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1 EFICÁCIA E SEGURANÇA DO IMPLANTE SUBDÉRMICO DE OCTREOTIDE EM PACIENTES COM ACROMEGALIA Giovanna Aparecida Balarini Lima Dissertação de mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação em Medicina, área de concentração em Endocrinologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Endocrinologia. Orientadora: Prof a . Dr a . Mônica Roberto Gadelha

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EFICÁCIA E SEGURANÇA DO IMPLANTE SUBDÉRMICO

DE OCTREOTIDE EM PACIENTES COM ACROMEGALIA

Giovanna Aparecida Balarini Lima

Dissertação de mestrado

apresentada ao programa de

Pós-Graduação em Medicina,

área de concentração em

Endocrinologia, da

Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos

requisitos necessários para a

obtenção do título de Mestre em

Endocrinologia.

Orientadora:

Profa. Dra. Mônica Roberto Gadelha

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Rio de Janeiro

Agosto – 2005

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Centro de Ciências da Saúde

Faculdade de Medicina

Curso de Pós-graduação em Endocrinologia

EFICÁCIA E SEGURANÇA DO IMPLANTE SUBDÉRMICO

DE OCTREOTIDE EM PACIENTES COM ACROMEGALIA

Giovanna Aparecida Balarini Lima

Orientadora: Profa. Dra. Mônica Roberto Gadelha

Banca examinadora:

____________________________________

____________________________________

____________________________________

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Ficha Catalográfica

Lima, Giovanna Aparecida Balarini Eficácia e segurança do implante subdérmico de octreotide em pacientes

com acromegalia / Giovanna Aparecida Balarini Lima. – Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2005.

xvi 119 f. : il. ; 31 cm.

Orientador: Mônica Roberto Gadelha Dissertação (mestrado) – UFRJ, Faculdade de Medicina, Pós-

graduação em Endocrinologia, 2005. Referências bibliográficas: f. 71-102

1. Acromegalia – quimioterapia. 2. Octreotide – uso terapêutico. 3. Antineoplásicos hormonais – uso terapêutico. 4. Octreotide – efeitos de drogas. 5. Fator de crescimento Insulin-Like I – efeitos de drogas. 6. Hormônio do crescimento – efeitos de drogas. 7. Receptores de somatostatina – efeitos de drogas. 8. Implantes de medicamento. 9. Relação dose-Resposta à droga. 10. Resultado de tratamento. 11. Endocrinologia - Tese. I. Gadelha, Mônica Roberto. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Pós-graduação em Endocrinologia. IV. Título.

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Esta dissertação de mestrado é parte do projeto

de pesquisa intitulado “Protocolo de implante

subdérmico de octreotide: estudo de fase I, aberto,

dose-resposta para avaliar a eficácia e segurança do

octreotide em implante subdérmico em pacientes com

acromegalia”, que foi desenvolvido pelo Laboratório

Valera Pharmaceuticals em conjunto com o Prof.

Lawrence A. Frohman da University of Illinois at

Chicago.

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Dedicatória

Aos meus pais, Teresa e João

Celso, e avós, Américo e Aída,

Aninha e Celso.

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Agradecimentos

Ao meu marido, Juan Carlos, pelo incentivo, presença, participação e paciência

durante o desenvolvimento deste trabalho;

À minha orientadora, Prof. Mônica Gadelha, por me introduzir nos caminhos da

pesquisa clínica e pelo exemplo de dedicação e profissionalismo;

Ao Prof. Mário Vaisman, um chefe exemplar e verdadeiro pai nestes últimos

quatro anos;

Ao Prof. Adolpho Milech, pelo estímulo diário em aprender cada vez mais;

Ao Prof. José Marcus Raso Eulálio, pelo interesse e dedicação na realização dos

procedimentos cirúrgicos do estudo;

Ao Prof. José Gilberto Vieira, do Laboratório Fleury, pela disponibilidade e

colaboração nas dosagens de GH e IGF-I;

Aos Drs. Romeu Cortes Domingues e Rafael Bastos, da Clínica Multi-Imagem /

CDPI pela disponibilidade e auxílio na avaliação das ressonâncias magnéticas dos

pacientes envolvidos neste estudo;

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Ao Prof. Ronir Raggio Luiz pelos valiosos ensinamentos de estatística;

Ao Leonardo Vieira Neto, meu “braço-direito” no desenvolvimento deste estudo;

À Giselle Taboada, pela ajuda inestimável na análise dos dados, além de grande

amiga;

À Ines Donangelo, pela preciosa amizade e incentivo na escolha da minha

orientadora;

Às minhas companheiras de Mestrado – Flávia Regina van Haute, Lívia

Lugarinho Corrêa e Evelyn Machado – pelos momentos bons e difíceis

compartilhados, sempre;

À Nádia Queiroz, secretária do Serviço, pelo otimismo e incentivo diários;

Aos pacientes, razão deste estudo, pela confiança depositada em mim.

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“Não deves aceitar meus ensinamentos de pronto, a menos, e

até, que os entendas do teu próprio ponto de vista”

(Sidarta Gautama, 560-480 a.C.)

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RESUMO

O tratamento da acromegalia com octreotide requer injeções

intramusculares mensais (octreotide LAR®). Foi desenvolvido um implante

subdérmico de hidrogel não-biodegradável, contendo 52mg de octreotide que

apresenta liberação in vitro quase linear da droga por seis meses. Este estudo

avaliou dose-resposta, eficácia e segurança do implante em acromegálicos, além

de comparar com a terapia com octreotide LAR®. Dados comparativos foram

obtidos através de registros prévios sobre a resposta ao octreotide LAR®.

Onze pacientes (31-78 anos) foram randomizados para receber um ou dois

implantes. Os pacientes foram avaliados mensalmente por anamnese/exame físico

e dosagem sérica de GH, IGF-I e octreotide. Ressonância magnética de sela

túrcica foi realizada antes e após 3 e 6 meses de tratamento.

A mediana do GH e IGF-I reduziu de 13 para 1 ng/mL e de 1300 para 520

ng/mL, respectivamente, com seis meses de tratamento. Níveis de GH < 2,5

ng/mL e ≤ 1 ng/mL foram alcançados, respectivamente, em 9 e 4 de 11 pacientes.

Houve normalização do IGF-I em 2 pacientes, ambos com dois implantes. Nível

de octreotide reduziu de 2570 para 775 pg/mL. Redução significativa do volume

tumoral (> 25%) ocorreu em 4 de 9 pacientes. A freqüência de eventos adversos

com implante foi similar àquela com octreotide LAR® e os pacientes preferiram o

implante às injeções mensais.

Estes resultados indicam que o implante de octreotide é eficaz, seguro e

bem tolerado por pelo menos 6 meses. A eficácia é comparável ao octreotide

LAR® nestes pacientes. O sistema de implante pode oferecer maior comodidade e

adesão ao tratamento.

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Descritores: acromegalia, octreotide, hormônio do crescimento, fator de

crescimento semelhante à insulina tipo 1, implantes de medicamento.

ABSTRACT

Octreotide therapy of acromegaly requires monthly intramuscular

injections (octreotide LAR®). A subdermally implantable, non-biodegradable

hydrogel cartridge containing 52mg of octreotide that provides a near linear in

vitro release of the drug for six months has been developed. This study evaluated

the dose-response, efficacy, and safety of the implant in acromegalic patients, as

compared to octreotide LAR® therapy. Comparative data is based on prior

patients’ records for the octreotide LAR® responses.

Eleven patients (31-78 yrs) were randomized to receive one or two

implants. Patients were evaluated monthly by physical examination and serum

levels of GH, IGF-I and octreotide. Magnetic resonance was performed prior to

and at 3 and 6 months after implant insertion.

Median GH and IGF-I decreased from 13 to 1 ng/mL and 1300 to 520

ng/mL with six months of treatment, respectively. Serum GH decreased to < 2,5

ng/mL and ≤ 1ng/mL, respectively, in 4 and 9 of 11 patients. Normalization of

IGF-I levels was achieved in two patients, both with two implants. Median

octreotide levels decreased from 2570 to 775 pg/mL. Significant (> 25%)

reduction of tumor volume occurred in 4 of 9 patients. The frequency of adverse

events with the implant was similar to that during octreotide LAR® and patients

preferred the implant to monthly injections.

These results indicate that the octreotide implant is safe, well tolerated,

and effective for at least 6 months. Its efficacy is comparable to that of octreotide

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LAR®. The implant system may offer a greater convenience and improve patient

compliance in the treatment of acromegaly.

Keywords: acromegaly, octreotide, growth hormone, insulin-like growth factor

type-1, drug implants.

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SUMÁRIO

1. Introdução

…………………………………………………………...........................1

2. Objetivos

…………………………………………………………….........................3

3. Revisão de literatura

………………………………………………...........................4

3.1. Acromegalia - Aspectos gerais

............................................................................4

3.2. Opções terapêuticas na acromegalia

...................................................................6

3.3. Os análogos da somatostatina no tratamento da acromegalia

..........................15

4. Pacientes e Métodos

……………………………………………….........................34

4.1. Critérios de inclusão

..........................................................................................34

4.2. Critérios de exclusão

........................................................................................34

4.3. Desenho do estudo

........................................................................................... 35

4.4. Protocolo do

estudo……………………………………………………………36

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4.5. Descrição da população do estudo

....................................................................39

4.6. Descrição da medicação do estudo

...................................................................39

4.7. Procedimento de inserção do implante

..............................................................41

4.8. Procedimento de remoção do implante

.............................................................46

4.9. Ensaios para dosagem de GH, IGF-I e octreotide

.............................................48

4.10. Avaliação do volume tumoral

........................................................................48

4.11. Análise estatística

...........................................................................................49

5. Resultados

.................................................................................................................50

5.1. Procedimento de inserção e remoção dos implantes

.........................................50

5.2. Efeito do implante subdérmico de octreotide nos sinais e sintomas da

acromegalia...................................................................................................

.....50

5.3. Efeito do implante subdérmico de octreotide nos níveis séricos de GH

...........51

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5.4. Efeito do implante subdérmico de octreotide nos níveis séricos de IGF-I

........53

5.5. Níveis séricos de octreotide

...............................................................................56

5.6. Efeito do implante subdérmico de octreotide no volume tumoral

....................57

5.7. Tolerabilidade e efeitos colaterais

.....................................................................59

5.8. Seguimento dos pacientes (1 mês após remoção dos

implantes).......................61

5.9. Comparação da eficácia bioquímica: octreotide LAR® versus implante

subdérmico de octreotide

..................................................................................62

6. Discussão

.................................................................................................................64

7. Conclusões

...............................................................................................................69

8. Perspectivas

futuras………………………………………………………………...70

9. Referências Bibliográficas

.......................................................................................71

10. Anexos

....................................................................................................................103

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10.1. Anexo 1. Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

…….........................103

10.2. Anexo 2. Aprovação da Comissão Nacional de Ética em

Pesquisa...............104

10.3. Anexo 3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

...............................105

10.4. Anexo 4. Características dos pacientes e resposta prévia ao uso de

octreotide LAR®

..............................................................................................................111

10.5. Anexo 5. Valores de referência de IGF-I

......................................................112

10.6. Anexo 6. Emenda 1 ao protocolo

…………………………………………..113

10.7. Anexo 7. Aprovação da Emenda 1 pelo Comitê de Ética em Pesquisa

……115

10.8. Anexo 8. Características dos pacientes no início do estudo e 6 meses do

implante subdérmico de octreotide

..................................................................116

10.9. Anexo 9. Controle hormonal ao longo dos 7 meses

......................................117

10.10. Anexo 10. Trabalho (Resumo) Publicado em Periódico

Internacional…....118

LISTA DE TABELAS

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Tabela 1. Incidência e prevalência da acromegalia

..........................................................4

Tabela 2. Remissão pós-operatória de acordo com diferentes critérios de

cura................8

Tabela 3. Eficácia bioquímica do octreotide

subcutâneo.................................................22

Tabela 4. Eficácia bioquímica do octreotide

LAR®.........................................................23

Tabela 5. Eficácia bioquímica do lanreotide

SR/Autogel.............................................24

Tabela 6. Comparação de eficácia bioquímica do octreotide SC/LAR versus

lanreotide SR/Autogel

........................................................................................................26

Tabela 7. Redução tumoral em pacientes tratados com octreotide

subcutâneo...............29

Tabela 8. Redução tumoral em pacientes tratados com análogos da somatostatina

de depósito: octreotide LAR e lanreotide

SR.......................................................30

Tabela 9. Agenda de

Eventos..........................................................................................38

Tabela 10. GH e IGF-I séricos antes e aos 6 meses de uso do implante subdérmico

de

octreotide........................................................................................................

.....54

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18

Tabela 11. Concentração sérica de octreotide ao longo dos seis

meses..........................57

Tabela 12. GH e IGF-I séricos antes do tratamento e após 1 mês da remoção do

implante subdérmico de

octreotide.....................................................................................61

Tabela 13. Eficácia bioquímica: octreotide LAR® versus

implante................................63

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19

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Os dois compartimentos da embalagem......................................................

....40

Figura 2. Ferramentas para inserção do

implante............................................................41

Figura 3. O melhor sítio de inserção: ponto médio entre o ombro e o cotovelo e no

sulco entre o bíceps e o

tríceps......................................................................................42

Figura 4. Anestesia

local..................................................................................................43

Figura 5. Incisão na

pele..................................................................................................43

Figura 6. Posição correta da cânula e

trocater……..........................................................44

Figura 7. O implante

hidratado........................................................................................44

Figura 8. Posição correta das

mãos……………………..................................................45

Figura 9.

Bandagem.........................................................................................................45

Figura 10. Palpação para localizar o

implante.................................................................46

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20

Figura 11. Incisão na pele junto à ponta proximal do

implante.......................................47

Figura 12. A pinça é o instrumento usado para remover o

implante...............................47

Figura 13. Sinais e sintomas durante o tratamento com implante subdérmico de

octreotide…………………………….........................................................................51

Figura 14. Resposta do GH ao tratamento com implante subdérmico de octreotide

......52

Figura 15. Resposta individual do GH durante 6 meses de tratamento com

implante subdérmico de

octreotide......................................................................................52

Figura 16. Resposta do IGF-I ao tratamento com implante subdérmico de

octreotide........................................................................................................

......55

Figura 17. Resposta individual do IGF-I (ng/mL) durante 6 meses de tratamento

com implante subdérmico de

octreotide......................................................................55

Figura 18. Concentração sérica de octreotide (pg/mL) ao final de um mês de

tratamento: 1 implante versus 2

implantes..............................................................................56

Figura 19.Volume tumoral (cm3) ao longo do tratamento com implante

subdérmico de

octreotide.............................................................................................................58

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21

Figura 20. Imagem de ressonância magnética (T1 com gadolínio) do paciente

9.........58

Figura 21. Variação da freqüência cardíaca com o uso do implante subdérmico de

octreotide…………………………................................................................

......61

Figura 22. GH pré-tratamento: octreotide LAR versus

implante.....................................62

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LISTA DE ABREVIATURAS

SA: somatostatin analogs, análogos da somatostatina

CEP: Comitê de Ética em Pesquisa

CONEP: Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

D: diâmetro máximo do tumor

DPC: Diagnostic Products Corporation

ECG: eletrocardiograma

FC: freqüência cardíaca

GH: growth hormone, hormônio do crescimento

GHR: growth hormone receptor, receptor do GH

GHRH: growth hormone releasing hormone, hormônio liberador de hormônio do

crescimento

GnRH: gonadotropin releasing hormone, hormônio liberador das gonadotrofinas

HbA1c: hemoglobina glicosilada A1c

β hCG: subunidade beta da gonadotrofina coriônica humana

HOMA: Homeostatic Model Assessment

HUCFF: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho

IFS: isolated familiar somatotropinoma, somatotropinoma familiar isolado

IGF-I: insulin-like growth factor type-I, fator de crescimento semelhante à insulina

tipo I

IM: intramuscular

LAR: Long-Acting Repeatable, liberação prolongada

MEN 1: multiple endocrine neoplasia type 1, neoplasia endócrina múltipla tipo 1

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ND: não disponível

NS: não significativo

NYHA: New York Heart Association

PEG: polietilenoglicol

PRL: prolactina

RIA: radioimunoensaio

RM: ressonância magnética

RT: radioterapia

SC: subcutâneo

SR: Slow Release, liberação prolongada

SST-14: somatostatina 14

SST-28: somatostatina 28

SSTR: somatostatin receptor, receptor da somatostatina

TA: tratamento adjuvante

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TGI: trato gastrointestinal

TOTG: teste oral de tolerância à glicose

TP: tratamento primário

TSH: thyroid stimulating hormone, hormônio estimulador da tireóide

UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro

US: ultra-sonografia

V: volume tumoral

1. INTRODUÇÃO

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24

A acromegalia é uma doença multissistêmica, decorrente do excesso de

secreção de hormônio do crescimento (growth hormone, GH) e da conseqüente

elevação dos níveis séricos do fator de crescimento semelhante à insulina tipo I

(insulin-like growth factor-I, IGF-I), que cursa com uma taxa de mortalidade 1,3 a 4

vezes maior do que a população geral (1-10). Assim, é importante instituir um

tratamento capaz de normalizar a taxa de mortalidade para a esperada de acordo com

a idade e sexo do paciente.

Atualmente, o tratamento é considerado efetivo quando preenche os critérios de

cura estabelecidos pelo consenso de Cortina/1999 (11): (a) doença clinicamente

inativa; (b) nadir de GH < 1 ng/mL após teste oral de tolerância à glicose (TOTG)

com 75g de glicose e (c) IGF-I normal para idade e sexo. Além disso, estudos

epidemiológicos demonstraram que a taxa de mortalidade pode ser normalizada

quando são alcançados níveis de GH (randômico ou médio) menores que 1,0-2,5

ng/mL (5,6,8,9,10,12,13).

O tratamento primário de escolha é cirúrgico (14). Entretanto, as taxas de cura

para macroadenomas, principalmente com expansão extra-selar, que respondem pela

maioria dos casos de acromegalia, não chegam a 50% (7,15,16). Desta forma, torna-

se necessária terapia complementar prolongada com medicamentos e/ou radioterapia

(RT) em um grande número de casos.

Devido à crescente disponibilidade de medicamentos com boa eficácia e aos

potenciais riscos da RT, esta fica reservada para os casos em que não se atinge o

controle da doença com as terapias cirúrgica e medicamentosa (17,18). Por outro

lado, o tratamento medicamentoso é amplamente utilizado, sendo o octreotide de

liberação prolongada (Long-Acting Repeatable, LAR®) a droga de escolha

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atualmente, pois é capaz de controlar os níveis séricos de GH/IGF-I em cerca de 70%

dos pacientes (19-27) e de promover redução do volume tumoral em

aproximadamente 57% dos casos (28), além de ser bem tolerado (24). No entanto, o

octreotide LAR® tem o incoveniente de ser administrado sob a forma de injeções

intramusculares mensais e apenas por enfermeiro/médico treinado devido ao difícil

processo de reconstituição da droga. Sendo assim, visando diminuir o número de

visitas ao hospital para aplicação da medicação, aumentar a adesão ao tratamento e

melhorar a comodidade dos pacientes que fazem uso crônico desta medicação, foi

desenvolvido o implante subdérmico de octreotide, que pode ter a duração de, no

mínimo, seis meses.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia e segurança do implante

subdérmico de octreotide em pacientes com acromegalia.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos Primários

2.1.1. Geral

• Avaliar a eficácia e segurança de 52mg (1 implante) e 104mg (2 implantes) de

octreotide sob a forma de implante subdérmico em pacientes com acromegalia.

2.1.2. Específicos

• Avaliar a capacidade do implante subdérmico de octreotide:

- induzir a supressão do GH sérico para < 1 ng/mL (pós-TOTG);

- induzir a supressão do GH randômico/média de 2 horas para < 2,5 ng/mL e ≤ 1

ng/mL;

- induzir a supressão do IGF-I sérico para níveis normais ajustados à idade;

- reduzir os sinais e sintomas de acromegalia;

- reduzir o tamanho do adenoma hipofisário.

• Avaliar a segurança do octreotide subdérmico implantado através dos critérios:

- eventos adversos;

- testes clínicos laboratoriais (Bioquímica/Hematologia).

2.2. Objetivos Secundários

• Avaliar a concentração sérica de octreotide a cada visita durante os seis meses do

tratamento;

• Comparar a eficácia do implante subdérmico de octreotide com o octreotide

LAR®, baseado em dados obtidos através de revisão de prontuário.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Acromegalia – Aspectos Gerais

A acromegalia é uma doença debilitante e desfigurante que ocorre com a mesma

freqüência em homens e mulheres (29). Pode ser diagnosticada em qualquer faixa

etária, porém a idade média ao diagnóstico é 44 anos (30).

Estudos epidemiológicos europeus revelaram uma incidência anual média de

3,3 casos por milhão de habitantes com prevalência média de, aproximadamente, 58

casos por milhão (2,4,31,32) [Tabela 1]. Não existem estudos epidemiológicos

brasileiros.

Tabela 1. Incidência e prevalência da acromegalia

Estudo n Incidência

(por milhão)

Prevalência

(por milhão)

Alexander et al, 1980 (2) 164 2,8 38

Etxabe et al, 1993 (31) 74 3,1 60

Bengtsson et al, 1988 (4) 166 3,3 69

Ritchie et al, 1990 (32) 131 4,0 63

Média 3,3 58

Apesar de ser uma doença rara, estudos demonstraram um aumento de 1,3 a 4

vezes na mortalidade de pacientes acromegálicos, quando comparada com controles

de mesmo sexo e idade (1-10), devido à doença cardiovascular, respiratória e

malignidade (1-6,10). Entretanto, este aumento na mortalidade pode ser diminuído se

o tratamento instituído for capaz de reduzir os níveis séricos de GH (randômico ou

médio) para menos de 1,0-2,5 ng/mL (5,6,8-10) e promover a normalização do IGF-I

(7,9,12,13).

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28

A acromegalia ocorre como resultado da secreção excessiva de GH e da

conseqüente elevação dos níveis séricos de IGF-I. A grande maioria dos casos se

manifesta de forma esporádica, sendo causada por um adenoma hipofisário secretor

de GH (somatotropinoma) em 99% das vezes e, muito raramente, pela secreção

eutópica ou ectópica do hormônio liberador de hormônio do crescimento (Growth

hormone releasing hormone, GHRH) e ectópica de GH [29,33,34]. Nos raros casos

familiares, o somatotropinoma pode fazer parte de duas síndromes neoplásicas

hereditárias, a neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (Multiple endocrine neoplasia type

1, MEN-1) e o complexo de Carney, ou pode ocorrer isoladamente em uma condição

denominada somatotropinoma familiar isolado (Isolated familiar somatotropinoma,

IFS) [35].

Em função do caráter insidioso e da falta de conhecimento das características

da doença por parte da população, o diagnóstico é freqüentemente realizado cerca de

8 a 10 anos após o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas (30,36).

As manifestações clínicas da acromegalia incluem: aumento de extremidades,

alterações crânio-faciais, hiper-hidrose, síndrome do túnel do carpo, artralgia,

visceromegalia generalizada e acrocórdons, sendo a presença três ou mais destes

últimos associada à existência de pólipos intestinais (37-39). A cardiomiopatia,

hipertensão arterial, intolerância à glicose/diabetes mellitus, artropatia e apnéia do

sono representam as complicações crônicas da doença (39). O aumento na incidência

de neoplasia permanece controverso (10).

Os pacientes também podem apresentar sinais e sintomas decorrentes da

compressão do tumor sobre as estruturas vizinhas (cefaléia, alterações visuais, dor

facial, diplopia, hiperprolactinemia e/ou hipopituitarismo), os quais estão presentes

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29

com freqüência na acromegalia, pois a maioria dos pacientes tem um macroadenoma

na ocasião do diagnóstico (3). Hiperprolactinemia tumoral também pode estar

presente, uma vez que 35% a 40% dos adenomas co-secretam GH e prolactina (PRL)

[33].

Por fim, devido ao embrutecimento da face, deformidades antiestéticas e

aumento de extremidades, associados à presença de diversas co-morbidades, os

pacientes acromegálicos tendem à retração social por baixa auto-estima e à

depressão, apresentando uma qualidade de vida aquém do desejável (40-43).

Para fazer o diagnóstico de acromegalia, o teste padrão-ouro é a dosagem do

GH durante o TOTG. Este deve ser interpretado em conjunto com os níveis séricos

de IGF-I (11,44). Após a confirmação clínico-laboratorial da doença, está indicada a

realização de estudo de imagem da hipófise, preferencialmente com ressonância

magnética (RM) de sela túrcica para identificação e caracterização do tumor. Nos

pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico, o diagnóstico deve ser confirmado por

estudo histopatológico com coloração pela hematoxilina-eosina e imunohistoquímica

para os hormônios adeno-hipofisários e subunidade α dos hormônios glicoprotéicos

(34,45).

3.2. Opções terapêuticas na acromegalia

3.2.1. Cirurgia

A cirurgia transesfenoidal é o tratamento primário de escolha para os adenomas

hipofisários secretores de GH, sendo a via transcraniana usada raramente. A taxa de

cura varia de 30-90% dependendo do critério utilizado (Tabela 2). Ao longo dos

anos, o critério de cura bioquímica da acromegalia vem sendo alterado devido à

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30

disponibilidade de ensaios de GH com maior sensibilidade e de ensaios para IGF-I

(44). Na década de 80, uma redução dos níveis de GH para menos do que 5-10 ng/mL

era admitida como um bom resultado (46). Além disso, nos anos 90, um nadir de GH

após TOTG menor do que 2 ng/mL era considerado normal (7,16,47). O consenso de

Cortina em 1999 estabeleceu um critério de cura mais rigoroso, baseado em IGF-I

normal ajustado para idade e sexo e nadir de GH após TOTG menor do que 1 ng/mL

(11). Entretanto, estudos recentes têm sugerido que, com o uso de ensaios mais

sensíveis para GH, este ponto de corte deva ser reduzido, o que discriminaria melhor

pacientes com doença ativa de indivíduos saudáveis (48-50).

Além disso, os principais fatores preditores de sucesso da cirurgia são os níveis

pré-operatórios de GH, o tamanho/expansão tumoral e a experiência/habilidade do

neurocirurgião. Vários autores demonstraram que a chance de cura cirúrgica diminui

quando os níveis de GH pré-operatório estão acima de 10-20 ng/mL (15,51,52). Com

relação ao tamanho tumoral, cerca de 80-90% dos pacientes com microadenoma e até

50% daqueles com macroadenoma com expansão extra-selar atingem os critérios de

cura de Cortina/1999 (15,53,54). Por fim, um neurocirurgião é considerado

experiente quando realizou mais de 100 cirurgias e apresenta movimento cirúrgico de

pelo menos 25 cirurgias/ano (14).

As complicações da cirurgia transesfenoidal não limitam sua prática, sendo que

diabetes insípido central definitivo, fístula liquórica, meningite e hipopituitarismo

ocorrem com uma freqüência de até 12% e a mortalidade é menor que 2% (55,56).

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31

Tabela 2. Remissão pós-operatória de acordo com diferentes critérios de cura

Autores Seguimento

pós-op (meses)* n Critérios**

Remissão (%)

Ross et al, 1988(46)

76 165 GH < 10 GH < 5

92,7 79,4

Fahlbusch et al, 1992 (57)

3 224 GH < 5 GH –TOTG < 2

71 56

Tindall et al, 1993 (58)

102 103 GH < 5 IGF-I normal

81,3 76,2

Jenkins et al, 1995 (59)

48 † 78

GH < 5 GH < 2,5

44 33

Sheaves et al, 1996 (15)

46 100 GH < 2,5 42

van Lindert et al, 1997 (47)

34 56 GH < 5 GH –TOTG < 2

IGF-I normal

66 64 73

Swearingen et al, 1998 (7)

93 133 12

IGF-I normal GH-TOTG < 2

64 58

Abosch et al, 1998 (55)

1 254 GH < 5 76

Freda et al, 1998 (16)

65 115 IGF-I normal e/ou GH-TOTG < 2

61

Ahmed et al, 1999 (60)

67 † 139 GH < 5 ou GH-TOTG < 1 ng/mL

74

Laws et al, 2000 (53)

> 12 †† 86 IGF-I normal GH-TOTG < 1

67 52

Kreutzer et al, 2001 (61)

37 57 36 18

IGF-I normal GH < 2,5

GH-TOTG < 1

70,2 66,7 61,1

Shimon et al, 2001 (62)

42 † 91 IGF-I normal e GH-TOTG < 2

74

Minniti et al, 2003 (54)

95 92 IGF-I normal e GH-TOTG < 1

55

Beauregard et al, 2003 (12)

161 59 GH < 2,5 ou GH-TOTG < 1, e

IGF-I normal

52

Conceição et al, 2003 (63)

> 1†† 43 GH < 2,5 IGF-I normal

82 47

LEGENDA:GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1; TOTG= teste oral de tolerância à glicose; * média; ** GH em ng/mL; † mediana; †† duração.

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32

3.2.2. Radioterapia

Representa, na maioria das vezes, a terceira linha de tratamento da acromegalia,

sendo que as principais indicações incluem pacientes não controlados pelas terapias

cirúrgica/medicamentosa [17,18,64].

O controle da hipersecreção hormonal ocorre de maneira lenta e muitas vezes

incompleta. Em um trabalho que analisa um banco de dados de acromegálicos do

Reino Unido, os níveis de GH diminuíram para valores < 2 ng/mL em 36% dos

acromegálicos após dois anos, em 44% após cinco anos e em 59 % após 10 anos da

RT convencional. Em relação ao IGF-I, este foi normalizado em 27% dos pacientes

após 3 anos, em 53% dos pacientes após 7 anos e em 56% dos pacientes após 10 anos

da RT (65). Porém, mesmo valores de GH menores que 2,0 - 2,5 ng/mL nem sempre

indicam controle da doença, pois a pulsatilidade do GH pode não ser restaurada após

a RT (66), explicando os níveis aumentados de IGF-I em 10 a 40% destes pacientes

(17). Recentemente, em uma revisão de 13 estudos envolvendo 560 acromegálicos,

Barkan (17) observou que, em média, apenas 36% dos pacientes normalizaram o

IGF-I sérico após a RT convencional.

Se por um lado a RT tem resultados insatisfatórios na normalização do

GH/IGF-I, ela é capaz de controlar o crescimento tumoral em mais de 90% dos

pacientes com somatotropinoma (67).

As principais complicações da RT convencional incluem hipopituitarismo

(50% em 5 anos), perda visual (< 0,2%, quando se usa dose fracionada de 180 cGy),

neoplasia cerebral secundária (2,4% em 20 anos), aumento do risco de doença

cerebrovascular e disfunção neurocognitiva (18,67-69).

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33

A RT estereotáxica permite a administração de uma dose elevada de radiação

ionizante, com alta precisão e mínimo efeito nocivo no tecido circunjacente (67,70).

Sua eficácia tem se mostrado semelhante à da RT convencional (17). A diferença

entre as duas modalidades está na maior rapidez com que se alcançam valores

normais de IGF-I, em média após 1,6 anos na radiocirurgia, contra uma média de 7,1

anos após a RT convencional (70). Um estudo recente em que 26 acromegálicos

foram submetidos à radiocirurgia estereotáxica, houve controle dos níveis de

GH/IGF-I em 47% dos pacientes após 14 meses (71).

Com o emprego de técnica correta, a chance de dano ao nervo óptico com a RT

estereotáxica é pequena. Os riscos de neoplasias secundárias, disfunção

neurocognitiva e radionecrose são teoricamente minimizados pela menor exposição

do tecido cerebral adjacente à radiação (70).

3.2.3. Medicamentos

O tratamento medicamentoso é a segunda opção terapêutica na acromegalia,

já que em um grande percentual de pacientes não se obtém cura apenas com a

cirurgia, devendo ser iniciada terapia adjuvante medicamentosa (14). Para tal,

dispomos dos agonistas dopaminérgicos, dos análogos da somatostatina

(somatostatin analogs, SA) e do antagonista do receptor do GH.

Os SA têm sido cada vez mais empregados como tratamento primário,

principalmente quando a chance de cura cirúrgica é baixa (macroadenomas com

expansão extra-selar) e os níveis de GH são menores do que 20 ng/mL (72), além de

ser a melhor escolha nos pacientes com alto risco cirúrgico e naqueles que se recusam

à cirurgia terminantemente (24,73).

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3.2.3.1. Agonistas dopaminérgicos

Os agonistas dopaminérgicos ligam-se a receptores D2 nas células

somatotróficas e, em pacientes com acromegalia ocorre uma supressão paradoxal da

secreção de GH, produzindo respostas clínicas e laboratoriais variadas (74,75).

O primeiro agonista dopaminérgico disponível na prática clínica foi a

bromocriptina, mas sua eficácia na acromegalia é baixa, sendo que uma revisão

mostrou que foram alcançados níveis de GH < 5 ng/mL em 20% dos pacientes (112

de 549) e houve normalização do IGF-I em 10% (12 de 116), utilizando-se uma dose

diária que variou de 5 a 80 mg/dia (74).

A cabergolina é um agonista dopaminérgico com alta afinidade pelos receptores

D2 e meia vida prolongada que permite sua administração 1 a 2 vezes por semana.

Sua eficácia e tolerabilidade são maiores quando comparada com a bromocriptina

(76). Em uma série envolvendo 64 pacientes, Abs et al (77) observaram uma redução

do GH para níveis < 2 ng/mL em 44% e normalização do IGF-I em 35%. Nos

pacientes com tumores que co-secretavam PRL ocorreu supressão do GH em 56% e

normalização do IGF-I em 50%. Níveis basais de IGF-I < 750 ng/mL também foram

associados a uma maior taxa de controle da doença. Houve normalização dos níveis

de IGF-I em 43% dos pacientes com IGF-I basal < 750 ng/mL e em 22% dos

pacientes com IGF-I basal > 750 ng/mL. Por outro lado, um estudo recente com 14

pacientes não confirmou a melhor resposta bioquímica em pacientes com tumores co-

secretores de GH e PRL (78).

A adição da cabergolina a pacientes acromegálicos resistentes aos SA de

depósito parece ser eficaz. Cozzi et al (79) estudaram 19 pacientes resistentes ao

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octreotide LAR® ou lanreotide SR® (Slow release) e evidenciaram normalização dos

níveis de IGF-I em 42% dos pacientes, independente dos níveis iniciais de PRL.

Com relação à redução do tamanho tumoral, poucos dados estão disponíveis.

Em um estudo de revisão, foi demonstrado que a bromocriptina promoveu redução

do volume tumoral em 29% de 62 pacientes tratados (74). Abs et al (77) relataram

redução tumoral < 50% em 5 de 9 pacientes tratados com cabergolina, mas uma

redução > 50% foi encontrada nos pacientes com tumores mistos secretores de GH e

PRL.

Os efeitos colaterais destas medicações são náuseas, constipação intestinal,

cefaléia, xerostomia, congestão nasal e hipotensão postural (74). A freqüência destes

efeitos é menor com a cabergolina, quando comparado com a bromocriptina (76). Um

estudo com 455 pacientes demonstrou que apenas 3,5% apresentaram cefaléia e 2,2%

tiveram hipotensão postural e náusea (80).

3.2.3.2. Antagonista do receptor de GH

O GH é uma proteína que contém 191 aminoácidos com duas pontes dissulfeto

e 4 alfa-hélices, que atua através da ligação ao seu receptor específico (growth

hormone receptor, GHR), presente na superfície celular de vários tipos teciduais (81).

Para ativação do GHR, é necessária sua dimerização mediada pela molécula do GH.

Inicialmente, o GH liga-se ao primeiro GHR através do denominado sítio 1, de alta

afinidade; a seguir, o GH liga-se ao segundo GHR, através do sítio 2, causando a

dimerização do GHR, com indução do sinal de transdução e geração de IGF-I (82).

A estrutura terciária da terceira alfa-hélice do GH é importante para sua

atividade biológica, e a glicina, na posição 120 tem papel crítico (81). Camundongos

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36

transgênicos que expressam um análogo do GH bovino, com substituição da glicina

por arginina na posição 119 (correspondente à posição 120 do GH humano),

apresentam nanismo e baixos níveis séricos de IGF-I (83-85). Da mesma forma,

substituição da glicina por outro aminoácido, na posição 120 do GH humano

converte a molécula de agonista em antagonista do GH. O análogo 120K liga-se ao

primeiro GHR, mas a substituição do aminoácido impede a sua ligação ao segundo

GHR, bloqueando a dimerização do receptor (84).

O análogo 120K tem meia-vida de aproximadamente 15 minutos e a

conjugação deste peptídeo ao polietilenoglicol (PEG) aumenta a meia-vida para cerca

de 70 horas, além de diminuir a imunogenicidade (86). Porém, a peguilação reduz a

afinidade do sítio 1 pelo primeiro GHR. Assim, uma modificação adicional, a

substituição de oito aminoácidos no sítio 1 removendo resíduos de lisina, melhora a

afinidade pelo GHR (87). Esse antagonista do GHR, de administração subcutânea

(SC), foi denominado pegvisomant.

O pegvisomant (Somavert®, Pfizer) representa uma nova classe de droga, pois

sua ação é independente da densidade dos receptores de dopamina e somatostatina

presentes no somatotropinoma. Ele age nos receptores periféricos de GH para

bloquear sua ação (88). Assim, a administração do pegvisomant acarreta uma redução

dos níveis séricos de IGF-I, com conseqüente aumento nos níveis de GH (87) por

aumento na sua secreção por mecanismo de retro-alimentação negativa. Além disso,

o alto grau de homologia entre esta molécula e o GH endógeno acarreta uma reação

cruzada durante a dosagem deste hormônio. O nível sérico de GH, portanto, não deve

ser usado como parâmetro em pacientes que façam uso de pegvisomant (87). Desta

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37

forma, o objetivo bioquímico primário do tratamento com pegvisomant é normalizar

os níveis séricos de IGF-I.

Em um estudo multicêntrico de 12 semanas, randomizado, duplo-cego,

placebo-controlado, com 112 pacientes acromegálicos, níveis séricos normais de

IGF-I foram atingidos em 89% dos pacientes que receberam 20 mg/dia, SC, de

pegvisomant (89).

Um trabalho posterior relata o resultado da avaliação de 152 pacientes com

acromegalia tratados com pegvisomant nas doses tituladas de 10 a 40 mg por dia por

até 18 meses. Nos pacientes tratados por pelo menos 12 meses, com dose média de

18 mg/dia, 97% alcançaram níveis séricos normais de IGF-I para idade e sexo, não

havendo sinais de perda de eficácia com o uso prolongado (taquifilaxia) [90].

O pegvisomant administrado por 12 meses parece ser seguro, apesar de que

dois pacientes com tumores grandes no início do estudo e que não tinham sido

tratados previamente com RT, apresentaram aumento significativo do volume

tumoral, necessitando abordagem cirúrgica em um caso e RT no outro (90). Além

disso, dois pacientes apresentaram elevação reversível de transaminases dentro de 12

semanas do início do tratamento com pegvisomant (89,90). Os efeitos colaterais

relatados em 10-30% dos 160 pacientes tratados com pegvisomant foram cefaléia,

infecção de vias aéreas superiores, resfriado, dor e reação no sítio de injeção, astenia,

diarréia, hipercolesterolemia e artralgia (90).

Nos acromegálicos, o uso de pegvisomant está associado a redução

significativa na insulinemia e glicemia de jejum, bem como diminuição da resistência

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insulínica calculada pela equação do modelo homeostático-HOMA (Homeostatic

Model Assessment) [30,91].

Finalmente, apenas um estudo avaliou a eficácia da terapia combinada de

antagonista do GHR com SA, demonstrando que o tratamento com octreotide LAR®

30mg/1x mês associado a uma dose de 60 mg/1x semana de pegvisomant é tão eficaz

quanto a monoterapia com pegvisomant diariamente (92).

3.3. Os análogos da somatostatina no tratamento da acromegalia

3.3.1. Biologia da somatostatina e seus análogos

A somatostatina (SST) foi isolada e seqüenciada pela primeira vez por Brazeau

et al (93), em 1973, e descrita como o peptídeo hipotalâmico responsável pela

inibição da secreção do GH. Trata-se de um polipeptídeo sintetizado a partir de uma

molécula precursora, a pre-pró-somatostatina, que é constituída pela pró-

somatostatina e por um peptídeo sinalizador. A pró-somatostatina, através de um

processo proteolítico, dá origem a duas formas biologicamente ativas da SST: a SST-

14 e SST-28, que corresponde à SST-14 com extensão amino-terminal (94). Estudos

subseqüentes demonstraram que a SST está distribuída amplamente pelo organismo,

sendo encontrada no sistema nervoso central e periférico, além do trato

gastointestinal (TGI), pâncreas, tireóide, supra-renais, rins, próstata, glândulas

submandibulares, placenta e células do sistema imunológico (95-97). A SST-14

predomina no sistema nervoso central, enquanto a SST-28 é a principal forma no TGI

(97).

As ações da SST são mediadas via receptores de membrana específicos,

distribuídos em diversos tecidos, incluindo a hipófise anterior e outras áreas do

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cérebro (córtex, sistema límbico, gânglios da base), o pulmão, o pâncreas exócrino e

endócrino, a mucosa do TGI, as supra-renais e o tecido linfático (98,99). Cinco

subtipos de receptor da somatostatina (somatostatin receptor, SSTR) foram clonados

e caracterizados em humanos (SSTR1-5), sendo que todos são receptores acoplados à

proteína G e seus genes estão localizados em diferentes cromossomos (100-105).

Todos os cinco subtipos estão presentes nos adenomas hipofisários e na hipófise

fetal, enquanto a hipófise de adultos expressa apenas quatro subtipos, estando ausente

o SSTR4 (106-108). Já foi demonstrado que a inibição da secreção de GH ocorre via

SSTR2 e SSTR5 (109,110), enquanto as ações antiproliferativas são controladas

pelos SSTR 1-5 (111). A ativação dos SSTR1, 2, 4 e 5 promove interrupção do ciclo

celular (112), enquanto dos SSTR2 e 3 induz apoptose (113,114). Por fim, a SST

exerce efeito antiangiogênico, apesar de não se conhecer os mecanismos envolvidos

(115).

In vitro, a SST endógena mantém seu efeito inibitório sobre a secreção de GH

nos somatotropinomas (109), no entanto, por apresentar meia-vida muito curta,

inferior a 3 minutos, e efeito rebote da secreção hormonal após suspensão da infusão

venosa, seu uso terapêutico é limitado (116). O desenvolvimento de análogos

sintéticos deste hormônio com meia-vida prolongada e com ação mais potente sobre a

inibição da síntese e liberação do GH permitiu um importante avanço no tratamento

da acromegalia (116). Atualmente, os dois análogos disponíveis para uso clínico são

os octapeptídeos cíclicos, octreotide e lanreotide. Ambos possuem maior afinidade

pelos SSTR 2 e 5, sendo a afinidade pelo SSTR2 maior do que pelo SSTR5 (109).

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40

3.3.2. Farmacocinética e farmacodinâmica dos análogos da somatostatina

O primeiro análogo disponível para uso clínico foi o octreotide, um derivado

sintético octapeptídeo da SST, de administração SC, desenvolvido por Bauer et al em

1982 (117), que contém os aminoácidos essenciais para a ligação ao SSTR. O

octreotide de curta duração (Sandostatin, Novartis) tem propriedades

farmacodinâmicas semelhantes à SST, porém é mais resistente à degradação

enzimática e tem meia-vida de 100 minutos após a injeção SC. Após sua aplicação,

os níveis séricos de octreotide elevam-se em 30 minutos, o efeito máximo de

supressão do GH é observado em 2-6 horas e a duração da ação é de 8-12 horas

(118). A dose inicial habitual é de 100 µg a cada 8 horas, mas a dose diária necessária

pode chegar a 1500 µg/dia (118-121). No entanto, doses elevadas da formulação SC

devem ser usadas com cautela devido à ocorrência da rara síndrome de dependência à

droga (122). Perda do efeito supressor do octreotide com seu uso prolongado é

incomum, havendo somente um caso descrito na literatura (105,123).

Devido à necessidade de múltiplas injeções SC diárias para atingir eficácia

terapêutica, e a estudos que demonstraram melhor eficácia do octreotide quando

administrado sob a forma de infusão SC contínua (124,125), foram desenvolvidas

formulações de longa duração. Atualmente são comercializadas três apresentações: o

octreotide depot (Sandostatin LAR, Novartis) para aplicação intramuscular (IM)

glútea a cada 28 dias, o lanreotide depot (Somatuline SR, Ipsen) para aplicação IM a

cada 7-14 dias e o lanreotide gel (Somatuline Autogel , Ipsen) para aplicação SC

profunda a cada 28 dias. No Brasil, o lanreotide não está disponível.

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41

O octreotide LAR foi desenvolvido através da incorporação do octreotide em

microesferas de um polímero biodegradável, poli(DL-lactídeo-co-glicosídeo glicose)

e está disponível nas apresentações de 10mg, 20mg e 30mg. Após a aplicação IM

ocorre uma liberação bifásica da droga: primeiro, uma liberação rápida (na primeira

hora após a injeção) correspondente à pequena quantidade de octreotide presente na

superfície das microesferas, seguindo-se à queda transitória dos níveis séricos de

octreotide até o sétimo dia, quando ocorre um aumento progressivo pela liberação da

droga dos polímeros, alcançando um platô. O nível sérico máximo é atingido

aproximadamente no 14o dia e os níveis permanecem elevados até o 35o - 42o dia

(19,20). Na fase de platô (dias 14 a 42), a concentração plasmática média do

octreotide permanece estável, semelhante àquela observada durante infusão SC

contínua, com flutuação pico-vale de 25% quando comparada com 200% após

injeção SC (19). A concentração de octreotide durante o período de platô atinge 350

ng/L para a dose de 10mg, 750 ng/L para 20mg e 1300 ng/L para uma única dose de

30 mg (21). Assim, a aplicação a cada quatro semanas leva a níveis estáveis e

suficientes de octreotide para manter um efeito supressor constante da secreção de

GH (19,20). No entanto, o intervalo entre as doses do octreotide LAR pode ser

estendido para 6 semanas nos indivíduos com critérios laboratoriais e clínicos de bom

controle (126,127).

O padrão de inibição da secreção de GH com o octreotide LAR no dia da

injeção IM consiste numa rápida e curta supressão das concentrações séricas de GH,

semelhante ao que ocorre nos pacientes que recebem injeção SC. Esta supressão

inicial dura 8 a 12 horas e é seguida por um retorno do GH aos níveis séricos pré-

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42

injeção até o sétimo dia. No dia 14, o máximo de supressão da secreção de GH é

atingido e dura, pelo menos, quatro semanas (19).

A aplicação do octreotide LAR deve ser realizada por um profissional de

saúde treinado, já que a adequada reconstituição da droga é um procedimento

fundamental e o não cumprimento das diferentes etapas deste processo pode levar à

redução da eficácia da medicação.

Antes do início da terapia com a formulação de depósito, a tolerância à droga

deve ser testada com o octreotide subcutâneo. O fabricante orienta o uso do

octreotide 100 µg SC a cada 8 horas por duas semanas, porém uma aplicação única

de 100 µg SC parece ser suficiente para identificar efeitos colaterais que justifiquem

a sua proscrição (45). A medicação deve ser administrada por via IM glútea, na dose

de 20 mg a cada 4 semanas e o eixo GH/IGF-I deve ser reavaliado no dia da 4a

aplicação. Caso sejam preenchidos os critérios laboratoriais de controle da doença

(GH < 2,5 ng/mL e IGF-I normal para a idade), a dose deve ser mantida. Se, por

outro lado, os critérios de controle da doença não forem preenchidos, a dose deve ser

aumentada para 30 mg, administrados a cada 4 semanas (7,8,9).

O lanreotide é um octapeptídeo cíclico e, assim como o octreotide, foi

incorporado a microesferas de um polímero biodegradável (polyactide-

polyglycolide), o que permite liberação mantida do peptídeo. Da mesma forma que o

octreotide LAR®, o lanreotide SR® apresenta um padrão bifásico de liberação com

uma primeira fase rápida (na segunda hora após a injeção) correspondente à pequena

quantidade do análogo presente na superfície das microesferas, seguindo-se à queda

transitória dos níveis séricos de lanreotide até 48 horas, quando ocorre um aumento

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43

progressivo de sua concentração sérica do terceiro até o 110 dia pela liberação da

droga dos polímeros, alcançando um platô de 2,1±0,3 ng/mL (128). A concentração

plasmática média do lanreotide mantém-se acima de 1ng/mL durante cerca de 14 dias

(128), sendo necessário injeções em intervalo de 7-14 dias (127).

O lanreotide Autogel® é uma preparação aquosa do lanreotide que apresenta

perfil farmacocinético de liberação prolongada, sendo a concentração sérica máxima

de 6,8±3,0 ng/mL alcançada seis a 16 horas após a aplicação SC, seguida por uma

lenta redução ao longo de 28 dias (129,130).

3.3.3. Critérios para avaliação da eficácia dos análogos da somatostatina

A avaliação da eficácia dos SA no tratamento da acromegalia é baseada em

critérios clínicos (sinais e sintomas), bioquímicos (GH/IGF-I) e de imagem (tamanho

do tumor).

3.3.3.1. Controle clínico da acromegalia

A maioria dos estudos demonstra que os SA promovem uma melhora dos sinais

e sintomas da acromegalia, que incluem cefaléia, fadiga, sudorese excessiva,

parestesia, artralgia e síndrome do túnel do carpo (19-23,72,73,119,125,131-147). No

entanto, a redução dos sinais e sintomas da acromegalia ocorre em um percentual

maior de pacientes do que o controle laboratorial da doença, provavelmente pelo

beneficio na redução dos níveis hormonais, mesmo que não sejam atingidos os

valores considerados seguros (24,148). Além disso, também ocorre melhora objetiva

de complicações clínicas, como: melhora da estrutura e função cardíacas (149-152),

diminuição da apnéia obstrutiva do sono por redução de partes moles das vias aéreas

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44

superiores (153,154), redução da espessura das articulações (155), diminuição nos

níveis de triglicerídeos, da LDL pequena e densa (156) e da lipoproteína (a) [157] e

redução da resistência insulínica (158) e das necessidades de insulina (159), embora

possa haver piora do controle glicêmico por inibição da secreção pancreática de

insulina pelos SA (121).

3.3.3.2. Controle bioquímico

O controle bioquímico é avaliado pelos critérios de Cortina/1999 (11):

normalização dos níveis de IGF-I e supressão do GH após TOTG para menos de 1

ng/mL. Além disso, uma vez que estudos epidemiológicos demonstraram que níveis

de GH < 2,5 ng/mL (método de radioimunoensaio, RIA) estão associados à

normalização da taxa de mortalidade (5,7) este valor de GH (randômico ou médio)

também tem sido usado para avaliar eficácia bioquímica na maioria dos estudos

(Tabelas 3, 4 e 5). No entanto, com o uso de ensaios mais sensíveis de dosagem de

GH, níveis de 2,5 ng/mL não necessariamente se acompanham de normalização do

IGF-I (160).

A eficácia da formulação de curta-duração do octreotide foi verificada em

vários estudos, com número de pacientes que variou de 32 a 107 e duração de

tratamento de 6 a 39 meses (Tabela 3). A supressão dos níveis de GH para < 2,0-2,5

ng/mL e a normalização do IGF-I ocorreram, respectivamente, em 22-53% e 32-68%

dos pacientes.

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45

Tabela 3. Eficácia bioquímica do octreotide subcutâneo

Autores n Duração (meses)

TP/TA Supressão de GH IGF-I normal

Sassolas et al, 1990 (119)

58 6-26 14/44 < 2 ng/mL: 22% ND

Newman et al, 1998 (73)

107 39 26/81 < 2 ng/mL: 43% (TP) 22% (TA)

68% (TP) 62% (TA)

Colao et al, 1999 (142)

45 6 25/20 <2,5ng/mL: 42,2% <1ng/mL(TOTG): 49%

51,1%

Donângelo et al, 2003 (45)

32 Até 24 0/32 < 2,5 ng/mL:53% 32%

Com relação à eficácia do octreotide LAR e lanreotide (SR e Autogel),

dados reunidos de diversos estudos demonstram uma grande variabilidade de

resultados, provavelmente em função de diferenças no número de pacientes

estudados (8 a 151 pacientes), no tempo de seguimento (3 a 89 meses) e nos critérios

utilizados para avaliar a resposta do GH. Considerando os resultados destes estudos,

níveis de GH <2,0-2,5 ng/mL e normalização do IGF-I ocorreram, respectivamente,

em 33-79% e 12,5-87,5% dos pacientes em uso de octreotide LAR (Tabela 4) e, 27-

78,3% e 34,8-76,2% daqueles em uso de lanreotide (SR e Autogel), (Tabela 5).

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à

insulina tipo I; TP= tratamento primário; TA= tratamento adjuvante; ND= não disponível;

TOTG= teste oral de tolerância à glicose.

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46

Tabela 4. Eficácia bioquímica do octreotide LAR®

Autores n Duração

(meses)

TP/TA Supressão de GH IGF-I

normal

Lancranjan et al, 1995 (19)

93 9 ND < 2 ng/mL: 66,7% 57%

Stewart et al, 1995 (20)

8 12 2/6 < 2,5 ng/mL: 62,5% 87,5%

Lancranjan et al, 1996 (21)

101 27 ND < 2 ng/mL: 54,6% 65,3%

Flogstad et al, 1997 (22)

14 18 4/10 < 2 ng/mL: 64,3% 64,3%

Davies et al, 1998 (136)

13 Até 36 5/8 < 2 ng/mL: 50% 75%

Lancranjan et al, 1999 (137)

151 12 49/102 < 2,5 ng/mL: 69,8% 65,8%

Colao et al, 2001 (23)

36 12-24 15/21 < 2,5 ng/mL: 69,4% 61,1%

Ayuk et al, 2002 (26)

22 Até 89 10/12 < 2 ng/mL: 36% 67%

Bevan et al, 2002 (72)

15 6

15/0

< 2 ng/mL: 79% 53%

Amato et al, 2002 (161)

8 24 8/0 < 2,5 ng/mL: 50% 50%

Gilbert et al, 2003 (138)

9 6 9/0 < 2 ng/mL: 33% 12,5%

Mangupli et al, 2003 (139)

11 8 7/4 < 2 ng/mL: 45,5% 27,3%

Cozzi et al, 2003 (25)

110 48 51/59 < 2,5 ng/mL: 73% (TP) e 71% (TA)

67% (TP) e 78% (TA)

Taboada et al, 2004 (162)

46 6 8/38 < 2,5 ng/mL: 66,7% 25,9%

Ayuk et al, 2004 (163)

91 12 34/57 < 2 ng/mL: 62% (TP) e 70% (TA)

64%(TP) e 76% (TA)

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina

tipo I; TP= tratamento primário; TA= tratamento adjuvante; ND= não disponível.

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47

Tabela 5. Eficácia bioquímica do lanreotide SR e Autogel

Autores n Duração

(meses) TP/TA Supressão de GH

IGF-I

normal

Al-Maskari et al, 1996 (140)

10 6 1/9 < 2,5 ng/mL: 60% 50%

Caron et al, 1997 (164)

22 36 15/7 < 2,5 ng/mL: 27% 63,6%

Colao et al, 1999 (142)

45

6 25/20 < 2,5 ng/mL: 42,2% <1ng/mL (TOTG):57,7%

57,7%

Suliman et al, 1999 (143)

30 Até 24 9/21 < 2,5 ng/mL: 78,3% 34,8%

Chanson et al, 2000 (165)

58 12 ND < 2,5 ng/mL: 41% 41%

Baldelli et al, 2000 (166)

118 24 23/95 < 2,5 ng/mL: 77% 63%

Cannavo et al, 2000 (144)

16 24 ND < 2,5 ng/mL: 68,8% 50%

Verhelst et al, 2000 (145)

66 12 29/37 < 2,5 ng/mL: 45% 44%

Cozzi et al, 2000 (167)

21 6 12/9 < 2,5 ng/mL: 57,1% 76,2%

Attanasio et al, 2001 (168)

57 Até 36 25/32 < 2,5 ng/mL: 45,6% < 1 ng/mL: 15,8%

63,2%

Amato et al, 2002 (161)

12 24 TP= 12 < 2,5 ng/mL: 58% 66,7%

Caron et al, 2002 (129)

107 3 ND < 2,5 ng/mL: 56%‡ 48%‡

Ambrosio et al, 2002 (146)

20 8 7/13 < 2,5 ng/mL: 65% 35%

Attanasio et al, 2003 (169)

92 Até 48 30/62 < 2,5 ng/mL: 63% < 1 ng/mL: 25%

65%

Caron et al, 2004 (170)

123 12 ND < 2,5 ng/mL: 68%‡ 50%‡

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I; TP= tratamento primário; TA= tratamento adjuvante; ND= não disponível; TOTG= teste oral de tolerância à glicose. ‡Autogel.

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Nos estudos que compararam as duas drogas nos mesmos pacientes (octreotide

LAR® versus lanreotide SR/Autogel) [Tabela 6], observou-se que o lanreotide leva

a uma taxa de controle de GH e IGF-I um pouco inferior à do octreotide em alguns

(171-173), mas não em todos os trabalhos (161,174-177). No entanto, quando a

eficácia do octreotide LAR® em pacientes não pré-selecionados para responsividade

ao octreotide foi comparada com o lanreotide SR em uma meta-análise realizada por

Freda et al (27), tanto a supressão do GH quanto a normalização do IGF-I foram

alcançados numa maior proporção daqueles tratados com octreotide LAR versus

lanreotide SR. Nesta mesma meta-análise, ficou estabelecido que a pré-seleção para

responsividade aos SA foi preditor positivo da normalização do IGF-I, mas não da

supressão do GH. Freda et al (27) também concluíram que a eficácia bioquímica dos

SA é semelhante quando eles são usados como tratamento primário (TP) versus

adjuvante (TA).

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49

Tabela 6. Comparação de eficácia bioquímica do octreotide SC/LAR versus

lanreotide SR/Autogel

Supressão de GH IGF-I normal Autores

n

Duração

(meses) TP/TA

OCT LAN OCT LAN

Razzore et al,

1999 (174)

38 6 12/26 <2,5 ng/mL:47%* 25% 50%* 42%

Cozzi et al,

1999 (173)

12 6-24 7/5 <2,5 ng/mL: 33% 8,3% 41,7% 33,3%

Turner et al,

1999 (171)

10 6-12 1/9 < 2,5ng/mL: 80% 77,8% 70% 55,6%

Chanson et al,

2000 (172)

125 3-6 ND <2,5 ng/mL: 68%

<1 (TOTG): 80%

54%

0%

65% 48%

Kendall-Taylor

et al, 2000 (175)

5 6 ND <2,5 ng/mL: 80% 80% 100% 100%

Amato et al,

2002 (161)

12 24 12/0 <2,5ng/mL: 50% 58,3% 50% 66,7%

Ashwell et al,

2004 (176)

10 7 1/9 <2,5 ng/mL: 90% 90%‡ 70% 90%‡

Van Thiel et al,

2004 (177)

7 12 4/3 < 2 ng/mL: 57% 42,9%‡ 42,9% 42,9%‡

* octreotide subcutâneo; ‡ lanreotide autogel.

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina

tipo I; TP= tratamento primário; TA= tratamento adjuvante; OCT= octreotide; LAN= lanreotide;

ND= não disponível; TOTG= teste oral de tolerância à glicose.

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50

3.3.3.3. Controle do tamanho tumoral

Um grande número de estudos inclui a redução do tamanho tumoral como

resultado da terapia com os SA (Tabelas 7 e 8). No entanto, não existe padronização

na metodologia que define redução tumoral, com alguns autores usando alterações do

maior diâmetro, enquanto outros usam mudanças no volume do tumor. O volume de

tumores com forma elipsóide é medido pela fórmula de Di Chiro e Nelson (178),

enquanto tumores de formas complexas, usualmente o caso dos somatotropinomas,

devem ser medidos por uma fórmula que leva em consideração a área do tumor e a

espessura do corte na RM (179).

A maioria dos autores define como redução significativa do tamanho tumoral

uma diminuição de 10-25% no volume e/ou maior diâmetro do tumor (Tabelas 7 e 8).

Diversos estudos avaliaram a redução tumoral em pacientes tratados com

octreotide de curta-ação (SC). Tais estudos demonstraram redução tumoral em 43%

dos pacientes submetidos à TP e 28% daqueles em TA (Tabela 7). Por outro lado, um

número menor de estudos avaliou a redução tumoral nos pacientes tratados com as

formulações de depósito. Sete estudos descreveram a redução tumoral como objetivo

do tratamento com octreotide LAR® (Tabela 8), sendo que 80% dos pacientes em TP

apresentaram redução tumoral enquanto apenas 28% daqueles em TA atingiram este

objetivo. No que diz respeito ao lanreotide SR® (Tabela 8), nove estudos foram

identificados e apenas 31% e 9% dos pacientes submetidos à TP e TA,

respectivamente, obtiveram redução tumoral. Estes resultados, independente do tipo

de SA, demonstraram que a redução tumoral ocorre mais freqüentemente quando

estes medicamentos são utilizados como TP versus TA (51% vs 22%), o que está de

acordo com a revisão de Bevan (28) e com a meta-análise realizada por Freda et al

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(27). A chance de redução tumoral com lanreotide SR® é menor do que com o

octreotide LAR® (27). Segundo Bevan (28), o principal fator preditor de redução

tumoral é o tipo de tratamento do paciente, sendo que aqueles submetidos

previamente à cirurgia têm menor chance de apresentar diminuição do volume

tumoral com o uso dos SA. Esta menor taxa de redução tumoral provavelmente está

relacionada com as alterações anatômicas causadas pela cirurgia, como fibrose e

ditorção da anatomia selar, além de artefatos que dificultam a avaliação do volume

tumoral (23,72).

Aumento do tamanho tumoral durante tratamento com os SA acontece em

aproximadamente 1,4-2% dos casos (27,28), o que sugere que cerca de 98% dos

pacientes apresentam controle do crescimento tumoral em uso destas medicações.

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52

Tabela 7. Redução tumoral em pacientes tratados com octreotide subcutâneo

Autores

n Duração (meses)

Critério Pacientes com redução

tumoral (%)

TP

TA

TP+TA

Lamberts et al, 1987 (132)

6 4-27 D: ≥ 2 mm ND ND 3 (50)

Barkan et al, 1988 (133)

15 Até 21 ND 7 (100) 2 (25) -

Barkan et al, 1988 (180)

10 Até 7 V: > 20% 10 (100) - -

Sassolas et al, 1990 (119)

38 6-26 D: > 20% ND ND 14 (37)

Pagani et al, 1990 (181)

16 12-24 D: > 20% ND ND 10 (63)

Shi et al, 1990 (182)

10 Até 28 ND 5 (83) 0 (0) -

Vance et al, 1991 (120)

34 Até 58 D: > 20% ND ND 15 (44)

Ezzat et al, 1992 (134)

70 6 D: ≥ 1 mm ND 20 (29) ND

Steveneart et al, 1992 (183)

34 Até 39 D: > 20% ND ND 10 (29)

Plöckinger et al, 1994 (184)

10 3-6 V: > 20% 5 (50) - -

Lucas-Morante et al, 1994 (185)

10 1,5 ND 6 (60) - -

Arosio et al, 1995 (186)

26 12 ND ND ND 13 (50)

Steveneart et al, 1996 (187)

64 Até 39 D: > 25% 15 (23) - -

Colao et al, 1997 (188)

22 3-6 D: ≥ 30% 5 (23) - -

Lundin et al, 1997 (189)

11 9-70 V: > 18% 7 (70) 1 (100) -

Newman et al, 1998 (73)

13 6 V: ≥ 25% 3 (23) ND ND

Kristof et al, 1999 (190)

11 5 D: ≥ 2mm ou V: ≥ 25%

4 (36) - -

Abe et al, 2001 (191)

90 > 3 D: ≥ 2mm 28 (31) - -

Bevan et al, 2002 (72)

27 6 V: ≥ 10%

26 (96) - -

LEGENDA: TP= tratamento primário; TA= tratamento adjuvante; D= diâmetro máximo do tumor; V= volume tumoral; ND= não disponível.

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Tabela 8. Redução tumoral em pacientes tratados com análogos da somatostatina de depósito: octreotide LAR e lanreotide SR

Autores

n

octreotide

LAR/

lanreotide SR

Duração

(meses) Critério

Pacientes com

redução tumoral (%)

TP

TA TP+TA

Stewart et al, 1995 (20)

7 oct LAR 10-12 ND 2 (100) 1 (20) -

Lancranjan et al, 1996 (21)

32 oct LAR 6-27 D: > 20% 12 (86) 11 (61) -

Flogstad et al, 1997 (22)

11 oct LAR 18 D: > 20% 4 (100) 0 (0) -

Colao et al, 2001 (23)

24 oct LAR 12-24 V: ≥25% ou

D: ≥ 10%

12 (80) 5 (56) -

Bevan et al, 2002 (72)

15 oct LAR 6 V: ≥ 10% 10 (67) - -

Amato et al, 2002 (161)

8 oct LAR 24 V: ≥ 10% 8 (100) - -

Cozzi et al, 2003 (25)

83 oct LAR 30 V: ≥ 25% 33 (77) 5 (13) -

Caron et al, 1997 (164)

22 lan SR 36 D: ≥ 25% ND ND 3 (14)

Colao et al, 1999 (142)

20 lan SR 3 V: ≥ 30% 1 (5) ND ND

Suliman et al, 1999 (143)

10 lan SR Até 24 V: ≥ 18% ND ND 6 (60)

Cozzi et al, 2000 (167)

5 lan SR 6 V: ≥ 20% 2 (100)

3 (100) -

Verhelst et al, 2000 (145)

14 lan SR 12 V: ≥ 25% ND ND 5 (36)

Baldelli et al, 2000 (166)

107 lan SR 24 V: > 20% 5 (22) 5 (6) -

Attanasio et al, 2001 (168)

10 lan SR 12 V: > 25% ND ND 6 (60)

Amato et al, 2002 (161)

12 lan SR 24 V ≥ 10% 11 (92) - -

Lucas et al, 2003 (192)

73 lan SR 1-3

V: ≥ 20% 21 (29) - -

LEGENDA: TP= tratamento primário; TA= tratamento adjuvante; D= diâmetro máximo do tumor; V= volume tumoral; ND= não disponível; oct= octreotide; lan= lanreotide.

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54

3.3.4. Tolerabilidade e efeitos colaterais

Os SA são seguros e bem tolerados, sendo que apenas 3-5% dos pacientes

interrompem o uso.

Os efeitos colaterais mais comumente descritos com o uso dos SA estão

relacionados com a inibição da liberação de hormônios intestinais e da secreção

pancreática exócrina, decorrentes da ação nos receptores da SST do trato

gastrointestinal. Estes efeitos colaterais, que incluem diarréia, náuseas, fezes

amolecidas, cólicas e flatulência, ocorrem em até 49% dos pacientes (24) e são

comumente de intensidade leve a moderada, de caráter transitório e que não leva à

interrupção do tratamento (24). Litíase ou “lama” biliar são encontrados em 25% dos

pacientes em uso da formulação de curta duração (193) e em 15% daqueles em uso

da formulação de depósito (24). A litíase biliar ocorre de forma independente da dose

em uso e a maioria dos pacientes permanece assintomática (24,193,194).

O metabolismo glicídico pode ser alterado pela terapia com os SA. Já foi

descrito o desenvolvimento de intolerância à glicose e diabetes mellitus devido ao

efeito direto dos SA na função da célula beta pancreática, promovendo a inibição da

liberação da insulina (121,195,196). Por outro lado, melhora do controle glicêmico

pode acontecer devido à redução da resistência insulínica mediada pelo controle dos

níveis de GH e inibição da liberação de glucagon [196,197]. Esses efeitos podem

predominar de forma distinta em pacientes com diferentes perfis metabólicos (196).

Hipoglicemia ocorre em apenas 2% dos pacientes (24).

Por fim, podem ocorrer ainda: redução dos níveis séricos de hormônio

estimulador da tireóide (thyroid-stimulating hormone, TSH) e hipotireoidismo central

em 2% dos pacientes (198), queda de cabelos transitória em 3-6% (199), bradicardia

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55

sinusal (149,200), deficiência de vitamina B12 (201), dor no local da injeção, e

interferência na absorção de drogas orais (ciclosporina e cimetidina) (24,202).

3.3.8. Novas perspectivas

O avanço do tratamento medicamentoso da acromegalia está baseado no fato de

que existem pacientes responsivos ao octreotide e aqueles considerados resistentes.

Apesar do investimento em formulações de mais longa duração do octreotide,

cerca de um terço dos pacientes com acromegalia não apresentam controle com esta

classe de medicamentos, sendo considerados resistentes (24). Tal fato levou ao

desenvolvimento de novos compostos, tais como os SA receptor–específico

(BIM23197, BIM23268, BIM23244) [203,204], análogos universais (SOM230)

[205,206] e drogas quiméricas (ligantes dos receptores somatostatinérgicos e

dopaminérgicos, como o BIM23A387) [207].

O octreotide tem sido usado no tratamento da acromegalia há quase 20 anos.

Inicialmente, estava disponível apenas o octreotide subcutâneo (117), que necessitava

de injeções SC diárias. Na década de 90 surgiu o octreotide LAR® (21), uma

formulação de depósito que deve ser aplicada IM mensalmente. Pensando na adesão

ao tratamento, quase sempre prolongado, e comodidade dos pacientes responsivos,

torna-se importante a disponibilização de uma formulação de octreotide de duração

mais longa. Vários medicamentos apresentados sob a forma de implante subdérmico

têm eficácia e segurança reconhecidos, como os progestágenos usados na

contracepção e tratamento da endometriose (208-215), a testosterona e o estradiol

para reposição hormonal (216,217) e os agonistas do hormônio liberador das

gonadotrofinas (GnRH) para tratamento do câncer de próstata (218,219). O implante

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56

subdérmico de octreotide foi desenvolvido e já estudado em cães, com bons

resultados (dados não publicados, Valera Pharmaceuticals). O primeiro estudo com o

implante subdérmico de octreotide em humanos foi concluído neste ano,

demonstrando resultados favoráveis em seis meses de uso (220).

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57

4. PACIENTES E MÉTODOS

4.1. Critérios de Inclusão

Os pacientes foram considerados elegíveis apenas se preenchessem todos os

critérios abaixo:

1. pacientes de ambos os sexos com idade maior ou igual a 18 anos;

2. diagnóstico confirmado de acromegalia: GH pós-glicose ≥ 1ng/mL e níveis de

IGF-I ≥ 30% acima dos limites da normalidade;

3. tumor distante, pelo menos, 3 mm do quiasma óptico.

4.2. Critérios de Exclusão

Os pacientes foram considerados inelegíveis para o estudo se apresentassem:

1. história prévia de interrupção do uso do octreotide LAR® devido à falta de

tolerabilidade ou eficácia;

2. cirurgia hipofisária há menos que 12 semanas do momento da visita de seleção;

3. RT prévia;

4. uso de agonista dopaminérgico nos dois últimos meses antes da visita de seleção;

5. uso do octreotide LAR® nas seis semanas que antecederam a visita de seleção;

6. doenças hepáticas: cirrose, hepatite persistente ou crônica ativa, TGO e TGP acima

de 2-3x dos valores normais, fosfatase alcalina acima de 2x o valor normal, ou

bilirrubina direta acima de 1,5x do valor normal;

7. outros valores laboratoriais considerados clinicamente significantes e que

poderiam afetar a interpretação dos resultados do estudo;

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8. insuficiência cardíaca congestiva (classe funcional III ou IV da NYHA), angina

instável, arritmias ventriculares de repetição ou história de infarto agudo do

miocárdio nos três meses anteriores à seleção;

9. colelitíase sintomática;

10. história de abuso de álcool ou drogas nos 6 meses anteriores à visita de seleção;

11. uso de qualquer medicamento investigacional nos três meses anteriores à visita de

seleção;

12. diagnóstico de gravidez, mulheres que estivessem amamentando ou com risco de

engravidar sem uso de métodos contraceptivos medicamente aceitáveis.

4.3. Desenho do estudo

Trata-se de um estudo prospectivo, aberto, em que os pacientes foram

randomizados para receber um ou dois implantes subdérmicos de 52mg de octreotide.

A randomização foi realizada através da técnica de permuta de blocos. Devido

à falha de seleção de um paciente, cinco pacientes foram randomizados para o grupo

de um implante e seis para o grupo de dois implantes.

O estudo foi projetado de acordo com as Diretrizes e Normas

Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/1996

do Conselho Nacional de Saúde) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF)/UFRJ (Anexo 1)

e Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) (Anexo 2). Todos os pacientes

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) antes da realização

de qualquer procedimento do estudo (Anexo 3).

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59

4.4. Protocolo do estudo

O estudo foi desenhado para ser realizado em 30 semanas, que incluem 2

semanas para seleção, 24 semanas de tratamento e quatro semanas de seguimento

dos pacientes.

A visita de seleção incluiu a realização de anamnese e exame físico,

avaliação dos critérios de inclusão e exclusão através da história médica e exames

complementares, além da verificação de medicações concomitantes.

A cada visita mensal durante sete meses, os pacientes foram avaliados quanto

aos sinais e sintomas da acromegalia e à resposta ao tratamento, segurança e eficácia

do octreotide sob a forma de implante subdérmico.

Sinais e sintomas relacionados à acromegalia (cefaléia, fadiga, parestesias,

sudorese, artralgia e síndrome do túnel do carpo) foram avaliados através de um

escore clínico (0= ausente, 1= leve, 2= moderado, 3= grave e 4= incapacitante).

Exame físico, questionamento sobre eventos adversos, medicação concomitante e

análises de laboratório foram realizados mensalmente.

Na visita de seleção e no final do sexto mês, os pacientes foram submetidos a

TOTG com dosagem de GH, ultra-sonografia (US) de vesícula biliar,

eletrocardiograma (ECG) e RM de sela túrcica, a qual foi realizada no final do

terceiro mês naqueles pacientes com volume tumoral > 0,5 cm3 no início do estudo.

Outros exames complementares feitos na visita de seleção e periodicamente durante o

tratamento incluíram um hemograma completo com contagem de plaquetas,

hemoglobina glicosilada (HbA1c), análise bioquímica sérica e da função tireoidiana

(dosagem de TSH e T4 livre), gonadotrofina coriônica nas mulheres em idade fértil,

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60

além da avaliação mensal da concentração média de octreotide e dos níveis séricos de

GH (alternando GH randômico e média de 2 horas) e IGF-I (Tabela 9).

Na visita do mês 6, todos os pacientes foram submetidos a uma US de partes

moles para localização do implante por motivo de segurança.

A última visita aconteceu 1 mês após a retirada do(s) implante(s) para

avaliação clínica final e realização de exames laboratoriais. Nesta visita, os pacientes

foram questionados sobre qual tratamento preferiam: octreotide LAR® versus

implante subdérmico de octreotide.

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61

Tabela 9. Agenda de Eventos

Seleção Dia 1*

Mês 1

Mês 2

Mês 3

Mês 4

Mês 5

Mês 6*

Mês 7

TCLE √ História Médica √ Anamnese/ Exame físico √ √ √ √ √ √ √ √ √

Inclusão/ Exclusão √ √

Sinais Vitais √ √ √ √ √ √ √ √ √ Peso √ √ √ √ √ √ √ √ √ Hematologia √ √ √ √

Bioquímica § √ √ √ √ IGF-I √ √ √ √ √ √ √ √ √ TOTG √ √ Hemoglobina glicosilada √ √

TSH/ T4 livre √ √ β hCG √ GH basal √ √ √ √ GH médio† √ √ √ Concentração de Octreotide

√ √ √ √ √ √ √

US abdome √ √ US de partes moles

RM sela túrcica √ √ √ ECG √ √ Eventos Adversos

√ √ √ √ √ √ √ √

Medicação Concomitante √ √ √ √ √ √ √ √ √

* Inserção e remoção do(s) implante(s). § Bioquímica sérica= glicose, uréia, creatinina, cálcio, fósforo, transaminases, LDH, fosfatase alcalina, bilirrubinas, proteína total e albumina, colesterol total. † GH médio= média da coleta de cinco amostras a cada 30 minutos durante duas horas. LEGENDA: TCLE= termo de consentimento livre e esclarecido; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina; TOTG= teste oral de tolerância à glicose; TSH= hormônio estimulador da tireóide; β hCG= subunidade beta da gonadotrofina coriônica humana; GH= hormônio do crescimento; US= ultra-sonografia; RM= ressonância magnética; ECG= eletrocardiograma.

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62

4.5. Descrição da população do estudo

O Laboratório Valera Pharmaceuticals programou a inclusão de 12 pacientes no

estudo. Uma paciente foi excluída por não preencher um dos critérios de diagnóstico de

acromegalia.

Foram incluídos 11 pacientes (7 mulheres, 63,6%), com média de idade de 47 ±

12,4 anos e idade média ao diagnóstico de 44 ± 12,6 anos. Sete pacientes foram

submetidos à cirurgia transesfenoidal. Macroadenoma estava presente em sete pacientes,

microadenoma em dois e sela parcialmente vazia nos outros dois (Anexo 4).

Três pacientes (27%) são diabéticos, sendo que um deles fazia uso de insulina,

e sete (64%) têm hipertensão arterial, controlada na época com uso de medicamentos

anti-hipertensivos orais. Deficiência de hormônios hipofisários está presente em 4

pacientes (1 com hipogonadismo, 1 com hipoadrenalismo e 2 com ambos),

adequadamente controlados no período do estudo com reposição de esteróide sexual

e corticóide. Quatro pacientes apresentavam litíase biliar (36%) no início do estudo.

Todos os pacientes fizeram uso do octreotide LAR® previamente ao início do

estudo. Níveis de GH < 2,5 ng/mL foram alcançados em 63,6% (7/11) dos pacientes

e normalização do IGF-I atingida em 30% (3/10) deles (Anexo 4). Nos quatro

pacientes não controlados adequadamente, houve queda de 91% (55-94%) nos níveis

de GH. Todos os pacientes toleraram a medicação.

4.6. Descrição da medicação do estudo

Octreotide (52 mg) em implante subdérmico hidrogel é um dispositivo

polimérico planejado para liberar a dose terapêutica por 6 meses. O mecanismo de

liberação controlada da droga é por difusão através de uma estrutura microporosa,

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modulada pela adsorção das cadeias de hidrogel. O hidrogel é um material polimérico

composto de hidroetil metacrilato e hidroxipropil metacrilato. Além do acetato de

octreotide, o implante contém estearato de magnésio (lubrificante) e

hidroxipropilcelulose (excipiente estabilizante).

O implante subdérmico é fornecido em uma embalagem com dois

compartimentos separados por um dispositivo: um com o implante e o outra com 5,0

mL de solução de cloreto de sódio 0,9% (Figura 1). Esta embalagem é envolvida por

uma bolsa plástica protegida da luz. Uma vez a bolsa plástica aberta, o implante deve

ser imediatamente utilizado.

Antes do procedimento de inserção, o implante deve ser hidratado por um

período de uma a duas semanas na solução de cloreto de sódio a 0,9% através da

remoção do dispositivo que separa as duas partes da embalagem (Figura 1). Cada

implante seco tem, aproximadamente 4,5cm x 0,4cm e, quando hidratado mede 5cm

x 0,5cm.

Figura 1. Os dois compartimentos da embalgem. Valera Pharmaceuticals.

NaCl 0,9% implante

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4.7. Procedimento de inserção do implante

O procedimento de inserção e remoção dos implantes foi realizado pelo Prof.

Dr. José Marcus Raso Eulálio, professor adjunto de cirurgia geral da Faculdade de

Medicina/UFRJ.

4.7.1. Ferramentas para inserção

As ferramentas para inserção incluem a cânula e o trocater (Figura 2). A cânula

tem uma inscrição em forma de linha que mostra ao cirurgião que o implante foi

completamente inserido. Da mesma forma, o trocater tem uma linha inscrita que

mostra até que profundidade ele deve ser inserido de maneira a manter o implante

dentro da cânula durante o procedimento de inserção.

4.7.2. O procedimento de inserção

1. Autoclavar o trocater e a cânula.

Figura 2. Ferramentas para inserção do implante. Da esquerda para direita: seringa com agulha, pinça, cânula, trocater, bisturi e fio de sutura. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

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65

2. Localizar o sítio de inserção: o paciente deve estar em decúbito dorsal, com a

mão posicionada atrás da cabeça, o que permite fácil acesso à porção interna do

braço. Deve-se preferir o braço menos usado (braço direito para um canhoto) quando

o paciente for receber um implante. Caso o paciente receba dois implantes, um

implante será inserido no braço esquerdo e outro no braço direito. O melhor sítio de

inserção localiza-se no ponto médio entre o ombro e o cotovelo e no sulco entre o

bíceps e o tríceps (Figura 3).

3. Limpar o sítio de inserção com álcool iodado.

4. Colocar o campo fenestrado sobre o sítio de inserção.

5. Injetar três a sete mililitros de anestésico, iniciando no sítio planejado e,

então, infiltrando até o comprimento do implante, 5,0 cm, em forma de leque (Figura

4).

Figura 3. O melhor sítio de inserção: ponto médio entre o ombro e o cotovelo e no sulco entre o bíceps e o tríceps. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

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6. Fazer uma incisão de dois a três milímetros da pele até o subcutâneo e

perpendicular ao ombro, usando uma lâmina de bisturi (Figura 5).

7. Inserir a ponta mais curta do trocater na parte distal da cânula, até a linha

inscrita (Figura 6).

Figura 4. Anestesia local. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

Figura 5. Incisão na pele. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

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67

8. Colocar o implante dentro da ponta proximal da cânula (Figura 7).

9. Inserir a ponta proximal da cânula na incisão e progredir ao longo do trajeto

anestesiado até que a inscrição na cânula alcance a pele, mantendo-se sempre no espaço

subdérmico. É preciso certificar-se que o trocater mantém-se no local correto enquanto a

cânula é inserida na incisão para garantir que o implante continue na ponta proximal da

cânula. Neste momento, o implante está completamente sob a pele.

Figura 6. Posição correta da cânula e trocater. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

Figura 7. O implante hidratado. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

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68

10. Manter o trocater fixo, enquanto a cânula é retirada da incisão (Figura 8).

11. Fechar a incisão com um ou dois pontos com fio cirúrgico

12. Cobrir a região manipulada com um curativo simples de gaze e esparadrapo

(Figura 9).

Figura 9. Bandagem. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

Figura 8. Posição correta das mãos. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

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69

4.7.3. Instruções ao paciente

1. Não molhar o braço onde foi inserido o implante nas primeiras 24 horas.

Após este tempo, a bandagem pode ser removida.

2. Não remover os pontos cirúrgicos, mas sim retornar ao consultório do

cirurgião após uma semana para retirá-los.

3. Não praticar esforço físico que envolva o braço onde foi inserido o implante

por um período de sete dias para permitir que a incisão se feche completamente.

4.8. Procedimento de remoção do implante

Os instrumentos necessários para a remoção foram os mesmos usados no

procedimento de inserção (Figura 2).

4.8.1. Localização do implante

O implante é localizado por palpação na maioria dos casos (Figura 10).

Entretanto, neste protocolo, todos os pacientes foram submetidos a uma US de partes

moles para localização do implante, por motivo de segurança.

Figura 10. Palpação para localizar o implante. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

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70

4.8.2. Remoção

1. Limpar a área com álcool iodado.

2. Colocar o campo fenestrado sobre o sítio de inserção.

3. Injetar o anestésico sob o implante para trazê-lo à superfície.

4. Fazer uma incisão de 2-3 mm na proximidade da ponta do implante, usando

uma lâmina de bisturi (Figura 11).

5. Segurar a ponta do implante com uma pinça e removê-lo (Figura 12).

Figura 11. Incisão na pele junto à ponta proximal do implante. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

Figura 12. A pinça é o instrumento usado para remover o implante. Fonte: Valera Pharmaceuticals.

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6. Fechar a incisão com um ou dois pontos com fio cirúrgico.

7. Cobrir a região manipulada com um curativo simples de gaze e esparadrapo.

8. Retornar ao consultório do cirurgião após uma semana para retirar os pontos

cirúrgicos.

4.9. Ensaios para dosagem de GH, IGF-I e octreotide

O GH sérico foi determinado por ensaio imunofluorométrico "in house" (221)

do Laboratório Fleury, com limite de detecção de 0,006 ng/mL e coeficientes de

variação intra e inter-ensaios de 2,4 e 3,3%, respectivamente. Os dois anticorpos

monoclonais utilizados neste ensaio reconhecem as formas 20 e 22kDa do GH.

O IGF-I sérico foi dosado pelo ensaio imunoradiométrico com extração prévia

das proteínas ligadoras com etanol (Diagnostic Products Corporation, DPC). O limite

de detecção é de 8 ng/mL e os coeficientes de variação intra e inter-ensaios é 4,3 e

9,5%, respectivamente. Os valores de referência estão discriminados no Anexo 5.

Os níveis séricos de octreotide foram dosados por radioimunoensaio (kit

Peninsula Laboratories, Bachem).

4.10. Avaliação do volume tumoral

O volume tumoral foi calculado pela fórmula de Di Chiro e Nelson (altura x

comprimento x largura x π/6) por um mesmo radiologista, cego para os resultados do

tratamento (178). A redução tumoral foi considerada significativa quando o volume

tumoral diminuiu em, pelo menos, 25% quando comparado com os valores pré-

tratamento.

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72

4.11. Análise estatística

Os resultados foram apresentados como mediana (mínimo - máximo). Os testes

de Mann Whitney e Wilcoxon foram utilizados para a comparação de variáveis

numéricas e os testes Qui-quadrado de McNemar e exato de Fisher foram utilizados

para as demais comparações de variáveis categóricas. Para avaliar a correlação entre

variáveis foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman. Um p valor menor

que 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. As análises foram realizadas

utilizando o programa SPSS versão 11.0 para Windows (SPSS, Inc. Chicago, IL).

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5. RESULTADOS

5.1. Procedimento de inserção e remoção dos implantes

O procedimento de inserção, desde o preparo do paciente até a bandagem do

sítio de inserção, durou 10 minutos para os dois primeiros casos e, aproximadamente,

seis minutos para os demais. Houve punção acidental de um ramo da veia basílica de

um paciente (#9) durante a anestesia local, dando origem a um pequeno hematoma.

Os implantes foram removidos após seis meses completos de tratamento em 10

pacientes. Uma paciente (#10) permanece com o implante até a presente data (total de

10 meses), de acordo com a emenda 1 ao protocolo (Anexo 6) aprovada pelo CEP do

HUCFF/UFRJ (Anexo 7). O procedimento de remoção de cada implante durou de

quatro a 10 minutos. O implante foi localizado por palpação em todos os casos,

exceto na paciente #10. Para garantir a localização correta do implante, todos os

pacientes foram submetidos a uma US de partes moles. Um implante estava

fragmentado, o que foi visto pela US de partes moles (paciente #3). Não houve

dificuldade técnica na remoção dos implantes.

5.2. Efeito do implante subdérmico de octreotide nos sinais e sintomas da

acromegalia

Cefaléia, parestesia, fadiga, sudorese, artralgia e síndrome do túnel do carpo,

avaliados pelo escore clínico (0= ausente, 1= leve, 2= moderado, 3= grave e 4=

incapacitante), melhoraram significativamente, após seis meses de tratamento (p=

0,01). Considerando cada sinal/sintoma isoladamente, o uso do implante subdérmico

de octreotide resultou em melhora significativa apenas da cefaléia (p= 0,04) e

parestesia (p= 0,02) [Figura 13]. Todos os pacientes referiram diminuição de partes

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moles. Não houve diferença significativa no peso corporal e na pressão arterial

(sistólica e diastólica). Os pacientes relataram preferir o implante às injeções mensais

de octreotide LAR® devido à comodidade proporcionada pelo tratamento.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Esc

ore

tota

l

cefaléia parestesia fadiga sudorese artralgia túnel docarpo

Sinal/sintoma

início

6 meses

Figura 13. Sinais e sintomas durante o tratamento com implante subdérmico de

octreotide. * p< 0,05.

Escore total= soma dos escores individuais dos 11 pacientes, sendo 0= ausente,

1= leve, 2= moderado, 3= grave e 4= incapacitante.

5.3. Efeito do implante subdérmico de octreotide nos níveis séricos de GH

A mediana do GH basal foi de 13,0 ng/mL (2,0-48,4; n=11), com valores de

10,0 ng/mL (2,9-48,4; n=5) para os pacientes do grupo com 1 implante e 13,5 ng/mL

(2,0-25,0; n=6) para o grupo com 2 implantes. Não houve diferença do GH basal

entre os dois grupos (p= NS). O octreotide sob a forma de implante subdérmico levou

a uma redução do GH de todos os pacientes (p= 0,003) [Figura 14], sendo que a

redução do GH nos grupos com 1 e 2 implantes foi, respectivamente, de 10,0 para 1,9

ng/mL (p= 0,043) e 13,5 para 0,95 ng/mL (p= 0,043) [Tabela 10].

* *

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75

Pacientes

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

GH

(ng

/mL

)

60

50

40

30

20

10

0

basal

6 meses

Figura 14. Resposta do GH ao tratamento com implante subdérmico de

octreotide. GH= hormônio do crescimento.

A maior queda nos níveis de GH ocorreu no final do primeiro mês de

tratamento, mantendo-se os níveis estáveis até o final de 6 meses (Figura 15).

0,01

0,1

1

10

100

basal 1 2 3 4 5 6

meses

GH

(ng

/mL

)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Figura 15. Resposta individual do GH (escala logarítmica) durante 6 meses de tratamento com implante subdérmico de octreotide. GH= hormônio do crescimento.

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76

Nove pacientes (81,8%) alcançaram GH randômico < 2,5 ng/mL aos 6 meses

de tratamento, sendo 4/5 (80%) dos pacientes com 1 implante e 5/6 (83,3%) daqueles

com 2 implantes (p= NS). Nadir de GH < 1ng/mL no TOTG e GH randômico ≤ 1

ng/mL foram obtidos em quatro (36,4%) de 11 pacientes, sendo 1/5 (20%) e 3/6

(50%) dos pacientes com 1 e 2 implantes, respectivamente (p= NS) [Anexos 8 e 9] .

Ao final de seis meses, não houve diferença nos níveis de GH entre os

pacientes submetidos a TA e TP: 1,3 ng/mL (0,1-13,1) e 1,75 ng/mL (1,0-5,8),

respectivamente (p= NS).

O GH basal foi mais baixo no grupo de pacientes que atingiu GH < 2,5 ng/mL

aos 6 meses de tratamento (p= 0,034).

5.4. Efeito do implante subdérmico de octreotide nos níveis séricos de IGF-I

A mediana do IGF-I basal foi de 1300 ng/mL (490-1800; n=11), com valores

de 1000 ng/mL (450-1500; n=5) para o grupo com 1 implante e 1450 ng/mL (1200-

1800; n=6) para o grupo com 2 implantes. A mediana do IGF-I basal foi maior no

grupo com 2 implantes (p= 0,022). O octreotide sob a forma de implante subdérmico

levou a uma redução do IGF-I de todos os pacientes (p= 0,003), sendo que a redução

do IGF-I nos grupos com 1 e 2 implantes foi, respectivamente, de 1000 para 460

ng/mL (p=0,028) e 1450 para 755 ng/mL (p=0,028) [Tabela 10].

Ao final de 6 meses de tratamento, níveis normais de IGF-I ajustados para

idade e sexo ocorreram em 2 de 11 pacientes (18%), sendo que ambos (#2 e #8)

estavam no grupo com 2 implantes (33,3%; n=6) e tiveram nadir de GH < 1 ng/mL

durante TOTG. Apesar de nenhum paciente do grupo com 1 implante ter alcançado

IGF-I normal, este dado não alcançou significado estatístico, provavelmente devido

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77

ao pequeno tamanho da amostra. Sete dos nove (78%) pacientes que obtiveram níveis

de GH < 2,5 ng/mL não normalizaram IGF-I, sendo considerados discordantes. No

entanto, se considerarmos apenas os pacientes com GH ≤ 1 ng/mL, o percentual de

discordância diminui para 50%.

Apesar do pequeno percentual de normalização de IGF-I, houve uma

redução de 60% nos níveis séricos de IGF-I com o tratamento (Tabela 10 e Figura

16).

Tabela 10. GH e IGF-I séricos antes e aos 6 meses de uso do implante

subdérmico de octreotide

GH (ng/mL) IGF-I (ng/mL)

Basal 6 meses Basal 6 meses

Grupo com 1

implante

10,0

(2,9-48,4)

1,9*

(1,0-5,8)

1000

(490-1500)

460*

(350-750)

Grupo com 2

implantes

13,5

(2,0-25,0)

0,95*

(0,1-13,1)

1450*

(1200-1800)

755*

(230-1400)

TOTAL 13,0

(2,0-48,4)

1,0*

(0,1-13,1)

1300

(490-1800)

520*

(230-1400)

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I. Total= grupo com 1 e 2 implantes. * p < 0,05 quando comparado com os respectivos valores basais e quando comparado IGF-I basal entre os grupos.

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78

Paciente

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

IGF-

I (ng

/ml)

2000

1500

1000

500

0

basal

6 meses

Figura 16. Resposta do IGF-I ao tratamento com implante subdérmico de octreotide. IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I.

Assim como aconteceu com o GH, a maior queda nos níveis de IGF-I ocorreu

no final do primeiro mês de tratamento, mantendo-se os níveis estáveis até os 6

meses (Figura 17).

0

500

1000

1500

2000

basal 1 2 3 4 5 6

meses

IGF-

I (n

g/m

L)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Figura 17. Resposta individual do IGF-I (ng/mL) durante 6 meses de tratamento com implante subdérmico de octreotide. IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I.

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79

Ambos os pacientes que apresentaram normalização dos níveis de IGF-I aos 6

meses (#2 e #8), preenchiam este critério desde o final do primeiro mês (Anexos 8 e

9).

Ao final dos seis meses, não houve diferença nos níveis de IGF-I entre os

pacientes submetidos a TA e TP: 460 ng/mL (230-1400) e 705 ng/mL (350-1100)

ng/mL, respectivamente (p= NS).

5.5. Níveis séricos de octreotide

A mediana da concentração sérica de octreotide foi mais alta no grupo de

pacientes com 2 implantes (Figura 18), quando comparada com o grupo de 1

implante, no primeiro mês (p= 0,011), assim como no terceiro (p= 0,006), quarto (p=

0,018) e sexto meses (p= 0,028) [Tabela 11]. Não houve diferença na concentração

de octreotide ao final de 6 meses entre os pacientes que atingiram ou não as metas de

controle (GH < 2,5 ng/mL e normalização do IGF-I) [p= NS].

Houve queda progressiva das concentrações séricas de octreotide ao longo dos

meses.

65N =

Número de implantes

21

Oct

reot

ide

após

1 m

ês (

pg/m

l)

9000

7500

6000

4500

3000

1500

0

Figura 18. Concentração sérica de octreotide (pg/mL) ao final de um mês de tratamento: 1 implante versus 2 implantes.

p = 0,011

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80

Tabela 11. Concentração sérica de octreotide ao longo dos seis meses

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6

1

implante

1899

(1181-2570)

1445

(574-2351)

1192

(610-1427)

894

(783-1123)

1131

(699-1131)

722

(463-775)

2

implantes

4059*

(2055-8684)

2549

(861-3387)

2610*

(1192-3336)

2241*

(864-3336)

1967

(1156-3454)

1488*

(651-1984)

TOTAL

n=11

2570

(1181-8684)

1628

(861-3387)

1625

(610-4899)

1123

(783-3336)

1231

(699-3454)

775

(463-1984)

LEGENDA: Octreotide em pg/mL (mediana, mínimo-máximo). *p< 0,05 quando comparado 1 versus 2 implantes. Total= grupo com 1 e 2 implantes.

5.6. Efeito do implante subdérmico de octreotide no tamanho tumoral

Redução do volume tumoral > 25% ao final de três meses de tratamento foi

observada em 4 de 7 (57,1%) pacientes com volume tumoral > 0,5 cm3 ao entrar no

estudo, sendo 3 deles em tratamento primário com octreotide (#2, #3 e #9) e 1 em

tratamento adjuvante (#7) [Figuras 19 e 20]. Não houve redução adicional até o final

dos seis meses. Uma paciente (#5) apresentou crescimento do resíduo tumoral pós-

cirúrgico, porém houve dificuldade na mensuração do volume tumoral devido às

características do tumor.

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Figura 19. Volume tumoral (cm3) ao longo do tratamento com implante subdérmico de octreotide. Os pacientes #6 e #8 não foram incluídos na figura (tumor não visualizado).

Figura 20. Imagem de ressonância magnética (corte coronal, T1 com gadolínio) do paciente 9 demonstrando redução do macroadenoma antes (esquerda) e depois (direita) de 6 meses de tratamento com octreotide implante subdérmico. Volume tumoral inicial= 1,7 cm3 e final= 1,2 cm3 (redução de 29,4%).

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

basal 3 6

meses

volu

me

(cm

3 )1

2

3

4

5

7

9

10

11

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82

5.7. Tolerabilidade e efeitos colaterais

O implante subdérmico de octreotide foi bem tolerado pelos pacientes.

Dor leve no local de inserção do implante foi relatada por um paciente apenas

nas primeiras 24 horas após o procedimento. Hematoma no sítio de inserção do

implante devido à punção acidental de um ramo da veia basílica ocorreu neste mesmo

paciente, havendo resolução espontânea. Não houve infecção local durante o

tratamento.

Os efeitos colaterais mais freqüentemente relatados foram relacionados com

o trato gastrointestinal: diarréia (55%), flatulência (9%), cólicas abdominais (9%),

vômitos (9%) e fezes amolecidas (9%). Todos os efeitos gastrointestinais ocorreram

na primeira semana após o procedimento de inserção, foram de leve a moderada

intensidade e de caráter transitório, apresentando resolução espontânea após dois a

sete dias, sem recorrência ao longo dos seis meses de tratamento. Litíase biliar

assintomática estava presente em 4 de 11 pacientes (36%) no início do estudo, não

sendo diagnosticado nenhum outro caso ao final do tratamento com implante

subdérmico de octreotide.

Com relação ao metabolismo glicídico, não houve elevação significativa da

glicemia de jejum: mediana de 99 mg/dL (89-377) no início do estudo comparada

com 110 mg/dL (89-430) ao final de 6 meses (p= NS). No início do estudo, três

pacientes eram diabéticos (#1,#6 e #11) e dois apresentavam intolerância à glicose

(#7 e #10) de acordo com os critérios da Associação Americana de Diabetes

(glicemia normal de jejum < 100 mg/dL e 2 horas após sobrecarga de glicose < 140

mg/dL) [222]. Quatro de seis pacientes que apresentavam glicemia (jejum e 2 horas

após sobrecarga de glicose) normal desenvolveram intolerância à glicose após seis

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83

meses (#3, #5, #8 e #9). Por outro lado, considerando os três pacientes diabéticos,

houve melhora do controle glicêmico em dois deles, sendo necessário suspender o

uso da sulfoniluréia (glibenclamida) de uma paciente (#1) e reduzir em 40% a dose

de insulina NPH de outro paciente (#11) devido a episódios de hipoglicemia. Ambos

apresentaram queda da hemoglobina glicosilada após seis meses.

A função tireoidiana manteve-se normal durante o tratamento. Apesar de ter

sido evidenciada queda significativa do TSH de 2 mU/mL (0,4-2,8) no basal para 1

mU/mL (0,2-1,9) ao final de seis meses (p= 0,006), os 11 pacientes apresentaram T4

livre normal no final do estudo. Não houve mudança na dose de levotiroxina da

paciente que faz reposição devido a hipotireoidismo pós-cirúrgico (#3).

Não houve alterações significativas nas análises bioquímica e hematológica,

exceto por duas pacientes que tiveram dignóstico de anemia normocítica no sexto

mês (#1 e #5). Queda de cabelo transitória (duração de 1 mês) foi relatada por uma

paciente (#5).

Houve redução da freqüência cardíaca (FC), durante os seis meses de

tratamento, de 80 bpm (72-92) para 64 bpm (52-80) [p= 0,011] (Figura 21). Uma

paciente (#8) apresentou FC < 60 bpm, assintomática e com ritmo sinusal ao

eletrocardiograma. Nenhum paciente estava em uso de beta-bloqueador. Não foram

evidenciadas alterações significativas na análise eletrocardiográfica dos pacientes.

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Paciente

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

Freq

üênc

ia c

ardí

aca

(bpm

)

100

90

80

70

60

50

40

basal

6 meses

Figura 21. Variação da freqüência cardíaca com o uso do implante subdérmico de

octreotide.

5.8. Seguimento dos pacientes (1 mês após remoção dos implantes)

Apenas 10 pacientes foram avaliados, pois a paciente #10 permanece com o

implante. A mediana do GH após 1 mês da remoção dos implantes voltou para níveis

pré-tratamento (p= NS) e o IGF-I ainda estava mais baixo que no início do tratamento

(p= 0,007) [Tabela 12].

Tabela 12. GH e IGF-I séricos antes do tratamento e após 1 mês da remoção

do implante subdérmico de octreotide

GH (ng/mL) IGF-I (ng/mL)

Basal (n=10) 13,5 (2,0 48,4) 1400 (580 – 1800)

Seguimento (n=10) 7,6 (0,6 – 64,0) 1000 (240 – 1720)*

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I. * p< 0,05.

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85

Com relação aos sinais e sintomas da acromegalia, houve deterioração clínica

para os níveis pré-tratamento, mantendo a melhora apenas da parestesia (p= 0,03).

5.9. Comparação da eficácia bioquímica: octreotide LAR® versus implante

subdérmico de octreotide

Todos os pacientes receberam tratamento com octreotide LAR® por três a 12

meses antes de serem incluídos neste estudo. O tempo decorrido entre a última dose

do octreotide LAR® e a inserção do implante subdérmico de octreotide variou de 2 a

7 meses (mediana= 5). Os dados referentes ao uso prévio de octreotide LAR® foram

obtidos através de revisão dos prontuários dos pacientes.

A mediana do GH pré-tratamento com octreotide LAR® foi mais alta

quando comparada com o GH pré-tratamento com implante subdérmico de octreotide

(p= 0,005) [Figura 22]. Apesar disso, não houve diferença na eficácia entre os

tratamentos para atingir GH < 2,5 ng/mL: 7 de 11 pacientes (63,6%) com octreotide

LAR® versus 9 de 11 (81,8%) em uso do implante subdérmico de octreotide (p= NS)

[Tabela 13].

1010N =

Tratamento

ImplanteLAR

GH

(ng

/ml)

100

80

60

40

20

0

Figura 22. GH pré-tratamento: octreotide LAR® versus implante. GH= hormônio do crescimento.

p= 0,005

®

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86

A mediana do IGF-I pré-tratamento e a taxa de normalização do IGF-I não

foram diferentes entre os dois tratamentos (30% vs 20%; n=10; p= NS) [Tabela 13].

Tabela 13. Eficácia bioquímica: octreotide LAR® versus implante

BASAL (pré-tratamento) 6 MESES

octreotide LAR® implante octreotide

LAR® implante

GH 26,0 (6,3-86,0)

n=10

13,0 (2,0-48,4)*

n=11

2,2 (0,13-5,0)

n=11

1,4 (0,11-13,1)

n=11

IGF-I 1035 (559-1922)

n=9

1300 (490-1800)

n=11

463 (227-1185)

n=10

520 (230-1400)

n=11

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I; GH e IGF-I em ng/mL; * p< 0,05.

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87

6. DISCUSSÃO

O octreotide subcutâneo é eficaz em controlar os níveis séricos de GH e IGF-I,

promover redução do volume tumoral e melhorar os sinais e sintomas da acromegalia

(73,120,134), mas a necessidade de múltiplas injeções subcutâneas diárias levou ao

desenvolvimento do octreotide de ação prolongada, o octreotide LAR®, com eficácia

também comprovada e que precisa de injeção intramuscular mensal. No entanto, o

octreotide LAR® tem a desvantagem de necessitar de enfermeiro/médico treinado

para administá-lo devido ao difícil processo de reconstituição da droga.

A preocupação com a adesão ao tratamento e comodidade dos pacientes que

fazem uso crônico do octreotide LAR®, além dos dados que demonstram maior

eficácia do octreotide subcutâneo administrado em infusão contínua (124,125),

forneceram o substrato para o desenvolvimento do implante subdérmico de

octreotide, uma nova forma de administração do octreotide, que tem por objetivo

liberação contínua deste SA por seis meses.

O implante subdérmico de octreotide é inserido e removido através de

procedimentos cirúrgicos simples e em ambiente ambulatorial.

O tratamento com o octreotide sob a forma de implante subdérmico promoveu

melhora significativa dos sinais e sintomas da acromegalia, o que está de acordo com

a literatura quanto à eficácia clínica do octreotide (19-23,72,73,119,125,131-147).

Após 6 meses de tratamento com um ou dois implantes (52 ou 104 mg de

octreotide), houve redução significativa dos níveis de GH e IGF-I. Níveis de GH <

2,5 ng/mL foram atingidos em 9 de 11 (81,8%) pacientes, enquanto apenas 2 (18%)

normalizaram IGF-I. Estes resultados não apresentaram diferença estatisticamente

significativa quando comparados com a resposta prévia dos mesmos pacientes ao

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octreotide LAR®, 63,6% (n=11) e 30% (n=10), respectivamente. A eficácia do

implante subdérmico de octreotide em atingir níveis de GH < 2,5 ng/mL foi superior

àquela descrita pela literatura (19-23,25,26,72,136-138,161-163). No entanto, a taxa

de normalização do IGF-I foi inferior àquela apresentada na maioria dos estudos (19-

23,25,26,72,136,137,161,163), apesar de estar de acordo com outras pequenas séries

(138,139,162). Existem três possíveis hipóteses para tal fato: (a) os pacientes

selecionados não são bons respondedores ao octreotide; (b) resultados discordantes

de GH e IGF-I e (c) a dose de octreotide por implante não foi suficiente para atingir

melhores resultados. Considerando a primeira hipótese, pode ter ocorrido um viés de

seleção, pois os resultados foram inferiores tanto para o octreotide LAR® quanto para

o implante. Com relação aos 7 de 9 (78%) pacientes com valores discordantes de GH

e IGF-I, estes estão muito além dos 8 a 28% descritos na literatura para pacientes

com GH < 2,5 ng/mL e IGF-I elevado (50,160,223). Esta alta prevalência de

discordantes tem várias explicações: dificuldade técnica na dosagem de IGF-I,

carência de valores normais para a nossa população, estímulo tônico de GH sobre a

secreção de IGF-I e presença de moléculas de GH biologicamente ativas sem

imunoreatividade (224). Além disso, outra explicação está no fato de que o uso de

ensaios mais sensíveis para GH faz com que valores de GH < 2,5 ng/mL se tornem

altos, trazendo a necessidade de diminuir o ponto de corte para níveis mais baixos

(160). No que diz respeito à dosagem de octreotide por unidade de implante (52 mg),

pôde-se comprovar que o nível sérico de octreotide aos 6 meses com um implante foi

inferior àquele alcançado com 30 mg de octreotide LAR®, ao contrário do que

ocorreu com dois implantes (104 mg), justificando a necessidade de se desenvolver

um implante com dose maior de octreotide.

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89

O GH pré-tratamento foi significativamente mais baixo entre os pacientes que

alcançaram GH < 2,5 ng/mL ao final dos 6 meses, o que está de acordo com Newman

et al (193) e Bevan et al (72), que demonstraram ser mais provável a normalização de

GH/IGF-I em uso de octreotide nos pacientes com GH pré-tratamento mais baixo.

Tal fato ocorre com todos os tipos de tratamento, exceto com o pegvisomant. Com

relação ao IGF-I, apesar do grupo de pacientes com 2 implantes apresentar IGF-I pré-

tratamento significativamente mais elevado que o grupo de 1 implante, os 2 únicos

pacientes que normalizaram o IGF-I neste estudo pertenciam ao grupo de 2 implantes

demonstrando uma relação dose-resposta já descrita para o octreotide LAR®

(22,24,25).

Fato interessante é que todos os pacientes que atingiram os critérios de controle

bioquímico ao final dos seis meses de tratamento com implante subdérmico de

octreotide, já apresentavam estes critérios ao final do primeiro mês, o que nos leva a

acreditar que estes critérios funcionam como preditores a curto prazo da resposta

final esperada com o uso do implante. A resposta ao teste agudo com octreotide

subcutâneo (225-229) e a análise do perfil de expressão dos genes dos SSTR no

tumor (230), embora não avaliados neste estudo, também podem ser usados como

fatores preditores de resposta ao tratamento com octreotide.

Ao contrário do que é descrito com o uso prolongado do octreotide LAR®

(23,25), não observamos progressiva normalização do IGF-I com o passar dos meses.

Os níveis de GH e IGF-I permaneceram estáveis até o final de seis meses,

demonstrando que ocorre uma liberação contínua de octreotide pelo implante, o que

foi comprovado pela dosagem dos níveis séricos deste análogo. Desta forma, talvez

seja possível prolongar o tempo do tratamento com o mesmo implante sem perda de

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90

eficácia, o que está sendo visto com a paciente #10 e já foi feito com o implante de

GnRH desenvolvido com a mesma tecnologia (219).

Nesta série, o controle bioquímico obtido nos pacientes em tratamento

primário foi semelhante àquele do grupo em tratamento adjuvante. Este dado está de

acordo com os achados de Newman (73), Ayuk (163) e Cozzi (25), que compararam

diretamente o tratamento medicamentoso nestes dois grupos, TP e TA.

Redução tumoral significativa (> 25% do volume tumoral) foi observada em

57,1% dos pacientes, sendo 3 de 4 em TP (75%) e 1 de 7 em TA (14%), confirmando

os melhores resultados de redução tumoral com uso de octreotide nos pacientes em

TP (27,28). Crescimento tumoral foi observado em um caso (#5), no entanto trata-se

de uma paciente com distorção da anatomia selar após a neurocirurgia, o que

dificultou a avaliação das dimensões tumorais e pode ter contribuído para uma

avaliação não fidedigna de volume tumoral (23,72).

O tratamento com implante subdérmico de octreotide foi bem tolerado por

todos os pacientes. O espectro de efeitos colaterais neste estudo foi comparável

àquele descrito na revisão realizada por Freda (24), sendo que o efeito colateral mais

comum foi a diarréia, de intensidade leve a moderada e resolução em menos de uma

semana. A ocorrência precoce dos sintomas gastrointestinais seguindo à inserção do

implante reflete a liberação imediata de octreotide na corrente sangüínea. Não houve

relato de litíase biliar durante o uso do implante, mas 36% dos pacientes já

apresentavam colelitíase assintomática ao entrar no estudo. Duas pacientes

apresentaram anemia normocítica ao final do tratamento, sendo as hipóteses mais

prováveis anemia ferropriva (hipermenorréia) associada à deficiência de vitamina

B12 (efeito colateral do octreotide) ou anemia por deficiência de vitamina B12

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91

isolada (201). Queda de cabelo transitória foi relatada por uma paciente, o que

também já foi descrito na literatura como associado ao uso de octreotide (199).

O tratamento com octreotide resulta em redução da secreção de GH, insulina e

glucagon, além de retardar a absorção de carboidratos, e isto pode afetar a tolerância

à glicose (159,195). Neste estudo, houve melhora do controle glicêmico dos pacientes

diabéticos, por outro lado quatro de seis pacientes com tolerância normal à glicose

tornaram-se intolerantes, o que chama a atenção para a realização de uma

monitorização cuidadosa do metabolismo glicídico nestes pacientes.

Neste estudo, houve redução significativa da freqüência cardíaca de repouso,

assintomática, também descrita por outros estudos (24,149,200).

Assim, nesta série de pacientes, o implante subdérmico de octreotide

demonstrou ser um tratamento seguro e com eficácia comparável ao octreotide

LAR®, porém com normalização de IGF-I inferior ao descrito na literatura. Apesar de

ter-se alcançado GH < 2,5 ng/mL e ≤ 1 ng/mL em 80% e 20%, respectivamente, dos

pacientes tratados com um implante (52 mg), nenhum deles normalizou IGF-I,

sugerindo a necessidade de se desenvolver um implante com maior dose de

octreotide.

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7. CONCLUSÕES

• O implante subdérmico de octreotide foi eficaz no controle bioquímico dos

pacientes, tendo eficácia superior ao descrito na literatura para o GH e inferior para o

IGF-I;

• O implante subdérmico de octreotide promoveu melhora da cefaléia e parestesia,

além de redução tumoral;

• O tratamento com implante subdérmico de octreotide foi seguro e bem tolerado

por todos os pacientes;

• A concentração sérica de octreotide foi significativamente mais alta no grupo de

pacientes com 2 implantes e houve queda progressiva ao longo dos meses;

• Nesta série de pacientes, a eficácia do tratamento com implante subdérmico de

octreotide foi comparável ao octreotide LAR®.

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8. Perspectivas futuras

Baseado nos resultados deste estudo, o Laboratório Valera Pharmaceuticals

desenvolveu um implante subdérmico contendo 90 mg de octreotide, que será testado

no estudo de fase IIB. O objetivo deste novo estudo é avaliar a eficácia do implante

com uma dosagem maior de octreotide em pacientes com acromegalia.

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10. Anexos

10.1. Anexo 1 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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10.2. Anexo 2 - Aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

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10.3. Anexo 3 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TÍTULO: Estudo de Fase I, Aberto, Dose-Resposta para Avaliar a

Eficácia e a Segurança da Octreotida em Implante Subdérmico em Pacientes com Acromegalia.

Protocolo No. 01-03-001

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Investigador Principal: Dra. Monica Gadelha, MD. Ph.D. Endereço: Universidade Federal do Rio de Janeiro Av. Brigadeiro Trompowsky s/ número sala 9E23 Ilha do Fundão - CEP: 21941-590 Rio De Janeiro, RJ - Brasil Números de telefone: Celular: 21- 9858.1600 Consultório: 21- 2267.2555 (Quintas e Sextas –

14:30h – 20:00h) UFRJ: 21- 2562.2748 (Diariamente) Sub Investigador(es): Dra. Giovanna A. B. Lima, MD Dr. Leonardo Vieira Neto, MD Dr. José Marcus Eulálio, MD Patrocinador: Valera Pharmaceuticals, Inc. 8 Clarke Drive Cranbury, NJ 08512 INICIAIS DO PACIENTE________NÚMERO DO PATIENTE

_______________ REVISÃO:

A Acromegalia é causada por uma produção aumentada e prolongada de hormônio do crescimento por uma glândula localizada na cabeça conhecida com glândula pituitária ou hipófise. A secreção de hormônio do crescimento pela glândula pituitária na corrente sangüínea ocasiona a produção de hormônios que, na verdade, determinam o crescimento de ossos e outros tecidos do corpo. O excesso de hormônio do crescimento também causa alterações no metabolismo dos açúcares e das gorduras, e pode causar Diabetes.

Em cerca de 99% dos pacientes com Acromegalia, a produção aumentada de hormônio do crescimento é causada por um tumor benigno. Alguns exames são necessários para a confirmação do diagnóstico de Acromegalia. Atualmente, as opções de tratamento incluem a remoção cirúrgica do tumor, o tratamento com medicações, a radiação da glândula pituitária.

OBJETIVOS:

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Você está sendo convidado a participar em um estudo de Pesquisa Clínica para descobrir se um novo medicamento chamado “implante subdérmico de octreotida” é seguro e eficaz no tratamento da Acromegalia.. O Implante subdérmico de octreotida, mede aproximadamente 4,5 centímetros e é feito de material (plástico) semelhante ao utilizado na confecção de lentes de contato gelatinosas. O interior do implante contém o medicamento octreotida que é destinado a bloquear a produção aumentada de octreotida. A redução da produção de hormônio do crescimento é uma maneira comum de se tratar a Acromegalia. Você pode ser tratado com um ou dois implantes de octreotida contendo 52 mg cada um deles. O(s) implante(s) subdérmico(s) de octreotida é(são) inserido(s) logo abaixo da pele na porção alta do braço, onde fica implantado por 6 meses. O implante é feito para permitir uma liberação equilibrada do medicamento (octreotida) na corrente sanguínea durante todo o período de tempo. O implante será removido no final de 6 meses.

O implante subdérmico de octreotida é investigacional, o que significa que ainda não foi aprovado para o tratamento da Acromegalia por Autoridades Sanitárias em nenhum país, inclusive no Brasil e nos Estados Unidos da América. Doze (12) pacientes de um único hospital no Brasil irão participar nessa Pesquisa Clínica. Nenhum outro país irá participar deste estudo. Por se tratar de um estudo clínico de fase precoce, cujos objetivos principais são a avaliação da eficácia do tratamento e a verificação da melhor dose possível – que proporcione uma melhor resposta ao tratamento com uma maior segurança - é que duas doses diferentes de octreotida serão estudadas. Dessa forma, dos doze pacientes, seis serão tratados com um implante único e outros seis pacientes serão tratados com dois implantes. Os pacientes serão colocados em um ou outro grupo (Um ou dois implantes) de uma forma ao acaso, o quer dizer que você terá 50% de chance de ser selecionado para um grupo ou 50% de chance para o outro. Ao final do estudo saberemos qual das duas doses proporcionou maior benefício aos pacientes com menos efeitos colaterais.

PROCEDIMENTOS:

Primeiramente você passará por um processo de seleção para se ter certeza de que você pode entrar no estudo. Será recolhida uma amostra do seu sangue (cerca de 20 mL, ou seja 2 colheres de sopa) para a realização de exames de sangue e para a verificação da quantidade de hormônios em geral e para exames de bioquímica e hematológicos. Os pacientes também serão avaliados quanto à sua resposta ao octreotida. Os exames de seleção incluirão um teste de tolerância à glicose por via oral, exame radiológico da glândula pituitária por ressonância magnética (a menos que contra-indicado), um exame de ultra-sonografia da vesícula biliar, e um exame do traçado das batidas do seu coração. Testes de gravidez também serão realizados em todas as mulheres com risco de engravidar. O seu médico irá lhe fazer um exame físico e lhe fará perguntas sobre a sua história médica. Se você estiver apto a entrar no estudo, baseado nos resultados da avaliação, você irá retornar para outra visita e será selecionado para receber o implante subdérmico de octreotida. Nesta visita, você terá outro exame físico e o seu sangue será colhido para a avaliação dos níveis de hormônios (Hormônio do crescimento e IGF-I). Você será solicitado a completar um questionário sobre a sua qualidade de vida. Um médico cirurgião irá colocar o(s) implante(s) na parte interna da porção alta de seu braço, logo abaixo da pele.

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Você está sendo convidado a participar nesse estudo com uma duração total de 7 meses. Todos os 12 pacientes desse estudo são provenientes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Brasil. Espera-se que você retorne às consultas nos meses 1, 2, 3, 4, 5, 6 and 7. A cada uma dessas visitas você será solicitado a fornecer amostras de sangue para verificação da quantidade do medicamento(octreotida) e dos hormônios/bioquímica/exames hematológicos (Hormônio do crescimento, IGF-I e hemoglobina glicosilada). Aproximadamente 20 mL (cerca de 2 colheres de sopa) de sangue serão colhidos em cada uma de suas visitas mensais. O exame radiológico de Ressonância Magnética, a Ultra-sonografia, o teste de tolerância à glicose e o eletrocardiograma serão repetidos no mês 6. Você também será solicitado a responder um questionário referente à sua qualidade de vida nesta consulta.

O implante será removido na semana 26 (6 meses). Existem alguns tratamentos que você não pode receber durante este estudo. Isso inclui outras medicações que bloqueiam a produção aumentada de hormônio do crescimento ou cirurgia ou o tratamento com radiação usado para tratar Acromegalia. Você irá falar para o seu médico ou enfermeira todos os medicamentos e terapias que você estiver usando, incluindo vitaminas, produtos fitoterápicos ou suplementos dietéticos adquiridos sem prescrição médica. Caso você tenha alguma pergunta sobre qualquer medicamento, você deverá perguntar ao seu médico antes de usá-los.

PROCEDIMENTOS ALTERNATIVOS:

Esclarecemos que por se tratar de um estudo clínico, o tratamento com o implante subdérmico de octreotida não é definitivo. A qualquer momento você, o seu médico ou o patrocinador podem decidir descontinuar o estudo e por conseqüência, o tratamento com o octreotida. Caso isto aconteça, outros tratamentos podem lhe ser propostos, tais como cirurgia, radioterapia ou tratamento medicamentoso, inclusive oferecido pela Secretaria de Saúde. Atualmente, os pacientes com Acromegalia são tratados por uma dessa formas, sem que isso lhe acarrete nenhum malefício. O fato de você deixar de ser tratado com o octreotida subdérmico para ser tratado por uma dessas opções mais conhecidas não oferece nenhum risco adicional a você. Caso você decida não permanecer no estudo, o seu médico pode propor a você o tratamento com um medicamento chamado Sandostatin através de injeções diárias ou injeções mensais. Outras alternativas existem e você pode discutir com o seu médico.

RISCOS:

O tratamento com o implante de octreotida pode causar anormalidades na vesícula biliar, especialmente pedras, anormalidades cardíacas, diarréia, perda fecal, náusea e desconforto abdominal na mesma freqüência com o que pode acontecer com o uso de outros produtos atualmente disponíveis contendo com o octreotida.. Uma vez que o seu médico fará um pequeno corte na sua pele para inserir o(s) implante(s) subdérmico de octreotida, existe um risco pequeno de infecção no local do implante. Além disso, pode haver riscos imprevisíveis decorrentes do implante subdérmico, porém você será informado de qualquer outro novo efeito colateral que surja enquanto você estiver participando deste estudo. Caso você apresente efeitos colaterais ou qualquer outra reação, você deve notificar o seu médico do estudo.

DANOS:

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O patrocinador (Valera Pharmaceuticals, Inc.) pagará pelas despesas médicas sensatas ocorridas com você para o tratamento de qualquer dano ou doença relaciondas ao estudo. O patrocinador irá fornecer uma apólice de seguro com extensa responsabilidade geral para essa finalidade. Entretanto, tais pagamentos pelo patrocinador serão limitados às despesas médicas relacionadas à lesões e danos físicos relacionados ao estudo. Nem o patrocinador nem o médico responsável pelo estudo fornecerão qualquer compensação por falta ao trabalho ou horas perdidas. Uma lesão é considerada relacionada ao estudo se ela é causada por atividades que são diferentes daquelas decorrentes do tratamento que você teria recebido, caso não estivesse no estudo. A Valera Pharmaceuticals, Inc. não assume nehuma obrigação de de pagar pelo tratamento de outras lesões ou doenças que não estejam relacionadas com a medicação em estudo. Em caso de suspeita de lesão relacionada ao estudo você deve contatar imediatamente o seu médico através do número de telefone (21- 2562.2748 ou 21-98581600).

BENEFÍCIOS:

O implante subdérmico de octreotida lhe será fornecido sem nenhum custo. Não lhe será cobrado o pagamento de consultas com o seu médico relacionadas ao estudo, e nem de exames como Ressonância Magnética, Ultra-sonografia e Eletrocardiograma conforme já comentados. Entretanto, qualquer outro exame, procedimento ou consulta que seu médico possa solicitar como parte de seus cuidados de rotina não serão pagos pelo patrocinador desse estudo e nem por você. O implante subdérmico de octreotida pode ser um tratamento eficaz e seguro da Acromegalia. Ao participar deste estudo você estará contribuindo para a ciência médica, e você e futuros pacientes com Acromegalia podem se beneficiar do conhecimento adquirido.

INDENIZAÇÃO:

Você será indenizado pelas despesas com transporte e alimentação relacionadas à sua participação nesse estudo. Você irá receber indenização pelo transporte e alimentação para cada uma das visitas realizadas: Seleção, Dia 1 (Dia da colocação do implante de octreotida) Meses 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 em um total de 9 visitas. Se você sair do estudo precocemente, você será indenizado somente pelas visitas que você tiver realizado.

PARTICIPAÇÃO E SAÍDA PRECOCE DO ESTUDO:

Minha participação neste estudo é voluntária. Eu posso me negar de participar ou posso sair do estudo a qualquer momento sem que isso cause algum desconforto ou afete o meu tratamento futuro. Minha participação no estudo pode ser terminada a qualquer momento pelo médico responsável do estudo ou pelo patrocinador por razões que me serão explicadas. Tais razões podem incluir efeitos colaterais inaceitáveis, a necessidade de tratar minha Acromegalia com uma terapia alternativa ou pela minha desobediência às solicitações do estudo. Caso eu saia do estudo antes do mês 7, será necessário que o(s) implante(s) seja(m) retirados de meu braço.

CONFIDENCIALIDADE:

Toda a informação reunida deste estudo que possa ser identificada com você permanecerá confidencial na extensão permitida pela lei. Você deve entender que representantes do patrocinador desse estudo, Valera Pharmaceuticals, Inc. e a empresa que auxilia a Valera Pharmaceuticals, Inc. na realização deste estudo, o Instituto de Pesquisa Clínica de São Paulo S/C Ltda. assim como os monitores clínicos e auditores

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serão autorizados a verificar os seus arquivos do estudo e seus arquivos médicos. Além do mais, você deve entender que representantes de um comitê de ética e de Autoridades Sanitárias e em Pesquisa Brasileiras (CONEP e ANVISA) podem revisar seus arquivos médicos relacionando-os à sua participação no estudo. Ao assinar este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, você autoriza representantes desses grupos a ter acesso ao seu prontuário médico e aos seus arquivos do estudo, assim como a usar os resultados do estudo para publicações em potencial, mantendo-se a confidencialidade.

AUTORIZAÇÃO:

Antes de dar o meu consentimento por escrito assinando este documento, os procedimentos, inconvenientes, riscos e benefícios foram explicados para mim. Eu tive a oportunidade de rever este Termo de consentimento e de fazer perguntas, que me foram respondidas claramente e adequadamente. Eu compreendo que eu posso fazer perguntas adicionais a qualquer momento que se refiram aos meus direitos como um paciente participando em um estudo de Pesquisa Clínica, telefonando para o médico responsável pelo estudo, Dra. Monica Gadelha, através do número (21- 2562.2748 ou 21- 98581600). Minha participação neste estudo é voluntária. Eu posso me negar de participar ou posso sair do estudo a qualquer momento sem que isso cause algum desconforto ou afete o meu tratamento futuro.. Caso eu saia do estudo antes do mês 7, será necessário que o(s) implante(s) seja(m) retirados de meu braço. Durante essa consulta eu serei submetido a outro exame físico, exames de Ressonância Magnética e Eletrocardiograma. Eu serei solicitado a responder o questionário de qualidade de vida. Após essa visita, o médico do estudo irá entrar em contato comigo uma vez a cada 6 meses para saber como eu estou indo. Toda informação nova que ocorra durante a evolução desse estudo (ou estudos semelhantes com implante subdérmico de octreotida) que possa afetar meu desejo em continuar neste estudo de Pesquisa Clínica será fornecido para mim assim que a informação se tornar disponível. Eu fui assegurado de em assinando este formulário eu não perco meus direitos legais.

Eu receberei uma cópia deste formulário para guardá-la comigo. Este estudo foi explicado para mim por_______________________________ Nome do paciente________________________________________________ (Em letra de forma) Assinatura do paciente: _____________________________

Data:________________ Nome do representante legal_______________________________________ (Em letra de forma) Assinatura do representante legal:-__________________________________

Data:________________ Nome da Testemunha_____________________________________________ (Em letra de forma) Assinatura da testemunha: _________________________________________

Data:________________

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Eu expliquei cuidadosamente esse estudo ao paciente e abaixo certifico que, no melhor de meu conhecimento, o paciente ao assinar esse Termo de Consentimento Livre e Esclarecido claramente entende a natureza, solicitações, benefícios e riscos envolvidos na sua participação.

Nome do InvestigadorAssinatura do Investigador: __________________________ Data:_______________

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10.4. Anexo 4 - Caracterísitcas dos pacientes e resposta prévia ao uso de octreotide LAR®

Tratamento prévio com octreotide LAR®

GH (ng/mL) IGF-I (ng/mL) Paciente Idade

/Sexo

Cirurgia

Transesfenoidal DOSE

Pré-tratamento

6 meses Pré-tratamento

6 meses Referência

(IGF-I)

1 40/F Não 30 mg 19 2 648 402 (122-400)

2 38/M Sim 20 mg 21,3 0,84 1035 288 (100-494)

3 49/F Não 30 mg 86 5 765 349 (75-306)

4 48/M Sim 30 mg 8,2 3,7 621 556 (75-306)

5 44/F Sim 30 mg 30,7 3,3 559 524 (75-306)

6 44/F Sim 30 mg ND 2,48 ND 270 (101-303)

7 31/F Sim 30 mg 42,7 2,82 1717 1129 (100-502)

8 58/F Sim 20 mg 8,3 0,22 1922 227 (101-303)

9 47/M Não 30 mg 32,7 2,2 1451 1126 (101-303)

10 78/F Não 20 mg 6,3 0,85 ND ND ND

11 40/M Sim 30 mg 40,6 0,13 1080 1185 (100-494)

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I; ND= não disponível.

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10.5. Anexo 5 - Valores de referência de IGF-I

Faixa etária Referência (ng/mL)

Até 6 anos 20 a 200

6 a 12 anos 88 a 450

13 a 16 anos 200 a 900

17 a 24 anos 180 a 780

25 a 39 anos 114 a 400

40 a 54 anos 90 a 360

Acima de 54 anos 70 a 290

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10.6. Anexo 6 – Emenda 1 ao protocolo

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10.7. Anexo 7 – Aprovação da Emenda 1 pelo Comitê de Ética em Pesquisa

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10.8. Anexo 8 - Características dos pacientes no início do estudo e 6 meses do implante subdérmico de octreotide GH (ng/mL) IGF-I (ng/mL) Volume tumoral Paciente,

Sexo/Idade

Implante

Pré*† 6 meses** Pré

† 6 meses Pré

† 6 meses

Redução

Tumoral (%)

TOTG 6 meses

(GH < 1 ng/mL)

1 F/ 40 1 16,8 2,1 1500 750 0,6 0,4 33,3% Não

2 M/ 38 2 20,5 0,5 1300 230 1,0 0,8 20% Sim

3 F/ 49 1 48,4 5,8 1200 660 2,3 1,3 43,4% Não

4 M/ 48 2 5,4 2,4 1800 990 0,3 0,3 0 Não

5 F/ 44 1 10,0 1,3 1000 430 1,9 2,7 - 42,1% Não

6 F/ 44 1 2,94 1,9 580 460 -‡ -‡ -‡ Não

7 F/ 31 2 14,0 0,5 1700 520 0,6 0,3 50% Sim

8 F/ 58 2 2,06 0,11 1200 240 -‡ -‡ -‡ Sim

9 M/ 47 2 13,0 1,4 1800 1100 1,7 1,2 29,4% Não

10 F/ 78 1 3,4 1,0 490 350 0,5 0,5 0 Sim

11 M/ 40 2 25,0 13,1 1600 1400 1,7 1,7 0 Não

* média de 2 horas; ** randômico; †

pré= pré-tratamento; ‡ sela parcialmente vazia (tumor não visualizado).

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo I; TOTG= teste oral de tolerância à glicose.

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10.9. Anexo 9 - Controle hormonal ao longo dos 7 meses Basal Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Paciente 1 GH 16,8 0,9 1,8 1,1 1,14 1,1 2,1 12 IGF-I (90-360)

1500 820 600 900 880 790 750 1100

Paciente 2 GH 20,5 1,4 0,2 0,3 0,26 0,3 0,5 5,8 IGF-I (114-400)

1300 210 180 190 170 130 230 510

Paciente 3 GH 48,4 2,8 3,4 3,3 4,28 5,3 5,8 64 IGF-I (90-360)

1200 610 550 750 660 850 660 570

Paciente 4 GH 5,4 2,6 3,5 2,8 2,84 4,0 2,4 9,5 IGF-I (90-360)

1800 1100 1200 1200 1100 910 990 870

Paciente 5 GH 10,0 2,2 1,5 2,2 1,36 2,2 1,3 10,1 IGF-I (90-360)

1000 450 500 480 600 490 430 1100

Paciente 6 GH 2,9 1,8 2,2 1,9 1,82 1,8 1,9 1,7 IGF-I (90-360)

580 470 430 440 480 440 460 420

Paciente 7 GH 14 2,4 1,6 2,9 1,52 1,1 0,5 4,6 IGF-I (114-400)

1700 440 560 560 600 430 520 1100

Paciente 8 GH 2,0 0,1 0,14 2,0 0,1 0,6 0,1 1,8 IGF-I (70-290)

1200 220 240 170 260 160 240 1000

Paciente 9 GH 13,0 1,4 1,1 1,5 0,9 1,4 1,4 7,6 IGF-I (90-360)

1800 590 830 950 930 1100 1100 1720

Paciente 10 GH 3,4 0,4 0,58 0,5 1,48 0,3 1,0 0,6 IGF-I (70-290)

490 270 260 230 310 220 350 240

Paciente 11 GH 25,0 13,5 11,4 14 11,1 8,9 13,1 28,2 IGF-I (90-360)

1600 1300 1500 1400 1700 1500 1400 1500

LEGENDA: GH= hormônio do crescimento; IGF-I= fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1. Números destacados em azul= GH< 2,5 ng/mL e/ou IGF-I normal. GH e IGF-I em ng/mL.

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10.10. Anexo 10 - Trabalho (Resumo) Publicado em Periódico

Internacional

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Medical Therapy of Acromegaly with an Octreotide Subdermal Implant