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Efeito da Cobertura Morta (Mulching) e de Espaçamento de plantio nos canteiros no Rendimento da Cultura deTomate
Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 1
I. INTRODUÇÃO
1.1. GeneralidadesO tomate (Lycopersicon esculentum Mill) é classificado, na olericultura, como uma
cultura herbácea, anual, podendo ser de crescimento determinado ou indeterminado. Ele
tem uma quantidade apreciável de β-caroteno, que é transformado em vitamina A no
corpo humano, e vitamina C, é também uma hortícola comercial importante para os
agricultores familiares e comerciais (Naika, et al., 2006).
Stratton & Rechcigl (1998), definem cobertura morta (mulching ou mulch), como sendo
material orgânico não contaminado aplicado sobre a superfície do solo.
Em zonas tropicais, o uso da cobertura morta tem sido uma técnica muito recomendada
devido aos seus efeitos benéficos sobre as suas plantações de hortaliças. Segundo
Tilander & Bonzi (2003), a cobertura morta, beneficia na redução do impacto da chuva,
diminui a presença de plantas infestantes, ajuda a reter a água do solo e propícia no
fornecimento de nutrientes para solo.
Em Moçambique, em particular para as zonas de solo arenoso a franco-arenoso (caso de
Vilankulo), o material vegetal desidratado não contaminado é comumente usado pelos
horticultores locais como cobertura morta, nas suas plantações, porque propicia um
suprimento mais uniforme da água, evita a ocorrência de plantas infestantes, reduz a
amplitude da variação da temperatura do solo resultante da insolação, além de
proporcionar outras vantagens como o controlo a erosão, correção do balanco químico do
solo e redução dos danos causados por pragas e doenças.
Segundo Varela et al., (2003), o espaçamento óptimo nos canteiros (parcelas), é muito
essencial para evitar a sob ou sobre utilização da área útil de cultivo. Para Filgueira
(2000), na cultura de tomate, o espaçamento entre as plantas e linhas depende do porte da
cultivar, do tipo do solo, do sistema de cultivo, forma de crescimento (prostrado ou
erecto), o plantio em sulcos deve ser feito a 20 cm de profundidade, com o espaçamento
de 1,0 m entre linhas e 0,4 m entre plantas.
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1.2. Problema de estudo e justificaçãoEm Moçambique, para um bom rendimento, o Tomate requer uma boa práctica dos
amanhos culturais e uso de espaçamento de plantio óptimo nos canteiros, de modo que
haja condições óptimas na zona radicular, onde a planta obtém os nutrientes e a humidade
que necessita para se desenvolver (Alves, 1989).
Os produtores de tomate de Vilankulo enfrentam diversos problemas devido, em destaque
para a maior infiltração da água dos seus solos, a evaporação dos solos, a formação de
crostas e não obediência de espaçamento de plantio nos canteiros da cultura.
Em solos arenosos, para fazer face a este problema há necessidade de haver
recomendações técnicas e científicas de cultivo de tomate para os produtores desta
cultura em solos arenosos, com disponibilidade de restos vegetais não contaminados que
possam usar como cobertura morta e a determinação de um espaçamento óptimo de
plantio nos canteiros para maximizar o rendimento nas condições edafo-climáticas locais.
Segundo Filgueira (2000), a cobertura morta pode reter muita água o que significa que
em épocas de seca haverá mais água disponível para as plantas, durante um período mais
longo, esta propriedade é particularmente importante para os solos arenosos, pois estes
retêm pouca água. A cobertura morta além de proporcionar o controlo de determinados
patógenos de solo, actua na conservação da humidade do solo, controlo de ervas
daninhas, redução na lixiviação de nutrientes, prevenção da compactação e erosão do
solo, afecta passivamente a microflora e microfauna antagonista, favorece o
desenvolvimento da planta e reduz o uso de substâncias químicas, isso quando utilizado
de maneira adequada (Housbeck et al., 1996; Galindo et al., 1984; Jones et al., 1974).
A produção e a massa média de tomate são influenciadas pela densidade de plantas e pelo
número de ramos por planta. Quanto maior a densidade nos canteiros e o número de
ramos por planta, menor será a produção total comercial, a produção de frutos grandes e a
massa média dos frutos grande e médio, e maior será a produção de frutos pequeno
(Oliveira et al., 1995; Camargos, 1998).
O presente trabalho visa avaliar o efeito da cobertura morta (mulching) e de espaçamento
nos canteiros na cultura de tomate, de forma a fornecer informações científicas aos
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produtores locais, para incrementar o seu rendimento por área, a partir dos seus recursos
locais (mulching orgânico), nas condições edafo-climáticas locais.
1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo geral:Avaliar o efeito da cobertura morta (mulching) e do espaçamento de plantio nos canteiros
na cultura de tomate.
1.3.2. Objectivos específicos Descrever o efeito da cobertura morta nos canteiros na cultura de tomate para, a altura de
planta, e número de racemos por planta e rendimento.
Caracterizar o efeito dos diferentes níveis de espaçamentos de plantio nos canteiros na
cultura de tomate para, a altura de planta, número de racemos por planta e rendimento.
Relacionar o efeito da cobertura morta à diferentes níveis de espaçamentos nos canteiros
para a altura de planta, número de racemos por planta e rendimento.
1.4. HipótesesH0: A cobertura morta não influencia no rendimento da cultura de tomate;
H1:A cobertura morta influencia no rendimento da cultura de tomate;
H0: O espaçamento nos canteiros não influência no rendimento da cultura de tomate;
H1:O espaçamento nos canteiros influencia no rendimento da cultura de tomate;
H0: O efeito da morta no rendimento da cultura de tomate é o mesmo para diferentes
espaçamentos nos canteiros;
H1: O efeito da morta no rendimento da cultura de tomate não é o mesmo para diferentes
espaçamentos nos canteiros
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Considerações gerais2.1.1. Taxonomia, origem e distribuição do tomate.O tomate (Lycopersicon esculentum Mill) é uma cultura hortícola da família
Solanaceae onde fazem parte a Batata Reno, a beringela, o pimento e outras plantas
(Heuvelink, 2005).O tomate é originário das regiões andinas do Peru, Bolívia e Equador
e, foi domesticado no México (Heuvelink, 2005; Dusi et al., 1993; Ribeiro & Rulkens,
1999; Messiaen, 1992; Tindall, 1983). O tomate foi levado para Europa e aí cultivado, no
século XVI e a sua difusão foi por volta do século XIX (Dusi et al, 1993; Ribeiro &
Rulkens, 1999). A Oeste de África o tomateiro pode ter sido introduzido pelos portos
através dos comerciantes Portugueses ou cruzando o continente a partir do Egipto ou
Sudão (Ribeiro & Rulkens, 1999).
2.1.2. Características MorfológicasO tomate é cultivado normalmente como uma cultura anual, contudo, quando as
condições climáticas são favoráveis, a duração do ciclo em algumas variedades pode
prolongar-se por vários anos (Purseglove, 1991) más, em Moçambique, geralmente é
praticada como cultura de ciclo curto porque o clima não é favorável para o cultivo de
tomate durante todo o ano, (existência de duas estações bem distintas, que uma favorece a
produção da cultura a baixo investimento e a outra com maior investimento).
De acordo com Purseglove (1991), o desenvolvimento das caracteristicas morfológicas da
cultura de tomate variam geralmente em função da variedade, amanhos culturais, tipo de
cultivo (com solo, sem solo, céu aberto, estufas), época de plantio, entre outros factores,
más, geralmente apresenta as seguintes:
Raiz: sistema radicular vigoroso com raiz axial que se desenvolve até atingir uma
profundidade de 50 cm ou mais. A raiz principal produz um denso conjunto de raízes
laterais e adventícias (Cermeño, 1978; Maroto, 1995; Ribeiro & Rulkens, 1999).
Caule: o seu porte varia entre erecto a prostrado. Cresce até atingir uma altura de 2-4 m.
O caule é sólido, áspero, peludo e glandular (Cermeño, 1978; Maroto, 1995; Ribeiro &
Rulkens, 1999).
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Folhagem: folhas dispostas de forma helicoidal, com 15-50 cm de comprimento e 10-30
cm de largura. As folhas são de forma oval até oblonga, cobertas com pelos glandulares.
Entre as folhas maiores encontram-se pequenas folhas pinadas. O pecíolo tem um
comprimento de 3-6 cm (Ribeiro & Rulkens, 1999).
Flores: As flores são bissexuais, regulares e têm um diâmetro de 1,5-2 cm. No geral, há
seis pétalas com um comprimento que pode atingir um cm, de cor amarela e recurva
quando maduras. Há seis estames, e as anteras são de cor amarelas claras dispostas em
redor do estilete previsto de uma ponta alongada estéril (Maroto, 1995).
Fruto: uma baga carnosa, de forma globular a achatada e com 2-15 cm de diâmetro. A cor
do fruto maduro varia entre amarelo, cor-de-laranja a vermelho, no geral, o fruto é
redondo, com uma superfície lisa ou canelada (Cermeño, 1978; Maroto, 1995; Ribeiro &
Rulkens, 1999).
Sementes: abundantes, com forma de rim ou de pêra. São peludas, de cor castanha clara,
com 3-5 mm de comprimento e 2-4 mm de largura. O embrião está envolto no
endosperma. O peso de 1000 sementes é, aproximadamente, de 2,5 – 3,5 g (Maroto,
1995; Purseglove, 1991; Villareal, 1980).
2.1.3. Exigências edafo-climáticas da cultura.Atendendo às origens do tomateiro, Dusi et al., (1993) & Fazio (1981) referem que
esta cultura cresce bem em climas tropicais de altitude e subtropicais, frescos e secos,
com bastante luminosidade. A temperatura favorável para a germinação varia de 20 oC a
25 oC. Para um bom desenvolvimento vegetativo a temperatura deve variar de 18 oC a 25
oC. No período de frutificação é importante que a temperatura varie de 18 oC a 25 oC,
no período diurno e de 13 oC a 24 oC, no período nocturno. Se as temperaturas
permanecem acima de 28 oC, prejudicam a firmeza e a coloração dos frutos, que tendem
a ficar amarelados devido à inibição da síntese do licopeno e de outros pigmentos que
lhes dão a coloração vermelha. Temperaturas superiores a 34 oC podem causar distúrbios
respiratórios (Filgueira, 2000).
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Além da temperatura, a humidade é outro factor de clima importante para a cultura de
tomate. A humidade condiciona muito o aparecimento de doenças provocadas por
fungos com temperaturas elevadas (Filgueira, 2000).
2.1.4. Preparação do soloA preparação do solo para a cultura de tomate em Vilankulo, normalmente consiste no
revolvimento, destorroamento e nivelamento do solo para que o sistema radicular possa
ter um bom desenvolvimento além de permitir um bom maneio da cultura como a rega
(Villareal, 1980; Ribeiro & Rulkens, 1999).
O tomateiro dá se bem na maioria dos solos, desde que sejam bem preparados, pH entre 6
a 6.5, contudo, solos media-argilosos com bastante matéria orgânica, com pelo menos 50
cm de profundidade e permeáveis (Ministério da Agricultura, 1985)
2.1.5. Métodos de propagaçãoA propagação do tomateiro é por semente podendo ser uma sementeira directa ou em
alfobres (Filgueira, 2000; Ribeiro & Rulkens, 1999; Halfacre & Barden, 1979;). Má em
Moçambique em alfobres é a mais comum (Ribeiro & Rulkens, 1999). A germinação da
semente pode durar 7 a 10 dias, dependendo das condições climáticas e da variedade.
2.2. DESCRIÇÃO DO EFEITO DA COBERTURA MORTA
Em Moçambique, a cobertura morta orgânica é formada por diversos tipos de material
vegetal que se colocam sobre o solo para manter a humidade e melhorar as condições do
mesmo, é uma das melhores prácticas que dá bons rendimentos no tomateiro. Diferentes
substratos não contaminados (serragem, papel, cinza de madeira, casca e cavacos, capim
seco, entre outros restos vegetais) são usados como cobertura morta orgânica que contém
carbono orgânico, eles podem dar diferentes efeitos sobre a cultura de tomate, (Stratton &
Richcilgl, 1988).
A serragem de madeira é considerada como o produto de madeira mais utilizado como
cobertura, proporciona um aumento na produção de frutos e de raízes, (Patten, 1988
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citado por Stratton & Richcilgl, 1988). Quando algumas culturas são plantadas
imediatamente após a incorporação de serragem, deve-se fazer a adição de N, devido o N
disponível no solo se tornar imóvel (Stratton et al., 1998). Inclusive produtos de madeira
que possuem alta relação C:N, através de sua decomposição podem induzir a exaustão de
N disponível no solo para N imóvel (Streck, 1996 citado por Stratton & Richcilgl, 1988).
A casca de árvore é muito utilizada como cobertura e um de seus efeitos é a retenção de
humidade, além da melhora na infiltração de água (Sponer, 1970). A casca tem efeitos
nematicidas, seja pela liberação de produtos químicos ou por intermédio da umidade do
solo.Oliveira (1993); Diez et al., (1995), citados por Stratton & Richcilgl (1998), dizem
que a cinza de madeira não pode ser considerada como adubo orgânico, pois não
aumenta, diretamente, a quantidade de matéria orgânica no solo, mas ela pode fornecer
Ca, K e Mg.
2.2.1. Efeito da cobertura morta nas propriedades físicas do soloA cobertura proporciona efeitos na infiltração e retenção de água, estabilização de
temperaturas, controle de erosão (Housbeck et al., 1996; Stratton & Richcilgl, 1988;
Galindo et al, 1983; Jones et al, 1974;).
Alguns efeitos proporcionados pela cobertura na estrutura do solo parecem ser devido a
decomposição da cobertura. Segundo Pinamonti (1998) relatou que a chegada de
nutrientes na planta é mais influenciada pelas condições físicas do solo, do que pela
disponibilidade de nutriente no solo.
2.2.2. Efeito da cobertura morta na erosão do soloO principal factor que permite a redução da erosão é a protecção contra os impactos
causados pelas gotas de água (chuva ou irrigação) na superfície do solo. A cobertura
morta reduz a velocidade de escoamento superficial da água (runoff) (Housbeck et al.,;
Galindo et al., 1984; Manrique, 1995).
Manrique (1995), demonstrou que a melhor protecção contra erosão foi quando se
utilizou cobertura com grama e casca de arroz. Cobertura com palha de trigo a uma altura
de 5 cm reduziu o escoamento superficial “runoff” em 43% e a perda de N reduziu de
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230 kg/ha sem cobertura para 33 kg/ha com cobertura e de P de 215 kg/ha sem cobertura
para 18 kg/ha com cobertura (Shock et al., 1997).
2.2.3. Efeito da cobertura morta na humidade e temperatura do soloA cobertura morta aumenta a humidade que propicia à decorrência da diminuição da
evaporação de água da superfície do solo e do aumento da quantidade de água infiltrada.
Solos com cobertura morta conservam mais humidade no período de seca, e entre chuvas
do que solos descobertos (Stratton & Richcilgl, 1988).
Alguns problemas de excesso de humidade podem ocorrer com cobertura, principalmente
em solos de péssima drenagem, o que pode causar anaerobiose e perda de N (Sterck et
al., 1998; Stratton & Richcilgl, 1988). Em áreas com altos índices pluviométricos,
camada grossa de cobertura pode levar ao desenvolvimento de condições ambientais
favoráveis ao desenvolvimento de doença (Manrique, 1995). Além disso, solos com alta
humidade podem ser condutivos para determinados patógenos como, Phytophthora
cactorium em macieira (Malus sieversii), onde o controlo da humidade é um factor
importante para o controlo de doenças incitadas por esse patógenos (Utkhede & Smith,
1996).
A temperatura do solo é afetada pela cobertura principalmente em regiões quentes onde o
seu uso resulta em solos com temperaturas mais amenas, inclusive reduz a flutuação da
temperatura do solo.
O desenvolvimento de doenças causadas por Rhizoctonia solani esta muitas vezes
associada com baixas temperaturas do solo (Haji et al, 2005). Para Stratton & Richcilgl
(1998) descreve que alguns autores demonstraram que a melhoria da temperatura
favorece o aumento na quantidade de raízes.
2.2.4. Efeitos da cobertura morta nas propriedades químicas do soloO excesso da cobertura morta pode afeitar as propriedades químicas do solo mediante a
inibição da troca de gases, retenção humidade e influência de ácidos orgânicos
produzidos pela decomposição da cobertura, constitui nutrientes para as plantas (Le et al.,
1987).
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2.2.5. Efeitos da cobertura morta na aeração do soloA dedução de oxigênio para as raízes estimula o desenvolvimento de doenças nas plantas
e também a desnitrificação pode ocorrer em solos com cobertura. A respiração do solo
pode depender principalmente da quantidade e da viabilidade de K e N presentes no
substrato e no solo (Croteau & Zibilske, 1998). Conforme esses mesmos autores o solo
tratado com resíduo de fábrica de papel tem um aumento na concentração de CO2 e na
imobilização de nitrogênio.
Todos estes efeitos são dependentes das condições do local em questão, do clima, das
propriedades físicas do solo e do tipo de cobertura.
2.2.6. Efeitos da cobertura morta na fertilidade do solo, nutrição das plantas e naprodução.É sabido que o pH do solo influencia na disponibilidade de vários nutrientes para as
plantas, e como a cobertura afeta o pH do solo, consequentemente afeta a disponibilidade
de nutriente, um exemplo é a utilização de restos de árvores como cobertura para
aumentar a disponibilidade de Mn, outro já relativo ao aumento de nutriente, ocorre com
cobertura de macadamia (Macadamia integrifólia), a qual proporciona um aumento no
teor de K, Ca e P no solo. Nos trópicos a cobertura contribui muito para aumentar N, P e
K no solo, porém a cobertura deve ser reposta com mais frequência, devido a sua rápida
decomposição (Stratton & Rechcigl, 1998). Outros autores relatam que a cobertura do
solo além de aumentar o teor de matéria orgânica no solo, aumenta a disponibilidade de P
e K trocável (Pinamonti, 1998) e o teor de C orgânico e Mg (Cadavid et al., 1998).
Tilander & Bonzi (1997), relatam um aumento na produção de sorgo (Sorghum vulgare
Pers) com o uso de cobertura de folhas de neem (Azadirachta indica) e folhas de neem +
composto, assim bem como uma significativa influência na conservação de água no solo
e redução na temperatura. A utilização de polietileno como cobertura em melancia,
(Citrullus lanatus) proporcionou um aumento na produção, que foi devido a melhoria da
disponibilidade e chegada de N (Backer & Earhart, 1998)
De acordo com Blevins & Thomas (1997) e Borraz et al., (1991), citados por (Stratton &
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Rechcigl, 1998), relataram uma maior produção em áreas de plantio direto do que em
áreas de plantio convencional e esse aumento foi atribuído ao aumento na infiltração de
água e decréscimo na evaporação.
A cobertura favorece a nutrição de plantas devido a mesma proporcionar um aumento na
produção de raízes e inclusive pelos radiculares (Stratton & Rechcigl, 1998). A utilização
de grama (Zoysia japonica) como cobertura na cultura da mandioca proporcionou um
aumento na produção de raízes e biomassa e uma redução de HCN na raiz (Cadavid et
al., 1998).
2.2.7. Efeitos da cobertura morta no controlo de infestantes.Segundo Stratton & Rechcigl (1998) para alguns autores a cobertura morta muitas vezes
é mais eficiente do que herbicidas e que a cobertura inorgânica (plástico preto) é mais
eficiente no controlo de plantas infestantes do que cobertura orgânica. Para Manrique
(1995) a eficiência no controlo das plantas infestantes, depende do material que esta
sendo utilizado como cobertura.
2.2.8. Efeitos da cobertura sobre os organismos do soloA cobertura morta exerce grandes efeitos sobre a microflora e microfauna habitantes do
solo. O tipo de material utilizado para cobertura tem efeito significativo sobre o
decréscimo ou aumento de incidência ou severidade de doenças em plantas (Stratton &
Rechcigl, 1998).
A utilização de cobertura e o pH do solo tem influência sobre a microflora antagonista a
R. solani como, Aphelenchus avenae e Falsomia fimetria no patossistema R. solani X
batata (Bowen,et al, 1995).
2.2.9. Efeitos da má aplicação da cobertura morta.A má aplicação de cobertura pode trazer efeitos negativos, tanto para a planta quanto para
o solo e esses efeitos podem afeitar direta ou indiretamente na produção (Cadavid et al.,
1998).
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2.3. CARACTERIZAÇÃO DO EFEITO ESPAÇAMENTO DE PLANTIO NOSCANTEIROS NA CULTURA DE TOMATE
Uma das formas de melhoria da qualidade e aparência do tomate produzido é a adopção
de técnicas adequadas de maneio da cultura. As principais formas de maneio empregadas
na cultura do tomateiro são: tipo de tutoramento, forma de condução e espaçamento. O
tipo de tutoramento utilizado, bem como a forma de condução, pode alterar a distribuição
da radiação solar e a ventilação em torno das plantas (Andriolo, et al., 1999).
O uso de compasso óptimo na variedade em cultivo, não só evita a maior incidência de
doenças, mas também evita a maior competição das plantas, mas determina a qualidade e
a quantidade dos frutos por planta.
No entanto, segundo Castaner (1984), a densidade de plantio dependerá do
desenvolvimento vegetativo da cultura que, por sua vez, é influenciado pela cultivar
escolhida e suas características de crescimento, pelo tipo de poda e de tutoramento
empregado e pela fertilidade do solo e condições climáticas da época de plantio.
Seleguini et al., (2003) salientam que, para obtenção de uma alta produção de tomate,
torna-se necessário um elevado número de frutos por área de crescimento.
O espaçamento entre plantas deve aumentar com o aumento do vigor da cultivar e com o
número de hastes que se pretende conduzir por planta. O espaçamento entre linhas de
plantio é função do vigor quanto maior o vigor, maior deverá ser o espaçamento entre
linhas (Sterck, et al.,1998). Na cultura do tomate, a quantidade produzida pode ser
aumentada tanto pelo plantio em menores espaçamentos como pelo acréscimo do número
das hastes a serem conduzidas por planta.
O efeito de diferentes espaçamentos sobre o número de frutos obtidos por planta e o peso
médio dos frutos, diversos autores verificaram que, utilizando espaçamentos menores,
tanto o número de frutos por planta quanto o peso médio dos frutos tiveram seus valores
reduzidos, devido à influência negativa que maiores densidades de plantio nos canteiros
podem exercer sobre essas variáveis (Tuitert, et al.,1998).
Na cultura de tomate além do uso de maior densidade, o número de plantas por unidade
de área, o número de frutos colhidos por plantas e a massa média dos frutos estão
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diretamente relacionados à produtividade (Papadopoulos e Pararajasingham, 1997; Streck
et al., 1998, citados por Heine, 2012).
Segundo Andriolo & Falcão (2000), a densidade de plantas pode ser aumentada para
melhorar o efeito da supressão de folhas, sem modificar o índice de área foliar óptimo.
Porém, o número de hastes por planta e o uso da poda apical para um número definido de
cachos também interferem na densidade de plantio e na relação fonte/dreno, constituindo-
se em práticas alternativas na produção de tomate (Silva Junior et al., 1992; Silva et al.,
2001; Peixoto et al., 2001).
A produção e a massa média de tomate comercial, também são influenciadas pela
densidade de plantas e pelo número de ramos por planta. Quanto maior for a densidade de
plantio e o número de ramos por planta menor será a produção total comercial, a
produção de frutos grandes e a massa média dos frutos grande e médio, e maior será a
produção de frutos médio e pequeno (Oliveira et al., 1995; Camargos, 1998), Seleguini et
al., (2002) verificaram que apenas na produção de frutos médios houve um aumento
linear da produtividade com o aumento da densidade. Este efeito da densidade de plantas
na produção e massa média de tomate classificado ocorre porque em condições de
adensamento as plantas competem mais por luz e direcçionam um maior gasto de energia
aos processos de crescimento celular e menor translocação de açúcares para os frutos,
resultando numa diminuição do diâmetro do fruto (Borraz et al., 1991).
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III. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Descrição da área de estudoa) Localização geográfica.
O distrito de Vilankulo fica situado a Norte da Província de Inhambane, tendo como
limites a Norte com o distrito de Inhassoro, a Sul com o distrito de Massinga, a Oeste
com os distritos de Mabote e Funhalouro e a Este com o Oceano Indico (MAE, 2005).
b) Caracterização edafo-climática do Distrito.
O Distrito de Vilankulo apresenta um clima do tipo tropical seco, no interior, e húmido,
com duas estações, a quente que vai de Outubro com precipitação média anual da época
de 1500 mm a Março, e a seca que de Abril a Setembro, com precipitação média anual da
época de 1000 a 1200 mm (MAE, 2005).
Quanto aos solos, na zona litoral o distrito apresenta solos arenosos e permeáveis,
enquanto no interior do distrito apresenta solos franco-arenosos e areno-argilosos (MAE,
2005). Contudo, para a cultura de tomate, os solos desta região podem apresentar bons
resultados mediante a aplicação de fertilizantes orgânicos, permitindo a correção da
estrutura do solo, consequentemente aumenta também a capacidade de troca catiónica
(CTC).
O ensaio foi realizado no Distrito de Vilankulo, a 1 km da Vila sede, bairro Desse
quarteirão F, casa 74. A área experimental apresenta solos arenosos a franco-arenosos
com cor pardo na superfície e amarelo em profundidade, com uma textura média sob um
relevo de planície (MAE, 2005). Estas caracteristicas da textura do solo dificultam o
cultivo da cultura de tomate sem a aplicação da cobertura morta devido a sua maior
infiltração e erodibilidade. Durante o período da realização do ensaio (Junho a Outubro),
as temperaturas e precipitação variam 18.6 ºC a 23.9 ºC conforme o anexo I. Antes da
condução do ensaio o local havia sido ocupado pela cultura de mandioca (Manihot
esculentum).
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c) Sistemas de produção de tomate no Distrito.
A produção de tomate no distrito é praticada pelos pequenos produtores, nas margens das
baixas lagoas locais, em consociação com outras hortícolas em destaque para alface
(Latuca sativa), couve (Brassica oleirácea var.) (MAE, 2005). A cultura de tomate,
apenas é praticada no período seco, devido a favorabilidade do clima, nesta altura, o que
constitui uma actividade de rendimento e reduz o sedentarismo da comunidade, apesar de
baixos rendimentos devido a não observância de tratos culturais, sistemas de rega
rudimentares e qualidade de água de rega (uso de regador, sulcos e/ou água salubre), não
observância das datas de sementeira, má adubação (doses inadequadas e/ou adubos não
bem curtidos) baixo controlo fitossanitário (MAE, 2005).
3.2. Metodologia3.2.1. Delineamento experimentalPara a realização do ensaio, foi usado o delineamento de blocos completos causalizados
(DBCC) baseado num arranjo factorial.
No ensaio, foram estudados 2 factores com 4 tratamentos e 3 repetições. O factor
cobertura (C), tinham dois níveis, (com aplicação de cobertura morta C1 e sem cobertura
C0) e o factor espaçamento de plantio nos canteiros também tinha dois níveis (com
espaçamento de plantio nos canteiros de 0.35mx0.5m E1 e espaçamento de plantio nos
canteiros de 0.75mx0.5m E2, com o total de 12 parcelas experimentais. Os tratamentos
do ensaio estão descritos na tabela 1 abaixo:
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Tabela 1. Descrição dos tratamentos do ensaio.
Tratamento Descrição Combinação dos
níveis
Interpretação
T1 C0E2 0 Mulching +
(0.75x0.5m)
Parcela tratada sem
mulching e um nível de
espaçamento no canteiro de
0.75x0.5 m (controlo)
T2 C0E1 0 Mulching +
(0.35x0.5m)
Parcela tratada sem
mulching e um nível de
espaçamento no canteiro de
0.35x0.5 m
T3 C1E2 Mulching +
(0.75x0.5m)
Parcela tratada com
mulching a 5cm um nível
de espaçamento no canteiro
de 0.75x0.5 m
T4 C1E1 Mulching +
(0.35x0.5m)
Parcela tratada com
mulching a 5cm um nível
de espaçamento no canteiro
de 0.35x0.5m
A área total do ensaio (área dos blocos e a área dos espaços entre blocos) foi de 171.5m2
(0.01715 ha), a distância entre as parcelas (canteiros) foi de 1 m e entre os blocos foi de 2
m, conforme o desenho experimental em apêndices I, onde cada bloco tinha 30.6 m2, com
cada bloco 4 parcelas, onde cada parcela tinha 7.65 m2, representava um tratamento, com
dimensões de 1.7 de largura por 4.5 m de comprimento, tinha 18 ou 27 plantas para o
factor espaçamento de plantio nos canteiros (0.35x0.5 m) e (0.75x0.5 m),
respectivamente. Em toda a área obteve-se o total de 270 plantas, sendo162 sob o factor
espaçamento de plantio nos canteiros, (0.35 mx0.5 m) e 108 sob o mesmo factor a nível
(0.75 mx0.5 m), enquanto para o factor cobertura morta foram 135 para cada nível (C0 e
C1).
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A área útil do ensaio compreendeu todas as plantas (não houve efeito bordadura) as
quais foram estudadas para a recolha de dados, análise estatística, conclusões e
recomendações.
3.3. Condução do ensaioO experimento foi conduzido com a variedade Roma VFN, nos finais da época seca e
fresca (inverno) e princípios da época quente e chuvosa (verão), desde dia 30 de Junho de
2012 a 25 de Outubro de 2012, com o objectivo de estudar a influência da cobertura
morta e o espaçamento de plantio no rendimento da cultura de tomate, conforme o
cronograma das actividades realizadas em apêndices VI.
O ensaio foi conduzido compreendendo duas fases bem distintas, (alfobre e campo
definitivo), sendo:
3.3.1. AlfobreO alfobre, foi montado no dia 30 de Junho de 2012 com dimensões de 1.5m e 2.0 m para
largura e comprimento respectivamente que foi adubado com esterco galináceo a uma
quantidade de 15kg, e fez a incorporação de 5kg de cinza de capim elefante (Panicum
maximum) “KOH”, (um tratamento preventivo) para reduzir a população de micro-
organismo, no solo. A rega foi diária com uma quantidade de 20 L, durante uma semana,
ao fim deste período fez-se a sementeira a uma profundidade de 3 cm com uma separação
de 10 cm entre linhas e entre plantas, cuja emergência das plantas foi verificada aos 5
dias após a sementeira com um total de 300 plântulas. No alfobre não houve nenhuma
incidência de pragas e doenças, contudo não se fez nenhum tratamento químico curativo
além do preventivo.
3.3.2. Campo definitivoA preparação do campo definitivo foi feita manualmente, nivelamento manual, abertura
de sulcos de 10 e 15cm de profundidade e largura respectivamente distando se 0.5m um
do outro, incorporação de adubo (esterco galináceo a uma quantidade de 40kg/parcela)
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nos sulcos, incorporação de mulch para as áreas experimentais causalizadas e rega
durante 30 DAT (Dias Antes do Transplante).
a) Transplantação
Para se fazer o transplante foi considerado o estado de desenvolvimento (altura e número
de folhas definitivas) das plantas. Antes do transplante, as plântulas foram endurecidas
(retirou se a cobertura de contra insolação directa e reduziu-se a quantidade de água à
metade apenas no período de manhã), durante 4 dias antes do transplante e depois foi
mantido o turgor (regar de novo, com abundância), de forma a evitar que haja défice
hídrico durante o transplante ao campo.
As plântulas foram transplantadas a uma altura de 9-15 cm de altura com 3-5 folhas
definitivas aos 25dias depois da emergência das plântulas no dia 25 de Julho de 2012
para todos os blocos. O transplante foi feito de tarde (no final da tarde) de forma a reduzir
o “stress” provocado por esta operação, logo fez se a rega imediatamente. Vide as fotos
das plântulas no alfobre em apêndices. XX
b) Retancha
Devido a algumas falhas de pegamento, causados seja pela fragilidade das plântulas, ou
pelo ataque fitófagos fez se a retancha até aos 15 dias após o transplante devido
incidência da lagarta rosca (Agrotis ipsylon) nas plântulas.
c) Tutoramento
O tomate produz rendimentos altos e que a planta não consegue suportar o peso dos seus
frutos, contudo deve se proceder com a operação de tutoragem e amário (Heuvelink,
2005). Contudo, tutoramento foi feito usando tutores verticais individuais aos 20 DDT
(Dias Depois do Transplante),com aproximadamente 30 cm de altura da planta, com
tutores de altura igual a 1.4 m.
d) Poda, Desfolha e Desponta
A poda consistiu na retirada de brotos desnecessários em excesso nas axilas das plantas,
pois, os brotos laterais prejudicam na produtividade, devido a menor quantidade de
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partição dos fotoassimilados (os nutrientes não são deslocados para a boa formação dos
frutos). Foram removidas quaisquer folhas senescentes ou, num intervalo de 1 semana
aos 10DDT até a colheita totalizando 9 podas diferente em todo o ciclo, de forma a
prevenir a difusão de doenças, assim como foi retirada toda a inflorescência inicial de
modo a garantir maior produtividade, pois a inflorescência inicial (registada geralmente
as aos 20DDT) tem sido estéril ou fruto de menor qualidade. No início da frutificação,
fez monda dos frutos, eliminando os deformados ainda quando pequenos, já que para
além de sobrecarregarem a planta não tem valor comercial desejado.
e) Amontoa
Um bom desenvolvimento da cultura de tomate, reque um bom equilíbrio da fonte (raízes
e folhas) e do dreno1 (frutos), contudo fez a amontoa num intervalo de 15 dias para
fornecer uma ambiente bom para o desenvolvimento do sistema radicular, através da
elevação do solo desde aos 14DDT ate à colheita.
f) Controlo de infestantes
As ervas daninhas competem com os tomateiros pela luz, a água e os nutrientes, às
servindo de abrigo aos organismos patogénicos que reduzem o rendimento. Para o
controlo das ervas daninhas começou se por uma lavoura profunda, na fase de preparo do
solo, remoção dos restos vegetais da cultura anterior, saneamento do campo, lavoura
superficial, aplicação de uma cobertura morta (de acordo com modelo de casualização
estabelecido no anexo), tendo no entanto se registado maior infestação das plantas não
cobertas com mulch. Fizeram se mondas manuais das infestantes a partir dos 15DDT
num intervalo de 15dias. Devido a condução do ensaio em um solo franco arenoso,
registou se maior infestação de infestantes com bolbos, em destaque para a (tiririca)
Albuca setosa que fez se o seu controlo através de campinas manuais e mondas.
O controlo das plantas daninhas para que fosse eficaz fez controlo permanente, através da
1 O dreno é abordado neste trabalho apenas como os frutos, mas também pode se considerar as gemas e folhasnovas.
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integração das práticas culturais manuais de controlo de infestantes que reduzam a
quantidade de sementes de plantas daninhas (capinas regulares e exposição dos bolbos ao
sol) no solo, para reduzir a reinfestação.
g) Controlo de Pragas e Doenças.
Na implantação de métodos de controlo de pragas e doenças neste trabalho, vários
métodos foram considerados desde os preventivos (a escolha de variedade mais
resistentes para região de implantação, levantamento dos dados da fitossanidade da
cultura anterior, uma lavoura profunda retirando os restos culturais para eliminar pupas e
larvas, pela sua exposição a luz do sol; a eliminação das plantas daninhas, que podem ser
hospedeiras de pragas; uma adubação equilibrada no intuito de proporcionar a planta um
equilíbrio para torná-las mais resistente aos ataques de pragas) até os curativos (inspeções
frequentes na área, eliminando os órgãos atacados, aplicação de inseticida Fortis K
5%Ec).
Neste ensaio, as pragas foram registadas em diferentes fases do desenvolvimento da
cultura, sendo no estabelecimento a lagarta rosca (Agrotis ipsylon), gafanhoto vermelho
(Locustella lanceolata), em que o método de controlo foi mecânico (colectaram-se numa
garrafa de 750g, em seguida foram esmagados e aplicados na água da irrigação, e o
ataque reduziu se antes de criar o nível económico de dano (NED). Na fase de
crescimento vegetativo não se registou nenhuma infestação, más na fase da antese,
registou se infestação das mariposas em destaque para a Broca Grande (Heliothis spp),
tendo se usado o inseticida Fortis K 5%Ec por duas vezes num intervalo de 21 dias a uma
doze de 20 mL por 20 L de água segundo as recomendações do fabricante.
h) Irrigação
A cultura do tomate, para além de ser muito exigente aos tratos culturais, é também
exigente à irrigação, contudo para a determinação da quantidade de água de rega,
depende da variedade e tipo de solo em cultivo. O intervalo de rega foi de duas vezes por
dia em cada sulco desde o transplante ate a colheita, com um total de 15600 L ate a
primeira colheita aos 65DDT.
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3.3.3. Registo de observações
Depois do transplante começaram as observações programadas. Durante a condução do
ensaio, as observações foram feitas semanalmente a partir dos 7DDT.
As observações envolveram a avaliação da altura das plantas e na fase da frutificação a
contagem de racemos por planta.
Realizou-se uma colheita escalonada a parir dos 65 dias depois do transplante (5 de
Outubro de 2012) quando os frutos apresentavam uma coloração verde-clara a vermelha e
terminou aos 90 dias depois do transplante (dia 25 de Outubro de 2012). Durante este
período foram feitas 5 colheitas seguindo cada uma delas a seguinte sequência de
procedimentos:
Colheita dos frutos;
Separação dos frutos comercializáveis dos não comercializáveis;
Contagem dos frutos totais (comercializáveis e não comercializáveis);
Pesagem dos frutos totais (comercializáveis e não comercializáveis).
3.3.4. Parâmetros avaliados
Foram avaliadas os seguintes parâmetros neste ensaio:
Altura de planta,
Número de racemos por planta.
Quantidade de frutos totais,
Quantidade de frutos comercializáveis,
Rendimento por hectare.
Dos parâmetros descritos foi considerada a cobertura morta e os níveis de espaçamentos
nos blocos como variáveis independentes, enquanto o rendimento por hectare, altura das
plantas, número de frutos por planta, número de racemos por planta como variáveis
dependentes.
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3.3.5. Colecta de dados estatísticosUm levantamento sistemático de dados, conforme um calendário pré-estabelecido
mediante um período suficiente para ocorrer um desenvolvimento fisiológico na planta,
garante uma recolha fiável de dados, de acordo com as variáveis em análise.
Os dados da variável altura de planta foram recolhidos num intervalo de 10dias, desde
aos 7 DDT até a maturação agronómica verificada a partir de 60 DDT, através da sua
medição com a fita métrica, calculando se a média das 18 ou 27 plantas estudadas, por
parcela, totalizando 90 plantas por bloco.
Para a variável número de frutos por racemo foram colhidos num intervalo de 8 dias após
uma frutificação de 10% (verificada aos 38DDT) até o período de maturação agronómica
(aos 52 DDT), através da sua contagem manual, calculando se a média das 18 ou 27
plantas estudadas, por parcela, totalizando 90 plantas por bloco.
Para a variável quantidade de frutos totais, foi verificada aos 65DDT, estendendo-se até
os 90DDT, o que totalizou 5 colheitas após a colheita através da contagem e pesagem
somando-se, as 5 colheitas parciais dos frutos comercializáveis e não comercializáveis,
calculando se a média das 18 ou 27 plantas estudadas, por parcela, totalizando 90 plantas
por bloco.
Enquanto para a variável quantidade de frutos comercializáveis foi verificada aos
65DDT, estendendo-se até os 90DDT, o que totalizou 5 colheitas após a colheita, através
da contagem e pesagens apenas dos frutos comercializáveis.
Para a variável rendimento da cultura em toneladas hectare foi obtida através do
quociente dos frutos comercializáveis e a área cultivada, matematicamente expresso por:
A
Fhatonnd )/.(Re , Fórmula 1
Onde:
Rend. = rendimento em toneladas por hectare,
F = frutos comercializáveis em toneladas, A = área total do campo em hectare (área dos
canteiros e entre canteiros).
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3.3.6. Análise estatística
Para as quatro variáveis de rendimento em estudo, os dados colhidos foram analisados
com um Software estatístico Excel. Neste pacote foi feita a análise da variância, o teste
de homogeneidade de variância, e teste de correlação de Pearson. Para a análise da
variância foi usado ANOVA F com um arranjo factorial baseado em DBCC. Para a
comparação das médias dos tratamentos foi feito o teste DMS a 5% de nível de
significância.
3.3.7. Modelo estatístico para experimentos factoriais em Blocos completamentecasualizados.
Modelo Estatístico geral para experimentos factoriais baseados em DBCC
Yijk = µ+ Θi+ τj+ βk+ (Θτ)ij+ εijk, εijk̰ ̴ ̴dN(0,σ²); i=1,2,...,a; j=1,2,...,b e k=1,2,...,r Fórmula
2
Para o ensaio a equação torna-se:
Ycdk = µ+ Θc+ τd+ βk+ (Θτ) cd + εcdk, εcdk dN(0,σ²); c=1,2; d=1,2; e k=1, 2, 3 Fórmula
3
Onde:
µ = Média geral;
Θc = efeito do nível (C0 e C1) do factor cobertura morta;
τd = efeito do nível (E1 e E2) do factor níveis de espaçamentos nos canteiros;
βk = efeito de repetição (bloco) k;
(Θτ)cd= interacção entre o nível (C0 e C1) do factor Mulching e o nível (E1 e E2) do
factor espaçamento;
εcdk = termo do erro, assumido como tendo uma distribuição normal com media zero e
variância constante (0,σ²).
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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros naaltura da cultura de tomateNas condições de estudo, aos 52 DDT, quando as plantas mostraram-se com uma
frutificação de 97%, as plantas apresentavam uma altura média de 70.68cm. A altura das
plantas não mostrou diferenças significativas entre os tratamentos a 5% de nível de
significância, conforme descreve a tabela 1 em apêndices III. Resultados similares foram
encontrados pelo Seleguini et al., (2006), estudando o espaçamento entre plantas e
número de racimos para tomateiro.
*De acordo com a tabela 1 da ANOVA em apêndices III, conclui-se que a 5% e 1% de
nível de significância a cobertura morta, o espaçamento de plantio nos canteiros e a sua
interacção, não tem uma diferença significativa. Deste modo, aceitam-se as hipóteses
nulas, ou seja, a altura dos tomateiros não varia em função da cobertura morta e
diferentes níveis de espaçamentos nos canteiros, isto porque as medias são
estatisticamente iguais a um nível de significância de 5% e 1% de significância.
A altura das plantas somente apresenta significância a 5% e 1% de significância quando
submetidos a teste de Fisher, ou seja a altura média das plantas entre os blocos é
estatisticamente diferente. Apesar de haver significância entre os blocos não foi feito o
teste de médias neste trabalho porque as hipóteses formuladas não estudam os efeitos
entre blocos e nem, porque não houve nenhuma replicação dos blocos.
O coeficiente de variação em altura das plantas determinam uma percentagem de
50.25%%, o que mostra uma precisão possivelmente típica para a altura, ou seja os
factores mostram uma variação media em torno da média das alturas.
4.2. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros nonúmero de frutos por planta da cultura de tomate.De acordo com os resultados da análise da variância do número de frutos por planta em
função da cobertura morta e dos diferentes níveis de espaçamentos nos canteiros, pode se
verificar que há efeito significativo para os factores de variação blocos e diferentes níveis
de cobertura nos canteiros. Contudo o efeito não significativo foi verificado para as
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restantes fontes de variação em estudo nas hipóteses (factor cobertura espacamento e
interacção), conforme a tabela em 2 apêndices IV.
*A um nível de 5% de significância ou seja com um intervalo de confiança de 95%, pode
se concluir que entre os blocos e em relação ao factor cobertura morta há diferença
significativa da quantidade dos frutos por planta. Logo, pode se concluir que o número de
frutos por planta varia em função da cobertura a 5% de nível de significância, na
condições em que este ensaio foi conduzido.
Apesar de haver significância entre os blocos não foi feito o teste de médias neste
trabalho porque as hipóteses formuladas não estudam os efeitos entre blocos, porque não
houve nenhuma replicação dos blocos. De acordo com os valores da ANOVA, apenas o
factor cobertura morta mostrou significância em a 5% de nível de significância, contudo,
os valores foram submetidos ao teste de médias pelo teste de DMS, conforme segue na
tabela 2 abaixo.
Tabela 2. Comparação de médias da variável número de frutos por planta do factor cobertura morta, pelo
teste de DMS a 5% de nível de significância.
Factor Media dos frutos
C0 28.435b
C1 35.327a
DMS:0.05 5.1
* Medias seguidas pela mesma letra não se diferem estatisticamente pelo teste de DMS.
Os diferentes níveis de espaçamentos dentro dos canteiros não mostraram diferenças
significativas, apesar de o nível E1 apresentar maior média, contudo, E1 contribuiu
significativamente para o aumento de número de frutos por plantas a nível de diferentes
níveis de espaçamentos nos canteiros.
De acordo com a tabela 2 de comparação de médias pelo teste de DMS, médias seguidas
pela mesma letra não tem diferenças estatísticas, ou seja as médias do factor (C) a níveis
de C0 e C1 se diferem estatisticamente pelo teste de médias a 7 frutos por planta,
contudo, podem existirem outros factores não estudados neste trabalho, como no caso da
qualidade de minerais existentes nas diferentes antes da incorporação da adubação,
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capacidade de adaptação a factores adversos de cada planta dentro da mesma variedade e
ou cultivar, entre outros determinantes do rendimento.
Os diferentes níveis de cobertura morta tiveram efeito significativo no número de frutos
produzidos por planta pelo teste de Fisher e DMS: 0.05 assemelhando-se aos resultados
verificados por Fery & Janick (1970); Campos et al., (1987); Borreli (1983); Streck et al.,
(1998) e Dicta, (1980), ao estudar o número de frutos ou à produção de flores por racimo,
na distribuição de fotoassimilados como resposta à competição intra-linhas e agravada
pela competição inter-linhas em adubação orgânica com cobertura morta.
A cobertura conduziu a produção de muitos frutos por planta apesar de apresentarem
tamanho maior em relação ao obtido sem cobertura desse efeito pode ter sido ocasionado
pelo maior gasto de energia em processos de crescimento celular. De acordo com
Machado, et al., (2002Autin, et al., (1970), observaram também resultados semelhantes
em relação ao número de frutos por planta, no qual o solos cobertos com palha de
amendoim (Arachis hypogaea L.) entre plantas apresentou maior número total de frutos
comparado ao sem cobertura. Nessas condições, os resultados obtidos neste ensaio,
mostram o crescimento reduzido das plantas com cobertura pode ser explicado pelo efeito
positivo da força de dreno dos frutos sobre o crescimento e desenvolvimento do
compartimento vegetativo da planta, especialmente o número de folhas e a área folhar, os
quais influenciam a capacidade fotossintética da planta (Koning, 1994; Heuvelink &
Buiskool,1995).
Ainda, resultados similares aos deste ensaio foram obtidos, por Oliveira (1993) e Oliveira
et al., (1995) que verificaram um aumento no número de frutos e na produção comercial
e a redução na massa média das plantas com cobertura devido ao maior número de
inflorescências produtivas e à maior competição entre inflorescências pelos
fotoassimilados, respectivamente. Tais resultados foram também relatados por Poerschke
et al., (1995).
Pelo contrário, resultados contraditórios deste trabalho, foram obtidos por vários autores
(Camargos, 1998; Streck et al.,1998; Camargos et al., 2000), onde verificaram que o
aumento da produção de racimos nas plantas conduzidas a cobertura morta
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provavelmente foi devido a menor competição intra-linhas pelos fotoassimilados e da
variedade em cultivo.
4.3. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros no
número de racemos por planta da cultura de tomate.
O número de racemos por planta foi colhido ate ao 52 DDT, quando a uma frutificação
de 97%, com o número medio de 9 racimos por planta.
Contudo, a partir dos resultados da ANOVA, da tabela 4 em apêndices VI, verificou-se
que não houve efeito significativo para nenhum dos factores em estudo nas hipóteses.
*De acordo com a tabela 3 de ANOVA em anexo VI, conclui-se que a 5% e 1% de nível
de significância para o factor cobertura morta, o espaçamento de plantio nos canteiros e a
sua interacção, não tem uma diferença significativa. Deste modo, aceitam-se as hipóteses
nulas, ou seja, o número de racimos dos tomateiros não varia em função da cobertura
morta, nem do espaçamento de plantio nos canteiros nas condições em que este ensaio foi
conduzido, isto porque as médias são estatisticamente iguais a um nível de significância
de 5% e 1% de significância.
O coeficiente de variação entre a cobertura morta e o espaçamento mostraram um
coeficiente de variação a uma percentagem de 8.79%, o que mostra uma precisão muito
alta, logo baixa variação das médias parciais em relação a média geral.
Em relação às características agronómicas, verificou-se que não houve interacção entre os
factores para as variáveis avaliadas. O número médio de racemos por planta não foi
influenciado pelo factor cobertura, nem pelo espaçamento nos canteiros. Resultados
semelhantes foram observados por Seleguini et al., (2003) avaliando o número de
racimos e hastes por planta. Entretanto, Poerschke et al., (1995), para o Híbrido Monte
Carlo e Campos et al., (1987), para o cultivar São Sebastião, verificaram aumento na
massa média do fruto com a redução no número de racemos por planta.
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4.4. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros nopeso em kg por planta da cultura de tomate
Os dados de rendimento foram colhidos a partir dos 65DDT, na altura da primeira
colheita, procedendo se ate aos 90DDT, com um total de 5 colheitas, com os seguintes
valores do peso medio dos frutos em kg 167.9676, 260.9035, 216.5054 e 231.4083 para
os tratamentos C0E1, C0E2, C1E1 e C1E2, respectivamente. Vide a tabela 3.
Contudo, a partir dos resultados da ANOVA, da tabela 6 em apêndices VI, pode se
verificar que não houve efeito significativo para a o factor cobertura morta o
espaçamento nos canteiros, nem para com a sua interacção.
De acordo com a ANOVA, conclui-se que a 5% e 1% de nível de significância, o factor
cobertura, espaçamento de plantio nos canteiros e a sua interacção, não tem uma
diferença significativa. Deste modo, aceita-se a hipótese nula, ou seja, o peso em kg dos
tomateiros não varia em função da cobertura morta de espaçamento de plantio nos
canteiros e da sua interacção com a cobertura morta, isto porque as médias são
estatisticamente iguais a um nível de significância de 5% e 1% de significância.
O coeficiente de variação média do peso dos frutos em kg determinam uma percentagem
de 20.24%, o que mostra uma precisão alta, ou seja o peso médio dos frutos em kg
mostrou uma alta.
Resultados similares foram encontrados por Seleguini et al., (2006) que verificaram
maior produtividade de frutos com maior cobertura morta quando, relacionados stes
valores ao teste de Fisher, ao contrário de Maschio & sousa (1982), Fayad, et al., (2001),
Gusmão (1998), citados por Fery & (2005); Churata (1975), e Madden, et al., que
observaram que a produtividade de tomate não mostra aumento no rendimento, apenas na
estrutura do solo.
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4.5. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros no
rendimento (ton/ha) da cultura de tomate.
Os valores do rendimento da cultura em toneladas por hectare (t/ha) foram obtidos pelo
somatório das 5 colheitas parciais até aos 90DDT, dos frutos comercializáveis, sendo que
do total de 8517 frutos comercializáveis 681.36 eram pequenos,1362.72 médios e
6472.92 grandes, correspondente a 8%, 16% e 76% respectivamente. Os valores de
rendimentos por kg de cada tratamento estão expressos na tabela 5 a baixo.
Tabela 3. Descrição dos rendimentos parciais obtidos em função dos tratamentos.
Tratamentos C0E2 C0E1 C1E2 C1E1
Pequenos 129.84 201.68 167.36 178.88
Quantidade em Nr. Médios 259.68 403.36 334.72 357.76
Grandes 1233.48 1915.96 1589.92 1699.36
Subtotal 1 1623 2521 2092 2236
Pequenos 9.274286 14.40571 11.95429 12.77714
Quantidade em kg Médios 21.64 33.61333 27.89333 29.81333
Grandes 137.0533 212.8844 176.6578 188.8178
Subtotal. 2 (kg) 167.9676 260.9035 216.5054 231.4083
Total (kg) 876.7848
Rend. (ton/ha) 51.124478
De acordo com os dados da tabela, o tratamento C0E1, mostrou maior rendimento medio
de frutos em kg de 260.90kg/bloco, enquanto o tratamento C0E2, mostrou um
rendimento mais baixo de todos os, com o rendimento medio de 167.97kg. Em todo o
ensaio foram colhidos 876.7848kg (0.8767848 t), tendo-se verificado uma produtividade
de 51.124478 ton/ha, Segundo Heine (2012); Takahashi (2005) e Machado et, al., (2002)
a espaçamento conferiram maior rendimento em, podendo ser explicado pelo facto de
existir uma menor competição com tamanho reduzido entre plantas. Esses resultados
estão contraditórios aos obtidos neste trabalho, onde sem cobertura morta entre plantas
foram os que apresentaram maiores números de frutos por parcela.
Seleguini (2006) e Makishina (2009), os quais verificaram que a utilização de duas linhas
proporcionou a cobertura morta, um aumento significativo no rendimento por hectare.
Efeito da Cobertura Morta (Mulching) e de Espaçamento de plantio nos canteiros no Rendimento da Cultura deTomate
Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 29
Taha (1984); Schimidt, et al., (2000), também verificaram menor número de frutos por
planta, quando conduzidas com uma cobertura morta deve ao faco de a cobertura morta
não estar disponível na altura de condução do ensaio e estará disponível na fase seguinte,
havendo maior actividade microbiana e menos acumulo de fotoassimilados, maior devido
ao facto de estes emitem maior número de racemos e, consequentemente, produzem
maior número de frutos.
Para além da análise da ANOVA e do teste de DMS, as variáveis: Altura versus Número
de frutos por planta; Altura versus Número de frutos por canteiro e Altura versus Peso
dos frutos em kg foram submetidas ao teste de regressão linear a 5% de nível de
significância.
a). Altura versus Número de frutos por planta
As variáveis altura e número de frutos por planta não mostraram uma correlação
significativa nas condições do ensaio, pois o Fcal é menor que o Fcrit de acordo com o
apêndice VIII.
De acordo com o apêndice VIII, existem evidências suficientes para aceitar se as
hipóteses nulas, ou seja a altura da planta não influencia no número de frutos por planta,
estes valores devem se ao facto de as duas variáveis não serem de causa efeito. O
coeficiente de variação, de 14.88% mostra dispersão media em torno da média geral.
Resultados similares a estes foram encontrados por Le et al., (1987) que verificaram que
o rendimento de tomate é grandemente influenciado pelas variáveis de causa efeito como
quando há concorrência por luz, água e nutrientes, assim como pelo autosombreamento e
pela diminuição da taxa fotossintética líquida. Ainda para Streck et al., (1996), a maior
espaçamento dentro dos canteiros causa maior altura de plantas devido ao aumento do
comprimento dos internódios ocasionado pela busca mais intensa da luz. Deste modo a
altura de plantas diminuiu linearmente com a diminuição do número de cachos por
planta, o que causa a redução do número de frutos pequenos em detrimento dos grandes
b). Altura versus Número de frutos por canteiro
Efeito da Cobertura Morta (Mulching) e de Espaçamento de plantio nos canteiros no Rendimento da Cultura deTomate
Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 30
As variáveis altura e número de frutos por canteiro não mostraram uma correlação
significativa nas condições do ensaio, pois o Fcal é menor que o Fcrit de acordo com o
apêndice IX
Nesta relação, pode-se verificar que o número de frutos por canteiro não é influenciado
pela altura das plantas porque as duas variaveis não são de causa efeito. Apenas o número
de frutos por canteiro pode ser influenciado pela altura de desponte e isto caracteriza que,
quanto maior o número de cachos por planta, maior será a sua produtividade, por outro
lado, o crescimento em altura também é demandado por fotoassimilados, aumentando a
competição entre frutos. Estes resultados da poda apical são concordantes com Silva et
al., (2001), o qual relata que esta poda proporciona aumentos na proporção de frutos
maiores. O coeficiente de variação de 18.8% mostra, uma dispersão media em torno da
média geral.
c). Altura versus Peso dos frutos em kg
As variáveis altura e peso de frutos em kg não mostraram uma correlação significativa
nas condições do ensaio, pois o Fcal é menor que o Fcrit de acordo com o apêndice X.
As variáveis altura e peso de frutos em kg não mostraram um efeito significativo, isto
deve se ao facto de as duas variáveis ter uma dependência não do tipo causa-efeito.
Para Heine et al., (2012) verificaram que o peso de frutos por planta so pode ser
influenciado por varaiaveis directos de causa efeito como o numero de haste em que as
plantas são conduzidas.
Esses resultados estão de acordo com trabalhos realizados por Fayad et al., (2001). Os
espaçamentos maiores entre plantas foram os que apresentaram maiores massas de frutos
por planta; e Seleguini et al., (2006), em relação ao número de hastes, verificaram que a
utilização de duas hastes proporcionou maior produção por planta e, concordando em
partes com o trabalho de Sterck (1998), o qual relata que a maior produção de frutos foi
obtida com menor espaçamento entre plantas; isso se deve ao maior número de frutos
obtidos. Resultados discordantes foram obtidos por Silva et al., (2001).
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Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 31
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. ConclusõesNas condições em que foi realizado o presente experimento, foi possível chegar a
seguintes conclusões:
A 5% e 1% de nível de significância o de cobertura morta, e de espaçamento nos
canteiros e a sua interacção, não tem uma diferença significativa em todos os seus
tratamentos pelo teste F, apresentou maior altura (altura media de 72.464cm).
O número de frutos por planta varia em função da cobertura morta a 5% de nível de
significância pelo teste de Fisher, e com o teste de DMS, os diferentes níveis de cobertura
dentro dos canteiros mostraram diferenças significativas, com uma diferença media de 7
frutos por planta, com aproximadamente 25% mais numero de frutos por planta com
cobertura morta.
A 5% e 1% de nível de significância para o factor cobertura morta, espaçamento de
plantio nos canteiros e a sua interacção, não tem uma diferença significativa para a
variável número de frutos por racemo.
O factor cobertura morta, espaçamento e a sua interacção não apresentaram significância
a 5% e 1% quando submetidos a teste de Fisher, ou seja a cobertura morta não altera o
peso dos frutos em kg da cultura de tomate, porque as médias não são estatisticamente
diferentes, contudo, foram aceites as hipóteses alternativas. As médias do factor cobertura
morta a níveis C0 e C1 se diferem estatisticamente pelo teste de médias de DMS, apenas
para o número de frutos, contudo podem haver outras diferenças não avaliadas neste
trabalho, no caso da capacidade de adaptação a factores adversos dentro da mesma
variedade, taxa fotossintética de cada planta no campo, equilíbrio entre a fonte e o dreno,
entre outros determinantes do rendimento.
O número de racimos dos tomateiros não variou em função da cobertura morta e dos
diferentes níveis de espaçamentos nos canteiros, porque as médias são estatisticamente
iguais a um nível de significância de 5% e 1% de significância pelo teste de Fisher.
O tratamento C0E1, mostrou maior rendimento medio de frutos em kg de 260.9kg/
parcela, enquanto o tratamento C0E2, mostrou um rendimento mais baixo de todos com o
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rendimento médio de 167.97kg. Contudo os diferentes níveis de espaçamentos nos blocos
mostraram maior rendimento em peso dos frutos. Em todo o ensaio foram colhidos
876.7848kg (0.8767848 ton), tendo-se verificado uma produtividade de 51.12 ton/ha.
5.2. Recomendações
Depois de analisados os resultados do ensaio pode-se deixar as seguintes recomendações:
5.2.1. Para os agricultores de VilankuloRecomenda-se que usem o mulch orgânico a um nível de 5cm e altura com um
espaçamento de 75cm entre plantas, pois para além de mostrar rendimentos satisfatórios,
os mesmos foram obtidos por vários autores, e este material é de fácil acesso nas
comunidades, garante a melhoria da textura do solo e disponibilidade dos nutrientes para
as plantas,
Recomenda-se que ao selecionarem o mulch deve não ser contaminado, assim como,
deve se ter cuidado de não carregar as plantas infestantes de difícil eliminação.
5.2.2. Para os investigadoresRecomenda-se que façam mais estudos desta natureza com espaçamentos maiores de
75cm e diferentes níveis de mulch, com outras variedades uma vez que neste trabalho o
rendimento máximo foi obtido com 5cm de cobertura e um espaçamento de 75cm, o que
pode apresentar resultados maiores a outras combinações de espaçamento e cobertura
morta com outras variedades.
Recomenda-se também que se repita este ensaio com muitas réplicas noutras épocas
quentes do ano para outras áreas de solos arenosos para garantir a eficiência do uso de
água e analisar o efeito de outros factores não estudados neste ensaio.
5.2.3. Para a ESUDERRecomenda-se a divulgação dos resultados deste estudo aos estudantes e aos agricultores
através de demostrações nos seus campos, de modo a incrementar os seus rendimentos.
Recomenda-se a repetição deste estudo nas práticas produtivas em diferentes épocas do
ano para poder-se fazer comparações dos resultados.
Efeito da Cobertura Morta (Mulching) e de Espaçamento de plantio nos canteiros no Rendimento da Cultura deTomate
Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 33
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Efeito da Cobertura Morta (Mulching) e de Espaçamento de plantio nos canteiros no Rendimento da Cultura deTomate
Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 40
Índice
Conteúdo PáginaDECLARAÇÃO………………………………………………………………………………….iii
DEDICATÓRIA………………………………………………………………………………….iv
AGRADECIMENTOS……………………………………………………………………………v
LISTA DE ABREVIATURAS…………………………………………………………………...vi
LISTA DE TABELAS E FIGURAS…………………………………………………………….vii
LISTA DE APÊNDICES………………………………………………………………………...vii
LISTA DE ANEXOS…………………………………………………………………………...viii
GLOSSÁRIO……………………………………………………………………………………..ix
RESUMO………………………………………………………………………………………….x
SUMMARY………………………………………………………………………………………xi
I. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 1
1.1. Generalidades....................................................................................................................... 1
1.2. Problema de estudo e justificação........................................................................................ 2
1.3. Objectivos ................................................................................................................................ 3
1.3.1. Objectivo geral:..................................................................................................................... 3
1.3.2. Objectivos específicos .......................................................................................................... 3
1.4. Hipóteses.................................................................................................................................. 3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................... 4
2.1. Considerações gerais................................................................................................................ 4
2.1.1. Taxonomia, origem e distribuição do tomate. ................................................................... 4
2.1.2. Características Morfológicas ................................................................................................ 4
2.1.3. Exigências edafo-climáticas da cultura................................................................................. 5
Efeito da Cobertura Morta (Mulching) e de Espaçamento de plantio nos canteiros no Rendimento da Cultura deTomate
Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 41
2.1.4. Preparação do solo .............................................................................................................. 6
2.1.5. Métodos de propagação ...................................................................................................... 6
2.2. DESCRIÇÃO DO EFEITO DA COBERTURA MORTA...................................................... 6
2.2.1. Efeito da cobertura morta nas propriedades físicas do solo.................................................. 7
2.2.2. Efeito da cobertura morta na erosão do solo ................................................................... 7
2.2.3. Efeito da cobertura morta na humidade e temperatura do solo ............................................ 8
2.2.4. Efeitos da cobertura morta nas propriedades químicas do solo ............................................ 8
2.2.5. Efeitos da cobertura morta na aeração do solo ..................................................................... 9
2.2.6. Efeitos da cobertura morta na fertilidade do solo, nutrição das plantas e na produção. ....... 9
2.2.7. Efeitos da cobertura morta no controlo de infestantes. .................................................. 10
2.2.8. Efeitos da cobertura sobre os organismos do solo ......................................................... 10
2.2.9. Efeitos da má aplicação da cobertura morta. ...................................................................... 10
2.3. CARACTERIZAÇÃO DO EFEITO ESPAÇAMENTO DE PLANTIO NOSCANTEIROS NA CULTURA DE TOMATE ............................................................................. 11
III. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 13
3.1. Descrição da área de estudo................................................................................................... 13
3.2. Metodologia ........................................................................................................................... 14
3.2.1. Delineamento experimental ................................................................................................ 14
3.3. Condução do ensaio ........................................................................................................... 16
3.3.1. Alfobre ........................................................................................................................... 16
3.3.2. Campo definitivo............................................................................................................ 16
3.3.4. Parâmetros avaliados...................................................................................................... 20
3.3.5. Colecta de dados estatísticos .......................................................................................... 21
3.3.6. Análise estatística........................................................................................................... 22
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Tese de Licenciatura em Produção Agrícola Egas José Armando 42
3.3.7. Modelo estatístico para experimentos factoriais em Blocos completamentecasualizados. ................................................................................................................................. 22
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 23
4.1. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros na altura da culturade tomate....................................................................................................................................... 23
4.2. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros no número de frutospor planta da cultura de tomate. .................................................................................................... 23
4.3. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros no número deracemos por planta da cultura de tomate....................................................................................... 26
4.4. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros no peso em kgpor planta da cultura de tomate ..................................................................................................... 27
4.5. Influência da cobertura morta e de espaçamento de plantio nos canteiros no rendimento(ton/ha) da cultura de tomate ........................................................................................................ 28
V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................................. 31
5.1. Conclusões ............................................................................................................................. 31
5.2. Recomendações……………………………….……………………………………………..32
5.2.1. Para os agricultores de Vilankulo ....................................................................................... 32
5.2.2. Para os investigadores......................................................................................................... 32
5.2.3. Para a ESUDER .................................................................................................................. 32
VI. Referências Bibliográficas…………………………………………...………………………33