto significa que mesmo F sendo menos macio que

P, estes tiveram a mesma aceitação.

SEABRA et al. (2002) verificou em hambúrgueres ovinos que mesmo reduzindo o

teor de gordura destes produtos, não foram encontradas diferenças das diferentes

formulações para aceitação global. Ou seja, a redução de gordura nos produtos não

foi detectada pelo painel, independente da utilização de substitutos.

BARRETO (2007) em sua análise sensorial dos efeitos para impressão global

demonstrou que a fibra de trigo adicionada em mortadela contribuiu para a

diminuição das notas dadas para impressão global e que à medida que aumenta a

adição da fibra de trigo, as notas para impressão global diminuíram.

Garcia et al. (2002) relatou que a adição de 1,5% de fibra de frutas em salsichas

contendo 10% de gordura obtiveram características sensoriais similares a produtos

convencionais. Concluiu, desta forma, que salsichas com teor reduzido de gordura

adicionadas de fibras podem ter uma boa aceitabilidade nos atributos sensoriais.

Na Tabela 18 estão representados os resultados referentes às médias das notas

obtidas com a análise sensorial para atitude de compra dos produtos P, F e C.

Tabela 18 Média das notas obtidas na análise sensorial referentes à atitude de compra Amostras P F C

Médias 6,61a 6,82a 6,52a

P: Hambúrguer padrão; F: Hambúrguer com fibra de trigo como substituto de gordura; C: Hambúrguer com fibra de colágeno bovino como substituto de gordura. Letras iguais: os produtos não diferem entre si a 5% de probabilidade.

As amostras P, F e C são similares e possuem média de 6,65 o que corresponde a

compraria isso freqüentemente. Considera-se, então que os produtos possuem uma

boa intenção de compra.

SEABRA et al. (2002) encontrou resultado semelhante em hambúrgueres ovinos. A

intenção de compra foi a mesma para todos os produto, sendo eles padrão e

utilizando substituto de gordura.

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5 CONCLUSÃO

Os hambúrgueres de carne suína aos quais foram adicionados substitutos de

gordura obtiveram menor porcentagem de encolhimento e de teor de lipídeos,

apresentaram também redução de 25% em seu valor energético em relação ao

produto padrão, por isso pode ser classificado como light de acordo com a

legislação brasileira. Em relação à porcentagem de rendimento, todos apresentaram

o mesmo resultado.

Os produtos aos quais foram adicionada fibra de trigo como substituto de gordura

apresentaram valores mais altos na força de cisalhamento em relação aos demais,

mas de acordo com a análise sensorial, P e F obtiveram médias similares no atributo

textura, o que indica que mesmo o produto contendo fibra sendo menos macio em

relação ao P, eles tiveram a mesma aceitação.

Na avaliação sensorial, os produtos P, F, C, para os atributos avaliados possuíram

boa aceitação e para intenção de consumo estes produtos apresentaram a mesma

média que corresponde a compraria isso freqüentemente.

Sendo assim, o desenvolvimento destes produtos é viável e interessante, uma vez

que atendem as crescentes demandas dos consumidores que buscam um alimento

com baixo teor de gordura e da indústria que deseja disponibilizar este tipo de

produto no mercado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ZHONG, L. et. al. Estudo sobre os efeitos da ingestão de polidextrose sobre as funções fisiológicas em chineses. Américan Journal Clinical Nutrition, v. 72, p. 1503-1509, 2000.

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APÊNDICE A- Modelo de ficha de avaliação sensorial que será utilizada pela equipe de julgadores.

ANÁLISE SENSORIAL – Escala Hedônica/Escala de Atitude Nome:_____________________________________________________ Data:_______________________

Por favor, dê sua opinião sobre as seguintes características da amostra ___, marcando na escala abaixo a opção que melhor reflita seu julgamento: Aparência Aroma Textura Sabor Gostei extremamente ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei muito ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei moderadamente ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei ligeiramente ( ) ( ) ( ) ( ) Indiferente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei ligeiramente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei moderadamente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei muito ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei extremamente ( ) ( ) ( ) ( )

Avalie a amostra ___ utilizando a escala abaixo para descrever com que freqüência você a consumiria/compraria: ( ) Compraria isto sempre que tivesse oportunidade ( ) Compraria isto muito freqüentemente ( ) Compraria isto freqüentemente ( ) Compraria de vez em quando ( ) Compraria se acessível, mas não me esforçaria ( ) Compraria ocasionalmente ( ) Raramente compraria isto ( ) Só compraria isto se não pudesse escolher outro ( ) Só compraria se fosse forçado

Por favor, dê sua opinião sobre as seguintes características da amostra ___, marcando na escala abaixo a opção que melhor reflita seu julgamento: Aparência Aroma Textura Sabor Gostei extremamente ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei muito ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei moderadamente ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei ligeiramente ( ) ( ) ( ) ( ) Indiferente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei ligeiramente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei moderadamente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei muito ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei extremamente ( ) ( ) ( ) ( )

Avalie a amostra ___ utilizando a escala abaixo para descrever com que freqüência você a consumiria/compraria: ( ) Compraria isto sempre que tivesse oportunidade ( ) Compraria isto muito freqüentemente ( ) Compraria isto freqüentemente ( ) Compraria de vez em quando ( ) Compraria se acessível, mas não me esforçaria ( ) Compraria ocasionalmente ( ) Raramente compraria isto ( ) Só compraria isto se não pudesse escolher outro ( ) Só compraria se fosse forçado

Por favor, dê sua opinião sobre as seguintes características da amostra ___, marcando na escala abaixo a opção que melhor reflita seu julgamento:

Aparência Aroma Textura Sabor Gostei extremamente ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei muito ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei moderadamente ( ) ( ) ( ) ( ) Gostei ligeiramente ( ) ( ) ( ) ( ) Indiferente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei ligeiramente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei moderadamente ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei muito ( ) ( ) ( ) ( ) Desgostei extremamente ( ) ( ) ( ) ( )

Avalie a amostra ___ utilizando a escala abaixo para descrever com que freqüência você a consumiria/compraria: ( ) Compraria isto sempre que tivesse oportunidade ( ) Compraria isto muito freqüentemente ( ) Compraria isto freqüentemente ( ) Compraria de vez em quando ( ) Compraria se acessível, mas não me esforçaria ( ) Compraria ocasionalmente ( ) Raramente compraria isto ( ) Só compraria isto se não pudesse escolher outro ( ) Só compraria se fosse forçado

Comentários: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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