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EFEITOS DOTURNO DEREGA E COBERTURA MORTA NA CULTURA DOALHO NA SERRA DA IBIAPABA, CEARÁ. 11. PRODUÇÃO E QUALIDADE DEBULBOS lrrigation frequency and mulching e.f/ects on garlic culture in lbiapaba region, State of Ceará, Brazil 11 Bulb yeld and quality A YMBIRÉ FRANCISCO ALMElDA DA FONSECA * ]OSÉTARCISoALVES COSTA** LUIS ANTÔNIO DA SILVA ** FRANCISCO Iv ALDO OLIVEIRA MELO ** RESUMO Dois experimentos foram conduzidos,no período de maio a novembro, de dois anosconsecu- tivos, na Serrada Ibiapaba, Tianguá, Ceará.Combinações fatoriais de turnos de regade um, três e cinco dias com cobertura mortas de polietileno branco, capim jaraguáe hastes de arroz e solo nu foram testadas para se determinar suas influências no regime hidrotérmico do solo (parte 1) e no rendimentoe qualidade de bulbos (parte lI) de uma cultivar precoce de alho. Aumentosde rendimen- to e de tamanhode bulbos foram promovidos pelostratamentos, sendo maioresem resposta às cober- turasde solo. Elestiveram como prováveis causas a redução da temperatura do solo e desua amplitude de variação e, principalmente, a manutenção de elevados níveis de umidade. PALAVRAS-CHAVE: Allium sativum, freqüênciade irrigação, cobertura do solo, produtividade do alho. SUMMARY Twa experimentswere canductedduring the periad May ta Navember af twa cansecutive years in the Ibiapaba regian, Tianguá Caunty, State af Ceará, Brazil. Factorial cambinatians af ane, three,andtive-dar irrigatian intervalswith white palyethylene,grass hay, and rice strawmulches, and bare-check sail were tested ta determine their effects an the sail hydratermal regime (part 1)andbulb yield andquality (size) (Part lI) af na early garlic cultivar. Significantincreases in total yield andsize af bulbs resulted Eram treatments.They were greatest, hawever,in respanse ta mulching. The abserved increases were prabably due ta the reductian in sail temperature and its amplitude af variatian, and mainly ta the maintenance af high sail maisture levels. KEY - WORDS: Allium sativum, irrigation frequency, mulching, garlic yeld. * Pesquisador da EM:BRAPA/EMCAPER. BR-262, Km 94, CEP 29375-000, Venda Nova do Imigrante, ES. ** Professor do Departamento deFitotecnica, Centro deCiências Agrárias, Universidade Federal do Ceará. CaixaPostal12168, CEP 60356-001, Fortaleza - CE.

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EFEITOS DO TURNO DE REGA E COBERTURA MORTA NA CULTURA DO ALHO NA SERRADA IBIAPABA, CEARÁ. 11. PRODUÇÃO E QUALIDADE DE BULBOS

lrrigation frequency and mulching e.f/ects on garlic culture in lbiapaba region, State ofCeará, Brazil 11 Bulb yeld and quality

A YMBIRÉ FRANCISCO ALMElDA DA FONSECA *

]OSÉTARCISoALVES COSTA**LUIS ANTÔNIO DA SILVA **

FRANCISCO Iv ALDO OLIVEIRA MELO **

RESUMO

Dois experimentos foram conduzidos, no período de maio a novembro, de dois anos consecu-tivos, na Serra da Ibiapaba, Tianguá, Ceará. Combinações fatoriais de turnos de rega de um, três ecinco dias com cobertura mortas de polietileno branco, capim jaraguá e hastes de arroz e solo nuforam testadas para se determinar suas influências no regime hidrotérmico do solo (parte 1) e norendimento e qualidade de bulbos (parte lI) de uma cultivar precoce de alho. Aumentos de rendimen-to e de tamanho de bulbos foram promovidos pelos tratamentos, sendo maiores em resposta às cober-turas de solo. Eles tiveram como prováveis causas a redução da temperatura do solo e de sua amplitudede variação e, principalmente, a manutenção de elevados níveis de umidade.

PALAVRAS-CHAVE: Allium sativum, freqüência de irrigação, cobertura do solo, produtividade do alho.

SUMMARY

Twa experiments were canducted during the periad May ta Navember af twa cansecutiveyears in the Ibiapaba regian, Tianguá Caunty, State af Ceará, Brazil. Factorial cambinatians af ane,three, and tive-dar irrigatian intervals with white palyethylene, grass hay, and rice straw mulches, andbare-check sail were tested ta determine their effects an the sail hydratermal regime (part 1) and bulbyield and quality (size) (Part lI) af na early garlic cultivar. Significant increases in total yield and size afbulbs resulted Eram treatments. They were greatest, hawever, in respanse ta mulching. The abservedincreases were prabably due ta the reductian in sail temperature and its amplitude af variatian, andmainly ta the maintenance af high sail maisture levels.

KEY - WORDS: Allium sativum, irrigation frequency, mulching, garlic yeld.

* Pesquisador da EM:BRAP A/EMCAPER. BR-262, Km 94, CEP 29375-000, Venda Nova do Imigrante, ES.** Professor do Departamento de Fitotecnica, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará. Caixa Postal 12168, CEP

60356-001, Fortaleza - CE.

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RESENDE23). Os materiais de cobertura variammuito, quanto ao efeito exercido, podendo aumen-tar ou reduzir a temperatura do solo (SCHALES &SHELDRAKE J r }4, LAL et af.19 BONANNO &LAMONT Jr.2), mas, de um modo geral, tendem areduzir sua amplitude de variação (BURROWS &LARSON4, RESENDE23, SEDIY AMA &

PRATES2S).Em trabalho prévio (COSTA et aVO), foram

mostrados os efeitos de turnos de rega e materiaisde cobertura na umidade e temperatura do solo cul-tivado com alho 'Juréia'. Nesta segunda parte, sãorelatados as respostas da cultura em termos de pro-dução e qualidade de bulbos.

MATERIAL E MÉTODOS

o cultivo do alho, no Ceará, é realizado paraatender a mercados locais, sendo sua produção pou-co expressiva no contexto nacional (IBGEI7). Asprodutividades, de menos de 3t/ha (IBGEI7), sãobaixas quando comparadas com as obtidas em regiõesde clima mais favorável e com o emprego de altonível de tecnologia (EMBRAP A 14).

A Serra da Ibiapaba, com temperaturas ame-nas e disponibilidade d' água para irrigação, destaca-se como uma microrregião produtora de alho doEstado. O plantio é feito em maio, para permitir oaproveitamento dos meses mais frios de junho e ju-lho, com o ciclo da planta se completando no perío-do mais seco do ano. Cultivares de ciclos curto emédio, com menores exigências de fotoperíodo e tem-peratura, são comumente empregadas.

Irrigações freqüentes e coberturas mortas dosolo têm influenciado positivamente a brotação, de-senvolvimento da planta, produtividade e qualida-de do alho em diferentes regiões produtoras(LEOPOLDO & CONCEIÇÃQ20, sn.. V A et al.27o26,

CARMO et al.6, SUMI et al.28, DEMA TTÉ et aU3).

Seus efeitos variam, no entanto, em função das con-

dições edafoclimáticas da área de cultivo e dos ma-

teriais de cobertura e cultivar empregados, dentre

outros fatores (LAL eta/.19, SILVA etal.27, CARRIJO

et al.7, OLIVEIRA et al.22, BERNARDOl).

O alho tende a exigir irrigações freqüentes, nãoapenas por seu alto consumo d' água, na maior partede seu ciclo (GARCIA & COUTOI5, KLAR et al.18),

mas, também, por ter raízes rasas, órgão colhido (bul-bo) sob a forma de peso fresco e maior desenvolvi-mento em período sem chuva (HAGAN et aU6).Regas freqüentes podem causar resfriamentos decurta duração no solo, decorrentes da evaporaçãoem sua superfície (SEDIY AMA & PRA TES25). Aágua no solo tem também um efeito tamponante,evitando flutuações bruscas e acentuadas de sua tem-

peratura (RESENDE23).A cobertura do solo tem grande influência em

seu regime hidrotérmico (W AGGONER et a/.29,W ARE & McOLLUM30). Ela conserva a umidadediretamente, reduzindo a evaporação e aumentandoa infiltração d'agua no solo e, indiretamente, con-trolando as ervas daninhas (BURWELL et al.5,W ARE & McCO LL UM30, LAL et af.19). Tambémmodifica as propriedades térmicas do solo (CHAN G9,

--E~

Dois experimentos com alho foram condu-zidos, no período de maio a novembro, de doisanos consecutivos, na Serra da Ibiapaba, Tianguá,Ceará.

O local tem coordenadas de 2045'S e 41 °W,altitude de 740 m e solo de textura arenosa do tipoAreia Quatzosa Distrófica A fraco (BRASIL 3). O cli-ma é subúmido (Amw de Koppen), com pluviosidadede 1.200 mm/ ano (cerca de 90% no primeiro semes-tre) e temperatura média anual de 23,5°C (médias dasmáximas de 28°C e das mínimas de 18°C) (BRASIL 3).

Ambos os experimentos foram fatoriais (3x3 emano I e 3x4 em ll), dispostos em blocos casualizados,com três repetições. A unidade experimental consis-tiu de um canteiro de 10,5m2 (5,0 x 2,lm) com seislinhas de plantas de 5,Om de comprimento, espaça-das de 0,30m entre si. Na linha, adotou-se oespaçamento de 0,08m entre os bulbilhos plantados(alho 'Juréia'). A parcela útil consistiu dos três metroscentrais das duas linhas mais internas do canteiro.

Os tratamentos foram as combinações de trêsturnos de rega (TI = 1 dia, T2= 3diaseT3= 5 dias)

com dois tipos de cobertura do solo (polietileno bran-co opaco de 0,2mm de espessura e capim jaragúaseco, Hiparrhenia rufa) e mais solo nu ou controle noexperimento I. No II, do ano seguinte, acrescentou-se ao fatorial a cobertura com hastes secas de arroz.

As quantidades d'água aplicadas foram estima-das considerando-se a evapotranspiração média de5,0mm/ dia, durante o ciclo da cultura, e a eficiênciade irrigação de 75%. A diferenciação dos turnos derega foi iniciada 15 dias após o plantio. O polietileno

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rimentos I e lI) a diferença entre T 2 e T 3 (57,10g/m2) ficou próxima da significância estatística

(dms.O,5=59,O7 g/m2).As coberturas mortas, por sua vez, determi-

naram variações acentuadas no peso de bulbos/área (Tabela 2). No experimento I, polietilenobranco e capim jaraguá diferiram entre si. Ambosos materiais proporcionaram rendimentos consi-deravelmente mais altos que o do solo nu. Noexperimento II, os rendimentos com polietileno,capim jaraguá e hastes de arroz não diferiram en-tre si, mas foram, também, muito superiores aoobservado no solo nu.

NÚMERO DE BULBOS POR ÁREA

branco disposto, em tiras de 0,28m de largura,entre as linhas de plantio. O capim jaraguá e ashastes de arroz foram aplicados, em camadas de0,05 a 0,10m de espessura, sobre toda a superfíciedo canteiro.

O plantio e condução dos experimentos fo-ram feitos obedecendo a recomendações usuais paraa cultura do alho.

Avaliações de umidade e temperatura do solo,nos experimentos, encontram-se descritas em traba-lho prévio (COSTA et af.1°).

A colheita foi realizada nos experimentos I eII, aos 120 e 110 dias após o plantio, respectiva-mente. Coincidiu com o final do ciclo da cultura,reconhecido por características típicas de maturação.Após o arranquio, as plantas permaneceram no cam-po, onde sofreram uma pré-cura de um dia, e, emseguida, foram recolhidas a um abrigo ventilado parauma cura à sombra de 60 dias.

As plantas da área útil de cada parcela, após acura, foram contadas e utilizadas na obtenção dosseguintes dados: número e peso de bulbos colhidospor área, peso médio de bulbo e proporção de bul-bos comerciáveis. Foram classificados como comer-ciáveis os bulbos com diâmetro igual ou superior a0,035m e sem defeitos aparentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados dos experimentos I e fi, referentes

às variáveis relacionadas com o rendimento e quali-

dade dos bulbos de alho colhidos, foram analisadas

conjuntamente. Nas análises devariância (Tabela 1),

observou-se efeito significativo da cobertura morta

com relação ao peso e número de bulbos por área,

peso médio de bulbo e proporção de bulbos

comerciáveis e do turno de rega, apenas para as duas

últimas variáveis. Diferença significativa entre expe-

rimentos foi observada para todas as variáveis, com

exceção da proporção de bulbos comerciáveis.

PESO DE BULBOS POR ÁREA

o número de bulbos colhidos constitui umcomponente do rendimento e uma estimativa dabrotação dos bulbilhos plantados e do estande finalda cultura.

Para esta variável, os tratamentos tiveram in-fluências semelhantes às observadas para peso debulbos, fato indicativo de uma possível relação po-sitiva entre as duas características (Tabelas 2 e 3).

Os turnos de rega, também não diferiramestatisticamente entre si com relação ao númerode bulbos (Tabela 3). As médias dos turnos deum e três dias, sem diferirem entre si, foram, noentanto, consistentemente mais altos do que a dode cinco dias.

No experimento I, o polietileno proporcio-nou o valor mais elevado de número de bulbos,sendo seguido, em ordem decrescente, pelo capimjaraguá e solo nu, estes dois últimos não diferindoestatisticamente (Tabela 3). No experimento lI,polietileno e campo jaraguá proporcionaram médi-as comparáveis e significativamente maiores do quea do controle, com as hastes de arroz colocando-seem posição intermediária. Com base nas médiasgerais, os tratamentos de cobertura forma igual-mente eficientes produzindo maiores númerosde bulbos que o solo nu.

Apesar das influências semelhantes dos trata-mentos no peso e numero de bulbos (Tabelas 2 e 3),as diferenças entre as médias desta última variávelforam relativamente bem menores. Isto indica queas diferenças de rendimentos em peso se devem, emmaior parte, às variações no tamanho dos bulbos aoinvés de no número destes.

Na Tabela 2, observa-se que as diferençasentre as médias dos turnos de rega não foram signi-ficativas. O turno de três dias (T J, no entanto, pro-porcionou rendimento de bulbo, em peso,consistentemente mais altos que os de um (T J ecinco dias (T J. Com base nas médias gerais (expe-

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PESO MÉDIO DE BULBO As pequenas diferenças proporcionadas pelosturnos de rega são consistentes com os resultadosde SILVA et ap7 e CASTRO & SILVA 8. Eles indi-cam que os turnos de rega nem sempre determinamrespostas positivas, principalmente quando associa-dos com coberturas mortas.

As diferenças acentuadas determinadas pelosmateriais de cobertura, em relação ao solo nu, sãoindicativas de que a prática é altamente recomendá-vel para o cultivo do alho sob condições eda-foclimátias semelhantes às da área experimental. Osaumentos de rendimento, em peso de bulbos por área,proporcionadas pelos materiais de cobertura, pare-cem estar mais associadas com a maior disponibili-dade de água no solo do que com suas temperaturasreduzidas (COSTA et a/. 1°). Esta indicação temcomo base os seguintes argumentos: os materiais decobertura praticamente não diferiram entre si quan-to ao efeito na umidade do solo; o polietileno bran-co promove menores reduções de temperatura queos materiais vegetais, mas proporcionou rendimen-tos comparáveis ou superiores aos destes últimos;os rendimentos em peso pareceram ser mais depen-dentes do tamanho do que do número de bulbos; otamanho do bulbo é mais associado com o nível deágua do solo (COUTOI2, LEOPOLDO & CON-CEIÇÃ02O), enquanto o número, dependente dabrotação dos bulbilhos, com sua temperatura(MANN21, SILVA et ai. 27 , CARM 06).

o peso médio, além de ser mn importante com-ponente do rendimento, é também uma estimativado tamanho e qualidade dos bulbos de alho.

O bserva-se, na Tabela 4, que as médias dos tur-nos de rega diferiam estatisticamente entre si em am-bos os experimentos. O turno de três dias proporcionouvalor significativamente mais alto do que o obtido node cinco. A média do de mn dia foi intennediária, nãodiferindo estatisticamete das duas outras.

Os materiais de cobertura, em cada ensaio,não diferiram entre si, proporcionando valores sig-nificativamente superiores ao do solo nu (Tabela 4).Com base nos médios gerais dos dois experimentos,o polietileno teve influência mais acentuada do quea do capim jaraguá.

As diferenças entre os valores de peso médioforma proporcionalmente maiores que as encontra-das para número de bulbos, com destaque para asdo fator cobertura (Tabela 3 e 4). Isto reforça a idéiade que o rendimento em peso tem como componen-te mais importante o tamanho do bulbo.

PROPORÇÃO DE BULBOS COMERCIÁVEIS

Os dados para esta variável indicam influênciasdos tratamentos semelhantes às observadas para pesomédio de bulbo (Tabela 4 e 5). Os contrastes significa-tivos encontrados forma praticamente os mesmos paraambas as variáveis nos experimentos I e ll. Esta seme-

.,lhança se deve, certamente, ao fato de que essas VarIa-veis são diretamente relacionadas com o tamanho .do Mas condições ambientais predominantes du-bulbo. No experimento fi, obteve-se bulbos de maior rante a realização do trabalho, pode-se informar so-peso médio do que em I, todavia a proporção de bul- bre ao alho 'Juréia':bos comerciáveis (com diâmetro igual ou acima de . As coberturas mortas com polietileno bran-O,O35m) não variou si~cativamente (Tabela 5).. co, capim jaraguá e hastes de arroz promoveram con-

As respostas pOSItIvas, em termos de rendI- sideráveis aumentos no rendimento e no tamanhomento e qualidade do alho, obtidas nos dois anos de de bulbos.experimentação, devem ser atribuídas, principalmen- . Pequenos aumentos no rendimento e tama-te, ao regime hidrotérmico favorável do solo, ~o.ma- nho de bulbos puderam ser proporcionados por irri-do possível por irrigaçõ:s freqüent:s e mate:IaIS de gações freqüentes (um e três dias).cobertura durante o perIodo de maior creSCImento . Aumentos de rendimento e tamanho de bulbovegetativo da cultura (COSTA et aVO). A manuten- foram associados ao regime hidrotérmico do soloção de níveis elevados de umidade e, dentro de cer- proporcionado pela cobertura morta e irrigaçõestos limites, a diminuição da temperatura do solo e freqüentes.de sua amplitude de variação têm sido relacionadas . A disponibilidade de água no solo foi consi-com essas respostas (MANN21, COUTOll, LEO- derada a característica mais importante na determi-pomo & CONCElÇÃQ2°, SILVA era/.27). nação do peso de bulbos.

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CONCLUSÕES

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TABELAlAnálises de varÍância dos rendimentos de bulbos de alho (experimentos I e li), em peso e

nillnero por área, peso médio e proporção comerciável, em número, sob a influência do turnode rega e cobertura mona do solo em Tianguá, Ceará.

-.. Quadrado médioCausa de variação G.L. Rendimento Peso médio Proporção

'"T' 1 . - g/ mZ n° / mZ g/bulbo comer~iáv~l C%)1rotal 62 Blocos (5) Experimentos (E) 1 184.408,92** 424,25** 70,96** 83,85

Blocos/experimentos 4 3.954,27 18,46 1,15 236,71FatoriaisvsAdicionajs 1 138.347,17** 79,09 97,49** 2.337,61**Fatoriais (8) --- --- --- ---

Cobenura(q 2 300.505,65** 307,78** 218,71** 9.594,10**1rumo de rega (1) 2 15.226,17 40,62 8,13* 620,13**lnteração Cx1r 4 2.271,62 14,24 1,56 143,14

Outros 2 3.578,50 5,08 6,77* 858,77**lnteração CxE 2 6.926,41 57,04 1,86 38,46lnteração 1rxE 2 1.037,30 8,09 0,23 95,38lnteração Cx1rxE 4 1.208,00 13,37 1,45 34,07

~:~d~o oro o , ~8. _2.276,56 26,75 1,92 105,60~:-, x-~:- Significativo, aos níveis de 5% e 1 %, respectivamente, pelo teste F o

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TABELA 2Rendimento de alho (experimentos I e 11), em peso de bulbos por área (g/ m~, em função do turno derega (Ti = 1 dia, T2 = 3 dias, T3 = 5 dias) e cobertura malta do solo (~ = polietileno branco opaco, ~

= capim jaraguá, ~ = solo nu, ~ = hastes de arroz) em Tianguá, Ceará.

Tratamento E~erimento MédiallI 11

Turno de regaTI 228,44 a 2/ 320,92 a 263,05 a

T2 234,89 a 353,06 a 281,98 aT 3 176,56 a 293,89 a 224,88 a

Cobertura~ 320,33 a 404,94 a 362,64 a~ 231,11 b 358,03 a 294,57 b4 88,44 c 136,98 b 112,71 cC4 --- 390,56 a ---

Médiall 213,30 B 2/ 299,98 A

1/ Médias com base nos níveis dos fatores comuns aos doisexpenmentos.

2/ Valores seguidos por letras iguais, minúsculas na venical emaiúsculas na horizontal, não diferem entre s~ pelo testeTukey, ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 3Rendimento de alho (experimentos I e II), em número de bulbos por área (no/ m~, em função do turnode rega (TI = 1 dja, Tz = 3 dias, T3 = 5 dias) e cobettura moita do solo (~ = polietileno branco opaco,

Cz = capim jaraguá, ~ = solo nu, C; = hastes de arroz) em Tlanguá, Ceará.

-MédiaJ/Tratamento E~erimentoT 11

Turno de regaTI 28,56 a 2/ 32,32 a 30,54 a

T 2 28,22 a 32,87 a 30,56 aT3 24,67 a 31,99 a 27,95 a

Cobertura~ 33,00 a 34,26 a 33,63 a~ 25,89 b 34,20 a 30,05 a~ 22,56 b 28,21 b 25,38 bC --- 32,90 ab ---

Médiall 27,15 A 2/ 32,23 B

1/ Médias com base nos ruveis dos fatores comuns aos doisexpenmentos.

2/ Valores seguidos por letras iguais, núnúsculas na vertical emaiúsculas na horizontal, não diferem entre s~ pelo testeTukey, ao ruvel de 5% de probabilidade.

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TABELA 4Peso médio de bulbos de allio (g/bulbo) (experimentos I e li) em função do turno de rega (TI = 1 dia,Tz = 3 dias, T3 = 5 dias) e cobertura mona do solo (~ = polietileno branco opaco, ~ = capim jaraguá,

~ = solo nu, ~ = hastes de arroz) em TIanguá, Ceará.

Tratamento E~erimento MédiallI 11

Turno de regaTI 7,68 ab 2 9,75 ab 8,30 ab

T 2 8,02 a 10,55 a 8,87 aT3 6,85 b 8,69 b 7,53 b

Cobertura~ 9,77 a 11,83 a 10,80 a~ 8,90 a 10,37 a 9,64 b~ 3,88 b 4,65 b 4,27 cC4 --- 11,79 a ---

Médiall 7,52 B 2/ 8,95 A

1/ Médias com base nos níveis dos fatores comuns aos doisexpenmentos.

2/ Valores seguidos por letras iguais, minmculas na vertical emaímculas na horizontal, não diferem entre si, pelo teste Tukey, aonível de 5% de probabilidade.

TABELA 5Proporção de bulbos comerciáveis (%) de alho (experimentos I e 11), em número, em função do turno derega (TI = 1 dia, T2 = 3 dias, T3 = 5 dias) e cobertura mona do solo (~ = polietileno branco opaco, ~ =

capim jaraguá, ~ = solo nu, ~ = hastes de arroz) em Tianguá, Ceará.

Tratamento E~erimento Média.1/I 11

Turno de regaTI 41,21ab2 41,46ab 37,71abT2 44,92 a 48,79 a 43,85 aT3 31,01 b 33,88 b 32,11 b

Cobertura~ 56,17 a 52,05 a 54,11 a~ 50,04 a 46,17 a 48,10 a~ 10,93 b 11,99 b 11,46 bC --- 55,30 a ---

MédiaJ/ 39,04 A 2/ 36,74 A

1/ Médias com base nos níveis dos fatores comuns aos doisexpenrnentos.

2/ Valores seguidos por letras iguais, minúsculas na venical e maiúscuna horizontal, não diferem entre si, pelo teste Tukey, ao nível de 5~de probabilidade.