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JANAINA BARBOSA DE SOUZA SÂMELA DA SILVA BRAGANÇA EFEITO DO MOMENTO DE FOTOATIVAÇÃO DO ADESIVO NA DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES DO CORPO DE PROVA POR MICROCISALHAMENTO - ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS NOVA FRIBURGO 2015

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JANAINA BARBOSA DE SOUZA

SÂMELA DA SILVA BRAGANÇA

EFEITO DO MOMENTO DE FOTOATIVAÇÃO DO ADESIVO NA

DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES DO CORPO DE PROVA POR

MICROCISALHAMENTO - ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS

NOVA FRIBURGO 2015

1

JANAINA BARBOSA DE SOUZA

SÂMELA DA SILVA BRAGANÇA

EFEITO DO MOMENTO DE FOTOATIVAÇÃO DO ADESIVO NA

DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES DO CORPO DE PROVA POR

MICROCISALHAMENTO - ANÁLISE POR ELEMENTOS FINITOS

Orientadora: Prof. Dra. ISIS ANDRÉA VENTURINI POLA POIATE

Coorientador: Prof. Dr. EDGARD POIATE JUNIOR

Nova Friburgo 2015

Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/ Campus de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Odontologia.

2

S719e Souza, Janaina Barbosa de.

Efeitos do momento de fotoativação do adesivo na distribuição de tensões do corpo

de prova por microcisalhamento: análise por elementos finitos. / Janaina Barbosa de

Souza ; Sâmela da Silva Bragança ; Profª. Drª Isis Andréa Venturini Pola Poiate,

orientadora ; Prof. Dr Edgard Poiate Junior, co-orientador. -- Nova Friburgo, RJ:

[s.n.], 2015.

41f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) –

Universidade Federal Fluminense, Campus Nova Friburgo, 2015.

1. Materiais dentários. 2. Sistema adesivo. 3. Cisalhamento. I. Bragança,

Sâmela da Silva. II. Poiate, Isis Andréa Venturini Pola, Orientadora. III. Poiate Junior,

Edgard, Co-orientador. IV. Título

CDD M617.695

2

JANAINA BARBOSA DE SOUZA

SÂMELA DA SILVA BRAGANÇA

EFEITO DO MOMENTO DE FOTOATIVAÇÃO DO ADESIVO NA DISTRIBUIÇÃO

DE TENSÕES DO CORPO DE PROVA POR MICROCISALHAMENTO - ANÁLISE

POR ELEMENTOS FINITOS

Aprovada em: _______/______/_______

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. __________________________________________________________________

Instituição: ______________________________Assinatura:_________________________

Prof. Dr. __________________________________________________________________

Instituição: ______________________________Assinatura:_________________________

Prof. Dr. __________________________________________________________________

Instituição:______________________________Assinatura:__________________________

Nova Friburgo 2015

Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/ Campus de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de graduação em Odontologia.

3

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso

acontecesse, ао longo dе nossas vidas, е nãо somente nestes anos como

universitárias, mаs que еm todos оs momentos é o maior mestre qυе alguém pode

conhecer.

A esta universidade, qυе oportunizaram а janela qυе hoje vislumbramos υm

horizonte superior.

Agradecemos а todos оs professores pоr nos proporcionarem о

conhecimento, nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade, dа

educação nо processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а nós,

nãо somente pоr terem nos ensinado, mаs por terem nos feito aprender. А palavra

mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais, sеm nominar, terão

nossos eternos agradecimentos.

Agradecemos especialmente a nossa orientadora Isis Andréa Venturini Pola

Poiate, pelo suporte, carinho e dedicação conosco e com o trabalho.

Aos nossos pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional e a todos qυе

direta оυ indiretamente fizeram parte dа nossa formação, о nosso muito obrigada.

4

RESUMO

Nos estudos que avaliam a resistência de união (RU) entre sistema adesivo e substrato dental, por microcisalhamento, a área considerada nos cálculos é aquela correspondente ao diâmetro interno da cânula. Mas, será que o adesivo que fica na posição correspondente a parede dessa cânula pode afetar a distribuição de tensões do corpo de prova e, consequentemente, influir no valor de RU? Objetivo: Avaliar a distribuição de tensões do material adesivo/substrato dentinário por microcisalhamento variando o momento de fotoativação do adesivo, antes ou após o posicionamento das cânulas sobre o substrato dentinário. Material e Método: Dois modelos tridimensionais foram confeccionados para análise das tensões principais máximas (softwares MSC.Patran e MSC.Nastran2005) simulando as condições de contorno de ensaio de microcisalhamento, com ou sem a camada de adesivo correspondente a parede da cânula. No esmalte planificado de segundo pré-molar superior foi simulado a aplicação do adesivo, posicionamento de uma cânula de diâmetro interno de 0,75mm (externo de 2,29mm) e altura 0,4mm e inserção de resina composta. Resultados: Considerando os diâmetros externo e interno da cânula como área aderida, a tensão máxima na dentina foi de 121 MPa e 213 MPa, respectivamente. O modelo com menor área aderida apresentou tensão máxima na superfície dos corpos de prova maior que a média da tensão atuante. Conclusão: Com base nas condições do estudo, a área aderida afeta a distribuição de tensões e pode influir nos cálculos de RU, devido a melhor dissipação das tensões atuantes numa área aderida maior, minimizando assim, a concentração de tensões próximas da interface esmalte-adesivo-resina. Palavras chave: Adesivo. Resistência de união. Cisalhamento. Método dos

elementos finitos.

5

ABSTRACT

In studies evaluating the bond strength (BS) between adhesive system and dental substrate by microshear, the area considered in the calculations is that corresponding to the internal diameter of the cannula. But is that the adhesive is in the position corresponding to the wall of this tube can affect the distribution of specimen strains and consequently influence the value of the BS? Objective: To evaluate the stress distribution of the adhesive / dentin microshear by varying the adhesive curing cycle time, before or after the placement of the cannula on the dentin. Methods: Two three-dimensional models were prepared to analysis of the main maximum stresses (MSC.Patran software and MSC.Nastran2005) simulating the microshear test boundary conditions, with or without a corresponding adhesive layer the wall of the cannula. Enamel planned second upper premolar was simulated application of the adhesive, placement of a cannula inner diameter of 0.75 mm (external 2,29mm) and height 0.4 mm and insertion composite. Results: Of the outer and inner diameters of the cannula as the adhesion area, the maximum tension in the dentin were 121 MPa and 213 MPa, respectively. The model with smaller area adhered presented maximum stress on the surface of the specimen higher than the average of active tension. Conclusion: Based on the study conditions, the adhesion area affects the distribution of stresses and can influence the calculation RU because of better dissipation of stresses acting in a larger adhesion area, thereby minimizing the stress concentration near the enamel-adhesive-resin interface. Key Words: Adhesive. Bond strength. Shear. Finite element method.

6

LISTA DE ABREVIATURAS

- Coeficiente de Poisson

CP - Corpos de prova

E - Módulo de Elasticidade

MIC - Microcisalhamento

MIT - Microtração

mm - Milímetro

RU - Resistência de união

TMC - Tensões Máximas de Cisalhamento

TPM - Tensões Principais Máximas

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Delineamento da simulação da AEF........................................... 17

Tabela 2 Características das malhas obtidas para os modelos

gerados.......................................................................................

22

Tabela 3 Propriedades mecânicas dos materiais e estruturas

anatômicas..................................................................................

23

Tabela 4 Valor médio e desvio padrão (MPa) da RU para aplicação da

força nos modelos gerados.........................................................

23

Tabela 5 Valores de resistência à tração e à compressão (Mpa) das

estruturas dentárias e referência.................................................

24

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Geração de pontos, curvas e superfícies dos modelos.... 18

Figura 2 Obtenção de superfície plana em esmalte nos modelos.. 19

Figura 3 Geração de malha superficial de elementos finitos para

todas as estruturas em modelos FAPZ2..........................

19

Figura 4 Geração de malha superficial de elementos finitos para

todas as estruturas em modelos FANZ2..........................

20

Figura 5 Geração de malha volumétrica de elementos finitos

para todas as estruturas em modelos FAPZ2.................

20

Figura 6 Geração de malha volumétrica de elementos finitos

para todas as estruturas em modelos FANZ2..................

21

Figura 7 Tensões principais máximas em modelos FANZ2 e

FAPZ2..............................................................................

28

Figura 8 Tensões principais máximas na superfície de esmalte

em modelos FANZ2 e FAPZ2..........................................

29

Figura 9 Tensões Principais Máximas e Tensões Máximas de

Cisalhamento na interface esmalte-adesivo em modelos

FANZ2 e FAPZ2..............................................................

30

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 12

2.1 Análise da resistência de união (RU) .................................................................. 12

2.2 Ensaio de microcisalhamento (MIC) .................................................................... 14

3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 17

4 RESULTADOS .............................................................................................. 26

DISCUSSÃO ............................................................................................................ 32

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 34

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 35

10

1 INTRODUÇÃO

Para que os materiais restauradores possam ser utilizados na clínica há

necessidade de avaliação do seu desempenho. Estudos clínicos longitudinais são

complexos e demorados. Desta forma, estudos laboratoriais são utilizados como

uma ferramenta para predizer esse comportamento.

Diferentes ensaios laboratoriais podem ser utilizados para observar o

desempenho dos materiais (RETIEF, 1991). Atualmente os mais utilizados são os

testes de resistência de união (RU), entre eles, os testes de tração, cisalhamento,

microtração (MIT) e microcisalhamento (MIC).

Entretanto, devido à ausência de padronização e à variabilidade nas

metodologias empregadas pelos pesquisadores torna-se difícil a comparação entre

os diferentes valores obtidos e reportados na literatura (SIRISHA et al., 2014).

Muitos fatores podem influenciar nos resultados dos ensaios, dentre eles o

tipo de substrato utilizado, a metodologia empregada, a localização da área a ser

testada, o preparo da superfície e a extensão da aplicação do sistema adesivo

(DICKENS E MILOS, 2002).

Quanto ao ensaio MIC, podem-se inferir diversas variáveis tais como, área

real de adesão (HARA et al., 1999), fotoativação do sistema adesivo antes ou após o

posicionamento da cânula (MC DONOUGH et al., 2002; SADR et al., 2007;

SHIMADA et al., 2002; WANG, SHIMADA e TAGAMI, 2004), remoção ou

permanência da cânula durante o teste, modo e momento (antes ou após

armazenagem) para remoção da cânula (HANNIG et al., 2002; MC DONOUGH et

al., 2002; SADR et al., 2007; SHIMADA et al., 2002; WANG, SHIMADA e TAGAMI,

2004), tempo de armazenagem (MOURA et al., 2007), tipo de resina empregada

para obtenção dos corpos de prova (CP), presença de carga no sistema adesivo,

ainda não estão totalmente elucidadas na literatura.

11

A interferência dessas variáveis parece ser confirmada em estudos já

realizados. Sadr et al., (2007) primeiro posicionaram a cânula para depois fotoativar

o material, enquanto, Shimada et al. (1999), foto ativaram o adesivo antes de

posicionar a cânula, mudança essa que pode refletir preocupação com a área real

de adesão considerada para o cálculo de RU. Além disso, Pivetta et al., (2006)

observaram que sistemas adesivos com alto teor de carga apresentaram valores de

RU em MIC inferiores aqueles obtidos com MIT e, também inferiores aos sistemas

sem carga. Os autores questionam se o módulo de elasticidade dos sistemas

adesivos não seria o responsável pelo resultado, porque ele afetaria a forma de

distribuição de tensões (PLÁCIDO et al.,2007).

Em 2007, Moura et al. verificaram que o aumento do tempo de

armazenagem dos CP (24 e 48h), facilitava a remoção da cânula, sem ocorrer perda

nos valores de RU. Supõe-se que após 48h a água tenha conseguido penetrar na

interface resina composta/parede da cânula, rompendo as ligações de Van der

Waals ali formadas. Foong et al. (2006), com o intuito de não inserir tensões na

interface durante a remoção da cânula, optaram por realizar o ensaio com a cânula

em posição.

Alguns estudos de MIC (MOURA et al., 2007; PIVETTA et al., 2006), assim

como o primeiro publicado por Shimada et al. (1999), reportam o uso de resina

composta de baixa viscosidade (flow). Outros autores, porém, têm empregado

preferencialmente resinas compostas híbridas nos testes de MIC (FOONG et al.,

2006; SADR et al., 2006; SHIMADA et al., 2002; WANG et al., 2004).

Desta forma é necessário investigar se diferentes metodologias podem

revelar resultados diferentes para um mesmo material, já que muitas vezes esses

estudos são utilizados como indicativos da qualidade e desempenho, influenciando

os cirurgiões dentistas na seleção de materiais utilizados na clínica diária.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de uma variação

metodológica durante o preparo dos CP para ensaio de MIC que poderia alterar os

valores de RU na dependência do momento de fotoativação do adesivo pela análise

de elementos finitos.

12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO (RU) Ensaios laboratoriais são comumente utilizados para avaliar a eficácia de

novos materiais restauradores assim como para predizer sua performance clínica

(RETIEF, 1991).

Atualmente os mais utilizados são os testes de resistência de união,

denominados resistência nominal ou resistência média. Esse valor é calculado pela

divisão da carga necessária para promover a fratura da adesão entre o substrato

dental e o material restaurador e a área da secção transversal da interface adesiva

(TANTBIROJN et al., 2000; VAN NOORT et al., 1989). Como a força de fratura é

dada por unidade de área, a dimensão desta área é de extrema importância

(PASHLEY et al., 1999).

Os métodos mais utilizados para análise da resistência de união dos

materiais restauradores ao esmalte e à dentina envolvem ensaios de tração e

cisalhamento. Os ensaios de microtração e microcisalhamento foram propostos com

o objetivo de reduzir a ocorrência de falhas internas durante o preparo de copos de

prova, tendo em vista que menores áreas de adesão poderiam conter menos

defeitos e apresentarem distribuição de tensões mais uniforme durante o ensaio (EL

ZOHAIRY et al., 2004; PASHLEY et al., 1999; PLACIDO et al., 2007; SANO et

al.,1994; SHIMADA, KIKUSHIMA e TAGAMI, 2002; SHIMAOKA, ANDRADE e

CARVALHO, 2007).

Entretanto, devido às variações nas metodologias, torna-se difícil a

comparação entre os resultados (CALIL et al., 2012).

13

Segundo Andrade et al. (2010), ainda não há concordância na comunidade

científica quanto à interpretação destes ensaios, sendo necessário identificar

importantes parâmetros do ensaio. Dados metodológicos detalhados de tais

parâmetros precisam ser definidos para que as interpretações, críticas e

considerações significativas possam ser feitas.

Essa ausência de padronização metodológica destes ensaios é, sem dúvida,

a principal dificuldade encontrada pelos pesquisadores ao correlacionar seus

resultados com os presentes na literatura (ANDRADE et al., 2010; CALIL et al.,

2012).

Em 1991, a International Organization for Stardization desenvolveu uma

norma específica para os ensaios de resistência de união à estrutura dental com o

objetivo de padronizá-los (ISO, 1991). Neste documento estão descritos o ensaio de

microinfiltração e de RU, entre eles, ensaio de tração e de cisalhamento.

Além do delineamento do ensaio mecânico (OILO, 1993) propriamente dito

descrito nesta norma, o preparo das amostras, a armazenagem dos CP, tratamento

estatístico dos resultados, o nível de experiência do operador e até mesmo a

correlação de resultados entre laboratórios devem ser considerados e padronizados

(WATANABE et al., 1999; ANDRADE et al., 2010).

Além do valor obtido para análise de RU, também é avaliado o modo de

fratura dos CP, sendo que ambos dependem principalmente de fatores

experimentais como: propriedades mecânicas de material restaurador empregado

(VAN NOORT et al., 1989), a geometria e o tamanho do CP (ARMSTRONG et al.,

2010; Sano et al., 2001), as dimensões da área aderida (ANDRADE et al., 2010), o

tipo de carregamento (ARMSTRONG et al., 2010; SINHORETTI et al., 2001), as

falhas existentes no interior ou entre os materiais e o tamanho da amostra

(ARMSTRONG et al.,2010).

Retief (1991) destaca outros fatores além dos citados, que podem exercer

influência marcante sobre os valores de RU, como o tipo e face do dente utilizada,

tempo de armazenagem, meio de imersão e o preparo da superfície.

Poitevin et al. (2008) afirmam que a espessura de dentina remanescente no

CP também pode influenciar sobre os valores de RU.

14

2.2 ENSAIO DE MICROCISALHAMENTO (MIC)

O MIC apresenta muitas vantagens para análise de RU, especialmente em

esmalte, quando comparado ao MIT (FOONG et al.,2006), tais como: facilidade de

preparo dos CP, área de adesão delimitada pelo uso de um tubo de diâmetro

conhecido (FOONG et al., 2006), tensões geradas mais próximas da realidade

clínica (CARDOSO, BRAGA e CARRILHO, 1998), redução da ocorrência de fraturas

coesivas em esmalte, devido à fragilidade inerente ao substrato, que não absorveria

parte das tensões geradas durante a obtenção dos CP para MIT, quando do

seccionamento nos eixos “x“ e “y” (ANDRADE et al., 2010).

Entretanto, apesar do grande número de estudos que avaliaram a influência

de parâmetros do ensaio de MIT nos valores de RU (EL ZOHAIRY et al., 2004;

POITEVIN et al., 2008; REIS et al., 2004; REIS et al., 2004; SADEK et al., 2005;

SHIMAOKA, ANDRADE e CARVALHO, 2007; LA MACORRA e PÉREZ-HIGUERAS,

2014), para o teste de MIC poucos estudos avaliaram a influência de variáveis

metodológicas sobre a RU (SHIMADA et al.,1999; SHIMADA et al., 2002; FOONG et

al., 2006; PLÁCIDO et al., 2007; ANDRADE et al., 2010; CALIL et al., 2012). Os

estudos de MIC que foram realizados, o foram principalmente pela simplicidade na

técnica (MC DONOUGH et al., 2002).

Andrade et al. (2010) avaliaram o efeito de diferentes resinas compostas e

sistemas adesivos sobre os valores médios da resistência de união, em esmalte,

através dos ensaios de MIT e MIC e verificaram correlação positiva entre os testes.

A metodologia do ensaio de MIC foi introduzida em 2002 por Shimada,

Kikushima e Tagami. A metodologia proposta consiste na adesão de cilindros de

material restaurador com dimensões de 0,8 mm de diâmetro por 0,5 mm de altura

sobre a superfície dentária a ser testada. Um fio metálico com 0,2 mm de diâmetro é

acoplado à célula de carga da máquina e justaposto ao corpo de prova, aplicando

uma força de afastamento a velocidade de 1 mm/min até o momento da fratura. A

carga aplicada tem contato íntimo com a interface a ser estudada, sugerindo a

ocorrência de menor número de falhas coesivas.

Poucas modificações na metodologia do ensaio de MIC foram descritas por

Andrade et al. (2010) que consiste na obtenção de uma superfície plana de

15

substrato dental, a qual recebe um tratamento adesivo. O adesivo é fotoativado e

tubos de polietileno com aproximadamente 0,7mm de diâmetro interno e 0,4mm de

altura, são posicionados sobre o substrato dental e preenchidos com uma resina de

baixa viscosidade, que é, em seguida, fotoativada. Em seguida, os tubos de

polietileno são removidos e os CP armazenados a 37ºC por 24h. Para a realização

do teste mecânico é muito importante que o CP fique posicionado de forma alinhada

em relação à célula de carga. Pode ser utilizado fio para amarrilho ortodôntico, de

aproximadamente 0,20mm de espessura, que é passado ao redor do CP, o mais

próximo possível da interface adesiva.

No entanto, Foong et al. (2006) descrevem outra metodologia para

desenvolver o ensaio de MIC, utilizando como dispositivo para aplicar a força no CP

uma lâmina no lugar do fio ortodôntico.

Foong et al. (2006) compararam a RU de quatro sistemas adesivos

aplicados em esmalte, por meio de ambos os métodos, fio ortodôntico e lâmina, e

concluíram que os resultados do ensaio de RU por MIC podem ser

significativamente afetados pelo dispositivo utilizado para aplicar a força no CP.

Especificamente nos estudos de MIC que utilizaram tubos de polietileno para

obtenção dos CP, observa-se uma discrepância na literatura no que diz respeito ao

momento de fotoativação do sistema adesivo, se antes ou após o posicionamento

desses tubos no substrato dental (SHIMADA et al.,1999; WANG, SHIMADA e

TAGAMI, 2004; ISHIKAWA et al., 2007).

Wang, Shimada e Tagami (2004) descrevem a fotoativação do sistema

adesivo aplicado sobre a superfície de esmalte antes dos tubos de polietileno serem

posicionados e encontram o valor de RU para o sistema adesivo Clearfil SE em

torno de 37,9 MPa.

Enquanto Shimada et al. (2002) fotoativaram o mesmo sistema adesivo após

o posicionamento dos tubos de polietileno sobre o esmalte e encontram os valores

de RU em torno de 42,9 MPa.

Ishikawa et al. (2007) fotoativaram o mesmo sistema adesivo após o

posicionamento dos tubos de polietileno sobre o esmalte e encontram os valores de

RU em torno de 47,6 MPa.

16

Já em 1991, Van Noort et al. (1991) ao estudarem o efeito da delimitação da

área adesiva concluíram que a extensão do adesivo além da interface adesiva

resultaria em valores artificiais de resistência adesiva.

Esta variação metodológica do ensaio de MIC pode ser a provável

responsável pelos diferentes resultados de valores de RU encontrada para um

mesmo material entre diferentes estudos.

Ao estudar a delimitação da área adesiva para o teste de microcisalhamento,

Shimaoka, Andrade e Carvalho (2007) encontraram diferença estatisticamente

significante entre os grupos experimentais, sendo que o grupo experimental em que

a delimitação da área adesiva foi realizada apresentou menores valores de

resistência adesiva quando comparado aos valores de seu respectivo grupo controle

(sem delimitação da área adesiva). Concluíram que a delimitação da área adesiva

no ensaio de microcisalhamento alterou os resultados de resistência adesiva

obtidos.

Diversos são os fatores que podem afetar os resultados dos testes, entre

eles estão a variabilidade dos operadores. Adebayo, Burrow e Tyas (2008)

observaram um aumento gradual nas médias e um decréscimo no desvio padrão e

coeficiente de variação conforme o operador se tornava mais experiente, mostrando

a importância da familiaridade do operador com os materiais e métodos a serem

utilizados.

Pode-se verificar por meio desta breve análise da literatura que o ensaio de

MIC ainda possui várias etapas durante o preparo dos CP que precisam ser

definidas. Considerando o conjunto dessas observações, é importante estudar um

pouco mais a fundo alguns desses fatores, no esmalte, primeiramente.

Há clara necessidade de uma nova tecnologia para a avaliação de interface

e o presente trabalho demonstrou o papel vital da modelação numérica na

interpretação de tais procedimentos experimentais.

17

3 MATERIAL E MÉTODOS

Foram construídos dois modelos numéricos 3D de um dente segundo pré-

molar superior ensaiados através do AEF no programa MSCPatran 2011

(MSCBrasil, São Paulo, Brasil).

O delineamento da pesquisa, apresentado na Tabela 1, mostra as quatro

simulações reunidas, no qual foram empregados dois momentos de fotoativação

(antes e depois da colocação da cânula) do adesivo.

Tabela 1 – Delineamento da simulação da AEF

Modelo Características Diferenciais

FANZ2 Fotoativação do adesivo antes de colocação de cânula;

Resina composta FiltekZ250

FAPZ2 Fotoativação do adesivo após colocação de cânula;

Resina composta Filtek Z250

O modelo básico tridimensional (3D) de um segundo pré-molar superior foi

gerado a partir das dimensões médias obtidas na literatura, confeccionado com

comprimento total de 21,4 mm, comprimento radicular de 14,1 mm, largura mésio-

distal de 5,0 mm e largura vestíbulo-lingual de 8,5 mm no colo da raiz (CANTISANO,

PALHARES e SANTOS, 1987). Para a geometria da raiz, as dimensões médias da

dentina radicular foram baseadas em quatro cortes horizontais realizados ao longo

do eixo principal da raiz a partir da junção cemento-esmalte com intervalo de 3,5 mm

(SHILLINBURG e GRACE, 1973). As dimensões da polpa radicular foram obtidas

por interpolação por meio do diâmetro médio do forame apical (GREEN e

BROOKLYN,1960) e os valores para a região cervical foram baseados em

18

Shillinburg e Grace (1973). A espessura de esmalte e dentina coronária seguiram os

dados mencionados por Shillinburg e Grace (1973) e por meio de cortes de intervalo

de 1 mm conforme Cantisano, Palhares e Santos (1987).

A altura da cúspide vestibular foi considerada maior que a cúspide lingual

em 0,9 mm, correspondendo aos segundos pré-molares superiores (SHILLINBURG,

KAPLAN e GRACE, 1972). Os dados para a câmara pulpar foram baseados na

altura da coroa (CANTISANO; PALHARES; SANTOS, 1987) e na espessura vertical

de dentina e de esmalte a partir da câmara (SHILLINBURG e GRACE, 1973) e na

espessura de dentina e esmalte em um corte vestíbulo-lingual (UETI, TODESCAN e

GIL, 1997).

Com as medidas das espessuras em cada uma das estruturas (polpa,

dentina, esmalte) em cada face (mesial, distal, lingual, vestibular) gerou-se um

sistema de coordenadas com a origem no ápice da polpa e todos os valores de

espessuras das estruturas foram transformados em coordenadas (pontos).

Após a geração dos pontos,foram geradas as malhas superficiais com

elementos triangulares de topologia plana linear Tri3, ou seja, uma face contendo

três arestas, com um nó em cada uma das extremidades das arestas. Foram

utilizados elementos de arestas de tamanho de 0,05mm, em regiões de grande

curvatura, de pequeno tamanho ou transição entre estruturas, até arestas de

0,30mm, em áreas de pequena curvatura, de grande tamanho ou distante de

transição entre estruturas (Figura 1).

Figura 1 - Geração de pontos, curvas e superfícies dos modelos Fonte: Ausiello; Apicella e Davidson, 2002; Ausiello; Rengo e Davidson, 2004

19

A partir das superfícies das estruturas (polpa, dentina e esmalte)

confeccionadas, obteve-se a superfície plana em esmalte (Figura 2).

Figura 2 – Obtenção de superfície plana em esmalte nos modelos Fonte: Ausiello; Apicella e Davidson, 2002; Ausiello; Rengo e Davidson, 2004

A seguir, foi gerada a configuração do CP com materiais restauradores

distintos, camada adesiva e resina composta, com simulação de dois diferentes

momentos de fotoativação do sistema adesivo (antes e após a colocação de cânula).

O objetivo foi representar o ensaio de microcisalhamento, na qual um fio ortodôntico

é utilizado para aplicar a carga (Figuras 3 e 4).

Figura 3 - Geração de malha superficial de elementos finitos para todas as estruturas em modelos FAPZ2

Fonte: Ausiello; Apicella e Davidson, 2002; Ausiello; Rengo e Davidson, 2004

Diâmetro interno da cânula: 0,75mm

20

Figura 4 - Geração de malha superficial de elementos finitos para todas as estruturas em modelos

FANZ2 Fonte: Ausiello; Apicella e Davidson, 2002; Ausiello; Rengo e Davidson, 2004

A camada de adesivo foi modeladacom espessura de 10 μm (AUSIELLO,

APICELLA e DAVIDSON, 2002; AUSIELLO, RENGO e DAVIDSON, 2004).

Depois, procedeu-se a geração da malha volumétrica com elementos

tetraédricos de topologia Tet4, ou seja, elemento piramidal de 4 faces contendo 6

arestas, com um nó em cada uma das extremidades das arestas (Figuras 5 e 6).

Figura 5 - Geração de malha volumétrica de elementos finitos para todas as estruturas em modelos FAPZ2

Fonte: Ausiello; Apicella e Davidson, 2002; Ausiello; Rengo e Davidson, 2004

Diâmetro externo da cânula = 2.29mm

21

Figura 6 - Geração de malha volumétrica de elementos finitos para todas as estruturas em modelos FANZ2

Fonte: Ausiello; Apicella e Davidson, 2002; Ausiello; Rengo e Davidson, 2004

Foram utilizados elementos tetraédricos de topologia Tet4 de arestas de

tamanho de 0,005mm, para o adesivo e 0,01mm em regiões de grande curvatura, de

pequeno tamanho ou transição entre estruturas. Este foi o procedimento adotado

para uma perfeita discretização das estruturas.

Na criação das malhas volumétricas foi necessário primeiramente proceder a

geração da estrutura de menor dimensão ou mais interna para a de maior dimensão

ou mais externa, respectivamente, ou seja, neste caso a malha volumétrica foi criada

inicialmente no adesivo e a partir dele, a sequência adotada foi para as

extremidades, este procedimento garante a perfeita congruência da AEF.

O grau de discretização dos modelos foi estabelecido a partir de estudos de

convergência dos resultados, da capacidade do computador utilizado nas análises e

de testes checar a validade do modelo. Estes testes incluíram a verificação de

elementos distorcidos, elementos duplicados, conectividade nodal e contornos do

modelo (POIATE et al., 2005; POIATE et al., 2006).A discretização acima detalhada

correspondeu à melhor relação custo-benefício suportada por um computador Dell

XPS 14z (Dell, Amazonas, Brazil), com processador Intel Core i5 de 2.53 GHz, disco

rígido de 500 Gb e 8 Gb de memória RAM.

A malha obtida pela discretização dos diferentes modelos elaborados

apresentou os dados presentes na Tabela 2.

22

Tabela 2 – Características das malhas obtidas para os modelos gerados

Código Características

diferenciais Número de

nós Número de elementos

FANZ2 Com flash adesivo

Sem flash adesivo

193.034 1.226.486

FAPZ2 189.438 1.200.778

Assim como em todo tipo de análise numérica, certas hipóteses precisam

ser admitidas, para a viabilização do processo de modelagem e da solução do

problema. Ressalta-se que as ferramentas numéricas disponíveis para análise de

tensões são muito mais avançadas do que o conhecimento das propriedades

mecânicas das estruturas dentárias. Devido a natureza desconhecida ou complexa

das mesmas, seria inviabilizado o desenvolvimento e a solução do problema

proposto, caso não fosse a adoção de algumas hipóteses simplificadoras. A

natureza heterogênea da estrutura dental e dos tecidos de suporte dificultaria a

análise da resposta estrutural dos componentes na modelagem. Para tanto, todas as

estruturas constantes no modelo assumiram um comportamento isotrópico

(propriedades mecânicas não variam de acordo com a direção), exceto para o

esmalte em alguns modelos, homogêneo (propriedades são constantes

independente do local) e linearmente elástico (deformações são diretamente

proporcionais à força aplicada), caracterizado por dois constantes materiais, Módulo

de Elasticidade (E) e Coeficiente de Poisson (), tendo interfaces entre as estruturas

assumidas como perfeitamente unidas (POIATE et al., 2005 e POIATE, 2006).

Os valores utilizados são apresentados na Tabela 3. As interfaces entre a

estruturas foram representadas como perfeitamente unidas.

23

Tabela 3 - Propriedades mecânicas dos materiais e estruturas anatômicas

Material

Módulo de

Elasticidade

(GPa)

Coeficiente de

Poisson Referência

Polpa 0,02 0,45 Farah e Craig (1974)

Dentina 18,6 0,31 Ko et al. (1992)

Esmalte 41,0 0,30 Ko et al. (1992)

Adesivo genérico 4,0 0,35 Ausielo et al. (2004)

Resina Z250 11,0 0.31 Fabricante

Finalmente, as condições de contorno ou fixação do modelo foram também

confeccionadas. As condições de contorno, também denominadas de fixação ou

vínculo, são aquelas determinadas para as bordas ou extremidades das estruturas

modeladas, de modo que este apresente algum suporte no espaço, com restrição de

deslocamento e ou rotação, para permitir a análise sob as cargas aplicadas (Bathe,

1996). Para simulação, foram utilizadas as mesmas condições de contorno

encontradas no ensaio experimental realizado por Andrade et al. (2010).

Foram aplicadas as condições de carregamento apresentadas por Andrade

et al. (2010), no qual os valores médios de RU (MPa) apresentados (adesivo

Futurabond NR) para cada situação simulada corresponderam às cargas aplicadas

em 2 modelos 3D para análise das tensões principais máximas (Tabela 4).

Tabela 4 – Valor médio e desvio padrão (MPa) da RU para aplicação da força nos

modelos gerados

Resina Composta Média Desvio Padrão

Z250 27,0 5,1

Considerando as condições de carregamento, a análise pode ser estática ou

dinâmica. Neste trabalho, o carregamento aplicado foi estático, adequado para a

simulação de condições ensaiadas (taxa de 1mm/min).

A carga total foi dividida igualmente pelo número de nós existentes nas

regiões de aplicação.

24

Nesse trabalho, o programa MSC/PATRAN 2011 (MSCBrasil, São Paulo,

Brasil), foi utilizado no pré e pós processamento para visualização e avaliação dos

resultados, enquanto que o processamento foi realizado no programa

MSC/NASTRAN 2011 (MSCBrasil, São Paulo, Brasil).

A análise dos resultados foi realizada pela avaliação da distribuição de

Tensões Principais Máximas (TPM), e de Tensões Máximas de Cisalhamento (TMC)

atuantes nos modelos analisados.

Os valores dos picos de tensão principal máxima ocorridos no esmalte e

dentina foram comparados com valores de resistência à tração e à compressão

destes materiais, para avaliar se as cargas seriam potencialmente lesivas às

estruturas estudadas. A Tabela 5 ilustra as resistências à tração e à compressão das

estruturas que foram avaliadas.

Tabela 5 – Valores de resistência à tração e à compressão (Mpa) das estruturas

dentárias e referência

Estrutura

Anatômica

Resistência à

tensão de

tração (MPa)

Resistência à

tensão de

compressão

(MPa)

Resistência ao

cisalhamento

(MPa)

Referência

Dentina 103 / 105,5 282 / 297 138

Tanaka et al

2003 / O’Brien,

1997

Esmalte 16,7 / 10,3 321 / 384 90,2

Tanaka et al

2003 / O’Brien,

1997

Foi avaliada comparativamente a distribuição de tensões nas figuras que

representam tensões agrupadas por faixas. A escala de tensões (que aparecem com

diferentes cores nas figuras) não possui intervalos iguais, em função das tensões

atuantes em cada grupo de modelos (diferentes tipos de carregamentos). Desta

25

forma, uma única escala foi definida para todos os modelos, com o objetivo de

facilitar a comparação.

Avaliou-se ainda a tensão dos nós da intersecção da interface adesivo-

esmalte e adesivo resina. Estes valores foram lançados em gráficos de tensão em

função da distância a determinados nós arbitrários. Para padronizar o eixo da

distância utilizou-se a relação “distância entre a origem escolhida e o nó

correspondente, dividida pelo comprimento total da região avaliada”.

26

4 RESULTADOS

Atualmente, com o avanço na RU dos sistemas adesivos ao esmalte e

dentina, ensaios micromecânicos precisam ser aperfeiçoados, pois cada

metodologia de ensaio tem vantagens e limitações.

Com os avanços e melhorias tanto na técnica adesiva quanto nos produtos

comercializados, os valores de RU aumentaram o suficiente para causar fraturas

coesivas no substrato. A presença dessas fraturas impossibilitaria a obtenção de

resultados confiáveis, já que não detectavam os valores reais de RU para os

produtos testados, limitando as inovações inseridas nas fórmulas dos sistemas

adesivos (PASHLEY et al., 1995).

Pode-se verificar que cada centro de pesquisa utiliza diferentes parâmetros

metodológicos para o desenvolvimento de ensaios de MIC. Esta variabilidade

dificulta a comparação e reprodução de resultados podendo ainda interferir nos

valores de RU obtidos (FOWLER et al., 1992; MARSHALL JR, 1993; VERSILUIS,

TANTBIROJN e DOUGLAS, 1997; WATANABE e NAKABAYASHI, 1994).

E uma das diversas variáveis é a área real de adesão. A área considerada

nos cálculos é aquela correspondente ao diâmetro interno da cânula. Poderia o

adesivo que fica sob a parede da cânula utilizada para confecção do CP influir nos

valores de RU por afetar a distribuição de tensões?

Vários estudos (MC DONOUGH et al., 2002; SADR et al., 2007; SHIMADA

et al., 2002; WANG, SHIMADA e TAGAMI, 2004; ANDRADE et al., 2010) confirmam

que o momento de fotoativação do adesivo pode aumentar a área real de adesão e

interferir nos valores de RU encontrados.

O objetivo deste trabalho foi avaliar se a camada de adesivo existente sob a

parede da cânula, utilizada no microcisalhamento, influencia os valores de RU com o

emprego da análise por elementos finitos (AEF). Para isso, o ensaio de

27

microcisalhamento foi realizado e o valor da força média de ruptura foi aplicado nos

modelos de elementos finitos (com e sem camada de adesivo sob a parede da

cânula).

Os modelos FANZ2 e FAPZ2 simularam a confecção de CP por meio da

aplicação de adesivo e a resina Filtek Z250 por meio de uma cânula de diâmetro

interno de 0,75mm (diâmetro externo: 2,29) e altura 0,4mm. O valor médio de RU

(27±5,1 MPa) dividido pela área aderida 0,44mm2 foi usado para analisar a

distribuição de tensões principais, que consideraram ou não a camada de adesivo

existente sob a parede da cânula de espessura de 1,54mm.

Os resultados apresentados pelos modelos FANZ2 e FAPZ2 (Figura 7)

demonstram que valor de RU (tensão média de 27,0±5,1 MPa) obtida pelo ensaio de

MIC foi é 4,5 vezes menor comparado ao modelo com maior área adesiva (com

Flash) e oito vezes menor comparado ao modelo com menor área adesiva (sem

flash) que o valor real da tensão de falha (tensão máxima) obtida pela AEF, devido à

concentração de tensões próximas da interface esmalte-adesivo-resina, resultante

do tipo de ensaio.

Ou seja, a tensão calculada simplesmente pela divisão da carga de ruptura

pela área da seção transversal é inferior ao valor real da tensão de falha (de 8 a 5

vezes, sem e com flash), devido a concentração de tensões próximas a região de

interface esmalte-adesivo-resina.

A fotoativação do adesivo antes do posicionamento da cânula para

confecção dos CP cria um efeito positivo na redução da concentração de tensões na

interface adesivo-esmalte e ajuda a manter a integridade do selamento do adesivo

no esmalte (Figura 7).

Podemos verificar observando a Figura 8, considerando as TPM nos pontos

0 e 1 (ponto mais próximo ao fio), que a tensão máxima foi de 150 a 200 MPa no

modelo com menor área adesiva (FAPZ2) e de 100 a 50 MPa no modelo com maior

área de adesivo (FANZ2), resultados estes devido a melhor distribuição e a redução

das tensões atuantes numa área aderida maior.

Entretanto, ainda na Figura 7, pode-se verificar tensões compressivas no

lado oposto ao fio (-25 MPa), não foram diferentes entre os dois modelos (FANZ2 e

FAPZ2), que pode ser justificada pela dissipação das tensões na interface (tensão

28

decresce rapidamente em todas as direções a partir da área de aplicação do

carregamento). O mesmo padrão de distribuição é visto na Figura 8 com TMC.

Figura 7 – Tensões principais máximas em modelos FANZ2 e FAPZ2 Fonte: Tanaka et al. (2003)

Para evitar a ocorrência de fraturas coesivas no substrato durante os

ensaios mecânicos que aferem os valores de RU, é necessário promover uma

distribuição mais uniforme das tensões produzidas pela carga gerada pelo ensaio

(VERLUIS e TANTBIROJN e DOUGLAS, 1997).

Quanto ao padrão de distribuição de tensões durante o ensaio, pode-se

visualizar que o mesmo é altamente não uniforme ao longo da interface adesiva,

(Figura 7). Isto concorda com a observação de que essas tensões são sensíveis a

detalhes de geometria, forma de carregamento, módulo de elasticidade e dimensões

do material aderente (VAN NOORT et al., 1989).

Superfície Resina Vista no lado do Adesivo

Superfície do Adesivo Vista no lado do Esmalte

Corte no Adesivo e na Resina

Modelo FAPZ2 Modelo FANZ2

Diãmetro Externo (144MPa)

Diãmetro Interno

29

A concentração de tensões nas superfícies externas dos modelos ilustram

onde as falhas podem iniciar, ou seja, o mecanismo de fratura pode ocorrer na

região periférica da superfície aderida até o centro.

Uma intensificação das tensões pode ser notada, como esperado, devido ao

ponto de aplicação de carga, resultante da concentração de tensões nas áreas

localizadas próximo ao ponto de carregamento.

As tensões trativas presentes no esmalte nos modelos são superiores ao

limite de resistência à tração deste material, que varia entre 16,7 MPa segundo

Tanaka et al. (2003), sugerindo-se a possibilidade da ruptura ter ocorrido neste

material, desde que o limite de resistência do adesivo (em estudo) não tenha sido

atingido (Figura 8). Pode-se verificar que no modelo FAPZ2 foram atingidos 213

MPa, enquanto tensões trativas inferiores foram apresentadas no modelo FANZ2,

com pico de 121 MPa e menor área de tensões trativas.

Figura 8 – Tensões principais máximas na superfície de esmalte em modelos FANZ2 e FAPZ2 Fonte: Tanaka et al. (2003)

Observando os valores de tensões das imagens verificamos que o modelo

com maior área adesiva (FANZ2) apresenta menor área de atuação das tensões

Superfície do Esmate

Modelo FAPZ2 Modelo FANZ2

30

trativas e, assim como menor valor de tensões trativas, distribuindo melhor as

tensões do que os modelos de menor área aderida (FAPZ2), além de reduzirem as

tensões atuantes devido a área de adesivo ser maior (Figura 9).

O melhor resultado de distribuição de tensões foi obtido pelo FANZ2.

As tensões desenvolvidas no modelo FAPZ2 (sem flash) ficaram muito além

das necessárias para a ocorrência de ruptura do esmalte, o que permitiria afirmar

que a probabilidade da presença de defeitos é maior, assim como a concentrações

desiguais de tensões na interface dente/material restaurador.

A Figura 9 mostra a distribuição de tensões principais máximas e tensões

máximas de cisalhamento na interface esmalte-adesivo em modelos FANZ2 e

FAPZ2. Para facilitar a comparação dos resultados, o eixo das coordenadas x foi

ajustado para representar a posição relativa dos nós na interface (%), com origem

no ângulo reto superior formado pelas extremidades de esmalte/adesivo.

Figura 9 – Tensões Principais Máximas e Tensões Máximas de Cisalhamento na interface esmalte-adesivo em modelos FANZ2 e FAPZ2

Fonte: Tanaka et al. (2003)

Interface Esmalte-Adesivo

Modelo FAPZ2

(com Flash)

0

0.25

TPM – Tensão Principal Máxima

TMC – Tensão Máxima de Cisalhamento

0.75

0

0.25

0.50 0

.75

-50

0

50

100

150

200

250

0 0.25 0.5 0.75 1

Comprimento/Comprimento Total

Te

ns

ão

(M

Pa

)

TPM-

Diâmetro_Interno

TPM-

Diâmetro_Externo

TMC-

Diâmetro_Interno

TMC-

Diâmetro_Externo

Modelo FANZ2 (sem Flash)

31

Comparando-se os dois modelos, pode-se verificar que o modelo FAPZ2

(com flash) distribui melhor as tensões do que o modelo sem flash, além de

reduzirem as tensões atuantes devido a área de adesivo ser maior.

Nota-se que a distribuição de tensões foi semelhante entre os casos,

embora um pouco mais pronunciada em concentração de tensões no modelo FANZ2

(sem flash).

32

5 DISCUSSÃO

Atualmente, com o avanço na RU dos sistemas adesivos ao esmalte e

dentina, ensaios micromecânicos precisam ser aperfeiçoados, pois cada

metodologia de ensaio tem vantagens e limitações.

Com os avanços e melhorias tanto na técnica adesiva quanto nos produtos

comercializados, os valores de RU aumentaram o suficiente para causar fraturas

coesivas no substrato. A presença dessas fraturas impossibilitaria a obtenção de

resultados confiáveis, já que não detectavam os valores reais de RU para os

produtos testados, limitando as inovações inseridas nas fórmulas dos sistemas

adesivos (PASHLEY et al., 1995).

Pode-se verificar que cada centro de pesquisa utiliza diferentes parâmetros

metodológicos para o desenvolvimento de ensaios de MIC. Esta variabilidade

dificulta a comparação e reprodução de resultados podendo ainda interferir nos

valores de RU obtidos (FOWLER et al., 1992; MARSHALL JR, 1993; VERSILUIS,

TANTBIROJN e DOUGLAS, 1997; WATANABE e NAKABAYASHI, 1994).

E uma das diversas variáveis é a área real de adesão. A área considerada

nos cálculos é aquela correspondente ao diâmetro interno da cânula. Poderia o

adesivo que fica sob a parede da cânula utilizada para confecção do CP influir nos

valores de RU por afetar a distribuição de tensões?

Vários estudos (MC DONOUGH et al., 2002; SADR et al., 2007; SHIMADA

et al., 2002; WANG, SHIMADA e TAGAMI, 2004; ANDRADE et al., 2010) confirmam

que o momento de fotoativação do adesivo pode aumentar a área real de adesão e

interferir nos valores de RU encontrados.

O objetivo deste trabalho foi avaliar se a camada de adesivo existente sob a

parede da cânula, utilizada no microcisalhamento, influencia os valores de RU com o

33

emprego da análise por elementos finitos (AEF). Para isso, o ensaio de

microcisalhamento foi realizado e o valor da força média de ruptura foi aplicado nos

modelos de elementos finitos (com e sem camada de adesivo sob a parede da

cânula).

Com base na análise deste estudo, a concentração de tensão indica que a

tensão nominal subestima a tensão máxima a que o espécime resistiu na fratura,

uma vez que assume uma distribuição de tensões uniforme na interface que nunca é

conseguida nos arranjos experimentais estudados. Este fato já foi apontado e está

de acordo com vários estudos que podem ser encontrados na literatura

(TANTBIROJN et al., 2000; VAN NOORT et al., 1989; VERSLUIS et al., 1997).

Logo, a tensão nominal de ruptura poderia mudar com a variação do

momento de fotoativação do adesivo e não representar a verdadeira resistência

adesiva da interface.

Podemos concluir que o ensaio de MIC ainda possui várias etapas durante o

preparo dos CP que precisam ser definidas. Novos estudos devem ser realizados

para padronizar a metodologia e interpretação dos resultados em teste de

microcisalhamento.

34

6 CONCLUSÃO

Dadas as limitações do estudo, pode-se concluir que o momento de

fotoativação do adesivo influi significativamente na distribuição de tensões do corpo

de prova nos ensaios microcisalhamento e pode influir nos cálculos de resistência de

união, devido à melhor dissipação das tensões atuantes numa área aderida maior,

minimizando assim, a concentração de tensões próximas da interface esmalte-

adesivo-resina.

35

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