efeito do clima na agricultura

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REVISTA GESTÃO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIÇÃO ESPECIAL IV Fórum de Sustentabilidade EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 Diógenes Cecchin Silveira 1 Luiz Pedro Bonetti 2 Gabriela Pereira Rossler 3 Resumo: Ao aquecimento global, considerado decorrência do fenômeno popularmente conhecido como efeito estufa, têm sido atribuidas muitas das anomalias climáticas que ultimamente vêm afetando municípios, regiões, países e até continentes inteiros. Uma dessas anomalias do clima refere-se às recentes ondas de calor ocorridas no verão de 2013/2014, agora findando, registradas nas estações meteorológicas e no desconforto de pessoas, plantas e animais que habitam a região sul da América do Sul, onde estão situados o Estado do Rio Grande do Sul e, nele, o Município de Cruz Alta. Diante do exposto, este trabalho, na forma de artigo, tem por objetivo descrever e analisar a ocorrência de alguns desastres naturais, resultantes de fenômenos meteorológicos eventuais ou recorrentemente verificados e registrados no Estado e no Município, todos quase sempre capazes de afetar seu desenvolvimento socioeconômico. Os danos anuais causados por diferentes desastres meteorológicos sobre a agricultura são calculados, em termos globais ou mundiais, na ordem de mais 41 bilhões de dólares. Ao se efetuar uma análise sobre causas e efeitos dos fenômenos meteorológicos que incidem sobre a agricultura, tendo por base parte das informações bibliográficas, documentais e midiáticas consultadas para a elaboração deste artigo, tem-se que levar em consideração que esses fenômenos manifestam-se diferenciadamente quanto à quantização de danos e percentualidade de perdas que podem ocasionar aos cultivos agrícolas. Enquanto que os prejuízos causados por granizos, geadas e secas, por exemplo, podem ser avaliados por sintomas manifestos nas plantas (quebra e ruptura de partes de hastes e colmos, necrose foliar; congelamento de tecidos e de folhas, cobertura de gelo sobre plantas e solo; e murcha de folhas, redução de crescimento, etc.) e pela visualização da intensidade de ocorrência (tamanho e número de pedras de granizo, cobertura de gelo e aspecto de 1 Acadêmico do Curso de Agronomia da UNICRUZ 2 Docente do Curso de Agronomia da UNICRUZ 3 Acadêmica do Curso de Agronomia da UNICRUZ

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Ondas de calor e agricultura

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REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 Digenes Cecchin Silveira1 Luiz Pedro Bonetti2 Gabriela Pereira Rossler3 Resumo: Ao aquecimento global,considerado decorrncia do fenmenopopularmente conhecidocomoefeitoestufa,tmsidoatribuidasmuitasdasanomaliasclimticasque ultimamentevmafetandomunicpios,regies,paseseatcontinentesinteiros.Uma dessasanomaliasdoclimarefere-sesrecentesondasdecalorocorridasnoverode 2013/2014, agora findando, registradas nas estaes meteorolgicas e no desconforto de pessoas,plantaseanimaisquehabitamaregiosuldaAmricadoSul,ondeesto situados o Estado do Rio Grande do Sul e, nele, o Municpio de Cruz Alta. Diante do exposto,estetrabalho,naformadeartigo,temporobjetivodescrevereanalisara ocorrnciadealgunsdesastresnaturais,resultantesdefenmenosmeteorolgicos eventuais ou recorrentemente verificados e registrados no Estado e no Municpio, todos quase sempre capazes de afetar seu desenvolvimento socioeconmico. Os danos anuais causados por diferentes desastres meteorolgicos sobre a agricultura so calculados, em termos globais ou mundiais, na ordem de mais 41 bilhes de dlares. Ao se efetuar uma anlisesobrecausaseefeitosdosfenmenosmeteorolgicosqueincidemsobrea agricultura,tendoporbasepartedasinformaesbibliogrficas,documentaise miditicas consultadas para a elaborao deste artigo, tem-se que levar em considerao que esses fenmenos manifestam-se diferenciadamente quanto quantizao de danos e percentualidade de perdas que podem ocasionar aos cultivos agrcolas. Enquanto que os prejuzos causados por granizos, geadas e secas, por exemplo, podem ser avaliados por sintomas manifestos nas plantas (quebra e ruptura de partes de hastes e colmos, necrose foliar;congelamentodetecidosedefolhas,coberturadegelosobreplantasesolo;e murchadefolhas,reduodecrescimento,etc.)epelavisualizaodaintensidadede ocorrncia(tamanhoenmerodepedrasdegranizo,coberturadegeloeaspectode 1 Acadmico do Curso de Agronomia da UNICRUZ 2 Docente do Curso de Agronomia da UNICRUZ 3 Acadmica do Curso de Agronomia da UNICRUZ EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina117 rachaduras no solo), no caso de ondas intensas de calor eles podem ser situados apenas no campo inferencial. Palavras-chave: Fenmeno Meteorolgico. Temperatura Mxima. Estresse Vegetal. Abstract:Toglobalheating,consideredasaresultofthephenomenonpopularly recognizedasthegreenhouseeffect,manyclimaticanomalieswhichhavebeen affectingcounties,regions,countriesandevenentirecontinents,havebeenattributed. Oneoftheseclimaticanomaliesreferstotherecentheatwavesregisteredin meteorologicalstationsduringthe2013-2014summerseason,causingextreme discomforttopeople,plantsandanimalsofthesouthernregionofSouthAmerica, whereRioGrandedoSul,andthecityofCruzAlta,arelocated.Thus,takinginto accountwhatwasabovestated,thispaper,intheshapeofanarticle,aimstodescribe andanalyzetheoccurrenceofsomenaturaldisasters,resultingfromeventualor recurrently phenomena verified and registered in the state and in the county, all of them almostalwaysabletoaffectthesocioeconomicdevelopment.Theannualdamage causedbydifferentmeteorologicaldisastersonagriculture,inglobalandworldterms, hasbeenestimatedtobeover41milliondollars.Whenperformingananalysisonthe causesandeffectsofmeteorologicalphenomenawhichaffectagriculture,basedon bibliographic, documentary and media information, it is important to take into account that these phenomena are manifested differentially regarding the quantization of damage and percentuality of losses they can impose to agricultural crops. While damages caused by hail, frosts and drought periods, for example, may be evaluated by symptoms shown in the plants (breaking and rupture of plant parts, foliar necrosis, freezing of tissues and leaves, ice cover on plants and soil, wilt of leaves, plant growth reduction, etc.) and by thevisualizationofoccurrenceintensity(sizeandnumberofhailstones,icecovering and aspect of soil cracks) the damage caused by heat waves may be situated only in the inferential field. Keywords: Meteorological Phenomeno. Maximum Temperature. Plant Stress. 1.INTRODUO EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina118 DesdequeohomemquehabitaestePlanetaaprendeuacultivaraterrapara produzirseualimento,desenvolvendooquehojechamamosdeagriculturaissoh maisde10.000anoselepassouasofrereconvivercomadversidadesdomeiode cultivo que afetam de variadas maneiras essa prtica. Essasadversidadessoclassificadasdeformagenricacomodeorigembitica ou abitica (CULTURAMIX, 2014). Asprimeirassereferemaosefeitoscausadosporfatorescomponentesdeum ecossistema que possuem vida e que permitem o desenvolvimento da mesma. Em geral, osfatoresbiticossoosseresvivoscomoasplantas,osanimais,osfungos,as bactrias,etc.Soorganismosvivosqueatacamoscultivosagrcolasnaformade agentes patognicos que causam doenas s plantas, ou na forma de insetos-pragas que destroem os tecidos vegetais ou ainda na forma de plantas daninhas e espcies vegetais parasitas que competem com as plantas cultivadas por nutrientes, gua e espao vital. De outra parte, os fatores abiticos so aqueles componentes de um ecossistema quenorequeremaaodosseresvivos,ouquenopossuemvida,masrealizam funes vitais dentro de suas estruturas orgnicas. So, enfim, todos os fatores qumico-fsicosdoambienteeincluemelementostaiscomoumidade,temperatura,tipoe caractersticasdosolo,disponibilidadedenutrientesessenciais,vento,fogo,seca, salinidade, luz, foto perodo, e acidez ou alcalinidade de solos e guas.Ao longo da histria da humanidade tm sido inmeros os registros de perdas de produtividade e de produo de safras agrcolas, s vezes at mesmo em sua totalidade, fatosqueocorremnasmaisdiferenteslatitudesemqueohomemexploraaterra.Tais perdastmsidoatribudasoraaosfatoresbiticos,oraaoepresenadefatores abiticos. Porvezes,osfatoresadversosacimaaludidossopotencializadospordesastres naturais que envolvem guae terrae que afetam extensas regies do planeta. o caso de furaces, tsunamis, terremotos, nevascas, tornados e grandes secas, que ocorrem aqui eali,porestemundoafora.Dentreeles,esegundoaONU(2010),aoabordaronvel das perdas potenciais que as sociedades ou comunidades consideram aceitveis dado s condiessociais,polticas,culturais,tcnicaseambientaisexistentes,asecaa catstrofe do ambiente que causa mais impacto social e econmico. Almdessesfenmenosnaturais,haintervenodohomem,promovendo devastaesmuitasvezesirreversveisnomeioemqueviveecapazesdeprovocar EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina119 episdiosdemudanasnoclimadaterra.Talvezoexemplomaisdramticodessa interveno,hojeemdia,sejamasvariaesnodixidodecarbonoatmosfrico, acentuando-sesuaconcentraosobreoplaneta,atravsdosanos(Figura1),esendo responsabilizadoporalteraesclimticasdeocorrnciamundial,culminandocomo mal-afamado fenmeno do aquecimento global. Figura 1. Crescimento da concentrao de CO2 sobre a atmosfera do planeta ao longo de sculos. Fonte: Mann, 2010. Pois ao aquecimento global, considerado decorrncia do fenmeno popularmente conhecidocomoefeitoestufa,tmsidoatribuidasmuitasdasanomaliasclimticasque ultimamentevmafetandomunicpios,regies,paseseatcontinentesinteiros.Uma dessasanomaliasdoclimarefere-sesrecentesondasdecalorocorridasnoverode 2014/2015, agora findando, registradas nas estaes meteorolgicas e no desconforto de pessoas,plantaseanimaisquehabitamaregiosuldaAmricadoSul,ondeesto situados o Estado do Rio Grande do Sul e, nele, o Municpio de Cruz Alta. Diante do exposto,estetrabalhonaformadeartigotemporobjetivodescrevereanalisara ocorrnciadealgunsdesastresnaturais,resultantesdefenmenosmeteorolgicos eventuaisourecorrentementeverificadoseregistradosnoEstadoenoMunicpiode Cruz Alta, todos quase sempre capazes de afetar seu desenvolvimento socioeconmico. 2.A AGRICULTURA NO RIO GRANDE DO SUL O Rio Grande do Sul, o mais meridional dos estados brasileiros, teve sua histria marcada por ciclos ligados atividade de produo primria (Bonetti, 2010). A partir do EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina120 chamadociclopecurio,noinciodosculoXIX,comautilizaodegrandes extensesdeterrasparaaproduooucriaodecavalos,bovinos,muareseovinos, haviatambmaimportanteatividadedeextraodeerva-mate,noservaisnativosde ento. Ainda no ciclo pecurio, houve o desenvolvimento, nos sculos XVIII e XIX, de caminhos indgenas e outros que eram abertos pelas tropas de mulas e pelas boiadas que seguiamdeSoBorja,CruzAltaeVacaria,norumodeSorocaba.Essastrilhasdoe paraoSuleramchamadasgenericamentedeCaminhosdasTropas,aolongodos quais foram sendo semeados primitivos povoados que contriburam para o povoamento inicialdoEstado,comacriaodosprimeirosmunicpios,entreosquaisCruzAlta. Entre1780e1930,ficouhistoricamentecaracterizadoociclodocharque,noqualse abatiam 400 mil cabeas de gado/ano. E do gado, aproveitavam tudo, ento: o couro, o pdosossosparafertilizante,osangueparagelatina,alnguadefumadaeoschifres para vrias utilidades. Esses produtos eram exportados para a Europa e para os Estados Unidos.Ocharqueeraaindaoprincipalalimentoparaosescravos.Aseguir, estabeleceu-seociclocolonial,queduroude1890a1960,noqualaformaosocial agrcoladoEstadocomaimigraoaleme,posteriormente,italianadesenvolveu caractersticasprpriasediferenciadas.Ospequenosestabelecimentosrurais mantinham uma mo-de-obra familiar, produzindo diversas culturas que supriam quase queintegralmenteasnecessidadesdafamlia.Osimigrantes,emreasde25hectares (colnias), praticaram a policultura at 1950. Utilizavam como tcnicas as derrubadas dervores,asqueimadasearotaodeterras.Principaisprodutoscultivadose elaboradospoca:milho(doqualfazia-serao,fareloecanjica),feijo,batata-inglesa,cana-de-acar(edela,rapadura,melado,acarmascavoecachaa), hortalias,frutas,emandiocaetrigo(dosquaisproduziamfarinha,polvilhoepo). Dizia-seque,nesseciclo,oscolonostraziamdeforadapropriedadeapenassal,cafe querosene. Depois, o trigo tornou-se prioritrio. O ltimo ciclo da atividade de produo agrcola do Rio Grande do Sul, e que, ao que tudo indica, perdura at hoje o ciclo da mecanizao. O arroz foi quem provocou o primeiro surto de mecanizao agrcola no estado do Rio Grande do Sul, sendo que a primeiracolheitamecanizadadearroznoBrasilcomeounosanostrintaemnosso Estado;depoisveiootrigo,queexpandiuousodecolheitadeirasetratores; posteriormente, a soja completou o ciclo de uso de insumos modernos em todo o pais.EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina121 Em todos esses ciclos de atividades sempre ficou evidenciada uma caracterstica que muito peculiar do estado gacho, a produo de inverno e de vero bem definidas. Por tudo isso, o clima sempre foi um fator preponderante e de marcante presena na agricultura gacha. 3.CLIMA NO RIO GRANDE DO SUL SegundoaclassificaoclimticadeKoppen,oRioGrandedoSulpossuio clima do tipo Cfa. OGrupo climticoC abrange oclima temperadoou temperado quenteesuasprincipaiscaractersticasso:Climamesotrmico,temperaturamdiado ardostrsmesesmaisfrioscompreendidasentre-3Ce18C;temperaturamdiado ms mais quente maior do que 10C e estaes de vero e inverno bem definidas. Otipofundamentalfsereferedistribuioanualdasprecipitaes, caracterizando o clima mido, com ocorrncia de pelo menos 30mm de precipitao em cada ms do ano e inexistncia de estao seca. O Rio Grande do Sul est subdividido em dois subgrupos: Cfa (Vero quente), caracterizadaporapresentartemperaturamdiadoarnomsmaisquentesuperiora 22C,eCfb(Verotemperado),apresentandotemperaturamdiadoarnomsmais quente inferior a 22C e pelo menos quatro meses superior a 10C. Astemperaturasapresentamgrandevariaosazonal,comveresquentese invernos rigorosos, com ocorrncia de geada e eventual precipitao. Emrelaosprecipitaes(Figura2),oEstadopossuidistribuioequilibrada nas quatro estaes do ano (24% no vero; 25% no outono; 25% no inverno e 26% na primavera),apresentando,porm,deficinciahdricanosmesesdovero(BERLATO, 1992). A mdia anual de precipitao (1945- 2004) fica em torno de 1613 mm, variando entre1391mm(SantaVitoriadoPalmar)a1944mm(SoLuizGonzaga).Ostotais anuais so maiores na metade norte, ficando acima de 1600 mm, e so inferiores a 1600 mmnametadesul(VIANA, 2006). EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina122 Figura 2. Precipitao mdia anual do Estado do Rio Grande do Sul.Fonte: SEMC Atlas Elico do Rio Grande Sul 2002 Segundo a classificao proposta por STRAHLER (1989), baseada na atuao de massas de ar e a natureza de seus movimentos, o Rio Grande do Sul est inserido numa zona climtica controlada por massas de ar tropical e polar.No que diz respeito a registros de temperaturas (Figura 3), a mnima registrada no Estado do Rio Grande do Sul foi de -9,8C no municpio de Bom Jesus, em 1 de agosto de 1955, enquanto quea temperatura mxima registrada foi de 42,6C em Jaguaro no suldoestado,em1943.OEstadoestaindasujeito,nooutonoenoinvernoao fenmeno do veranico que consiste de uma sucesso de dias com temperaturas elevadas para a estao (WIKIPEDIA, 2014). Figura 3. Temperatura mdia anual do Estado do Rio Grande do Sul. Fonte: SEMC Atlas Elico do Rio Grande Sul 2002 4.FENMENOS METEOROLGICOS QUE OCORREM NO ESTADO Aagricultura,dentreasatividadeseconmicas,umadasmaisdependentesdas condiesdetempoeclima,eosagricultoresnamaioriadasvezesnotemcontrole sobreelas.SegundoSentelhas(2012)cercade80%davariabilidadenaprodutividade agrcolasedevescondiesmeteorolgicasduranteaestaodecultivo, especialmenteparaasculturasquenoutilizamairrigao,denominadasculturade sequeiro.Oimpactodavariabilidadedotemponoapenasdocrescimentoe produtividadedasculturas,mastambmsobreasprticasagrcolas:preparodosolo, EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina123 semeadura,controledeplantasdaninhas,pulverizaes,irrigao,colheitaeoutras prticasutilizadasnomeioagrcola.Osdanoscausadospordiferentesdesastres meteorolgicossocalculados,emtermosglobaisoumundiais,segundoSivakumar (2005), citado por Sentelhas (2012), na ordem de mais 41 bilhes de dlares (Figura 4). Figura 4: Valor mdio anual dos danos causados por fatores climticos. Fonte: Sivakumar (2005), citado por Sentelhas (2012). Entre os fatores climticos que causam danos produo agrcola so conhecidos, fenmenos tais como seca, granizo, geada, vento, inundao e outros.NoRioGrandedoSulasestiagensfazempartedahistriadoclimaque caracterizaoEstadoeafrequnciadessefenmenometeorolgiconobaixa.Na agricultura,porexemplo,nasduasltimasdcadas,paracadadezsafrasoagricultor teve quatro frustradas pela ocorrncia de estiagens (BERLATO, 2005). Trabalho em queforamcoletados dados sobre oregime pluviomtrico verificado nomunicpiodeCruzAltanosltimosvinteedoisanos,cotejando-oscomnveisde produtividades da soja de cada ano, (SPERLING et al., 2012) constatou que nove safras das vinte e duas apresentaram produtividades mdias abaixo de dois mil kg por hectare e, trs dentre elas, produtividades inferiores a mil kg, todas atribudas aos baixos nveis de precipitao nos meses de novembro a maro de cada ano (Figura 5). EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina124 Figura 5. Deficincias hdricas e rendimentos mdios da cultura da soja no municpio de Cruz Alta, safras 1990/1991 a 2011/2012. Fonte: Sperling et al, 2012. Umoutrofatorclimticoquecausadanosproduoagrcolaaquedade granizo,popularmenteconhecidaporchuvadepedras.Essefenmenonemsempre costumacausarvtimas,nemgrandesdestroosnasconstruesmassimdanos importantesnaagricultura.Aocorrnciadessaanomaliameteorolgicanaagricultura doRioGrandedoSulfoiestudadaporBerlatoetal.(2000),quequantificaramo nmero de dias de granizadas por ano nas diferentes regies do Estado (Figura 6). Figura 6: Nmeros mdios e mximos de ocorrncia de granizada por ano nas diferentes regies do Rio Grande do Sul.Fonte: Berlato et al., 2000. Maisoutrofenmenoatmosfricoquecausaimpactonaagricultura,geralmente de ocorrncia em estaes frias a geada. Tambm a frequncia do assunto em questo EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina125 sobreaagriculturadoRioGrandedoSulfoiobjetodeestudo(HENNERICHetal., 2005) conforme descrito na figura 6. Figura 6. Caractersticas avaliadas quanto ao regime de geadas em seis locais do Rio Grande do Sul (1975 a 2000), considerando-se geada quando a temperatura mnima em abrigo meteorolgico foi a 2C. Fonte: Hennerich et all., (2005) Uma outra anormalidade climtica, fenmeno alis verificado recentemente e que motivouaelaboraodesteartigo,foramasintensasondasdecalordoverode 2013/2014. Esse fenmeno, no entanto, dado o momento que est sendo elaborado este trabalho,nofoideterminadoopossvelnveldedanoaoscultivosagrcolasquese encontravamnocampoporocasiodesuaocorrncia.Noentanto,diferentementedos outros fatores at aqui analisados, os danos causados pela referida intensidade de calor, no podem ser at aqui bem definidos.Por exemplo, os danos causados por geadas so caracterizadospelamortedasplantasoudesuaspartes(folhas,ramosefrutos); ocorrnciadebaixastemperaturasqueacarretamocongelamentodostecidosvegetais; josefeitosdequedasdegranizossoresultantesdarupturadalminafoliar, despreendimento ou queda da mesma, ruptura do colmo e espigas em caso de gramneas assim como danos mecnicos por golpes sobre as plantas; j os prejuzos causados por fortesestiagenssoresultantesdeumacondioexternaqueafetaadversamenteo crescimentooudesenvolvimentodasplantas,alterandoaexpressodosgenes, interferindo no metabolismo celular e mudando as taxas de crescimento e produtividade dos cultivos, ou seja, o resultado do estresse sobre as plantas. Noentanto,jnoqueserefereaoefeitodeondasdecalor,oconhecimento disponvelnaliteraturapertinentenoapresentaestudosmaisaprofundados tecnicamente ou cientificamente, restando to somente informes e relatos dos meios de comunicao sobre a ocorrncia do fenmeno. EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina126 5.OCORRNCIA DE ONDAS DE CALOR- REGISTROS DA MDIASegundo informaes da mdia (Rural BR) os efeitos do calor intenso prejudicam aproduodefrutasemdiversasregiesdopas.Aindapelasnotciaspublicadasem sua pgina on-line, a seca e a as ondas de calor intenso que atingiram todo o pas nesses primeiros meses doanoprovocaramgrande perda na produtividade, junto com a baixa umidadedosps,prejudicandoassimboapartedosprodutoresdonossopas,oque relativamentefezcomquetivesseumaumentosignificativodeofertaeprocurano preo das frutas.Ovolumedemasdasafra2013/2014devesermuitomenorqueodasafra passada,poisatoinciodomsdefevereiroaexpectativadosprodutoresetcnicos era de uma boa produo com grande qualidadefisiolgica das frutas.Ainda pelo site, as macieiras vm sofrendo com o calor intenso no Sul do Pas e segundo a Epagri, em seus relatrios, as mesmas apresentavam queimadura pelo sol, tendo por caractersticas manchasmarrom-escurasnacascaeescurecidasnapolpa.Comessascaractersticasa entidadedizqueasmasnoforamnegociadasnomercadodemesaesimparaa indstriadeprocessamento.Seocenrioparaosprodutoreseraruim,piorouem algumasregiesondeforamafetadospelogranizo,sendoessas:Vacaria(RS)eSo Joaquim(SC),jnaprimeiraquinzenadefevereiro,queafetouprincipalmenteos pomares do municpio gacho.AindapelositeRuralBR,circulouanotciaintituladaOsextremosclimticos afetaram a produo de legumes e hortalias; Esses extremos de calor, seca, chuvas e quedanastemperaturas,afetaramdiretamenteaproduodessesprodutosquevo diretoamesadosbrasileiros.DivulgadonomsdemaronapublicaoHortifruti Brasil,doCentrodeEstudosAvanadosemEconomiaAplicada(CEPEA),a produtividadedaslavourasdetomate,folhosas,batata,cebolaecenourafoiafetada pelas condies climticas.J o site Agrolink traz, no dia 21 de maro deste ano como ttulo em uma de suas notcias, Seca e a lagarta Helicoverpa armigera derrubam a safra de soja 2013/2014 no Oestebaiano.Asafraemprocessodecolheita,comumaproduoqueocupa1,3 milho de hectares plantados, foi esperada para ficar em mdia de 50 sacas por hectare, agora, aps o ataque da lagarta Helicoverpa armigera e a seca, a produo esperada de 44sacasporhectare,sendoassimdevendoreduziraproduopara3,4milhesde toneladas.EssesnmerosforamanunciadospeloConselhoTcnicodaAssociaode EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina127 Agricultores eIrrigantesda Bahia (Aiba), durante o processo de elaborao da terceira estimativadasafrade2013/2014.Essasperdasnaprodutividadeforamatribudas, segundo o conselho, ao impacto da estiagem que ocorreu no ms de janeiro, sendo que em algumas regies baianas a falta de chuva se prolongou at meados de fevereiro, alm do ataque tambm de lagartas Falsas Medideiras. Omilho,ocupando265.000hectares,tambmfoiafetadoeterumareduode 12%emsuaprodutividade,passandoassimde165sacasporhectarepara145, estimando serem colhidas 2,3 milhes de toneladas mesmo com a estiagem rigorosa. VinculadanositeRuralBRnodia04deMarode2014,intituladaSeca prejudicalavourasdemilhoeprodutoresbuscamoutrasculturasembuscadelucro, assimevidenciaqueospreosparaaculturadomilhoestomuitobonsparaos produtoresnosltimosdias,pormmuitosdelesnovoconseguiraproveitaresses valorespraticados,pelofatodaestiagemserprejudicialamuitaspropriedadesrurais. Essesprodutoresjcontabilizamosprejuzosebuscamalternativadeculturapara apostar na safrinha visando obter lucro perdido no milho. Um agricultor,por exemplo, relatouquenosltimosmesesasecaqueimouaplanta,oqueocasionouemumno desenvolvimentodessecerealcomodeveriaeeradeseresperado.Esseprodutor, possuindo 30 hectares com milho, j retirou cinco hectares para silagem que ser usado na alimentao dos animais da propriedade. NomesmositeRuralBR,datadanodia03demarode2014divulgadaa seguintenoticia:Climadesfavorvelfazanalistasreduziremprevisesdasafra brasileira de soja. A safra brasileira de soja, segundo especialistas tinha tudo para ser a maior da histria, mas com as mudanas climticas, este prognstico foi alterado.Segundoanalistasaindacedoparaquantificarasperdas,pormjpossvel reduziraspreviseseestimativas.Aindanamesmanotciahumtpicointitulado PerdadoagronegciocomsecaechuvassomaR$10bilhesem2014,mostrando que a seca foi a grande vil para a principal cultura hoje na maioria das regies do pas, a soja. 6. CONSIDERAES FINAIS Aoseefetuarumaanlisesobrecausaseefeitosdosfenmenosmeteorolgicos queincidemsobreaagricultura,tendoporbasepartedasinformaesbibliogrficas, documentaisemiditicasconsultadasparaaelaboraodesteartigo,tem-sequelevar EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina128 emconsideraoqueessesfenmenosmanifestam-sediferenciadamentequanto quantizaodedanoseapercentualidadedeperdasquepodemocasionaraoscultivos agrcolas.Enquantoqueosprejuzoscausadosporgranizos,geadasesecas,porexemplo, podem ser avaliados por sintomas manifestos nas plantas (quebra e ruptura de partes de hastes e colmos, necrose foliar;congelamento de tecidose folhas, cobertura degelo; e murchadefolhas,reduodecrescimento,etc.)epelavisualizaodaintensidadede ocorrncia(tamanhoenmerodepedrasdegranizo,coberturadegeloeaspectode rachadurasolo),nocasodeondasintensasdecalorelespodemsersituadosapenasno campo inferencial. Assimsendo,ospossveisprejuzosnasculturasdesojaemilhopodemser esperadosemfunodascondiesecofisiolgicasnodesenvolvimentodessas espcies. Na cultura do milho, de acordo com Fancelli & Dourado Neto (2000), quando atemperaturadosoloinferiora10Cesuperiora40hprejuzosensvel germinao,sendoidealentre25Ce30C.Porocasiodaflorao,temperaturas mdiassuperioresa26Caceleramodesenvolvimentodessafasee15,5Coretarda. Cadagrauacimadatemperaturamdiade21,1C,nosprimeirossessentadiasapsa semeadura pode acelerar o florescimento dois a trs dias.Segundoosmesmosautores,quandoatemperaturaacimade35Cdevido diminuio da redutase do nitrato, o rendimento e a composio protica do gro podem seralterados.Temperaturasacimade33Cduranteapolinizaoreduzem sensivelmenteagerminaodogrodeplen.Verocomtemperaturamdiadiria inferiora19Cenoitescomtemperaturasinferioresa12,8Cnosorecomendados paraproduodemilho.Temperaturasnoturnassuperioresa24Cproporcionamum aumento da respirao de tal forma que a taxa de foto assimilados cai e, com isso, reduz aproduo.Reduodatemperaturaabaixode15Cocasionaretardamentona maturao do gro. Emsetratandodaculturadasoja,Mota(1981)destacaqueainflunciada temperatura se exerce desde o perodo de germinao, para a qual a temperatura tima de30C.Ograudecalorafetaataxadecrescimento,otemponecessrioparaquea plantacomeaasombrearochoeadatadeflorescimento.Paraamaioriados processos de crescimento, a temperatura mnima tima de 10C. Ainda o mesmo autor consideraqueastemperaturaselevadas(superioresa38C)noinciodaestaoe EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina129 durante o desenvolvimento dos gros so prejudiciais planta; a m qualidade dos gros e a queda acentuada das flores e vagens so alguma das consequncias. As temperaturas necessrias para o desenvolvimento de milho e soja, conforme as exigncias eco fisiolgicas dessas espcies e acima abordadas podem ser cotejadas com os dados das Tabelas 1 e 2. Natabela1encontram-seosdadosreferentesstemperaturasmdiasdetrinta anos e ocorridas no ano agrcola de 2013/2014 no Estado do Rio Grande do Sul, onde se podeobservarumaelevaodetemperaturatantonamnimaquantonamximaem todos os meses principais de desenvolvimento da soja. Tabela 1. Dados de temperaturas mnima e mxima (em C), mdias de 30 anos e ocorridas no ano de 2013/2014 no Estado do Rio Grande do Sul. MsNovembro NO Dezembro N O Janeiro N O Fevereiro N O Temperatura Mnima (C) 1520 1721 18 20 1820 Temperatura Mxima (C) 27 32 29 32 29 33 2932 Fonte: EMBRAPA, 2014 N= Mdia de 30 anos O= Ocorrido no ano de 2013/2014 Poroutrolado,aoseobservarosdadosdetemperaturamxima,expressospelos dias de ocorrncia nos quatro meses estudados (Tabela 2), pode-se constatar que houve sessenta ecinco diascom temperaturas acima das mdias ocorridas nosmeses citados, caracterizando as ondas de calor enfocadas neste trabalho. Tabela 2. Nmero de Dias de Temperaturas Mximas Acima das Mdias Mensais. MsTemperatura Mxima (C) NmerodeDias Acima da Mdia Diade Temperatura Mxima Novembro321515/11/2013 Dezembro322303/12/2013 Janeiro331331/01/2014 EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina130 Fevereiro 321408/02/2014 No caso especfico da cultura da soja, consideraes adicionais devem ser levadas emconta.Porexemplo,ofatodeasintensasondasdecalor,principalenfoquedeste trabalho,teremocorridocoincidentementecomasafrademaiorexpansodereana histria de cultivo dessa oleaginosa na agricultura gacha mais de 4 milhes e 600 mil hectares situao em que se pode esperar uma ampla diversidade de condies e reas decultivo,variadosnveistecnolgicosempregadoseoutrosfatoresquepodem influenciarnoresultadoesperadoparaacorrentesafra.Almdisso,outrofato considervel o de que a ocorrncia de mais intensas temperaturas ter coincidido com o perododeenchimentodegrosmsdefevereiro(Tabela2)ecofisiologicamente consideradooperodocrticoparaprodutividadeemsoja,conformeassinalaFehrand Caviness(1977).Porfim,ofatoquenadataemquefoielaboradoestetrabalhono haver dados dos rgos de acompanhamento que normalmente realizam os prognsticos de safra, uma vez que nesta data apenas cerca de 10% da safra foi realizada.Jemrelaoaoutrasculturasdosistemadeproduoagrcola,hdadosde perdasdevidosondasdecalordoverode2014,conformeinformaesveiculadas nos meios de comunicao e anteriormente referidas. Emborasejadifcilquantificarosdanosdasondasdecalor,estamaisumadas condiesdetempoeclimasobreasquaisosagricultoresnotmcontrolee dificilmentehaverodet-loalgumdia.Aindaassim,eapesardetudo,oquesepode enfim afirmar que todos os indcios levam previso de redues nas produtividades projetadasparaoscultivosqueestiveramsubmetidossintensasondasdecalor, ocorridas na presente safra agrcola. REFERNCIAS AGROLINK.SecaealagartaHelicoverpaarmigeraderrubamasafradesoja2013/14 no oeste baiano. Disponvel em: Acesso em: 20 MAR 2014. BERLATO, M. A. 1992. As condies de precipitao pluvial no Estado do Rio Grande do Sul e os impactos das estiagens na produo agrcola. In: Bergamaschi, H. (coord.) Agrometeorologiaaplicadairrigao.PortoAlegre:Ed.Universidade(UFRGS).124 p. EFEITO DAS ONDAS DE CALOR NA AGRICULTURA SAFRA 2013/2014 REVISTA GESTO E DESENVOLVIMENTO EM CONTEXTO- GEDECON EDIO ESPECIAL IV Frum de Sustentabilidade Pgina131 BERLATO, M.A. 2005. A estiagem 20042005. Relatrio. Disponvel em: . Acesso em 19/02/2014. 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