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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro: identificação molecular, análise filogenética e prova de patogenicidade. Luiz Fernando Caldeira Ribeiro Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Agronomia. Área de concentração: Fitopatologia Piracicaba 2008

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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro: identificação molecular, análise filogenética e prova de patogenicidade.

Luiz Fernando Caldeira Ribeiro

Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Agronomia. Área de concentração: Fitopatologia

Piracicaba 2008

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Luiz Fernando Caldeira Ribeiro Engenheiro Agrônomo

Fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro: identificação molecular, análise filogenética e prova de patogenicidade

Orientador: Prof. Dr. IVAN PAULO BEDENDO

Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em Agronomia. Área de concentração: Fitopatologia

Piracicaba

2008

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP

Ribeiro, Luiz Fernando Caldeira Fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro: identificação molecular, análise filogenética e prova de patogenicidade / Luiz Fernando Caldeira Ribeiro. - - Piracicaba, 2008.

58 p. : il.

Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2008. Bibliografia.

1. Fitoplasmas 2. Maracujá – Técnicas moleculares 3. Superbrotamento I. Título

CDD 634.425

“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”

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Em reconhecimento aos meus pais José e Maria

pelo esforço e carinho que dedicaram para a

minha formação pessoal e profissional,

À minha irmã Fernanda, que nas horas mais

difíceis me apoiou e torceu por mim,

À minha esposa Patrícia pelo seu constante

incentivo, companheirismo, apoio e amor,

À minha filha Sara, que fez brotar em mim uma

nova forma de viver,

DEDICO

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AGRADECIMENTOS O autor expressa seus agradecimentos às seguintes instituições e pessoas que colaboraram

para a execução do presente trabalho:

À Deus, por colocar em meu caminho oportunidades e ao meu lado pessoas generosas,

que me estenderam a mão nos momentos em que precisei;

À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” pela formação profissional; Ao

Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola pela oportunidade, por toda a

estrutura e assistência necessária à realização desse trabalho;

A CAPES, pela concessão da bolsa e financiamento do projeto de pesquisa;

Ao Professor Dr. Ivan Paulo Bedendo pela orientação, amizade, apoio e incentivo em

todos os momentos;

Aos demais professores do Setor de Fitopatologia, com os quais tive oportunidade de

conviver, pelos conhecimentos compartilhados;

Aos funcionários Heloísa, Rodolfo, Edivaldo, Fernanda e Jéferson, do Setor de

Fitopatologia, pela amizade e presteza nos auxílio solicitado;

Aos amigos do laboratório de Fitopatologia Molecular Ana Paula, Raquel, Eliane, pelos

bons momentos compartilhados;

Aos colegas do curso do PPG em Fitopatologia pela amizade, apoio e ensinamentos;

A minha esposa e companheira Patrícia, por sempre me apoiar e estar ao meu lado nos

momentos bons e difíceis da vida e por me “dar” o meu maior tesoura na vida, a nossa filha Sara.

O meu sincero Obrigado

Aos amigos do Tabajara Vila PG pelas alegrias, glórias e companheiros;

A todos aqueles que diretamente ou indiretamente contribuíram para a realização deste

trabalho.

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Senhor, tu me sondas, e me conheces

Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento

Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos

Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces

Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão.

Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir

Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença?

Salmos 139. 1-7

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RESUMO

Fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro: identificação molecular, análise filogenética e prova de patogenicidade

Fitoplasmas são procariotos sem parede celular e habitantes de floema, agentes de doenças que causam danos consideráveis em diversas culturas. O maracujazeiro é uma espécie tropical cultivada em diversas regiões brasileiras. As doenças estão entre os fatores que podem causar danos à cultura e o superbrotamento do maracujazeiro tem se revelado como sendo uma das mais importantes. Esta doença, associada com fitoplasma, foi reportada somente no Brasil, onde foi registrada nos estados do Rio de Janeiro e de Pernambuco, no início da década de oitenta. Embora alguns estudos sobre o assunto tenham sido feitos anteriormente, o presente estudo foi conduzido para: demonstrar a presença constante do agente em associação com plantas doentes; revelar a ocorrência do fitoplasma em algumas áreas pertencentes a alguns estados; identificar, classificar e estudar filogeneticamente o fitoplasma; e demonstrar a patogenicidade do fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro. Em 2005-2006, plantas sintomáticas suspeitas de estarem infectadas por fitoplasma foram amostradas em algumas áreas do estado de São Paulo e vários outros estados brasileiros. A detecção e identificação por PCR duplo foi conduzida com os pares de oligonucleotídeos universais para fitoplasmas R16mF2/mR1-R16 F2n/R2 e pelo par específico R16(III) F2/R1, repectivamente. Para as análises de RFLP foram usadas as enzimas de restrição AluI, HhaI, KpnI, HinfI, HpaII, MseI, RsaI e MboI. Análises filogenéticas foram baseadas nas seqüências de nucleotídeos do 16S rDNA de fitoplasmas pertencentes a grupos e subgrupos distintos. Os ensaios de patogenicidade foram feitos usando-se enxertia de tecido. Amplificações de fragmentos de DNA de 1,2kb usando-se os oligonuclotídeos universais revelaram a presença de fitoplasma nas plantas sintomáticas de todas as regiões amostradas. Amplificações de fragmentos de DNA de 0,8kb pelos oligonucleotídeos específicos indicaram que o fitoplasma detectado era afiliado ao grupo 16SrIII, enquanto as análises de RFLP confirmaram a identificação feita com base no PCR e mostraram que o fitoplasma pode ser classificado como um membro do subgrupo 16SrIII-B. Sequenciamento e análises filogenéticas revelaram que o fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro é um típico representante do grupo 16SRIII, quando comparado com fitoplasmas de outros grupos. A patogenicidade foi demonstrada através da observação de sintomas típicos da doença, seguida da detecção molecular do fitoplasma in plantas sadias enxertadas com ramos de plantas infectadas. Os resultados obtidos no presente estudo permitiram: confirmar a diagnose baseada na sintomatologia; revelar a associação constante entre planta doente e fitoplasma, confirmando investigações anteriores conduzidas com microscopia eletrônica; identificar o fitoplasma como um membro do grupo 16SrIII-B; demonstrar que o fitoplasma é o agente causal do superbrotamento do maracujazeiro; e mostrar a ocorrência atual do patógeno nos estados da Bahia, do Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo. Palavras-chave: Fitoplasma, Maracujá, Superbrotamento, Mollicutes

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ABSTRACT

Passion fruit proliferation phytoplasma: molecular identification, phylogenetic analysis and proof of pathogenicity

Phytoplasmas are cell wall-less prokaryotes and phloem-inhabitants associated with

diseases that affect several crops. Passion fruit plant is a tropical species cultivated in various Brazilian regions. Diseases are among factors that may cause damage to this crop and the passion fruit witches’ broom has been revealed as very important one. That disease, associated with phytoplasma, was reported only in Brazil, where it was registered in Rio de Janeiro and Pernambuco States in the beginning of eighty decade. Although some studies about that subject have been made previously, the present study was conducted in order to: demonstrate the constant presence of the agent in association with diseased plants; reveal the occurrence of fitoplasma in some areas belonging to some States; identify, classify and study phylogenetically the phytoplasma; and demonstrate the pathogenicity of passion fruit witches’ broom phytoplasma. In 2005-2006, symptomatic plants suspected of phytoplasma infection were sampled in some areas of São Paulo State and various other Brazilian States. The detection and identification by nested PCR were performed with the universal primer pair R16mF2/mR1-16F2n/R2 and specific pair R16(III)F2/R1, respectively. For RFLP analyses were used the restriction enzymes AluI, HhaI, KpnI, HinfI, HpaII, MseI, RsaI e MboI. Phylogenetic analyses were based on the nucleotide sequences of the 16S rDNA from phytoplasmas belonging to distinct groups and subgroups. Pathogenecity assays were made by using grafting of tissue. Amplifications of DNA fragments of 1.2kb by using universal primer pairs revealed the presence of phytoplasma in the symptomatic plants from all sampled regions. Amplifications of DNA fragments of 0,8kb by specific primer pair indicated that the detected phytoplasma is affiliated to the group 16SrIII, while RFLP analyses confirmed the identification based on PCR and showed that phytoplasma may be classify as a member of the subgroup 16SRIII-B. Sequencing and phylogenetic analysis revealed that the passion fruit witches’broom phytoplasma is a typical representative of group 16SRIII, when compared with phytoplasmas from other groups. Pathogenicity was demonstrated through the observation of typical symptoms of the disease followed by molecular detection of the phytoplasma in healthy plants grafted with shoots from infected plants. The results obtained in the present study allowed: to confirm the diagnosis based on the symptomatology; to reveal the firm association between diseased plant and phytoplasma, confirming previous investigations conduced by electron microscopy; to identify the phytoplasma as a member of the group 16SRIII-B; to demonstrate that phytoplasma is the causal agent of passion fruit witches’ broom; and to show the present occurrence of the pathogen in the States of Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe, and São Paulo Keywords: Phythoplasma, Passion fruit, Witches’ broom, Mollicutes

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................... 6

ABSTRACT............................................................................................................... 7

LISTA DE FIGURAS................................................................................................ 10

LISTA DE TABELAS............................................................................................... 13

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 14

2 DESENVOLVIMENTO......................................................................................... 16

2.1 Revisão Bibliográfica........................................................................................... 16

2.1.1 A cultura do Maracujá....................................................................................... 16

2.1.2 O superbrotamento do maracujazeiro............................................................... 17

2.1.3 Fitoplasmas como agentes de doença.............................…………………….. 18

2.2 Material e Métodos……………………………………………………………... 22

2.2.1 Amostras de plantas………………………………………………………….. 22

2.2.2 Extração de DNA…………………………………………………………….. 22

2.2.3 PCR para detecção de fitoplasma…………………………………………….. 23

2.2.4 PCR para identificação de fitoplasma………………………………………... 24

2.2.5 Análise de RFLP para identificação de fitoplasma…………………………... 25

2.2.6 Sequenciamento do 16S rDNA do fitoplasma……………………………….. 26

2.2.7 Transmissão de fitoplasma por enxertia........................................................... 30

2.2.8 Detecção de fitoplasma por microscopia eletrônica de transmissão................. 30

2.2.9 Detecção de vírus por teste serológico – PTA-ELISA...................................... 31

2.3 Resultados e discussão…………………………………………………………. 32

2.3.1 Detecção de fitoplasma por PCR…………………………………………….. 32

2.3.2 Identificação do fitoplasma através de PCR…………………………………. 34

2.3.3 Identificação do fitoplasma através de análise de RFLP……………………... 35

2.3.4 – Análise filogenética e de sítios putativos de restrição……………………… 45

2.3.5 Teste de transmissão………………………………………………………….. 48

2.3.5 Microscopia Eletrônica de Transmissão……………………………………... 49

2.3.6 Detecção de vírus por teste serológico……………………………………….. 51

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3 CONCLUSÕES………………………………………………………………….. 52

REFERÊNCIAS…………………………………………………………………… 53

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LISTA DE FIGURAS Página Figura 1 Plantas assintomáticas (A) e planta apresentando sintomas de

superbrotamento e redução de entre-nós (B).......................................... 32

Figura 2 Amplificação do 16S rDNA de fitoplasmas detectados em plantas de maracujazeiro, através de duplo PCR com iniciadores universais 16mF2/mR1 – 16F2n/R2. Coluna M – Marcador molecular 1kb ladder; Coluna Ch – Planta de chuchu com superbrotamento; Coluna Ms – Planta de maracujá sadia; Coluna 1 – Amostra de maracujazeiro coletada em Piracicaba/SP; Coluna 2 – Amostra de maracujazeiro coletada em Jaú/SP; Coluna 3 – Amostra de maracujazeiro coletada em Adamantina/SP; Coluna 4 – Amostra de maracujazeiro coletada em Vera Cruz/SP; Coluna 5 – Amostra de maracujazeiro coletada em Santana do Itararé/PR; Coluna 6 – Amostra de maracujazeiro coletada em Seropédica/RJ; Coluna 7 – Amostra de maracujazeiro coletada em Aracajú/SE; Coluna 8 – Amostra de maracujazeiro coletada no Recôncavo Baiano/BA; Coluna Mi – Planta de milho com enfezamento vermelho............................................................................

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Figura 3 Amplificação do 16S rDNA de fitoplasmas detectados em plantas de maracujazeiro, através de PCR duplo conduzido com o par de oligonucleotídeos R16(III)F2/R1, específico para identificação de fitoplasmas do grupo 16SRIII. Coluna M – Marcador molecular 1kb ladder; Coluna Ch – Planta de chuchu com superbrotamento; Coluna Cr – Planta de crotalária com superbrotamento; Coluna Mi – Planta de milho com enfezamento vermelho; Coluna 1 – Amostra de maracujazeiro coletada em Piracicaba/SP; Coluna 2 – Amostra de maracujazeiro coletada em Jaú/SP; Coluna 3 – Amostra de maracujazeiro coletada em Adamantina/SP; Coluna 4 – Amostra de maracujazeiro coletada em Vera Cruz/SP; Coluna 5 – Amostra de maracujazeiro coletada em Santana do Itararé/PR; Coluna 6 – Amostra de maracujazeiro coletada em Seropédica/RJ; Coluna 7 – Amostra de maracujazeiro coletada em Aracaju/SE; Coluna 8 – Amostra de maracujazeiro coletada no Recôncavo Baiano/BA..............................................................................................

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Figura 4 Análise de RFLP, com as enzimas Mse I, Mbo II e Hha I, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, amostradas no estado de São Paulo. Coluna 1 – Amostra coletada em Piracicaba; Coluna 2 – Amostra coletada em Jaú; Coluna 3 – Amostra coletada em Adamantina; Coluna 4 – Amostra coletada em Vera Cruz; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb............................................................................................................

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Figura 5 Análise de RFLP, com as enzimas Rsa I, Alu I e Hpa II, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, amostradas no estado de São Paulo. Coluna 1 – Amostra coletada em Piracicaba; Coluna 2 – Amostra coletada em Jaú; Coluna 3 – Amostra coletada em Adamantina; Coluna 4 – Amostra coletada em Vera Cruz; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb............................................................................................................

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Figura 6 Análise de RFLP, com as enzimas Hinf I e Kpn I, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, amostradas no estado de São Paulo. Coluna 1 – Amostra coletada em Piracicaba; Coluna 2 – Amostra coletada em Jaú; Coluna 3 – Amostra coletada em Adamantina; Coluna 4 – Amostra coletada em Vera Cruz; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb............................................................................................................

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Figura 7 Análise de RFLP, com as enzimas Hha I, Mbo I e Mse I, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, representativas de quatro estados brasileiros. Coluna 1 – Amostra de São Paulo; Coluna 2 – Amostra do Rio de Janeiro; Coluna 3 – Amostra de Sergipe; Coluna 4 – Amostra da Bahia; Coluna 5 - Amostra do Paraná; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb....................................................................................................

41

Figura 8 Análise de RFLP, com as enzimas Rsa I, Alu I e Hpa II, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, representativas de quatro estados brasileiros. Coluna 1 – Amostra de São Paulo; Coluna 2 – Amostra do Rio de Janeiro; Coluna 3 – Amostra de Sergipe; Coluna 4 – Amostra da Bahia; Coluna 5 – Amostra do Paraná; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb....................................................................................................

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Figura 9 Análise de RFLP, com as enzimas Kpn I e Hinf I, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, representativas de quatro estados brasileiros. Coluna 1 – Amostra de São Paulo; Coluna 2 – Amostra do Rio de Janeiro; Coluna 3 – Amostra de Sergipe; Coluna 4 – Amostra da Bahia; Coluna 5 - Amostra do Paraná; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb............................................................................................................

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Figura 10 Árvore filogenética elaborada com o fitoplasma do superbrotameno do maracujazeiro (PFP-br1), fitoplasmas representantes de diversos grupos, fitoplasmas afiliados a alguns subgrupos do grupo 16SrIII e um padrão representado pelo procarioto Acholeplasma laidlawii..................................................................................................

46

Figura 11 Mapas de sítios putativos de restrição construídos a partir de seqüências nucleotídicas do 16SrDNA dos fitoplasmas do superbrotamento do maracujazeiro [PFP-br1] (A), do amarelo do trevo [CYE] (B) e do superbrotamento do chuchu [ChWB] (C)...........................................................................................................

48

Figura 12 Hastes de plantas de maracujazeiro exibindo sintomas de clorose foliar, superbrotamento de ramos, redução de entre-nós e diminuição no tamanho das folhas............................................................................

50

Figura 13 Planta de maracujá, enxertada experimentalmente, mostrando sintomas de superbrotamento, evidenciados por brotação anormal de ramos, encurtamento de entre-nós e redução no tamanho de folhas......................................................................................................

50

Figura 14 Corpúsculos pleomórficos de fitoplasma, presentes no lúmen de um elemento de floema de planta de maracujazeiro, com sintomas de superbrotamento.....................................................................................

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LISTA DE TABELAS Página Tabela 1 Relação das amostras com superbrotamento e seus respectivos locais

de origem............................................................................................... 22

Tabela 2 Comparação entre os perfis eletroforéticos, gerados por enzimas de restrição, do fitoplasma identificado em plantas de maracujazeiro com alguns fitoplasmas representantes do grupo 16SrIII.....................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

Fitoplasmas são procariotos, sem parede celular, não cultivados em meio de cultura, que

habitam os elementos de floema das plantas infectadas, sendo disseminados na natureza por

insetos do tipo cigarrinhas. Durante algum tempo foram chamados de organismos do tipo

micoplasma (MLOs), porém, em meados da década de 90, estes organismos passaram a ser

designados de fitoplasmas.

Centenas de doenças estão associadas aos fitoplasmas e várias delas têm se mostrado

altamente destrutivas, causando perdas relevantes em plantas de importância agronômica. Estas

doenças podem se manifestar na forma de clorose generalizada, superbrotamento de ramos,

subdesenvolvimento de plantas ou de suas partes, queda de folhas, flores e frutos jovens,

esterilidade de órgãos florais e declínio de plantas. Embora estes sintomas possam aparecer nas

doenças de natureza biótica causadas por vírus e bactérias fastidiosas, também são freqüentes

para agentes abióticos como anomalia genética, distúrbios nutricionais e fatores do ambiente,

como compactação do solo e estresses de natureza diversa.

No âmbito mundial, algumas doenças causadas por fitoplasmas são bastante conhecidas,

destacando-se o enfezamento vermelho do milho, o amarelecimento letal do coqueiro e os

amarelos do pessegueiro, nas Américas; o superbrotamento da batata, o declínio da pereira, os

amarelos da videira na Europa; o nanismo do arroz e o superbrotamento do quiri e do sândalo, na

Ásia. No Brasil, a presença de fitoplasmas é relatada em várias culturas de importância

econômica, como no caso do milho, tomateiro, videira, macieira, citros, berinjela, chuchu

repolho, mandioca, cana-de-açúcar, entre outras.

Algumas técnicas têm sido empregadas para a detecção e identificação de fitoplasmas,

entre elas a microscopia eletrônica, testes sorológicos e técnicas moleculares. Dentre estas

últimas, a técnica de PCR (“Polymerase Chain Reaction”) e de RFLP (“Resctrion Fragment

Length Polymorphism”) são amplamente utilizadas devido à alta sensibilidade, rapidez e

confiabilidade. A técnica de PCR é utilizada para complementar a diagnose feita com base na

sintomatologia, pois revela a presença de fitoplasmas nos tecidos doentes da hospedeira. A

análise de RFLP tem sido eficiente para a identificação deste patógenos, permitindo a

classificação dos mesmos em grupos e subgrupos, de acordo com o grau de similaridade genética.

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A classificação atualmente adotada e aceita internacionalmente diferencia os fitoplasmas

com base na análise do 16S rDNA, feita através da técnica de RFLP (LEE et al., 1998). Ao ser

molecularmente identificado é possível saber o grau de similaridade do fitoplasma estudado em

relação aos demais fitoplasmas, permitindo o estabelecimento de relações filogenéticas entre os

mesmos. O sequenciamento de bases do fragmento correspondente ao 16S rDNA também vem

sendo muito utilizado para evidenciar similaridades e distinções genéticas existentes entre esses

procariotos.

O maracujazeiro é uma planta originária da América tropical, apresentando mais de 150

espécies. As espécies mais cultivadas no Brasil e no mundo são o maracujá-amarelo (Passiflora

edulis f. flavicarpa), maracujá-roxo (Passiflora edulis) e o maracujá-doce (Passiflora alata). O

maracujá-amarelo é responsável por mais de 95% da produção brasileira e utilizado

principalmente no preparo de sucos, enquanto que o maracujá-doce é destinado para o mercado

de fruta fresca, devido a sua baixa acidez.

São diversas as doenças que afetam a cultura do maracujazeiro, muitas delas limitando o

cultivo quando não controladas adequadamente. Dentre estas doenças está o superbrotamento,

que foi observado primeiramente em plantios no município de Araruama (RJ), e na região

metropolitana de Recife (PE), causando sérios problemas de queda de produtividade. As plantas

afetadas exibiam sintomas de clorose generalizada, superbrotamento de ramos, folhas pequenas e

coriáceas, flores com cálice gigante, esterilidade e rachadura de frutos. Cortes ultrafinos de

tecidos foliares infectados revelaram a presença de corpúsculos pleomórficos nos vasos crivados,

típicos de organismos do tipo fitoplasma.

Tendo em vista a importância econômica do maracujá e as evidências da associação de

fitoplasmas com esta espécie vegetal, o presente trabalho teve por objetivos:

1 – Demonstrar a associação constante entre superbrotamento e fitoplasma, através da detecção

molecular deste agente nos tecidos de plantas portadoras da doença.

2 – Investigar a ocorrência de fitoplasma em áreas de plantio, localizadas em algumas localidades

do estado de São Paulo e em alguns estados brasileiros.

3 – Identificar, classificar e estudar filogeneticamente o fitoplasma associado à doença.

4 – Demonstrar a patogenicidade do fitoplasma, através de transmissão de planta doente para

sadia.

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 A Cultura do maracujazeiro

O maracujazeiro é originário das áreas de clima tropical do continente americano,

possuindo mais de 150 espécies conhecidas. As espécies comerciais mais cultivadas no território

brasileiro e no mundo são o maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa), maracujá-roxo

(Passiflora edulis) e o maracujá-doce (Passiflora alata). O maracujá-amarelo é o mais cultivado

no mundo e, no Brasil, é responsável por mais de 95% da produção, principalmente utilizada para

extração de suco. O maracujá-doce é destinado para o mercado de fruta fresca, devido a sua baixa

acidez.

Na década de 80, os Estados Unidos da América eram um dos maiores produtores de

maracujá, com cerca de 10% da produção mundial (PIZZOL & CARVALHO, 2000).

Atualmente, os maiores produtores mundiais estão localizados na América do Sul, onde o Brasil,

a Colômbia, o Peru e o Equador são os maiores exportadores. As exportações mundiais dos

países produtores têm sido representadas basicamente pelo suco concentrado. Alguns países

africanos são pequenos exportadores de frutas frescas para países do continente europeu

O Brasil é o maior produtor mundial apresentando uma produção de 467 mil toneladas e

uma área cultivada de, aproximadamente, 33 mil hectares. A Bahia, atualmente, é o principal

produtor, com cerca de 77 mil toneladas em 7,8 mil hectares, Em segundo lugar, vem o estado de

São Paulo com cerca de 58 mil toneladas em 3,7 mil hectares. Em seguida, Sergipe com 33 mil

toneladas em 3,9 mil hectares e Minas Gerais, com 25 mil toneladas em 2,8 mil hectares

(NEHMI, 2006).

As exportações de suco de maracujá apresentaram na última década um crescimento de

82% e de 290% no volume e no valor comercializado, respectivamente. Os estados da Bahia,

Minas Gerais e Pará são os maiores exportadores. O grande mercado para o suco de maracujá

brasileiro é a Comunidade Européia, responsável por cerca de 60% das exportações nacionais. Os

Estados Unidos, Canadá e Japão apresentam-se como mercados altamente promissores.

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O maracujazeiro pode ser considerado de cultivo relativamente fácil, apesar do

investimento inicial elevado. O pequeno produtor encontra nesta cultura a base de sustentação de

sua família e de sua propriedade, pois pode comercializar o produto praticamente durante o ano

todo. Dessa maneira, a cultura tem desempenhado uma função social importante, garantindo um

nível de emprego razoável no campo e na indústria. Apesar da relativa facilidade de cultivo, é

grande a gama de patógenos que afetam seriamente a cultura do maracujazeiro no Brasil,

causando doenças que chegam a provocar sérios prejuízos e, até mesmo, inviabilizar,

economicamente, o desenvolvimento da cultura em determinadas áreas (PIO-RIBEIRO &

MARIANO, 1997). A expansão da área plantada também tem favorecido tanto o aparecimento de

algumas novas doenças como o agravamento de outras já conhecidas, consideradas de grande

importância econômica (CHAGAS, 1991). Dentre as doenças do maracujazeiro, pode ser incluída

aquela conhecida por superbrotamento.

2.1.2 O superbrotamento do maracujazeiro

Considerada uma séria doença do maracujazeiro no Brasil, o superbrotamento foi descrito

pela primeira vez no município de ArArAraruama, no Rio de Janeiro (KITAJIMA, 1981).

Restrita apenas ao Brasil, essa enfermidade já foi confirmada em Pernambuco (LEÃO, 1972;

KITAJIMA, 1981; LORETO & VITAL, 1983), Paraná (LIMA NETO et al., 1983), São Paulo

(CHAGAS & MORAES DE OLIVEIRA, 1987; RIBEIRO et al., 2000) e Minas Gerais (COSTA,

1993). Em Pernambuco, a doença ocorre esporadicamente, sendo conhecida por

“manjericamento” ou “macheamento”. Juntamente com a doença viral chamada de

endurecimento dos frutos (PWV), o superbrotamento é responsável pelo baixo rendimento da

cultura e abandono de áreas de plantio comercial. Além das elevadas perdas que pode provocar

isoladamente, o superbrotamento pode ocorrer associado às enfermidades denominadas de

clareamento das nervuras (VIANA & COSTA, 2003) e enfezamento, as quais são causadas por

um vírus do gênero Rhabdovirus.

Plantas portadoras do agente do enfezamento exibem clorose generalizada,

superbrotamento de ramos, aumento do cálice floral, esterilidade e rachadura de frutos. As folhas

se apresentam de tamanho pequeno, aspecto coreáceo, quebradiças e com as nervuras

visivelmente mais grossas. Os ramos tornam-se eretos e com os internódios curtos. O crescimento

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dos ramos é reduzido, não ocorrendo a formação de gravinhas no final dos mesmos. A produção

é extremamente afetada em virtude do abortamento floral e da queda prematura dos frutos

formados.

O fitoplasma associado ao superbrotamento pode ser facilmente transmitido por enxertia,

porém não ocorre a transmissão mecânica e nem se conhecem referências sobre prováveis

vetores. Os fitoplasmas, de modo geral, são naturalmente transmitidos por diversas espécies de

cigarrinhas, no entanto não existem informações quanto à participação desses insetos na

transmissão do agente desta enfermidade para o maracujazeiro. Quanto ao controle, para evitar

que o patógeno seja introduzido em grandes regiões produtoras ainda indenes, os viveiros e os

pomares devem ser inspecionados periodicamente, tendo-se o cuidado de utilizar apenas mudas

reconhecidamente sadias. Em plantios onde a doença já ocorre, inspeções periódicas devem ser

realizadas, com imediata eliminação das plantas doentes. É recomendável a busca de fontes de

resistência em cultivares de espécies economicamente exploradas ou em outras espécies do

gênero Passiflora. Em termos epidemiológicos, são necessários estudos para a determinação de

insetos vetores, hospedeiros alternativos, condições climáticas favoráveis, variabilidade do

patógeno e extensão dos danos. O tratamento de plantas com infecção incipiente pode ser feito

com o antibiótico tetraciclina (terramicina a 100 ppm), o qual pode levar ao desaparecimento dos

sintomas (FISCHER et al., 2005). No entanto, uma vez interrompido o tratamento, os sintomas

normalmente reaparecem na planta infectada. Caso se comprove a transmissão do fitoplasma por

cigarrinhas, o controle químico do inseto poderá contribuir para o controle da doença (VIANA &

COSTA, 2003).

2.1.3 Fitoplasmas como agentes de doença

Doi et al. (1967) ao observarem, em microscópio eletrônico, tecidos de plantas que

apresentavam sintomas de doenças conhecidas como “amarelos”, constataram a presença de

corpúsculos arredondados e pleomórficos nos vasos do floema. Esses organismos foram

denominados de ‘organismos semelhantes aos micoplasmas’ (MLOs), em razão de serem

morfologicamente similares aos micoplasmas que ocorriam nos animais, os quais já eram

conhecidos desde o início do século XX. A partir de 1994, o Comitê de Taxonomia dos

Mollicutes da IOM (Organização Internacional para a Mycoplasmologia) estabeleceu o nome

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trivial de fitoplasmas, para este tipo de organismos presentes em plantas (SEARS &

KIRKPATRICK, 1994).

Fitoplasmas são organismos procariotos, unicelulares, sem parede celular e não

cultiváveis em meio de cultura e habitantes de floema (DAVIS, 1995a). São pertencentes à seção

Eubactéria e membros da classe Mollicutes (MARCONE et al., 1997). Estudos filogenéticos da

seqüência do gene ribossômico 16SrDNA determinaram que os fitoplasmas estão relacionados

com as bactérias Gram positivas, sendo que ambos contem uma relação guanina/citocinina (G+C)

baixa. Tanto as bactérias Gram positivas como os fitoplasmas teriam se originado de um ancestral

comum, no entanto, durante a evolução, os fitoplasmas teriam reduzido sucessivamente o seu

genoma, assim como perdido a parede celular (WOESE et al., 1980; WEISBURG et al., 1989).

Segundo Tsai (1979) esses mollicutes são disseminados na natureza por insetos vetores

pertencentes às famílias Cicadelloidea e Fulgoroidea. No entanto, existe relatos das famílias

Cixidae, Cercopidae, Psyllidae e Fulgoridade realizarem a transmissão desse patógeno (DAVIS,

1995b). Os fitoplasmas se multiplicam nos vetores, apresentando uma relação patógeno/vetor do

tipo circulativa-propagativa. A transmissão dos fitoplasmas pode ocorrer, de modo natural ou

experimental, através da Cuscuta sp e também por enxertia, quando se produz mudas a partir de

material retirado de matrizes infectadas pelo patógeno.

As anomalias no desenvolvimento da planta provocadas pela presença de fitoplasmas

sugerem a ocorrência de distúrbios de natureza hormonal (LEE & DAVIS, 1992; DAVIS, 1995a)

e interferência com a fotossíntese e as substâncias de reserva (PERTOT et al., 1998; LEPKA et

al., 1999; MUSETTI et al., 2000). Os sintomas podem ser expressos na forma de clorose

generalizada nas folhas, desenvolvimento de brotos extra-numerários (superbrotamento,

perfilhamento), enfezamento da planta, redução dos internódios, deformação dos órgãos florais e

tendência de crescimento vertical anormal (KITAJIMA & COSTA, 1971). Sintomas

considerados característicos de fitoplasmas são a virescência, evidenciada pela formação de

clorofila em órgão florais que adquirem coloração verde e a filodía, que consiste no

desenvolvimento de folhas substituindo estruturas florais (KITAJIMA & COSTA, 1970). Os

sintomas descritos podem também ser causados por agentes bióticos ou abióticos, como vírus e

bactérias fastidiosas, anomalias genéticas, distúrbios nutricionais e fatores do ambiente, como

compactação do solo e estresses de natureza diversa.

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Centenas de doenças estão associadas aos fitoplasmas (MCCOY et al., 1989) e várias

delas têm se mostrado altamente destrutivas, causando grandes perdas em culturas de importância

agronômica. No âmbito mundial, historicamente, destacam-se doenças como o enfezamento

vermelho do milho, o amarelo do pessegueiro e o amarelecimento letal do coqueiro nas

Américas; os amarelos da videira, o superbrotamento da batata e o declínio da pereira na Europa;

o nanismo do arroz e o superbrotamento do quiri e do sândalo na Ásia (DAVIS, 1995a; SCOTT

et al., 1977). No Brasil, doenças como o superbrotamento do maracujazeiro, o superbrotamento

da mandioca, o irizado do chuchuzeiro, o enfezamento vermelho do milho, o cálice gigante do

tomateiro, o superbrotamento da abóbora, o lenho mole da macieira, o enfezamento da berinjela,

o superbrotamento do repolho, o amarelo da videira e o superbrotamento da begônia são algumas

doenças associadas aos fitoplasmas. Além das espécies cultivadas, destaca-se a detecção de

fitoplasmas em diversas plantas silvestres e daninhas. Aspectos relacionados à epidemiologia de

doenças causadas por fitoplasmas ainda são pouco conhecidos, tais como a gama de hospedeiros

naturais, as espécies de insetos vetores, a variabilidade patogênica, os efeitos da infecção causada

por misturas de fitoplasmas (DAVIS, 1995b).

A diagnose de doenças associadas aos fitoplasmas, feita com base no quadro

sintomatológico exibido pela planta, deve ser confirmada pela detecção destes agentes nos

tecidos da hospedeira (DAVIS, 1995a). A semelhança dos sintomas provocados por fitoplasmas

com aqueles causados por outros agentes bióticos ou abióticos e o não cultivo de fitoplasmas em

meio de cultura são dois fatores que dificultam a diagnose. A detecção e a identificação de

fitoplasmas têm sido conduzidas, principalmente, com a aplicação de técnicas moleculares do

tipo PCR (Polymerase Chain Reaction) e RFLP (Restriction Fragment Lenght Polymorphism),

sobretudo a partir do início da década de noventa (CHEN et al, 1992; LEE & DAVIS, 1992; LEE

et al., 1993; NAMBA et al., 1993; SEEMÜLLER et al., 1994). Para PCR, “primers” ou

iniciadores universais para detecção de fitoplasmas e iniciadores específicos para sua

classificação têm sido desenvolvidos ao longo do tempo; no caso de RFLP, diversas enzimas de

restrição e análises de padrões gerados pelas mesmas têm sido adotadas para classificar e

relacionar fitoplasmas quanto a sua diversidade genética. Mais recentemente, as técnicas de

sequenciamento das bases componentes do 16SrDNA de fitoplasmas têm permitido o

desenvolvimento de análises filogenéticas, as quais tem contribuído para aumentar o

conhecimento sobre o relacionamento genético entre os diversos fitoplasmas identificados, bem

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como um maior entendimento sobre o papel desempenhado por estes agentes de doenças na

natureza (CHAPA, 2004).

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2.2 Material e Métodos

2.2.1 Amostras de plantas

Folhas foram amostradas de plantas de maracujá com sintomas de superbrotamento,

cultivadas em pomares localizados nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe e

Bahia. (Tabela 1). Para cada localidade, foi obtida uma amostra composta, constituída de mais de

uma planta. Amostra foliar de planta sadia obtida de semente e mantida na casa de vegetação foi

utilizada como padrão negativo.

Tabela 1 - Relação das amostras com superbrotamento e seus respectivos locais de origem

Amostra Estado Localidade

1 São Paulo Piracicaba

2 São Paulo Jaú

3 São Paulo Adamantina

4 São Paulo Vera Cruz

5 Paraná Santana do Itararé

6 Rio de Janeiro Seropédica

7 Sergipe Aracajú

8 Bahia Recôncavo Baiano

2.2.2 Extração de DNA

A extração foi conduzida de acordo com a metodologia de Lee et al. (1993). Amostras de

2,0 g de material fresco foram trituradas em almofariz de porcelana, na presença de nitrogênio

líquido. Foram adicionados 15,0 mL de solução Grinding Buffer MLO (K2HPO4.2H20 – 21,7g;

KH2PO4 – 4,1g; Sacarose – 100g; BSA (Bovine Serum Albumin) – 1,5g; PVP – 10 (Poly Vinyl

Pyrolidone) – 20g; Água para completar o volume para um litro. Esterilização por filtração e

manutenção a 4ºC.) e procedeu-se a maceração do tecido. Centrifugou-se por 20 minutos a

20.000 g e descartou-se o sobrenadante. Ressuspendeu-se o precipitado em 8,0 mL de solução de

Extraction Buffer (Tris-base – 6,0g; NaCl – 7,3g; EDTA – 18,6g; pH - 8,0), adicionando-se 160

µL de proteinase K e 880 µL de Sarkosyl 10% (N-lauroyl sarcosine). O lisado foi incubado por

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duas horas a 55ºC e centrifugado por 10 minutos a 7.500 g. O sobrenadante foi transferido para

um novo tubo e adicionou-se 5,5 mL de isopropanol. Incubou-se o material a –20ºC durante uma

noite. Novamente realizou-se a centrifugação a 7.500 g por 15 minutos e descartou-se o

sobrenadante. O precipitado foi ressuspendido em 3,0 mL de solução tampão TE (Tris-base –

60,5g; EDTA – 18,6g; pH – 8,0). Adicionou-se 75 µL de SDS 20% (lauryl sulfate-sodium

dodecyl sulfate) e 60 µL de proteinase K. Incubou-se por 30 minutos a 37ºC. Adicionou-se 525

µL de solução 5M de NaCl, 420 µL de CTAB/NaCl (10% cetyltrimethylammonium bromide/0,7

M NaCl) e incubou-se por 10 minutos a 65ºC. Centrifugou-se por 5 minutos a 6000 g e removeu-

se a fase aquosa. Repetiu-se a extração com clorofórmio/álcool isoamílico, removeu-se a fase

aquosa e adicionou-se igual volume de fenol/CIA. Levou-se para centrifugação por 5 minutos a

6000 g, transferiu-se a fase aquosa para novo tubo e adicionou-se 250 µL de isopropanol. A

mistura foi incubada por 30 minutos a 20ºC negativos e centrifugada por 10 minutos a 10000 g. O

sobrenadante foi descartado e cobriu-se o precipitado com etanol 70%. O material foi mantido no

gelo por 30 minutos. Realizou-se uma centrifugação por 10 minutos a 10000g. Em seguida,

descartou-se o álcool e secou-se o precipitado com nitrogênio. O precipitado foi suspenso em 200

µL de solução tampão TE e centrifugado novamente por 5 minutos a 5000 g e armazenado em

congelador.

2.2.3 PCR para detecção de fitoplasma

Para a detecção de fitoplasma, oligonucleotídoes ou iniciadores (“primers”) universais,

produzidos com base na sequência do 16S rDNA foram empregados em duplo PCR. A suspensão

de DNA obtida no processo de extração foi diluída na proporção 1:10 e 1:50 em água deionizada.

As reações de PCR foram conduzidas com volume final de 25,0 µL, de acordo com metodologia

de Lee et al. (1993), contendo os seguintes componentes: 19,0 µL de água deionizada-destilada;

0,5 µL de cada nucleotídeo - solução 20 pmol/µL- (dCTP, dATP, dGTP, dTTP); 2,5 µL de

tampão PCR; 0,15 µL de Amplitaq 5U/µL (Invitrogen); 1,0 µL de DNA extraído da planta

(25n/µL).

O par de oligonucleotídeos universais R16mF2/mR1 (GUNDERSEN & LEE, 1996) foi

utilizado na primeira reação de amplificação e o par R16F2n/R2 (GUNDERSEN & LEE, 1996),

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na reação de re-amplificação. Os produtos amplificados pelos iniciadores R16mF2/mR1 foram

diluídos na proporção de 1:50 em água estéril (HPLC) e utilizados como moldes em reações

utilizando os iniciadores R16F2n/R2. As reações foram processadas em um aparelho

termociclador automático programado para 35 ciclos, sendo que cada ciclo compreendeu uma

etapa de desnaturação a 94ºC por 1 minuto, uma de anelamento a 50ºC por 2 minutos e outra de

extensão a 72ºC por três minutos. O ciclo final de extensão foi a 72ºC por 7 minutos.

As seqüências dos oligonucleotídeos utilizados foram

R16 mF2 – 5’ CAT GCA AGT CGA ACG GA 3’

R16 mR1 – 5’ CTT AAC CCC AAT CAT CGA C 3’

R16 F2n – 5’GAA ACG ACT GCT AAG ACT GG 3’

R16 R2 – 5’TGA CGG GCG GTG TGT ACA AAC CCC G3’

Os produtos de PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 1%, em tampão

TA 1X e voltagem constante de 65V por 90 minutos. Após a eletroforese, o gel foi corado em

brometo de etídeo durante 10 minutos e observado em um transiluminador de luz ultravioleta. O

marcador molecular utilizado foi 1kb ladder (Life Technologies). Como padrões positivos foi

utilizado DNA de planta de chuchu portadora do fitoplasma do superbrotamento, planta de milho

com o fitoplasma do enfezamento e, como padrão negativo, DNA de planta de maracujá sadia e

água destilada deionizada.

2.2.4 PCR para identificação de fitoplasma

Os produtos de PCR amplificados pelos iniciadores 16S F1/R1 foram diluídos 1:50 em

água deionizada e usados como modelo nas reações conduzidas com os pares específicos para

identificação. Estes pares também são chamados de iniciadores para grupos específicos, como

segue: R16 (I) F1/R1, R16 (III) F2/R1 e R16 (V) F1/R1 (LEE et al., 1994). Estes iniciadores

permitem identificar fitoplasmas pertencentes aos grupos 16SrI, 16SrIII e 16SrV,

respectivamente. Os fitoplasmas usados como padrões positivos para os grupos 16SrI, 16SrIII e

16SrV, foram, respectivamente, os agentes do enfezamento do milho, do superbrotamento do

chuchu, e do superbrotamento da crotalária. As reações apresentavam como componentes: 19,0

µL de água deionizada-destilada, 0,5 µL de cada iniciador específico, 20 pmol/µL de mistura de

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deoxinucleotídeos (dCTP, dATP, dGTP, dTTP), 2,5 µL de tampão de PCR; 0,15 µL de Amplitaq

5U/µL, 1,0 µL de DNA extraído da planta (25n/µL).

As reações foram processadas em um aparelho termociclador automático programado

para 35 ciclos, sendo que cada ciclo compreendeu: uma etapa de desnaturação a 94ºC por 1

minuto, anelamento a 50ºC por 2 minutos e extensão a 72ºC por três minutos. O ciclo final de

extensão foi a 72ºC por sete minutos.

As seqüências dos oligonucleotídeos específicos utilizados foram:

R16(I)F1 – 5’TAA AAG ACC TAG CAA TAG G3’

R16(I)R1 – 5’CAA TCC GAA CTG AGA CTG T3’

R16(III)F2 – 5’AAG AGT GGA AAA ACT CCC3’

R16(III)R1 – 5 ’TCC GAA CTG AGA TTG A3’

R16(IV)F1 – 5’TTA AAA AGA CTT CTT CGG3’

R16(IV)R1 – 5’TTC AAT CCG TAC TGA GAC TAC C3’

Os produtos de PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 1%, em tampão

TA 1X e voltagem constante de 65V por 90 minutos. Após a eletroforese, o gel foi corado em

brometo de etídeo durante 10 minutos e observado em um transiluminador de luz ultravioleta. O

padrão de peso molecular utilizado no gel de agarose foi o 1kb ladder.

2.2.5 Análise de RFLP para identificação de fitoplasma

A identificação do fitoplasma presente nas amostras de maracujá também foi feita através

da técnica de RFLP, com base nas análises dos perfis eletroforéticos gerados pela digestão obtida

com as diversas enzimas de restrição. Para cada amostra, uma alíquota de 3,0-5,0 µL dos

produtos de PCR duplo obtidos com os oligonucleotideos universais foi submetida à digestão

enzimática por 30 horas a 36ºC, seguindo as recomendações dos fabricantes. As enzimas

utilizadas para a identificação foram: AluI, HhaI, KpnI, HinfI, HpaII, MseI, RsaI e MboI.

Os produtos da digestão foram analisados através de eletroforese em gel de poliacrilamida

(5% acrilamida/bis; 0,07 APS; 0,0035% TEMED), o qual foi corado com brometo de etídeo e

visualizado em transiluminador de ultravioleta. O marcador molecular utilizado foi

ΦX174RFHaeIII (Invitrogen). Para classificação, o perfil eletroforético obtido para o fitoplasma

encontrado em cada amostra, para cada uma enzimas usadas, foi comparado com os padrões

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coletivos para fitoplasmas existentes na literatura e adotados internacionalmente(Lee et al.,

1998).

2.2.6 Sequenciamento do 16S rDNA do fitoplasma

Purificação de DNA

O DNA produzido na reação de duplo PCR foi colocado na coluna de GFXTM (Kit de

purificação de DNA) com filtro e tubo coletor. Foram adicionados 500µL de tampão captura.

Transferiu-se a solução de DNA para um novo tubo coletor e ressuspendeu-se, vagarosamente,

com a pipeta. Centrifugou-se as amostras a 13.000 g por 30 segundos. Descartou-se o

sobrenadante do tubo coletor e adicionou-se 500 µL de tampão lavagem (wash buffer). As

amostras foram centrifugadas a uma velocidade de 13.000 g por 30 segundos. Descartou-se o

tubo coletor e colocou-se a coluna de GFXTM dentro de um microtubo (eppendorf) de 1,5µL.

Aplicou-se 50µL de solução tampão (Tris-base – 60,5g; EDTA – 18,6g; pH – 8,0) no centro da

coluna e incubou-se as amostras à temperatura ambiente por 1 minuto. Centrifugou-se a 13.000 g

por 1 minuto. O GFXTM foi descartado e o sobrenadante armazenado a 4ºC.

Ligação dos fragmentos de DNA ao vetor

O DNA purificado foi ligado ao vetor pGem® pelo uso do kit pGem® T Easy Vector

Systems (Promega). Para a reação de ligação foram utilizados 3 µL do produto do PCR, 5 µL do

tampão 2x de ligação rápida, 1 µL do vetor pGEM®-T, 1µL da enzima T4 DNA ligase. Essa

reação foi delicadamente misturada e incubada a 4ºC por no mínimo 12 horas, sendo armazenada

posteriormente a - 20 °C.

Preparo de células competentes

Células competentes foram preparadas a partir de uma colônia isolada de células de

Escherichia coli da linhagem DH5α. Estas foram inicialmente inoculadas em 15 mL de meio

SOB (Triptona – 2,0g, extrato de levedura - 0,5g, 0,05g de NaCl, KCl 250 mM - 1,0mL. pH -

7,0.) contendo 10 mM de Mg e incubadas a 37ºC por 16 horas, sob constante rotação a 220 g. Um

mililitro desse pré-inóculo foi transferido para 100 mL de meio SOB e este enriquecido com 1

mL de MgSO4 1 M e 1 mL de MgCl2 1 M. Esse meio foi incubado nas mesmas condições de

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temperatura e rotação até atingir valores de O.D. da ordem de 0,45-0,55, no comprimento de

onda de 550 nm.

Essa cultura foi transferida para dois tubos de 50 mL e deixada no gelo por 10 minutos.

Posteriormente foi centrifugada a 3.500 g por 10 minutos, a 4ºC. O sobrenadante foi descartado.

O precipitado resultante foi dissolvido em 15 mL de tampão RF1 (K Ac 30 mM - 7,5 mL solução

1M pH7,5; RbCl 100 mM – 3,0g., MnCl 50 mM – 2,5g, CaCl2 10 mM - 0,38g e Glicerol 15%

(p/v) - 37,5 g. pH - 5,8) e deixado no gelo por 30 minutos.

Em seguida, essa suspensão foi centrifugada a 3.000 g, por 10 minutos, a 4ºC. O

sobrenadante foi descartado e o precipitado dissolvido em 8 mL de tampão rf2 (MOPS 10 mM –

5,0 mL solução 0,5 M pH 6,8, RbCl 100 mM – 3,0g, CaCl2 75 mM - 2,75 g e Glicerol 15% (p/v)

- 37,5 g. pH - 6,8) e mantido no gelo por 30 minutos.

Decorrido esse tempo, alíquotas de 200 µl foram distribuídas em tubos de 1,5 mL

previamente resfriados. Esses tubos foram congelados em nitrogênio líquido e estocados a – 70ºC

até o momento de uso.

Transformação de E. coli com os produtos de ligação

A transformação dos produtos de ligação com células competentes de E. coli da linhagem

DH5α foi realizada de acordo com protocolo descrito por Sambrook et al. (1989). Duzentos

microlitros de células competentes foram misturados com um volume variável de 2 a 8 µL do

produto de ligação, em tubos de 1,5 mL. Essa mistura permaneceu no gelo por 30 minutos,

sofrendo, logo em seguida, choque térmico a 42ºC por 90 segundos, quando os tubos foram

imediatamente transferidos para o gelo. Em ambiente asséptico, cada tubo recebeu 800 µL de

meio SOC (Triptona - 2,0 g, extrato de levedura - 0,5g, 0,05g de NaCl, MgCl2 2M - 0,5 mL e

glicose 1 M - 2,0mL.). A mistura permaneceu a 37ºC por 1 hora, sob agitação de 220 g. Em

seguida, foi centrifugada por 1 minuto a 13.000 g para concentração das células. Cerca de 400 µL

do sobrenadante foram descartados e as células suspendidas no volume restante com auxílio de

pipeta. Aproximadamente 100 µL dessa suspensão foram distribuídos em placas de Petri

descartáveis contendo meio LB (Triptona - 2,0 g, extrato de levedura – 1,0g, 2,0g de NaCl e

bacto ágar - 3,5 g. pH - 7,0.) acrescido de ampicilina 100 µgmL-1 e X-Gal 50 mgmL-1, para a

avaliação da atividade de β-galactosidade nos transformantes e seleção dos mesmos. As culturas

foram incubadas a 37ºC por 12-14 horas.

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As colônias que conservaram a atividade, de cor azul, foram consideradas portadoras do

vetor sem inserto, enquanto as que perderam a atividade e permaneceram claras, foram

selecionadas como clones portadores de DNA recombinante. Estas colônias foram transferidas

para 3 mL de meio TB (Triptona - 2,4 g, extrato de levedura – 4,8g, 800 µL de glicerol, 2,0g de

NaCl,) acrescido de ampicilina 100 µgmL-1 e 4 mL de tampão fosfato (1,15 g de KH2PO4, 6,27 g

de K2HPO4 em volume final de 10 mL) e incubadas por 12-14 horas sob rotação de 220 g, a

37ºC.

Para a preservação de cada um dos clones obtidos, cerca de 100 µL de meio foram

misturados com 100 µL de glicerol 50 %, e armazenados a – 80ºC.

Extração de DNA plasmidial

Para a extração de DNA plasmidial foi utilizado o protocolo descrito por Hoisington et al.

(1994). Colônias crescidas no meio TB foram centrifugadas em tubos de 1,5 mL a 13.000 g por 5

minutos, descartando-se, em seguida, o sobrenadante. O precipitado resultante foi dissolvido sob

agitação vigorosa em 100µL de solução I - GTE gelada (50 mM de glicose, 10 mM de EDTA e

25 mM de Tris. Acertar o pH para 8,0) e deixado à temperatura ambiente por 20 minutos; quando

foram adicionados 200 µL da solução II – NaOH/SDS (75 mL de água estéril, 20 mL de NaOH 1

N, 20 mL de NaOH 1N e 5 mL de SDS 20%). Após misturar delicadamente, as células foram

deixadas em gelo por 10 minutos. Posteriormente, foram adicionados 150 µL da solução III –

Acetado de sódio (24,6 g de acetato de sódio. Acertar o pH 4,8 com ácido acético glacial) que foi

delicadamente misturada, sendo, em seguida, centrifugada a 13.000 g por 15 minutos. O

sobrenadante foi transferido para um novo tubo e a este foram adicionados 400 µL de

clorofórmio-Isoamil. Após agitação vigorosa, a suspensão foi centrifugada a 13.000 g por 5

minutos. A fase aquosa (superior) foi transferida para um novo tubo e adicionados 400µL de

clorofórmio. Depois de agitado vigorosamente, a suspensão foi novamente centrifugada a 13.000

g por 5 minutos. A fase aquosa (superior) foi transferida para um novo tubo e acrescentado 1 mL

de etanol absoluto a – 20ºC. Os tubos foram invertidos delicadamente para misturar o conteúdo e

deixados a – 80ºC por 20 minutos, quando foram centrifugados a 13.000 g por 10 minutos. O

sobrenadante resultante foi descartado e o precipitado seco ao ar. Adicionou-se 500 µL de etanol

70% e centrifugou-se a 13.000 g por 5 minutos. O precipitado resultante foi seco a uma

temperatura de 37ºC e dissolvido em um volume de 20-40 µL de água estéril.

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O DNA plasmidial extraído foi tratado com RNase1A (Pharmacia) e, em seguida,

submetido a uma eletroforese em gel de agarose para quantificação.

Sequenciamento

Para o seqüenciamento, o DNA plasmidial extraído de cada um dos clones foi amplificado

com o primer M13 (“reverse” e “forward”) e o kit Big Dye™ Terminator Cycle Sequencing

Ready Reaction (PE Applied Biosystems). A reação de amplificação foi realizada com 400-500

ng de DNA plasmidial; 3,2 pmol de primer M 13; 2,0 µL de tampão 2,5X; 2,0 µL de Big Dye

num total de 10 µL em água estéril. O regime do termociclador para esse kit foi de 96ºC por 3

minutos, 30 ciclos a 96ºC por 1 minuto, 50ºC por 1 minuto e 72ºC por 1 minuto, finalizando com

10 minutos a 72ºC.

Ao conteúdo desses tubos, nos quais os clones foram amplificados pelo kit Big Dye™

Terminator Cycle Sequencing Ready Reaction (PE Applied Biosystems), foram adicionados 10

µL de água estéril e 30 µL de isopropanol 100%. A mistura foi incubada à temperatura ambiente

por 20 minutos, sendo posteriormente centrifugada a 13.000 g por 20 minutos. O sobrenadante

foi aspirado e descartado. O precipitado foi dissolvido em 250 µL de etanol 70 %. A mistura foi

agitada e centrifugada por 5 minutos. O sobrenadante foi removido e o precipitado foi seco por 1

minuto a 90ºC, sendo, em seguida, dissolvido em 3 µL de tampão de carregamento. Antes das

amostras serem aplicadas no gel de poliacrilamida para o seqüenciamento, estas foram

desnaturadas por 3 minutos a 90ºC.

O seqüenciamento foi realizado em aparelho ABI Prism 377 DNA Sequencer™ de acordo

com o protocolo descrito no kit utilizado. Vários clones derivados de cada DNA do fitoplasma

foram sequenciados. As seqüências do 16SrDNA dos fitoplasmas associados ao superbrotamento

do maracujazeiro juntamente com as seqüências representativas de fitoplasmas pertencentes a

diversos grupos e subgrupos, depositadas no GenBank, foram analisadas utilizando-se programas

para construção e análise de seqüências (Bioedit e Multiple Sequence Alignment –

CLUSTALW). As árvores filogenéticas foram elaboradas usando método Neighbour-joining. Os

mapas de sítios putativos de restrição para as seqüências do 16SrDNA dos fitoplasmas

encontrados em maracujazeiro e dos fitoplasmas representativos dos subgrupos 16SrIII-B e

16SrIII-J, foram gerados com as mesmas endonuclases usadas na análise de RFLP, através do

programa pDRAW 32.

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30

2.2.7 Transmissão de fitoplasma por enxertia

A transmissão experimental do fitoplasma associado ao superbrotamento do

maracujazeiro foi feita através de enxertia do tipo garfagem, visando demonstrar a

patogenicidade deste fitoplasma. Quatro plantas de maracujá sadias, provenientes de sementes e

mantidas em casa de vegetação, foram enxertadas com ramos retirados de planta sintomática,

comprovadamente portadora do fitoplasma do superbrotamento. As plantas enxertadas foram

colocadas em câmara úmida por 10 dias e, em seguida, transferidas para a casa de vegetação onde

foram mantidas à temperatura aproximada de 25ºC. As avaliações foram feitas semanalmente,

pela observação do desenvolvimento de sintomas e pela aplicação do teste de PCR para

demonstrar a presença do fitoplasma nos tecidos das plantas sintomáticas enxertadas. O PCR foi

conduzido de maneira idêntica àquela descrita para detecção nas amostras coletadas nos campos

comerciais.

2.2.8 Detecção de fitoplasma por microscopia eletrônica de transmissão

Amostras de fragmentos de hastes coletadas em plantas sintomáticas provenientes de

Santana de Itararé (PR) e Piracicaba (SP) foram devidamente preparadas para exame ao

microscópio eletrônico de transmissão, de acordo com a metodologia descrita por Kitajima &

Nome (1999). Fragmentos foliares da região das nervuras foram tratados com fixador Karnovsky

modificado e, pós-fixados em solução de tetróxido de ósmio a 1%. Contrastação foi feita “em

bloc” com acetado de uranila 0,5% por uma noite e, posteriormente, seguiu-se a desidratação em

série de acetona. Os fragmentos foram emblocados em resina Spurr e, posteriormente, os cortes

foram obtidos em ultramicrótomo Leika Ultracut UCt. As secções prateadas foram coletadas,

depositadas em mini- telas de cobre, contrastadas com acetado de uranila e citrato de chumbo.

A observação dos tecidos foi realizada em microscópio Zeis Em 9000 do Núcleo de

Apoio à Pesquisa em Microscopia Eletrônica Aplicada à Agricultura (NAp/MEpa) da

ESALQ/USP.

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31

2.2.9 Detecção de vírus por teste serológico – PTA-ELISA

O teste serológico foi utilizado para verificar a possível ocorrência de uma infecção mista

formada por fitoplasma e vírus. O teste aplicado é conhecido por ELISA (“Enzyme Linked

Immunosorbent Assay”) do tipo PTA (“Plate Trapped Antigen”) (MOWAT & DAWSON, 1987).

As amostras das plantas a serem analisadas foram maceradas, individualmente, em tampão de

carbonato de sódio, na diluição aproximada de 1:20. Posteriormente, foi adicionado 100µL dos

extratos de cada amostra, em dois pocinhos de uma placa apropriada para o teste. Um controle

positivo e um negativo foram utilizados, os quais correspondiam a plantas infectadas com a

estirpe do PWV (Passion-fruit woodiness Vírus) e plantas sadias de maracujá, respectivamente. A

placa foi incubada por 90 minutos a 37ºC e, a seguir, realizadas três lavagens consecutivas com

PBS-Tween. Foram adicionados 100µL de antissoro produzido em coelho e diluído em tampão

Tris-HCl, na diluição 1:1000, para cada amostra contida em cada pocinho da placa de ELISA.

Após um período de incubação de 90 minutos a 37ºC, a placa foi novamente lavada três vezes

com PBS-Tween. Na seqüência, foi adicionado 100µL de IgG conjugada com fosfatase alcalina

(SIGMA A-9171), diluída 1:34.000 em tampão Tris-HCl. O material foi novamente incubado por

90 minutos a 37ºC. Após a incubação, foi repetida a tríplice lavagem da placa e colocados 100µL

de ρ-fosfato de nitrofenil (SIGMA N-9389), diluído em tampão dietanolamina, em cada pocinho.

Foi realizada uma incubação à temperatura ambiente, no escuro, por um período de 30 a 60

minutos, para ocorrência da reação enzimática. A absorbância do material depositado em cada

um dos pocinhos foi medida no leitor de ELISA da marca MetertechΣ960, utilizando-se um filtro

de 405 nm. A reação foi considerada positiva quando o valor médio da absorbância excedia em

três vezes o valor médio da absorbância do extrato da planta sadia.

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32

2.3 Resultados e discussão

2.3.1 Detecção de fitoplasma por PCR

As plantas amostradas nas diversas regiões do país exibiam sintomas idênticos àqueles já

descritos para o superbrotamento do maracujazeiro (KITAJIMA, 1981; LIMA NETO et al., 1983;

CHAGAS & MORAES DE OLIVEIRA, 1987; COSTA, 1993; RIBEIRO et al., 2000). Os

sintomas predominantes se caracterizavam por clorose generalizada, engrossamento das nervuras

das folhas menores, internódios curtos, ramos retos e superbrotamento de ramos (Figura 1).

Figura 1 – Plantas assintomáticas de maracujazeiro (A) e planta apresentando sintomas de

superbrotamento e redução de entre-nós (B)

A aplicação de PCR duplo, utilizando os pares de oligonucleotídeos 16mF2/mR1 e

16F2n/R2, permitiu a detecção de fitoplasma em todas as amostras analisadas, demonstrando a

associação constante entre a doença e a presença de fitoplasma nos tecidos vegetais. A presença

de fitoplasma foi evidenciada pela visualização de bandas, correspondentes a fragmentos de

aproximadamente 1,2kb, típicas para fitoplasmas quando se utiliza os referidos pares de

oligonucleotídeos (Figura 2). Amplificações foram também obtidas para os padrões positivos

representados pelo DNA extraído de plantas de chuchu e milho, comprovadamente infectadas por

fitoplasma. Não houve amplificação para os padrões negativos representados pela água e pelo

DNA extraído de planta de maracujá sadia. Repetidos testes forneceram sempre os mesmos

resultados.

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Figura 2 – Amplificação do 16S rDNA de fitoplasmas detectados em plantas de maracujazeiro, através de duplo PCR com iniciadores universais 16F1/R1 – 16F2n/R2. Coluna M – Marcador molecular 1kb ladder; Coluna Ch – Planta de chuchu com superbrotamento; Coluna Ms – Planta de maracujá sadia; Coluna 1 – Amostra de maracujazeiro coletada em Piracicaba/SP; Coluna 2 – Amostra de maracujazeiro coletada em Jaú/SP; Coluna 3 – Amostra de maracujazeiro coletada em Adamantina/SP; Coluna 4 – Amostra de maracujazeiro coletada em Vera Cruz/SP; Coluna 5 – Amostra de maracujazeiro coletada em Santana do Itararé/PR; Coluna 6 – Amostra de maracujazeiro coletada em Seropédica/RJ; Coluna 7 – Amostra de maracujazeiro coletada em Aracajú/SE; Coluna 8 – Amostra de maracujazeiro coletada no Recôncavo Baiano/BA; Coluna Mi – Planta de milho com enfezamento vermelho

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2.3.2 Identificação do fitoplasma através de PCR

O duplo PCR com o par de oligonucleotídeos específico para a identificação de

fitoplasmas do grupo 16SrIII amplificou fragmentos típicos de, aproximadamente, 0,8kb para

todas as amostras de maracujazeiro (Figura 3). Amplificações também foram constatadas para a

amostra de planta de chuchu, sabidamente infectada por um fitoplasma pertencente ao grupo

16SRIII, usado como padrão. No entanto, não ocorreram amplificações para os padrões de grupo

16SrI e 16SRV, representados pelos fitoplasmas encontrados em milho e crotalária. Nos testes de

PCR com os pares de iniciadores específicos para identificação de fitoplasmas dos grupos 16SRI

e 16SRV nenhum produto foi amplificado para as amostras de maracujazeiro. No entanto,

resultados positivos foram obtidos para os fitoplasmas usados como padrões para os respectivos

grupos.

Figura 3 – Amplificação do 16S rDNA de fitoplasmas detectados em plantas de maracujazeiro,

através de PCR duplo conduzido com o par de oligonucleotídeos R16(III)F2/R1, específico para identificação de fitoplasmas do grupo 16SRIII. Coluna M – Marcador molecular 1kb ladder; Coluna Ch – Planta de chuchu com superbrotamento; Coluna Cr – Planta de crotalária com superbrotamento; Coluna Mi – Planta de milho com enfezamento vermelho; Coluna 1 – Amostra de maracujazeiro coletada em Piracicaba/SP; Coluna 2 – Amostra de maracujazeiro coletada em Jaú/SP; Coluna 3 – Amostra de maracujazeiro coletada em Adamantina/SP; Coluna 4 – Amostra de maracujazeiro coletada em Vera Cruz/SP; Coluna 5 – Amostra de maracujazeiro coletada em Santana do Itararé/PR; Coluna 6 – Amostra de maracujazeiro coletada em Seropédica/RJ; Coluna 7 – Amostra de maracujazeiro coletada em Aracaju/SE; Coluna 8 – Amostra de maracujazeiro coletada no Recôncavo Baiano/BA

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2.3.3 Identificação do fitoplasma através de análise de RFLP

Para a análise de RFLP foram escolhidas 4 amostras coletadas dentro do estado de São

Paulo, originárias de Piracicaba, Jaú, Adamantina e Vera Cruz e 4 amostras representativas de

cada um dos estados seguintes: São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Bahia. Os perfis

eletroforéticos obtidos para o fitoplasma presente em cada uma das amostras coletadas em São

Paulo, cujo DNA amplificado foi digerido pelas enzimas de restrição AluI, HhaI, KpnI, HinfI,

HpaII, MseI, RsaI e MboII, se mostraram indistinguíveis entre si, para cada enzima (Figuras 4, 5

e 6). Em razão dos perfis serem idênticos, o fitoplasma encontrado na amostra de Piracicaba foi

escolhido como representativo dos demais fitoplasmas identificados em São Paulo. As análises de

RFLP também revelaram que os perfis eletroforéticos gerados pelos fitoplasmas presentes nas

amostras representativas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Bahia foram

idênticos entre si para todas as enzimas de restrição utilizadas neste ensaio (Figuras 7, 8 e 9).

Estes resultados demonstraram que um mesmo fitoplasma está associado ao superbrotamento do

maracujazeiro observado nos distintos locais amostrados.

A enzima KpnI não produziu perfil eletroforético para o fitoplasma presente nas oito

amostras de maracujá analisadas, evidenciando que este fitoplasma não pertencia ao grupo 16SrI,

o grupo que congrega a maioria dos fitoplasmas conhecidos. Os produtos de digestão gerados

com a enzima MseI revelaram, para o fitoplasma do superbrotamento, um perfil eletroforético

típico de representantes do grupo 16SrIII. Este tipo de perfil permitiu distinguir o fitoplasma

encontrado em maracujazeiro de todos os fitoplasmas pertencentes aos demais grupos conhecidos

(Lee et al., 1998). A enzima RsaI indicou que o fitoplasma estudado poderia ser classificado

como um membro de grupo 16SrIII, contudo, apontou também que o mesmo poderia ser

considerado como um afiliado do grupo 16SrII. A análise dos perfis obtidos com a enzima MboII,

no entanto, mais uma vez confirmou que o fitoplasma detectado nas plantas doentes era um

representante do grupo 16SRIII. A classificação definitiva do fitoplasma do superbrotamento

como um membro do grupo 16SRIII foi obtida pela análise complementar dos perfis

eletroforéticos produzidos pelo conjunto formado pelas endonucleases AluI, HinfI, HpaII e HhaI.

Os resultados obtidos com a análise de RFLP confirmaram a identificação feita por meio de PCR

usando-se os oligonucleotídeos específicos para fitoplasmas do grupo 16SrIII.

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A análise de RFLP também permitiu a classificação do fitoplasma detectado nas plantas

sintomáticas de maracujazeiro ao nível de subgrupo. Com base no esquema de classificação

proposto por Lee et al. (1998) e em função das endonucleases usadas, os resultados indicaram

que o fitoplasma do superbrotamento pode ser classificado como um afiliado ao grupo 16SRIII,

subgrupo B. O emprego da enzima MseI possibilitou a distinção do fitoplasma em estudo dos

representantes dos subgrupos C e D. Através da análise dos perfis eletroforéticos gerados pela

enzima HhaI foi possível distinguir o fitoplasma associado ao maracujazeiro daqueles

pertencentes aos subgrupos C, D, E, F. A digestão enzimática processada com HpaII revelou que

este fitoplasma era distinto dos membros dos subgrupos A, G e H. Com base nos perfis

apresentado pelo fitoplasmas pertencente ao subgrupo I (BARROS, 2002; DAVIS et al., 1998),

também foi excluída a possibilidade de enquadrar o fitoplasma do maracujazeiro dentro deste

subgrupo (Tabela 2). Os perfis produzidos a partir do fitoplasma do chuchu, um representante do

subgrupo J (MONTANO et al., 2000), foram idênticos àqueles obtidos para o fitoplasma

encontrado no maracujazeiro, para todas as enzimas, exceção feita para HhaI. Neste caso, esta

enzima permitiu diferenciar os dois fitoplasmas, revelando que o fitoplasma associado ao

superbrotamento do maracujazeiro pode ser identificado como um representante do subgrupo B.

Os distintos conjuntos de perfis eletroforéticos, representados por numerais na Tabela 2,

permitiram comparar o fitoplasma identificado nas plantas de maracujá com aqueles

representantes de diversos subgrupos do grupo 16SRIII.

Assim, os resultados da análise coletiva dos perfis eletroforéticos, gerados pela digestão

enzimática dos produtos amplificados pelo duplo PCR com os iniciadores universais,

demonstraram que o fitoplasma associado ao superbrotamento do maracujazeiro é um

representante do grupo 16SRIII, podendo ser classificado dentro do subgrupo 16SRIII-B.

Fitoplasmas do grupos 16SrI e 16SrIII são predominantes em relação aos representantes

de outros grupos, tanto em diferentes partes do mundo (JOMANTIENE et al., 2002) como em

diversas regiões do território brasileiro (AMARAL MELLO et al., 2006a). O grupo 16SRIII se

constitui no segundo maior grupo de fitoplasmas identificados, comportando diversos subgrupos

(LEE et al, 1998). Na América do Sul, os afiliados deste grupo parecem ocorrer com maior

freqüência do que os fitoplasmas membros do grupo 16SrI. No Brasil, representantes do grupo

16SrIII estão associados com diversas doenças presentes em culturas agronomicamente

importantes, sobretudo em espécies de hortaliças como o cálice gigante do tomate (AMARAL

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MELLO et al., 2006a), superbrotamento do chuchu (MONTANO et al, 2000) enfezamento do

repolho (AMARAL MELLO, 2007), enfezamento da berinjela (AMARAL MELLO, 2004),

frisado da abóbora (MELO et al., 2007a) e filodia do morango (MELO et al., 2007b), entre

outras. Em algumas ornamentais, representantes do grupo 16SrIII também têm sido encontrados

em associação com algumas doenças relatadas mais recentemente, como por exemplo,

superbrotamento da begônia (RIBEIRO, et al., 2006), proliferação de ramos em poinsetia ou

bico-de-papagaio (RIBEIRO & BEDENDO, 2006), e superbrotamento da primavera (SILVA et

al., 2007). A identificação de mais um representante do grupo 16SrIII em plantas de

maracujazeiro afetadas pelo superbrotamento vem se somar à ampla gama de fitoplasmas deste

grupo distribuídos no território brasileiro.

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Figura 4 – Análise de RFLP, com as enzimas Mse I, Mbo II e Hha I, do 16S rDNA do fitoplasma

do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, amostradas no estado de São Paulo. Coluna 1 – Amostra coletada em Piracicaba; Coluna 2 – Amostra coletada em Jaú; Coluna 3 – Amostra coletada em Adamantina; Coluna 4 – Amostra coletada em Vera Cruz; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb

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Figura 5 – Análise de RFLP, com as enzimas Rsa I, Alu I e Hpa II, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, amostradas no estado de São Paulo. Coluna 1 – Amostra coletada em Piracicaba; Coluna 2 – Amostra coletada em Jaú; Coluna 3 – Amostra coletada em Adamantina; Coluna 4 – Amostra coletada em Vera Cruz; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb

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Figura 6 – Análise de RFLP, com as enzimas Hinf I e Kpn I, do 16S rDNA do fitoplasma do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, amostradas no estado de São Paulo. Coluna 1 – Amostra coletada em Piracicaba; Coluna 2 – Amostra coletada em Jaú; Coluna 3 – Amostra coletada em Adamantina; Coluna 4 – Amostra coletada em Vera Cruz; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb

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Figura 7 – Análise de RFLP, com as enzimas Hha I, Mbo I e Mse I, do 16S rDNA do fitoplasma

do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, representativas de quatro estados brasileiros. Coluna 1 – Amostra de São Paulo; Coluna 2 – Amostra do Rio de Janeiro; Coluna 3 – Amostra de Sergipe; Coluna 4 – Amostra da Bahia; Coluna 5 - Amostra do Paraná; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb

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Figura 8 – Análise de RFLP, com as enzimas Rsa I, Alu I e Hpa II, do 16S rDNA do fitoplasma

do grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, representativas de quatro estados brasileiros. Coluna 1 – Amostra de São Paulo; Coluna 2 – Amostra do Rio de Janeiro; Coluna 3 – Amostra de Sergipe; Coluna 4 – Amostra da Bahia; Coluna 5 – Amostra do Paraná; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb

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Figura 9 – Análise de RFLP, com as enzimas Kpn I e Hinf I, do 16S rDNA do fitoplasma do

grupo 16SrIII encontrado em plantas de maracujazeiro portadoras de superbrotamento, representativas de quatro estados brasileiros. Coluna 1 – Amostra de São Paulo; Coluna 2 – Amostra do Rio de Janeiro; Coluna 3 – Amostra de Sergipe; Coluna 4 – Amostra da Bahia; Coluna 5 - Amostra do Paraná; Colunas M - Padrão molecular φX174, com fragmentos correspondentes a 1353, 1078, 872, 603, 310, 281, 271, 234, 194, 118 e 72 pb

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Tabela 2. Comparação entre os perfis eletroforéticos, gerados por enzimas de restrição, do

fitoplasma identificado em plantas de maracujazeiro com alguns fitoplasmas representantes do

grupo 16SrIII

Fitoplasma Padrões de restrição obtidos com as enzimas

16SrIII Subgrupo AluI MboI HpaII MseI RsaI HhaI KpnI

SM B 1 2 2 2 1 1 1

EBBa - 1 2 2 2 1 3 1

EBWa - 1 2 2 2 3 4 1

ManWBa - 1 2 2 2 3 4 1

CXb (A) 1 1 1 1 1 1 1

CYEb (B) 1 2 2 2 1 1 1

PBb (C) 2 2 2 3 1 2 1

GR1b (D) 1 2 2 4 1 2 1

SP1b (E) 1 1 2 4 1 2 1

MWbb (F) 1 2 1 2 1 3 1

WWBb (G) 1 1 1 2 2 1 1

PoiBIe (H) 1 1 1 2 1 1 1

VGYc (I) 1 1 1 2 1 1 1

ChWBd (J) 1 2 2 2 1 2 1

Os números representam os diferentes tipos de perfis eletroforéticos obtidos para cada enzima de restrição. Abreviações: SM= superbrotamento do maracujazeiro (presente trabalho); EBB = Eggplant big bud; EWB = eggplant witches’-broom; ManWB = Manihots witches’-broom CX = canadian X-Disease; CYE = Clover yellow edge; PB = Pecan bunch; GR1 = Goldrod yellows; SP1 = Spirea stunt; MWb1 = Milkweed yellows; WWB = Walnut witches’-broom; PoiBI = Poinsetia branch-inducing; VGY = Virginia grapevine yellows; ChWB = Chayote witches’-broom;.Letras sobrescritas: a = descritos por Barros (2002); b = descritos por Lee et al (1998); c = descritos por Davis et al (1998); d = descrito por Montano et. Al (2000); e = descrito por Davis et al (não publicado, citado por Barros, 2002)

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2.3.4 – Análise filogenética e de sítios putativos de restrição

Uma seqüência consenso foi escolhida como representativa do fitoplasma detectado nas

plantas sintomáticas de maracujazeiro, identificada por (PFP-br1- Passion-fruit proliferation), a

qual será depositada no GenBank. O sequenciamento das bases foi repetido por pelo menos três

vezes. A análise filogenética baseada nestas seqüências confirmaram os resultados obtidos na

identificação do fitoplasma por PCR, com oligonucleotídeos específicos, e por RFLP, com as

diversas enzimas de restrição.

As seqüências nucleotídicas presentes no 16S rDNA do fitoplasma do maracujazeiro

mostraram alto índice de similaridade, quando comparadas com as seqüências dos diferentes

fitoplasmas afiliados ao grupo 16SRIII. A relação filogenética entre os fitoplasmas de diferentes

grupos e o fitoplasma associado ao superbrotamento do maracujazeiro está apresentada na árvore

construída com as respectivas seqüências nucleotídicas (Figura 10). O fitoplasma detectado em

plantas de maracujá se mostrou distinto dos fitoplasmas representantes dos demais grupos e fez

parte do ramo que reuniu alguns dos representantes dos subgrupos do grupo 16SrIII. Com base na

árvore filogenética, o fitoplasma presente em maracujazeiro mostrou maior similaridade com os

fitoplasmas dos subgrupos 16SRIII-B e 16SrIII-J. A análise dos mapas de sítios putativos de

restrição (Figura 11) mostrou concordância com os resultados da análise de RFLP e revelou,

através do emprego da enzima HhaI, que o fitoplasma do superbrotamento do maracujazeiro

pode ser classificado como um representante do subgrupo 16SRIII-B. As análises das seqüências

nucleotídicas que compõem o 16Sr DNA têm sido úteis para a identificação molecular de

fitoplasmas, tanto ao nível de grupo como de subgrupo. Os resultados obtidos no presente

trabalho foram bastante claros, considerando-se que o genoma de fitoplasmas afiliados ao grupo

16SrIII pode conter duas ou mais populações do gene 16SrDNA, o que muitas vezes dificulta a

identificação destes procariotos (JOMANTIENE et al., 2002; SCHNEIDER & SEEMÜLLER,

1994; AMARAL MELLO et al, 2006b).

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Figura 10 – Árvore filogenética elaborada com o fitoplasma do superbrotameno do maracujazeiro

(PFP-br1), fitoplasmas representantes de diversos grupos, fitoplasmas afiliados a alguns subgrupos do grupo 16SrIII e um padrão representado pelo procarioto Acholeplasma laidlawii.

Abreviações: VGY = Virginia grapevine yellows; MWB = Milkweed yellows; SP1 = Spirea stunt; PoiBI = Poinsetia branch-inducing; CX = canadian X-Disease; MW1 = Milkweed yellows; CYE = Clover yellow edge; ChWB = Chayote witches’-broom; PFP = Passion fruit peoliferation; Danvir = Dandelion virescence, PPWB = Unpublished Pigeon pea witches’-broom; RYD-J = Rice yellow dwarf; LYJ-C8 = Coconut lethal yellowing phytoplasma; LfWB = Loofah witches’-broom

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phytoplasma; EY1 = Ca. Phytoplasma ulmi; CP = clover proliferation phytoplasma; EriWB = Erigeron witches’-broom; PnWB = Peanut witches’-broom; BibWB = Michigan aster yellows; PD = Pear decline; JHP = Japanese Hydrangea phyllody; MBS = Maize bushy stunt; MPV = Mexican periwinkle virescence

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Figura 11 - Mapas de sítios putativos de restrição construídos a partir de seqüências nucleotídicas

do 16SrDNA dos fitoplasmas do superbrotamento do maracujazeiro [PFP-br1] (A), do amarelo do trevo [CYE] (B) e do superbrotamento do chuchu [ChWB] (C)

2.3.5 Teste de transmissão

Os sintomas associados ao fitoplasma do superbrotamento passaram a ser observados nas

plantas de maracujazeiro sadias, partir de 4 semanas após estas plantas terem sido enxertadas com

ramos de planta doente, coletada na região de Vera Cruz/SP. As plantas enxertadas exibiram

sintomatologia caracterizada por clorose foliar, superbrotamento de ramos, redução de entre-nós

e no tamanho das folhas (Figura 12 e Figura 13), sintomas estes típicos da doença encontrada no

campo. A aplicação da técnica de PCR demonstrou a presença do fitoplasma nos tecidos das

plantas enxertadas, confirmando a transmissão do patógeno a partir da planta doente. A presença

do fitoplasma foi revelada pela amplificação de fragmentos de DNA de, aproximadamente,

1,2kb, visualizados na forma de bandas em gel de agarose. O teste de transmissão demonstrou a

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patogenicidade do fitoplasma, evidenciando claramente que os sintomas exibidos pelas plantas

enxertadas foram resultantes da ação do patógeno.

Em razão dos fitoplasmas não serem isolados e cultivados em meio de cultura, o teste

biológico representado pela transmissão tem um papel importante nos estudos deste tipo de

patógeno. A transmissão de fitoplasmas de plantas doentes para plantas sadias se constitui numa

ferramenta útil para demonstrar a patogenicidade destes agentes de doença, bem como para

confirmar a diagnose baseada nos sintomas exibidos por plantas suspeitas de infecção por estes

procariotos. (MARCONE et al., 1997)

2.3.5 Microscopia Eletrônica de Transmissão

Nas secções ultrafinas, preparadas com tecido de fragmentos de hastes retirados de plantas

de maracujazeiro, foram observados, nos vasos de floema, corpúsculos pleomórficos e

arredondados, típicos de fitoplasma. A identificação destas estruturas foi baseada em algumas

características celulares, tais como dimensão, forma e ausência de parede envolvendo a célula.

Em material amostrado de planta sadia de maracujazeiro, nenhum corpúsculo do tipo fitoplasma

foi evidenciado pela microscopia eletrônica de transmissão. A técnica de microscopia eletrônica

tem se mostrado muito útil para detecção de fitoplasmas e auxílio em diagnoses, desde a

descoberta destes organismos na década de sessenta (DOI et al., 1967). No Brasil, através da

microscopia, um significativo número de doenças foram demonstradas como estando associadas

aos fitoplasmas, em uma gama de hospedeiros representados por espécies cultivadas, daninhas e

silvestres (KITAJIMA, 1995). O emprego da microscopia eletrônica tem contribuído de forma

relevante para o conhecimento deste tipo de agente de doença presente no território brasileiro,

sobretudo pelas pesquisas desenvolvidas pelo professor Elliot W. Kitajima.

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Figura 12 – Hastes de plantas de maracujazeiro exibindo sintomas de clorose foliar,

superbrotamento de ramos, redução de entre-nós e diminuição no tamanho das folhas

Figura 13 – Planta de maracujá, enxertada experimentalmente, mostrando sintomas de

superbrotamento, evidenciados por brotação anormal de ramos, encurtamento de entre-nós e redução no tamanho de folhas

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Figura 14 – Corpúsculos pleomórficos de fitoplasma, presentes no lúmen de um elemento de

floema de planta de maracujazeiro, com sintomas de superbrotamento

2.3.6 Detecção de vírus por teste serológico

O teste serológico utilizado foi do tipo PTA-ELISA e teve como finalidade detectar a

ocorrência do vírus causador da doença conhecida por endurecimento dos frutos, nos tecidos

amostrados de plantas de maracujazeiro afetadas pelo superbrotamento. Este vírus ocorre com

freqüência, sendo considerado de grande importância para a cultura (FISCHER et al., 2005). A

ocorrência conjunta de vírus e fitoplasma causando doenças em um único hospedeiro caracteriza

uma infecção mista, já encontrada em várias espécies vegetais, sendo o milho um exemplo

clássico (HAMMOND & BEDENDO, 2001). Neste ensaio, buscou-se demonstrar que os

sintomas de superbrotamento exibidos pelas plantas doentes estavam somente relacionados à

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presença do fitoplasma. Os testes serológicos apresentaram resultados negativos para a presença

de vírus em todas as amostras de plantas de maracujazeiro analisadas, provenientes do interior de

São Paulo ou de outros estados brasileiros. Assim, ficou comprovado que os sintomas de

superbrotamento estavam associados à presença do fitoplasma identificado neste trabalho.

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3 CONCLUSÕES

Com base nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que:

• Um fitoplasma está constantemente presente em plantas de maracujazeiro

apresentando sintomas de superbrotamento.

• O fitoplasma detectado nos tecidos de plantas portadoras de superbrotamento é o0

agente causal da doença.

• Este fitoplasma é uma agente representante do grupo 16S rIII e afiliado ao sub-

grupo 16S rIII – B.

• O fitoplasma do superbrotamento está ocorrendo, no presente momento, em

algumas regiões do estado de São Paulo (Piracicaba, Jaú, Adamantina e Vera

Cruz) e em outros estados da federação, como a Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e

Sergipe.

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