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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DA ILHA DE SANTA CATARINA SALEH, Amir Omar Mello 1 ; RAMOS, Adnir 2 . Resumo: Este projeto tem como primazia valorizar a integração do projeto turístico Caminho de Peabiru e o seu perfil empreendedor. Tendo nesse aspecto a pesquisa com amplas oportunidades de exercer toda a sua capacidade de produzir resultados que possam gerar tanto para o meio acadêmico, quanto para as populações envolvidas, um turismo com planejamento e qualidade, na preservação dos valores sócio-culturais e na percepção de uma metodologia voltada para a educação e o desenvolvimento sustentável, além dos fatores econômicos, os de caráter social e ecológico e a disponibilidade dos recursos bióticos e abióticos e a sua conservação para que as gerações atuais possam usufruir os benefícios, mas que mantenham as suas potencialidades para satisfazer às necessidades e as aspirações das gerações futuras. Palavras-chave: Educação; Turismo; Peabiru; Patrimônio; Empreendedorismo. 1 1- Acadêmico da 3ª fase do curso de graduação de Turismo pela ASSESC. [email protected]; 2- Professor titular da FASSESC – Faculdades Integradas Associação de Ensino de Santa Catarina [email protected].

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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DA

ILHA DE SANTA CATARINA

SALEH, Amir Omar Mello1;

RAMOS, Adnir 2.

Resumo: Este projeto tem como primazia valorizar a integração do projeto turístico Caminho de Peabiru e o seu perfil empreendedor. Tendo nesse aspecto a pesquisa com amplas oportunidades de exercer toda a sua capacidade de produzir resultados que possam gerar tanto para o meio acadêmico, quanto para as populações envolvidas, um turismo com planejamento e qualidade, na preservação dos valores sócio-culturais e na percepção de uma metodologia voltada para a educação e o desenvolvimento sustentável, além dos fatores econômicos, os de caráter social e ecológico e a disponibilidade dos recursos bióticos e abióticos e a sua conservação para que as gerações atuais possam usufruir os benefícios, mas que mantenham as suas potencialidades para satisfazer às necessidades e as aspirações das gerações futuras.

Palavras-chave: Educação; Turismo; Peabiru; Patrimônio; Empreendedorismo.

11- Acadêmico da 3ª fase do curso de graduação de Turismo pela ASSESC. [email protected]; 2- Professor titular da FASSESC – Faculdades Integradas Associação de Ensino de Santa Catarina [email protected].

1 INTRODUÇÃO

As Faculdades Integradas Assesc com a responsabilidade do desenvolvimento de Projetos de

Pesquisa da Implantação da rota turística Caminho do Peabiru, apóia e incentiva professores

e acadêmicos no desafio da implantar um roteiro turístico que tinha cerca de três mil

quilômetros de extensão, começava ou terminava no Brasil em dois pontos do litoral de Santa

Catarina e litoral de São Paulo. Cruzava os estados (SC, PR, SP, MS), e os países limítrofe

Paraguai, a Bolívia e o Peru (AGUIAR, 2001). Ligava, portanto, o Atlântico ao Pacífico.

O Caminho do Peabiru foi a mais importante via transcontinental da América do Sul pré-

colombiana, segundo definiu Reinhaad Maack (BOND & FINCO, 2004a). Tendo em vista o

grande desafio, integrar e desenvolver o turismo, a cultura e a ecologia, com ênfase para o

turismo histórico e arqueológico, sendo este um segmento com imensa possibilidade de atrair

visitantes do país e do exterior e diz que o início da década de 1990, apareceu no topo das

estatísticas mundiais um novo tipo de turista. Esse público, com acesso amplo à informação,

tem uma preocupação com aspectos sócio-culturais. A motivação não mais está centrada no

ambiente natural, mas também na mutação desse ambiente pela ocupação de grupos humanos.

A integração desse caminho promoverá um grande desenvolvimento desse novo segmento

turístico. O desafio é realmente fascinante; um caminho turístico ligando o Atlântico ao

Pacífico. Tantas culturas diferentes unidas por um caminho sagrado, um caminho indígena. E

os Guaranis são os grandes idealizadores dessa grande e ousada estrada que ligava as aldeias

indígenas do litoral catarinense ao Império Inca no Peru. Peabiru, palavra de origem Guarani,

pode significar “caminho forrado”, “caminho antigo de ida e volta”, ”caminho suave” (BOND

& FINCO, 2004b). As pesquisas são uma ferramenta de suma importância pois o campo e

rico em informações e precisam cada vez serem mais incentivadas ,pois nos mostrara o

caminho a ser percorrido.

A jornalista e escritora Rosana Bond, correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de

São Paulo (IHGSP) em Florianópolis, e autora de “A saga de Aleixo Garcia o descobridor do

Império Inca”, pesquisa o assunto há 11 anos e comenta sobre as pedras orientadas e os

petróglifos existentes em vários pontos de Florianópolis que eram ligadas entre si por antigas

trilhas indígenas. “O município de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, tem um

dos mais ricos acervos rupestres do planeta” (BOND, 2002).

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A numerosa quantidade de pedras com gravações milenares, além de brunidores e monólitos

de uso astronômico e religiosos de civilizações antigas fizeram com que os investigadores,

como o astrônomo Germano Bruno Afonso, do Departamento de Física da Universidade

Federal do Paraná, o Professor Adnir Ramos das Faculdades Integradas Assesc e o

pesquisador autodidata Keller Lucas, definissem Florianópolis como um dos grandes centros

rupestres do Hemisfério Sul. “A ilha de Santa Catarina é rica em vestígios arqueológicos,

sendo a região mais interessante do mundo que comecemos, do ponto de vista da

arqueoastronomia”, atesta Germano Afonso, (AFONSO, 2002). “No litoral do Atlântico Sul,

abrangendo Brasil e África, não há outro acervo rupestre como o de Florianópolis”, assegura

o pesquisador autodidata Keller Lucas (LAPS, 2002).

Marco Aurélio de Masi, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em

entrevista a Vanessa Canciam, afirma que efetivamente a arte rupestre do litoral catarinense

apresenta muito desses desenhos únicos no mundo. De acordo com o Professor Adnir Ramos,

na mesma entrevista, afirma que na capital também são encontradas mégalitos, monumentos

de granito de até dez metros de altura, que guardam semelhanças daqueles encontrados na Ilha

de Páscoa, no Oceano Pacífico (CANCIAM, 2002).

Esses pesquisadores estão a nos revelar uma importante descoberta para a história, para a

preservação cultural indígena Guarani, sobre caminhos arqueológicos, sobre a necessidade de

trabalhar em projetos que visem o desenvolvimento destas antigas rotas em rotas turísticas.

Segundo o Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável (CBTS), vêm se consolidando as

definições brasileiras para o ecoturismo, considerando-o da seguinte maneira:

Um segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista, por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas [...]. A educação ambiental e a sensibilização dos visitantes também são conceitos e ações fundamentais e devem ser premissas de todos os incentivos de turismo a serem implementados. Valorizando as características locais, fica mais fácil para as comunidades identificarem os seus diferenciais, a educação e a capacitação de todos os envolvidos e empreendedores, administradores, população local, turistas, funcionários do governo e guias é vital para o desenvolvimento do turismo sustentável dentro dessa nova concepção, que é praticado para a aquisição de novos conhecimentos. (VITAE CIVILIS & WWF BRASIL, 2003, p. 27-28).

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2 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO

2.1 O Caminho do Peabiru

Como acadêmicos, buscando contribuir pelo desenvolvimento dessa importante rota turística

e com o apoio das Faculdades Integradas Assesc, propomos um projeto junto à comunidade

local do Município de Florianópolis, mais precisamente na Ilha de Santa Catarina, um projeto

piloto para despertar na comunidade um interesse maior.

O projeto beneficia quatro escolas da Ilha de Santa Catarina, todas elas situadas próximas aos

sítios arqueológicos. O projeto chama-se “Educação Patrimonial dos Sítios Arqueológicos da

ilha de Santa Catarina”. O projeto de pesquisa visa levar à comunidade das escolas públicas e

particulares da Ilha de Santa Catarina a divulgação a acerca dos sítios arqueológicos, arte

rupestre e sambaquis, desenvolvendo atividades que contribuam com a valorização e a

preservação deste importante patrimônio da humanidade.

A educação patrimonial é uma maneira de estar integrando preservação com políticas

culturais e desenvolvendo a cidadania, já que todos têm a responsabilidade de juntos cuidarem

desse patrimônio arqueológico, tendo o cuidado de buscar a sustentabilidade das áreas a

serem pesquisadas. Os estudantes tornam-se parte dessa intrigante busca da integração, pois é

muito importante saber a opinião de quem no futuro será beneficiado com a proteção dos

sítios, uma das maneiras de um despertar para o que é turismo arqueológico é estimular os

alunos a perceberem que a Ilha de Santa Catarina tem um dos mais importantes acervos

arqueológicos do mundo, e que só com a conscientização, a educação e o respeito, poderão

orientar-se pela observação de alguns critérios e juntos buscar soluções para o aproveitamento

desse enorme potencial turístico. O envolvimento de todos os segmentos trará resultados que

nos proporcionarão uma maior aproximação cultural e política entre os municípios, os estados

e os países engajados no desenvolvimento e a implantação dessa nova rota turística .

O município de Campo Mourão, pioneiro na iniciativa de incentivar a pesquisa e a

implantação do Caminho do Peabiru nos motivou a continuarmos juntos nessa grande

empreitada de desenvolver essa Rota Turística, uma história de coragem que o então Prefeito

do Município Rubens Bueno, no ano de 1995 fez um pedido a sua assessora de imprensa,

jornalista Rosana Bond, que acabou soando como um desafio: realizar uma pesquisa sobre o

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caminho do Peabiru, de lá para cá as pesquisas não pararam. São 11 anos em que partes

expressivas da história e da divulgação do Peabiru dentro e fora do Paraná foram resgatadas,

indo aos mais distantes estados brasileiros como o Amazonas, e atravessando fronteiras

internacionais e chegando a universidades dos EUA e até o Vaticano – estão

indissoluvelmente ligados ao Município de Campo Mourão (FINCO, 2004).

Rosana Bond constatou que a tarefa não seria nada fácil. Há longos 20 anos o assunto estava

quase praticamente esquecido pelas crianças e jovens alunos do Paraná e havia quase

desaparecido da imprensa e dos escritos acadêmicos do Estado desde o tempo em que o

conhecido Arqueólogo Igor Chimyz, da UFPR, descobrira trechos do caminho em Campina

Lagoa. O empenho de Bueno e o envolvimento entusiasmado de boa parte de sua equipe

Fundação Cultural, Biblioteca Municipal, Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo,

Secretaria de Educação, Secretaria do Planejamento, Assessoria de Imprensa possibilitaram,

porém, a intrépida jornalista ultrapassar a barreira das dificuldades. Além da capital, foi

enviada para fazer estudos em Peabiru, Fenix, Maringá, Pitanga. Sem falar do Paraguai, onde

obtiveram documentos raros e a orientação segura de Bartolomeu Meliá e Branislavia Susnik,

antropólogos conhecidos mundialmente.

A tarefa iniciada pelos morãoenses, que eles ainda não consideraram esgotadas, trouxe

resultados e conseqüências impensáveis, como o Evento Histórico da solenidade de

lançamento do pré-projeto turístico Caminho do Peabiru “O Compostela da América do Sul”,

na noite do dia 19 de março do ano de 2004, que lotou o Teatro Municipal de Campo Mourão.

A presença de autoridades brasileiras, paraguaias, estudiosos e pesquisadores, além de

convidados ilustres como o ator Stephan Nercesiam, que há anos é tido como um grande

apoiador das ações culturais da cidade – significou um passo notável rumo ao resgate do

Peabiru como elemento da memória histórica do Paraná, Santa Catarina e Paraguai e uma

opção econômica de alto alcance social. O Governador do Paraná Roberto Requião, uma das

autoridades presente na solenidade afirma que fica entusiasmado com essas iniciativas de

Campo Mourão. Tomem a iniciativa, o Estado do Paraná cumprirá o seu papel. E o papel do

Estado é apoiá-los ao limite das possibilidades, à exaustão das possibilidades (FINCO, 2004)..

A Ministra do Turismo do Paraguai Maria Evangelista Troche de Gallegos afirmou que a

integração de brasileiros e paraguaios poderá ter um novo e intenso laço de integração com a

implantação do projeto turístico Caminho do Peabiru. Dizem que o que realmente une os

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povos são seus caminhos e sua cultura. Brasil e Paraguai, através da cultura guarani,vão

encontrar um novo caminho de união. Vamos fazer um caminho turístico parecido ao de

Santiago de Compostela. Oxalá que a partir dessa reunião que teremos aqui, paraguaios e

brasileiros, nos encontremos nessa Terra Sem Mal, que é uma terra de bem estar

(GALLEGOS, 2004).

O Diretor Geral Brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek comenta “Aqui fica marcada

com profundidade a história de se conseguir fazer a integração tão sonhada da América

Latina“.Campo Mourão está de parabéns por essa grande iniciativa de acreditar que e viável a

implantação do Caminho do Peabiru .Em Florianópolis o Diretor Geral das Faculdades

Integradas Assesc, Professor Ayres Melchiades Ulysséa, afirma o seu apoio e

comprometimento no desenvolvimento do caminho do Peabiru com a participação como

patrocinador do 1º número da revista Cadernos da Ilha “FLORIANÓPOLIS A ILHA DAS

PEDRAS SAGRADAS”, os outros lançamentos dos cadernos seguintes foram patrocinadas

pela Itaipu Binacional 2° número da revista Cadernos da Ilha “O FASCINANTE CAMINHO

DE PEABIRU” 1º parte que trata dos avanços das pesquisas no município de Pitanga que

promoveu o Iº Encontro Nacional Dos Estudiosos Do Caminho De Peabiru, e o 2º numero

sobre o “LANÇAMENTO DO PRÉ-PROJETO CAMINHO DE PEABIRU” na cidade de

Campo Mourão.

As Faculdades Integradas ASSESC apóiam as pesquisas voltadas para que a comunidade

possa se integrar e participar desse processo da implantação do projeto, com o Professor e

Pesquisador Adnir Ramos, busca implantar o projeto de proteção ambiental para os sítios

arqueológicos onde se encontram os monumentos megalíticos que são os antigos

observatórios primitivos, e defende a hipótese da existência de pedras orientadas com função

astronômica em Florianópolis.

Constatou que os primeiros povos a habitar a região litorânea utilizavam grandes blocos de

pedra, posicionados nos topos dos morros á beira mar, como um imenso calendário

astronômico a céu aberto, assim como em Stonehenge (Ingalaterra) e Machu Pichu no

(Peru).(FINCO, 2002)

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2.3 Sítios Arqueológicos: Proposta de Educação Patrimonial

O projeto Educação Patrimonial dos Sítios Arqueológicos da Ilha de Santa Catarina procura

desenvolver junto a comunidade local um despertar, como a autora Dóris Ruschmann no seu

livro Turismo e Planejamento Sustentável aliado a proteção ambiental, e ela afirma que a

única certeza que temos é que sem planejamento nossas riquezas naturais, culturais,

emocionais e econômicas estarão sob a pena de se descaracterizarem e os precursores desse

grande desastre seremos nos mesmos. A autora dentro de sua visão busca dar uma grande

noção da importância que tem para o Turismo o Planejamento Sustentável aliado a Proteção

Ambiental (RUSCHMANN, 1997).

Buscando aliar a técnica com o trabalho prático do dia a dia se mostrará que é possível

desenvolver o que chamamos de um turismo de qualidade, isso nos levará a um caminho novo

em que todas as perspectivas de um mundo mais justo economicamente pode culminar em

uma demanda de pessoas em maior harmonia com o meio ambiente. A educação exerce uma

profunda reflexão quando temos a experiência em outras localidades receptoras no mundo em

que tiveram fortes impactos sociais negativos. O impacto do contato com novas culturas nos

leva a buscar, uma nova maneira de ver o mundo.

É necessário, claro, o planejamento detalhado levando à integração da comunidade local

formando parcerias entre o governo municipal, estadual, federal e ONGs, sendo também vital

a participação da iniciativa privada contribuindo com recursos humanos qualificados

(pesquisadores, planejadores, empresários das áreas urbanas e rurais) trabalhando de forma

integrada e esforço concentrado para que possamos ter como buscar e aliar desenvolvimento

sustentável. Com o enorme potencial que o turismo exerce sobre as áreas a serem

contempladas com esse fluxo que revitaliza áreas e em outras partes as destrói, temos que

compreender que com um programa de planejamento fica mais fácil administrar e conservar

essas áreas receptoras. As políticas educacionais nos mostram como é importante a

conscientização de todos os envolvidos nesse processo de sustentabilidade (RUSCHMANN,

1997).

O conceito de sustentabilidade é o relacionamento entre os sistemas econômicos, dinâmicos e

sistemas ecológicos maiores e também dinâmicos. O conceito de sustentabilidade no turismo

é assegurar que o desenvolvimento do turismo não prejudique a manutenção do processo

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ecológico indispensável, com a diversidade e os recursos biológicos e o desenvolvimento

econômico. Desenvolver, hoje, sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

Sustentabilidade sociocultural é assegurar que o desenvolvimento seja compatível com a

cultura e com os valores da comunidade, mantendo e reforçando a identidade comunitária,

permitindo que as pessoas controlem suas próprias vidas.(SALLES, 2003)

A Organização Mundial do Turismo - OMT- prepara cominhos para que possamos ter

ferramentas para que seja possível buscar essa integração. O comprometimento internacional

de todas as nações para com a conservação do meio ambiente é de fundamental importância

para a manutenção da Terra como um lugar igualmente habitável no futuro.

Princípios para um desenvolvimento sustentável:

1. Harmonia do ambiente: “[...] satisfazer as necessidades econômicas, sociais e

estéticas mantendo simultaneamente a integridade cultural e ecológica”.

2. Vontade política: “[...] turismo sustentável envolve a tomada de medidas políticas

vigorosas baseadas em trocas complexas em nível, social, econômico e ambiental”.

3. Estratégias: Estratégias de Conservação ou de Desenvolvimento sustentável para

uma região, província (estado) ou nação.

4. Integração: O planejamento, o desenvolvimento e a operação do turismo devem ser

inter setoriais e integrados ,envolvendo várias organizações governamentais

,empresas privadas ,grupos de cidadãos e indivíduos, permitindo deste modo obter

o maior número possível de benefícios.

5. Princípios éticos: As organizações, empresas, grupos e indivíduos devem seguir

princípios éticos e outros que respeitem a cultura e o ambiente da área anfitriã, o

modo de vida em nível econômico e tradicional, a comunidade e o comportamento

tradicional,os padrões de liderança e política.

6. Eqüidade: O turismo deve ser levado a cabo com equidade ,tendo em vista a justa

distribuição dos benefícios e custos pelos promotores do turismo e pelas áreas

anfitriãs.

7. Informações: “[...] devem estar disponibilizadas, antes e durante o processo de

desenvolvimento, informações detalhadas, pesquisas e comunicados sobre a

natureza do turismo e os seus efeitos sobre o ambiente humano e cultural,

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particularmente para as pessoas de modo a que possam participar e exercer a maior

influência possível sobre o desenvolvimento e seus efeitos”.

8. Incentivo à população autóctone: È necessário incentivar a população local no

sentido de assumir cargos de liderança ,no planejamento e desenvolvimento, com a

ajuda do governo ,empresas ,instituições financeiras e outros .

9. Análise do plano: “[...] antes de qualquer projeto, devem ser efetuadas análises de

planejamento econômico, social e ambiental, dando uma especial atenção a

diversos tipos de desenvolvimento do turismo e ás formas como estas podem se

relacionar com práticas atuais, formas de vida e questões ambientais”.

10. Gestão contínua: “[...] um programa de avaliação, supervisão e medição cuidadoso

de modo á permitir a população local tirar partido das oportunidades ou adaptar-se

as alterações”. (SALLES, 2003.p. 35-38).

2.3.1 Conceitos de natureza jurídica

A visão das ciências do Meio Ambiente expressa a interação de elementos naturais artificiais

e culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida do homem. No

entendimento do direito, “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e

interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as

suas formas” (lei 6.938/81). Lei Nacional do Meio Ambiente, anterior a constituição de 1988.

Conceitos para o Direito Ambiental:

1. “Conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estruturados, para

assegurar um comportamento que não atente contra a sanidade mínima do meio ambiente”

(usando a designação direito ecológico).

2. “Conjunto de princípios e regras destinados à proteção do meio ambiente, compreendendo

medidas administrativas e judiciais com reparação econômica e financeira dos danos

causados ao ambiente e aos ecossistemas, de uma maneira geral.”

3. “Complexo de princípios e normas reguladoras das atividades humanas que, diretamente

ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando

à sua sustentabilidade para presentes e futuras gerações”.

Assim podemos dizer que a natureza jurídica do Ambiente é: interesse público difuso, unitário

e pluralista.

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O caminho para o desenvolvimento sustentável passa pelo saneamento de estratégias que

possam buscar alimentar de forma saudável o conhecimento de se poder transformar um

produto de proteção turística em um caminho que a integridade de todos os processos

envolvidos possa ter um resultado favorável para o sucesso de todo o trade turístico da

localidade receptiva. E que faça parte da cultura a naturalidade do ser integrado ao

desenvolvimento do turismo auto-sustentável com consciência e conhecimento para que o

relacionamento do turismo com o meio ambiente seja de forma equilibrada porque as

próximas gerações possam ter a qualidade de vida (SALLES, 2003).

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3 CONCLUSÕES

Podemos aliar os conceitos atuais de desenvolvimento sustentável e turismo ecológico, para

desenvolver um turismo de acordo com as novas expectativas e necessidades do turista, que

exigem serviços e destinos que apresentem riqueza cultural, biodiversidade, aventura e

informação. O Caminho do Peabiru é de suma importância neste novo contexto do turismo no

Brasil e na América Latina, é um turismo executado com responsabilidade ambiental e social

se faz a partir de iniciativas para preparar a comunidade local a receber este turista sem

proceder aos degradantes processos de aculturação e massificação. Projetos que visem a

educação para a sustentabilidade e a conscientização da importância dos sítios arqueológicos

devem estar na prioridade dos governos e dos investidores em turismo e trabalhar tais temas

nas escolas com crianças e adolescentes, bem como na capacitação dos professores é um

importante primeiro passo.

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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAFONSO, Germano. O Arqueoastrônomo. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v.1, n.1, 2002. p.22-26.

AGUIAR, Rodrigo Luiz Simas de. Arte indígena e pré-histórica no litoral de SC. Florianópolis: Bristot, 2001.

BOND, Rosana. Caminho de Peabiru: A ligação com os Incas. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v.1, n.1, 2002. p.27-32.

BOND, Rosnel e FINCO, Henrique. O fascinante caminho de Peabiru. Cadernos da Ilha. Florianópolis, n. 2, 2004. p. 6-7

CANCIAM, Vanessa. Campeche: a Ilha de Páscoa do Atlântico. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v.1, n.1, 2002. p.12.

FINCO, Henrique. Campo Mourão e o resgate do Peabiru. Cadernos da Ilha. Florianópolis, n. 3, 2004. p.27-28.

GALLEGOS, Evahy Troche de. O “ser Guarani” impregna as nossas vidas. Cadernos da Ilha. Florianópolis, n. 3, 2004. p. 24-25.

LAPS, Leo. A Ilha das pedras sagradas. Cadernos da Ilha. Florianópolis, v. 1, n. 1, 2002. p. 6-11.

RUSCHMANN, Doris van de Meene. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. 8. ed. Campinas: Papirus, 1997.

SALLES, Mary Mércia G. Turismo rural: inventário turístico no meio rural. Campinas: Alínea, 2003.

VITAE CIVILIS & WWF BRASIL. Sociedade e ecoturismo: na trilha do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Pierópolis, 2003.

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