elaboração de cenários consumo energético e emissões gee do sector dos transportes rodoviários
DESCRIPTION
Apresentação pública da dissertação. Nos tempos actuais, a problemática das alterações climáticas está muito em voga, nomeadamente no que concerne ao consumo energético e respectivas emissões atmosféricas. Relativamente a este aspecto, as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) são um dos factores que mais contribui para esse fenómeno global, sendo o sector dos transportes, nomeadamente o modo rodoviário, um dos sectores que regista maior consumo energético e emissões de GEE devido essencialmente ao consumo de combustíveis fósseis. Neste contexto, torna-se relevante ter uma noção da importância que o transporte rodoviário tem actualmente em matéria de consumo energético e emissões, bem como uma percepção desses indicadores para um horizonte futuro através da realização de uma previsão, permitindo contribuir para a definição de estratégias que promovam uma maior sustentabilidade neste sector.TRANSCRIPT
Título Original - “Elaboração de Cenários para o Consumo Energético e Emissões de
GEE do Sector dos Transportes em Portugal – Horizonte 2020”
Júri:
Presidente: Doutora Maria da Graça Alfaro Lopes, Professora Coordenadora c/ agregação (ISEL)
Vogais:
Licenciado e Especialista (O.E.) Jorge da Fonseca Nabais, Director de Inovação (Companhia Carris de Ferro de Lisboa)
Mestre Paulo José de Matos Martins, Professor Adjunto (ISEL)
Mestre Carlos Filipe da Fonseca Nunes Marques, Responsável da Unidade de Transportes, Energia e Ambiente (TIS.PT)
Dezembro de 2009
ISEL
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA
Departamento de Engenharia Civil
ISEL
CESÁRIO MIGUEL CARVALHO DE ALMEIDA
(Bacharel)
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil na Área de
Especialização de Vias de Comunicação e Transportes
Título Proposto - “Elaboração de Cenários para o Consumo Energético e Emissões de
GEE do Sector dos Transportes Rodoviários em Portugal – Horizonte 2020”
ESTRUTURA
1 - Introdução 1.1 - Enquadramento, Importância do Tema e Objectivos
2 - Modelos de Projecção de Consumo Energético
3 - Evolução histórica do consumo energético e emissões no sector dos transportes
4 - Avaliação no Ano 2008 do Consumo energético e Emissões de GEE no
Transporte Rodoviário em Portugal 4.1 - Modelo de cálculo 4.2 - Curvas de sobrevivência 4.3 - Consumos médios actuais 4.4 - Consumos médios por idade 4.5 - Distâncias médias percorridas 4.6 - Consumo energético total 4.7 - Emissões totais
5 - Elaboração de Cenários de projecção do consumo energético e emissões de
GEE dos transportes rodoviários em 2020 5.1 - Evolução do PIB 5.2 - Relação entre o PIB e a mobilidade total 5.3 - Projecção da mobilidade total em 2020 5.4 - Consumos médios: cenário tendencial 5.5 - Consumos médios: cenário optimista 5.6 - Consumo energético total 5.7 - Emissões totais
6 – Conclusões e observações finais
1/31
1.1-ENQUADRAMENTO
Os países deparam-se actualmente com imensas complicações quer de âmbito energético quer ambiental.
No que diz respeito à situação de Portugal:
Cerca de 60% do consumo de energia final tem como origem o petróleo, sendo que 66% desse consumo corresponde ao sector dos transportes (Vitorino, 2006b);
O sector dos transportes consome actualmente cerca de 39% da energia final (Eurostat, 2009a);
É também responsável por 23% das emissões de GEE em 2005 (Agência Portuguesa do Ambiente, 2007).
2/31
Evolução da Taxa de Motorização em Portugal
297
374405
0
100
200
300
400
500
1997 2002 2006
Ano
Taxa d
e M
oto
rização
(veíc
ulo
s l
igeir
os/1
000
Hab
)
1.2-IMPORTÂNCIA DO TEMA
• Contribuir para a identificação dos níveis de consumo energético e impactes relacionados com os GEE gerados pelo Sector dos Transportes em Portugal.
• Elaboração de cenários de projecção dos consumos energéticos e emissões de GEE para 2020, com base na projecção estocástica de variáveis explicativas.
• Diagnóstico da situação energética e dos impactes dos GEE a efectuar com base nos cenários obtidos.
% 1997-2006
36,4%
3/31
Figura 1: Evolução da Taxa de Motorização em Portugal
Fonte: IMTT (2008).
Verifica-se um crescimento da mobilidade e do sector dos transportes a valores próximos do PIB, o que pode tornar inviável a sustentabilidade energética e ambiental.
Este aumento da mobilidade reflectindo-se também no crescimento das taxas de motorização (ver figura 1).
1.3-OBJECTIVOS
.
2 - MODELOS DE PROJECÇÃO DO CONSUMO ENERGÉTICO
Modelos de Projecção Energética
Modelos de Procura Modelos de Oferta Modelos Integrados de
procura/oferta
A projecção energética pode ser executada com base em diversas tipologias de modelos que se podem observar no esquema seguinte.
4/31
(Jebaraj e Iniyan, 2006)
Modelos de Procura
Econométricos Técnico-económicos Mistos
(Bajay, 2004)
2.1-TIPOLOGIAS DE MODELOS EXISTENTES
5/31
Modelos Econométricos
Empregam uma relação entre a procura de energia e algumas variáveis independentes;
Representam um estudo de natureza estatística da evolução dos dados históricos das variáveis.
Os parâmetros que influenciam as previsões deste tipo de modelos são:
o preço da energia;
indicadores económicos (ex:PIB).
(Bhattacharyya e Timilsina, 2009) (Jannuzzi e Swisher, 1997)
Modelos Técnico-Económicos
Têm em consideração as modificações nos padrões energéticos ao nível das suas variáveis de base.
Apresentam um maior nível de detalhe a nível sectorial que os modelos econométricos, realizando projecções mais realistas e fiáveis.
(Jannuzzi e Swisher, 1997) (Bhattacharyya e Timilsina, 2009)
Modelos Mistos
Aplicam relações econométricas para constituir cenários tendenciais, prevendo a evolução de certas variáveis chave.
Utilizam uma projecção mais desagregada, de acordo com a informação disponível, em termos quantitativos e qualitativos.
(Bajay, 2004)
3 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSUMO ENERGÉTICO E EMISSÕES NO SECTOR DOS TRANSPORTES
6/31
Figura 2: Contribuição do sector dos Transportes no Consumo Final de Energia na UE-27 em 2006 (em % de Mtep)
Fonte: Eurostat (2009b).
Contribuição do transporte no consumo final de Energia (%)
Portugal 38,5%
Indústria - 27,6%
Transportes - 31,5%
Residencial, Serviços e Agricultura – 40,9%
Rodoviário - 81,9%
Aéreo - 14,0%
Nav. Fluvial - 1,6%
Ferroviário - 2,5%
Figura 3: Evolução das emissões de GEE por sector entre 1990 e 2006 na UE-27 (em Mt CO2 equivalente)
Fonte: Eurostat (2008b). 7/31
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1990 2000 2006
Total
Energia excl.
Transporte
Agricultura
Indústria
Resíduos
Outros
1990 2000 2006 % variação
1990-2006
Quota(%) em 2006
Transporte 779 924 992 27,3 19,3
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Fonte: Eurostat (2009b).
Figura 4: Evolução no crescimento das emissões de GEE no sector dos transportes nos países da UE-27 entre 1990 e 2006 (Mt CO2-equivalente)
9/31
Figura 5: Contribuição de cada tipo de gás nas emissões totais de GEE na UE-27 em 2006 (%)
(% emissões em 2006)
CO2 CH4 N2O
Portugal 77,5 14,2 7,2
Figura 6: Emissões de GEE nos transportes por modo na UE-27 em 2006 (%)
Fonte: Eurostat (2009b).
Fonte: EEA (2008c).
4 – AVALIAÇÃO NO ANO 2008 DO CONSUMO ENERGÉTICO E EMISSÕES DE GEE NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO EM PORTUGAL
Para se poder realizar este trabalho foi elaborado um modelo de cálculo para cada tipo de veículo, podendo-se observar na figura seguinte o modelo desenvolvido para os veículos ligeiros.
10/31
Figura 7: Constituição do Parque Automóvel de veículos motorizados no ano de 2008
Fonte: ACAP (2009).
4.1 – MODELO DE CÁLCULO
Figura 8: Modelo de Cálculo para os Veículos Ligeiros
11/31
Fonte: ACAP (2009).
Figura 9: Curvas de Sobrevivência estimadas para os diferentes tipos de veículos do parque automóvel da Alemanha em função da idade do veículo
Fonte: Ntziachristos e Kouridis (2008).
4.2 – CURVAS DE SOBREVIVÊNCIA
12/31
Tabela 1: Idade e Número de Veículos em Circulação em Portugal em 31 de Dezembro de 2008
4.3 – CONSUMOS MÉDIOS ACTUAIS
13/31
Cilindrada
(cc)
CONSUMO MÉDIO (l/100 km) – Ligeiros Passageiros
Gasolina Diesel
Urbano Extra-
Urbano Combinado Urbano
Extra-
Urbano Combinado
0 a 1000 5,6 4,1 4,6 3,4 3,2 3,3
1001 a 1250 7,0 4,6 5,5 5,7 3,8 4,5
1251 a 1500 7,8 5,0 6,1 5,8 4,1 4,7
1501 a 1750 8,8 5,4 6,6 6,1 4,2 4,9
1751 a 2000 10,1 6,0 7,5 7,4 4,8 5,7
2001 a 2500 11,7 6,6 8,5 8,8 5,5 6,7
mais de 2500 13,8 7,7 9,9 10,9 6,8 8,3
Tabela 2: Consumos médios de ligeiros de Passageiros em 2008 por cilindrada e combustível
Cilindrada (cc)
CONSUMO MÉDIO (l/100 km) – Ligeiros Mercadorias
Gasolina Diesel
Urbano Extra-
Urbano Combinado
Urban
o
Extra-
Urbano Combinado
0 a 1000 5,6 4,1 4,6 - - -
1001 a 1250 7,0 4,6 5,5 5,8 3,9 4,6
1251 a 1500 7,8 5,0 6,1 5,8 4,5 4,9
1501 a 1750 8,8 5,4 6,6 6,5 4,6 5,3
1751 a 2000 10,1 6,0 7,5 8,5 5,9 6,8
2001 a 2500 11,7 6,6 8,5 10,9 7,5 8,7
mais de 2500 13,8 7,7 9,9 11,5 8,3 9,4
Fontes: próprio, com base em Autofoco
(2009), www.guiadoautomovel.pt,
www.santogal.pt, IEA/SMP (2004), ACEA
(2008) E VOLVO (2008)
Tabela 3: Consumos médios de ligeiros de Mercadorias em 2008 por cilindrada e combustível
Peso (kg)
CONSUMOS MÉDIOS DE DIESEL
(l/100Km) DE PESADOS
PASSAGEIROS POR ESCALÕES
DE PESO
3501 a 7500 18,0
7501 a 14000 28,0
mais de 14000 33,0
Tabela 4: Consumos médios (l/100 km) de diesel de Pesados de Passageiros em 2008 por escalão de peso
Tabela 5: Consumos médios (l/100 km) de diesel de Pesados de Mercadorias em 2008 por escalão de peso
Peso (kg)
CONSUMOS MÉDIOS DE DIESEL
(l/100Km) DE PESADOS
MERCADORIAS POR
ESCALÕES DE PESO
3501 a 6900 15,0
6901 a 8990 19,0
8991 a 12490 22,0
12491 a 15900 23,0
15901 a 19000 25,0
19001 a 26000 30,0
mais de 26000 32,0
4.4 – CONSUMOS MÉDIOS POR IDADE
14/31
Figura 10: Evolução do consumo médio (l/100 km) por tipo de combustível de veículos ligeiros novos
Fonte: Comissão Europeia (2005).
(l/100km) 1995 2003 % variação
média % variação
média anual
Gasolina+Diesel 7,6 6,5 14,5 1,8
Gasolina 7,9 7,2 8,9 1,1
Diesel 6,6 5,7 13,6 1,7
Figura 11: Evolução do consumo médio de diesel de um camião de 40 toneladas
Fonte: ACEA (2008).
Ciclomotores e Motociclos
Segundo Barbusse (2001), foram assumidos valores de consumo médio de gasolina de 4,0 (l/100 km) para ciclomotores e motociclos com cilindrada inferior a 50cc e um valor de 6,2 (l/100 km) para cilindradas superiores a 50cc, sem desagregação por idade.
4.5 – DISTÂNCIAS MÉDIAS PERCORRIDAS
Devido à indisponibilidade de informação proveniente das inspecções realizadas em Portugal ao longo dos anos, nomeadamente o número de veículos inspeccionados por tipo de veículo, ano de fabrico, cilindrada, tipo de combustível utilizado e quilometragem percorrida pelos veículos, foram assumidos de acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (2008) os valores de mobilidades médias (ver tabela 6).
15/31
Tabela 6: Distâncias médias percorridas em Portugal (km/ano) em 2008 por tipo de veículo
ANO
LIGEIROS PESADOS CICLOMOTORES E
MOTOCICLOS
Passageiros Mercadorias Passageiros Mercadorias ≤ 50cc > 50cc
GASOLINA DIESEL GASOLINA DIESEL DIESEL DIESEL GASOLINA GASOLINA
2008 11000 14000 18000 24000 45000 52994 5000 4000
Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente (2008).
Figura 12: Fracção da distância anual percorrida por veículos ligeiros de passageiros em função da idade do veículo
Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente (2008).
4.6 – CONSUMO ENERGÉTICO TOTAL
Tipo de veículo Gasolina
(litros*106) diesel (l)
(litros*106)
Ligeiros Passageiros 2.040 1.569
Ligeiros Mercadorias 527 1.928
Pesados Passageiros - 198
Pesados Mercadorias - 1.840
Ciclomotores e Motociclos
119 -
TOTAL 2.686 5.535
16/31
O consumo total de combustíveis no transporte rodoviário, que se situou nos 2,69 biliões de litros de gasolina (2.089.024 Tep) e próximo dos 5,5 biliões de litros de diesel (4.727.280 Tep), correspondendo em termos energéticos a 87.463 TJ de gasolina e 197.922 TJ de diesel.
Tabela 7: Consumo total (litros) de combustíveis no transporte rodoviário em Portugal em 2008
Tipo de veículo
gasolina (l) diesel (l)
Ligeiros 95,6% 63,2%
Pesados - 36,8%
Ciclomotores e Motociclos
4,4% -
Tabela 8: Consumo total de combustíveis (%) no transporte rodoviário em Portugal em 2008
Consumo anual = Nº veículos (em função da cilindrada ou peso e da idade do veículo) x Consumo
médio (em função da cilindrada ou peso e da idade do veículo) x Mobilidade média.
4.7 – EMISSÕES TOTAIS
Factores de Emissão por Tipo de combustível e de Gás (Kg/TJ)
Combustível CO2 CH4 N2O
Gasolina 69300 33 3,2
Diesel 74100 3,9 3,9
17/31
Tabela 10: Factores de emissão por tipo de combustível e de GEE (Kg/TJ)
Fonte: IPCC (2006).
Foi utilizada a seguinte formulação baseada na metodologia bottom-up do IPCC (2006): Emissões = ∑ (Cca x FEa) Onde: Emissões = Emissões por tipo de gás; Cca = Consumo de combustível (TJ); FEa = Factor de emissão (Kg/TJ); a = Tipo de combustível (gasolina ou diesel)
Tabela 11: Emissões totais de GEE (Kg) em 2008 nos transportes rodoviários por tipo de combustível
Tabela 9: Emissões totais de GEE (Kg) em 2008 nos transportes rodoviários
Emissões Totais por tipo de GEE (ton)
CO2 CH4 N2O
TOTAL 20.727.205 3.147 1.052
Emissões por Tipo de combustível (Gasolina) e de Gás (ton)
Emissões por Tipo de combustível (Diesel) e de Gás (ton)
Tipo de veículo CO2 CH4 N2O CO2 CH4 N2O
Ligeiros Passageiros 4.603.051 2192 213 4.156.579 219 219
Ligeiros Mercadorias 1.189.423 566 55 5.109.321 269 269
Pesados Passageiros - - - 523.613 28 28
Pesados Mercadorias - - - 4.876.488 257 257
Ciclomotores e Motociclos 268.729 128 12 - - -
TOTAL 6.061.204 2.886 280 14.666.001 772 772
5 – ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS DE PROJECÇÃO DO CONSUMO ENERGÉTICO E EMISSÕES DE GEE DOS TRANSPORTES RODOVIÁRIOS EM 2020
18/31
Figura 13: Esquema do modelo de projecção do consumo energético e emissões para 2020
A elaboração deste modelo de previsão teve como base de sustentação a criação de dois tipos de cenários distintos: “cenário tendencial”; “cenário optimista”. Realizou-se um estudo de âmbito estocástico baseado em certas variáveis explicativas em que à partida não se conhece os valores que irão assumir no futuro pois dependem de uma variedade de condicionantes, estando portanto revestidas de alguma incerteza.
Para a realização desta análise foi utilizado o software @RISK que emprega o método de simulação de Monte Carlo para realizar uma análise de risco.
Sempre se utilizaram cenários nos estudos estratégicos ao nível do sector dos transportes, mas a estes não são geralmente associadas probabilidades de ocorrência. Neste sentido, a aplicação do software @RISK ao modelo de projecção oferece a possibilidade de associar probabilidades à ocorrência dos cenários.
5.1 – EVOLUÇÃO DO PIB
Figura 14: Evolução do crescimento do PIB em Portugal no período entre 1996 e 2007
Fonte: INE (2008).
De acordo com a EIA (2008), segundo as projecções realizadas para o PIB mundial entre 2008 e 2030 é expectável:
um crescimento médio anual do PIB na Europa Ocidental de 2,3% no período 2008-2015;
e de 2,1% no horizonte 2015-2030.
Na projecção efectuada considerou-se o valor médio de 2,2% aplicando-se uma probabilidade simétrica, ou seja, uma probabilidade igual de ocorrência de valores inferiores ou superiores, tendo-se por isso definido uma distribuição de probabilidade Normal (ver figura 15) com um desvio padrão de 15% desse valor (0,33%).
19/31
Figura 15: Função de distribuição de probabilidade para o crescimento médio anual do PIB em Portugal entre 2008 e 2020
Fonte: Resultado gerado a partir do @risk.
Evolução do crescimento do PIB em Portugal no período
entre 1996 e 2007
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
%
Assumiu-se uma relação directa entre a variação da mobilidade entre 2007 e 2020 e a variação do PIB, sendo que no caso dos pesados de passageiros (transporte colectivo) não foi assumida uma relação directa com o PIB pois segundo o WBCSD (2004), é previsível um decréscimo médio anual de 0,1% a nível mundial até 2030 da variação da mobilidade de passageiros por autocarro.
Evolução do transporte de passageiros e mercadorias em Portugal no
período entre 1996 e 2007
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Ano
Ligeiros Passageiros (Biliões
pass.km)
Ligeiros Mercadorias (Biliões
ton.km)
Pesados Passageiros (Biliões
pass.km)
Pesados Mercadorias (Biliões
ton.km)
Ciclomotores e Motociclos
(milhões pass.km)
5.2 – RELAÇÃO ENTRE O PIB E A MOBILIDADE TOTAL
2007
Ligeiros de Passageiros (biliões pass.km)
74,0
Pesados de Passageiros (biliões pass.km)
10,88
Pesados de Mercadorias (biliões ton.km)
46,2
Ligeiros de Mercadorias (biliões ton.km)
2,13
Motociclos (Milhões pass.km)
24,3
Tipo de Veículo 5% Valor
Esperado 95%
Ligeiros de Passageiros (Biliões Pass.km)
91,730 98,210 105,160
Ligeiros de Mercadorias (Biliões Ton.km)
2,640 2,827 3,027
Pesados de Mercadorias (Biliões Ton.km)
57,270 61,320 65,650
Ciclomotores e Motociclos (Milhões de Pass.km)
30,120 32,251 34,530
20/31
Tabela 12: Projecção da Mobilidade Total (pass.km e Ton.km) para 2020 por tipo de veículo
Figura 16: Transporte de passageiros e mercadorias em Portugal entre 1996 e 2007
Fonte: próprio, com base em DG Energy and Transport (2009) e BTRE (2006).
5.3 – PROJECÇÃO DA MOBILIDADE TOTAL EM 2020
21/31
Figura 17: Função de distribuição de probabilidade para a actividade (Pass.km) em veículos pesados de passageiros (Autocarros) em 2020
Fonte: Resultado gerado a partir do @risk.
Prob= 1% Prob=50% Prob=99%
<10.560 10.880 <11.050
INPUTS (milhões pass.km)
RESULTADOS (milhões pass.km)
Prob =5% Valor esperado Prob>95%
<10.674 10.870 <11.100
Factor de ocupação
Tipo de veículo pass/veíc
. ton/veíc
.
ligeiros de passageiros 1,2 -
ligeiros de mercadorias - 0,8
pesados de passageiros 16,0 -
pesados de mercadorias - 10,9
Ciclomotores e Motociclos 1,1 -
Tabela 13: Factores de ocupação dos veículos
Fonte: DG Energy and Transport (2007), IEA/SMP (2004), Eurostat (2007b).
Aos valores obtidos através da simulação da mobilidade realizada para a mobilidade total (pass.km) foram aplicados os factores de ocupação dos veículos que se podem observar na tabela 13.
Com base nestes pressupostos, obteve-se a simulação da mobilidade total (veiculos.km) previsível em 2020.
5.4 – CONSUMOS MÉDIOS: CENÁRIO TENDENCIAL
Ligeiros de passageiros e mercadorias
Manutenção da idade média do parque automóvel em 2008 (9,0 e 8,4 anos) em 2020;
A Comissão Europeia propôs um compromisso de
redução da emissão média dos novos veículos ligeiros de passageiros na Europa para um patamar de até 120 gCO2/km num horizonte temporal até 2012;
Determinou-se então o consumo médio de gasolina e diesel através da aplicação de factores de relação entre os as emissões e o consumo de combustível[1];
Com base nestes pressupostos, adoptou-se uma
função de distribuição de probabilidade logarítmica-normal (ver figura 18), considerando o valor esperado de 120 gCO2/km, definindo-se um desvio padrão de 12 gCO2/km.
22/31
[1] De acordo com Kågeson (2005) a quantidade de CO2 libertado na combustão de 1 litro de gasolina e de 1 litro de diesel depende da composição química dos combustíveis mas pode-se considerar na ordem dos 2360 gCO2/l e 2600 gCO2/l, respectivamente.
Figura 18: Função de distribuição de probabilidade para as emissões médias de CO2 (gCO2/km) em veículos ligeiros de passageiros em 2020
Fonte: Resultado gerado a partir do @risk.
Tipo de Veículo Idade média do parque em
2008 (anos)
Ligeiros de Passageiros 9,0
Ligeiros de Mercadorias 8,4
Pesados de Passageiros 11,4
Pesados de Mercadorias 11,7
Tabela 14: Idade média do parque automóvel em 2008 por tipo de veículo
Fonte: ACAP (2009).
Figura 19: Projecção do consumo médio de gasolina (l/100 km) em veículos ligeiros de passageiros em Portugal para o ano 2020
Fonte: Resultado gerado a partir do @risk.
5.4 – CONSUMOS MÉDIOS: CENÁRIO TENDENCIAL
Figura 20: Projecção do consumo médio de diesel (l/100 km) em veículos ligeiros de passageiros em Portugal para o ano 2020
Fonte: Resultado gerado a partir do @risk.
23/31
No entanto, o veículo tipo com 9 anos e 8 anos de idade em 2020 não é um veículo novo, sendo portanto
necessário ter em atenção que o consumo dos veículos aumenta com a idade, tendo-se por isso afectado
os consumos obtidos com as variações anuais consideradas de 1,1% (gasolina) e 1,7% (diesel) durante os
anos do veículo. Dessa forma obteve-se os consumos médios esperados de gasolina (5,6 l/100km) e diesel
(5,4 l/100km) do parque de ligeiros de passageiros e mercadorias em 2020, que podem ser verificados nas
figuras 19 e 20.
5.4 – CONSUMOS MÉDIOS: CENÁRIO TENDENCIAL
Manutenção da idade média do parque de pesados de passageiros e mercadorias em 2008 (11,4 e 11,7 anos, respectivamente) em 2020;
Assumiu-se que o consumo médio de um
veículo tipo novo em 2009 seria semelhante a um veículo de 2008, tendo-se por isso considerado o parque de veículos que são de 2008, bem como os seus consumos médios que se podem observar nas tabelas 15 e 16.
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Pesados de passageiros (autocarros) e Mercadorias Tabela 15: Número de veículos pesados de passageiros e consumo médio dos veículos novos em 2008 por escalões de peso
NÚMERO DE VÉICULOS PESADOS DE PASSAGEIROS POR ESCALÕES DE PESO (Kg) A DIESEL
ANO DO VEÍCULO 3501 a 7500 7501 a 14000 mais de 14000
2008 552 92 580
ANO DO VEÍCULO
CONSUMOS MÉDIOS DE DIESEL (l/100Km) DE PESADOS PASSAGEIROS POR ESCALÕES DE PESO
(Kg)
3501 a 7500 7501 a 14000 mais de 14000
2008 18,0 28,0 33,0
Obteve-se então o consumo médio dos veículos pesados de passageiros e de mercadorias em 2008 que foi de 25,9 l/100km e 29,1 l/100km, respectivamente. Foram então assumidos esses valores para veículos a diesel como valor previsível de consumo dos veículos pesados de passageiros e mercadorias novos em 2009, realizando-se posteriormente a sua modelação através de funções de distribuição de probabilidade normal, assumindo-se os valores esperados referidos anteriormente, definindo-se um desvio padrão de 10% e 5% desses valores, respectivamente.
NÚMERO DE VÉICULOS PESADOS DE MERCADORIAS POR ESCALÕES DE
PESO (Kg) A DIESEL
ANO DO VEÍCULO
3501 a
6900
6901 a
8990
8991 a 12490
12491 a
15900
15901 a
19000
19001 a
26000
mais de 26000
2008 115 440 267 91 433 409 3435
ANO DO VEÍCULO
CONSUMOS MÉDIOS DE DIESEL (l/100Km) DE PESADOS MERCADORIAS POR ESCALÕES DE PESO (Kg)
3501 a
6900
6901 a
8990
8991 a 12490
12491 a
15900
15901 a
19000
19001 a
26000
mais de 26000
2008 15,0 19,0 22,0 23,0 25,0 30,0 32,0
Tabela 16: Número de veículos pesados de mercadorias e consumo médio dos veículos novos em 2008 por escalões de peso
No entanto, o veículo tipo com 11 anos e 12 anos de idade em 2020 não é um veículo novo, sendo portanto necessário ter em atenção que o consumo dos veículos aumenta com a idade, tendo-se por isso afectado os consumos médios anteriores com as variações anuais apresentadas na figura 11 durante os anos do veículo tipo. Dessa forma obteve-se o consumo médio esperado de diesel de 26,8 l/100km do parque de pesados de passageiros em 2020 e 30,4 l/100km do parque de pesados de mercadorias, que pode ser verificado nas figuras 21 e 22.
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5.4 – CONSUMOS MÉDIOS: CENÁRIO TENDENCIAL
Figura 21: Projecção do consumo médio de diesel em veículos pesados de passageiros (autocarros) para 2020
Fonte: Resultado gerado a partir do @risk.
Figura 22: Projecção do consumo médio de diesel em veículos pesados de mercadorias para 2020
Fonte: Resultado gerado a partir do @risk.
Ciclomotores e Motociclos Foi assumido o valor de 3,1 l/100 km como valor expectável de consumo médio de gasolina em 2020. Assim, para a realização da modelação adoptou-se uma função de distribuição de probabilidade normal, assumindo-se o valor esperado referido anteriormente, definindo-se um desvio padrão de 20% desse valor.
5.5 – CONSUMOS MÉDIOS: CENÁRIO OPTIMISTA
Relativamente aos consumos médios de gasolina e diesel dos diversos tipos de veículos, considerou-se neste cenários os mesmos consumos determinados no cenário tendencial. No que diz respeito aos consumos médios das outras tecnologias, foram modelados os seus consumos médios de acordo com pesquisa de informação sobre o tema, tendo-se aplicado funções normais de distribuição. Esses valores podem ser observados na tabela 17.
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Tabela 17: Consumos médios das tecnologias alternativas em 2020 por tipo de veículo
Fonte: CSIRO (2008), Christidis et al. (2003), Stussi et al. (2005)
CONSUMOS MÉDIOS
LIGEIROS PESADOS
Passageiros Mercadorias
Tecnologia de combustível média desvio padrão
média desvio padrão
média desvio padrão
GPL (l/100km) 8,6 1,29 - - - -
Híbrido (l/100km) 3,9 0,39 - - - -
Biodiesel (l/100km) 5,6 0,84 - - - -
Eléctrico (KWh/100km) 15,5 1,55 76,0 7,6 - -
Gás natural (m3/100km) - - 21,9 3,29 23,7 3,56
5.6 – CONSUMO ENERGÉTICO TOTAL
Tipo de veículo Gasolina Diesel
Ligeiros Passageiros 50% 50%
Ligeiros Mercadorias 50% 50%
Pesados Passageiros - 100%
Pesados Mercadorias - 100%
Ciclomotores e Motociclos 100% -
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Por forma a determinar o consumo energético total previsível para 2020 devido ao transporte rodoviário, foi necessário adoptar quotas de combustíveis expectáveis em cada cenário (ver tabelas 18 e 19).
Tabela 18: Quotas de combustíveis do cenário tendencial em 2020 por tipo de veículo
Tabela 19: Quotas de combustíveis do cenário optimista em 2020 por tipo de veículo
Tipo de veículo Gasolina Diesel GPL Híbrido Eléctrico Biocombustível Gás
natural
Ligeiros Passageiros 32,5% 32,5% 5% 10% 10% 10% -
Ligeiros Mercadorias 32,5% 32,5% 5% 10% 10% 10% -
Pesados Passageiros - 70% - - 10% - 20%
Pesados Mercadorias - 90% - - - - 10%
Ciclomotores e Motociclos 100% - - - - - -
Figura 23: Consumo energético Total do cenário tendencial em 2020
5.6 – CONSUMO ENERGÉTICO TOTAL: Cenário Tendencial e Optimista
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Figura 24: Consumo energético total do Cenário Optimista em 2020
5.7 – EMISSÕES TOTAIS
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Tabela 20: Factores de Emissão por tipo de combustível
Fact. de emissão CO2 CH4 N2O
gasolina (Kg/TJ)
69300 33 3,2
diesel (Kg/TJ)
74100 3,9 3,9
GPL (Kg/TJ)
63100 62 0,2
Gás natural (Kg/TJ)
56100 92 3,0
Biodisel (Kg/TJ)
70800 - -
Energia eléctrica (g/KWh)
389,5 - -
Fonte: IPCC (2006), EDP (2009).
Tendencial
Figura 25: Emissões Totais
Optimista
Tabela 21: Emissões Totais
6 – CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES FINAIS
• Portugal no período entre 1990 e 2006 foi um dos países a nível europeu com maior acréscimo das suas emissões provenientes dos transportes, na ordem dos 4,4% ao ano, ou seja, duplicando os valores relativos a 1990.
• Na UE-27, verifica-se que em 2006 o consumo energético do sector dos transportes situava-se na ordem dos 31,5% do consumo final de energia (sendo que 81,9% dos quais devido ao modo rodoviário) e que o sector dos transportes representava 19,3% das emissões totais de CO2 (93,1% devidas ao modo rodoviário).
• De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (2008), as emissões de CO2 em 2006 devidas ao transporte rodoviários situaram-se em 18.541 Kt, tendo havido um acréscimo de cerca de 100% relativamente aos valores de 1990. Desta forma o resultado obtido de 20.727 Kt de CO2 pode-se considerar aceitável, pois é previsível o aumento das emissões entre 2006 e 2008.
• A variação da mobilidade entre 2007 e 2020 correspondeu a acréscimos acima dos 32% em todos os tipos de veículos, com a excepção dos pesados de passageiros onde houve um decréscimo de 0,1%.
• Os objectivos propostos com a realização deste trabalho foram atingidos, à excepção apenas do 3º objectivo que foi apenas alcançado de forma parcial pois não foi possível realizar um diagnóstico completo da situação energética e dos impactes dos GEE a efectuar com base nos resultados obtidos com a realização dos cenários.
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A realização dos cenários de projecção para 2020 contribuiu para comprovar que a possível adopção de medidas que promovam o uso de combustíveis mais sustentáveis do ponto de vista ambiental bem como a implementação de estratégias e medidas a nível dos transportes e mobilidade podem contribuir para uma redução drástica do consumo dos combustíveis fósseis e dos consequentes impactos ambientais.
O cenário Optimista não descola muito em relação ao cenário tendencial. Será que os pressupostos iniciais (de partida) precisariam de ser detalhados de forma mais precisa, recorrendo a mais informação?
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% variação Consumo energético
% variação Emissões
CO2 CH4 N2O CO2eq
ANO 2008 - - - - -
Cenário Tendencial -20,8% -20,4% -13,6% -21,1% -20,4%
Cenário Optimista -25,9% -27,1% idêntica -32,5% -27,0%
Tabela 22: Variação do Consumo energético e emissões entre 2008 e 2020
No desenvolvimento deste trabalho foi necessário realizar algumas simplificações e aproximações a nível dos princípios metodológicos de cálculo do ano base (2008), essencialmente devido à indisponibilidade de algumas informações importantes como o nível de detalhe necessário. Desta forma, a metodologia de cálculo poderá ser aperfeiçoada em futuros trabalhos. Assim, com a realização deste trabalho espera-se ter dado algum contributo para a reflexão em torno das medidas a tomar de modo a formar compromissos políticos e económicos que traduzam uma redução efectiva das emissões de GEE para se cumprir futuros objectivos comuns de redução dos impactes ambientais a nível global.
Perspectivas futuras
FIM
OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO