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EFICIÊNCIA NA INDÚSTRIA
SUCROALCOOLEIRA EM FUNÇÃO DA
VARIÁVEL ÉPOCA DE COLHEITA DA
CANA-DE-AÇÚCAR NO ALINHAMENTO
DA ECOEFICIÊNCIA
Terezinha Bezerra Albino Oliveira (UFSC)
Paulo Mauricio Selig (UFSC)
Lucila Maria de Souza Campos (UFSC)
Mauro Wagner de Oliveira (UFAL)
As unidades sucroalcooleiras do Brasil cultivam diversas variedades
de cana-de-açúcar, prevenindo-se contra surtos de pragas e doenças,
bem como para aumentar a adaptação dessa cultura a solos, climas e
gerenciamentos diferenciados. A épocaa de corte de uma determinada
variedade de cana pode influenciar no seu rendimento industrial.
Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar, em uma unidade
sucroalcoleira do centro-sul do Brasil, o percentual de bagaço, a
concentração de açúcares nos colmos, a pureza do caldo e a
quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial (ATR),
de cinco variedades de cana, colhidas em cinco épocas, visando
subsidiar o gerenciamento da escolha da variedade mais adequada à
industrialização, em determinado período da moagem da cana. Pela
análise estatística dos resultados, constatou-se efeito de variedade e de
época de corte sobre a concentração de açúcares nos colmos das canas
e, sobre o total de ATR. A quantidade média do total de açúcar
recuperável no processo industrial variou de 135,25 a 141,25 kg/ t de
colmos industrializados, entretanto, o efeito de época de corte foi mais
pronunciado que o de variedades, uma vez que se observou variação
de 21,3% do ATR entre os meses de setembro e dezembro. O mês de
setembro foi o de maior produção de açúcar: 153,39 kg/ t de colmos
industrializados; 21,3% maior que dezembro, mês de menor produção.
Conclui-se, portanto, que o gerenciamento da época de corte e a
escolha da variedade mais adequada à industrialização são
ferramentas que contribuem para a ecoeficiência do sistema,
aumentando a produtividade de açúcar por tonelada de colmos
industrializáveis, do álcool e da eficiência no consumo de energia.
Palavras-chaves: tecnologia de produção, desenvolvimento
sustentável, potencial produtivo, gerenciamento agroindustrial.
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1. Introdução
Nas últimas décadas tem havido grande preocupação com o meio ambiente e os recursos
naturais, especialmente com os não renováveis. Os impactos dos combustíveis fósseis, as
alterações climáticas e o efeito estufa são assuntos do cotidiano. Novas fontes alternativas de
energia e processos biotecnológicos são estudados, buscando maior crescimento econômico
sustentável.
Dentre as fontes de energia renováveis de grande potencial destaca-se a cana-de-açúcar, pela
quantidade de massa produzida, pela adaptação às diversas condições edafoclimáticas,
facilidade de cultivo, de manejo e de gerenciamento. A cana-de-açúcar apresenta alta
eficiência na absorção de luz solar, na produção e estocagem de açúcar e, por esses motivos, é
a cultura energética de maior expressão nacional (OLIVEIRA et al., 2007).
O aumento da competitividade do setor sucroalcooleiro motivou a integração e a interação
entre as usinas e os seus stakeholders, envolvendo os centros de pesquisas próprios e as
universidades, para criação, validação e adaptação de diferentes tecnologias. Assim, em
diversas regiões produtoras de cana-de-açúcar são testadas essas tecnologias visando
aumentar a eficiência dos insumos, melhorar a qualidade da matéria prima, diminuir os custos
de produção e elevar a produtividade da terra e da mão-de-obra, tornando-se, dessa forma, a
atividade lucrativa e sustentável.
As indústrias sucroalcooleiras ao melhor remunerarem os produtores com maior visão
gerencial, que fornecem às usinas matéria prima de maior qualidade, também têm contribuído
para tornar o setor sucroalcooleiro mais eficiente. Uma das tecnologias bastante usada para
aumentar a produtividade e a rentabilidade da cultura da cana, prolongar o período de
industrialização e diminuir os riscos com surtos de pragas e doenças é o plantio de diversas
variedades de cana-de-açúcar, que devem ser cortadas quando apresentarem o maior teor de
açúcar nos colmos. Quanto mais açúcar tiver nos colmos da cana, menor será o custo de
transporte e de industrialização, porque menor será a quantidade de água transportada da
lavoura até à usina, além de se gastar menos energia para evaporar essa água durante o
processamento do caldo da cana.
Diante do exposto, no presente estudo avaliaram-se o percentual de bagaço, a concentração de
açúcares nos colmos, a pureza do caldo e a quantidade total de açúcar recuperável no processo
industrial (ATR), de cinco variedades de cana, colhidas em cinco épocas, visando subsidiar o
gerenciamento da escolha da variedade mais adequada à industrialização, em determinado
período da moagem da cana.
2. Referencial teórico
O setor industrial como um todo, frente ao crescente aumento da concorrência, é pressionado
a modernizar seu sistema de gestão com a finalidade de obter maior qualidade de seus
produtos, viabilizar e suportar inovações tecnológicas, garantir a competitividade e a
lucratividade, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sustentável do sistema
(OLIVEIRA e PINHEIRO, 2010; GARSIDE, 2003).
O Brasil é lider mundial na produção de cana-de-açúcar, com área plantada em torno de 8,0
milhões de hectares e, segundo Goldemberg (2007), 20 milhões de hectares em todo o mundo;
sendo o cultivo realizado em pequenas, médias e grandes propriedades agrícolas, dessa forma,
empregando grande número de pessoas, de diferentes classes sociais (OLIVEIRA et al.,
2007). Lana e Guimarães (2010) citam que apenas 0,5% das áreas agriculturáveis no Brasil é
ocupada com o plantio de cana-de-açúcar, mostrando o potencial de expansão dessa cultura
impulsionado pela demanda por etanol no mercado interno em função do aumento do uso de
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carros movidos a álcool. Conforme citado por Goldemberg (2008), há grande interesse
internacional pelo etanol brasileiro, pois a tendência em todo o mundo é que os países venham
aumentando os percentuais que utilizam de combustíveis provenientes de fontes renováveis na
mistura com a gasolina; dessa forma, aumentando a necessidade de importação de
biocombustíveis para cumprir as suas obrigações legais. Perante este cenário, embora haja
preocupação de vários pesquisadores quanto às implicações das mudanças no uso da terra em
grande escala (GALLARDO e BOND, 2010), a expectativa atual é que essa expansão da
cultura tende a continuar.
Nas grandes propriedades rurais, a cana-de-açúcar é utilizada principalmente para a produção
de açúcar e álcool, mas nas pequenas e médias propriedades, além da fabricação de rapadura,
açúcar mascavo e cachaça, faz-se uso desta cultura para a alimentação tanto de bovinos
quanto de aves e suínos (OLIVEIRA, 2007).
Além dessa importância socioeconômica de geração de emprego e renda para uma grande
parcela da população, com diferentes graus de escolaridade, a elevada taxa de fixação do gás
carbônico atmosférico pela cultura, por um período prolongado, contribui para mitigar os
gases do efeito estufa causado pela queima dos combustíveis fósseis, maior fonte de emissão
de CO2 do planeta. O uso de biocombustíveis, especialmente etanol, derivado de fontes
renováveis está sendo visto como uma forma sustentável de reduzir o consumo desses
combustíveis fósseis que contribuem para o aumento da poluição e do aquecimento global
(GALLARDO e BOND, 2010; GOLDEMBERG, 2007). Oliveira (2007) realça que, na
atualidade, a implementação da colheita de cana sem a prévia despalha a fogo, em grandes
áreas, tem aumentado ainda mais a retenção do carbono atmosférico no solo, uma vez que é
mais lenta a mineralização dos restos culturais.
Mesmo se dispondo desses conhecimentos, para vencer os desafios de uma crescente
globalização dos sistemas produtivos, Batalha e Silva (2000); Scarpelli (2001) sugerem
aplicar técnicas de gerenciamento que proporcionem meios de executar cada etapa do
processo de maneira controlada; de forma que se busque otimizar o uso dos recursos,
extraindo destes o máximo benefício possível ao longo do maior tempo possível,
considerando, portanto, o retorno econômico que poderão proporcionar. Batalha e Silva
(2000); Paladini (2009); Bornia (2009) reforçam a imediata necessidade de adaptação às
ferramentas de gestão, dentre elas, merecem destaque: a gestão da qualidade, os sistemas de
análise e apuração de custos (vistos como um processo de avaliação do impacto financeiro das
decisões gerenciais alternativas) e os métodos de panejamento e controle operacional da
produção. Dessa forma, pretendendo-se avaliar o grau de eficiência e eficácia com que o
empreendimento está transformando insumos em produtos (MOREIRA, 2005; PALADINI,
2009). Bornia (2009) salienta que sem o efetivo controle ou sem a capacidade de avaliar o
desempenho de suas atividades e de intervir rapidamente para a melhoria dos processos
produtivos, a indústria certamente estará em desvantagem frente à concorrência cada vez mais
eficiente.
Conforme Batalha e Silva (2001), torna-se evidente para a comunidade acadêmica e
empresarial que a competitividade do agronegócio é construída fundamentalmente sobre
bases sustentáveis, por meio da adoção de práticas que estimulem e concretizem melhor
gerenciamento da cadeia produtiva agroindustrial e aumentem sua capacidade sistêmica de
reagir às rápidas mudanças diante de um cenário cada vez mais competitivo. Do mesmo
modo, Vitti e Mazza (2002); Demattê (2005); Oliveira et al. (2007), salientam que existem
novas tecnologias que são rapidamente assimiladas pelo setor produtivo, os exemplos são os
cruzamentos de progenitores que dão origem às novas variedades de cana, a irrigação e a
drenagem, as práticas culturais, o manejo da cultura, o uso de equipamentos mais eficientes na
extração do caldo da cana e de alterações nos processos industriais que permitem aumentar a
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produtividade e a qualidade do produto ao obterem mais açúcar e álcool por tonelada de cana
moída.
Nessa mesma linha de raciocínio, Oliveira et al. (2010), Garside (2003) ressaltam a
importância de as empresas agroindustriais se organizarem e se reestruturarem para atender os
desafios futuros; e, para se manterem viáveis, sugerem avaliar quais associações tecnológicas
resultam em máxima eficiência produtiva, que é dinâmica e mutável, tanto por influência dos
fatores climáticos, quanto pelo preço dos insumos e dos produtos, estabelecido por um
mercado livre e que tem apresentado grandes oscilações nos últimos anos.
Goldemberg (2007; 2008), mostra a relevância da experiência brasileira em substituir
combustíveis fósseis por etanol em veículos, sendo, este biocombustível atualmente usado
como substituto para aproximadamente 3% da gasolina de origem fóssil consumida
no mundo, e a maior parte desse etanol é produzido a partir de cana-de-açúcar no Brasil e do
milho nos Estados Unidos. Este autor cita que o custo por galão do etanol de cana em 2006,
foi de US$ 0,81, acrescida a taxa de importação imposta pelos EUA ao produto esse valor
alcança US$ 1,35. Já o custo do etanol de milho, nos EUA, em 2006, foi de US$ 1,03; e do
etanol feito de beterraba, na Europa, equivale a US$ 2,89. Ressalta, ainda, que o preço do
etanol de celulose nos EUA é de US$ 2,25; com expectativa, para 2012, de baixar para US$
1,07 ; 25% superior ao preço atual do etanol brasileiro. Ainda assim, a produção brasileira de
etanol originário da cana-de-açúcar apresenta custo de produção relativamente baixo
(MACEDO, 2007). Desconsiderando-se os subsídios e artifícios de países mais
industrializados, a energia renovável obtida pela cana-de-açúcar supera qualquer outra, além
de ser considerada uma das melhores alternativas para que se alcance o futuro sustentável em
energia, em especial para os países em desenvolvimento (GOLDEMBERG, 2007).
No Brasil, a cadeia produtiva sucroalcooleira é bem estruturada, com atividades que vão
desde a produção da cana-de-açúcar, até a colocação do açúcar e do álcool no mercado para o
consumidor final, passando por todos os elos de processamento (BUARQUE, 2008).
Salientando-se que as indústrias sucroalcooleiras se beneficiam das economias de escala e das
modernas e disponíveis tecnologias, como o uso de caldeiras de alta pressão que permitem co-
geração de energia, com excedentes vendidos à rede de energia elétrica.
A fonte de energia rotineiramente usada pelas unidades sucroalcooleiras é o bagaço,
originário da moagem da própria cana. O bagaço é queimado em caldeiras e há produção de
vapor, que acionando turbinas, produz energia elétrica. Havendo menor consumo de bagaço
no processamento do caldo, o excedente pode ser destinado à produção de energia elétrica
para venda, reforçando, portanto, os comentários de Bornia (2009) e Paladini (2009) no que se
referem ao combate ao desperdício e a filosofia da qualidade total.
Outra alternativa ao uso do excedente de bagaço é a utilização, associada a outros resíduos da
indústria sucroalcoleira, na fertilização da cana. Oliveira et al. (2010) avaliaram os custos de
produção e a influência do uso do composto orgânico, à base de bagaço de cana, na qualidade
do caldo e na produção de sacarose. Nessa pesquisa, testaram-se diferentes misturas
percentuais de bagaço de cana e esterco de cama de frango, desde 100 kg de bagaço até 80 kg
de bagaço + 20 kg de cama de frango, acrescidas de 5,0 kg de sulfato de amônio. Os autores
constataram que o uso do composto não alterou a qualidade do caldo da cana, mas houve
efeito do composto sobre a produção de açúcares. O composto que proporcionou a maior
produção de açúcares foi a mistura de 100 kg de bagaço + 5,0 kg de sulfato de amônio,
obtendo-se incremento de 7.700 kg de açúcar por hectare, comparativamente ao tratamento
que recebeu somente adubação química. O custo de produção e aplicação do composto
equivaleu-se a 3.300 kg de açúcar por hectare. Assim, o uso deste composto permitiu ganho
líquido de 4.400 kg de açúcar por hectare.
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As unidades sucroalcooleiras do Brasil têm equipes próprias de pesquisas para validação e
adaptação de tecnologias, as quais realizam trabalhos para identificar variedades com maior
potencial produtivo e melhores adaptadas a determinados ambientes edafoclimáticos, sendo
também rotineiro estudos com corretivos de acidez do solo (calagem e gessagem), adubação
com fertilizantes químicos e orgânicos, controle de plantas daninhas e reciclagem de resíduos.
O controle biológico de pragas da cultura da cana-de-açúcar supera o controle químico, dessa
forma, há menos contaminação ambiental pelos agrotóxicos, além de diminuir os custos de
produção. O sistema de pagamento da cana pelo açúcar recuperável, designado “ATR”, ao
remunerar melhor os produtores com maior visão gerencial, que fornecem à usina matéria
prima de maior qualidade, também contribui para a rentabilidade do setor sucroalcooleiro
(DEMATTÊ, 2005; OLIVEIRA et al., 2007).
A qualidade do caldo da cana-de-açúcar é o principal fator a ser levado em conta para
melhorar o desempenho da fermentação alcoólica. Desse modo, para avaliar corretamente a
qualidade dessa matéria prima existem indicadores que permitem apurar tanto a riqueza da
cana como a qualidade da mesma para a recuperação dos açúcares. Conforme Vian (2010),
UNICA (2011), Oliveira et al. (2010) os principais fatores relacionados à qualidade da cana-
de-açúcar são a sacarose aparente (POL), a pureza, o total de açúcares recuperáveis no
processo industrial (ATR), teor de açúcares redutores, percentagem de fibra e tempo de
queima e corte. A seguir, encontram-se definidos esses indicadores da qualidade do caldo,
segundo os mesmos autores:
POL: teor de sacarose aparente na cana. Para a indústria canavieira, quanto mais elevados os
teores de sacarose, melhor.
Pureza: determinada pela relação POL/Sólidos solúveis (Brix) x 100. Quanto maior a pureza
da cana, melhor a qualidade da matéria prima para se recuperar o açúcar.
ATR (Total de Açúcares Recuperáveis): indicador que representa a quantidade total de
açúcares da cana (sacarose, glicose e frutose). O valor da cana-de-açúcar é com base no total
de ATR, que corresponde à quantidade de açúcar disponível na matéria prima deduzidas das
perdas no processo industrial, e nos preços do açúcar e etanol vendidos pelas usinas nos
mercados interno e externo. É determinado pela relação POL/0,95 acrescido pelo teor de
açúcares redutores.
Açúcares redutores: quantidade de glicose e de frutose presentes na cana, que afetam
diretamente a sua pureza, já que refletem em menor eficiência na recuperação da sacarose
pela indústria.
Porcentagem da fibra da cana: reflete na eficiência da extração da moenda, ou seja, quanto
mais alta a fibra da cana, menor será a eficiência de extração. Contudo, conforme salienta
Vian (2010), é fundamental considerar que variedades de cana com baixos teores de fibra são
mais susceptíveis a danos mecânicos ocasionados durante a colheita e o transporte, o que
favorece a contaminação e as perdas na indústria. Quando a cana está com a fibra baixa ela
também acama e quebra com o vento, dificultando a colheita e a densidade da carga de
transporte.
3. Procedimentos metodológicos
Esta pesquisa classifica-se como exploratória e, quanto aos procedimentos técnicos adotados e
a forma de coleta de dados, é delimitada como um estudo de caso ( GIL, 2007). A existência
da mensuração das variáveis no presente estudo, o caracteriza, segundo Cauchick Miguel
(2010), como o de abordagem quantitativa.
O estudo foi conduzido em uma unidade sucroalcooleira da região sudeste do Brasil, que
cultiva cana em cerca de 20 mil hectares. A topografia da região é plana a suavemente
ondulada e, o período chuvoso é de setembro a março, com os maiores volumes de chuva
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ocorrendo nos meses de novembro e dezembro. O volume anual de chuva oscila em torno de
1.200 mm.
Para a conduçao desse trabalho, além do suporte teórico, foram feitas amostragens e análises
de carregamento de cana, tendo-se também realizado pesquisas de dados e avaliado os
resultados constantes em 165 planilhas com dados da safra de 2010.
A unidade sucroalcooleira planta diversas variedades de cana-de-açúcar, mas no presente
estudo optou-se por avaliar apenas cinco variedades: RB835486, RB855113, RB855536,
RB92579 e SP791011. O período amostral foi de agosto a dezembro de 2010, e nesse período
foram analisados a carga de 375 caminhões de cana, cerca de 25.000 t de colmos
industrializáveis. A carga dos caminhões foi amostrada por sonda oblíqua, sendo coletado no
mínimo 15 kg de colmos por amostra. Os colmos amostrados foram passados em picadeira de
forragem, homogeneizados em betoneira com raspador e, uma subamostra de 500 g foi
prensada a 250 kgf/cm2, por um minuto. O caldo obtido foi medido e analisado em
refratômetro digital, de leitura automática, com correção automática de temperatura, e em
sacarímetro digital, automático, seguindo recomendação do Conselho dos Produtores de
Cana-de-açúcar (CONSECANA). Para tanto, foram obtidos a fibra dos colmos (bagaço seco),
o percentual de sólidos solúveis no caldo, a pureza do caldo e o percentual de sacarose
aparente no caldo.
Dividindo-se o percentual de sacarose aparente no caldo pelo percentual de sólidos solúveis
no caldo obtêm-se a pureza do caldo. Usando-se os valores de fibra, “Brix” e sacarose
aparente de cada amostra e, equações previamente definidas pelo CONSECANA, calculou-se
a quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial (ATR) para cada amostra,
conforme descrito por Fernandes (2000). Foram realizadas quinze amostragem para cada
variedade de cana, no transcorrer de cada mês.
Os valores de fibra, sacarose aparente nos colmos industrializáveis, pureza do caldo e
quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial foram submetidos à análise de
variância e a teste de médias, utilizando-se o programa estatístico “SISVAR” e, a
interpretação dos dados foram com base em Martins (2001).
4. Resultados e Discussão
Os resultados da análise de variância para fibra, sacarose aparente nos colmos
industrializáveis, pureza do caldo e quantidade total de açúcar recuperável no processo
industrial, em função de variedade, mês de corte e amostragem estão citados na tabela 1.
Fonte de Variação Fibra Sac. Colmos Pureza ATR
------------------------------Quadrados médios1--------------------------
Variedade (V) 5,79*** 7,71*** 58,04*** 608,54***
Mês de corte (M) 13,67*** 97,91*** 105,87*** 8.471,97***
Amostragem (A) 1,29ns 4,04*** 39,42*** 318,75***
V * M 2,70*** 3,31*** 31,99** 254,60***
Média Geral 13,36 14,09 83,51 140,05
C.V (%) 8,14 7,66 4,70 6,90
1ns; ***; ** e *: não significativo e significativo a 0,1; 1; 5%, respectivamente, pelo teste F.
Tabela 1 - Análise de variância para fibra, sacarose aparente nos colmos industrializáveis (Sac. Colmos),
pureza do caldo (pureza) e quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial (ATR), em função
de variedade, mês de corte e amostragem.
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Pela análise da tabela 1, verifica-se que houve efeito de variedade, mês de corte e, da
interação de variedade com o mês de corte. Em pesquisa conduzida por Mendes (2006), na
Zona da Mata Mineira, com as variedades RB72454, RB835486, RB867515, RB855536,
RB928064, SP801816, SP801842 e SP803280, verificou-se, no ciclo de cana-planta, que a
média geral para a sacarose aparente nos colmos, pureza e fibra foi respectivamente de 17,0;
90,1 e 9,4. Para a sacarose aparente nos colmos, os maiores valores foram observados nas
variedades RB835486, RB867515, RB855536, SP801816 e SP801842, todas com percentuais
superiores a 17,1. Entretanto, no ciclo de primeira rebrota, em função do maior teor de
umidade no solo, devido as chuvas no mês de junho, observou-se redução na concentração de
sacarose aparente no colmo, sendo a média geral de 14,8, sem efeito de variedades. Segundo
Paranhos (1987) e Delgado et al. (1994) os percentuais de sacarose aparente nos colmos e a
fibra podem variar, no período da safra, de 13 a 20% e, de 10 a 16% respectivamente.
Os valores médios de fibra, sacarose aparente nos colmos industrializáveis, pureza do caldo e
quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial, em função de variedade são
apresentados na tabela 2.
Variedade Fibra Sac. Colmos Pureza ATR
RB835486 13,67 b 14,25 b 83,29 a 141,59 b
RB855113 13,12 a 14,38 b 84,59 b 142,56 b
RB855536 13,34 a 14,18 b 83,43 a 140,89 b
RB92579 13,06 a 13,55 a 82,24 a 135,25 a
SP791011 13,62 b 14,09 b 84,02 b 139,96 b 1Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a 5%
de probabilidade de erro.
Tabela 2 – Valores médios de fibra, sacarose aparente nos colmos industrializáveis (Sac. Colmos),
pureza do caldo (pureza) e quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial (ATR), nas
variedades RB835486, RB855113, RB855536, RB92579 e SP791011, no período de agosto a dezembro
de 2010.
Pode-se observar que a RB92579 foi a variedade que apresentou os menores valores médios
de sacarose aparente nos colmos industrializáveis e quantidade total de açúcar recuperável no
processo industrial. Contudo, a alta produtividade de colmos industrializáveis dessa variedade
compensa os menores teores de sacarose aparente, e, por este motivo, a RB92579 é uma das
variedades de cana mais plantadas no nordeste do Brasil, com grandes áreas de expansão no
centro sul do Brasil. Oliveira (2008) em estudo conduzido com 11 variedades em
Pernambuco, verificou que a maior produtividade de colmos industrializáveis foi obtida com a
RB92579, alcançando 255 toneladas por hectare. Além disso, seus teores de sacarose aparente
nos colmos industrializáveis e quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial
foram estatisticamente semelhantes à SP791011. Esse comportamento diferenciado da
RB92579 reforça a necessidade de estudos locais com as variedades de cana, pois tanto a
produção de colmos quanto a de sacarose aparente é influenciada por fatores climáticos,
adubação e manejo da lavoura.
Nas tabelas 3, 4 e 5 estão apresentados os desdobramentos das interações de época de corte da
cana-de-açúcar sobre a fibra, sacarose aparente nos colmos industrializáveis, pureza do caldo
e quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial (ATR), nas variedades
RB835486, RB855113, RB855536, RB92579 e SP791011. Houve alternância entre as
variedades quanto ao maior percentual de fibra nos colmos industrializáveis. Porém, a
RB92579 esteve consistentemente no grupo de variedades com menor percentual de fibra nos
meses de agosto, setembro e novembro.
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Variedade ---------------------------------- % de Fibra-----------------------------------
Agosto Setembro Novembro
RB835486 13,82 b 13,45 b 13,72 a
RB855113 12,66 a 12,90 a 13,65 a
RB855536 12,07 a 13,11 a 14,82 b
RB92579 12,41 a 12,76 a 13,42 a
SP791011 12,98 a 13,95 b 13,78 a
1Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a
5% de probabilidade de erro.
Tabela 3 – Teste de média para os desdobramentos das interações do percentual de fibra nos meses
de agosto, setembro e novembro, das cinco variedades estudadas.
Variedade
-------------------% de Sac. Colmos e Kg de ATR por t de colmos---------------
Agosto Outubro
Sac. Colmos ATR Sac. Colmos ATR
RB835486 14,09 b 139,84 b 15,54 b 153,32 b
RB855113 14,53 b 143,55 b 15,57 b 153,80 b
RB855536 14,12 b 140,55 b 14,45 a 143,40 a
RB92579 13,19 a 131,96 a 13,66 a 136,59 a
SP791011 14,33 b 141,93 b 14,97 b 148,06 b
1Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade de erro.
Tabela 4 – Teste de média para os desdobramentos das interações do percentual de sacarose aparente
nos colmos industrializáveis (Sac. Colmos) e quantidade total de açúcar recuperável no processo
industrial/t de colmos (ATR) nos meses de agosto e outubro, das cinco variedades estudadas.
Dentro do grupo estudado, as variedades RB835486, RB55113 e SP791011 foram as que
apresentaram maiores percentuais de sacarose aparente nos colmos industrializáveis e
quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial/t de colmos nos meses de agosto
e outubro. Essa característica de manter elevado os valores de sacarose aparente nos colmos
industrializáveis e quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial/t de colmos é
extremamente desejável, uma vez que permite usufruir das boas qualidades da cana por um
período maior de tempo. No setor sucroalcooleiro designa-se esse período por “período útil de
industrialização da cana” (PUI) .
Variedade ------------------------% de Pureza---------------------
Agosto Setembro Novembro
RB835486 84,27 b 82,87 a 85,78 b
RB855113 86,27 b 85,48 b 85,12 b
RB855536 83,25 a 83,93 a 83,72 b
RB92579 81,97 a 83,91 a 81,08 a
SP791011 85,15 b 87,41 b 84,95 b
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-
Knott a 5% de probabilidade.
Tabela 5 – Teste de média para os desdobramentos do % de sacarose aparente em relação aos
sólidos solúveis (Pureza) nos meses de agosto, setembro e outubro, das cinco variedades
estudadas
As variedades RB835486, RB855113 e SP791011foram as que apresentaram maiores
percentuais de pureza no caldo e, estatisticamente, com valores semelhantes entre si, nos
meses de agosto e setembro. Por outro lado, a RB92579 foi a variedade de cana que
apresentou menor percentual de pureza nos meses estudados (considerando-se,
estatisticamente, igual à RB835486 no mês de setembro).
5. Considerações finais
No presente estudo, realizado apenas nos meses de agosto a dezembro, permitiu-se constatar
variações no comportamento das variedades de cana quanto à fibra, sacarose aparente nos
colmos industrializáveis, pureza do caldo e quantidade total de açúcar recuperável no
processo industrial, em função da variedade, mês de corte e amostragem.
A quantidade média do total de açúcar recuperável no processo industrial variou de 135,25 a
141,25 kg/ t de colmos industrializados; entretanto, o efeito de época de corte foi mais
pronunciado do que o de variedades, uma vez que se observou variação de 21,3% do ATR
entre os meses de setembro e dezembro.
Dessa forma, o gerenciamento da época de colheita e a escolha da variedade mais adequada à
industrialização são ferramentas que contribuem para a ecoeficiência do sistema, aumentando
a produtividade de açúcar por tonelada de colmos industrializáveis, do álcool e da eficiência
no consumo de energia. Pois, quanto mais açúcar tiver nos colmos da cana, menor será o
custo de transporte e de industrialização, porque menor será a quantidade de água
transportada da lavoura até à usina, além de se gastar menos energia para evaporar essa água
durante o processamento do caldo.
Contudo, como discutido no texto, a avaliação local do desempenho de variedades é muito
importante, uma vez que o clima, as doenças, o controle de pragas e de plantas, a fertilização
e o manejo da lavoura têm grande impacto no percentual de sacarose aparente nos colmos
industrializáveis e na quantidade total de açúcar recuperável no processo industrial.
Planeja-se para a safra de 2012 avaliar o comportamento agroindustrial de maior número de
variedades de cana e por maior número de meses, uma vez que o gerenciamento da época da
colheita e a escolha da variedade mais adequada à industrialização, mostraram-se de grande
importância.
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