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Educação para o consumo de alimentos transgênicos. A informação como mediadora da relação de consumo no âmbito familiar. Um estudo de caso na “Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres”, Viçosa-MG. SILVA, J.F.L (1) ; RODRIGUES, A.O. (1); MACHADO, A.P. (1); BENTO, C.F. (1); PAIVA, D.B.M. (1); SILVA, E.C. (1); PEREIRA, G. (1); SILVA, J. D. (1); IRIAS, M. (1); TEIXEIRA, P. (1); SILVA R. A.O. (1); FORTES, T.R. (1); MAFRA, S.C.T. (2). (1) Graduandos em Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa, Bolsistas do Programa de Educação Tutorial em Economia Doméstica(2) Professora Associada do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa, Tutora do Programa de Educação Tutorial em Economia Doméstica. E-mail contato: [email protected][email protected]. INTRODUÇÃO As pesquisas sobre os transgênicos e sua relação com a educação do consumidor tem buscado demonstrar sua preocupação com a segurança alimentar, visto que a percepção pública dos “riscos” envolvidos na aplicação das novas biotecnologias ao sistema agroalimentar, é distorcida considerando o baixo acesso a informação dos consumidores sobre transgênicos. O caráter inovador deste estudo está no fato de agregar às relações de consumo, que se constroem no âmbito familiar, à popularização da ciência dentro da abordagem do que é transgênico, junto a estudantes de escola pública e seus familiares. Pois acredita-se que tal conhecimento ao ser socializado no âmbito familiar, prepara de forma mais efetiva para o consumo (consumir ou não consumir), ficando menos susceptível a ser influenciada pela opinião pública durante o exercício de seu direito como consumidor, pois, as informações obtidas, mediarão à relação de consumo na família. 

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Educação para o consumo de alimentos transgênicos. A 

informação como mediadora da relação de consumo no âmbito 

familiar. Um estudo de caso na “Escola Estadual Dr. Raimundo 

Alves Torres”, Viçosa­MG.

SILVA, J.F.L (1); RODRIGUES, A.O. (1); MACHADO, A.P. (1); BENTO, C.F. (1); PAIVA, D.B.M. (1); 

SILVA, E.C. (1); PEREIRA, G. (1); SILVA, J. D. (1); IRIAS, M. (1); TEIXEIRA, P. (1); SILVA R. A.O. (1); 

FORTES, T.R. (1); MAFRA, S.C.T. (2).

(1) Graduandos em Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa, Bolsistas do 

Programa de Educação Tutorial em Economia Doméstica. 

(2) Professora Associada do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de 

Viçosa, Tutora do Programa de Educação Tutorial em Economia Doméstica. E­mail 

contato: [email protected][email protected].

INTRODUÇÃO

As pesquisas sobre os transgênicos e sua relação com a educação do consumidor 

tem buscado demonstrar sua preocupação com a segurança alimentar, visto que a 

percepção pública dos “riscos” envolvidos na aplicação das novas biotecnologias ao 

sistema agroalimentar, é distorcida considerando o baixo acesso a informação dos 

consumidores sobre transgênicos.

O caráter inovador deste estudo está no fato de agregar às relações de consumo, 

que   se   constroem   no   âmbito   familiar,   à   popularização   da   ciência   dentro   da 

abordagem do  que  é   transgênico,   junto  a  estudantes  de  escola  pública  e  seus 

familiares.   Pois   acredita­se   que   tal   conhecimento   ao   ser   socializado   no   âmbito 

familiar, prepara de forma mais efetiva para o consumo (consumir ou não consumir), 

ficando menos susceptível a ser influenciada pela opinião pública durante o exercício 

de seu direito como consumidor, pois, as informações obtidas, mediarão à relação 

de consumo na família. 

OBJETIVOS

Este estudo objetivou analisar como as famílias estão buscando informações sobre 

os alimentos consumidos cotidianamente e se estas conhecem aqueles que são 

modificados   geneticamente,   durante   a   compra   considerando   a   rotulagem   dos 

produtos.

Especificamente   objetivou­se:   descrever   o   perfil   socioeconômico   das   famílias 

analisadas; verificar: o índice de consumo de transgênicos junto às mesmas; se o 

conhecimento sobre produtos transgênicos ou a ausência do mesmo influenciam na 

compra;  e   identificar  o  grau de  conhecimento dessas  famílias sobre os produtos 

transgênicos.

 

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada na cidade de Viçosa­MG, com estudantes do ensino médio 

da   “Escola  Estadual  Dr.  Raimundo Alves  Torres”   (ESEDRAT)  e  suas  respectivas 

famílias.   Selecionou­se   a   mostra   de   forma   aleatória   e   consensual,   sendo   esta 

constituída   por  famílias de estudantes dos 2°ˢ  e  3°  anos do ensino médio daˢ  

escola  ESEDRAT.  Os  dados   foram  obtidos  a  partir   do  método  dos  Qualitativos 

Associados, composto de duas etapas: características espontâneas e características 

induzidas. Os dados foram tabulados, descritos e contribuíram para apresentar as 

principais conclusões sobre o estudo.

O   método   dos   Qualitativos   Associados   consiste   em,   analisar   as   características 

espontâneas e induzidas que uma determinada população conhece sobre o tema 

investigado,  e  analisar a proximidade que esta amostra,  apresenta a respeito do 

consumo dos transgênicos.

Para   isso os alunos com autorização dos  responsáveis  e  com coordenação dos 

bolsistas PET da Economia Doméstica, aplicaram os questionários junto aos seus 

familiares. Foram entregues 150 cartas de apresentação e “livre consentimento”.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na primeira etapa foram entregues 71 questionários, sendo que, destes apenas 28 

famílias participaram efetivamente, respondendo aos questionários. A primeira etapa 

(características  espontâneas)   se   pautou   em  avaliar   o   conhecimento   já   existente 

sobre o conceito  de   transgênicos   junto  às   famílias  entrevistadas.  A  ideia  central 

desta etapa é que há um conhecimento pré­existente sobre o objeto analisado e este 

é ressaltado pelos entrevistadosnas palavras mencionadas sobre o tema. Permitem 

ainda,   dar   sentido   ao   conceito   de   transgênico,   mostrando   assim   qual   o 

conhecimento   prévio   destes   em   relação   ao   tema,   bem   como   qual   a   imagem 

construída sobre o mesmo.

A variável mais elencada pelas famílias foi alimentos modificados geneticamente, 

isso  vem nos  mostrar  que  existe  por   parte  dos  entrevistados  um conhecimento 

prévio sobre a temática, visto que tal conceito é o que mais referenda o tema nos 

diferentes meios de divulgação,  ou em artigos científicos que discutem sobre  tal 

aspecto.

A   segunda   variável/palavra   elencada   pelos   entrevistados   foi  melhoramento   da 

produção de alimentos. Tal variável se relaciona muito com a citada anteriormente, 

pois a literatura ressalta que os organismos geneticamente modificados vieram para 

contribuir com a produção de alimentos. Notou­se que dentre as diferentes citações 

as que apresentam maior frequência se confrontam com as questões alimentares, 

mostrando que as   famílias  associam os organismos  transgênicos  aos alimentos, 

embora sua utilização seja variada, considerando os dados científicos sobre o uso 

destes organismos. 

E a segunda etapa do método em que ocorre a diferenciação do que é objetivo e 

subjetivo, empregou­se um questionário fechado, produzido a partir das respostas 

do   questionário   anterior,   as   respostas   obtidas   apontam   a   interrelação   com   as 

variáveis   espontâneas   e   um   consenso   do   que   é   um   alimento   geneticamente 

modificado.

O   dado   obtido   através   da   aplicação   do   método   de   Qualitativos   associados, 

considerando as duas etapas, permitiu uma identificação do conhecimento existente 

a priori  sobre o  tema estudado.  A partir  destes dados  foi  possível  perceber  que 

precisa   ficar   mais   explicito   nas   escolas,   bem   como   nos   diferentes   meios   de 

comunicação sobre a temática transgenia, o que é mais importante e contribuirá com 

o   processo   de   decisão   durante   o   consumo   de   alimentos.   Dentre   as   diferentes 

questões a serem trabalhadas para a popularização da ciência da transgenia, é que 

esta não se dedique apenas a produzir conhecimento para a mudança no processo 

produtivo do alimento, mas suas ações transcendam tal aspecto e sua aplicabilidade 

possa oferecer  diferentes perspectivas para melhorar  o  cotidiano dos envolvidos, 

principalmente   quando   se   discute   o   bem­estar­social,   qualidade   de   vida,   e 

desenvolvimento humano e social.

CONCLUSÃO

O estudo evidenciou que os estudantes e famílias não desconhecem ou demonstram 

preconceito  pelos   transgênicos,  considerando as   informações que obtiveram nos 

meios de comunicação e mídias. Porém sentem que essas informações são poucas 

ou insuficientes para facilitar o ato de consumir. Fato este importante pois aponta 

para a necessidade de popularizar a Educação do Consumidor como instrumento 

facilitador para o acesso ao conhecimento e consequentemente popularização da 

ciência enquanto conhecimento.

Solucionar a questão do uso ou não dos alimentos transgênicos é  uma resposta 

individual e de caráter livre para qualquer cidadão. 

No entanto será mais democrático caso haja acesso a informação e que esta seja 

suficiente para pensar criticamente e decidir qual opção é melhor. 

O estudo se apresentou como relevante portanto, deveria ser realizado em outras 

populações   e   os   dados   dos   outros   estudos   sejam   usados   para   comparar   e 

referendar  que,  a  ciência  e  informação,  são  fatores   importantes  no  processo de 

tomada de decisão, e que afetam o consumo e a qualidade de vida dos cidadãos.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BARROS,   Rodrigo   Barros.  Consumo   de   alimentos   industrializados   e   fatores 

associados   em   adultos   e   idosos   residentes   no   Município   de   São   Paulo. 

Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Universidade de São Paulo ­ SP, 2008. 

176 f.

COMISSÃO   TÉCNICA   NACIONAL   DE   BIOSSEGURANÇA.  Legislação   e 

Documentos.  Disponível em: <www.met.gov.br/ctnbio/leisedocs>. Acesso em: 07 de 

dezembro de 2011.

VILLAROUCO, Vilma e ANDRETO, Luiz F. M. Avaliando desempenho de espaços 

de trabalho sob o enfoque da ergonomia do ambiente construído.  Vol.18, nº3. 

São Paulo Set./ Dez. 2008. Disponível em:  http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103­

65132008000300009&script=sci_arttext. Acessado em: 07 de dezembro de 2011.