educação terapêutica no tratamento da obesidade dinâmicas ... · osteoartrite, doença...

34
Educação Terapêutica no Tratamento da Obesidade Dinâmicas de Grupo Therapeutic Education in Obesity Treatment Group Dynamics Pedro Miguel Cubal dos Reis Orientado por: Mestre Mónica Tânia Silva Magalhães Tipo de documento: Monografia Porto, 2010

Upload: hadieu

Post on 08-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Educação Terapêutica no Tratamento da Obesidade

Dinâmicas de Grupo

Therapeutic Education in Obesity Treatment

Group Dynamics

Pedro Miguel Cubal dos Reis

Orientado por: Mestre Mónica Tânia Silva Magalhães

Tipo de documento: Monografia

Porto, 2010

i

Dedicatória

Dedico esta monografia a todas as pessoas especiais da minha vida que tive a

oportunidade de conhecer, que me apoiaram e acreditaram em mim, e por tudo o

que vivemos juntos.

À família.

Aos meus pais, por o serem verdadeiramente em todos os aspectos. Ao pai, com

todas as suas teorias bizarras e hilariantes de nutrição, que faz com que as

pessoas acreditem que o motivo por engordarem apenas ao respirar é por o ar

estar carregado de “proteínas liofilizadas aerotransportadas”. À mãe, pelo melhor

conselho que podia ser dado na escolha do curso: escolher uma vida e não um

passatempo. Nutrição tornou-se a minha vida e estou muito feliz por essa

decisão. Aos irmãos, porque gosto deles (mas é segredo). Também à gata Mimi,

que gosta de dormir e ronronar em cima dos artigos.

A todos os amigos.

Às amizades feitas na faculdade, principalmente Joana, Margarida e Rui. Às

velhas amizades, Joana e Mariana. Ao meu melhor amigo Pedro. Pelos risos,

conversas, aventuras e tudo o mais.

ii

Índice

Dedicatória .......................................................................................................... i

Lista de Abreviaturas .......................................................................................... iii

Resumo ............................................................................................................. iv

Abstract .............................................................................................................. v

Introdução........................................................................................................... 1

1. A EPIDEMIA DA OBESIDADE ..................................................................... 2

2. TRATAMENTO DA OBESIDADE ................................................................ 6

3. DINÂMICAS DE GRUPO ............................................................................. 7

4. PROGRAMAS COM RECURSO A SESSÕES DE GRUPO ...................... 17

Notas Finais ...................................................................................................... 22

Referências Bibliográficas ................................................................................ 24

iii

Lista de Abreviaturas

IMC – Índice de Massa Corporal

PNCO - Plataforma Nacional Contra a Obesidade

iv

Resumo

A obesidade é uma epidemia global com um forte impacto negativo na

saúde e economia sendo premente o desenvolvimento de estratégias de

prevenção e tratamento desta doença.

A Terapia de Grupo surge como uma possível estratégia no combate à

obesidade. Apesar de omitir potenciais necessidades individuais específicas, este

tratamento utiliza menos recursos e tem uma maior abrangência. A criação dum

grupo de semelhantes e dum ambiente de apoio poderá proporcionar melhores

resultados apresentados em alguns estudos, em comparação com a terapia

individual.

Palavras-Chaves: Obesidade, Terapia de Grupo

v

Abstract

The global obesity epidemy is a heavy burden on the health and economy

and urges health professionals to develop strategies for the prevention and

treatment of this disease.

The Group Therapy is a possible strategy in the obesity battle. Though it

neglects possible specific individual needs, this treatment requires less resources

and reaches more people. The establishment of a peer-group and a supportive

environment could be the reason for the better outcomes in the results of some

studies, in comparison to individual therapies.

Keywords: Obesity, Group Therapy

1

Introdução

A obesidade é uma doença com grande prevalência em Portugal e no Mundo,

sendo considerada uma epidemia. Devido ao seu forte impacto na saúde e bem-

estar das populações assim como na economia das nações, é premente o

desenvolvimento de estratégias para a prevenção e tratamento desta situação.

Uma possível estratégia para o tratamento da obesidade é o recurso a

consultas de grupo. Estas aliam a menor utilização de recursos, o alcance a um

maior número de indivíduos e a criação dum ambiente de apoio e partilha inter-

individual num grupo que divide objectivos e experiências semelhantes.

É objectivo desta monografia expor uma revisão bibliográfica sobre o tema,

as eventuais vantagens das consultas de grupo em relação à consulta individual,

explorar factores relevantes para o sucesso deste tipo de terapia e exemplificação

de programas já testados.

2

1. A EPIDEMIA DA OBESIDADE

1.1. A Obesidade

O excesso de peso e obesidade referem-se ao excesso de acumulação de

gordura corporal e resultam do desequilíbrio entre a ingestão energética, o

dispêndio energético, a eficiência do uso da energia ou uma combinação destes

componentes. Factores como a carga genética, alimentação, fisiologia,

metabolismo, estilos de vida e o meio ambiente tornam esta questão mais

complexa. (1-3)

A gordura corporal pode ser classificada por vários métodos sendo o Índice de

Massa Corporal (IMC), ou Índice de Quetelet, o método mais utilizado para a

classificação dum indivíduo como tendo excesso de peso ou obesidade. É

calculado através da fórmula IMC=Peso(kg)/Altura(m)2, para a qual, na população

adulta, excesso de peso corresponde aos valores de IMC no intervalo de [25;30[

kg/m2 e a obesidade aos valores de IMC≥30kg/m2. A definição destes pontos de

corte deriva da relação entre o IMC e mortalidade. Num IMC de 30 kg/m2, o risco

de mortalidade aumenta cerca de 30%, enquanto que um IMC de 40 kg/m2

representa um aumento do risco de pelo menos 100%. (1, 3-5)

As elevadas prevalências da obesidade nos países do ocidente podem ser

vistas como um desequilíbrio energético a grande escala. Os avanços

tecnológicos na agricultura, economia, indústria, assim como as mudanças na

sociedade, levaram a que a energia do fornecimento de alimentos se sobreponha

às oportunidades para gastar energia através de actividade física. A

complexidade dos factores ao nível individual combinada com a complexidão do

ambiente em que estamos inseridos levou a uma prevalência elevada duma

3

condição que é actualmente considerada uma doença crónica e de difícil

tratamento. (1-3)

Os dados referentes a 2003-2005 da International Association for the Study of

Obesity (IASO), apontam para uma prevalência de 60,2% da população adulta

(18-64 anos) masculina portuguesa com sobrecarga ponderal (IMC>25kg/m2) e

47,8% para a feminina. A obesidade (IMC>30kg/m2) atingia já os 15% nos

homens e os 13,4% nas mulheres. (6, 7) Na União Europeia, pelo menos metade

dos quinze estados-membros (dados para 2002, anteriores aos alargamentos da

União Europeia) apresentavam prevalências de obesidade superiores a 20% da

população, tanto masculina como feminina. (8)

1.2. Impacto na Saúde e Bem-estar

Adultos com excesso de peso ou obesidade estão em maior risco de morte

prematura e maior frequência de co-morbilidades como hipertensão arterial,

dislipidemias, diabetes mellitus 2, doença cardiovascular, exacerbação da

osteoartrite, doença vesicular, infertilidade, apneia do sono, entre outras. Estima-

se que 14 a 20% das mortes por cancro sejam devidas à obesidade, ocupando o

segundo lugar na lista de factores de risco preveníveis. A obesidade também está

na origem de efeitos psicológicos negativos, exacerbados pela pressão

sociocultural, que incluem baixa auto-estima, ansiedade, qualidade de vida

diminuída, insatisfação com a imagem corporal, distúrbios de comportamento

alimentar, depressão e inclusive, nas mulheres, aumento do risco de

pensamentos e tentativas de suicídio. (1, 9-13)

Nas mulheres grávidas, a obesidade ou excesso de peso representam um

factor de risco para morte fetal intra-uterina. Há também uma associação com

4

menores taxas de amamentação, duração da lactação e quantidade de leite

produzido que, por sua vez, diminui o factor de prevenção de obesidade no filho

inerente ao leite materno. (14)

Outro factor relevante é a discriminação dos obesos. A obesidade é muitas

vezes associada à falta de controlo pessoal. Os obesos no ramo da gestão e

supervisão de vendas têm menor probabilidade de serem escolhidos para áreas

mais desafiadoras e sofrem repreensões mais severas do que os funcionários não

obesos. Crianças aos 6 anos já relacionam silhuetas e ilustrações representativas

de crianças gordas com características negativas descrevendo-as como

“mentirosas, feias, preguiçosas e estúpidas”. Um outro estudo revelou que

estudantes universitários consideravam indivíduos cegos ou praticantes de

desvios de fundos, roubo em lojas e consumo de cocaína como melhores

potenciais esposos do que indivíduos obesos. Um estudo comprova que mulheres

obesas têm menor probabilidade de se casarem. (13)

1.3. Impacto na Economia

Além dos efeitos prejudiciais na saúde da população, a obesidade acarreta

também danos à saúde financeira das nações. Na União Europeia, em 2002, os

custos totais directos e indirectos da obesidade nos quinze estados-membros

chegavam aos 32,8 mil milhões de euros. (8) Em Portugal, o custo indirecto total

da obesidade, no ano de 2002, foi estimado em quase 200 milhões de euros. A

mortalidade contribuiu com 58,4% deste valor (117 milhões de euros) e a

morbilidade com 41,6% (83 milhões de euros). Os custos da morbilidade advêm

de mais de 1,6 milhões de dias de incapacidade anuais, principalmente por faltas

ao trabalho associadas a doenças do sistema circulatório e diabetes tipo 2. Os

custos directos (ambulatório, internamento e medicamentos) da obesidade,

5

representam 59,2% do total dos custos da obesidade, cerca de 500 milhões de

euros. (15, 16)

1.4. Resposta à Epidemia

A obesidade já adquiriu o estatuto de epidemia global, tornando-se um dos

problemas de saúde mais graves nos países desenvolvidos. Apesar de esforços

em contrário, a obesidade tem-se tornado um problema alarmante fora de

controlo e crescente em Portugal e no resto do mundo. É espectável o aumento

da sua prevalência e custos. Investigações recentes têm explorado a influência de

vários genes no desenvolvimento da obesidade e a existência duma

predisposição genética para a doença mas, citando as conclusões do Institute of

Medicine, de 1998: “não houve mudança nos nossos genes neste período de

obesidade crescente. Assim sendo, a raiz do problema deve encontrar-se nas

poderosas forças socioculturais que promovem uma dieta energeticamente rica e

um estilo de vida sedentário”. Tendo em conta o peso económico, físico e

emocional da obesidade, é urgente uma gestão eficiente desta epidemia e

desenvolvimento de políticas adequadas, que intervenham a dois níveis:

tratamento e prevenção. (1, 7)

Em 2007, foi criada em Portugal a Plataforma Nacional Contra a Obesidade

(PNCO), com a finalidade de diminuir a incidência e a prevalência do excesso de

peso, da obesidade e de doenças associadas, através da adopção de medidas de

prevenção. A PNCO conta com a colaboração do Ministério da Saúde, da

Educação, da Economia, da Agricultura, da Associação Nacional de Municípios e

das associações da sociedade civil. A PNCO está encarregue dos Programas

Nacionais de Intervenção Integrada Sobre Determinantes da Saúde Relacionados

6

com os Estilos de Vida e de Combate à Obesidade do Ministério da Saúde e da

aplicação da Carta Europeia de Luta Contra a Obesidade, em território nacional,

que contém como objectivos: conseguir progressos visíveis na redução da

obesidade nas crianças e nos jovens num período de quatro anos; contribuir para

o controlo do crescimento da epidemia da obesidade até 2009; quantificar a

incidência, prevalência e número de recidivas da pré-obesidade e obesidade em

crianças e adolescentes; quantificar a incidência, prevalência e número de

recidivas da pré-obesidade e obesidade em adultos. (17)

2. TRATAMENTO DA OBESIDADE

Várias intervenções são hoje consideradas para o tratamento desta doença,

devendo ser adequadas individualmente a cada caso e abordadas por um

profissional de saúde da área. Para tal, é necessário ter em consideração

tentativas anteriores de perda de peso, preferências alimentares, características

fisiológicas, co-morbilidades. Essas intervenções, passíveis duma utilização

conjunta, podem passar por:

Dieta e exercício, para melhorar o equilíbrio da ingestão/dispêndio

energético. (1, 18)

Farmacoterapia, destacando-se a utilização da sibutramina (actualmente,

fora do mercado em Portugal mas ainda disponível em países como os

Estados Unidos da América) e do orlistat, com diferentes efeitos

secundários e influência nos factores de risco de doença cardiovascular. A

perda de peso é modesta (5-10%), decorrendo nos primeiros seis meses e

estabilizando depois. A interrupção do tratamento com fármacos leva

quase sempre à recuperação do peso. (1, 18, 19)

7

Cirurgia bariátrica, para casos mais graves (IMC≥40kg/m2), através de

bypasses intestinais, actualmente substituídos pelos gástricos, e

bandoplastias gástricas. A perda de peso é substancial (20-45%) e é

geralmente bem mantida. (1, 18, 20)

Terapias comportamentais, nomeadamente as de grupo. Na terapia

comportamental, a perda de peso ronda os 10%, havendo uma difícil

manutenção do peso perdido nos anos seguintes (há referência que 40%

do peso perdido é recuperado no primeiro ano após o tratamento).

Actualmente, as investigações nesta área recaem na procura de métodos

de garantir um melhor controlo de peso, após o término do tratamento,

recorrendo a factores como aumento da duração do contacto com os

pacientes, promoção de exercício e apoio social, onde se incluem as

dinâmicas de grupo. (1, 18)

Outros métodos procurados pela população com excesso de peso incluem a

utilização de produtos como suplementos vendidos, sem indicação por um

profissional de saúde especializado na área, e a compra de livros sobre perda de

peso. (1, 18)

Nesta monografia, o objectivo principal é o de explorar o tratamento da

obesidade através de dinâmicas de grupo, as suas vantagens e resultados assim

como exemplos de programas e associações que recorram a esse método.

3. DINÂMICAS DE GRUPO

O recurso a consultas de grupo tem sido estudado e implementado em

programas de combate à obesidade.

8

Um estudo, numa comunidade rural, comparou duas estratégias terapêuticas

diferenciadas pelo uso de sessões de grupo ou individuais. Os resultados obtidos

com a terapia comportamental em contexto de grupo não foram inferiores aos da

terapia comportamental individual, o que por si só pode ser considerado um

melhor resultado tendo em conta outras vantagens como o menor custo, maior

simplicidade e melhor norma subjectiva. A norma subjectiva, conjunto de crenças

acerca da aprovação ou desaprovação dos que nos rodeiam, foi melhorada

através do aumento do reforço e apoio social de pessoas que exercem influência

no comportamento duma pessoa como os profissionais de saúde, familiares e

amigos. (21)

Num outro estudo, foi questionado aos indivíduos o tipo de terapia preferida,

individual ou em grupo. Formaram-se dois grupos para cada estilo de terapêutica,

em que um continha pessoas que demonstravam preferência por essa mesma

terapêutica e no outro passava-se o oposto. Comparado com a terapia individual,

a terapia em grupo obteve melhores resultados, com maiores reduções de peso e

massa corporal. Estes resultados são inclusive melhores até mesmo entre as

pessoas que expressaram preferir um tratamento individual. (22)

Adultos com excesso de peso e diagnosticados com diabetes mellitus tipo 2,

inseridos num programa de controlo de peso com recurso a sessões de grupo e

intervenção intensiva na modificação comportamental de estilos de vida,

manifestaram uma melhoria na sua qualidade de vida relacionada com a saúde,

após perdas de peso significativas, aumento da actividade física e redução dos

sintomas físicos. (23)

Uma revisão sistemática da eficácia de tratamentos para a obesidade adulta

em grupo versus individuais encontrou melhores resultados de perda de peso nas

9

intervenções de grupo e reconhece o seu potencial na poupança de recursos. O

aproveitamento de recompensas financeiras também está relacionada com

aumento da eficácia dos tratamentos, embora seja uma estratégia de aplicação

mais difícil fora de trabalhos de investigação, devido aos custos que acarreta. O

estudo encontrou melhores resultados para os tratamentos liderados por

psicólogos em detrimento dos nutricionistas, faltando aprofundar se a razão seria

pela diferença da formação de base ou na forma como os participantes foram

escolhidos (os participantes liderados por nutricionistas eram referenciados por

profissionais de saúde enquanto que os participantes liderados por psicólogos

respondiam a anúncios). (24)

No que toca a crianças e adolescentes, bons resultados foram obtidos com

terapias de grupo, ainda melhores quando aliadas a um campo de férias para

controlo de peso. Tal poderá ser possível pelo maior controlo na alimentação mas

também pelo apoio social e motivação do grupo, bem como o treino prático das

aprendizagens. (25)

A utilização de consultas de grupo pode ser uma mais-valia para centros de

saúde e clínicas, como uma abordagem de primeira linha, tendo em conta a

poupança de tempo e recursos além da possibilidade de abrangência de um

maior número de pessoas.

As desvantagens a considerar nos tratamentos de grupo recaem nas

oportunidades limitadas para dar atenção a necessidades individuais específicas

e na dificuldade em encontrar locais e horários que agradem a todos os

participantes. (22, 24)

10

3.1. Objectivos e Expectativas da Perda e Manutenção do Peso

Um factor importante no tratamento da obesidade é o do estabelecimento

de objectivos realistas na redução de peso, tanto por parte do profissional de

saúde como do paciente. Perdas na ordem dos 10%, relativamente ao peso

inicial, deverão ser consideradas adequadas e desejáveis pois são

frequentemente suficientes para melhorar co-morbilidades da obesidade como

hipertensão, diabetes mellitus 2 e dislipidemia. A meta do “peso ideal” deverá ser

substituída, então, pela de um “peso mais saudável”, ou seja, a tal redução entre

5 a 15%. Há que ter em conta que estas perdas poderão não ser bem vistas pelo

doente, que normalmente exprimem o desejo de perder entre 25 a 35% do seu

peso inicial. Esta discrepância pode levar a um descontentamento com a

intervenção e a frustração com os “maus” resultados, por sua vez, pode levar ao

abandono das aprendizagens feitas e recuperação do peso perdido. (1, 3, 9, 26-28)

Independentemente dos resultados na balança, é importante que os

pacientes tenham outros objectivos mensuráveis e que lhes sejam tão

importantes como a perda de peso, e que dela estejam dependentes. Estes

objectivos podem envolver:

Aparência – o desejo de modificar a aparência, nomeadamente a

diminuição do volume, a melhoria da forma e a possibilidade de usar

roupas consideradas mais favorecedoras e na moda, é o principal motivo

para muitas mulheres que procuram perder peso.

Confiança e respeito – um motivo também relatado para o interesse na

perda de peso é o desejo de melhorar a auto-confiança e respeito. Para

muitos pacientes, estes dois conceitos estão íntima e

11

desproporcionalmente relacionados com o peso e forma, apoiados pelas

pressões sociais e o preconceito contra a obesidade.

Saúde – apesar de toda a informação disponível e divulgada sobre os

riscos da obesidade, poucos obesos apontam a saúde como um factor

primário para o interesse no tratamento. Contudo, alguns desejam ser mais

activos, especialmente aqueles com filhos pequenos, ou perder peso

porque têm já alguma doença associada ao excesso de peso ou existe

história familiar de doença associada. (18)

O tratamento comportamental em grupo tem tido registo de resultados

positivos, com perdas de cerca de 9% do peso inicial com programas de vinte

semanas. A investigação recente recai em encontrar estratégias que resultem em

maiores perdas de peso ou melhores manutenções de peso. (1)

Um método que produz melhores resultados a curto-prazo, e demonstrado

por numerosos estudos, é o de dietas muito restritivas energeticamente (400-800

kcal). Porém, esses estudos também demonstram a associação dessas dietas

com a rápida recuperação do peso perdido. Um outro método que tem

demonstrado resultados positivos é o de uso de refeições com porções bem

controladas, tanto com entrega dos alimentos nas quantidades prescritas como

através da simples entrega de plano alimentares detalhados nas porções. (1, 28)

Duas estratégias podem facilitar a perda de peso a longo-prazo, além da

prática alimentar saudável, sendo elas: o reconhecimento da obesidade como

uma doença crónica, que precisa dum seguimento contínuo, seja através de

telefone, internet ou consultas periódicas; e o aumento da actividade física. O

exercício praticado em casa, em oposição ao realizado em ginásio ou clínica,

12

aparenta ser o mais indicado para reduzir a colocação de obstáculos à adesão

por parte dos pacientes. Ciclos de exercício de curta duração (10 minutos),

repetidos ao longo do dia, são tão eficazes quanto a prática de exercício com

maior duração e menor frequência e podem ser mais facilmente aceites. Ter

equipamento de fitness em casa também pode melhorar a manutenção do peso a

longo-prazo. Além disso, são mais fáceis de inserir num dia ocupado, tal como o

“lifestyle activity”, conceito que se refere ao aumento do gasto energético com

actividades da rotina diária através de pequenas mudanças como utilização de

escadas e deslocações pedestres. (1, 29)

Ao contrário da perda de peso, há pouca investigação sobre os

mecanismos responsáveis pela recuperação do peso. Dentro dos potenciais

mecanismos fisiológicos destacam-se a diminuição dos gastos energéticos do

organismo que acompanha a perda de peso e o aumento da actividade da

lipoproteína lipase. Também há evidência de que mecanismos psicológicos

poderão estar relacionados. (18)

O abandono da tentativa de perder ainda mais peso tende a ser seguido

pela diminuição do esforço na manutenção do novo peso adquirido. É importante

praticar uma avaliação e controlo activo do peso e não regressar aos hábitos

anteriores de alimentação. (18)

A manutenção do peso tem também importância pois as flutuações de

peso são um factor de risco para a síndroma metabólica e pode ter um forte

impacto negativo em factores psicológicos, exacerbando ainda mais os ganhos de

peso. (26)

13

3.2. Prática Alimentar e Coadjuvantes à Perda de Peso

Um programa com base na abordagem cognitivo-comportamental, como é o

caso das terapias de grupo, tem como componentes-chave a modificação da

alimentação e actividade física através da auto-monitorização e outras técnicas

comportamentais. (28)

Ter o conhecimento de como perder peso é diferente de saber aplicar esse

conhecimento no dia-a-dia. Os programas de perda de peso melhoraram nos

últimos anos ao incluir técnicas da área da psicologia comportamental como a

auto-monitorização do peso e exercício físico, controlo da ingestão alimentar,

alteração do ambiente envolvente para evitar “tentações” e estabelecimento de

objectivos. A abordagem cognitiva-comportamental envolve a identificação e

modificação de padrões de pensamento e estados de humor negativos que

possam ameaçar o sucesso da perda e manutenção do peso. (18, 27)

O objectivo deste tipo de tratamento é o de ajudar os pacientes obesos a

identificar e modificar hábitos de alimentação e actividade física que contribuem

para o peso em excesso. Isto é conseguido ajudando os pacientes a desenvolver

determinadas técnicas como a auto-monitorização (diários alimentares,

monitorização e reflexão sobre as alterações de peso), comportamentos como o

de comer devagar e o desenvolvimento de “coping skills” - capacidades para lidar

com algo - que prepara as pessoas para a resolução correcta de situações de

ansiedade, prevenindo ganhos de peso e desistências do cumprimento do plano

alimentar. (9, 27, 30, 31)

É importante referir que este tipo de tratamento é direccionado para um

dado objectivo mensurável, que facilite o reconhecimento da obtenção do

sucesso, e orientado para o processo em si. Mais do que coadjuvar as pessoas a

14

decidirem o que mudar é ensiná-las a como mudar. Quando um objectivo é

definido, os pacientes devem ser encorajados a examinar os factores que os

facilitem ou prejudiquem a ter sucesso e como lidar com eles. O desenvolvimento

de capacidades e habilidades é mais importante do que a força de vontade. Os

objectivos devem ser mudanças pequenas para serem experienciadas

gradualmente várias vitórias. (27)

Focar em resultados não relacionados com o peso como mudanças na

qualidade de vida: aumento da energia, parâmetros bioquímicos, ser capaz de

subir escadas sem perder o fôlego, de estar com os filhos ou netos. Dar mais

valor às mudanças comportamentais que melhorem a saúde e não no número de

quilogramas perdidos. O peso não é totalmente maleável e devemos ajudar os

pacientes a ignorar o mito de que “cada um pesa o que quer”. (27)

Estudos mostram que muitos médicos, e até mesmo outros profissionais de

saúde como nutricionistas, consideram a obesidade um problema comportamental

e vêm os obesos como pessoas preguiçosas, estranhas e malparecidas levando a

uma atitude negativa e discriminatória para com o doente. O controlo de peso é

difícil por isso a crítica deve ser evitada, os pacientes precisam de saber que o

apoio do seu nutricionista é incondicional e que não desistirá deles. É crucial

preservar a auto-estima do paciente e ser paciente. (27) “Relembrar o valor do

paciente, independentemente do seu peso corporal, é talvez uma das mais

poderosas intervenções que um médico pode oferecer ao paciente obeso.” (9)

3.3. A Criação dum Ambiente de Apoio

Uma das vantagens das sessões de grupo, e que a diferencia das outras

terapias, consiste na formação duma rede de apoio entre os vários intervenientes,

15

a criação dum ambiente de partilha onde todos os membros têm problemas e

vivências comuns e se juntam para a resolução dos mesmos.

Estabelecer uma rede de apoio e mantê-la forte durante um programa de

perda de peso com consultas de grupo é importante pois desempenha um papel

significante nas escolhas alimentares e prática de actividade física dum indivíduo.

Estudos apoiam a necessidade de existência de apoio social em intervenções

para perda de peso pois leva a menores níveis de stress e maior controlo da

alimentação (em quantidade e qualidade). (32, 33)

Um estudo, publicado em 2007, investigou o desenvolvimento da

obesidade numa vasta rede social, por um período de 32 anos. Os investigadores

descobriram que os relacionamentos têm uma forte influência no ganho de peso,

mais ainda do que pessoas que morem juntas e/ou tenham proximidade genética.

Isto é, quando um indivíduo se torna obeso isto irá influenciar o aparecimento de

obesidade nas pessoas da sua rede social. A amizade tem o maior impacto nesta

associação e o tipo de amizade faz a diferença. Uma grande amizade mútua

representa um risco aumentado de 171% e uma amizade unilateral um risco

aumentado de 57%. Estes números contrastam com os riscos de 40% entre

irmãos e 37% entre casais. Não foi encontrada associação para a proximidade

geográfica. Este fenómeno demonstra a relevância dos relacionamentos inter-

individuais e a sua forte influência na obesidade. (34)

Em relação aos relacionamentos de amizade, pessoas que aderem a

sessões de grupo para perda de peso juntamente com amigos conseguem

maiores perdas e melhor manutenção do que aqueles que aderem sozinhos. (35)

Há uma relação entre os membros dum casal e o seu IMC devido a

partilharem um ambiente alimentar e a tenderem a fazer refeições em conjunto.

16

Participar num programa de perda de peso juntamente com a pessoa com quem

se está casada aumenta a eficácia e a assiduidade nos programas com recurso a

sessões de grupo. (36)

3.4. Abordagem na Criança e no Adolescente

As consequências para a saúde da obesidade infantil são menos severas do

que na idade adulta, mas estas podem incluir hiperlipidemia e supõe-se que o

aumento da incidência de diabetes mellitus 2 na adolescência esteja relacionado

com o igual aumento da obesidade nesta faixa etária. Contudo, não nos devemos

esquecer das consequências da obesidade adulta, relatadas anteriormente, e de

que 25 a 50% dos adolescentes obesos tornam-se adultos obesos. O tratamento

e prevenção da obesidade infantil é um método de prevenção da obesidade

adulta. Em contraste com o tratamento nos adultos, os tratamentos

comportamentais em contexto familiar resultam em reduções de peso a longo-

prazo. Os programas com adolescentes obesos demonstram piores resultados,

daí a importância de uma intervenção em idade jovem, enquanto a influência

parental é ainda forte e antes dos comportamentos obesogénicos estarem

enraizados. (1)

O Departamento da Psicologia da Personalidade e Desenvolvimento, em

conjunto com o Departamento de Pediatria da Universidade Hospital de Ghent,

desenvolveu um programa de controlo de peso para crianças obesas baseado

nos princípios da terapia comportamental, dividido em quatro áreas: estratégias

cognitivas, estratégias comportamentais, educação e motivação. As estratégias

cognitivas visam trabalhar técnicas de auto-controlo através da aprendizagem da

auto-observação e auto-avaliação, ensaios de situações, “coping skills” para lidar

17

com situações de stress como as festas. As estratégias comportamentais

englobam técnicas de estímulo positivo através da recompensa, auto-

monitorização dos hábitos alimentares e de exercício, com posterior

aconselhamento e correcção, e estabelecimento de regras como a limitação dos

locais onde comer (por exemplo, no sofá). As componentes educacionais serviam

para a transmissão de informação e criação dum dia-a-dia mais saudável através

do aumento do dispêndio energético nas actividades diárias e prática de uma

alimentação saudável (ignorando “dietas” ou determinado exercício mais intenso).

Por fim, a motivação serve para a manutenção do comportamento saudável a

longo-prazo, sendo um estímulo obtido através da alternância das actividades

desportivas, inclusão de jogos e actividades lúdicas como culinária. (25)

4. PROGRAMAS COM RECURSO A SESSÕES DE GRUPO

A intervenção terapêutica aliada a sessões de grupo tem sido usada em

clínicas e estudos mas também já é usada em programas comerciais e por

associações. Seguem-se alguns exemplos:

4.1. PESO Comunitário

O Programa PESO, Promoção de Exercício e Saúde na Obesidade, é um

projecto português de investigação científica, da Faculdade de Motricidade

Humana, sobre o aumento da actividade física e da motivação para a actividade

física, a redução de peso, e a melhoria da alimentação, saúde e qualidade de vida

em mulheres adultas com excesso de peso ou obesidade, cuja intervenção dura

18

um ano. Devido ao seu sucesso, foi alargado à comunidade em geral, numa

versão mais curta, através do programa PESO Comunitário.

Os objectivos são a promoção da prática de actividade física regular, a

adopção de hábitos alimentares saudáveis e a redução de peso corporal ou

prevenção da obesidade. Baseados nos princípios do Programa PESO, os

conteúdos incluem temas como a motivação para a actividade física, melhores

opções para a adopção do exercício, o fraccionamento alimentar, a redução de

calorias na alimentação, a leitura e interpretação de rótulos, a alimentação

emocional, a imagem corporal, como usar um podómetro, como aumentar a

marcha no dia-a-dia, como monitorizar o progresso, as recaídas alimentares,

entre outros.

O programa decorre bianualmente e é constituído por um conjunto de 15

sessões educativas semanais em grupo de 90 minutos, em horário pós-laboral.(37)

4.2. Weight Watchers®

O programa Weight Watchers® existe há 45 anos e está presente em mais

de vinte países por todo o Mundo, incluindo Brasil (vigilantes do Peso) e Espanha.

É um programa comercial, que envolve o pagamento duma jóia e de

mensalidades. Diz-se basear nos “quatro pilares da perda de peso saudável”

(versão americana) ou “quatro pilares do sucesso” (versão brasileira) que

consistem no: comportamento (“pense antes”), alimentação (“coma bem”),

exercício (“mexa-se mais) e apoio (“venha às reuniões”).

As reuniões são vistas como oportunidades dinâmicas de obter conselhos

práticos, compartilhar estratégias úteis ou apenas ouvir e encontrar motivação. As

orientadoras destes encontros são ex-membros que obtiveram sucesso na perda

19

e manutenção de peso através do programa, logo passaram pelo mesmo que os

restantes membros. Cada reunião tem um tema de discussão e são iniciadas por

um momento de pesagem confidencial para medir o progresso. Outro ponto forte

do programa é a sua vasta distribuição geográfica e diferentes horários para

facilitar a adesão às reuniões.

Num estudo, Weight Watchers®, quando comparado com uma intervenção

tradicional de consulta individual, favoreceu maiores perdas de peso e melhor

manutenção após dois anos. No programa comercial, os participantes recebem

um plano alimentar, de exercício físico e de mudança comportamental assim

como encontros de grupo semanais onde partilham informação,

recebem/oferecem apoio social e medem alterações da massa corporal. No outro

modelo do estudo, os participantes do estudo recebiam duas consultas com um

nutricionista além de material de apoio para apoio na perda de peso e

aconselhamento sobre sítios e organizações que poderiam fornecer informação e

outros apoios. (38, 39)

4.3. Overeaters Anonymous ®

A Overeaters Anonymous® é uma associação baseada no programa dos

Alcoholics Anonymous® (Alcoólicos Anónimos). Os seus encontros são gratuitos,

anónimos e baseados num programa de 12 passos, como a sua congénere. Tem

sítios na internet de mais de 20 países incluindo Brasil e Espanha como

“Comedores Compulsivos Anónimos”, tendo as suas reuniões chegado a mais de

75 países e alcançado cerca de 54,000 membros, desde 1960.

Neste programa é promovida a terapia de grupo. Os participantes passam

pelo programa de 12 passos com um padrinho. Reuniões semanais oferecem

20

aceitação e apoio em grupo onde o objectivo principal é o de ajudar os seus

membros a pararem os seus comportamentos compulsivos e ajudar outros que

ainda sofram desse distúrbio. Não é fornecido tratamento para perda de peso

nem dietas mas são relatadas diminuições de peso (nos casos de obesidade e

excesso de peso) devido à diminuição da ingestão alimentar conseguida.(40)

4.4. Campos de Férias

Os campos de férias para perda de peso são uma realidade que promete

combater o excesso de peso das crianças e adolescentes, de forma segura e

divertida.

Num estudo comparativo entre seguimento individual, em grupo ou num

campo de férias, os resultados favoreceram os últimos dois grupos sendo que o

do campo de férias teve o melhor resultado. Como a terapia de grupo em

programas de tratamento com abordagem cognitivo-comportamental leva a um

maior apoio social e aumenta a motivação, este resultado era o esperado. Os

investigadores sugerem que este apoio por parte dos pares e as actividades

desenvolvidas em grupo são uma grande mais-valia para a manutenção dos

hábitos para um estilo de vida mais saudável, adquiridos durante a intervenção.

(25)

Em Portugal, no Verão do ano de 2008, realizou-se o primeiro campo de

férias para obesos. Esta iniciativa partiu do Departamento da Criança e da Família

do Hospital Santa Maria, com a parceria com o Instituto Português da Juventude e

da Plataforma contra a Obesidade, da Direcção-geral da Saúde. Durante duas

semanas, trinta jovens, utentes da consulta de controlo de peso, reuniram-se na

Pousada da Juventude de São Martinho do Porto/Alfeizerão onde se trabalharam

21

temas da alimentação, actividade física e treino da autonomia e tomada de

decisões salutogénicas. Dos testemunhos recolhidos é de destacar a vantagem

reconhecida de serem um grupo com um problema em comum, onde não existe

descriminação. (41)

Estes campos de férias serviram de inspiração para a recém-estreada série

televisiva Huge, no canal americano ABC Family, que retrata um grupo de jovens

num destes campos. A série sucede em mostrar dinâmicas de grupo entre os

adolescentes e a importância que estas reuniões têm para eles, emocionalmente

e na motivação para a luta contra o excesso de peso. (42)

22

Notas Finais

Não são muitos os estudos realizados sobre este tema e os que existem

são maioritariamente tratamentos aplicados unicamente para esse fim, o da

investigação. Tendo em conta o potencial da terapia de grupo, penso que também

seria algo a considerar e a apostar de forma contínua e abrangente. Em Portugal,

seria interessante ver a sua implementação ao nível de centros de saúde, clínicas

privadas ou, até mesmo, de programas comerciais, como alguns referidos nesta

monografia. Alguns deles encontram-se bem instalados em vários países do

mundo, incluindo a vizinha Espanha e o lusófono Brasil, daí podermos antecipar

uma possível boa aceitação destes programas em território nacional. Os campos

de férias começam também a fazer parte da realidade portuguesa, com aumento

da oferta na área de desportos radicais e através de associações. A

implementação das estratégias de terapia de grupo e a facilidade no controlo de

factores obesogénicos tornam os campos de férias para perda de peso uma

hipótese interessante na fase da adolescência e com bons resultados

expectáveis.

Nestas sessões de terapia de grupo, é importante a criação e

fortalecimento do grupo e utilização de dinâmicas que serão mais da área da

psicologia. Lembrando o estudo de revisão que indicou maior sucesso nos grupos

liderados por psicólogos do que por nutricionistas, penso que isso vem reforçar a

importância do estabelecimento de equipas multidisciplinares no tratamento da

obesidade.

Durante o meu estágio académico, tive a oportunidade de assistir a dinâmicas de

grupo num projecto de nutrição comunitária e foi motivador ver por mim mesmo

23

como, em grupo, os obstáculos são melhor ultrapassados e a implementação de

hábitos saudáveis se dá com menor resistência, mais rapidamente e com mais

interesse.

Para finalizar, deixo uma citação de Stunkgard: “Como com qualquer outra

doença crónica, raramente temos a oportunidade de curar mas temos a

oportunidade de tratar o paciente com respeito. Tal experiência pode ser a melhor

prenda que se pode dar ao paciente obeso.” (27)

24

Referências Bibliográficas

1. Wadden TA, Brownell KD, Foster GD. Obesity: Responding to the global epidemic. Journal of Consulting and Clinical Psychology. 2002; 70(3):510-25. 2. L. Kathleen Mahan SE-S. Krause's Food & Nutrition Therapy. 12nd ed.: Saunders; 2008. 3. Position of the American Dietetic Association: Weight Management. Journal of the American Dietetic Association. 2009; 109(2) 4. WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry: report of a WHO Expert Committee. 1995; Technical Report Series Nº854 5. WHO - Global Database on Body Mass Index. Disponível em: http://apps.who.int/bmi/. 6. Carmo Id, Santos Od, Camolas J, Vieira J, Carreira M, Medina L, et al. Overweight and obesity in Portugal: national prevalence in 2003–2005. Obesity Reviews. 2008; 9(1):11-19. 7. IASO - International Association for the Study of Obesity. Disponível em: www.iaso.org. 8. Fry J, Finley W. The prevalence and costs of obesity in the EU. Proceedings of the Nutrition Society. 2005; 64(03):359-62. 9. Foster GD. Principles and Practices in the Management of Obesity. Am J Respir Crit Care Med. 2003; 168(3):274-80. 10. Calle EE, Thun MJ, Petrelli JM, Rodriguez C, Heath CW. Body-Mass Index and Mortality in a Prospective Cohort of U.S. Adults. New England Journal of Medicine. 1999; 341(15):1097-105. 11. Flegal KM, Graubard BI, Williamson DF, Gail MH. Cause-Specific Excess Deaths Associated With Underweight, Overweight, and Obesity. JAMA. 2007; 298(17):2028-37. 12. Dragan A, Akhtar-Danesh N. Relation between body mass index and depression: a structural equation modeling approach. BMC Medical Research Methodology. 2007; 7(1):17. 13. Kushner RF, Foster GD. Obesity and quality of life. Nutrition. 2000; 16(10):947-52. 14. Position of the American Dietetic Association and American Society for Nutrition: Obesity, Reproduction, and Pregnancy Outcomes. Journal of the American Dietetic Association. 2009; 109(5) 15. João Pereira CM. Custos indirectos associados à obesidade em Portugal. Revista Portuguesa de Saúde Pública. 2003; 3:65-80. 16. Pereira J, Mateus, C, Amaral, MJ. Custos da Obesidade em Portugal [Documento de Trabalho]. Lisboa: Associação Portuguesa de Economia de Saúde; 1999. 17. Plataforma Contra a Obesidade. Disponível em: http://www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt/. 18. Cooper Z, Fairburn CG. A new cognitive behavioural approach to the treatment of obesity. Behaviour Research and Therapy. 2001; 39(5):499-511. 19. Rucker D, Padwal R, Li SK, Curioni C, Lau DCW. Long term pharmacotherapy for obesity and overweight: updated meta-analysis. BMJ. 2007; 335(7631):1194-99. 20. John GK. Surgical Treatment of Obesity. In: Per B, editor. International Textbook of Obesity. 2002. p. 511-17.

25

21. Waleekhachonloet O-A, Limwattananon C, Limwattananon S, Gross CR. Group behavior therapy versus individual behavior therapy for healthy dieting and weight control management in overweight and obese women living in rural community. Obesity Research & Clinical Practice. 2007; 1(4):223-32. 22. Renjilian DA, Perri MG, Nezu AM, McKelvey WF, Shermer RL, Anton SD. Individual versus group therapy for obesity: Effects of matching participants to their treatment preferences. Journal of Consulting and Clinical Psychology. 2001; 69(4):717-21. 23. Williamson DA, Rejeski J, Lang W, Van Dorsten B, Fabricatore AN, Toledo K, et al. Impact of a Weight Management Program on Health-Related Quality of Life in Overweight Adults With Type 2 Diabetes. Arch Intern Med. 2009; 169(2):163-71. 24. Virginia Paul-Ebhohimhen AA. A Systematic Review of the Effectiveness of Group versus Individual Treatments for Adult Obesity. Obes Facts. 2009; 2(1):17-24. 25. Braet C, Winckel MV, Leeuwen KV. Follow-up results of different treatment programs for obese children. Acta Paediatrica. 1997; 86(4):397-402. 26. Barte JCM, Bogt NCWt, Bogers RP, Teixeira PJ, Blissmer B, Mori TA, et al. Maintenance of weight loss after lifestyle interventions for overweight and obesity, a systematic review. Obesity Reviews. 2010; 9999(9999) 27. Foster GD, Makris AP, Bailer BA. Behavioral treatment of obesity. Am J Clin Nutr. 2005; 82(1):230S-35. 28. Cheryl F. Smith P, and Rena R. Wing, PhD. New Directions in Behavioral Weight-Loss Programs Diabetes Spectrum. 2000; 13(3):142. 29. Jakicic JM, Winters C, Lang W, Wing RR. Effects of Intermittent Exercise and Use of Home Exercise Equipment on Adherence, Weight Loss, and Fitness in Overweight Women: A Randomized Trial. JAMA. 1999; 282(16):1554-60. 30. Westenhoefer J, von Falck B, Stellfeldt A, Fintelmann S. Behavioural correlates of successful weight reduction over 3[thinsp]y. Results from the Lean Habits Study. Int J Obes Relat Metab Disord. 2003; 28(2):334-35. 31. Susan MB. Psychological aspects of weight maintenance and relapse in obesity. Journal of psychosomatic research. 2002; 53(5):1029-36. 32. Wolfe WA. A Review: Maximizing Social Support-A Neglected Strategy for Improving Weight Management with African-American Women Ethn Dis. 2004; 14:212-18. 33. Green MW, Elliman NA, Kretsch MJ. Weight loss strategies, stress, and cognitive function: Supervised versus unsupervised dieting. Psychoneuroendocrinology. 2005; 30(9):908-18. 34. Christakis NA, Fowler JH. The Spread of Obesity in a Large Social Network over 32 Years. New England Journal of Medicine. 2007; 357(4):370-79. 35. Wing RR, Jeffery RW. Benefits of recruiting participants with friends and increasing social support for weight loss and maintenance. Journal of Consulting and Clinical Psychology. 1999; 67(1):132-38. 36. Jeffery RW, Rick AM. Cross-Sectional and Longitudinal Associations between Body Mass Index and Marriage-Related Factors. Obesity. 2002; 10(8):809-15. 37. PESO Comunitário. Disponível em: http://www.pesocomunitario.net.

26

38. Heshka S, Anderson JW, Atkinson RL, Greenway FL, Hill JO, Phinney SD, et al. Weight Loss With Self-help Compared With a Structured Commercial Program: A Randomized Trial. JAMA. 2003; 289(14):1792-98. 39. Weight Watchers. Disponível em: http://www.weightwatchers.com. 40. Overeaters Anonymous. Disponível em: http://www.oa.org. 41. Expresso - Primeiro campo de férias para gordos. Disponível em: http://aeiou.expresso.pt/primeiro-campo-de-ferias-para-gordos=f364449. 42. ABC Family - Huge. Disponível em: http://abcfamily.go.com/shows/huge.