efeito da auriculoterapia francesa no tratamento da dor crônica musculoesquelética

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Efeito da Auriculoterapia Francesa no tratamento da dor crônica musculoesquelética Isabella de Cássia Simões Augusto Margonari, Juliana Lotumolo Artigo elaborado através do trabalho de conclusão de curso CETN - Campinas 2012. 1- INTRODUÇÃO A dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP - Associação Internacional para o Estudo da Dor) como sendo "uma experiência emocional e sensorial desagradável associada com uma lesão tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal lesão". A sensação dolorosa tem papel fisiológico e funciona como um sinal de alerta para percepção de algo que está ameaçando a integridade física do organismo (CHAPMAN et al., 1999). Neste sentido, a dor é um sintoma clinicamente importante para a detecção e avaliação de doenças, bem como, para induzir um comportamento de precaução e conseqüentemente, limitar os possíveis danos (MILLAN, 1999; WOOLF, 2000; ALMEIDA et al., 2004). 2. OBJETIVOS 2.1 GERAL O objetivo geral deste estudo é divulgar a Auriculoterapia Francesa como prática integrativa e complementar. 2.2 ESPECÍFICOS Já os objetivos específicos deste estudo são: O objetivo geral deste estudo é divulgar a Auriculoterapia Francesa como prática integrativa e complementar.

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Page 1: Efeito da Auriculoterapia Francesa no tratamento da dor crônica musculoesquelética

Efeito da Auriculoterapia Francesa no tratamento da dor crônica musculoesquelética

Isabella de Cássia Simões Augusto Margonari, Juliana Lotumolo

Artigo elaborado através do trabalho de conclusão de curso CETN - Campinas 2012.

1- INTRODUÇÃO

A dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP - Associação Internacional para o Estudo da Dor) como sendo

"uma experiência emocional e sensorial desagradável associada com uma lesão tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal lesão". A sensação dolorosa tem papel fisiológico e funciona como um sinal de alerta para percepção de algo que está ameaçando a integridade física do organismo (CHAPMAN et al., 1999). Neste sentido, a dor é um sintoma clinicamente importante para a detecção e avaliação de doenças, bem como, para induzir um comportamento de precaução e conseqüentemente, limitar os possíveis danos (MILLAN, 1999; WOOLF, 2000; ALMEIDA et al., 2004).

2. OBJETIVOS

2.1 GERAL O objetivo geral deste estudo é divulgar a Auriculoterapia Francesa como prática integrativa e complementar.

2.2 ESPECÍFICOSJá os objetivos específicos deste estudo são:

Verificar a eficácia da técnica da Auriculoterapia Francesa para o tratamento e/ou controle da dor crônica musculoesuqelética;

Possibilitar ao paciente um tratamento com um recurso não farmacológico.

3. METODOLOGIA DO ESTUDO

3.1 TIPO DE ESTUDOEstudo de natureza aplicada, com abordagem quantitativa e qualitativa. (GIL, 1996).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRAA população do estudo foi composta por voluntários com os seguintes critérios:

O objetivo geral deste estudo é divulgar a Auriculoterapia Francesa como prática integrativa e complementar.

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Adultos com idade entre 18 e 80 anos;

Nível cognitivo dentro dos padrões da normalidade (verificável durante a entrevista de seleção);

Portadores de dores crônicas musculoesqueléticas á mais de três meses.

Foram excluídos do estudo:

Crianças e adolescentes com idade inferior á 18 anos;

Pacientes portadores de qualquer tipo de distúrbios de ordem neurológico;

Gestantes e diabéticos com ou sem controle.

E finalmente, para participarem da pesquisa, foram considerados ainda, a disponibilidade de tempo e meios de transporte, aceitação da rotina de tratamento (a qual previa faltas somente com reposição de no máximo dois dias antes ou dois dias após a data marcada para a sessão), intenção de completar o tratamento e fornecimento do consentimento livre e esclarecimento em participar do estudo devidamente assinado.

3.3. MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS

Para a entrevista dos candidatos: ficha de avaliação em anexo;

Para assepsia do pavilhão auricular: algodão, cotonetes e álcool a setenta por cento;

Para localização dos pontos: apalpador de pressão e mapa auricular com a localização das regiões auriculares contendo os pontos a serem tratados segundo NOGIER (NOGIER, 2003) e apostila Cartográfica de Auriculoterapia Francesa. CETN - Campinas da Professora Rosemeire Campos Bissiato (BISSIATO, 2011);

Para estimular os pontos: agulhas sistêmicas 0,20 x 15 mm e agulhas semi-permanente de implante (todas as agulhas serão de uso individual e descartável);

Para fixar as agulhas semi-permanentes de implante que estimulará os pontos, esparadrapo Micropore;

Para aplicar as agulhas semi-permanentes e fixar o esparadrapo: pinça longa.

3.4. PROTOCOLO TERAPÊUTICO

Antes de aceitarem participar do estudo, os pacientes receberam todas as informações sobre o método da Auriculoterapia Francesa como tratamento da dor crônica musculoesquelética e sobre os seus deveres e direitos durante todo o período do estudo, só então, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecimento (ANEXO I)

Page 3: Efeito da Auriculoterapia Francesa no tratamento da dor crônica musculoesquelética

Após o paciente ter preenchido o termo de consentimento livre e esclarecimento, o terapeuta realizou o preenchimento da ficha de avaliação contendo os dados pessoais e anamnese do paciente (ANEXO II). Através da ficha de avaliação verificou-se a lateralidade do paciente, ou seja, se ele é dextro, canhoto ou canhoto contrariado, para efetuarmos o tratamento no pavilhão de lateralidade (NOGIER E BOUCINHAS, 2006).

3.4.1. Procedimento

Análise visual dos dois pavilhões auriculares para verificação de diferenças de coloração e deformidades a serem anotadas na ficha de avaliação;

Assepsia do pavilhão auricular de lateralidade com algodão embebido em álcool setenta por cento, para uso de agulhas semi-permanentes, sendo mais fácil mantê-las por mais tempo fixas no pavilhão auricular e também para evitar infecções;

Sabe-se que cada pessoa tem um formato de orelha diferente, sendo assim o terapeuta localizou os pontos através da sensibilidade à dor com o apalpador de pressão;

As agulhas semi-permanentes são descartáveis e puderam permanecer no local puncionado por até sete dias, usufruindo o tratamento durante todo esse tempo;

A seleção dos pontos auriculares utilizados foi baseada nos pontos posturais (captores posturais segundo BRICOT) e da própria região afetada segundo NOGIER.

Para este estudo, os pontos auriculares utilizados para controle e diminuição das dores crônicas musculoesqueléticas foram:

Ponto Trigêmio, Ponto do Quadril, Ponto Tálamo

Pontos relacionados a região afetada pela dor: (foi puncionado somente um ponto deste em cada paciente, ou seja, somente o ponto correspondente a dor afetada)

Ponto do Ciático, Ponto Ombro, Ponto do Joelho, Pontos da Coluna Vertebral

Pontos dos captores posturais:

Ponto do Olho, Ponto do Maxilar, Ponto Calcanhar (pé), Ponto Zero

3.4.2. Tratamento (NOGIER E BOUCINHAS, 2006 e BISSIATO, 2011)

Foram detectados os pontos com o apalpador de pressão, cuja estimulação gerou dor à pressão ou criou certa depressão. Em casos onde observou-se mudez auricular (insensibilidade ou nenhuma dor à palpação), foi picado o ponto ZERO.

Puncionou-se, primeiramente, com as agulhas filiformes nos pontos Trigêmio, Quadril e Tálamo. Depois, o ponto referente á região afetada (Ciático, ou Ombro, ou Joelho, ou a região afetada da coluna vertebral). Aguardou-se de 15 a 20 minutos.

Page 4: Efeito da Auriculoterapia Francesa no tratamento da dor crônica musculoesquelética

Para os pontos posturais (Olho, Maxilar e Calcanhar), foram colocadas as agulhas auriculares semi-permanentes, cobertas com micropore, onde permaneceram por um intervalo de 4 à 7 dias, desde que não houve sensação extrema de incômodo ou dor pulsátil espontânea, ao que o paciente foi orientado a fazer a retirada das mesmas.

Em alguns pacientes, de acordo com a preferência dos mesmos, foram puncionadas agulhas filiformes em todos os pontos, incluindo os captores posturais e estas foram todas retiradas após o término da sessão (15 a 20 minutos).

O tratamento foi constituído de quatro sessões de Auriculoterapia Francesa, as quais foram realizadas uma vez por semana. Antes de cada sessão, os pacientes foram orientados para retirada das agulhas semi-permanentes antes do último banho, para limpeza local e "descanso" do pavilhão auricular por algumas horas, pois a aplicação foi realizada no mesmo pavilhão de lateralidade.

Após a colocação das agulhas os pacientes foram instruídos a estimular os pontos dos captores posturais que permaneceram com as agulhas semi-permanentes, por dez pressões, três vezes ao dia, todos os dias. A importância da estimulação foi frizada durante cada sessão.

3.4.3. Análise dos dados

Os dados foram submetidos a uma análise estatística descritiva.

4. RESULTADOS

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6. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos com este estudo pode-se concluir que a técnica da Auriculoterapia Francesa mostrou-se muito eficaz para a diminuição das dores crônicas musculoesqueléticas. Apresentando altos índices de melhoras na escala da dor, chegando muito próximo ao Zero na Escala de Estimativa Numérica (Numeric Rating Scale - NRS).

Com estes, os objetivos específicos iniciais do estudo foram alcançados, visto que as dores musculoesqueléticas foram diminuídas consideravelmente, proporcionando aos pacientes portadores de dores musculoesqueléticas maior amplitude de movimento e uma melhor qualidade de vida com uma alternativa não medicamentosa para o tratamento.

A Auriculoterapia Francesa é uma técnica muito bem aceita, que em muitas ocasiões, é pouco considerada no controle das dores crônicas, por ser pouco conhecida no Brasil, apesar de oficializada pela Organização Mundial da Saúde, em Lyon, na França desde novembro de 1990 (NOGIER E BOUCINHAS, 2006).

O presente trabalho teve como fundamento promover a Auriculoterapia Francesa na população Brasileira e divulgá-la para o tratamento da dor crônica musculoesquelética como uma modalidade terapêutica alternativa aos tratamentos convencionais. Levando em conta, o insignificante percentual de contra-indicações e efeitos colaterais advindos desta técnica.

Page 6: Efeito da Auriculoterapia Francesa no tratamento da dor crônica musculoesquelética

É uma técnica de fácil manejo e aplicação, e com ela têm-se resultados rápidos e eficientes. Podendo ser aplicada juntamente com a terapia medicamentosa já estabelecida ao tratamento, e muitas vezes, possibilita a diminuição da dose do medicamento analgésico, ou mesmo a retirada da medicação.

Com isso, tem-se a melhora na qualidade de vida do paciente, que sofre de dores crônicas e geralmente faz uso de grandes quantidades de medicamentos que, na maioria das vezes, são custosos, quando em uso prolongado e trazem efeitos colaterais indesejáveis.