efeitos dos exercÍcios contÍnuo e acumulado no nervo … · 2017-10-31 · psoas maior, o qual...
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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Armando Bega
EFEITOS DOS EXERCÍCIOS CONTÍNUO E ACUMULADO NO NERVO
FEMORAL DE RATOS IDOSOS
São Paulo
2012
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Armando Bega
EFEITOS DOS EXERCÍCIOS CONTÍNUO E ACUMULADO NO NERVO
FEMORAL DE RATOS IDOSOS
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado em Educação Física da
Universidade São Judas Tadeu para a
obtenção do título de Mestre em Educação
Física
Área de concentração:
Bases Biodinâmicas da Atividade Física
Orientador:
Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza
São Paulo
2012
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome: Armando Bega
Título: EFEITOS DOS EXERCÍCIOS CONTÍNUO E ACUMULADO NO NERVO
FEMORAL DE RATOS IDOSOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade São Judas Tadeu
para realização do exame de qualificação no Mestrado em Educação Física
Área de concentração:
Bases Biodinâmicas da Atividade Física
Orientador:
Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza
Data: ___/___/______
Banca Examinadora
Prof. Dr.________________________________Instituição_____________________
Assinatura______________________________Julgamento:____________________
Prof. Dr.________________________________Instituição_____________________
Assinatura______________________________Julgamento:____________________
Prof. Dr.________________________________Instituição_____________________
Assinatura______________________________Julgamento:____________________
DEDICATÓRIA
Primeiramente ao Pai Criador do universo e aos meus amigos espirituais pela constante
presença em minha vida, motivadores da resiliência que trago em mim para atingir objetivos
propostos, como a colocação de mais um tijolo na construção do conhecimento humano que
se faz presente através desta pesquisa científica.
Aos meus pais que me deram a oportunidade de viver, bem como a educação como base de
sustentação para meu crescimento físico, emocional e científico.
Aos meus filhos, Laís e Pietro, a quem eu amo cada vez mais, desde o primeiro dia de suas
vidas.
À minha esposa Heloísa, que muitas vezes me cobrou a presença enquanto eu estava ausente e
compenetrado no desenvolvimento desta pesquisa. Mas, que soube passar aqueles momentos
difíceis e me deu apoio e guarida para que eu chegasse até aqui.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza: educador, professor, pesquisador e
amigo. Exemplo a ser seguido.
AGRADECIMENTO
Aos meus mestres, amigos, colegas de trabalho, de profissão e alunos, com quem eu aprendo
a arte de viver e que, de uma forma ou de outra, estão presentes nesta Obra, seja por me
apontarem o caminho das pedras para que eu desvie delas ou para que eu use essas pedras
como ponte para transpor obstáculos, ou ainda por me colocarem obstáculos a fim de que eu
use da minha força de vontade, inteligência e exercitasse a arte de amar ao próximo como a si
mesmo, pois um trabalho científico é uma forma de contribuir para desvendar pouco a pouco
o porquê da vida e nos aproximar como seres humanos, iguais, inclusive em nossas
desigualdades, para seguirmos com mais qualidade de vida em nossa jornada terrestre.
À coordenadora do Mestrado em Educação Física da USJT, Profa. Miranda, por dar
importância às nossas necessidades. Qualidade nem sempre encontrada no mundo acadêmico.
Aos professores e colegas da turma de 2010 do Mestrado da USJT. Somos parte da conquista
de cada um, ainda que trilhemos distintos caminhos.
À minha aluna na Universidade Anhembi Morumbi, Tatiane Zeni, pela colaboração na
elaboração dos dados.
Às alunas da Universidade São Judas Tadeu, Antonia P. P. dos Santos e Nicole Mor, pela
colaboração na elaboração dos dados.
À Rosangela Garoto e Silvana Flora, pelos momentos que sofremos juntos, que rimos juntos,
que ajudamos uns aos outros na coleta de dados.
Aos membros da grande família Wistar que deram a sua vida, literalmente, para elucidarmos
um pouco mais as leis do universo.
A todos aqueles a quem eu não citei neste agradecimento, mas que fizeram ou fazem parte da
minha vida, porque nesta pesquisa tem um pouco de cada um de vocês.
“Apesar de nossa enfermidade intelectual, o pouco que entrevemos das leis universais nos
arrebata; na Potência ordenadora das leis e dos mundos, pressentimos Deus, e, por isso,
adquirimos a certeza de que o Bom, o Belo a Harmonia perfeita, reinam acima de tudo”
Leon Denis
“Apesar de nossa enfermidade intelectual, o pouco que entrevemos das leis universais nos
arrebata; na Potência ordenadora das leis e dos mundos, pressentimos Deus, e, por isso,
adquirimos a certeza de que o Bom, o Belo a Harmonia perfeita, reinam acima de tudo”
Leon Denis
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 15
2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 17
2.1. EFEITOS DO ENVELHECIMENTO EM NERVOS PERIFÉRICOS......... 17
2.2. INFLUÊNCIA DOS EXERCÍCIOS NO ENVELHECIMENTO DE
NERVOS PERIFÉRICOS..............................................................................
18
2.3. EXERCÍCIO FÍSICO CONTÍNUO E EXERCÍCIO FÍSICO
ACUMULADO..............................................................................................
19
3. OBJETIVOS.................................................................................................. 21
3.1. OBJETIVOS GERAIS................................................................................... 21
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................... 21
4. JUSTIFICATIVA........................................................................................... 22
5. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................... 23
5.1. ANIMAIS....................................................................................................... 23
5.2. TREINAMENTO DOS ANIMAIS................................................................ 24
5.2.1. PROTOCOLO DE TREINAMENTO DOS ANIMAIS................................ 24
5.2.2. PROCESSO DE ADAPTAÇÃO................................................................... 25
5.3. PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS....................................... 25
5.4. MORFOMETRIA.......................................................................................... 26
5.5. ESTEREOLOGIA.......................................................................................... 28
5.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................ 29
6. RESULTADOS.............................................................................................. 30
6.1. DESEMPENHO FÍSICO DOS ANIMAIS.................................................... 30
6.2. PESO DOS ANIMAIS................................................................................... 30
6.3 ASPECTOS MORFOLÓGICOS................................................................... 31
6.4. NÚMERO TOTAL DE FIBRAS M IELINIZADAS.................................... 32
6.5. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DOS AXÔNIOS MIELINIZADOS
DE ACORDO COM SUA ÁREA.................................................................
33
6.6. ÁREA DOS AXÔNIOS MIELINIZADOS................................................... 34
6.7. ÁREA DA BAINHA DE MIELINA............................................................. 35
6.8. ÁREA DAS FIBRAS MIELINIZADAS....................................................... 36
6.9 DENSIDADE (NÚMERO POR ÁREA) DE FIBRAS NÃO
MIELINIZADAS...........................................................................................
37
6.10. DENSIDADE (NÚMERO POR CAMPO) DE CÉLULAS DE
SCHWANN NOS GRUPOS ESTUDADOS.................................................
38
6.11. DENSIDADE DE VOLUME DO ESPAÇO INTERSTICIAL..................... 39
7. DISCUSSÃO................................................................................................. 40
7.1. VELOCIDADE MÉDIA DOS ANIMAIS..................................................... 40
7.2. PESO DOS ANIMAIS................................................................................... 40
7.3. ASPECTOS MORFOLÓGICOS................................................................... 40
7.4. NÚMERO TOTAL DE FIBRAS MIELINIZADAS..................................... 41
7.5. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA DOS AXÔNIOS MIELINIZADOS
DE ACORDO COM SUA ÁREA.................................................................
41
7.6. ÁREA DOS AXÔNIOS MIELINIZADOS................................................... 41
7.7. ÁREA DA BAINHA DE MIELINA............................................................. 42
7.8. ÁREA DAS FIBRAS MIELINIZADAS....................................................... 42
7.9. DENSIDADE (NÚMERO POR ÁREA) DE FIBRAS NÃO
MIELINIZADAS...........................................................................................
42
7.10. DENSIDADE (NÚMERO POR CAMPO) DE CÉLULAS DE
SCHWANN NOS GRUPOS ESTUDADOS.................................................
43
7.11. DENSIDADE DE VOLUME (%0 DE ESPAÇO INTERSTICIAL.............. 43
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 44
9. CONCLUSÕES............................................................................................. 44
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 45
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema do Nervo Femoral.....................................................................................15
Figura 2 - Treinamento físico dos animais em esteira..............................................................24
Figura 3 - Corte semifino transversal de nervo femoral de rato Wistar....................................26
Figura 4 - Corte ultrafino transversal de nervo femoral de rato Wistar....................................27
Figura 5 - Sistema teste de 225 pontos.....................................................................................28
Figura 6 - Cortes ultrafinos do nervo femoral de animais dos grupos GC, GS, GEA e GEC..31
Figura 7 - Gráfico representativo do nº total de fibras..............................................................32
Figura 8 - Histogramas de distribuição de frequências dos axônios mielinizados...................33
Figura 9 - Gráfico representativo da área dos axônios mielinizados........................................34
Figura 10 - Gráfico representativo da área da Bainha de Mielina............................................35
Figura 11 - Gráfico representativo da área das Fibras Mielinizadas.........................................36
Figura 12 - Gráfico representativo da densidade de fibras não mielinizadas...........................37
Figura 13 - Gráfico representativo da Densidade de células de Schwann................................38
Figura 14 - Gráfico representativo da Densidade de volume do Espaço Intersticial................39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Pesos e velocidades iniciais e finais........................................................................30
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
GC Grupo Controle
GS Grupo Sedentário
GEC Grupo Exercitado Contínuo
GEA Grupo Exercitado Acumulado
L2 Segunda Vértebra Lombar
L3 Terceira Vértebra Lombar
L4 Quarta Vértebra Lombar
SNP Sistema Nervoso Periférico
GH Growth Hormony – Hormônio do Crescimento
COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
TEM Teste de esforço Máximo
ICB Instituto de Ciências Biológicas
USP Universidade de São Paulo
LEMI Laboratório de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímicos
VV[TI] Volume do Tecido Instersticial
∑P[TI] Soma de Pontos do Tecido Intersticial
∑P[Ni] Soma de Pontos no Nervo
P[TI] Número de Pontos que Tocaram o Tecido Intersticial
P[Ni] Número de Pontos que Tocaram o Nervo
(g) Grama
(m/s) Metro por Segundo
µm Micrômetro
Km/h Kilômetros por Hora
VCN Velocidade de Condução do Nervo
RESUMO
Bega, A. – Efeitos dos exercícios contínuo e acumulado no nervo femoral de ratos idosos.
Dissertação de Mestrado – Programa de Mestrado em Educação Física, Universidade
São Judas Tadeu, São Paulo, 2012.
É conhecido que o envelhecimento produz alterações morfoquantitativas nos nervos
periféricos, com conseqüências funcionais importantes. Numerosos trabalhos têm
demonstrado que o exercício físico mostra-se capaz de minimizar esses efeitos. Porém faltam
estudos demonstrando efeitos do envelhecimento sobre o nervo femoral, quando submetidos a
exercícios aeróbios. O objetivo do presente trabalho foi comparar os efeitos do
envelhecimento no nervo femoral de ratos Wistar submetidos a exercícios contínuo e
acumulado. Foram utilizados 20 animais, distribuídos em 4 grupos, com 5 animais em cada
grupo: GC – Grupo Controle, animais com 12 meses de idade, os quais foram sacrificados no
início do experimento; GS – Grupo Sedentário, com animais que foram sacrificados aos 16
meses de vida e que não realizaram exercícios; GEC – Grupo de Exercício Contínuo, com
animais submetidos a exercício contínuo dos 12 aos 16 meses de idade, que foram
sacrificados aos 16 meses de vida e GEA – Grupo de Exercício Acumulado, com animais que
foram submetidos a treinamento pela manhã e à tarde, dos 12 aos 16 meses de idade, sendo
posteriormente eutanasiados aos 16 meses de vida. Após a decapitação de cada animal, foi
retirado um trecho de 0,5cm do nervo femoral direito, ao nível de sua emergência no músculo
psoas maior, o qual foi submetido a técnicas para observação de cortes transversais semifinos
(1 micrômetro) ao microscópio de luz e ultrafinos (50 nanômetros) para observação à
microscopia eletrônica. De cada nervo foram feitas 10 eletromicrografias, as quais foram
utilizadas para estudos morfométricos e estereológicos. Foram medidos os seguintes
parâmetros: desempenho físico dos animais, peso dos animais, aspectos morfológicos,
número total de fibras mielinizadas, distribuição de frequência de axônios mielinizados de
acordo com sua área, área dos axônios mielinizados, área da bainha de mielina, área das fibras
mielinizadas, densidade de fibras não mielinizadas, densidade de células de Schwann e
densidade de volume do espaço intersticial. Os resultados demonstraram que os exercícios
físicos, contínuo e acumulado, diminuem os efeitos deletérios do envelhecimento. Foram
encontrados melhores resultados no grupo exercitado contínuo.
Palavras chave: envelhecimento, idoso – nervo, exercícios físicos.
ABSTRACT
Bega, A - Effects of continuous and accumulated exercises in the femoral nerves of the
aged rats. Master's dissertation - Master Program of Physical Education, São Judas
Tadeu University, São Paulo, 2012.
It's known that the aging produces morpho quantitatives alterations in the peripheral nerves,
bringing important functional consequences. Numerous researches has been showing that
physical exercises are able to diminish these effects. Nevertheless, there is a lack of studies
demonstrating the effects upon femoral nerve's aging when this one is submitted to aerobic
exercises. The objective of the present work was comparing the effects upon femoral nerve's
aging of Wistar rats when submitted to accumulated and continuous exercises. 20 animals
were utilized, arranged in 4 groups with five animals in each one. CG - Control Group, 12-
month-old animals which ones were sacrificed in the beginning of the experiment; SG -
Sedentary Group, with animals that were sacrificed on their 16-month-old, which ones didn't
do exercises. CEG - Continuous Exercise Group, with animals submitted to continuous
exercises from 12 to 16 months old that were sacrificed on their 16-month-old. AEG -
Accumulated Exercise Group, with animals submitted to training in the mornings and
afternoons from 12 to 16 months old, being subsequently euthanized on their 16-month-old.
After the decapitation of each animal, it was removed a 0,5cm part from the right side of the
femoral nerve to its emergency level on the psoas major muscle, which was submitted to
techniques for observation of the semi-fine transversal cuts (1 micrometer) in light
microscope and ultra-fine cuts (50 nanometer) in electronic microscopy observation. It was
made from each nerve 10 electromicrographics, which ones were used for morphometrics and
estereologics studies. It was measured the following parameters: physical performance of
animals, animal weight, morphology, total number of myelinated fibers, the frequency
distribution of myelinated axons according to their area, area of myelinated axons, the myelin
sheath area, area of myelinated fibers, fiber density does not myelinated Schwann cell density
and bulk density of the interstitial space. The results has shown that continuous and
accumulated physical exercises, decrease the deleterious effects of aging. It was found better
results in the continuous exercised group.
Key Words: aging, aged - nerve, physical exercises.
1. INTRODUÇÃO
O nervo femoral tem sua origem na medula espinal, ao nível dos segmentos L2, L3 e
L4. É responsável pela inervação de importantes estruturas do membro inferior
(GUSTAFSON et al, 2009). Possui tanto fibras sensitivas quanto motoras. Suas fibras
inervam, entre outros elementos, os músculos anteriores da coxa: sartório, reto da coxa, vasto
lateral, vasto medial, vasto intermédio (quadríceps femoral) e pectíneo; inerva também, a
articulação do joelho e a pele da região anteromedial da coxa (CHOPRA & HURWITZ, 1968;
AIZAWA, 1992, GUSTAFSON et al, 2009).
O nervo femoral emerge na altura do músculo psoas maior, dirige-se ao ligamento
inguinal e segue pelo trígono femoral paralelamente lateral aos vasos sanguíneos femorais,
dividindo-se em vários ramos para inervar os músculos anteriores da coxa, das articulações do
quadril e do joelho, além de ramos cutâneos da porção anteromedial da coxa. Apresenta um
ramo terminal cutâneo, nervo safeno, que passa pelo trígono femoral acompanhando as
artérias e veias femorais pelo canal dos adutores e se torna superficial em direção às regiões
anteromediais do joelho, perna e pé, passando pelo maléolo medial e promovendo a inervação
cutânea da face medial do pé até a articulação metatarsofalângica do primeiro raio (MERCER
et al, 2011; KEPLER et al, 2011).
Figura 1- Esquema do Nervo Femoral humano, suas ramificações e músculos
inervados, conforme Gustafson (2009).
15
A ação motora do nervo femoral abrange diversos músculos: músculo sartório,
responsável pela abdução e rotação lateral da coxa, flexão e rotação medial do joelho;
músculo quadríceps, compreendido pelos músculos reto anterior, vasto lateral, vasto medial, e
vasto intermédio, responsáveis pela extensão do joelho e flexão do quadril pelo reto da coxa,
rotação medial da coxa pelo vasto medial e rotação lateral da coxa pelo vasto lateral; músculo
pectíneo, responsável pela flexão do quadril e adução da coxa (CHOPRA & HURWITZ,
1968; GUSTAFSON et al, 2009).
O nervo femoral, assim como outros tecidos constituintes corporais sofrem efeitos
deletérios relacionados ao envelhecimento (KNOX et al, 1989; VERDÚ et al, 2000; FLEG,
2012). Os efeitos do envelhecimento sobre os nervos periféricos localizados nos membros
inferiores repercutem sobre a marcha e a postura, fazendo com que o conhecimento sobre
esses efeitos seja de suma importância, a fim de buscar métodos de minimizá-los em prol da
senescência contrapondo-se à senilidade (VANDERVOORT, 2002).
Estudos apontam para o exercício físico como um instrumento eficaz para frear vários
efeitos do envelhecimento sobre órgãos e tecidos (ENOKA, 1997; SHOKOUHI et al, 2008).
Sabe-se que os exercícios aeróbicos produzem muitos efeitos benéficos, porém existe dúvida
quanto ao tipo de exercício aeróbico que pode ser mais eficaz no combate aos efeitos danosos
do envelhecimento de órgãos e tecidos (SHOKOUHI, et al, 2008). Dois tipos de exercício
vêm sendo estudados e comparados por vários pesquisadores, são eles o exercício contínuo e
o exercício acumulado (DESAULNIERS et al, 2004; WELTMAN et al, 2008). Todavia são
escassos os estudos sobre a eficácia desses exercícios sobre os nervos periféricos, em
particular sobre o nervo femoral.
16
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Efeitos do envelhecimento em nervos periféricos
Os nervos periféricos, como outros elementos corporais, sofrem os efeitos deletérios
do envelhecimento levando a alterações motoras e sensitivas (LARSSON & ANSVED,
1995). Ocorre perda de fibras nervosas (VERDÚ et al, 2000; SHOKOUHI, 2008),
anormalidades na bainha de mielina (SHARMA et al, 1980; VERDÚ et al, 2000) e alterações
no tecido conjuntivo e na vascularização (CEBALLOS et al, 1999). Estudos morfológicos
mostraram uma perda de fibras nervosas mielinizadas e não mielinizadas em indivíduos
idosos e numerosas anormalidades envolvendo fibras mielinizadas, tais como
desmielinização, remielinização e figuras de balões de mielina (VERDÚ et al, 2000). Estas
alterações promovem limitações funcionais nos idosos, como a vulnerabilidade para as quedas
ocasionada pela dificuldade na marcha, os desequilíbrios posturais, diminuição do número de
motoneurônios e declínio da força muscular (SMITH & KOLES, 1970; HASHIZUME &
KANDA, 1995; TANI et al, 2001; DALTON et al, 2008; JIMENEZ-ANDRADE et al, 2010).
Por exemplo, foi observado que a locomoção espontânea diminui em ratos idosos (Brown et
al., 1992). O conhecimento das alterações morfológicas e quantitativas promovidas pelo
envelhecimento em nervos periféricos é importante para diferencia-las daquelas produzidas
por doenças (JERONIMO et al, 2008).
Estudos demonstraram que animais mais velhos tem diminuída a capacidade de
produção de mielina, bem como atraso no reparo dos nervos periféricos quando comparados a
animais mais jovens (KEREZOUDI & THOMAS, 1999).
A reparação do nervo periférico também se encontra afetada na senescência, pois o
axônio, que apresenta diminuição da área em animais idosos, é responsável pela regulação da
produção de mielina por parte das células de Schwann (KEREZOUDI & THOMAS, 1999).
Apesar de sua importância funcional, o nervo femoral tem sido pouco estudado quanto
aos efeitos do envelhecimento. Dentre os escassos trabalhos sobre esse nervo, em humanos
observou-se diminuição da área dos axônios (AMIMOTO et al, 2002). Pesquisa realizada em
seres humanos, com a remoção de parte do nervo femoral de cadáveres de indivíduos entre 35
e 58 anos e entre 60 e 77 anos, foi verificada e diminuição da espessura da bainha de mielina
no grupo envelhecido (SPRITZ et al, 1973). Com a diminuição da espessura da bainha de
17
mielina associa-se o aumento do comprimento internodal reduzindo o potencial de ação,
diminuindo a velocidade de condução do nervo – VCN e, por conseguinte, diminuindo as
respostas motoras que afetam diretamente a marcha e a postura (VERDU et al, 2000) .
Observa-se, também, alteração na plasticidade anatômica e diminuição das sinapses no
envelhecimento associadas à diminuição da força muscular e maior suscetibilidade a quedas
(FREY, et al, 2000)
2.2. Influência dos exercícios no envelhecimento de nervos periféricos
Os efeitos benéficos dos exercícios físicos sobre o envelhecimento de diversos tecidos,
órgãos e sistemas, como por exemplo o sistema cardiovascular, respiratório e sobre os
músculos, além da melhora na qualidade de vida, são amplamente conhecidos através de
diversos trabalhos (OLIVE et al, 2002; BRITTON et al, 2008; MARTINS et al, 2010; FLEG,
2012;). Também se sabe que os exercícios aumentam a performance de idosos e que essa
população pode atingir altos níveis de desempenho quando exercitadas regularmente, mesmo
se comparada a não idosos (LEYK et al, 2010). Ao contrário o sedentarismo associado ou não
a doenças crônico-degenerativas mais o fator envelhecimento, costumam aumentar a taxa de
morbidade e de mortalidade entre os idosos, cuja prevenção pode se dar através da prática
habitual de exercícios físicos (BANKOSKI, 2011)
Particularmente, a atividade física de baixa intensidade é um importante fator capaz de
influenciar beneficamente os efeitos deletérios do envelhecimento nos tecidos (PICKAR et al
1994; KELLEY et al., 2002; AKITA et al, 2007; MAEJIMA et al 2007;). No caso dos
sistemas muscular e nervoso, Enoka (1997) verificou que a atividade física no envelhecimento
desenvolve adaptações benéficas, aumentando as sinapses dos motoneurônios no músculo.
Esse aumento de sinapses pode ser verificado através da máxima ativação do músculo por
comando voluntário e ocorre em indivíduos que praticam exercício físico constantemente e
por um longo período, no entanto a imobilização de um músculo diminui a sua capacidade de
ativação voluntária. Comparando jovens e idosos submetidos a exercícios de contração dos
abdutores do dedo mínimo da mão em dois dias diferentes, verificou-se aumento da força
isométrica máxima de 9% para jovens e de 13% para adultos, sendo que para os jovens esse
aumento não foi significativo, porém o aumento para os idosos foi considerado significativo,
com respectivo aumento das taxas máximas de descarga das unidades motoras (PATTEN et
18
18
al, 1995 in ENOKA, 1997) demonstrando o benefício do exercício físico para minimizar os
efeitos deletérios do envelhecimento sobre os nervos e músculos.
Os nervos periféricos se beneficiam do exercício físico em processos de reparação,
diminuindo as complicações comuns às patologias do SNP – Sistema Nervoso Periférico,
aumentando inclusive a velocidade do impulso (VAN MEETEREN et al, 1997). O exercício
aeróbico tem apresentado melhores resultados quando comparado aos exercícios de força,
inclusive protegendo o nervo de reações oxidativas e da degeneração da bainha de mielina e
das células de Schwann durante a senescência (SHOKOUHI et al, 2008). A realização de
exercícios pode minimizar na fase jovem pode minimizar os efeitos deletérios do
envelhecimento sobre os nervos periféricos (SHOKOUHI et al, 2008), evitando alterações na
marcha dos idosos, prevenindo as quedas que se constituem numa das mais importantes
causas de internações de humanos idosos, a maioria deles não praticantes de exercícios físicos
(MIRANDA et al, 2010). Nakano et al., (1997) avaliou os efeitos de exercícios em
motoneuronios espinais de animais de meia-idade e Samorajski & Rolsten (1975)
demonstraram que o diâmetro dos axônios do nervo tibial posterior de camundongos idosos
exercitados é significantemente maior do que os não exercitados. Entretanto é difícil
interpretar estes dados porque os autores compararam os resultados somente em animais
idosos, sem o grupo controle mais jovem.
2.3 Exercício físico contínuo e exercício físico acumulado
Dois tipos de exercícios aeróbios comumente utilizados para idosos, são o exercício
contínuo e o exercício acumulado que podem abranger diferentes modalidades e protocolos de
aplicação, sendo que o exercício físico contínuo é realizado de forma ininterrupta, uma vez
por dia; já o exercício físico acumulado é realizado em etapas distintas durante o dia
(FULTON et al, 1997; HARDMANN, 1999; ZAMBON, 2009). Estudo feito com 64
mulheres na África comparou as percepções de caminhadas por 30 minutos diariamente, de
forma contínua ou acumulada. Os resultados mostraram que perceberam que houve relato de
melhor auto-eficácia e apoio social relacionado ao exercício acumulado (HEESCH et al,
2000). Outro estudo foi realizado por Desaulniers et al (2004) sobre a influência dos
exercícios contínuo e acumulado sobre o músculo sóleo e concluíram que ambas modalidades
de exercício foram eficazes para a ativação neuromuscular. Outro estudo comparou os
exercícios físicos acumulado e contínuo em relação à produção de GH – Growth Hormony
(hormônio do crescimento), que em obesos está atenuado, porém tem sua secreção aumentada
19
em resposta ao exercício físico. Os resultados demonstraram que os dois tipos de exercício
contribuem para o aumento da produção de GH; porém inferiram que o exercício físico
acumulado pode ser mais interessante para o obeso, pois produz menor exaustão devido à sua
característica intermitente (WELTMAN et al, 2008).
Vários outros trabalhos podem ser encontrados na literatura comparando os efeitos do
exercício contínuo e o exercício acumulado, em vários órgãos. Entre eles encontra-se estudo
comparativo do exercício aeróbico acumulado e contínuo para avaliação de respostas
cardiorrespiratórias e metabólicas, incluindo efeitos sobre o músculo vasto lateral
(EDWARDS et al, 1973). Todavia são escassos os estudos comparando os efeitos daqueles
dois tipos de exercícios sobre nervos periféricos, em particular sobre o nervo femoral,
durante o processo de envelhecimento.
20
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivos Gerais
O objetivo do presente trabalho foi verificar os efeitos do envelhecimento sobre nervo
femoral de ratos Wistar e se a realização de exercícios em esteira, contínuo e acumulado, tem
influência sobre esses efeitos.
3.2. Objetivos Específicos
Comparar os efeitos de dois tipos de exercício aeróbio, exercício contínuo versus
exercício acumulado sobre os seguintes parâmetros do nervo femoral, bem como do
desempenho físico de ratos wistar durante o envelhecimento:
a. Desempenho físico dos animais
b. Peso dos animais
c. Aspectos morfológicos
d. Número total de fibras mielinizadas
e. Distribuição de frequência de axônios mielinizados de acordo
com sua área
f. Área dos axônios mielinizados
g. Área da bainha de mielina
h. Área das fibras mielinizadas
i. Densidade (número por área) de fibras não mielinizadas
j. Densidade (número por campo) de células de Schwann
k. Densidade de volume de espaço intersticial
21
4. JUSTIFICATIVA
A importância do nervo femoral para a inervação dos componentes dos membros
inferiores foi ressaltada em vários trabalhos (CHOPRA & HURWITZ, 1968; AMIMOTO,
2002). Assim sendo, disfunções do nervo femoral, embora não tão frequentes, podem causar
sérios transtornos para a função do membro inferior, levando, por exemplo à fraqueza do
músculo quadríceps, promovendo a instabilidade da articulação do joelho para o suporte do
peso corporal (MOLENAAR, 2004 in LIZARDO et al, 2009). Sabe-se por outro lado que a
realização de exercícios tem efeitos benéficos nestes casos. Entretanto, a escolha de exercícios
mais eficientes é fundamental para a aplicação em idosos visando prevenir estas
complicações.
22
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. Animais
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade São Judas Tadeu,
com o número 059/09.
Foram utilizados 20 ratos Wistar (Rattus norvegicus albinus) machos, com peso médio
inicial mínimo de 300 g e idade de 12 meses, procedentes do Biotério da Universidade São
Judas Tadeu. Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas contendo, no máximo, 4
animais em cada uma, em ambiente com temperatura controlada de 22º - 24º, sob ciclo
claro/escuro de 12 horas, e com livre acesso à água e alimento (Nuvilab CR1, Nuvital
Nutrientes Ltda, Curitiba, PR), conforme preconiza o COBEA – Colégio Brasileiro de
Experimentação Animal, publicado por Fin & Rigatto (2007) referindo a necessidade de
manter os animais em ambiente limpo, silencioso e com alimentação adequada a fim de
garantir a diminuição do estresse desses animais durante o desenvolvimento da pesquisa.
Critérios de exclusão: ratos portadores de neuropatias, disfunções motoras, ou ainda
outras doenças que possam interferir no aparelho locomotor no início do protocolo.
Os animais foram divididos em 4 grupos:
Grupo controle (GC): foram sacrificados por decapitação aos 12 meses de idade.
Grupo sedentário (GS): foram colocados na esteira uma vez por dia, cinco dias por
semana, porém sem a realização de exercício físico, somente para sofrerem o mesmo tipo de
manipulação do grupo exercitado e foram sacrificados por decapitação aos 16 meses de idade.
Grupo de treinamento acumulado (GEA): Estes animais foram submetidos a
exercício de caminhada de leve intensidade (0,3 Km/h) em esteira ergométrica rolante
(Imbramed TK-01) a partir do décimo segundo mês de vida até completarem 16 meses.
Realizaram duas sessões diárias de quinze minutos de exercício, uma pela manhã e outra pela
tarde, cinco dias por semana. Foram sacrificados por decapitação aos 16 meses de idade.
Grupo de treinamento contínuo (GEC):. Estes animais foram submetidos a uma
sessão diária de trinta minutos, cinco dias por semana, a corrida de leve intensidade (0,3
Km/h) em esteira ergométrica rolante Imbramed TK-01 (Fig. 2) a partir do décimo segundo
mês de vida até completarem 16 meses, quando foram então foram sacrificados por
decapitação.
23
5.2. Treinamento dos animais
5.2.1. Protocolo de Treinamento
O grupo de ratos treinados foi submetido a um protocolo de caminhada em esteira
ergométrica com velocidade e carga constante (0,3 Km/h) 1x/dia/ 5dias/semana com duração
de 30 (trinta) minutos no Grupo Exercitado Contínuo (GEC) e (0,3 Km/h) 2x/dia/
5dias/semana com duração de 15 (quinze) minutos no grupo Exercitado Acumulado (figura 2)
5.2.2. Processo de adaptação
Todos os animais dos grupos estudados (sedentários e treinados) submetidos à
adaptação (uma semana; 10 min/dia; 0,3 km/h) e a protocolos de teste de esforço máximo
(TEM) em uma esteira ergométrica no início e no final do programa de treinamento físico. O
TEM constitui-se em um protocolo escalonado com incrementos de velocidade de 0,3 km/h a
Figura 2 -Treinamento físico dos animais em esteira ergométrica.
24
cada 3 minutos, até que fosse atingida a velocidade máxima suportada pelos animais. Esse
teste serviu para determinar a velocidade a ser utilizada no experimento. O critério utilizado
para a determinação da exaustão do animal e interrupção do teste foi o momento em que o
rato não foi mais capaz de correr mediante o incremento de velocidade da esteira (BROOKS
& WHITE, 1978). Assim, foi utilizada a velocidade de 0,3 Km por hora para o treinamento
dos animais.
5.3. Procedimento para Coleta dos Dados.
Após a decapitação do animal, foi retirado um segmento de aproximadamente 0,5 cm
de cada nervo femoral direito em sua saída, junto ao músculo psoas maior, na pelve.
Os tecidos foram preparados para análise em microscopia eletrônica e microscopia de
luz (VASCONCELOS et al, 2009), conforme protocolos descritos a seguir:
A porção do nervo coletada foi submetida ao processo de rotina de preparo do material
para estudos à microscopia eletrônica de transmissão: fixação em solução de Karnovsky que
consiste numa solução formulada com paraformaldeído a 4% e glutaraldeído a 2,5%.
Posteriormente foi realizada inclusão em resina Araldite e permaneceram em estufa a 60ºC
durante dois dias. A seguir esses blocos de resina foram seccionados num ultramicrótomo
com navalha de diamante para obtenção de cortes ultrafinos e foram montados em telas de
cobre para serem examinados em microscópio eletrônico de transmissão no ICB – Instituto de
Ciências Biomédicas da USP – Universidade de São Paulo.
Além dos cortes ultrafinos foram realizados cortes semifinos transversais ao longo
eixo do nervo femoral que foram corados pelo azul de toluidina e que foram utilizados para
medida da área do nervo e análise do numero de fibras mielinizadas sob microscopia de luz
no Laboratório de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímicos (LEMI) da
Universidade São Judas Tadeu.
25
5.4. Morfometria
O número total de fibras mielinizadas do nervo foi obtido, ao microscópio de luz, com
aumentos de 400x, pela contagem do número de fibras em 5 campos de área conhecida,
obtidos ao acaso, nos cortes corados pelo azul de toluidina. Da mesma forma foram contadas
as fibras não mielinizadas presentes em cada campo. Conhecida a área do nervo, foi então
calculado o número total de fibras mielinizadas e não mielinizadas, respeitando as linhas
proibidas de Gundersen (1977). (Fig. 3).
. Figura 3 – Corte semifino transversal de nervo femoral de rato Wistar, corado com azul de
toluidina, utilizado para contagem das fibras mielinizadas (marcadas com x). Barra: 30 µm.
25
26
De cada nervo foram feitos cortes ultrafinos que foram utilizados para fazer 10
micrografias eletrônicas de cada nervo, com aumento de 1500x (10 fotos), as quais foram
utilizadas para estudos quantitativos, através de técnicas morfométricas (Fig. 4). Foram
contadas as células de Schwann e medidas a área do axônio, das fibras mielinizadas e a área
da bainha de mielina, utilizando o sistema de análise de imagem (Axio Vision, Zeiss) do
laboratório de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímicos (LEMI) da Universidade
São Judas Tadeu.
Figura 4 – Corte ultrafino transversal de nervo femoral de rato Wistar, mostrando
fibras mielinizadas (setas azuis) e seus axônios (A), não mielinizadas (setas brancas) e células
de Schwann (estrela). Barra: 10 µm.
27
5.5. Estereologia
Utilizando as micrografias eletrônicas e um sistema teste dotado de 225 pontos (Fig.
5), foi calculada a densidade (%) de volume do tecido intersticial, tal como explicado a seguir.
Figura 5 – Sistema teste de 225 pontos utilizado para quantificar os componentes do
nervo femoral dos grupos de animais mostrando o sistema teste sobreposto.
28
A densidade de volume expressa a fração de área ocupada pela estrutura de interesse
pela área total (volume referência). Para a estimação da densidade de volume de um
componente do nervo, um sistema teste (uma transparência) composto por pontos, sistemática
e uniformemente alocados, foi sobreposto sobre as secções de referência usadas para a
estimação da densidade de volume. O número total de pontos é conhecido (225); a seguir, o
número de pontos que caírem sobre o componente (neste caso, o espaço intersticial) foi
registrado. Então, a seguinte equação foi utilizada (BRÜEL, et al, 2002; WULFSOHN et al,
2004):
VV[TI] (tecido intersticial) = ∑P[TI] (tecido intersticial) / ∑P[Ni] (nervo), Onde: P[TI]
(tecido intersticial) = número de pontos que tocarem o tecido intersticial ,P[Ni] (nervo) =
número total de pontos que tocarem o nervo.
O valor da densidade de volume pode ser dada de 0 a 1, podendo também ser expressa
em percentagem (RIBEIRO, 2006), considerando como 100% o número total de pontos (225)
e calculando a porcentagem do componente analisado a partir do número de pontos sobre esse
componente.
5.6. Análise Estatística
Os valores dos parâmetros analisados, obtidos para cada animal e para cada um dos
grupos foram tabulados, as médias calculadas e depois comparadas estatisticamente pela
análise de variância ANOVA de dois caminhos, uma vez que foram comparados 4 (quatro)
grupos, e realizado o teste pos hoc de Tukey para verificar os pares de grupos que diferem
entre si, com nível de significância P<0,05.
29
6. RESULTADOS
6.1. Desempenho físico dos animais
A tabela 1 mostra os resultados obtidos pelos animais nos TEMs. As médias das
velocidades máximas alcançadas pelos animais dos grupos foram calculadas a partir dos
TEMs. Houve diminuição significante (P < 0,05) da velocidade obtida pelos animais do
grupo sedentário em relação ao grupo controle (P < 0,05) e houve aumento significante das
velocidades obtidas pelos animais do grupo GEC e do GEA em relação ao GS (Tabela 1). A
comparação entre as medias das velocidades máximas obtidas pelos animais dos grupos no
inicio e no final do experimento mostrou que houve um incremento significante da velocidade
nos animais dos grupos GEC e GEA.
Tabela 1 – Pesos iniciais e finais (g) e velocidades iniciais e finais (Km/h) em TEMs
dos animais nos quatro grupos estudados.
Grupo Pesos
Iniciais (g)
Pesos
finais (g)
Velocidades
iniciais em testes
de esforço (m/s)
Velocidades finais
em testes de
esforço (m/s)
GC 500 - 0,90±0,07 -
GS 468±55 480±64 0,77±0,04 0,56±0,05*†
GEC 493±74 483±75 0,79±0,06 0,83±0,04
GEA 465±52 475±48 0,72±0,05 0,78±0,06
* Significante vs GEC e GEA. † Significante vs velocidade inicial no mesmo grupo.
6.2. Peso dos animais
Não houve diferença significante entre os valores dos pesos obtidos no início e no
final do experimento (P > 0,05) (Tabela 1).
30
6.3. Aspectos morfológicos
O nervo femoral, nos 4 grupos considerados, apresenta-se constituido por numerosas
fibras mielinizadas e não mielinizadas, separadas por um espaço intersticial e células de
Schwann. Nos grupos GS e GEA podem ser observadas fibras mielinizadas apresentando
processos degenerativos na bainha de mielina (Fig. 6).
Figura 6 – Cortes ultrafinos do nervo femoral de animais dos grupos GC (A), GS (B),
GEA (C) e GEC (D), examinados ao microscópio eletrônico de transmissão mostrando fibras
mielinizadas (M), não mielinizadas (setas brancas e pretas). As setas azuis mostram fibras
apresentando processos degenerativos nas fibras. A seta branca em D, mostra fibras não
mielinizadas e 2 núcleos de células de Schwann (S). Barra: 10 µm.
31
6.4. Número total de fibras mielinizadas.
A análise estatística mostrou que o número total de fibras do GS é significantemente
menor do que do GC (P < 0,01) (Figura 7).
* Significante vs GC (p< 0,05)
Figura 7 - Gráfico representativo do nº total de fibras do nervo femoral nos grupos
estudados.
32
6.5. Distribuição de frequências dos axônios mielinizados de acordo com sua área
Os histogramas da distribuição dos axônios mielinizados de acordo com suas áreas
mostram que houve diminuição do número de fibras médias e grandes com o envelhecimento,
a qual foi revertida com ambos os tipos de exercícios (Fig. 8).
Figura 8 – Histogramas de distribuição de frequências dos axônios mielinizados, de
acordo com suas áreas (µm), nos 4 grupos estudados.
33
6.6. Área dos axônios mielinizados
As áreas médias e respectivos desvios – padrões dos axônios foram, para o grupo
controle (12 meses), grupo sedentário (16 meses), grupo de treinamento contínuo (16 meses) e
grupo de treinamento acumulado (16 meses), respectivamente: 1,9±0,0,18, 1,6±0,18, 1,7±0,18
e 3,4±0,41. A Análise estatística mostrou que o exercício continuo promoveu um amento
significante na área do axônio em relação aos demais grupos. O envelhecimento não teve
efeito na Área do Axônio (Fig. 9).
* Significante vs GC (p< 0,05)
Figura 9 - Gráfico representativo da área dos axônios mielinizados do nervo femoral
nos grupos estudados.
34
6.7. Área da bainha de mielina
As áreas médias e respectivos desvios – padrões da bainha de mielina foram, para o
grupo controle (12 meses), grupo sedentário (16 meses), grupo de treinamento contínuo (16
meses) e grupo de treinamento acumulado (16 meses), respectivamente: 2,4± 0,19, 2,3±0,21,
2,8±0,31 e 4,3±0,42. A análise estatística mostrou que o Exercício Contínuo promoveu um
aumento significante na área da bainha em relação ao Grupo Controle. O envelhecimento não
teve efeito sobre a área da bainha (Fig. 10).
* Significante vs GC (p< 0,05)
Figura 10 - Gráfico representativo da área da Bainha de Mielina das fibras do nervo
femoral nos grupos estudados.
35
6.8. Área das fibras mielinizadas
As áreas médias e respectivos desvios – padrões das fibras mielinizadas foram, para o
grupo controle (12 meses), grupo sedentário (16 meses), grupo de treinamento contínuo (16
meses) e grupo de treinamento acumulado (16 meses), respectivamente: 4,05±0,17,
3,03±0,11, 4,77±0,2 e 5,23±0,27. A análise estatística comparando os valores dos grupos
mostrou que o Exercício Contínuo promoveu um aumento significante na área das fibras
mielinizadas em relação ao Grupo Controle. O envelhecimento não teve efeito sobre as áreas
das Fibras Mielinizadas (Fig. 11).
* Significante vs GC (p< 0,05)
Figura 11 - Gráfico representativo da área das Fibras Mielinizadas do nervo femoral
nos grupos estudados.
36
6.9. Densidade (número por área) de Fibras Não mielinizadas
Os valores médios e respectivos desvios – padrões da densidade de fibras não
mielinizadas foram, para o grupo controle (12 meses), grupo sedentário (16 meses), grupo de
treinamento contínuo (16 meses) e grupo de treinamento acumulado (16 meses),
respectivamente: 75±11, 76,4±9,2, 92,2±6,9 e 86±5,6. A análise estatística mostrou que não
houve diferença significante entre os valores dos grupos (Fig. 12).
Figura 12- Gráfico representativo da Densidade de Fibras Não Mielinizadas (número
por área) do nervo femoral nos grupos estudados.
37
6.10. Densidade (número por campo) de Células de Schwann nos grupos
estudados.
Os valores médios e respectivos desvios – padrões da densidade de células de
Schwann foram, para o grupo controle (12 meses), grupo sedentário (16 meses), grupo de
treinamento contínuo (16 meses) e grupo de treinamento acumulado (16 meses),
respectivamente: 2,28±1,6, 1,76±1,1, 1,68±1,3 e 1,52±1,2. A análise estatística mostrou que
não houve diferença significante entre os valores dos grupos (Fig. 13).
Figura 13 - Gráfico representativo da Densidade de células de Schwann (número por
área) do nervo femoral nos grupos estudados.
38
6.11. Densidade de Volume do Espaço Intersticial
Os valores médios e respectivos desvios – padrões da densidade de volume do Espaço
Intersticial foram, para o grupo controle (12 meses), grupo sedentário (16 meses), grupo de
treinamento contínuo (16 meses) e grupo de treinamento acumulado (16 meses),
respectivamente: 12,8±2,5, 12±2,1, 10,6±1,6 e 8,2±1,1. A análise estatística comparando os
valores dos grupos mostrou que o Exercício Contínuo promoveu um menor valor na
densidade de volume do Espaço Intersticial em relação ao Grupo Controle (p < 0,05 fig. 14).
* Significante vs GC (p< 0,05)
Figura 14 - Gráfico representativo da Densidade de volume do Espaço Intersticial (%)
do nervo femoral nos grupos estudados.
39
7. DISCUSSÃO
7.1. Velocidade média dos animais
A atividade física reduz os efeitos deletérios do envelhecimento sobre os nervos
periféricos, conforme podemos verificar na literatura e nos resultados desta pesquisa, onde os
ratos dos GEC e GEA conseguiram preservar a velocidade final em teste de esforço sem
diminuição significante em comparação ao grupo GC, porém com o GS apresentando
diminuição significante em relação aos grupos GC, GEC e GEA (P<0,05). O teste de esforço
ao qual os ratos foram submetidos baseava-se em caminhada sobre esteira com incremento de
velocidade de 0,3 Km/h a cada 3 minutos até que o animal apresentasse exaustão. O aumento
da velocidade dos grupos GEA e GEC em relação ao GC, embora não significante (P>0,05)
está associada ao exercício físico em conformidade com estudos anteriores (MCARDLE,
1998; PIANCA & SOUZA, 2006); porém houve declínio da velocidade final e a exaustão
mais rápida do grupo GS em comparação ao TEM inicial e as velocidade dos GC, GEA e
GEC com resultados significantes (P<0,05) e esse resultado se deve também ao
envelhecimento mas associado ao sedentarismo, confirmando os achados de outros trabalhos
(ENOKA, 1997).
7.2. Peso dos animais
O resultado referente ao peso dos animais aponta para diferenças não significantes (P
> 0,05), embora demonstre que o GEC tenha diminuído o peso de 493±74g para 483±75g ao
final da pesquisa e os grupos GEA e GS tenham aumentado o peso respectivamente de
465±52g e 468±55g para 475±48g e 480±64g ao final do protocolo. O GEC e o GS
apresentaram resultados compatíveis com a literatura científica que mostra resultados onde o
grupo de animais sedentários apresenta aumento de peso com o envelhecimento e os animais
treinados apresentam diminuição de peso com o envelhecimento (CLEBIS & SOUZA, 2006).
7.3. Aspectos morfológicos
As alterações degenerativas da bainha de mielina encontradas nos grupos GS e GEA
são compatíveis com o envelhecimento dos nervos periféricos, conforme Verdú et al (2000).O
GEC apresenta características morfológicas semelhantes ao GC evidenciando a preservação
40
dos aspectos morfológicos desse tecido. As alterações degenerativas relacionadas com o
envelhecimento (JERONIMO et al, 2008) foram observadas no grupo sedentário e no grupo
GEA, demonstrando que o exercício acumulado, neste estudo, não conseguiu preservar o
nervo das alterações morfométricas.
7.4. Número total de fibras mielinizadas
Todos os grupos exercitados mais o grupo sedentário apresentaram diminuição do
número de fibras mielinizadas, compatível com o envelhecimento (SPRITZ et al, 1973),
porém o grupo GS foi o único a apresentar diminuição do número de fibras estatisticamente
significante quando comparado ao grupo GC com P < 0,05, estando de acordo com achados
de Shokouhi, et al (2008). Isto demonstra que os exercícios, tanto acumulado quanto contínuo
foram capazes de preservar o número de fibras mielinizadas.
7.5. Distribuição de frequência dos axônios mielinizados de acordo com sua área
A análise do histograma relativo à distribuição de freqüência das fibras mielinizadas
nos grupos permite observar que no envelhecimento sem exercício físico, o GS comparado ao
GC, mostrou diminuição das fibras médias e grandes e aumento das fibras delgadas,
corroborando achados de pesquisa científica anterior (SHOKOUHI et al, 2008). Já os grupos
GEC e GEA em relação ao GC apresentaram preservação do número deste tipo de fibras e
aumento, ainda que discreto, do número de fibras médias e espessas, também verificado por
Shokouhi, et al, 2008 demonstrando que neste quesito a prática de exercício contínuo e
acumulado anularam os efeitos deletérios do envelhecimento em relação a este aspecto.
7.6. Área dos axônios mielinizados
Os animais do GEC apresentaram aumento significante (P < 0,05) em relação aos dos
demais grupos, quanto a este aspecto, demonstrando que o exercício contínuo mostrou-se ser
mais eficaz em relação ao exercício acumulado, pois o GEA não teve resultado significante
em relação ao GC e ao GS. Spritz et al (1973), Shokouhi, et al, (2008) e Verdú, et al (2000)
demonstraram que alterações na bainha de mielina são compatíveis com o envelhecimento e
41
que essas alterações cursam com a diminuição da velocidade de condução do nervo (VCN) e
diminuição da sensibilidade vibratória. Outro trabalho demonstrou que o exercício contínuo
de baixa intensidade é mais eficaz que o exercício acumulado para manter padrões
fisiológicos (EDWARDS et al, 1973), embora no atletismo seja utilizado com mais frequência
o exercício acumulado pelos atletas (ASTRAND & RODAHL, 1970 in EDWARDS et al
1973).
7.7. Área da bainha de mielina
O resultado obtido neste quesito corrobora com os de outros trabalhos, que
demonstram a maior eficácia do GEC em relação ao GEA no que tange à eficacia desses dois
tipos de exercício, sem contar com a significância em relação ao GC e ao GS (P < 0,05),
estando nossos resultados de acordo, também, com achados de Spritz (1973).
7.8. Área das fibras mielinizadas
Uma vez que houve significante aumento da área dos axônios mielinizados e da área
da bainha de mielina nos animais do GEC (P < 0,05) em relação aos do GC, verificado
também por Shokouhi, et al, 2008, observou-se aumento significante da área das fibras
mielinizada) em relação ao GC (P < 0,05).
7.9. Densidade (número por área) de fibras não mielinizadas
Embora tenha ocorrido um ligeiro aumento da área das fibras não mielinizadas nos
grupos GEA e GEC em relação ao GC e GS os valores não foram significantes (P > 0,05).
Porém o aumento da área das fibras não mielinizadas faz parte do processo de
envelhecimento, ainda que atenuado pelo exercício físico (SPRITZ et al, 1973; SHOKOUHI
et al, 2008; VERDÚ et al, 2000)
42
7.10. Densidade (número por campo) de células de Schwann nos grupos
estudados
Em todos os grupos estudados não ocorreu alterações significante (P > 0,05) em
relação ao número de células de Schwann por campo, compatível com os achados de outros
autores quanto ao envelhecimento de nervos periféricos (VERDÚ et al, 2000). Os exercícios,
tanto contínuo quanto acumulado, também não apresentaram efetividade para modificar o
número de células de Schwann.
7.11. Densidade de volume (%) de espaço intersticial
A análise dos achados em relação ao volume do espaço intersticial mostrou que o
grupo GEC apresentou menor densidade de volume do interstício em relação ao do GC. Este
resultado está de acordo com os demais resultados deste trabalho, uma vez que houve menor
redução de fibras não mielinizadas (figura 12), aumento da área do axônio (figura 9), aumento
da área da bainha de mielina (figura 10), aumento da área das fibras mielinizadas (figura 11),
aumento da densidade numérica de fibras não mielinizadas em relação ao GEA e GS (figura
12) e, portanto, menor densidade de volume de espaço intersticial quando comparado ao GC
(P < 0,05), estando de acordo com resultados de outras pesquisas científicas (KNOX et al,
1989; VERDÚ et al, 2000).
43
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseados nos resultados obtidos, é válido que se recomende aos idosos efetuar
exercício físico de baixa intensidade uma vez por dia, para retardar os efeitos já conhecidos
do envelhecimento sobre os nervos periféricos. Os exercícios podem ser efetuados de forma
continua ou acumulada, pois ambos demonstram eficácia.
9. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que:
1 - O nervo femoral apresenta efeitos deletérios do envelhecimento sobre as fibras
mielinizadas.
2-Tanto o exercício físico contínuo como o acumulado diminuem estes efeitos
deletérios do envelhecimento sobre o nervo femoral;
3-O exercício físico contínuo mostrou-se mais eficaz para diminuir os efeitos do
envelhecimento sobre o nervo femoral.
44
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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