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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Marcelo César Nonato da Silveira
EFEITO AGUDO DA MANIPULAÇÃO LOMBO-SACRA
SOBRE A ESTABILOMETRIA: ESTUDO
ALEATORIZADO CONTROLADO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins
Lins - SP
LINS – SP
2018
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MARCELO CÉSAR NONATO DA SILVEIRA
EFEITO AGUDO DA MANIPULAÇÃO LOMBO-SACRA SOBRE A
ESTABILOMETRIA: ESTUDO ALEATORIZADO CONTROLADO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – campus Lins/SP, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia, sob a Orientação do Prof. Esp. Jonathan Daniel Telles e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP 2018
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Silveira, Marcelo Cesar Nonato
O Efeito Agudo da Manipulação Lombo-sacra sobre a Estabilometria em Indivíduos Saudáveis / Marcelo Cesar Nonato da Silveira. – – Lins, 2017.
76p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2018.
Orientadores: Jonathan Daniel Telles; Jovira Maria Sarraceni.
1.Manipulação. 2.Lombo-Sacra. 3.Estabilometria.. I Título.
CDU 615.8
S589e
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MARCELO CÉSAR NONATO DA SILVEIRA
EFEITO AGUDO DA MANIPULAÇÃO LOMBO-SACRA SOBRE A
ESTABILOMETRIA: ESTUDO ALEATORIZADO CONTROLADO
Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em
Fisioterapia.
Aprovado em: __/__/___
Banca Examinadora:
Professor Orientador: Jonathan Daniel Telles
Titulação: Especialista em Treinamento Personalizado e Musculação-Unisalesiano.
Assinatura: _________________________________
1º Professor (a): ___________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: _________________________________
2º Professor (a): ___________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: _________________________________
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, aos meus pais, Moacyr Silveira e Silvia Silveira, aos meus
avós, à minha namorada, Fernanda Bassi Gonçalves, e a todos os professores que
fizeram parte da minha formação, em especial meu orientador e amigo, Jonathan
Telles e a professora Jovira.
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RESUMO
Estudos recentes apontam os inúmeros benefícios terapêuticos adquiridos a partir de técnicas manipulativas como restauração da amplitude, mobilidade articular, flexibilidade muscular, melhor relação agonista e antagonista, e analgesia. Acredita-se que, através da manipulação lombo sacra e da articulação sacro-ilíaca, seja possível melhorar o tônus muscular da cadeia posterior dos membros inferiores, resultando assim, em uma melhor condição estática na posição ereta e, consequentemente, uma melhora da distribuição da pressão plantar, equilíbrio postural e da estabilometria de um indivíduo. A estabilometria, por sua vez, é um exame realizado através de baropodometria que mensura a oscilação do equilíbrio estático nos sentidos ântero-posterior e lateral. O presente estudo teve por objetivo avaliar o efeito agudo da manipulação lombo sacra sobre a estabilometria avaliada em baropodometria em indivíduos saudáveis. Para realização do trabalho foram recrutados 20 indivíduos do sexo feminino, com média de idade entre 19 e 28 anos, que após estarem enquadrados no âmbito da pesquisa e tendo assinado o termo de consentimento livre e esclarecido foram alocados de forma randomizada em 02 grupos, sendo 10 voluntárias para o grupo manipulação (GM) onde receberam manipulação lombo sacra e 10 voluntárias para o grupo sham (GS) que receberam uma manobra sem finalidade terapêutica. Ambos os grupos passaram por avaliação de estabilometria, através de baropodometria pré e pós intervenção. As avaliações e intervenções fisioterapêuticas foram realizadas nas dependências da clínica de fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO de Lins-SP. Através dos resultados obtidos pode-se concluir que não houve diferença estatisticamente significante na análise baropodometria pré e pós intervenção. Palavras-chave: Manipulação. Lombo sacra. Estabilometria.
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ABSTRACT
Recent studies point to the innumerable therapeutic benefits gained from manipulative techniques such as amplitude restoration, joint mobility, muscle flexibility, better agonist and antagonist relationship, and analgesia. It is believed that, by manipulating the lumbar sac and the sacroiliac joint, it is possible to improve the muscle tone of the posterior chain of the lower limbs, resulting in, a better static condition in the erect position and consequently an improvement in the distribution of plantar pressure, balance and the stabilometry of an individual. Stabilometry, on the other hand, is an examination performed through baropodometry that measures the oscillation of the static balance in the anteroposterior and lateral directions. The present study aimed to evaluate the acute effect of manipulation of the lumbar sacra on the stabilometry evaluated in baropodometry in healthy individuals. In order to carry out the study, 20 female subjects, with a mean age of between 19 and 28 years old, were recruited who, after being enrolled in the scope of the research, signed a free informed consent form in two groups, 10 volunteers for the manipulation group (GM) where they received manipulation of the lumbar sacra and 10 volunteers for the sham group (GS) who received a non-therapeutic maneuver. Both groups underwent stabilometry evaluation through pre and post intervention baropodometry. Physical therapy evaluations and interventions were performed in the physiotherapy clinic of the Centro Universitário Salesiano Auxiliário Catholic - UNISALESIANO de Lins-SP. Through the obtained results it can be concluded that there was no statistically significant difference in the pre and post intervention baropodometry analysis.
Keywords: Manipulation; Sacral loin; Stabilometry.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ramificações nervosas da articulação sacro-ilíaca .................................... 13
Figura 2: Curvaturas da coluna vertebral .................................................................. 14
Figura 3: Disco intervertebral .................................................................................... 14
Figura 4: Ligamentos da coluna vertebral ................................................................. 16
Figura 5: Características das vertebras lombares ..................................................... 17
Figura 6: Sacro vista anterior e posterior .................................................................. 18
Figura 7: Músculos que atuam na mobilidade e estabilidade lombar ........................ 19
Figura 8: Comportamento do disco intervertebral nos movimentos de flexão e
extensão .................................................................................................................... 20
Figura 9: Ritmo lombo-pélvico ................................................................................... 21
Figura 10: Pelve e articulação sacro-ilíaca ................................................................ 22
Figura 11: Movimentos de nutação e contranutação ................................................. 23
Figura 12: Avaliação postural clássica ...................................................................... 27
Figura 13: Tipos de pé causativos ............................................................................. 28
Figura 14: Relação entre alterações ortodônticas com a postura ............................. 28
Figura 15: Baropodômetro......................................................................................... 30
Figura 16: Baropodometria – cores correspondentes com as regiões de pressão.... 31
Figura 17: Estabilometria. ......................................................................................... 32
Figura 18: Avaliação estabilometria em baropodometria .......................................... 35
Figura 19: Manipulação lombo-sacra ........................................................................ 36
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Características demográficas e Idade da casuística da pesquisa. ......... 37
Tabela 2: Resultados da média e desvio padrão do comprimento da estabilometria
realizada através da baropodometria computadorizada pré e pós intervenção das
voluntárias do grupo manipulação e do grupo sham e o valor p. ............................. 38
Tabela 3: Resultados da média e desvio padrão da área da estabilometria realizada
através da baropodometria computadorizada pré e pós intervenção das voluntárias
do grupo manipulação e do grupo sham e o valor p. ............................................... 38
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
GE – Grupo Experimento
GC – Grupo Controle
GM – Grupo Manipulação
GS – Grupo Sham
GP – Grupo Placebo
DP – Desvio Padrão
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences (Pacote Estatístico para as
Ciências Sociais)
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
1 CONCEITOS PRELIMINARES .............................................................................. 12
1.1 Anatomia Lombo-Sacra ................................................................................... 12
1.1.1 Músculos que atuam na região lombo-sacra ............................................. 18
1.2 Biomecânica Lombo- sacra ............................................................................. 19
1.3 Manipulação .................................................................................................... 24
1.4. Equilíbrio Postural ........................................................................................... 26
1.5 Baropodometria ............................................................................................... 29
1.6 Estabilometria .................................................................................................. 31
2 O EXPERIMENTO ................................................................................................. 32
2.1 Recursos metodológicos .................................................................................. 32
2.1.1 Condições ambientais ............................................................................... 33
2.1.2 Participantes ............................................................................................. 33
2.2 Material e métodos .......................................................................................... 34
2.2.1 Avaliação estabilometria ........................................................................... 34
2.2.2 Procedimentos .......................................................................................... 35
2.2.3 Análise estatística ..................................................................................... 37
2.3 Resultados ....................................................................................................... 37
2.4 Discussão ........................................................................................................ 39
2.5 Conclusão ........................................................................................................ 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
APÊNDICE ................................................................................................................ 45
Apêndice A ............................................................................................................ 45
ANEXO ...................................................................................................................... 48
Anexo A ................................................................................................................. 48
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INTRODUÇÃO
A postura é a capacidade de um individuo de se sustentar em determinada
posição, ou seja, manter um alinhamento corporal projetando o centro da gravidade
na base da sustentação.
Na fisioterapia a avaliação postural é amplamente utilizada, auxiliando na
prescrição de condutas terapêuticas, bem como no entendimento de muitas
disfunções (IUNES et al., 2005).
Uma boa postura é a condição onde a musculatura e todas as estruturas
esqueléticas estão em equilíbrio, uma condição postural adequada esta associada a
prevenção de lesões, deformações e disfunções (IUNES et al., 2005).
Bricot (2010) relata os captores posturais: olho, boca e os pés como
responsáveis pela manutenção da postura ereta em um indivíduo. Dessa forma,
alguma alteração dos captores posturais pode levar a consequente alteração da
postura.
Na grande maioria das vezes o método de avaliação postural mais utilizado
na pratica terapêutica é a avaliação visual dos aspectos anterior, posterior e lateral
onde observa-se assimetrias de estruturas anatômicas, porém outros recursos
também podem ser utilizados como inclinometro, radiografias, câmeras e softwares,
entre outros. A estabilometria é uma ferramenta de avaliação padrão ouro, que
possibilita avaliar através das oscilações posturais na posição postural, isso ocorre
através de uma plataforma de força chamada Baropodometro que detecta e
quantifica os deslocamentos do centro de pressão nas direções laterais e antero
posterior, inúmeras formas e variações podem ser encontradas na aplicação do
teste, levando em consideração o objetivo de cada profissional (BASTOS; LIMA;
OLIVEIRA, 2005).
Acredita-se que uma alteração do tônus muscular dos músculos inervados
pelo plexo lombo-sacral pode levar a consequentes alterações do centro de
gravidade, da distribuição da pressão plantar e da postura estática em um individuo.
Através da técnica manipulativa aplicada na região sacro-ilíaca e transição lombo-
sacra seria possível que essa musculatura do plexo lombo-sacral apresentasse
melhora do seu tônus flexibilidade levando assim a uma melhor condição funcional
dessas estruturas (ZATARIN; BORTOLAZZO, 2012).
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Através da manipulação sacro-ilíaca é possível alterar em curto prazo o tônus
muscular, além de melhorar o desempenho muscular. Isso ocorre devido a um
mecanismo neural, ou seja, uma diminuição do motoneuronio (ORAKIFAR et al.,
2012).
As técnicas de manipulação utilizadas em algumas modalidades terapêuticas
têm por objetivo restaurar a melhor condição funcional e amplitude de uma
articulação que se apresenta em disfunção, ainda, outros efeitos benéficos
importantes são observados após a aplicação dessa técnica, como analgesia em
pacientes que apresentam um quadro álgico, relaxamento muscular e uma melhor
harmonia entre os agonistas e antagonistas. O tratamento através da manipulação
consiste em um impulso de baixa amplitude e alta velocidade, aplicado no sentido da
restrição pelo fisioterapeuta, isso gera o estiramento da cápsula articular podendo
causar um estalido, consequentemente elimina as aderências articulares,
restaurando a função e a amplitude articular (ZATARIN; BORTOLAZO, 2012).
O presente estudo é um projeto de pesquisa, elaborado como parte dos
requisitos para conclusão do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium, tendo como intuito pesquisar se a manipulação da região lombo-
sacra irá influenciar sobre a estabilometria e a hipótese adveio das técnicas
manipulativas serem muito utilizadas dentro da fisioterapia para restauração dos
movimentos e amplitude articular, ainda, outros efeitos são encontrados
posteriormente a aplicação da manipulação, como melhora da relação entre
músculos agonistas e antagonistas, melhora da força muscular, analgesia e quando
aplicada a manipulação na região lombo-sacra é encontrado também uma melhora
da flexibilidade dos músculos da cadeia posterior que são inervados pelo plexo
lombossacral, estes fatores estão diretamente ligados à estabilidade postural e ao
equilíbrio e distribuição da pressão plantar, que podem ser melhorados a partir da
técnica manipulativa global dessas estruturas (ZATARIN; BORTALAZZO, 2012).
Assim, o objetivo é analisar e verificar a influência da manipulação lombo-sacra
sobre a estabilometria em indivíduos saudáveis.
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1 CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 Anatomia Lombo-Sacra
De acordo com Neumann (2011) o esqueleto é dividido em esqueleto
apendicular que consiste nos ossos das extremidades incluindo escápula e pelve, e
esqueleto axial, formado pelo crânio, coluna vertebral, costelas e esterno.
Por sua vez, a coluna vertebral possui função de fornecer estabilidade,
proteção a medula espinhal e raízes nervosas, sendo considerado o eixo do corpo,
devendo ser rígida o suficiente para gerar estabilidade e manter uma postura, e ao
mesmo tempo, ser flexível permitindo movimentos e se adaptando a posições
(KAPANDJI, 2000; NEUMANN, 2011).
Dangelo Fattini (2005) relata que a principal função da coluna vertebral é
sustentar o peso do corpo e transmitir essas cargas pela articulação sacro-ilíaca,
pelve e extremidades distais inferiores, por conta disso cada parte da coluna, cada
subdivisão representa características especificas que são chamadas de
características regionais locais.
Na transição da extremidade distal do esqueleto axial para o esqueleto
apendicular inferior estão localizadas as articulações sacro-ilíacas que possuem
características anatômicas particulares, necessárias para proporcionar as suas
funções especificas, além de importante papel na estabilidade e transferência de
cargas potentes entre a coluna, membros inferiores e o solo, essas articulações
possuem a capacidade de transmitirem impulsos dolorosos ao sistema nervoso por
possuírem inervação sensitiva, porém, é incerto afirmar o local dessa inervação com
precisão, tal condição pode estar relacionada a essa estrutura e ser a fonte da dor
em 30% dos indivíduos com dores lombares (NEUMANN, 2011).
Freitas (2010) relata que a cintura pélvica como uma estrutura de transição
complexa é responsável pela transmissão de forças entre a coluna e os seguimentos
distais inferiores, dessa forma entende-se que existe uma interligação entre
estruturas ascendentes e descendentes capazes de alterar a biomecânica e função
corporal.
De acordo com Hall (2005) a coluna é a ligação mecânica entre os
extremidades superiores e inferiores, o que torna essa estrutura um componente de
extrema importância funcional e grande complexidade.
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Freitas (2012) descreve que toda a articulação sacro-ilíaca é rica em
nociceptores, terminações proprioceptivas e nervos apesar de não ser possível
precisar exatamente qual é a altura das raízes nervosas, acredita-se que todos os
nervos localizados entre l4 e s2 estão presentes na articulação sacro-ilíaca (figura
1), tais condições reforçam a importância dessa estrutura na manutenção do
equilíbrio corporal.
Figura 1: Ramificações nervosas da articulação sacro-ilíaca.
Fonte: Moore; Dalley, 2001.
A coluna vertebral consiste em um conjunto de vertebras que possuem 33
segmentos ósseos na maioria dos indivíduos e são subdivididos em cinco regiões,
sendo 7 segmentos cervicais, 12 segmentos torácicos, 5 segmentos lombares, 5
sacrais e 4 coccígeas (HALL, 2005).
Na coluna também se observa em sua extensão curvaturas no plano sagital,
conhecidas como lordose que apresenta uma convexidade anterior e cifose que
apresenta uma concavidade anterior e essas curvaturas (figura 2) são encontradas
em regiões especificas, sendo que a região cervical e lombar possui lordose,
enquanto a região torácica e sacrococcígea apresenta uma cifose (NEUMANN,
2011).
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De acordo com Neumann (2011), inicialmente a coluna vertebral possui
apenas uma curvatura primária, chamada de cifose embriogênica, que no decorrer
da maturação do indivíduo através das tensões musculares, movimentos e busca de
novas posturas, as curvaturas secundárias, chamadas lordoses, são formadas.
Figura 2: Curvaturas da coluna vertebral.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Illu_vertebral_column.jpg. Acesso em 20/10/2018.
As vertebras cervicais, torácicas e lombares possuem entre elas uma
estrutura denominada disco intervertebral (figura 3) formada por duas partes em sua
periferia, os anéis fibrosos e em seu interior um material gelatinoso chamado núcleo
pulposo (KAPANDJI , 2000).
Figura 3: Disco intervertebral.
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Fonte: http://blog.brasilacademico.com/2011/06/biomaterial-pode-regenerar-coluna.html. Acesso em 20/10/2018.
Os anéis fibrosos são constituídos principalmente por colágeno do tipo um e
dois que garante resistência e flexibilidade a essa estrutura, enquanto no interior do
disco o núcleo pulposo é formado por uma quantidade pequena de colágeno tipo
um, contendo em sua composição uma grande quantidade de água (NEUMANN,
2011).
Neumann (2011) relata o disco intervertebral como importante estabilizador
da coluna vertebral, além de absorverem choques, transmitem cargas e também
diminuem a força de compressão entre os corpos vertebrais.
Segundo Moore; Dalley (2001), os discos intervertebrais possui a importante
função entre os corpos vertebrais proporcionando fixações resistentes entre eles.
Um grande conjunto de ligamentos (figura 4) também é responsável pela
estabilidade da coluna vertebral, além de limitarem movimentos e proporcionarem a
manutenção das curvaturas, fatores estes que levam a proteção da medula e nervos
preservando e garantindo a integridade e funcionalidade dessas estruturas, dentre
esses ligamentos encontra-se ligamentos longitudinal anterior fixado no occipto, que
passa anteriormente aos corpos vertebrais e sacro, ficando suas fibras mais internas
e se conectam aos discos intervertebrais, ligamento longitudinal posterior que possui
fixação proximal na segunda vertebra cervical e se liga em todas as vertebras
posteriormente, e sacro, localizado no interior do canal vertebral a frente da medula,
e suas fibras mais profundas se fundem aos discos intervertebrais, ligamento inter
espinhoso localizado entre os processos espinhos que também se encontra os
ligamentos supraespinhais e tem a função de evitar a separação entre eles,
ligamento amarelo com inserção proximal na parte anterior da lamina e inserção
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distal na parte posterior da lamina da vertebra inferior, é uma estrutura rica em
tecido conjuntivo elástico, com mais o menos 80% de elastina e 20% de colágeno,
essa capacidade elástica é de grande importância tanto do ponto de vista funcional
como estrutural (NEUMANN, 2011).
Figura 4: Ligamentos da coluna vertebral.
Fonte:https://www.google.com.br/search?q=ligamentos+da+coluna+vertebral&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj9_L7r0JveAhVHE5AKHRhVCh0Q_AUIDigB&biw=1366&bih=626#imgdii=C5tco_IFLo6KsM:&imgrc=GIBFfIafeQKjYM:. Acesso em 20/10/2018.
Em cada região vertebral acima descrita, é possível observar características
morfológicas especificas de cada região, essas características estão associadas a
movimentos e funções impostas, no caso das vertebras lombares possuem corpos
maiores, pois servem de suporte para toda carga sobreposta a ela, seus forames
vertebrais possuem formato triangular, suas laminas e pedículos são curtos, seus
processos espinhosos estão posicionados horizontalmente a junção de cada lamina.
Outra característica é a orientação das facetas articulares posteromedial (MOORE;
DALLEY, 2001).
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De acordo com Neumann (2011) apesar de possuírem características
especificas (figura 5) relacionadas à sua localidade e função, as vertebras que estão
localizadas nas regiões de transição entre uma região e outra da coluna apresentam
características mistas, ou seja, possuem aspectos e características das vertebras
sequente superior e inferior.
Figura 5: Características das vertebras lombares.
Fonte: http://www.semiologiaortopedica.com.br/2016/05/lombalgia-lbp-low-back-pain.html. Acesso em 20/10/2018.
De acordo com Neumann (2011), o sacro possui um formato triangular, com
importante função de transmissão de cargas entre coluna e pelve, possui cinco
vertebras unidas por um tecido cartilaginoso na infância, que ao atingir a fase adulta
se fundem tornando-se um único osso.
Em uma vista anterior observa-se uma superfície mais lisa e côncava
enquanto posteriormente o sacro (figura 6) apresenta uma curvatura convexa e sua
superfície acidentada, quando observada a face lateral é mais alargada, pois a
mesma se estreita cada vez mais em direção ao sentido caudal até se tornar uma
pequena borda (DANGELO FATTINI, 2005).
Dangelo Fattini (2005) relata o cóccix como uma estrutura formada pela
junção de três ou quatro peças coccígeas que forma uma estrutura óssea irregular.
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Figura 6: Sacro vista anterior e posterior.
Fonte: https://anatomiaui1.wordpress.com/page/2/. Acesso em 20/10/2018.
1.1.1 Músculos que atuam na região lombo-sacra
Os músculos por todo corpo possuem funções muito importantes
possibilitando movimentos, locomoção, respiração, entre outros, mas também possui
importante função estabilizadora, a função de um músculo especifica pode ser
diferente em cada situação, no caso da coluna vertebral é importante levar em
consideração algumas questões como função, carga, mecânica, gravidade, e se
esse músculo está ativo de forma unilateral ou bilateral (NEUMANN, 2011).
Um grande conjunto de músculos atua na região lombo–sacra (figura 7), estes
possuem as funções de proteger as raízes nervosas e a medula espinhal, permitem
e controlam movimentos, e estabilizam essa região, dentre esses, encontram-se os
paravertebrais lombares formados por três músculos, sendo estes: espinhal lombar,
ilíocostal lombar, longuíssimo do tórax, quadrado lombar, multifidios, transverso do
abdômen, oblíquo interno e externo, entre outros (DANGELO, FATTINI, 2005).
Apesar da importância de outras estruturas como os ligamentos e tecidos
conjuntivos somente os músculos são capazes de se ajustar com sincronismo frente
a condições impostas por forças externas, dessa forma o bom equilíbrio e controle
muscular estão associados a uma boa estabilidade do tronco (NEUMANN, 2011).
Dentre os músculos que atuam na coluna fornecendo suporte para
estabilidade em condições estáticas e dinâmicas, e possibilitando a mobilidade
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dessas estruturas, os músculos são divididos em camadas de acordo com a sua
profundidade são considerados como superficiais, intermediárias e profundas
(DANGELO, FATTINI, 2005).
De acordo com Neumann (2011) a ação de um músculo ou grupo muscular
depende da sua ativação unilateral ou bilateral, bem como a função e postura
imposta em determinada situação.
Os principais músculos que atuam na estabilidade extrínseca do tronco
denominado de extrínsecos primários são os paravertebrais, transverso do abdome,
quadrado lombar, obliquo externo e interno, reto do abdome, e os músculos do
quadril que conectam as regiões lombo-sacra com as extremidades inferiores do
corpo, enquanto os intrínsecos encontrasse o transverso espinhal semiespinhais,
multiferos, segmentar curto, e rotadores (NEUMANN, 2011).
Figura 7: Músculos que atuam na mobilidade e estabilidade lombar.
Fonte: https://sites.google.com/site/jcptagd1518/m2-em/organizacao-e-caracterizacao-dosmusculos-do-tronco. Acesso em 20/10/2018.
1.2 Biomecânica Lombo- sacra
A coluna lombar é capaz de se movimentar em três planos sendo sagital,
horizontal, frontal. No plano sagital realiza movimentos de flexão e extensão, no
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plano horizontal movimento de rotação axial, e no plano frontal realiza flexão lateral
(HALL, 2005).
Neumann (2011) relata que a coluna lombar é capaz de realizar a flexão em
40 a 50 graus de amplitude enquanto na extensão apenas 15 a 20 graus são
observados, totalizando uma amplitude de 50 a 70 graus no plano sagital.
Durante o movimento de flexão, a vertebra superior desliza anterior
diminuindo a espessura do disco intervertebral anterior, aumentando
consequentemente sua espessura posterior, o núcleo pulposo desloca para trás
aumentando a pressão nos anéis fibrosos posteriores, quando realizado uma
extensão da região lombar o mecanismo inverso ocorre com as vertebras e com o
disco intervertebral, à vertebra superior se inclina para trás, a espessura do disco
intervertebral reduz posteriormente, e aumenta anteriormente o núcleo pulposo
desloca anterior aumentando a pressão dos anéis fibrosos anterior (KAPANDJI,
2000).
Durante a extensão lombar observa-se também alterações no espessamento
do disco intervertebral (figura 8), porém isso ocorre de maneira inversa na flexão, já
na extensão o núcleo pulposo, tende a deslocar anteriormente e o disco
intervertebral (figura 8) reduz sua espessura posterior, aumentando sua espessura
anterior quando comparada a posição neutra apresenta uma redução de 11% no
diâmetro dos forames intervertebrais (NEUMANN, 2011).
Figura 8: Comportamento do disco intervertebral nos movimentos de flexão e
extensão.
Fonte: Neumann, 2011.
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De acordo com Neumann (2011), uma cinemática em conjunto entre a coluna
lombar e o quadril é denominada de ritmo lombo-pélvico (figura 9) e essa associação
entre as articulações possui papel muito importante nas mecânicas de flexão e
extensão, durante a flexão um indivíduo saudável, com a mobilidade preservada,
realiza 40 graus de flexão lombar, e os outros 70 graus é realizado pelo quadril, ou
seja, a pelve sobre os fêmures, isso ocorre quase que simultaneamente, enquanto
que o rítmico lombo-pélvico utilizado na extensão do tronco leva-se em consideração
o indivíduo partindo de uma posição de flexão, e é dividido em fases, sendo iniciada
com a extensão dos quadris, seguida pela extensão da coluna lombar. Dessa forma,
entende-se que uma alteração em qualquer uma das estruturas responsáveis por
essa mecânica resulta em inúmeros desarranjos corporais ascendentes e
descendentes, primários e secundários.
Figura 9: Ritmo lombo-pélvico.
Fonte: http://resumofisioterapia.blogspot.com/2017/12/. e http://danielsimonn.com.br/recomen dados/avaliacao-funcional-biomecanica/coluna-lombar.pdf. Acesso em 20/10/2018.
A flexão lateral ou inflexão lateral, movimento que ocorre no plano frontal
realiza cerca de 20 graus de amplitude para cada lado e o movimento é limitado
pelos ligamentos contralateral, sendo que o núcleo pulposo se deforma adaptando-
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se ao movimento deslocando para o lado da convexidade (KAPANDJI, 2000;
NEUMANN, 2011).
Neumann (2011) relata que no plano horizontal ocorre a rotação axial, porém
apenas 5 a 7 de graus de amplitude ocorrem nesse movimento ao longo da região
lombar, a baixa amplitude de movimento se dá pela orientação das articulações
apofisárias contralateral que se comprimem bloqueando qualquer movimento
adicional, essa resistência estrutural a rotação axial gera junto com os multifidios e
articulações sacro-ilíacas estabilidade por toda a extremidade distal.
As articulações sacro-ilíacas (figura 10), localizadas entre o sacro e o ilíaco
encontram-se em uma região de transição entre a extremidade caudal e o esqueleto
apendicular inferior, essas articulações possuem características únicas que estão
relacionadas à função que a mesma desempenha, trata-se de uma articulação
rígida, cuja principal função é gerar estabilidade, garantindo assim uma melhor
transição entre forças que atuam entre a coluna vertebral e as estruturas inferiores
(NEUMANN, 2011).
Figura 10: Pelve e articulação sacro-ilíaca.
Fonte: http://blogpilates.com.br/disfuncao-sacroiliaca/. Acesso em 20/10/2018.
Segundo Neumann (2011), assim como a região lombo-sacra as articulações
sacro-ilíacas possuem um grande conjunto de ligamentos, juntamente com a fáscia
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toracolombar que possibilitam a essa estrutura uma grande estabilidade, porém
embora descrita como uma estrutura rígida com papel importante de gerar
estabilidade, alguns movimentos translacionais acontecem na articulação sacro-
ilíaca, esses movimentos são pequenos, e não muito bem definidos, acredita-se que
esses movimentos ocorram em conjunto com a compressão das cartilagens
articulares, e o mínimo movimento entre as superfícies articulares, esses ocorrem no
plano sagital, em torno de um eixo médio- lateral.
Em relação aos movimentos descritos na articulação sacro-ilíaca existe uma
grande controvérsia entre os autores, talvez porque estes ocorram de forma variável
entre cada pessoa ou circunstância, e de acordo com a teoria clássica os
movimentos são descritos como nutação e contranutação (figura 11) (KAPANDJI ,
2000).
No movimento de flexão lombar, o sacro realiza nutação, esse mecanismo faz
com que a espinha ilíaca póstero superior se eleve, quando ocorre a extensão
lombar o mecanismo ocorre inversamente (FREITAS, 2012).
Figura 11: Movimentos de nutação e contranutação.
Fonte: Freitas, 2012.
-
24
De acordo com Freitas (2012) nos dias atuais é praticamente um senso
comum para os pesquisadores em concordarem que a articulação sacro-ilíaca
possui sim a capacidade de realizar movimentos de pequenas amplitudes.
Apesar de pequenos, os movimentos que ocorrem nas articulações sacro-
ilíacas, desempenham importante papel na diminuição do estresse que ocorre
dentro do anel pélvico, a diminuição do estresse é muito importante em algumas
condições como corrida e deambulação (NEUMANN, 2011).
1.3 Manipulação
De acordo com Freitas (2012) técnicas manipulativas são relatadas antes de
Hipócrates nos primeiros atos medicinais.
De acordo com Orakifar et al. (2012) a manipulação é uma técnica terapêutica
cuja aplicabilidade consiste em um movimento passivo que move as estruturas de
uma articulação, além da sua faixa fisiológica.
As técnicas de manipulação utilizadas em algumas modalidades terapêuticas
têm por objetivo restaurar a melhor condição funcional e amplitude de uma
articulação que se apresenta em disfunção, entretanto, outros efeitos benéficos
importantes são observados após a aplicação dessa técnica, como analgesia em
pacientes que apresentam um quadro álgico, relaxamento muscular e uma melhor
harmonia entre os agonistas e antagonistas (ZATARIN; BORTOLAZO, 2012).
De acordo com Zatarin e Bortolazzo (2012) quando encontra-se em
disfunção, as articulações sinoviais podem apresentar redução de amplitude de
movimento, quando baseado nos valores fisiológicos normais de amplitude dessas
articulações, essas restrições de amplitude consequente das disfunções estruturais
podem ser restauradas através da manipulação.
A manipulação vertebral é uma modalidade terapêutica utilizada por
fisioterapeutas de algumas especialidades como osteopatia e quiropraxia que
possibilita através de uma conduta conservadora, restaurar disfunções estruturais,
melhorando assim a função das estruturas comprometidas e sintomas decorrentes
dessas disfunções (GÓIS; MACHADO; ROCHA, 2006).
Machado e Bittencourt (2011) descrevem a osteopatia como uma ciência que
utiliza de técnicas manipulativas associadas à biomecânica que são aplicadas em
-
25
estruturas como articulações, músculos, vísceras, fáscias e sistema nervoso,
visando a restauração funcional.
A osteopatia é uma técnica desenvolvida por Andrew Taylor Still em 1874
Freitas (2012).
O tratamento através da manipulação consiste em um impulso de baixa
amplitude e alta velocidade, aplicado no sentido da restrição pelo fisioterapeuta, isso
gera o estiramento da capsula articular podendo causar um estalido,
consequentemente elimina as aderências articulares, restaurando a função e a
amplitude articular (ZATARIN; BORTOLAZO, 2012).
Durante manipulação o fisioterapeuta é quem controla a direção, amplitude e
velocidade do impulso ao aplicar a manipulação, sem exceder o limite anatômico
das estruturas manipuladas (BORTOLAZZO, 2014).
Zatarin e Bortolazzo (2012) relatam que a técnica manipulativa aplicada na
região sacro-ilíaca e transição lombo-sacra possam apresentar melhoras da
flexibilidade da musculatura inervada pelo plexo sacral.
Estudos tem mostrado que o tratamento com manipulação na articulação
sacro-ilíaca, apresentou melhora do tônus muscular da musculatura paravertebral,
quando aplicada em pacientes com dores no joelho verificou uma diminuição da
inibição do quadríceps, por uma ligação neural acredita-se que através da
manipulação sacro-ilíaca e da transição lombo-sacra é possível melhorar a
instabilidade articular do tornozelo e esta condição esta associada à inervação dos
músculos responsáveis pela mobilidade desta articulação estar localizados a altura
da quinta vertebra lombar (BORTOLAZZO, 2014).
De acordo com Orakifar et al. (2012), através da manipulação sacro-ilíaca é
possível alterar a curto prazo o tônus muscular, além de melhorar o desempenho
muscular, isso ocorre devido a um mecanismo neural, ou seja, uma diminuição do
motoneuronio.
Através do estímulo na capsula articular e uma resposta neurológica
decorrentes da manipulação é possível conseguir um melhor controle dos músculos
inervados pelo metâmero, correspondente a altura da manipulação (BORTOLAZZO,
2014).
Bankoff (2005) descreve que as mudanças ocorridas no sistema tônico-
postural, possam estar associados aos olhos e aos pés. Com um trabalho de
reprogramação destes captores sensitivos utilizando técnicas de manipulação
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26
corporal é possível reestabelecer o equilíbrio corporal global dos sistemas
neuromuscular, e assim, melhorar a postura corporal.
1.4. Equilíbrio Postural
Ao estudar postura consequentemente estudamos o equilíbrio postural, uma
vez que um é dependente do outro (BANKOFF, 2005).
A postura é a capacidade de um indivíduo de se sustentar em determinada
posição, ou seja, manter um alinhamento corporal projetando o centro da gravidade
na base da sustentação. Na fisioterapia a avaliação postural é amplamente utilizada,
auxiliando na prescrição de condutas terapêuticas, bem como no entendimento de
muitas disfunções (IUNES et al., 2005).
Uma boa postura é a condição onde a musculatura e todas as estruturas
esqueléticas estão em equilíbrio, uma condição postural adequada esta associada a
prevenção de lesões, deformações e disfunções (IUNES et al., 2005).
Bricot (2010) relata que apenas 10% da população apresentam uma postura
correta, e descreve algumas estruturas como responsáveis pela manutenção
postural chamados de captores posturais, dentre eles olho, boca e os pés como
responsáveis pela manutenção da postura ereta em um individuo, dessa maneira
alguma alteração dos captores posturais poderiam levar a consequente alteração da
postura.
Uma postura adequada às estruturas musculoesqueléticas está em
homeostase, e tal condição é importante por preservar as estruturas corporais
protegendo de lesões e deformidades (IUNES et al., 2005).
As avaliações posturais (figura 12) são de grande uso e importância na
fisioterapia, pois permite ao profissional estabelecer informações para elaborar uma
conduta de tratamento, e dados para estimar a evolução do quadro do paciente.
Inúmeros métodos existentes permitem este tipo de analise, como inclinometro,
análise de radiografias e vídeos, porém o mais utilizado pelos profissionais é modelo
clássico onde observa-se de forma visual os aspectos ântero- posterior e lateral do
avaliado, observando assimetrias a partir de regiões anatômicas como ombros,
mamilos, clavícula, cinturas, espinhas ilíacas, joelhos e pés, para facilitar a analise
um equipamento contendo linhas quadriculadas pode estar posicionado atrás do
paciente permitindo uma melhor visualização.
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27
Figura 12: Avaliação postural clássica.
Fonte: http://athlon-esportes.com/servicos/avaliacoes-fisicas/avaliacao-postural/. Acesso em
20/10/2018.
Freitas (2012) relata que uma alteração ou disfunção dos pés causará uma
alteração ascendente capaz de alterar o comportamento corporal, da mesma forma
um desarranjo de estruturas superiores, também, podem implicar na distribuição de
pressão entre os pés e o solo.
De acordo com Zatarin e Bortolazzo (2012) uma alteração do tônus muscular
dos músculos da cadeia posterior dos membros inferiores poderia levar a uma
alteração da distribuição de pressão plantar e do centro de gravidade, gerando
assim desarranjos posturais.
Peres; Risso; Oliveira (2011) alegam que as alterações estruturais das
articulações sacro-ilíacas, possam estar relacionadas a alterações da pressão
plantar no retropé, consequentemente essas alterações levariam a alterações do
individuo no seu equilíbrio estático.
Os pés juntamente com os olhos são estruturas indispensáveis no controle
postural, quando refere-se a alterações do captor podal essas podem ocorrer de
diversas maneiras de acordo com a ordem do problema, os pés podem ser
causativos (figura 13) quando o pé é o mecanismo causador da disfunção levando
ao desequilíbrio postural por uma condição ascendente, normalmente encontrados
em alterações congênitas, como pé cavo, valgo, assimétrico e adaptativo, quando o
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28
pé se adapta a uma desordem descendente, consequente de um desequilíbrio
postural primário, misto quando estão presentes os fatores causativos e adaptativos.
Diante disso, entende-se que ao estudar alterações posturais é necessário estudar
também os pés (BRICOT, 2010).
Figura 13: Tipos de pé causativos.
Fonte: http://zozu.site/hashtag/prostetictetech. Acesso em 20/10/2018.
Matos (2013) descreve o pé como uma estrutura de extrema importância para
o equilíbrio postural, por possuírem uma grande quantidade de terminações
proprioceptivas, alterações podais podem levar a inúmeras disfunções posturais
ascendentes, da mesma forma pode se adaptar a alterações já existentes em outras
estruturas, cerca de 80% das pessoas apresentam problemas nos pés, muitas
dessas disfunções quando avaliadas e tratadas adequadamente podem ser
corrigidas.
Martins (2010) descreve os sistemas visuais, vestibular e podal como um
conjunto responsável por reger o controle postural.
Bricot (2010) relata que a má oclusão, desalinhamento dos dentes, ou uma
relação incorreta entre os dentes das duas arcadas dentais como condição capaz de
influenciar na postura (figura 14).
Figura 14: Relação entre alterações ortodônticas com a postura.
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29
Fonte: Bricot, 2010.
O controle postural atua em constante mudança adaptando-se a todo o
momento, as respostas posturais ocorrem de acordo coma necessidade do
indivíduo, ou alterações por ele sofridas, o controle postural esta baseado nos
estímulos aferentes e eferentes, dessa maneira uma alteração dessas duas vias
poderiam levar a desarranjos posturais (BANKOFF, 2005).
Dangelo Fattini, (2005) relata que a articulação intervertebral fornece rigidez e
flexibilidade na coluna, condição essa muito importante para o suporte de carga,
movimentação do tronco e ajuste de posição, esses fatores, também, são muito
importantes para manutenção do bom equilíbrio e postura.
1.5 Baropodometria
O Baropodômetro (figura 15) surgiu com objetivo de ajudar pessoas com
alterações podais, oferecendo um recurso que possibilita o biofeedback, este
equipamento possibilita ao paciente informações audiovisuais, permitindo que o
mesmo possa obter um melhor controle na correção do apoio correto dos pés ao
solo, melhorando assim a capacidade proprioceptiva, além disso, possibilita
armazenar dados utilizados para estimar a evolução do paciente (SCREMIM, 2012).
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30
A baropodometria é um recurso informatizado, utilizado como uma ferramenta
de avaliação que permite avaliar a pressão do pé do indivíduo ao solo em situações
estáticas e dinâmicas (FORTALEZA et al., 2011).
O baropodômetro contém sensores capazes de mensurar a pressão dos pés
sobre o solo e pode ser utilizado para avaliação de possíveis disfunções e
alterações, ou como biofeedback no tratamento e reabilitações (SCREMIM, 2012).
Figura 15: Baropodômetro.
Fonte: http://www.corporepx.com.br/cursos/curso-de-baropodometria-5.aspx. Acesso em 20/10/2018.
Scremim (2012) relata que áreas de maior e menor pressão são projetadas
em cores, dispostas correspondentes à pressão aplicada em cada região,
possibilitando a melhor visualização desses pontos, consequentemente uma melhor
compreensão dos resultados nos casos de avalição, enquanto nos casos de
tratamento serve como um feedback para o paciente.
Através da baropodometria é possível realizar algumas análises do paciente
em posição ortostática por meio de sensores encontrados na superfície da
plataforma sendo também possível realizar um exame dos pés, possibilitando uma
análise quantitativa dos pontos de maiores pressões plantar (figura 16), bem como é
-
31
possível analisar a estabilometria que avalia o equilíbrio corporal do indivíduo em
condição estática (FREITAS, 2012).
Por se tratar de um recurso novo e custoso, a baropodometria ainda não é
muito usada nas pesquisas que avaliam o equilíbrio postural (FREITAS, 2012).
Figura 16: Baropodometria – cores correspondentes com as regiões de pressão.
Fonte: Autores, 2018.
1.6 Estabilometria
Recentemente a estabilometria (figura 17) tem sido uma ferramenta muito
utilizada na pratica clinica por oferecer informações importantes referentes ao
equilíbrio postural, através dela é possível mensurar por meio de uma plataforma de
força as oscilações da postura nos aspectos laterais e ântero- posterior (MARTINS,
2010).
A estabilometria é a mensuração da oscilação de equilíbrio estático no plano
sagital, realizado através do exame de baropodometria (FREITAS, 2012).
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32
Bastos; Lima; Oliveira (2005) descreve a estabilometria como ferramenta de
avaliação, que possibilita avaliar através das oscilações posturais na posição
ortostática, o equilíbrio postural, isso ocorre através de uma plataforma de força que
detecta e quantifica os deslocamentos do centro de pressão nas direções laterais e
ântero-posterior, sendo encontradas inúmeras formas e variações na aplicação do
teste, levando em consideração o objetivo de cada profissional.
Figura 17: Estabilometria.
Fonte: Bastos, et al., 2005.
Bankoff (2004) relata que a postura corporal envolve conceito de equilíbrio,
coordenação neuro-muscular, que é uma condição de grande complexidade e
dependente das relações entre as vias aferentes e eferentes, além disso alterações
nos captores posturais como olhos e pés podem levar a alterações do equilíbrio
postural.
2 O EXPERIMENTO
2.1 Recursos metodológicos
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33
Para efetivação do presente estudo, a pesquisa foi encaminhada ao Comitê
de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium de Araçatuba segundo modelo do comitê de ética.
Para desenvolvimento desta pesquisa foi necessária a autorização de todos
os sujeitos envolvidos, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (apêndice A) onde foi esclarecido e detalhado todo o objetivo e a
metodologia da pesquisa.
Os voluntários estiveram livres para consultar os pesquisadores em qualquer
etapa da pesquisa, bem como solicitar sua saída da pesquisa quando desejasse,
não impedindo que a mesma fosse atendida na clínica de fisioterapia do
Unisalesiano Lins, quando necessário.
Cabe esclarecer que os voluntários colaboraram com o desenvolvimento da
pesquisa científica sem nenhuma remuneração.
Foram selecionadas voluntárias saudáveis do sexo feminino, estudantes do
curso de Educação Física e Fisioterapia do Centro Universitário Católico Auxilium de
Lins através de divulgação em salas de aula pela universidade.
2.1.1 Condições ambientais
Após a pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Unisalesiano
Araçatuba sob o número 2.686.136 em 30/05/2018 (anexo A), a intervenção
propunha a avaliação da estabilometria avaliada em baropodometria antes e após a
manipulação lombo-sacra. Foram realizados no período vespertino de quatro dias
das quatorze às dezoito horas na clínica de Fisioterapia do UNISALESIANO de Lins.
As Avaliações e intervenções foram executadas em ambiente climatizado e
adequado para melhor análise dos dados, no Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium – UNISALESIANO de Lins/SP.
2.1.2 Participantes
Participaram do estudo 20 voluntárias do sexo feminino, universitárias, na
faixa etária de 19 a 28 anos, que foram informadas sobre a pesquisa e assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido.
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34
Após selecionadas e aptas a participar as voluntárias foram randomizados
através do site http://www.randomization.com onde foram inseridas informações
relacionadas a amostra como tamanho, número de intervenções e ordem de
intervenções que cada voluntária receberia, o sigilo de alocação será determinado
através de envelopes opacos, contendo um papel em seu interior com diferentes
colorações, os mesmos serão armazenados em local seguro, onde somente o
pesquisador responsável pela randomização teve acesso, e foram abertos
imediatamente antes da intervenção.
2.2 Material e métodos
a) Plataforma Baropodômetro T.Plate
b) Notebook Acer Inside Core i7
c) Maca
d) Caneta
e) Envelope opaco selado
2.2.1 Avaliação estabilometria
De acordo com Bastos; Lima; Oliveira (2005) a estabilometria é uma
ferramenta de avaliação que possibilita avaliar, através das oscilações posturais na
posição ortostática, o equilíbrio postural, isso ocorre através de uma plataforma de
força que detecta e quantifica os deslocamentos do centro de pressão nas direções
laterais e ântero-posterior. O teste foi realizado pré e pós-intervenção, através
plataforma Baropodômetro T. Plate, posicionada a três metros da parede.
Antes de iniciar o teste cada participante foi instruída a subir na plataforma
(Figura 18), após estarem em cima da mesma, foi solicitado a cada participante
antes do teste que a mesma fizesse três agachamentos e três extensões dos dedos
dos pés para melhor contato dos pés com o baropodômetro, após isso o avaliador
solicitou que a mesma se posicionasse novamente na plataforma da maneira mais
confortável possível, solicitando que a participante não tivesse contato verbal ou
visual com o avaliador sendo assim orientada a contar até cem e fixar um ponto fixo
de visão, a fim de manter a concentração. Cada participante foi avaliada três vezes
pré e pós intervenção para que o valor médio fosse obtido.
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35
Figura 18: Avaliação estabilometria em baropodometria.
Fonte: Autores, 2018.
2.2.2 Procedimentos
Selecionadas e aptas a participarem da pesquisa, e após assinarem o termo
de consentimento livre e esclarecido, as participantes foram alocadas em dois
grupos sendo: Grupo Manipulação (GM) que receberão a técnica manipulativa e
Grupo Sham (GS) que não recebeu a técnica manipulativa.
As participantes foram avaliadas individualmente em baropodômetro na
plataforma T PLATE. Após ser avaliada, a participante passou para sala onde foi
realizada a intervenção com o pesquisador, onde este recebeu e abriu o envelope
que determinou a qual grupo pertencer seria alocada.
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36
As participantes pertencentes ao GM que receberam a técnica manipulativa
lombo-sacra foram posicionadas em decúbito lateral, com flexão de 90º da coxa e
flexão da perna suprajacente (o pé da participante permanecerá em contato com a
região poplítea do membro inferior subjacente). O tronco do voluntário foi
posicionado em rotação homolateral à articulação sacro-ilíaca a ser manipulada. O
pesquisador se posicionou a altura da pelve da participante, com uma mão
estabilizando o tronco da mesma e o outro membro superior posicionado com
antebraço sobre a crista ilíaca, com o cotovelo na região posterior do sulco sacro. O
pesquisador posicionou seu joelho na região lateral da perna suprajacente da
participante, como utilizaram Zatarin e Bortolazzo (2012).
A manobra (figura 19) consistiu em comprimir a articulação na direção da
maca para superior e anterior. O impulso de alta velocidade e de curta amplitude foi
realizado no vetor resultante das três direções descritas anteriormente,
simultaneamente a um golpe de pedal realizado com o membro inferior do
pesquisador, no qual foi adotado um critério para que a manipulação fosse validada,
através do ruído articular ou três tentativas.
As participantes pertencentes ao GS foram posicionadas, permaneceram em
decúbito lateral, com flexão de 90º da coxa e flexão da perna suprajacente (o pé da
participante permanecerá em contato com a região poplítea do membro inferior
subjacente). O tronco da participante foi posicionado em rotação homolateral à coxa
em flexão. O pesquisador posicionou à altura da pelve da participante, com uma
mão estabilizando o tronco do mesmo e o outro membro superior posicionado com
antebraço sobre a crista ilíaca, com o cotovelo na região posterior do sulco sacro. O
pesquisador posicionou seu joelho na região lateral da perna suprajacente da
participante.
A manobra sem efeito terapêutico consistiu em manter a participante na
posição por 15 segundos, como propões alguns autores que utilizaram grupo sham
para estudos com manipulação (FERNANDEZ-DE-LAS-PENAS et al., 2008; RUIZ-
SAEZ et al., 2007; VERNON et al., 2005 E ZATARIN; BORTOLAZZO, 2012).
Após serem submetidas a tais etapas citadas as participantes foram
novamente avaliadas através do baropodômetro.
Figura 19: Manipulação lombo-sacra.
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37
Fonte: Autores, 2018.
2.2.3 Análise estatística
Foi utilizado o teste de normalidade Shapiro-Wilk onde foi constatado
normalidade dos dados. Para a análise estatística foi realizado o Teste T de Student
paramétrico. Foi atribuída a presença de diferença significante (p
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38
Na Tabela 1 foram apresentados os dados calculados em média e desvio
padrão das variáveis: peso, estatura, idade e IMC do grupo Manipulação e do grupo
Sham.
Na Tabela 2 são apresentados os valores da média e desvio-padrão (DP) dos
resultados do comprimento da estabilometria realizada através da baropodometria
computadorizada das voluntárias que receberam a manipulação lombo-sacra e das
voluntárias que receberam a manobra sham. Não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes inter grupo em nenhum dos dois grupos (p ≤ 0,05),
grupo manipulação (p=0,316) e grupo sham (p=0,148).
Tabela 2: Resultados da média e desvio padrão do comprimento da estabilometria
realizada através da baropodometria computadorizada pré e pós intervenção das
voluntárias do grupo manipulação e do grupo sham e o valor p.
Estabilometria Comprimento
Valor pré (mm)
Valor pós (mm)
Valor p
Grupo Manipulação 40,2 ± 3,1 43,1 ± 7,9 0,316 Grupo Sham 45,3 ± 13,1 51,4 ± 15 0,148
Fonte: autores, 2018.
Na Tabela 3 são apresentados os valores da média e desvio-padrão (DP) dos
resultados da área da estabilometria realizada através da baropodometria
computadorizada das voluntárias que receberam a manipulação lombossacra e das
voluntárias que receberam a manobra sham. Não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes inter grupo em nenhum dos dois grupos (p ≤ 0,05),
grupo manipulação (p=0,120) e grupo sham (p=0,097).
Tabela 3: Resultados da média e desvio padrão da área da estabilometria realizada
através da baropodometria computadorizada pré e pós intervenção das voluntárias
do grupo manipulação e do grupo sham e o valor p.
Estabilometria área Pré (mm²)
Pós (mm²)
Valor p
Grupo Manipulação 12,9 ± 7,4 19 ± 9,2 0,120 Grupo Sham 17,5 ± 11,6 29 ± 21,1 0,097
Fonte: autores, 2018.
-
39
2.4 Discussão
Estudos têm apontado que as técnicas manipulativas apresentam inúmeros
benefícios e vantagens no tratamento clínico, através da manipulação podemos
restaurar a amplitude e mobilidade articular, melhora do tônus e da flexibilidade de
um músculo ou grupo muscular, e gerar analgesia em algumas situações.
Zatarin e Bortolazzo (2012) realizaram um estudo referente aos efeitos da
manipulação sacro-ilíaca e transição lombossacral sobre a flexibilidade da cadeia
muscular superior, onde participaram 21 mulheres assintomáticas que foram
divididas por ordem de procura em dois grupos: grupo experimental (GE) e grupo
controle (GC). As participantes do GE receberam manobra global na pelve enquanto
o GC não recebeu intervenção pelo mesmo período, permanecendo em decúbito
dorsal por um minuto. Todas as voluntárias foram avaliadas pré e pós intervenção,
através do banco de whells de forma bilateral. Os resultados apontados no estudo
mostram que o GE apresentou melhora significativa quando comparado com GC no
aumento da flexibilidade do banco de Wells.
Em um estudo realizado por Bortolazzo (2014) observou o efeito da
manipulação lombo-sacra sobre os sinais em indivíduos com instabilidade de
tornozelo em um ensaio clínico randomizado, cego, placebo controlado. Participaram
deste estudo 20 indivíduos que apresentavam instabilidade na articulação do
tornozelo, sendo que estes foram alocados de forma randomizada em dois grupos
de 10 indivíduos; Grupo Experimento (GE), que receberam a manipulação articular
na articulação sacro-ilíaca e transição lombossacral e Grupo Placebo (GP), que
recebeu uma manobra sem finalidades e efeitos terapêuticos, foi realizada
avaliações pré e pós-intervenção através de eletromiografia nos paravertebrais
lombares bilateral, tibial anterior e fibular longo homolaterais. Os resultados
encontrados apontaram uma melhora significativa entre GE e GP referente à
simetria dos paravertebrais.
Freitas (2012) realizou um estudo descritivo prospectivo através de análise
quanti-qualitativa, avaliando a influência da manipulação osteopática sacro-ilíaca
sobre a pressão plantar e oscilações corporais, através do sistema de
baropodometria e estabilometria. Participaram do estudo 21 indivíduos, cujas
avaliações demonstravam alterações da articulação sacro-ilíaca, foi realizada uma
avaliação de estabilometria através de baropodometria, seguido de uma
-
40
manipulação corretiva de disfunção do ilíaco, posterior a intervenção os participantes
foram submetidos a uma nova avaliação de estabilometria e foi observado uma
melhor significativa dos valores de distribuição da pressão plantar, bem como do
equilíbrio postural.
Acreditasse que o presente estudo, quando comparado com os demais
trabalhos citados, não observou melhora significativa, pois os indivíduos que
participaram do estudo eram saudáveis, apresentavam valores pré-intervenção
considerados normais. Outra condição que pode ter influenciado no resultado é que
os parâmetros avaliados correspondiam apenas ao efeito agudo da manipulação.
2.5 Conclusão
Através dos resultados obtidos pode-se concluir que não houve diferença
estatisticamente significante na análise baropodometria pré e pós-intervenção
manipulativa da região lombo-sacra ou manobra sham entre os grupos, porém,
como o estudo avaliou voluntárias saudáveis, sem disfunções, acredita-se que a
intervenção manipulativa em indivíduos sintomáticos possa acarretar melhora na
estabilometria. Assim, a intervenção isolada e de forma aguda não é indicada para
obter melhora na estabilometria analisada através da baropodometria
computadorizada. Mais estudos devem ser realizados associando intervenções e
avaliando os efeitos agudo e a longo prazo e em indivíduos sintomáticos.
-
41
REFERÊNCIAS
Avaliação postural clássica. Disponível em: . Acesso em 20/10/2018.
BANKOFF, Dra. Antonia Dalla Pria. et al. Estudo do equilíbrio corporal postural através do sistema de baropodometria eletrônica. Revista Conexões, v.2, n.2, 2004. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/download/8637918/5609+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 15/08/2018.
Baropodômetro. Disponível em: . Acesso em 20/10/2018.
BASTOS, Adriana Georgia Davim. et al. Avaliação de pacientes com queixa de tontura e eletronistagmografia normal por meio da estabilometria. Rev Bras Otorrinolaringol. V.71, n.3, 305-10, mai./jun. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992005000300007. Acesso em: 29/08/2018.
BORTOLAZZO, Gustavo Luiz. Efeitos da manipulação articular na sacroilíaca e transição lombossacral sobre os sinais de indivíduos portadores de instabilidade do tornozelo. Orientador: Delaine Rodrigues Bigaton. Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Piracicaba, SP : [s.n.], 2014. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/290681. Acesso em: 21/02/2018.
BRICOT, Bernard. Posturologia Clínica I Bernard Bricot. Tradução: Vilma Bouratroff. São Paulo: CIES BRASIL, 2010.
Características das vertebras lombares. Disponível em: . Acesso em 20/10/2018.
Curvaturas da coluna vertebral. Disponível em: . Acesso em 20/10/2018.
DANGELO, J.G.;FATTINI, C. A. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos. Editora Atheneu, São Paulo, 2005.
Disco intervertebral. Disponível em: . Acesso em 20/10/2018.
FERNANDEZ-DE-LAS-PENAS. et al. Changes in pressure pain thresholds over C5-C6 zygapophyseal joint after a cervicothoracic junction manipulation in healthy subjects. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics,
-
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APÊNDICE
Apêndice A
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47
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48
ANEXO
Anexo A
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