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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NA COTRIPAL - PANAMBI, RS RONALDO ERNESTO MULLER PELOTAS RIO GRANDE DO SUL - BRASIL 2011

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NA COTRIPAL - PANAMBI, RS

RONALDO ERNESTO MULLER

PELOTAS RIO GRANDE DO SUL - BRASIL

2011

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

RONALDO ERNESTO MULLER

EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NA COTRIPAL - PANAMBI, RS

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Francisco Amaral Villela, Dr., como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do título de Mestre em Profissional.

PELOTAS RIO GRANDE DO SUL - BRASIL

2011

Dados de catalogação na fonte:

(Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)

M958e Muller, Ronaldo Ernesto Eficiência da produção de sementes de soja na

Cotripal-Panambri, RS / Ronaldo Ernesto Muller; orientador Francisco Amaral Villela - Pelotas, 2011.-37f.: il.- Dissertação (Mestrado ) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2011.

1.Glycine max L. Merrill 2.Beneficiamento

3.Descarte 4.Soja 5.Recebimento I.Villela, Francisco Amaral (orientador) II. Título.

CDD 633.34

EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NA COTRIPAL - PANAMBI, RS

AUTOR: Ronaldo Ernesto Muller, Engo Agro

ORIENTADOR: Prof. Francisco Amaral Villela, Dr.

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________________________ Prof. Francisco Amaral Villela, Dr.

___________________________________________________ Prof. Leopoldo Mario Baudet Labbé, Ph.D..

___________________________________________________ Engo Agro Geri Eduardo Meneghello, Dr.

___________________________________________________ Engo Agro Jean Carlo Possenti, Dr.

DEDICATÓRIA

Dedico esta pesquisa em especial para minha esposa Claudia Wasem

Muller e para minha filha Larissa Wasem Muller, que sempre me deram apoio e força

para continuar esta jornada.

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Professor Francisco Amaral Villela, pela orientação e

amizade no decorrer do curso, o qual foi fundamental para a condução do trabalho

final.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

de Sementes, pelos conhecimentos transmitidos durante o curso.

À minha família, pelo apoio e pela força em todas as etapas do curso, e do

trabalho.

Aos colegas de turma, pela amizade.

À Cotripal Agropecuária Cooperativa (COTRIPAL), pela disponibilização dos

dados para a execução do trabalho.

A todos, muito obrigado.

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1 - Seqüência de beneficiamento de sementes de soja ........................ 16

Figura 2 - Teste de germinação das sementes de soja em estufa ................... 28

LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1 - Áreas de produção (inscrita e aprovada) de semente de soja na

COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no

período de 2004/2005 a 2008/2009 ............................................ 24

TABELA 2 - Previsão de produção, quantidade e percentagem de recebimento

de Semente de soja na COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris,

Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009 ..................... 25

TABELA 3 - Análise do beneficiamento de semente de soja na COTRIPAL -

Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005

a 2008/2009 ................................................................................ 27

TABELA 4 - Análise da aprovação de semente de soja, após o beneficiamento

na COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no

período 2004/2005 a 2008/2009 ................................................. 28

TABELA 5 - Análise da comercialização da semente de soja na COTRIPAL -

Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005

a 2008/2009 ................................................................................ 29

TABELA 6 - Análise da distribuição da semente de soja na COTRIPAL -

Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005

a 2008/2009 ................................................................................ 30

TABELA 7 - Participação das empresas obtentoras na quantidade de semente

de soja produzida e comercializada na COTRIPAL - Unidade de

Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009 31

SUMÁRIO

Página

COMISSÃO EXAMINADORA .......................................................................... 2

DEDICATÓRIA ............................................................................................... 3

AGRADECIMENTOS ....................................................................................... 4

LISTA DE TABELAS ....................................................................................... 5

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ 6

RESUMO ......................................................................................................... 8

ABSTRACT ..................................................................................................... 9

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 13

2.1 LEGISLAÇÃO SOBRE A PRODUÇÃO DE SEMENTES ........................... 13 2.2 PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES ..................................... 14 2.3 QUALIDADE DE SEMENTES .................................................................... 17 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 21

3.1 A EMPRESA .............................................................................................. 21 3.2 COOPERANTES ........................................................................................ 22 3.3 PARÂMETROS ANALISADOS .................................................................. 22 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 24

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 32

6. CONCLUSÕES ............................................................................................ 33 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 34

10

EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NA COTRIPAL - PANAMBI, RS

Aluno: Ronaldo Ernesto Muller

Orientador: Prof. Francisco Amaral Villela, Dr RESUMO: O presente estudo teve como objetivo analisar a eficiência da produção,

do beneficiamento e da comercialização de sementes de soja na COTRIPAL AGROPECUÁRIA COOPERATIVA, na unidade da Vila Arco Iris, município de Panambi, RS, no período compreendido entre as safras 2004/2005 a 2008/2009. Para isto, foram analisadas as séries históricas e informações referentes à área inscrita, área aprovada, previsão de recebimento, quantidade recebida, quantidade beneficiada, quantidade aprovada, quantidade comercializada dentro e fora do estado e a porcentagem de participação das empresas obtentoras na semente produzida e comercializada. Os resultados mostram baixa eficiência na porcentagem de aprovação da área inscrita, com média do período de 74,69% de área aprovada. A eficiência do recebimento obteve resultado médio de 62,75%, no beneficiamento o rendimento médio foi de 57,14%. Em relação às sementes analisadas pelo laboratório, a aprovação foi de 96,08%. Quanto à comercialização, a média do período analisado foi 75,42%, sendo que do volume comercializado, 95,16% foi comercializado dentro do Estado do Rio Grande do Sul. Em relação à porcentagem de participação das empresas obtentoras na produção e comercialização de sementes, observa-se na safra 2008/2009, uma maior divisão do mercado com a entrada de outros obtentores. Há necessidade de melhorar a eficiência na produção de sementes de soja, com o desenvolvimento de procedimentos para previsão das cultivares com maior demanda na próxima safra e adoção de técnicas mais adequadas de produção. Palavras-chave: Glycine max (L.) Merrill; beneficiamento; recebimento; descarte; qualidade

EFFICIENT PRODUCTION OF SOYBEANS AT COTRIPAL - PANAMBI, RS

Student: Ronaldo Ernesto Muller Adviser: Prof. Francisco Amaral Villela, Dr ABSTRACT: The present study aimed to analyze the efficiency of production,

processing and marketing of soybean seeds at COTRIPAL AGROPECUÁRIA COOPERATIVA, the unit of Vila Arco Íris, in the city of Panambi, RS, from the period between the harvests of 2004/2005 to 2008/2009. For this we analyzed the historical data and information regarding the area inscribed, approved area, prediction of reception, quantity received, benefit amount, amount approved, amount traded within and outside the state and the percentage of participation of companies in the seed companies produced and marketed. The results show low efficiency in the percentage of approval of the area inscribed, with a mean period of 74.69% of the approved area. The efficiency of the reception obtained an average result of 62.75% and the improvement in the average yield was 57.14%. For the seed examined by the laboratory, the approval was 96.08%. And relating to the marketing the average of the period analyzed was 75.42% and the sales volume, 95.16% was sold within the state of Rio Grande do Sul. In relation to the percentage of ownership of companies in production and marketing of seeds, it is observed in the 2008/2009 harvest, a major division of the market with the entry of other companies. There is a need to improve efficiency in the production of soybeans, with the development of procedures for prediction of cultivars with higher demand in the next harvest and adoption of appropriate production techniques. Key-words: Glycine max (L.) Merrill; processing; reception; discard; quality

1 INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max (L.) Merrill) é originária da Ásia, mais precisamente

da China e, somente no século passado, iniciou-se seu cultivo na América

Latina. É um dos principais produtos agrícolas que ocupa lugar de destaque no

Brasil, sendo importante fonte de divisas (ITO e TANAKA, 1993). A cultura

encontrou no Brasil condições climáticas e áreas disponíveis para a rápida

ocupação em praticamente todo o território nacional. Hoje, o país ocupa o

segundo lugar em nível mundial nesta espécie em termos de produção total e

de área cultivada, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A soja apresenta

importância muito grande na balança comercial do agronegócio brasileiro,

respondendo a exportação do grão de soja na safra 2009/2010, por uma

receita cambial correspondente a US$11 bilhões. (CONAB, 2011).

A cultura da soja no Brasil é uma atividade de exploração agrícola que

utiliza elevados índices de tecnologia em toda a cadeia produtiva

(BACALTCHUK, 1999).

A área cultivada de soja no Brasil, na safra 2009/2010, alcançou 23,6

milhões de hectares e uma produção de 68,7 milhões de toneladas,

ressaltando a importância desta cultura para o país.

No processo produtivo, a semente tem papel fundamental, pois

promove a instalação da nova lavoura e carrega todo pacote tecnológico,

através dos genes inseridos, e com isto leva à diferenciação de práticas

agronômicas (ACOSTA, BARROS e PESKE, 2002).

Os campos de produção de sementes devem ser planejados para

propiciar a eficiência na condução e no aproveitamento, nas etapas de

beneficiamento, armazenamento e comercialização da semente, fundamentais

para a sobrevivência da empresa neste competitivo mercado.

Na produção da semente, França Neto et al. (1994) destacam que a

qualidade pode ser influenciada por diversos fatores, desde o campo e durante

todas as demais etapas da produção, como a secagem, o beneficiamento, o

transporte, o armazenamento e a semeadura.

11

As condições climáticas são responsáveis por muitos descartes de

campos de semente. Para reduzir este problema é necessário um

escalonamento de semeadura, ou seja, semear em diversas épocas,

procurando evitar a maturidade fisiológica simultânea dos diferentes campos de

uma mesma cultivar. Entretanto, esse escalonamento pode representar

redução na produtividade das cultivares, principalmente aquelas de ciclo médio

e precoce, o que redunda num aumento significativo dos custos de produção

(HAMER e HAMER, 2003).

Conforme Bolson (2005), grãos que germinam podem ser produzidos

por qualquer agricultor, em qualquer fazenda, porém sementes geneticamente

superiores, com elevado vigor, protegidas contra pragas e doenças,

comercializadas no peso exato para cada hectare, dotadas de informações

específicas e assistência técnica da semeadura à colheita são fruto de

empresas profissionalmente estabelecidas, invariavelmente dotadas de

elevado capital intelectual.

A semente é um insumo de grande importância, sendo fundamental

para a eficiência dos demais insumos utilizados na produção agrícola.

A comercialização das sementes tem papel de elevada importância

na produção de sementes de alta qualidade. Assim, uma empresa

especializada com foco na semente deve estar atenta em buscar informações

para saber qual a demanda por determinadas cultivares e com isto terá maior

participação no mercado, bem como, apresentará menor descarte de lotes.

O controle e o monitoramento da qualidade da semente que envolve

ações do governo e do setor privado através de legislação, permite que haja

padronização mínima da qualidade da semente.

A Cotripal Agropecuária Cooperativa foi fundada em 21 de setembro de

1957, tendo iniciado pela associação de 29 agricultores no município de

Panambi, RS. Atualmente são 3.288 produtores associados e 1.655

colaboradores. Possui unidades de negócios nos municípios de Panambi,

Condor, Pejuçara, Santa Bárbara do Sul e Ajuricaba. Abrange uma área

agricultável de 85 mil hectares. Sua capacidade de armazenagem estática é de

350 mil toneladas.

12

Atua no recebimento de grãos de soja, milho e trigo, possuindo 10

unidades de recebimento e uma Unidade de Beneficiamento de Sementes.

Também fornece defensivos, fertilizantes, corretivos de solos e sementes aos

seus associados. Na área de varejo atende os clientes com supermercado,

lojas de departamentos, postos de combustíveis, autocentro, farmácia e

manipulação. Na área de indústria possui uma fábrica de rações e um

frigorífico de bovinos e suínos.

O objetivo neste estudo foi analisar os índices de eficiência de

produção e de comercialização de sementes de soja na empresa Cotripal

Agropecuária Cooperativa, nas safras 2004/2005 a 2008/2009.

2 REVISÃO DA LITERATURA

A produção de sementes de soja tem se tornado uma importante

atividade econômica para os produtores de sementes, pois envolve valores

monetários significativos.

O produtor de sementes tem que se profissionalizar no ramo e estar

sempre em busca de tecnologias que garantam uma semente de qualidade

para seus clientes. O produtor que não se adequar a critérios de qualidade

poderá ter sérios problemas qualitativos e quantitativos na semente, que

certamente repercutirão em prejuízos financeiros.

2.1 LEGISLAÇÃO SOBRE A PRODUÇÃO DE SEMENTES

A produção de semente de soja esta legalmente normat izada pelo Ministér io da Agricul tura, Pecuária e do Abastecimento, na Instrução Normat iv a Nº 25, d e 16 de Dezembro de 2005, sendo: Art . 1º. Estabelecer normas especí f icas e os padrões de ident idade e qual idade para produção e comercial ização de sementes de algodão, arroz, av eia, azev ém, fei jão, gi rassol , mamona, milho, soja, sorgo, t revo v ermelho, t r igo, t r igo duro, t r i t icale e fei jão caupi , constantes dos Anexos I a XIV (Padrões para produção e comercial ização de sementes de soja (Anexo IX). Art . 2º. Estabelecer que as normas específ icas e os padrões de ident idade e de qual idade para produção e comercial ização de sementes refer idos no art . 1º terão validade em todo o Terr i tór io Nacional , a part i r da saf ra de v erão 2005/2006. Art . 3º. Estabelecer que a apl icação dos índices de tolerância constantes dos padrões de ident idade e de qual idade serão observ ados na f iscal ização das sementes produzidas a part i r da saf ra de v erão 2004/2005. Art . 4º. Ficam rev ogadas as Resoluções da Comissão Nacional de Sementes e Mudas nº 4, de 8 de julho de 1981; nº 5, de 31 de julho de 1981, e nº2, de 10 de agosto de 1984; as Portar ias nº 131, de 20 de maio de 1981; nº 83, de 26 de março de 1982; nº 306, de 22 de nov embro de 1982; nº 77, de 3 de março de 1993, no que se refere ao peso máximo do lote e peso mínimo das amostras para as espécies relacionadas no art . 1o dest a Instrução Normat iva; nº 145, de 30 de junho de 1994, no que se refere às espécies relacionadas no art . 1º desta Instrução Normat iv a; e no 607, de 14 de dezembro de 2001.

14

2.2 PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SEMENTES

De modo generalizado, o processo de produção de sementes de soja

quanto à condução da lavoura é similar ao processo de produção de grãos,

diferindo na escolha de áreas com maior altitude (acima de 700 metros), em

regiões tropicais, devido a temperaturas noturnas mais amenas, e as inspeções

de campo para determinar a necessidade de roguing.

Após a colheita começa uma grande diferenciação nos processos de

produção de sementes e de grãos que estão descritos na CIRCULAR

TÉCNICA 40, EMBRAPA SOJA (FRANÇA NETO et al., 2007), da qual

destacam-se alguns pontos a seguir:

a) Colheita

Fase mais crítica de todo o processo de produção de sementes de

soja, na qual podem ocorrer problemas de mistura varietal, se não forem

observados procedimentos adequados. É imprescindível o isolamento entre

campos de produção de semente e a limpeza completa de todos os

componentes das máquinas colhedoras e carretas transportadoras. A colheita

mecanizada pode ser uma fonte de danos mecânicos. É essencial que os

mecanismos de trilha estejam bem ajustados, visando à obtenção de uma trilha

adequada com os menores índices de danos mecânicos.

Colhedoras com o sistema de trilha axial ou longitudinal podem causar

menos danos à semente (FRANÇA NETO et al., 2007). Outro aspecto

importante a ser levado em consideração durante a colheita é o teor de água

da semente. Semente com teor de água inferior a 12% tenderá a apresentar

danos mecânicos imediatos, caracterizados por fissuras, rachaduras e quebras.

Semente com teor de água acima de 14% é mais suscetível aos danos

mecânicos latentes, caracterizados por amassamentos e abrasões. Os níveis

de danos mecânicos são reduzidos se a semente de soja apresentar teores de

água entre 12% a 18%.

b) Recepção e secagem

Na recepção da semente colhida na UBS, as moegas não devem

possuir profundidade excessiva para minimizar a ocorrência de danos

mecânicos. Preferencialmente, optar por moegas rasas, auto-limpantes, que

15

removem parte da impureza fina, reduzindo assim a poeira na UBS, e previnem

a exposição de trabalhadores aos gases tóxicos, que podem acumular em

moegas profundas e úmidas. A semente deve passar, a seguir, pela máquina

de pré-limpeza, para a remoção das impurezas muito maiores e muito menores

que a semente. Caso a semente de soja chegue à UBS com umidade acima

de 12,5%, recomenda-se a realização da secagem, até o nível de umidade de

12,0%.

c) Beneficiamento

No beneficiamento de semente é necessário para remover

contaminantes tais como materiais indesejáveis (vagens, ramos, torrões e

insetos), semente de outras culturas e de plantas daninhas. Além disso, tal

operação tem outras finalidades: classificar a semente por tamanho; melhorar a

qualidade do lote pela remoção de semente danificada e deteriorada; aplicar

fungicidas e inseticidas à semente se necessário e para embalar

adequadamente a semente para a comercialização. Para a operação de

beneficiamento mais adequada para a semente de soja, segue a seguinte

seqüência (Figura 1): máquina de ar e peneiras (MAP), separador em espiral,

padronizadora por tamanho, mesa de gravidade, tratador de semente (se

necessário) e embaladora. A MAP deve ter uma alimentação contínua, sendo a

semente distribuída uniformemente sobre a largura total da primeira peneira. O

sistema de separação por ar deve ser adequadamente ajustado, para remover

a maior quantidade possível de impureza leve.

16

Figura 1 - Sequência de beneficiamento de sementes de soja (BAUDET e VILLELA, 2007).

d) Armazenamento

O armazenamento envolve etapas que vão desde a maturidade

fisiológica da semente, ainda no campo, até o momento de semeadura e inicia

os processos de embebição e de germinação visível.

A armazenagem da semente, após o beneficiamento até a sua retirada

do armazém, por melhores que sejam as condições de temperatura e umidade

relativa do ar (menores que 25ºC e 70% UR), pode ocorrer redução da

viabilidade e do vigor da semente. Por essa razão, deve-se atentar para o

período que antecede ao armazenamento, o qual poderá comprometer a

viabilidade da semente posteriormente, uma vez que a qualidade inicial da

semente é definida no campo. Cuidados especiais devem ser tomados para

manter o teor de água da semente armazenada abaixo de 12%. Após o

beneficiamento, a semente ensacada poderá ser armazenada em armazéns

convencionais ou climatizados.

e) Transporte

O transporte rodoviário por longas distâncias pode resultar em

reduções significativas de qualidade fisiológica, devido aos aumentos na taxa

de deterioração por umidade e na incidência de danos mecânicos à semente.

17

Durante o transporte a semente não deve ser transportada no mesmo

compartimento de carga que contenha substâncias químicas prejudiciais à sua

qualidade, como, por exemplo, determinados herbicidas. Caso a semente seja

transportada em caminhões graneleiros, é importante que elas sejam

protegidas por lonas impermeáveis de cor clara e, se possível, que essas lonas

tenham algum tipo de isolante térmico.

2.3 QUALIDADE DE SEMENTES

Na avaliação da qualidade fisiológica de sementes de soja, Ahrens e

Peske (1994) verificaram que em regiões de ocorrência forte de orvalho,

mesmo com temperaturas amenas, a deterioração pode ser detectada a partir

do final do estágio R7.

Em estudo realizado no estado do Paraná, Costa et al. (1994)

concluíram que as áreas com temperaturas médias amenas (<22°C) são mais

propícias à produção de sementes de soja das cultivares precoce. Para esses

autores, as sementes produzidas no Brasil, provenientes do Sul do Paraná,

Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, em geral possuem alto padrão de

qualidade.

As condições climáticas, como a ocorrência de chuvas no período de

pré-colheita, são importantes já que determinam o tempo de exposição da

semente em campo após sua maturidade fisiológica (CARRARO et al.,1985).

De maneira similar, Henning e França Neto (1980) explicam que,

freqüentemente, o excesso de chuvas, associado às altas temperaturas,

ocasionam verdadeiro desastre na produção de sementes, porque além do

processo de deterioração fisiológica devido à flutuação do teor de água,

apresentam altos índices de infecção, principalmente causado por fungos.

Com o retardamento da colheita, ocorre redução na percentagem de

germinação, devido à deterioração da semente (BRACCINI et. al., 2000), que

segundo Costa et al. (1995) pode ser definida como um processo que envolve

mudanças citológicas, bioquímicas e físicas que, eventualmente, causam a

morte das sementes. Lotes de alta qualidade somente são obtidos com a

colheita dos campos de produção de sementes no momento certo.

18

Alta qualidade de sementes requer que as fases de maturação e

colheita ocorram sob condições de clima seco e temperaturas amenas

(FRANÇA NETO e KRZYZANOWSKI, 2000). Nem mesmo características

genéticas distintas das cultivares, como a espessura do tegumento da

semente, asseguram a obtenção de semente com alta qualidade fisiológica, se

a colheita é retardada (GUIRIZATTO et al., 2004).

Em lavouras destinadas à produção de sementes, a espera por

menores graus de umidade para efetuar a colheita pode acarretar a

deterioração em função da ocorrência de chuvas e consequentemente,

elevação da incidência de fungos (COSTA , 2008).

Outro fator que pode causar redução da qualidade da semente é a

ocorrência de danos mecânicos no momento da colheita, devido à inadequada

regulagem do sistema de trilha, principalmente na velocidade do cilindro e na

abertura do côncavo. O embrião tem pouca proteção e com isto os danos

mecânicos podem se agravar e aumentar os índices de descarte de lotes de

sementes, caso sejam colhidas com umidade inapropriada (COSTA et al.,

1996).

Cabe salientar que a colhedora é uma das mais importantes fontes de

dano mecânico à semente, pois no momento da operação de debulha, a

semente sofre um impacto do cilindro debulhador ao passar através do

côncavo. Além deste, ainda podem ocorrer danos nas operações de secagem,

beneficiamento, transporte, armazenamento e semeadura.

Sementes de soja com teor de água entre 14 e 18% apresentam menor

incidência de danificação mecânica e menor percentual de perdas durante a

colheita. No entanto, com umidade de colheita de 11,4 a 19,0%, a danificação é

aceitável e as perdas permanecem inferiores a 3% (HAMER e PESKE, 1997).

Sementes colhidas com grau de umidade superior a 15% estão sujeitas

a maior incidência de danos mecânicos latentes e colhidas abaixo de 12%,

estão suscetíveis ao dano mecânico imediato (COSTA, 2005).

A combinação entre baixa umidade das sementes e alta rotação do

cilindro, assim como elevadas umidades, independentemente da rotação do

cilindro, acarretam maior danificação mecânica das sementes. Os danos

mecânicos são progressivos e acumulativos. Em casos especiais e em anos de

19

muitas chuvas é possível colher sementes de soja com umidade até 19-20%,

pois os efeitos na qualidade fisiológica ainda não são pronunciados. No

entanto, muito cuidado deve ser tomado no manuseio das sementes durante a

secagem, pois como os danos são cumulativos, a danificação mecânica pode

reduzir acentuadamente a qualidade fisiológica (PESKE e HAMER, 1997).

O potencial de armazenamento da semente é influenciado por

condições verificadas anteriormente, sendo um dos fatores a adequação da

secagem Smiderle (2011). Todavia, Possenti e Villela (2004), avaliando a

aptidão de diversos locais na região sudoeste do Paraná, concluíram que a

localidade com maior altitude, apresentou melhores condições para

armazenagem de sementes de soja.

O uso de sementes de baixa qualidade, a ocorrência de baixa

temperatura e períodos de estiagem por ocasião da semeadura poderão

resultar em baixa porcentagem de germinação e menor velocidade de

emergência das plantas (LOPES et al., 2002).

Nas análises efetuadas pela CLASPAR da rede LASP e LASO

(Laboratório de Análise de Sementes da Produção), provenientes de 35

laboratórios do Estado do Paraná, em lotes de sementes fiscalizadas, a média

de lotes eliminados das safras 2000/01, 2001/02 e 2002/03, por germinação,

pureza física e pureza varietal foi 5,9%, zero e 2,7%, respectivamente,

totalizando 8,6%, sendo 68,6% por germinação e 31,4% por mistura de outras

cultivares. Além disso, na safra 2003/2004 a porcentagem de lotes eliminados

foi de 8,7% (CERIOTTI, 2005).

Analisando lotes de três cultivares de soja, em três regiões do Estado

do Paraná, Costa et al. (1987) observaram que a porcentagem média de

germinação abaixo do padrão foi de 36%, 32% e 38%, nas safras 1979/80,

1981/82 e 1982/83, respectivamente. Ainda no mesmo trabalho, observaram

que para a mistura varietal (número de misturas/500 gramas), os resultados

obtidos nas respectivas safras foram de 5,2%, 1,8% e 4,3%, sendo que a

cultivar precoce apresentou os mais baixos índices de contaminação.

Os dados de produção de sementes da Secretaria de Estado da

Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná de três safras (1999/00,

2001/02 e 2002/03) mostraram que do total da área inscrita em relação à área

20

aprovada, houve uma aprovação de 84% dos campos para produção de

semente fiscalizada.

Por outro lado, Bevilaqua (2001) cita que, de 1.194 amostras de

sementes de soja enviadas pela entidade certificadora e fiscalizadora (ECF), no

Rio Grande do Sul, e analisado no laboratório da Embrapa Trigo, na safra

1999/2000, 65% apresentaram germinação acima de 90%, 27% entre 86 e

90%, 7% de 80 a 85% e em apenas 1% das amostras a germinação foi abaixo

de 80%. Dessa forma, observou que 92% das amostras apresentaram

germinação acima de 85%. Do total, 1,07% apresentaram sementes de outras

cultivares acima do padrão tolerado para a classe e em 0,17% das amostras o

padrão de pureza foi inferior a 98%. A baixa pureza física estava relacionada à

presença de pedaços de semente de tamanho inferior à metade do tamanho

original, provavelmente resultante de dano mecânico por ocasião da colheita ou

beneficiamento, conforme Ceriotti (2005).

Cuidados especiais devem ser dispensados à pureza varietal (ausência

de contaminação genética propriamente dita), porque este fator,

provavelmente, constitui-se num dos principais problema de qualidade das

sementes (LAGO et al., 2004).

Os resultados relativos à eficiência de beneficiamento e

aproveitamento de lotes após o controle de qualidade de sementes de soja

apresentam variações expressivas entre locais de produção, safras, tecnologia

de produção e unidades de beneficiamento e entre empresas.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 A EMPRESA

Os dados foram obtidos da Unidade de Beneficiamento de Sementes

da Cotripal Agropecuária Cooperativa, localizada na Vila Arco Iris, no município

de Panambi, no Rio Grande do Sul, sendo analisados o histórico da produção,

beneficiamento e comercialização de sementes para propor alternativas para

aumentar eficiência dos processos.

O recebimento das sementes é feito a granel, separando as sementes

de diferentes variedades em silos com capacidade de 100 toneladas, sendo a

formação de lotes realizada após a classificação.

A produção de sementes de soja foi escolhida para este trabalho em

função de ser uma atividade estratégica dentro da empresa e que representa o

meio de transferência para o produtor da tecnologia desenvolvida pela

pesquisa. Além disso, em razão de ser integrante do pacote para formação da

lavoura.

O trabalho de análise e de proposição de alternativas, baseou-se em

revisão bibliográfica, com uma abordagem descritiva fundamentada pela

literatura e experiências de campo, pela análise do Mapa de Produção e

Comercialização de Sementes, que focaliza os ambientes da produção de

sementes.

A pesquisa de campo é uma investigação empírica realizada no local

de trabalho onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos

para obter explicação (VERGARA, 2004).

As pesquisas qual i tat ivas são exploratór ias, ou seja, est imulam os entrev istados a pensarem l iv remente sobre algum tema, objeto ou concei to. Elas fazem emergi r aspectos subjet iv os e at ingem mot ivações não expl íci tas, ou mesmo conscientes, de manei ra espontânea. São usadas quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abr indo espaço para a interpretação (www.ibope.com.br , 2006).

22

3.2 COOPERANTES

A COTRIPAL é pessoa jurídica que, assistida por responsável técnico,

produz semente destinada à comercialização. Os campos de produção de

sementes são acompanhados por profissionais Engenheiros Agrônomos que

efetuaram vistorias desde o momento da semeadura conforme zoneamento

agrícola de cada região até a liberação do campo para a colheita.

Os cooperantes da COTRIPAL são os produtores rurais associados da

cooperativa, escolhidos levando em consideração o conhecimento técnico, a

aceitação de novas tecnologias, a capacidade gerencial, a disponibilidade de

máquinas e de mão-de-obra e de preferência apresentar campos localizados

próximo da Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS). Atualmente,

possui em torno de 30 cooperantes, que recebem uma bonificação pelos

serviços prestados, variável em função do resultado da comercialização das

sementes.

3.3 PARÂMETROS ANALISADOS

Os parâmetros utilizados para a análise foram os seguintes: área

inscrita, área aprovada, produção inscrita, produção recebida, quantidade

beneficiada, quantidade aprovada, quantidade comercializada, quantidade de

sementes comercializadas no estado do Rio Grande do Sul, quantidade de

sementes comercializadas fora do estado e participação das empresas

obtentoras no mercado de sementes.

Os dados da série histórica do período analisado foram obtidos através

da consulta do Mapa de Produção e Comercialização de Sementes que se

encontram arquivados na Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS).

Quanto às áreas de produção de sementes de soja, determinou-se a

área colhida em relação à área inscrita, em cada safra, expresso em

porcentagem de aprovação.

No recebimento de sementes de soja foi comparada a produção

recebida em relação à da área inscrita, em cada safra, expresso em

porcentagem recebida. Além disso, comparou-se a produção beneficiada

23

versus a produção recebida, em cada safra, expresso em porcentagem de

rendimento.

No beneficiamento de sementes de soja, avaliou-se a quantidade

aprovada versus a quantidade beneficiada, em cada safra, expresso em

porcentagem de aprovação.

Em relação à comercialização, avaliou-se a quantidade comercializada

versus a quantidade aprovada em cada safra, expresso em porcentagem, bem

como, quantidade comercializada dentro do Estado do Rio Grande do Sul em

relação à comercializada fora do estado em cada safra, expresso em

porcentagem.

Finalmente, foi avaliada a participação das empresas obtentoras na

produção de sementes das cultivares em cada safra, expresso em

porcentagem.

A semente de soja para ser comercializada deve ter uma germinação

mínima de 80 % para as categorias S1, S2, C1 e C2, e para a categoria de

semente Básica a germinação mínima é de 75 %. Todas as categorias tem que

possuir uma pureza de 99 %. Além destes padrões oficiais mínimos, a empresa

faz analise de vigor das sementes e também conduz testes de germinação em

solo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando as áreas de produção (inscrita x aprovada) de semente de

soja (Tabela1), em cada safra no período de 2004/2005 a 2008/2009,

observou-se uma variação acentuada entre safras, devido a dificuldade em

prever quais cultivares terão maior mercado na próxima safra. Mesmo assim, a

média da área aprovada para o período estudado atingiu 74,69 %.

Os cooperantes da empresa são produtores que utilizam boas técnicas

de cultivo, bem como um eficiente manejo de invasoras, pragas e doenças, o

que facilita a aprovação da área inscrita. Entretanto, o problema deste baixo

percentual de aprovação foi devido à determinada cultivar não mais atender as

expectativas do produtor e com isto não ter uma boa liquidez no mercado de

sementes, e por este motivo, diversas áreas inscritas foram descartadas.

TABELA 1 - Áreas de produção (inscrita e aprovada) de semente de soja na COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009

SAFRA ÁREA INSCRITA

(ha)

AREA

APROVADA

(ha)

APROVAÇÃO

(%)

2004/2005 1003 803 80,06

2005/2006 802 513 63,96

2006/2007

2007/2008

2008/2009

660

1270

1505

579

960

995

87,73

75,59

66,11

Média 1048 770 74,69

Na safra 2003/2004, a semente de soja produzida foi convencional e, a

partir de 2004/2005, toda a produção de semente foi de soja transgênica.

A unidade de produção de sementes de soja da COTRIPAL, unidade

da Vila Arco Iris, em Panambi, RS, possui em termos médios do período

estudado (5 anos ), uma área média aprovada para produção de sementes de

soja de 770 ha (Tabela 1). Para um recebimento médio de 1839,12 toneladas

25

(Tabela 2), correspondendo a uma produtividade média de 2.388 kg ha-1,

podendo ser considerada satisfatória em comparação à média do estado do

Rio Grande do Sul, que neste período foi de 1.856 kg ha-1 (IBGE, 2011).

A eficiência do recebimento expressa em porcentagem de semente

recebida apresentou resultado médio de 62,75% no período estudado.

Na safra 2007/2008, a porcentagem de recebimento em relação à

previsão de recebimento foi de 72,83%, sendo o maior valor alcançado no

período analisado. Vale destacar que a empresa tem opção para inscrever

mais área e cooperantes para assegurar a produção necessária, mesmo que

ocorram condições climáticas adversas.

TABELA 2 - Previsão de produção, quantidade e porcentagem de recebimento de semente de soja na COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009.

SAFRA

PREVISÃO

INSCRITA (T)

QUANTIDADE

RECEBIDA (T)

RECEBIDA

(%)

2004/2005 2020,00 1327,36 65,71

2005/2006 1620,70 1152,20 71,09

2006/2007

2007/2008

2008/2009

2964,00

3562,50

5250,00

1743,40

2594,44

2378,18

58,82

72,83

45,30

Média 3083,44 1839,12 62,75

Analisando os resultados do volume de produção bruta de semente de

soja recebida por safra pela unidade da Cotripal, no período que compreende

as safras de 2004/05 a 2008/09, observa-se redução significativa na safra

2004/2005 e 2005/2006, pela ausência de cultivares transgênicas nacionais e

esta volta a crescer gradualmente a seguir, devido à entrada de cultivares

transgênicas promissoras no mercado de sementes.

A COTRIPAL possui técnicos de campo que acompanham e vistoriam

as lavouras e também a qualidade do produto no recebimento, sendo os lotes

descartados imediatamente, caso não estejam dentro da conformidade.

Vale lembrar que embora o beneficiamento de sementes aprimore a

qualidade de um lote de sementes, principalmente em termos de atributos

26

físicos, para a remoção de 1% de material indesejável, outros 2 a 3% de

sementes são perdidos por apresentarem propriedades físicas similares

(AGUIRRE e PESKE, 1992; PESKE e BAUDET, 2003).

Este item deve ser adequadamente analisado, pois um maior descarte

para produção de sementes gera maior custo no processo, pois além da mão-

de-obra, energia elétrica, desgaste de equipamentos, ainda tem-se um residual

do beneficiamento que muitas vezes poderá ter menor valor comercial. Neste

contexto, todas as tecnologias devem ser utilizadas no sentido de melhorar e

obter o volume de produção desejado. Neste sentido, semeadura de

variedades de mesmo ciclo em épocas diferentes, proporcionando a colheita na

época oportuna, bem com a utilização de tecnologias de secagem,

beneficiamento e armazenamento, são exemplos de práticas que podem ser

adotadas.

Analisando os dados no período estudado (Tabela 3), observa-se que o

rendimento no beneficiamento foi em média de 57,14%, variando de 52,54% na

safra 2005/2006 a 63,02% na safra 2007/2008. O descarte médio alcançou

42,86%, percentual alto considerando os verificados usualmente (30 a 35%),

no beneficiamento de sementes de soja de acordo com Baudet e Peske (2004).

Os referidos autores apontam que o descarte médio no beneficiamento de

sementes de soja após passar pela pré-limpeza, máquina de ar e peneiras,

separador de espiral, padronizador e mesa de gravidade, atinge 25% em

relação à quantidade bruta inicial. Este descarte pode, dependendo da safra,

cultivar e lote, atingir 30 a 35%.

Os dados analisados por Vicenzi (2005) indicaram eficiência de 73,3%

no beneficiamento das sementes de soja.

Neste caso, a COTRIPAL opta em aumentar o descarte na mesa de

gravidade, com o objetivo de melhorar o aspecto visual da semente de soja.

Este alto descarte para produção de sementes de soja, muitas vezes

ocorre devido à falta de perspectiva de comercialização de determinada

cultivar. Além disso, é possível melhorar algum lote de determinada cultivar de

interesse que não tenha histórico favorável de campo, e neste intuito, o

beneficiamento da semente é usado para aproveitar este lote,

independentemente do custo.

27

Em estudo sobre a eficiência na produção de sementes de soja, Dariva

(2005) verificou que o descarte no beneficiamento de sementes pode alcançar

80%.

TABELA 3 - Análise do beneficiamento de sementes de soja na COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009.

SAFRA

QUANTIDADE

RECEBIDA (T)

QUANTIDADE

BENEFICIADA (T)

RENDIMENTO

(%)

2004/2005 1327,36 737,20 55,54

2005/2006 1152,20 605,32 52,54

2006/2007

2007/2008

2008/2009

1743,40

2594,44

2378,18

1018,44

1635,16

1335,72

58,42

63,02

56,16

Média 1839,12 1066,37 57,14

Observa-se na Tabela 4, que a quantidade média de aprovação pelas

análises nos laboratórios de análise de sementes da produção foi de 96,08%

do total beneficiado. Este alto índice de aprovação pode ser explicado em parte

pelo alto descarte no beneficiamento, especialmente na mesa de gravidade,

que retira muito material de baixa qualidade. Destaque-se que somente nas

safras 2006/2007 e 2008/2009 houve descarte de lotes em razão de não

alcançarem os padrões mínimos de qualidade.

Dados obtidos por Magnani (2009) indicaram um índice de aprovação

pelas análises das sementes em laboratório de 90,5%. Vicenzi (2005)

encontrou um aproveitamento de 97,9 % do total dos lotes analisados.

Após o beneficiamento, as sementes são submetidas a testes para

avaliação da qualidade física e fisiológica. Além dos testes de laboratório,

todos os lotes são avaliados no solo em canteiros dentro de estufa (Figura 2),

na semeadura em 5 linhas com 80 sementes, perfazendo um total de 400

sementes por lote. A semeadura é feita na profundidade de 8cm, para simular

uma situação desfavorável e com isto efetuar uma avaliação visual do vigor dos

lotes de sementes. Todo lote que apresentar dúvida quanto ao vigor, é

descartado.

28

Figura 2 – Teste de germinação das sementes de soja em estufa.

TABELA 4 - Análise da aprovação da semente de soja, após o beneficiamento na COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009.

SAFRA

BENEFICIADA (T)

APROVADA (T)

APROVAÇÃO (%)

2004/2005 737,20 737,20 100,00

2005/2006 605,32 605,32 100,00

2006/2007

2007/2008

2008/2009

1018,44

1635,16

1335,72

893,44

1635,16

1237,72

87,73

100,00

92,66

Média 1066,37 1021,77 96,08

A comercialização das sementes é outro ponto fundamental para o

sucesso do empreendimento, pois neste momento, a maior parte do custo de

produção da semente já está concluída e, assim, um problema de

comercialização poderá resultar em sérios prejuízos para o produtor de

sementes.

29

Pode-se observar na Tabela 5 que a semente da safra 2004/2005,

obteve uma comercialização de apenas 32,49% da semente de soja aprovada.

Cabe ressaltar que nesta safra o Governo Federal liberou a semeadura da soja

transgênica e o agricultor fez um grande volume de semente salva e assim

adquiriu apenas pequenos volumes de semente certificada para validação

destas novas cultivares. No período de 2004/2005 a 2008/2009, a média de

comercialização atingiu 75,42%, variando de 32,49% em 2004/2005 a 100%

em 2005/2006, o que pode ser considerada uma comercialização satisfatória.

Na safra 2007/2008 a comercialização de apenas 58,27% da semente

de soja foi devido a sobra de sementes produzidas de algumas cultivares que

tiveram um desempenho produtivo superado por novas cultivares.

Se comparar a média de produção recebida no período analisado

(Tabela 2), que foi de 1.839,12 toneladas, com a média de 754,93 toneladas

comercializadas de semente de soja (Tabela 5), verificamos que 41,05% de

todo volume de semente que entrou na Unidade de Beneficiamento de

Sementes foi efetivamente transformada em semente comercializada.

TABELA 5 - Análise da comercialização da semente de soja na COTRIPAL - Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009.

SAFRA

APROVADA

(T)

COMERCIALIZADA

(T)

COMERCIALIZAÇÃO

(%)

2004/2005 737,20 239,56 32,49

2005/2006 605,32 605,32 100,00

2006/2007

2007/2008

2008/2009

893,44

1635,16

1237,72

855,28

952,76

1121,72

95,73

58,27

90,63

Média 1021,77 754,93 75,42

A empresa esta focada na produção de sementes de soja para o

associado da cooperativa, não havendo uma política para produção de

sementes para outros Estados. Isto pode ser constatado na Tabela 6, pois

95,16% da semente produzida foi comercializada dentro no Rio Grande do Sul

e, apenas em casos esporádicos, a comercialização é efetivada para outros

30

Estados. Em três safras, a totalidade da produção da cooperativa foi

comercializada no Rio Grande do Sul e somente na safra 2006/2007 houve a

comercialização de um volume maior de sementes para fora do Estado.

TABELA 6 - Análise da distribuição da semente de soja na COTRIPAL -Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009.

SAFRA

COMERCIALIZAÇÃO

NO RS (T)

COMERCIALIZAÇÃO

FORA DO RS (T)

DENTRO DO RS

(%)

2004/2005 239,56 0 100,00

2005/2006 605,32 0 100,00

2006/2007

2007/2008

2008/2009

661,92

937,76

1121,72

193,36

15

0

77,39

98,42

100,00

Média 713,26 41,67 95,16

Pelos dados da Tabela 7, constata-se que as empresas Fundacep e

Coodetec, tradicionais na região de Panambi, estão perdendo espaço no

mercado para outras empresas obtentoras. É possível deduzir que os

produtores de soja estão permanentemente em busca de novas cultivares mais

produtivas. Não ocorrendo lançamento de novos materiais, há migração para

outra empresa, fato ocorrido na safra 2006/2007, em que a empresa obtentora

Fundacep participou com 86,52 % da semente produzida e comercializada,

devido ao lançamento de novos cultivares e na safra de 2007/2008, a

obtentora Coodetec participou com 58,20% da semente produzida e

comercializada, ocorrência também influenciada pelo lançamento de novas

cultivares.

31

TABELA 7 - Participação das empresas obtentoras na quantidade de semente de soja produzida e comercializada na COTRIPAL- Unidade de Vila Arco Iris, Panambi, RS, no período 2004/2005 a 2008/2009.

SAFRA PARTICIPAÇÃO DAS OBTENTORAS (%)

FUNDACEP COODETEC OUTRAS

2004/2005 0 100 0

2005/2006 0 100 0

2006/2007 86,52 13,48 0

2007/2008 41,80 58,20 0

2008/2009 31,73 36,32 31,95

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pela importância de todas etapas no processo de produção de

sementes de soja, não podemos deixar de investir em treinamento contínuo

dos colaboradores encarregados das diferentes operações com sementes de

soja na cooperativa. A produção de sementes deve ser conduzida com

profissionalismo para ser uma atividade lucratividade.

Observamos a entrada no mercado de novos obtentores de cultivares

de soja, e isto é desejável, pois esta concorrência é importante no sentido da

competitividade pelo lançamento de novas cultivares com melhor potencial

produtivo e com outras características agronômicas desejáveis, e desta forma

alimentar o setor sementeiro com novos lançamentos de cultivares.

6 CONCLUSÕES

- Há necessidade da adoção de técnicas mais adequadas de produção,

secagem, beneficiamento e armazenagem de sementes, considerando o

elevado descarte de lotes de sementes de soja.

- O aproveitamento dos campos para produção de sementes de soja é

limitado, devendo ser incrementado.

- O descarte de campos de produção de sementes de soja é

acentuadamente variável, de safra para safra.

- Há necessidade do desenvolvimento de procedimentos para a

previsão das cultivares que terão maior demanda de sementes para a próxima

safra.

- É recomendável a busca de novos mercados para a semente fora do

Estado.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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