educação sexual e direitos humanos

6
Educação sexual e direitos humanos São especialmente necessárias medidas em dois domínios: primeiro, para estabelecer os direitos humanos em sentido amplo que permitem os direitos sexuais e reprodutivos e para criar as condições para o seu exercício; e, em segundo lugar, para disponibilizar informação e serviços susceptíveis de satisfazer a gama completa de exigências em matéria de saúde sexual e reprodutiva. Há que prestar mais atenção a questões ligadas aos direitos humanos num sentido mais amplo, em especial aos que promovem a igualdade entre os sexos e a emancipação das mulheres. As leis e os procedimentos devem ser reformados e a atual proteção dos direitos deve ser melhor aplicada. São necessários procedimentos para documentar as violações de direitos humanos. Tanto as instituições governamentais como civis devem ser responsabilizadas pela proteção dos direitos. Há que empreender a educação acerca de direitos humanos e estabelecer alianças entre as diversas instituições preocupadas com os direitos. A nível internacional, deve dar-se mais importância às metas de direitos humanos nos programas de assistência. A pobreza é o fator definidor que impede tanto os homens como as mulheres, especialmente nos países em desenvolvimento, de exercerem os seus direitos sexuais e reprodutivos. A ação defendida neste relatório terá um forte impacto sobre a pobreza, mas são necessárias medidas concretas para aumentar o acesso das mulheres ao crédito e aos recursos econômicos. É necessária, a todos níveis, a educação, quer de caráter geral quer sobre a saúde sexual e reprodutiva. Depois dos cuidados de saúde primários, o investimento mais valioso que um país pode fazer é na diminuição das disparidades entre homens e mulheres, no campo da educação. Os meninos e os homens têm necessidades educacionais concretas, sobretudo no plano das relações entre os sexos, para que possam ocupar o lugar que lhes cabe como parceiros das mulheres, em pé de igualdade, na vida familiar, comunitária e nacional. A violência doméstica e sexual não acabará, enquanto subsistir a desigualdade entre homens e mulheres. Os serviços de saúde precisam de ser reestruturados, a fim de satisfazerem as necessidades dos clientes em matéria de saúde reprodutiva e sexual, inclusive dos grupos que hoje em dia estão deficientemente servidos. Há que elaborar diretrizes, normas de conduta e métodos de avaliação. Todas as organizações da sociedade civil - governos, organizações não-governamentais e o setor privado - devem participar na concepção, aplicação e fiscalização dos

Upload: adilson-p-motta-motta

Post on 18-Dec-2014

35 views

Category:

Education


1 download

DESCRIPTION

Educação sexual e direitos humanos (2)

TRANSCRIPT

Page 1: Educação sexual e direitos humanos

Educação sexual e direitos humanos

São especialmente necessárias medidas em dois domínios: primeiro, para

estabelecer os direitos humanos em sentido amplo que permitem os direitos

sexuais e reprodutivos e para criar as condições para o seu exercício; e, em

segundo lugar, para disponibilizar informação e serviços susceptíveis de

satisfazer a gama completa de exigências em matéria de saúde sexual e

reprodutiva.

Há que prestar mais atenção a questões ligadas aos direitos humanos num

sentido mais amplo, em especial aos que promovem a igualdade entre os

sexos e a emancipação das mulheres. As leis e os procedimentos devem ser

reformados e a atual proteção dos direitos deve ser melhor aplicada. São

necessários procedimentos para documentar as violações de direitos humanos.

Tanto as instituições governamentais como civis devem ser responsabilizadas

pela proteção dos direitos. Há que empreender a educação acerca de direitos

humanos e estabelecer alianças entre as diversas instituições preocupadas com

os direitos. A nível internacional, deve dar-se mais importância às metas de

direitos humanos nos programas de assistência.

A pobreza é o fator definidor que impede tanto os homens como as mulheres,

especialmente nos países em desenvolvimento, de exercerem os seus direitos

sexuais e reprodutivos. A ação defendida neste relatório terá um forte impacto

sobre a pobreza, mas são necessárias medidas concretas para aumentar o

acesso das mulheres ao crédito e aos recursos econômicos.

É necessária, a todos níveis, a educação, quer de caráter geral quer sobre a

saúde sexual e reprodutiva. Depois dos cuidados de saúde primários, o

investimento mais valioso que um país pode fazer é na diminuição das

disparidades entre homens e mulheres, no campo da educação. Os meninos e

os homens têm necessidades educacionais concretas, sobretudo no plano das

relações entre os sexos, para que possam ocupar o lugar que lhes cabe como

parceiros das mulheres, em pé de igualdade, na vida familiar, comunitária e

nacional. A violência doméstica e sexual não acabará, enquanto subsistir a

desigualdade entre homens e mulheres.

Os serviços de saúde precisam de ser reestruturados, a fim de satisfazerem as

necessidades dos clientes em matéria de saúde reprodutiva e sexual, inclusive

dos grupos que hoje em dia estão deficientemente servidos. Há que elaborar

diretrizes, normas de conduta e métodos de avaliação. Todas as organizações

da sociedade civil - governos, organizações não-governamentais e o setor

privado - devem participar na concepção, aplicação e fiscalização dos

Page 2: Educação sexual e direitos humanos

programas. É preciso dar prioridade à saúde sexual e reprodutiva, quando da

atribuição de recursos.

Estratégia a nível de população e desenvolvimento. Em países de todo o

mundo, os enquadramentos de políticas para os programas de população e

desenvolvimento estão a ser estudados e revistos, a fim de refletirem o

consenso internacional alcançado em conferências sobre desenvolvimento,

incluindo o compromisso da Conferência Internacional sobre População e

Desenvolvimento (CIPD) sobre a saúde e direitos reprodutivos. Esse processo

deve continuar.

Igualdade e equidade entre os sexos. As conferências internacionais da década

de 1990 chamaram a atenção mundial, de uma forma sem precedentes, para o

desenvolvimento social e, em especial, para o que significa, ou deveria

significar, para as mulheres. Esta consciência deveria aumentar, à medida que

os países continuam a aplicar os acordos conseguidos nas conferências. O

sistema das Nações Unidas está a integrar as questões ligadas às disparidades

entre os sexos nos programas e procedimentos, a produzir dados diferenciados

segundo os sexos e a prestar ajuda aos esforços nacionais que visam a criar

programas de educação sensíveis ao fator cultural. Os órgãos das Nações

Unidas estão a trabalhar para que sejam retiradas as reservas nacionais à

Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as

Mulheres e para que seja adotado o seu projeto de protocolo adicional, que

acrescenta um mecanismo para a sua aplicação.

Métodos para controlar o progresso conseguido. Dentro do sistema das

Nações Unidas, o Grupo de Trabalho Inter-Organismos sobre Serviços Sociais

Básicos para Todos está a trabalhar sobre um conjunto de indicadores para

medir os diferenciais entre os sexos quanto ao nível de instrução alcançado,

acesso aos serviços de saúde básicos, acesso aos serviços de planejamento

familiar e níveis de morbidade e mortalidade (incluindo mortalidade materna).

Foram iniciados esforços tendentes a conciliar as diferentes metodologias das

organizações de direitos humanos, da comunidade de saúde pública, dos

organismos especializados das Nações Unidas e dos sistemas nacionais de

registo de dados.

Os organismos de ajuda multinacional ou bilateral estão a cooperar para criar

indicadores capazes de medir o desempenho dos programas de saúde

reprodutiva. O Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) está a

criar indicadores que meçam as condições nacionais em termos de saúde

reprodutiva (relacionadas com planejamento familiar, saúde materna,

infecções do aparelho reprodutor e doenças sexualmente transmitidas (DST),

aborto e assistência pós-aborto, infecundidade e práticas tradicionais nocivas)

e o impacto das políticas e programas. Dados demográficos, sociais e

Page 3: Educação sexual e direitos humanos

econômicos complementares proporcionarão o contexto necessário para

interpretar esses indicadores.

Os ativistas de direitos humanos, o FNUAP, o UNICEF, a Organização

Mundial de Saúde (OMS) e a Divisão das Nações Unidas para a Promoção

das Mulheres e os órgãos dos tratados sobre direitos humanos iniciaram

consultas sobre mecanismos de fiscalização dos direitos reprodutivos e

sexuais, no contexto dos mecanismos de tratados sobre direitos humanos.

Poderiam ser incorporados nos procedimentos nacionais para informar os

órgãos dos tratados os indicadores de saúde pública pertinentes.

Documentar as violações. Da mesma maneira que a fiscalização dos direitos

civis e políticos revela violações concretas como a prisão ou detenção

arbitrárias, também devem existir mecanismos para identificar e procurar

corrigir as violações dos direitos reprodutivos e sexuais, tais como os

procedimentos médicos não autorizados. Isto deveria ser ampliado a questões

ligadas às disparidades entre os sexos, tais como as diferenças quanto ao

direito sucessório e ao direito de propriedade.

Aplicando as proteções dos direitos. As atuais salvaguardas legais dos direitos

civis, económicos e sociais devem ser efectivamente postas em prática e

aplicadas com justiça. Há que dar formação aos funcionários, para que

analisem as queixas com justiça e apliquem as leis (por exemplo, leis contra a

violência doméstica, o assédio sexual e a violação) que protegem os direitos à

igualdade entre os sexos e à saúde reprodutiva e sexual. Devem ser feitos

esforços no sentido de mobilizar a preocupação da comunidade e garantir que

os responsáveis pela elaboração de políticas e as instituições civis dêem

prioridade a esses problemas.

Reforma das leis e dos procedimentos. O direito à saúde sexual e reprodutiva

precisa de ser reforçado por enquadramentos legais e institucionais. Algumas

constituições nacionais (nomeadamente do Chile, do México e da África do

Sul) garantem explicitamente os direitos reprodutivos. Muitos outros países

reformaram as leis e procedimentos relativos à família, à herança, ao acesso

ao crédito, à escolaridade, à violência doméstica e à não-discriminação. Em

alguns países, os códigos médicos de ética e as diretrizes foram revistos, de

modo a incorporarem padrões de cuidados conseqüentes com a garantia dos

direitos. A dimensão das modificações recentes revela uma intensificação da

revisão das leis e dos procedimentos nacionais, na seqüência das conferências

internacionais.

Responsabilização. Devem ser institucionalizadas medidas que visem a

responsabilizar os programas tanto pelo desempenho como pelas transgressões

de direitos. As comunidades e os prestadores de serviços deveriam incentivar

a nomeação de observadores independentes, para receber e avaliar as queixas.

Page 4: Educação sexual e direitos humanos

Alianças não-governamentais. As organizações centradas nos direitos

humanos, na atribuição de poderes às mulheres, na saúde e nos direitos

reprodutivos têm andado a forjar alianças para promover as suas causas

comuns. O consenso histórico sobre direitos reprodutivos e sexuais alcançado

na CIPD e ampliado em Pequim foi conseguido com a participação ativa de

centenas de organizações internacionais, nacionais e locais e facilitado pela

crescente aceitação das contribuições das organizações não-governamentais

(ONGs) por parte dos governos. Foram formados grupos para influenciar os

resultados das conferências e para participarem e fiscalizarem os esforços

consecutivos. As organizações de direitos humanos, tanto internacionais como

locais, estão a documentar e publicitar as questões dos direitos das mulheres,

incluindo os direitos reprodutivos, em muitos países. Os meios de

comunicação internacionais e nacionais ajudam a aumentar a consciência

acerca de questões relacionadas com as disparidades entre os sexos, tal como

a violência sexual, a discriminação e a liberdade reprodutiva. As reuniões

internacionais ajudaram a assegurar uma grande atenção a estes problemas.

A mobilização das comunidades é a melhor garantia dos direitos sexuais e

reprodutivos. As mulheres e homens que procuram exercer esses direitos

conhecem os obstáculos sociais, legais e institucionais que enfrentam. As

mulheres, em especial, têm consciência da desigualdade entre os sexos, no que

se refere a participar do desenvolvimento econômico e social e beneficiar-se

deles; sabem quando as decisões e as medidas lhes são impostas. Mobilizar o

público para fiscalizar questões de direitos humanos vai exigir mais educação

acerca destes problemas e dos procedimentos necessários para conseguir

corrigi-los. Foram elaborados textos, para esse fim, os quais se destinam a ser

utilizados nos currículos escolares de vários níveis.

Os programas de assistência internacional, tanto multilaterais como bilaterais,

precisam assegurar que os programas que apoiam contribuem para promover

os direitos humanos. O sistema das Nações Unidas, em colaboração com os

governos e as ONGs, deveria trabalhar para reforçar o controlo dos

programas, a fim de evitar violações dos direitos. O FNUAP está empenhado

nos direitos reprodutivos, na igualdade entre os sexos e na responsabilidade

masculina, bem como na autonomia e emancipação das mulheres em todo o

mundo; reconhece que a salvaguarda e a defesa desses direitos e a promoção

das crianças, em especial das do sexo feminino, são, por si mesmas, metas de

desenvolvimento. O FNUAP atribui a máxima prioridade a programas que

apóiem a promoção dos direitos reprodutivos e sexuais e inclui esses aspectos

na avaliação de programas e na concepção e aplicação dos projectos.

Em direção a uma melhor saúde sexual e reprodutiva

O programa de ação da CIPD apela para que sejam eliminados de obstáculos,

relacionados com os programas, à informação e serviços de saúde reprodutiva,

Page 5: Educação sexual e direitos humanos

incluindo o planejamento familiar e a saúde sexual, até 2005, e seja alcançado

o acesso universal aos serviços, até 2015. A função dos programas de

prestação de serviços deveria ajudar os homens e as mulheres a alcançar as

suas metas em matéria de reprodução.

Desenvolvimento de capacidades. O fornecimento de serviços de elevada

qualidade exige uma melhor formação e supervisão do pessoal, apoiadas por

um controlo sistemático e minucioso do desempenho, incluindo as interacções

terapeuta-cliente. Para trabalharem com o seu pessoal e clientes, tendo em

vista rever e melhorar os serviços, os gestores precisam de compreender as

metodologias de avaliação e atribuir os recursos, aliás relativamente

reduzidos, necessários para os aplicar. Os instrumentos de auto-avaliação

podem ajudar os gestores a identificar problemas clínicos, incluindo escassez

de pessoal e provisões, equipamento insuficiente, lacunas na manutenção e

recuperação de dados e deficiências no aconselhamento e na divulgação.

Melhorar a qualidade dos cuidados e reorientar os serviços de modo a ir ao

encontro de todo o conjunto de problemas de saúde reprodutiva pode exigir

investimentos suplementares tanto em infra-estruturas (incluindo equipamento

e abastecimento de água e electricidade) como pessoal (incluindo formação de

gestores e de pessoal ligado aos serviços). Há que utilizar o equipamento e o

pessoal de uma maneira mais eficiente. Os gestores precisam de informação

para identificar e corrigir as deficiências, como uma qualidade, eficiência e

eficácia irregulares, ao servir centros de prestação de serviços diferentes e

grupos de clientes também diferentes.

Servir grupos deficientemente assistidos. Os indicadores a nível nacional dos

progressos na resolução de problemas de saúde reprodutiva deveriam incluir

informação sobre grupos específicos (por exemplo, os pobres, as mulheres, os

habitantes das zonas rurais, os adolescentes, os povos indígenas, os

deficientes, os migrantes e os refugiados), que são, muitas vezes,

deficientemente servidos pelos programas e excluídos dos sistemas de

informação e investigação. As perspectivas dos grupos deficientemente

servidos precisam de estar refletidas na concepção, aplicação e controlo dos

programas.

A geografia, a língua e as barreiras culturais limitam o acesso das pessoas

indígenas aos serviços de saúde. Nos serviços públicos de saúde, aqueles que

prestam os serviços não respondem, por vezes, às queixas das mulheres

indígenas. As diferenças de língua podem limitar a compreensão que as

clientes indígenas têm do processo da consulta. Os grupos indígenas têm

criticado a utilização, nas suas comunidades, da esterilização e de métodos

anticoncepcionais controlados pelo prestador dos cuidados (especialmente

injetáveis e implantes). Algumas ONGs participaram casos de experiências

Page 6: Educação sexual e direitos humanos

médicas, sem consentimento esclarecido, e de utilização de drogas não

aprovadas ou inadequadas.

No Equador, com o apoio do FNUAP, a Federação Indígena de Imbabura

proporciona às comunidades indígenas serviços de saúde integrados, incluindo

vacinação, planejamento familiar, encaminhamento em caso de emergência e

educação sobre nutrição, prestados por médicos indígenas e curandeiros

tradicionais. É prestada especial atenção à qualidade dos serviços e ao

acompanhamento.

Parceria com a sociedade civil. A CIPD e outras conferências sublinharam a

importância de implicar a sociedade civil - as organizações não-

governamentais e comunitárias, bem como as mulheres e os homens, a título

individual - na concepção, aplicação e controle dos programas de saúde

reprodutiva, para que respondam às necessidades sentidas e declaradas

daqueles a quem prestam serviços. Isso é verdade, tanto no que se refere às

empresas públicas que servem os que são demasiado pobres para poder pagar

serviços privados, como a programas com uma participação substancial do

setor privado. Os programas podem também beneficiar com uma investigação

qualitativa (tal como grupos interessados no tema, entrevistas a grupos e

procedimentos de avaliação rápida) sobre a dinâmica de uma transformação

social que apoie a expansão dos direitos sexuais e reprodutivos. Foram

estabelecidas, em muitos países, parcerias entre os programas dos governos e

as ONGs, as quais reconhecem as vantagens comparativas dos diferentes

agentes. As ONGs ajudaram a testar novos métodos de prestação de serviços,

incluindo a divulgação aos pobres e aos adolescentes, e colaboraram na

formação de prestadores de serviços do estado e na defesa da expansão do

programa nacional.

As diretrizes e normas de conduta destinadas aos sistemas de saúde precisam

de incorporar uma perspectiva de direitos reprodutivos. A OMS (em

colaboração com o FNUAP, o UNICEF, o Banco Mundial e outras

organizações) está a elaborar normas que sublinham o consentimento

esclarecido, a atenção à qualidade dos cuidados e as concepções de cuidados

de saúde reprodutiva que estão centradas nos clientes e assentam na sua

participação; tais cuidados abrangem o planejamento familiar, a sexualidade, a

maternidade segura e a prevenção e gestão de DST/HIV/AIDS. Os elementos

do pessoal precisam de formação na proteção dos direitos dos clientes, bem

como de material de informação sobre salvaguardas quanto aos

procedimentos, para utilização com os clientes.

A situação da população mundial. Nações Unidas, Fundo das Nações Unidas para a

População (FNUAP), 1997, pp. 54-56.