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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA GESTÃO AMBIENTAL O Conceito da Qualidade na Energia UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE

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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

NA

GESTÃO AMBIENTAL

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UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE – GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE

Governo do Estado de São PauloGeraldo Alckmin – Governador

Secretaria de Estado do Meio AmbienteJosé Goldemberg – Secretário

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento AmbientalDráusio Barreto - Diretor Presidente

Unidade Energia e Meio Ambiente - CETESBAntonio Carlos Alves de Oliveira – CoordenadorJulio Cury FilhoPlinio Barbosa Pires

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APRESENTAÇÃO

Os últimos acontecimentos no setor energético brasileiroevidenciaram o fundamental papel a ser desempenhado pelautilização racional dos recursos naturais e pela introdução desistemas eficientes de energia. Estes conceitos se firmaram

definitivamente como as mais modernas e poderosas ferramentasdo desenvolvimento sustentado a serem adotadas pelo nosso

País, em todos os segmentos da sociedade. Esta constatação fezcom que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, através da

CETESB – Companhia de Tecnologia de SaneamentoAmbiental, desenvolvesse uma política de eficiência energética

dentro de um contexto mais amplo da gestão ambiental.A relação entre a produção de energia e os impactos ambientais,

as medidas para a implantação de um Plano de GestãoEnergética, a introdução de medidas que combatam o

desperdício, a utilização de sistemas eficientes quanto ao uso daenergia e a implantação de tecnologias que visem substituir o

uso intensivo de recursos, pela racionalidade econômica e sócio-ambiental, propiciarão a minimização de impactos ambientais e

estabelecerão um novo rumo na conscientização nacional,através da sensibilização e da adoção de uma política energéticacondizente com as necessidades do desenvolvimento sustentado.

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.Sumário

I. INTRODUÇÃO 5

II. ENERGIA E MEIO AMBIENTE 6

III. PLANO DE GESTÃO ENERGÉTICA 18

IV. CALDEIRAS 22

V. CONDICIONAMENTO AMBIENTAL 29

VI. COGERAÇÃO 35

VII. ILUMINAÇÃO 48

VIII. MOTORES ELÉTRICOS 62

IX. RECUPERAÇÃO DE CALOR 69

X. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO INTERNOS DE ENERGIA 73

ANEXOS

I. Gases e Efeitos da Poluição 81

II. Cadastro Energético 83

BIBLIOGRAFIA 112

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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA GESTÃO AMBIENTAL

I - INTRODUÇÃO

A tomada de consciência de que os impactos ambientais são uma das grandes ameaças àsobrevivência da vida em nosso planeta, é uma atitude relativamente recente, mas de fundamentalimportância quando se pensa na necessidade da implantação do desenvolvimento sustentado.Este novo paradigma considera que o atendimento das crescentes demandas da sociedade deveser baseado em modelos mais harmônicos, priorizando desta forma o planejamento a longo prazo,tendo como fim o desenvolvimento social eqüitativo e respeitador das diferenças sócio-culturais eque preserve o meio ambiente.

A produção de energia revelou-se uma das principais ameaças à humanidade. A emissão de gasesem seus processos de produção acentua o denominado efeito estufa e ameaça com mudançasclimáticas globais adversas à vida humana.

Os principais emissores de gases de efeito estufa são os países desenvolvidos, onde é elevado oconsumo de energia por habitante. Do lado dos países em desenvolvimento estão populações quenão têm acesso às mínimas condições de vida e que, inclusive, não consomem o mínimonecessário de energia para uma existência digna.

Portanto, a moderna administração, pública ou privada, deve ser baseada na adoção de programase ações efetivas que visem a racionalidade, competitividade e a preparação de uma base sólidapara enfrentar a nova realidade econômico-energética-ambiental, com vistas a oferecer produtos eserviços de maior qualidade, face às exigências e mudanças conceituais de comportamento e aomesmo tempo contemplar o atendimento das necessidades daquela parcela da população queainda não é beneficiada pelos recursos da tecnologia.

Este trabalho visa, portanto, contribuir para a adoção desses programas e ações, com a eficienteutilização dos recursos colocados à nossa disposição.

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II – ENERGIA E MEIO AMBIENTE

A obtenção das formas tradicionais de energia (térmica, elétrica e mecânica) é um dos principaisalicerces da moderna estrutura social, sendo obtida no mundo, principalmente, pela utilização depotencial hidráulico, carvão, petróleo e gás.

Ao se analisar as fontes de energia mais utilizadas no Brasil, a eletricidade, que responde por39,0% do consumo final, mostra sua representatividade e peculiaridade, pois mais de 90,0% desua origem é hidroelétrica. Segue-se à eletricidade, o consumo de derivados de petróleo querepresenta algo em torno de 35,0%, biomassa com 20,1% e gás natural com somente 2,2% damatriz energética nacional.

Mostra-se a seguir o consumo final de energia no Brasil, a participação das principais fontes e suaevolução :

Consumo Final de Energia por Fonte – tep - %Fonte 1970 1980 1990 1997 1998

Total – 10³ tep 69.166 127.702 169.418 221.595 228.288 Óleo Diesel (%) 7,6 12,1 12,0 12,1 12,3 Óleo Combustível (%) 9,4 12,5 5,6 5,4 5,2 Gasolina (%) 10,5 6,8 4,3 6,3 6,4 Gás Natural (%) 0,1 0,7 1,8 2,2 2,2 Eletricidade (%) 16,6 27,9 37,3 38,6 39,0 Carvão Mineral (%) 2,4 3,7 4,5 4,6 4,5 Lenha e Carvão Vegetal (%)

42,7 20,2 12,6 7,7 7,5

Álcool (%) 0,4 1,3 3,6 3,3 3,1 Outras (%) 10,2 15,1 18,2 19,8 19,8

Fonte : Balanço Energético Nacional – Sinopse 1999 – Ano Base 1998

Como se pode verificar, o Brasil vem experimentando no decorrer do tempo, um processo desubstituição de energéticos como a lenha e o carvão vegetal, por insumos como derivados depetróleo, energia elétrica e biomassas. Este fato pode ser explicado pelo período de grandestransformações estruturais que fizeram com que uma sociedade tipicamente agrária, se tornasseindustrial e urbanizada e pela política energética que se sucedeu aos dois choques do petróleo,privilegiando fontes locais de energia (hidroeletricidade, exploração dos recursos petrolíferosnacionais e o desenvolvimento de formas derivadas da cana-de-açúcar).

Atualmente, o maior problema de se manter uma estrutura social baseada na utilização de energianão são os altos investimentos necessários e nem o fato das reservas dos combustíveis fósseisserem finitas, mas o decorrente da degradação ambiental que estes empreendimentos podemacarretar.

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Uma das principais maneiras de se caracterizar a degradação ambiental é a observância do nívelde poluição acarretado pela fonte geradora que, basicamente, pode ser definida como local,regional e global. A poluição local é aquela que interfere essencialmente no perímetro da fontegeradora, como é o caso do smog e da concentração de ozônio nas grandes cidades. A regional éa extensão da área de influência das fontes geradoras devido às condições climáticas, geográficase a outras interferências relevantes que podem provocar, por exemplo, a ocorrência de chuvaácida originária dos óxidos de nitrogênio e do enxofre lançados no ar por processos decombustão.

A poluição global é caracterizada pela influência de substâncias que agridem o meio ambienteafetando todo o planeta, como ocorre com o chamado efeito estufa e o buraco na camada deozônio. Os principais agentes destes tipos de poluição global são, respectivamente, a emissão degases provenientes do uso e produção de energia (aproximadamente 60%) e a emissão de gasescomo os CFCs.

Ao se analisar a produção de energia elétrica, insumo mais utilizado no Brasil, pelas formastradicionais (termoeletricidade e hidroeletricidade) pode–se considerar os seguintes impactos emrelação ao meio ambiente :

Termoelétricas –! Emissão de gases - As emissões de uma unidade termoelétrica afetam diretamente ao homem

e a todo o ecossistema. Entre os gases emitidos destacam-se o CO2 – dióxido de carbono, CO– monóxido de carbono e o NOx – óxidos de nitrogênio, cujas principais características eefeitos podem ser encontradas no Anexo I – Gases e Efeitos da Poluição.

! Água – elemento vital para o funcionamento de uma unidade termoelétrica na produção devapor, sistemas de resfriamento, etc., mas também fundamental para a sobrevivência dohomem e de todas as outras espécies animais e vegetais. Sua captação, utilização e rejeitopodem afetar de forma irreversível todo o habitat da região.

! Ruído – ponto que deve ser cuidadosamente analisado na fase de projeto do empreendimento,principalmente, quando este se localiza próximo a áreas urbanas.

Hidroelétricas –! Reservatórios – a formação de lagos, característicos destes empreendimentos, afetam a região

por mudanças no microclima, alagamento de áreas agricultáveis ou de florestas, alterações nolençol freático e na infra-estrutura regional. Estima-se que a construção de barragens noBrasil já inundou cerca de 35.000 km2.

! Impactos sociais – com a formação do lago é necessário o deslocamento da população afetadapelo empreendimento, o que acarreta : mudanças de âmbito social, instalação de uma novainfra-estrutura que atenda, de maneira satisfatória as necessidades e a criação de uma novabase econômica. A área inundada pela construção de barragens no Brasil já afetou cerca de 1milhão de pessoas.

! Impactos na flora e na fauna – a criação de uma barreira física à procriação de determinadasespécies de peixes, o deslocamento de espécies da fauna para locais apropriados, a extinçãode uma parcela da flora e até mesmo possíveis perdas arqueológicas são pontos que devemser detalhadamente estudados neste tipo de empreendimento. A geração de dióxido decarbono e metano em reservatórios, devido principalmente ao apodrecimento de vegetação

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submersa, pode gerar impactos globais comparados aos de uma termoelétrica de mesmoporte.

O Brasil utiliza atualmente cerca de 23,0% de seu potencial hidroelétrico instalado, em sua maiorparte, nas regiões de maior consumo. O restante deste potencial está localizado principalmentena Região Norte do País caracterizando a necessidade de grandes investimentos em sistemas detransmissão e cuidadosos estudos de impacto ambiental necessários à realização destesempreendimentos.

O Estado de São Paulo, por outro lado, é caracterizado pela grande utilização de sua capacidadetécnica de produção. De um potencial técnico de 85,4%, já foram utilizados 73,0% (potencialequipado) e cujos recursos remanescentes permitem somente a instalação de pequenos e médiosempreendimentos.

A utilização de derivados de petróleo no Brasil teve como um de seus grandes marcos, a políticade redução da dependência externa, principalmente a partir de 1979 (segundo grande aumento dopreço internacional do petróleo), quando as importações líquidas deste produto e de seusderivados caíram de 85% de dependência externa para cerca de 43% em 1985, até atingir 34,6%devido ao crescimento da produção interna (BEN – 2000). Os esforços que vêm sendodesenvolvidos visam atingir a auto-suficiência em petróleo na próxima década, pois suaprodução, depois de passar por uma estagnação no período 1970/79 passou a cresceracentuadamente da mesma forma que as reservas provadas de petróleo e gás.

Apesar de ter atingido, já no final de 99, uma capacidade de refino da ordem de 1,94 milhões debarris/dia e de todas as mudanças tecnológicas e estruturais no perfil de refino, o País aindarealiza importações de diesel e GLP e exportações de óleo combustível e gasolina. Toda estacapacidade de refino está instalada nas refinarias da PETROBRÁS e em duas empresas privadas :a de Manguinhos no Rio de Janeiro e a da Ipiranga no Rio Grande do Sul.

A produção de derivados é função do tipo do petróleo e do processo/complexidade dasinstalações de refino. A produção média por barril pode ser caracterizada da seguinte forma :

Produção Média de Derivados por BarrilDerivado Participação

GLP 8,75 %Gasolinas 21,31 %Nafta 8,96 %Querosene 4,36 %Óleo diesel 34,83 %Óleo combustível 16,85 %Outros 4,94%

Fonte : www.petrobras.com.br

A relação existente entre produção e utilização da energia e os impactos ambientais, pode utilizarcomo indicador a emissão do CO2, principal causador do efeito estufa, e sua relação com onúmero de habitantes e a oferta interna de energia da seguinte forma :

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Indicadores de Emissão de CO2

Especificação Brasil USA Japão América(*)

Europa(**)

tCO2/hab 1,5 19,6 8,9 4,0 9,3tCO2/tep de ofertainterna de energia

1,6 2,4 2,3 2,3 2,6

(*) Chile, México e Venezuela – (**) Alemanha, Inglaterra, Espanha e ItáliaFonte : Balanço Energético Nacional – Sinopse 1999 – Ano Base 1998

A quantidade de CO2 emitida por um País, segundo padrões estabelecidos em análisesinternacionais, está fortemente ligada aos hábitos, ao padrão de vida de seus habitantes, ao graude desenvolvimento sócio-econômico-tecnológico e ao “mix” energético utilizado para aprodução de eletricidade, calor e trabalho mecânico. Portanto, se levarmos em conta estesparâmetros e o fato do planejamento da expansão do sistema elétrico brasileiro estar fortementeapoiado em unidades termoelétricas com a introdução do gás natural na matriz energética –Programa Prioritário de Termoelétricas (Decreto N° 3.371 – 24/02/2000) – a confortável posiçãodo Brasil em relação a este e a outros tipos de emissões pode se alterar radicalmente.

As emissões de CO2 podem ser classificadas como biogênicas e não biogênicas. Chamam-sebiogênicas aquelas que são produzidas com a combustão de biomassa - lenha, carvão vegetal,bagaço de cana, etc. – , pois não contribuem para o efeito estufa, desde que sua utilização sejaacompanhada da equivalente reposição de matéria prima vegetal. Esta característica deve-se aoprocesso de fotossíntese que retira da atmosfera, no mínimo, uma quantidade correspondente aocarbono liberado na combustão. Portanto, existe consenso de que o uso de biomassa comoenergético é um sistema efetivamente renovável, ou seja, proporciona um balanço de CO2 nulo eem alguns casos até positivo. Já as não biogênicas, ao contrário, contribuem efetivamente para oefeito estufa.

Mostra-se, a seguir, uma tabela que caracteriza as emissões de CO2, relacionadas ao tipo deinsumo, utilizando como base uma mesma quantidade de energia.

Emissão de CO2/TJ (ordem crescente)Gás NaturalGás de RefinariaÁlcool EtílicoGLPGás de Coqueria +GasolinaQueroseneÓleo DieselÓleo Combustível

Fonte : Balanço Energético do Estado de São Paulo -1997

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O lado da demanda de energia é caracterizado pela diversidade das formas encontradas, pelosdiferentes setores da atividade sócio-econômica e pelo uso final energético (calor, força motriz,iluminação, transporte, etc.).

Apresenta-se a seguir um quadro comparativo entre o Brasil e o Estado de São Paulo no que serefere aos insumos utilizados, aos setores mais representativos com relação ao consumo deenergia e os mesmos em relação à eletricidade.

Quadro ComparativoBRASIL Participação SÃO PAULO Participação

Insumos Insumos Eletricidade 39,0 % Derivados de Petróleo 46,6 % Derivados de Petróleo 35,2 % Eletricidade 16,5 % Bagaço de cana 7,4 % Bagaço de cana 14,9%Setores Setores Industrial 37,3 % Industrial 34,9 % Transporte 20,9 % Transporte 30,3 % Residencial 15,4 % Residencial 8,1% Comercial 5,3 % Comercial 3,0 % Público 3,6 % Público 1,6 %Eletricidade Eletricidade Industrial 45,9 % Industrial 41,1 % Residencial 25,1% Residencial 29,8 % Comercial 12,9 % Comercial 17,1 % Público 8,6 % Público 7,9 %

Fonte : Balanço Energético Nacional, Balanço Energético do Estado de São Paulo e Boletim Conjuntura Energia – Janeiro 2000.

No Estado de São Paulo, os setores que mais participam no consumo são o industrial (34,9%)seguido pelos de transporte, residencial e comercial. Deve-se ressaltar a participação da biomassano setor industrial paulista, pois que o bagaço de cana é o insumo mais representativo, com33,2% do total energético utilizado seguido pela energia elétrica. Como representatividade deve-se ressaltar também a participação do setor sucroalcooleiro no cenário nacional e as unidades degeração de energia elétrica instaladas no Estado com respectivamente mais de 190 milhões detoneladas de cana processada (60% da produção nacional) e uma potência instalada de 12.786MW (sendo 12.282 MW em usinas hidráulicas e somente 504 MW em térmicas), em um Estadoque consome aproximadamente 31% de toda a energia utilizada no País.

Os principais insumos utilizados, por setor econômico, podem ser representados da seguinteforma (Brasil) :

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Setor Insumo ParticipaçãoIndustrial Eletricidade 47,5 %

Óleo Combustível 10,8%Bagaço de Cana 9,5%

Transporte Óleo Diesel 46,2%Gasolina 29,7%Álcool 14,4%

Residencial Eletricidade 63,1%GLP 17,7 %Lenha 17,6%

Comercial Eletricidade 93,9%Óleo Combustível 2,4%

Público Eletricidade 93,4%Óleo Combustível 3,1%

Fonte : Balanço Energético Nacional – 1998 – Ano Base 1997

O Estado de São Paulo apresentou, de março de 1998 a novembro de 1999, taxas de crescimentopositivas no consumo de energia elétrica somente nos segmentos residencial e comercial (excetojaneiro de 99). O crescimento destes segmentos, que representam 46,9% de todo o mercadoconsumidor de energia elétrica paulista, foi suficiente para assegurar um valor positivo na taxa decrescimento do consumo de energia elétrica em todo o Estado, (exceção feita de janeiro a marçode 1999 onde o mercado como um todo apresentou taxas de crescimento negativas).

Mostra-se a seguir, um gráfico que representa a participação e a evolução das principais classesde consumo no mercado de eletricidade no Estado de São Paulo, e a retomada do crescimento dosetor industrial, sinalizada pelos atuais indicadores econômicos e energéticos.

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Eletricidade

Participação das classes de consumo no TotalFonte : Boletim Conjuntura Energia – Secretaria de Estado de Energia – Janeiro 2000

O consumo de derivados de petróleo e gás natural apresentou no período de 94 a 97 umcrescimento da ordem de 25% enquanto que a principal classe consumidora destes insumos, osetor de transporte, um crescimento da ordem de 30%. Este crescimento elevou sua participaçãono consumo total em 2,5 pontos percentuais, chegando a casa de 58,4%, enquanto que o setorindustrial apesar de apresentar um crescimento semelhante, não alterou de maneira significativasua participação.

Derivados de Petróleo e Gás natural

Consumo por classe no Total – 10³ tepFonte : Balanço Energético Nacional - 1998

05

1015202530354045

1996 1997 1998 1999 2000

ResidencialIndustrialComercialDemais

05000

10000150002000025000300003500040000

1994 1995 1996 1997

ResidencialComercialPúblicoTransporteIndustrial

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Tanto o Setor Elétrico, como o de Petróleo e Gás passam por processos de reestruturação quevisam introduzir a competição nestes segmentos, em substituição a modelos baseados em umaforte participação do Estado. Este processo está sendo encaminhado através da desverticalizaçãodas empresas, participação da iniciativa privada, livre acesso aos sistemas de transmissão edistribuição e da postura do Estado como agente regulador e fiscalizador. Fazem parte destenovo modelo, entidades especializadas na execução das funções de planejamento da expansão,operação e comercialização de energia.

Agentes Reguladores e Fiscalizadores –ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – Tem por finalidade regular e fiscalizar aprodução, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, em conformidade comas políticas e diretrizes do Governo Federal;ANP – Agência Nacional do Petróleo – Autarquia integrante da Administração Pública Federal,que tem como finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividadeseconômicas integrantes da indústria do petróleo, em conformidade com os interesses do País.CSPE – Comissão de Serviços Públicos de Energia – Agência reguladora e fiscalizadora dosserviços de energia criada pelo Governo do Estado de São Paulo com o objetivo de garantir aqualidade dos serviços e a oferta de energia necessária ao desenvolvimento e ao bem estar dasociedade paulista.

Agentes de Planejamento –CNPE – Conselho Nacional de Política Energética – Determina a Política Energética Nacional,através da formulação de políticas e diretrizes destinadas a promover o aproveitamento racionaldos recursos, assegurar o suprimento de insumos e rever periodicamente as matrizes energéticasaplicadas às diversas regiões do País.CCPE – Comitê Coordenador do Planejamento da Expansão dos Sistemas Elétricos –Entidade responsável pelo planejamento da expansão do sistema elétrico. Substitui o GCPS.

Agentes de Operação e Comercialização –ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico – Entidade privada responsável pelacoordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétricanos sistemas interligados brasileiros, assegurando a qualidade e a economicidade do suprimentode energia elétrica e o livre acesso à rede básica (através da contratação e administração dosserviços de transmissão).MAE – Mercado Atacadista de Energia – Ambiente onde se processa a compra e venda deenergia, através de contratos bilaterais e de contratos de curto prazo. Entre os participantes doMAE estão os titulares de concessão ou autorização que possuam central geradora comcapacidade instalada igual ou superior a 50 MW e titulares de concessão ou autorização paraexercício de atividades de comercialização, com mercado igual ou superior a 300 GWh/ano.

A análise dos fatores anteriormente apresentados leva a uma constatação que afeta toda asociedade brasileira, pois se de um lado o aumento da oferta de energia onera de alguma forma omeio ambiente, por outro, é necessário assegurar um adequado fornecimento ao mercado, para acontinuidade do desenvolvimento do País dentro do atual cenário de reestruturação.

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A questão é : Como realizar um adequado equacionamento desta questão?.

Este equacionamento passa, com certeza, pela análise da questão sob o ponto de vista daqualidade na energia.

II.1 – Qualidade na Energia

Qualidade na Energia é o nome genérico utilizado para definir o objetivo desta série de trabalhosque é viabilizar a produção, transporte e utilização dos insumos energéticos baseados emparâmetros de desenvolvimento sustentável. Estes critérios levam em consideração aspectostécnicos, econômicos, sociais, culturais e ambientais, permitindo que se produza e utilize energiacom o máximo de qualidade e o mínimo de custo agregado.

O encaminhamento destas questões, feita sob o ponto de vista da qualidade na energia, sinalizapara um conjunto de considerações que podem ser apresentadas a partir das seguintes diretrizes :

Diretrizes -a) Utilização mais eficiente dos recursos;b) Viabilizar alternativas já existentes;c) Desenvolvimento de técnicas e tecnologias.

Considerações -Pelo Lado da Oferta -

! Conclusão das obras em andamento – No Setor Elétrico, existem empreendimentosimportantes em andamento e em fase de motorização que devem ser prioritariamenteconcluídos para que os investimentos e os respectivos encargos já realizados comecem a seramortizados e realmente possam atender ao mercado. Somente no setor elétrico, segundo oPlano Decenal de Expansão 1999/2008, existem 29 unidades hidro e termoelétricas quetotalizam mais de 11.000 MW classificadas como “classe A” - Obras em Andamento ou emMotorização.

! Interligação energética com outros países – A conexão energética com outros países do ConeSul vem se viabilizando, principalmente, nos setores de petróleo, gás natural e eletricidade etem se mostrado uma alternativa viável para o atendimento das atuais necessidades do País,visto que há investimentos já realizados e sub- utilizados.

! Repotenciação das unidades existentes – O desenvolvimento de projetos de repotenciação,através de medidas técnico-administrativas tem se mostrado uma alternativa viável para oaumento da capacidade de geração. Trabalhos desenvolvidos pela CESP – CompanhiaEnergética de São Paulo e na UHE Balbina mostram a viabilidade dos projetos derepotenciação e aprimoramento técnico. No Setor de Petróleo e Gás existem esforços naconclusão dos processos de modernização das unidades de produção e de refino que devem,alem de modernizar o setor, aumentar sua capacidade.

! Autoprodução – As perspectivas de expansão da economia e as mudanças institucionais emcurso no setor energético, configuram um quadro de estímulo ao aumento da autogeração deenergia elétrica. Esta atuação já tem despertado o interesse de um grande número deconsumidores, principalmente industriais e comerciais, que estão introduzindo este novo

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negócio de maneira isolada ou mediante associações com outros consumidores ouconcessionárias. Destacam-se, dentre estes projetos, os que estão sendo desenvolvidos pelasunidades da PETROBRÁS visando sua auto-suficiência em energia elétrica através,principalmente, de sistemas de cogeração e ciclos combinados. Algumas destas unidadesterão condições de ofertar excedentes de capacidade e energia ao mercado.Segundo o Plano Decenal de Expansão 1999/2008, as perspectivas para a autoproduçãopodem ser indicadas da seguinte forma :

Perspectivas para Autoprodução – BrasilAno TWh

1998 18,22003 36,72008 45,8

Fonte : Plano Decenal de Expansão 1999/2008

! Implantação de sistemas de cogeração – A busca do aumento da eficiência energética e porconseguinte redução dos custos de produção e impactos ambientais, tem servido de base paraa introdução destes sistemas que permitem a obtenção de duas ou mais formas de energia, apartir da utilização de um único insumo energético. A introdução do gás natural de umaforma mais intensa na matriz energética brasileira, tem aumentado significativamente ointeresse de indústrias e comércios, no intuito de se obter melhores condições de suprimentode energia e uma maior competitividadeMostra-se a seguir alguns dados referenciais sobre a potência instalada em sistemas decogeração no Brasil e em São Paulo e os seus respectivos potenciais.

Cogeração – Potência Instalada e PotencialPotência Instalada MW Potencial MW

Setor Brasil São Paulo Brasil São PauloQuímico/Petroq. 413 155 5.993 1.200Têxtil 100 100 200 380Alim. Bebidas 150 104 400 200Papel e Celulose 718 121 1.740 200Açúcar e Álcool 995 750 4.020 2.500(*)Siderúrgico 341 23 875 100

Total 2.717 1.253 13.228 4.580Fonte : SICEN – Sistema de Informações sobre Consumidores de Energia – AAE

Potencial Econômico : Plano Decenal de Expansão 1999/2008(*) Utilizando tecnologias convencionais já existentes e desenvolvidas

! Utilização de biomassa - A representatividade da utilização de biomassa no Brasil,particularmente em São Paulo, na indústria de papel e celulose e no setor sucroalcooleiro,demonstra pode continuar a ser uma alternativa viável, desde que seja feita de uma formasustentada e acompanhada da respectiva reposição. A biomassa é o insumo mais utilizadopelo setor industrial paulista e representa quase 70% dos insumos utilizados em sistemas decogeração no Estado. Se compararmos os sistemas de cogeração com biomassa às formastérmicas tradicionais de produção de eletricidade e vapor pode-se, em termos ambientais,chegar a uma redução nas emissões da ordem de até 45%. A utilização do álcool hidratado e

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anidro como opção a outros insumos ou aditivos é uma realidade no perfil do mercadobrasileiro de combustíveis.

! Implantação de unidades termoelétricas e novas hidroelétricas – A continuidade daimplantação de empreendimentos e novas unidades de geração em instalações já existentesque garantam o suprimento de energia, segundo o planejamento indicativo e os eventuaisplanos emergenciais, devem ganhar impulso pelas novas regras que estão sendo estabelecidase pela entrada de insumos em condições competitivas. A utilização de PCHs – PequenasCentrais Hidroelétricas – é uma das metas do governo para ampliação da oferta de energiabem como a introdução de máquinas já programadas como as duas unidades geradoras nausina Hidroelétrica de Itaipu.

! Pesquisas para a utilização de células de hidrogênio, carros elétricos, álcool no diesel, óleosvegetais, etc. estão sendo realizadas para a avaliação dos aspectos técnicos-econômicos eambientais.

Pelo Lado do Transporte -

! Diminuição das perdas em sistemas de transmissão e distribuição – Perdas elétricas devidoao transporte de eletricidade são inerentes a estes tipos de sistema, mas no Brasil muito aindapode ser feito para que as atuais perdas, estimadas entre 9.000 e 10.000 MW, possam serminoradas e esta energia direcionada para o atendimento ao mercado.

! O sistema de transporte em oleodutos, gasodutos e polidutos devem também sercontemplados com medidas que possibilitem maior segurança no transporte de seus produtos,com a finalidade de diminuir perdas mecânicas e a ocorrência de vazamentos. A utilizaçãodo transporte rodoviário, ferroviário, hidroviário e marítimo deve englobar procedimentos desegurança e redução de perdas.

Pelo Lado da Demanda -

Pelo lado da demanda de energia, deve-se levar em consideração o estabelecimento dacompetitividade, o aperfeiçoamento dos serviços e a melhoria na qualidade de vida, através deações e medidas de caráter técnico, gerencial e comportamental que passam, obrigatoriamente,pela mudança tecnológica dos processos produtivos, utilização de equipamentos mais eficientes,adequação dos processos de manutenção e redução das perdas e desperdícios.

Entende-se por energia útil, aquela que dispõe o consumidor depois da última conversão feita emseus próprios equipamentos. A identificação desta energia útil permite visualizar o tratamentodado à questão energética nos diversos setores e a formulação de ações que visem o conceito daqualidade na energia da seguinte forma :

Rendimento Energético Médio por Setor e Uso - BrasilRendimento Energético Médio por Setor

Industrial 67% Transportes 36% Residencial 36% Comercial 55% Público 51%

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Rendimento Energético Médio por Uso Força Motriz 46% Calor de Processo 71% Aquecimento Direto 50%

Fonte : Balanço de Energia Útil /- MME - 1995

O importante papel reservado à conservação de energia, dentro de uma política de eficiênciaenergética baseada em parâmetros de desenvolvimento sustentado, pode ser representada pelosnúmeros sinalizados no Plano Decenal de Expansão 1999/ 2008 da seguinte forma :

Perspectivas para Conservação de Energia Elétrica - Brasil

Ano TWh1998 7,41999 9,72003 21,22008 43,4

Fonte : Plano Decenal de Expansão 1999/2008

A atuação nos diversos segmentos da sociedade pelo lado da demanda é baseada na implantaçãode um Plano de Gestão Energética, na análise de sistemas e equipamentos (caldeiras,condicionamento ambiental, cogeração, iluminação, motores elétricos e distribuição interna deenergia) e na abordagem de questões referentes a escolas, iluminação pública, residências etransportes.

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III - PLANO DE GESTÃO ENERGÉTICA

A elaboração de um Plano de Gestão Energética – PGE - depende fundamentalmente doconhecimento e acompanhamento permanente dos preços, custos, sistemas tarifários,disponibilidade das diversas fontes de energia, consumos específicos, usos finais,avaliação/reavaliação das fases/metas estabelecidas, fatores econômicos conjunturais, eimplementação de campanhas promocionais com o objetivo de conscientizar e envolver aspessoas com a questão energia e meio ambiente. Os principais pontos a serem considerados naelaboração e implantação do PGE são :

III.1 – Formalização de Apoio

A implantação do PGE incorporará à unidade uma nova fase de planejamento para a adoção deestratégias perante a conjuntura nacional, onde sua postura deve ser a de fazer parte do esforçopelo desenvolvimento sustentado e não simplesmente usufruí-lo.

A primeira providência a ser tomada é a formalização do apoio dos administradores à efetivaimplantação do PGE propiciando assim a elaboração e a aplicação de ações que visem aotimização dos recursos utilizados. A participação da administração, nesta etapa, será através deseu engajamento direto e da provisão dos recursos humanos e financeiros necessários.

O efetivo apoio da administração é uma das formas de transmitir a importância dada às questõesrelacionadas à energia e ao meio ambiente dentro da organização e deixar claro que os benefíciosadvindos desta iniciativa serão incorporados definitivamente às atuais normas e diretrizes.Quanto maior a participação da administração, maior e melhor serão os resultados alcançados.

III. 2 – Comissão Interna de Racionalização de Energia

A criação de uma Comissão Interna de Racionalização de Energia – CIRE - é fundamental para osucesso do Plano de Gestão Energética, pois esta tem como principais funções : acompanhar,orientar, coordenar e informar todo o desenvolvimento das ações.

O primeiro passo para a formação da equipe é a indicação, pela administração, de uma pessoaque se reporte diretamente a ela e que seja responsável pela coordenação geral do PGE. Estapessoa, que será o coordenador ou gerente de energia deverá ter um canal aberto de comunicaçãoà mais alta hierarquia da instituição, de forma a agilizar as decisões e a efetivação das ações.

Os outros componentes da CIRE deverão representar cada área, divisão ou unidade, conforme otamanho da organização, e ter condições de atuar nas mais diversas áreas. Em algumas situaçõesespecíficas, como avaliações ou análises técnicas mais profundas, poderá ser requerida aorganização de Comitês de Direcionamento Técnico para a coordenação de etapas maisespecíficas.

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É fundamental o desenvolvimento e a manutenção de um sistema de arquivos sobre osprocedimentos e as políticas energéticas/ambientais adotadas, que mostrem as oportunidadesdetectadas, dados históricos de produção e consumo, padrões de utilização de energia, resultadosalcançados e trabalhos desenvolvidos.

III.3 – Cadastro Energético

Cadastro energético é o instrumento através do qual são determinadas as características dosequipamentos consumidores, bem como os tipos de energia e consumos efetuados possibilitando,desta forma, seu acompanhamento.

Baseado neste cadastro, será possível a identificação completa do perfil da unidade e acaracterização dos contratos de fornecimento que, de uma maneira geral, serão os primeirospassos a serem dados na implantação de ações, através de medidas administrativas. Aabrangência dos projetos desenvolvidos na unidade dependerá do grau de detalhamentoalcançado nesta fase e de que forma os custos serão considerados no levantamento a partir devariáveis ambientais, econômicas e técnicas.

Ao realizar esta etapa do PGE é interessante que se faça também um acompanhamento relativo aoconsumo e às despesas com água, através do histórico dos registros. A época do ano e os níveisde atividade da unidade devem ser avaliados para que se possa detectar e considerar variações noconsumo específico.

III.4 - Estabelecimento de Metas

De posse do cadastro energético tem-se a possibilidade de começar a determinar as metas doPlano de Gestão Energética baseadas nas seguintes características :

a) Metas Mensuráveis – As metas devem ter como característica a possibilidade de seremquantificadas;b) Metas Alcançáveis – O objetivo determinado deve ser possível de ser atingido, caso contrárioninguém vai sequer tentar alcançá-lo;c) Prazo – Para que seja realizado um acompanhamento rigoroso dos trabalhos a seremdesenvolvidos é necessária a definição de prazos compatíveis com a realidade da unidade;d) Monitoráveis – Os resultados não devem ser medidos apenas no fim do processo. Se as açõesestiverem sendo monitoradas, torna-se possível a tomada de medidas corretivas antes do términodo prazo;e) Adequadas aos padrões de qualidade – Na definição das metas devem ser estabelecidas aobrigatoriedade da obediência às normas e padrões utilizados na unidade. III.5 – Formulação de um Plano de Ação

Uma vez identificadas as características da unidade, através do cadastro energético, e definidas asmetas a serem atingidas, a CIRE deverá formular um Plano de Ação – PA.

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Dentre as principais ações a serem estabelecidas neste plano destacam-se a avaliação doscontratos de fornecimento de insumos (em especial o de energia elétrica), a introdução decampanhas internas de participação, mobilização e conscientização e a realização de diagnósticosenergéticos.

A implantação do plano de ação deverá ser um processo contínuo, ágil e atualizável, buscandorespostas rápidas e confiáveis às transformações que porventura ocorram nos ambientes interno eexterno à unidade.

III.5.1 – Campanhas de Participação, Mobilização e Conscientização

O engajamento das pessoas através da "compra da idéia - Uso Eficiente de Energia ePreservação do Meio Ambiente” será a base de sustentação de todas as medidas que serãotomadas. Essas medidas só serão alcançadas através do desenvolvimento de uma campanha bemestruturada que contribuirá significativamente para a maximização dos resultados.

As atividades a serem coordenadas e desenvolvidas pela CIRE, visando a participação ativa daspessoas, podem ser agrupadas da seguinte forma :

Participação – O primeiro objetivo a ser alcançado pela campanha é o envolvimentoparticipativo das pessoas. Para tanto conta-se com a utilização de folhetos institucionais,elaboração de informativos, programa de sugestões, elaboração de cartazes, folhetos, adesivos,etc.

Mobilização – Os eventos programados para a mobilização das pessoas têm por objetivo mantê-los envolvidos com o Plano de Gestão Energética, de maneira que participem voluntariamentedas atividades desenvolvidas. Nesta etapa da campanha já começa a colaboração das pessoas naimplementação de ações e medidas relativas à sua área de atuação. Para tanto, sugere-se odesenvolvimento de palestras, realização de visitas técnicas e eventos participativos, etc.

Conscientização – A conscientização das pessoas é o objetivo a ser perseguido, comperseverança, nesta fase do PGE, pois este processo se baseia na credibilidade e conta com amudança de atitude das pessoas.

III.5.2 – Diagnóstico Energético

Esta é uma etapa complexa do processo, uma vez que ele é baseado nos dados levantados pelocadastro e sua aplicabilidade, com sucesso, depende do desenvolvimento das etapas dacampanha. O diagnóstico energético visa qualificar técnica, econômica e ambientalmente asopções que se apresentam, para o estabelecimento do PA, baseadas em políticas dedesenvolvimento sustentável.

A elaboração do diagnóstico deve levar em consideração o planejamento e a utilização dosrecursos baseados em fatores externos e internos, tais como : novos enquadramentos tarifários,

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padronização e qualidade dos equipamentos e sistemas, identificação de novas oportunidades,aprimoramento tecnológico e parâmetros econômicos/financeiros.

Cada proposta apresentada, através de projetos específicos, deve ser caracterizada por um índicede mérito que permitirá estabelecer, segundo as diretrizes estabelecidas, as condiçõesconjunturais da unidade, as áreas prioritárias a serem trabalhadas e a seqüência das ações a seremdesenvolvidas. Esta classificação poderá ser feita pelo prazo de execução, pelos investimentosnecessários ou pelos benefícios ambientais alcançados, levando-se em consideração todos osaspectos inerentes a cada proposta.

III.6 – Implantação, Divulgação, Avaliação e Acompanhamento

A priorização e a implantação das ações implicará em um rigoroso acompanhamento docronograma estabelecido nos projetos de cada proposta, para que sejam observados os custos eprazos estipulados na sua formulação. Qualquer alteração deverá ser imediatamente analisada,pois poderá comprometer a atratividade do projeto e, como conseqüência, determinar até mesmosua paralisação.

A função básica do acompanhamento é verificar a execução das atividades programadas,comparando o resultado com o previsto. É possível desta maneira identificar atrasos, carênciasde recursos e os desvios das metas estabelecidas.

III.7 – Efetivação do Plano

Considera-se que o Plano de Gestão Energética está implantado na unidade quando se constata amelhora dos índices de controle, a utilização eficiente dos insumos básicos e uma menor agressãoao meio ambiente. Os recursos oriundos das melhorias introduzidas podem então começar afinanciar o desenvolvimento de novas etapas do próprio plano de ação, permitindo assim suaautosustentação e um envolvimento da unidade em um novo contexto social.

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...

...

Caldeira Elétricaa

Resistência

Controle Vapor Perdas de por Nível Radiação

Insumo

Perdas Água por Descargas

IV - CALDEIRAS

Caldeiras são equipamentos empregados na produção de vapor de água e no aquecimento defluídos térmicos. O tipo de equipamento utilizado nos setores industrial, comercial e de serviçosé função das necessidades a serem atendidas (quantidade e características do vapor ouaquecimento) e do insumo utilizado. Os insumos e os sistemas de condução e transferência decalor e os planos de operação e manutenção, inerentes aos processos, devem ser adequadamentedimensionados e executados dentro de critérios bem definidos para que sejam evitadosdesperdícios dos recursos.

IV.1 - Caldeiras Elétricas

As caldeiras elétricas, muito utilizadas quando foram desenvolvidos programas de substituição dederivados de petróleo, são de concepção simples e apresentam como principais características aalta confiabilidade e a facilidade operacional. Estas características, aliadas aos aspectos físicos datransformação da energia elétrica, propiciam um rendimento energético bastante elevado (90 a95%) quando comparado com o das caldeiras a combustão. Este tipo de equipamento teve, nadécada de 80, um grande impulso com a implantação de tarifas especiais representando, somenteem São Paulo, o fornecimento equivalente a aproximadamente 1.100 MW para 622 caldeiraselétricas.

Os principais tipos de caldeiras elétricas encontrados no mercado, podem ser classificadossegundo o processo de transformação da energia elétrica em calor a ser transferido à água dealimentação da seguinte forma :

Caldeiras a Resistência ou Resistores – Nestetipo de equipamento, o aquecimento érealizado por efeito JOULE que transfere ocalor diretamente ao fluido, através daimersão de resistores blindados. Esta forma defuncionamento requer a utilização decontroladores automáticos de nível. Estesequipamentos são, normalmente, de pequenoporte e custo o que permite a instalação desistemas descentralizados próximos aosequipamentos consumidores.

Caldeiras a Eletrodos – As caldeiras que utilizam eletrodo submerso caracterizam-se porpossuírem, inseridos no vaso de pressão, eletrodos isolados eletricamente. A corrente elétricacircula através da água gerando vapor por efeito JOULE, pois neste caso, ela funciona comoelemento condutor e resistivo. Portanto, o isolamento elétrico entre os eletrodos e o corpo dacaldeira é de suma importância.

Em um outro tipo construtivo, a água é transferida para bicos injetores e direcionada de encontroaos eletrodos. Estes jatos formam inúmeros caminhos para a corrente elétrica que circula entre

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Gases de Exaustão

...

...Insumo

Água

Vapor

Perdaspor

Radiação

Perdaspor

Descargas

CaldeiraAquatubular

CâmaraDe

Combustão

Água

Superaquecedor

os injetores e os eletrodos provocando a vaporização da água. Este tipo de equipamento éconhecido como caldeira de eletrodos jateados e apresenta diversas variações construtivas.

A seleção do tipo de caldeira elétrica que deve ser utilizada, leva em consideração a temperatura,a pressão e a quantidade de vapor necessário ao processo. Estes fatores podem ser representadosnos seguintes gráficos :

Características Técnicas de Caldeiras Elétricas

Apesar das caldeiras elétricas apresentarem uma série de vantagens como alto rendimento,facilidade na instalação e manutenção, seu uso deve ser analisado com cuidado e precedido deum detalhado estudo técnico-econômico-financeiro, pois em muitos processos, a tarifa defornecimento e a necessidade da utilização de um equipamento que funcione de modocomplementar, podem inviabilizar sua utilização.

IV.2 - Caldeiras a Combustíveis

Estes equipamentos se caracterizam pela utilização de uma grande variedade de insumosenergéticos e pelo atendimento de uma ampla gama de vazões, pressões e temperaturas. Ascaldeiras a aquecimento que utilizam a queima de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosospodem ser classificadas, devido às suas características construtivas, nos seguintes grupos :

Caldeiras Aquatubulares – Ascaldeiras aquatubulares sãoassim denominadas porque o seuprincípio de funcionamentoconsiste na passagem da águaatravés de tubos envoltos porgases de combustão.

Este tipo de caldeira, apesar deexigir um investimento inicialcerca de 50% maior do que umacaldeira flamotubular do mesmoporte, é capaz de produzir

0

5

10

15

20

25

30

35

ResistênciaEle SubmersoEle. Jatedo

Pressão (bar)

01020304050607080

ResistênciaEle. SubmersoEle. Jateado

Vapor (t/h)

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...

...

Câmara de Combustão

Perdaspor

Radiação

Vapor

GasesDe

Exaustão

Perdaspor

Descargas

Água

Água

Insumo

CaldeiraFlamotubular

grandes quantidades de vapor em altas pressões (acima de 60 kgf/cm²) com temperaturassuperiores a 450°C.O bom funcionamento destes equipamentos está relacionado diretamente à qualidade docombustível, ao processo de combustão, e a adequados sistemas de operação e manutenção. Oinício de operação deste tipo de caldeira, apesar de seguir uma rotina de procedimentos, érelativamente rápido, devido ao pequeno volume de água contido nos tubos. Sua estrutura écaracterizada por tubulões, feixes de tubos, câmara de combustão (adequada a cada tipo decombustível) e uma estrutura de superaquecimento que permite o fornecimento de vapor comelevada temperatura. A vida útil destas caldeiras pode chegar a 30 anos.

Caldeiras Flamotubulares – Nas caldeiras flamotubulares (ou pirotubulares) os gasesprovenientes da combustão passam através de tubos que se encontram mergulhados numreservatório, que contém a água aser aquecida. Esse tipo decaldeira se caracteriza(comparado à aquatubular) porapresentar baixo rendimento,fornecer vapor com pressões etemperaturas reduzidas, seremcompactas, de fácil manutenção ede baixo custo.

A estrutura da caldeira é formada,basicamente, pela câmara decombustão(ou fornalha), peloreservatório de água e pelacâmara de vapor que está situadaacima do nível d'água e recebe o vapor. As caldeiras mais eficientes utilizam geralmente váriospasses para que os gases de combustão transfiram de forma mais eficiente o calor à água. Devidoao maior volume de água que envolve os tubos, sua partida é mais lenta do que nas caldeirasaquatubulares. Este tipo de equipamento tem uma vida útil de cerca de 15 anos.

IV.3 - Processo de Combustão

O desenvolvimento de um processo de combustão eficiente é baseado na análise do insumoutilizado, quantidade de calor necessário ao atendimento das necessidades, transferência docalor, perdas envolvidas no processo e características da água de alimentação.

A qualidade do processo de combustão pode ser verificada, através da análise dos seguintesparâmetros:

Regulagem do Processo de Combustão – O queimador tem por finalidade atomizar o insumo,promover sua mistura em porcentagens adequadas com o ar e injetá-lo no interior da câmara decombustão, promovendo sua queima. O oxigênio necessário para um adequado processo decombustão só é fornecido, devido às particularidades do processo, através de uma quantidade dear acima da estequiométrica.

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O controle da quantidade de ar fornecido ao processo de combustão, pode ser feito através doacompanhamento da porcentagem de CO2 (dióxido de carbono) e O2 (oxigênio) existentes nosgases coletados na exaustão. O bom funcionamento do queimador, além de estar ligado à suaperfeita regulagem, depende da uma correta instalação e de um adequado programa demanutenção. As características do insumo devem ser conhecidas para que este sejaconvenientemente processado no pré-aquecimento, bombeamento, atomização, vaporização emistura com o oxigênio do ar.

Fuligem e Incrustações – Existe, normalmente, uma proporcionalidade entre a elevação datemperatura dos gases de escape e a dificuldade das trocas térmicas por acúmulo de fuligem eincrustações no equipamento. A presença da fuligem forma uma barreira no lado dos gasesquentes e tem influência desfavorável sobre a qualidade da troca térmica e, portanto, sobre orendimento. A presença de incrustações, do lado da água, estabelece uma segunda barreira epossibilita a degradação das superfícies de troca, pondo em risco a vida útil dos equipamentos.

O acúmulo de fuligem e a presença de incrustações podem ser detectados por inspeção visual oupela deterioração das características de funcionamento do equipamento, como baixa produção devapor, aumento do consumo de combustível e alta temperatura dos gases de escape. No caso dafuligem, pode-se limitar sua ação através de uma boa regulagem da combustão, limpezasperiódicas que visem a remoção manual ou química e o uso de aditivos nos óleos pesados.

Um eficaz tratamento da água de alimentação, além de evitar incrustações, melhora as trocastérmicas, reduz a oxidação e diminui as perdas causadas por purgas e umidade do vapor. No casode caldeiras elétricas, este tratamento permite o adequado funcionamento dos resistores, injetorese eletrodos.

Monitoramento do Desempenho dos Equipamentos – As principais causas das perdas de energiaem caldeiras são provenientes do excessivo calor levado pelos gases de exaustão e pela queimaincompleta do combustível que podem ser caracterizados essencialmente pelo teor de CO2 e pelatemperatura nos gases de escape. Essas duas variáveis podem ser consideradas como osprincipais indicadores do rendimento da caldeira.

A porcentagem de CO2 nos gases de exaustão varia em função do tipo do insumo, doequipamento utilizado e do tipo do queimador. No caso de óleos combustíveis este índice devese situar, para um funcionamento adequado, entre 11 e 13,5% sendo que a meta de um processode combustão é procurar o valor mais alto de CO2, que não provoque uma fumaça densa ouenegrecida na chaminé e emissão inadequada de CO.

Portanto, quanto maior for a temperatura dos gases de escape, para uma mesma porcentagem deCO2, menor será o rendimento da combustão.

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Rendimento em Função da Porcentagem de CO2 e temperatura dos gases de escape para ÓleosCombustíveis

O reaproveitamento do calor pode ser feito com a instalação de pré-aquecedores de água e/ou arque utilizam o calor contido nos gases de escape como fonte quente para seu funcionamento. Deuma forma geral pode-se estabelecer a seguinte relação :

O aproveitamento do calor contido nos gases de exaustão está diretamente ligado a um detalhadoestudo técnico, que deve considerar as características do combustível no que se refere à formaçãode seu ponto de orvalho. A definição desta característica, permitirá que se utilize o calor residualde forma aumentar a eficiência energética e a durabilidade dos equipamentos.

A tiragem dos gases pela chaminé é outra questão que deve ser considerada para que se obtenhaum processo de queima constante. Se a tiragem for insuficiente, os gases de combustão irãodemorar para deixar a câmara, podendo aparecer pulsações. Por outro lado, se a tiragem forexcessiva, irá se introduzir um grande volume de ar desnecessário que resfriará a câmara decombustão e aumentará a temperatura dos gases de exaustão.

Porcentagem de CO2

Ren

dim

ento

da

Com

bust

ão %

Para cada :• 6 °C de aumento da temperatura da água

ou• 22°C de aumento da temperatura do ar (utilizando-se calor residual dos gases de exaustão)

Tem-se a economia de 1% do combustívelutilizado pelo equipamento

0102030405060708090

100

4% 6% 8% 10%

12%

14%

150 °C200 °C250 °C300 °C350 °C400 °C

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A utilização de equipamentos de controle (como analisador de gases, termômetro, manômetros,medidor de fuligem, etc.) permitirá que se acompanhe a evolução do processo e que as açõesdesenvolvidas sejam adequadas.

É fundamental a operação dos equipamentos dentro das condições estabelecidas no projeto,principalmente, no que se refere a seu carregamento. Uma caldeira opera com rendimentootimizado, quando se utiliza entre 80 e 90% de sua capacidade, proporcionando assim que oatendimento das necessidades da unidade seja feito com um número adequado de equipamentos.

Por vezes, apenas a perfeita regulagem e a boa manutenção não são suficientes para eliminar osincômodos causados pelos resíduos inerentes aos processos de combustão (fuligem, odor,fumaça, etc.), requerendo a substituição de equipamentos ou insumos e a necessidade dainstalação de sistema de controle da poluição como : filtros secos (filtros de tecido, precipitadoseletrostáticos) ou úmidos (lavadores de gases).

Perdas de Calor – Para manter o rendimento em seu nível ideal, é necessário limitar as perdas docalor para o exterior, que são causas evidentes de desperdício. Para tanto, deve-se verificarperiodicamente a estanqueidade do equipamento (particularmente, a abertura em volta dosqueimadores e dos visores da câmara de combustão), eliminar rapidamente todas as perdas decalor e água quente, proteger e fazer a manutenção do isolamento térmico e aplicá-lo emrecipientes, válvulas, flanges e tubos utilizados para o transporte do insumo, quando pré-aquecido, ou do fluido.

O isolamento térmico é utilizado como proteção pessoal e para retardar o fluxo de energiatérmica não desejada, seja para dentro ou para fora do equipamento considerado. A eficiência doisolamento térmico é medida, através de uma propriedade denominada condutibilidade térmica.

Condutibilidade Térmica - É a quantidade de calor que atravessa umcubo com um metro de lado no período de uma hora, quando há umadiferença de temperatura de 1°°°°C entre as faces opostas.

Portanto, são considerados bons isolantes térmicos aqueles que apresentam baixa condutibilidadetérmica.

O dimensionamento econômico do isolamento térmico deve ser resultante da comparação entre oseu custo (acrescido da instalação e manutenção) e a economia que ele irá proporcionar com aredução do consumo de energia, ao longo de sua vida útil.

Mostra-se a seguir, um quadro de referência sobre as principais causas e efeitos mais comuns,que ocorrem em processos de combustão com óleo combustível (representados nos espaçospreenchidos em cinza):

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EFEITO

CAUSAFUMAÇA FULIGEM CHAMA

PULSANTEPouco ar ou muito óleoTiragem insuficienteAr em excesso BrancaFalta de manutenção no queimadorInstalação imprópria do queimadorPressão ou viscosidade não adequadasCombustível fora das especificações

Estas observações podem, obedecendo as características do insumo utilizado, servir comoreferência para todos os processos de combustão, possibilitando grandes economias e menoresimpactos ambientais. Mostra-se a seguir, um exemplo de redução nas emissões de poluentes eeconomia de combustível numa caldeira utilizando óleo combustível, após sua regulagem.

EMISSÕESPARÂMETROS Caldeira Caldeira Redução Economia Desregulada Regulada nas emissões de combustível

Monóxido de Carbono 4,3% 0,04% 99% -Índice de Fumaça * 5 < 1 > 80% -Particulados Totais 4282 mg/Nm³ (**) 414 mg/Nm³ (**) 90% -Energia Gerada por kg 8126 kcal 9917 kcal - 18%de Óleo Queimado

(*)Ringuelmann (**) Base Seca

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V – CONDICIONAMENTO AMBIENTAL

Sistemas de condicionamento ambiental representam um importante item nos custos deimplantação e operacionais, principalmente em estabelecimentos comerciais e de serviços. Estescustos se devem, principalmente, pela necessidade da realização de investimentos iniciaisconsideráveis, consumo de energia e manutenção requerida por estas instalações. Observando-sesomente o consumo de energia elétrica, o condicionamento ambiental participa no consumo total,no setor comercial, da seguinte forma:

O condicionamento ambiental consiste no controle simultâneo de temperatura, umidade,movimentação e pureza do ar em recintos fechados visando proporcionar sensação de conforto ebem estar às pessoas ou a climatização de ambientes cujas atividades requerem controle rígido deuma ou mais características do ar ( determinados ramos de indústrias, hospitais, centros decomputação, etc.).

A utilização de sistemas com ventilação forçada ou de climatização natural dependem de váriosfatores, que são definidos pela localização do estabelecimento, clima local e padrão arquitetônicoda edificação. Não sendo possível eliminar a climatização artificial do ambiente, é necessárioque se proceda a uma adequada seleção e dimensionamento do sistema, a fim de propiciar umautilização racional dos recursos colocados à disposição.

Dentre os tipos de sistemas disponíveis destacam-se :

Aparelhos de Janela - Os aparelhos de janela são unidades utilizadas em ambientes de pequenasdimensões funcionando, normalmente, para a refrigeração do ambiente no verão e aquecimentono inverno, pela simples reversão do ciclo.

Sistemas Semi-Centralizados - Os sistemas semi-centralizados (sistema tipo self-contained)funcionam com condensação a ar ou a água, possuem capacidades variando de 3 a 20 T.R epodem ser suficientes para atender áreas entre 60 e 400 m2 . São unidades compactas que podem

0

20

40

60

80

100

120Consumo Total

Escritórios

Shopping Centers

Supermercados (*)

Participação do condicionamento ambiental no consumo total de eletricidade (%)

(*) – Inclui frio alimentar

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aquecer o ar no inverno pela reversão do ciclo de refrigeração, através de resistências elétricas oucom a utilização de água quente ou vapor.

Sistemas Centrais - As grandes instalações de condicionamento ambiental, que normalmenteutilizam água como fluído de troca térmica, localizam seus equipamentos de forma centralizada esão utilizados para servir vários ambientes, simultaneamente, através de trocadores de calor tipo“FANCOIL”.

Os sistemas de condicionamento ambiental consomem grandes quantidades de energia devido àspróprias características dos processos físicos envolvidos, longos períodos de tempo emfuncionamento e má utilização dos sistemas. O desenvolvimento de um plano de ação que vise autilização adequada dos recursos, deve conter parâmetros dirigidos à aquisição dos equipamentos(através de um adequado pré-dimensionamento do sistema), instalação, manutenção e utilizaçãoracional.

V.1 - Pré-dimensionamento

O pré-dimensionamento de um sistema de condicionamento ambiental deve seguir os seguintespassos :

• Determine a área em m2 do ambiente analisado;• Verifique o número médio de pessoas que permanecem no ambiente;

Caso o número de pessoas que permanecem no ambiente seja superior a 2(duas), a carga térmica necessária deverá ser acrescida de 600 Btu/h paracada pessoa a mais. Equipamentos que emitam radiação térmicaconsiderável devem ser levados em consideração.

• Determine a orientação solar e o tipo do ambiente;• Utilize a tabela a seguir, como referência, e determine a carga térmica.

ORIENTAÇÃO SOLAR COM SOMBRA O DIA TODO – CARGA TÉRMICA EM Btu/h

Área m2 Ambiente sob outropavimento

Ambiente sob telhadocom forro

Ambiente sob lagedescoberta

15 6.000 7.000 8.00020 6.000 8.000 11.00030 6.000 10.000 14.00040 7.000 12.000 16.00060 10.000 16.000 22.00070 10.000 18.000 23.00090 12.000 22.000 30.000

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ORIENTAÇÃO SOLAR COM SOL DE MANHÃ - CARGA TÉRMICA EM Btu/h

Área m2 Ambiente sob outropavimento

Ambiente sob telhadocom forro

Ambiente sob lagedescoberta

15 8.000 10.000 11.00020 8.000 12.000 14.00030 8.000 14.000 18.00040 10.000 14.000 18.00060 14.000 20.000 30.00070 14.000 22.000 30.00090 16.000 30.000 35.000ORIENTAÇÃO SOLAR COM O SOL À TARDE OU O DIA TODO - CARGA TÉRMICAEM Btu/h

Área m2 Ambiente sob outropavimento

Ambiente sob telhadocom forro

Ambiente sob lagedescoberta

15 10.000 12.000 14.00020 11.000 14.000 14.00030 12.000 16.000 17.00040 13.000 17.000 22.00060 17.000 23.000 30.00070 18.000 30.000 30.00090 20.000 30.000 40.000

Após a determinação da carga térmica necessária ao atendimento das necessidades da instalação,verifique a potência elétrica média que será solicitada do sistema elétrico, através da seguintetabela de referência :

Capacidade deRefrigeração Btu/h

Potência Elétrica MédiakW

6.000 0,807.000 1,0010.000 1,3011.000 1,4512.000 1,5714.000 1,7016.000 1,8018.000 1,9020.000 2,0022.000 2,3023.000 2,4530.000 3,8035.000 4,4040.000 5,00

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A seleção do sistema de condicionamento ambiental deve levar em conta a proteção do meioambiente e dos usuários quanto ao uso dos CFCs, pois estas substâncias afetam a Camada deOzônio e são controladas pelo Protocolo de Montreal.

Apresenta-se, a seguir, por tipo de equipamento, uma tabela que relaciona o consumo de energiapor tonelada de refrigeração (TR):

V.2 - Instalação

A implantação dos equipamentos de condicionamento ambiental requer o atendimento dealgumas condições, que permitirão a utilização racional dos recursos e a segurança dasinstalações e usuários. O primeiro passo, a ser considerado na instalação de um sistema decondicionamento ambiental é a utilização de circuitos elétricos independentes e que possuamcondutores bem dimensionados e dispositivos de proteção adequados.

Ao se analisar a localização dos equipamentos, observe a incidência direta de raios solares, aproximidade com outras fontes de calor, as singularidades das linhas de distribuição e o local datomada de ar externo. Este último item é fundamental na determinação da qualidade do ar quecircula no ambiente e deve prever a utilização de filtros e a instalação da tomada de ar externo emlocais exclusivos para a casa de máquinas, que não devem ser voltados para ambientes fechadoscomo garagens, forros, etc.

O projeto de instalações centrais requer uma atenção especial no desenho do sistema dedistribuição do fluído refrigerante,visando a menor perda possível de carga e a diminuição daturbulência. O isolamento térmico das tubulações, reservatórios, válvulas e flanges éfundamental para a obtenção de um sistema eficiente.

Sempre que possível instale a saída do condicionador a uma altura adequada (nunca ao nível dosolo) e de frente para a maior dimensão do ambiente, para melhorar as condições de refrigeração.Nunca obstrua a saída ou a entrada de ar do aparelho ou as grelhas de ventilação ou admissãocom cortinas ou outros objetos, dificultando a livre circulação do ar.

Comparação do consumo de energia por tipo de equipamento de Condicionamento Ambiental :

❂ Janela : 2.0 kWh / TR❂ Self a ar : 1.8 kWh / TR❂ Self a água : 1.4 kWh / TR❂ Água gelada : 1.2 kWh / TR

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Equipamentos que possibilitam o controle da rotação dos motores das bombas dos sistemas queusam água gelada e dos grandes sistemas de ventilação, visam a adaptação da vazão àsnecessidades momentâneas do sistema, reduzindo, assim, o consumo de energia.

V.3 - Manutenção

A implantação de um plano de manutenção, operação e controle adequado, ao sistema e àscondições da unidade consumidora, permitirá um acompanhamento das condições defuncionamento, a utilização racional dos recursos energéticos/financeiros e o aumento da vidaútil das instalações.

Cuidados simples porem fundamentais como lubrificação adequada (visando minimizar atritos,ruídos e perdas), limpeza periódica dos filtros (e troca quando necessário), verificação dascaracterísticas da água utilizada nos sistemas, verificação dos acoplamentos e eliminação devazamentos são outras preocupações que devem ser tomadas pela unidade visando seu bomfuncionamento.

Esses cuidados permitirão a melhora da qualidade do ar com a isenção de partículas e fungosvisando a saúde, bem estar, conforto, produtividade e redução do absenteísmo.

V.4 - Utilização Racional

Dentre as ações que podem ser implementadas visando a utilização racional do recursos emsistemas de condicionamento ambiental, destacam-se :

• Controle de fontes externas de calor ou frio, (como insolação e ventilação) com a finalidade dese tirar proveito das mesmas, conforme a época do ano, para uma climatização natural;• Controle das fontes internas de calor (ou de frio), otimizando o funcionamento de equipamentos e instalações como motores elétricos, fornos, iluminação e outros;• Instalação e manutenção do isolamento térmico de tubulações, válvulas, flanges e reservatórios;• Manutenção das portas e janelas fechadas em ambientes climatizados;• Regulagem do sistema para que ele opere em torno da zona de conforto térmico indicada pelo projetista;• Desligamento do sistema sempre que o ambiente estiver desocupado;• Estudo da possibilidade de desligamento do ar condicionado uma hora antes do encerramento do expediente;• Substituição, quando possível, do ar ambiente, pelo ar mais frio da madrugada para diminuir a carga térmica da edificação;• Operação somente das torres de refrigeração, bombas e outros equipamentos que forem essenciais ao sistema e o mais próximo possível de sua capacidade nominal;• Utilização, sempre que possível, da aeração natural, desligando o sistema de condicionamento ambiental;• Estudo da utilização de sistema de termoacumulação, com água gelada ou com gelo, para diminuir o consumo e a demanda de energia nos horários de ponta;

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• Manutenção da regulagem das grelhas do sistema de condicionamento ambiental inalterada;• Desenvolvimento de uma campanha que vise a conscientização dos usuários;• Manutenção da temperatura do ambiente adequada para a atividade desenvolvida.

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VI - COGERAÇÃOA introdução de novos conceitos e alternativas quanto à utilização e produção de energia e aredução dos impactos ambientais, são fundamentais para a continuidade do desenvolvimento doEstado de São Paulo. A cogeração de energia é uma dessas alternativas, pois sua introdução nosatuais sistemas de produção, além de significar um novo negócio para a iniciativa privada, podesignificar uma solução interessante para garantir o atendimento da demanda de energia e ummenor impacto ambiental.

Define-se cogeração como sendo a produção simultânea e seqüencial de duas ou mais formas deenergia, a partir de uma única fonte. Este conceito permite, através da utilização de adequadossistemas de conversão, um melhor rendimento energético.

Os sistemas de cogeração apresentam como principais características :

• Investimento por kW instalado compatível com sistemas tradicionais de geração de energia;• Possibilidade de utilização de insumos regionais;• Diminuição dos impactos ambientais;• Menores perdas nos sistemas de transmissão e distribuição;• Descentralização dos investimentos e forte participação da iniciativa privada;• Aumento da potência instalada de uma maneira modular;• Maior independência energética;• Melhor aproveitamento energético global.

Para se ter uma idéia da representatividade destes sistemas, mostra-se a seguir a potênciainstalada e o potencial dos principais segmentos do setor industrial, no que se refere a sistemas decogeração no Brasil e no Estado de São Paulo.

Tabela 1 – Sistemas de Cogeração por Setor Industrial

Potência Instalada MW Potencial MWBrasil São Paulo Brasil São Paulo

Quimico/Petroquimico

413 155 5993 1200

Têxtil 100 100 200 380Alim. Bebidas 150 104 400 200Papel e Celulose 718 121 1740 200Açúcar e Álcool 995 750 4020 2500Siderúrgico 341 23 875 100TOTAL 2717 1253 13228 4580

Fonte : Plano Decenal de Expansão 99/08 – Sicen – Sistema de Informações sobre os Consumidores de Energia.

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Cabe ressaltar a expressiva participação da biomassa nesses processos, principalmente naprodução de papel e celulose e açúcar e álcool.

VI.1 - Tipos de Cogeração

A cogeração é um processo seqüencial, isto é, a energia não aproveitada em um determinadomomento, basicamente na forma de calor, pode ser usada como fonte de energia em outro,utilizando-se para tanto, turbinas a vapor, turbinas a gás, ciclo combinado, motores de combustãointerna e ciclos de absorção.

Cogeração com Turbinas a Vapor – Sistemas de cogeração com turbinas a vapor são compostosbasicamente por caldeira de vapor superaquecido, turbina a vapor, redutor e equipamentoacionado (por ex.: alternador).

O combustível queimado na caldeira tem a maior parte de sua energia utilizada para a produçãode vapor a alta pressão e temperatura. Este vapor será utilizado para o acionamento da turbinaantes de ser entregue ao processo produtivo da unidade.

Esse tipo de cogeração permite utilizar combustíveis menos nobres e mais baratos, como resíduosindustriais, carvão, lenha, bagaço de cana, etc. Este item é de fundamental importância, poistorna viável economicamente o projeto para muitas instalações.

A maior parte dos projetos de instalação de sistemas cogeradores com turbinas a vapor poderãoser atendidos pelos produtos colocados no mercado interno, pelos fabricantes nacionais.

Cogeração com Turbinas a Gás – As turbinas a gás são equipamentos compostos basicamentepor compressor, câmara de combustão e a turbina propriamente dita. O processo exotérmicoresultante da reação entre o ar e o combustível, na câmara de combustão, gera gases que ao seexpandirem na turbina provocam um movimento axial que resulta em trabalho no eixo.

Sistema com Turbina Vapor

Insumo adequadoEletricidade 17 a 20%

Vapor 63 a 65%

IndústriasProduz calor, força motriz, E.E.Equipamento nacional. Rendimento - 80 a 85 %

Investimento - 1.000 a 1.500 US$/kWManutenção - BaixaCombustível - Biomassa, Óleo

10/1 Vapor/E.E..CaldeiraTurbina a vaporRedutorGerador

Figura 1 – Sistema com Turbina a Vapor

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O eixo da turbina, além de acionar o compressor, pode estar ligado a vários equipamentos taiscomo alternadores, bombas, moendas, sopradores, etc. a fim de atender as mais variadasnecessidades do processo.

Os gases de exaustão que atingem temperaturas ao redor de 500 oC, podem ser aproveitados parasecagem, geração de vapor, aquecimento de fluido térmico, condicionamento ambiental, etc.Se o calor contido nos gases de exaustão for utilizado para a produção de vapor, uma parte podeser desviada e injetada na turbina para melhorar seu rendimento global.

Existem dois tipos de turbinas a gás: a “heavy duty” e a aeroderivada, ambas com o mesmoprincípio de funcionamento e com os mesmos componentes principais. Outra importantecaracterística desse sistema de cogeração é que suas dimensões são reduzidas e a área total parasua instalação é pequena.

As turbinas a gás não são totalmente fabricadas no país o que implica que para a introdução desistemas cogeradores com este tipo de máquina, será necessário a importação de parte dosequipamentos.

Cogeração cobaseia-se na upartir do uso d

O calor residupara o aquecimquantidades deacionar um alnecessário ao

A quantidade expressivas, pquantidades de

In

HospiUnidaProduzEquip

Figura 2 – Sistema com Turbina a Gás

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m Motores Alternativos de Combustão Interna – Este conceito de cogeraçãotilização de motores alternativos de combustão interna gerando trabalho e calor, ae um único insumo energético.

al, contido nos sistemas de escape, lubrificação e refrigeração, pode ser utilizadoento de água, pré-aquecimento de ar, combustível ou até mesmo gerar pequenas

vapor a baixa pressão e temperatura. O trabalho obtido no eixo do motor poderáternador que suprirá a unidade de eletricidade, ou qualquer outro equipamentoprocesso.

de calor residual aproveitada dos sistemas anteriormente citados não é das maisor isso o seu mercado potencial será formado por empresas que utilizam pequenas calor e grandes quantidades de energia elétrica ou força motriz.

sumo adequadoEletricidade 15 a 40%

Vapor 65 a 45%

tais, Indústrias,des comerciais calor, força motriz, E.E.

amento importadoRendimento - 80 a 85 %Investimento - 700 a 900 US$/kWManutenção - Média US$ 6/MWhCombustível - Gás, Derivados leves

2/1 Vapor/E.E.Turbina a gásGeradorCaldeira de recuperação

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Insumo adequadoEletricidade 22 a 42%

Água Quente 20%

Vapor 18%

Hotéis, IndústriasUnidades comerciaisProduz calor, força motriz, E.E.Equipamento Importado

Rendimento - 60 a 80 %Investimento - 600 a 800 US$/kWManutenção - Alta 10 US$/MWhCombustível - Gás, Óleo comb .

0,5/1 Vapor/E.E.

MotorGeradorTrocadores de calor

As principais linhas de montagem de motores no País têm como principal finalidade oatendimento do mercado veicular, portanto, os equipamentos produzidos aqui, normalmente, secaracterizam pela pequena potência individual. Para o atendimento de sistemas com grandepotencial, será necessária a formação de bancos de motores ou a importação de unidades degrande potência individual.

Cogeração com Ciclo de Absorção – O ciclo de absorção é um outro conceito que pode serutilizado na cogeração. O calor residual proveniente de algum processo ou equipamento comouma turbina ou um motor, pode ser a fonte quente desse ciclo.

Para mostrar o princípio básico de funcionamento desse sistema será usado como exemplo umasolução de amônia. Esta solução (de alta concentração) é bombeada para o interior de umtrocador de calor onde é evaporada com a energia proveniente de uma fonte quente (100-200 oC)dando início ao ciclo.

O vapor de amônia aí resultante será condensado, passará por uma válvula de expansão e por umevaporador instalado dentro de uma câmara fria. Após absorver o calor e refrigerar o meio, ovapor de amônia a baixa pressão junta-se novamente à solução, agora de baixa concentração,dentro do absorvedor e reinicia novamente o ciclo.

O mercado potencial desse sistema será constituído basicamente por setores que necessitam, alémda energia elétrica, de condicionamento ambiental ou sistema de refrigeração para seufuncionamento.

Figura 3 – Sistema com Motor

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Os absorvedores não são no momento fabricados no país, portanto, para sua introdução em umsistema de cogeração será necessária sua importação.

O tipo do sistema utilizado no processo depende da relação entre o calor (Q) e o trabalho (W)característico do processo. No caso do setor industrial a adequação dos sistemas em relação aoprocesso industrial pode ser representada da seguinte forma :

Gráfico 1 – Relação Q/W

Motores

Turbina a vapor

Turbina a gás

Q/W

Pape

l e C

elulo

se

Quím

ico

Alimen

tos

Têxt

il

Açúca

r e Á

lcoo

l

Figura 4 – Sistema com Absorção

Calor (Direto, Indireto)Refrigeração - Amônia

Condicionamento - Brometo de Lítio

Hospitais, IndústriasUnidades comerciaisFrioEquipamento Importado

Capacidade - 100 a 2.000 TRInvestimento - 500 a 700 US$/TR (SE/ME) 1TR - 20 m 2

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VI.2 – Características dos Principais Equipamentos

O rendimento global e o desempenho do sistema de cogeração são funções das características deoperação, da fronteira e do meio escolhidos para análise e das particularidades individuais decada um dos seus componentes. Apresenta-se a seguir, de uma maneira sintética, algumascaracterísticas dos principais equipamentos que podem compor sistemas de cogeração.

Caldeira de Vapor Superaquecido – Estes equipamentos apresentam as mais variadas e atuaistecnologias de produção de vapor que permitem a utilização de insumos energéticos regionais,quer sejam sólidos, líquidos ou gasosos e a obtenção de vapor superaquecido a altas pressões etemperaturas.

Os principais parâmetros para a obtenção de um alto rendimento energético nos sistemas decogeração a vapor, além de programas de operação e manutenção adequados, são :

• Pressões e temperaturas de vapor adequados ao sistema ;• Utilização de pré-aquecedor de ar e economizadores;• Instrumentação em vários níveis, atingindo até a operação totalmente

automática;• Tratamento de água de alimentação (com pressões de trabalho acima de

42 kgf/cm2, este item é de importância fundamental);• Manter o rendimento da caldeira de vapor superaquecido próximo ao

valor fornecido pelo fabricante, tendo as seguintes referências :

Tabela 2 – Caldeiras de Vapor Superaquecido - RendimentosCOMBUSTÍVEL EQUIPAMENTO AUXILIAR RENDIMENTO

Sólido Economizador 80 a 83 %Economizador e pré-aquecedor de ar 84 a 89 %

Líquidos e gasosos Economizador 85 a 88 %Economizador e pré-aquecedor de ar 89 a 95 %

Caldeira de Recuperação – As caldeiras de recuperação são equipamentos especialmentedesenvolvidos para o aproveitamento do calor residual, de sistemas ou processos, para a geraçãode vapor ou aquecimento de fluido térmico. Esses equipamentos podem apresentar variaçõesconstrutivas que permitem a obtenção de ciclos de vapor com características diversas.

Se for necessário um aumento na quantidade de vapor gerada, elevação de pressão outemperatura, atendimento de picos de carga ou mesmo para cargas contínuas, pode-se instalarqueimadores suplementares.

No caso do aproveitamento dos gases de exaustão de uma turbina a gás aeroderivada, deve-senotar que apenas uma parcela ao redor de 20 a 35% da massa total de ar introduzida noequipamento é utilizada na combustão. O restante, que tem a finalidade de resfriar oequipamento é que caracteriza a possibilidade de uma queima adicional em excelentes condições.

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Um cuidado fundamental no uso de uma caldeira de recuperação, é a necessidade da existênciade um “by-pass” para descarga direta na atmosfera, ou em outro local mais adequado, dos gasesquentes. Este recurso, que deve ser utilizado pelo menor espaço de tempo possível é necessáriopara resolver eventuais problemas no equipamento ou cumprimento da programação demanutenção.

Deve-se tomar cuidado com a ocorrência de processos de corrosão, devido à baixa temperaturados gases de exaustão e perdas de pressão dos gases, para que o equipamento ou sistema quefornece calor não seja prejudicado em seu funcionamento.

Turbina a Vapor – Estes equipamentos podem, em relação às características do vapor na saída daturbina, ser classificados como sendo de contrapressão ou de condensação apresentando ou nãoextração de vapor no seu corpo.

Os equipamentos classificados como de contrapressão, são aqueles nos quais o vapor na saída daturbina apresenta condições de pressão e temperatura compatíveis com as necessidades doprocesso produtivo. Por outro lado, os de condensação, normalmente utilizados para priorizar ageração de energia elétrica, fornecem na saída do equipamento um vapor já com algumaumidade, baixa pressão e temperatura e em geral com pouca utilidade para o processo. Essevapor é encaminhado para um condensador e retornado ao sistema.

Dependendo das particularidades da demanda de vapor a ser atendida, muitas vezes é necessárioque as turbinas a vapor apresentem em seu corpo, condições para que hajam extrações emdeterminadas pressões e temperaturas. A quantidade de vapor que pode ser extraída da turbina, afim de que o rendimento do sistema não seja muito afetado, depende das característicasconstrutivas de cada equipamento.

Quanto ao número de estágios, as turbinas a vapor podem ser de simples (SE) ou de múltiplosestágios (ME). Como o rendimento do equipamento aumenta com a diminuição do salto térmicopor estágio, as turbinas de múltiplos estágios apresentam rendimentos consideravelmente maioresque as de simples estágio.

A escolha do tipo construtivo da turbina é função da quantidade de vapor turbinado (acima de 20t/h deve ser analisada necessariamente a de ME), da existência de vapor de extração(necessariamente ME), da pressão na saída, da variação da vazão que afeta diretamente orendimento do sistema e da potência do sistema cogerador.

As centrais termoelétricas a vapor, que normalmente utilizam turbinas de múltiplos estágios tipocondensação, trabalham com temperaturas de vapor da ordem de 560 oC e com uma pressão nasaída da turbina de até 1 polegada de Hg. Essas instalações podem apresentar um rendimentotérmico, em determinadas condições, da ordem de 36%.

Devido às altas solicitações termo-mecânicas, alguns cuidados simples, porém fundamentais,devem ser tomados visando aumentar a vida útil do equipamento, como por exemplo :

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• Boa drenagem do condensado;• Evitar incrustações (palhetas e canais);• Seguir os planos de operação e manutenção recomendados pelos

fabricantes.

Para a obtenção do investimento relativo a este item, no que se refere a turbinas a vapor emrelação ao seu tipo construtivo, pode-se apresentar os seguintes parâmetros :

Tabela 3 – Investimento por tipo de Turbina a VaporTipo Preço

US$/kWObservações

Simples Estágio 240 Potência instalada até 1.000 kW215 Potência instalada entre 1.000 e 2.000 kW

Múltiplos Estágios 300 Potência instalada até 2.000 kW290 Potência instalada entre 2.000 e 4.000 kW267 Potência instalada entre 4.000 e 6.000 kW233 Potência instalada acima de 6.000 kW

Turbina a Gás – O princípio de funcionamento da turbina a gás é baseado na compressão do arpor equipamentos de simples ou de múltiplos estágios e sua injeção em uma câmara decombustão, onde é misturado com o combustível e queimado. Grande parte do ar admitido éutilizado na refrigeração do equipamento, de modo a limitar a temperatura máxima nas palhetas.

As turbinas a gás são equipamentos que produzem trabalho, a partir dos gases quentes originadosna câmara de combustão e seu desempenho é baseado no direcionamento contínuo deste fluxosobre as pás do rotor da turbina.

Deve-se ressaltar que o nome turbina a gás não significa o tipo de combustível que está sendoutilizado, e sim o fluido que se expande na turbina, produto de uma combustão. Os combustíveislíquidos, gasosos e até mesmo os sólidos podem ser utilizados neste tipo de equipamento emfunção do seu tipo construtivo.

No setor industrial estes equipamentos podem ser empregados para o acionamento mecânico dealternadores, compressores, bombas, etc. e o seu calor utilizado no processo produtivo. Já nocaso de termoelétricas em ciclo aberto, esse calor é rejeitado.

Nestas aplicações, dependendo da tecnologia, do equipamento e das condições de instalação eoperação, conseguem-se, nas turbinas aeroderivadas, valores individuais de eficiência acima de40% e potências de 50 MW. As turbinas denominadas “heavy duty” ou “frame”, apresentammáquinas com potência unitária acima de 200 MW.

Devido às suas características construtivas, as turbinas a gás aeroderivadas encontram suaprincipal aplicação na aviação civil e militar. Por serem utilizadas em grande escala e sobcondições rigorosas, estas máquinas que têm garantido um grande mercado cativo, apresentamum desenvolvimento em termos de materiais e performance bem acentuado.

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Outra importante característica desses equipamentos é a relação rotação/potência que pode seradministrada com a correta escolha do número de eixos dos equipamentos. As turbinas podemapresentar um único eixo para o acionamento do compressor e fornecimento da potência útil, ouutilizar vários eixos concêntricos independentes acionados por rotores separados.

A potência fornecida por esse tipo de equipamento varia dependendo do lugar e das condições dainstalação. Para efeito de comparação entre os diversos equipamentos existentes no mercado énormal se definir a potência disponível nas condições ISO, ou seja, considerando entre outrosfatores, uma temperatura ambiente de 15oC e a pressão atmosférica ao nível do mar.

Dentre os diversos parâmetros que afetam a potência de uma turbina a gás destacam-se : altitude,umidade relativa do ar, temperatura do ar ambiente, perdas de carga nos dutos de admissão eescape dos gases e o combustível utilizado. Geralmente os dados apresentados se referem àutilização de gás natural como combustível.

Cada utilização a ser dada a este equipamento deve ser precedida de uma detalhada consulta aofabricante, pois deve-se levar em consideração todos os fatores anteriormente citados, para que apotência útil fornecida no eixo, após o atendimento das necessidades do compressor e dosacessórios do equipamento seja compatível às necessidades.

Pode-se utilizar para efeito de uma pré-análise os seguintes dados gerais :

Tabela 4 – Dados Referenciais para Turbina a GásCombustível utilizado Gás natural

Energia introduzida na turbina 9.400 kcal

Energia elétrica produzida 2,94 kWh

Quantidade de vapor produzido 2,28 kg/kWh

A determinação do investimento em turbinas a gás necessita do exato levantamento de váriosfatores do projeto em questão. Portanto, um valor referencial pode ser determinado através dosseguintes parâmetros :

Tabela 5 – Investimento por Faixa de PotênciaFaixa de Potência Preço US$/kW

Até 1.000 kW 794De 1.001 a 2.000 kW 666De 2.001 a 5.000 kW 438De 5.001 a 10.000 kW 420De 10.001 a 20.000 kW 417De 20.001 a 30.000 kW 341De 30.001 a 50.000 kW 297De 50.001 a 100.000 kW 255Acima de 100.000 kW 190

Obs. : Estes valores são referentes ao país de origem dos equipamentos.

Absorvedor – O sistema de refrigeração por absorção, tem um princípio de funcionamentoanálogo ao sistema de refrigeração convencional, sendo que o absorvedor, principal equipamento

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desse sistema de cogeração, é constituído principalmente dos seguintes equipamentos;evaporador, tanque de absorção, bomba, gerador de vapor, condensador e válvula de expansão.

Em ciclos de absorção podem ser empregados vários pares de fluidos absorventes, tais comoamônia e água, brometo de lítio e água (atualmente o mais atualizado para o condicionamentoambiental), etc. A amônia, apesar de apresentar problemas de corrosão e de toxidade é o maisempregado para o processo de refrigeração em temperaturas inferiores a 0oC.

Quanto ao modo utilizado para o transporte do calor da fonte quente para o absorvedor, pode-seencontrar equipamentos que operam com ciclo de vapor ou diretamente com o gás de exaustão.No ciclo de vapor, cujas máquinas podem ser de simples ou múltiplos estágios, o insumoenergético é utilizado diretamente em uma caldeira e o vapor é utilizado como vetor energético.

O uso direto do calor, através do gás de exaustão é uma tecnologia que ainda está sendoaperfeiçoada, pois apresenta, no momento, como principais problemas para sua difusão :

• Dificuldades operacionais com o trocador de calor;• Impurezas carregadas pelo gás direto da exaustão;• Difícil controle da quantidade de gás introduzido no absorvedor.

No caso de condicionamento ambiental com sistemas de absorção vários parâmetros técnicosdevem ser levados em consideração, mas de maneira geral pode-se adotar, para um edifíciocomercial, que cada TR (tonelada de refrigeração) atende a aproximadamente 20 m2 de área útil.Segundo análises realizadas por diversos fabricantes, estes equipamentos só começam a serviáveis economicamente para sistemas de mais de 400 TR e o principal cuidado na operaçãodesse sistema, que trabalha em vácuo, é com a entrada de ar que pode causar cristalização dassubstâncias utilizadas.

Tabela 6 – Investimento por Tipo de EquipamentoTipo US$/T.R.

Simples estágio De 500 a 600Múltiplos estágios De 600 a 700

.Motores Alternativos de Combustão Interna – O processo de funcionamento desses motoressegue os parâmetros dos ciclos Otto ou Diesel, com os quais convivemos diariamente emautomóveis, ônibus, caminhões e barcos.

O trabalho obtido no eixo do motor é utilizado para o acionamento de equipamentos comoalternadores, bombas e compressores, enquanto que a energia contida nos sistemas de exaustão,lubrificação e refrigeração pode ser em parte aproveitada para calor de processo, aquecimento deágua ou fluido térmico, secagem direta, condicionamento ambiental e até mesmo para a produçãode vapor a baixa pressão e temperatura.

Com a utilização de equipamentos auxiliares adequados como compressores, catalisadores,turbocompressores, pré-aquecedores, resfriadores e de eficientes sistemas de controle egerenciamento de operação, pode-se utilizar combustíveis alternativos aos tradicionais líquidosleves e gasosos, com alto rendimento.

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Além da alta eficiência na conversão da energia em trabalho, os sistemas de cogeração com estesequipamentos têm como principais características o baixo investimento inicial, facilidade deoperação e manutenção, limitações de potência por unidade instalada e uma restrita faixa detemperatura para a utilização do calor residual no processo produtivo.

Em relação à quantidade de energia introduzida nesse tipo de equipamento, pode-se estabeleceros seguintes parâmetros para seu funcionamento :

Tabela 7 – Parâmetros de FuncionamentoGeração de eletricidade 39 %Sistema de refrigeração e lubrificação 31 %

Sistema de escape 23 %Perdas 7 %

Os motores alternativos de combustão interna apresentam como principais características aeficiência na geração de eletricidade e pequena sensibilidade no que se refere à alterações em suacarga. Um motor funcionando a 100% de sua capacidade nominal pode apresentar umrendimento de até 42 % enquanto que a meia carga esse valor pode atingir 38%. Esses valoresforam obtidos em condições ideais de funcionamento e servem para simples referência.

O consumo específico desse tipo de equipamento varia em função do porte da instalação, de suascaracterísticas operacionais e do tipo do insumo utilizado.Pode-se utilizar como parâmetro os seguintes valores :

Tabela 8 – Consumo EspecíficoFaixa de Potência Consumo específico kcal/kWh

Até 450 kW 2.668De 450 a 800 kW 2.437De 1.700 a 5.200 kW 2.100De 5.200 a 16.000 kW 1.851

Obs. : Esses dados referem-se a equipamentos utilizando gás natural.

O investimento nos motores alternativos de combustão interna depende, basicamente, dosequipamentos auxiliares que comporão o sistema, da potência instalada, do tipo de combustívelutilizado e da origem do motor.

Pode-se adotar um valor de referência da ordem de US$ 350/kW instalado no país de origem doequipamento.

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VI. 3 - Aspectos Legais

A reestruturação do setor elétrico brasileiro introduziu uma série de medidas que visamproporcionar maior competição e eficiência ao sistema. Dentre estas medidas destacam-se:

• A atividade de comercialização de energia elétrica que compreende a compra, a importação,exportação e venda de energia elétrica a outros comercializadores, ou a consumidores que tenhamlivre opção de escolha do fornecedor;

• Consumidores Livres - Respeitados os contratos de fornecimento vigentes os seguintesconsumidores poderão exercer opções na compra de energia elétrica no atendimento da totalidadeou parte da sua demanda :

. Consumidores em cuja unidade consumidora a demanda contratada totalize, em qualquer segmento horo-sazonal, no mínimo 10 MW e tensão igual ou superior a 69 kV;

. Novos consumidores, ligados após 8 de julho de 1995, com demanda, em qualquer segmento horo-sazonal, no mínimo 3 MW, atendidos em qualquer tensão;

. A partir de 08/07/00 consumidores com demanda, em qualquer segmento horo-sazonal no mínimo 3 MW e tensão igual ou superior a 69 kV;

. Consumidores com demanda, em qualquer segmento horo- sazonal, no mínimo 500 kW, em qualquer tensão, podem comprar de aproveitamento hidráulico destinado à PIE ou autoprodutor com características de PCH com potência entre 1 e 30 MW.

Após julho de 2003, o Poder Concedente poderá vir a diminuir os limitesde carga e tensão que caracterizem os consumidores cativos.

• As transações de compra e venda de energia elétrica, nos sistemas elétricos interligados serãorealizadas no âmbito do Mercado Atacadista de Energia – MAE instituído mediante acordo demercado a ser firmado entre os interessados;

• Para garantir a utilização e a comercialização da energia produzida, o PIE e o autoprodutorterão assegurado o livre acesso aos sistemas de transmissão e de distribuição de concessionárias epermissionárias de serviço público de energia elétrica, mediante o ressarcimento do custo dotransporte envolvido;

• Considera-se Autoprodutor de energia elétrica a pessoa física ou jurídica ou empresas reunidasem consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétrica destinada aoseu uso exclusivo. A ANEEL pode autorizar a comercialização, eventual e temporária, pelosautoprodutores de seus excedentes de energia elétrica;

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• Considera-se Produtor Independente de Energia Elétrica, a pessoa jurídica ou empresasreunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétricadestinada ao comércio, de toda ou parte da energia, e produzida por sua conta e risco. O PIEpoderá comercializar potência e/ou energia com :

. Concessionária ou permissionária de serviços públicos de energia elétrica;

. Consumidores livres;

. Consumidores de E.E. integrantes de complexo industrial ou comercial, aos quais forneça vapor ou outro insumo oriundo de processo de cogeração;

. Conjunto de consumidores de energia elétrica, independente de tensão e carga, nas condições previamente ajustadas com o concessionário local de distribuição;

. Qualquer consumidor que demonstre ao poder concedente não ter o concessionário local lhe assegurado o fornecimento no prazo de até 180 dias, contado da respectiva solicitação.

• Reserva de capacidade é o montante de potência (MW) requerido dos sistemas de transmissão edistribuição, quando da ocorrência de interrupções ou reduções temporárias na geração de energiaelétrica das usinas de autoprodutores ou produtor independente. A energia elétrica necessáriadurante o período de indisponibilidade ou redução de geração das unidades do autoprodutor ouprodutor independente de energia elétrica (MWh) poderá ser adquirida diretamente do MAE, oupor meio de contratos bilaterais de compra de energia elétrica livremente negociados;

• Resolução N° 112 de 18 de maio de 1999 estabelece os requisitos necessários à obtenção deRegistro ou Autorização para a implantação, ampliação ou repotenciação de centrais geradorastermoeléctricas, eólicas e de outras fontes alternativas de energia;

• Resolução N° 21 de 20 de janeiro de 2000 estabelece os requisitos necessários à obtenção dequalificação, junto à ANEEL, de centrais cogeradoras de energia, para fins de participação daspolíticas de incentivo à cogeração.

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VII - ILUMINAÇÃO

O desenvolvimento de um sistema de iluminação deve ter como objetivo o conforto visual daspessoas e ser baseado em função da atividade desenvolvida, características e integraçãoarquitetônica, eficiência energética e custos de instalação, operação e manutenção. Para tanto,parâmetros como a idade das pessoas, tempo disponível para a observação, tamanho dos objetosque compõem a tarefa, contrastes necessários, iluminâncias mínimas necessárias no campo detrabalho e no restante do ambiente, reprodução de cores, uniformidade, ofuscamento,caracterização do ambiente, destaques, etc. devem ser caracterizados e considerados nodesenvolvimento do projeto.

VII.1 - Conceitos Básicos

Um adequado sistema de iluminação deve ser baseado nos seguintes conceitos :

Contraste – Geralmente o desempenho visual aumenta com o aumento do contraste entre duaspartes de uma tarefa visual, observadas simultânea ou sucessivamente;

Idade – Com o avanço da idade são necessários maior iluminância e maior contraste para seobter um desempenho visual satisfatório. A idade dos usuários é, portanto, um importante fatorpara a determinação do nível de iluminância adequado para a realização de uma tarefa visual epode ser caracterizado da seguinte forma :

Iluminância – É a quantidade de luz que incide sobre uma superfície. A iluminância existente emcada local do ambiente é medida por um aparelho chamado luxímetro. As medições devem serfeitas em vários pontos e sem interferências externas para que o sistema seja capaz de atender àsnecessidades, determinadas pela atividade desenvolvida, em todas as ocasiões;

Índice de Reprodução de Cor – A reprodução de cores de uma lâmpada é medida por uma escalachamada IRC (Índice de Reprodução de Cores). Quanto mais próximo este índice for de 100(reprodução de cores com luz solar), mais fielmente as cores serão vistas, pois o que enxergamosé o reflexo da luz que ilumina os objetos;

02468

10121416

10 anos 20 anos 30 anos 40 anos 50 anos 60 anos

Iluminância Relativa

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Luminância – É a quantidade de luz que chega até o olho humano após ser refletida por umasuperfície;

Ofuscamento – É a sensação de desconforto visual causada por uma fonte de luz de grandeintensidade em comparação à luminosidade geral;

Propriedades de Reflexão e Absorção – Grande parte da luz emitida por uma fonte (artificial ounatural) é refletida, absorvida ou difundida por superfícies externas, internas e mobiliário, antesde chegar aos olhos do observador;

Temperatura de Cor – Índice relacionado ao tom da cor que o sistema de iluminação dá aoambiente e não ao calor emitido.

. Ao amanhecer, o sol tem um tom mais avermelhado, mais quente. Esta característica acaba transmitindo uma sensação de maior aconchego e relaxamento;. À medida que o dia vai passando, sua luz vai ficando mais amarela até se tornar bem branca, mais fria. Esta característica acaba transmitindo uma sensação de maior atividade.

Em lâmpadas, a temperatura de cor é medida em graus Kelvin (°K) e pode ser caracterizadaatravés da seguinte forma :

VII.2 - Características dos Sistemas

A eficiência de um sistema de iluminação artificial é função das características técnicas dosequipamentos (lâmpadas, luminárias, reatores, etc.), correto dimensionamento dos circuitos dedistribuição, adequado programa de manutenção, cores e materiais utilizados no ambiente,atividade desenvolvida e análise de seus impactos ambientais. A correta integração desteselementos resultará em ambientes iluminados adequadamente, fornecendo altos níveis deconforto visual e baixo consumo de energia.

Mostra-se a seguir, algumas características dos principais equipamentos que compõem umsistema de iluminação :

Temperaturade Cor

Quente Neutra Fria Luz do dia

Temperaturaem (°K)

3.000 3.500 4.100 5.000

Efeitosassociados asensações

Amigável,íntimo, pessoal,exclusivo

Amigável,convidativo,intenso

Preciso, claro,limpo, eficiente

Brilhante,excitante, alerta

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Lâmpadas – A escolha adequada deste equipamento é baseada em sua eficiência luminosa,reprodução de cores e vida útil, caracterizados da seguinte forma :

Eficiência luminosa – Índice utilizado para caracterizar a eficiência de uma lâmpada, sendoobtido pela relação entre o fluxo luminoso emitido e a potência requerida do sistema.

Reprodução de cores – Dentro do espectro visível da radiação eletromagnética, compreendidoentre 780nm (infravermelho ) e 380nm (ultravioleta), o olho humano registra além da impressãoluminosa, a cor que está vinculada a um determinado comprimento de onda.

Como as fontes artificiais emitem luz em faixas diferentes e específicas do espectro visível,também reproduzem as cores de maneira diferente, em função de suas características técnicas econstrutivas, devendo ser portanto, selecionadas aquelas que se adaptem às necessidadesespecíficas de cada ambiente e atividade.

Vida útil – A vida útil de uma lâmpada é determinada pelo número de partidas, temperaturaambiente, qualidade dos equipamentos auxiliares e tensão de alimentação. Cada tipo de lâmpadapossui uma determinada curva média de mortalidade desenhada em função do número de horasde operação, número de equipamentos em funcionamento e manutenção do fluxo luminosodentro de padrões aceitáveis

Mostra-se a seguir as principais características técnicas, construtivas e de uso das principaislâmpadas encontradas no mercado :

Incandescente – Produz luz pela emissão de radiação de seu filamento, que é levado àincandescência devido à elevação de sua temperatura, com a passagem de corrente elétrica. Alâmpada incandescente não precisa de equipamentos auxiliares para seu funcionamento, podendoser conectada diretamente às instalações de distribuição.

O fluxo luminoso descresse ao longo de sua vida devido à diminuição de temperatura nofilamento, causada pelo aumento da resistência provocado pela evaporação do tungstênio. Esseprocesso causa também o escurecimento do bulbo, contribuindo para a diminuição do fluxoluminoso emitido. A curva média de mortalidade mostra que ao final de sua vida ,50% daslâmpadas permanecem acesas.

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INCANDESCENTEUtilização Em ambientes onde é necessária uma boa reprodução de cor e uma sensação

amigável, como : residências, vitrines, indústrias têxtil, tintas e gráficas.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentosauxiliares

200 a 8.400 8 a 18 25, 40, 60,100, 150, 200,

300, 500

1.000 Muito boaIRC próximo de

100

Nenhum

Observação Fonte de luz muito versátil que é ainda amplamente utilizada. Neste tipo delâmpada aproximadamente 10% da energia consumida é transformada em luz.As lâmpadas incandescentes refletoras possuem uma camada refletora nasuperfície interna do bulbo, proporcionando uma luz dirigida.

INCANDESCENTE HALÓGENAUtilização Em faróis de automóveis, projetores fotográficos, luzes de orientação das

pistas de aeroportos, realce de objetos em vitrines, galerias, etc.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentosauxiliares

5.100 a 24.000 17 a 22 300 a 2.000 2.000 Muito boaIRC próximo de

100

Nenhum

Observação Fonte de luz de tamanho reduzido, são fabricadas com diversas formas emfunção de sua aplicação e potência. Seu sistema de funcionamento propicia aauto-limpeza da ampola, mantendo o mesmo fluxo durante toda vida útil.

INCANDESCENTE HALÓGENA DICRÓICAUtilização Iluminação de destaque para quadros, vitrines e outros objetos sensíveis à

incidência de radiação infravermelha.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentosauxiliares

380 a 1.800 19 a 24 20 a 75 2.000 Muito boaIRC próximo de

100

Transformador

Observação Conta com as mesmas vantagens da halógena normal possuindo ainda umespelho refletor multifacetado dicróico que transmite na direção contrária aofoco (para trás da lâmpada) cerca de 66% da radiação infra vermelha emitida.A maioria dos modelos de lâmpadas dicróicas operam em tensão de 12Vtornando necessária a utilização de transformadores.

Descarga – Neste tipo de lâmpada, a luz é produzida pela passagem da corrente elétrica atravésde um gás contido em um tubo de descarga. Normalmente, o principal gás contido no tubo dá o

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nome à lâmpada e caracteriza sua radiação. A maioria das lâmpadas de descarga necessita deequipamentos auxiliares para controlar as características do processo (reatores/ignitores).

LUZ MISTAUtilização Postos de gasolina, jardins, vias públicas, indústrias.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentoauxiliar

3.150 a 13.500 20 a 27 160, 250, 500 6.000 RegularIRC em torno de

60

Nenhum

Observação As lâmpadas mistas apresentam um filamento de tungstênio com um tubo dedescarga, que além de servir como um dispositivo limitador de corrente,substitui o reator. Pode ser conectada diretamente à rede e sua posição defuncionamento pode variar com a potência e com o fabricanteTempo médio de acendimento : 3 minutos

FLUORESCENTE COMPACTAUtilização Residências, hotéis, restaurantes, teatros, luminárias de mesa, balizamentos e

principalmente para substituição de lâmpadas incandescentes.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentos

400 a 2.900 44 a 69 9, 11, 15, 20,23, 26, 32

10.000 Regular / Muitoboa

IRC de 54 a 82

Reator / starter

Observação Alguns modelos possuem reator eletrônico já incorporado e/ou adaptador tiporosca, que possibilita a substituição imediata das lâmpadas incandescentes,aproveitando a instalação existente. A eficiência destas lâmpadas é similar àslâmpadas fluorescentes comuns, porém têm a vantagem de apresentardimensões reduzidas.

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FLUORESCENTEUtilização Instalações comerciais, escritórios, oficinas, hospitais, escolas, etc.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentos

650 a 9.500 56 a 75 15 a 110 10.000 Regular / Muitoboa

IRC de 66 a 85

Reator /starter

Observação Acendimentos muito freqüentes encurtam a vida útil da lâmpada. A eficiênciaenergética do conjunto depende da utilização dos equipamentos auxiliaresadequados e com poucas perdas. Existe atualmente no mercado, uma novageração de lâmpadas de maior eficiência que possuem tubos de diâmetrosmenores revestidos com pós especiais, que garantem uma boa reprodução decor.

VAPOR DE MERCÚRIO DE ALTA PRESSÃOUtilização Uso geral em grandes áreas, internas ou externas.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentosauxiliares

3.500 a 22.000 44 a 55 80, 125, 250400

9.000 a15.000

RegularIRC em torno de

40

Reator

Observação Emite uma luz de cor branca azulada e apresenta pequena depreciação dofluxo luminoso durante sua vida útil.A depreciação do fluxo luminoso ao final de sua vida útil atinge um valormédio de 80%.Tempo médio de acendimento : 4 minutos

VAPOR METÁLICOUtilização Galpões industriais, piscinas cobertas, supermercados, áreas desportivas ou

para iluminação externa como fachadas, monumentos e canteiros de obra.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentosauxiliares

4.900 a 40.000 70 a 100 70, 150, 250 ,400

15.000 Muito boaIRC de 60 a 93

Reator/ignitor

Observação Alguns modelos aparecem em pequenos bulbos tubulares que possibilitamsua utilização em luminárias menores. Devido à sua boa reprodução de coressão utilizadas em locais onde ocorrem filmagens ou televisionamento.O posicionamento de funcionamento destas lâmpadas é muito importante paraseu perfeito desempenho.Tempo médio de acendimento : 3 minutos

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VAPOR DE SÓDIOUtilização Vias públicas, viadutos, estacionamentos, depósitos, fachadas, etc.Fluxo luminoso

(lm)Eficiêncialuminosa(lm/W)

Potênciasmais comuns

(W)

Vidaútil (h)

Reprodução decor

Equipamentosauxiliares

6.000 a 50.000 80 a 125 70, 150, 250,400

16.000 a24.000

RazoávelIRC em torno de

20

Reator/ignitor

Observação É atualmente o tipo de lâmpada de maior eficiência luminosa. Oinconveniente é a curva de distribuição espectral, pois a emissão de luz ocorreapenas em comprimentos de ondas próximos do amarelo, distorcendoparcialmente a percepção das outras cores. Por esta razão sua aplicação éaconselhável apenas onde a distinção das cores tem menor importância e oreconhecimento dos objetos por contraste é predominante.As atuais lâmpadas de vapor de sódio mantêm um excelente fluxo luminosochegando ao final de sua vida útil com cerca de 90% do valor inicial.Tempo médio de acendimento : aproximadamente 4 minutos

Luminárias – Considera-se luminária todo aparelho capaz de direcionar, filtrar e controlar a luzemitida por uma ou mais lâmpadas e que contenha todos os equipamentos e acessóriosnecessários para fixar, proteger e alimentá-las. A eficiência de uma luminária é dada pela relaçãoentre o fluxo luminoso transmitido pela luminária ao ambiente e o fluxo luminoso total fornecidopelas lâmpadas nela contida.

Devido à grande diversidade de modelos, finalidades e modos de instalação, a classificação dasluminárias pode ser feita baseando-se na percentagem do fluxo luminoso dirigido para cima oupara baixo, em relação a um plano horizontal de referência, onde está situada a luminária, daseguinte forma: :

CLASSIFICAÇÃO FLUXO LUMINOSO EM RELAÇÃO ÀHORIZONTAL (%)

PARA CIMA PARA BAIXODIRETA 0 - 10 90 - 100SEMI-DIRETA 10 - 40 60 - 90GERAL –DIFUSA 40 - 60 40 - 60DIRETA-INDIRETA 40 - 60 40 - 60SEMI-INDIRETA 60 - 90 10 - 40INDIRETA 90 - 100 0 - 10

A seleção de uma luminária depende da finalidade do projeto, padrão arquitetônico utilizado,eficiência e distribuição luminosa. A curva de distribuição luminosa é a representação dasintensidades proporcionadas pela luminária nas diversas direções, normalmente apresentada emgráficos de coordenadas polares fornecido pelo fabricante.

Alguns modelos de luminárias possuem elementos de controle de luz que têm como finalidadedirigir a luz para as áreas desejadas e permitir uma redução do efeito de ofuscamento. Este

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ofuscamento ocorre, normalmente, quando a luz atinge o campo visual em um ângulo superior a45 graus, tomado a partir da vertical do centro ótico da luminária.

Dentre os materiais habitualmente utilizados como elementos de controle de luz, destacam-se osespelhos de alumínio polido, devido ao seu alto grau de maleabilidade e elevado índice dereflexão. A forma dos espelhos refletores depende exclusivamente das direções nas quais sedeseja obter maior intensidade de luz.

A manutenção das instalações também influi no nível de iluminação, pois a poeira e a sujeiraacumulada nas lâmpadas e luminárias podem diminuir o fluxo luminoso do conjunto em até 50%.

Reatores - são dispositivos utilizados para a operação adequada das lâmpadas de descarga, cujafunção é limitar a corrente e fornecer as condições necessárias para a partida. A escolha de umadequado conjunto lâmpada/reator deve levar em consideração o desenvolvimento tecnológicodos equipamentos e a eficiência energética.

Os primeiros passos para a determinação de um equipamento eficiente são em função das perdaselétricas e do elevado fator de potência, pois reatores não especificados corretamente podemreduzir a vida de uma lâmpada e a produção luminosa em respectivamente, até 50% e 30%.

Os reatores podem ser classificados conforme suas características básicas de funcionamento emeletromagnéticos e eletrônicos. Os reatores eletromagnéticos possuem, por suas própriascaracterísticas construtivas, um fator de potência da ordem de 0,35 a 0,50 o que pode prejudicar esobrecarregar o sistema de alimentação. Para minimizar esta situação, deve-se especificar autilização de reatores com alto fator de potência ou recorrer-se à instalação de capacitores.

Os reatores eletrônicos apresentam perdas reduzidas (reduzindo o aquecimento do ambiente),fator de potência elevado (em torno de 0,95), evitam o efeito estroboscópico, não produzem ruídoaudível, possibilitam, em muitos casos, a dimerização e operam em freqüências entre 30 e 70kHz, faixas em que as lâmpadas apresentam eficiência luminosa máxima. A vida útil dosreatores é afetada pela tensão de alimentação, pelo tipo de lâmpada utilizado, umidade e por suacapacidade de dissipação de calor.

Mostra-se a seguir, algumas características de reatores para lâmpadas de vapor de sódio, mercúrioe um quadro comparativo entre reatores eletromagnéticos e eletrônicos para lâmpadasfluorescentes :

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REATORES PARA LÂMPADAS A VAPOR DE SÓDIOPOTÊNCIA DALÂMPADA (W)

PERDAS(W) POTÊNCIA DOSISTEMA (W)

70 15 85150 26 176250 27 267400 54 4501000 111 1111

REATORES PARA LÂMPADAS A VAPOR DE MERCÚRIO80 10.9 90.9125 15.5 140.4250 27.7 277.7400 39.5 439.51000 75.2 1075.2

REATORES ELETROMAGNÉTICOS P/ LÂMPADAS FLUORESCENTES (*)POTÊNCIA DALÂMPADA (W)

PERDAS(W) POTÊNCIA DOSISTEMA (W)

1X16 15.0 31.01X20 15.0 35.02X16 18.5 50.02X20 18.0 58.02X32 22.0 86.0

REATORES ELETRÔNICOS PARA LÂMPADAS FLUORESCENTES (*)1x18 1 192x18 4 402x32 7 71

(*) Tensão de 220V

Circuitos de Distribuição - A operacionalização do sistema de iluminação depende dascaracterísticas técnicas do circuito de alimentação e dos equipamentos auxiliares utilizados. Adivisão dos circuitos de iluminação e a utilização de interruptores, sensores de presença, relêsfotoelétricos, etc. são recursos que devem ser previstos no projeto, visando a redução do consumode energia e melhorando o desempenho dos sistemas de iluminação.

Em diversas edificações, em particular nos edifícios de escritórios, verifica-se a utilização de umúnico circuito de distribuição para várias salas, ambientes ou andares inteiros e a inexistência deinterruptores. Esta prática causa grande desperdício, pois obriga o acendimento de todas as luzesquando o que realmente se quer é iluminar apenas um posto de trabalho. O mais indicado para seevitar este tipo de problema, é dividir os circuitos, por área, ou conforme o tipo de tarefadesenvolvida.

Outro ponto importante na divisão dos circuitos, diz respeito à separação daqueles que servemáreas de circulação e áreas de trabalho, pois estes apresentam necessidades de iluminação ecaracterísticas de operação diferentes. A divisão por circuito pode permitir também o

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funcionamento de apenas uma parte das luminárias em atividades específicas, como a realizaçãodo processo de limpeza de forma setorizada.

A utilização da iluminação natural, de uma maneira eficiente, deve ser prevista no projeto deforma a incorporá-la nos conceitos que permitam a diminuição da iluminação artificial em horase locais específicos para cada caso analisado.

Um adequado dimensionamento da capacidade de condução de corrente dos circuitos, capacidadedos eletrodutos, qualidade dos equipamentos utilizados, temperatura de funcionamento,desenvolvimento de um adequado plano de manutenção e a utilização de dispositivos de proteçãosão fundamentais para a proteção das instalações, contra sobrecargas e curto- circuito e aspessoas, contra choques elétricos.

VII.3 - Dimensionamento do Sistema

Na elaboração de um projeto de iluminação artificial interna, devem ser atendidos algunsrequisitos, tais como:

• Obter nível de iluminação adequado em função das características de utilização do ambiente, baseado em normas técnicas;

• Garantir uma iluminação uniforme dos planos de trabalho, evitando grandes diferenças de luminância dentro do campo visual que podem causar ofuscamento e impressão de mal estar;

• Oferecer uma correta reprodução de cores dos objetos e ambientes iluminados;

• Utilizar equipamentos energeticamente e ambientalmente eficientes;

• Adaptar o sistema de iluminação às características estéticas do local.

O primeiro passo para se obter um ambiente confortável e adequado à tarefa a ser realizada é aobservância dos níveis de iluminância recomendados pelas Normas Técnicas da ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas, tomando-se como referência os valores tabeladosem função da atividade desenvolvida e da influência das seguintes características :

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CARACTERÍSTICAS FATOR A SERCONSIDERADO

Idade Inferior a 40 anos40 a 55 anos

Superior a 55 anosVelocidade e Precisão Sem importância

ImportanteCrítica

Refletância do Fundo daTarefa

Superior a 70 %30 a 70 %

Inferior a 30%

A iluminância deve ser medida em vários pontos do campo de trabalho, através de um luxímetro,e não deve apresentar diferenças entre os valores encontrados, superiores a 30% da determinada àtarefa realizada. O restante do ambiente não deve apresentar iluminância inferior a 10% daadotada no campo de trabalho. Mostra-se a seguir, uma tabela com iluminâncias por finalidade etipo de tarefas visuais desenvolvidas que podem ser utilizadas como referência :

FINALIDADE ILUMINÂNCIA(lux)

TIPO DE TAREFAS

20 a 50 Áreas públicas com arredores escuros.Iluminação geral para áreas usadasinterruptamente ou com

50 a 100 Orientação simples para permanênciacurta.

tarefas visuais simples 75 a 150 Corredores e escadas.100 a 200 Recintos não usados para trabalho

contínuo; depósitos.

200 a 500Tarefas com requisitos visuaislimitados, trabalho bruto demaquinaria, auditórios, salas de aula.

Iluminação geral para áreas de 300 a 750 Quadros negros.trabalho

500 a 1000Tarefas com requisitos visuaisnormais, trabalho médio demaquinaria, escritórios.

1000 a 2000Tarefas com requisitos especiais,gravação manual, inspeção, indústriade roupas.

2000 a 5000 Tarefas visuais exatas e prolongadas,eletrônica de tamanho pequeno.

Iluminação adicional para tarefasvisuais difíceis

5000 a 10000 tarefas visuais muito exatas,montagem de micro-eletrônica.

10000 a 20000 Tarefas visuais muito especiais,cirurgias.

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UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE59

Atenção : Estes índices são de referência e servem para a finalidade institucionaldeste trabalho. Consulte sempre a ABNT- Associação Brasileira de NormasTécnicas.

A determinação da quantidade de luminárias começa com a determinação do índice do ambiente(K), que é função das dimensões do recinto e da altura correspondente à fonte luminosa artificiale ao campo de trabalho, da seguinte forma :

( )Κ =×

× +a b

h a b

onde:a = largura do ambiente (m)b = comprimento do ambiente (m)h = distância entre luminária e plano de trabalho (m)

A seguir, determina-se o índice de reflexão (δ) correspondente aos fatores das cores e ao tipo deacabamento do teto, paredes e piso, conforme a tabela a seguir :

MATERIAL FATOR(%)

CORES FATOR (%)

Asfalto 7 Muito escuras 0 – 15Cal 85 – 88 Escuras 15 – 30Cerâmica vermelha 25 – 60 Médias 30 – 50Concreto aparente 20 – 50 Claras 50 – 70Gesso (branco) 90 – 95 Muito claras 60 – 80Granito 40 Brancas 85 – 95Granolite 17 Cinza 25 – 60Macadam 18 Pérola 72Mármore branco 45 Alumínio polido 60 – 90Pedregulho 13 Aço inox 55 – 65Terra 1 – 20 Amarelo 30 – 70Tijolo 13 – 48 Azul 5 – 55Grama escura 6 Bege 26 – 65Espelhos 90 – 100 Creme 60 – 70Madeira clara 13 Marfim 70 – 80Madeira escura 7 – 13 Preto 4 – 8Papel branco 80 – 85 Rosa 35 – 70Tronco de árvore 3 – 5 Verde 12 – 60Veludo preto 1 Vermelho 10 – 35A determinação do índice de reflexão (δ) é feita da seguinte forma :Teto : creme – 70%; Paredes : concreto – 30%; Piso : madeira escura –10%

δδδδ = 731

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A luminária escolhida para o ambiente, em função dos parâmetros anteriormente determinados,possui entre os dados técnicos fornecidos pelo fabricante, uma tabela que caracteriza o fator deutilização (Fu) em função do índice do ambiente (K), e do índice de reflexão (δ) apresentada,normalmente, da seguinte forma :

K/δδδδ 751 731 711 551 531 511 331 311 0000,60 0,27 0,24 0,21 0,26 0,23 0,21 0,23 0,21 0,200,80 0,32 0,28 0,26 0,31 0,28 0,26 0,28 0,26 0,251,00 0,35 0,32 0.30 0,35 0.32 0,30 0,32 0,30 0,291,25 0,39 0,36 0,34 0,38 0,36 0,34 0,35 0,33 0,321,50 0,41 0,39 0,37 0,40 0,38 0,36 0,38 0,36 0,352,00 0,45 0,42 0,41 0,44 0,42 0,40 0,41 0,40 0,392,50 0,47 0,45 0,43 0,46 0,44 0,43 0,44 0,42 0,413,00 0,48 0,46 0,45 0,47 0,46 0,45 0,45 0,44 0,434,00 0,49 0,48 0,47 0,48 0,47 0,47 0,47 0,46 0,455,00 0,50 0,49 0,48 0,49 0,48 0,48 0,48 0,47 0,46

A depreciação das instalações por envelhecimento dos equipamentos e o trabalho de manutençãodesenvolvido na unidade, são fatores que devem ser levados em consideração na realização doprojeto. Uma das formas de se considerar estas variáveis é através da determinação do fator demanutenção (Fm), em função do tipo da luminária e do ambiente de trabalho, da seguinte forma :

TIPO DA LUMINÁRIA AMBIENTE FmMuito limpo 0,90Limpo 0,85

Aberta para Iluminação Médio 0,75Interna Sujo 0,65

Muito sujo 0,55Muito limpo 0,95Limpo 0,90

Fechada para Iluminação Médio 0,80Interna Sujo 0,70

Muito sujo 0,60Fechada para Iluminação 0,85

Externa

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A quantidade de luminárias para o ambiente analisado é dada pela seguinte relação :

Lux x (a x b)Q = Fl x n x Fu x Fm

onde :Q – Quantidade de lumináriasLux – Iluminância média adequada ao ambiente (valor tabelado)a,b – Dimensões do ambiente (m)Fl – Fluxo luminoso da lâmpada (dado do fabricante)n – Número de lâmpadas por lumináriaFu – Fator de utilizaçãoFm – Fator de manutenção.

A distribuição das luminárias deve ser uniforme, afastada das paredes e respeitando asintensidades luminosas proporcionadas nas diversas direções (encontrada na curva dedistribuição).

Quando o ambiente necessitar de diferentes níveis de iluminação, utilize uma iluminação geral euma localizada no plano de trabalho tornando assim mais eficiente o sistema.

A análise do sistema sob um ponto de vista mais amplo que a relação econômico-financeira podedeterminar que nem sempre a solução com custo inicial mais baixo será a mais econômica, seconsiderarmos o custo de operação durante toda a vida útil do sistema e os impactos ambientais.

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VIII - MOTORES ELÉTRICOS

Ao se analisar os equipamentos consumidores de energia elétrica no setor industrial, detectou-seque os motores elétricos representam mais de 50% do consumo deste insumo, no setor. Estesequipamentos encontram-se normalmente distribuídos em uma ampla faixa de potência eutilizações, que abrange desde máquinas voltadas ao processo industrial, até sistemas deventilação e condicionamento ambiental.

Em muitos casos, a escolha do tipo de motor que irá realizar o acionamento de um determinadoequipamento é feita pelo critério do menor custo inicial, desprezando-se os custos de operação eos impactos provocados ao longo de sua vida útil. Somando-se a este fato, a falta de critériosadequados de dimensionamento e de padronização dos equipamentos, encontramos na maioriados casos, motores com potências significativamente superiores às necessárias.

A utilização de equipamentos superdimensionados, que erroneamente muitos acreditam ser umareserva de potência, não adequados à fnalidade a que se destinam, provoca grande desperdício deenergia.

ESTRUTURA DO CONSUMO DEELETRICIDADE NO SETOR INDUSTRIAL

BRASIL

ILUMINAÇÃO2 %MOTORES

51 %

AQUECIMENTO 20 % PROCESSOS

ELETROQUIMICOS21 %

REFRIGERAÇÃO6 %

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VIII. 1 - Tipos de Motores

Os motores elétricos existentes no mercado podem ser classificados, quanto à forma de corrente(contínua ou alternada). Os motores de corrente contínua apresentam as seguintes característicasprincipais:

• Possibilidade de regulação precisa da velocidade (com a variação da voltagem);• Custo elevado em relação ao similar em corrente alternada;• Necessidade de instalação de fontes em corrente contínua ou retificadores;• Volumosos e menos eficientes em relação aos de corrente alternada.

Os motores de corrente alternada podem, dependendo do tipo, serem síncronos ou assíncronos.Os motores síncronos operam em velocidades fixas, apresentam rendimento um pouco maiselevado do que os assíncronos, ou de indução, e fator de potência unitário. O custo deste tipo demotor é no entanto elevado, principalmente quando se trata de motores de pequena potênciaficando, assim, seu uso restrito a equipamentos de grande potência, nos quais a velocidadeconstante é fundamental (como empresas têxteis)

Os motores de indução são simples, robustos e mais baratos do que os citados anteriormente,sendo, portanto, usados em quase todos os tipos de máquinas, onde suas características variam deacordo com a carga aplicada no eixo. Portanto, as considerações a seguir apresentadas, baseiam-se neste tipo de equipamento.

VIII. 2 - Dimensionamento de Motores

Dentre as principais características a serem consideradas no dimensionamento de motoreselétricos, destacam-se a temperatura de operação, número de partidas e o tipo de carga a seracionada. A utilização racional dos recursos é baseada na análise do rendimento e do fator depotência do equipamento em função da carga acionada, pois para um determinado motor elétrico,quanto menor for o carregamento menores serão estes valores.

O funcionamento deste tipo de equipamento é baseado no desenvolvimento de um campomagnético interno, que é formado pela passagem da corrente nos enrolamentos. A principalconseqüência desta característica é a não realização de trabalho útil de uma parcela da energiademandada do sistema elétrico, que pode ser representada pela relação denominada fator depotência.

Fator de Potência caracteriza a relação entre a energia queefetivamente realiza trabalho e a total demandada. Portanto, quantomais próxima esta relação for de um valor unitário, melhor para ainstalação e para o sistema elétrico.

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Nem sempre é possível instalar um motor com potência adequada àquela efetivamente necessária,pois os motores são oferecidos em potências pré-determinadas e a fabricação especial de ummotor, com potência diferente do padrão do fabricante, seria anti-econômica, portanto, procure oque mais se adeqüe às suas necessidades sem se preocupar com reserva de potência. Quando oregime de trabalho for contínuo, deve-se especificar o motor para operar entre 75% e 100% dacarga, o que corresponde a uma faixa de rendimento ótimo.

Como critérios de dimensionamento adequados nem sempre são levados em consideração,estima-se que cerca de 30% dos motores instalados no parque industrial nacional encontram-sesuperdimensionados. O potencial de economia alcançado com o adequado acionamento de umacarga, pode ser representado da seguinte forma :

Qual a economia obtida, considerando-se somente os rendimentos dosmotores, com o acionamento adequado de uma carga equivalente a 25 c.v.?As opções de acionamento são :

. motor de 25 c.v. ou

. motor de 100 c.v.

Carga equivalente a ser atendida = 25 c.v.

Rendimento de um motor de 25 c.v. no atendimento da carga (gráfico 1) :89 %

Rendimento de um motor de 100 c.v. no atendimento da carga (gráfico 2)78 %

Determinação da Potência solicitada (Ps) :

Ps = Po x 0,736 x 100/η%

onde :Po = carga equivalente a ser atendida;η% = rendimento do motor

D

Ps2 = 25 x 0,736 x 100/78 Ps2 = 23,59 kW

Ps1 = 25 x 0,736 x 100/89Ps1 = 20,67 kW

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iferença anual no consumo (Dc) de energia elétrica :

Dc = (23,59 – 20,67) x 24h/d x 30d/mês x 12 meses/anoDc = 25.229 kWh/ano

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Custo da energia desperdiçada (Ced) :

Ced = 25.229 kWh/ano x 0,07231 R$/kWh(média importe industrial Br)

Ced = 1.824,31 R$/ano

Utilização Racional dos Equipamentos

VIII. 3 - Motores de Alto Rendimento

A otimização dos processos de cálculo e a evolução dos projetos dos motores, permitiram adiminuição do peso, tamanho, preço e a redução de fatores de segurança. Estes procedimentosocasionaram a diminuição das quantidades de ferro e cobre contidos nos equipamentos e amelhoria na qualidade da isolação dos enrolamentos, o que permitiu a operação dos motores emtemperaturas mais elevadas. Infelizmente isto ocasionou também a redução do rendimento médiodos motores.

Devido à importância estratégica da utilização racional dos recursos, a indústria de motoresdesenvolveu equipamentos de alto rendimento, mediante o emprego de materiais selecionados,maior quantidade de cobre e ferro, processos de fabricação mais aperfeiçoados e tolerâncias maisestreitas, com características físicas similares aos modelos “standard”, mas com um custo inicialmais elevado.

Estes motores apresentam em média rendimentos da ordem de 10% superiores aos rendimentosde motores convencionais de baixa potência (na faixa de 1 a 5 CV) e de 3% superiores aosrendimentos de motores convencionais de potência elevada (200 CV), permitindo que a energia

0

20

40

60

80

100

0 20 40 60 80 100 120 140

CORRENTE REND COS FI

RENDIMENTO

% POTÊNCIA NOMINAL

AMPERES

8642

0

20

40

60

80

1 00

1 20

0 20 40 60 80 1 00 120 1 40

C O R R EN T E R E N D C O S F I

RENDIMENTO

% POTÊNCIA NOMINAL

AMPERES

400300200100

Gráfico 1MOTOR DE 25 CV

Gráfico 2MOTOR DE 100 CV

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economizada proporcione, em um período de tempo aceitável, o retorno do capital investido,tornando a utilização de motores de alto rendimento uma importante opção tecnológica.

Esta opção pode ser analisada nas seguintes situações :

• Nova aplicação no lugar de um motor convencional;• Motor convencional em uso necessitando ser rebobinado;• Substituição a um motor convencional em operação.

Quanto ao fator de potência, os motores de alto rendimento não são necessariamente maiseficientes do que os convencionais, entretanto se for o caso, sua correção é simples e não muitodispendiosa.

VIII. 4 - Variadores de Velocidade

Em diversos casos podem ocorrem situações em que os motores não são exigidos em suacapacidade nominal durante todo o ciclo de operação. Nestes casos, para se atender àsnecessidades acabam se utilizando recursos que provocam desperdícios de energia. Dentre estesrecursos, destacam-se a utilização de válvulas para redução de vazão, freios mecânicos ouembreagens que dissipam energia sob forma de calor, mas acabam por reduzir a eficiência globaldo equipamento.

Uma das alternativas tecnológicas mais utilizadas atualmente para solucionar estes problemas sãoos variadores de velocidade. Estes equipamentos conseguem diminuir as perdas com a reduçãoda velocidade e mantém o torque necessário para o acionamento dos equipamentos,principalmente os centrífugos, como bombas, ventiladores, compressores, etc.

As outras vantagens na utilização de variadores de velocidade são :

• Melhoria na eficiência do sistema;• Limitação da corrente de partida;• Partidas e paradas mais suaves;• Utilização de motores de menor custo;• Aumento da vida útil dos motores e equipamentos;• Possibilidade de automação do sistema.

É importante salientar, que embora estes equipamentos possibilitem melhores condições detrabalho, isto não significa necessariamente que todos os casos tenham uma relação custo-benefício atrativa, pois as características inerentes a cada processo é que determinarão suaviabilidade.

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VIII. 5 - Instalação, Operação e Manutenção

Procedimentos simples de instalação, operação e manutenção podem trazer enormes benefíciospara a unidade, através das seguintes orientações :

Instalação -• Instale motores em locais isentos de poeiras e que permitam ventilação adequada;

Não instale motores elétricos em espaços exíguos, que limitam acirculação do ar de resfriamento, ou onde existam poeira e materiais levesque podem obstruir as aberturas ou canais, impedindo a passagem do ar ea dispersão do calor. Caso haja necessidade, instale filtros nos sistemasde ventilação.

• Cuidado no posicionamento do motor e com o alinhamento e nivelamento em relação aoequipamento acionado;

Um motor nunca deve ser instalado em uma inclinação qualquer de seueixo, sem que se tenha certeza de suas características de projeto.

• Certifique-se de que a instalação elétrica é adequada para o acionamento do motor.

Operação -• Cuidado com o balanceamento entre fases;

Um desbalanceamento de 3% entre as tensões de fase, pode causar umaumento de até 35% na temperatura do motor, reduzindo seu rendimentoe sua vida útil.

• Opere com partidas e paradas bem equilibradas;• Não utilize, frenagem por contracorrente, ou seja, através de inversão do motor;• Certifique-se de que a temperatura ambiente não ultrapasse valores para os quais o motor foiprojetado;• Evite partidas muito freqüentes, para que a temperatura do motor volte a valores convenientes.

Manutenção -• Limpe cuidadosamente os orifícios de ventilação e as aletas, retirando poeira e materiaisfibrosos;• Verifique freqüentemente o funcionamento do sistema de ventilação;• Verifique freqüentemente o isolamento dos enrolamentos;

A vida útil de um isolante pode ser drasticamente reduzida se houversobreaquecimento representativo no motor, depósitos de poeira formandopontes condutoras e ataque por vapores ácidos ou gases arrastados pelaventilação.

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• Verifique qualquer ocorrência de fumaça;• Observe a ocorrência de ruídos e vibrações;

Vibrações anormais podem ser conseqüência de uma falha noalinhamento, de uma fixação insuficiente ou defeituosa do motor em suabase, de folgas excessivas dos mancais, ou ainda de um balanceamentoinadequado das partes giratórias.

• Observe freqüentemente o estado dos mancais e tenha cuidado ao substituí-los;• Nas paradas de longa duração, trocar periodicamente a posição de repouso dos rotores dosmotores elétricos, assim como das partes móveis das máquinas;• A correta lubrificação dos rolamentos, além de permitir uma melhoria no rendimento, evita aelevação da temperatura. A lubrificação é feita geralmente com graxa mineral. Quando astemperaturas de operação forem elevadas (de 120 °C a 150 °C) ou as velocidades de rotaçãoforem superiores a 1.500 rpm, usa-se óleo mineral. Esses óleos devem ter característicaslubrificantes adequadas às condições de trabalho.

À temperatura de 40°C, a vida útil de um rolamento de esferas emfuncionamento contínuo pode ser de 4 anos ou mais. No entanto, parauma elevação da temperatura de trabalho de 10°C a vida útil diminui, emmédia, 50%.

• Nos motores de pequena potência, a lubrificação inicial na montagem é prevista de modo aassegurar um número elevado de horas de funcionamento. Às vezes, a reserva de graxa ésuficiente para toda a vida útil do equipamento. Já nos motores maiores, há necessidade delubrificação externa. A freqüência de lubrificação depende do projeto dos mancais e dascaracterísticas dos lubrificantes utilizados.• Durante a limpeza, evitar os depósitos de poeira nas caixas de rolamentos.

VIII. 6 – Implementação de Ações

A adoção de medidas simples e de fácil implantação na utilização dos motores elétricos, permiteque a energia seja utilizada da maneira racional, evitando-se assim o seu desperdício. Para tanto,considere as seguintes observações quando da implantação de um Plano de Gestão Energética :

• Percorra as instalações, observando a forma de utilização das diversasmáquinas e equipamentos que possuam motores;• Identifique equipamentos que apresentem interrupções freqüentes ouoperem em vazio.

Verifique se é possível desligar tais equipamentos nos períodosociosos.

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• Verifique a tensão de operação e meça a corrente dos motores mais representativos da unidade para um acompanhamento mais detalhado. (a operação em tensões diferentes da projetada, provoca aquecimento desnecessário e conseqüentes perdas de energia);• Desenvolva um adequado programa de manutenção e evite partidas simultâneas.

IX - RECUPERAÇÃO DE CALOR

O uso adequado da energia térmica, conhecida como residual, é uma das principais áreas deatuação para a introdução do conceito de eficiência energética e preservação ambiental, pois visaa máxima utilização do calor gerado.

A determinação da possibilidade da recuperação de calor nos processos produtivos, será baseadanos dados constantes do cadastro energético da unidade com a identificação dos seguintesparâmetros :

• Calor útil necessário para o produto ou processo;• Perdas inevitáveis associadas ao processo;• Perdas que podem ser evitadas ou reduzidas;• Perdas que podem ser recuperadas.

O aumento do rendimento, através do calor recuperado de um processo, pode ser conseguidoconsiderando-se o calor contido nos gases de exaustão, calor perdido pelas superfícies externasdo equipamento, perdas de calor em água de resfriamento, calor acumulado nos produtos saídosdo processo, etc.

IX.1 - Retorno Financeiro

Para se obter o retorno financeiro de qualquer medida que vise a utilização de calor residual éessencial que se determine o ponto ideal, na relação entre a quantidade de calorrecuperado/diminuição do impacto ambiental e o capital investido (acrescido do custooperacional do sistema para recuperação de calor). Para tanto, é necessário o conhecimento dosdiversos métodos existentes e a realização de um detalhado acompanhamento das variáveis quepodem influenciar um redirecionamento da estratégia adotada.

IX.2 - Sistemas de Recuperação de Calor

A recuperação implica na utilização direta de uma quantidade residual de calor ou de algumsistema, como os descritos a seguir :

Trocadores de Calor tipo Casco e Tubo – Esse é um dos principais tipos de trocadores usadosno setor industrial para troca de calor entre dois fluidos nos quais as diferenças de temperaturasejam significativas. Seu uso pode ser estendido para trocas entre líquidos e ar com a utilização

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de tubos aletados que aumentam a área da superfície de troca e, com ela o coeficiente detransferência de calor no lado do ar. Em certos casos poderá ser econômico até, o uso de tubosaletados para troca de calor de gás para gás.

Os trocadores de calor de casco e tubo são feitos em configurações variadas, dependendo daaplicação. O mais comum é o de passagem simples com os dois fluídos movimentado-se emcontra-corrente. Esse tipo de equipamento apresenta baixo rendimento térmico, a não ser que asdiferenças de temperaturas sejam expressivas e o fluxo de massa aproximadamente equivalente.

Uma alternativa para o baixo rendimento deste tipo de equipamento ou fluidos com vazõessensivelmente diferentes, é a utilização de trocadores de múltiplas passagens, no qual o fluídopassa várias vezes pelo interior do equipamento. O uso de fluídos sujos ou com tendência a sujaro trocador de calor, implica na utilização de soluções tecnológicas que permitam um acesso fácilpara processos de manutenção e limpeza.

Trocadores de Calor de Placas – Quando a diferença de temperatura entre fluídos não forgrande, a superfície de troca, e por conseguinte o custo do equipamento, adquire uma grandeimportância. Uma das alternativas tecnológicas mais utilizadas nestas situações, são ostrocadores de calor de placas.

Estes equipamentos são compostos por uma série de chapas paralelas formando estreitaspassagens para os fluídos. A separação das placas é feita por juntas e os fluidos, quente e a seraquecido, circulam em paralelo.

Fluido Quente 1

FluidoQuente 2

Fluido Frio 1

FluidoFrio 2

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Para melhorar a transferência de calor, as placas são prensadas de modo a formar ondulações quecausam turbulência no fluído e uma melhor transferência de calor.

Entre as vantagens desse tipo de equipamento destacam-se a facilidade de acesso para limpeza,possibilidade de acrescentar ou retirar mais superfícies de aquecimento (se as condições deprocesso se alterarem) e a facilidade de troca das placas que apresentarem problemas.

Sistema de duas Serpentinas – Esse é um sistema muito simples, barato e eficaz de transferircalor entre dois fluídos que se encontram a alguma distância um do outro. Muitas das aplicaçõessão similares às dos tubos de calor e incluem : processos de secagem, regeneração de ar desecagem, estufas de secagem, etc.

O sistema é composto de duas serpentinas de transferência de calor interligadas, instaladas emdutos que contém o fluído quente e aquele a ser aquecido. Os tubos das serpentinas sãonormalmente aletados para uma transferência mais eficiente do calor.

Fluido 1 Fluido 1

Fluido 2

Fluido 2Fluido 1

Fluido 1

Fluido 2

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As vantagens desse sistema são sua simplicidade, pequeno custo e o fato dos dutos nãoprecisarem ser adjacentes.

Entre os outros sistemas que permitem uma recuperação de calor destacam-se os recuperadorese os regeneradores. Os primeiros são normalmente utilizados para o pré-aquecimento de ar emprocessos de combustão, muito semelhantes a trocadores tipo casco e tubos. Os segundos sãotrocadores de calor cíclicos, nos quais se armazena o calor em uma matriz para que sejatransferido a um outro fluído, em operações alternadas.

Todos os sistemas apresentados permitem que se utilize o calor residual de processos produtivoscom eficiência, economia, racionalidade e respeito ao meio ambiente.

Fluido Quente

Fluido Frio

Fluido Quente

Fluido Frio

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X – SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO INTERNOS DE ENERGIA

A distribuição de energia térmica na forma de vapor/água quente e de energia elétrica pelossistemas internos da unidade apresenta, à semelhança de quaisquer outras formas de transporte deenergia, perdas técnicas e, em muitos casos, grandes desperdícios. A identificação destes pontos,através do cadastro desenvolvido no Plano de Gestão Energética, possibilitará a apresentação depropostas que permitirão sua quantificação, classificação, e a introdução de ações e medidas, queobjetivem reduzi-las a patamares que justifiquem economicamente os investimentos necessários.

X.1 - Distribuição Interna de Vapor/Água Quente

O funcionamento adequado das redes de distribuição de fluídos aquecidos, parte da observaçãodo isolamento térmico das tubulações quentes, estanqueidade das redes, eficiência dos trocadoresde calor e do funcionamento dos purgadores de vapor.

Isolamento Térmico – A instalação e a manutenção dos isolamentos térmicos nos equipamentos,tubulações, flanges e válvulas são procedimentos que apresentam considerável retornoeconômico e ambiental, devido à diminuição das perdas de calor para o ambiente e ao menorconsumo energético. A determinação da espessura ideal do isolamento térmico, deve consideraro custo de aquisição, instalação e preço do insumo utilizado, para que se determinem os custosque permitirão a obtenção do ponto ótimo.

À medida em que se eleva a temperatura da superfície, aumentam também as perdas de calor,portanto, somente a existência de um sistema de isolamento não significa que este seja eficiente.A determinação da espessura adequada, para cada caso, pode ser feita com o auxílio de tabelas,da seguinte forma :

Espessura

Custos

Custo da InstalaçãoCusto da Instalação

Custo da Perda de calorCusto da Perda de Calor

Custo TotalCusto Total

Custo Mínimoou

Espessura Econômica

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. Determine :- Diâmetro da tubulação;- Temperatura de operação do equipamento em °C;- Tipo do isolamento;- Temperatura desejada na face fria em °C.

. Obtenha :- Espessura econômica do isolamento;- Perda de calor.

Temperatura de Operação (°C)

100 200 300

Diâmetroda

tubulação

Espessurado

isolanteQ Tff Q Tff Q Tff

∅ nom 8” 2” 34 34 96 48 180 643” 26 32 72 41 134 534” 20 30 59 37 109 46

∅ nom 10” 2” 41 35 115 49 216 663” 30 32 85 42 159 544” 24 30 69 38 129 47

∅ nom 12” 2” 45 35 133 50 249 673” 35 32 97 43 182 554” 28 31 79 38 147 48

Onde : Q = Perda de calor (kcal/m.h); ” = Polegadas Tff = Temperatura da face fria (°C);

= Espessura recomendada para maior eficiência térmica econômica

A existência de produtos moldáveis permite que se realize o isolamento de válvulas e flangesproporcionando maior eficiência ao sistema.

Uma válvula sem isolamento térmico representa o equivalente a 2 metrosde tubulação não isolada.

Redução de Vazamentos – Além de serem perigosos, os vazamentos de vapor ou de águacondensada são responsáveis por um excessivo consumo de energia e por despesasdesnecessárias. Mostra-se a seguir, uma tabela onde são caracterizadas as perdas provocadas porpequenos vazamentos, para geração de vapor com óleo combustível, a uma determinada pressão:

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Vazamento Pressão (7 kgf/cm2) Perdas deCombustível

Diâmetro (mm) Superfície (mm2) Toneladas de vaporperdidas por ano

kg/ano

0,8 0,5 5 3801,5 1,8 95 7.3003,0 7 160 12.3006,0 28 2.900 223.000

Trocadores de Calor – Vistorias e limpezas periódicas nos trocadores de calor, verificação eregulagem dos aparelhos de controle e segurança e realização de um adequado programa demanutenção, diminuirão de forma significativa as perdas nestes equipamentos.

Purgadores – A condensação do vapor deve ser retirada do sistema de distribuição, para apreservação da troca térmica nos equipamentos através da utilização de purgadores. Estecondensado pode ser reciclado em mais de 90% obtendo-se, desta forma, água quente tratada elivre de impurezas.

Entre os critérios que devem ser levados em consideração, na escolha do purgador, destacam-se odimensionamento adequado, eficiência em responder às necessidades térmicas de utilização e asua facilidade de manutenção. Portanto, é mais interessante escolher purgadores nos quais sãointegrados acessórios que facilitam a manutenção e evitem perdas de vapor, como por exemplo,filtros, válvulas de retenção, etc.

Na prática, considera-se o dimensionamento de um purgador para cada equipamento deaquecimento e em pontos mais baixos dos circuitos, para evitar o acúmulo de água que podeprovocar golpes de aríete. É importante observar também a instalação de purgadores de ar quedesempenham um importante papel no adequado funcionamento das instalações.

O purgador, devido principalmente à sua posição na instalação, é alvo de depósitos de impurezasdo sistema, portanto, a eficácia de seu funcionamento depende de um rigoroso programa demanutenção, pois até 70% das perdas de vapor, através de purgadores defeituosos podem sereliminadas.

X.2 - Distribuição Interna de Energia Elétrica

Nos circuitos de distribuição de energia elétrica, as perdas de energia mais significativas sãoprovocadas pelo efeito Joule, devido à passagem da corrente elétrica nos condutores. A reduçãodas perdas por efeito Joule pode ser conseguida por meio da elevação dos níveis de tensão, pelodimensionamento adequado dos condutores e pela redução do comprimento dos alimentadoresmais carregados.

Elevação dos Níveis de Tensão – Existem vários equipamentos que podem ser alimentados pordiferentes níveis de tensão. Este é o caso comum de motores que, dependendo do critério adotadopelo usuário para fechamento das bobinas, oferecem normalmente a possibilidade de ligação em

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duas tensões (por exemplo, 220 ou 380V). Como regra geral, deve-se sempre procurar utilizar omaior nível de tensão oferecido. Quanto maior for a tensão, menor será a corrente que circulapelos condutores para uma mesma potência consumida e, portanto, menores serão as perdas porefeito Joule. Uma vez que a potência dissipada por um condutor em forma de calor variadiretamente com o quadrado da corrente que nele circula, pequenas elevações no nível de tensãopoderão produzir reduções apreciáveis.

Para determinar os potenciais de economia de energia que podem ser obtidos com a elevação dosníveis de tensão, verifique as seguintes questões :

• Existe a possibilidade de se utilizar equipamentos alimentados diretamente em alta tensão ou que possam funcionar em tensões superiores a atualmente utilizada ?;• Os transformadores existentes podem fornecer tensões mais elevadas ?;• As seções e o comprimento dos condutores utilizados nos circuitos são adequadas ?.

Dimensionamento Adequado dos Condutores – O dimensionamento de condutores deve serrealizado pelos critérios de dimensionamento econômico onde se deve considerar a capacidade decondução de corrente, a queda de tensão em função do comprimento dos circuitos e aconseqüente perda de energia.

A evolução dos materiais empregados na fabricação dos condutores, ao longo dos anos, tempermitido a redução das perdas elétricas, maiores temperaturas de trabalho semcomprometimento da segurança das instalações e a ausência de chumbo no isolamento elétrico.

A seleção adequada de condutores sob o ponto de vista de conservação de energia, é umaatividade que pode ser bastante atraente, durante a fase de projeto das instalações elétricas. Épossível determinar com poucos cálculos qual será o custo da energia desperdiçada sob a formade calor e comparar estes custos com o acréscimo de investimento, verificando-se assim aatratividade da utilização de um condutor com maior seção, com base na economia de energia.

Este critério pode conduzir a seções superiores às que seriam determinadas pelos critérios decapacidade de corrente e queda de tensão, mas que acarretarão instalações com operação maiseconômica O mesmo conceito é válido quando se deseja reformar instalações já existentes.

Para determinar os pontos com potenciais de economia de energia que podem ser obtidos com odimensionamento adequado dos condutores, observe os seguintes parâmetros :

• Identificação dos circuitos de distribuição;• Verificação da possibilidade do remanejamento de cargas;• Determinação de perdas por efeito Joule nos condutores;• Verificação da necessidade da substituição de condutores por outros de maior seção;• Verificação da necessidade de novos circuitos.

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Redução do Comprimento dos Condutores – A queda de tensão nos condutores é diretamenteproporcional ao seu comprimento. Como resultado desta queda de tensão, os condutores passam adissipar uma potência igual ao produto da queda de tensão pela corrente que neles circula.

Para que se reduzam as perdas de energia por dissipação nos condutores, devem ser tomados osseguintes cuidados :

• O transformador deve estar localizado próximo ao baricentro elétrico da instalação, para que se reduza o comprimento dos circuitos em baixa tensão, pois quanto menor for a distância a ser percorrida por grandes correntes, menores serão as perdas;• O percurso dos circuitos deve ser estudado de modo a permitir a alimentação das cargas com o menor comprimento possível de condutores;

Procedimentos de Manutenção – O bom funcionamento das instalações constitui um fatorimportante a ser considerado na implantação de programas de economia de energia elétrica.Portanto, recomenda-se periodicamente :

• Verificar as condições dos isolamentos;• Proceder à limpeza dos painéis e aparelhos elétricos;• Verificar contatos, conexões e reaperto dos parafusos;• Verificar a qualidade das ligações à terra.

Transformadores – Os transformadores são equipamentos que transferem energia elétrica de umcircuito para outro, mantendo a mesma freqüência e variando a tensão de trabalho. Estatransferência de energia é acompanhada de perdas que dependem da construção do transformadore do seu regime de trabalho.

As principais perdas que ocorrem em transformadores são as perdas no cobre e as perdas noferro. As perdas no cobre correspondem à dissipação de energia por efeito Joule determinadapelas correntes que circulam nos enrolamentos e que variam com a carga elétrica alimentada pelotransformador. Já as perdas no ferro são determinadas pelo fluxo estabelecido no circuitomagnético e são constantes para cada transformador.

Uma maneira de se reduzir o consumo de energia elétrica por efeito Joule, quando estiverem emuso vários transformadores, é distribuir as cargas de modo a se otimizar os carregamentosmédios de cada equipamento, reduzindo as correntes daqueles que estiverem sendo muitocarregados e aumentando a dos que estiverem sendo submetidos a pouca carga.

As perdas no circuito magnético, conhecidas como perdas no ferro, aparecem sempre que umtransformador é ligado à rede e independem da carga que está sendo alimentada. A principalprovidência para reduzir o consumo de energia elétrica devido a este fato seria desligar aalimentação dos transformadores durante os períodos em que eles não estiverem sendo utilizados.

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Em muitos casos pode ser interessante dispor-se de um transformador de menor porte, exclusivopara tarefas específicas, como o acionamento do sistema de iluminação para a execução dosserviços de limpeza e vigilância, nos horários em que a empresa não estiver em funcionamento.

Mostra-se a seguir uma tabela de referência, onde é apresentada a relação existente entre apotência do transformador, as perdas do ferro e as perdas totais.

Potência(kVA)

Perdas noferro (W)

Perdastotais (W)

15 120 46030 200 77045 260 1.04075 390 1.530

112,5 520 2.070150 640 2.550225 900 3.600300 1.120 4.480500 1.350 6.700750 1.500 13.500

1.000 1.900 16.5001.500 2.500 25.0002.000 3.900 25.1003.000 4.900 31.700

O tratamento do óleo dos transformadores é um procedimento de manutenção que visa manter opoder dielétrico, ou o índice de acidez do óleo em serviço, baseado em padrões especificadospelos fabricantes.

Fator de Potência – Os aparelhos elétricos indutivos, tais como motores e transformadores,desenvolvem um campo magnético interno necessário para o seu funcionamento. Este campo éformado pela passagem da corrente nos enrolamentos. Quando os equipamentos são alimentadosem corrente alternada, a energia armazenada em forma de campo magnético tende a se opor àvariação da intensidade da corrente, causando um atraso da corrente em relação à tensão. Comoconseqüência, uma parcela da corrente não realiza trabalho útil, produzindo o que se chama deenergia reativa.

Para melhor compreender a ocorrência de energia reativa em um sistema, visualize a figura aseguir , onde um vagão é tracionado para se deslocar sobre os trilhos, por ação de uma força nãoparalela à direção do deslocamento.

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O esforço de tração representa a potência aparente do sistema (kVA). A componente de forçaparalela aos trilhos é a que realiza trabalho útil, representando a potência ativa do sistema (kW).A componente ortogonal a esta última não realiza trabalho, causando um aumento da potênciaaparente para se obter a mesma potência ativa que seria necessária à locomoção do vagão, caso aforça de tração fosse aplicada em direção paralela aos trilhos. Esta representa a potência reativa(kvar).

A relação entre a potência ativa e a potência aparente é denominada fator de potência. Note, naanalogia acima, que o fator de potência é na realidade a tangente do ângulo formado entre a forçade tração e os trilhos. Quanto menor for este ângulo, menor será a componente reativa do sistema,e tanto mais o fator de potência irá se aproximar do valor unitário.

A ocorrência de energia reativa em circuitos elétricos sobrecarrega as instalações, ocupando umacapacidade de condução de corrente que poderia ser melhor aproveitada para realizar trabalhoútil. Isto é válido tanto para a concessionária que entrega energia elétrica, como também para opróprio consumidor em seus circuitos de distribuição.

A concessionária protege-se contra a ocorrência de reativos elevados em suas linhas impondo aoconsumidor um fator de potência mínimo (na legislação brasileira, à época da elaboração dopresente trabalho, o fator de potência mínimo é de 0,92). Quando o consumidor apresenta umfator de potência abaixo do mínimo é cobrado o excedente de energia reativa, a título de ajuste.Assim sendo, a melhoria do fator de potência de uma instalação representa não apenas umamelhor utilização dos circuitos de distribuição de uma empresa, como também uma forma dereduzir as despesas com o fornecimento de energia.

As principais medidas para a melhoria do fator de potência são :

• Utilizar equipamentos com elevado fator de potência;• O correto dimensionamento dos equipamentos, principalmente motores, é uma maneira de se elevar o fator de potência de uma instalação. Motores apresentam um fator de potência mais elevado quando operam próximo à sua capacidade nominal. Motores superdimensionados ou

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motores operando em vazio provocam a diminuição do fator de potência de uma unidade consumidora;• Instalar bancos de capacitores para o fornecimento de reativo capacitivo em instalações predominantemente indutivas tem, por conseqüência, a elevação do fator de potência e pode ser representada, da seguinte forma:

Normalmente, a localização mais adequada para a instalação doscapacitores é junto aos equipamentos consumidores, após a chave. Comesta configuração, garante-se que o reativo capacitivo será desligado juntocom o equipamento, quando este não estiver em uso. Tal medida tem porfinalidade evitar o excesso de capacitivo na rede, igualmente cobrado pelaconcessionária.

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ANEXO I – GASES E EFEITOS DA POLUIÇÃO

Mostra-se a seguir alguns fenômenos e poluentes que interferem de maneirasignificativa no meio ambiente :

Camada de Ozônio – Ao redor da Terra, a uma altura de cerca de 25 quilômetros,está uma camada rica em ozônio chamada estratosfera. Esta camada impede que osnocivos raios ultravioletas do sol conhecidos como UV – B, atinjam a Terra emníveis acima dos aceitáveis, provocando efeitos adversos sobre todos os organismosvivos, incluindo a vida marinha, os animais e pássaros, as plantações e o homem.Entre os principais efeitos nos seres humanos estão o câncer da pele, agressões aosistema imunológico, danos à visão e aumento da susceptibilidade a doençasinfecciosas. Estima-se que uma diminuição da camada de ozônio de 10% tenhacomo conseqüência um aumento de 26% na incidência de câncer de pele. O ozônioda estratosfera é atacado e destruído por substâncias feitas pelo homem, quecontêm cloro e/ou bromo.

Efeito Estufa – Não haveria vida na Terra, não ao menos como ela é hoje, se nãohouvesse uma cobertura gasosa que mantém a atmosfera do planeta dentro de umafaixa de temperatura adequada. Ocorre que com a industrialização e a crescenteutilização de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, o nível deemissões aumentou a concentração de gases nesta cobertura gasosa, em níveisacima do que pode ser absorvido pela natureza. Este acúmulo de gases tende aprovocar um aquecimento na Terra, pois substâncias como o CO2 têm apropriedade de deixar passar a radiação (energia) do sol, em apenas um sentido, ouseja, parte da radiação que deveria ser refletida de volta ao espaço fica retida naatmosfera, aquecendo-ª

Inversão Térmica – Em situações normais, a circulação do ar e a dispersão dospoluentes ocorre normalmente, pois o ar mais frio da atmosfera, que fica em umaposição superior, tende a se deslocar para baixo empurrando o ar quente para cima.Em dias de inversão térmica, o aquecimento da superfície terrestre é menos intensoinstalando-se então uma camada de ar frio abaixo e outra acima da de ar quente.Esta ocorrência dificulta a dispersão e facilita a concentração de poluentes.

Smog – Poluição do ar provocada por compostos formados devido à radiação solar,sobre algumas espécies químicas, como os óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos(oxidantes fotoquímicos). O ozônio é utilizado como traçador deste fenômeno.

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Dióxido de Enxofre (SO2) – Resultado da queima de combustíveis que contêmenxofre, principalmente o óleo diesel e os óleos combustíveis industriais. Principalformador da chuva ácida, uma vez que na atmosfera pode se transformar em ácidosulfúrico. Causa irritação nas mucosas, olhos, nariz e no sistema respiratóriosuperior.

Hidrocarbonetos (HC) – Também chamados de gases orgânicos, podem serliberados pela evaporação de combustíveis como gasolina e pela combustão docarvão, derivados de petróleo, etc. Na presença de luz solar reagem com os óxidosde nitrogênio, dando origem ao mau ozônio. Causa irritação dos olhos, nariz,sistema respiratório superior e agravamento de rinites, faringite e laringite. Emaltas concentrações, pode causar edema pulmonar.

Material Particulado (MP) – É o conjunto de poluentes constituídos de poeira,fumaça e todo o tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso naatmosfera pelo seu pequeno tamanho. Esses poluentes são provenientes da fuligememitida por veículos, indústrias e da poeira depositada nas ruas. Causa, emexcesso, irritação nos olhos e na garganta, doenças respiratórias crônicas e reduçãona resistência física a infecções.

Monóxido de Carbono (CO) – Gás incolor e inodoro que resulta da queimaincompleta de combustíveis. Este gás pode se ligar fortemente à hemoglobina nosangue substituindo o oxigênio e dificultando seu transporte. Pode em umambiente fechado e em casos extremos de exposição, levar à morte. Causaprejuízos à oxigenação do sangue, provoca desconforto, náusea, dor de cabeça,tontura, alterações nas funções motoras e problemas cardiovasculares.

Óxidos de Nitrogênio (NOx) – O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio(NO2) são os óxidos mais abundantes nas áreas urbanas e são formados nosprocessos de combustão. Atuam em conjunto com os hidrocarbonetos, naformação do smog fotoquímico e do ozônio. Quando se transformam em ácidonítrico são um dos formadores da chuva ácida. Causa irritação nos olhos, na pele,no nariz e prejudica o aparelho respiratório.

Ozônio – Conhecido como “mau ozônio” é formado na atmosfera pelo Nox e HCem contato com a luz solar, sendo comum sua incidência nos dias de grandeinsolação. Causa congestão nasal, irritação da garganta, tosse, produção desecreção, dor de cabeça, fadiga, irritação dos olhos e outras conseqüências quepodem ser sentidas na produção agrícola e em florestas.

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ANEXO II – CADASTRO ENERGÉTICO

São mostradas a seguir algumas tabelas que podem fazer parte do CadastroEnergético da unidade :

Dados Cadastrais1. IDENTIFICAÇÃO :A identificação da Unidade Consumidora – UC deverá ser realizada conformeorganograma que caracterize sua realidade. É importante que as unidades comentrada de fornecimento de energia elétrica separadas, também sejam assimanalisadas. Caracterize cada unidade por um código diferente, determinado noorganograma.

2. LOCALIZAÇÃO :Registre o endereço completo da localização da unidade consumidora.

3. DADOS DO IMÓVEL :Registre a área do terreno e a área construída das edificações que compõem aunidade consumidora. Indique a condição do imóvel em relação à sua propriedade.

4. FUNCIONAMENTO DA ATIVIDADE PRINCIPAL :Registre os seguintes dados característicos da unidade consumidora: Horário de funcionamento; Dias e meses trabalhados por ano; Número de funcionários fixos e outras pessoas que utilizem o local.

5. COMISSÃO INTERNA DE RACIONALIZAÇÃO DE ENERGIA :Caracterize a Comissão Interna de Racionalização de Energia e das SubComissões,pois estas são fundamentais para o sucesso do Plano de Gestão Energética.

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Dados Cadastrais –

1. IDENTIFICAÇÃO :

UNIDADE CONSUMIDORA :

CÓD. UC (*) : (*) – Segundo organograma

ATIVIDADE PRINCIPAL :

RESPONSÁVEL (Autoridade maior) :

Cargo/Função :

Fone / Fax : ( ) ( )

Email :

2. LOCALIZAÇÃO :

ENDEREÇO :

BAIRRO : MUNICÍPIO :

ESTADO : CEP :

FONE : ( ) FAX : ( )

Email :

3. DADOS DO IMÓVEL :

ÁREA DO TERRENO : m2 ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL : m2

PROPRIEDADE : Próprio !!!! Cedido !!!! Alugado !!!! Outros !!!!

4. FUNCIONAMENTO DA ATIVIDADE PRINCIPAL :

HORÁRIO DEFUNCIONAMENTO:

24 Horas !!!!

Das : Horas Às : Horas

NÚMERO DE DIAS POR SEMANA : NÚMERO DE MESES POR ANO :

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS : __________________ (próprios)

Outros : __________________ - Especificar : ______________________

NÚMERO MÉDIO DE ATENDIMENTOS POR DIA : ______________

Especificar Tipo : ___________________

Tempo Médio de Permanência no Local : ______________

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5. CIRE – Comissão Interna de Racionalização de Energia :

COORDENADOR DA CIRE :

Nome :

Endereço :

Email :

Fone : ( ) Fax : ( )

COORDENADOR DA SUB-CIRE :

Nome :

Endereço :

Email :

Fone : ( ) Fax : ( )

OUTROS (Especificar) :

Nome :

Endereço :

Email :

Fone : ( ) Fax : ( )

OUTROS (Especificar) :

Nome :

Endereço :

Email :

Fone : ( ) Fax : ( )

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Energéticos – Independente do insumo energético utilizado, recomenda-se que sejarealizado um acompanhamento periódico de seu consumo e de suas característicasde fornecimento sobre um período mínimo de doze meses consecutivos, de modoque eventuais sazonalidades sejam caracterizadas.6. ENERGIA ELÉTRICA :Para o preenchimento dessas informações será necessário consultar as faturas deenergia elétrica da unidade consumidora.

Contrato de Fornecimento :A implantação do Cadastro Energético deve considerar as particularidades docontrato de fornecimento atual da unidade, para que seja possível umacompanhamento e uma análise de seus parâmetros.

Usos Finais –Iluminação :Deverão ser levantadas informações sobre a quantidade de lâmpadas das áreasinternas e externas, totalizadas por tipo, potência e local.Condicionamento de Ar :Informações sobre a quantidade total de condicionadores de ar existentes nasedificações, totalizando por tipo, potência e local.Sistemas de Aquecimento :Informações sobre a quantidade total de aparelhos de aquecimento existentes nasedificações, totalizando por tipo e potência.Motores :Informações sobre a quantidade total de motores, quantificados por potência(CV/HP ou kW) e finalidade.Outros Equipamentos Elétricos :Informações sobre a quantidade total de outros equipamentos não enquadradospelas opções anteriores.

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Energéticos

6. ENERGIA ELÉTRICA - CONTRATO DE FORNECIMENTO (*) :

NOME DA CONCESSIONÁRIA :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

AGÊNCIA DE ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

(*) Vide fatura de energia elétrica

!!!! BAIXATENSÃO Ano __________ Ano __________

Mês Consumo (kWh) Mês Consumo (kWh)

1 12 23 34 45 56 67 78 89 910 1011 1112 12

Média Média

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!!!! ALTA TENSÃO CONVENCIONAL

TENSÃO DE FORNECIMENTO kV

POTÊNCIA TOTAL INSTALADA EM TRANSFORMADORES kVA

DEMANDA CONTRATADA kW

Ano : _______Mês

Consumo (kWh) DemandaRegistrada (kW)

DemandaFaturada (kW)

Fator deCarga

Fator dePotência (*)

Média

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Ano : _____Mês

Consumo (kWh) DemandaRegistrada (kW)

DemandaFaturada (kW)

Fator deCarga

Fator dePotência (*)

Média

(*) – Valores abaixo de 0,92 acarretam cobranças adicionais.

ALTA TENSÃO HORO-SAZONAL TARIFA VERDE !!!!

TENSÃO DE FORNECIMENTO kV

POTÊNCIA TOTAL INSTALADA EM TRANSFORMADORES kVA

DEMANDA CONTRATADA kW

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Ano : _____Mês

ConsumoPonta (kWh)

Consumo Forade Ponta (kWh)

DemandaRegistrada

(kW)

DemandaFaturada

(kW)

Fator deCarga

Fator dePotência

(*)

Média

Ano : _____Mês

ConsumoPonta (kWh)

Consumo Forade Ponta (kWh)

DemandaRegistrada

(kW)

DemandaFaturada

(kW)

Fator deCarga

Fator dePotência

(*)

Média

(*) – Valores abaixo de 0,92 acarretam cobranças adicionais.

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ALTA TENSÃO HORO-SAZONAL TARIFA AZUL !!!!

TENSÃO DE FORNECIMENTO kV

POTÊNCIA TOTAL INSTALADA EM TRANSFORMADORES kVA

DEMANDA CONTRATADA NA PONTA kW

DEMANDA CONTRATADA FORA DE PONTA kW

Ano :_______

Mês

Consumo Ponta(kWh)

Consumo Fora

de Ponta(kWh)

DemandaRegistrad

a naPonta(kW)

DemandaRegistrad

a ForaPonta(kW)

DemandaFaturadana Ponta

(kW)

DemandaFaturada

F. dePonta(kW)

Fator deCarga

na Ponta

Fator deCarga

Fora dePonta

Fator dePotência

(*)

Média

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Ano :_____Mês

Consumo Ponta(kWh)

Consumo Fora

de Ponta(kWh)

DemandaRegistrad

a naPonta(kW)

DemandaRegistrad

a ForaPonta(kW)

DemandaFaturadana Ponta

(kW)

DemandaFaturada

F. dePonta(kW)

Fator deCarga

na Ponta

Fator deCarga

Fora dePonta

Fator dePotência

(*)

Média

(*) – Valores abaixo de 0,92 acarretam cobranças adicionais.

6. ENERGIA ELÉTRICA - ILUMINAÇÃO :

Tipos de Lâmpadas: Dicróica, Incandescente, Fluorescente, Vapor de Mercúrio, Sódio, etc. (Especificar)

TIPO DELÂMPADA

POTÊNCIA(W)

QUANT. LOCAL TEMPO DE USOSEMANAL (h)

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6. ENERGIA ELÉTRICA - CONDICIONAMENTO DE AR : NÃO TEM !!!!

Tipos de Aparelho: Aparelho de Janela, Central , Self-Contained, Split, etc.

TIPO DEAPARELHO

POTÊNCIA UNIDADE QUANT. LOCAL TEMPO USOSEMANAL (h)

6. ENERGIA ELÉTRICA - SISTEMAS DE AQUECIMENTO : NÃO TEM !!!!

Tipos de Aparelho: Aquecedores, Chuveiros, Fornos, Torneiras, Outros (Especificar).

TIPO DE APARELHO POTÊNCIA UNIDADE QUANT. TEMPO USO SEMANAL (h)

6. ENERGIA ELÉTRICA - MOTORES : NÃO TEM !!!!

Finalidade: Bombeamento de Água, Ventilação, Exaustão, Outras (Especificar).

FINALIDADE POTÊNCIA UNIDADE QUANT. TENSÃO (V) TEMPO USO SEMANAL (h)

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6. ENERGIA ELÉTRICA - OUTROS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS : NÃO TEM !!!!

TIPOEQUIPAMENTO

QUANTIDADEPRÓPRIO TERCEIRO POTÊNCIA UNID. TEMPO USO SEMANAL

(h)

7. GÁS CANALIZADO :Deverão ser consideradas as faturas relativas aos últimos 12 meses.

Distribuição do Consumo :Distribuição do consumo de gás pelos diversos equipamentos existentes.Gases de Exaustão :Determine a temperatura e a quantidade de gases de exaustão noas equipamentospara que se possa garantir a utilização eficiente dos recursos.Uso de Gás Natural em Veículos - (GNV) :Relacionar o número de veículos que utilizam gás natural, bem como o seuconsumo e a quilometragem média mensal dos mesmos.

7. GÁS CANALIZADO: NÃO TEM {{{{

ESPECIFICAR :______________________________________________

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7. GÁS CANALIZADO - CONTRATO DE FORNECIMENTO (*) :

NOME DA CONCESSIONÁRIA :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

AGÊNCIA DE ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

(*) Vide fatura

GÁSCANALIZADO Ano __________ Ano __________

Mês Consumo (m3) Mês Consumo (m3)

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

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7. GÁS CANALIZADO – DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO :

Equipamento: Aquecedor de Água, Fogão, Forno, Gerador de Vapor, Outros (Especificar).

QUANTIDADE CONSUMO MÉDIO

EQUIPAMENTO PRÓPRIOS TERCEIROS MENSAL (m3)

7. GÁS CANALIZADO – GASES DE EXAUSTÃO :

EQUIPAMENTO TEMPERATURA(°C)

QUANTIDADE UNIDADE

7. GÁS CANALIZADO - USO DE GÁS NATURAL EM VEÍCULOS NÃO TEM !!!!

NÚMERO DE VEÍCULOS EM FUNCIONAMENTO

Próprio !!!! ________ un Terceiros !!!! ________ un.

CONSUMO MÉDIO MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ litros Terceiros !!!! ________ litros

QUILOMETRAGEM MÉDIA MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ km Terceiros !!!! ________ km

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8. GÁS – GLP :Indicar a quantidade mensal de gás utilizado.Distribuição do Consumo (GLP) :Distribuição do consumo médio mensal de gás GLP pelos diversos equipamentosexistentes nas instalações quantificando-os pelo número de equipamentos própriose de terceiros.Gases de Exaustão :Determine a temperatura e a quantidade de gases de exaustão nos equipamentospara que se possa garantir a utilização eficiente dos recursos.

8. GÁS GLP - FORNECIMENTO (*) :

NOME DO FORNECEDOR :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

(*) Vide fatura

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8. GÁS-GLP : NÃO TEM !!!!

CONSUMO MÉDIO MENSAL DE BOTIJÃO DE 13 kg un

CONSUMO MÉDIO MENSAL DE CILINDRO DE 45 kg un

CONSUMO MÉDIO MENSAL DE CILINDRO DE 90 kg un

CENTRAL m3

GÁS - GLP Ano __________ Ano __________

Mês Consumo Unid. Mês Consumo Unid.

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

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8. GÁS – GLP – DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO :

Equipamento: Aquecedor de Água, Fogão, Forno, Gerador de Vapor, Outros (Especificar).

EQUIPAMENTO QUANTIDADE CONSUMO MÉDIO MENSAL

PRÓPRIOS TERCEIROS

BOT.13kg

BOT.45kg

BOT.90kg

CENTRAL(m3)

8. GÁS GLP – GASES DE EXAUSTÃO :

EQUIPAMENTO TEMPERATURA(°C)

QUANTIDADE UNIDADE

9. ÓLEO DIESEL:Indicar o consumo de óleo diesel dos últimos 12 meses e seu uso final.

Distribuição do Consumo :Distribuição e quantificação do consumo pelos diversos equipamentos existentesnas instalações.

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Gases de Exaustão :Determine a temperatura e a quantidade de gases de exaustão nos equipamentospara que se possa garantir a utilização eficiente dos recursos.Uso em Transporte :Relacionar o número de veículos que utilizam óleo diesel, indicando o consumo e aquilometragem média.

9. ÓLEO DIESEL - FORNECIMENTO (*) :

NOME DO FORNECEDOR :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

FORNECEDORES DIVERSOS !!!!

(*) Vide fatura

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ÓLEODIESEL

Ano __________ Ano __________

Mês Consumo Unid. Mês Consumo Unid.

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

9. ÓLEO DIESEL – DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO : NÃO TEM !!!!

Equipamento: Aquecedor de Água, Forno, Gerador de Vapor, Outros (Especificar).

QUANTIDADE CONSUMO MÉDIO

EQUIPAMENTO PRÓPRIOS TERCEIROS MENSAL UNID.

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UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE102

9. ÓLEO DIESEL – GASES DE EXAUSTÃO :

EQUIPAMENTO TEMPERATURA(°C)

QUANTIDADE UNIDADE

9. ÓLEO DIESEL - USO EM TRANSPORTE : NÃO TEM !!!!

NÚMERO DE VEÍCULOS EM FUNCIONAMENTO

Próprio !!!! ________ un Terceiros !!!! ________ un.

CONSUMO MÉDIO MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ litros Terceiros !!!! ________ litros

QUILOMETRAGEM MÉDIA MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ km Terceiros !!!! ________ km

10. GASOLINA :Indicar o consumo mensal de gasolina nos últimos 12 meses, o número de veículosem funcionamento e a quilometragem média mensal rodada pelos mesmos.

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UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE103

10. GASOLINA - FORNECIMENTO (*) :

NOME DO FORNECEDOR :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

FORNECEDORES DIVERSOS !!!!

(*) Vide fatura

GASOLINA Ano __________ Ano __________

Mês Consumo Unid. Mês Consumo Unid.

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

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UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE104

10. GASOLINA - USO EM TRANSPORTE : NÃO TEM !!!!

NÚMERO DE VEÍCULOS EM FUNCIONAMENTO

Próprio !!!! ________ un Terceiros !!!! ________ un.

CONSUMO MÉDIO MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ litros Terceiros !!!! ________ litros

QUILOMETRAGEM MÉDIA MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ km Terceiros !!!! ________ km

11. ÁLCOOL HIDRATADO :Indicar o consumo mensal nos últimos 12 meses, o número de veículos emfuncionamento e a quilometragem média mensal dos mesmos.

11. ÁLCOOL HIDRATADO - FORNECIMENTO (*) :

NOME DO FORNECEDOR :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

FORNECEDORES DIVERSOS !!!!

(*) Vide fatura

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ÁLCOOLHIDRATADO

Ano __________ Ano __________

Mês Consumo Unid. Mês Consumo Unid.

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

11. ÁLCOOL HIDRATADO – USO EM TRANSPORTE : NÃO TEM !!!!

NÚMERO DE VEÍCULOS EM FUNCIONAMENTO

Próprio !!!! ________ un Terceiros !!!! ________ un.

CONSUMO MÉDIO MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ litros Terceiros !!!! ________ litros

QUILOMETRAGEM MÉDIA MENSAL (total de veículos)

Próprio !!!! ________ km Terceiros !!!! ________ km

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12. ÓLEO PESADO :Indicar para cada tipo de óleo o consumo médio mensal nos últimos 12 meses.

Distribuição do Consumo de Óleo Pesado :Distribuição do consumo mensal de óleo pesado pelos diversos equipamentosexistentes nas instalaçõesGases de Exaustão :Determine a temperatura e a quantidade de gases de exaustão nos equipamentospara que se possa garantir a utilização eficiente dos recursos.

12. ÓLEO PESADO - FORNECIMENTO (*) :

NOME DO FORNECEDOR :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

FORNECEDORES DIVERSOS !!!!

(*) Vide fatura

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ÓLEOPESADO

Ano __________ Ano __________

Mês Consumo Unid. Mês Consumo Unid.

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

12. ÓLEO PESADO – DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO : NÃO TEM !!!!

Equipamento: Aquecedor de Água, Forno, Gerador de Vapor, Outros (Especificar).

QUANTIDADE CONSUMO MÉDIO

EQUIPAMENTO PRÓPRIOS TERCEIROS MENSAL UNID.

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12. ÓLEO PESADO – GASES DE EXAUSTÃO :

EQUIPAMENTO TEMPERATURA(°C)

QUANTIDADE UNIDADE

13. LENHA :Dados referentes ao consumo de lenha, indicando a quantidade mensal.

Distribuição do Consumo de Lenha :Distribuição do consumo médio mensal de lenha pelos diversos equipamentos.Gases de Exaustão :Determine a temperatura e a quantidade de gases de exaustão nos equipamentospara que se possa garantir a utilização eficiente dos recursos.

13. LENHA - FORNECIMENTO (*) :

NOME DO FORNECEDOR :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : _____________________________________________________

FORNECEDORES DIVERSOS !!!!

(*) Vide fatura

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UNIDADE ENERGIA E MEIO AMBIENTE109

LENHA Ano __________ Ano __________

Mês Consumo Unid. Mês Consumo Unid.

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

13. LENHA – DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO : NÃO TEM !!!!

Equipamento: Aquecedor de Água, Forno, Gerador de Vapor, Outros (Especificar).

QUANTIDADE CONSUMO MÉDIO

EQUIPAMENTO PRÓPRIOS TERCEIROS MENSAL UNID.

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13. LENHA – GASES DE EXAUSTÃO :

EQUIPAMENTO TEMPERATURA(°C)

QUANTIDADE UNIDADE

14. ÁGUA :Dados mensais referentes ao consumo de água dos últimos 12 meses.

Distribuição do Consumo :Distribuição do consumo médio mensal de água nas instalações.

14. ÁGUA - CONTRATO DE FORNECIMENTO (*) :

NOME DA CONCESSIONÁRIA :

CÓDIGO DO CONSUMIDOR :

AGÊNCIA DE ATENDIMENTO :

Contato : _____________________________________________________

Endereço : _____________________________________________________

Fone : ( ) _____________________ Fax : ( ) ____________________

Email : ______________________________________________________

(*) Vide fatura

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ÁGUA Ano __________ Ano __________

Mês Consumo (m3) Mês Consumo (m3)

1 12 23 34 45 56 67 78 89 9

10 1011 1112 12

Média Média

14. ÁGUA - DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO :

EQUIPAMENTO OU PONTO DECONSUMO

QUANT. CONSUMO MÉDIOMENSAL (m3)

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Bibliografia:

1- CESP, Anuário Estatístico de Energia Elétrica e Gás: Canalizado consumo por município:Estado de São Paulo 1996: CESP, 1997

2- SÃO PAULO, (ESTADO) SECRETARIA DE ENERGIA, CESP, Balanço Energético doEstado de São Paulo 1997/ Ano Base 1996; CESP, 1997

3- BRASIL, MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, Balanço Energético Nacional 1997/ AnoBase 1996; Brasília, MME, 1997

4- AGÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE ENERGIA (SÃO PAULO, SP) Manuais deAdministração de Energia: Volumes 1, 2, 3, e 4; CESP, 1996 – 1997 - 1998

5- NBR 5101, Iluminação Pública, São Paulo, Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, 1997

6- Manual de Iluminação Pública Eficiente – Guia Técnico – IBAM – Instituto Brasileiro deAdministração Municipal – ELETROBRÁS – PROCEL

7- Tire Esta Imagem do Ar – Dicas para Manter seu Veículo Diesel em Boas Condições –Governo do Estado de São Paulo – Secretaria do meio Ambiente – CETESB

8- Sites : www.petrobras.com.br/conpet www.aneel.gov.br

www.lighting.philips.com