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I NFORMATIVO TÉCNICO E CIENTÍFICO SUCEN-SES-SP número 3 Superintendente: Affonso Viviani Junior Responsável: Virgília Luna Castor de Lima Grupo Editorial: Cristina Sabbo da Costa, Lúcia de Fátima Henriques Ferreira , Luis Mucci, Rosa Maria Tubaki, Rubens Antonio da Silva Editoração e revisão: Liana Cardoso Soares junho/2009 e e e d d d i i i t t t o o o r r r i i i a a a l l l Dentro das perspectivas do Sistema Único de Saúde – SUS, a Superintendência de Controle de Endemias - Sucen tende a reforçar cada vez mais seus aspectos de apoio técnico aos municípios do estado de São Paulo, assim como de sua coordenação no controle das doenças transmitidas por vetores. Neste sentido, o desenvolvimento de conhecimentos e técnicas é crucial para consolidar este perfil. A ampliação e o fortalecimento da pesquisa na instituição passam a ser meta desejável e procurada. Dessa forma, utilizando-se dos recursos disponíveis, realizam-se reorganizações internas que visam propiciar avanços na área. Modificações foram feitas na "Comissão Científica" para torná-la mais comprometida com os rumos da pesquisa e mais ágil no encaminhamento de projetos. A partir de discussões iniciadas nesta comissão, formou-se um grupo que reultou na formação da "Comissão de Serviços Especializados". Esta, tem a atribuição de analisar pedidos de avaliação de inventos tecnológicos e propostas de convênios e contratos. Representa um avanço no sentido de se contar com uma instância de discussão sobre a pertinência dessas solicitações colocando o interesse institucional em relevância. Outro grupo está discutindo a formação de um "Comitê de Ética". A sua existência vem sendo cada vez mais necessária à medida que se amplia o número de projetos de pesquisas a serem avaliados. Outro aspecto importante é a divulgação dos conhecimentos produzidos na instituição, o que tem sido alcançado através dos encontros técnicos científicos e deste informativo. Foi realizado no dia 4 de junho o "V Encontro Técnico Científico da Sucen" que abordou pesquisas realizadas sobre leishmaniose visceral e aspectos críticos relacionados ao seu controle. Tem sido grande a participação de técnicos e pesquisadores nestes eventos, mostrando que vem preencher necessidades sentida pelos mesmos. Com relação ao informativo “Vector”, este é o seu terceiro número e traz, como os anteriores, referências da produção científica recente da Sucen e textos relacionados aos acontecimentos epidemiológicos de interesse para sua missão. Dentro, ainda, desse espírito de desenvolvimento da pesquisa consultou-se o “Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação” do "Departamento de Política Científica e Tecnológica da UNICAMP" que elaborou pré-proposta para apoiar o fortalecimento das atividades de pesquisa na Sucen. No momento estão sendo estudados os trâmites burocráticos necessários para viabilizar esta proposta. Finalizamos este editorial incentivando a participação de todos nestes movimentos que visan a consolidação da pesquisa científica na Sucen. 1

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SUC

EN

-SE

S-SP

número 3

Superintendente: Affonso Viviani Junior Responsável: Virgília Luna Castor de Lima Grupo Editorial: Cristina Sabbo da Costa, Lúcia de Fátima Henriques Ferreira , Luis Mucci, Rosa Maria Tubaki, Rubens Antonio da Silva Editoração e revisão: Liana Cardoso Soares

junho/2009

eeedddiii tttooorrriiiaaalll Dentro das perspectivas do Sistema Único de Saúde – SUS, a Superintendência de Controle de Endemias - Sucen tende a reforçar cada vez mais seus aspectos de apoio técnico aos municípios do estado de São Paulo, assim como de sua coordenação no controle das doenças transmitidas por vetores. Neste sentido, o desenvolvimento de conhecimentos e técnicas é crucial para consolidar este perfil. A ampliação e o fortalecimento da pesquisa na instituição passam a ser meta desejável e procurada. Dessa forma, utilizando-se dos recursos disponíveis, realizam-se reorganizações internas que visam propiciar avanços na área. Modificações foram feitas na "Comissão Científica" para torná-la mais comprometida com os rumos da pesquisa e mais ágil no encaminhamento de projetos. A partir de discussões iniciadas nesta comissão, formou-se um grupo que reultou na formação da "Comissão de Serviços Especializados". Esta, tem a atribuição de analisar pedidos de avaliação de inventos tecnológicos e propostas de convênios e contratos. Representa um avanço no sentido de se contar com uma instância de discussão sobre a pertinência dessas solicitações colocando o interesse institucional em relevância. Outro grupo está discutindo a formação de um "Comitê de Ética". A sua existência vem sendo cada vez mais necessária à medida que se amplia o número de projetos de pesquisas a serem avaliados. Outro aspecto importante é a divulgação dos conhecimentos produzidos na instituição, o que tem sido alcançado através dos encontros técnicos científicos e deste informativo. Foi realizado no dia 4 de junho o "V Encontro Técnico Científico da Sucen" que abordou pesquisas realizadas sobre leishmaniose visceral e aspectos críticos relacionados ao seu controle. Tem sido grande a participação de técnicos e pesquisadores nestes eventos, mostrando que vem preencher necessidades sentida pelos mesmos. Com relação ao informativo “Vector”, este é o seu terceiro número e traz, como os anteriores, referências da produção científica recente da Sucen e textos relacionados aos acontecimentos epidemiológicos de interesse para sua missão. Dentro, ainda, desse espírito de desenvolvimento da pesquisa consultou-se o “Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação” do "Departamento de Política Científica e Tecnológica da UNICAMP" que elaborou pré-proposta para apoiar o fortalecimento das atividades de pesquisa na Sucen. No momento estão sendo estudados os trâmites burocráticos necessários para viabilizar esta proposta. Finalizamos este editorial incentivando a participação de todos nestes movimentos que visan a consolidação da pesquisa científica na Sucen.

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pppooonnntttooosss dddeee vvviiissstttaaa DOS RESULTADOS E DO CUSTEIO DA PESQUISA:

O QUE FAZER?

Horacio Manoel Santana Teles

Em meados do ano passado, a

propósito da identificação de avanços e de lacunas do conhecimento, um grupo de pesquisadores da Sucen iniciou um levantamento de trabalhos publicados pelos profissionais da instituição (2000 a 2007). Seguiram-se, ao levantamento, inúmeros momentos de discussão e reflexão para o entendimento dos impactos da produção científica na inserção dos conhecimentos gerados nos programas para a melhoria da resolutividade das ações e atividades desenvolvidas ou, mais precisamente, dos benefícios resultantes da pesquisa científica para a sociedade.

De certa maneira, não foi surpresa a confirmação de uma produção científica relevante em número e em qualidade. Também não foi surpresa a observação de uma concentração significativa de trabalhos publicados sobre a dengue e o Aedes aegypti. Situação, mais ou menos esperada, em função do maior número de pesquisadores e estudiosos e do maior volume de recursos financeiros concentrados e executados para a resolução desse grave problema. Nesse ponto, chamou atenção se tal empenho e disponibilidade de recursos não seriam favoráveis a uma produção mais densa, que propicie uma redução mais intensa das lacunas do conhecimento, sobretudo sobre peculiaridades biológicas do vetor responsável pela transmissão da doença.

Outro detalhe interessante do levantamento foi a constatação da existência de grupos de pesquisa consolidados nas áreas da doença de Chagas, da esquistossomose e da malária.

Ainda que formados por um número reduzido de profissionais apresentaram uma produção científica constante, de bom número, registrada em periódicos de excelência nacional e internacional.

Com a devida isenção e sem a pretensão de esgotamento do assunto, a

situação resultante do levantamento evidencia certos detalhes que exigem reflexão de todos, principalmente no que diz respeito ao estabelecimento de prioridades para o custeio e financiamento de projetos e estudos com recursos orçamentários, um assunto sempre na

pauta de quaisquer discussões quando se fala ou pensa na importância da aquisição de novos conhecimentos para a eficiência do controle de vetores.

"Em São Paulo, o controle da transmissão vetorial da doença de Chagas se deu com o aporte de um expressivo volume de recursos financeiros e de pessoal, em um momento de profundas alterações do perfil sócio-econômico da população residente nas áreas rurais."

As estimativas atuais indicam que a população de São Paulo supera 40 milhões de habitantes, a maior parte vivendo em cidades com diferentes níveis de organização e ocupação de espaços, sob situações sociais e econômicas muito distintas. Portanto, não vivemos mais a situação que possibilitou a interrupção da transmissão vetorial do Trypanosoma cruzi ao fim dos anos 70 do século passado. Conquanto o fato seja um exemplo da extraordinária capacidade de atuação da Sucen, esse marco foi resultado da convergência de um conjunto de determinantes políticos, administrativos e funcionais. Em São Paulo, o controle da transmissão vetorial da doença de Chagas se deu com o aporte de um expressivo

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volume de recursos financeiros e de pessoal, em um momento de profundas alterações do perfil sócio-econômico da população residente nas áreas rurais. Embora não se desconsidere a importância do combate à principal espécie dos vetores da doença – Triatoma infestans – com inseticidas, parece que não restam muitas dúvidas que a melhoria da qualidade das moradias nas áreas rurais foi um determinante decisivo da erradicação da espécie. De uma maneira geral, é indiscutível que o controle da transmissão da doença evitou a incapacitação e a perda de vidas, o que em si já dispensa outros comentários.

Assim como o exemplo da doença de Chagas, o controle da esquistossomose ou da malária também mostra aspectos e circunstâncias muito interessantes para a discussão da pesquisa e do seu custeio e controle. O dilema e o desafio enfrentados preteritamente não apresentam mais as mesmas dimensões. Hoje, as nossas responsabilidades dizem respeito a muitos milhões a mais de pessoas, estabelecidas aos montes em espaços modificados e mais complexos; mais responsabilidades, menos recursos e mais limitações para o desenvolvimento das ações, sejam de ordem econômica, operacional ou ecológica. Em contraste com o passado, a atuação atual no controle demanda um maior conhecimento para a superação das dificuldades resultantes da disponibilidade de recursos sempre insuficientes. Demanda, sobretudo, o estabelecimento de parcerias entre todos os setores governamentais, da sociedade organizada e, principalmente, com os municípios, onde ficam as pontas dos problemas e as maiores responsabilidades de interferência

visando a redução de uma grande parte dos condicionantes da incidência das endemias, principalmente da dengue. Hoje, não basta mais a disponibilidade de medicamentos, vacinas ou inseticidas para que se estabeleça a possibilidade de eliminação dos problemas. Sem o conhecimento científico e o domínio tecnológico, nada feito. O conhecimento científico é fundamental para o reconhecimento dos detalhes biológicos que norteiem as intervenções, enquanto o domínio tecnológico é essencial para a eficiência das atividades. Um ponto parece consenso: os avanços dependem do estabelecimento de novos paradigmas. No que tange à responsabilidade da Sucen, talvez esses paradigmas surjam do que parece uma ousadia: a aplicação dos conhecimentos biológicos simples. Ainda que a complexidade das interações biológicas e ambientais seja incontestavelmente um complicador dos programas de controle, a simplicidade das estratégias apresentadas pelas espécies para a sobrevivência em amplas áreas geográficas, sob diferentes situações ambientais, se devidamente estudadas, mostram-se quase sempre vulneráveis à intervenção, ao contrário das

circunstâncias que envolvem questões sócio-econômicas, cuja resolução é difícil, de longo prazo e dissociada da vontade dos que atuam nas instituições como a Sucen. Afora isso, a delimitação dos níveis de interferência dos determinantes sócio-econômicos na

prevalência de doenças como a dengue ou a esquistossomose é um assunto pouco explorado. Tão somente considerando esses aspectos, as possibilidades de estudo são imensas, bem como, a expectativa é a

"Ainda que a complexidade das interações biológicas e ambientais seja incontestavelmente um complicador dos programas de controle, a simplicidade das estratégias apresentadas pelas espécies para a sobrevivência em amplas áreas geográficas, sob diferentes situações ambientais, se devidamente estudadas, mostram-se quase sempre vulneráveis à intervenção, ao contrário das circunstâncias que envolvem questões sócio-econômicas, cuja resolução é difícil, de longo prazo e dissociada da vontade dos que atuam nas instituições como a Sucen. "

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de que qualquer conhecimento adquirido seja valioso.

No passado, muitas vezes se imaginou que os recursos materiais e instrumentais disponíveis para o controle das endemias eram suficientes para o alcance das metas previstas nos programas de controle. Esta foi a filosofia que embasou os programas de controle da doença de Chagas e da esquistossomose. No caso da doença de Chagas, bastavam as aplicações regulares de inseticida. O exemplo mais bem acabado, citado acima, foi o da eliminação quase completa dos riscos da infecção humana por T. cruzi, no âmbito do território paulista. Essa postura expressa nos trabalhos divulgados por muitos dos pesquisadores e pioneiros do assunto, sequer levava em conta a falta de um medicamento eficiente para a cura da Doença de Chagas, uma situação que ainda persiste depois de 100 anos da notável descoberta de Carlos Chagas.

Quanto a esquistossomose, as ações baseavam-se nos efeitos da niclosamida (mosluscicida) e, logo em seguida, da oxamniquine e do praziquantel. Apesar disso, a coisa não caminhou bem assim. No caso, ficou bem claro que o sucesso do controle não dependia somente do combate aos caramujos e do diagnóstico e tratamento dos casos, mas do emprego dessas medidas profiláticas considerando detalhes da biologia do transmissor e do parasito.

Menos pela escassez de exemplos, mas por suficiência da abordagem desses dois, não é difícil a compreensão das dificuldades do controle dos vetores e endemias que está pela frente.

De volta ao controle dos vetores da dengue e, consequentemente da doença, os resultados pretendidos dependem, obrigatoriamente, do pleno funcionamento do sistema de saúde em

todas as vertentes, do pronto diagnóstico à agilidade da vigilância, além, de claro, da incorporação regular de conhecimentos científicos aos programas. Pois, esta última, solicita a atenção de todos os setores e segmentos que atuam na saúde para que não se estabeleça em definitivo um círculo vicioso cujas bordas serão as queixas da falta de recursos humanos, financeiros ou materiais.

A opinião aqui expressa, com todas as letras, é que essencialmente faltam pesquisas, pesquisas e pesquisas

para o direcionamento adequado das ações, uma vez que o montante de recursos financeiros destinados no orçamento da Sucen, após o reaparecimento do Ae. aegyti em 1985, possivelmente são da ordem de pelo menos ¼ de bilhão (ou mais), o que inclui pagamento de pessoal, manutenção da estrutura e, é claro, gastos com a pesquisa.

Embora seja perfeitamente aceitável que os gastos com a pesquisa sejam uma parcela menos expressiva desse montante, sem dúvida, o pensamento do dispêndio de pelo menos 1% (quase 3 milhões) desse montante não parece muito longe da realidade. Vale a lembrança que muito do conhecimento adquirido ao longo desses mais de 20 anos se deu no desenvolvimento rotineiro das atividades de controle, portanto, sem a utilização de recursos exclusivamente previstos em projetos de pesquisa.

"De volta ao controle dos vetores da dengue e, consequentemente da doença, os resultados pretendidos dependem, obrigatoriamente, do pleno funcionamento do sistema de saúde em todas as vertentes, do pronto diagnóstico à agilidade da vigilância, além, de claro, da incorporação regular de conhecimentos científicos aos programas. "

Na atualidade, as limitações orçamentárias e o crescimento das demandas parecem em rotas cada vez mais divergentes, o que torna imprescindível a busca e adoção de novos paradigmas para o enfrentamento apropriado da situação. Nesse ponto, as posições para a resolução do assunto também não são menos opostas. É comum a defesa do estabelecimento de prioridades e, portando, da racionalização dos recursos em função dos riscos. Menos comum e mais periférica, mas com certa freqüência, eventualmente a orientação que prevalece

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é do simples corte de despesas. São os períodos do predomínio do economicismo sobre o humanismo. Quando isto acontece, quase sempre a base de sustentação dessas posturas é que o não gasto não influencia os indicadores epidemiológicos, sejam eles altos ou baixos. No fim, o resultado da manutenção prolongada de uma ou outra posição, é o estabelecimento do que hoje se conhece como doenças negligenciadas, rótulos conferidos, por exemplo, à tuberculose, ou à esquistossomose e à leishmaniose, entre outras.

Nesse contexto surge outro eixo de discussões: o que fazer para norteamento dos recursos?

Deixando de lado o fato que a regularidade da aplicação de recursos é a possibilidade mais concreta da continuidade dos avanços quando o assunto é ciência e tecnologia, resta a adoção da linha imediatista representada pela indução de linhas de pesquisa específicas. Essa opção apresenta alguns riscos. O maior é a possibilidade da aplicação de recursos em projetos sem ou de pouca qualidade, uma vez que geralmente a divulgação se dá através de editais, com pouco tempo para a maturação das idéias e objetivos, tanto para a elaboração dos projetos, como para a análise da viabilidade e adequação. O desperdício de recursos financeiros nessas circunstâncias é previsível. Em detrimento da qualidade, torna-se extremamente factível a seleção de projetos que atendem mais aspirações dadas pela direção dos holofotes colocados pela mídia (que no campo da ciência, determinam obrigações dos governos). O esperado geralmente é nada muito além das manchetes auspiciosas de um futuro promissor a partir de descobertas precoces de pequenas de partes do desconhecido. Na atualidade a mídia também se encarrega da divulgação

dos pequenos avanços, como se fossem o “toque de Midas” para a mudança de situações ou realidades. Nesse palco, também coadjuvam os pesquisadores e estudiosos dotados de alguma tendência artística para a representação.

Não é intuito da presente opinião a crítica mordaz, simplesmente pela crítica, mas pela necessidade da parada para a escolha de caminhos mais seguros, muitas vezes mais dolorosos, mais longos, mas mais seguros. A opção pela qualidade é oportuna porque os recursos para a pesquisa são finitos. Investimento com qualidade na ciência, ainda que pequeno, é sempre melhor que os mal gastos. Uma das conseqüências da priorização de determinadas áreas do conhecimento é a possibilidade da exclusão de projetos de qualidade devido ao esgotamento dos recursos, o que quase sempre termina em atrasos do desenvolvimento social e econômico.

Em relação à ciência, é importante que a busca de conhecimentos não seja como a tentativa de superação dos degraus de uma escada, contando com a possibilidade da parada para descanso nos degraus, quando do cansaço ou esgotamento. Parece mais prudente que o transcurso aconteça passo a passo, por

um contingente de envolvidos que disponha de treinamento, capacitação, especialização e da disposição para a repartição democrática dos conhecimentos científicos entre todos os níveis, cargos ou funções para a subida.

"A opção pela qualidade é oportuna porque os recursos para a pesquisa são finitos. Investimento com qualidade na ciência, ainda que pequeno, é sempre melhor que os mal gastos. "

Por fim, a única semelhança aceitável entre a ciência e as finanças é o fato que o desenvolvimento (a fortuna) só será perene quando todos os atores dessas áreas estiverem envolvidos e conscientes da necessidade de utilização dos recursos disponíveis com qualidade. A inércia, o desperdício, são razões mais que suficientes para a falência, cedo ou tarde.

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DOENÇA DE CHAGAS:

AÇÕES DA SUCEN NO CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO

Dalva Marli Valério Wanderley

Desde a sua descoberta em abril de 1909, Carlos Chagas chamou atenção dos governos para a importância do controle da doença de Chagas. Naquela época não havia drogas para o tratamento etiológico e tampouco inseticida para combater os transmissores nos domicílios, porém os estudos demonstravam a relação entre domicílio de má qualidade e a infestação por triatomíneos em áreas endêmicas. No estado de São Paulo a introdução das plantações de café em larga escala parece estar relacionada ao desmatamento e à ocupação desordenada em habitações precárias. A presença do Triatoma infestans, colonizando tais tipos de habitações, foi utilizada como indicador da ocorrência da transmissão da doença de Chagas. Esse triatomíneo, pela capacidade de domiciliação e extensão de sua distribuição, foi considerado o mais importante vetor em São Paulo. Na década de 1940 estudos pioneiros de Emmanuel Dias em Bambui-MG demonstraram o efeito do “Gammexane" (hexachlorocyclohexane) contra esses insetos. Estudos publicados nesta década refletiam o clamor da comunidade científica pelo controle da doença. Este apelo encontrou eco no estado de São Paulo, em 1950, quando o então Serviço de Profilaxia da Malária - SPM, hoje Superintendência de Controle de Endemias – Sucen, iniciou as atividades de controle ao Triatoma infestans. Tendo em vista o grau de prioridade no âmbito do próprio serviço de controle das doenças transmitidas por vetores da Secretaria de Estado da Saúde, as ações desenvolveram-se em distintas fases. Após pouco mais de duas décadas de

uso de inseticidas nos domicílios da área endêmica, a transmissão natural da doença de Chagas por Triatoma infestans foi interrompida no início da década de 1970. Desde então, atividades de vigilância e controle vêm sendo implementadas visando detectar e impedir o retorno do T.infestans e acompanhar possíveis processos de domiciliação das espécies nativas secundárias: T.sordida, Panstrongylus megistus e Rhodnius neglectus. Com recursos de operação de campo e laboratório da Sucen, presentes em todo o Estado, a vigilância atua estimulando a população para o encaminhamento de insetos suspeitos de serem triatomíneos; identifica e examina (pesquisa de Trypanosoma cruzi); e notifica (avaliação do domicilio que gerou a notificação). Desde 1999, não tem sido constatada a presença de T. infestans no Estado. O encontro de espécies vetoras secundárias nos domicílios não está associado a qualquer repercussão para a população humana. Investigações sorológicas realizadas não têm apontado à ocorrência de transmissão recente da doença. Avaliações garantem a vigilância do intradomicílio (mais de 80% dos triatomíneos presentes no intradomicílio são coletados pelo morador) e a pré-seleção dos domicílios a serem pesquisados (17,0% de positividade nas pesquisas em atendimento). Ações de controle visam dificultar o processo de domiciliação de outras espécies através do manejo das unidades domiciliares, utilizando-se, para tal, componente educativo e de operação de campo. O uso do controle químico está restrito a presença de triatomíneos. Ressalte-se o excelente trabalho de fôlego conduzido pelo órgão de controle para o êxito na contenção da endemia chagásica no estado. No entanto não deve ser desconsiderada

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a contribuição do desenvolvimento econômico e social, ocorrido durante todos os longos anos da luta anti-vetorial, como a ocupação do espaço rural, o aumento da renda “per capita” no meio rural, a melhoria da ocupação, a elevação do nível de escolaridade da população e o êxodo rural. Estes fatores compunham um sistema de relações que contribuiu para o desaparecimento da endemia. Destaque deve ser feito à existência e manutenção de uma estrutura estadual com competência técnica para o enfrentamento da situação por meio das suas equipes de campo descentralizadas, ao lado do desenvolvimento

de estudos científicos que visam a conferir sustentabilidade às ações desenvolvidas. Os desafios atuais são garantir a capacitação dos servidores de campo e laboratório, a inserção dos indivíduos com sorologia positiva detectados no programa no sistema de saúde, a participação dos municípios nas ações de vigilância e controle, além de manter estimulada a participação da população na notificação, devendo-se atentar ainda para o desenvolvimento de novas abordagens de vigilância vetorial em áreas urbanas (Rhodnius neglectus) e de estratégias para o enfrentamento de novos fatores de risco (ecoturismo).

A MISSÃO DA SUCEN E A PESQUISA CIENTÍFICA

Virgília Luna Castor de Lima No mês passado, o Tribunal de Contas do Estado, por ocasião de avaliação da atuação da Sucen, fez algumas entrevistas com gestores e solicitou o preenchimento de um questionário no qual inquiria sobre os vários aspectos da missão institucional da Sucen. Algumas questões abordavam a pesquisa científica na instituição. Esta, foram, então, encaminhadas a mim. Como a resposta de uma delas (parágrafo seguinte) ensejou um resumo da situação da pesquisa, concluí que seria interessante levá-la ao conhecimento dos colegas envolvidos com pesquisa científica na autarquia. Todas as linhas de pesquisa oferecidas no Decreto 46.603/2001 são exploradas? Se não, por quê? Sim, todas as linhas são exploradas.

Existem atualmente na Sucen 8 grupos de pesquisa certificados no CNPQ que realizam estudos nos

seguintes temas: (1) “Epidemiologia Molecular da Malária e de Vetores da Dengue”, (2) “Diversidade Molecular e Imunoparasitológica de Vetores e Hospedeiros Intermediários de Doenças”, (3) “Malária: Aspectos Parasitológicos e Moleculares”, (4) “Bioecologia de Culicideos Vetores de Ambiente Antrópico”, (5) “Estudos Parasitológicos e Epidemiológicos da Esquistossomose Mansônica”, (6) “Imunoepidemiologia”, (7) “Biologia e Ecologia de Vetores”, (8) “Aspectos Parasitológicos e Entomológicos das Leishmanioses e Doença de Chagas”. Estes grupos representam equipes especializadas no estudo de vetores e hospedeiros intermediários, que abordam desde a epidemiologia, biologia, ecologia, parasitologia, até os aspectos moleculares. Estes estudos estão de acordo com a missão da Sucen que é o controle de vetores e hospedeiros intermediários de doenças respaldados em conhecimento científico. Além dos pesquisadores participantes desses grupos existem outros que também estão envolvidos

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com pesquisas relacionadas à missão da Sucen. Um pequeno número de pesquisas pode ser caracterizado como pesquisa básica, o que é importante para a atualização em novas técnicas e

domínio de conhecimentos e tecnologias de ponta.

Na tabela 1 observa-se a distribuição dos artigos publicados por pesquisadores da Sucen por áreas do conhecimento, subáreas e linhas de pesquisa. Constata-se a predominância da área “Pesquisa e Desenvolvimento Científico” e, dentro desta, as subáreas “Biologia de Controle de Vetores” e “Epidemiologia” . Esta predominância da “Pesquisa e Desenvolvimento Científico” em detrimento do “Desenvolvimento Tecnológico” reproduz o que vem se observando em termos de pesquisa no estado de São Paulo e no País, o que tem gerado discussões na Comissão Científica da Sucen no sentido de como promover o incremento de pesquisas em tecnologias de vigilância de controle. A predominância das subáreas “Biologia de

Controle de Vetores” e “Epidemiologia” pode ser explicada pela necessidade de conhecimento das características epidemiológicas das áreas afetadas pela transmissão das doenças enfocadas pela Sucen e por sua missão, o controle de vetores, o que, para o tal, é necessário o conhecimento das características biológicas, ecológicas e de comportamento dos mesmos . Outra área que está sendo estudada visando seu incremento de pesquisas é a de educação. Está sendo estimulada a formação acadêmica de pesquisadores e a formação de um núcleo de estudos no tema. Analisando os projetos de pesquisa em andamento em 2008, observa-se que a grande maioria dos projetos são coordenados por pesquisadores da Sucen,

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o que mostra autonomia de produção. No que diz respeito ao objeto dos projetos de pesquisa, aqui se repete o observado com relação aos artigos científicos: a predominância de projetos sobre dengue.

O que é esperado, já que a dengue é a endemia transmitida por vetores que mais tem demandado esforços para seu controle (tabela 2).

TABELA 2 - PROJETOS DE 2008, DE ACORDO COM O TEMA DA PESQUISA - SUCEN/ 2008.

A grande maioria dos projetos de pesquisa enviados à "Comissão Científica" mantém relação com as questões suscitadas nos programas de controle de endemias. Os projetos relacionados à dengue abordam a questão da resistência a inseticidas nos mosquitos vetores, ações visando à participação da comunidade no controle da doença, características bio-ecológicas do vetor que vão auxiliar na escolha de medidas de controle mais adequadas e testes de metodologias mais acuradas de medidas de indicadores entomológicos. Nos projetos tendo por objeto a febre maculosa são abordados aspectos da epidemiologia da doença, o que é necessário por se tratar de doença emergente, além de abordagens de educação da população visando prevenção e controle. Projeto concluído no presente ano, por pesquisador da Sucen, encontrou informação marcante para o conhecimento científico e o controle da febre maculosa. A informação se refere à conclusão da pesquisa de que as capivaras são hospedeiros amplificadores da bactéria Rickettsia rickettsii. Significando que após serem infectadas, através da picada do carrapato vetor, elas são capazes de infectar outros carrapatos. Em decorrência

disso, a capivara passa a ser um dos elos da cadeia epidemiológica da transmissão da febre maculosa onde devem ser intensificadas medidas de controle. É ainda importante salientar que este projeto foi resultado de incentivo institucional por parte da Sucen para investigações científicas no tema ‘febre maculosa’, no ano de 2006. Vale ainda ressaltar outro tema de investigação: a malária transfusional, de grande importância para o estado e para o país. Relacionado à missão da Sucen de manutenção de colônias de insetos vetores para estudos e pesquisa, foi aprovado, também, em 2008, um PROJETO DE MODERNIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO DOS INSETÁRIO DA SUCEN. Através da ação entre laboratórios e serviços regionais elaborou-se um projeto para infraestrutura dos insetários da Sucen. O projeto enviado à FINEP foi contemplado com o financiamento de 135 919.00 reais. (Pró-Infra 01/2007 FINEP) (MAIS - Modernização e Ampliação dos Insetários da Sucen - Laboratórios: Taubaté, Mogi-Guaçu, Marília e São José do Rio Preto). Com relação à divulgação dos resultados de pesquisa foram realizados 4

TEMA DA PESQUISA NÚMERO DE PROJETOS PERCENTAGEM CULICÍDEOS 1 1,9 DENGUE 21 40,4 DOENÇA DE CHAGAS 3 5,7 ESQUISTOSSOMOSE 4 7,6 FEBRE MACULOSA 4 7,6 LEISHMANIOSES 7 13,4 MALÁRIA 7 13,4 MALÁRIA/DOENÇA DE CHAGAS

1 1,9

TOTAL 52 100,0

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encontros científicos, nos quais estiveram presentes cerca de 80 pesquisadores e técnicos. Foi abordada a análise da produção científica do período de 2000 a 2007, que havia sido realizada por um grupo de estudos, tendo sido chamados participantes de outras instituições para discutir determinados temas. Foi, também, elaborado e colocado em circulação através de meio eletrônico dois números do Informativo "Vector", com a finalidade de divulgar as publicações técnico-

científicas recentes da Sucen e propiciar espaços para expressão de textos e comentários relativos a assuntos relacionados à missão institucional. Ainda ligada à missão de utilização e avaliação de inovações e tecnologias, foi realizada uma avaliação da utilização do projeto de controle da dengue denominado MIDENGUE. Projeto este, composto pela utilização de armadilhas para o vetor da dengue e a informatização dos dados resultantes dessa utilização.

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janeiro a março de 2009 DENGUE:

• Barbosa AAC, Chiaravalloti-Neto F. Avaliação do uso de armadilhas de oviposição como método de vigilância entomológica para Aedes aegypti. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):432, 2009.

• Barbosa AAC, Chiaravalloti-Neto F, Moura MAS. Correlação entre número de ovos e positividade de armadilhas de oviposição em área endêmica de Dengue no Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):432, 2009.

• Barbosa GL, Gomes AHA, Holcman MM, Wanderley DMV, Pereira M. Análises dos indicadores entomológicos para Dengue no Estado de São Paulo segundo situação de transmissão de Dengue. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):427, 2009.

• Fávaro EA, Chiaravalloti-Neto F, Dibo MR, Chierotti AP, Pereira M. Indicadores entomológicos para larvas e pupas de Aedes aegypti em imóveis e quadras de um bairro urbano em São José do Rio Preto, SP. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):435, 2009.

• Fávaro EA, Chiaravalloti-Neto F, Dibo MR, Chierotti AP, Pereira M. Identificação de fatores de risco para presença de larvas e de pupas de Aedes aegypti em domicílios da área urbana de São José do Rio Preto, SP. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):435, 2009.

• Fávaro EA, Chiaravalloti-Neto F, Rodrigues-Júnior AL, Dibo MR, Chierotti AP, Pereira M. Avaliação da relação entre indicadores entomológicos para Aedes aegypti e risco de ocorrência de dengue. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(sup1):353, 2009.

• Ferreira ITRN, Silva RA, Veras MASM. Participação da população no controle de dengue: uma análise da sensibilidade dos planos de saúde de municípios do Estado de São Paulo, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):444, 2009.

• Marques GM, Forattini OP. Aedes albopctus em bromélias de solo em Ilhabela, litoral do Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):439, 2009.

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• Melo Santos MAV, Araújo AP, Varjal-Melo JM, Magalhães T, Macoris MLG, Lima JB, Ayres CF. Evolução da resistência ao inseticida químico Temephos em uma linhagem de Aedes aegypti. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):453, 2009.

• Paduan KS, Spenassatto C, Macoris MLG, Ribolla PEM. Caracterização genética de Aedes aegypti entre linhagens sensíveis e resistentes a temephos utilizando genes nucleares. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):440, 2009.

• Serpa LLN, Murata IC, Voltolini JC. Competição entre larvas de Aedes aegypti e Aedes albopctus em laboratório. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):438, 2009.

• Wanderley DMV, Barbosa GL, Gomes AHA, Holcman MM, Pereira M. Análise segundo tipo de móveis dos indicadores entomológicos para Dengue no Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):427, 2009.

DOENÇA DE CHAGAS:

• Barbosa GL, Silva RA, Wanderley DMV, Rodrigues VLCC. Vetores secundários da doença de Chagas no Estado de São Paulo: um estudo sobre sua ocorrência nos municípios paulistas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):426, 2009.

• Carvalho ME, Silva RA, Curado I, Nascimento LGG, Neto EA, Sei IA. Situação atual da sorologia para doença de Chagas no Programa de Controle do Estado de São Paulo, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):490, 2009.

• Rodrigues VLCC, Casanova C, Silva RA, Baitelo D, Tonietti VLB. Circulação de Trypanosoma cruzi em animais próximos ao homem em localidades adjacentes à Encosta da Serra da Mantiqueira Paulista. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):464, 2009.

• Rodrigues VLCC, Condino MLF, Santos FC, Baitelo D, Guimarães GA, Tonietti VLB. Índice de infecção natural de triatomíneos capturados em municípios do Litoral Norte do Estado de São Paulo, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):465, 2009.

• Silva RA, Barbosa GL, Wanderley DMV, Rodrigues VLCC. Programa de controle da doença de Chagas (PCDCh) no Estado de São Paulo: uma avaliação da atividade de extensão da pesquisa de triatomíneos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):464, 2009.

• Silva RA, Pauliquévis-Junior C, Scandar SAS, Cardoso-Júnior RP, Tonietti VLB, Rodrigues VLCC. Variáveis sócioeconômico-ambientais em localidades do Estado de São Paulo com alta infestação por triatomíneos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):464, 2009.

• Wanderley DMV, Silva RA, Barbosa GL, Rodrigues VLCC. Panstrongylus megistus- um olhar sobre a espécie no Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1):464, 2009.

MALÁRIA:

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• Curado I, Carvalho ME, Holcman MM, Pereira BF, Nascimento LGG, Neto EA, Nascimento MJ, Wunderlich G. Malária autóctone em áreas de Mata Atlântica do Estado de São Paulo: caracterização do padrão de imunidade antimalárica de populações das estradas da Palestina e Embratel, município de Juquitiba. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 42(Sup1): 491, 2009.

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janeiro a março de 2009

• Casanova C, Natal D, Santos FAM. Survival, population size, and gonotrophic cycle

duration of Nyssomyia neivai (Diptera: Psychodidae) at an endemic area of American Cutaneous Leishmaniasis in Southeastern Brazil. Journal of Medical Entomology, 46: 42-50, 2009.

• Domingos MF, Tubaki RM, Di Santi SM. Malária no Estado de São Paulo: 1975-2006. Boletim Epidemiológico Paulista, 3 (Sup I):10-12, 2009.

• Ladeia-Andrade S, Ferreira MU, Carvalho ME, Curado I, Coura JR. Age-dependent acquisition of protective immunity to malaria in riverine populations of the Amazon Basin of Brazil. American Journal Tropical Medicine and Hygien, 80:452-59, 2009.

• Moraes-Filho J, Pinter A, Pacheco RC, Gutmann TB, Barbosa SO, Gonzáles MARM, Muraro MA, Cecílio SRM, Labruna MB. New epidemiological data on Brazilian spotted fever in an endemic area of the State of São Paulo, Brazil. Vector Borne and Zoonotic Diseases, 9:73-78, 2009.

• Szabó MPJ, Labruna MB, Garcia MV, Pinter A, Castagnolli KC, Pacheco RC, Castro MB, Veronez VA, Magalhães GM, Vogliotti A, Duarte JMB. Ecological aspects of the free-living ticks (Acari: Ixodidae) on animal trails within Atlantic rainforest in south eastern Brazil. Annals of Tropical Medicine and Parasitology, 103:57-72, 2009.

• Tuan R.Distribuição e diversidade de espécies do gênero Biomphalaria em microrregiões localizadas no Médio Paranapanema, São Paulo, SP, Brasil. Biota Neotropical, 9(1), 2009.

(disponível em: http://www.biotaneotropica.org.br/v9n1/pt/abstract?short- communication+bn03009012009)

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NÚCLEO DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR CARRAPATOS

Novas parcerias Técnicos do "Núcleo de Estudos de Doenças Transmitidas por Carrapatos" estiveram reunidos em 24/4/2009 com pesquisadores do Instituto Florestal - Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SP para elaboração de um "Termo de Cooperação Técnico-científica", que visa o desenvolvimento de projetos de pesquisa e promoção de atividades concernentes ao programa de controle de febre maculosa no estado de São Paulo. Inicialmente foi definido um projeto de pesquisa visando o melhor entendimento dos aspectos da biologia e epidemiologia da febre maculosa, assim como o aprimoramento de técnicas de controle e ações educativas. O projeto é composto por cinco objetivos específicos:

1. Monitoramento sorológico de hospedeiros vertebrados e acompanhamento acarológico.

2. Mapeamento das áreas de ocorrência de febre maculosa, associando a vegetação e o uso do solo, visando a atuação preventiva da Sucen.

3. Testes in vitro sobre a eficácia de fitoquímicos no controle de carrapatos. 4. Desenvolvimento de vertentes de edução na prevenção e controle da febre maculosa. 5. Desenvolvimento de técnicas de controle químico e biológico em hospedeiros

vertebrados.

I SIMPÓSIO ESTADUAL DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR CARRAPATOS

O “Núcleo de Estudos de Doenças Transmitidas por Carrapatos - Sucen - SES”, com apoio da UNICAMP, organizau o “I Simpósio Estadual de Doenças Transmitidas por Carrapatos” que realizou-se entre os dias 24 e 26 de junho de 2009, no Campus da Universidade de Campinas - UNICAMP - SP. Seu objetivo foi suprir uma lacuna deixada pela descontinuidade da realização do “Simpósio Latino Americano de Riquetsioses”, que ocorria a cada dois anos: importante oportunidade para a reunião de pesquisadores de diversos locais para um fórum de discussão e apresentação de trabalhos científicos em desenvolvimento. O "I Simpósio Estadual de Doenças Transmitidas por Carrapatos" resgatou este objetivo e teve como convidados para apresentação de palestras membros de todas as esferas envolvidas na pesquisa, diagnóstico, vigilância, prevenção e controle de doenças transmitidas por carrapatos, em especial, a febre maculosa. O Simpósio contou com a presença de nomes da Superintendência de Controle de Endemias - SES - SP, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo, Universidade de Campinas, da Universidade Rural do Rio de Janeiro, da Universidade Federal de Outro Preto, da Universidade Federal de Uberlândia, da Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco, do Ministério da Saúde, do Instituto Adolfo Lutz - SES - SP e do Centro de Vigilância Epidemiológica - SES - SP. Durante o Simpósio, pesquisadores apresentaram trabalhos científicos no formato de pôster, sendo que oito trabalhos foram previamente selecionados para apresentação oral, proporcionando assim a grande visibilidade das pesquisas desenvolvidas na área de estudo em doenças transmitidas por carrapatos.

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OFICINA DE CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA PARA MONITORES DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM CONTROLE DE VETORES

"A Política de Educação Permanente", instituída pela Portaria GM/MS nº. 1.996, de 20 de agosto de 2007, dispõe sobre diretrizes e estratégias para a formação e desenvolvimento de trabalhadores da saúde, visando a transformação dos processos formativos, práticas educativas e de saúde e organização dos serviços. A Sucen, sob a coordenação da área de educação em saúde e de técnicos do CEFOR, iniciou a implantação desta estratégia, qualificando e preparando 50 profissionais das áreas de educação, seção de operação de campo e seção de avaliação dos serviços regionais. Em maio, promoveu-se o 1º módulo da oficina. O 2º módulo está previsto para o mês de junho, onde serão estudados os exercícios de dispersão que foram atribuídos aos participantes. A iniciativa vem de encontro às necessidades dos profissionais envolvidos com as capacitações dos municípios, por possibilitar a criação de espaços para discussão e reflexão do processo de trabalho. Do ponto de vista pedagógico, a educação permanente em saúde considera o trabalho como seu eixo estruturante e propõe o pensamento crítico como indispensável para mudanças de práticas. Acredita, também, que a implantação de políticas criativas poderá contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos pela área de controle de vetores na ação direta com a população e nas assessorias realizadas às equipes municipais de saúde.

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TREINAMENTO REALIZADO PARA OS MEMBROS DA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA - SUCEN - SES -SP

GESTÃO 2009/2010

Hotel Excelsior - São Paulo - SP 14 a 16 de abril de 2009

SEDE - Capital

Romeu dos Santos Kleber José Witaker Alcir Cleber da Fonseca Adriano Rodrigues Bezerra David Marcio G. Oliveira Ivone Maria Lima José Aparecido dos Santos Maria do Carmo

Rezende Figueiredo Lima

DPE - Capital

Deuslinio S. Costa Rodrigo F. Moreira Washington L. T. Serrão Gilmar P. Silva José Alexandre F. barros Antonio E. C. Marcondes Antenor José S. Neto Benedito B. Santos SR. 2 - São Vicente

Robson da S. Laranjeira Antonio Luiz D. Tavares Maria Gorete R. de Freitas SR. 3 - Taubaté

Marcio Rodrigues Jorge Camporez Neves SR. 4 - Sorocaba

Aloísio Bispo dos Santos Ricardo de Souza Meroveu Lopes Junior Israel O. A. dos Santos Nivaldo Frioli Marcio Aurélio de Queiroz Josinei A. dos Santos Sidney Mariano da Silva

SR. 5 - Campinas

Raimundo Alves da Silva Vanda de Carvalho Carlos Alberto da Silva Francisco Carlos Diogo Marcos Antonio Piva Marcílio de Campos Rodnei Sérgio dos Santos Antonio

Roberto Corsetti SR. 6 - Ribeirão Preto

Marcelo Luiz Bigoni Douglas Mendes Hélio Donizete de Paula Antonio Clarete Nascimento Valmir Albino de Souza Francisco A. Prudêncio Valdevino Pereira Neves

Paulo Rogério de Souza SR. 8 - São José do Rio Preto

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Arlindo Silva Rosângela Souza dos S. Girardi João Paulo Lopes da Silva Maicon

Lourenço de Paiva WilianThomas da Silva Rogério P. Anacleto SR. 9 - Araçatuba Carlos Alberto Rodrigues da Silva Graziela Piva D’ Angelo Mauro Ferreira Genival Ferreira Lima Jurandir Forcacin Rosa Inês Saladini José Antonio Rizzato João Marcelo Ribeiro SR. 10 - Presidente Prudente Gerson Henrique S. Junior Nacir Bonfim da Silva Edenilson Modesto Silvia Ap. Dias R. Correia Celso Soares S. Filho Francinei Rodrigues da Silva Donizete Pereira da Silva Celso Soares S. Filho Antonio Alberto Barbosa SR. 11 - Marília Domingos Benedito Pedro Dourado de Carvalho Carlos Castro Luiz Carlos Porto Reinaldo Teixeira Fabio Faria Silvio César Sperandiu Ailton Schimidt

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“Caro Leitor, a partir do próximo número passaremos a publicar suas opiniões, sugestões e dúvidas na coluna “carta do leitor”“.

Envie suas cartas para o e-mail [email protected] e contribua na melhoria da comunicação institucional. Participe!"

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