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Educação Infantil
VITÓRIA2018
GOVERNADORPaulo Hartung
VICE- GOVERNADORCésar Roberto Colnago
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃOHaroldo Corrêa Rocha
Subsecretária de Estado de Educação Básica e ProfissionalTânia Amélia Guimarães de Assis
Subsecretária de Estado de Planejamento e AvaliaçãoAndressa Buss Rocha
Subsecretário de Estado de Administração e FinançasMarcus Monte Mor Rangel
Subsecretário de Estado de Suporte à EducaçãoCarlos Eduardo Zucoloto Xavier
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOAvenida César Hilal, N.0 1111, Santa Lúcia – Vitória-ES – CEP: 29.056-85
DIRETORIA EXECUTIVA DA UNDIME-ES
PRESIDENTEVilmar Lugão de Britto
VICE-PRESIDENTE André Luiz Ferreira
SECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO TÉCNICA
TITULAR: Márcio Vitor Zanão
SECRETÁRIA DE FINANÇAS
TITULAR: Rosa Maria Caser Venturim
COORDENADORES REGIONAIS
Arlete Ramlow de SouzaAlice Helena Barroso SarcinelliDenilson Paizante da Silva Janete Carminote Falcão MalavaziCarlos José Nicolac ZanonMarcos Antonio WolkarttJosé Roberto Martins AguiarCristina Lens Bastos de VargasVanderson Pires Vieira
SECRETÁRIA EXECUTIVAElania Valéria Monteiro Sardinha de Souza
No decorrer dos últimos anos, diversos atores envolvidos com a causa educacional vêm ana-lisando e debatendo a educação com comprometimento e dedicação.
Diante dessas análises e debates, construiu-se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento de caráter normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que os estudantes do país precisam desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
Nesse contexto, o estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEDU), e em regime de colaboração com os municípios, por meio da União Nacional dos Diri-gentes Municipais de Educação (UNDIME), mobilizou recursos e meios para elaborar um novo Currículo Estadual, pautado nos princípios e premissas da BNCC, mas mantendo o olhar atento para as características, as necessidades e as potencialidades dos nossos educandos.
O trabalho colaborativo realizado pelos educadores das redes estadual e municipais foi de suma importância para se atingir o propósito de construir um Currículo contemporâneo, capaz de responder aos desafios da sociedade atual e promover uma educação mais justa, democrática, inclusiva e com equidade.
Diante disso, desejamos que a articulação entre SEDU e UNDIME tenha continuidade, pois este é um dos caminhos para superar as diferenças culturais e os grandes desafios da educação brasileira.
Assim, convidamos a todos os educadores capixabas que se empenhem cada vez mais na construção de uma educação diferenciada e inovadora, atuando como protagonistas para a promoção de uma educação de qualidade com a garantia do direito de aprender de todos os estudantes, por meio da implementação do Currículo do Espírito Santo.
Haroldo Corrêa RochaSecretário de Estado da Educação
O Currículo do Espírito Santo representa a força da Educação como politica pública em nosso território, no qual Estado e Municípios assumiram juntos o desafio da elaboração do documen-to, mobilizando suas redes para que contribuíssem e fizessem parte efetivamente de todo o processo.
O que nos une é o desejo de proporcionar maior e melhor aprendizagem de nossos alunos, garantindo a continuidade de sua formação na Educação Básica, atendendo a uma expectativa histórica de uma educação voltada para o território.
A UNDIME-ES reconhece e agradece o importante e valoroso trabalho realizado por toda equipe de educadores do território capixaba que fazem parte da equipe ProBNCC, permitindo que hoje o Currículo do Espírito Santo chegue até suas mãos.
Ressaltamos, por fim, que todo trabalho realizado será efetivamente coroado em cada sala de aula das escolas capixabas.
O desafio não terminou com a construção deste documento. Passamos para o próximo nível: a sua implementação fazendo a diferença na aprendizagem de nossos alunos.
Sucesso, professor nesta jornada. A EDUCAÇÃO Capixaba acredita e conta com você.
Um grande abraço.
Vilmar Lugão de BrittoPresidente UNDIME-ES
SUMÁRIO
TEXTO INTRODUTÓRIO
1. A ELABORAÇÃO DO CURRÍCULO EM REGIME DE COLABORAÇÃO
2. EDUCAÇÃO BÁSICA E SUAS BASES LEGAIS
3. CONCEPÇÕES DO CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO
4. EDUCAÇÃO E AS DIVERSIDADES 4.1 Educação Especial 4.2 Educação de Jovens e Adultos 4.3 Educação do Campo 4.4 Educação Escolar Indígena 4.5 Educação Escolar Quilombola 4.6 Educação Escolar para Estudantes em Situação de Itinerância
5. MATRIZ DE SABERES 5.1 Aprender a conhecer 5.2 Aprender a fazer 5.3 Aprender a Conviver 5.4 Aprender a Ser
6. TEMAS INTEGRADORES 6.1 Os temas integradores no Currículo do Espírito Santo
7. A DINÂMICA EDUCATIVA
8. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
9. SOBRE A MELODIA QUE ESTÁ EM NÓS
10. REFERÊNCIAS
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CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTOEDUCAÇÃO INFANTIL
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CONCEPÇÕES E DESAFIOS
PRINCÍPIOS SUSTENTADORES DO CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO - ETAPA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
O PLANEJAMENTO COMO MARCA DA INTENCIONALIDADE EDUCATIVA
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO: TEMPOS E ESPAÇOS
ACOLHIMENTO
RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA
O CURRÍCULO POR CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: O EU, O OUTRO E O NÓS
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: TRAÇOS, SONS, FORMAS E CORES
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
TRANSIÇÕES NOS DIVERSOS CONTEXTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APRESENTAÇÃO
CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO
A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renova-ção e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las aos seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as, em vez disso, para a tarefa de renovar um mundo comum.
Hanna Arendt
A Secretaria do Estado de Educação inaugura este documento com linhas transcritas de um texto emble-mático e, sobretudo, atemporal, tal como a Educação. As palavras de Hanna Arendt, proferidas no último século, ilustram os interesses precípuos da educação da contemporaneidade, que devem se difundir ao redor do globo: não expulsar as crianças de nosso mundo, não relegá-las aos seus próprios recursos e ofertar-lhes condições para renovarem o mundo comum. Essas indispensabilidades se traduzem na concepção de que o mundo é uma responsabilidade integral de seus sujeitos, e que, deste modo, cabe à Educação a assunção de seus papéis fundamentais, sobretudo no campo da formação integral humana.
Nesta perspectiva, o Currículo do Espírito Santo apresenta um extenso arcabouço organizacional, construído democrática e dialogicamente com toda a sociedade capixaba, auscultando seus interesses, suas inquietudes e, primordialmente, suas necessidades. A composição deste documento considerou o trabalho pregresso realizado no Estado pelos profissionais da educação, com resgate, revisão e aprimoramento de saberes e práticas que têm logrado êxito nos últimos anos. Para tanto, lançou-se mão, ainda, dos documentos oficiais e das leis que regem a educação brasileira. O objetivo é subsidiar a práxis educacional da sociedade capixaba e suas comunidades escolares.
Esta educação, pela qual almejamos veementemente, é a que seja capaz de contribuir para enfrentar os
desafios do século XXI, em observância aos Direitos Humanos e à Constituição Federal Brasileira (1988). Desta forma, urge a nós a mitigação da pobreza, da violência e da indisciplina, mazelas que inviabilizam a formação humana integral e obstaculizam o progresso científico e educacional.
Outrossim, o Currículo do Espírito Santo alinha-se à Base Nacional Comum Curricular, documento de fundamental importância que define as aprendizagens essenciais, visando assegurar o direito de desenvol-vimento e aprendizagem de todos os estudantes da educação básica no país e garantir a professores, pedagogos, diretores escolares e estudantes de todo o território nacional o acesso a uma base curricular sistematizada, democraticamente contemplativa de especificidades locais, quando somada às proposições de estados, municípios e Distrito Federal por meio de seus documentos curriculares.
A Base Nacional Comum Curricular, ao definir as aprendizagens essenciais, assegura similitude en-tre os programas curriculares que se desenvolvem no Brasil, resguardando os sujeitos envolvidos no processo educacional de possíveis discrepâncias de ensino-aprendizagem, sobretudo aqueles que, por razões diversas, migram pelo país. Assim, o Espírito Santo promove um currículo estruturado com iden-tidade própria, mas legalmente embasado, a fim de oportunizar educação de qualidade a todos, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências que
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promovam caráter ético, autônomo, crítico-reflexivo e emancipado, condições imprescindíveis à atuação em contextos educativos, no mundo do trabalho e na vida em sociedade.
O Espírito Santo esforça-se para superar contrastes sociais, vislumbrado na escola território propício ao desenvolvimento da cidadania e à promoção da dignidade humana. Ao mesmo tempo, preocupa-se em articular o corpo discente do Estado às neces-sidades formativas que têm se acentuado desde as Revoluções Industrial e Tecnológica, inserindo o ser humano em permanentes contextos de atuação efetiva e de ampla concorrência, nas quais se faz imperante a formação de qualidade. Infere-se, portanto, que uma práxis educacional deve reconhecer, analisar e atender às demandas de seu tempo, minorando progressivamente fenômenos de exclusão escolar e social, implausíveis neste recorte histórico-temporal.
Ademais, a tendência à promoção de uma educação cada vez mais democrática nos faz apreciar a inclusão daqueles que historicamente foram subtraídos dos direitos mais essenciais, de modo que todos, indis-tintamente, são mais do que bem-vindos às escolas capixabas: são essenciais. A pluralização, soma de singularidades, constitui a nossa ideação principal: uma educação que potencialize as capacidades hu-manas, equânime no seu acesso e, enfaticamente, no favorecimento da permanência na escola, erradicando a evasão escolar. Também vislumbramos o retorno à
escola: é preciso abraçar os que regressam tardia-mente à experiência educacional.
Para isso, o Espírito Santo, por meio de formações con-tinuadas, esforços planejados, permanentes diálogos com a academia e com toda a comunidade capixaba, endossa uma educação humanizada, dinâmica, aberta às renovações científicas, culturais e geracionais, estabelecendo como prioridade a leitura e a escrita proficientes ao longo de toda a vida escolar. Todos os conteúdos, habilidades e competências que constituem este currículo devem ser parte integrante da proposta político-pedagógica de cada instituição de ensino, a partir do qual o currículo poderá ser efetivado, com vistas a fomentar em professores e discentes a busca contínua pelo aperfeiçoamento pessoal, cidadão e, consequentemente, profissional.
A Secretaria do Estado de Educação e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação/ES apresentam este currículo à sociedade capixaba enfatizando o seu compromisso com o desenvolvimento humano e social, por meio daquilo que nos é mais caro: a educação. Que este documento represente concretamente a esperança de dias melhores para todos.
Boa leitura!
Bom trabalho!
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CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO
O sentimento de pertencimento está presente em cada palavra deste texto, escolhida com orgulho de gente capixaba, desejosa de que cada habitante sob o céu azul e rosa de seu crepúsculo se aproprie deste documento.
A proposta é despertar memórias, trazer esperanças e escrever um documento curricular que possa ser (re) elaborado e praticado em cada canto dessa estreita faixa de terra, entre o mar e as montanhas. Território de cheiros e sabores próprios, onde se bate tambor e se come moqueca na panela de barro. Onde o quebra-louças anuncia a sorte para o novo casal pomerano, o agnoline e o vinho aquecem as noites frias dos descendentes de imigrantes italianos, o beiju enobrecido pelas mãos do povo quilombola, a arte em sementes do povo indígena, as danças alemãs, os povos poloneses, suíços, austríacos, tiroleses, bel-gas, neerlandeses, luxemburgueses, libaneses, cada povo trazendo seu fazer e seu viver na construção da identidade do povo do ES. Identidades diversas, como o clima, a vegetação e as pessoas.
Estão nestas páginas marcas de experiências, en-contros de vidas. Documento construído no processo de escuta e de descoberta de que ser capixaba é pertencer a um grande mosaico, onde as sensações mudam rapidamente, lócus de amplitudes térmicas e bruscas mudanças na pressão atmosférica.
Capixaba, em Tupi, significa roçado de milho, terra limpa para a plantação. Os índios que habitavam a ilha de Vitória e seus arredores chamavam de capixaba suas roças de milho e mandioca.
Ilha pulsante, terras de batuques e reco-recos de cabeça esculpida. Os olhares para as singularida-des são fundamentais para que o documento seja dinâmico, trazendo os ventos alísios do Sudeste, carregados das energias de se estar entre o Equador e o Capricórnio.
Retalhos do diverso, constituído por uma região serrana, chão de amores impossíveis, encontro de sonhos e etnias, terra de Ruschi com seus colibris e orquídeas; e um extremo norte que nos leva a terra do Contestado, em que nascem flores de mandacaru, onde as areias mudam de lugar levadas pelo ritmo dos ventos, num eterno namoro, e onde deságuam o Cricaré e o Doce, que embala o nascer do sol e adormece com um dos mais belos pores do sol. Ao sul, somos transportados ao topo do mundo, entre bandeiras e picos, entre pedras e meninas.
É terra de encantos, de índios apaixonados e conde-nados a se olharem sem se tocarem, transformados em montanhas e libertos em noite de festejo por seu pássaro de fogo. O frade enamorado olha a freira eternamente; o lagarto teima em subir a pedra azulada e o macaco deitado, aos pés da Penha e do Rosário, toma sol nos contornos do Moreno.
De norte ao sul, capixaba sai de casa namorando a lua, contemplando a natureza nessa terra boa para chamegar. Onde o calor humano transcende as altas temperaturas de Colatina e Cachoeiro do Itapemirim. Quando bota pimenta na moqueca, percorre de Li-nhares a Iriri, deixa raízes em Marataízes, Conceição da Barra e Guarapari e, em terras de canela verde, atravessa-se o Jucu segurando nas cordas da Ma-dalena (CORREA, 1997).
Da roça ao litoral, somos maratimbas, pescadores de sonhos grandes, tradições e histórias de Griôs ao som de fogueira. Quando pode, capixaba desce as ondas, mergulha no mar ou em areias monazíticas e assiste ao nascer ou pôr-do-sol do Monte Aghá, olhando os caminhos que receberam os poemas de Anchieta. Terras de alegrias, chão sagrado de templos, terrei-ros, sinagogas e mosteiros. Lugar de café, de cana, de muitas frutas, onde cozinha-se em fogão à lenha e canta-se ao pé do mastro até o santo escutar, pintam-se os bois e dança-se na folia com os reis.
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Fragmentos do diverso, um caldeirão de ideias, quando unidos, faz nascer povo em movimento. Gente que puxa rede, faz torta na sexta e roda sua saia ao som de tambores e casacas.
Nesse contexto, a educação acontece no conhecer, entender e respeitar encontros étnicos e identida-des únicas e híbridas. As referências curriculares para o Espírito Santo são atravessadas por marcas identitárias, vestígios e rastros de comportamentos históricos, sociais e culturais.
Currículo, torna-se vivo quando praticado, é ferramenta intencional de transformação da vida, na medida em que se percebem desejos e se consideram as emoções e sensibilidades dos sujeitos envolvidos na prática.
É fundamental que este texto encontre novas possi-bilidades de ensino em cada parte do Espírito Santo: no campo, nos quilombos, nas aldeias, nas realidades dos estudantes com deficiência e com necessidades especiais, nas classes hospitalares, nos espaços de privação de liberdade, nas vilas de pescadores e nas mãos de desfiadeiras; nas cachoeiras de águas frias e corações quentes do interior das comunidades pomeranas, italianas e alemãs, e de tantas outras especificidades que tornam esse mosaico de cores e sabores, entre mangues, restingas, Mata Atlântica e montanhas, lugar de sobreviventes e de muitas histórias dos povos e comunidades tradicionais e da itinerância, nesse pedacinho do sudeste brasileiro.
Pertencemos a um mundo totalmente interligado pela tecnologia e internet, em que as transformações são constantes. Crianças, jovens e adultos precisam de uma educação integral, em uma escola na qual os aspectos cognitivos sejam vividos por meio de ferramentas pedagógicas capazes de potencializar a construção de projetos de vida e de articular os novos conhecimentos no mundo ao seu redor e produzindo novos saberes.
Ser capixaba no século XXI é estar entre a tradição, a descoberta, a tecnologia e o futuro. Nos proces-sos de ensino, intencionalmente, os estudantes, protagonistas, devem desenvolver a capacidade de aplicar em situações novas o que aprenderam. É dessa forma, na concretude do cotidiano escolar, que este documento contribui para que os estudan-tes desenvolvam as competências e as habilidades necessárias neste século.
Em novos tempos, o documento pretendido considera aprendizado, criatividade, memória e pensamento crítico. Também, evidencia a importância do desen-volvimento de capacidades para lidar com emoções. São conhecimentos vivenciados em cada roda de conversa no pátio, no portão da escola ou na mesa do refeitório, no abraço do colega ou no olhar atento à fala do professor na sala ou no corredor durante o intervalo.
Sendo assim, quais caminhos vamos percorrer ou quais trajetórias são possíveis para tornar as com-petências e habilidades possíveis e exequíveis e não apenas conceitos idealizados e não praticados? Considerando que os currículos são caminhos onde se fortalecem diferentes identidades e culturas, é essencial uma educação pluricultural e pluriétnica que valorize, respeite e integre o caldeirão de culturas e etnias que formam o povo capixaba.
Elaborar o esse documento tem sido tema recorrente nas discussões sobre a educação no Espírito Santo, no que concerne às políticas educacionais, às ações governamentais ou mesmo às práticas e discursos pedagógicos.
Essa recorrência tem relação direta com o contexto socioeducacional vivido no Brasil e em especial com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), aprovada pelo Conselho Nacional de Educação e homologada
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pelo Ministério da Educação em dezembro de 2017. Este currículo serve como eixo-norteador para orientar diferentes práticas educativas, nos mais variados contextos dos territórios.
Estado e municípios trabalham juntos para a cons-trução e reconstrução dos currículos. Em regime de colaboração, previsto pela Constituição Federal Brasileira (1988) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei N.0 9394/96), em todo o Brasil, professores e pedagogos tornam-se redatores e colaboradores, trazendo suas experiências para esse documento curricular.
O desafio é elaborar, de maneira coletiva, um do-cumento que considere a BNCC e dialogue com as especificidades do Espírito Santo. O currículo é compreendido como trajetória, viagem, percurso, documento de identidade, potencializador das rela-ções entre a nossa vida e a do outro. São vidas em encontro num documento que propõe o acolhimento e o respeito às identidades para as infâncias, adoles-cências, juventudes e adultos capixabas com objetivo de garantir o direito à educação integral.
Quando diversos sujeitos com o mesmo propósito se unem, surgem muitas ideias, intencionalidades diferentes, provocando o exercício do diálogo cons-trutivo e estabelecendo novas relações. O objetivo é fazer com que o currículo seja apropriado e analisado criticamente pela comunidade escolar, resultando em contribuições e práticas pedagógicas que revelem as potencialidades daqueles que vivem a educação cotidianamente, dando vida ao documento.
Os redatores exercitaram o olhar ampliado para as diversas maneiras de perceber a vida, a escola e o estudante. As linhas tênues que separavam e deixavam no isolamento os conteúdos e disciplinas, espalham-se, atravessam fronteiras e se estabelecem, diante de uma educação integral, potencializadora da equidade e autonomia do sujeito, por meio de um processo dialógico.
No momento em que se elabora o currículo, a in-tencionalidade se reconfigura quando o documento é colocado em prática. O caminho percorrido pela equipe curricular é pautado no trabalho coletivo, nas escolhas, discussões, reflexões e respeito pelas espe-cificidades. Documento elaborado por muitas mãos com objetivo comum: contribuir para a educação
do Espírito Santo, em tempos de transformações e mudanças significativas, principalmente, no que se refere a respeitar o outro e conhecer o eu, dando visibilidade às narrativas dos sujeitos cotidianos e apontando um caminho de superação da exclusão social e da valorização das diferentes identidades culturais. O foco na tendência humanizadora se faz presente utilizando recursos como a (re) contextu-alização de discursos e usos da memória coletiva, individual e cultural, valorizando as histórias orais e relatos de vida em processo interativo com a comu-nidade escolar e famílias.
Nos processos educacionais, a valorização cultural e identitária são alcançadas a partir das compreensões e reflexões, vivenciadas em diferentes grupos, que levam à emancipação social e cultural dos sujeitos. O desejo é dialogar com um currículo vivo, dinâmico, vivido nas salas de aulas, corredores, pátios, refeitó-rios, quadras, mesas de jantar ou em qualquer grupo de amigos no banco da praça. É vivência em cada unidade escolar como experiência para a vida dos sujeitos escolares, para além do que se pensa - de forma quase exclusiva – na escola. Um desafio aos profissionais da educação: ação, reflexão e ação.
O professor, como sujeito do processo educativo, intelectual, pesquisador, reflexivo e mediador, tem o desafio de construir novas alternativas pedagógicas para a sua prática docente, articulando-as com as expectativas educativas próprias da escola e de seus estudantes em seus mais variados contextos.
As competências são um conjunto de qualificações, desenvolvidas ou adquiridas em decorrência do de-senvolvimento das habilidades, permitindo aos sujeitos interpretar, refletir e buscar soluções para os desafios que lhes são apresentados. Elas são perceptíveis concretamente nos processos de aprendizagem e possíveis de serem avaliadas. As competências representam a capacidade de articular e mobilizar conhecimentos, evidenciados por meio de compor-tamentos, gestos, posturas, práticas e valores diante da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. As competências e as habilidades se materializam nos processos de conhecimento frente à realidade concreta por meio de trocas estabelecidas entre os sujeitos em aprendizagem.
Este documento representa a esperança de cada mão participante na sua escrita. São mãos sonha-
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doras, sustentadas por outras tantas, presentes em cada escola do nosso território. Fronteiras foram atravessadas e tornaram-se simbólicas para a ela-boração deste documento. Tomemos posse da ideia de sociedade educadora que, por meio do sentimento de pertencimento e flexibilidade no pensamento, abre caminhos para a busca do bem viver. Consi-deremos a ação educadora elemento indispensável às identidades do nosso povo e maximizadora do potencial do Estado como espaço socializador de cultura e produção de conhecimento para o país e o mundo, com o jeito reservado e acolhedor próprio do Espírito Santo.
1. A ELABORAÇÃO DO CURRÍCULO EM REGIME DE COLABORAÇÃO
A construção do Currículo do Espírito Santo se dá num momento histórico da educação brasileira. Em 17 de dezembro de 2017 foi homologada pelo Conse-lho Nacional de Educação a Base Nacional Comum Curricular, para a Educação Infantil e o Ensino Funda-mental, que estabelece as aprendizagens essenciais e indispensáveis a todos os estudantes da educação básica nessas etapas1. A definição de uma base comum curricular para todo o país atende a uma prerrogati-va da Constituição Federal Brasileira de 1988, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei N.0
9394/96) e do Plano Nacional de Educação de 2014 e nos coloca no rumo dos principais sistemas educa-cionais do mundo. Ao mesmo tempo, nos desafia a ter um novo olhar sobre os currículos já construídos e vividos nas redes estaduais e municipais de ensino, pois passa a ser uma referência nacional obrigatória para elaboração ou revisão curricular.
Nesse contexto, o Ministério da Educação instituiu, na Portaria N.0 331, de 5 de abril de 2018, o Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular – ProBNCC, cuja adesão pela Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo - SEDU e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa-ção, seccional Espírito Santo - UNDIME/ES, revela o compromisso das duas instituições em construir um
currículo, em regime de colaboração entre estado e municípios, para proporcionar uma dinâmica de continuidade na formação do estudante de todo o território capixaba e desenvolver uma visão integrada para o desenvolvimento das ações necessárias para implementação e gestão curricular.
Para o desenvolvimento de um trabalho de tal magni-tude, foi instituída, pela Portaria N.0 037-R/2018, uma estrutura de governança, visando dar assento, em igualdade, a instâncias representativas do estado e municípios, bem como a instituições que representam os profissionais da educação e as que são responsáveis por sua formação. Na mesma portaria foi instituída a equipe de elaboração curricular, composta por duas coordenações estaduais (CONSED e UNDIME), três coordenações estaduais de etapa (Educação Infantil e Ensino Fundamental - Anos Iniciais e Anos Finais), um analista de gestão, um articulador de regime de colaboração e 19 redatores dos componentes curri-culares elencados na BNCC, além dos articuladores do Conselho Estadual de Educação - CEE e da União dos Conselhos Municipais de Educação - UNCME. Importante mencionar que a equipe de redatores foi composta por professores das redes estadual e municipal, que convidaram outros professores cola-boradores de diferentes redes para contribuir com a elaboração desse documento.
Além do estudo profundo da Base Nacional Comum Curricular, a equipe de currículo realizou estudos dos documentos normativos e legais da educação nacional (Constituição Federal de 1988, LDB 9394/96, Diretrizes Nacionais da Educação Básica: Diversidade e Inclusão de 2013), de currículos nacionais e internacionais, e, principalmente, dos currículos já construídos e vividos na rede estadual, no caso o Currículo Básico Escola Estadual - CBEE (ES, 2009), e nas redes municipais do Espírito Santo2. No seu processo de elaboração, o documento passou por duas consultas públicas online, a primeira direcionada aos profissionais de educação e a segunda também aberta para a sociedade; bem como por leitura crítica de profissionais e instituições representativas que desenvolvem estudos e pesquisas, uma vez que influenciam na construção de políticas públicas e formação profissional de professores nas
1 Quando homologadas as aprendizagens essenciais do Ensino Médio, elas serão incorporadas a esse documento.2 Foram considerados os documentos curriculares enviados pelos municípios que compartilharam seus documentos a título de contribuição para construção do Currículo do Espírito Santo, sendo: Aracruz, Boa Esperança, Cachoeiro do Itapemirim, Cariacica, Castelo, Colatina, Conceição da Barra, Domingos Martins, Fundão, Iconha, João Neiva, Pancas, Pinheiros, Santa Maria, Santa Teresa e Vila Velha.
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diversas áreas e etapas que são abrangidas pelo currículo. Há que se destacar ainda o papel impres-cindível dos articuladores municipais, indicados por suas secretarias, das SREs e professores referência, na mobilização dos professores e demais profissio-nais da educação de suas redes para que fossem protagonistas da construção coletiva e colaborativa deste documento curricular, que no total recebeu 10.649 contribuições de profissionais da educação e da sociedade civil.
O Currículo do Espírito Santo, construído por muitos sujeitos, é resultado do trabalho em conjunto entre as instituições parceiras e a equipe de currículo e da colaboração de diversos profissionais da educação dos mais diferentes lugares de nosso estado, o que permitiu o avanço das propostas inicialmente apre-sentadas e uma visão mais integrada do percurso formativo dos estudantes da educação básica de nosso território, que direcionará outras políticas e ações necessárias para a sua implementação nas secretarias e escolas estaduais e municipais, incluindo orientações didático-metodológicas, materiais didá-ticos e formação docente.
Importante destacar que o Currículo do Espírito Santo contempla os componentes curriculares abordados pela Base Nacional Comum Curricular, que define as aprendizagens essenciais dos componentes obri-gatórios em todos os currículos, e os contextualiza, aprofunda e complementa nas questões relativas à educação do nosso Estado. Cabe a cada rede, envolvida com este documento, elaborar outros componentes que sejam exigidos por normas específicas ao seu contexto.
2. EDUCAÇÃO BÁSICA E SUAS BASES LEGAIS
A elaboração do Currículo do Espírito Santo funda-menta-se em documentos legais que legitimam as políticas públicas educacionais, como:
w Declaração Universal dos Direitos Humanos, pu-blicada 1948, cujo documento o Brasil é signatário, assumindo o compromisso internacional pela educação, em seu artigo 26 estabelece que:
A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liber-dades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz (UNESCO, 1948).
w Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 205, determina:
A educação, direito de todos e dever do Esta-do e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
w Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), que dispõe sobre a proteção inte-gral à criança e ao adolescente, definidos como pessoas em desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, que têm prioridade nas ações de proteção, de promoção e de defesa dos seus direitos, sem distinção de raça, cor ou classe social, e acrescenta em seu Artigo 4.0
É dever da família, da comunidade, da socie-dade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimen-tação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).
w Estatuto da Juventude (Lei 12.852/2013), que dispõe sobre os direitos dos jovens de 15 a 29 anos e declara, em seu Artigo 7.0, a necessidade de ga-rantia de educação básica, obrigatória e gratuita inclusive para os que a ela não tiveram acesso na idade adequada e complementa:
§ 2.0 É dever do Estado oferecer aos jovens que não concluíram a educação básica programas na modalidade da educação de jovens e adultos, adaptados às necessidades e especificidades da juventude, inclusive no período noturno, ressalvada a legislação educacional específica (BRASIL, 2013).
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w Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), em seu inciso IV, Art. 9.0, afirma que cabe à União:
estabelecer, em colaboração com os Es-tados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996).
w Parâmetros Curriculares Nacionais, publicados em 1997, especificam que:
[...] na medida em que o princípio da equida-de reconhece a diferença e a necessidade de haver condições diferenciadas para o processo educacional, tendo em vista a garantia de uma formação de qualidade para todos, o que se apresenta é a necessidade de um referencial comum para a formação escolar no Brasil, capaz de indicar aquilo que deve ser garantido a todos, numa realidade com características tão diferenciadas, sem promover uma uniformização que descarac-terize e desvalorize peculiaridades culturais e regionais (MEC/SEF, 1997, p.28).
w Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Edu-cação Básica, Resolução CNE/CEB N.0 4/2010, que estabelecem em seu Artigo 13, § 3.0:
A organização do percurso formativo, aberto e contextualizado, deve ser construída em função das peculiaridades do meio e das características, interesses e necessidades dos estudantes, incluindo não só os com-ponentes curriculares centrais obrigatórios, previstos na legislação e nas normas edu-cacionais, mas outros, também, de movo flexível e variável, conforme cada projeto escolar [...] (BRASIL, 2010).
w Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, Resolução CNE/CEB N.0 5/2009, que em seu Artigo 3.0 conceituam o currículo como:
[...] conjunto de práticas que buscam articu-lar as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte
do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade (BRASIL, 2009).
w Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Bá-sica para as modalidades da Educação do Campo (Resolução CNE/CEB N.0 2/2008), da Educação Especial (Resolução CNE/CEB N.0 4/2009), da Edu-cação de Jovens e Adultos em contexto escolar (Resolução CNE/CEB N.0 3/2010) e em privação de liberdade (Resolução CNE/CEB N.0 2/2010), da Educação Escolar Indígena (Resolução CNE/CEB N.0 5/2012), dos estudantes em situação de itinerância (Resolução CNE/CEB N.0 3/2012), da Educação Escolar Quilombola (Resolução CNE/CEB N.0 8/2012), que estabelecem as especificidades a serem atendidas em cada modalidade da educação básica nacional.
w Resolução CEE/ES 3777/2014, em seu Art. 71, reco-nhece que:
O currículo, por ser uma construção social relacionada à ideologia, à cultura e à pro-dução de identidades, tem ação direta na formação e no desenvolvimento dos estu-dantes, devendo, a sua elaboração privilegiar as seguintes relações: I – cultura, sociedade e homem/mundo; II – conhecimento, produção de saberes e aprendizagem; e III – teoria e prática.
w Plano Nacional de Educação, promulgado pela Lei n.0 13.005/2014, reitera a necessidade de estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), di-retrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do Ensino Fun-damental e Médio, respeitadas as diversidades regional, estadual e local (BRASIL, 2014).
w A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ho-mologada pela Resolução CNE/CP N.0 2, de 22 de dezembro de 2017 (*) Institui e orienta a im-plantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da
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Educação Básica. A BNCC trata das aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1.0 do Artigo 1.0 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei n.0 9.394/1996), e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN).
w Lei complementar N.0 799, de 12 de junho de 2015, que cria o Programa de Escolas Estaduais de Ensino Médio em Turno Único, com o objetivo de planejar, executar e avaliar um conjunto de ações inovadoras em conteúdo, método e gestão, direcionadas à melhoria da oferta e da qualidade do ensino médio na rede pública do Estado, assegurando a criação e a implementação de uma rede de Escolas de Ensino Médio em Turno Único.
w Pacto de Aprendizagem do Espírito Santo, Lei N.0 10.631, de 28 de março de 2017, que tem por objetivo viabilizar e fomentar o regime de colaboração entre a rede estadual e as redes municipais de ensino, a partir do diálogo permanente e ações conjuntas voltadas ao fortalecimento da aprendizagem e à melhoria dos indicadores educacionais dos alunos, das unidades de ensino e das referidas redes da educação básica no Espírito Santo, envolvendo domínio de competências de leitura, escrita e cálculo, adequados a cada idade e escolarização nas duas primeiras etapas de ensino da educação básica.
Os documentos supracitados respaldam a elaboração do Currículo do Espírito Santo, que tem como princípios o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania, a qualificação para o trabalho, a equidade e a valorização das diferenças, a partir dos diversos contextos em que se configura a educação do nosso Estado.
A partir das aprendizagens essenciais definidas na BNCC, as habilidades foram contextualizadas, apro-
fundadas e complementadas considerando os sujeitos que estão implicados na educação do território do Espírito Santo. Para sua concretização, foi essencial o regime de colaboração entre Estado e municípios, e demais parceiros. Isso equivale a compreender o currículo como construção histórica e social.
3. CONCEPÇÕES DO CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO
O Currículo do Espírito Santo é uma proposta que se fundamenta na concepção de que o currículo é uma construção situada num tempo e espaço permeado de valores, sujeitos e contextos, que se consolida numa proposta que continuará sendo construída em seu caminhar. Portanto, não é algo estático, pronto e acabado. Enquanto documento, trata-se de uma proposta que estabelece as aprendizagens escolares mínimas e oferece diretrizes que buscam assegurá-las como direitos a todos os estudantes do nosso território, dialogando com os seus interesses e suas necessidades, bem como comprometendo-se para que se desenvolvam plenamente e tenham condições de enfrentarem as demandas atuais e futuras, num cenário de incertezas. Ao mesmo tempo, entende-se que o currículo se faz na prática e nas dinâmicas próprias do fazer e pensar o cotidiano escolar, onde perpassam desafios e decisões das mais diversas ordens, onde adquire forma e significado educativo (GIMENO SACRISTÁN, 2000). Por ser composto pelo movimento entre a intenção e a realidade, precisa ser flexível e estar aberto a revisões e atualizações, de modo que atenda às demandas escolares cotidianas e às novas necessidades da sociedade em que vivemos, e acompanhe as contínuas discussões e estudos que sustentam as ações educacionais.
Este documento propõe um caminho a ser percorrido pelos estudantes do estado do Espírito Santo, por meio do apontamento das aprendizagens essenciais a que todos têm direito de acesso e desenvolvimento durante sua trajetória na educação básica. Por isso, trata-se de um referencial a ser usado como ponto de partida para a elaboração dos documentos orien-tadores institucionais, construindo de forma coletiva e colaborativa, com os sujeitos e em cada contexto escolar, o detalhamento e os modos de viabilizar práticas alinhadas as suas concepções, indicações de avaliação e perspectivas metodológicas que propõe.
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O Currículo do Espírito Santo é orientado por princípios pautados na Educação Integral, que devem subsidiar a política educacional do território. Por meio de sua proposta visa promover a educação integral, entendida como aquela que possibilita o desenvolvimento do su-jeito em suas dimensões intelectual, social, emocional, física, cultural e política, por isso, compreendendo-o em sua integralidade. Nesse sentido, a escola, de tempo parcial ou integral, deve estar comprometida com o desenvolvimento do sujeito em suas diferentes dimensões, promovendo situações de aprendizagem que articulem conhecimentos, habilidades e atitudes que possibilitem o desenvolvimento dos estudantes, o exercício de sua autonomia e, ao mesmo tempo, o estabelecimento do compromisso com a construção e melhoria do mundo em que vivem.
Nesse sentido, o documento assume uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto, considerando-os como sujeitos de aprendizagem, possuidores de direitos e deveres, e que por meio do conhecimento, da autonomia e de suas potencialidades sejam capazes de se realizar em todas as suas dimensões. Isso significa que mesmo que em cada etapa os estudantes possuam características em comum, há que se reconhecer a pluralidade de infâncias e juventudes que se sobressalta mediante as construções históricas, culturais, socioeconômicas, linguísticas, étnicas, políticas, religiosas, entre outras que compõem seu modo de viver e estar no mundo de modo singular, criando novas formas de existir.
Nos estudos atuais, defendemos a ideia da criança sujeito que se produz dentro de realidades, por isso, afeta e é afetada pelo contexto no qual interage. Em contrapartida, negamos a infância universal e padronizante. Concebemos a diversidade no campo da infância como espaço de construções e interações relacionadas à cultura e ao lugar no qual a identidade das crianças se constitui e se encontra em permanente devir. Con-clamamos uma infância inter/multicultural nas dimensões política, econômica, cultural, geográfica e social (GONÇALVES, 2017, p.24).
Esses contextos diversos foram, e continuam sendo, fonte de muita desigualdade educacional no que diz respeito ao acesso, à permanência e à qualidade. Para superar essa visão, faz-se necessário conhecer os estudantes, reconhecer as diferenças que trazem
consigo, orientar o trabalho pedagógico para o seu acolhimento e, ainda mais, oferecer oportunidades que possibilitem o desenvolvimento pleno dos estu-dantes na medida das necessidades, possibilidades e interesses que apresentam, de modo a promover a equidade para superação da exclusão histórica que atravessa a escolarização básica dos sujeitos em sua diversidade e singularidade.
A educação integral leva em conta que a educação é um direito de todos, e que, no reconhecimento da pluralidade e da singularidade dos sujeitos, as condições devem ser ajustadas para a promoção da equidade educacional. Trata-se de comprometer-se com uma educação inclusiva, em que todos tenham assegurados seus direitos de acesso, permanência e aprendizagem. Essa é uma mudança da cultura da exclusão para a inclusão, na qual a diversidade não amedronta, mas constitui o modo de ser e funcionar das escolas em processos educativos que considerem as necessidades ímpares de cada um. Trata-se de uma mudança que inclui uma revisão de espaços, investimento na formação docente, melhoria nas condições de infraestrutura e adaptações curricu-lares que promovam a inclusão. São necessárias, ainda, adequações didático-metodológicas a serem produzidas em documentos posteriores, durante as formações docentes e contextualizações nos projetos das escolas, de modo a registrar práticas orientadoras que considerem atividades e estratégias diversificadas para o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento das competências.
Por outro lado, é preciso fortalecer políticas que visem garantir que todos os estudantes das redes atendidas por esse documento tenham seus direitos assegura-dos a partir da viabilidade de condições adequadas a sua aprendizagem, considerando as diferentes necessidades que apresentam e que influenciam o processo de aprendizagem, como: saúde, nutrição, diversos tipos de violência, fatores psicossociais, mobilidade, conflitos familiares, abandono, falta de perspectiva sobre o futuro, entre outros. Portanto, equidade e inclusão não são compromissos apenas da escola, o que reforça a importância do avanço de ações intersetoriais e a elaboração de políticas públicas que as consolidem e deem sustentação à sua continuidade, de modo que estejam articuladas para o enfrentamento necessário e urgente das vul-nerabilidades às quais nossas crianças e adolescentes estão submetidos e para sua proteção, de modo que
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nenhuma negligência possa comprometer o direito ao seu pleno desenvolvimento.
O acolhimento da pluralidade e da singularidade dos estudantes revela a necessidade de reconhecer as crianças, adolescentes, jovens e adultos em suas diferentes dimensões. Isso supera uma concepção que valoriza quase que exclusivamente a dimensão cognitiva e nos desafia para o desenvolvimento da integralidade dos sujeitos da aprendizagem, num contexto em constante mudança, saturado de in-formações, cheio de incertezas e num mundo cada vez mais diverso.
Mediante os novos desafios colocados pela sociedade do século XXI, especialmente ligados às mudanças econômicas, políticas e sociais provocadas pela era do conhecimento e da informação, permeada pelo uso de tecnologias digitais, nascem novas necessidades de aprendizagem e desenvolvimento, de modo que, os sujeitos que a constituem, possam se apropriar de suas exigências para ter condições de atuar em seu contexto de forma crítica e, ao mesmo tempo, de estar apto para propor novos rumos, vislumbrando uma sociedade mais igualitária, solidária, participativa, responsável e inclusiva.
O Currículo do Espírito Santo vislumbra uma educação comprometida com o desenvolvimento de competên-cias, que incluem o domínio do conhecimento, mas vão para além dele, pois pressupõe também o domínio de habilidades e atitudes necessárias para viver, atuar e intervir no mundo. Importante mencionar também que não se trata do desenvolvimento de habilidades a serem adquiridas de forma mecanicista, justaposta e fragmentada, que ao fim se chega numa atuação compartimentada, repetitiva, superficial e externa a quem a executa.
[...] as competências são sistemas comple-xos, pessoais, de compreensão e de atuação, ou seja, combinações pessoais de conhe-cimentos, habilidades, emoções, atitudes e valores que orientam a interpretação, a tomada de decisões e a atuação dos indivíduos humanos em suas interações com o cenário em que habitam, tanto na vida pessoal e social como na profissional (PÉREZ GÓMEZ, 2015, p.74).
Nesse documento compactuamos com PÉREZ GÓMEZ
(2015), que compreende as competências de forma global, sistêmica, flexível, reflexiva e contextualizada, o que pressupõe que, mediante situações complexas, o sujeito seja capaz de diagnosticar, analisar, propor soluções, atuar de forma criativa e adaptativa, avaliar o processo e resultados, bem como propor novas melhorias de modo pessoal, portanto, a partir de seus conhecimentos e da sua capacidade de identificar necessidades e intervir na realidade, de modo crítico e criativo. Acrescentamos ainda a importância do diálogo e da colaboração, visando o desenvolvimento de uma educação com o outro, de modo que suas ideias e propostas sejam discutidas, pensadas cole-tivamente e para o coletivo, elaboradas em conjunto e voltadas para o atendimento ao bem comum e a vida democrática.
O Currículo do Espírito Santo reitera seu compromisso em valorizar a aprendizagem e suas diferentes formas de desenvolvimento, de respeitar o estudante em sua singularidade, integralidade e diversidade, de ampliar a leitura de mundo a partir do conhecimento cientí-fico trabalhado de modo significativo, de promover a contextualização e a problematização dos saberes, de fortalecer a relação professor-aluno num processo de mediação e diálogo, e de direcionar os esforços para a melhoria da qualidade em educação como um direito fundamental.
Entende-se, ainda, que para além dos conhecimen-tos e habilidades, tornou-se fundamental rever e pensar sobre atitudes e valores para a convivência respeitosa, num mundo em que a heterogeneidade se sobressai e nos desafia na relação com os ou-tros, seus costumes, ideias, opções e convicções. Colocar-se no lugar do outro, conhecer e respeitar o diverso, trabalhar de forma colaborativa, atuar tendo em vista o benefício da coletividade, de acordo com os princípios democráticos, podem nos ajudar a encontrar formas mais harmônicas de convivermos pessoal e coletivamente com a diferença. Esse é um desafio que se coloca no cotidiano das escolas e foi reconhecido pelos professores das redes estaduais e municipais como ponto sensível, cujas atitudes já são trabalhadas com os estudantes, mas que precisam de maior sistematização e intencionalidade educativa, às quais se propõe esse documento.
O que nos leva a uma opção pela educação integral, comprometida com o desenvolvimento de competên-cias, é reconhecê-la como o caminho necessário para
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a formação de sujeitos capazes de fazer escolhas e tomar decisões sobre si, com autonomia, numa relação que compreende também sua responsabilidade ética, histórica, política e social com o outro e com o mundo. “Afinal, minha presença no mundo não é a de quem apenas se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História” (FREIRE, 2002, p. 60). É necessário formar cidadãos críticos e pensantes, capazes de questionar sem medo, de buscar conhe-cimentos que os façam crescer em sociedade, de abrir novos horizontes para assim contribuirmos para o desenvolvimento de uma sociedade democrática onde a liberdade e o direito de expressão estejam garantidos e sejam usados para o bem comum.
Para viver de forma autônoma, torna-se imprescindível reconhecer que fazemos parte de um coletivo e que a partir de nossas vivências e experiências podemos assumir o nosso papel social. Estimular práticas pedagógicas na educação que contribuam para a autonomia dos estudantes é possibilitar caminhos a quem aprende, na expectativa de termos um cida-dão consciente de seus deveres e direitos, capaz de elaborar uma reflexão crítica diante da realidade e do conteúdo trabalhado, adquirindo liberdade inte-lectual e possibilitando novas conexões para além das paredes da sala de aula.
A formação do sujeito autônomo também requer o autoconhecimento, a autorregulação e a auto-determinação como elementos essenciais para a construção da própria vida (PÉREZ GÓMEZ, 2015) e do mundo. Portanto, conhecer a si mesmo, identifi-car seus interesses, talentos e motivações, rever ou revisitar posicionamentos, apreciar-se, estar aberto a aprendizagem contínua, reconhecer seus limites e possibilidades, fazer escolhas, assumir responsa-bilidades, reconhecer-se como sujeito de direitos e deveres, são essenciais no exercício de construção da vida, com o outro e com o mundo, num sentido de reflexão e intervenção sobre o que querem, como avaliam a si mesmos e suas perspectivas futuras, num compromisso ético com a construção de uma sociedade democrática.
Por todas perspectivas adotadas nesse documen-to, o Currículo do Espírito Santo corrobora a BNCC ao reconhecer a importância das 10 competências básicas a serem desenvolvidas pelos estudantes da Educação Básica, que dizem respeito às seguintes
dimensões: conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; argumen-tação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; e, por fim, responsabilidade e cidadania. Isso significa assumir também que se entende que os processos educativos devem colocar no centro da discussão a aprendizagem dos estudantes e seu desenvolvimento mais amplo, considerando conhe-cimentos mobilizados por processos cognitivos mais complexos e que corroborem com sua atuação e intervenção crítica no mundo.
Cabe mencionar que, em 2009, a Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo elaborou Currículo Bá-sico da Escola Estadual por competências, de acordo com os documentos normativos do Ministério da Educação, sendo usado posteriormente como refe-rência para novas construções em outras secretarias. Desde então, entende-se a necessidade de uma nova organização do trabalho pedagógico, de modo que os profissionais da educação se atentem em seu planejamento de que “não se trata de definir o que o professor irá ensinar ao aluno e sim o que o aluno vai aprender” (ES, 2009, p.29-30).
Nesse sentido, um currículo para Educação Integral é comprometido com a construção intencional de processos educativos que visam o desenvolvimento humano em sua integralidade, superando uma visão disciplinar, e que para isso promovam a interligação dos saberes, o estímulo a sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção do seu projeto de vida e de sua atuação cidadã. Pressupõe ainda a articulação da escola com pais, comunidade e demais instituições e a melhoria qualitativa do tempo na escola para o atendimento à formação integral do sujeito. Neste sentido, esse documento é um referencial para a construção dos projetos pedagógicos das unidades escolares, de modo que possam elaborar em seus contextos propostas que dizem respeito às especi-ficidades de sua realidade.
O Currículo do Espírito Santo assume, ainda, a necessi-dade de proposição de políticas públicas que busquem viabilizar e desenvolver uma educação de qualidade em seus diferentes âmbitos, especialmente políticas de formação de professores, de melhoria das condições materiais e de infraestrutura das escolas, de criação
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e diversificação de materiais didáticos, de valorização docente, de outras formas de organizar o tempo e espaço escolares, e a elaboração de estratégias mais amplas e articuladas para que sejam enfrentados os desafios atuais colocados nos diferentes contextos do território para implementação dessa proposta.
4. EDUCAÇÃO E AS DIVERSIDADES
Guiando-se pelas concepções que regem o Currículo do Espírito Santo, especialmente Educação Inclusiva e Equidade, faz-se necessário também abordar as diversas modalidades de ensino que também são contempladas nesse documento. Trata-se de um olhar para o diverso, não excludente e nem puramente isolado. No dia a dia das nossas escolas, sejam elas de atendimento regular, especializado ou misto das modalidades, estão postas as diferentes realidades de nossos estudantes, que se entrecruzam e nos desafiam a ressignificar práticas educativas visando garantir o direito de todos à educação, como preconiza a Constituição Federal Brasileira de 1988.
Quando a escola regular, indígena ou quilombola tem em seu público estudantes da educação especial, quando a EJA recebe também o jovem em privação de liberdade na escola, quando crianças e jovens do campo, indígenas e quilombolas são atendidos em escolas fora de suas comunidades, entre tantas outras possibilidades de entrecruzamentos, os desafios do fazer escolar se ampliam e reforçam ainda mais a necessidade de uma postura acolhedora e inclusiva, de formação continuada docente e de políticas públicas que deem sustentação à melhoria das condições de atendimento escolar.
Ao mesmo tempo, há que se considerar a luta política pelo reconhecimento e fortalecimento das modalida-des específicas da Educação Básica, historicamente relegadas a segundo plano, haja vista o posiciona-mento recente na história da educação brasileira para a definição de suas diretrizes. Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos na educação escolar e em estabelecimentos prisionais, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilom-bola e educação escolar para estudantes em situação de itinerância são hoje conquistas que precisam ser preservadas e receber aportes para avançarem em quantidade e qualidade de atendimento. Nesse
sentido, o Currículo do Espírito Santo aponta para uma proposta que atenda a essa universalidade, mas que reconhece, respeita e valoriza as diversidades e singularidades que são próprias de cada moda-lidade, visando contribuir para a garantia do direito fundamental à educação de qualidade para todos os estudantes de nosso território, indo ao encontro das perspectivas trazidas pelas Diretrizes Nacionais para a Educação Básica: diversidade e inclusão (BRASIL, 2013).
[...] torna-se inadiável trazer para o debate os princípios e as práticas de um processo de inclusão social, que garanta o aces-so à educação e considere a diversidade humana, social, cultural, econômica dos grupos historicamente excluídos. Trata-se das questões de classe, gênero, raça, etnia, geração, constituídas por categorias que se entrelaçam na vida social, mulheres, afro-descendentes, indígenas, pessoas com defi-ciência, populações do campo, de diferentes orientações sexuais, sujeitos albergados, em situação de rua, em privação de liberdade, de todos que compõem a diversidade que é a sociedade brasileira e que começam a ser contemplados pelas políticas públicas (BRASIL, 2013, p.7).
Desenvolver um trabalho educacional na perspectiva da inclusão social implica assumir um currículo que proporcione o fazer e o pensar práticas pedagógicas comprometidas com a valorização e o respeito à diversidade, com o desenvolvimento integral dos estu-dantes e com os princípios constitucionais de respeito à liberdade e à dignidade humana. Destacamos a seguir algumas das especificidades, especialmente pedagógicas e de contextualização, referentes às diferentes modalidades da educação básica no país a serem consideradas e aprofundadas em seus projetos pedagógicos, bem como nas políticas de formação docente para o atendimento adequado aos estudantes as quais se destinam.
4.1 EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista na proposta político-pedagógica da unidade escolar. Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O que difere,
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entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno. Ela se desenvolve em torno da igualdade de oportunidades, atendendo às diferenças individuais de cada criança através de uma adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os educandos podem ter acesso a uma educação capaz de responder às suas necessidades.
A Educação Especial foi definida como modalidade da educação básica na LDB n.0 9394/96, que também asse-gurou o atendimento a educandos com deficiência em escolas públicas e gratuitas regulares. Essa definição corrobora a perspectiva inclusiva da escola na busca de superar atitudes discriminatórias, que promovem a exclusão, para o desenvolvimento de atitudes acolhe-doras que promovam uma sociedade inclusiva.
A matrícula é um passo importante, entretanto, são necessárias de outras garantias para que se pro-mova de fato a inclusão. Nesse sentido, as Diretri-zes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, instituídas pela Resolução CNE/CEB N.0 2 de 2001, apontam para a necessidade de flexibilização e adaptação do currículo, por meio de metodologias, recursos didáticos e processos de avaliação adequa-dos às características, habilidades e necessidades de aprendizagem, que são únicas em cada educando da Educação Especial.
De acordo com o Decreto N.0 7.611/2011 (BRASIL, 2011), são considerados público-alvo da educação especial as pessoas com deficiência3, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou super-dotação, que, matriculados na escola regular, possuem o direito ao atendimento educacional especializado “compreendido como o conjunto de atividades, re-cursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente” (Art.2.0, §1.0) de forma a complementar ou suplementar as necessidades dos estudantes dessa modalidade, devendo ser realizado, de acordo com a Resolução CNE/CEB N.0 4/2009, em seu Artigo 5.0, “prioritariamente em sala de recursos multifuncionais, no turno inverso da escolarização” (BRASIL, 2009). No caso dos estudantes surdos e com deficiência auditiva, também devem ser observadas as diretrizes e princípios do Decreto N.0 5.626/2005, garantindo seu direito à educação.
Destaca-se, ainda, a necessidade de formação continu-ada para os professores sobre o processo de inclusão, sobre as necessidades educacionais especiais e sobre como se dá o desenvolvimento cognitivo das pessoas em seu processo de aquisição de conhecimentos e, ainda, a importância do apoio de especialistas. Para que alcancemos uma educação democrática que atenda cada aluno na sua singularidade, deve-se incluir os professores, a comunidade escolar e, também, os pais e a sociedade nessa discussão mais ampla e na definição de ações que tenham como fim proporcionar a todo e qualquer aluno um ensino adequado às suas necessidades específicas.
Importante mencionar que para além dos desafios pedagógicos colocados para professores de salas regulares e de recursos multifuncionais, para os quais é necessário prover formação continuada, visando ampliar, aprofundar e disseminar estudos e práticas da educação especial, ainda há que se ter ações pla-nejadas pela gestão das redes de ensino que deem suporte às melhorias materiais, de infraestrutura e de pessoal das unidades escolares, de modo a prover condições adequadas para o atendimento a esses es-tudantes e atender as prerrogativas de acessibilidade, barreiras, comunicação, mobiliário, profissional de apoio escolar, etc., mencionadas no Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei N.0 13.146/2015, para que, além de assegurar essas matrículas, assegurem também a permanência destes alunos, sem perder de vista a intencionalidade pedagógica e a qualidade do ensino.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspec-tiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) orienta para a necessidade de um direcionamento das práticas escolares que promovam a superação da perspectiva excludente por meio do desenvolvimento de ações acolhedoras das diversidades, respeitando o que é próprio de cada estudante. Inclui um novo olhar sobre o pedagógico, mas também o compromisso com a me-lhoria das condições de atendimento, ambos desafios ainda a serem superados na maior parte das redes de ensino. No Currículo do Espírito Santo destacamos, ainda, a necessidade de articulação intersetorial, es-pecialmente com a saúde, para garantir estratégias de identificação e intervenção adequadas à situação de cada estudante dessa modalidade.
3 De acordo com a Lei N.0 13.146/2015, em seu Art.2.0, “considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” (BRASIL, 2015).
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Do ponto de vista curricular, cabe às redes e escolas a definição em seus projetos pedagógicos de obje-tivos, princípios e metas a serem perseguidos pela comunidade escolar em suas ações de atendimento a estudantes da educação especial, resguardando seus direitos, dentre eles o direito de aprendizagem para o desenvolvimento da autonomia e para o exercício pleno da cidadania.
4.2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
De acordo com a LDB N.0 9394/96 (BRASIL, 1996), em seu Art. 37, “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida”. Por tratar-se de um currículo voltado para a educação básica, o documento considera como público a ser atendido por ele, os jovens e adultos que não puderam efetuar os ensinos fundamental e médio na idade regular.
A meta 9 do Plano Nacional de Educação se pro-põe erradicar, até 2024, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Isso significa que ainda há muito a ser feito, uma vez que segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE, 2017) o Brasil ainda possui 11,8 milhões de analfabe-tos, o que corresponde a 7,2% da população com 15 anos ou mais, o que se agrava quando o foco é a população masculina, negra e parda, e com mais de 40 anos. Outro dado alarmante na mesma pesquisa é que apenas 51% da população brasileira possui o ensino fundamental completo até os 25 anos, e 26,3% completou o ensino médio.
Esses dados nos ajudam a revelar algumas facetas do atendimento ao público da educação de jovens e adultos. Trata-se de estudantes que carregam em suas histórias o fracasso e a exclusão escolar e, para além disso, vivências culturais e sociais que ultrapassam àquelas da infância e adolescência, incluindo o compromisso com a família e o trabalho, este geralmente informal. Ainda há que se considerar os estudantes da Educação Especial, que mediante fracassos repetidos e inadequações da escola para seu atendimento, tornam-se público também da EJA. Todo esse quadro de exclusão ao qual são submetidos compromete a participação cidadã desses estudantes no mundo do trabalho, da cultura e da política.
Mediante isso, a educação de jovens e adultos deve propiciar oportunidades educacionais pautadas na inclusão e qualidade social e apropriadas às histó-rias de vida de seus estudantes, visando promover a alfabetização e as demais aprendizagens previstas nesse documento curricular. Em congruência com o Art.5.0, Parágrafo único, da Resolução CNE/CEB N.0 1, de 05 de julho de 2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, a EJA “se pautará pelos princípios da equidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e con-textualização das diretrizes curriculares nacionais”.
Importante mencionar que, para além do atendimento da Educação de Jovens e Adultos no espaço escolar, as Diretrizes Nacionais da Educação Básica incluem também os jovens e adultos em situação de priva-ção de liberdade. Tendo como objetivo estabelecer questões de ordem da política de educação para o sistema penitenciário, o Conselho Nacional de Edu-cação dispõe na Resolução N.0 2, de 19 de maio de 2010, das diretrizes para esse atendimento em nível nacional, devendo atender a “presos provisórios, con-denados, egressos do sistema prisional e àqueles que cumprem medidas de segurança” (BRASIL, 2010). Traz como uma de suas orientações “o desenvolvimento de políticas de elevação de escolaridade associada à qualificação profissional, articulando-as, também, de maneira intersetorial, a políticas e programas destinados a jovens e adultos” (Art.3.0, inciso VI). Re-alizada em parceria com órgãos responsáveis pela política de execução penal, a educação de jovens e adultos em situação de privação de liberdade deve ser organizada de modo a atender as peculiaridades de tempo, espaço e rotatividade da população carcerária, com materiais didáticos e estratégias pedagógicas adequados, inclusive em programas educativos na modalidade de Educação a Distância.
As diretrizes da educação de jovens e adultos em estabelecimentos penais estabelecem parâmetros que visam garantir o direito de aprender de todas as pessoas encarceradas, proporcionando-lhes acesso à educação em seus diferentes níveis e contribuindo para mudar a atual cultura de prisão, na busca de convergir as ações de segurança e de educação para alcançar os objetivos da prisão, que é a recuperação e a ressocialização dos presos.
25EDUCAÇÃO INFANTIL
4.3 EDUCAÇÃO DO CAMPO
A educação do campo é uma modalidade educacional que se destina a atender as populações que produzam suas condições materiais de existência a partir do trabalho no meio rural, como os agricultores fami-liares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos, entre outros, de acordo com a Política de Educação do Campo estabelecida pelo Decreto N.0 7.352/2010. (BRASIL, 2010). A oferta dessa modalidade deve acontecer em escolas situadas em área rural ou em escolas urbanas em que atendam predomi-nantemente as populações do campo.
As escolas do campo possuem identidades muito próprias, vinculadas às questões e temporalidades da terra, da pesca e da floresta que, uma vez vividas e apropriadas pelos seus estudantes, devem ser consideradas na contextualização do currículo e flexibilização da organização escolar, mediante os ciclos de produção próprios da área rural.
Na produção do seu modo de vida convivem também a luta dos movimentos sociais em defesa da terra e de seus trabalhadores, bem como o desenvolvimento tecnológico que alavanca a produção e, ao mesmo tempo, põe em risco o incentivo à agricultura familiar em suas práticas produtivas mais sustentáveis, pro-vocando mudanças nos campos político, econômico e até geracional das questões voltadas ao campo.
Dessa forma, a ação educativa do campo está vincula-da diretamente ao trabalho e aos saberes produzidos nesse modo de vida, incluindo as mudanças que dele ocorrem com o tempo, o que dá abertura a quebra da ideia de uma zona rural idealizada para aquela praticada em que seus aspectos sociais, políticos, ambientais, culturais, de gênero, de etnia, entre ou-tros; que compõem também sua diversidade, a ser reconhecida e valorizada nas práticas e projetos pedagógicos escolares.
Importante destacar que a adequação de conteúdos e metodologias para os alunos do campo não deve levar a uma diminuição ou oposição ao que é trabalhado nas escolas urbanas, uma vez que as aprendizagens essenciais são comuns a todos os estudantes do nosso território. Trata-se de identificar o que é próprio de
sua identidade e adequar os projetos pedagógicos de cada escola com a participação da comunidade esco-lar, visando valorizar suas especificidades bem como adequar metodologias e recursos a sua realidade para promover a aprendizagem significativa. Para finalizar, mediante as particularidades do contexto rural e as diversidades que o compõem, faz-se necessária uma política de formação de professores para atuação nas escolas do campo, que dialogue com a forma de ser e agir de cada comunidade e promova as garantias da educação a que tem direito.
4.4 EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena foram estabelecidas pela Resolução CNE/CEB N.0 5/2012, e buscam garantir as especifici-dades dos processos educativos indígenas mediante as diretrizes das demais etapas e modalidades da educação básica, que também orientam seu funcio-namento e organização em termos gerais.
Em suas diretrizes específicas, preconiza a garantia do direito à educação escolar diferenciada às comu-nidades indígenas, com qualidade social e pertinência pedagógica, cultural, linguística, ambiental e territorial, respeitando as lógicas, saberes e perspectivas dos próprios povos indígenas (Art.2.0, inciso VII), de modo que a escola seja um local de afirmação de identi-dades e pertencimento étnico. Oferecida em institui-ções próprias, contemplando todas as modalidades da educação básica, a educação escolar indígena deve pautar-se nos princípios da igualdade social, da diferença, da especificidade, do bilinguismo e da interculturalidade, valorizando suas línguas e conhe-cimentos tradicionais, o que corrobora as concepções da diversidade do Currículo do Espírito Santo.
Destaca a proposta político-pedagógica como um importante instrumento da autonomia e da identidade escolar, sendo um importante referencial na garantia da educação escolar diferenciada, estabelecendo a relação dos princípios e objetivos específicos da educação indígena com as diretrizes gerais da edu-cação básica nacional, de modo que contribua para a continuidade sociocultural dos grupos indígenas em seu território e viabilizem seus projetos de bem viver.
As Diretrizes para Educação Escolar Indígena reforçam ainda a importância da formação de professores indí-genas pertencentes às suas respectivas comunidades,
26 EDUCAÇÃO INFANTIL
para atuarem como docentes e gestores das unidades escolares de seus territórios, sendo “importantes in-terlocutores nos processos de construção do diálogo intercultural, mediando e articulando os interesses de suas comunidades com os da sociedade em geral e com os outros grupos particulares, promovendo a sistematização e organização de novos saberes e práticas” (Art. 19, § 1.0).
4.5 EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA
As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola na Educação Básica foram de-finidas pela Resolução CNE/CEB N.0 8/2012, que em seu Art. 4.0 define os quilombolas como povos ou comunidades tradicionais, sendo:
I - grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais; II - possuidores de formas próprias de or-ganização social; III - detentores de conhecimentos, tec-nologias, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição; IV - ocupantes e usuários de territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica (BRASIL, 2012).
Mediante suas especificidades reconhecidas, propõe que as etapas e níveis da educação básica para os quilombolas devem ser ofertados em estabelecimen-tos de ensino localizados em suas comunidades ou próximas a elas mas que recebam estudantes oriun-dos desses territórios. Define ainda que a educação quilombola deve garantir aos estudantes “o direito de se apropriar dos conhecimentos tradicionais e das suas formas de produção de modo a contribuir para o seu reconhecimento, valorização e continuidade” (Art. 1.0, § 1.0, inciso V).
Para isso, entende-se a necessidade de organização didático-pedagógica própria, que atenda as necessida-des dessas comunidades e contextualize as propostas educacionais considerando as especificidades desse povo, valorizando suas memórias coletivas, línguas remanescentes, marcos civilizatórios, práticas culturais, tecnologias e formas próprias de produção do trabalho, acervos e repertórios orais, patrimônio cultural e sua territorialidade. Preconiza-se, ainda, a necessidade da construção de projetos pedagógicos com o envolvimen-
to e participação da comunidade escolar e pautados nos princípios específicos da modalidade, de modo a valorizar em sua contextualização curricular os saberes e as práticas gerados e vividos em seus territórios, o fortalecimento de suas identidades, cultura, lingua-gens e práticas religiosas, bem como o conhecimento e promoção da identidade étnico-racial africana e afro-brasileira ressignificada em suas comunidades.
4.6 EDUCAÇÃO ESCOLAR PARA ESTUDANTES EM SITUAÇÃO DE ITINERÂNCIA
De acordo com as Diretrizes para o atendimento de educação escolar para as populações em situação de itinerância, definidas na Resolução CNE/CEB N.0 3/2012, os estudantes em situação de itinerância são aqueles “pertencentes a grupos sociais que vi-vem em tal condição por motivos culturais, políticos, econômicos, de saúde, tais como ciganos, indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acampados, circenses, artistas e/ou trabalhadores de parques de diversão, de teatro mambembe, dentre outros” (BRASIL, 2012). Para ter seus direitos de acesso e permanência garantidos, as redes de ensino precisam acolher as especificidades desses estudantes, desenvolvendo práticas educativas adequadas a sua realidade e necessidades, bem como ajustando processos de registro desses alunos para que tenham sua vida escolar regularizada e tendo preservado seu direito à educação e ao desenvolvimento pleno.
5. MATRIZ DE SABERES
[...] sustento que não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torne possível como ato.
Humberto Maturana
Como estabelece a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988, a educação visa o desenvolvimento pleno do ser humano. Para darmos mais um passo nessa direção, o Currículo do Espírito Santo define uma matriz de saberes com a qual as áreas de conhecimento devem se comprometer ao longo de toda Educação Básica.
Uma educação voltada para a integralidade do sujeito em suas dimensões cognitivas, sociais, emocionais, físicas, políticas e culturais pressupõe assumir uma
27EDUCAÇÃO INFANTIL
matriz de saberes pautada em concepções sobre ser, conhecer, fazer e conviver, conforme Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI da Unesco, coordenada por Jacques Delors (DELORS, 2003), que sustentam as relações entre os objetivos e direitos de aprendizagem, as competên-cias e habilidades, em direção ao desenvolvimento da autonomia, que, reforçando a concepção assumida
nesse documento, compreende também sua res-ponsabilidade ética, histórica, política e social com o outro e com o mundo.
A proposta da matriz de saberes é contribuir para formar cidadãos para uma sociedade mais demo-crática, inclusiva e sustentável, e que se traduz na construção abaixo.
A matriz de saberes fortalece os olhares e as práticas metodológicas, contextualizadas e integradoras, dos profissionais da educação, de modo a dar intencio-nalidade às ações já realizadas nas escolas e enten-didas como necessárias e traduzidas pelas escutas
de professores, estudantes, gestores e pais da rede pública de ensino do Espírito Santo. Ela direciona o trabalho em todos os componentes curriculares, não apenas naqueles que tem mais proximidade com al-gum elemento da integralidade, permitindo processos
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conflitos
Resistir apressões sociais
Saber procurar eoferecer ajudaDesenvolverrelacionamentos
OtismismoEntusiasmoProatividade
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emocionalPerseverança
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Entender e apreciar a diversidadee as diferenças
Aprender e desenvolver
interesse por conviver,
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Iniciar,desenvolver
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educativos compromissados com o desenvolvimento pleno em toda a trajetória escolar.
A matriz de saberes contempla, para além das escutas, as competências gerais definidas na Base Nacional Comum Curricular, bem com as competências tecno-lógicas, que se inter-relacionam e se desdobram nas e entre as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio).
A matriz de saberes considera os seguintes pilares:
5.1 APRENDER A CONHECER
O aprender a conhecer aborda a aquisição de instru-mentos do conhecimento que possibilitem aos sujeitos de aprendizagem o desejo por compreender, conhecer e descobrir, que inclui o conhecimento científico e o estímulo ao desenvolvimento do pensamento investi-gativo, crítico e criativo, a predisposição em aprender e a estabelecer processos de aprendizagem que o acompanhem e continuem em desenvolvimento ao longo da vida.
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O pensamento investigativo, o crítico e o criativo ampliam as possibilidades ou alternativas para tomar decisões, propor soluções, articular informações, de-cidir no que acreditar, avaliar se uma argumentação, procedimentos ou resultados são viáveis. Identificam hipóteses, implícitas ou explícitas na argumentação, e rejeitam conclusões e pensamentos tendenciosos, avaliando a credibilidade das fontes de informação. Esses são alguns elementos importantes ao raciocínio.
A flexibilidade cognitiva e a metacognição são impor-tantes para que todos estejam conscientes acerca do processo de aprendizagem, exerçam equilíbrio sobre ele, de forma a ajustá-lo em suas expectativas e ne-
cessidades. Esses são alguns elementos importantes ao aprender a aprender.
A curiosidade e a valorização das manifestações artísticas despertam a vontade de conhecer coisas novas, apreciar e dar valor as manifestações artísticas e culturais do seu e de outros grupos sociais. Esses são alguns elementos importantes ao interesse por aprender.
5.2 APRENDER A FAZER
Aprender a fazer envolve uma série de conhecimentos ligados à capacidade de realização.
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O interesse pelo diálogo, a escuta ativa e a assertivida-de são importantes para a expressão de sentimentos e crenças de forma transparente, considerando o contexto social, bem como a disponibilidade de ouvir a outra pessoa com atenção e respeito. Envolvem estar atento para tudo que a outra pessoa está transmitindo, tanto verbalmente quanto não verbalmente. Esses são alguns elementos importantes à comunicação.
A tomada de decisão, a resolução de problemas, a liderança, a colaboração, a cooperação e o trabalho em rede são importantes para o empenho mútuo e coordenado de um grupo de participantes a fim de solucionar um problema, tornando-os capazes de identificar vantagens e desvantagens das alternativas encontradas nas resoluções de problemas, assumindo as responsabilidades pelas escolhas feitas. Esses
são alguns elementos importantes para o trabalhar em grupo.
O otimismo, o entusiasmo, a proatividade e o locus interno de controle estimulam o alcance e a busca de novas perspectivas de futuro. Está relacionado a envolver-se ativamente com a vida e com outras pessoas com vistas a possíveis mudanças em suas trajetórias. Esses são alguns elementos importantes para o protagonismo. 5.3 APRENDER A CONVIVER
Os relacionamentos nos conduzem a reflexão e pos-sibilitam desenvolver: interesse por conviver, solidari-zar-se com pessoas, sentimento de pertencimento e inclusão das diferenças e das diversidades.
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Resistir a pressões sociais, saber procurar e oferecer ajuda e desenvolver relacionamentos contribuem para o amadurecimento de todas as dimensões humanas, o respeito frente às diferenças e diversidades em suas singularidades e pluralidades, com maior capacidade de enfrentamentos por meio de argumentos de suas convicções, de forma resiliente. Esses são alguns elementos importantes para iniciar, desenvolver e manter relacionamentos significativos.
Espírito gregário, desenvolvimento de pertencimento, identidades com grupos, protagonismo social, empatia, solidariedade, resolução de conflitos promovem o gos-to de estar e conviver com pessoas, sentindo-se parte de grupos e comunidades. Ter atitudes voltadas para a melhoria da comunidade, mobilizando as pessoas para essa causa, compreendendo os sentimentos, pensamentos e emoções do outro para que esse sinta-se melhor, sendo capaz de resolver os conflitos inevitáveis, com base na compreensão mútua, no diálogo e na consciência da interdependência entre pessoas e grupos, em busca da cultura pela paz. Esses são alguns elementos importantes para aprender e
desenvolver interesse por conviver, se relacionar e se solidarizar com pessoas.
Respeitar o outro, valorizar a diferença e a abertura ao novo são importantes para celebrar e ter orgulho da diversidade, reconhecendo que o outro existe, é diferente e tem tanto direito de existir quanto todos os outros seres do planeta. Possibilitam a oportunidade para o autoconhecimento e para realizar coletivamente o que não pode ser realizado de maneira solitária. Trata-se de uma educação voltada a lutar contra preconceitos e violências, mediar conflitos e valorizar a cultura da paz e do bem viver. Esses são alguns elementos importantes para entender e apreciar a diversidade e as diferenças.
5.4 APRENDER A SER
Segundo Delors (2003) “...a educação é antes de mais nada uma viagem interior, cujas etapas correspon-dem às da maturação contínua da personalidade”. A parte mais importante desse processo talvez seja o “conhecimento de si mesmo para se abrir, em seguida, à relação com o outro”.
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Autoconhecimento
Autoproposição
Autotelia
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Autoconfiança
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Entender e apreciar a diversidadee as diferenças
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O autoconhecimento, a autoproposição, a autoestima e a autoconfiança são importantes para conhecer suas próprias virtudes e fortalezas, assim como fragilida-des e potencialidades. Envolve conhecer os próprios valores, crenças e entender como se sente em cada situação e o porquê. Envolve, também, reconhecer como se é percebido por outras pessoas e poder traduzir seus próprios sonhos e desejos num projeto de vida, coerente com seus valores e crenças, interes-ses e potencialidades. Abrange a crença na própria capacidade de realizar determinadas atividades. Esses são alguns elementos importantes para a construção do projeto de Vida.
Foco, organização, gestão emocional, perseverança, resiliência e autodeterminação são importantes para concentrar a atenção nas ações planejadas, resistir a interesses imediatos, saber se organizar e ser cuidadoso com os recursos que dispõem, gerenciar suas emoções a fim de expressar seus sentimentos em diferentes contextos e situações, não desistindo mesmo quando as dificuldades surgem ou se tor-nem desconfortáveis. Torna capaz de se fortalecer em situações difíceis. Esses são alguns elementos importantes para a execução do projeto de vida.
6. TEMAS INTEGRADORES
Os temas integradores entrelaçam as diversas áreas de conhecimento que compõem o Currículo do Espírito Santo e trazem questões que atravessam as experi-ências dos sujeitos em seus contextos de vida, ações no público, no privado e no cotidiano. Compreende aspectos para além da dimensão cognitiva, dando conta da formação social, política e ética e que considera e valoriza as diversas identidades culturais.
São temáticas a serem abordadas nas diferentes etapas da Educação Básica, e em todas as moda-lidades. Devem ser vivenciadas e praticadas pelos estudantes nos diversos espaços que ocupam, são mais que temas transversais ou multidisciplinares, transbordam quando praticadas no cotidiano da comunidade, pátio, ponto de ônibus e reunião entre amigos. São doze os temas integradores considera-dos na Base Nacional Comum Curricular: Direito da criança e do Adolescente; Educação para o Trânsito; Educação Ambiental; Educação Alimentar e Nutricional; Processo de Envelhecimento, Respeito e Valorização
do Idoso; Educação em Direitos Humanos; Educação das Relações Étnico-Raciais e Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena; Saúde; Vida Familiar e Social; Educação para o Consumo; Educação Financeira e Fiscal; Trabalho, Ciência e Tecnologia; Diversidade Cultural.
O Currículo do Espírito Santo propõe pensar a BNCC como referencial para a elaboração de uma proposta que considera singularidades, novos problemas e questões a serem incorporadas, de acordo com as características de cada região. Nesse sentido, no processo de elaboração do documento, surgiu a ne-cessidade de acrescentar novos temas integradores e retomar alguns já propostos na BNCC com um olhar crítico e que se percebem as variações específicas do nosso Estado. Os novos temas integradores incluídos pelo Currículo do Espírito Santo são: Trabalho e Rela-ções de Poder, Ética e Cidadania; Gênero, Sexualidade, Poder e Sociedade; Povos e Comunidades Tradicio-nais; Educação Patrimonial; Diálogo Intercultural e Inter-religioso. Propõe, ainda, a alteração dos temas Educação para o Consumo e Diversidade Cultural, já existentes na Base, para Educação para o Consumo Consciente e Diversidade Cultural, Religiosa e Étnica, respectivamente. São temas que envolvem aprender sobre a sociedade atual, mudar comportamentos que comprometem a convivência democrática e estabele-cer propostas de políticas públicas no futuro próximo.
6.1 OS TEMAS INTEGRADORES NO CURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO
O tema Direito da Criança e do Adolescente está em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) e deve ser considerado na Educação Básica, fazendo parte de práticas pedagógi-cas cotidianas. Em todas as áreas de conhecimento, o estudante deve vivenciar a cidadania de maneira participativa, conhecendo e praticando seus deveres e direitos.
Como cidadão, assumimos diversos papéis, entre eles, o de pedestre, passageiro, condutor. O trânsito mata todos os dias. Mudanças ocorrem quando comporta-mentos são revistos de forma crítica. Assim, o Parecer CNE/CEB N.0 22/2004 solicita a inclusão da Educação do Trânsito no currículo das escolas e o apresenta como tema transversal, em todos os níveis de ensi-no. A educação no trânsito não compreende apenas
33EDUCAÇÃO INFANTIL
ensinar regras de circulação, mas, também, formar cidadãos participativos, responsáveis, autônomos e envolvidos com a preservação da vida.
É urgente a tomada de consciência pelas pessoas em relação ao mundo em que vivem, sobretudo, diante de comportamentos que reforçam desperdícios, racis-mos, preconceitos e extremismos. Nesse contexto, as questões ambientais adquirem caráter fundamental para nossa sociedade. O Currículo do Espírito Santo pretende contribuir na formação cidadã de sujeitos conscientes de seus papeis sociais. A Resolução CNE/CP N.0 2/2012, estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental e o Espírito Santo avança nessa direção ao instituir o Programa Estadual de Educação Ambiental (2017), fruto de um processo democrático com a participação ampla da sociedade capixaba, com o objetivo de promover o desenvolvimento socioambiental que garanta quali-dade às gerações futuras. O maior objetivo é tentar criar uma nova mentalidade em relação ao uso dos recursos oferecidos pela natureza, criando assim um novo modelo de comportamento, buscando um equilíbrio entre o homem e o ambiente.
Do mesmo modo, a Educação Alimentar e Nutricional apresenta-se como fundamental para mudanças de comportamentos sociais que prejudicam os sujeitos e o ambiente. É tema integrador por romper fronteiras, promover intercâmbios entre diferentes conhecimen-tos e saberes acadêmicos e populares. Propõe en-frentar a obesidade e mudar hábitos alimentares que levam a doenças e morte. O diálogo dessa temática com a cultura, a sustentabilidade, a antropologia, o meio ambiente, a saúde e a gastronomia acarretam mudanças de atitudes e estão em discussão nos três documentos normativos e orientadores acerca das políticas e ações de Educação Alimentar e Nutricional: o Marco de Referência de Educação Alimentar para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012), o Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014) e a Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade (2014).
Ao abordar o Processo de Envelhecimento, Respeito e Valorização do Idoso desenhamos uma educação que cultiva cidadãos participativos e críticos à sociedade do tempo presente, na medida em que o envelhecimento vem se cristalizando como problema social e político no país e no Espírito Santo. Foram desenvolvidos meios legais para garantir a dignidade humana, com vistas
à ampliação de direitos à pessoa idosa e proteção social, como o combate à violência, preconceito e qualidade de vida. O currículo do Espírito Santo é condutor de ações que se destinam a assegurar o exercício dos direitos e deveres sociais e individuais, além de combater preconceitos e estabelecer re-lações por meio da legislação, como o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003), que almeja dignidade humana a todos os sujeitos.
A Educação em Direitos Humanos permite a forma-ção de sujeitos ativos ao trazer conhecimentos que questionam e refletem a realidade social, histórica e cultural em que estamos inseridos. Assim, atores ativos e participativos geram transformação social e desenvolvem habilidades, potencialidades e consciên-cia crítica. As diferenças sociais estão expostas em nossa sociedade como a miséria, pobreza extrema, intolerância religiosa, étnica e de gênero, condição social e deficiência, e estabelecem perigosos este-reótipos. Diante dessa realidade, a Resolução CNE/CP N.0 1/2012 constitui as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, como tema integrador que permite autotransformação e mudança social, política e econômica.
O Brasil, ao longo de sua história, estabeleceu um modelo de desenvolvimento excludente, reconhecendo a existência de preconceitos étnicos. É tempo de va-lorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra, indígena e de seus descendentes. Estabelecer o tema integrador Educação das Rela-ções Étnico-Raciais e Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena significa buscar compreender valores e lutas dessas etnias e refle-tir com sensibilidade as formas de desqualificação criadas pelas classes dominantes ao longo do tempo. Buscando compreender as relações étnico-sociais, rumo à reparação histórica, a Lei N.0 11.645, de 2008, inclui no currículo oficial da rede de ensino do país a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Ressaltamos, ainda, a importância da Resolução CNE/CP N.0 1/2004, que institui as diretrizes curriculares nacionais que devem ser observadas, sobre este tema, pelas instituições que atuam em todos os níveis e modalidades da educação no país.
No documento curricular do Espírito Santo, visando à formação cidadã de forma global e abrangente, a abordagem do tema Saúde pretende que se desen-
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volvam atitudes necessárias a uma vida saudável, nos diversos modelos de família e em outros ambientes e grupos sociais, como a escola. Em consonância com a diversidade de formações familiares presente na atualidade, a Vida Familiar e Social é tema integra-dor que busca compreender a realidade social, os direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva e com a afirmação do princípio da participação política.
Quanto ao tema Educação para o Consumo, adiciona-mos a palavra ‘Consciente’, para marcar criticamente a percepção de uma sociedade que alimenta o consumo de forma descontrolada e não pratica de maneira efetiva programas que diminuam os desperdícios e os resíduos dessa prática sócio, emocional, alimentar, físico e material na sociedade do século XXI.
O tema Educação Financeira e Fiscal consiste na pers-pectiva de incentivar os estudantes a desenvolverem a prática do consumo consciente, através de compor-tamentos financeiros autônomos e saudáveis, como construir uma vida mais equilibrada e sustentável sob o ponto de vista financeiro, afetando diretamente a vida do estudante e da comunidade local. Dessa forma, as futuras gerações serão beneficiadas.
Em Trabalho, Ciência e Tecnologia os sujeitos são considerados como protagonistas em processos que garantam o bem-estar social e coletivo, a partir de novos caminhos e políticas que oportunizem aos estudantes o direito de discutir, pensar e criar no mundo do trabalho.
Para que a tolerância e o respeito as diversidades sejam promovidos, se faz necessária a presença do tema Diversidade Cultural, Religiosa e Étnica. Arnaldo Antunes (1996) afirma musicalmente que “aqui so-mos mestiços, mulatos, cafuzos, pardos, mamelucos, sararás-crioulos, guaranisseis e judárabes. rientu-pis, orientupisameriquítalos, lusos, nipos, caboclos, orientupisiberibárbaros, indo- ciganagôs, somos o que somos - inclassificáveis”. O Espírito Santo com-preende uma mistura étnica, cultural e religiosa que é materializada nos versos do músico. Infelizmente, casos de intolerâncias causam exclusão e mortes. A superação dessas desigualdades acontece pelo conhecimento e reconhecimento do outro. Valores como a tolerância, a ética, a honestidade, o respeito, o exercício crítico da cidadania e compreensão das diferenças requerem autonomia intelectual e critici-
dade em relação à cultura hegemônica.
Na mesma concepção, apresentamos o tema Trabalho e Relações de Poder, norteador de reflexões críticas que ressaltem as relações de poder e de dominação no processo de socialização e hierarquização no mundo do trabalho. No espaço da casa, na produção agrícola, na cidade, nas indústrias, no trabalho formal e informal, no uso de tecnologias, no mercado e na sociedade em geral, as relações humanas compreendem um conjunto de atitudes que estruturam relações de poder e de desigualdade, e que precisam ser analisadas e enfrentadas de forma crítica.
O tema Ética e Cidadania é emergente e urgente de reflexão para uma sociedade cheia de contradições como a nossa. As atitudes dos indivíduos e as relações estabelecidas, os direitos políticos, sociais e civis merecem e precisam ser atravessados por todas as áreas de conhecimento, uma vez que milhões de brasileiros vivem em situação de pobreza extrema, a taxa de desemprego aumenta no país, há um baixo nível de alfabetização e a violência vivida na sociedade aumenta gradativamente por conta dos radicalismos e desrespeito à diversidade.
A adição do tema Gênero, Sexualidade, Poder e So-ciedade decorre de o fato da sociedade brasileira carregar uma marca autoritária: já foi uma socieda-de escravocrata, além de ter uma larga tradição de relações políticas paternalistas e clientelistas, com longos períodos de governos não democráticos. Até hoje é uma sociedade marcada por relações sociais hierarquizadas e por privilégios que reproduzem um altíssimo nível de desigualdade, injustiça e exclusão social.
Os estudos de gênero surgem entre as décadas de 1970 e 1980 como uma forma de interpretar os sabe-res que são construídos socialmente com base nas diferenças percebidas entre os sexos (SCOTT, 1995). A categoria de análise gênero aponta que, conforme os interesses presentes em cada sociedade e época, se produzem delimitações sobre os comportamentos desejáveis ou não, implicando nas possibilidades de acesso à educação e ao trabalho, nas maneiras de se vivenciar os afetos e a sexualidade. Essas diferen-ciações são ainda significativas para compreender o fato de uma pessoa ser alvo e tolerar uma violência porque o gênero assim o determina. É o caso de mu-lheres que são vitimadas e mortas por seus parceiros
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ao decidirem, por exemplo, romper com a relação, pois há um entendimento de que o casamento e o cuidado com a casa e com os filhos são espaços de realização, por excelência, femininos, e de que os homens têm poderes sobre as mulheres, podendo recorrer à violência nos casos em que sintam seu papel de provedor e chefe da família ameaçado ou que identifiquem um desvio da norma por parte das mulheres. Nesse sentido, o gênero é fundamental para compreendermos a cultura patriarcal que caracteriza a sociedade capixaba e que estabelece uma hierarquia entre os gêneros, fazendo com o que o Espírito Santo figure entre os estados que mais matam mulheres no país, conforme demonstra o último Mapa da Violência, publicado por Julio Waiselfisz (2015).
Correspondem aos Povos e Comunidades Tradicionais os grupos culturalmente diferenciados, que possuem condições sociais, culturais e econômicas próprias, mantendo relações específicas com o território e com o meio ambiente no qual estão inseridos. No Espírito Santo, as singularidades encontradas me-recem ser demarcadas no documento curricular de forma integralizada, buscando o respeito, o princípio da sustentabilidade e a sobrevivência desses povos e comunidades, no que diz respeito aos aspectos físicos, culturais e econômicos, assegurando a per-manência das próximas gerações. Em nosso estado evidenciamos a presença dos ciganos, quilombolas, indígenas, pescadores artesanais, povos de terreiros e pomerano. O decreto N.0 6.040, de 2007, institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais e ampara o projeto de lei N.0 367, de 2015, que estabelece as diretrizes e os objetivos para as políticas públicas de reconhecimento, valorização e respeito à diversidade socioambiental e cultural dos povos e comunidades tradicionais, fortalecendo o diálogo, a participação desses sujeitos nos processos de formação educativos.
Uma gíria, afinar o cavaco, bater o tambor, contar um causo ou história de pescador, aquela velha construção, a receita de bolo de cenoura ou de uma boa moqueca, a feira, a rua, a cadeira, o quadro na parede, celebrações e manifestações folclóricas, uma paisagem, a velha canção de amor, de rap ou de ninar, o museu queimado. Tudo isso faz parte do patrimônio cultural brasileiro e do Espírito Santo. Demarcamos como tema fundamental a Educação Patrimonial, para colaborar no reconhecimento, valorização e preser-vação por parte da sociedade atual. Os processos
educativos oriundos dessa proposta devem buscar a construção coletiva do conhecimento, por meio do diálogo, de visibilidade, de combate ao preconceito, intolerâncias e da ocupação desses espaços, além de disseminar noções importantes e abrangentes de Patrimônio.
Por fim, mas sem esgotar outras possibilidades de te-mas integradores nas práticas cotidianas das escolas, apresentamos o último tema elencado pelo Currículo do Espírito Santo. Em uma época marcada pela plura-lidade de ideias religiosas e multiculturais, o Diálogo Intercultural e Inter-Religioso, baseado no respeito, no crescimento mútuo e nas relações baseadas em igualdade entre diferentes culturas, etnias e religiões, torna-se fundamental no combate aos preconceitos e às intolerâncias em vista de uma ética mundial. Não basta aceitar a diversidade, é necessário estabelecer com ela o diálogo construtivo.
7. A DINÂMICA EDUCATIVA
A dinâmica educativa é composta por um conjunto de elementos que, articulados de modo intencional, oferecem as condições para que o currículo de fato aconteça dentro da escola, tanto o currículo prescrito, construído como parte integrante de uma política pública que visa oferecer melhores condições de aprendizagem e desenvolvimento, como aquele que nasce da vida que é produzida dentro das escolas cotidianamente. Dentre esses elementos encontram-se aqueles que compõem o fazer pedagógico, que se revela no planejamento, na definição de metodologias, recursos, espaço e tempo escolares e na avaliação; assim como aqueles que se estabelecem nas rela-ções construídas entre os participantes desse fazer, especialmente o professor e os alunos, e a família.
O ato de planejar implica atribuir sentido e intenciona-lidade à prática educativa. Portanto, refere-se a tomar decisões que sejam coerentes com as competências que o currículo prescreve e as que os educadores desejam desenvolver, com as habilidades e objetivos educativos, com as características e as necessidades dos estudantes das diferentes etapas e modalidades, para nortear as ações que serão propiciadas a elas: experiências variadas, ricas, interessantes e pro-gressivamente mais complexas, que lhes permitam investigar, explorar, levantar hipóteses, relacionar-se
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e desenvolver sua capacidade cognitiva, intuitiva, crítica e criativa, para dessa maneira construir novos conhecimentos.
É importante considerar que, embora as diretrizes pedagógico-curriculares da instituição sejam a base para o planejamento das atividades cotidianas do pro-fessor, é pela influência das ações planejadas por ele que os conteúdos são ressignificados e transformados em conhecimentos. Esses saberes são, intencional-mente, adequados em função das necessidades, das demandas de aprendizagem, para o desenvolvimento das competências cognitivas, habilidades comunica-tivas, sociais e emocionais da criança.
Além disso, a ressignificação do currículo possibilita ao professor conferir flexibilidade ao mesmo, para que atenda, com um ensino de qualidade, a todas as crianças, tanto os com altas habilidades, quanto os que apresentam limitações e dificuldades. Para contemplar às necessidades coletivas e individuais de aprendizagem poderão ser feitos ajustes curriculares e planos individuais de ensino.
Portanto, o currículo escolar é importante para ga-rantir articulação das experiências e os saberes das crianças, com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, num tempo e num espaço, mediados pelo professor. É papel da instituição refletir sobre as dimensões temporais e espaciais, no planejamento das atividades didáticas, observando os eixos impor-tantes para o desenvolvimento de ações e práticas pedagógicas, que auxiliem tanto aos professores nos processos de ensino quanto às crianças nos processos de aprendizagem.
O tempo da aprendizagem não é o tempo de “passar o conteúdo”. Ele diz respeito às vivências necessá-rias para que os estudantes consigam estabelecer pontes, ter dúvidas, expor seus pontos de vista, fazer e refazer, relacionar-se com o outro aprendiz, aces-sar o conhecimento por meio de diferentes vias. Na educação infantil os campos de experiência já trazem em si os pontos de contato entre diferentes áreas de conhecimento, de maneira integrada. No ensino fundamental, há um exercício no organizador curricular de apontar essas interseções, estimulando os professores a estabelecerem o diálogo entre os diferentes componentes curriculares ao trabalhar os objetos de conhecimento e as atividades necessárias
para o desenvolvimento das habilidades previstas. A integração entre componentes curriculares pode acontecer no tempo de aula, mas também em outras atividades escolares como feiras de ciências, jogos escolares, olimpíadas do conhecimento, festivida-des, entre outros, podendo extrapolar, inclusive, a organização seriada comum a maioria das escolas, propondo a alunos de diferentes anos e idades pos-sam se relacionar e produzir conhecimento juntos.
A transformação dos tempos e dos espaços escolares produz uma relação de pertencimento dos estudantes com a instituição, criando oportunidades para que eles se apropriem dos espaços institucionais e possam encontrar e deixar neles suas marcas identitárias. As atividades de aprendizagem podem acontecer em sua grande parte em salas de aula, mas devem explorar outros espaços, muitas vezes esquecidos na escola. É preciso reconhecer o potencial de uso pedagógico de todos os espaços escolares. A biblioteca, o pátio, a quadra, o refeitório, os corredores e os laboratórios podem e devem ser usados, de modo intencional, para promover uma dinamicidade diferente, lúdica, explo-ratória, que permita outros movimentos dos corpos, para promover aprendizagem. Do mesmo modo, é possível promover mais e melhores aprendizagens fora da escola, em museus, praças, centros culturais, cinema, concertos, espaços políticos, bibliotecas, observatórios, reservas ambientais, festas locais, monumentos históricos, órgãos públicos, empresas, entre outros, estimulando o acesso ao conhecimento científico, cultural, ambiental, político, do trabalho e social.
Para contemplar a singularidade de cada estudante na construção do seu percurso formativo é necessário que os educadores detenham um amplo conhecimento das múltiplas formas pelas quais as crianças e jovens aprendem e se desenvolvem e, consequentemente, de uma pluralidade de estratégias e intervenções que podem ser colocadas em prática a partir de suas necessidades, interesses e dos objetivos de apren-dizagem e desenvolvimento definidos no currículo.
Destacam-se, especialmente, metodologias que permi-tam a integração ou aproximação dos conhecimentos de diferentes áreas e componentes, favorecendo seus pontos de contato de modo significativo e promovendo experiências de aprendizagem que tenham como propósito o desenvolvimento integral dos estudantes. Nesse sentido, torna-se importante explorar diferen-
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tes tipos de dinâmica de trabalho, sejam em grupos, duplas, individualmente, ou mesmo coletivos, com abordagens que oportunizem o envolvimento dos estudantes, promovam o diálogo e a convivência, o trabalho colaborativo, a qualidade da relação profes-sor-aluno, a construção do conhecimento provocada pela problematização, o uso de projetos para colocar em ação os saberes, entre outras formas de trabalho pedagógico que contribuam para favorecer mais e melhores aprendizagens.
Adiciona-se às metodologias, o papel fundamental exercido pelos recursos. Mais que apoio, devem ser vis-tos como um dos elementos que realizam a mediação dos estudantes com o conhecimento. Dessa forma, as propostas de trabalho pedagógico devem considerar recursos variados, como jogos, materiais concretos, materiais de experimentação, de manipulação, além dos recursos tecnológicos que podem ser usados para enriquecer o trabalho do professor, nas explicações que se fazem necessárias, como também para pos-sibilitar que os estudantes explorem o conhecimento de diferentes formas, seja no acesso à informação, na pesquisa, na produção de conhecimento, no seu compartilhamento e, até mesmo, no estabelecimento de contato remoto com outras escolas, estudantes, profissionais, etc.
No processo de efetivação das estratégias e uso dos recursos planejados, a relação professor-aluno também precisa ser cuidada. O professor, que exerce um importante papel como mediador e facilitador da aprendizagem, precisa conhecer os alunos, seus modos de aprender, seus talentos e dificuldades, exercitando um olhar atento para acolher o aluno, de modo que o sentimento de pertencimento faça parte de todos que da escola participam. Ao reconhecer e valorizar a diversidade de cada sujeito, que é singular, é possível direcionar o processo de ensino-aprendizagem ao desenvolvimento das capacidades e aprendizagens esperadas, estabelecendo uma relação mais hori-zontal, onde o diálogo e a participação, princípios de atitudes democráticas, façam parte das interações que acontecem na escola. Portanto, trata-se de orga-nizar o trabalho pedagógico e de construir relações positivas, em que a autoridade não se confunda com autoritarismo, permitindo que relações dialógicas sejam construídas entre o professor mediador e o estudante protagonista.
Ainda no fazer educativo, destacamos o papel da
avaliação da aprendizagem, como um processo que integra o planejamento, as estratégias, os tempos e espaços, e os recursos. Como poderá ser visto em tópico específico dessa temática, devido a sua impor-tância, ela deve perpassar todo o percurso formativo do aluno, com ações diagnósticas e reguladoras, que permitirão o alcance de melhores resultados pelos estudantes, se consideradas como balizadoras das decisões docentes e de análise da sua própria prática.
Por fim, na dinâmica educativa, destaca-se, ainda, o papel da família na escolarização básica, especial-mente na educação infantil e ensino fundamental regulares e nas diferentes modalidades. A formação plena da criança e dos adolescentes, de acordo com os princípios legais, requer esforços integrados, com-promissos e compartilhamento de responsabilidades entre famílias, instituições de educação e a sociedade, a fim de assegurar que seus direitos sejam respei-tados. Assim, família e escola devem comungar dos mesmos objetivos e propostas de formação integral, que consistem no desenvolvimento cognitivo, físico, cultural, social, emocional e político, constituindo sua identidade e autonomia.
Por outro lado, ao estabelecer relações com as fa-mílias é necessário levar em conta que estas têm histórias, culturas próprias, que trazem as marcas das relações e experiências dos seus antepassados, o que as tornam diversas e singulares. Por isso, as escolas precisam estar preparadas para lidar com as diferentes composições familiares, considerando legítima a participação, não apenas da família natural, mas da substituta, da de guarda e tutela, de todas as que exercem funções insubstituíveis de proteção, de assistência e cuidados, de educação e promoção de valores. Todas devem ter garantidos e respeitados seus direitos de participação nos processos de educação e de cuidado das crianças e adolescentes.
O diálogo entre as famílias e os profissionais da escola, sobre os processos de educação, valores e expectativas, e o acompanhamento das vivências cotidianas das crianças e adolescentes, pelos pais ou responsáveis, auxiliam no desenvolvimento, na inserção e integração destes aos ambientes escolares, e influenciam na constituição da sua autoestima e no seu desenvolvimento. Portanto, família e escola devem estar juntas nesse grande compromisso de apoiar e estimular os estudantes nas suas vivências, na descoberta de suas potencialidades, dos seus
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gostos, das suas dificuldades, como parceiras nos processos de cuidar e educar.
8. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
O Currículo do Espírito Santo baseia-se na compre-ensão de que a avaliação é um ato essencialmente pedagógico. Mediante seus resultados, os estu-dantes tomam consciência de sua progressão na aprendizagem e necessidades, e, ao mesmo tempo, os professores os utilizam como subsídio para a tomada de decisões, a avaliação da sua própria prática e a busca de outras formas de planejamen-to, conteúdos, estratégias e formas de abordar os contextos, visando oferecer novas possibilidades de aprendizagem.
[...] avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de ensino. A avaliação, tanto no geral quanto no caso específico da aprendizagem, não possui uma finalidade em si; ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido (LUCKESI, 1990, p.71).
A organização curricular proposta neste documento, sob a perspectiva do desenvolvimento de competên-cias e da educação integral, nos impulsiona a ampliar o olhar sobre a avaliação, uma vez que a verificação apenas do aspecto cognitivo, com um único instru-mento ao final de um processo, não contribui para identificar os avanços e necessidades de aprendizagem que envolvem os âmbitos do saber, do fazer, do ser e do conviver, na diversidade que compõe o ambiente escolar e a singularidade que é própria de cada es-tudante. Isso nos desafia a repensar as práticas de avaliação no sentido de um olhar formativo ao longo do processo, utilizando estratégias e instrumentos diversificados que permitam identificar o ponto de partida e onde se quer chegar, intervindo ao longo do processo.
É importante ainda que a avaliação leve em conta os contextos e as condições de aprendizagem que perpassam os diferentes espaços escolares, de modo que seus resultados não sejam vistos como uma sentença, mas como ponto de reflexão e investigação
que auxilie os professores na compreensão dos resul-tados para a tomada de decisões e, especialmente, para a valorização dos saberes inerentes àquele contexto e identificação das condições em que se dão os processos educativos, tanto na Educação Básica regular como nas demais modalidades, com as especificidades que lhes são próprias.
A avaliação é uma das tarefas didáticas permanente no trabalho do professor, ela deve acompanhar todos os passos do processo de ensino e aprendizagem. Através dela se compara os resultados obtidos no decorrer do trabalho do professor, juntamente com seus alunos, conforme os objetivos propostos, a fim de verificar os processos, as dificuldades, e orientar o trabalho para as correções necessárias. Nesse sentido, entende-se a avaliação como um processo contínuo e assume funções importantes: diagnóstica, de intervenção ao longo do processo e somativa. A avaliação diagnóstica visa identificar o ponto de partida de cada estudante no processo educativo, identificando seus conhecimentos prévios, bem como seus ritmos, vivências, crenças, contextos e aptidões, para que auxilie o professor no planejamento de estratégias mais adequadas aos seus discentes. A avaliação formativa tem por objetivo acompanhar a aprendizagem dos estudantes ao longo do processo educativo, identificando se as aprendizagens estão ocorrendo de acordo com o esperado, bem como realizando ajustes nas atividades e abordagens esco-lhidas no planejamento inicial. Ao final do processo, ocorre então a avaliação somativa, que verifica o que os estudantes aprenderam, com o compromisso de dar visibilidade à continuidade e não à terminalidade das aprendizagens e levando em consideração seu percurso ao longo dos anos escolares.
As funções da avaliação, apesar de diferentes, não devem ser vistas de modo fragmentado. Elas fazem parte de todo o processo, se integram e se com-plementam, com o objetivo maior de se colocar a serviço da aprendizagem e do trabalho docente, e reorientar o processo educativo. Nesse sentido, a avaliação deve ter parâmetros claros para identificar o desenvolvimento e a aprendizagem dos estudantes, assim como para acompanhar o trabalho pedagógico. A partir dos resultados o professor poderá identificar se o aluno aprendeu e, também, se o planejamento, as estratégias elaboradas, as metodologias escolhi-das e a abordagem dos objetos de conhecimento foram eficientes, fazendo uma autoanálise das suas
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escolhas ao verificar se, de fato, estão promovendo a aprendizagem.
Na perspectiva do desenvolvimento de competências e da integralidade do estudante, é imprescindível que avaliação inclua também uma combinação de problemas e contextos que permitam mobilizar o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que atendam às capacidades previstas (ZABALA & ARNAU, 2014) e as diferentes dimensões e saberes dos sujeitos envolvidos. Outro aspecto importante da avaliação é que, por um lado, se identifique as dificuldades, reconhecendo o erro como um elemento que faz parte do processo de aprendizagem, sendo possível aprender com ele; por outro lado, também se valorize os avanços e conquistas já alcançados pelos estudantes para que se sintam estimulados a melhorar o seu desempenho e tenham abertura a novos conhecimentos.
O processo de avaliação requer acompanhamento do que é planejado, das ações em sala de aula e da apren-dizagem dos alunos, utilizando-se de instrumentos e de estratégias diversificadas que permitam identificar o ponto de partida e onde se quer chegar ao longo do processo de todas as etapas da educação básica. Dessa forma, para que a avaliação da aprendizagem seja realizada de uma forma mais abrangente e inte-gradora, que considere os diferentes tipos de saberes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, os instrumentos devem ser variados, construídos no âmbito da comunidade escolar, contextualizados ao modo como foi promovida a aprendizagem e coerentes com que se espera, para possibilitar a identificação de necessidades e potencialidades e o alcance dos resultados esperados, tendo em vista a diversidade e condições que compõem o contexto educativo.
Na Educação Infantil evidenciam-se a observação crítica e criativa das atividades, brincadeiras e in-terações, assim como o uso de registros variados, realizados por adultos e crianças (relatórios, foto-grafias, desenhos, etc.), sem o objetivo de seleção, promoção ou classificação, conforme orientam as Diretrizes Curriculares da Educação Infantil (BRASIL, 2010). Na etapa do Ensino Fundamental, destacam-se o uso de trabalhos, provas, questionários, seminários, pesquisas, roteiros de aprendizagem, fichas de ob-servação, autoavaliação, relatórios, portfolio, projetos, entre outros registros, em momentos individuais ou coletivos, visando evidenciar a diversidade de saberes
que compõem o processo educativo, bem como ser adaptável às condições ou necessidades específicas dos estudantes, especialmente aqueles que fazem parte do atendimento nas diferentes modalidades da educação básica, uma vez que a avaliação deve também ser orientada pelos princípios da inclusão educacional e promoção da equidade.
Dessa forma, ao repensar as práticas de avaliação devemos levar em conta os contextos e as condições de aprendizagem que perpassam os diferentes es-paços escolares, as especificidades de cada etapa e de cada modalidade atendida, de modo que seus resultados não sejam vistos como uma sentença, mas como ponto de reflexão e investigação que auxilie os professores na compreensão dos resultados para tomada de decisões.
Além de identificar se as aprendizagens previstas foram alcançadas e subsidiar o trabalho docente, é necessário reconhecer a avaliação como um processo contínuo que possibilita compreender de forma global o projeto educativo, pelos sujeitos que dele fazem parte, de modo que contribua para identificar as circunstâncias e variáveis que influenciam os resul-tados de aprendizagem, bem como apontar caminhos para a superação de seus entraves e a melhoria das condições da realidade avaliada.
O resultado geral de avaliação da aprendizagem na escola, discutido em momentos coletivos, envolve o professor e os demais profissionais da escola, especialmente a gestão escolar. Ele pode ser usado como termômetro pela equipe para identificar o alcance das metas da proposta político-pedagógica da escola e para provocar reflexão sobre os caminhos percorridos por todos, de modo que contribua para avançar na compreensão dos desafios cotidianos e na busca de soluções pedagógicas conjuntas e de modo colaborativo. O mesmo diz respeito ao resultado das avaliações institucionais, que ocorrem periodicamente para evidenciar as percepções de toda comunidade escolar sobre sua atuação em diferentes dimensões e permitir um diagnóstico coletivo das condições colocadas em cada contexto, visando aprimorar as suas práticas educativas.
Outra perspectiva a ser considerada diz respeito às avaliações externas, que evidenciam aspectos dos sistemas de ensino estadual e municipal, cujos resultados podem ser usados como indicadores
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para serem refletidos junto com os resultados das avaliações ocorridas no âmbito escolar, visando o for-talecimento da aprendizagem nas unidades escolares. As necessidades internas e externas, apontadas pelas diferentes avaliações, devem ser usadas, em conjunto, como referência para a definição de metas que visem a melhoria da qualidade educacional da escola.
Dessa forma, a avaliação da aprendizagem, da escola e do sistema educativo são vistos como partes que compõem um todo, dando clareza a todos aqueles que fazem parte das ações e decisões sobre o que acontece com o aluno, o professor, a escola e a gestão das redes municipal e estadual, visando promover o acompanhamento sistemático e as melhorias con-tínuas identificadas em seus resultados para que se aprimore e avance a qualidade educacional em nosso país.
9. SOBRE A MELODIA QUE ESTÁ EM NÓS
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melo-dias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música.
Rubem Alves
E como, então, orquestrar o conhecimento, sua ela-boração, recriação, por meio de um documento curricular?
Como traduzir em competências e habilidades todos os sonhos e ideais das crianças, dos adolescentes, de todos os sujeitos que vivem num tempo de múltiplas linguagens, de reflexões sobre a sensibilidade, um tempo de ser conexo com o mundo real?
Como orquestrar a aprendizagem a partir de vivências e processos cognitivos em que o cérebro, o corpo, o ambiente e as emoções estejam integrados?
Como as partituras, aqui compreendidas como discipli-nas, serão constituídas da melodia de uma educação integral em que o sujeito vive a tomada de decisão a partir dos diferentes pontos de vista de seus pares?
Como “ouvir”, por meio do currículo, as notas mais diversas dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais na busca incessante pela cultura/manutenção da paz?
Como descrever nas pautas das melodias os direitos e deveres da família, do Estado, da sociedade que garantem o pleno desenvolvimento do sujeito, do cidadão?
Como garantir que o arranjo das “notas musicais” de um currículo estruture e fortaleça os aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais do sujeito que aqui são vistos como foco e fruto da educação integral?
Que melodia é essa chamada autonomia que traduz o sujeito responsável por ações e decisões, que seja capaz de participar diretamente nas decisões coletivas, definindo valores e critérios a partir de um autoconhecimento construído por meio de vivências, oportunidades e restrições que possibilitem estruturar ou implementar o seu projeto de vida?
Então...
Quando tudo isso for considerado e a equidade for promovida a partir do respeito à singularidade;
Quando o protagonismo for vivido em sua essência, no contexto contemporâneo, aplicado, contextualizado e integrado;
Quando os objetos de conhecimento forem guiados pelo seu significado social contextualizados nos cotidianos, dialogando com os tempos e os espaços de cada vida humana em suas múltiplas relações, superando os espaços físicos curriculares, estaremos então, promovendo a igualdade de oportunidades e a inclusão em que o ponto de chegada possa ser vivido de forma singular;
Quando o processo pedagógico, em suas mais varia-das dimensões, for construído, avaliado, reorientado, considerando contextos, necessidades e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, respeitando as perspectivas de futuro dos sujeitos;
Quando forem rompidas as barreiras e os espaços forem inclusivos;
Quando a diversidade for uma oportunidade de de-senvolvimento em todas as suas dimensões;
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Quando o acesso e a permanência forem universal-mente qualificadas;
Quando o estudante for considerado em sua inte-gralidade, singularidade e diversidade - sua vida, seu mundo, sua escola, seu conhecimento;
Quando suas expectativas de aprendizagem tiverem sido orientadas por meio de instrumentos que o conduzam ao desenvolvimento integral, por meio de troca, da construção coletiva, da criatividade, da participação, do diálogo, com intervenções pedagó-gicas considerando inclusive os saberes das famílias e das comunidades;
...construiremos juntos, enfim, a melodia que será conhecida, cantada e vivida por todos de forma inte-gral, pois cada partitura, nota e pauta estará em nós.
10. REFERÊNCIAS
ANTUNES, Arnaldo. Inclassificáveis. São Paulo: Brasil, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. ProBNCC. Portaria N.0 331, de 5 de abril de 2018. Institui o Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular. Diário Oficial da União, publicado em: 06/04/2018, Edição: 66, Seção: 1, Página: 10.
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BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP N.0 2/2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, 22 de dezembro de 2017, Seção 1, pp. 41 a 44.
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44 EDUCAÇÃO INFANTIL
Aluna: Brenda Nascimento Bessa I Série: Educação Infantil – EMEF Nilton CortelettiTema: Direito das Crianças I Modalidade: Desenho
45EDUCAÇÃO INFANTIL
Aluno: Kauany Gomes Rodrigues I Série: 1.0 – CEMEI Professora Cândida FigueirasTema: Vida Familiar e Social I Modalidade: Desenho
46 EDUCAÇÃO INFANTIL
O ENSINO FUNDAMENTAL
O Ensino Fundamental compreende uma das etapas da Educação Básica, sendo caracterizado por um período de nove anos, que no seu decorrer atende crianças e adolescentes, a partir dos seis anos de idade, estudantes em constantes transformações físicas, cognitivas e emocionais.
Nesse contexto, esta etapa, como as demais, requer problematizarmos e pensarmos o currículo à luz do público atendido, de suas histórias, necessidades, seus tempos humanos, sem perder de vista os direitos de aprendizagem a eles garantidos de acordo com a BNCC. Arroyo, em suas contribuições reforça a complexidade e necessidade de elaborarmos currículos para
(...) organizar a escola, os tempos e os co-nhecimentos, o que ensinar e aprender respeitando a especificidade de cada tempo de formação não é uma opção a mais na diversidade de formas de organização esco-lar e curricular, é uma exigência do direito que os educandos têm a ser respeitados em seus tempos mentais, culturais, éticos e humanos. (ARROYO, 2007, p. 45-46).
Pensar o Ensino Fundamental, especialmente os anos iniciais, requer compreender a infância como também os processos educativos vivenciados na Educação Infantil, considerando que as crianças/estudantes são marcadas pelas experiências e vivências desta etapa, a organização dos tempos e espaços, as metodologias e as práticas que precisam ser garantidas no período de transição da Educação Infantil para o Ensino Fun-damental, e no decorrer do processo de alfabetização. A aproximação da Educação Infantil com o Ensino Fundamental torna-se essencial para que na transi-ção de uma etapa para outra o estudante não seja surpreendido por uma ruptura drástica no que diz respeito ao acolhimento, às metodologias, às rotinas entre outros aspectos que constituem o cotidiano escolar tão específico de cada etapa.
As rupturas dessa natureza tendem a dificultar o processo de ensino-aprendizagem que na educação
infantil naturalmente fundamenta-se na ludicidade, nas brincadeiras, nos jogos, nas músicas e nas ex-periências. Também decorre da transição abrupta a compreensão por parte da criança/estudante que a escola se torne apenas um lugar de fazer dever, copiar, ficar sentado e perca a ideia de um ambiente atrativo, instigador e agradável, considerando suas vivências escolares anteriores.
Tais reflexões nos levam a entender que um exercício de aproximação entre os profissionais que atuam nas duas etapas em questão faz-se necessário, a fim de estabelecer um equilíbrio nesse percurso escolar. O mesmo cuidado e atenção requer a transição dos estudantes dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental, uma vez que há uma grande mudança na organização da dinâmica das aulas.
Na etapa inicial, na maioria das escolas de nosso Estado, os componentes curriculares da Base Comum são ministrados por um professor, e, na etapa final passam a ser ministrados por vários profissionais, cada um com seu modo de interagir, ensinar e avaliar.
Assim, compreender esse momento de transição, exige do professor um olhar sensível para o estudante que precisa de auxílio e incentivo diante do desafio que esta nova etapa configura para ele. Vale ressaltar que os maiores índices de reprovação se concentram no 6.0 ano do Ensino Fundamental, de acordo com os dados do Censo Escolar, pois
(...) tendo em vista essa maior especializa-ção, é importante, nos vários componen-tes curriculares, retomar e ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais (sic) no contexto das diferen-tes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação de repertórios dos estudantes. Nesse sentido, também é importante for-talecer a autonomia desses adolescentes, oferecendo-lhes condições e ferramentas para acessar e interagir criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de in-formação (BRASIL, 2017, p. 58).
47EDUCAÇÃO INFANTIL
Além da questão organizacional das aulas, também é neste período que os estudantes desta etapa pas-sam por inúmeras mudanças hormonais e físicas, e, por vezes, vivem momentos de conflitos, angústias e incertezas, característicos do tempo humano em que se encontram, da infância para a adolescência. Impossível ignorar tal período, pois ao compreendê-lo torna-se possível entender determinadas atitudes des-ses sujeitos e conduzir melhor as inúmeras situações conflitantes cotidianas dos anos finais, considerando que interferem diretamente no processo de ensino-aprendizagem desses estudantes.
Nesse contexto de transformação e formação con-tínuo, o Currículo do Espírito Santo à luz da BNCC, foi organizado por componentes curriculares e tiveram suas habilidades ressignificadas quando necessário, considerando o contexto educacional, social, histórico e cultural do Espírito Santo.
Cada componente curricular deste documento é iniciado com um texto introdutório que tem o objetivo de contextualizar a proposta de cada área do conhe-cimento, de forma a dar sentido e/ou significado às proposições apresentadas, garantindo a progressão dos conhecimentos desde a alfabetização até os anos finais desta etapa.
48 EDUCAÇÃO INFANTIL
EDUCAÇÃO INFANTIL:CONCEPÇÕES E DESAFIOS
O documento em pauta referencia-se na Base Na-cional Comum Curricular – BNCC, aprovada pelo Conselho Nacional de Educação para esta etapa da Educação Básica (Resolução CNE/CP n.0 02/17), que define o conjunto de aprendizagens essenciais a que todos os estudantes têm direito. Isso significa que este documento busca contribuir com o trabalho do/a professor/a com os diferentes grupos etários - bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas, apresentados na BNCC.
Conforme a sociedade evolui a concepção de infância, também vai sendo transformada, tornando neces-sário que os professores/as, de igual modo, tenham um olhar sensível que garanta a especificidade da educação e do cuidado, vendo e percebendo a crian-ça como um indivíduo que pertence à sociedade, que está inserido em sua cultura e dela aprende, tem sua forma de vivê-la e de expressá-la, por ela é influenciado e também a influencia. A inserção da criança de 0 a 5 anos de idade, no ambiente institucional, possibilita mudanças significativas na sua identidade, ampliando suas maneiras de ver o mundo, repercutindo nas relações com seus pares.
A Educação Infantil, primeiro segmento da Educação Básica, representa o fundamento do processo educacional das crianças. Ao ingressar nessa primeira etapa do processo de aprendizagem formal, muitas vezes, elas sofrem o impacto da separação do grupo social em que nasceram – a família -, para se integrarem em uma nova situação de socialização estruturada - a escola. Esta, por sua vez, tem por objetivo ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades das crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, fa-vorecendo a socialização, a autonomia e a comunicação (BRASIL, 2017, p. 32).
É crucial para o trabalho pedagógico do profissio-nal da Educação Infantil o entendimento da forma
relacional e afetiva, ligada à vivência pessoal, que caracteriza o desenvolvimento das crianças nessa etapa. Nesse período de desenvolvimento as crianças reagem ao meio, guiadas pelas suas emoções, refe-renciando-se nas pessoas, com as quais estabelecem vínculo afetivo. Para entender o modo como a criança pensa é essencial, portanto, que o/a professor/a a acolha, exercite uma escuta ativa, valorizando seus interesses, suas características individuais e suas primeiras experiências de interação nos grupos.
O currículo do Espírito Santo corrobora o entendi-mento das DCNEI, que definem essa criança como:
Sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pes-soal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos so-bre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2010).
Portanto, no cotidiano das unidades de ensino en-quanto espaço coletivo de cuidado e de aprendiza-gem, a criança é vista na sua constituição enquanto sujeito de direitos, que se desenvolve nas interações com o outro ao experienciar o ambiente coletivo que vivencia.
O Currículo do Espírito Santo – etapa da Educação Infantil, com base nos conceitos e nas normativas da BNCC, reconhece os/as professores/as como sujeitos ativos e principais mediadores das apren-dizagens da criança. Considera, de acordo com as DCNEI, os eixos norteadores interações e brinca-deiras como o centro das práticas pedagógicas da Educação Infantil. Isso quer dizer que as interações e a brincadeira são a base na construção de cada criança como um ser único, sendo formas privilegia-das para ela ampliar seus afetos, suas sensações, percepções, memória, linguagem e sua identidade (OLIVEIRA et al, 2012).
49EDUCAÇÃO INFANTIL
PRINCÍPIOS SUSTENTADORES DOCURRÍCULO DO ESPÍRITO SANTO - ETAPA
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
As DCNEI estabelecem três princípios fundamentais para orientar o trabalho junto às crianças, de 0 a 5 anos de idades, nas unidades de Educação Infantil, e que são reafirmados neste documento, os princípios ÉTICOS, POLÍTICOS E ESTÉTICOS. Compreende-se que a educação deve responder às demandas de formação do sujeito histórico e que os princípios representam valores, referências e preceitos morais que orientam as condutas humanas (OLIVEIRA et al, 2012).
Princípios Éticos: Valorização da autonomia, da res-ponsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Cabe às instituições de Educação Infantil assegurar que o professor garanta em seu trabalho educativo:
– Proporcionar à criança progressiva conquista de autonomia de forma a ter liberdade de escolher brincadeiras, músicas, materiais, atividades, am-pliando o sentimento de confiança nas atividades individuais e coletivas com diversos grupos.
– Possibilitar o conhecimento de si e do mundo através de múltiplas interações experenciadas;
– Promover progressivamente autonomia nos seus cuidados pessoais quanto à alimentação e higiene;
– Possibilitar construção positiva da autoestima e
dos vínculos afetivos de todas as crianças, com-batendo todo tipo de preconceitos;
– Dar oportunidade à criança de ampliar o entendi-mento de valores como os da liberdade, igualdade e o respeito a todas as pessoas;
– Incentivar o respeito a todas as formas de vida, promovendo a preservação e o conhecimento da
biodiversidade e da sustentabilidade do mundo em que vivemos, incluindo toda diversidade humana.
Princípios Políticos: Dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem de-mocrática. Cabe às instituições de Educação Infantil assegurar que o professor lembre em seu trabalho educativo de:
– Possibilitar tempos e espaços para as crianças se sentirem seguras para expressarem suas dúvidas, suas angústias, seus sentimentos de alegrias e tristezas, seus desejos, suas ideias, suas desco-bertas e seus questionamentos;
– Favorecer e estimular a participação das crianças de ações que fazem parte do cotidiano da unidade de ensino;
– Promover práticas educativas capazes de pro-porcionar participação e aprendizagem a todas as crianças, garantindo assim que as crianças que apresentam algum comprometimento físico, sensorial, intelectual ou as crianças com altas habilidades/supertodação tenham garantidos seus direitos de aprendizagem.
Princípios Estéticos: Valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
– Possibilitar o ato criador de cada criança através de vivências éticas e estéticas com experiências diversificadas com outras crianças e grupos cul-turais;
– Organizar tempos e espaços cotidianos de situações agradáveis e estimulantes de modo a possibilitar que todas as crianças possam apropriar-se de diferentes linguagens como a música, arte, cinema, dança, teatro, literatura, poesia.
A partir dos princípios e objetivos já anunciados nas
50 EDUCAÇÃO INFANTIL
DCNEI, considera- se que seis grandes direitos de aprendizagem devem ser garantidos a todas as crianças, no cotidiano das instituições de educação infantil.
Constituem como pontos referenciais os 6 (seis) direitos de aprendizagem que os bebês, as crianças bem pequenas e as crianças pequenas, devem ter garantidos:
w Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhe-cimento de si e do outro e o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.w Brincar cotidianamente de diversas for-mas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas expe-riências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.w Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.w Explorar movimentos, gestos, sons, for-mas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.w Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descober-tas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.w Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e lin-guagens vivenciadas na instituição escolar
e em seu contexto familiar e comunitário (Brasil, 2017, p.36).
As características e peculiaridades das crianças, que hoje frequentam as unidades de Educação Infantil, devem impulsionar os educadores a garantir que os direitos de aprendizagem sejam mediadores de significativas aprendizagens, conferindo intencionali-dade às práticas pedagógicas, a fim de contemplar as diferenças e diversidades, características da infância.
Assim, faz-se importante alinhar, com os profissionais de cada instituição, os conceitos sobre a infância, tempos, espaços escolares, sobre as concepções teóricas adotadas para a elaboração de currículos, que respondam aos questionamentos e subsidiem intervenções intencionais nos processos de ensino e aprendizagem, considerando:
Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses, con-clui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um processo de desenvolvimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe a necessidade de imprimir intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na Educação Infantil, tanto na creche quanto na pré-escola. (BRASIL, 2017 – p.34, grifo no original).
A intenção educativa deve consubstanciar tanto o planejamento, a organização do ambiente pedagógico pelo professor e o acompanhamento e avaliação da aprendizagem e desenvolvimento da criança.
O PLANEJAMENTO COMO MARCA DAINTENCIONALIDADE EDUCATIVA
O ato de planejar implica em atribuir sentido e intencionalidade ao que será ensinado. Contudo, a forma como o currículo vai acontecer, “de fato”, deverá ser decidida e ajustada pela escola e pelos professores, de forma que reflitam os conceitos locais, levando em conta as experiências familiares, culturais e comunitárias, para uma aprendizagem ativa das crianças.
51EDUCAÇÃO INFANTIL
Com efeito, o currículo não representa uma relação de conteúdo, mas é constituído de conhecimentos e de experiências do meio social em que a criança vive. As DCNEI definem o currículo como
um conjunto de práticas que busca articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico. Tais práticas são efetivadas por meio de relações sociais que as crianças desde bem pequenas estabelecem com os professores e as outras crianças, e afetam a construção de suas identidades (Parecer CNE/CEB n.0 20/09).
Portanto, planejar implica tomar decisões, que sejam coerentes com as competências que o currículo prescreve e que os educadores desejam desenvolver, com as habilidades e os objetivos educativos, com as características e as necessidades das crianças, para nortear as situações que serão propiciadas a elas: experiências variadas, ricas, interessantes e progressivamente mais complexas, que lhes permitam investigar, explorar, levantar hipóteses e desenvolver sua capacidade intuitiva e criativa para dessa maneira construir novos conhecimentos.
O planejamento pressupõe uma forma de concretizar o Currículo, ajustando-o à realidade e demandas da escola, da sala de aula, das crianças.
O planejamento deve responder a três perguntas:O que ensinar? Como ensinar? Por que ensinar? Ou seja, os conteúdos do ensino, as abordagens meto-dológicas deste ensino e os motivos/objetivos desse ensino, considerando o principal sujeito envolvido. É importante considerar que, embora as propostas pedagógicas das unidades de ensino sejam a base para o planejamento das atividades cotidianas do/a professor/a, é pela influência das ações planejadas por ele que os conteúdos são ressignificados e trans-formados em conhecimentos.
Portanto, o currículo escolar é importante para ga-rantir articulação das experiências e os saberes das crianças, com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, num tempo e num espaço, mediados pelo/a professor/a.
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO: TEMPOS E ESPAÇOS
A implementação de um documento curricular torna necessária a reorganização dos tempos e espaços escolares, até mesmo a adaptação das creches e pré-escolas para receber a parcela da população de crianças que ainda não teve acesso às mesmas, observando os direitos fundamentais da infância.
As crianças de 0 a 5 anos de idade aprendem de maneira lúdica a situar-se nos espaços da instituição, a controlar o próprio corpo, a velocidade de andar e de movimentar-se no espaço, enquanto estabelece relações com os seus pares. A transformação dos tempos e dos espaços nas unida-des de ensino produz uma relação de pertencimento das crianças com a instituição, criando oportunidades para que estas se apropriem dos espaços institucionais e possam encontrar e deixar suas marcas identitárias. Entendemos espaços como:
Para a criança, o espaço é o que sente, o que vê, o que faz nele. Portanto, o espaço é sombra e escuridão; é grande, enorme ou, pelo contrário, pequeno; é poder correr ou ter de ficar quieto; é esse lugar onde pode ir olhar, ler, pensar. O espaço é em cima, é tocar ou não chegar a tocar; é barulho forte, forte demais ou, pelo contrário, silêncio, são tantas cores, tantas juntas ao mesmo tempo ou uma única cor grande ou nenhuma cor...O espaço, então, começa quando abrimos os olhos pela manhã em cada despertar do sono; desde quando, à luz, retomamos ao espaço (BATTINI apud FORNERO, 1998, p. 231).
A partir disso, entendemos que planejar os tempos e espaços que serão utilizados para múltiplas experi-ências das crianças deve estar em consonância com o projeto pedagógico da unidade de ensino de modo a garantir a continuidade das ações planejadas que envolvam desde o ingresso da criança na unidade de ensino até a transição para o Ensino Fundamental.
ACOLHIMENTO
Acolhimento na Educação Infantil significa mais que cumprimentar e receber no portão ou nos espaços da
52 EDUCAÇÃO INFANTIL
creche, o bebê, a criança e sua família ou despedir-se deles à saída.
Fazem parte do acolhimento a sensibilidade, a afetivi-dade, o cuidado, a delicadeza no trato, a cordialidade, a escuta qualificada às crianças e aos seus pais. Significa estabelecer uma interlocução respeitosa, humanizada, identificando e chamando as crianças e seus familiares pelos seus nomes, com uma atitude de quem se importa, de quem respeita sua cultura, valoriza suas histórias de vida, experiências e vivências. O acolhimento faz gerar uma relação de pertencimento dos bebês e das crianças com o espaço escolar, crian-do um vínculo afetivo e de segurança na relação com os profissionais da escola. Viabiliza canais de diálogo, estabelecendo uma relação de empatia, de confiança e de respeito com a criança e com seus familiares.
Acolhida pode traduzir-se numa oportunidade de a criança receber dos educadores um tempo de atenção, de carinho, de brincadeiras e de afeto que favorecem o seu desenvolvimento intra e interpessoal.
A postura acolhedora deve caracterizar uma prática constante dos profissionais da educação, podendo acontece por meio das pequenas e corriqueiras ações do dia a dia, que pode ser um colo ou uma canção. Os/as professores/as e demais profissionais que interagem com as crianças nos momentos de alimen-tação, de trocas de fraldas, de banho, de brincadeiras, de vivências individuais e nos grupos devem fazer dessas ações momentos para acolher e valorizar os sentimentos da criança, dando-lhe oportunidade para manifestar suas emoções, expressões, linguagens, comunicando-lhes afeto, estimulando suas interações e aprendizagem, visto que o educar e o cuidar são ações indissociáveis na educação infantil.
O acolhimento aos familiares das crianças define o tom da relação que estes terão com a instituição. O documento Práticas Cotidianas na Educação Infantil (Brasil, 2009, p. 33) esclarece que:
acontecem na instituição educativa, afinal as crianças são pequenas e, para se sentirem acolhidas na creche, dependem da sintonia entre a família e os profissio-nais da escola. Essa é uma das especificidades dos estabelecimentos de Educação Infantil. Nesse sentido,
complementaridade e partilha são palavras decisivas na relação escola, criança e família.
RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA
Consideramos o conceito família no seu sentido amplo e inclusivo: um grupo de duas ou mais pessoas, não necessariamente ligadas por laços de consanguinida-de, mas unidas por laços afetivos e por compromissos recíprocos.
As instituições de Educação Infantil devem estar preparadas para lidar com as diferentes estruturas familiares, considerando legítima a participação, não apenas da família natural, mas da substituta, da de guarda e tutela, de todas as que exercem funções insubstituíveis de proteção, de assistência e cuidados, de educação e promoção de valores. Todas devem ter garantidos e respeitados seus direitos de participação nos processos de educação e cuidados das crianças.
A Convenção sobre os Direitos da Criança, Organi-zação das Nações Unidas (1989), postula que “para um desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança deve crescer num ambien-te familiar, numa atmosfera de felicidade, amor e compreensão”.
Portanto, educar as crianças é uma tarefa que exige tempo, amor, cuidados e conhecimentos tanto por par-te da família quanto das instituições que as recebem.
Quando as famílias e as instituições educativas têm identidade de propósitos e objetivos comuns, com relação aos cuidados e à educação das crianças, as condições de desenvolvimento pessoal e social destas são favorecidas pelo diálogo e se ampliam.
Na tarefa de educar, seja no lar ou na escola, o afeto tem papel preponderante, pois deixa marcas no desenvolvimento psíquico da criança. Portanto, todo o aprendizado dos bebês e das crianças, seja na família ou nas instituições, deve ser conduzido e mediado pelo afeto.
Ao estabelecer relações com as famílias, a instituição de educação deve levar em conta que estas têm histórias, culturas próprias, que trazem as marcas das relações e experiências dos seus antepassados, o que as tornam diversas e singulares.
53EDUCAÇÃO INFANTIL
O bebê nasce nesse ambiente familiar, no qual as primeiras interações sociais acontecem, constituin-do-se no espaço para o desenvolvimento da sua consciência de ser humano. Ainda pequeno, ele é capaz de reagir ao seu entorno e produzir reações nos que o cercam e, como ser em crescimento, ele necessita de estímulos múltiplos, que potencializem seu desenvolvimento, tanto no plano físico quanto no psicológico.
A formação plena da criança, de acordo com os princípios legais, requer esforços integrados, com-promissos e compartilhamento de responsabilidade entre famílias, instituições de educação e a socie-dade, a fim de assegurar que seus direitos sejam respeitados.
Ao ingressarem em contextos coletivos da Educação Infantil, os bebês e as crianças têm o seu universo pessoal de significados ampliado e nas interações sociais com adultos e crianças maiores vão, progres-sivamente, construindo características identitárias, qualidades de caráter e atitudes, que se revelam cotidianamente em suas ações e relações. Contudo, a convivência das crianças com toda essa diversidade, nos espaços da Educação Infantil, torna-se mais rica quando a família participa.
Assim, família e escola devem comungar dos mes-mos objetivos e propostas de formação integral da criança, que consistem do desenvolvimento cognitivo, da imaginação e das competências socioemocionais, que determinam a constituição da sua identidade e autonomia.
Para participar a família precisa conhecer a proposta de educação da escola para suas crianças. Às vezes é necessário que a instituição mostre aos pais os caminhos para a sua participação, pois embora te-nham interesse, não sabem como, sendo necessário que a instituição lhes esclareça sobre seus direitos e deveres de participação. Assim, de acordo com o estabelece a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB:
Art. 1.0 A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida fa-miliar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da so-ciedade civil e nas manifestações culturais.
A troca de conhecimentos entre as famílias e os profissionais da escola, sobre os processos de edu-cação, valores e expectativas, o acompanhamento das vivências cotidianas das crianças pelos pais ou responsáveis auxiliam no desenvolvimento, na inser-ção e adaptação destas aos ambientes da creche e da pré-escola, e influenciam na constituição da sua autoestima e no seu desenvolvimento. Portanto, família e escola devem estar juntas nessa grande empreitada de apoiar e estimular as crianças nas suas vivências, na descoberta de suas potencialidades, dos seus gostos, das suas dificuldades, como parceiras nos processos de cuidar e educar.
O CURRÍCULO POR CAMPOSDE EXPERIÊNCIAS
Os Campos de Experiências da Educação Infantil cons-tituem-se numa organização curricular relativamente nova no marco legal brasileiro onde articulam-se os eixos norteadores interações e brincadeiras, abrindo possibilidades para diversas experiências e vivências da criança em um contexto educacional que proporciona diferentes e ricas oportunidades de aprendizagem e formação humana. Constituem-se num arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS:O arranjo curricular proposto na
definição da BNCC para a Educação Infantil está fundamentado em
experiências a serem oferecidas, preparadas, efetivadas com
as crianças, de forma a garantir os direitos de
aprendizagem das crianças.
54 EDUCAÇÃO INFANTIL
Para isso é importante compreender que o ato da criança conhecer o mundo envolve o afeto, o prazer e o desprazer, a fantasia, o brincar, o movimento, a poesia, as artes, as linguagens, a música, as ciências e a matemática. Permite a exploração, a pesquisa, a imaginação, a expressão, a experiência com que é significativo, que deixa marcas. Assim, os três grupos de faixas etárias evidenciados nos Campos de Expe-riências da BNCC e neste currículo, correspondem, aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem, considerando as características do desenvolvimento infantil.
A perspectiva desse novo arranjo curricular nesta primeira etapa da Educação Básica se difere das de-mais etapas, embora se integre a elas. Além de trazer um conjunto de aprendizagens prescritas, por meio dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento expressos em cada campo de experiências, inclui também elementos que as viabilizam: os arranjos dos espaços escolares, dos tempos, dos recursos pedagógicos e, em especial, das relações que se entravam no cotidiano da escola em que adultos e crianças estabelecem na construção de sentidos dados a si mesmo e ao mundo através das múltiplas linguagens.
As Competências Gerais da BNCC entrelaçam-se e dialogam com as habilidades expostas nos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento expressos, tendo a formação da criança como o centro do planejamento. Para tanto, é lógico que a prática pedagógica do/a professor/a traduza a intencionalidade do trabalho educativo, tanto ao selecionar os conteúdos e sa-beres curriculares, que serão trabalhados, a fim de ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades das crianças, quanto no momento de avaliação, ou seja, de aferir o grau de alcance dos objetivos pretendidos.
Para tanto, os objetivos dos Campos de Experiências, propostos no BNCC, traduzem práticas sociais e cul-turais, consubstanciadas em múltiplas linguagens simbólicas, a fim de proporcionar à criança a com-preensão do mundo e de si mesma.
Embora configurem aprendizagens que remetam aos conhecimentos das áreas das Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática, os objetivos expressos em cada campo não são identi-ficados como disciplinas, mas como conhecimentos
intercomplementares, integradores de experiên-cias, de competências cognitivas e emocionais que abordam as múltiplas linguagens constituidoras da subjetividade humana.
As habilidades expressas nos objetivos de aprendi-zagem e desenvolvimento propõem a construção, pelos bebês e crianças, do senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio, ga-nhando progressiva autonomia. Enquanto interagem, vivenciam situações de convivência, de brincadeiras, representando diferentes personagens no faz de conta, expressando-se através de diferentes linguagens, constituindo nesse processo suas subjetividades.
Ao organizar e adequar os espaços, selecionando e diversificando os materiais e recursos, o professor possibilita a estas crianças fazerem escolhas do que querem explorar, manipulando objetos, investigando-os e descobrindo o que lhes interessa, num contexto de brincadeiras. Ao planejar e preparar, intencionalmen-te, o ambiente, criando experiências concretas na vida cotidiana, o professor atua como mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, contribuindo para aprendizagens significativas.
Além disso, o professor deve promover experiências de aprendizagens que proporcionem aprendizagens que tenham sentido para a criança, mediando situações em que estas entrem em contato com diferentes grupos e práticas socioculturais, com outros modos de vida, com diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuida-dos pessoais e com o grupo. As diferentes narrativas promovidas pela instituição trazem a oportunidade das crianças vivenciarem experiências múltiplas e enriquecedoras que permitem que se idenfiquem como seres individuais e sociais.
Assim, a organização curricular da Educação Infantil estrutura-se em cinco CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS: O Eu, O Outro e o Nós; Corpo, Gestos e Movimentos; Traços, Sons, Cores e Formas; Escuta, Fala, Pensa-mento e Imaginação; Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações, no âmbito dos quais são definidos os Objetivos de Aprendizagem e Desenvol-vimento. Esses objetivos que são específicos para o currículo da Educação Infantil, ao serem pensados por cada instituição escolar, devem detalhar noções, habilidades, atitudes e/ou especificidades locais para cada um dos objetivos de aprendizagem e desenvol-vimento da BNCC, além de serem pensados com base
55EDUCAÇÃO INFANTIL
nas propostas pedagógicas de cada instituição, que se concretizarão por meio das práticas educacionais organizadas em torno do conhecimento e em meio às relações sociais que se entravam diariamente nesses espaços e afetam a construção das identidades da criança.
Com base nesta concepção, todo planejamento cur-ricular deve ser organizado pensando as diferentes situações que perpassam nos espaços da escola, garantindo à criança seu direito por uma aprendizagem qualitativa, tomando-a como centro em suas decisões, considerando suas linguagens, modo de expressar-se, conhecer, desejos, afetos, abolindo “todos os procedi-mentos que não reconheçam a atividade criadora e o protagonismo da criança pequena ou que promovam atividades mecânicas e não significativas para elas” (Parecer CNE/CEBn.0 20/09).
Embora sejam diversos os posicionamentos relacio-nados à organização dos grupos etários constitutivos nesta etapa, com uma variação dos meses de um período para o outro, a BNCC situou em três faixas
Os Campos de Experiências propõem, no processo de construção de habilidades/competências, uma progressão horizontal e vertical dos objetivos, que assegurem um conjunto de aprendizagens e de de-senvolvimento, como direitos essenciais de estímulo à autopercepção, às interações e brincadeiras que proporcionem experiências de aprendizagens signifi-cativas e variadas aos bebês e às crianças pequenas e bem pequenas.
O organograma abaixo caracteriza a estrutura da proposta contida no currículo do Espírito Santo, a qual destaca aspectos básicos do desenvolvimento infantil, que devem ser observados e ampliados a partir das práticas pedagógicas locais.
etárias os períodos de desenvolvimento dos bebês, das crianças muito pequenas e das crianças pequenas. Todavia, esses agrupamentos e suas faixas etárias não podem ser considerados de forma rígida, em virtude dos diferentes ritmos de desenvolvimento, das peculiaridades de cada criança e da forma como cada município se organiza no atendimento a esta etapa de ensino.
Estes grupos etários estão divididos em Creche e Pré-escola, sendo a Creche subdividida em Bebês 0 a 1 ano e 6 meses, Crianças bem pequenas 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses; e a Pré-escola, em Crianças Pequenas – 4 anos a 5 anos e 11 meses, (BRASIL, 2017, pg. 39).
De um modo geral, a LDB N.0 9394/96 estabelece que as etapas etárias da Educação Infantil sejam organizadas:
I – creches, ou entidades equivalentes para crianças de zero a três anos de idade; eII –pré-escolas, para crianças de quatro e cinco anos de idade. (BRASIL, 1996, art. 30.0)
CRECHE
Crianças de zero a1 ano e 6 meses
Crianças de 1 ano e 7 mesesa 3 anos e 11 meses
Crianças de 4 anos a5 anos e 11 meses
PRÉ-ESCOLA
56 EDUCAÇÃO INFANTIL
CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
EIXOS NORTEADORES DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICASInterações e Brincadeiras
PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO BÁSICAÉticos, Estéticos e Políticos
DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
BNCC
CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS
CONVIVER
O EU, O OUTROE O NÓS
CORPO, GESTOSE MOVIMENTOS
TRAÇOS, SONS, CORES, IMAGENS E FORMAS
CRECHE
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1 ano e 7 meses a3 anos e 11 meses
4 anos a 5 anose 11 meses
0 a 1 ano e6 meses
CRIANÇAS PEQUENAS
PRÉ-ESCOLA
ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES
E TRANSFORMAÇÕES
BRINCAR PARTICIPAR EXPLORAR EXPRESSAR CONHECER-SE
Todos os Campos de Experiências fundamentam-se nos Princípios e nos Direitos da Aprendizagem, tendo como eixos norteadores as interações e brincadeiras, sendo estes elementos básicos na construção de cada criança como ser único, além de serem formas privilegiadas para ela ampliar seus afetos, sensações, percepções, memória, linguagem e formação de sua identidade. Todo currículo deve se efetivar com base nesses dois processos.
Quanto aos objetivos de aprendizagem e desen-volvimento, alguns encontram maior identidade e
possibilidade de serem intencionalmente trabalhados num campo de experiências do que em outros. Alguns valores e princípios que estes campos encerram são comuns aos demais campos e poderão ser traba-lhados, através de diferentes estratégias de ensino, que facilitam a sua incorporação pelas crianças. A intenção é pensar em ações educativas que con-templem os objetivos da aprendizagem levando as crianças a vivenciarem as experiências adequadas ao seu entendimento.
As estratégias que o professor vai adotar para o
57EDUCAÇÃO INFANTIL
efetivo trabalho com os objetivos propostos para as crianças poderão ser variadas, uma vez que elas se estabelecem pelas brincadeiras e interações com seus pares e adultos no cotidiano escolar.
Todos os campos de experiências trazem objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que devem ser observados em cada um dos grupos etários a serem trabalhados. Assim, cada um dos cinco campos de experiência é apresentado por uma tabela, mais adiante, que se divide em três colunas: a primeira com os objetivos propostos, a segunda com dicas para o planejamento e a terceira com possíveis ob-servações de aprendizagem por parte das crianças. Entendemos que a tabela não deve ser vista como um roteiro a ser seguido, mas como um conjunto de dicas para orientação do trabalho pedagógico, pois o/a professor/a, por meio da pesquisa, trocas de experiências, planejamento, observação e avaliação das crianças tem condições de evidenciar muitas outras formas trabalho com a criança.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS:O EU, O OUTRO E O NÓS
A educação busca garantir o direito individual ao pleno desenvolvimento do potencial de cada pes-soa, como um passo fundamental para que todos possam alcançar uma vida valiosa, de sua própria escolha. Contudo, para que a criança alcance o pleno desenvolvimento, além de adquirir as competências e o conhecimento sobre si mesma, sobre o outro e sobre o mundo, precisa que lhe sejam dadas condi-ções e oportunidades efetivas para aplicação das competências e dos conhecimentos assimilados no seu cotidiano.
No convívio com o outro, a criança se constitui en-quanto sujeito com um modo próprio de pensar, agir e sentir. É nessa interação que ela constrói sua iden-tidade. Esse processo acontece ao longo da vida, mas a criança o vive de forma intensa na primeira infância. Por isso, é de grande importância oportunizar a ela, nos espaços da Educação Infantil, novas formas de conviver que ampliem sua confiança e participação nas relações que estabelece com o outro. É preciso oportunizá-la a se conhecer como alguém que tem características próprias, concepções (apesar de muito pequena ainda), desejos, motivações e que se inter-relaciona com o outro que também tem
desejos e interesses próprios, se conscientizando da existência de um nós enquanto seres dependentes uns dos outros que nos constituímos nessa relação ampliada e diversa.
O foco deste Campo de Experiências é proporcionar à criança vivenciar diferentes situações de atenção pessoal e outras práticas sociais, formas mais demo-cráticas, respeitosas, de cooperação e solidariedade no relacionamento com seus pares e adultos. É de-safiador para a criança perceber essas diferenças e compreender que as pessoas exercem diferentes papéis em relação ao eu e compreender que as cul-turas, as formas de linguagem, a constituição familiar se diferenciam nos modos de viver.
Quando passa a frequentar a Educação Infantil, a criança é acolhida, interage com outros parceiros, cria novos laços afetivos de convivência, expressa suas emoções, pensamentos, sentimentos e per-cepções e confronta suas formas de viver com a desses parceiros, construindo uma identidade livre de preconceitos, de raça, cor, religião, condição social, entre outros, ampliando suas possibilidades de cuidar de si e do outro.
Assim, a ênfase do Campo O Eu, o Outro e o Nós está ligada a constituição de atitudes nas relações vivenciadas pela criança ao longo da Educação In-fantil, colocando as interações e brincadeiras como eixos do processo educativo e tratando dos Direitos de Aprendizagem que entrelaçam as experiências concretas da vida cotidiana das crianças com os conhecimentos sistematizados possibilitando à esta:
w CONVIVER com crianças e adultos em pe-quenos grupos, reconhecendo e respeitando as diferentes identidades e pertencimento étnico-racial, de gênero e religião de seus parceiros. w BRINCAR com diferentes parceiros, desen-volvendo sua imaginação e solidariedade.w EXPLORAR diferentes formas de intera-gir com parceiros diversos em situações variadas, ampliando sua noção de mundo e sua sensibilidade em relação aos outros. w PARTICIPAR ativamente das situações do cotidiano, tanto daquelas ligadas ao cuidado de si e do ambiente, como das relativas às atividades propostas pelo/a professor/a. w EXPRESSAR às outras crianças e/ou adul-
58 EDUCAÇÃO INFANTIL
tos suas necessidades, emoções, senti-mentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, oposições. w CONHECER-SE e construir uma identi-dade pessoal e cultural, valorizando suas características e as das outras crianças e adultos, aprendendo a identificar e combater atitudes preconceituosas e discriminatórias.
Na BNCC este Campo de Experiências estabelece que:
É na interação com os pares e com adul-tos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na insti-tuição escolar, na coletividade), constroem
percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simul-taneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo em que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio. Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, ce-lebrações e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identi-dade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos (Brasil, 2017, p.36).
59EDUCAÇÃO INFANTIL
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, fic
ar e
m p
é, a
ndar
com
aut
onom
ia, b
rinca
r di
ante
do
espe
lho,
aten
tand
o-se
par
a se
us p
rópr
ios
gest
os e
até
mes
mo
imita
ndo
outr
as c
rianç
as).
* Com
unic
am-s
e at
ravé
s de
em
oçõe
s, ge
stos
, bal
buci
os, p
alav
ras
ou
expr
essõ
es fa
ciai
s (a
legr
ia, t
riste
za, e
tc),
reco
nhec
endo
tam
bém
as
emoç
ões
do o
utro
;* D
esen
volve
m o
equ
ilíbrio
est
átic
o: s
enta
m, d
eita
m, a
joel
ham
, aga
cham
e
ficam
de
pé c
om/s
em a
poio
e o
equ
ilíbrio
din
âmic
o: ra
stej
am,
enga
tinha
m, a
ndam
com
apo
io, le
vant
am, a
gach
am, a
lcan
çam
, peg
am,
solta
m, s
obem
, des
cem
, rol
am (c
om e
/ou
elem
ento
s);
* Man
ifest
am m
ovim
ento
s co
rpor
ais:
acen
am, b
atem
pal
mas
, jog
am
beijo
s, fa
zem
mím
icas
, etc
;
(EI0
1EO0
2)
Perc
eber
as
poss
ibilid
ades
e o
s lim
ites
de s
eu c
orpo
nas
brin
cade
iras
e in
tera
ções
das
qua
is pa
rtic
ipa.
(EI0
1EO0
3/ES
) In
tera
gir c
om c
rianç
as d
a m
esm
a fa
ixa e
tária
e a
dulto
s, ad
apta
ndo-
se a
o co
nvívi
o so
cial
e e
xplo
rand
o es
paço
s, m
ater
iais,
obj
etos
, br
inqu
edos
.
60 EDUCAÇÃO INFANTIL
O EU
, O O
UTRO
E O
NÓS
Bebê
s (z
ero
a 1 a
no e
6 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
1EO0
4/ES
) Ex
pres
sar e
com
unic
ar n
eces
sidad
es,
sens
açõe
s, de
sejo
s e
emoç
ões,
utiliz
ando
ges
tos,
balb
ucio
s, pa
lavr
as
em m
omen
tos
de a
limen
taçã
o, hi
gien
e, b
rinca
deira
e d
esca
nso.
* Pla
neja
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açõe
s em
que
o b
ebê
use
o co
rpo
na e
xplo
raçã
o do
s ob
jeto
s e
do a
mbi
ente
: por
exe
mpl
o, qu
ando
seg
ura
um o
bjet
o co
m
as m
ãos
e le
va à
altu
ra d
os o
lhos
par
a ex
plor
á-lo
ou
quan
do s
obe
em
obje
tos
volu
mos
os o
u ai
nda
quan
do la
nça
obje
tos
em d
eter
min
ada
dire
ção;
* Faz
er a
bord
agen
s da
cul
tura
loca
l, tra
zend
o ex
empl
os d
e br
inca
deira
s e
brin
qued
os q
ue s
ão d
e co
nhec
imen
to d
os b
ebês
;*P
ossib
ilitar
a e
xper
imen
taçã
o de
nov
os m
ovim
ento
s es
tátic
os e
di
nâm
icos
que
favo
rece
rem
gra
dativ
amen
te o
con
heci
men
to s
obre
o
seu
próp
rio c
orpo
, lim
ites
e po
tenc
ialid
ades
;* I
nter
agir
em c
onte
xto
de b
rinca
deira
s (c
omo
esco
nder
e a
char
, imita
r o
adul
to o
u ou
tras
cria
nças
, rod
a, m
orto
vivo
...);
* Pro
mov
er v
ário
s m
omen
tos
onde
oco
rra
uma
com
unic
ação
com
co
lega
s e
os a
dulto
s po
ssib
ilitan
do a
bus
ca p
elo
cont
ato,
aten
ção
e pr
olon
gam
ento
das
situ
açõe
s de
inte
raçã
o;* P
rom
over
mom
ento
s de
ativ
idad
es in
divid
uais
e em
gru
po, p
ara
que
poss
am d
esen
volve
r sua
iden
tidad
e, e
xpre
ssan
do e
exp
lora
ndo
sent
imen
tos
e se
nsaç
ões;
mom
ento
s de
rodi
nhas
, com
mús
icas
que
tr
abal
hem
tant
o a
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dena
ção
mot
ora
ampl
a, e
tam
bém
a a
udiç
ão e
ou
tros
sen
tidos
, per
miti
ndo
viven
ciar
a m
úsic
a e
as h
istór
ias
ouvid
as e
ex
pres
sar-
se d
as m
ais
varia
das
form
as, t
anto
ges
tuai
s qu
anto
ora
is;* P
lane
jar s
ituaç
ões
que
poss
ibilit
em in
tera
ção
entr
e cr
ianç
as-c
rianç
as,
cria
nças
-adu
ltos,
elem
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s da
nat
urez
a, co
m o
bjet
os c
ultu
rais.
..
* Nos
mom
ento
s de
rodi
nhas
, man
ifest
am-s
e ta
nto
gest
ual c
omo
oral
men
te p
or m
eio
das
mús
icas
que
ouv
em e
que
afe
tam
tant
o su
a co
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naçã
o m
otor
a gl
obal
com
o ta
mbé
m a
aud
ição
, per
miti
ndo
viven
ciar
mús
icas
e a
s hi
stór
ias
ouvid
as e
xpre
ssan
do-s
e da
s m
ais
varia
das
form
as;
* Usa
m g
esto
s co
m a
inte
nção
de
cons
egui
r alg
o, ap
onta
ndo
o qu
e de
seja
m, c
oloc
ando
a m
ão n
a ba
rrig
a pa
ra d
izer q
ue e
stão
com
fom
e,
apon
tand
o pa
ra o
bjet
os e
pes
soas
com
o fo
rma
de re
conh
ecim
ento
;* S
inal
izam
cer
to d
esco
nfor
to d
e su
as n
eces
sidad
es d
e es
fínct
eres
, de
mon
stra
ndo
cuid
ado
de h
igie
ne p
esso
al;
* Dem
onst
ram
inte
ress
e pr
ogre
ssivo
pel
o cu
idad
o co
m o
pró
prio
co
rpo,
exec
utan
do a
ções
sim
ples
rela
cion
adas
à a
limen
taçã
o, hi
gien
e,
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cade
ira e
des
cans
o;* C
ompa
rtilh
am o
bjet
os, b
rinqu
edos
, alim
ento
s, cu
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os, d
entr
e ou
tros
, co
m fa
milia
res
e co
lega
s da
uni
dade
de
ensin
o;* I
dent
ifica
m m
embr
os d
o pr
óprio
cor
po;
* Alim
enta
m-s
e, v
ivenc
iand
o o
cont
ato
com
dife
rent
es a
limen
tos;
* Vive
ncia
m m
omen
tos
de re
laxa
men
to e
des
cans
o;* I
dent
ifica
m p
or m
eio
de b
albu
cios
, ges
tos,
açõe
s, fa
las
o ap
rend
izado
so
bre
a vid
a so
cial
já c
onst
ruíd
os...
(EI0
1EO0
5/ES
) Re
conh
ecer
seu
cor
po p
elas
açõ
es d
e su
as e
xplo
raçõ
es d
e fo
rma
inte
ncio
nal
e gr
adat
iva a
pren
dend
o e
cons
trui
ndo
conh
ecim
ento
sob
re o
mun
do q
ue o
ce
rca.
61EDUCAÇÃO INFANTIL
O EU
, O O
UTRO
E O
NÓS
Cria
nças
bem
peq
uena
s (1
ano
e 7 m
eses
a 3
ano
s e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
2EO0
1)De
mon
stra
r atit
udes
de
cuid
ado
e so
lidar
ieda
de n
a in
tera
ção
com
cr
ianç
as e
adu
ltos.
Nest
a fa
ixa e
tária
as
cria
nças
têm
mai
s in
tere
sse
pela
inte
raçã
o co
m s
eus
pare
s e
com
os
adul
tos,
estã
o m
ais
dese
nvol
vidas
em
su
as h
abilid
ades
mot
oras
, vive
ncia
m u
m m
omen
to in
tens
o do
jogo
sim
bólic
o e
têm
mai
or d
omín
io d
e su
a lin
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em o
ral.
Quan
to m
ais
expe
riênc
ias
posit
ivas
de in
tera
ções
vive
ncia
rem
, mai
s ap
rend
em e
va
loriz
am a
con
vivên
cia
grup
al e
o c
uida
do c
om o
out
ro. P
ara
tant
o o
prof
esso
r dev
e:
* Pla
neja
r um
a ro
tina
que
poss
ibilit
e o
conv
ívio
entr
e di
fere
ntes
pa
rcei
ros,
cria
nça-
cria
nça
da m
esm
a fa
ixa e
tária
, cria
nça
com
cr
ianç
as m
ais
velh
as, c
rianç
a-ad
ulto
, enf
atiza
ndo
o af
eto,
o ar
repe
ndim
ento
, a p
artil
ha e
o c
uida
do c
om o
out
ro;
* Pro
mov
er s
ituaç
ões
que
perm
itam
as
cria
nças
mai
or c
omun
icaç
ão,
auto
nom
ia e
inde
pend
ênci
a;* G
aran
tir e
spaç
os p
ara
dife
rent
es b
rinca
deira
s e
ativi
dade
s qu
e po
ssib
ilitem
a e
scol
ha e
inte
raçã
o en
tre
pequ
enos
gru
pos;
* Des
envo
lver b
rinca
deira
s e
mom
ento
s po
ntua
is em
sua
rotin
a di
ária
qu
e es
timul
em a
s ha
bilid
ades
com
unic
ativa
s da
cria
nça,
de fo
rma
a am
plia
r a c
ompr
eens
ão d
as m
ensa
gens
que
est
abel
ece
com
out
ras
cria
nças
;* P
ropi
ciar
a in
tera
ção
da c
rianç
a co
m o
s co
lega
s da
pró
pria
turm
a, co
m c
rianç
as d
e tu
rmas
mai
ores
ou
men
ores
e a
dulto
s em
dife
rent
es
situa
ções
, pos
sibilit
ando
a id
entif
icaç
ão d
a di
vers
idad
e hu
man
a, qu
anto
às
sem
elha
nças
e d
ifere
nças
nas
car
acte
rístic
as (p
eso,
altu
ra,
cor d
a pe
le/o
lhos
/cab
elos
, gos
tos/
pref
erên
cias
, ent
re o
utro
s);
* Org
aniza
r mom
ento
que
pro
pici
e o
conh
ecim
ento
de
outr
as c
ultu
ras,
iden
tidad
es e
cos
tum
es, a
dqui
rindo
resp
eito
e v
alor
izaçã
o pe
la
dive
rsid
ade
hum
ana;
Para
as
cria
nças
bem
peq
uena
s, é
poss
ível o
bser
var c
ompo
rtam
ento
s es
pecí
ficos
rela
cion
ados
a s
entim
ento
s e
nece
ssid
ades
con
sigo
mes
mas
ou
aind
a co
m a
s do
s co
lega
s. Os
obj
etivo
s de
sta
faixa
etá
ria
pode
m s
er o
bser
vado
s qu
ando
est
as:
* Brin
cam
de
açõe
s de
cui
dado
com
o o
utro
;* C
omun
icam
-se
atra
vés
de e
moç
ões,
gest
os, b
albu
cios
ou
expr
essõ
es
de (a
legr
ia, t
riste
za, e
tc),
reco
nhec
endo
tam
bém
as
emoç
ões
do o
utro
;*D
emon
stra
m c
ompo
rtam
ento
de
solid
arie
dade
com
o o
utro
; * T
êm u
ma
imag
em p
ositi
va d
e si,
am
plia
ndo
sua
auto
conf
ianç
a, id
entif
ican
do c
ada
vez m
ais
suas
lim
itaçõ
es e
pos
sibilid
ades
;* D
emon
stra
m e
m d
ifere
ntes
mom
ento
s su
as id
eias
e g
osto
s pa
rtic
ular
es e
resp
eita
m o
s se
ntim
ento
s e
nece
ssid
ades
do
outr
o;* C
ompa
rtilh
am o
s ob
jeto
s e
espa
ços
com
seu
s pa
res
e co
m a
dulto
s;* U
tiliza
m o
diá
logo
par
a re
solve
r dúv
idas
e c
onfli
tos
com
out
ras
cria
nças
e a
dulto
s;*O
bser
vam
dife
rent
es a
spec
tos
nos
ambi
ente
s em
que
circ
ulam
;* C
onviv
em c
om o
out
ro e
stab
elec
endo
rela
ções
de
cont
ato,
expr
essa
ndo
e re
spei
tand
o id
eias
e o
pini
ões;
* Can
tam
, res
peita
ndo
sua
vez d
e ca
ntar
e o
uvin
do o
s co
mpa
nhei
ros;
* Dem
onst
ram
atit
udes
de
solid
arie
dade
, apo
iand
o os
par
ceiro
s em
di
ficul
dade
, sem
disc
rimin
á-lo
s po
r sua
s ca
ract
eríst
icas
;* R
espe
itam
as
regr
as n
as b
rinca
deira
s;* P
ratic
am s
uas
habi
lidad
es c
omun
icat
ivas,
ampl
iand
o a
com
pree
nsão
da
s m
ensa
gens
dos
col
egas
;
(EI0
2EO0
2)De
mon
stra
r im
agem
pos
itiva
de
si e
conf
ianç
a em
sua
cap
acid
ade
para
en
fren
tar d
ificu
ldad
es e
des
afio
s.
(EI0
2EO0
3)Co
mpa
rtilh
ar o
s ob
jeto
s e
os e
spaç
os
com
cria
nças
da
mes
ma
faixa
etá
ria e
ad
ulto
s.
(EI0
2EO0
4/ES
)Pr
atic
ar s
uas
habi
lidad
es
com
unic
ativa
s co
m o
s co
lega
s e
os
adul
tos,
busc
ando
com
pree
ndê-
los
e fa
zend
o-se
com
pree
nder
, am
plia
ndo
a co
mpr
eens
ão d
as m
ensa
gens
que
es
tabe
lece
com
o g
rupo
nos
esp
aços
ed
ucat
ivos.
(EI0
2EO0
5/ES
)Pe
rceb
er q
ue a
s pe
ssoa
stê
m c
arac
terís
ticas
físic
asdi
fere
ntes
, iden
tific
ando
sem
elha
nças
e
resp
eita
ndo
essa
s di
fere
nças
.
(EI0
2EO0
6/ES
)Fa
zer u
so d
e re
gras
bás
icas
de
conv
ívio
soci
al n
as in
tera
ções
e b
rinca
deira
s.
62 EDUCAÇÃO INFANTIL
O EU
, O O
UTRO
E O
NÓS
Cria
nças
bem
peq
uena
s (1
ano
e 7 m
eses
a 3
ano
s e
11 m
eses
)OB
JETI
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PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
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NEJA
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LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
2EO0
7/ES
)Re
solve
r con
flito
s na
sin
tera
ções
e b
rinca
deira
s, co
m a
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ient
ação
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um a
dulto
, qua
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ssár
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* Pla
neja
r brin
cade
iras
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ianç
as p
ossa
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e no
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so
ciai
s;* O
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izar m
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tos
dire
cion
ados
ou
não
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rinca
deira
s de
faz-
de-
cont
a on
de a
s cr
ianç
as v
ivenc
iam
dife
rent
es p
apéi
s;* P
rom
over
a m
anip
ulaç
ão e
exp
lora
ção
inst
rum
ento
s e
obje
tos
de s
ua
cultu
ra: b
rinqu
edos
, ute
nsílio
s us
ados
pel
os a
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* Dem
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con
heci
men
to s
obre
os
dife
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es p
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inca
deira
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tem
fant
asia
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perim
enta
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outr
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as, o
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rson
agen
s de
hist
ória
s qu
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es s
ão c
onta
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ou
lidas
);* F
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de
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atég
ias
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r com
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onfli
to n
as in
tera
ções
com
di
vers
as c
rianç
as e
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ltos..
.
(EI0
2EO0
8/ES
)As
sum
ir pe
rson
agen
s lig
ados
ao
seu
cotid
iano
nas
brin
cade
iras
de jo
go
simbó
lico.
63EDUCAÇÃO INFANTIL
O EU
, O O
UTRO
E O
NÓS
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s a
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3EO0
1)De
mon
stra
r em
patia
pel
os o
utro
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pon
to d
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icip
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das
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que
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ende
ndo
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brin
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ento
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com
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se s
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omia
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ões-
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cam
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(EI0
3EO0
2)Ag
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3EO0
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3EO0
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3EO0
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3EO0
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to e
por
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s e
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os d
e vid
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64 EDUCAÇÃO INFANTIL
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, O O
UTRO
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iões
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o an
o le
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65EDUCAÇÃO INFANTIL
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS:TRAÇOS, SONS, FORMAS E CORES
O Campo de Experiências Traços, Sons, Formas e Cores possibilita à criança desenvolver e valorizar as experiências relacionadas com as diferentes lingua-gens e manifestações artísticas, culturais, simbólicas e científicas, locais e universais relacionadas aos contextos sociais em que as crianças estão inseridas: família, escola, coletividade. Tem na observação um modo genuíno de conhecer e interpretar o mundo, valorizando e incentivando a contemplação da vida.
Pensar em proporcionar experiências significa inserir a dimensão da participação das crianças como prota-gonistas de seu processo de aprendizagem, criando suas próprias produções, isto é, o exercício da autoria (coletiva e individual), desenvolvendo, desde muito pequenas, senso estético e crítico diante da realidade que as cerca. Por meio dessas experiências, as crian-ças se expressam por várias linguagens e formas de expressão: sons, gestos, formas, traços, encenações, danças, mímicas, modelagens, canções, manipulação de diversos materiais e recursos tecnológicos.
Nesse sentido, na Educação Infantil, é preciso promover o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade, por meio das diversas formas de expressão pessoal e cultural, qualificando e ampliando os repertórios imagéticos, artísticos e simbólicos das crianças, promovendo a abertura ao novo e conhecendo outros modos de expressão e de se relacionar com os objetos de conhecimento, permitindo a elas conhecerem a si mesmas, ao outro e à realidade, potencializando suas singularidades.
No cotidiano da instituição escolar, a organização das diversas experiências deve ocorrer em situações de aprendizagem, sistematicamente estruturadas e propostas pedagógicas bem definidas e intencionais, permitindo às crianças vivenciarem diferentes formas de expressões e linguagens - artes visuais (pintura, modelagem, fotografia, colagem), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, ampliando seus repertórios culturais. As DCNEI convidam os educadores a pensar a aprendizagem a partir do que a criança é capaz
de fazer, partindo das experiências e de como elas aprendem, levando-as a aprender a partir do que é capaz de fazer.
Brincar com tintas, explorar diferentes suportes e materiais, brincar, correr, escutar, ouvir músicas, modelar, recortar, compor, desenhar, fazer uso de instrumentos musicais, criar, encenar, dramatizar, esculpir são situações que possibilitam a expressão e que o professor da Educação Infantil deve proporcionar às crianças, devendo ter clareza de que não preten-demos aqui formar um artista, mas auxiliar, através das diferentes formas de linguagem e da Arte, na construção de seres capazes de expressar sensações, sentimentos, pensamentos e que se tornem potentes para desenvolver seus próprios percursos criativos.
Cabe à escola oferecer contextos de aprendizagem que possam favorecer essas experiências para que todas as crianças desenvolvam seus próprios per-cursos criativos, os quais são singulares, resultado de sucessivas aprendizagens. Por isso, as produções das crianças têm valor como parte desses percursos, não requerendo acabamentos, posto que estão em processo. A produção e sua estética ao olhar do adulto não devem ocupar lugar tão privilegiado quanto os percursos de criação da criança, ou seja, as produ-ções dos pequenos não precisam ser maquiadas ou melhoradas para serem expostas ao público adulto. É importante levar a criança a perceber a presença da arte no mundo que nos cerca: nas ruas, vitrines, roupas ou na fachada das casas, estimulando o pro-cesso criativo e natural das crianças. É preciso ficar claro para o professor que, quando brinca, a criança desenvolve atividades rítmicas, melódicas, fantasia-se de adulto, produz desenhos, danças, inventa histórias e é esta criatividade natural que deve ser explorada na Educação Infantil.
O Campo de Experiências “Traços, sons, formas e cores” trata dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimen-to, e devem garantir os direitos de aprendizagem de modo a possibilitar à criança:
66 EDUCAÇÃO INFANTIL
w CONVIVER e fruir com os colegas e profes-sores manifestações artísticas e culturais da sua comunidade e de outras culturas - artes plásticas, música, dança, teatro, cinema, folguedos e festas populares. w BRINCAR com diferentes sons, ritmos, formas, cores, texturas, objetos, materiais, construindo cenários e indumentárias para brincadeiras de faz de conta, encenações ou para festas tradicionais. w EXPLORAR variadas possibilidades de usos e combinações de materiais, substâncias, objetos e recursos tecnológicos para criar desenhos, modelagens, músicas, danças, encenações teatrais e musicais. w PARTICIPAR de decisões e ações relativas à organização do ambiente (tanto o cotidiano quanto o preparado para determinados eventos), à definição de temas e à escolha de materiais a serem usados em atividades lúdicas e artísticas. w EXPRESSAR suas emoções, sentimentos, necessidades e ideias, cantando, dançando, esculpindo, desenhando, encenando. (Olivei-ra, p.59, 2017)
A BNCC apresenta este Campo:
Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e
universais, no cotidiano da instituição es-colar, possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar di-versas formas de expressão e linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, elas se expres-sam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modela-gens, manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos. Essas experi-ências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças em tempos e espaços para a produção, mani-festação e apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilida-de, da criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e reconfigurem, permanentemente, a cul-tura e potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas (Brasil, 2017, p.37).
67EDUCAÇÃO INFANTIL
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o pr
ofes
sor p
ara
os b
ebês
, mui
tas
abor
dage
ns p
odem
ser
des
taca
das,
dent
re e
las:
* Con
text
ualiz
ar d
ifere
ntes
brin
cade
iras
(can
tada
s, de
roda
, can
ções
de
nin
ar) q
ue e
nvol
vam
a e
xplo
raçã
o do
cor
po;
* Pos
sibilit
ar o
man
usei
o de
obj
etos
son
oros
;* U
sar s
upor
tes
dife
renc
iado
s co
m m
ater
iais
risca
ntes
apr
opria
dos
para
o m
anus
eio
dos
bebê
s (lá
pis
colo
ridos
, giz
de c
era,
cane
tinha
s gr
ossa
s) c
om o
mon
itora
men
to d
o ad
ulto
um
a ve
z que
os
bebê
s se
en
cont
ram
na
fase
ora
l e le
vam
tudo
à b
oca;
* faz
er u
so d
e tin
tas
natu
rais
(bet
erra
ba, c
enou
ra, c
ouve
, aça
frão
...)
para
pro
duçã
o de
mar
cas
gráf
icas
;* O
port
uniza
r a e
xplo
raçã
o se
nsor
ial p
or m
eio
de ta
pete
s, tú
neis,
livr
os,
pain
éis,
dado
s, ca
rtaz
es;
* Apr
ecia
r e c
onve
rsar
sob
re o
bras
, fot
ogra
fias,
escu
ltura
s de
art
istas
ou
del
as p
rópr
ias;
* Pro
mov
er a
pro
duçã
o de
gel
ecas
(gel
atin
as, g
elos
col
orid
os, g
omas
, m
assin
ha),
com
mat
eria
is co
mes
tívei
s;* O
fere
cer i
nstr
umen
tos
que
com
põem
um
a ba
ndin
ha m
usic
al p
ara
os
bebê
s ex
plor
arem
e p
erce
bere
m a
pro
duçã
o de
son
s;* C
onfe
ccio
nar m
óbile
s so
noro
s co
m d
ifere
ntes
mat
eria
is;* D
esen
volve
r brin
cade
iras
cant
adas
faze
ndo
uso
de d
ifere
ntes
font
es
sono
ras
(rád
io, v
oz d
o ad
ulto
/cria
nça,
sons
pro
duzid
os c
om o
cor
po,
band
inha
mus
ical
);* V
iabi
lizar
pas
seio
s pa
ra p
erce
ber o
s so
ns n
os d
ifere
ntes
esp
aços
da
esco
la.
Em s
uas
expl
oraç
ões
corp
orai
s e
sono
ras
nas
dive
rsas
situ
açõe
s viv
enci
adas
no
cotid
iano
esc
olar
, os
bebê
s de
scob
rem
son
s, ge
stos
e
pala
vras
, bus
cand
o da
r sen
tidos
a s
uas
açõe
s; ex
perim
enta
m u
m
ritm
o re
gula
r ao
toca
r, ca
ntar
, man
usea
r, te
ndo
opor
tuni
dade
de
ampl
iar e
apr
imor
ar s
uas
habi
lidad
es e
des
cobe
rtas
sob
re a
mús
ica
e os
mov
imen
tos.
É im
port
ante
que
os
bebê
s te
nham
gar
antid
os
víncu
los
segu
ros
e es
táve
is; e
spaç
os a
colh
edor
es e
des
afia
dore
s, di
spon
ibiliz
ados
a s
eu a
lcan
ce; o
bjet
os d
e ef
eito
son
oro;
mat
eria
is e
brin
qued
os s
onor
os, d
e qu
alid
ade,
que
lhe
prop
icie
m o
port
unid
ades
pa
ra e
xplo
rar d
ifere
ntes
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s, fa
zend
o us
o de
seu
cor
po e
de
seus
se
ntid
os. A
s ap
rend
izage
ns p
odem
ser
obs
erva
das
quan
do o
s be
bês:
* Man
usei
am o
bjet
os d
o am
bien
te n
atur
al q
ue p
rodu
zam
son
s di
vers
os;
* Par
ticip
am d
e sit
uaçõ
es b
rinca
ndo
com
as
poss
ibilid
ades
exp
ress
ivas
da p
rópr
ia v
oz (p
rodu
ção
de s
ons
com
boc
a -e
stal
o de
líng
ua, c
hiad
os,
sopr
o);
* Apo
ntam
par
a a
part
e do
cor
po d
uran
te u
ma
mús
ica;
*Exp
lora
m o
bjet
os q
ue e
mite
m d
ifere
ntes
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s, aj
usta
ndo
a se
us
mov
imen
tos
corp
orai
s, co
mo
bate
r pal
mas
, bat
er o
s pé
s co
nfor
me
o rit
mo
da m
úsic
a, ac
ompa
nhar
a m
úsic
a ba
tend
o em
um
obj
eto
ou
mes
mo
busc
ar s
ons
dife
rent
es e
m o
bjet
os q
ue lh
es s
ão fa
milia
res;
* Sen
tem
pra
zer n
as a
tivid
ades
que
real
izam
;* M
anife
stam
des
ejo
em p
erm
anec
er p
inta
ndo,
risca
ndo,
faze
ndo
suas
m
arca
s;* E
xpre
ssam
sen
saçõ
es a
o to
car s
upor
tes
com
dife
rent
es te
xtur
as;
* Man
usei
am o
s in
stru
men
tos
prod
uzin
do s
ons;
* Rep
rodu
zem
os
sons
que
ouv
em;
* Exp
ress
am s
atisf
ação
qua
ndo
ouve
m c
antig
as;
* Per
cebe
m o
s so
ns p
rodu
zidos
no
seu
ento
rno.
..
(EI0
1TS0
2/ES
)Tr
açar
mar
cas
gráf
icas
,em
dife
rent
es s
upor
tes,
usan
do in
stru
men
tos
risca
ntes
e ti
ntas
nat
urai
s.
(EI0
1TS0
3)Ex
plor
ar d
ifere
ntes
font
esso
nora
s e
mat
eria
is pa
raac
ompa
nhar
brin
cade
iras
cant
adas
, can
ções
, mús
icas
e
mel
odia
s.
(EI0
1TS0
4/ES
)Ut
ilizar
mat
eria
is (a
rgila
, mas
sa
de m
odel
ar, p
apel
, tin
ta) c
om
poss
ibilid
ades
tran
sfor
mad
oras
, par
a cr
iar o
bjet
os.
(EI0
1TS0
5/ES
)Im
itar g
esto
s, m
ovim
ento
s, so
ns,
pala
vras
de
seus
par
es e
adu
ltos,
anim
ais
e ob
jeto
s.
68 EDUCAÇÃO INFANTIL
TRAÇ
OS, S
ONS,
COR
ES E
FOR
MAS
Cria
nças
bem
peq
uena
s (1
ano
e 7 m
eses
a 3
ano
s e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
2TS0
1/ES
)Ex
plor
am s
ons
para
pro
duzir
mat
eria
is,
obje
tos
e in
stru
men
tos
mus
icai
s, pa
ra a
com
panh
ar d
ivers
os ri
tmos
de
mús
ica.
À m
edid
a qu
e cr
esce
m a
s cr
ianç
as v
ão s
e ap
ropr
iand
o de
mai
s in
form
açõe
s qu
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es p
rovo
cam
dife
rent
es re
açõe
s (a
legr
ia, s
usto
, m
edo,
chor
o, re
açõe
s de
bem
-est
ar, d
entr
e ou
tras
). Se
u in
tere
sse
pela
mús
ica,
prod
ução
son
ora,
man
usei
o de
sup
orte
s co
m d
ifere
ntes
te
xtur
as, p
rodu
ções
visu
ais,
vivên
cia
dos
dife
rent
es p
apéi
s na
s br
inca
deira
s e
inte
raçõ
es p
rom
ovem
cad
a ve
z mai
s o
dese
nvol
vimen
to
de s
ua e
xpre
ssivi
dade
e c
riativ
idad
e in
fant
is. P
ara
a ga
rant
ia d
os
obje
tivos
de
apre
ndiza
gem
e d
esen
volvi
men
to, o
pro
fess
or d
eve
orga
niza
r dive
rsas
situ
açõe
s em
que
as
lingu
agen
s m
usic
ais
e vis
uais
poss
am s
er e
xplo
rada
s pe
las
cria
nças
. Por
tant
o, de
ntre
out
ras
suge
stõe
s, o
prof
esso
r pod
e:* C
onfe
ccio
nar o
bjet
os s
onor
os c
om d
ifere
ntes
mat
eria
is (m
ater
iais
reci
cláv
eis:
guizo
s, ch
ocal
hos,
pand
eiro
s, pa
u de
chu
va, v
iolã
o);
* Usa
r a p
rópr
ia v
oz p
ara
brin
car c
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ivers
os ri
tmos
de
mús
ica,
com
bina
ndo
sons
de
dife
rent
es v
olum
es, in
tens
idad
es, t
imbr
es e
du
raçã
o;* P
rom
over
a a
udiç
ão d
e di
vers
os ri
tmos
mus
icai
s, va
loriz
ando
a
cultu
ral l
ocal
, reg
iona
l;* D
esen
volve
r ativ
idad
es c
om d
ifere
ntes
sup
orte
s (p
apel
ão, p
apel
te
xtur
izado
, TNT
, arg
ila, a
reia
, plá
stic
o...)
par
a qu
e as
cria
nças
pr
oduz
am s
uas
mar
cas
ness
as s
uper
fície
s;* P
ossib
ilitar
o u
so d
e in
stru
men
tos
risca
ntes
(can
eta
jum
bo, g
iz de
ce
ra, c
arvã
o...)
em
ativ
idad
es n
as d
ifere
ntes
pos
içõe
s (n
o ch
ão, n
a pa
rede
, em
baixo
da
mes
a) p
erm
itind
o a
livre
exp
ress
ão d
a cr
ianç
a;* A
prec
iar e
con
vers
ar s
obre
obr
as, f
otog
rafia
s, es
cultu
ras
de a
rtist
as
ou d
elas
pró
pria
s, co
nhec
er c
urio
sidad
es s
obre
a a
rtist
a e
com
o el
e fa
zia s
uas
obra
s, et
c;* O
port
uniza
r o m
anus
eio
de m
assin
ha, a
rgila
e o
utro
s m
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iais
para
a
prod
ução
de
obje
tos
bidi
men
siona
is e
trid
imen
siona
is;
* Org
aniza
r mom
ento
s em
que
as
cria
nças
se
mov
imen
tem
e d
ance
m
ao s
om d
e di
fere
ntes
font
es s
onor
as;
* Con
tar h
istór
ias
(dife
rent
es g
êner
os te
xtua
is), f
azen
do u
so d
a so
noriz
ação
ao
long
o da
nar
rativ
a: b
arul
ho d
o tr
ovão
, som
do
vent
o, ba
rulh
o da
chu
va c
aind
o, do
cav
alo
trot
ando
/rel
inch
ando
...
As c
rianç
as b
em p
eque
nas
se in
tere
ssam
por
can
ções
, jog
os
mus
icai
s, re
pres
enta
ção
de d
ifere
ntes
pap
éis,
suas
mar
cas
gráf
icas
po
r mei
o do
uso
de
dife
rent
es s
upor
tes.
O al
canc
e da
s ab
orda
gens
da
s ex
periê
ncia
s e
apre
ndiza
gens
pod
e se
r evid
enci
ado
quan
do a
s cr
ianç
as:
* Can
tam
e d
ança
m fa
zend
o us
o do
s ob
jeto
s so
noro
s co
nfec
cion
ados
po
r ela
s;* E
xpre
ssam
-se
mus
ical
men
te e
m o
utro
s m
omen
tos
da ro
tina
(brin
cade
iras
livre
s, no
par
que)
;* O
cupa
m o
esp
aço
dos
supo
rtes
ofe
rtad
os p
ara
sua
prod
ução
, ut
ilizan
do fo
rça
e di
reçã
o no
s tr
açad
os;
* Man
ifest
am in
tere
sse
na c
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ruçã
o do
s ob
jeto
s tr
idim
ensio
nais
que
prod
uzem
;* E
labo
ram
seu
s de
senh
os, d
emon
stra
ndo
evol
ução
na
graf
ia d
o de
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o in
fant
il;* D
emon
stra
m p
raze
r ao
se m
ovim
enta
r, da
nçar
e c
anta
r;* R
epre
sent
am d
ifere
ntes
pap
éis
soci
ais
nas
brin
cade
iras
de fa
z de
cont
a;* E
xpre
ssam
inte
ress
e pe
los
dife
rent
es ri
tmos
mus
icai
s;* P
rodu
zem
son
s (c
om a
pró
pria
voz
, com
o c
orpo
, com
obj
etos
, in
stru
men
tos
mus
icai
s e
outr
os) q
uand
o es
tão
inte
ragi
ndo
com
out
ras
cria
nças
/adu
ltos
nas
hist
ória
s qu
e co
ntam
e o
uvem
;* C
anta
m s
ozin
has
ou c
om s
eus
pare
s pa
rtes
das
mús
icas
que
já
conh
ecem
;* P
artic
ipam
de
jogo
s m
usic
ais;
*Exp
ress
am s
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ções
con
form
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plor
am o
bjet
os o
u m
ater
iais
com
di
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ntes
text
uras
;* C
riam
form
as b
idim
ensio
nais
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idim
ensio
nais
por m
eio
da
escu
ltura
, mod
elag
em u
sand
o ba
rro,
mas
sinha
, arg
ila...
(EI0
2TS0
2/ES
)Ut
ilizar
mat
eria
is va
riado
s co
m
poss
ibilid
ades
de
man
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ação
(arg
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s, pl
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olum
es p
ara
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etos
tr
idim
ensio
nais
ou g
rafa
r.
(EI0
2TS0
3)Ut
ilizar
dife
rent
es fo
ntes
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br
inca
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as, c
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es,
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icas
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ias.
(EI0
2TS0
4/ES
)Re
cria
r dan
ças,
cena
s de
teat
ro,
hist
ória
s, m
úsic
as.
(EI0
2TS0
5/ES
)Re
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as
poss
ibilid
ades
de
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essa
r em
dife
rent
es li
ngua
gens
(d
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ho, c
inem
a, m
úsic
a, m
ovim
ento
, te
atro
).
(EI0
2TS0
6/ES
)Or
gani
zar,
junt
o a
seus
par
es, o
am
bien
te p
ara
brin
cade
iras
ou
ocas
iões
esp
ecia
is (fe
stas
, tea
tros
, faz
de
con
ta)
69EDUCAÇÃO INFANTIL
TRAÇ
OS, S
ONS,
COR
ES E
FOR
MAS
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
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JETI
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PREN
DIZA
GEM
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VIM
ENTO
DICA
S PA
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VAR
QUE
(EI0
3TS0
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por m
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iais,
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mus
icai
s, fe
stas
.
As c
rianç
as p
eque
nas,
na in
tera
ção
e br
inca
deira
s co
m s
eus
pare
s, go
stam
de
cant
ar, im
prov
isar m
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as fa
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o us
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dife
rent
es
mat
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arca
s gr
áfic
as re
gist
rada
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sup
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rinca
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a re
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enta
ção
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ifere
ntes
pa
péis
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rson
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s. Pa
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nça
pequ
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nvol
va s
uas
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es n
a lin
guag
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usic
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as li
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visu
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e cê
nica
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ispon
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* Con
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iona
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as, f
otog
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elas
pró
pria
s, co
nhec
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urio
sidad
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c;* D
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* Exp
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70 EDUCAÇÃO INFANTIL
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71EDUCAÇÃO INFANTIL
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS:ESCUTA, FALA, PENSAMENTO
E IMAGINAÇÃO
A constituição do pensamento está associada ao domínio e à apropriação da linguagem verbal. Os bebês e as crianças, à medida que vão se aproprian-do dos sentidos e dominando a língua materna, vão ampliando e enriquecendo progressivamente seu vocabulário e utilizando recursos de expressão e de compreensão cada vez mais complexos, tornando a língua seu veículo privilegiado de interação. É no convívio e nas interações com seus pares que elas aprendem a falar, a ouvir, a compreender seu con-texto, vivenciando experiências que potencializam sua participação na cultura. Sorrir, falar, imitar, tagarelar, inventar histórias, fazer perguntas, expressar suas ideias e opiniões, defender seus pontos de vista são capacidades que vão sendo desenvolvidas pelas crianças e que marcam significativas experiências no campo Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação. Toda esta experiência com a linguagem verbal dada pela criança, além de ser ampliada gradativamente, conforme vai se desenvolvendo, dialogam com outras linguagens, como o pensamento (sobre si, o outro, o mundo e a língua) e a imaginação das crianças.
Escutar e falar são atos que estão intrinsicamen-te ligados e constituem a língua e o pensamento humanos desde o nascimento. Ao ingressarem na Educação Infantil, os momentos de escutar e falar das crianças são atos transversais que perpassam todos os campos de experiências. As DCNEI (Parecer CNE/CEB n.0 20/09) trazem que as práticas pedagógicas na Educação Infantil devem garantir experiências que “favoreçam a imersão das crianças nas diferen-tes linguagens e o progressivo domínio por elas de diferentes gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical”.
Assim, este campo de experiências que evidencia muito claramente a linguagem verbal não se separa completamente das outras linguagens expressas nos outros campos: corporal, musical, plástica e dramática.
A gestualidade, movimento exigido nas brincadeiras ou jogos corporais, a aquisição da linguagem verbal (oral e escrita), ou em libras, potencializam tanto a comunicação quanto a organização do pensamento das crianças e sua participação na cultura.
Com efeito, ao oportunizar aos bebês e às crianças, nos espaços da creche e da pré-escola, a escuta de histórias, a participação nas conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo, nas implicações com as múltiplas linguagens, a criança se constitui ativamente como sujeito sin-gular, pertencente a um grupo social. Além disso, o contato com histórias, contos, canções, rimas, leitura de imagens; o contato com as letras; identificação de palavras, fábulas, poemas, cordéis, livros de dife-rentes gêneros literários; a escuta e dramatização de histórias; a participação na produção de textos escritos; dentre outros; propiciam a construção de novos conhecimentos a respeito da linguagem verbal, desenvolvem o gosto pela leitura, estimulam à ima-ginação, ampliam o conhecimento de mundo, além de promoverem a apropriação de novos gestos, falas, histórias e escritas (convencionais ou não).
O papel do professor/a é o de articular as experi-ências e saberes infantis, pois ele/a é o propositor de atividades, que envolvem múltiplas linguagens possibilitando às crianças explorar e dar sentido ao mundo. Na interação com seus pares e os adultos no ambiente escolar, as crianças buscam captar os signos e símbolos socialmente construídos, presen-tes nos comportamentos dos parceiros humanos, expressos na oralidade e na escrita presentes no ambiente escolar, levando-as a, progressivamente, entender as formas de comunicação, investigar e reconhecer os diferentes usos sociais da linguagem verbal, imergindo na cultura do escrito.
Com relação à linguagem escrita, é no convívio com textos escritos que as crianças vão construindo hipó-
72 EDUCAÇÃO INFANTIL
teses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão progredindo em seu desenvolvimento e conhecendo as letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da língua, que vão sendo emergidas no universo da linguagem oral e escrita. As DCNEI’s reconhecem esta linguagem como de interesse pela criança desde cedo. Também chamam a atenção do professor para que suas práticas pedagógicas para tal linguagem sejam coerentes com o que se conhece como sendo especificidades da primeira infância.
Vivendo em um mundo onde a língua escrita está cada vez mais presente, as crianças começam a se interessar pela escrita muito antes que os professores a apresentem formalmente. Contudo, há que se apontar que esta temática não está sendo muitas vezes adequadamente compreendida e trabalhada na Educação Infantil. O que se pode dizer é que o trabalho com a língua escrita com crianças pequenas não pode decididamente ser uma prática mecânica desprovida de sentido e centrada na de-codificação do escrito. Sua apropriação pela criança se faz pelo reconhecimento, compreensão e fruição da linguagem que se usa para escrever, mediada pela profes-sora e pelo professor, fazendo-se presente em atividades prazerosas de contato com diferentes gêneros escritos, como a leitura diária de livros pelo professor, a possibilidade da criança desde cedo manusear livros e revistas e produzir narrativas e “textos”, mesmo sem saber ler e escrever (Parecer CNE/CEB n.0 20/09).
Na Educação Infantil várias experiências podem ser promovidas para as crianças que possibilitem o desen-volvimento de seu pensamento, imaginação, criação, visão de mundo, capacidade de argumentação e expressão de ideias e sentimentos.
Com a intenção de garantir os objetivos de aprendi-zagem e desenvolvimento deste campo, no trabalho pedagógico deve ser considerada a organização de situações que contemplem experiências com a linguagem oral, com a leitura e com a linguagem escrita, garantindo os direitos de aprendizagem de modo a possibilitar à criança:
w CONVIVER com crianças e adultos em situações comunicativas cotidianas, cons-tituindo modos de pensar, imaginar, sentir, narrar, dialogar e conhecer. w BRINCAR com parlendas, trava-línguas, adivinhas, memória, rodas, brincadeiras cantadas, jogos e textos de imagens, escritos e outros, ampliando o repertório das mani-festações culturais da tradição local e de outras culturas, enriquecendo sua linguagem oral, corporal, musical, dramática, escrita, dentre outras.w PARTICIPAR de rodas de conversa, de relatos de experiências, de contação e lei-tura de histórias e poesias, de construção de narrativas, da elaboração, descrição e representação de papéis no faz de conta, da exploração de materiais impressos e de variedades linguísticas, construindo diversas formas de organizar o pensamento. w EXPLORAR gestos, expressões, sons da língua, rimas, imagens, textos escritos, além dos sentidos das palavras, nas poesias, par-lendas, canções e nos enredos de histórias, apropriando-se desses elementos para criar novas falas, enredos, histórias e escritas convencionais ou não. w EXPRESSAR sentimentos, ideias, percep-ções, desejos, necessidades, pontos de vista, informações, dúvidas e descobertas, utili-zando múltiplas linguagens, considerando o que é comunicado pelos colegas e adultos. w CONHECER-SE e reconhecer suas prefe-rências por pessoas, brincadeiras, lugares, histórias, autores, gêneros linguísticos, e seu interesse em produzir com a linguagem verbal.
Neste campo a BNCC diz que
Desde cedo, a criança manifesta curio-sidade com relação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, ao observar os muitos textos que circulam no contexto familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de lín-gua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros, suportes e portadores. Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que as
73EDUCAÇÃO INFANTIL
crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre
ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da es-crita como ecossistema de representação da língua. (Brasil, 2017, p.40).
74 EDUCAÇÃO INFANTIL
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os,
mov
imen
tos,
ento
naçõ
es q
ue v
ão g
anha
ndo
sent
ido
a pa
rtir
dess
as
inte
raçõ
es. A
o pr
ofes
sor c
abe
pens
ar s
eu p
lane
jam
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ped
agóg
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de fo
rma
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cer e
am
plia
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expe
riênc
ias
dos
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s co
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ento
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es
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m a
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seg
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* Dia
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man
do o
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ê pe
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ulto
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* Org
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as d
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ropo
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o at
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s vis
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em o
nom
e co
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envo
lver b
rinca
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s ca
ntad
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nom
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rma;
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a de
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ória
s em
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livr
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erat
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refe
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ara
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ebês
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itura
, sal
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ra e
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alaç
ão
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var
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s, im
agen
s ilu
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tivas
dos
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mas
, mús
icas
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s de
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ra;
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e e
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inui
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se a
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riem
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com
port
amen
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pici
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con
tato
com
out
ros
cont
ador
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stór
ias
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nças
m
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es, f
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tos
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e e
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stitu
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ntes
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de le
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bebê
s a
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em o
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s de
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por
tado
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iária
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ncia
s e
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to
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ncim
ento
a u
m g
rupo
, des
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lvem
sua
s ha
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ades
de
com
unic
ação
, exp
ress
ão e
pen
sam
ento
sim
bólic
o qu
ando
imer
sos
em s
ituaç
ões
que
prov
ocam
sua
imag
inaç
ão a
trib
uind
o se
ntid
o às
re
laçõ
es e
ao
mun
do a
sua
vol
ta. A
o pe
nsar
nos
obj
etivo
s qu
e sã
o es
pecí
ficos
par
a es
ta fa
ixa e
tária
, é p
ossív
el o
bser
var a
pro
gres
são
do
dese
nvol
vimen
to in
fant
il qu
ando
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s:* A
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ifica
m o
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cem
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em n
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pelh
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ou
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que
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, ba
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iand
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m s
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ação
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s, ge
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, bal
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o se
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ciad
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nças
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cion
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deira
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dos
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es e
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de le
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se
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nos
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mos
;* P
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ipam
dos
mom
ento
s de
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as, c
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icas
, hist
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s e
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ntam
-se
para
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nos
mom
ento
s de
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nas,
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ntes
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ento
s de
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stór
ias,
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ntam
toca
r/pe
gar o
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am-s
e at
ento
s e
obse
rvad
ores
às
leitu
ras
ofer
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as p
elo
adul
to;
*Rep
etem
pal
avra
s, de
mos
tran
do q
ue a
pren
dera
m n
omes
de
obje
tos,
pess
oas,
anim
ais,
ampl
iand
o se
u vo
cabu
lário
;
(EI0
1EF0
2)De
mon
stra
r int
eres
se a
o ou
vir
hist
ória
s lid
as o
u co
ntad
as, o
bser
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o ilu
stra
ções
e o
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ento
s de
leitu
ra d
oad
ulto
-leito
r (m
odo
de s
egur
ar o
po
rtad
or e
de
virar
as
pági
nas)
.
(EI0
1EF0
3)Re
conh
ecer
ele
men
tos
das
ilust
raçõ
es d
e hi
stór
ias,
apon
tand
o-os
, a p
edid
o do
adu
lto-
leito
r.
(EI0
1EF0
4)Im
itar a
s va
riaçõ
es d
een
tona
ção
e ge
stos
real
izado
s pe
los
adul
tos,
ao le
r hist
ória
s e
ao c
anta
r.
75EDUCAÇÃO INFANTIL
ESCU
TA, F
ALA,
PEN
SAM
ENTO
E IM
AGIN
AÇÃO
Bebê
s (z
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DIZA
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VIM
ENTO
DICA
S PA
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MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
1EF0
5)Co
mun
icar
-se
com
out
ras
pess
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usan
do m
ovim
ento
s, ge
stos
, bal
buci
os,
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s fo
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essã
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s, ap
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ento
s, in
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mov
imen
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urio
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ca e
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ejam
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dos
mat
eria
is au
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isuai
s (li
vro,
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tas,
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az, C
D, rá
dio,
tabl
ete)
;* F
azer
apr
esen
taçõ
es e
m q
ue o
s be
bês
seja
m o
s pr
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onist
as;
* Rea
lizar
rece
itas
culin
ária
s co
m o
s be
bês;
* Pro
mov
er o
enc
ontr
o co
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fam
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e fo
rma
que
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leia
par
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be
bês
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conc
hego
do
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aniza
r mom
ento
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uso
con
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ualiz
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mad
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tina;
* Pos
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usei
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rum
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ilizad
os p
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prof
esso
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crib
a (p
incé
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osso
s, lá
pis
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or, g
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cer
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netin
has
jum
bos)
;* P
lane
jar a
tivid
ades
col
etiva
s em
dife
rent
es s
upor
tes
de e
scrit
a (p
apel
ões,
teci
do, T
NT, p
apel
sul
fite,
plá
stic
o bo
lha,
Kraf
t...)
em q
ue o
s be
bês
poss
am re
aliza
r sua
s pr
oduç
ões..
.
* Apo
ntam
par
a os
ele
men
tos
da h
istór
ia q
uand
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daga
do p
elo
adul
to-le
itor;
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tific
am o
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os d
o co
tidia
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ram
apr
esen
tado
s em
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ções
de
livro
s, es
tabe
lece
ndo
rela
ções
ent
re e
les;
*Ten
tam
repr
oduz
ir os
ges
tos
e en
tona
ções
em
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ento
s de
leitu
ra
indi
vidua
l ou
cole
tivam
ente
;* I
mita
m a
s aç
ões
do a
dulto
nas
roda
s de
con
vers
as, m
úsic
as e
hi
stór
ias;
* Est
abel
ecem
diá
logo
s (m
ovim
ento
s, ge
stos
, bal
buci
os, f
ala)
com
seu
s pa
res
e os
adu
ltos;
* Util
izam
exp
ress
ões
faci
ais
para
inte
ragi
r, co
nver
sar,
cant
ar, d
ança
r e
brin
car,
reve
land
o se
us in
tere
sses
e s
uas
nece
ssid
ades
;* E
xplo
ram
os
espa
ços
opor
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s pe
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com
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anip
ulam
com
cur
iosid
ade
os m
ater
iais
audi
ovisu
ais,
dem
onst
rand
o pr
efer
ênci
a po
r alg
um d
eles
;* M
anife
stam
cur
iosid
ade
nos
mom
ento
s de
esc
uta
de te
xtos
en
volve
ndo
os d
ifere
ntes
gên
eros
text
uais;
* Rea
gem
dem
onst
rand
o su
as e
moç
ões
(cho
ro, m
edo,
aleg
ria) a
o ou
vir
as v
aria
ções
nas
ent
onaç
ões
de v
oz e
ges
tos
utiliz
adas
pel
o ad
ulto
nos
m
omen
tos
de le
itura
e n
a pa
rtic
ipaç
ão d
as a
pres
enta
ções
feita
s po
r cr
ianç
as d
e fa
ixa e
tária
dife
rent
e;*A
pont
am fi
gura
s, fo
tos,
letr
as re
laci
onan
do-a
s às
esc
ritas
exp
lora
das
nos
mur
ais,
cart
azes
;* U
tiliza
m o
s in
stru
men
tos
de e
scrit
a no
s di
fere
ntes
sup
orte
s (s
e co
loca
m o
lápi
s na
boc
a, se
rasg
am a
folh
a, se
faze
m s
uas
impr
essõ
es
ness
es s
upor
tes)
...
(EI0
1EF0
6)Co
nhec
er e
man
ipul
ar m
ater
iais
impr
esso
s e
audi
ovisu
ais
em d
ifere
ntes
po
rtad
ores
(livr
o, re
vista
, gib
i, jor
nal,
cart
az, C
D, ta
blet
etc
.).
(EI0
1EF0
7/ES
)Pa
rtic
ipar
de
situa
ções
de
escu
ta,
dem
onst
rand
o in
tere
sse
ao o
uvir
dife
rent
es g
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os te
xtua
is (p
oem
as,
fábu
las,
cont
os, r
ecei
tas,
quad
rinho
s, m
úsic
as, a
núnc
ios
etc.
).
(EI0
1EF0
8)Co
nhec
er e
man
ipul
ar d
ifere
ntes
inst
rum
ento
s e
supo
rtes
de
escr
ita.
76 EDUCAÇÃO INFANTIL
ESCU
TA, F
ALA,
PEN
SAM
ENTO
E IM
AGIN
AÇÃO
Cria
nças
bem
peq
uena
s (1
ano
e 7 m
eses
a 3
ano
s e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
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TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
2EF0
1)Di
alog
ar c
om c
rianç
as e
adu
ltos,
expr
essa
ndo
seus
des
ejos
, ne
cess
idad
es, s
entim
ento
s e
opin
iões
.
As c
rianç
as b
em p
eque
nas
já s
e co
mun
icam
com
mai
s de
senv
oltu
ra
com
seu
s pa
rcei
ros
e ad
ulto
s. Su
a lin
guag
em v
erba
l est
á m
ais
dese
nvol
vida:
dia
loga
com
mai
s flu
ênci
a, pe
rgun
ta, r
espo
nde,
co
ncor
da, d
iscor
da, a
pren
dend
o pr
átic
as li
nguí
stic
as e
cul
tura
is do
seu
en
torn
o, co
nstr
uind
o su
a so
ciab
ilidad
e e
iden
tidad
e na
rela
ção
com
o
outr
o. O
pro
fess
or, d
entr
e ou
tras
exp
eriê
ncia
s, po
de:
* Org
aniza
r mom
ento
s de
diá
logo
s em
dife
rent
es te
mpo
s e
espa
ços
na
rotin
a se
man
al;
* Pro
mov
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rinca
deira
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em q
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s cr
ianç
as b
em p
eque
nas
esta
bele
çam
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es d
e co
mun
icaç
ão c
om
seus
par
es e
adu
ltos;
* Des
envo
lver b
rinca
deira
s ca
ntad
as o
nde
as c
rianç
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ance
m e
se
mov
imen
tem
;* D
esen
volve
r brin
cade
iras
com
rim
as e
alit
eraç
ões
faze
ndo
uso
de
parle
ndas
, qua
drin
has,
poem
as, c
antig
as;
* Sus
cita
r rod
as d
e le
itura
par
a ap
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ação
das
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nças
, não
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sala
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aula
com
o em
out
ros
espa
ços
da e
scol
a: b
iblio
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, ten
da
liter
ária
, can
tinho
s co
m li
vros
em
áre
as e
xter
nas;
* Cha
mar
a a
tenç
ão n
o m
omen
to d
a le
itura
par
a: fo
rma
com
o se
fo
lhei
a o
livro
, dire
ção
da le
itura
, jei
to d
e se
gura
r o li
vro,
desp
erta
ndo
nest
es, c
ompo
rtam
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leito
r;* C
oloc
ar a
cria
nça
para
ler (
uma
hist
ória
do
inte
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e da
cria
nça
- re
cont
o) e
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rofe
ssor
sen
tar c
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po p
ara
ouvir
, se
colo
cand
o no
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gar d
a cr
ianç
a;* E
xplo
rar a
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umen
taçã
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s cr
ianç
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m ro
das
de c
onve
rsas
, ro
das
de le
itura
, ond
e es
tas
poss
am n
arra
r sua
s viv
ênci
as (e
scol
a/fa
mília
);* F
alar
de
mod
o cl
aro,
sem
infa
ntiliz
ar a
ling
uage
m, e
stab
elec
endo
um
a re
laçã
o sin
cera
com
a c
rianç
a;* A
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e pa
ra o
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de c
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isual
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e fís
ica
(aba
ixand
o ao
níve
l da
cria
nça,
dial
ogan
do, o
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do n
os o
lhos
);
Os jo
gos
de li
ngua
gens
são
atr
ativo
s pa
ra e
sta
idad
e. S
ão p
raze
roso
s e
signi
ficat
ivos
quan
do c
onte
xtua
lizad
os d
e fo
rma
lúdi
ca e
dive
rtid
a.
Dese
nvol
vem
a im
agin
ação
, cria
tivid
ade,
alé
m d
e po
ssib
ilitar
a
cons
truç
ão d
a lin
guag
em v
erba
l. Na
s cr
ianç
as b
em p
eque
nas,
a ap
ropr
iaçã
o da
s ha
bilid
ades
des
te c
ampo
aco
ntec
e à
med
ida
que:
* Ide
ntifi
cam
e c
riam
dife
rent
es s
ons,
rimas
, ges
tos
nas
inte
raçõ
es
que
esta
bele
cem
com
o o
utro
por
mei
o da
brin
cade
ira, a
mpl
iand
o a
lingu
agem
ora
l;* C
omun
icam
-se
nos
mom
ento
s da
reso
luçã
o de
con
flito
s;* B
rinca
m e
m d
ifere
ntes
mom
ento
s ex
pres
sand
o se
us d
esej
os,
nece
ssid
ades
, sen
timen
tos
e op
iniõ
es;
* Est
abel
ecem
um
a re
laçã
o co
m o
livr
o: c
omo
se p
orta
, com
o fo
lhei
a, co
mo
segu
ra, c
omo
“lê”;
* Dem
onst
ram
inte
ress
e no
s m
omen
tos
de le
itura
;* A
rgum
enta
m c
om o
pro
fess
or s
obre
situ
açõe
s ac
erca
da
leitu
ra;
* Faz
em re
laçã
o da
leitu
ra q
ue o
uvem
com
situ
açõe
s viv
enci
adas
no
cotid
iano
;* A
rtic
ulam
-se
com
seu
s pa
res
e ad
ulto
s, m
ostr
ando
seu
repe
rtór
io
lingu
ístic
o em
dife
rent
es s
ituaç
ões:
roda
de
conv
ersa
s, le
itura
, br
inca
deira
s;* Q
uest
iona
m, p
ergu
ntam
, faz
em in
daga
ções
a re
spei
to d
o te
xto
que
ouve
m;
* Int
erag
em c
om o
out
ro e
com
o a
dulto
; com
unic
ando
seu
s de
sejo
s, se
ntim
ento
s, ne
cess
idad
es e
em
oçõe
s: al
egria
, tris
teza
, sat
isfaç
ão;
* Rel
atam
fato
s ac
onte
cido
s, hi
stór
ias
ouvid
as, d
esen
hos
e fil
mes
as
sistid
os, p
eças
teat
rais
para
todo
o g
rupo
;* P
artic
ipam
com
inte
ress
e e
curio
sidad
e da
s pr
opos
tas
esta
bele
cida
s pe
lo p
rofe
ssor
e q
ue s
ão v
olta
das
para
cria
ção
e co
ntaç
ão d
e hi
stór
ias;
* Dem
onst
ram
inte
ress
e po
r alg
um ti
po d
e lit
erat
ura;
* Ide
ntifi
cam
os
livro
s de
hist
ória
s já
con
text
ualiz
ados
pel
o pr
ofes
sor,
assim
com
o se
us p
erso
nage
ns;
(EI0
2EF0
2/ES
)Cr
iar d
ifere
ntes
son
s, rim
as, g
esto
s e
alite
raçõ
es e
m c
antig
as d
e ro
da e
te
xtos
poé
ticos
e b
rinca
deira
s.
(EI0
2EF0
3)De
mon
stra
r int
eres
se e
ate
nção
ao
ouvir
a le
itura
de
hist
ória
s e
outr
os
text
os, d
ifere
ncia
ndo
escr
ita d
e ilu
stra
ções
, e a
com
panh
ando
, com
or
ient
ação
do
adul
to-le
itor,
a di
reçã
o da
leitu
ra (d
e ci
ma
para
bai
xo, d
a es
quer
da p
ara
a di
reita
).
(EI0
2EF0
4/ES
)Re
spon
der p
ergu
ntas
sob
re fa
tos
da h
istór
ia n
arra
da, id
entif
ican
do
cená
rios,
pers
onag
ens
e pr
inci
pais
acon
teci
men
tos.
(EI0
2EF0
5)Re
lata
r exp
eriê
ncia
s e
fato
sac
onte
cido
s, hi
stór
ias
ouvid
as, f
ilmes
ou
peç
as te
atra
is as
sistid
os e
tc.
(EI0
2EF0
6)Cr
iar e
con
tar h
istór
ias
oral
men
te, c
om
base
em
imag
ens
ou te
mas
sug
erid
os.
77EDUCAÇÃO INFANTIL
ESCU
TA, F
ALA,
PEN
SAM
ENTO
E IM
AGIN
AÇÃO
Cria
nças
bem
peq
uena
s (1
ano
e 7 m
eses
a 3
ano
s e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
2EF0
7)M
anus
ear d
ifere
ntes
por
tado
res
text
uais,
dem
onst
rand
o re
conh
ecer
se
us u
sos
soci
ais.
* Apr
ecia
r film
es o
u pe
ças
teat
rais,
que
ven
ham
ao
enco
ntro
da
inte
ncio
nalid
ade
peda
gógi
ca d
o pr
ofes
sor;
* Con
tar/
cria
r hist
ória
s po
rtan
do d
ifere
ntes
recu
rsos
par
a iss
o (c
esto
co
m o
bjet
os: b
onec
o, ca
misa
, bol
sa, s
apat
o, im
agen
s), d
ando
voz
às
cham
adas
hist
ória
s co
ntin
uada
s;* C
riar f
inal
dife
rent
e pa
ra a
hist
ória
com
part
ilhad
a;* T
raba
lhar
com
dife
rent
es g
êner
os te
xtua
is, p
erm
itind
o o
man
usei
o de
sses
recu
rsos
;* E
xplo
rar t
exto
s qu
e pr
opor
cion
em u
ma
anál
ise d
as fu
nçõe
s so
ciai
s (r
ecei
tas,
jorn
al, li
tera
tura
, bul
a de
rem
édio
);* P
lane
jar p
ropo
stas
ped
agóg
icas
que
evid
enci
em o
trab
alho
com
a
lingu
agem
ver
bal;
* Disp
onib
ilizar
inst
rum
ento
s ris
cant
es (l
ápis
graf
ite, c
anet
a es
fero
gráf
ica,
pinc
éis
atôm
icos
, pin
céis
para
qua
dro
bran
co, lá
pis
de
cor,
cane
tas
colo
ridas
de
dive
rsos
tipo
s) e
m d
ifere
ntes
sup
orte
s de
es
crita
(pap
elão
, sul
fite,
kra
ft, c
arbo
no, v
eget
al, o
ndul
ado,
mad
eira
, pl
acas
de
barr
os);
* Ele
ncar
situ
açõe
s de
pro
duçã
o de
text
o on
de o
adu
lto-le
itor s
eja
o es
crib
a;* P
lane
jar a
tivid
ades
par
a qu
e a
cria
nça
prod
uza,
indi
vidua
l e
cole
tivam
ente
, sua
s m
arca
s gr
áfic
as (d
esen
hos,
escr
ita, le
tras
)...
* Rec
onhe
cem
a fu
nção
soc
ial d
os g
êner
os te
xtua
is tr
abal
hado
s no
es
paço
edu
cativ
o (c
onvit
es, b
ilhet
es, c
arta
s, jo
rnal
);* C
omun
icam
regr
as b
ásic
as d
e jo
gos
e br
inca
deira
s: co
mo
aum
enta
r a
pilh
a de
blo
cos
de m
onta
gem
, com
o jo
gar q
uebr
a ca
beça
s sim
ples
(p
eças
gra
ndes
);* R
econ
tam
ora
lmen
te e
com
ling
uage
m p
rópr
ia p
assa
gens
sob
re
hist
ória
s qu
e te
nha
ouvid
o (c
om o
apo
io d
o liv
ro);
* Rec
itam
par
lend
as, q
uadr
inha
s, pe
quen
as p
oesia
s de
mem
ória
;* P
artic
ipam
com
inte
ress
e na
pro
duçã
o de
mur
ais,
cart
azes
, tex
tos,
no
cole
tivo,
tend
o o
prof
esso
r com
o es
crib
a;* I
dent
ifica
m a
esc
rita
do n
ome
próp
rio e
m li
stas
e o
bjet
os;
* Par
ticip
am d
e at
ivida
des
que
a es
timul
em a
pro
duçã
o de
sua
s m
arca
s gr
áfic
as (d
esen
hos,
escr
itas,
letr
as, t
raça
do d
o pr
imei
ro
nom
e);
* Usa
m o
s in
stru
men
tos
de e
scrit
as c
om a
uton
omia
em
dife
rent
es
supo
rtes
de
escr
ita...
(EI0
2EF0
8/ES
)M
anip
ular
text
os e
par
ticip
ar d
e sit
uaçõ
es d
e es
cuta
par
a am
plia
r se
u co
ntat
o co
m d
ifere
ntes
gên
eros
te
xtua
is (p
arle
ndas
, hist
ória
s de
av
entu
ra, t
irinh
as, q
uadr
inho
s, fá
bula
s, ca
rtaz
es d
esa
la, c
ardá
pios
, not
ícia
s et
c.).
(EI0
2EF0
9/ES
)M
anus
ear d
ifere
ntes
inst
rum
ento
s e
supo
rtes
de
escr
ita p
ara
dese
nhar
, tra
çar
letr
as e
out
ros
sinai
s gr
áfic
os.
(EI0
2EF1
0/ES
)Cr
iar n
ovos
ele
men
tos
para
as
hist
ória
s qu
e ou
ve.
(EI0
2EF1
1/ES
)Ex
pres
sar s
entim
ento
s e
opin
iões
, fa
zend
o us
o da
ling
uage
m v
erba
l.
78 EDUCAÇÃO INFANTIL
ESCU
TA, F
ALA,
PEN
SAM
ENTO
E IM
AGIN
AÇÃO
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3EF0
1/ES
)Ex
pres
sar i
deia
s, de
sejo
s e
sent
imen
tos
sobr
e su
as v
ivênc
ias,
por m
eio
d lin
guag
em o
ral e
esc
rita
(esc
rita
espo
ntân
ea),
de fo
tos,
dese
nhos
, víd
eos
e ou
tras
form
as d
e ex
pres
são.
As c
rianç
as p
eque
nas
traz
em a
s m
arca
s da
ling
uage
m d
e se
u m
eio
cultu
ral.
Mos
tram
-se
fala
ntes
, apo
iam
-se
não
só n
a fa
la d
o pr
ofes
sor
com
o ta
mbé
m e
m s
ua m
emór
ia e
nos
seu
s pr
óprio
s re
curs
os
expr
essiv
os. A
s ex
periê
ncia
s pr
omov
idas
com
a li
ngua
gem
ver
bal n
a Ed
ucaç
ão In
fant
il re
fere
m-s
e ao
s m
omen
tos
de e
scut
a no
sen
tido
de p
rodu
zir/a
colh
er m
ensa
gens
ora
is, g
estu
ais,
corp
orai
s, m
usic
ais,
plás
ticas
, tex
tos
escr
itos;
e de
fala
, exp
ress
ão/in
terp
reta
ção,
não
apen
as p
ela
oral
idad
e, m
as v
ia li
ngua
gem
de
sinai
s, es
crita
bra
ile,
escr
ita c
onve
ncio
nal e
não
con
venc
iona
l, dan
ças,
dese
nhos
e o
utra
s m
anife
staç
ões
expr
essiv
as; e
m d
iálo
go c
om o
utra
s lin
guag
ens,
ampl
iand
o o
pens
amen
to e
a im
agin
ação
das
cria
nças
peq
uena
s. Ne
sse
cont
exto
, o p
rofe
ssor
pre
cisa
:* E
stab
elec
er u
ma
rela
ção
dial
ógic
a, cr
iativ
a, ac
olhe
dora
e d
e af
eto
nos
mom
ento
s de
com
unic
ação
;* P
lane
jar a
tivid
ades
ond
e as
cria
nças
pos
sam
exp
ress
ar-s
e po
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o da
ling
uage
m v
erba
l (or
alid
ade
e es
crita
): au
torr
etra
to, d
esen
hos
livre
s, es
crita
esp
ontâ
nea;
* Org
aniza
r pro
post
as p
edag
ógic
as q
ue o
bjet
ivem
resg
atar
a h
istór
ia
de v
ida
da c
rianç
a po
r mei
o de
foto
s qu
e re
trat
em s
ua h
istór
ia;
* Pro
mov
er a
tivid
ades
livr
es o
nde
a cr
ianç
a po
ssa
expr
essa
r seu
s de
sejo
s, id
eias
e s
entim
ento
s (p
intu
ra, b
rinca
deira
s, fa
z de
cont
a);
* Des
envo
lver b
rinca
deira
s qu
e po
ssib
ilitem
can
tar,
cria
r rim
as e
di
fere
ntes
ritm
os;
* Cria
r um
a co
letâ
nea
ilust
rada
das
cria
ções
das
cria
nças
(can
ções
, po
esia
s, hi
stór
ias)
, ten
do o
pro
fess
or c
omo
escr
iba;
* Exp
or p
ara
a co
mun
idad
e es
cola
r as
prod
uçõe
s da
s cr
ianç
as;
* Com
por o
ace
rvo
da b
iblio
teca
esc
olar
com
as
prod
uçõe
s da
s cr
ianç
as;
* Pos
sibilit
ar o
man
usei
o de
livr
os d
idát
icos
de
dife
rent
es e
tapa
s e
outr
os p
orta
dore
s (jo
rnal
, rev
istas
cie
ntífi
cas,
livro
s de
rece
itas..
.);* R
ealiz
ar a
tivid
ades
seq
uenc
iada
s qu
e ev
iden
ciem
o c
resc
ente
ap
rend
izado
sob
re a
s fu
nçõe
s so
ciai
s da
esc
rita;
Na E
duca
ção
Infa
ntil,
mui
tas
expe
riênc
ias
deve
m s
er p
ropo
rcio
nada
s as
cria
nças
peq
uena
s no
toca
nte
a lin
guag
em v
erba
l e lh
es c
onfe
rido
mui
tas
apre
ndiza
gens
, as
quai
s sã
o ef
etiva
das
quan
do e
stas
:* M
anté
m u
m d
iálo
go c
om s
eus
pare
s e
os a
dulto
s;* R
evel
am a
evo
luçã
o de
seu
des
envo
lvim
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e a
pren
diza
gem
nas
at
ivida
des
prop
osta
s pe
lo p
rofe
ssor
vai
;* P
artic
ipam
dos
mom
ento
s de
inve
nção
de
brin
cade
iras
junt
o co
m a
tu
rma;
* Apr
opria
m-s
e do
repe
rtór
io in
vent
ado
ampl
iand
o se
u vo
cabu
lário
;* E
scut
am a
tent
amen
te o
que
os
cole
gas
fala
m;
* Em
item
opi
niõe
s pe
ssoa
is so
bre
um a
ssun
to, f
ato,
fenô
men
o so
cial
/na
tura
l;* C
omun
icam
as
solu
ções
que
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inam
par
a um
a qu
estã
o le
vant
ada,
form
ulam
per
gunt
as, e
mite
m re
spos
tas;
* Cria
m ri
mas
, alit
eraç
ões
e rit
mos
em
sua
s br
inca
deira
s;* D
emon
stra
m a
uton
omia
na
esco
lha
e m
anus
eio
dos
dife
rent
es
gêne
ros
text
uais
(livr
o de
lite
ratu
ra, e
m v
erso
e e
m p
rosa
, livr
os d
e im
agen
s, liv
ros
não
ficci
onai
s, re
vista
s, jo
rnai
s, pa
nfle
tos,
emba
lage
ns
e ou
tros
);* F
azem
rela
ção
a ou
tras
vivê
ncia
s do
s te
mas
e il
ustr
açõe
s qu
e tê
m
cont
ato
quan
do m
anus
eia
dife
rent
es p
orta
dore
s te
xtua
is;* I
dent
ifica
m n
os p
orta
dore
s te
xtua
is, p
alav
ras
conh
ecid
as o
u já
tr
abal
hada
s em
sal
a pe
lo p
rofe
ssor
em
out
ros
cont
exto
s;* E
nvol
vem
-se
nas
dram
atiza
ções
pla
neja
das
em g
rupo
;* R
econ
tam
hist
ória
s ou
vidas
nos
mom
ento
s de
leitu
ra c
ompa
rtilh
ada
com
o a
poio
do
livro
;* O
rgan
izam
cen
ário
s e
figur
inos
par
a co
mpo
r os
jogo
s qu
e in
vent
a, in
divid
ual o
u no
col
etivo
;* B
rinca
m c
om c
rianç
as d
e ou
tras
idad
es d
uran
te o
jogo
sim
bólic
o;* D
emon
stra
m p
rogr
essiv
o de
senv
olvim
ento
do
voca
bulá
rio
enriq
ueci
do d
e no
vas
pala
vras
que
apr
ende
à m
edid
a qu
e ou
ve a
s hi
stór
ias
cont
adas
pel
o pr
ofes
sor e
por
out
ras
cria
nças
ou
que
ouve
qu
ando
par
ticip
a do
s m
omen
tos
soci
ais
na e
scol
a;
(EI0
3EF0
2/ES
)In
vent
ar e
nred
os p
ara
brin
cade
iras
cant
adas
, hist
ória
s, po
emas
e c
ançõ
es,
cria
ndo
rimas
, alit
eraç
ões
e rit
mos
.
(EI0
3EF0
3)Es
colh
er e
folh
ear l
ivros
, pro
cura
ndo
orie
ntar
-se
por t
emas
e il
ustr
açõe
s e
tent
ando
iden
tific
ar p
alav
ras
conh
ecid
as.
79EDUCAÇÃO INFANTIL
ESCU
TA, F
ALA,
PEN
SAM
ENTO
E IM
AGIN
AÇÃO
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3EF0
4)Re
cont
ar h
istór
ias
ouvid
as e
pla
neja
r co
letiv
amen
te ro
teiro
s de
víd
eos
e de
en
cena
ções
, def
inin
do o
s co
ntex
tos,
os
pers
onag
ens,
a es
trut
ura
da h
istór
ia.
* Rea
lizar
dra
mat
izaçõ
es d
e hi
stór
ias
em d
ifere
ntes
con
text
os:
mom
ento
cul
tura
l/so
cial
, reu
nião
de
pais,
inte
rcâm
bio
entr
e tu
rmas
de
faixa
etá
ria d
ifere
nte,
inte
rcâm
bio
entr
e se
gmen
tos
dife
rent
es
(Edu
caçã
o In
fant
il e
Ensin
o Fu
ndam
enta
l);* F
omen
tar o
con
to e
reco
nto
pela
cria
nça
de h
istór
ias
ouvid
as,
faze
ndo
uso
de re
curs
os (f
anta
sias,
fant
oche
s, ou
tros
obj
etos
que
fo
rem
per
tinen
tes)
, que
pot
enci
alize
m e
sta
ativi
dade
; * P
ropi
ciar
brin
cade
iras
de fa
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cont
a em
que
as
cria
nças
pos
sam
pl
anej
ar c
olet
ivam
ente
sua
s pr
ópria
s en
cena
ções
(def
inin
do
pers
onag
ens,
orga
niza
ndo
a ce
na);
* Art
icul
ar s
ituaç
ões
em q
ue a
s cr
ianç
as p
ossa
m fa
lar,
resp
onde
r e a
té
inte
rpre
tar a
hist
ória
que
lê;
* Sus
cita
r ativ
idad
es e
m q
ue, a
pós
o co
nto
ou re
cont
o, as
cria
nças
po
ssam
ela
bora
r um
fina
l dife
rent
e pa
ra a
hist
ória
ouv
ida;
* Ela
bora
r pro
jeto
s pe
dagó
gico
s en
volve
ndo
os g
êner
os li
terá
rios:
cont
os c
láss
icos
, de
terr
or, f
ábul
as, a
divin
has,
jorn
al, e
ncar
tes,
fold
ers,
conv
ites,
cart
as, li
vros
de
liter
atur
a, bi
lhet
es, r
ecad
os, e
m d
ifere
ntes
m
omen
tos
da ro
tina,
refle
tindo
com
a c
rianç
a so
bre
a fu
nção
soc
ial d
e ca
da u
m;
* Cria
r con
text
os p
ara
a ex
periê
ncia
esc
ritor
a da
s cr
ianç
as, le
vand
o-as
a
pens
ar e
m c
omo
se e
scre
ve: d
ispon
ibiliz
ar b
loqu
inho
s fe
itos
com
pa
pel r
ascu
nho
para
brin
care
m d
e es
crev
er, j
ogos
de
pala
vras
, list
as
de fr
utas
/brin
cade
iras/
nom
es, b
ingo
s, ca
rtaz
es c
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ivos;
* Pro
mov
er e
xper
iênc
ias
em q
ue a
s cr
ianç
as p
ense
m s
obre
sua
pr
ópria
líng
ua (o
ral e
esc
rita)
, tro
quem
idei
as c
om s
eus
pare
s e
refo
rmul
em s
uas
hipó
tese
s;* O
fere
cer m
omen
tos
diár
ios
que
favo
reça
m a
leitu
ra c
rític
a (a
rgum
enta
ndo,
perg
unta
ndo,
suge
rindo
, inte
rpre
tand
o) d
os te
xtos
que
ou
vem
;* V
iabi
lizar
dia
riam
ente
mom
ento
s qu
e pr
opor
cion
em u
ma
anál
ise
críti
ca d
os g
êner
os te
xtua
is (p
oesia
, cla
ssifi
cado
s, bu
las,
conv
ites,
cart
as, r
ecei
tas,
cont
os, f
ábul
as, c
antig
as, b
ilhet
es...)
, que
são
ve
icul
ados
nos
dife
rent
es p
orta
dore
s de
text
os (j
orna
is, g
ibis,
revis
tas,
cart
az, d
icio
nário
, age
nda,
rótu
los,
e-m
ail, s
ites,
outd
oor,
blog
s);
* Util
izam
asp
ecto
s da
ling
uage
m e
scrit
a no
s te
xtos
dita
dos
ao
prof
esso
r;* M
ostr
am-s
e at
enta
s, ob
serv
ador
as e
que
stio
nado
ras
nas
ativi
dade
s de
reco
nto
pelo
s co
lega
s;* Q
uand
o co
ntam
e e
scre
vem
esp
onta
neam
ente
, for
mul
am, a
o lo
ngo
de s
ua tr
ajet
ória
de
apre
ndiza
gem
, hip
ótes
es s
obre
a e
scrit
a;* F
azem
uso
da
lingu
agem
esc
rita
em s
uas
prod
uçõe
s no
s m
omen
tos
das
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cade
iras;
* Exp
ress
am-s
e na
s m
últip
las
lingu
agen
s: ve
rbal
, cor
pora
l, mus
ical
, na
dan
ça, c
ênic
a, no
des
enho
e e
m o
utra
s lin
guag
ens
em v
ário
s m
omen
tos;
* Rea
gem
com
para
ndo
sua
escr
ita a
esc
rita
conv
enci
onal
;* E
ncon
tram
dife
rent
es c
arac
terís
ticas
ent
re o
s gê
nero
s te
xtua
is le
vant
ando
hip
ótes
es s
obre
os
port
ador
es n
os q
uais
são
veic
ulad
os;
* Dife
renc
iam
, na
rela
ção
com
det
erm
inad
o gê
nero
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ual, a
est
rutu
ra
da e
scrit
a re
corr
endo
a e
stra
tégi
as d
e ob
serv
ação
grá
fica
e/ou
le
itura
;* D
emon
stra
m a
uton
omia
na
esco
lha
dos
livro
s;* R
ecor
rem
a m
emór
ia fa
zend
o in
dica
ção
a liv
ros
que
mai
s ap
reci
am;
* Têm
pre
ferê
ncia
por
det
erm
inad
o tip
o de
livr
o re
laci
onan
do a
o fo
rmat
o ou
a il
ustr
ação
;* P
artic
ipam
com
inte
ress
e do
s m
omen
tos
de le
itura
e e
scrit
a qu
e o
prof
esso
r pro
põe
nos
espa
ços
educ
ativo
s;* D
omin
am a
esc
rita
de s
eu n
ome
e so
bren
ome;
* Ide
ntifi
cam
e fa
zem
tent
ativa
s de
esc
rita
dos
nom
es d
os c
oleg
as o
u pa
lavr
as c
onhe
cida
s;* P
artic
ipam
de
mom
ento
s co
m jo
gos
educ
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s re
spei
tand
o as
re
gras
do
jogo
na
inte
raçã
o co
m o
s co
lega
s; * E
scol
hem
e m
emor
izam
poe
mas
, mús
icas
, fra
ses
para
reci
tar p
ara
outr
os p
arce
iros
nos
mom
ento
s co
letiv
os;
* Esc
reve
m b
ilhet
es, c
onvit
es, c
arta
s, co
mun
icad
os, p
anfle
tos,
lista
s, re
gras
de
um jo
go, r
ecad
os p
ara
dete
rmin
ada
pess
oa o
u gr
upo,
aind
a qu
e de
um
mod
o nã
o co
nven
cion
al;
(EI0
3EF0
5/ES
)Re
cont
ar h
istór
ias
ouvid
as p
ara
prod
ução
de
reco
nto
escr
ito, in
divid
ual
ou n
o co
letiv
o, te
ndo
o pr
ofes
sor c
omo
escr
iba.
(EI0
3EF0
6)Pr
oduz
ir su
as p
rópr
ias
hist
ória
s or
ais
e es
crita
s (e
scrit
a es
pont
ânea
), em
situ
açõe
s co
m fu
nção
soc
ial
signi
ficat
iva.
80 EDUCAÇÃO INFANTIL
ESCU
TA, F
ALA,
PEN
SAM
ENTO
E IM
AGIN
AÇÃO
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3EF0
7)Le
vant
ar h
ipót
eses
sob
re g
êner
os
text
uais
veic
ulad
os e
m p
orta
dore
s co
nhec
idos
, rec
orre
ndo
a es
trat
égia
s de
obs
erva
ção
gráf
ica
e/ou
de
leitu
ra.
* Pro
viden
ciar
a a
prec
iaçã
o de
livr
os e
m fo
rmat
os v
aria
dos
(bid
imen
siona
l, cor
tado
s, tr
idim
ensio
nal, t
ecid
os, b
orra
cha,
só c
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imag
ens,
gran
des,
pequ
enos
, min
ilivro
s, te
xtur
izado
s, liv
ro jo
go, li
vro
brin
qued
o);
* Ela
bora
r com
regu
larid
ade
ativi
dade
s qu
e fa
vore
cem
a a
prop
riaçã
o da
leitu
ra e
da
escr
ita c
omo
prát
icas
soc
iais
(cha
mad
a, aj
udan
te d
o di
a, an
ivers
aria
ntes
, age
nda
do d
ia, c
ardá
pio)
;* O
rgan
izar o
s no
mes
dos
col
egas
da
turm
a;* P
lane
jar s
equê
ncia
s de
ativ
idad
es e
m q
ue a
s cr
ianç
as p
ossa
m
apre
nder
pro
cedi
men
tos
de e
stra
tégi
as d
e le
r par
a es
tuda
r (es
tudo
so
bre
sua
hist
ória
de
vida,
hist
ória
da
escr
ita, a
nim
ais,
lixo,
mei
o am
bien
te, r
egra
s de
con
vívio
soc
ial...
);* D
esen
volve
r ativ
idad
es s
obre
hist
ória
con
tinua
da; f
azen
do u
so d
e um
a ca
ixa c
om o
bjet
os o
u gr
avur
as p
ara
a cr
ianç
a cr
iar/
cont
inua
r um
a hi
stór
ia.
* Usa
r mal
eta
viaja
nte
(sac
ola
liter
ária
, pas
ta d
e le
itura
, cad
erno
vo
lant
e) p
ara
visita
r as
fam
ílias
e pr
opic
iar m
omen
tos
de in
tera
ção
no
lar e
na
sala
de
aula
na
hora
de
reco
ntar
a h
istór
ia;
* Orie
ntar
qua
nto
às re
gras
de
jogo
s (m
emór
ia, q
uebr
a-ca
beça
, va
reta
s, do
min
ó...)
;* U
sar c
ader
nos
com
ou
sem
pau
ta p
ara
as p
rodu
ções
esp
ontâ
neas
da
s cr
ianç
as (d
a di
reita
par
a es
quer
da/d
e ci
ma
para
bai
xo, f
unçã
o da
pa
uta,
o fo
lhea
r das
pág
inas
, mar
gem
);* R
ealiz
ar a
pro
duçã
o co
letiv
a de
text
os (p
rofe
ssor
esc
riba)
de
ativi
dade
s co
mo:
pas
seio
s, br
inca
deira
s di
rigid
as, e
xpos
içõe
s, ob
serv
ação
de
expe
riênc
ias..
.
* Lev
anta
m h
ipót
eses
sob
re o
que
est
á es
crito
e s
obre
com
o se
es
crev
e, u
tiliza
ndo
os c
onhe
cim
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s já
adq
uirid
os s
obre
o s
istem
a da
es
crita
par
a lo
caliz
ar u
m n
ome
espe
cífic
o em
um
a lis
ta d
e pa
lavr
as o
u um
text
o qu
e sa
bem
de
mem
ória
;* U
sam
o c
ader
no d
e fo
rma
adeq
uada
em
sua
s pr
oduç
ões
de e
scrit
a;* E
xpre
ssam
-se
verb
alm
ente
em
con
vers
as, n
arra
ções
e b
rinca
deira
s, am
plia
ndo
seu
voca
bulá
rio e
faze
ndo
uso
de e
stru
tura
s or
ais
que
aprim
orem
sua
s co
mpe
tênc
ias
com
unic
ativa
s (s
equê
ncia
cro
noló
gica
, or
gani
zaçã
o de
idei
as e
seq
uenc
ias
de fa
tos:
com
eço,
mei
o e
fim)..
.
(EI0
3EF0
8)Se
leci
onar
livr
os e
text
os d
e gê
nero
s co
nhec
idos
par
a a
leitu
ra d
e um
adu
lto
e/ou
par
a su
a pr
ópria
leitu
ra (p
artin
do
de s
eu re
pert
ório
sob
re e
sses
text
os,
com
o a
recu
pera
ção
pela
mem
ória
, pe
la le
itura
das
ilus
traç
ões,
etc)
.
(EI0
3EF0
9/ES
)Le
vant
ar h
ipót
eses
em
rela
ção
as
cara
cter
ístic
as d
a lin
guag
em e
scrit
a (p
alav
ras,
fras
es, e
spaç
os e
m b
ranc
o, sin
ais
de p
ontu
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,, pau
ta, m
arge
m),
real
izand
o re
gist
ros
de p
alav
ras
e te
xtos
, por
mei
o da
esc
rita
espo
ntân
ea
e co
mpr
eend
endo
que
a e
scrit
a é
a re
pres
enta
ção
da fa
la.
81EDUCAÇÃO INFANTIL
PARA
REF
LETI
R
As e
xper
iênc
ias
viven
ciad
as p
elas
cria
nças
na
Educ
ação
Infa
ntil,
desc
obrin
do m
uito
s as
pect
os d
a lin
guag
em o
ral e
esc
rita,
artic
ulad
as c
om a
s ou
tras
ling
uage
ns, r
epre
sent
am a
efe
tivaç
ão d
e um
a ed
ucaç
ão c
onec
tada
com
o p
rese
nte.
Com
pree
nder
est
e ca
mpo
de
expe
riênc
ias
tran
sfor
ma
a pr
átic
a pe
dagó
gica
não
só
em u
m c
ampo
de
pesq
uisa
, mas
tam
bém
de
enca
ntam
ento
. O
prof
esso
r dev
e pr
omov
er vi
vênc
ias n
a qu
al a
lingu
agem
verb
al, a
liada
a o
utra
s lin
guag
ens,
seja
trat
ada
de fo
rma
cont
extu
aliza
da, c
om p
rátic
as so
ciai
s sig
nific
ativa
s que
env
olva
m a
s cria
nças
com
o pr
otag
onist
as d
e se
us p
roce
ssos
de
apre
ndiza
gens
. Ao
com
pree
nder
o s
igni
ficad
o re
al d
esta
ling
uage
m e
seu
pap
el fu
ndam
enta
l na
form
ação
cul
tura
l da
cria
nça
e fo
rmaç
ão d
e su
a id
entid
ade,
o
prof
esso
r dev
e pl
anej
ar, s
eque
ncia
r e s
istem
atiza
r sua
s pr
átic
as, a
mpl
iand
o a
com
pree
nsão
do
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e da
valê
ncia
da
lingu
agem
com
o m
eio
de c
omun
icaç
ão. V
ocê,
pro
fess
or, t
em d
ado
às c
rianç
as
a op
ortu
nida
de d
e br
inca
rem
com
a li
ngua
gem
ora
l e e
scrit
a, am
plia
ndo
seus
con
heci
men
tos
sobr
e el
as, e
stim
ulan
do a
form
ulaç
ão d
e hi
póte
ses,
func
iona
men
to, e
mpr
egan
do e
stas
ling
uage
ns
nos
cont
exto
s em
que
vive
m? T
em p
ossib
ilitad
o a
apro
pria
ção
de d
ivers
as fo
rmas
soc
iais
de c
omun
icaç
ão (m
úsic
as, c
antig
as, j
ogos
can
tado
s, br
inca
deira
s de
roda
) pre
sent
es n
a cu
ltura
hum
ana:
co
nver
sas,
elog
ios,
info
rmaç
ões,
repr
eens
ões?
Tem
tido
o o
lhar
ate
nto
e se
nsíve
l às
narr
ativa
s e
argu
men
taçõ
es d
os p
eque
nos?
Qua
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xper
iênc
ias
com
a le
itura
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, imita
ndo
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mpo
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em n
o m
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to e
m q
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em...
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nvol
vend
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82 EDUCAÇÃO INFANTIL
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES,
RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES
Desde o nascimento as crianças estão inseridas em um meio social e cultural onde criam, fazem desco-bertas, resolvem problemas, realizam tarefas em casa ou para ajudar um colega. Inseridas em um meio repleto de elementos culturais, as crianças buscam compreender seu funcionamento, diferenciar caracte-rísticas e questionar cada vez mais o “como” e o “por que” das coisas que chamam sua atenção. Situações que envolvem números também são constantes em seu cotidiano, principalmente nas interações com os adultos: os números de um telefone, o número de suas casas, sua idade, o número que calçam, que vestem, os canais da TV que trocam, a presença dos números nas cantigas.
Na escola, é necessário oferecer às crianças ex-periências que as levem a pensar em si e sobre o mundo. Neste campo, as experiências promovidas devem levar o professor a pensar sobre as crian-ças e suas formas de conhecer e entender, além de refletir sobre como responder as falas infantis, perceber as relações que as crianças estabelecem entre os fatos, e incentivá-las a fazer perguntas e a serem mais curiosas. Nesse momento não existem respostas dadas pelas crianças que sejam certas ou erradas. O importante é valorizar seu processo criativo para enfrentar novas situações partindo de conhecimentos prévios. Para promover aprendiza-gens mais significativas, cabe à Educação Infantil, motivar as crianças a terem um olhar mais crítico e criativo do mundo, tratando diferentes temáticas dentro da instituição: a vida cotidiana, os animais, as plantas, a sustentabilidade do ambiente, nossa casa, nossa cidade. Os números presentes no dia a dia, por exemplo, precisam ser tratados discutindo noções de espaços, tempos, quantidades, relações e transformações de elementos, levando as crianças a construírem novos conhecimentos partindo dos saberes que já possuem.
Explorar, manipular, experimentar, apreciar, obser-
var são ações que as crianças, desde bebês, vão manifestando sobre os objetos que estão ao seu entorno, seja em casa ou na escola, interagindo com seu meio sociocultural e aguçando sua curiosida-de. Essas experiências fortalecem sua autonomia, favorecem o desenvolvimento da imaginação, além de serem ricas oportunidades para a construção do pensamento lógico, de noções de tempos e espaços, classificações, seriações, ordenações e contagens. A construção desses saberes deve ser mediada na interação das crianças com seus parceiros e adul-tos. Devem acontecer em diversos momentos no cotidiano escolar, ter um caráter lúdico e prazeroso, propiciando novos descobertas.
O Campo de Experiências “Espaços, Tempos, Quantida-des, Relações e Transformações” trata dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, e devem garantir os direitos de aprendizagem possibilitando à criança:
w CONVIVER com crianças e adultos e com eles investigar o mundo natural e social. w BRINCAR com materiais, objetos e elemen-tos da natureza e de diferentes culturas e perceber a diversidade de formas, texturas, cheiros, cores, tamanhos, pesos, densidades que apresentam. w EXPLORAR características do mundo na-tural e social, nomeando-as, agrupando-as e ordenando-as segundo critérios relativos às noções de espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. w PARTICIPAR de atividades de investigação de características de elementos naturais, objetos, situações, espaços, utilizando fer-ramentas de exploração - bússola, lanterna, lupa - e instrumentos de registro e comuni-cação, como máquina fotográfica, filmadora, gravador, projetor e computador. w EXPRESSAR suas observações, explicações e representações sobre objetos, organismos
83EDUCAÇÃO INFANTIL
vivos, fenômenos da natureza, caracterís-ticas do ambiente. w CONHECER-SE e construir sua identida-de pessoal e cultural, reconhecendo seus interesses na relação com o mundo físico e social.
A BNCC diz que neste Campo de Experiências
As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demons-tram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como vivem e em
que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas expe-riências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas, co-nhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.), que igualmente aguçam a curiosidade. Portanto, a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer obser-vações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano. (Brasil, 2017, p.38-39).
84 EDUCAÇÃO INFANTIL
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s;* I
dent
ifica
m o
s di
fere
ntes
mom
ento
s da
rotin
a es
cola
r;* D
emon
stra
m c
ompr
eens
ão d
a pa
ssag
em d
o te
mpo
(hor
a de
ch
egad
a, ho
ra d
e sa
ída)
;* C
lass
ifica
m o
bjet
os d
e ac
ordo
com
sua
s ca
ract
eríst
icas
esp
ecifi
cas;
* Nar
ram
situ
açõe
s de
mon
stra
ndo
ente
ndim
ento
sob
re o
s co
ncei
tos
básic
os d
e te
mpo
;* C
onta
m, p
or m
eio
de b
rinca
deira
s, di
fere
ntes
obj
etos
num
a se
quên
cia
lógi
ca;
* Reg
istra
m p
or m
eio
de d
esen
hos
e/ou
esc
rita
a co
ntag
em o
ral q
ue
lhe
é pr
opor
cion
ada
por m
eio
do b
rinca
r;* P
artic
ipam
com
des
trez
a de
brin
cade
iras
que
envo
lvem
noç
ões
espa
ciai
s e
tem
pora
is;* E
viden
ciam
situ
açõe
s de
con
tage
m d
e di
fere
ntes
nat
urez
as n
as
inte
raçõ
es c
om o
gru
po;
* Exp
lora
m o
cor
po e
os
obje
tos
no e
spaç
o;* D
esco
brem
por
que
as c
oisa
s ac
onte
cem
e c
omo
func
iona
m,
utiliz
ando
um
a va
rieda
de d
e fe
rram
enta
s pa
ra e
xplo
rar o
mun
do;
* Fal
am s
obre
o q
ue s
e es
tão
vend
o e
o qu
e es
tá a
cont
ecen
do,
desc
reve
ndo
mud
ança
s em
obj
etos
, ser
es v
ivos
e ev
ento
s na
tura
is no
am
bien
te;
* Obs
erva
m, im
itam
e n
omei
am a
lgum
as p
artic
ular
idad
es d
os a
nim
ais,
plan
tas,
iden
tific
ando
dife
renç
as e
ntre
os
sere
s viv
os e
out
ros
elem
ento
s e
mat
eria
is;
* Des
envo
lvem
atit
udes
de
man
uten
ção
e pr
eser
vaçã
o do
mei
o am
bien
te, c
omo,
por e
xem
plo,
cuid
ado
com
o li
xo; e
dem
onst
ram
in
icia
tiva,
resp
onsa
biliz
ando
-se
por a
ções
sim
ples
de
cuid
ado
com
an
imai
s e
plan
tas
de s
eu e
ntor
no;
(EI0
2ET0
2/ES
)Ob
serv
ar, r
elat
ar e
des
crev
ertr
ansf
orm
açõe
s ob
serv
adas
no
cotid
iano
e fe
nôm
enos
nat
urai
s (lu
z so
lar,
vent
o, ch
uva
etc.
).
(EI0
2ET0
3)Co
mpa
rtilh
ar, c
om o
utra
s cr
ianç
as,
situa
ções
de
cuid
ado
de p
lant
as e
an
imai
s no
s es
paço
s da
inst
ituiç
ão e
fo
ra d
ela.
(EI0
2ET0
4)Id
entif
icar
rela
ções
esp
acia
is (d
entr
o e
fora
, em
cim
a, em
baixo
, aci
ma,
abai
xo,
entr
e e
do la
do) e
tem
pora
is (a
ntes
,du
rant
e e
depo
is).
(EI0
2ET0
5/ES
)Or
dena
r, se
riar o
u cl
assif
icar
obj
etos
, co
nsid
eran
do d
eter
min
ado
atrib
uto
(tam
anho
, pes
o, co
r, fo
rma
ou o
utro
at
ribut
o).
(EI0
2ET0
6)Ut
ilizar
con
ceito
s bá
sicos
de
tem
po
(ago
ra, a
ntes
, dur
ante
, dep
ois,
onte
m,
hoje
, am
anhã
, lent
o, rá
pido
, dep
ress
a, de
vaga
r).
86 EDUCAÇÃO INFANTIL
ESPA
ÇOS,
TEM
POS,
QUA
NTID
ADES
, REL
AÇÕE
S E
TRAN
SFOR
MAÇ
ÕES
Cria
nças
bem
peq
uena
s (1
ano
e 7 m
eses
a 3
ano
s e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
2ET0
7/ES
)Co
ntar
ora
lmen
te o
bjet
os, p
esso
as,
livro
s, em
con
text
os d
ivers
os.
* Reg
istra
r dia
riam
ente
a q
uant
idad
e de
cria
nças
(men
inos
e m
enin
as)
que
estiv
erem
pre
sent
es n
a sa
la;
* Rea
lizar
brin
cade
iras
que
envo
lvam
a c
onta
gem
de
dife
rent
es
obje
tos
na s
ala,
calç
ados
das
cria
nças
, pes
soas
, livr
os...
– Pa
rtic
ipam
de
brin
cade
iras
envo
lvend
o as
rela
ções
tem
pora
is (o
ntem
/hoj
e/am
anhã
) e a
s re
laçõ
es e
spac
iais
(per
to/l
onge
/fre
nte/
atrá
s/de
ntro
/for
a);
* Com
para
m d
ifere
ntes
mat
eria
is fa
zend
o re
ferê
ncia
ao
tam
anho
, pe
so, c
or, f
orm
a; *
Clas
sific
am o
bjet
os c
onsid
eran
do s
eus
atrib
utos
(mai
or/m
enor
/cor
/gr
ande
/peq
ueno
/for
ma/
gros
so/f
ino)
;* S
elec
iona
m e
ser
iam
obj
etos
seg
undo
sua
s ca
ract
eríst
icas
(cor
, fo
rma,
tam
anho
); * R
ecita
m s
equê
ncia
num
éric
a na
s br
inca
deira
s co
m m
úsic
as e
jogo
s; * R
egist
ram
núm
eros
de
dife
rent
es fo
rmas
(con
tage
m d
e de
senh
os e
de
obj
etos
, ret
a nu
mér
ica,
mar
caçã
o do
tem
po p
or m
eio
do c
alen
dário
, gr
áfic
os)..
.
(EI0
2ET0
8)Re
gist
rar c
om n
úmer
os a
qua
ntid
ades
de
cria
nças
(men
inas
e m
enin
os,
pres
ente
s e
ause
ntes
) e a
qua
ntid
ade
de o
bjet
os d
a m
esm
a na
ture
za
(bon
ecas
, bol
as, li
vros
etc
.).
87EDUCAÇÃO INFANTIL
ESPA
ÇOS,
TEM
POS,
QUA
NTID
ADES
, REL
AÇÕE
S E
TRAN
SFOR
MAÇ
ÕES
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3ET0
1)Es
tabe
lece
r rel
açõe
s de
com
para
ção
entr
e ob
jeto
s, ob
serv
ando
sua
s pr
oprie
dade
s.
As c
rianç
as p
eque
nas
usam
todo
s os
seu
s se
ntid
os n
as s
ituaç
ões
de in
vest
igaç
ão e
exp
lora
ção,
cons
trui
ndo
conc
lusõ
es, f
azen
do
com
para
ções
e d
escr
even
do d
ifere
nças
. São
mui
to c
urio
sas
e go
stam
de
faze
r per
gunt
as s
obre
tudo
o q
ue a
cont
ece
a su
a vo
lta. O
pro
fess
or
deve
pro
mov
er d
ivers
as e
xper
iênc
ias
que
perm
itam
as
cria
nças
in
vest
igar
em, e
xplo
rare
m, o
bser
vare
m, c
ompa
rare
m d
ifere
ntes
es
paço
s, te
mpo
s, qu
antid
ades
, rel
açõe
s e
tran
sfor
maç
ões.
Para
tant
o, é
nece
ssár
io:
* Pro
mov
er a
inte
raçã
o co
m o
utra
s cr
ianç
as e
com
os
obje
tos;
* Pro
por b
rinca
deira
s qu
e po
ssib
ilitem
a id
entif
icaç
ão d
e ob
jeto
s, pe
ssoa
s e
cara
cter
ístic
as d
o am
bien
te;
* Rea
lizar
pes
quisa
s de
iden
tific
ação
de
paisa
gem
por
mei
o de
pa
ssei
os o
u m
esm
o co
m a
uxílio
de
figur
as/j
ogos
;* P
ossib
ilitar
o re
gist
ro p
or m
eio
de d
esen
ho e
esc
rita;
* Fa
zer p
esqu
isas
sobr
e a
hist
ória
dos
núm
eros
;* C
ham
ar a
ate
nção
sob
re o
nde
circ
ulam
os
núm
eros
em
nos
so
cotid
iano
;* P
ropo
r na
rotin
a o
uso
dos
espa
ços
com
o fo
co d
e in
tere
sse;
* Util
izar o
voc
abul
ário
mat
emát
ico;
* Pro
porc
iona
r con
diçõ
es p
ara
que
as c
rianç
as fa
çam
inda
gaçõ
es a
re
spei
to d
e su
as c
urio
sidad
es;
* De
senv
olve
r brin
cade
iras
com
obs
tácu
los
cria
ndo
traj
etos
de
safia
dore
s (m
ais
curt
os, m
ais
long
o);
* Rea
lizar
jogo
s em
que
as
cria
nças
pos
sam
cla
ssifi
car,
seria
r, co
ntar
e
orde
nar o
bjet
os;
* Ap
rese
ntar
figu
ras
geom
étric
as p
lana
s e
não
plan
as p
ara
as
cria
nças
, leva
ndo-
as a
per
cebe
rem
sua
s fo
rmas
nos
am
bien
tes;
* Exp
lora
r ora
lmen
te a
s se
mel
hanç
as e
dife
renç
as e
ntre
brin
qued
os
com
dive
rsas
form
as e
cor
es;
* Org
aniza
r o te
mpo
pro
porc
iona
ndo
cond
içõe
s pa
ra a
s cr
ianç
as
ampl
iare
m o
s co
nhec
imen
tos
a re
spei
to d
a ro
tina;
* Tra
balh
ar jo
gos
com
regr
as;
* Util
izar a
pró
pria
rotin
a pa
ra a
con
stru
ção
da n
oção
de
tem
po;
As c
rianç
as p
eque
nas
dem
onst
ram
sua
s ap
rend
izage
ns q
uand
o:* E
xplo
ram
mat
eria
is co
ncre
tos,
esta
bele
cend
o re
laçõ
es d
e in
tera
ção,
segu
ranç
a e
resp
eito
;* E
mpi
lham
brin
qued
os, m
anip
ulam
obj
etos
de
dife
rent
es fo
rmas
, ut
ilizan
do a
s pr
ópria
s es
trat
égic
as;
* Util
izam
a li
ngua
gem
ora
l nas
brin
cade
iras,
com
unic
ando
idei
as
mat
emát
icas
nas
situ
açõe
s/pr
oble
mas
env
olve
ndo
o es
paço
físic
o e
os fe
nôm
enos
nat
urai
s;* V
ivenc
iam
situ
açõe
s de
cui
dado
com
o m
eio
ambi
ente
, nos
esp
aços
da
inst
ituiç
ão e
fora
del
a, pe
rceb
endo
que
os
fenô
men
os d
a na
ture
za
exer
cem
influ
ênci
a so
bre
o ho
mem
, ani
mai
s e
plan
tas;
* Par
ticip
am d
e sit
uaçõ
es o
nde
é po
ssíve
l con
hece
r as
posiç
ões
(den
tro/
fora
, em
cim
a /e
m b
aixo
, fre
nte/
atrá
s) s
ituan
do-s
e no
esp
aço;
* Res
peita
m a
rotin
a;* F
orm
ulam
as
perg
unta
s, le
vant
ando
hip
ótes
e, m
anife
stan
do o
pini
ões
próp
rias
sobr
e os
fato
s do
cot
idia
no;
* Rea
lizam
con
tage
m o
ral n
as s
ituaç
ões
cont
extu
aliza
das,
utiliz
ando
di
vers
as e
stra
tégi
as;
* Util
izam
o e
spaç
o co
mo
alia
do n
o ap
rend
izado
e n
as re
laçõ
es s
ocia
is;* D
emon
stra
m c
urio
sidad
e em
apr
ende
r; ap
ropr
iand
o-se
das
regr
as
dos
jogo
s e
das
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cade
iras;
* Exp
ress
am a
uton
omia
nas
inte
raçõ
es q
ue e
stab
elec
em c
om a
s pe
ssoa
s e
os o
bjet
os;
* Rec
onhe
cem
a fu
nção
soc
ial d
os n
úmer
os;
* Ela
bora
m e
soc
ializ
am d
ifere
ntes
man
eira
s de
mar
car o
tem
po,
dem
onst
rand
o au
tono
mia
e re
spei
to à
s di
fere
nças
na
reso
luçã
o de
sit
uaçõ
es/p
robl
emas
; *
Com
pree
ndem
a p
assa
gem
do
tem
po a
trav
és d
os a
cont
ecim
ento
s do
dia
(aco
lhid
a, ho
ra d
a hi
stór
ia, r
efei
ção,
desc
anso
, etc
.);* C
onse
guem
inte
ragi
r atr
avés
do
ritm
o m
usic
al, r
ealiz
ando
a
mar
caçã
o do
tem
po b
aten
do p
alm
as, b
aten
do o
s pé
s, ou
util
izand
o in
stru
men
tos;
(EI0
3ET0
2/ES
)Ob
serv
ar, d
escr
ever
e re
gist
rar
(des
enho
s, es
crita
esp
ontâ
nea)
mud
ança
s em
dife
rent
esm
ater
iais,
resu
ltant
es d
e aç
ões
sobr
e el
es, e
m e
xper
imen
tos
envo
lvend
o fe
nôm
enos
nat
urai
s e
artif
icia
is.
(EI0
3ET0
3/ES
)Id
entif
icar
e s
elec
iona
r fon
tes
de
info
rmaç
ões,
para
resp
onde
r a
ques
tões
sob
re a
nat
urez
a, se
us
fenô
men
os e
sua
pre
serv
ação
.
(EI0
3ET0
4)Re
gist
rar o
bser
vaçõ
es,
man
ipul
açõe
s e
med
idas
,fa
zend
o us
o da
s m
últip
las
lingu
agen
s (d
esen
ho, r
egist
ro p
or n
úmer
os, e
scrit
a es
pont
ânea
), em
dife
rent
es s
upor
tes.
(EI0
3ET0
5/ES
)Co
ntar
e c
lass
ifica
r obj
etos
e fi
gura
s de
aco
rdo
com
sua
s se
mel
hanç
as e
di
fere
nças
.
(EI0
3ET0
6)Re
lata
r fat
os im
port
ante
s so
bre
seu
nasc
imen
to e
des
envo
lvim
ento
, a
hist
ória
dos
seu
s fa
milia
res
e da
sua
com
unid
ade.
88 EDUCAÇÃO INFANTIL
ESPA
ÇOS,
TEM
POS,
QUA
NTID
ADES
, REL
AÇÕE
S E
TRAN
SFOR
MAÇ
ÕES
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
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TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3ET0
7)Re
laci
onar
núm
eros
às s
uas r
espe
ctiva
squ
antid
ades
e id
entif
icar
o a
ntes
, o
depo
is e
o en
tre
em u
ma
sequ
ênci
a.
* Pro
por a
tivid
ades
nos
esp
aços
inte
rnos
e e
xter
nos;
* Tra
balh
ar a
noç
ão d
e te
mpo
atr
avés
das
brin
cade
iras
lúdi
cas
e m
usic
ais;
* Pro
mov
er b
rinca
deira
s co
m b
loco
s de
enc
aixe
e m
ater
ial c
oncr
eto
(con
tage
m o
ral e
esc
rita)
...
* Est
abel
ecem
rela
ções
ent
re d
ifere
ntes
repr
esen
taçõ
es u
tiliza
das
para
o s
eu c
once
ito, v
alen
do-s
e do
con
cret
o;* R
ealiz
am re
gist
ros
(des
enho
s, es
crita
) das
obs
erva
ções
que
faze
m
sobr
e os
fenô
men
os n
atur
ais..
.
(EI0
3ET0
8)Ex
pres
sar m
edid
as (p
eso,
altu
ra e
tc.),
co
nstr
uind
o gr
áfic
os b
ásic
os.
(EI0
3ET0
9/ES
)Fa
zer o
bser
vaçõ
es d
escr
even
do
(ora
l ou
por r
egist
ros)
ele
men
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nôm
enos
nat
urai
s co
mo
luz s
olar
, ve
nto,
chuv
a, te
mpe
ratu
ra, m
udan
ças
clim
átic
as, r
elev
o e
paisa
gem
.
PARA
REF
LETI
R
É sa
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nes
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ias
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, exp
licam
, faz
em r
elaç
ões
sobr
e tu
do e
todo
s qu
e es
tão
a su
a vo
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89EDUCAÇÃO INFANTIL
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS:CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS
A exploração corporal, dos gestos e movimentos expressos pela criança é uma forma vital dela co-nhecer a si e o mundo a sua volta. No processo de relacionar-se com o mundo, ela utiliza recursos como a corporeidade, as diferentes linguagens e a emoção nas interações e brincadeiras, espontâneas ou vivenciadas nas práticas cotidianas planejadas intencionalmente pelos adultos. Nas DCNEI’s as práticas pedagógicas de toda escola devem garantir experiências que
I – promovam conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experi-ências sensoriais, expressivas e corporais que possibilitem movimentação ampla, ex-pressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;II – favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo do-mínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dra-mática e musical.
Elas se comunicam e se expressam no entrelaçamen-to entre corpo, emoção e por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta. As crianças conhecem e reconhecem as sensações e funções de seu corpo. Com seus gestos e movimentos identificam suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física. E o constante contato com seus pares, materiais e espaços favorecem todo este desenvolvimento.
Na Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é o principal alvo dos cuidados físicos e de práticas pedagógicas orientadas para a emancipação, a autonomia e a liberdade. Para tanto, é imprescindível ao professor pensar não só no espaço que deve transmitir segurança e confiança para as crianças, mas também sobre o desenvolvimento in-tegral da primeira infância, ou seja, como as crianças se desenvolvem e aprendem, principalmente em se
tratando dos bebês e das crianças com necessidades educativas especiais.
Ao adotar os eixos norteadores “brincadeiras e inte-rações”, a instituição escolar oportuniza aos bebês e às crianças a construção de um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, a exploração e vivência com seus pares, descobertas de variados modos de interação, ocupa-ção e uso do espaço. Permite aos bebês e crianças dominarem progressivamente os movimentos com o corpo, tais como sentar com apoio, rastejar, engati-nhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc. É necessário também que, no planejamento curricular, o professor garanta situações que envolvam as linguagens musicais e cênicas (brincar, dançar, dramatizar), promovendo situações que envolvem a multiplicidade em sua cultura.
O Campo de Experiências “Corpo, Gestos e Movimentos” trata dos objetivos de aprendizagem e desenvolvi-mento, e devem garantir os direitos de aprendizagem de modo a possibilitar à criança:
w CONVIVER com crianças e adultos expe-rimentando marcas da cultura corporal nos cuidados pessoais, na dança, música, teatro, artes circenses, escuta de histórias e brincadeiras. w BRINCAR utilizando criativamente o reper-tório da cultura corporal e do movimento. w EXPLORAR amplo repertório de movimen-tos, gestos, olhares, produção de sons e de mímicas, descobrindo modos de ocupação e de uso do espaço com o corpo. w PARTICIPAR de atividades que envolvem práticas corporais, desenvolvendo autono-mia para cuidar de si. w EXPRESSAR corporalmente emoções e representações tanto nas relações cotidia-nas como nas brincadeiras, dramatizações,
90 EDUCAÇÃO INFANTIL
danças, músicas, contação de histórias. w CONHECER-SE nas diversas oportunidades de interações e explorações com seu corpo.
A BNCC diz sobre este Campo:
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brincam e pro-duzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa corporeidade. Por meio das diferen-tes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem. As crianças conhecem e reco-nhecem as sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos e movimentos,
identificam suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física. Na Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é o partícipe privilegiado das práticas peda-gógicas de cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão. Assim, a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para desco-brir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.) (Brasil, p.36/37, 2017).
91EDUCAÇÃO INFANTIL
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as e
m re
laçã
o a
si pr
óprio
;* P
lane
jar m
ovim
ento
s de
safia
dore
s co
m p
ossib
ilidad
es c
onst
ante
s de
ro
lar,
anda
r, co
rrer
, sal
tar,
entr
e ou
tros
, des
envo
lvend
o a
orie
ntaç
ão
espa
cial
e a
late
ralid
ade,
com
sup
ervis
ão d
o ad
ulto
;* D
esen
volve
r brin
cade
iras
trad
icio
nais
que
faze
m p
arte
da
cultu
ra
loca
l e re
gion
al;
* Apr
ecia
r, ex
plor
ar e
val
oriza
r a e
scut
a de
dife
rent
es e
stilo
s de
m
úsic
as, d
ança
s e
outr
as e
xpre
ssõe
s da
cul
tura
cor
pora
l;* C
riar n
ovos
mov
imen
tos
e ge
stos
a p
artir
de
apre
sent
açõe
s ar
tístic
as;
* Im
itar e
cria
r mov
imen
tos
na d
ança
par
tindo
do
cont
ato
com
di
fere
ntes
gên
eros
mus
icai
s...
As h
abilid
ades
de
apre
ndiza
gens
e d
esen
volvi
men
to s
ão e
fetiv
adas
nas
cr
ianç
as b
em p
eque
nas
quan
do e
stas
:* R
econ
hece
m o
pró
prio
cor
po p
or m
eio
dos
mov
imen
tos,
expr
essa
ndo-
se p
or g
esto
s e
ritm
os d
ivers
ifica
dos;
* Adq
uire
m c
onsc
iênc
ia c
orpo
ral e
xplo
rand
o o
próp
rio c
orpo
den
tro
de
situa
ções
con
cret
as, c
onhe
cend
o su
as p
oten
cial
idad
es e
lim
ites;
* Am
plia
m a
s po
ssib
ilidad
es d
e ex
pres
são
corp
oral
;* D
emon
stra
m a
uton
omia
ao
iden
tific
ar o
s di
fere
ntes
esp
aços
, ci
rcul
ando
e lo
caliz
ando
–se
nele
s;* C
ompr
eend
em a
func
iona
lidad
e de
cad
a am
bien
te e
m s
ua
orga
niza
ção
e ro
tina
diár
ia;
* Coo
rden
am s
eus
mov
imen
tos
no e
spaç
o, a
part
ir da
orie
ntaç
ão d
o pr
ofes
sor;
* Man
usei
am m
ater
iais,
obj
etos
e b
rinqu
edos
dive
rsos
par
a ap
erfe
içoa
men
to d
e su
as h
abilid
ades
man
uais;
* Am
plia
m a
per
cepç
ão d
os s
eus
próp
rios
mov
imen
tos
e da
pos
tura
co
rpor
al;
* Vive
ncia
m d
e fo
rma
grad
ual o
dom
ínio
par
a de
senh
ar, p
inta
r, fo
lhea
r liv
ros,
rasg
ar, r
ecor
tar,
amas
sar,
entr
e ou
tros
;* P
artic
ipam
de
brin
cade
iras
onde
nec
essit
am o
rient
ar-s
e co
rpor
alm
ente
em
rela
ção
à: fr
ente
, atr
ás, n
o al
to, e
m c
ima,
emba
ixo,
dent
ro, f
ora;
* Dan
çam
ado
tand
o di
fere
ntes
exp
ress
ões
corp
orai
s e
gest
os d
e se
us
parc
eiro
s, ao
som
de
mús
icas
de
dife
rent
es g
êner
os;
* Apr
ecia
m a
pres
enta
ções
teat
rais;
* Par
ticip
am d
e br
inca
deira
s tr
adic
iona
is;* B
rinca
m d
e es
cond
e-es
cond
e, p
ega-
pega
, bol
a;* O
rgan
izam
esp
aços
de
faz d
e co
nta
para
sua
s br
inca
deira
s;* V
ivenc
iam
pap
éis
soci
ais
enqu
anto
brin
cam
;* V
este
m fa
ntas
ias
para
repr
esen
tar u
m p
erso
nage
m n
as
dram
atiza
ções
e n
o fa
z de
cont
a...
(EI0
2CG0
2/ES
)De
sloc
ar s
eu c
orpo
no
espa
ço,
com
bina
ndo
mov
imen
tos
e or
ient
ando
-se
por
noç
ões
com
o em
fren
te, a
trás
, no
alto
, em
baixo
, den
tro,
fora
etc
., ao
se
envo
lver e
m b
rinca
deira
se
ativi
dade
s de
dife
rent
es n
atur
ezas
.
(EI0
2CG0
3/ES
)Ex
plor
ar fo
rmas
de
desl
ocam
ento
no
esp
aço
(pul
ar, s
alta
r, da
nçar
), co
mbi
nand
o m
ovim
ento
s e
segu
indo
or
ient
açõe
s di
vers
as.
(EI0
2CG0
4/ES
)De
mon
stra
r pro
gres
siva
inde
pend
ênci
a no
cui
dado
do
seu
corp
o e
do o
utro
e
em s
eu b
em-e
star
.
(EI0
2CG0
5)De
senv
olve
r pro
gres
sivam
ente
as
habi
lidad
es m
anua
is, a
dqui
rindo
co
ntro
le p
ara
dese
nhar
, pin
tar,
rasg
ar,
folh
ear,
entr
e ou
tros
.
93EDUCAÇÃO INFANTIL
CORP
O, G
ESTO
S E
MOV
IMEN
TOS
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3CG0
1/ES
)Cr
iar c
om o
cor
po fo
rmas
di
vers
ifica
das
de e
xpre
ssão
de
sent
imen
tos,
idei
as, o
pini
ões,
sens
açõe
s e
emoç
ões,
tant
o na
s sit
uaçõ
es d
o co
tidia
no q
uant
o em
br
inca
deira
s, da
nça,
teat
ro, m
úsic
a.
Para
que
cria
nças
peq
uena
s po
ssam
cria
r for
mas
cad
a ve
z mai
s di
vers
ifica
das
de e
xpre
ssão
, apr
imor
ar s
uas
habi
lidad
es c
orpo
rais,
ad
equa
r seu
s m
ovim
ento
s às
sua
s in
tenç
ões;
já q
ue s
ão c
apaz
es
de re
cupe
rar i
mag
ens
e le
mbr
ança
s do
pas
sado
, é p
reci
so q
ue
o pr
ofes
sor p
ense
em
pro
post
as p
edag
ógic
as q
ue fa
vore
çam
a
ampl
iaçã
o de
ssas
hab
ilidad
es p
ara
que
as c
rianç
as c
ontin
uem
sua
s ex
plor
açõe
s e
desc
ober
tas
sobr
e si
e so
bre
o m
undo
. Pen
sand
o na
s ne
cess
idad
es d
esta
faixa
etá
ria, é
pro
píci
o ao
pro
fess
or:
* Fav
orec
er a
inte
raçã
o so
cial
par
a qu
e se
jam
est
abel
ecid
os v
íncu
los
afet
ivos
entr
e cr
ianç
as e
adu
ltos;
* Pro
mov
er s
ituaç
ões
cotid
iana
s co
m o
s co
lega
s e
educ
ador
es e
m
dife
rent
es c
onte
xtos
soc
iais
(mom
ento
soc
ial/
cultu
ral, i
nter
câm
bio
entr
e tu
rmas
, apr
esen
taçõ
es te
atra
is);
* Soc
ializ
ar e
xper
iênc
ias
que
poss
ibilit
em a
con
stru
ção
de c
once
itos
que
envo
lvem
as
dife
renç
as in
divid
uais;
* Com
bina
r/co
nstr
uir,
junt
o co
m a
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a, re
gras
de
vivên
cia
em g
rupo
, us
o co
letiv
o do
s m
ater
iais
e a
expl
oraç
ão d
o es
paço
;* A
mpl
iar a
s po
ssib
ilidad
es p
ara
que
as c
rianç
as p
eque
nas
se
expr
esse
m c
orpo
ralm
ente
em
can
tigas
de
roda
, dan
ças
folc
lóric
as,
afro
, indí
gena
s, ita
liana
s, po
mer
anas
, ale
mãs
e e
m d
ança
s im
prov
isada
s, be
m c
omo
nos
jogo
s e
nas
brin
cade
iras;
* Pla
neja
r pro
post
as q
ue p
ropo
rcio
nem
a n
omea
ção,
iden
tific
ação
e
loca
lizaç
ão d
as p
arte
s do
cor
po a
fim
de
adqu
irir c
onsc
iênc
ia d
os
segm
ento
s e
elem
ento
s do
pró
prio
cor
po d
esen
volve
ndo
atitu
des
de
inte
ress
e e
cuid
ados
;* D
esen
volve
r jog
os q
ue fa
vore
çam
o e
quilíb
rio e
stát
ico
e di
nâm
ico
a fim
de
cont
ribui
r par
a a
form
ação
físic
a e
mot
ora
da c
rianç
a;* S
ocia
lizar
situ
açõe
s qu
e tr
atem
sob
re o
resp
eito
às
cara
cter
ístic
as
pess
oais
rela
cion
adas
às
dive
rsid
ades
étn
icas
, soc
iais
e ec
onôm
icas
;* P
rom
over
brin
cade
iras
que
envo
lvam
a d
ança
: mús
icas
e e
stilo
s de
dife
rent
es é
poca
s, ba
iles,
esco
la d
e sa
mba
, imita
ção
de a
nim
ais,
poss
ibilit
ando
a e
xpre
ssão
de
seu
corp
o na
enc
enaç
ão d
e re
alid
ades
fa
ntas
iosa
s;
Mui
tas
expe
riênc
ias
pode
m a
cont
ecer
no
cotid
iano
da
Educ
ação
In
fant
il pa
ra o
alc
ance
des
sas
habi
lidad
es. E
las
pode
m s
er p
erce
bida
s na
s aç
ões
das
cria
nças
peq
uena
s qu
ando
est
as:
* Rec
riam
hist
ória
s e
diál
ogos
pre
vend
o su
a re
pres
enta
ção,
esco
lhen
do e
spaç
os, a
dere
ços
e ex
plor
ando
recu
rsos
dive
rsifi
cado
s;* D
esen
volve
m a
s ha
bilid
ades
de
ritm
o, re
sistê
ncia
, agi
lidad
e, fo
rça,
velo
cida
de e
flex
ibilid
ade
corp
oral
;* D
emon
stra
m s
ituaç
ões
de c
olab
oraç
ão, s
olid
arie
dade
e re
spei
to,
apro
pria
ndo-
se d
os m
odos
de
conv
ivênc
ias
soci
ais;
* Dem
onst
ram
açõ
es q
ue p
ropi
ciem
a in
tera
ção
entr
e a
fam
ília e
a
esco
la;
* Dem
onst
ram
prá
ticas
de
disc
ussõ
es q
ue in
stig
uem
pro
posiç
ões
de
mel
horia
s do
s es
paço
s de
con
vivên
cia
infa
ntil
na e
scol
a-co
mun
idad
e;* C
oope
ram
no
func
iona
men
to e
apr
endi
zage
m d
o gr
upo,
faze
ndo
prop
osta
s, co
labo
rand
o na
pro
cu¬r
a de
sol
uçõe
s, pa
rtilh
ando
idei
as,
pers
pect
ivas
e sa
bere
s e
reco
nhec
endo
a c
ontr
ibui
ção
dos
outr
os;
* Ela
bora
m b
rinca
deira
s co
m m
ovim
ento
s co
rpor
ais
em e
spaç
os
ampl
os, in
tera
gind
o co
m o
utra
s cr
ianç
as e
cria
ndo
víncu
los
com
seu
gr
upo
soci
al;
* Vive
ncia
m s
ituaç
ões
que
prom
ovam
a a
prop
riaçã
o da
hist
ória
da
cultu
ra a
fric
ana,
indí
gena
e e
urop
eia
na c
omun
idad
e em
que
vive
m;
* Par
ticip
am d
e co
mem
oraç
ões
e ev
ento
s so
ciai
s e
cultu
rais
do s
eu
mun
icíp
io;
* Vive
ncia
m e
xper
iênc
ias
que
estim
ulem
a c
urio
sidad
e po
r mei
o de
ob
serv
açõe
s, ex
pres
sões
e p
artic
ipaç
ão v
olun
tária
;* V
ivenc
iam
em
sua
s ex
periê
ncia
s a
cons
truç
ão d
e co
ncei
tos
que
envo
lvem
o re
spei
to à
s di
fere
nças
indi
vidua
is;* O
rgan
izam
o e
spaç
o in
divid
ual e
col
etivo
;* O
rgan
izam
-se
quan
to à
s ro
tinas
diá
rias;
* Am
plia
m g
rada
tivam
ente
sua
inde
pend
ênci
a na
esc
olha
de
espa
ços
e br
inqu
edos
;
(EI0
3CG0
2/ES
)De
mon
stra
r con
trol
e e
adeq
uaçã
o do
uso
de
seu
corp
o no
s m
omen
tos
de in
tera
ção
com
seu
s pa
res,
em
brin
cade
iras
e jo
gos,
escu
ta e
reco
nto
de h
istór
ias,
ativi
dade
s ar
tístic
as, e
ntre
ou
tras
pos
sibilid
ades
.
(EI0
3CG0
3)Cr
iar m
ovim
ento
s, ge
stos
, olh
ares
e
mím
icas
em
brin
cade
iras,
jogo
s e
ativi
dade
s ar
tístic
as c
omo
danç
a, te
atro
e m
úsic
a.
(EI0
3CG0
4)Ad
otar
háb
itos
de a
utoc
uida
do
rela
cion
ados
à h
igie
ne, a
limen
taçã
o,co
nfor
to e
apa
rênc
ia.
94 EDUCAÇÃO INFANTIL
CORP
O, G
ESTO
S E
MOV
IMEN
TOS
Cria
nças
peq
uena
s (4
ano
s e
5 an
os e
11 m
eses
)OB
JETI
VOS
DE A
PREN
DIZA
GEM
E
DESE
NVOL
VIM
ENTO
DICA
S PA
RA O
PLA
NEJA
MEN
TOVA
LE O
BSER
VAR
QUE
(EI0
3CG0
5)Co
orde
nar s
uas
habi
lidad
es m
anua
is no
ate
ndim
ento
ade
quad
o a
seus
in
tere
sses
e n
eces
sidad
es e
m
situa
ções
dive
rsas
.
* Pos
sibilit
ar a
s br
inca
deira
s co
m jo
gos
simbó
licos
no
faz d
e co
nta;
* Des
envo
lver p
eças
teat
rais;
* Am
plia
r o c
onhe
cim
ento
das
dive
rsas
form
as d
e br
inca
deira
s, co
mo
form
a de
pot
enci
aliza
r o d
esen
volvi
men
to in
fant
il...
* Con
hece
m-s
e, a
prec
iam
-se
e cu
idam
de
sua
saúd
e fís
ica
e em
ocio
nal, c
ompr
eend
endo
-se
na d
ivers
idad
e hu
man
a e
reco
nhec
endo
sua
s em
oçõe
s e
as d
os o
utro
s, co
m a
utoc
ritic
a e
capa
cida
de p
ara
lidar
com
ela
s...
PARA
REF
LETI
R
Na p
rimei
ra in
fânc
ia, o
cor
po é
o a
licer
ce p
ara
o de
senv
olvim
ento
men
tal e
em
ocio
nal d
a cr
ianç
a, es
senc
ial n
a co
nstr
ução
de
afet
os e
sen
timen
tos.
As e
xper
iênc
ias
com
o c
orpo
, os
gest
os e
os
mov
imen
tos,
prom
ovid
as p
ara
elas
, con
stitu
em u
ma
lingu
agem
vita
l que
orie
nta
para
o m
undo
. Ess
as e
xper
iênc
ias
deve
m s
er ri
cas
e pl
urai
s e
sere
m p
rom
ovid
as d
e di
vers
as fo
rmas
: ges
tos,
mím
icas
, pos
tura
s, m
ovim
ento
s ex
pres
sivos
leva
ndo
as c
rianç
as a
exp
ress
arem
sua
s em
oçõe
s, re
conh
ecer
em s
uas
sens
açõe
s, in
tera
gire
m, b
rinca
rem
, ocu
pare
m o
s es
paço
s lo
caliz
ando
-se
nele
s, co
nstr
uind
o co
nhec
imen
to d
e si
e do
mun
do.
O co
rpo
é a
ferr
amen
ta ím
par u
sada
pel
as c
rianç
as p
ara
expr
essa
r-se
e c
omun
icar
-se
com
exc
elên
cia.
A c
apac
idad
e de
nom
ear,
iden
tific
ar e
ter c
onsc
iênc
ia d
o pr
óprio
cor
po e
a c
onst
ruçã
o po
sitiva
da
auto
imag
em f
avor
ecem
a e
xpre
ssão
e o
con
heci
men
to s
obre
a c
ultu
ra c
orpo
ral d
o m
eio
em q
ue v
ivem
. Qua
ndo
brin
cam
, dan
çam
, dra
mat
izam
, as
cria
nças
exp
ress
am t
oda
sua
pers
onal
idad
e em
con
stru
ção,
agem
e im
agin
am s
ituaç
ões,
prin
cipa
lmen
te q
uand
o qu
erem
ter s
eus
inte
ress
es a
tend
idos
. Pen
sar e
ste
cam
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95EDUCAÇÃO INFANTIL
AVALIAÇÃO NAEDUCAÇÃO INFANTIL
A avaliação na Educação Infantil tem por finalidade acompanhar o trabalho pedagógico e avaliar o pro-cesso de desenvolvimento e aprendizagem da criança sem o objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo:
3 A observação crítica e criativa das ati-vidades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano;3 Utilização de múltiplos registros reali-zados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);3 A continuidade dos processos de apren-dizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, tran-sições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental);3 Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desen-volvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;3 A não retenção das crianças na Educação Infantil. (BRASIL, 2010).
Assim, como no planejamento, o olhar do professor para o acompanhamento e desenvolvimento das aprendizagens poderá ser documentado tanto em relatórios individuais de acompanhamento das crian-ças, quanto em portfólios que organizem o trabalho pedagógico do professor. Outras formas de avaliar podem ser através de registros fotográficos, vídeos, desenhos, escritas de textos das crianças (desde que seja uma escrita espontânea e intencional, sem o objetivo de rotular as crianças em níveis de escrita), entre outros.
TRANSIÇÕES NOS DIVERSOS CONTEXTOSNA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao ingressar na Educação Infantil, a criança passa por muitos momentos de transição que podem afe-
tar diretamente seu processo de desenvolvimento e aprendizagem:
3 Transição de casa para a instituição de Educação Infantil;3 Transição entre etapas, no interior da instituição;3 Transição da Creche para Pré-escola.
É necessário que a equipe escolar de cada instituição crie estratégias adequadas para esses diferentes momentos vivenciados pela criança.
TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Na perspectiva da interação entre a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, os Campos de Experiências fundamentam importantes processos das crianças que terão continuidade e progressão nas demais etapas da Educação Básica, quando serão tratadas em Áreas de Conhecimento da Base Nacional Comum Curricular (Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática) e respectivos componentes curriculares. A transição de uma etapa para outra deve ocorrer da forma mais suave possí-vel, tomando-se como referências as competências e habilidades que marcaram o percurso da criança desde o início da escolaridade na Educação Infantil até o ingresso no 1.0 Ano do Ensino Fundamental.
A BNCC apresenta uma Síntese das Aprendizagens esperadas que devem ser trabalhadas e aprendidas pela criança em cada campo de experiências ao longo de seu percurso na Educação Infantil, para que tenham condições favoráveis para ingressar no Ensino Fundamental.
Essa síntese deve ser compreendida como elemento balizador e indicativo de objetivos a serem explorados em todo o segmento da Educação Infantil, e que serão ampliados e aprofundados no Ensino Fundamental, e não como condição ou pré-requisito para o acesso a essa etapa do ensino. (BRASIL, 2017, p.51).
96 EDUCAÇÃO INFANTIL
Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por diferentes meios.
Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida.
Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas.
Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação.
Identificar, nomear adequadamente e comparar as propriedades dos objetos, estabelecendo relações entre eles.
Interagir com o meio ambiente e com fenômenos naturais ou artificiais, demonstrando curiosidade e cuidado com relação a eles.
Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor, igual etc.), espaço (den-tro e fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio de comunicação de suas experiências.
Utilizar unidades de medida (dia e noite; dias, semanas, meses e ano) e noções de tempo (presente, passado e futuro; antes, agora e depois), para responder a necessidades e questões do cotidiano.
Identificar e registrar quantidades por meio de diferentes formas de representação (conta-gens, desenhos, símbolos, escrita de números, organização de gráficos básicos etc.).
Respeitar e expressar sentimentos e emoções.
Atuar em grupo e demonstrar interesse em construir novas relações, respeitando a diver-sidade e solidarizando-se com os outros.
Conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro.
Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem para o cuidado de sua saúde e a manutenção de ambientes saudáveis.
Apresentar autonomia nas práticas de higiene, alimentação, vestir-se e no cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo.
Utilizar o corpo intencionamente (com criatividade, controle e adequação) como instrumento de interação com o outro e com o meio.
Coordenar suas habilidades manuais.
Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e interagir com a música, percebendo-a como forma de expressão individual e coletiva.
Expressar-se por meio das artes visuais, utilizando diferentes materiais.
Relacionar-se com o outro empregando gestos, palavras, brincadeiras, jogos, imitações, observações e expressão corporal.
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
O eu, o outro e o nós
Corpo, gestos e movimentos
Traços, sons, cores e formas
SÍNTESE DAS APRENDIZAGENS
97EDUCAÇÃO INFANTIL
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. LDBEN N.0 9.394. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.
BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução N.0 05, de 17 de Dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: CNE/CEB, 2009.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular - Versão final. MEC. Brasília, DF, 2017.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente & Legislação Congênere. Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude – CAIJ. 153 p.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n.0 20/2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: CNE, 2009.
Resolução CNE/CEB N.0 5, de 17 de Dezembro de 2009. Fixa as diretrizes curriculares nacionais para a edu-cação infantil.
FORNEIRO, L.I. A organização dos Espaços na Educação Infantil. In: ZABALZA, M.A. Qualidade na Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, p. 229-280.
OLIVEIRA, Z.R.de.; MARANHÃO, D.; ABBUD, IEDA.; ZURAWSKI, M.P; FERREIRA,M.V.; AUGUSTO, S.(org). O trabalho do professor na educação infantil. São Paulo: Biruta, 2012.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Convenção sobre o Direito das Crianças, 1989.
98 EDUCAÇÃO INFANTIL
COORDENAÇÃO GERAL
Tânia Amélia Guimarães de AssisSubsecretária de Educação Básica e Profissional
Andréa Guzzo PereiraGerência de Ensino Médio
Rafaela Teixeira Possato de BarrosSubgerência de Ensino Médio
Magda Luíza Bertolini TótolaAssessora de Apoio Curricular e Educação Ambiental
Sandra Renata Muniz MonteiroGerência de Educação, Juventude e Diversidade
Eduardo MaliniCoordenador do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo – Paes
Jandira Maria da Silva de VasconcelosGerência de Educação Profissional
Carmem Lúcia PrataAssessoria de Tecnologia Educacional Sedu Digital
Elaine Cristina Rossi PavaniAssessora Especial da Escola Viva
ASSESSORA ESPECIALMarluza de Moura Balarini
MOVIMENTO PRO - BNCCESTRUTURA DE GOVERNANÇA
COMISSÃO ESTADUALHaroldo Corrêa Rocha Secretário de Estado da Educação do Espírito Santo
Vilmar Lugão de Britto Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação/ES - Undime
Maria José Cerutti NovaesPresidente do Conselho Estadual de Educaçãodo Espírito Santo - CEE
Rodrigo CoelhoPresidente da Comissão de Educação daAssembleia Legislativa do Espírito Santo - Ales
Moacir LellisPresidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo - Sinepe/ES
Cely Dutra Eler Representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo - Sindiupes
COMITÊ EXECUTIVOHaroldo Corrêa Rocha Secretário de Estado da Educação do Espírito Santo
Vilmar Lugão de Britto Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação/ES - Undime
Maria José Cerutti NovaesPresidente do Conselho Estadual de Educação do Espírito Santo – CEE
Eduardo MaliniCoordenador do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo – Paes
Andressa Buss RochaSubsecretária de Planejamento e Avaliação da Sedu – Sepla
Tânia Amélia Guimarães de AssisSubsecretária de Educação Básica e Profissional
Flávia Demuner Ribeiro Coordenadora Estadual da BNCC pelo Consed-ES
Lígia Cristina Bada RubimCoordenadora Estadual da BNCC pela Undime-ES
COORDENADORES ESTADUAIS DE CURRÍCULOFlávia Demuner Ribeiro Coordenadora Estadual da BNCC pelo Consed-ES
Lígia Cristina Bada RubimCoordenadora Estadual da BNCC pela Undime-ES
ARTICULADORES DE REGIME DE COLABORAÇÃOElania Monteiro Sardinha Undime-ES
Acácia Gleici do Amaral Teixeira Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (FNCEE-ES)
Karla Valeria Freitas da Silva União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme-ES)
ANALISTA DE GESTÃOAlessandro Rodrigues Tomás Cedrini
COORDENADORAS DE ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICAAngela do Nascimento Paranha de Oliveira Educação Infantil
Roseli Gonoring HehrEnsino fundamental anos iniciais
Cláudia Simões MarianoEnsino fundamental anos finais
PROFESSORES REDATORES DO CURRÍCULOAlaíde Schinaider RigoniEducação Infantil
Lucimara Vitoria Machado LoureiroEducação Infantil
Rogério Carvalho de HolandaLíngua Portuguesa
Silvana de Oliveira MedeirosLíngua Portuguesa
Veruska Pazito VenturaLíngua Portuguesa
Ester Marques MirandaCiências
Farley Correia SardinhaCiências
Simone Aparecida Manoel CorrenteCiências
Jean Carlos Gomes da SilvaMatemática
Márcio PetersMatemática
Wellington Rosa de AzevedoMatemática
Giselly Rezende VieiraHistória
Samuel Pinheiro da Silva SantosHistória
Queila Magalhães MotaGeografia
Wanderley Lopes SebastiãoGeografia
Claudia BotelhoArte
99EDUCAÇÃO INFANTIL
Pedro Paulo NardottoArte
Ludmila Covre da CostaEducação Física
Thalles Kuster das NevesEducação Física
Danieli Spagnol Oliveira CorreiaInglês
Joel de Jesus JúniorInglês
ARTICULADORES MUNICIPAISAlçaisaTterezinha FavaroAlesandra Paganini do NascimentoAlessandra da Fonseca SantosAna Maria Pirovani Costa da FonsecaAndresa lara RamosAngela Marícia Faria MouraArlete Benevides da Cunha AndradeDanilla Aparecida Madeira BarbosaDanubia Perozini SeibelEdiane Brasil Fonseca CerqueiraEliane Farias EvangelistaEliane Maria RuelaElisângela Lima Menezes da SilvaElizabeth Gomes CarlosElizete Izabel GarciaEloisa Maria Ferrari SantosEstela Dalva Cardoso NatalinoEvanieli Valiatti CandeiaFabiana Ferreira PinheiroFlávia Lúcia MontovanelliFlorisbela Pereira Lopes FachettiFrancisca Feres de Souza SiqueiraGeliani Surlo MargonGilciane Gottoni PinheiroHioneide Silva BraunaIvonete de S. Lopes FelipeIzabel Cristina Clipes StoflleJanaina Fortunato Alves DiasJoelma Andreão de CerqueiraJóice de Lima Azevedo CorsiniKatia Maria Silva CamposKédima Boone RodriguesLeila Maria Rainha LemosLeila VasconcelosLeomar Soares FloresLidia Cristina Schuab
Luciana Lombardi BosiLuciano Bazoni VaneliLucinélia Oliveira de SouzaLuzimar Dias MachadoMarcelly Vargas dos Santos FragaMarciela JoseMargareth Hemerly MartinsMaria das Dores GamaMaria das Graças de Oliveira SouzaMaria Lucia Machado TessaroMarlúcia PeresMarúcia Carvalho M. Vieira MachadoNeiliene Oliveira ClaraOrliene de Andrade Godoi GonzagaOtília Martins de MagalhãesOzirlei Teresa MarcilinoRaquel da Conceição André VenturinRaquel Henrique Leal FariaRegilane Daré dos SantosRegina Celia WasemRenata Luchi PiresRenata Rocha Grola LovattiRita Izoton AlvesSandra Maria Firmes AltoéValdete Leonídio PereiraValéria Machado Duarte GrafanassiVera Lúcia Thiago PirovaniVerônica MonteiroViviane de Souza Reis
PROFESSORES ANALISTAS DO CURRÍCULODébora Aparecida Furieri Matos Felipe Santana CristeJoel Almeida NetoJoicy Mariana Gonçalves de AlvarengaJorge Luis Vargas dos SantosLuciana SilveiraVagner Geraldo Alves
COOPERADORESAldete Maria XavierErnani Carvalho do Nascimento
PARTICIPAÇÃO ESPECIALJoão Gualberto VasconcellosDoutor em Sociologia
APOIODanúbia Valadares de Jesus GaldinoGabriela dos Santos CunhaTânia Maria de Almeida Alves
PARCERIAFundação LemannInstituto Ayrton Senna
PRESIDENTE ESTADUAL DA UNCME Júlio César Alves dos Santos
PROFESSORES COLABORADORESAlessandro CastroAline Britto RodriguesBeatriz Nogueira Dessaune de OliveiraCássio Neto LiberatoCristiane CorreaDomingos Rodrigues Souza JúniorEdicleia Costa da SilvaElaine Karla de AlmeidaEliana de Deus Sobrinho Fernanda Plácido RochaFernanda Rodrigues Neves ReinholtzFlávia Arlete LovattiFlavia Marcia Costa Silva LacerdaFranciane Carvalho CamiloGabriela RodriguesGilberto de Paiva Gilceia Libera Sarnaglia VassenGiovani PröscholdtGleidson BroetoIngrid Rubia Reis ZanettiIone Maria da Silva LippausIraci Salla BatistaJaber Boa CamilloJosilene WerneckKelly Araújo Ferreira KrauzerKiara Silvares S. MiottoKristine LourenoLuciene Ramos Pereira QueirozMaria Aparecida Silva ConceiçãoMariana CalazansMarina Cadete da Penha DiasMirian Célia de Brito SoaresMozart Pereira CarvalhoNelson Batista da SilvaRodrigo Moreira de AlmeidaRoseli Stein ArminiRosimere de AlmeidaSelma Nathalie Pessotti Sidineia BarrosoSimone Pignaton RibeiroSoraya Ferreira PompermayerThalyta Botelho MonteiroValdineia Ferreira de AthaydeVeronica Francisca Monteiro
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