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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DA
ILHA DE SANTA CATARINA
SALEH, Amir Omar Mello1;
RAMOS, Adnir 2.
Resumo: Este projeto tem como primazia valorizar a integração do projeto turístico Caminho de Peabiru e o seu perfil empreendedor. Tendo nesse aspecto a pesquisa com amplas oportunidades de exercer toda a sua capacidade de produzir resultados que possam gerar tanto para o meio acadêmico, quanto para as populações envolvidas, um turismo com planejamento e qualidade, na preservação dos valores sócio-culturais e na percepção de uma metodologia voltada para a educação e o desenvolvimento sustentável, além dos fatores econômicos, os de caráter social e ecológico e a disponibilidade dos recursos bióticos e abióticos e a sua conservação para que as gerações atuais possam usufruir os benefícios, mas que mantenham as suas potencialidades para satisfazer às necessidades e as aspirações das gerações futuras.
Palavras-chave: Educação; Turismo; Peabiru; Patrimônio; Empreendedorismo.
11- Acadêmico da 3ª fase do curso de graduação de Turismo pela ASSESC. [email protected]; 2- Professor titular da FASSESC – Faculdades Integradas Associação de Ensino de Santa Catarina [email protected].
1 INTRODUÇÃO
As Faculdades Integradas Assesc com a responsabilidade do desenvolvimento de Projetos de
Pesquisa da Implantação da rota turística Caminho do Peabiru, apóia e incentiva professores
e acadêmicos no desafio da implantar um roteiro turístico que tinha cerca de três mil
quilômetros de extensão, começava ou terminava no Brasil em dois pontos do litoral de Santa
Catarina e litoral de São Paulo. Cruzava os estados (SC, PR, SP, MS), e os países limítrofe
Paraguai, a Bolívia e o Peru (AGUIAR, 2001). Ligava, portanto, o Atlântico ao Pacífico.
O Caminho do Peabiru foi a mais importante via transcontinental da América do Sul pré-
colombiana, segundo definiu Reinhaad Maack (BOND & FINCO, 2004a). Tendo em vista o
grande desafio, integrar e desenvolver o turismo, a cultura e a ecologia, com ênfase para o
turismo histórico e arqueológico, sendo este um segmento com imensa possibilidade de atrair
visitantes do país e do exterior e diz que o início da década de 1990, apareceu no topo das
estatísticas mundiais um novo tipo de turista. Esse público, com acesso amplo à informação,
tem uma preocupação com aspectos sócio-culturais. A motivação não mais está centrada no
ambiente natural, mas também na mutação desse ambiente pela ocupação de grupos humanos.
A integração desse caminho promoverá um grande desenvolvimento desse novo segmento
turístico. O desafio é realmente fascinante; um caminho turístico ligando o Atlântico ao
Pacífico. Tantas culturas diferentes unidas por um caminho sagrado, um caminho indígena. E
os Guaranis são os grandes idealizadores dessa grande e ousada estrada que ligava as aldeias
indígenas do litoral catarinense ao Império Inca no Peru. Peabiru, palavra de origem Guarani,
pode significar “caminho forrado”, “caminho antigo de ida e volta”, ”caminho suave” (BOND
& FINCO, 2004b). As pesquisas são uma ferramenta de suma importância pois o campo e
rico em informações e precisam cada vez serem mais incentivadas ,pois nos mostrara o
caminho a ser percorrido.
A jornalista e escritora Rosana Bond, correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de
São Paulo (IHGSP) em Florianópolis, e autora de “A saga de Aleixo Garcia o descobridor do
Império Inca”, pesquisa o assunto há 11 anos e comenta sobre as pedras orientadas e os
petróglifos existentes em vários pontos de Florianópolis que eram ligadas entre si por antigas
trilhas indígenas. “O município de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, tem um
dos mais ricos acervos rupestres do planeta” (BOND, 2002).
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A numerosa quantidade de pedras com gravações milenares, além de brunidores e monólitos
de uso astronômico e religiosos de civilizações antigas fizeram com que os investigadores,
como o astrônomo Germano Bruno Afonso, do Departamento de Física da Universidade
Federal do Paraná, o Professor Adnir Ramos das Faculdades Integradas Assesc e o
pesquisador autodidata Keller Lucas, definissem Florianópolis como um dos grandes centros
rupestres do Hemisfério Sul. “A ilha de Santa Catarina é rica em vestígios arqueológicos,
sendo a região mais interessante do mundo que comecemos, do ponto de vista da
arqueoastronomia”, atesta Germano Afonso, (AFONSO, 2002). “No litoral do Atlântico Sul,
abrangendo Brasil e África, não há outro acervo rupestre como o de Florianópolis”, assegura
o pesquisador autodidata Keller Lucas (LAPS, 2002).
Marco Aurélio de Masi, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em
entrevista a Vanessa Canciam, afirma que efetivamente a arte rupestre do litoral catarinense
apresenta muito desses desenhos únicos no mundo. De acordo com o Professor Adnir Ramos,
na mesma entrevista, afirma que na capital também são encontradas mégalitos, monumentos
de granito de até dez metros de altura, que guardam semelhanças daqueles encontrados na Ilha
de Páscoa, no Oceano Pacífico (CANCIAM, 2002).
Esses pesquisadores estão a nos revelar uma importante descoberta para a história, para a
preservação cultural indígena Guarani, sobre caminhos arqueológicos, sobre a necessidade de
trabalhar em projetos que visem o desenvolvimento destas antigas rotas em rotas turísticas.
Segundo o Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável (CBTS), vêm se consolidando as
definições brasileiras para o ecoturismo, considerando-o da seguinte maneira:
Um segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista, por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas [...]. A educação ambiental e a sensibilização dos visitantes também são conceitos e ações fundamentais e devem ser premissas de todos os incentivos de turismo a serem implementados. Valorizando as características locais, fica mais fácil para as comunidades identificarem os seus diferenciais, a educação e a capacitação de todos os envolvidos e empreendedores, administradores, população local, turistas, funcionários do governo e guias é vital para o desenvolvimento do turismo sustentável dentro dessa nova concepção, que é praticado para a aquisição de novos conhecimentos. (VITAE CIVILIS & WWF BRASIL, 2003, p. 27-28).
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2 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO
2.1 O Caminho do Peabiru
Como acadêmicos, buscando contribuir pelo desenvolvimento dessa importante rota turística
e com o apoio das Faculdades Integradas Assesc, propomos um projeto junto à comunidade
local do Município de Florianópolis, mais precisamente na Ilha de Santa Catarina, um projeto
piloto para despertar na comunidade um interesse maior.
O projeto beneficia quatro escolas da Ilha de Santa Catarina, todas elas situadas próximas aos
sítios arqueológicos. O projeto chama-se “Educação Patrimonial dos Sítios Arqueológicos da
ilha de Santa Catarina”. O projeto de pesquisa visa levar à comunidade das escolas públicas e
particulares da Ilha de Santa Catarina a divulgação a acerca dos sítios arqueológicos, arte
rupestre e sambaquis, desenvolvendo atividades que contribuam com a valorização e a
preservação deste importante patrimônio da humanidade.
A educação patrimonial é uma maneira de estar integrando preservação com políticas
culturais e desenvolvendo a cidadania, já que todos têm a responsabilidade de juntos cuidarem
desse patrimônio arqueológico, tendo o cuidado de buscar a sustentabilidade das áreas a
serem pesquisadas. Os estudantes tornam-se parte dessa intrigante busca da integração, pois é
muito importante saber a opinião de quem no futuro será beneficiado com a proteção dos
sítios, uma das maneiras de um despertar para o que é turismo arqueológico é estimular os
alunos a perceberem que a Ilha de Santa Catarina tem um dos mais importantes acervos
arqueológicos do mundo, e que só com a conscientização, a educação e o respeito, poderão
orientar-se pela observação de alguns critérios e juntos buscar soluções para o aproveitamento
desse enorme potencial turístico. O envolvimento de todos os segmentos trará resultados que
nos proporcionarão uma maior aproximação cultural e política entre os municípios, os estados
e os países engajados no desenvolvimento e a implantação dessa nova rota turística .
O município de Campo Mourão, pioneiro na iniciativa de incentivar a pesquisa e a
implantação do Caminho do Peabiru nos motivou a continuarmos juntos nessa grande
empreitada de desenvolver essa Rota Turística, uma história de coragem que o então Prefeito
do Município Rubens Bueno, no ano de 1995 fez um pedido a sua assessora de imprensa,
jornalista Rosana Bond, que acabou soando como um desafio: realizar uma pesquisa sobre o
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caminho do Peabiru, de lá para cá as pesquisas não pararam. São 11 anos em que partes
expressivas da história e da divulgação do Peabiru dentro e fora do Paraná foram resgatadas,
indo aos mais distantes estados brasileiros como o Amazonas, e atravessando fronteiras
internacionais e chegando a universidades dos EUA e até o Vaticano – estão
indissoluvelmente ligados ao Município de Campo Mourão (FINCO, 2004).
Rosana Bond constatou que a tarefa não seria nada fácil. Há longos 20 anos o assunto estava
quase praticamente esquecido pelas crianças e jovens alunos do Paraná e havia quase
desaparecido da imprensa e dos escritos acadêmicos do Estado desde o tempo em que o
conhecido Arqueólogo Igor Chimyz, da UFPR, descobrira trechos do caminho em Campina
Lagoa. O empenho de Bueno e o envolvimento entusiasmado de boa parte de sua equipe
Fundação Cultural, Biblioteca Municipal, Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo,
Secretaria de Educação, Secretaria do Planejamento, Assessoria de Imprensa possibilitaram,
porém, a intrépida jornalista ultrapassar a barreira das dificuldades. Além da capital, foi
enviada para fazer estudos em Peabiru, Fenix, Maringá, Pitanga. Sem falar do Paraguai, onde
obtiveram documentos raros e a orientação segura de Bartolomeu Meliá e Branislavia Susnik,
antropólogos conhecidos mundialmente.
A tarefa iniciada pelos morãoenses, que eles ainda não consideraram esgotadas, trouxe
resultados e conseqüências impensáveis, como o Evento Histórico da solenidade de
lançamento do pré-projeto turístico Caminho do Peabiru “O Compostela da América do Sul”,
na noite do dia 19 de março do ano de 2004, que lotou o Teatro Municipal de Campo Mourão.
A presença de autoridades brasileiras, paraguaias, estudiosos e pesquisadores, além de
convidados ilustres como o ator Stephan Nercesiam, que há anos é tido como um grande
apoiador das ações culturais da cidade – significou um passo notável rumo ao resgate do
Peabiru como elemento da memória histórica do Paraná, Santa Catarina e Paraguai e uma
opção econômica de alto alcance social. O Governador do Paraná Roberto Requião, uma das
autoridades presente na solenidade afirma que fica entusiasmado com essas iniciativas de
Campo Mourão. Tomem a iniciativa, o Estado do Paraná cumprirá o seu papel. E o papel do
Estado é apoiá-los ao limite das possibilidades, à exaustão das possibilidades (FINCO, 2004)..
A Ministra do Turismo do Paraguai Maria Evangelista Troche de Gallegos afirmou que a
integração de brasileiros e paraguaios poderá ter um novo e intenso laço de integração com a
implantação do projeto turístico Caminho do Peabiru. Dizem que o que realmente une os
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povos são seus caminhos e sua cultura. Brasil e Paraguai, através da cultura guarani,vão
encontrar um novo caminho de união. Vamos fazer um caminho turístico parecido ao de
Santiago de Compostela. Oxalá que a partir dessa reunião que teremos aqui, paraguaios e
brasileiros, nos encontremos nessa Terra Sem Mal, que é uma terra de bem estar
(GALLEGOS, 2004).
O Diretor Geral Brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek comenta “Aqui fica marcada
com profundidade a história de se conseguir fazer a integração tão sonhada da América
Latina“.Campo Mourão está de parabéns por essa grande iniciativa de acreditar que e viável a
implantação do Caminho do Peabiru .Em Florianópolis o Diretor Geral das Faculdades
Integradas Assesc, Professor Ayres Melchiades Ulysséa, afirma o seu apoio e
comprometimento no desenvolvimento do caminho do Peabiru com a participação como
patrocinador do 1º número da revista Cadernos da Ilha “FLORIANÓPOLIS A ILHA DAS
PEDRAS SAGRADAS”, os outros lançamentos dos cadernos seguintes foram patrocinadas
pela Itaipu Binacional 2° número da revista Cadernos da Ilha “O FASCINANTE CAMINHO
DE PEABIRU” 1º parte que trata dos avanços das pesquisas no município de Pitanga que
promoveu o Iº Encontro Nacional Dos Estudiosos Do Caminho De Peabiru, e o 2º numero
sobre o “LANÇAMENTO DO PRÉ-PROJETO CAMINHO DE PEABIRU” na cidade de
Campo Mourão.
As Faculdades Integradas ASSESC apóiam as pesquisas voltadas para que a comunidade
possa se integrar e participar desse processo da implantação do projeto, com o Professor e
Pesquisador Adnir Ramos, busca implantar o projeto de proteção ambiental para os sítios
arqueológicos onde se encontram os monumentos megalíticos que são os antigos
observatórios primitivos, e defende a hipótese da existência de pedras orientadas com função
astronômica em Florianópolis.
Constatou que os primeiros povos a habitar a região litorânea utilizavam grandes blocos de
pedra, posicionados nos topos dos morros á beira mar, como um imenso calendário
astronômico a céu aberto, assim como em Stonehenge (Ingalaterra) e Machu Pichu no
(Peru).(FINCO, 2002)
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2.3 Sítios Arqueológicos: Proposta de Educação Patrimonial
O projeto Educação Patrimonial dos Sítios Arqueológicos da Ilha de Santa Catarina procura
desenvolver junto a comunidade local um despertar, como a autora Dóris Ruschmann no seu
livro Turismo e Planejamento Sustentável aliado a proteção ambiental, e ela afirma que a
única certeza que temos é que sem planejamento nossas riquezas naturais, culturais,
emocionais e econômicas estarão sob a pena de se descaracterizarem e os precursores desse
grande desastre seremos nos mesmos. A autora dentro de sua visão busca dar uma grande
noção da importância que tem para o Turismo o Planejamento Sustentável aliado a Proteção
Ambiental (RUSCHMANN, 1997).
Buscando aliar a técnica com o trabalho prático do dia a dia se mostrará que é possível
desenvolver o que chamamos de um turismo de qualidade, isso nos levará a um caminho novo
em que todas as perspectivas de um mundo mais justo economicamente pode culminar em
uma demanda de pessoas em maior harmonia com o meio ambiente. A educação exerce uma
profunda reflexão quando temos a experiência em outras localidades receptoras no mundo em
que tiveram fortes impactos sociais negativos. O impacto do contato com novas culturas nos
leva a buscar, uma nova maneira de ver o mundo.
É necessário, claro, o planejamento detalhado levando à integração da comunidade local
formando parcerias entre o governo municipal, estadual, federal e ONGs, sendo também vital
a participação da iniciativa privada contribuindo com recursos humanos qualificados
(pesquisadores, planejadores, empresários das áreas urbanas e rurais) trabalhando de forma
integrada e esforço concentrado para que possamos ter como buscar e aliar desenvolvimento
sustentável. Com o enorme potencial que o turismo exerce sobre as áreas a serem
contempladas com esse fluxo que revitaliza áreas e em outras partes as destrói, temos que
compreender que com um programa de planejamento fica mais fácil administrar e conservar
essas áreas receptoras. As políticas educacionais nos mostram como é importante a
conscientização de todos os envolvidos nesse processo de sustentabilidade (RUSCHMANN,
1997).
O conceito de sustentabilidade é o relacionamento entre os sistemas econômicos, dinâmicos e
sistemas ecológicos maiores e também dinâmicos. O conceito de sustentabilidade no turismo
é assegurar que o desenvolvimento do turismo não prejudique a manutenção do processo
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ecológico indispensável, com a diversidade e os recursos biológicos e o desenvolvimento
econômico. Desenvolver, hoje, sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
Sustentabilidade sociocultural é assegurar que o desenvolvimento seja compatível com a
cultura e com os valores da comunidade, mantendo e reforçando a identidade comunitária,
permitindo que as pessoas controlem suas próprias vidas.(SALLES, 2003)
A Organização Mundial do Turismo - OMT- prepara cominhos para que possamos ter
ferramentas para que seja possível buscar essa integração. O comprometimento internacional
de todas as nações para com a conservação do meio ambiente é de fundamental importância
para a manutenção da Terra como um lugar igualmente habitável no futuro.
Princípios para um desenvolvimento sustentável:
1. Harmonia do ambiente: “[...] satisfazer as necessidades econômicas, sociais e
estéticas mantendo simultaneamente a integridade cultural e ecológica”.
2. Vontade política: “[...] turismo sustentável envolve a tomada de medidas políticas
vigorosas baseadas em trocas complexas em nível, social, econômico e ambiental”.
3. Estratégias: Estratégias de Conservação ou de Desenvolvimento sustentável para
uma região, província (estado) ou nação.
4. Integração: O planejamento, o desenvolvimento e a operação do turismo devem ser
inter setoriais e integrados ,envolvendo várias organizações governamentais
,empresas privadas ,grupos de cidadãos e indivíduos, permitindo deste modo obter
o maior número possível de benefícios.
5. Princípios éticos: As organizações, empresas, grupos e indivíduos devem seguir
princípios éticos e outros que respeitem a cultura e o ambiente da área anfitriã, o
modo de vida em nível econômico e tradicional, a comunidade e o comportamento
tradicional,os padrões de liderança e política.
6. Eqüidade: O turismo deve ser levado a cabo com equidade ,tendo em vista a justa
distribuição dos benefícios e custos pelos promotores do turismo e pelas áreas
anfitriãs.
7. Informações: “[...] devem estar disponibilizadas, antes e durante o processo de
desenvolvimento, informações detalhadas, pesquisas e comunicados sobre a
natureza do turismo e os seus efeitos sobre o ambiente humano e cultural,
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particularmente para as pessoas de modo a que possam participar e exercer a maior
influência possível sobre o desenvolvimento e seus efeitos”.
8. Incentivo à população autóctone: È necessário incentivar a população local no
sentido de assumir cargos de liderança ,no planejamento e desenvolvimento, com a
ajuda do governo ,empresas ,instituições financeiras e outros .
9. Análise do plano: “[...] antes de qualquer projeto, devem ser efetuadas análises de
planejamento econômico, social e ambiental, dando uma especial atenção a
diversos tipos de desenvolvimento do turismo e ás formas como estas podem se
relacionar com práticas atuais, formas de vida e questões ambientais”.
10. Gestão contínua: “[...] um programa de avaliação, supervisão e medição cuidadoso
de modo á permitir a população local tirar partido das oportunidades ou adaptar-se
as alterações”. (SALLES, 2003.p. 35-38).
2.3.1 Conceitos de natureza jurídica
A visão das ciências do Meio Ambiente expressa a interação de elementos naturais artificiais
e culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida do homem. No
entendimento do direito, “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas” (lei 6.938/81). Lei Nacional do Meio Ambiente, anterior a constituição de 1988.
Conceitos para o Direito Ambiental:
1. “Conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estruturados, para
assegurar um comportamento que não atente contra a sanidade mínima do meio ambiente”
(usando a designação direito ecológico).
2. “Conjunto de princípios e regras destinados à proteção do meio ambiente, compreendendo
medidas administrativas e judiciais com reparação econômica e financeira dos danos
causados ao ambiente e aos ecossistemas, de uma maneira geral.”
3. “Complexo de princípios e normas reguladoras das atividades humanas que, diretamente
ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando
à sua sustentabilidade para presentes e futuras gerações”.
Assim podemos dizer que a natureza jurídica do Ambiente é: interesse público difuso, unitário
e pluralista.
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O caminho para o desenvolvimento sustentável passa pelo saneamento de estratégias que
possam buscar alimentar de forma saudável o conhecimento de se poder transformar um
produto de proteção turística em um caminho que a integridade de todos os processos
envolvidos possa ter um resultado favorável para o sucesso de todo o trade turístico da
localidade receptiva. E que faça parte da cultura a naturalidade do ser integrado ao
desenvolvimento do turismo auto-sustentável com consciência e conhecimento para que o
relacionamento do turismo com o meio ambiente seja de forma equilibrada porque as
próximas gerações possam ter a qualidade de vida (SALLES, 2003).
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3 CONCLUSÕES
Podemos aliar os conceitos atuais de desenvolvimento sustentável e turismo ecológico, para
desenvolver um turismo de acordo com as novas expectativas e necessidades do turista, que
exigem serviços e destinos que apresentem riqueza cultural, biodiversidade, aventura e
informação. O Caminho do Peabiru é de suma importância neste novo contexto do turismo no
Brasil e na América Latina, é um turismo executado com responsabilidade ambiental e social
se faz a partir de iniciativas para preparar a comunidade local a receber este turista sem
proceder aos degradantes processos de aculturação e massificação. Projetos que visem a
educação para a sustentabilidade e a conscientização da importância dos sítios arqueológicos
devem estar na prioridade dos governos e dos investidores em turismo e trabalhar tais temas
nas escolas com crianças e adolescentes, bem como na capacitação dos professores é um
importante primeiro passo.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAFONSO, Germano. O Arqueoastrônomo. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v.1, n.1, 2002. p.22-26.
AGUIAR, Rodrigo Luiz Simas de. Arte indígena e pré-histórica no litoral de SC. Florianópolis: Bristot, 2001.
BOND, Rosana. Caminho de Peabiru: A ligação com os Incas. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v.1, n.1, 2002. p.27-32.
BOND, Rosnel e FINCO, Henrique. O fascinante caminho de Peabiru. Cadernos da Ilha. Florianópolis, n. 2, 2004. p. 6-7
CANCIAM, Vanessa. Campeche: a Ilha de Páscoa do Atlântico. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v.1, n.1, 2002. p.12.
FINCO, Henrique. Campo Mourão e o resgate do Peabiru. Cadernos da Ilha. Florianópolis, n. 3, 2004. p.27-28.
GALLEGOS, Evahy Troche de. O “ser Guarani” impregna as nossas vidas. Cadernos da Ilha. Florianópolis, n. 3, 2004. p. 24-25.
LAPS, Leo. A Ilha das pedras sagradas. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v. 1, n. 1, 2002. p. 6-11.
RUSCHMANN, Doris van de Meene. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. 8. ed. Campinas: Papirus, 1997.
SALLES, Mary Mércia G. Turismo rural: inventário turístico no meio rural. Campinas: Alínea, 2003.
VITAE CIVILIS & WWF BRASIL. Sociedade e ecoturismo: na trilha do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Pierópolis, 2003.
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