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Efeitos e problemas da desoneração da folha de pagamentos da construção (Lei 12.844, de 19/7/2013) Eduardo May Zaidan 26/8/2013

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Page 1: Efeitos e problemas da desoneração da folha de pagamentos da construção (Lei 12.844, de 19/7/2013) Eduardo May Zaidan 26/8/2013

Efeitos e problemas da desoneração da folha de

pagamentos da construção(Lei 12.844, de 19/7/2013)

Eduardo May Zaidan26/8/2013

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Lei nº 12.844, de 19 de julho de 2013

Duas alterações tributárias para a construção civil:

• Desoneração da folha – nova contribuição de 2% sobre a receita bruta.

• Redução do RET de 6% para 4% retroativo de 04/06/13.

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Desoneração - Do que se Trata

Suspensão da contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamentos e sua substituição por uma contribuição de 2% sobre a receita bruta, para obras que se iniciem até 31/12/2014.

Vale obrigatoriamente, até o fim da obra:

a partir de 1/11/2013, para empresas de: construção de edifícios; instalações elétricas, hidráulicas e outras em construções; obras de acabamento; outros serviços especializados para construção como concretagem e obras de fundações (CNAEs 412, 432, 433 e 439);

a partir de 1/1/2014, para empresas de obras de infraestrutura e montagem industrial (CNAEs 421, 422, 429 e 431).

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Enquadramento na desoneração

Como seguir a regra?

Empreiteira Global (total)

Empreiteiro abre CEI(segue o quadro vigência de CEI)

Incorporador abrir a CEI (CNAE fora da desoneração)

• 1ª leitura : Construtoras e

Subempreiteiras contratadas –

segue a “linha do tempo”

• 2ª leitura : Subempreiteira e

construtor tem que seguir a regra

da abertura da CEI

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Abertura de CEI Contribuição Previdenciária Prazo para cumprimento das regras (irretratável)

Até 31/3/13 Contribuição de 20% Até o término da obra.

De 1/4/13 até 31/5/13 Contribuição de 2% Até o término da obra.

De 1/6/13 até 30/6/13

Opção pela contribuição de 2% sobre a receita bruta ou 20% sobre a folha de pagamento (regime antigo).

Até o término da obra. Obs: O regime de recolhimento depende da opção feita no dia 19/7/13.

De 1/7/13 até 31/10/13

Opção pela contribuição de 2% sobre a receita bruta ou 20% sobre a folha de pagamento (regime antigo).

Até o término da obra.Obs: O regime de recolhimento depende da opção feita no primeiro recolhimento efetuado após a abertura da CEI.

A partir de 1/11/13 Contribuição de 2%. Até o término da obra.

Regras de Vigência para CEIs – construtora dona da obra

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Problemas da desoneração

É obrigatória. Muitas empresas saíram oneradas, principalmente aquelas com elevado grau de terceirização.

É cumulativa. Incide em cascata, porque não possibilita o abatimento dos valores recolhidos pelos subempreiteiros.

Incide sobre a receita bruta, o que não permite as devidas e razoáveis deduções da base de cálculo.

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Trapalhadas da desoneração

A Lei 12.844 foi publicada em Diário Oficial que circulou somente em 22 de julho. As empresas que poderiam ter optado em 19 de julho por antecipar a desoneração para 4 de junho perderam o prazo.

Empresas com mais de uma atividade devem recolher com base no CNAE de sua atividade principal – aquela de maior receita auferida ou esperada.

Auferida no ano anterior? Como estimar a receita esperada? Se ela não se realizar, a empresa será autuada por enquadramento errado?

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SUBEMPREITEIRO

Abertura de CEI Contribuição Previdenciária Guia Retenção

31/3/13 Contribuição de 20% GFIP com 20% 11%De 1º/4/13 até 31/5/13 Contribuição de 2% GFIP sem 20% 3,5%

De 1º/6/13 até 30/6/2013

Quem opta? O dono da obra ou empreiteiro também tem direito de optar?

A definirA definir – Depende da

opção efetuada pelo dono da obra.

De 1º/7/13 até 31/10/2013

Quem opta? O dono da obra ou empreiteiro também tem direito de optar?

A definir

A definir - Depende da opção efetuada pelo

dono da obra.

1/11/13 Contribuição de 2% GFIP sem 20% 3,5%

Obs: Os recolhimentos das contribuições previdenciárias dos subempreiteiros incidentes sobre a folha de pagamento são recolhidas no CNPJ da empresa. Na GFIP informa apenas a CEI da obra.

Empreiteiro e Subempreiteiro X CEI de Obra

Impossibilidade de seguir a regra da CEI de Obra:

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Encargos sociais: cairiam de 175,34% para 145,52% - a redução (32,9) é superior a 20% em decorrência dos efeitos cumulativos;

Se a redução dos encargos tivesse ocorrida em dezembro de 2012 para efeito imediato, o custo da mão de obra passaria de 573,40 para 505,65, ou seja, queda de 11,82%, com efeito sobre o custo total, que cairia 6,61%;

A taxa divulgada naquele mês, que foi de 0,04%, teria sido de -6,58%, quase anulando o aumento de todo o ano, que foi de 7,29%.

Simulação: aplicação da desoneração total nas obras em andamento

CUB - Custo Unitário Básico

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No entanto, como a lei será aplicada apenas aos novos contratos, não haverá a queda na taxa mensal. Os contratos novos começarão com custos menores e a mão de obra terá participação menor;

A mão de obra diminui sua participação no custo – perde 3 pontos percentuais, ou seja, reduz sua influência no custo total, o que terá efeito no longo prazo;

Por algum tempo, obras com desoneração irão conviver com obras sem desoneração. Por conseguinte, é possível que se tenham duas séries de CUBs, com valores diferentes por metro quadrado.

CUB - Custo Unitário Básico

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CUB - Problemas em aberto

A solução de duas séries de CUBs não resolve outros problemas:

Como incluir no cálculo o ônus da nova contribuição de 2% sobre a receita, se a fórmula prevista na lei que institui o CUB não contempla esse tributo?

E mesmo que a fórmula seja modificada, como ficará o cálculo se esses 2% variam de empresa para empresa?

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CUB - Custo Unitário Básico

No dia 4 de setembro, na CBIC, em Brasília, realizará uma reunião com o objetivo de orientar e alinhar os procedimentos dos Sindicatos da Indústria da Construção sobre o cálculo do CUB/m² no contexto da Lei 12.844.

O IBGE já começou a publicar duas séries de custos da construção. Trapalhada: uma delas inclui a desoneração que ainda vai ocorrer.

A FGV ainda não publicou nenhuma informação sobre como calculará o INCC – Índice Nacional de Custos da Construção, bastante utilizado no reajuste dos contratos de construção.

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Conclusão

Embora a desoneração da folha de pagamentos seja uma antiga aspiração da construção, a forma como ela foi feita:

•beneficiou muitas empresas e prejudicou outras tantas;

•deixou diversas interrogações legais em aberto;

•criou dificuldades para o cálculo dos diversos índices de reajuste dos contratos da construção;

Melhor e mais justo teria sido uma redução linear da contribuição previdenciária para todas as empresas do setor.

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Muito Obrigado.

Eduardo May ZaidanSindusCon-SP

Vice-Presidência de Economiae-mail: [email protected]