educação física 3ª série - ensino médio

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3 a SÉRIE ENSINO MÉDIO Volume 2 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens CADERNO DO PROFESSOR

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3a SÉRIE ENSINO MÉDIOVolume 2

EDUCAÇÃOFÍSICALinguagens

CADERNO DO PROFESSOR

MATERIAL DE APOIO AOCURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO

CADERNO DO PROFESSOR

EDUCAÇÃO FÍSICAENSINO MÉDIO

3a SÉRIEVOLUME 2

Nova edição

2014-2017

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

São Paulo

Governo do Estado de São Paulo

Governador

Geraldo Alckmin

Vice-Governador

Guilherme Afif Domingos

Secretário da Educação

Herman Voorwald

Secretária-Adjunta

Cleide Bauab Eid Bochixio

Chefe de Gabinete

Fernando Padula Novaes

Subsecretária de Articulação Regional

Rosania Morales Morroni

Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP

Silvia Andrade da Cunha Galletta

Coordenadora de Gestão da Educação Básica

Maria Elizabete da Costa

Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos

Cleide Bauab Eid Bochixio

Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação

Educacional

Ione Cristina Ribeiro de Assunção

Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares

Dione Whitehurst Di Pietro

Coordenadora de Orçamento e Finanças

Claudia Chiaroni Afuso

Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE

Barjas Negri

Senhoras e senhores docentes,

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-

radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que

permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula

de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-

dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação

— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste

programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização

dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações

de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca

por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-

tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São

Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades

ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,

dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade

da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas

aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam

a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-

ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a

diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.

Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu

trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar

e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.

Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.

Bom trabalho!

Herman VoorwaldSecretário da Educação do Estado de São Paulo

Os materiais de apoio à implementação

do Currículo do Estado de São Paulo

são oferecidos a gestores, professores e alunos

da rede estadual de ensino desde 2008, quando

foram originalmente editados os Cadernos

do Professor. Desde então, novos materiais

foram publicados, entre os quais os Cadernos

do Aluno, elaborados pela primeira vez

em 2009.

Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do

Professor e do Aluno foram reestruturados para

atender às sugestões e demandas dos professo-

res da rede estadual de ensino paulista, de modo

a ampliar as conexões entre as orientações ofe-

recidas aos docentes e o conjunto de atividades

propostas aos estudantes. Agora organizados

em dois volumes semestrais para cada série/

ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e

série do Ensino Médio, esses materiais foram re-

vistos de modo a ampliar a autonomia docente

no planejamento do trabalho com os conteúdos

e habilidades propostos no Currículo Oficial

de São Paulo e contribuir ainda mais com as

ações em sala de aula, oferecendo novas orien-

tações para o desenvolvimento das Situações de

Aprendizagem.

Para tanto, as diversas equipes curricula-

res da Coordenadoria de Gestão da Educação

Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do

Estado de São Paulo reorganizaram os Cader-

nos do Professor, tendo em vista as seguintes

finalidades:

incorporar todas as atividades presentes

nos Cadernos do Aluno, considerando

também os textos e imagens, sempre que

possível na mesma ordem;

orientar possibilidades de extrapolação

dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do

Aluno, inclusive com sugestão de novas ati-

vidades;

apresentar as respostas ou expectativas

de aprendizagem para cada atividade pre-

sente nos Cadernos do Aluno – gabarito

que, nas demais edições, esteve disponível

somente na internet.

Esse processo de compatibilização buscou

respeitar as características e especificidades de

cada disciplina, a fim de preservar a identidade

de cada área do saber e o movimento metodo-

lógico proposto. Assim, além de reproduzir as

atividades conforme aparecem nos Cadernos

do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-

crever a atividade e apresentar orientações mais

detalhadas para sua aplicação, como também in-

cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do

Professor (uma estratégia editorial para facilitar

a identificação da orientação de cada atividade).

A incorporação das respostas também res-

peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,

elas podem tanto ser apresentadas diretamente

após as atividades reproduzidas nos Cadernos

do Professor quanto ao final dos Cadernos, no

Gabarito. Quando incluídas junto das ativida-

des, elas aparecem destacadas.

A NOVA EDIÇÃO

Leitura e análise

Lição de casa

Pesquisa em grupo

Pesquisa de

campo

Aprendendo a

aprender

Roteiro de

experimentação

Pesquisa individual

Apreciação

Você aprendeu?

O que penso

sobre arte?

Ação expressiva

!?

Situated learning

Homework

Learn to learn

Além dessas alterações, os Cadernos do

Professor e do Aluno também foram anali-

sados pelas equipes curriculares da CGEB

com o objetivo de atualizar dados, exemplos,

situações e imagens em todas as disciplinas,

possibilitando que os conteúdos do Currículo

continuem a ser abordados de maneira próxi-

ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades

de aprendizagem colocadas pelo mundo con-

temporâneo.

Para saber mais

Para começo de

conversa

Seções e ícones

SUMÁRIO

Orientação sobre os conteúdos do volume 8

Tema 1 – Atividade rítmica – Manifestações e representações da cultura rítmica nacional – o samba 11

Situação de Aprendizagem 1 – A dança do jongo, isso dá samba 14

Situação de Aprendizagem 2 – A roda viva do samba 19

Atividade Avaliadora 23

Proposta de Situações de Recuperação 24

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 24

Tema 2 – Lazer e trabalho – O lazer como direito do cidadão e dever do Estado 26

Situação de Aprendizagem 3 – Esporte como lazer e como trabalho 28

Atividade Avaliadora 32

Proposta de Situações de Recuperação 32

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 32

Tema 3 – Corpo na contemporaneidade – A virtualização do corpo e os jogos virtuais: videogames e jogos de botão 34

Situação de Aprendizagem 4 – Os jogos virtuais 36

Atividade Avaliadora 43

Proposta de Situações de Recuperação 45

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 46

Tema 4 – Organização de torneios esportivos e festivais de dança, ginástica e luta 48

Situação de Aprendizagem 5 – Um evento da escola é um evento de toda a comunidade 49

Atividade Avaliadora 60

Proposta de Situações de Recuperação 64

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 65

Tema 5 – Lazer e trabalho – O lazer na comunidade escolar e em seu entorno 67

Situação de Aprendizagem 6 – As opções de lazer na comunidade 70

Atividade Avaliadora 74

Proposta de Situações de Recuperação 75

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 75

Tema 6 – Corpo, saúde e beleza – Promoção da atividade física e do exercício físico na comunidade escolar 77

Situação de Aprendizagem 7 – Formando agentes multiplicadores 78

Atividade Avaliadora 82

Proposta de Situações de Recuperação 82

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 83

Quadro de conteúdos do Ensino Médio 84

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ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME

Professor, este Caderno foi elaborado para servir de apoio ao seu trabalho pedagógico co-tidiano com a 3a série do Ensino Médio. Os te-mas deste volume são enfocados com base na concepção teórica da disciplina, já explicitada anteriormente, fundamentada nos conceitos de Cultura de Movimento e Se-Movimentar.

Assim, pretende-se que as Situações de Aprendizagem aqui sugeridas para os temas Atividade rítmica, Lazer e trabalho, Contem-poraneidade, Organização de torneios espor-tivos e festivais de dança, ginástica e luta e Corpo, saúde e beleza possibilitem aos alunos confrontarem suas experiências de Se-Movi-mentar com importantes dimensões do mun-do contemporâneo, gerando conteúdos mais próximos de suas vidas cotidianas. Espera-se, desse modo, contribuir para a construção de uma autonomia crítica e autocrítica no âm-bito da Cultura de Movimento. Há ainda a expectativa de que o enfoque adotado para o desenvolvimento dos conteúdos deste volume seja compatível com as intencionalidades do projeto político-pedagógico de cada escola.

No tema Atividade rítmica, será abordado o samba, como exemplo das manifestações e representações da cultura rítmica nacional, com base em seus aspectos regionais e em seu processo histórico. Pretende-se que os alunos sejam competentes ao elaborar argumentos acerca das manifestações rítmicas do samba, interpretando-o criticamente.

No tema Lazer e trabalho, serão enfatizadas as possibilidades de lazer na Cultura de Movi-mento, tratando-o como direito do cidadão e dever do Estado. O conceito de lazer será enfo-cado, ainda, nas dimensões estética (presencial e televisiva), comunitária e de entretenimen-to, para que os alunos possam cotejá-lo com

suas próprias experiências do Se-Movimentar no esporte. E, ainda no tema Lazer e traba-lho, pretende-se fazer que os alunos discutam a disponibilidade de espaços e equipamentos de lazer, bem como o alcance e as prioridades das políticas públicas para o setor. O lazer na comunidade escolar e em seu entorno também será discutido, bem como seus espaços, tempos, interesses e suas necessidades, de modo a enfa-tizar com os alunos estratégias de intervenção na comunidade.

No tema Contemporaneidade, a intenção é destacar a questão do corpo em uma das principais manifestações na atualidade, que é sua tendência à virtualização. Pretende-se que os alunos compreendam esse fenômeno con-temporâneo associado aos jogos eletrônicos, como os videogames, e também aos mais tra-dicionais, como os jogos de botão.

Este volume, por ser o último da 3a série do Ensino Médio, mostra-se especial. Em primei-ro lugar, por possibilitar uma avaliação de todo o processo da escolarização básica. Em segun-do, por ser o momento de enfatizar ações na interação direta dos alunos com sua comuni-dade escolar e seu entorno, com o intuito de promover intervenções no âmbito da Cultura de Movimento, do lazer e da promoção da saú-de por meio da atividade física/exercício físico, em sintonia com questões sociais mais amplas.

Para tanto, propomos a organização de um torneio esportivo e de um festival de dança, ginástica e luta envolvendo a comunidade. A realização do evento não pretende resumir-se ao evento em si, mas constituir-se em opor-tunidade para que os alunos aprofundem as aprendizagens específicas dos temas relativos ao esporte, à ginástica, à luta e à atividade rítmica. Visa também a desenvolver outras

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Educação Física – 3a série – Volume 2

capacidades relacionadas ao protagonismo juvenil, como: planejar, divulgar, realizar e avaliar as etapas de um evento. A realização de um festival e/ou de um torneio neste se-mestre pode ser vista como um processo ava-liativo não só do período letivo da 3a série do Ensino Médio, mas de todo o trabalho desenvolvido pela Educação Física nas séries anteriores da Educação Básica.

No tema Corpo, saúde e beleza, sugerimos a discussão de estratégias de intervenção para a promoção da atividade física e do exercício físico na comunidade escolar. A intenção é que os alunos compreendam a importância da ati-vidade física regular, tornando-se praticantes, e passem a interferir em sua comunidade para disseminar e compartilhar esse aprendizado.

As estratégias escolhidas – que incluem a realização de gestos/movimentos, a busca de informações, a projeção de vídeos, o debate, o relato das próprias percepções, a resolução de situações-problema etc. – procuram ampliar as possibilidades de aprendizagem e compreensão por parte dos alunos, bem como enfatizar as possibilidades de compreensão da realidade so-cial e de intervenção na comunidade, uma vez que, como concluintes do Ensino Médio, os alunos devem ser capazes de sintetizar todo o aprendizado escolar em situações reais dos seus grupos de convívio sociocultural.

Os procedimentos propostos para a avalia-ção caminham na direção de uma avaliação integrada ao processo de ensino e aprendiza-gem, sem estabelecer procedimentos isolados e formais. As Atividades Avaliadoras devem favorecer a geração, por parte dos alunos, de informações ou indícios, qualitativos e quan-titativos, verbais e não verbais, que serão in-terpretados pelo professor, nos termos das competências e das habilidades que se pre-tende desenvolver em cada tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição de Situações de Aprendizagem que favoreçam a aplicação dos

conhecimentos em situações reais e a elabora-ção de textos-síntese relacionados aos temas abordados. São também priorizados os ques-tionamentos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, para que se verifique a compreen-são dos conteúdos e a aquisição das compe-tências e habilidades propostas.

A quadra é o tradicional espaço da aula de Educação Física, mas algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas podem ser desen-volvidas no espaço da sala de aula, no pátio ex-terno, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo, bem como em espaços da comunidade local, desde que compatíveis com as atividades programadas. Algumas etapas podem ser tam-bém realizadas pelos alunos como atividade extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.).

As orientações e as sugestões a seguir têm por objetivo oferecer-lhe subsídios para o de-senvolvimento dos temas apresentados. Não pretendem apresentar as Situações de Aprendi-zagem como as únicas a ser realizadas, nem res-tringir sua criatividade, como professor, para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas.

Nesse mesmo sentido, o Caderno do Aluno é mais um instrumento para servir de apoio ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. Elaborado com base no Caderno do Profes-sor, esse material adicional não tem a preten-são de restringir ou limitar as possibilidades do seu fazer pedagógico.

De acordo com o projeto político-pedagógi-co da escola e do planejamento do componente curricular, é possível que os temas nele elencados, selecionados entre os propostos no Caderno do Professor, não coincidam com as atividades que vêm sendo desenvolvidas na escola. Nesse caso, a expectativa é subsidiar o seu trabalho para que as competências e habilidades propostas, tanto no Caderno do Professor quanto no Caderno do Aluno, sejam alcançadas.

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Para otimizar o tempo pedagogicamente necessário para a aula, o Caderno do Aluno apresenta as Situações de Aprendizagem de caráter teórico, também propostas no Caderno do Professor, como sugestões de pesquisa e ati-vidades de lição de casa. Além disso, traz, em

todos os volumes, dicas sobre nutrição ou pos-tura, a fim de contribuir para a construção da autonomia dos alunos, um dos princípios do Currículo da disciplina.

Isto posto, professor, bom trabalho!

11

Educação Física – 3a série – Volume 2

TEMA 1 – ATIVIDADE RÍTMICA – MANIFESTAÇÕES E REPRESENTAÇÕES DA CULTURA RÍTMICA NACIONAL – O SAMBA

Tratar do processo histórico do samba é re-meter à lembrança da capoeira, cabendo refletir e questionar: o samba surgiu aqui ou na África? Suas características são as mesmas de várias danças africanas? Era um refúgio para matar a saudade da terra de origem ou um meio de disfarce do momento da luta em que o negro escravizado ludibriava, com o movimento da ginga, o capitão do mato pouco antes do ata-que? Qual a relação, enfim, dos ritmos e gestos particulares do samba com a escravização de pessoas oriundas de diferentes países do con-tinente africano, já que havia dificuldade de diálogo no cativeiro, em virtude dessa diversi-dade cultural?

Com base nessas reflexões, nota-se como é complexa a origem do samba. Nesse processo estão imbricadas outras manifestações, como o

jongo, o lundu e o maxixe, representações afri-canas presenciadas no Brasil, além do próprio samba. O lundu é possivelmente o primeiro ritmo afro-brasileiro em forma de canção acompanha-do de dança e que, com o maxixe, influenciou o samba baiano. Já o jongo, que tem semelhanças com o semba/masemba, de Angola, precursor do samba, faz parte do conjunto das danças de umbigada que influenciaram o samba carioca.

O jongo é uma forma de louvação aos antepas-sados, de consolidação de tradições e afirmação de identidades. Tem suas raízes nos saberes, nos ritos e nas crenças dos povos africanos, principalmente os de idioma banto. São sugestivos dessas origens o profundo respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento coreográ- fico da umbigada, que é um “toque leve” na região do umbigo, uma espécie de convite à dança.

Figura 1 – Jongo. Figura 2 – Dança coletiva com umbigada em Capivari (SP).

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No Brasil, o jongo consolidou-se entre os descendentes dos negros escravizados que tra-balhavam nas lavouras de café e de cana-de--açúcar no Sudeste, principalmente no vale do rio Paraíba. Nos tempos da escravidão, a poesia metafórica do jongo permitiu aos pra-ticantes da dança que se comunicassem por meio de pontos que os capatazes e os senhores não conseguiam compreender. O jongo esteve, assim, em uma dimensão marginal, em que os negros falavam de si e de sua comunidade por meio da crônica e da linguagem cifrada.

Tambu, batuque, tambor, caxambu: o jongo tem diversos nomes. Ele é cantado e tocado de diversas formas, dependendo da comuni-dade que o pratica. Se existem diferenças de lugar para lugar, existem também semelhanças, características comuns presentes em muitas de suas manifestações.

O termo “samba” tem sua origem associada à expressão angolana “semba”, que designa um ritmo religioso. O primeiro samba gravado em disco, intitulado Pelo telefone, foi registrado pelo cantor e compositor Donga.

Assim, o samba refere-se a um estilo mu-sical e a uma forma de dança e, ao se identi-ficar seus vários subgêneros, percebe-se uma ligação direta com os instrumentos musicais utilizados.

No jongo, iniciado o toque dos tambores, forma-se uma roda de dançarinos que cantam em coro, respondendo ao solo de um deles. Os tambores e os batuqueiros estão sempre na roda ou perto dela. Sozinhos ou em pa-res, os praticantes vão ao centro da roda e dançam até serem substituídos por outros jongueiros. Muitas vezes, nesse momento da substituição, nota-se o elemento coreográfico da umbigada. Dança-se conforme se sabe. Uns dançam rodando, outros pulando ou arrastando os pés. Uns dançam devagar, ou-tros, rapidamente. Em cidades como Taubaté, São Luiz do Paraitinga, Pindamonhangaba e Cunha, há alguns redutos de jongueiros do Vale Paulista (Vale do Paraíba). O jongo é estruturado em roda e acontecia nos terrei-ros, próximo ou ao redor de uma fogueira. Hoje é possível assistir a apresentações em praças públicas.

Figura 3 – Jongo: mais que uma dança, um ritual.

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13

Educação Física – 3a série – Volume 2

As letras do samba geralmente tratam do cotidiano e, em suas raízes, remetiam ao pre-conceito (baseado nos costumes dos europeus) em relação aos rituais religiosos realizados pela população negra, como no candomblé.

A forte influência do samba pode ser per-cebida predominantemente em alguns estados brasileiros, como na Bahia, no Rio de Janeiro e

em São Paulo, locais em que a presença da mão de obra negra escravizada foi mais acentua da nos engenhos e nas fazendas. Nesse sentido, tanto o samba baiano como o carioca remetem ao samba de roda. É provável que o samba de roda seja uma ramificação original da Bahia, presente nas rodas de capoeira, em forma de dança. A cantoria acompanhada por palmas é essencial nessa manifestação.

Figuras 4 e 5 – Mulheres dançando o samba de roda (à esquerda) e o jongo (à direita).

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Samba – Alguns subgêneros e instrumentos utilizados

Samba “comum” Surdo ou tantã, cavaco, pandeiro, cavaquinho e violão.

Samba de roda Pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho.

Samba de partido-alto Surdo, pandeiro, tamborim, cavaquinho e violão.

Pagode Banjo, tantã, repique de mão, cavaquinho, violão e pandeiro.

Samba de breque Música intercalada com partes faladas ou diálogos.

Samba de enredo Cavaquinho e bateria de escola de samba.

Bossa-nova (samba e jazz) Repique de mão e viola eletrônica.

Além disso, há uma variedade de expressões do Se-Movimentar no samba, como o samba--rock e a gafieira. Ambos os estilos permitem

variações dos movimentos, momentos de impro-visação, descoberta e prazer para quem dança e/ou aprecia essa manifestação rítmica.

Possibilidades interdisciplinares

Converse com os professores responsáveis pelas disciplinas de História, Língua Portuguesa e Arte em sua escola, uma vez que a temática do samba também aborda o contexto histórico, linguístico e artístico do País. Essa iniciativa pode facilitar a compreensão, por parte dos alunos, das relações complexas no processo histórico dessa manifestação da cultura rítmica nacional.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 A DANÇA DO JONGO, ISSO DÁ SAMBA

Conteúdo e temas: cultura rítmica nacional e o processo histórico do samba; cultura rítmica nacional e seus aspectos regionais no samba.

Competências e habilidades: relacionar informações entre diferentes manifestações rítmicas, confron-tando-as e interpretando-as criticamente; compreender o processo histórico do samba.

Sugestão de recursos: local/espaço amplo para dança; folhas de papel e canetas (para cada grupo); rádio/CD (opcional); TV/DVD (opcional); computador/internet (opcional); latas de tinta vazias e/ou baldes.

Esta Situação de Aprendizagem pretende contextualizar o processo histórico do sam-ba com base na vivência de movimentos e ritmos do jongo, que têm implicação com

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1

Etapa 1 – Jongueiros

O jongo é uma forma de expressão afro--brasileira que integra percussão de tambores e dança coletiva. É praticado em algumas perife-rias urbanas e comunidades rurais do Sudeste brasileiro, sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Está presente nas festas dos san-tos católicos e de divindades afro-brasileiras, nas festas juninas, na festa do Divino Espíri-to Santo e também no dia 13 de maio, como referência à abolição da escravatura, embora atualmente a celebração dessa data seja se-cundária em relação à do dia da Consciência Negra, comemorada em 20 de novembro.

Apresente informações sobre o jongo e suas relações com a origem do samba. Mencione,

por exemplo, o uso de instrumentos semelhan-tes, a associação das letras das músicas com o cotidiano e os sentimentos de quem dançava, as expressões conhecidas apenas pelos par-ticipantes (pontos e gírias), os movimentos predominantes na cintura pélvica (umbigada) e/ou o respeito aos ancestrais. Solicite, inicial-mente, aos alunos que se agrupem e registrem como imaginam ter sido o surgimento do sam-ba. A seguir, compartilhe os registros com todos os grupos e questione-os acerca do jon-go. Caso algum aluno tenha experiência com o samba e/ou com o jongo, peça-lhe que de-monstre alguns movimentos à turma.

Proponha, depois, uma vivência para a dança do jongo. Considere as seguintes condições para que os alunos realizem os movimentos/passos:

o samba contemporâneo. Os alunos viven-ciarão uma sequência de passos do jongo, estabelecendo relações com outras manifes-tações do samba.

Professor, não é necessário que você saiba dançar samba, jongo ou outra manifestação rítmica es-colhida para este volume. Uma sondagem prévia com os alunos certamente permitirá identificar alunos que tenham experiência ou facilidade para aprender passos de dança. Solicite-lhes que o auxiliem nas aulas, fornecendo-lhes previamente fontes e materiais relacionados ao processo histórico do samba. Por meio de sites de busca, é possível acessar vídeos com demonstrações dos movimentos/passos do samba, do jongo e de muitas outras manifestações rítmicas.

15

Educação Física – 3a série – Volume 2

a dança se faz em roda, com três tambores e cantores ao fundo;

os dançarinos marcam, com pés e palmas, o ritmo dos tambores;

um homem entra na roda e convida uma mulher para dançar (embora a condução de todo o ritual subsequente na dança seja atribuída às mulheres);

a substituição dos dançarinos na roda se dá com o passo da umbigada.

Opcionalmente, você pode utilizar alguma música do jongo previamente escolhida. Suas letras geralmente mencionam o dia a dia dos negros escravizados nas fazendas e misturam referências religiosas do candomblé e de san-tos católicos.

Discuta as diferentes percepções dos alunos sobre o jongo e procure identificar com a tur-ma as semelhanças com o samba. Por exemplo, há movimentos do jongo que se assemelham aos de mestres-salas e porta-bandeiras nas es-colas de samba.

Professor, coordene a pesquisa com os alunos sobre o jongo, so-licite que respondam e relacionem as questões presentes na seção

“Pesquisa em grupo”, no Caderno do Aluno.

Dançando e cantando o jongo

O jongo é uma forma de expressão afro--brasileira, que compreende o canto (fala, versos com adivinhas), a dança (umbigada) e a percussão (tambor). Também é conhecido como tambu, batuque, tambor e caxambu.

O jongo era cantado, tocado e dançado pe-los negros escravizados em formação de roda, em torno de uma fogueira. Segundo pesquisas, apenas os mais velhos podiam soltar os pon-tos, isto é, as falas e versos com adivinhas. Por meio deles, confrontavam seu conhecimento, já que a linguagem cifrada deveria ser des-

vendada, e a adivinha, respondida. O uso de uma comunicação codificada também evitava que capatazes, capitães do mato e senhores de engenho compreendessem o que estava sendo articulado pelos negros escravizados na roda de jongo.

Para conhecer mais sobre o jongo, que deu origem a uma das principais manifestações culturais brasileiras, o samba, pesquise e res-ponda com seu grupo às perguntas a seguir.

1. Como e quem dança o jongo?É uma dança de roda realizada à volta ou perto dos instru-

mentos (tambu e candongueiro), no sentido anti-horário, e

da qual participam homens e mulheres alternados, sozinhos

ou em pares. Os jongueiros vão ao centro da roda e dançam

até serem substituídos por outros.

2. O que e como os jongueiros cantam?O canto, ou “ponto”, dos jongueiros é feito por um solista,

que fica no centro da roda e improvisa canções (“pontos”)

em que relata situações do cotidiano ou tradicionais que

são respondidas pelos participantes em coro. Os pontos de

jongo têm frases curtas, e é através deles que os jongueiros

conversam. Na época da escravidão, essa era uma forma

de os negros escravizados trocarem mensagens secretas

contra a escravidão e combinarem festas e fugas. Isso era

possível porque eles utilizavam uma linguagem cifrada

(com códigos), que era entendida apenas por aqueles que

tinham muita experiência, pois misturava o português com

dialetos africanos de origem bantu.

3. Cite alguns estados brasileiros em que o jongo ainda é dançado hoje.O jongo é referência cultural de várias regiões no Rio de

Janeiro e nos Estados do Espírito Santo, São Paulo e Minas

Gerais. No Estado de São Paulo, estão os últimos redutos de

jongueiros do Vale do Paraíba em Taubaté, São Luiz do Parai-

tinga, Pindamonhangaba e Cunha.

4. Cite o nome de pelo menos três grupos de jongueiros da atualidade.

Quilombo São José: o quilombo São José da Serra é uma

comunidade descendente de negros escravizados que está lo-

calizada em Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro.

16

Integra um universo quilombola de 13 comunidades no Estado

e mais de 1 000 comunidades espalhadas por todo o Brasil. Este

é o quilombo mais antigo do Estado do Rio de Janeiro e, no

local, moram cerca de 200 quilombolas. O jongo faz parte do

cotidiano dos moradores dessa comunidade desde a chegada

de seus antepassados.

Jongo da Serrinha: situado no Morro da Serrinha, no Rio

de Janeiro, é uma das manifestações culturais mais impor-

tantes do Brasil. Foi criado no fim da década de 1960, pelo

Mestre Darcy Monteiro e por sua família, com o objetivo de

preservar as tradições.

Jongo Mistura da Raça: localizado em São José dos

Campos, surgiu da necessidade do Mestre Laudeni e de

sua família em vivenciar a prática do jongo, tradição que

herdou de seu pai, Mestre Dorvalino de Souza. Promo-

vendo a revitalização do jongo, uma expressão de cultura

tradicional popular, o grupo mostra que em São José dos

Campos há manifestações culturais diversificadas – ao

mesmo tempo vinculadas à tradição e em contato com

a modernidade.

Você sabe como é o acompanhamento rít-mico do jongo? Quantos instrumentos são usados?

Em geral, o acompanhamento é feito por dois tambores, um mais grave e outro mais agudo. Também há grupos que usam choca-lho e uma espécie de cuíca.

5. Relacione os nomes e as descrições ao tipo de instrumento.

Tipo de instrumento Nomes e descrições de instrumentos

a) Tambor grave

( C ) Ganzá ou guaiá, tubo de folha de flandres, às vezes no formato de dois cones emendados, fechados, com duas cabeças, preenchidos com capiá (caapiá), sementes arredondadas ou chumbinhos, que soam quando o instrumento é agitado.

b) Tambor agudo

( D ) Puíta ou cuíca, cilindro oco, com uma das bocas coberta por couro, de preferência de cabrito. Em seu interior é amarrada uma varinha de madeira lisa. Na ponta dessa varinha, em contato com o couro, há uma cabeça e uma escavação chamada pescoço. Toca-se a puíta esfregando a varinha com a palma da mão ou com um pano molhado.

c) Tambor rouco

( B ) Tambu ou caxambu, instrumento de 1,2 metro de comprimento, geralmente feito de um tronco todo perfurado a fogo. Uma das extre-midades é coberta com couro de boi. É colocado horizontalmente no chão e senta-se sobre ele para tocar. Quando o tambu fica “rouco”, é borrifado com pinga e esfregado vivamente para afinar o som.

d) Chocalho ( A ) Candongueiro, espécie de atabaque de menor tama nho, coberto com couro de boi, que produz sons agudos. Para tocá-lo, senta-se sobre ele.

Etapa 2 – Enquanto isso, em São Paulo... O samba acontece

Proponha aos alunos que analisem o se-guinte relato das memórias de Jacob Penteado,

por volta de 1910, ao se referir ao bairro do Belenzinho, na cidade de São Paulo.

17

Educação Física – 3a série – Volume 2

Na rua Conselheiro Cotegipe “[...] havia uns casebres, para dentro do alinhamento, com um terreiro e um vasto quintal, aos fundos, habitados por negros. Muitos deles diziam-se ex--escravos. Na época, era difícil encontrar-se um negro velho que não se dissesse antigo escravo e veterano do Paraguai...

No dia 12 de maio, à véspera, portanto, daquela data, à boca da noite, começavam a chegar negros que nem formiga. Vinham sozinhos ou em magotes, todos empunhando os mais variados instrumentos: bombos, chocalhos, pandeiros, atabaques, triângulos, maracas, tamborins, reque-re-ques, puítas, urucungos, marimbas, adufes e outros, herdados, quiçá, dos seus ancestrais africanos.

Surgiam tantos, que parecia incrível que coubessem naquele reduto. [...]

O samba de então era bem diferente do atual. Não passava de um exótico amálgama das numerosas danças regionais, da capoeira, do lundu, do jongo, do batuque, do cateretê etc.

Depois dos comes e bebes, de muita cachaça ou quentão, os negros animavam-se, e aí come-çava o samba de roda. Sob o som infernal dos instrumentos de percussão, onde se destacava o toque surdo dos bombos e dos tambores, iniciava-se a noitada.

Formava-se uma roda no terreiro, um dos parceiros pulava para o centro e começava a can-tar, saracoteando-se todo: [...]

O batuque ia esquentando. Em pouco tempo, vários pares pulavam no centro da roda, en-quanto os demais batiam palmas, compassadamente. Eram movimentos alucinantes [...]. E o coro prosseguia [...]. E nessa toada varavam a noite. [...] E o samba continuava até o dia raiar.”

PENTEADO, Jacob. Belenzinho, 1910 (retrato de uma época). São Paulo: Carrenho Editoral, 2003.

Professor, atente como nesse relato há comentários marcados por preconceitos e es-tranhezas remanescentes em uma sociedade em que a abolição havia sido promulgada há me-nos de uma geração. A descrição desse evento organizado pelos negros do Belenzinho destoa consideravelmente da concepção defendida pelo Ministério da Cultura, que caracteriza o jongo como patrimônio cultural nacional.

Esclareça aos alunos como esse relato eviden-cia uma das inúmeras tensões provocadas pelo adensamento de uma população diversificada na cidade de São Paulo no início do século XX, de modo semelhante ao processo de urbaniza-ção de outras regiões do Estado. Aproveite para salientar e assinalar a persistência de costumes e elementos socioculturais construídos sob au-tonomia relativa, vivida por homens e mulheres negros nos tempos do cativeiro, a conviver com os olhares ambíguos marcados pelos preconcei-

tos existentes, assim como a solidariedade entre os negros outrora escravizados.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações das questões presentes na seção “Para começo de conversa”, no

Caderno do Aluno.©

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Desfile da escola de samba Mocidade Alegre, campeã do carnaval de 2014, em São Paulo.

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Quando você ouve falar em samba, que imagens e sons vêm à sua mente? Um grupo de pessoas cantando e tocando instrumentos de percussão? Homens e mulheres dançando separados, com ginga e passos variados? Ou o carnaval e o desfile das escolas de samba?

O samba é uma das maiores manifestações da nossa cultura, originado de ritmos brasilei-ros e africanos. Neste Caderno, vamos tratar do samba como expressão rítmica, na pers-pectiva da Cultura de Movimento.

O samba apresenta aspectos musicais e de dança peculiares. Ao ouvir diferentes músicas, é possível diferenciar o samba de outros esti-los, tanto pelo ritmo como pelos instrumentos usados para tocá-lo.

1. Você seria capaz de identificar os instru-mentos mais comuns utilizados em uma roda de samba?

( ) Guitarra. ( X ) Cavaquinho.( X ) Pandeiro. ( X ) Atabaque.( ) Gaita. ( X ) Berimbau.( ) Violino. ( X ) Surdo.( X ) Violão. ( X ) Viola.( ) Prato. ( X ) Cavaco.

A palavra samba se originou do termo sem-ba – expressão oriunda de uma língua africana

chamada quimbundo –, que significa umbiga-da. As raízes do samba no Brasil remontam ao período colonial, época em que negros africa-nos foram capturados, torturados e trazidos para trabalhar como escravos nas lavouras de café e cana-de-açúcar.

Com os africanos, aportaram no Brasil no-vas formas musicais, danças e manifestações religiosas. Eles costumavam se reunir para dançar e cantar nas noites de festa dos santos católicos; não para festejarem os mesmos san-tos, mas talvez porque, nesses dias, os donos das terras deixavam a fazenda para participar das festas nas igrejas.

Considerados os ancestrais do samba, o jongo e o batuque eram danças ritmadas pelo tambor. O samba, especialmente o baia-no, também teve influências do lundu e do maxixe. O jongo, uma dança de umbigada se-melhante ao semba de Angola, influenciou o samba carioca.

2. Atualmente, existem vários tipos de samba, com características particula-res. Converse com seus colegas sobre os diferentes gêneros de samba. Com base nas informações a seguir, relacione a segunda coluna de acordo com as letras da primeira.

Gênero Descrição

a) Samba-enredo ( G ) Apresenta interrupções repentinas nas quais o cantor faz co-mentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico.

b) Samba de partido-alto ( H ) Ritmo rápido, forte e principalmente instrumental, é apreciado nas danças de salão.

c) Pagode ( A ) Samba composto especialmente para o desfile de carnaval que desenvolve o enredo definido pela escola de samba.

d) Samba-canção ( F ) Samba grandioso, geralmente tocado por orquestra, que apre-senta tema patriótico.

e) Samba carnavalesco ( I ) Foi influenciado pelo jazz (música estadunidense) e deu ori-gem à bossa-nova.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

f) Samba-exaltação ( D ) Ritmo lento, com tema romântico e sentimental.

g) Samba de breque ( B ) Letras improvisadas que narram a vida nos morros e outras regiões pouco assistidas historicamente pelo poder público.

h) Samba de gafieira( C ) Variação do samba de partido-alto, utiliza instrumentos de per-cussão e sons eletrônicos; surgiu na cidade do Rio de Janeiro, na década de 1970.

i) Sambalanço ( E ) Marchinhas e sambas para serem cantados e dançados nos bai-les de carnaval.

Etapa 3 – Mas que jongo é esse no samba de novo?

Proponha à turma uma possível sequência da dança do jongo. Três alunos devem criar diferentes ritmos durante a dança, utilizando latas de tinta vazias ou baldes (os “tambores”). Os alunos podem ficar descalços. Forme um círculo e solicite-lhes que iniciem o toque dos “tambores”. Todos devem fazer uma reverên-cia em direção aos instrumentos, como forma de pedir licença aos ancestrais, uma maneira de manifestar saudades. O círculo deve ser man-tido durante toda a dança, e todos devem per-manecer dançando até serem convidados por alguém que estiver no centro da roda.

Quem for convidado dirige-se para o cen-tro da roda, cumprimentando com a umbi-gada. Homens e mulheres dançam formando pares. Com a perna direita, dão um passo com saltito para a frente enquanto elevam a per-na esquerda lateralmente e para trás. Depois,

com a perna direita retornam com um saltito para trás, elevando a perna esquerda à frente. Esses passos são constantes e ocorrem em gi-ros, como se estivessem desenhando uma roda entre cada pessoa, até que um dos casais saia, convidando outra pessoa do círculo e manten-do o ritmo estabelecido pelos tambores.

Como opção, proponha aos alunos que façam a análise dos movimentos do jongo assistindo a um vídeo, aproveitando a produ-ção de regiões do Estado de São Paulo que mantêm a prática dessa manifestação rítmi-ca. Nesse caso, a ênfase pode ser em ritmos diferenciados no jongo e seus movimentos correspondentes.

É possível ainda solicitar aos alunos que pesquisem o tema previamente e, depois, orga-nizem a apresentação das pesquisas na forma de seminário, relacionando os movimentos e os ritmos encontrados no jongo com manifes-tações atuais do samba.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 A RODA VIVA DO SAMBA

Esta Situação de Aprendizagem pretende contextualizar o processo histórico do samba com base na vivência de movimentos e ritmos no samba de roda, relacionando-o a outras

manifestações contemporâneas. Os alunos vi-venciarão uma sequência de passos do samba de roda para estabelecer, em seguida, relações com outras manifestações contemporâneas,

20

Conteúdo e temas: cultura rítmica nacional e o processo histórico do samba – o samba de roda e suas características regionais; cultura rítmica nacional e elementos contemporâneos no samba – movimen-tos e gestos característicos do samba de roda.

Competências e habilidades: relacionar informações entre diferentes manifestações rítmicas, con-frontando-as e interpretando-as criticamente; identificar e compreender as características do samba de roda: gestos e movimentos; conhecer, elaborar e associar os diferentes instrumentos caracterís-ticos do samba de roda; compreender o processo histórico do samba de roda nas diferentes regiões brasileiras.

Sugestão de recursos: local/espaço amplo para dança, folhas de papel e canetas (para cada grupo), rádio/CD, TV/DVD, computador/internet.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2

Etapa 1 – Samba de roda

Informe antecipadamente o tema da aula (samba, capoeira e samba de roda) para que os alunos possam pesquisar o assunto. Se pos-sível, organize-os e acompanhe-os na consulta a sites na escola ou sugira o uso de computa-dores públicos e em suas residências; também estimule a consulta em outras fontes, como re-vistas, jornais ou entrevistas com pessoas que tenham familiaridade com essas ativi dades rítmicas. Feito isso, realize uma “chamada te-mática” sobre o samba de roda: em vez de o aluno responder “presente”, ele deverá apre-sentar alguma informação ou movimento re-lacionado ao assunto.

A seguir, organize-os em grupos e propo-nha a vivência de diversos movimentos do samba, conforme o que já conhecem, ou de alguns passos básicos, como:

pé direito à frente e virando para fora; voltar a perna para trás, transferindo o peso do corpo, e repetir o primeiro passo com o pé esquerdo;

repetir esses movimentos várias vezes, se-guindo a velocidade da música, que pode ser escolhida pelos alunos;

a partir desses passos, realizá-los girando, imaginando uma volta completa. Também se pode caminhar de um lado a outro, ele-vando um pouco os joelhos;

após compartilhar esses e/ou outros pas-sos conhecidos pela turma, organize os alunos em um círculo e, posicionados em uma roda de samba, solicite-lhes que apresentem suas descobertas e dificulda-des encontradas.

Figura 6 – Samba de roda.

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como a capoeira. Para tanto, irão confeccio-nar e experimentar diferentes instrumentos

musicais, além de pesquisar a relação existente entre a capoeira e o samba de roda.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Professor, solicite aos alunos que, após analisarem as imagens e le-rem o texto, respondam às ativida-des presentes na seção “Lição de

casa”, no Caderno do Aluno.

Samba de roda

Relacionada ao culto aos orixás e ca-boclos, nessa variedade de samba forma- -se uma roda de instrumentistas que tocam pandeiro, atabaque, berimbau, viola e cho-calho, e dançarinos, que marcam o ritmo com cantos e palmas. No centro da roda, um dançarino samba sozinho até intimar, com uma umbigada, outra pessoa para to-mar seu lugar.

1. Em cada imagem, indique pelo menos uma característica do samba de roda ou do jongo.

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Samba de roda.

Há uma dançarina que samba sozinha, até intimar outra pes-

soa no meio da roda para o revezamento do dançarino.

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Jongo.

A dança é realizada por jongueiros, enquanto os demais ob-

servam, batendo palma ou se movimentando no lugar, lateral-

mente; os instrumentos são tambores (tambu e candongueiro).

“Comunidade” é um conceito que tem uma profunda e histórica ligação com o samba. Os desfiles de rua representavam o auge das “folganças” do carnaval negro, pois era uma for-ma eficiente para esse grupo se afirmar socioculturalmente na vida urbana de uma cidade como São Paulo, caracteristicamente reconhecida como branca, imigrante e discriminadora (SIMSON, 1991 apud ABIB, 2006). Segundo a autora, só foi possível a organização do carna-val negro, e a sua articulação através de uma rede de filiais dos cordões e escolas de samba, pelo profundo sentido comunitário desse grupo social. Tinha como núcleos fundamentais as casas de membros mais influentes das agremiações (geralmente as costureiras), situadas em bairros periféricos, geralmente na zona leste e norte da cidade, onde era realizado um importante tra-balho preliminar de organização e ensaio dos folguedos. Somente buscavam a sede, situada em bairros centrais e tradicionais, para os ensaios finais.

Simson (apud ABIB, 2006) afirma que o significado maior que o carnaval assume para a população negra paulistana se dá justamente pela oportunidade de ela se expressar sociocultu-ralmente para toda uma sociedade – a princípio escravocrata e posteriormente altamente dis-criminadora. O espaço do carnaval foi sempre utilizado pelos grupos negros para o exercício do que pode ser tido como “resistência inteligente”, ou seja, “aquela resistência que se exerce no cotidiano, ao nível da cultura, aproveitando as brechas que a religião, o lazer e a política apresentam, e que o negro paulistano sempre soube alargar”.

Fonte: ABIB, Pedro Rodolpho Jungers. Cultura popular, educação e lazer: uma abordagem sobre a capoeira e o samba. Práxis Educativa. Ponta Grossa, v. 1, n. 1, jan./jun. 2006. p. 62-3. Disponível em:

<http://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/245/248>. Acesso em: 12 nov. 2013.

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2. Leia o texto de Jacob Penteado e faça a tarefa solicitada a seguir.

Esse relato descreve um evento ocorrido na região do Belenzinho, em São Paulo, no início do século XX, em comemoração ao dia 13 de maio. Com base nesse texto e em outros conteúdos estudados, reflita sobre as condições socioculturais da época, espe-cialmente sobre o preconceito em relação às manifestações culturais dos negros, os costu-mes, as relações entre as etnias e as danças que você está estudando neste volume (jongo e samba).

Etapa 2 – O samba e suas manifestações

Possibilite aos alunos a leitura comparti-lhada de um texto sobre o samba de roda e sua influência em outras ramificações do samba. Podem ser utilizados materiais previamente pesquisados pela turma ou informações con-tidas neste Caderno, como o texto anterior.

Proponha, em seguida, que os alunos criem alguns instrumentos necessários ao samba de roda, aproveitando materiais recicláveis e/ou ou-tros utensílios do cotidiano: o balde ou a lata de tinta podem virar um tantã ou tambor, a garrafa PET com relevo pode virar um reco-reco, uma latinha de alumínio sobreposta a outra pode vi-rar um agogô, o papelão recortado em círculo com tampinhas de aço ao redor pode virar um pandeiro... Todos esses instrumentos serão utili-zados em uma roda de samba. Os instrumentos também podem ser utilizados em uma banda/fanfarra, se a escola tiver esse tipo de atividade.

Apresente aos alunos um vídeo ou site com movimentos do samba e também músicas es-

pecíficas, que podem ser trazidas pela própria turma. Discuta a influência das representa-ções africanas, do jongo, vivenciado anterior-mente, ou da capoeira às manifestações mais recentes do samba.

Opcionalmente, organize os alunos em grupos, envolvendo toda a turma, e prepare uma roda de samba com todas as suas ca-racterísticas (instrumentos e movimentos). Apresente a produção dos alunos a outras salas ou aproveite-a em algum evento orga-nizado na escola. Cada grupo também pode construir uma roda de samba e apresentar-se à própria turma.

Professor, solicite aos alunos que respondam às questões pre-sentes na seção “Você apren-deu?”, no Caderno do Aluno.

1. “Samba” vem de que palavra do quimbun-do? O que significa essa palavra?Semba. Significa umbigada e designa um ritmo religioso.

2. Cite três gêneros de samba que você co-nhece.Professor, as respostas podem ser bem variadas. Entre os gê-

neros podem ser citados: samba-enredo, samba de partido-

-alto, pagode, samba-canção, samba carnavalesco, samba-

-exaltação, samba de breque, samba de gafieira e sambalanço,

entre outros.

3. O “ponto” é o canto ou a fala improvisada que alude a situações do cotidiano ou da tradição por meio de adivinhas, que são respondidas em coro pelos participantes enquanto dançam e batem palmas. Isso ocorre em que modalidade de samba?Jongo.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

ATIVIDADE AVALIADORA

Durante as várias etapas das Situações de Aprendizagem, procure avaliar se os alunos conseguem relacionar o samba a outras mani-festações da cultura rítmica brasileira, conside-rando aspectos históricos, em especial.

Em relação aos passos vivenciados, pro-cure problematizar com os alunos algumas questões:

Quais foram as maiores facilidades e dificul-dades em dançar e realizar movimentos de acordo com os ritmos do samba, em cada um dos passos vivenciados?

Foi possível coordenar o ritmo próprio com o ritmo dos companheiros?

Como foi a experiência de dançar com diferentes parceiros? Todos conseguiram coordenar consensualmente os ritmos pró-prios com os dos colegas?

Quais as diferenças nas percepções/sensa-ções dos jovens entre os gêneros ao dançar o samba?

Professor, solicite aos alunos que relacionem cada palavra da coluna da direita com uma da coluna da esquerda na seção “Desafio!”, no Ca-derno do Aluno.

Desafio!

Palavras parceiras

Cada palavra da coluna da direita tem rela-ção com uma palavra da coluna da esquerda. Quais são essas duplas? Siga o exemplo a seguir. Depois de resolvido o desafio, surgirá (na ver-tical) o nome da escola de samba tricampeã do carnaval de 2014 em São Paulo, que teve como enredo “Andar com Fé eu vou... Que a Fé não costuma falhar!”.

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Magnanimidade H E R O Í S M O CriativoRecebidos H E R D A D O S Pulsação

Pássaro M A R I T A C A RenomadaCorpo A N A T O M I A Glóbulos

Juventude M O C I D A D E MáquinasRitmo P U L S A Ç A O Saudável

Famosa R E N O M A D A AguçadosSalutar S A U D Á V E L Medicina

Mecanismos M A Q U I N A S HeroísmoCélulas G L Ó B U L O S Mocidade

Vitorioso V E N C E D O R AnatomiaAtentos A G U Ç A D O S MaritacaCriador C R I A T I V O HerdadosCiência M E D I C I N A Vencedor

Desfile da Mocidade Alegre, escola campeã do carnaval de São Paulo em 2014.

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RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas das Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não ter compreendido os conteúdos e temas, ou desenvolvido habilidades da forma esperada. É necessário, então, professor, que você proponha outras Situações de Aprendi-zagem que estimulem a reflexão sobre as ma-nifestações rítmicas; em especial, o samba e sua pertinência às aulas de Educação Física. Essas situações devem ser diferentes, de pre-ferência, daquelas que geraram dificuldades para os alunos. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros

momentos, envolver todos os alunos ou ape-nas aqueles que apresentaram dificuldades na compreensão dos temas. Por exemplo:

sugestão para que os alunos assistam a programas de televisão contendo ativi-dades da cultura rítmica, identifiquem associações com o samba e as apresentem posteriormente;

sugestão para que os alunos observem mani-festações do samba no cotidiano, da região em que vivem, identificando e registrando suas características principais.

Livros

KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física. Ijuí: Unijuí, 2006. Apresenta subsídios para a intervenção do professor ao trabalhar com manifestações da cultura rítmica nas aulas de Educação Física.

PENTEADO, Jacob. Belenzinho, 1910 (re-trato de uma época). São Paulo: Carrenho Editorial, 2003. Esse relato descreve um even-to ocorrido na região do Belenzinho, em São Paulo, no início do século XX, em comemora-ção ao 13 de maio.

Artigos

ABIB, Pedro Rodolpho Jungers. Cultura popular, educação e lazer: uma abordagem sobre a capoeira e o samba. Práxis Educa-tiva. Ponta Grossa, v. 1, n. 1, jan./jun. 2006. p. 58-66. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/245/248>. Acesso em: 12 nov. 2013. Rela-ciona o processo histórico do samba à capoeira.

Destaque para a citação de pesquisa sobre o contexto do samba paulistano, reforçando o conceito de “comunidade” e tratando-o como um “espaço de resistência inteligente dos ne-gros em São Paulo”.

KOGURUMA, Paulo. A saracura: ritmos so-ciais e temporalidades da metrópole do café (1890-1920). Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 19, n. 38, 1999. p. 81-99. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbh/v19n38/0997.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013. Aborda o pro-cesso de urbanização da cidade de São Paulo na transição do século XIX para o século XX, rela-cionando situações do contexto social, como as manifestações rítmicas populares.

NOEL, Francisco L. Jongo, ritual de resistên-cia e tradição: manifestação de origem africana sobrevive e se consolida como patrimônio cul-tural. Revista Problemas Brasileiros. São Paulo, ano 45, mar./abr. 2007, n. 380. Disponível em: <http://sesc-novoportal-hom.agenciaclick.com.br/online/artigo/3781_EM+PAUTA>. Acesso em: 17 jan. 2014. Analisa o processo

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Educação Física – 3a série – Volume 2

histórico do jongo, interpretando-o como espaço de resistência dos negros escravizados e seus descendentes. Apresenta uma relação entre a comunicação nas comunidades negras, tendo os pontos comunicativos do jongo como elemento essencial, e os aspectos espirituais de ascendência banto.

Sites

Produção da Associação Grupo Cultural Jongo da Serrinha – GCJS. Disponível em: <http://www.jongodaserrinha.org.br/secao.asp?cod_ secao=home>. Acesso em: 12 nov. 2013. A associação tem o objetivo de preservar o pa-trimônio histórico do jongo. No site é possível reproduzir um CD com músicas de jongo.

Samba de roda: patrimônio da humanidade. Disponível em: <http://www.bahia.com.br/ viverbahia/cultura/samba-de-roda>. Acesso em:

12 nov. 2013. Apresenta informações sobre o samba de roda, como origem e trajetória, cuja importância rendeu a esse gênero o tí-tulo de Obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade.

Sua Pesquisa: folclore. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/folclore.htm>. Acesso em: 12 nov. 2013. Site rico em informações sobre diferentes danças e festas, além de lendas brasileiras.

Vídeo

XAVIER, Rubens. Feiticeiros da palavra: o jongo do Tamandaré. Direção: Rubens Xavier. Brasil, 2001. 55 min. Núcleo de Documentários da TV Cultura. Este documentário apresenta os praticantes do jongo em situações cotidia-nas, explicitando seus costumes e os aspectos espirituais da manifestação rítmica.

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Em pesquisa realizada pelo jornal Folha de S.Paulo (apud MARCELLINO, 2006) com moradores das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro acima de 14 anos de idade sobre as prá-ticas esportivas preferidas, são apresentados alguns números que permitem observações in-teressantes. A principal é a defasagem entre os que declaram gostar de esporte e aqueles que efetivamente têm a oportunidade de praticá-lo. Apenas 7% dos entrevistados declararam que não apreciam nenhum esporte, número que se-ria animador, não fosse o fato de 61% afirmarem não praticar qualquer atividade esportiva.

É claro que a dificuldade de prática de ati-vidades esportivas nos momentos de lazer por parte da população deve-se a vários motivos, sendo o principal a pouca ênfase dada às po-líticas de lazer, tanto públicas como privadas. Se o lazer é um direito do cidadão e um dever do Estado, cabe a este priorizar ações para prover condições efetivas de acesso a essa di-mensão. Deve-se, ainda, à falta de equipamen-tos e locais específicos para a prática e à falta de uma Cultura do Lazer, que incorpore essa dimensão na vida de todas as pessoas.

Vale ressaltar o papel das mídias que, se por um lado difundem as práticas de lazer – esportivas ou não –, por outro geram uma necessidade que não é atendida pelo poder público, causando insatisfação por parte da população. Assistir pela televisão a uma gran-de competição esportiva, como os Jogos Olím-picos, pode ser uma atividade enriquecedora sob vários aspectos, mas ter oportunidade e

TEMA 2 – LAZER E TRABALHO – O LAZER COMO DIREITO DO CIDADÃO E DEVER DO ESTADO

condições de praticar efetivamente algumas modalidades, participando de competições no seu bairro ou na sua cidade, é mais ainda.

O que a Educação Física escolar tem a ver com esses dados? Ela também tem uma par-cela de responsabilidade na criação de uma Cultura do Lazer, transformando o gosto pelo lazer em ações que levem às oportunidades de prática efetiva. Nesse sentido, a Educação Fí-sica tem como objetivo oferecer aos alunos, ao longo das várias séries/anos em que atua, uma educação pelo lazer e para o lazer.

É importante que os conteúdos da Edu-cação Física, que compõem a Cultura de Movimento – esporte, jogo, ginástica, luta e atividade rítmica –, tornem-se significativos aos alunos, sejam incorporados a suas vidas e possam ser usufruídos por eles em seus mo-mentos de lazer de modo autônomo e crítico.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, reconhecendo o lazer como direito dos cida-dãos. Também a Constituição brasileira de 1988 reafirma esse direito, o que demonstra a atualidade e a importância desse tema. A par-tir dos anos 1950, o lazer passou a ser objeto de estudos sistemáticos, configurando uma área de pesquisa e intervenção.

O lazer surge como conceito na relação com o trabalho na sociedade industrial. À medida que as jornadas de trabalho foram regulamen-tadas nas indústrias, os operários passaram a ter um tempo de não trabalho, no qual deve-riam repor as energias para a jornada seguinte. É no contexto dessa discussão que o lazer, tan-to como área de estudo quanto como indústria

Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno de forma integrada ao Tema 3.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

produtora de bens e práticas, ganha importân-cia para estimular ou sugerir práticas não só aos trabalhadores, mas a toda a população.

Nelson Marcellino, um dos principais estu-diosos brasileiros do lazer, alerta sobre os juízos de valor de senso comum que associam o lazer às coisas negativas, considerando-o um não fa-zer ou coisa de desocupados ou, ainda, mero passatempo. Para esse autor, os valores do sen-so comum contrapõem lazer e trabalho, consi-derando o primeiro menos importante do que o segundo e útil apenas para compensar o esforço do trabalho. Esse é o risco das propostas atuais de lazer nas empresas caso sejam empreendidas na perspectiva de apenas divertir o trabalhador ou fazê-lo compensar e recuperar sua força de trabalho para a continuidade da jornada.

O mesmo autor atenta para dois conceitos importantes no estudo do lazer – o tempo e a atitude – que podem dar a dimensão do que caracteriza uma atividade de lazer. Segundo ele, o lazer não se caracteriza somente pelo conteúdo da ação ou pela atividade em si, como o futebol, a jardinagem ou a pescaria. Importa saber a atitude em relação à ativida-de e em que tempo ela ocorre. Por exemplo, atividades como o futebol, a jardinagem ou a pescaria têm outros sentidos para os profis-sionais que as desempenham como trabalho.

Em relação à atitude: “O lazer considerado como atitude será caracterizado pelo tipo de relação verificada entre o sujeito e a experiên-cia vivida, basicamente a satisfação provoca-da pela atividade” a.

Em relação ao tempo: “O lazer ligado ao as-pecto tempo considera as atividades desenvolvi-das no tempo liberado do trabalho, ou no ‘tempo livre’, não só das obrigações profissionais, mas também das familiares, sociais e religiosas” b.

As difíceis condições de vida atuais nas grandes cidades, o surgimento de doenças como o estresse, os riscos à saúde causados pela obesidade e pelo sedentarismo e a ne-cessidade de redução da jornada de trabalho a fim de que haja empregos para todos real-çam a importância de atividades que sejam praticadas na dimensão do lazer na socieda-de contemporânea.

Mesmo reconhecendo que o lazer ainda não está disponível a todos, e que o acesso a ele depende de condições socioeconômicas, considera-se aqui sua importância como um “tempo e lugar de construção da cidadania e exercício da liberdade” (MASCARENHAS, 2003, p. 10). Dessa forma, é preciso superar a visão de lazer como recreação descompro-missada, ou apenas como momento de recu-peração das energias de trabalho, ou como consumo passivo de determinados produtos de lazer. É preciso superar, também, certos preconceitos, como o de que as atividades de lazer são dirigidas somente para jovens ou o de que certas atividades de lazer não podem ser praticadas por pessoas com deficiências.

O lazer, na perspectiva aqui adotada, defende a autonomia do cidadão para pos-suir conhecimentos mínimos que propiciem a escolha e a realização de várias práticas no seu tempo livre. Defende também a im-portância da compreensão do lazer como controle do próprio esforço e direito ao repouso; e a formação política necessária para que todas as pessoas reivindiquem tempos, espaços e oportunidades de lazer. Nesse sentido, propõe-se um enfoque que problematiza o tema “lazer e trabalho”, a fim de propiciar aos alunos oportunidades de prática e reflexão, capazes de contribuir para a sua emancipação.

a MARCELLINO, Nelson C. Estudos do lazer: uma introdução. 4. ed. Campinas: Autores Associados, 2006, p. 8. www.autoresassociados.com.br.

b Idem, ibidem.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 ESPORTE COMO LAZER E COMO TRABALHO

Esta Situação de Aprendizagem pretende propiciar aos alunos a oportunidade de com-preender o esporte nas dimensões do lazer e do trabalho. Inicialmente, os alunos se colocarão como espectadores de uma partida de futebol, observando os atletas em situação de trabalho. Na etapa seguinte, os alunos vivenciarão o futebol

como praticantes no seu tempo de lazer. Poste-riormente, os alunos discutirão as facilidades e as dificuldades de acesso à prática do futebol. É importante observar que o futebol é apenas uma sugestão, podendo ser substituído por outra mo-dalidade, de acordo com os interesses dos alunos ou as particularidades da escola.

Conteúdo e temas: possibilidades de lazer na Cultura de Movimento; lazer e trabalho; o esporte como trabalho e como lazer.

Competências e habilidades: compreender a importância do lazer; identificar possibilidades de lazer nas atividades de Cultura de Movimento; identificar diferenças e semelhanças de valores, interesses e recompensas nas situações de lazer e trabalho; identificar e reconhecer as dificuldades/facilidades para o acesso ao lazer.

Sugestão de recursos: aparelho de DVD; TV; bola de futebol ou futsal.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 3

Etapa 1 – Lazer ou trabalho?

Apresente aos alunos um vídeo de um jogo de futebol previamente gravado. Se não for pos-sível, peça-lhes que assistam em casa à transmis-são de um jogo pela televisão. Peça aos alunos que identifiquem os papéis representados pelos jogadores de ambas as equipes, pelo árbitro e por seus auxiliares, pelos profissionais ligados às equipes (técnico, massagista, médico etc.), pelos torcedores no estádio, pelos torcedores de cada um dos dois times que assistem ao jogo pela tele-visão e pelos espectadores que assistem ao jogo, mas não torcem por nenhuma das duas equipes.

Auxilie os alunos a perceber que as funções exercidas pelas diferentes pessoas indicam atitudes diversas, com valores e intenciona-lidades específicas. Enquanto os jogadores e demais profissionais estão vivenciando um tempo de trabalho, os torcedores e espectado-res televisivos vivenciam um tempo de lazer.

Dentro de cada grupo, os papéis ainda podem ser diferenciados. Os profissionais jogadores, por dependerem diretamente do resultado da partida para sua carreira e seu sucesso pro-fissional, tendem a se empenhar mais. Já os profissionais que arbitram o jogo, bem como aqueles da mídia, têm o objetivo de realizar bem o seu trabalho, sem se importar com o resultado. Também entre os que assistem ao jogo há diferenças de interesse e motivação.

Figura 7 – O futebol e os diferentes membros da equipe: jogadores, treinador, médico.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Professor, solicite aos alunos que assinalem as informações com V ou F, na seção “Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno.

Uma pesquisa sobre as práticas esportivas preferidas das pessoas maiores de 14 anos no Rio de Janeiro e em São Paulo revelou que só 7% dos entrevistados alegaram desinteresse pelo esporte. No entanto, 61% dos que de-clararam gostar de alguma modalidade não praticam nenhuma atividade física. Você está dentro dessa estatística? Será que gostaria de fazer algum esporte, mas não tem tempo e/ou acesso aos lugares adequados?

A Constituição Federal Brasileira garante o direito ao lazer a todos os cidadãos. Por-tanto, o Estado tem o dever de proporcionar espaços e equipamentos destinados ao lazer. Mas o que é lazer?

Partida de futebol na praia.

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de lazer e do avanço tecnológico – cada vez mais acessível por meio dos incentivos à in-clusão digital e do barateamento dos equi-pamentos de informática –, observa-se uma mudança no uso do tempo livre. Pesquisas mostram que cerca de 3 milhões de brasileiros frequentam lan houses, e que os videogames (que em nada lembram o primeiro joguinho de poucos recursos visuais que simulava um jogo de tênis, criado em 1958) estão ocupan-do o tempo antes destinado à música, à TV e ao cinema.

Neste Caderno, além de discutir a expe-riência do esporte como lazer e a relação entre lazer e trabalho no esporte, você vai participar de vivências relacionadas aos videogames.

Adolescentes jogando videogame.

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Nelson Marcellino, no livro Estudos do lazer: uma introdução, diz que a atitude e o tempo caracterizam o lazer. A atitude diz respeito à satisfação obtida pelo sujeito ao pra-ticar uma atividade. No caso do lazer, espera-se que a atividade seja prazerosa. Sobre o tempo de prática, o autor argumenta que o lazer deve acontecer durante o “tempo livre”, livre não apenas do trabalho, mas de qualquer obrigação.

Por causa da escassez de espaços e equipa-mentos para a prática do esporte como forma

Mas, antes, vamos ver o que você conhece sobre esses assuntos.

1. Assinale as informações a seguir com V (verdadeira) ou F (falsa):

a) De acordo com a pesquisa referida no texto, as pessoas com mais de 14 anos preferem jogar videogame e praticar al-gum esporte. ( F )

b) O lazer é um período de descanso para recuperar as energias e render mais no trabalho. ( F )

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c) O que é lazer para você pode ser trabalho para outra pessoa. ( V )

d) Ao reconhecer a importância do direito ao lazer, é papel da comunidade reivin-dicar ao poder público espaços e equi-pamentos para sua prática. ( V )

e) O videogame foi criado por um fun-cionário do governo estadunidense em 1958. ( V )

f) Esse videogame simulava um jogo de basquetebol. ( F )

g) A nova geração de videogames permite muito mais interatividade. ( V )

Em alguns jogos, a simulação num tabu-leiro de jogo de botão já havia antecipado o que se conseguiria depois, com os recursos da tecnologia.

2. Observe a imagem a seguir. Que jogo é esse e o que está faltando nele?

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O empenho, a motivação e o envolvimento dos jogadores profissionais e dos alunos fo-ram diferentes?

Quais são as diferenças e as semelhanças entre as duas situações?

Como as regras do esporte foram cumpri-das? O árbitro é sempre necessário?

Como os conflitos em relação ao descum-primento das regras foram resolvidos?

Quais valores estiveram presentes em cada uma das situações?

Quais são as recompensas presentes em uma e em outra situação?

Etapa 3 – Facilidades e dificuldades para o acesso ao lazer

Reúna os alunos em grupos de cerca de cinco integrantes e apresente a cada grupo a tarefa de discutir as dificuldades e as facili-dades para a prática do futebol – e de outras modalidades esportivas – no bairro em que moram. Apresente algumas questões instiga-doras, tais como:

Em seus momentos de lazer, em que locais os alunos podem praticar o futebol (ou outra modalidade esportiva)?

Quem utiliza esses locais para atividades de lazer?

Todos os locais possíveis para a prática são públicos ou de acesso restrito, como os clubes privados?

A quadra da escola em que estudam é uti-lizada nos fins de semana para a prática es-portiva da comunidade?

Quais locais do bairro poderiam ser uti-lizados para atividades de lazer da comu-nidade?

Que materiais e equipamentos seriam ne-cessários para otimizar a prática do lazer na comunidade?

Que ações poderiam ser empreendidas no bairro a fim de que as atividades de lazer fossem valorizadas?

Futebol de botão; faltam as traves e os goleiros.

Etapa 2 – Esporte como lazer

Na aula seguinte, proponha aos alunos a rea lização de jogos de futebol ou futsal, dei-xando por conta deles a organização da ati-vidade e a solução de possíveis dificuldades e conflitos que possam ocorrer. Ao final do jogo, na mesma aula ou na seguinte, discuta com os alunos as diferenças e as semelhanças entre as situações da etapa anterior e desta. Algumas questões podem ser lançadas para o debate:

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Com base nessas questões, os alunos rea-lizarão o debate em grupo e, posteriormente, apresentarão suas respostas e conclusões à classe.

Procure intermediar as apresentações dos alu-nos, encerrando com algumas conclusões sobre o tema do acesso ao lazer na comunidade.

Figura 8 – Meninos jogando futebol na praia.

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Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as dificul-dades e facilidades para a prática de modalidades esportivas no

seu bairro e, depois, solicite que respondam às questões presentes na seção “Pesquisa em gru-po”, no Caderno do Aluno.

Facilidades e dificuldades para o acesso ao lazer

Seu professor já deve ter comentado o tipo de relação com o esporte desenvolvido pelos diversos sujeitos em um jogo de futebol – tra-balho para jogadores, para equipe técnica, para equipe médica, para funcionários da bi-lheteria etc.; lazer para torcedores presenciais e para telespectadores.

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Agora, você vai discutir as dificuldades e as facilidades para a prática de modalidades es-portivas no seu bairro. Para conhecermos as condições de lazer da região onde você mora, responda às questões a seguir. Com base nas in-formações apresentadas por você e seus colegas, o professor pode promover um debate na classe:

1. Quais locais você pode utilizar para praticar alguma modalidade esportiva em seus mo-mentos de lazer?

2. Quem utiliza esses espaços de lazer?

3. Todos os locais apontados por você são públicos ou há espaços privados?

4. A quadra da escola também é utilizada pela comunidade nos fins de semana? Em caso negativo, por quê?

5. Quais recursos materiais seriam necessá-rios para melhorar as condições de lazer do seu bairro?

6. Em sua opinião, o que poderia ser feito na região onde você mora para valorizar as atividades de lazer?O objetivo das questões é levar o aluno a identificar a existência

de espaços de lazer em sua comunidade, bem como as possí-

veis intervenções para a criação e/ou melhoria desses espaços.Voleibol como lazer.

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ATIVIDADE AVALIADORA

A exemplo do futebol, procure avaliar se os alunos são capazes de perceber como ou-tras manifestações da Cultura de Movimento são expressas na sociedade no que se refere às dimensões do lazer e do trabalho. Apresente uma situação de dança profissional confronta-da com a manifestação de um grupo de jovens

dançando na rua. Ou uma situação de luta profissional confrontada com brincadeiras de luta realizadas por crianças. Pergunte aos alu-nos sobre os valores envolvidos, recompensas atribuídas e interesses em cada caso. Pergunte também sobre o papel representado pelos es-pectadores, presenciais ou não.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, profes-sor, que você proponha outras Situações de Aprendizagem que os estimulem a refletir sobre a questão do lazer em suas relações com as atividades da Cultura de Movi-mento próprias da Educação Física. Essas situações devem ser diferentes, de preferên-cia, daquelas que geraram dificuldade para os alunos. Tais estratégias podem ser de-senvolvidas durante as aulas ou em outros

momentos, envolver todos os alunos ou ape-nas aqueles que apresentaram dificuldades na compreensão dos temas. Por exemplo:

sugestão para que os alunos assistam a programas de televisão contendo ativida-des da Cultura de Movimento e identifi-quem situações de lazer e de trabalho para posterior apresentação;

sugestão para que os alunos, com base na observação do cotidiano de seus pais ou de outros familiares, identifiquem situações de lazer e de trabalho, comparando-as.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros

MARCELLINO, Nelson C. Estudos do lazer: uma introdução. 4. ed. Campinas: Autores Associados, 2006. Composto de 39 pequenos textos e dirigido a um público amplo, o livro procura oferecer elementos para o entendimento das questões relativas ao lazer na vida cotidiana.

MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prática da liberdade. Goiânia: UFG, 2003. Propõe-se a fornecer contribuições para o

debate acerca do lazer em suas inter-rela-ções com a educação, além de apresentar subsídios para a intervenção no campo do lazer.

STIGGER, Marco Paulo. Esporte, lazer e estilos de vida. São Paulo: Autores Associa-dos, 2002. Problematiza as relações entre es-porte e lazer, apontando a heterogeneidade do fenômeno esportivo, que permite a apro-priação de diferentes sentidos e valores pelos praticantes.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Site

Revista Licere. Disponível em: <http://www.eeffto.ufmg.br/licere/home.html>. Acesso em: 12 nov. 2013. Site da Revista do Programa de

Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com artigos específicos so-bre o tema lazer.

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Partindo do caminho já percorrido em outros volumes, pautado na compreensão da Educa-ção Física no Ensino Médio como uma disci-plina que deve propiciar aos alunos o confronto de suas experiências de Se-Movimentar com as constantes mudanças no mundo, mais um tema sobre contemporaneidade é proposto para este semestre final da Educação Física.

Abordaremos os processos de virtualização do corpo nos jogos eletrônicos e das repercus-sões desse fenômeno na Cultura de Movimento contemporânea, com o objetivo de desenvolver as possibilidades de correlação entre o jogo e as mídias, no caso específico dos jogos virtuais, propondo a transferência da virtualidade para possíveis vivências na forma de jogos.

Trata-se de acompanhar, pelo menos em parte, as novas tecnologias surgidas com o desenvolvimento da informática e da inter-net e com o relativo barateamento dos com-putadores pessoais. Inseridos nesse processo, os videogames e os “jogos virtuais” merecem

TEMA 3 – CORPO NA CONTEMPORANEIDADE – A VIRTUALIZAÇÃO DO CORPO E OS JOGOS VIRTUAIS: VIDEOGAMES E JOGOS DE BOTÃO

especial atenção, por estarem vinculados às culturas juvenis contemporâneas.

Há indicadores de que os videogames estão ocupando o tempo que no passado era dedi-cado à música, à televisão e ao cinema. Assim, uma explicação para o sucesso dos games está no avanço tecnológico, permitindo interativi-dade e simulação da realidade, o que torna o divertimento interessante para todas as faixas etárias. Estima-se que aproximadamente 3 mi-lhões de brasileiros, a maioria no Estado de São Paulo, frequentem as LAN houses (local area network), lojas que permitem jogar os di-versos tipos de games conectados à internet.

Todo esse processo acelerado influencia não só as atividades realizadas durante o tempo livre, mas todas as relações humanas, que podem passar por uma tela (da TV ou do computador) e ter seus diálogos codificados (por teclados, joysticks ou ondas eletromagné-ticas dos telefones celulares). É essa dinâmica que Pierre Lévy (1996, p. 11) chama de mo-vimento geral de virtualização, fruto do ad-vento das novas tecnologias de comunicação que está modificando diversas esferas da vida humana, como o trabalho e o lazer.

O processo de virtualização advém do entendimento de virtual, ou seja, daquilo que existe como possi-bilidade: “A árvore está virtualmente na semente” (LÉVY, 1996, p. 15). A invenção de novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs) acarreta possibilidades de espaços paralelos. Em um simples clique, pode-se ter uma nova vivência de uma atividade esportiva. O futebol, por exemplo, já não é mais apenas um esporte conhecido, jogado por 11 jogadores em cada equipe e uma bola em um campo gramado. É também um programa televisivo, um site, um jogo de videogame etc. Nesse sentido, a virtualização não é uma “desrealização”, mas “um dos principais vetores de criação de realidade” (LÉVY, 1996, p. 18).

A atualização pode ser entendida como a criação de uma nova realidade, a solução para um problema de forma criativa e colaborativa, uma transformação, enfim, de ideias. É por vivenciar determinada situação que alguém cria e/ou produz as soluções necessárias para aquele momento.

Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno integrado ao Tema 2.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Entendemos ser de primordial importân-cia, portanto, que o professor de Educação Física esteja preparado e atualizado para pro-por estratégias e conteúdos significativos para os alunos familiarizados com essa “cultura do virtual”. Isso inclui a incorporação das “vi-vências eletrônicas” do esporte. Há, para tan-to, subsídios que demonstram que a tendência da virtualização dos jogos e dos esportes é acompanhada simultaneamente por possibili-dades de atualização. Isso significa dizer que, se um jogo ou esporte virtualiza-se na forma de filmes, brinquedos, desenhos animados ou videogames, um jogo que já é concebido em sua origem como vivência eletrônica, como equivalência do mesmo fenômeno, também pode se tornar atual sendo vivenciado “cor-poralmente” na quadra da escola.

Tal perspectiva não significa que outras sugestões, baseadas na realidade percebida pelos alunos, não sejam válidas. Muito pelo contrário, a integração de novas possibili-dades evitará que os professores estejam em situação de fragilidade perante linguagens e conhecimentos tecnológicos facilmente do-minados pelos alunos.

Os jogos virtuais

Desde o surgimento do videogame que si-mulava um jogo de tênis em 1958, criado por um funcionário do governo estadunidense, muito se avançou em termos de tecnologia. O primeiro avanço foi realizado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Es-tados Unidos, com a criação do Space War. A partir da década de 1970, com a popula-rização dos equipamentos domésticos e de jogos como Pac Man e Space Invaders, hoje considerados clássicos, os videogames pas-saram a ter uma relação constante com os avanços tecnológicos.

Dessa relação resultou a melhoria de grá-ficos com efeitos em terceira dimensão, tri-lhas sonoras e possibilidades interativas que permitem ao jogador criar suas próprias his-tórias e tramas, escolher seus próprios perso-nagens e fantasias, assim como os ambientes por onde desenvolverá suas aventuras.

Com novos joysticks do tipo “controle remoto”, webcams e plataformas com sen-sores de peso e de equilíbrio, a geração atual de videogames permite que o jogador, por meio de movimentos de seu corpo, comande as ações do personagem (que pode ser ele mesmo representado na tela). Isso abre no-vas e inusitadas possibilidades, pois permite a simulação de gestos esportivos, de exercí-cios ginásticos ou de coreografias de dança, por exemplo.

Atualmente, os diferentes jogos ou games atendem não apenas as crianças e os jovens, mas os adultos também, dadas as possibilida-des de jogá-los em comunicação com outros jogadores na internet, em casa ou em LAN houses. Esses jogos são parecidos com os de representação, do tipo Role Playing Game (RPG). Os novos RPGs, também conheci-dos como games on-line, já contam com uma liga profissional de jogadores (World Cyber Games), que movimenta milhões de dólares em seus campeonatos e congrega jogadores do mundo todo, inclusive do Brasil.

Por serem os jovens os construtores e os consumidores dessa “linguagem tecnoló-gica”, ainda que em ambientes diferentes, não se faz necessário esperar que as esco-las possuam os equipamentos eletrônicos envolvidos. Por isso, sugerimos algumas alternativas para atualizar os chamados jogos virtuais em práticas “corporais” nas aulas de Educação Física.

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Conteúdo e temas: jogos virtuais contemporâneos – jogos eletrônicos e jogos de botão.

Competências e habilidades: perceber a influência das mídias (jogos virtuais) na vida cotidiana; elabo-rar argumentos e estratégias cooperativas e competitivas para os jogos virtuais.

Sugestão de recursos: plataforma (tapete) eletrônica de dança, que pode ser adaptada com placas de EVA ou papelão colorido; peças (botões plásticos, traves e bola) e tabuleiro de jogo de botão, que pode ser confeccio-nado com uma moldura ou tela para pintura (painel); botões comuns de roupa (jogadores), arame e saqui-nho plástico de rede ou tecido (traves) e miolo de pão endurecido com cola (bola); rádio e aparelho de CD.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 OS JOGOS VIRTUAIS

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é possibilitar a compreensão do processo de virtua-lização do corpo pelas mídias com base na análise de jogos virtuais. Os alunos serão estimulados a expressar seus conhecimentos sobre o tema e suas vivências com jogos virtuais. Em seguida, experi-

mentarão uma forma atua lizada de jogo virtual, procurando encontrar novas possibilidades de recriar ou adaptar a experiência vivenciada. Por fim, compararão os jogos eletrônicos com jogos virtuais sem o mesmo apelo tecnológico, como os jogos de botão.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 4

Etapa 1 – O que são jogos virtuais?

Faça uma chamada temática ou inicie uma conversa com os alunos sobre seus conhecimen-tos acerca do tema (jogos virtuais) e qual a abran-gência desses conhecimentos (diferentes jogos eletrônicos, minigames, celulares, computadores, videogames, programas de TV etc.). Observe se mencionam jogos que simulam, mesmo não sen-do eletrônicos, os movimentos e os corpos dos jogadores, como os jogos de botão e o pebolim, entre outros, também considerados jogos virtuais.

Faça um levantamento dos jogos virtuais já conhecidos pelos alunos e discuta brevemente seus hábitos de consumo. Por exemplo, questio-ne-os sobre os valores dos jogos, o mercado de trabalho que envolve a criação e a prática dos jogos e a “pirataria” que explora esse segmento.

Professor, solicite aos alunos que respondam às questões pre-sentes na seção “Você apren-deu?”, no Caderno do Aluno.

1. Observe as atividades cotidianas de alguns adultos com os quais você convive (pai, mãe ou outra pessoa). Depois, identifique e compare as situações de lazer e de trabalho das quais eles participam.Espera-se que o aluno tenha assimilado o significado das

situações de lazer.

2. Quais são os jogos virtuais que você conhece?

3. Quais são as semelhanças e as diferenças entre os jogos virtuais e os de botão?

4. Quais são as vantagens e as desvantagens dessas práticas?

5. Qual delas você prefere? Por quê?Estas questões têm por objetivo captar as sensações dos

alunos em relação ao tema.

Etapa 2 – Dança virtual

Comente com os alunos o jogo de “dança no tapete”. Caso eles já tenham mencionado esse tipo de jogo virtual durante a chamada temática, aproveite as informações. Converse sobre o nome do jogo (Dance Dance Revolution

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Educação Física – 3a série – Volume 2

ou Dance Stage), como funciona e quais os equipamentos necessários para a sua prática. Caso seja possível disponibilizar um tapete de dança, apresente-o aos alunos, para que eles

possam conhecer o material de que é feito, os itens que compõem o videogame ou o software (programa de computador), como estes se in-terligam e como funcionam seus comandos.

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Pergunte aos alunos sobre a possibilidade de jogá-lo sem equipamento. Após a discus-são, sugira uma adaptação, como “dançando com a sombra”, da seguinte maneira:

Selecione previamente com os alunos algu-mas músicas que serão utilizadas na ativi-dade. Organize a turma em duplas e solici-te que um dos alunos crie uma sequência de movimentos para que o colega siga seus passos. Os movimentos podem ou não se-guir o ritmo da música, como uma coreo-grafia simples com ou sem deslocamento.

Após a experiência dessa dinâmica, pro-ponha uma alteração. Solicite ao aluno que esteja criando a sequência de movi-mentos que, ao seu sinal (apito, palmas ou interrupção da música), corra e pegue um parceiro. Sugere-se que o “pega-pega” seja breve, a fim de evitar a dispersão.

Inverta as duplas após o sinal e sugira ou-tras variações na dinâmica do jogo. Por exemplo: troque as duplas a cada rodada; proponha diferentes sequências de mo-vimentos; utilize diversos tipos de ritmo musical; faça rodadas sem música; forme grupos maiores (dez alunos ou mais) ou colunas para que o primeiro aluno coorde-ne os demais etc.

A seguir, solicite aos alunos que se organi-zem em grupos para confeccionar um “tapete virtual” de dança. Placas de EVA, ou mesmo papelões, de diferentes cores podem ser uti-lizados nesta tarefa, devendo ser justapostos de modo que formem algo parecido com um tapete de retalhos. Após a elaboração do ma-terial, peça a um aluno de cada grupo que se posicione sobre a plataforma. Os colegas deve-rão coordenar seus movimentos de acordo com

Figuras 9 e 10 – Videogame Dance Dance Revolution.

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as cores do material. Por exemplo, se alguém mencionar “direito/vermelho”, o aluno deverá movimentar seu pé direito para o local verme-lho, que poderá estar à sua direita ou à sua es-querda, à frente ou atrás dele. Outra opção é utilizar e apresentar aos estudantes placas de pedaços de cartolina ou de papelão coloridos com a sequência já desejada.

A velocidade dos comandos poderá variar conforme o ritmo das músicas selecionadas para a vivência. Sugere-se que cada um dos grupos confeccione um tapete e que as músi-cas iniciais sejam de ritmos mais lentos.

Peça aos grupos que relatem verbalmente suas impressões ou suas sensações sobre a vivên-cia. Sugira a cada um dos grupos que registre por escrito a sequência considerada mais complexa, detalhando ou desenhando os passos executa-dos e identificando os movimentos mais difíceis de realizar. Proponha uma discussão sobre a complexidade dos movimentos que aparecem em alguns dos jogos virtuais, mas que podem ser inviáveis nas práticas corporais. Como sugestão, organize um torneio entre os grupos, envolven-do a apreciação da complexidade das coreogra-fias elaboradas como critério de análise.

Professor, solicite aos alunos que construam uma réplica do tapete virtual, para que vivenciem o jogo de “dança no tapete”, apresentado na

seção “Lição de casa”, no Caderno do Aluno.

Dança virtual

Seu professor vai propor vivências que si-mulem um game no qual se dança sobre um tapete ao ritmo de luzes e sons. Para isso, será necessário construir uma réplica do tapete virtual. Você pode usar papelão colo-rido, placas de EVA e até cartolinas, embora seja aconselhável escolher um material mais resistente. Veja aqui um modelo que você pode adaptar como quiser:

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Depois de vivenciar as coreografias em aula, escreva a sequência que você deseja aperfeiçoar. Também desenhe e explique, em detalhes, os movimentos mais difíceis.

Etapa 3 – Jogos de botão

Procure comentar com os alunos a possi-bilidade de construírem seus próprios jogos, aproveitando a experiência da etapa anterior. Questione-os: quais eram os jogos mais popula-res no passado? E atualmente? Questione-os tam-bém sobre como serão os jogos e as brincadeiras no futuro. Discuta os possíveis motivos dessas transformações, enfatizando as influências tecno-lógicas e econômicas envolvidas nesse processo. Pergunte se conhecem os jogos de botão (o fute-bol de mesa ou de botão pode ser popular entre alguns alunos) ou outros jogos semelhantes. Caso os estudantes já tenham mencionado esses jogos na chamada temática inicial, aproveite as infor-mações dadas e proponha que pensem em como modificá-los.

A seguir, apresente um tabuleiro para a práti-ca do futebol de botão ou risque com giz as suas

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Educação Física – 3a série – Volume 2

demarcações no chão da quadra ou do pátio. Explique aos alunos que é possível relacionar esse jogo com outras modalidades esportivas, como o handebol, o basquetebol e o voleibol, e não apenas ao futebol. Solicite que opinem so-bre possíveis condições para a realização desses jogos no tabuleiro.

Figura 11 – Tabuleiro de jogo de futebol de botão.

Organize os alunos em quatro grupos, aproximadamente, e solicite a cada um dos grupos que elabore o jogo de botão para uma modalidade diferente: futebol, hande-bol, basquetebol ou voleibol. Como exemplo, sugerimos as condições para a realização do basquetebol e do voleibol de botão. Outros jo-gos, porém, poderão ser também produzidos ou organizados sob o formato de um torneio entre os grupos, de modo que se aproveitem todos os jogos elaborados.

Basquetebol de botão

O tabuleiro poderá ser construído com uma tela de pintura com moldura (painéis).

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Oriente os alunos para que façam peque-nos buracos que simulem as cestas, afixan-do caixas de fósforo como tabelas e pintando as demarcações. Como alternativa, pode-se pintar o chão da quadra ou do pátio da escola, fazendo pequenos sulcos para substituir as ces-tas. Essa produção poderia ser feita em caráter permanente, ficando gravada no solo para que outras turmas possam vivenciar os jogos.

A seguir, sugerimos algumas regras para simular as condições de um jogo de basquete-bol. Adaptações foram realizadas para caracte-rizar o tempo e a dinâmica do jogo de tabuleiro.

Figura 12 – Tabuleiro de jogo de basquetebol de botão.

Professor, analise com os alunos as dicas de como construir um tabuleiro de botão dos jogos de basquetebol e voleibol, apresenta-das na seção “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

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Curiosidade

Você também pode construir um campo de basquetebol de botão usando os mesmos botões e bolinha do jogo de futebol (desta vez, são apenas cinco jogadores em cada equipe). Numa tela de pintura sem moldura, marque as linhas da quadra. A cesta é criada com um simples furo na tela. No lugar da trave, use uma caixa de fósforos para simular a tabela, e boa partida! Veja a seguir um modelo de quadra e as regras iniciais e avançadas do basquetebol de botão. Veja também a opção do voleibol de botão.

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Regras iniciais do basquetebol de botão

Cada time é formado por cinco jogadores (botões de dimensões iguais). O movimento dos botões deve ser executado com uma palheta.

Um jogador de cada equipe deve ser colocado no círculo central, e a partida é iniciada com o lançamento da bola no centro da quadra. O jogador que estiver mais perto de onde a bola cair ficará com a sua posse.

Cada ataque deve ser finalizado com, no máximo, dez toques consecutivos da mesma equipe. E cada jogador pode tocar, no máximo, cinco vezes consecutivamente.

Cada time deve ultrapassar sua área de defesa com cinco toques, no máximo, e não pode voltar com a bola para o seu campo após a transição para o ataque.

Para manter o elemento surpresa durante o ataque, a defesa deverá ser movimentada antes. A cada passe, a defesa pode movimentar um jogador. Depois disso, o ataque tam-bém pode movimentar um de seus jogadores e prosseguir a jogada. A cada cesta converti-da ou reposição de bola em jogo, todos os jogadores podem ser movimentados.

Seja por violação de regras ou cesta convertida, a bola deve ser reposicionada sobre a linha, com a ajuda da palheta.

Mesa de basquetebol de botão.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Um jogador com a posse da bola pode ser movimentado para passá-la ou arremessá-la, mas não tocá-la imediatamente após o passe ou arremesso.

Uma enterrada acontece quando um jogador com a posse da bola está em contato com as bordas que simulam o aro (ou o furo na tela). Numa tentativa de enterrada, a bola pode ser sobreposta ao jogador, que deve finalizar a jogada sem ultrapassar a quantidade de toques permitida e ser movimentado apenas com a palheta.

A pontuação das cestas refere-se à posição do jogador no momento do arremesso, e não à da bola. Por exemplo, uma cesta vale três pontos quando o jogador que arremessar a bola estiver fora da linha de três pontos, mesmo que a bola tenha ultrapassado essa linha.

Uma falta é cometida quando um jogador colide com outro do time adversário sem que a bola tenha sido tocada direta ou indiretamente por um deles no lance.

Todas as faltas resultam em dois lances livres, cobrados com a bola posicionada na entra-da da área pintada, a “cabeça do garrafão”.

O jogo acaba quando um dos times totaliza dez ou mais pontos.

Adaptado de: VENÂNCIO, Luciana; SANCHES NETO, Luiz. Brincadeira e jogo. In: DARIDO, Suraya Cristina (Org.). Educação Física escolar: compartilhando experiências. São Paulo: Phorte, 2011. p. 46.

Após a prática do jogo com essas regras, sugere-se a inclusão de outras mais complexas,

que tentam simular situações específicas do basquetebol.

Regras avançadas do basquetebol de botão

Para simular a regra dos três segundos ofensivos (como no basquetebol internacional), o ataque não pode posicionar mais de um jogador dentro da área pintada (“garrafão”), a não ser que esteja com a posse da bola. Também se pode restringir a presença dos jogadores de defesa no garrafão para simular a regra dos três segundos defensivos (como no basquetebol profissional dos Estados Unidos).

Para simular a defesa individual e/ou por zona: o jogador da defesa, caso seja movimen-tado sem o uso da palheta nos lances permitidos, pode se posicionar em qualquer lugar da quadra, não podendo, porém, se posicionar entre a bola e o jogador do ataque quando este já estiver com a bola dominada.

Para simular a disputa de rebotes: no momento em que a bola bate na tabela, são reinicia-dos os 10 toques para o time atacante. Porém, quando um lance livre não é convertido, bate na tabela ou no “aro”, o primeiro toque será necessariamente da defesa, a não ser que a bola toque em um jogador do ataque após o rebote.

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Para simular a cobrança de um lance livre: três defensores e dois atacantes devem ser posicionados em áreas delimitadas no garrafão, e os demais, fora da linha de três pontos.

Para simular os passes e as assistências: um passe somente será completado quando o jogador que recebeu a bola for movimentado com a palheta.

Para simular lances em que o jogador se arrisca para “salvar” a bola: quando um jogador toca a bola e sai da quadra, ele pode ser posicionado imediatamente em qualquer lugar da quadra para prosseguir a jogada. Caso saia da quadra sem tocar na bola, ele apenas poderá voltar à quadra quando o adversário finalizar a jogada ou errar um lance ou, no caso de alguma violação, devendo ser posicionado no círculo central.

Para simular o limite de faltas pessoais e coletivas: a partir da terceira falta coletiva por equipe, um jogador deverá ser retirado do jogo, e a partida prosseguirá com a cobrança dos lances livres.

Para simular os bloqueios de arremesso (“tocos”): nenhum jogador deve permanecer sobreposto ao sulco que simula o aro ou em contato permanente com ele, exceto nas enterradas.

Adaptado de: VENÂNCIO, Luciana; SANCHES NETO, Luiz. Brincadeira e jogo. In: DARIDO, Suraya Cristina (Org.). Educação Física escolar: compartilhando experiências. São Paulo: Phorte, 2011. p. 47.

Voleibol de botão

Utilizando uma madeira, como uma mol-dura de quadro, ou um papelão, oriente os alunos a fazer riscos semelhantes às demar-cações existentes em uma quadra de voleibol. Em seguida, dividam cada metade da quadra em setores, identificando-os pelos números

de 1 a 6, conforme as posições específicas dos jogadores no voleibol durante o rodízio. De-pois, façam sulcos entre as metades da qua-dra para caracterizar a rede. Os espaçamentos devem permitir que as duas metades da qua-dra permaneçam unidas, mas que haja espaço suficiente para que uma bolinha possa ficar presa ou cair nos orifícios.

Regras do voleibol de botão

Dois ou mais jogadores podem se revezar nesse jogo, iniciado pelo saque de uma das equipes. Todo contato com a bola deve ser feito por meio dos botões, movimentados com uma palheta.

Antes de sacar, o jogador deve dizer em qual posição pretende jogar a bola. Caso a bola pare no setor correspondente, o saque é considerado “ponto”.

Caso caia em outra posição da quadra, a equipe adversária terá até três toques para devolver a bola, que deverá cair no setor da quadra pretendido pelo ataque para que seja considerado ponto.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

A bola será considerada “fora de jogo” sempre que ultrapassar os limites da quadra e, ao cair no vão entre as metades da quadra, será considerada “bola na rede”.

Sugere-se que cada set seja de cinco pontos e que uma equipe tenha que totalizar três sets para vencer uma partida.

Adaptado de: VENÂNCIO, Luciana; SANCHES NETO, Luiz. Brincadeira e jogo. In: DARIDO, Suraya Cristina (Org.). Educação Física escolar: compartilhando experiências. São Paulo: Phorte, 2011. p. 47.

ATIVIDADE AVALIADORA

Peça aos alunos que relatem, por escrito, quais as sensações experimentadas ao viven-ciar um jogo virtual de forma atualizada na quadra. Por exemplo:

Quais são as semelhanças e as diferenças? Quais são as vantagens e as desvantagens de uma forma de jogar em com paração com a outra?

Quais os tipos de jogos virtuais que conhe-cem?

Quais são a preferência e a justificativa da resposta?

Discuta com os alunos as respostas dadas, procurando identificar os grupos semelhantes. Verifique se eles conseguem formar argumentos

coerentes em suas respostas. O objetivo é ve-rificar se os estudantes identificam outras possibilidades nos jogos virtuais, encarando-os não apenas como artigos para ser usufruídos nos momentos de lazer, mas como geradores de emprego em sua imbricada rede de rela-ções, a qual os torna tão atraentes aos mais diferentes públicos. Procure avaliar, ainda, se o seu consumo não está sendo exagerado em computadores residenciais, em LAN houses ou no próprio videogame.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apre-sentadas nas seções “Aprendendo a aprender”, “Para refletir” e “Tome

nota!”, no Caderno do Aluno.

Os efeitos prejudiciais das bebidas alcoólicas

Certamente você já ouviu falar dos efeitos prejudiciais das bebidas alcoólicas sobre a saúde. Vamos entender um pouco melhor por que elas causam tantos problemas ao indivíduo, à família e à sociedade?

O álcool encontrado na maioria das bebidas alcoólicas é o etanol, produzido quando mi-crorganismos conhecidos como leveduras consomem o açúcar ou o amido como fonte de ener-gia. Pode-se obter álcool de quase todos os alimentos ricos em amido (batatas e cereais) ou açúcar (frutas). Esse processo de transformação dos açúcares em etanol é denominado fermen-tação alcoólica.

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O etanol não é um alimento, por isso não precisa ser digerido antes de ser absorvido pelo corpo. As pequenas moléculas do álcool levam apenas alguns minutos para atravessar as paredes do estômago e atingir o cérebro.

Se a pessoa estiver com o estômago vazio, poderá sentir seus efeitos quase instantanea-mente ao beber. Com o estômago cheio, o álcool atinge o cérebro mais lentamente, e a pessoa demora um pouco mais para sentir sua ação.

As bebidas alcoólicas contêm calorias (energia), porém pouco ou nenhum nutriente. Além disso, quando nosso organismo recebe gordura e álcool ao mesmo tempo, usa primeiro o álcool como combustível e armazena a gordura.

Apesar de as bebidas alcoólicas serem social e culturalmente aceitas, é importante lem-brar que o álcool é uma droga, pois contém substâncias que afetam o cérebro e vários órgãos do corpo. Os efeitos do álcool são sentidos independentemente do tipo de bebida e são pro-vocados de acordo com a quantidade de etanol ingerida.

Quando o álcool entra no organismo, atua como estimulante, produzindo uma sensação de euforia. Na sequência, vêm o efeito de relaxamento e, finalmente, a sonolência. Dependendo da dose ingerida, a pessoa pode desmaiar e, em casos mais graves, entrar em coma alcoólico.

São vários os inconvenientes causados pelo consumo de bebidas alcoólicas. Em pequenas quantidades, ele já é capaz de produzir:

alterações de humor e agressividade; aumento do risco de a pessoa se envolver em acidentes de trânsito, provocando mortes ou ferimentos graves em passageiros e pedestres. Isso ocorre porque as reações de quem bebe ficam mais lentas e menos precisas;

aumento do risco de homicídios, suicídios, quedas, afogamentos e outros tipos de vio-lência e acidentes;

diminuição da capacidade de reconhecer sinais de perigo.

Além dos efeitos citados anteriormente, o consumo de álcool em grandes quantidades provoca:

dor de cabeça, boca seca e náusea. Essas sensações são popularmente chamadas de ressaca; dependência, quando se torna necessário consumir a substância com frequência e em grande quantidade. O alcoolismo causa problemas de saúde como desnutrição, doenças do fígado, cardiovasculares, respiratórias e neurológicas, além de aumentar a incidência de vários tipos de câncer.

Como você pode perceber, não é apenas a pessoa dependente que é afetada pelo consumo do álcool. Sua família e a comunidade também sofrem seus efeitos.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Curiosidade

Podemos medir a quantidade de álcool presente no sangue por meio do bafômetro. Como a quantidade de álcool presente na respiração é igual à quantidade presente no sangue, é possível verificar se a pessoa está embriagada ou não apenas por um sopro no aparelho.

As bebidas obtidas pelo processo de destilação (aguardente, vodca, conhaque e uísque) possuem um teor alcoólico ainda maior do que as fermentadas (cerveja e vinho).

Para refletir

Você já percebeu que grande parte da publicidade de bebidas alcoólicas, além de incenti-var o consumo em grande quantidade, quase sempre exibe mulheres bonitas, jovens e alegres num ambiente descontraído? Depois do que leu, como você avalia esse tipo de comunicação?

Tome nota!

Agora você deve saber que:

o álcool é considerado uma droga e, mesmo em pequenas quantidades, pode afetar o cérebro e vários outros órgãos do corpo;

a ingestão de bebida alcoólica está relacionada a mortes, doenças, acidentes e vários problemas sociais;

o álcool é responsável por grande parte das mortes de jovens a cada ano.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. Faz-se então necessário, professor, que outras Situações de Apren-dizagem sejam propostas. Essas situações devem ser diferentes, de preferência, daque-las que geraram dificuldades para os alunos. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em grupos, e devem en-volver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

Sugira aos alunos que visitem uma LAN house ou, então, que entrevistem colegas,

conhecidos ou familiares que frequentam esse tipo de estabelecimento, procuran-do identificar os hábitos de consumo de jogos virtuais dessas pessoas.

Peça-lhes que pesquisem mais profunda-mente o “mundo dos jogos virtuais”, pro-curando saber como são feitos, quais os hábitos de um “ciberatleta” e os tipos de jogos virtuais existentes.

Incentive-os a criar uma “atualização” de um jogo virtual, ou mesmo de um jogo qualquer. A intenção é que os alunos vi-venciem esse jogo, como os jogos de botão ou vivências semelhantes à “dança virtual”, procurando adaptar suas regras às caracte-rísticas de um jogo virtual.

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Livros

ALVES, Lynn Rosalina Gama; SILVA, Jamile Borges da. Internet na escola pública: uma utopia digital. In: _____ (Org.). Educação e cibercultura. Salvador: Ed. UFBA, 2001. p. 2-10. Disponível em: <http://www.lynn.pro.br/pdf/ livro_educaciber.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013. Trata das possibilidades e dos desafios peda-gógicos que a cibercultura coloca a profes-sores e alunos, por meio do acesso à internet disponibilizado nas escolas públicas.

FERES NETO, Alfredo. A virtualização do esporte e suas novas vivências eletrônicas. In: BETTI, Mauro (Org.). Mídia e Educação Fí-sica: novos olhares, outras práticas. São Pau-lo: Hucitec, 2003. p. 71-90. Discorre sobre as novas vivências esportivas da Cultura de Mo-vimento contemporânea, possibilitadas pelos esportes radicais, pelo esporte-telespetáculo e pelos jogos eletrônicos. Relaciona esse amplo movimento de virtualização ao processo de humanização, com potencial para produção de novas subjetividades.

LÉVY, Pierre. O que é virtual? São Paulo: Editora 34, 1996. Obra que trata dos temas da atualiza-ção-virtualização, virtualização do corpo, cibe-respaço e inteligência coletiva, entre outros.

VENÂNCIO, Luciana; SANCHES NETO, Luiz. Brincadeira e jogo. In: DARIDO, Suraya Cristina (Org.). Educação Física escolar: com-partilhando experiências. São Paulo: Phorte, 2011. p. 35-49. São apresentadas considerações sobre a pertinência e a viabilidade dos jogos virtuais como conteúdos nas aulas de Educa-ção Física, tratando de exemplos de temas e enfatizando estratégias de ensino.

Artigos

COSTA, Alan Queiroz da; BETTI, Mauro. Mídias e jogos: do virtual para uma expe riência corporal educativa. Revista Brasileira de Ciên cias do Esporte, Campinas, v. 27, n. 2, jan. 2006. p. 165-78. Disponível em: <http:// rbceonline.org.br/revista/index.php/RBCE/ article/view/100/109>. Acesso em: 12 nov. 2013. Trata da virtualização do corpo no esporte--telespetáculo e nos jogos eletrônicos, e sua repercussão na Cultura de Movimento con-temporânea. Analisa as possibilidades de correlação entre jogo e mídias, propondo a transformação e a transferência do virtual em uma possível experiência corporal educativa na escola na forma de jogos, por meio de jogos virtuais já conhecidos dos alunos.

FERES NETO, Alfredo. Videogame e Edu-cação Física/Ciências do Esporte: uma abordagem à luz das teorias sobre o virtual. Lecturas Educación Física y Deportes, Buenos Aires, v. 10, n. 88, set. 2005. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd88/video. htm>. Acesso em: 12 nov. 2013. Concebe o videogame como um jogo e uma nova moda-lidade esportiva, apresentando algumas das atuais teorias sobre ele e aproximando-as da Educação Física e da sua inserção na escola, particularmente.

Dissertação

COSTA, Alan Queiroz da. Mídias e jogos: do virtual para uma experiência corporal educa-tiva. Rio Claro, 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências da Motricidade) – Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). Disponível

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

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Educação Física – 3a série – Volume 2

em: <http://www.boletimef.org/biblioteca/disser tacao/BoletimEF.org_Midias-e-jogos-para- uma-experiencia-corporal-educativa.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2014. Discute a virtualiza-ção do corpo no esporte-telespetáculo e nos jogos eletrônicos e sua repercussão na Cultu-ra de Movimento contemporânea. Propõe a transformação do virtual em uma experiência corporal educativa na escola, por meio de jogos virtuais já conhecidos dos alunos, provenientes de filmes, brinquedos, desenhos animados ou jogos de videogames e computadores. Exempli-

fica com o caso do jogo quadribol, presente em filmes e em jogos de videogame.

Filme

Pesadelos diabólicos (Nightmares). Dire-ção: Joseph Sargent. EUA, 1983. 99 min. Ficção científica que apresenta quatro histórias curtas. Na chamada “O bispo da ba-talha”, um adolescente obcecado em vencer um videogame acaba sendo incorporado pelo próprio jogo, perdendo, assim, sua liberdade.

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TEMA 4 – ORGANIZAÇÃO DE TORNEIOS ESPORTIVOS E FESTIVAIS DE DANÇA, GINÁSTICA E LUTA

Neste Tema da 3a série do Ensino Médio, estão previstas a organização e a realização de um festival e de um torneio esportivo, envol-vendo conteúdos relativos aos temas Atividade rítmica, Ginástica, Luta e Esporte.

Propõe-se aqui a realização conjunta des-sas atividades, com a intenção de atribuir a todos os alunos da 3a série o papel de pro-tagonistas do processo de planejamento, divulgação, realização e avaliação dos even-tos. Alunos de outras séries/anos ou mesmo a comunidade em torno da escola também po-dem ser mobilizados no processo. Sugerimos aos vários professores de Educação Física da escola que realizem o festival e o torneio conjuntamente, otimizando os espaços e os horários disponíveis para as ações previstas. As atividades podem ser desenvolvidas com equipes que representem cada uma das classes, ou mesclando-as em equipes diferentes, das quais podem participar pessoas da comuni-dade. Em ambos os casos, pode haver divisão por categorias. Por exemplo, para as escolas que reúnem os dois níveis de ensino, os alunos do Ensino Fundamental poderiam participar em equipes mistas e os do Ensino Médio, em equipes representativas de suas respectivas séries: 1a, 2a e 3a. Como sugestão, os alunos podem ser agrupados por faixa etária, a fim de minimizar riscos de acidentes, sobretudo nas competições esportivas.

Nas escolas que abrangem o Ensino Fundamental e o Médio, a organização do torneio e do festival poderá ser liderada pelos alunos da 3a série do Ensino Médio em conjunto com os da 8a série/9o ano do Ensino Fundamental, já que a sua realiza-ção está prevista para ambas as séries/anos neste volume 2.

A intenção das atividades propostas para este volume não se resume à realização de um evento. Pretende-se enfatizar o processo desencadeado, ao longo de toda a Educação Básica, nas aulas de Educação Física, valori-zando este trabalho em parceria com os alu-nos da 3a série do Ensino Médio e, sempre que possível, com todas as demais séries/anos da escola e com a comunidade em seu entorno. Além disso, a realização de um evento como esse é uma excelente oportunidade educati-va para que os alunos aprendam, retomem e apliquem seus conhecimentos sobre Esporte, Ginástica, Luta e Atividade rítmica, conteú-dos específicos da Educação Física nas três sé-ries do Ensino Médio, e também desenvolvam outras competências importantes para a vida, como planejamento de atividades, organiza-ção, comunicação e divulgação de eventos, re-gistro e avaliação do processo de trabalho etc.

Além disso, espera-se que os alunos con-cluintes do Ensino Médio possam desenvolver a capacidade de liderança em relação aos alunos de séries/anos anteriores que estejam atuando como colaboradores na realização de seus even-tos, auxiliando-os na organização das ativida-des, arbitrando seus jogos, enfim, colocando em prática conhecimentos e habilidades aprendidos nas aulas de Educação Física e de outras dis-ciplinas ao longo de toda a Educação Básica. Sobretudo, espera-se que os alunos da 3a série percebam a relevância de sua intervenção na realidade social da comunidade em que vivem.

Com base nesses objetivos gerais, explicita-mos alguns princípios que devem nortear o pro-cesso de realização do festival e do torneio:

O torneio esportivo e o festival de dança, gi-nástica e luta não devem ser pensados como atividades programadas pela escola para os

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Educação Física – 3a série – Volume 2

alunos, mas realizadas com eles em todas as suas fases, do seu planejamento à avaliação. Ressaltamos que um torneio tem a duração mais breve que um campeonato, podendo ser concluído até em um único dia ou realizado em períodos mais propícios a uma ampla participação da comunidade, desde que em datas adequadas ao calendário escolar.

Tanto no festival como no torneio, não se pre-tende estimular a obtenção de performances técnicas ou resultados que provoquem acir-ramentos, confrontos ou mesmo constran-gimentos para os alunos. O objetivo é a par-ticipação cooperativa de todos. A Educação Física, embora influenciada pelo modelo do esporte-espetáculo, que visa ao rendimento e à busca de índices ou recordes, envolvendo uma exacerbada competitividade, não pode permitir que tal perspectiva domine e dirija suas práticas pedagógicas.

Os alunos da 3a série, como concluintes do Ensino Médio, devem exercer sua autonomia, assumindo plena responsabilidade pela orga-

nização e realização do evento, tanto para a sua turma como para as demais classes e a comunidade. Por esse motivo, o regulamen-to deve ser elaborado e discutido por todos os alunos, com a orientação dos professores.

O torneio esportivo e o festival de dança, ginástica e luta não devem ser pensados como uma atividade específica da Educa-ção Física a ser realizada somente por essa disciplina. Pelo contrário: tal atividade re-presenta uma excelente oportunidade para a mobilização dos professores de outras disciplinas, da equipe gestora da escola e da comunidade, como um todo, em um pro-jeto coletivo que poderá ser extremamente motivador e bem recebido pelos alunos, por conter variadas e ricas possibilidades edu-cativas. Para as apresentações de dança, gi-nástica e luta, por exemplo, pode-se eleger um tema que seja também trabalhado por outras disciplinas e que tenha impacto na comunidade, como meio ambiente, violên-cia, perspectivas de trabalho, emprego etc.

Possibilidades interdisciplinares

O tema permite a aproximação com as disciplinas de Arte (confecção do material de di-vulgação e apreciação estética do evento), Matemática (quantificação e análise dos resulta-dos), Língua Portuguesa (interpretação das regras e informações das modalidades) e Língua Estrangeira Moderna (nomes específicos utilizados nas modalidades). Converse com os pro-fessores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa poderá favorecer a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada pelos alunos.

A Situação de Aprendizagem apresentada a seguir procura contemplar as várias fases do torneio esportivo e do festival de dança, ginásti-ca e luta, procurando envolver a totalidade dos

alunos em todas as fases do evento, do seu pla-nejamento (etapa 1) à avaliação final (etapa 4), passando, respectivamente, pelas fases de divul-gação (etapa 2) e de realização (etapa 3).

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 UM EVENTO DA ESCOLA É UM EVENTO DE TODA

A COMUNIDADE

Esta Situação de Aprendizagem pre-tende desenvolver com os alunos ele-mentos necessários para o planejamento,

divulgação, realização e avaliação do tor-neio esportivo e/ou do festival de dança, ginástica e luta.

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Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 5

Etapa 1 – O planejamento do torneio e do festival na comunidade

Inicialmente, a fim de que o torneio esportivo e o festival de dança, ginástica e luta na comu-nidade aconteçam de acordo com os objetivos educacionais intrínsecos à Educação Física, faz-se necessária a elaboração de um regula-mento que preveja as várias etapas do processo e estabeleça algumas diretrizes gerais. Por isso, é importante que esse regulamento seja elabo-rado com os estudantes, de modo que favoreça o protagonismo dos jovens alunos. Coordene as discussões, procurando mostrar a intenção pedagógica dos eventos, a responsabilidade dos alunos da 3a série na sua organização e realiza-ção junto das outras classes, o engajamento so-cial necessário para envolver a comunidade no evento e toda a complexidade de sua execução.

Nesse regulamento, devem estar previstas as modalidades esportivas a serem disputadas no torneio e as categorias de apresentação no festival de dança, ginástica e luta. Sugerimos a inclusão do maior número possível de mo-dalidades já desenvolvidas nas aulas, ou mes-

mo de outras manifestações da Cultura de Movimento. Uma opção pode ser sugerir aos alunos que aproveitem os jogos virtuais apre-sentados no Tema 3 – Contemporaneidade, trabalhando-os de modo integrado.

Sempre que possível, sugira a utilização de locais e instalações da comunidade, como: um campo para a prática de futebol de campo ou de atletismo; uma quadra com instalações para modalidades de difícil execução na escola; um salão para apresentações de dança ou de capo-eira. A busca por locais adequados e disponí-veis para os jogos e apresentações na vizinhan-ça pode ser realizada como uma das etapas da Situação de Aprendizagem do tema Lazer e trabalho, apresentado neste Caderno.

Sugerimos que o regulamento preveja a participação de todos os alunos em, no míni-mo, uma atividade esportiva ou uma dança, ginástica ou luta. Por outro lado, sugerimos que o regulamento também estabeleça que ne-nhum aluno possa participar de todas as mo-dalidades, ou que ele defina um número máxi-mo de modalidades nas quais o mesmo aluno possa participar, a fim de evitar qualquer tipo de privilégio aos alunos mais habilidosos ou voluntariosos.

Conteúdo e temas: planejamento, divulgação, realização e avaliação do torneio esportivo e/ou do festi-val de dança, ginástica e luta na comunidade.

Competências e habilidades: prever e identificar as várias fases de eventos esportivos e manifestações si-milares na comunidade, elaborando regulamentos específicos e organizando atividades de apoio; ana-lisar a importância da socialização das informações relativas aos eventos na comunidade, planejando diferentes formas de divulgação, tanto no interior da escola como na vizinhança; analisar formas de participar e vivenciar as várias etapas do evento de forma ativa, respeitosa, solidária e cooperativa, buscando a coordenação consensual das condutas de toda a comunidade; analisar a necessidade de avaliação dos eventos, registrando e documentando a sua realização, vinculando-a à preservação do processo histórico da unidade escolar e da comunidade.

Sugestão de recursos: canetas, papel, cartolina, papel para cartazes e pôsteres; bolas e materiais es-pecíficos de cada modalidade esportiva; aparelho de som; materiais e espaços específicos para cada apresentação (na escola e na comunidade); filmadora e máquina fotográfica (opcional).

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Com base nesses critérios, o processo de formação das equipes pode ser feito democra-ticamente em cada uma das turmas, incluindo a participação de pessoas da comunidade, ou for-mando equipes específicas para essas pessoas. Solicite aos alunos que escolham um represen-tante por equipe a fim de facilitar a comunica-ção entre eles e a coordenação geral dos eventos.

Converse com os jovens da comunida-de que não sejam alunos da escola, mas que participarão dos eventos. Explique os princípios, os objetivos e o caráter de participação e de não competitividade exacerbada dos eventos, esclarecendo que se trata de uma atividade escolar, que en-volve todos os alunos, sob sua orientação.

Sugere-se também que as regras sejam de-finidas com flexibilidade, a fim de possibilitar a efetiva participação de todos. Permita e es-timule, por exemplo, a formação de equipes mistas de meninos e meninas. As formas de disputa entre as equipes e os modos de apre-sentação devem estar previstos, podendo haver pontuação para as atividades, de modo que gere uma classificação final entre as equipes. Nesse caso, é necessário valorizar não apenas a equipe ou o grupo vencedor, mas todas as equipes participantes. É importante que os alunos percebam que, para obter um alto so-matório de pontos, uma classe ou um grupo deve participar de todas as modalidades.

Merece também atenção a questão da participação de alunos e de pessoas da co-munidade com deficiências ou com difi-culdades para a rea lização de algumas das atividades propostas. Nesse caso, as poten-cialidades e capacidades de realização de cada um devem ser discutidas e compreen-didas pelas equipes, de modo que assegure o respeito às diferenças.

Além do regulamento, é importante que sejam também previstas atividades de apoio,

como a definição de locais e instalações para jogos e apresentações, organização de tabelas dos jogos, as sequências das apresentações, o registro das atividades, súmulas, arbitragem etc. Procure formar grupos responsáveis para cada uma das atividades de apoio.

O evento pode mobilizar toda a escola, assim como a comunidade, na assistência e na torcida para suas classes ou equipes pre-feridas. Esse processo também pode ser edu-cativo, desde que gere a discussão sobre as formas atuais de torcida nos grandes eventos esportivos, fazendo mesmo um contraponto às eventuais manifestações de violência. O ato de torcer por uma equipe pode ser visto como uma atitude ativa, desde que haja respeito ao adversário e capacidade interpretativa e crite-riosa para entender por que uma equipe per-deu ou ganhou um jogo. A participação da comunidade vizinha à escola, assim como de familiares e conhecidos dos alunos, auxilian-do nos ensaios, na preparação de símbolos e na torcida para as equipes envolvidas, pode ser uma oportunidade ímpar, já que alguns bairros oferecem poucas oportunidades e lo-cais para apresentações artísticas e esportivas.

Professor, solicite aos alunos que relacionem e assinalem as alter-nativas nas questões presentes na seção “Para começo de conversa”,

no Caderno do Aluno.

Cerimônia de abertura dos jogos escolares em Pindamonhangaba (SP).

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Durante toda a Educação Básica, você e seus amigos vivenciaram diferentes expe-riências do Se-Movimentar. Hoje, seu uni-verso de experiências deve ser bem diferente daquele apresentado no início de sua vida escolar.

A proposta agora é organizar e desenvol-ver um festival de dança, ginástica e luta e/ou um torneio esportivo. Se na sua escola houver Ensino Fundamental, os colegas da 8a série/9o ano também devem participar da organização, conforme orientação dos pro-fessores de Educação Física.

Cerimônia de abertura dos jogos escolares no Estado de Sergipe.

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Vejamos o que você lembra ou sabe sobre o assunto:

1. Coloque C quando a característica se refe-re à competição de um torneio esportivo ou F quando se refere a um festival.

a) A classificação e os confrontos depen-dem dos resultados obtidos. ( C )

b) A ênfase está na criatividade e na diver-sidade de práticas corporais no mesmo evento. ( F )

c) O evento pode se estender por dias, se-manas ou meses. ( C )

d) Os confrontos são feitos segundo o agrupamento por gênero (masculino, feminino ou grupos mistos). ( C )

e) Não é necessária a presença de árbi-tros. ( F )

2. Quando o evento esportivo prevê o con-fronto, pelo menos uma vez, de todas as equipes ou atletas envolvidos, estamos nos referindo a:

a) campeonatos.b) festivais. c) gincanas.d) torneios.

3. Para realizar um festival é necessária muita or-ganização. Assinale as alternativas que se re-ferem a comissões que precisam ser formadas para garantir a realização de um bom evento:

a) organizadora.b) de arbitragem. c) de divulgação. d) de avaliação. e) de execução.

4. Eventos esportivos em que dificilmente to-dos os participantes se confrontam, pois têm caráter eliminatório, são:

a) campeonatos. b) festivais. c) gincanas.d) torneios.

5. São chamadas de eliminatórias simples as organizações de eventos esportivos em que os participantes:

a) são eliminados assim que sofrem a pri-meira derrota.

b) são eliminados após a segunda derrota consecutiva.

c) são eliminados após a terceira derrota consecutiva.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

d) são classificados pelos pontos obtidos no total de confrontos realizados.

6. Os eventos esportivos da escola podem ser constituídos por (pode haver mais de uma alternativa):

a) jogos cooperativos.b) esportes coletivos.c) lutas.d) esportes individuais.

Provavelmente seu professor de Educação Física, após uma conversa com sua turma e com os demais colegas da escola, definirá que tipo de evento ou eventos vocês irão promo-ver na escola. Pode ser que vocês optem por realizar um festival que envolva todas as práti-cas corporais estudadas ao longo do período, como as diferentes atividades rítmicas, ginás-ticas e lutas, e também um torneio esportivo. Mas pode ser que vocês realizem apenas um dos eventos. Isso dependerá das decisões de vocês, das pautas no planejamento anual e da disponibilidade de local, recursos materiais, pessoal e tempo. De qualquer forma, vocês serão convidados a se reunir em grupos, com-pondo as comissões organizadoras do evento.

O coordenador geral provavelmente será um dos professores de Educação Física da escola. Cada comissão terá papéis a serem desempenhados e, para alcançar o objetivo, é necessário que todos saibam as tarefas e que as desenvolvam bem. A colaboração mútua é muito importante para o êxito e a promoção de um evento bonito, alegre e bem organizado. Todas as comissões são relevantes e trabalham por um único objetivo. Não há comissão de maior ou menor importância.

Etapa 2 – A divulgação do torneio e do festival na comunidade

É essencial discutir com os alunos a impor-tância da divulgação do evento em suas várias

etapas, tanto na apresentação do regulamento a todos os participantes (antes ou durante a sua realização) como na informação dos horários de jogos e das apresentações, dos resultados, da classificação das equipes, dos artilheiros etc. Forme equipes responsáveis pelas várias eta-pas de divulgação e estabeleça com os alunos formas e canais de divulgação do evento. Por exemplo, uma equipe poderá ficar responsável pela criação e manutenção de um mural, em lo-cal de fácil visibilidade na escola; outra, pela divulgação do evento nas salas de aula; uma terceira, pela confecção de cartazes e pôsteres; uma quarta, pela divulgação do evento junto à equipe gestora da escola, funcionários e demais professores; uma quinta, pela sua divulgação na comunidade em torno da escola, como em pontos comerciais, igrejas, centros comunitá-rios, e assim por diante. Se houver condições, pode haver, ainda, um grupo responsável pela criação de um blog relativo ao evento.

Professor, coordene a pesquisa com os alunos organizados em três grupos para que completem os quadros presentes na seção

“Pesquisa em grupo”, no Caderno do Aluno.

A união faz a força!

Para a organização de um evento, algumas particularidades devem ser consideradas. Com base na decisão da classe e da escola, serão orga-nizados os grupos de pesquisa. Se a escola fizer o festival e o torneio, há necessidade de grupos para as questões específicas de cada atividade.

Depois que o evento for definido, seu grupo vai usar um dos quadros propostos a seguir, a fim de registrar o levantamento necessário para a realização das atividades. Se vocês fizerem parte da comissão de organização, vejam o Quadro I. Se vocês forem responsáveis pela parte dos esportes – individuais ou coletivos –, vejam o Quadro II. O Quadro III será usado para o festival.

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Quadro I: decisões tomadas pelas comissões

No caso das competições de diferentes es-portes – individuais e coletivos –, existem par-ticularidades. Com seu professor, identifiquem o que envolve a competição, que material é preciso (peso, disco, sarrafos, suporte para sar-rafo, colchões, trena, cronômetros, tabuleiros, computadores, rampas etc.), qual a duração média das provas, se os alunos podem ser os árbitros ou não, como se identificam os parti-cipantes (como é a numeração dos atletas no

esporte e qual a forma de apresentação, ou seja, usam uniformes?), se haverá premiação, quando e qual será a duração da competição etc. Quanto aos esportes coletivos, o procedi-mento é o mesmo. O quadro a seguir auxilia-rá no registro das informações para os grupos que ficarem responsáveis pela organização do torneio esportivo. Coloquem os resultados no quadro, conforme o caso (esporte individual ou coletivo).

Quadro II: providências e ações para o torneio esportivo

Esporte

Modalidade

Espaços disponíveis

Material necessário

Arbitragem

Inscrições

Definição dos oponentes (sorteios?)

Definição dos vencedores (eliminatórias, semifinais, finais etc.)

Registro dos resultados (mesários? súmulas?)

Outras informações relevantes

Comissões Providências e ações

Comissão organizadora ou de planejamento

Comissão de divulgação

Comissão técnica

Comissão do cerimonial

Comissão de avaliação

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Lembrete

Definam um nome e criem um logotipo para o evento. Isso fortalece o evento à medida que o tempo passa e contribui para criar uma cultura local. Procurem informações sobre os cam-peonatos de diferentes esportes ou eventos, como a Olimpíada de Matemática ou de Redação. Veja um exemplo: a imagem ao lado é a logomarca dos Jogos Olímpicos do Rio de Janei-ro, sede em 2016 no Brasil (você pode acessar o site dos Jogos Olímpicos de 2016 no endereço: <http://www.rio2016.com/>, acesso em: 14 mar. 2014). Pensem no logotipo do festival e/ou torneio de sua escola. Vocês podem até fazer um concurso interno, o que seria muito legal, não acham?

As respostas serão variadas e dependem do empenho de cada grupo designado para a respectiva comissão. Espera-se que cada comis-

são apresente propostas de providências e ações para cada item que compõe o quadro orientador da tarefa. Caso os alunos encontrem

alguma dificuldade, é importante que o professor auxilie nas orientações complementares, sugerindo que procurem outros colegas

professores, pessoas do bairro acostumadas a promover eventos (clubes, igrejas, prefeitura etc.) e, por fim, completem as atribuições a

partir de uma apresentação geral e de um debate entre os alunos da própria sala.

Quadro III: providências e ações para o festival de dança, ginástica e luta

Festival de dança, ginástica e luta

Categorias

Espaços disponíveis

Material necessário

Inscrições

Ordem de apresentação

Outras informações relevantes

Após obter os dados, cada comissão deve elaborar sua proposta, escolhendo as ações que julgar mais convenientes para o resultado do evento, segundo as condições disponíveis. As

decisões do grupo ou da comissão deverão ser apresentadas na reunião geral da comissão orga-nizadora para aprovação final e devem ser pos-tas em ação segundo o cronograma do evento.

Registre aqui as decisões da comissão/grupo.

Comissão/grupo:

Logotipo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.

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Etapa 3 – A realização do torneio e do fes-tival na comunidade

Após as fases de planejamento coletivo dos eventos e de formação dos grupos para as ati-vidades de apoio e de divulgação, é hora de desencadear a realização efetiva das atividades. Procure reunir os grupos a fim de estabelecer um plano de realização dos eventos, incluindo: definição de horários para jogos e apresenta-ções, divisão e otimização dos espaços para realização das atividades, registros das apre-sentações e súmulas dos jogos etc. Com base nesse plano, procure coordenar e supervisionar as condições de realização dos eventos, sobre-tudo das atividades realizadas fora da escola. É importante também definir um meio de comu-nicação rápido e periódico com os representan-tes de cada equipe, a fim de resolver problemas urgentes que possam ocorrer durante o torneio esportivo e o festival de dança, ginástica e luta.

Figura 13 – Torneio esportivo: basquete de rua (streetball).

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Figura 14 – Festival de ginástica: ensaiando para a apresentação.

Figura 15 – Festival de dança: dança de rua (streetdance).

Professor, faça uma análise com os alu-nos sobre as considerações apresentadas na seção “Curiosidade”, para que elaborem a tabela de jogos solicitada na seção “Lição de casa”, no Caderno do Aluno.

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Curiosidade

Você sabe como elaborar uma tabela de jogos? Vamos às dicas para uma eliminatória sim-ples. Em caso de dúvidas, consulte seu professor de Educação Física, que poderá auxiliá-lo.

Primeiro, você deve saber quantos atletas ou equipes participarão do evento e quantos jogos serão realizados, pois temos de definir o número de jogos por dia e em quantos dias será realizada a competição. Dependendo do número par ou ímpar de equipes ou atletas, as chaves poderão ter diferentes configurações. Confira os exemplos.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Exemplo 1: 8 equipes (n). Quantos jogos serão realizados (no de jogos)? Faça a seguinte conta: no de jogos = n – 1. Resolução: no de jogos = 8 – 1 = 7. Logo, teremos 7 jogos. Para definir a posição de cada equipe na tabela, sugere-se um sorteio.

Veja como fica a tabela (os números nos círculos correspondem aos jogos):

Se a previsão é de dois jogos por dia, quantos dias de jogos haverá? Se são sete jogos, e em cada dia serão realizadas duas partidas, então serão três dias com dois jogos e um dia para a final.

Exemplo 2: 6 equipes (n). Quantos jogos serão realizados (no de jogos)? Faça a seguinte conta: no de jogos = n – 1. Resolução: no de jogos = 6 – 1 = 5. Logo, serão 5 jogos. As equipes que disputam o jogo 3 farão uma rodada a menos.

Exemplo 3: 7 equipes (n). Quantos jogos serão realizados (no de jogos)? Faça a seguinte conta: no de jogos = n – 1. Resolução: no de jogos = 7 – 1 = 6. Logo, serão 6 jogos. Uma das equipes será chamada de cabeça de chave, pois ela estará sobrando na primeira rodada de jogos. Veja como é interessante fazer o sorteio, para não favorecer uma equipe. Caso alguma

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equipe seja muito superior às demais, a comissão organizadora poderá decidir colocá-la como cabeça de chave. Consulte seu professor de Educação Física para mais detalhes.

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Vocês resolveram organizar um torneio interclasses de futsal e fi-zeram as inscrições das equipes. Surgiram 14 equipes interessadas.

Quantos jogos serão realizados? Como fica a tabela em uma eliminatória simples?

14 equipes (n).

Faça a seguinte conta: número de jogos = n – 1.

Resolução: número de jogos = 14 – 1 = 13. Logo, haverá 13 jogos.

Nesse caso, veja como é importante fazer o sorteio para evitar

o benefício a alguma equipe. Duas equipes ficarão como ca-

beças de chave e entrarão no jogo apenas na segunda rodada.

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Etapa 4 – A avaliação do torneio e do festival na comunidade

É importante que os eventos sejam docu-mentados e avaliados, para que se possa com-preender seus pontos positivos e negativos, reconsiderar estratégias e valorizar o trabalho coletivo dos alunos. Dessa forma, reúna os alunos após o encerramento, a fim de recupe-rar com eles as várias fases de cada evento, do seu planejamento à realização.

O registro de atividades como essas é tam-bém importante para a preservação da memória dos fatos e dos acontecimentos que marcam a história de uma instituição escolar e de sua co-munidade. Durante o evento, forme um grupo de registro e documentação que circule pelos jo-gos e pelas apresentações, colhendo depoimen-tos de alunos participantes, professores, equipe gestora, torcedores etc. Procure registrar alguns dos momentos dos eventos por meio de fotogra-fias ou filmagens. Esses registros serão apresenta-dos posteriormente a toda a comunidade, em um mural de fotografias ou em uma sessão de vídeo.

Professor, solicite aos alunos que assinalem com V ou F e, depois, marquem a afirmativa correta nas questões apresentadas na se-

ção “Você aprendeu?”, no Caderno do Aluno.

1. Assinale as informações com V (verdadei-ra) ou F (falsa):

a) O festival é um evento que visa à inte-gração e à participação. ( V )

b) A organização de um festival pressu-põe a participação de diferentes pes-soas, cada qual com suas atribuições. Geralmente são organizadas em gru-pos (comissões) que desempenham ati-vidades afins. ( V )

c) A organização de um festival envolve várias comissões, entre elas a comissão de arbitragem. ( F )

d) A comissão do cerimonial é responsá-vel, entre outras coisas, pela abertura e pelo encerramento do festival. ( V )

e) Todo festival precisa ter premiação para os participantes que alcançarem o pri-meiro, o segundo e o terceiro lugar. ( F )

2. Assinale a afirmativa correta:

2.1. Um evento esportivo em que todos jo-gam contra todos é um:

a) torneio.b) campeonato.c) encontro entre amigos.

2.2. Um torneio de eliminatórias simples, realizado entre 64 equipes, terá:

a) 63 jogos.b) 64 jogos.c) 65 jogos.

2.3. Um torneio entre 16 equipes, com eli-minatória simples, com dois jogos por dia, prevendo um dia para a final, terá a duração de:

a) 6 dias + 1 dia para a final.b) 7 dias + 1 dia para a final.c) 8 dias + 1 dia para a final.

2.4. Na organização de um evento esporti-vo, a cerimônia de abertura inclui:

a) desfile das equipes e premiação.b) desfile das equipes e os primeiros con-

frontos.c) desfile das equipes e juramento dos

atletas.

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ATIVIDADE AVALIADORA

Após o encerramento do evento, solici-te aos alunos que redijam um texto em que avaliem o torneio esportivo e o festival de dança, ginástica e luta como um todo. Peça que entrevistem algum aluno de outra série/ano e um membro da comunidade que tenha participado dos eventos para analisar o en-volvimento dessas pessoas com as seguintes questões:

Quais os pontos positivos detectados? E os negativos?

Como podem ser melhorados? Qual era a expectativa com relação aos eventos e em que medida ela foi atingida?

Como participou? Como torceu? Como se relacionou com a sua equipe e com as equipes adversárias?

Solicite aos alunos que apresentem as res-postas em uma folha avulsa, em um sistema de rodízio; ou seja, cada aluno entregará sua folha a um colega que deverá redigir, na mes-ma folha, um breve comentário sobre as res-postas obtidas pelo outro em sua entrevista. Após a devolução das respostas comentadas aos seus autores, solicite aos alunos que ana-lisem os comentários e façam uma síntese das respostas apresentadas. É importante que to-dos os alunos se manifestem e se vejam como protagonistas de todo o processo, percebendo que sem o seu envolvimento e sem essa organi-zação coletiva o evento não teria acontecido.

Professor, faça uma reflexão e experi-mente com os alunos as considera- ções apresentadas na seção “Aprenden-do a aprender”, no Caderno do Aluno.

Relaxar é importante também!

Ao longo de sua vida escolar, você aprendeu muito sobre saúde, qualidade de vida e benefí-cios da atividade física. Espera-se que tenha levado e leve para a sua vida hábitos que possam auxiliá-lo nesse sentido. Que a prática da atividade física faça parte do seu dia a dia, que continue a melhorar suas capacidades físicas, e a proporcionar horas de lazer e bem-estar.

Neste último volume do Ensino Médio, vamos falar um pouco sobre o relaxamento. É comum ouvir as pessoas se queixarem do estresse acumulado após horas de trabalho ou após dias seguidos de sobrecarga emocional e física. Algumas pessoas conseguem aliviar as tensões com atividades de lazer: pescando, jogando, indo ao cinema, nadando, fazendo uma caminhada em um parque, visitando amigos ou assistindo a um bom programa de TV. Outros, entretanto, têm dificuldades de relaxar mesmo realizando atividades dessa natureza.

Pensando nisso, seguem algumas dicas para você relaxar. Experimente-as! Se você não precisa desse tipo de proposta, talvez possa ajudar alguém de seu círculo familiar ou de amizade que esteja precisando dessas dicas. Seguem algumas sugestões, e outras poderão ser pesquisadas em livros, revistas ou mesmo na internet. Bom relaxamento!

1. Após um dia “daqueles”, relaxe! Tome um banho com temperatura agradável, que estimula a circulação periférica e dá uma sensação de bem-estar. A seguir, sente-se naquele lugar preferido de sua casa, de forma bem cômoda, feche os olhos e faça algumas inspirações pro-fundas e lentas, expirando lentamente. Procure se concentrar na respiração. Se você gostar

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de música, coloque uma música lenta, com som baixinho. É importante que o ambiente esteja tranquilo, com pouco ruído. Procure pensar em coisas boas, lugares bonitos, cenas agradáveis. No começo pode ser difícil, mas com o tempo você vai conseguir concentrar-se e realizar o exercício. Se adormecer, não faz mal. Provavelmente você estava precisando disso.

Depois, com a ponta dos dedos das mãos, faça movimentos circulares, lentos e suaves, na região das têmporas. Passe para o couro cabeludo, realizando movimentos circulares com os dedos em toda a região da cabeça. Se houver algum ponto mais dolorido, faça o movimento nessa região por mais tempo. Finalize o relaxamento colocando todos os dedos das mãos entre os cabelos e feche a mão suavemente. Você sentirá os cabelos sendo puxados. Perma-neça na posição por aproximadamente dez segundos, mude a posição das mãos e repita o movimento. Se preferir, poderá realizar o relaxamento utilizando uma bolinha de tênis. Veja as fotos a seguir.

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2. Ai, que dor! Ai, que cansaço! Você está assim? Passou boa parte do dia em pé, caminhou muito ou foi para a balada, dançou o que pôde e seus pés e pernas estão acabados? Seu corpo está um “bagaço”? Então experimente relaxar fazendo uma automassagem.

a) Tire os sapatos (e meias, se for o caso) e sente-se confortavelmente no solo ou em uma cadeira, cruze uma perna sobre a coxa e, com os dois polegares, massageie a sola do seu pé, realizando movimentos circulares, de dentro para fora. Repita o procedimento no dorso do pé. Se houver um ponto mais dolorido, faça a massagem por mais tempo nesse local. Não pressione muito. Os movimentos devem ser suaves e suportáveis. Puxe suavemente cada um dos dedos dos pés e movimente-os, lentamente, de forma circular. Com gestos suaves, suba as mãos pela perna e pela coxa, repetindo os movimentos. Uma delícia, não? Ao terminar a massagem na primeira perna, feche os olhos e procure sentir a perna massageada, comparando as sensações dessa perna com as da outra que não foi trabalhada. Agora, faça o mesmo com a outra perna.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

b) Massageie as suas mãos, seguindo as mesmas orientações apresentadas para os pés. Faça movimentos circulares com a ponta do polegar na palma da mão. Puxe suavemente os dedos e circule-os lentamente. Massageie o dorso das mãos e, depois, passe para o ante-braço e o braço.

c) Passe para os ombros e, depois, para a região das axilas, do tórax, da cintura e do abdo-me. Se preferir, pode usar as bolinhas de fisioterapia ou uma bolinha de tênis (que é mais dura, mas pode provocar dor se fizer muita pressão). A bolinha também pode ser usada nos membros inferiores (pés, pernas e coxa) e superiores (mãos, antebraço e braço).

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d) Por fim, complete o relaxamento deitando-se sobre a bolinha, de modo que ela fique sob a musculatura lateral da coluna vertebral (se desejar, pode encostar a cabeça no chão). Permaneça assim por alguns segundos e mude a bolinha de posição até sensibilizar toda a extensão da coluna, da região do cóccix até a cervical. Depois de massagear um dos lados, tire a bolinha e feche os olhos, procurando comparar os dois lados. Veja o que mudou. O cansaço diminuiu? Agora faça tudo novamente, mas do outro lado.

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PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas da Si-tuação de Aprendizagem, alguns alunos pode-rão não apreender os conteúdos ou desenvolver as habilidades da forma esperada. É necessário então que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades.

Especificamente, com relação à realização do torneio esportivo e do festival de dança, ginástica e luta na comunidade, uma sugestão é retomar com os alunos as várias fases desen-volvidas (planejamento, divulgação, realização

e avaliação), para então propor a criação de outro evento semelhante por eles.

O que fariam? Como planejariam sua realização? Como o divulgariam? Como avaliariam o processo?

São algumas questões que podem suscitar o debate entre os alunos, com sua mediação. Você pode ainda solicitar a redação de um texto no qual os alunos retomem as fases para a reali-zação dos eventos.

Professor, solicite aos alunos que una as letras por uma linha, tentando formar diferentes pala-vras na seção “Desafio!”, no Caderno do Aluno.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Desafio!

Una as letras por uma linha, tentando formar diferentes palavras. Quanto maior o núme-ro de palavras formadas, maior é o seu vocabulário. Depois de formadas, procure identificar quais delas são relacionadas a festivais ou campeonatos esportivos. Exemplo: TORCIDA – está presente em competições e também em festivais.

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Algumas palavras que podem ser formadas a partir do diagrama e que estão associadas a festivais e campeonatos: torcida, meda-

lha, árbitro, atleta, música, som, ponto, tabela, suor etc.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livro

YOSHINAGA, Gilberto. Nelson Triunfo: do sertão ao hip-hop. São Paulo: Shuriken, 2014. Apresenta a trajetória de vida de Nelson Triun-fo e sua influência histórica na dança de rua em São Paulo, incluindo também informações so-bre o processo de desenvolvimento da cultura hip-hop no Brasil. Há, ainda, uma reportagem relacionada a um filme sobre o artista. Disponí-vel em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/ sptv-1a-edicao/v/vida-de-nelson-triunfo-o- pai-do-hip-hop-no-brasil-vira-filme/2704780/>. Acesso em: 24 abr. 2014.

Artigos

REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Al-cides José; SILVA, Sidney Aparecido Dias da; GOMES, Thales Marcel Ribeiro; PESUTO, Claudinei de Lima; BACCARELLI, Walter.

Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia do esporte para fazer a diferença na escola. Pensar a Prática, Goiânia, v. 11, n. 1, 2008. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/viewArticle/ 1207/3279>. Acesso em: 12 nov. 2013. O ar-tigo apresenta uma proposta para as compe-tições escolares, sistematizada por princípios pedagógicos e metodológicos.

SCAGLIA, Alcides José; MEDEIROS, Mara; SADI, Renato Sampaio. Competições pedagó-gicas e festivais esportivos: questões pertinentes ao treinamento esportivo. Revista Virtual EF Artigos, Natal, v. 3, n. 23, abr. 2006. Disponível em: <http://efartigos.atspace.org/esportes/artigo 68.html>. Acesso em: 7 jan. 2014. O objetivo do artigo é socializar o tema competições pedagógicas e festivais esportivos como

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conteúdo a ser ensinado aos alunos nas aulas de Educação Física.

Filme

High school musical. Direção: Kenny Ortega. 2006. EUA. 87 min. Livre. Apresenta a realização de eventos simultâneos em uma escola de Ensino Médio, enfatizando as preferências dos alunos pelo evento de caráter esportivo ou artístico.

Site

Virada Esportiva. Disponível em: <http://www.viradaesportivasp.blogspot.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2013. Traz informações so-bre a organização de um amplo evento espor-tivo, realizado em espaços públicos na capital do Estado de São Paulo. Também apresenta possibilidades de integrar vários elementos da Cultura de Movimento.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

TEMA 5 – LAZER E TRABALHO – O LAZER NA COMUNIDADE ESCOLAR E EM SEU ENTORNO

No início deste Caderno, abordamos o tema Lazer e trabalho com base na relação existente entre esses dois conceitos, mostrando como o fenômeno do lazer na sociedade industrial relaciona-se com o surgimento de um tempo de não trabalho. Naquele momento, o lazer também foi enfatizado como um direito do

Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno de modo integrado ao Tema 6.

cidadão e um dever do Estado, não sendo con-siderado, portanto, apenas um descanso do trabalho ou mera distração, mas “um tempo e lugar de construção da cidadania e exercí-cio de liberdade” (MASCARENHAS, 2003, p. 10). Nesse sentido, a proposta aqui apre-sentada defende um lazer emancipador, que não apenas propicie determinadas experiências interessantes às pessoas, mas que possa levá-las a aprender coisas novas, a serem mais autôno-mas e a compartilhar esse conhecimento com outras pessoas.

Para tratar dos vários fatores que limitam nosso tempo livre para o lazer, sugerimos que apresente e interprete a seguinte “fórmula” para os alunos:

TL = TT – (Trab + Transp + Desc + Alim + Hig + ES)

TL significa tempo livre. As atividades de lazer podem ser caracterizadas como a parte mais evidente desse fenômeno que ocorre no tempo livre. O propósito da fórmula é evidenciar a escassez ou o pouco aproveitamento desse tempo, “livre” de quaisquer outras atividades.

TT significa tempo total. Ele pode ser apresentado como as 24 horas de um dia, ou como o total de uma semana ou de um mês para o cálculo do tempo livre. Neste item, pode-se dis-cutir a relativização do tempo total, como nos meses de férias escolares, por exemplo, em que parece haver “mais tempo” disponível.

Trab significa o tempo destinado ao trabalho (e/ou aos estudos). Note que, se do tempo total for subtraído apenas o tempo de trabalho, teremos o “tempo liberado” das atividades laboriosas, que não é completamente “livre” de outros afazeres cotidianos.

Transp significa o tempo necessário para o transporte entre a residência e o local de traba-lho (e/ou à escola), e para outros deslocamentos em nossas atividades diárias.

Desc significa o tempo necessário ao descanso e ao sono diários.

Alim significa o tempo necessário para a alimentação.

Hig significa o tempo necessário para a higiene pessoal.

ES significa o tempo destinado a outras atividades de engajamento social, que não são necessariamente voltadas ao lazer, como a participação em trabalhos voluntários, cultos reli-giosos, grupos comunitários, associações de bairro, atividades sindicais etc.

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Ao abordar o tema lazer e trabalho, dis-cutimos também as dificuldades de acesso às oportunidades de lazer, quer pela falta de atenção do poder público, quer pela carência de recursos por parte da população, quer pela falta de uma cultura voltada para o lazer. E é nesse sentido que a escola, e a Educação Fí-sica escolar, em especial, assumem um papel decisivo, contribuindo para a criação de uma Cultura do Lazer, que transforme o gosto pelo lazer em ações que levem a oportunidades de prática efetiva.

A Educação Física pode oferecer aos seus alunos, ao longo das várias séries/anos, uma educação para e pelo lazer. Para tanto, é im-portante que os conteúdos da Educação Fí-sica que compõem a Cultura de Movimento (esporte, jogo, ginástica, luta e atividade rít-mica) tornem-se significativos para os alunos e sejam por eles incorporados em suas vidas, usufruídos de modo autônomo e crítico em seus momentos de lazer.

Tal perspectiva de uma Educação Físi-ca voltada para o lazer torna-se ainda mais importante neste momento de conclusão da escolarização básica, em que os alunos estão sendo preparados para intervir na sociedade, de maneira crítica e reflexiva, e em sua comunidade, compartilhando das experiências adquiridas no processo de es-colarização.

Neste volume, a ênfase estará na percep-ção dos jovens com relação às suas possibi-lidades concretas de lazer, tanto em um âm-bito mais amplo, que os faça compreender a necessidade de políticas públicas voltadas para o lazer, como em um nível mais imedia-to, de perceber o lazer, ou a sua ausência, em sua comunidade.

O esporte, por exemplo, pode ser citado como um dos alvos de interesse relaciona-dos ao lazer, de grande parte dos jovens das camadas populares, e que começa a fazer parte de suas reivindicações. Sua implemen-tação, porém, é, muitas vezes, baseada em intenções assistencialistas ou em promessas de profissionalização dos jovens envolvidos (MELO, 2005).

Vários interesses e conteúdos podem ser identificados como lazer:

Físico-esportivos – as várias práticas es-portivas, ginástica, caminhadas, pesca etc.

Artísticos – pintura, música, cinema etc. Intelectuais – leitura, astronomia etc. Manuais – artesanato, jardinagem etc. Sociais – bailes, frequência a clubes e asso-ciações etc.

Turísticos – viagens, passeios etc.

É importante que os jovens concluintes do Ensino Médio consigam perceber essa dinâ-mica que envolve o lazer, tornando-se agentes sociais capazes de compreender suas necessi-dades e interesses nessa área, assim como os da comunidade em que vivem. Assim, pode-rão reivindicar opções de lazer, intervir na formulação de políticas públicas para o setor, detectar os espaços e equipamentos de lazer disponíveis no entorno da escola e formular estratégias de intervenção que otimizem e con-servem esses espaços.

Vale ressaltar, ainda, a possibilidade de a escola vir a se constituir como espaço de lazer da comunidade, ao catalisar a riqueza de ex-periências dessa comunidade em seu entorno e partilhar com pais e familiares de seus alunos as ricas experiências desenvolvidas no processo educativo formal.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Interesses e conteúdos do lazer

Figura 16 – Adolescente ouvindo música em uma praça.

Figura 17 – Jovens jogando futevôlei na praia.

Figura 18 – Jovens jogando bola no bairro. Figura 19 – Jovens andando de patins no parque.

Figura 20 – Meninas e meninos jogando futebol no parque.

Figura 21 – Torcedores em evento esportivo.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 AS OPÇÕES DE LAZER NA COMUNIDADE

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é possibilitar que os alunos identifiquem as op-ções de lazer existentes na comunidade local, discutindo-as. Depois, que selecionem e viven-

ciem algumas manifestações da Cultura de Mo-vimento em diferentes locais da comunidade e organizem uma “intervenção” com base nas ne-cessidades e nos interesses dos diferentes grupos.

Conteúdo e temas: espaços e equipamentos de lazer; lazer na comunidade.

Competências e habilidades: identificar as necessidades de lazer na comunidade; propor formas de or-ganização do tempo disponível a partir dos interesses e conteúdos do lazer; elaborar argumentos para problematizar a ausência de espaços de lazer.

Sugestão de recursos: mapa do bairro onde se situa a escola; câmera digital ou câmera do celular (opcional).

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 6

Etapa 1 – Reconhecendo diferentes espaços na comunidade

Providencie antecipadamente cópias de mapas dos arredores da escola (obtido em algum site ou guia de ruas locais). Organi-ze os alunos em grupos formados, preferen-cialmente, por meninos e meninas. Distribua os mapas aos grupos e solicite que situem a rua em que a escola está localizada. Solici-te, depois, que localizem suas próprias resi-dências e percebam a que distância elas se situam da escola. Solicite que marquem nos mapas o percurso de suas casas à escola e os locais que frequentam nos momentos de la-zer. Oriente-os a fazer legendas que identi-fiquem os diferentes espaços (clubes, praças, igrejas, campos de futebol, quadras, cinemas, teatros etc.).

Professor, solicite aos alunos que leiam o texto e, em seguida, res-pondam aos exercícios presentes na seção “Para começo de conver-

sa”, no Caderno do Aluno.

Ao longo de sua vida escolar você ouviu, debateu e estudou a respeito da qualidade de vida e de sua importância nos dias de hoje. En-tre os inúmeros aspectos associados a esse tema estão as questões trabalho e “não trabalho”, atividade física e sedentarismo.

Você sabia que boa parte do tempo da vida é despendida em trabalhar, estudar, deslocar-se de um lugar para outro, cuidados pessoais de higiene, alimentação, repouso ou preocupação com outras pessoas (atenção a filhos, familia-res dependentes, conhecidos) e também parti-cipando de atividades e compromissos sociais (trabalhos voluntários, cultos religiosos, asso-ciações de bairro etc.)? Já parou para analisar quanto tempo livre lhe resta para fazer coisas que não sejam obrigatórias e necessárias, só para fazer o que você gosta, para “curtir”, re-laxar, ou seja, com liberdade para fazer o que bem quiser do tempo livre?

Essa reflexão tem relação direta com a questão do trabalho e do “não trabalho”, que foi e ainda continua sendo motivo de muita polêmica e debate na sociedade em que vive-mos. Foram muitos os movimentos que busca-ram a redução da jornada de trabalho, o que

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Educação Física – 3a série – Volume 2

resultou na conquista de maior tempo livre dos trabalhadores e na necessidade de criar opções de lazer para ocupá-los de forma saudável. A questão da qualidade de vida também está as-sociada a essa equação, pois o estresse provo-cado pelo excesso de trabalho tem influenciado diretamente na saúde da população, entre ou-tros motivos, é claro.

1. Com base no texto, assinale as informa-ções com V (verdadeira) ou F (falsa):

a) O tempo disponível, em que a pessoa está liberada das obrigações profissio-nais, familiares, sociais e religiosas, é chamado de “tempo livre”. ( V )

b) Todo cidadão tem direito a conheci-mentos mínimos que lhe possibilitem a escolha e a realização de várias práticas no seu tempo de lazer. ( V )

c) Quem está liberado de obrigações, ou seja, tem “tempo livre”, tem boa quali-dade de vida. ( F )

2. Responda às questões:

a) As pessoas de sua família praticam ati-vidade física pelo menos três vezes por semana?

( ) Sim ( ) Não

b) Que atividades de lazer você pratica? Quantas vezes por semana?

c) Pesquise e assinale com um X os equi-pamentos públicos que existem no seu bairro e quais são frequentados por você.

Equipamentos públicos Existente Frequentado

Parques

Praças

Clubes e/ou centros esportivos

Quadras poliesportivas

Campos de futebol

Cinemas e/ou teatros

Museus

Bibliotecas e/ou casas de cultura

As perguntas têm caráter de sondagem para saber se o aluno

está atento às questões do seu meio familiar e comunitário,

portanto as respostas serão variadas. Recomenda-se que o

professor peça ao aluno que compare essas respostas com os

resultados obtidos na pesquisa de campo e o faça refletir so-

bre o quanto ele está atento às questões de sua comunidade.

Para refletir

Você frequenta espaços disponíveis em seu bairro ou em sua cidade? Acha que aproveita os equipamentos existentes? Reprograme-se para melhor usufruir da oferta do bairro.

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Etapa 2 – Percebendo espaços de lazer no entorno da escola ou do trabalho

Após a localização e a identificação dos tra-jetos e espaços disponíveis para o lazer, sugira aos alunos que realizem uma exposição oral, descrevendo esses locais. Nesta etapa, é impor-tante que você comente as distâncias percorri-das por alguns alunos no trajeto de suas casas à escola. Alguns moram nos arredores da escola, outros não.

Quantos alunos moram nos arredores da escola?

Quantos alunos são trabalhadores? Quais são as opções de lazer no entorno da escola?

Os espaços disponíveis no entorno da esco-la estão à disposição dos alunos?

Quais são as condições desses espaços para a prática do lazer?

Os alunos trabalhadores usufruem dos es-paços de lazer no entorno da escola ou no entorno do local de trabalho?

Quais são os locais na cidade para usufruir do lazer da preferência dos alunos? A esco-la é considerada um espaço para o lazer? Por quê?

A quadra da escola fica disponível para a comunidade nos fins de semana?

Os espaços de lazer atendem aos interes-ses dos jovens relacionados ao seu gênero? Explique.

Proponha aos alunos que façam duas listas com sugestões de locais de lazer no entorno da comunidade e em outras localidades do bairro ou da cidade. Peça que selecionem um dos locais apontados nas proximidades da es-cola para a realização de uma vivência.

Professor, solicite aos alunos que assinalem a alternativa cor-reta das questões presentes na seção “Você aprendeu?”, no Ca-derno do Aluno.

1. O tempo disponível, durante o qual a pes-soa está liberada de obrigações profissionais, mas está vinculada a atividades familiares, sociais e religiosas, é considerado:

a) tempo ocioso. b) tempo liberado. c) tempo livre.d) tempo vago.

2. Vários interesses e conteúdos podem ser identificados como lazer: físico-esportivos, artísticos, intelectuais, manuais, sociais, turís-ticos. Essa afirmação tem relação com:

a) tempo ocioso.b) tempo liberado.c) tempo livre.d) tempo vago.

3. Uma pessoa que gasta 8 horas no trabalho, 2 horas no transporte (considerando ida e volta), 5 horas com alimentação, higiene e atividades domésticas, 5 horas de repouso e 4 horas na escola tem como tempo livre:

a) 3 horas. b) 2 horas. c) 1 hora.d) não tem tempo livre.

4. Uma pessoa com 3 horas de tempo livre diário ocupa com suas obrigações e cuida-dos pessoais:

a) 21 horas diárias. b) 20 horas diárias. c) 19 horas diárias.d) 18 horas diárias.

Etapa 3 – Justificando as opções e escolhas de lazer

Cada grupo deverá escolher e justificar um local situado no entorno da escola para uma possível vivência. As opções poderão

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Educação Física – 3a série – Volume 2

variar conforme o número de alunos e gru-pos constituídos. Após a escolha, a turma de-verá avaliar as condições para uma possível vivência no local escolhido. Por exemplo, se o local escolhido for um clube municipal, é im-portante que verifiquem os dias e os horários da semana de atendimento do público em ge-ral, quais são as opções e os equipamentos disponíveis nesse clube (piscinas, quadras, teatro, cineclube, biblioteca etc.). Outros locais podem ser escolhidos pelos alunos, como praças (para a prática de skate, patins, xadrez, bocha etc.) ou parques públicos que ofereçam diferentes possibilidades e espa-ços às necessidades e interesses dos alunos.

Alguns parques oferecem exposições temáti-cas, grandes áreas para a prática de diferentes modalidades esportivas individuais e coleti-vas, promovem eventos musicais e oferecem, também, atrações e atividades gratuitas para os frequentadores, como passeios ciclísticos. A proposta do local, assim como da vivência a ser realizada, deverá ser submetida à sua apreciação, professor. Considere aspectos como segurança e adequação do espaço e dos equipamentos para a vivência sugerida.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apresentadas na seção “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

Curiosidade

Você sabia que o ser humano passa boa parte das 24 horas do dia envolvido com obriga-ções diárias, restando-lhe pouco tempo livre para o lazer? Qualidade de vida também inclui tempo para lazer e fruição, lembra? Existe uma forma muito simples para identificar como você ocupa as horas do seu dia.

Considere as 24 horas do dia como o tempo total (TT) disponível para a realização das atividades diárias. Some as horas gastas em atividades como trabalho (atividades domésticas e estudo também entram aqui), transporte (deslocamentos em geral), descanso (durante a noite e também a eventual “soneca” depois do almoço), alimentação (refeições de um modo geral), higiene, engajamento social (trabalhos voluntários, cultos religiosos, grupos comunitários, associações de bairro, atividades sin-dicais etc.). Se você cuida de outras pessoas (familiares, por exemplo), inclua o tempo gasto com eles também, pois todas essas atividades acabam sendo obrigações, necessidades. O tempo livre (TL) é o que resta, quando subtraímos do tempo total (TT) as horas gastas na realização das atividades obri-gatórias. Este é o tempo disponível para as atividades de livre escolha, sem compromissos formais, para o nosso lazer e deleite. Isso tudo pode ser expresso por uma fórmula:

TL = TT – (trabalho + transporte + descanso + alimentação + higiene + engajamento social)

Um exemplo prático: uma senhora trabalha 8 horas em uma indústria; tem 1 hora de almoço, demora ½ hora para tomar café e ½ hora para jantar; demora 1 hora para chegar ao trabalho e outra 1 hora para voltar; gasta, em média, 1 hora com a higiene pessoal durante o dia; dorme em média 6 horas por noite; pela manhã, gasta em média 1 hora para preparar o almoço das

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crianças; à noite, quando chega em casa, gasta em média 2 horas para cuidar da roupa, da casa e do jantar; 1 hora para cuidar das crianças (banho, alimentação e deveres de casa). Quanto tempo livre resta a essa senhora? Vejamos:

TL = 24 h – (8 + 1 + ½ + ½ + 1 + 1 + 1 + 6 + 1 + 2 + 1) h = 24 h – 23 h = 1 h

Resta-lhe uma hora para o lazer, se não surgir nenhum outro compromisso como um culto religioso, uma reunião na associação de amigos do bairro, uma consulta médica ou outra obri-gação que não pode deixar de fazer. Portanto, valorize o seu tempo livre durante toda a vida!

Etapa 4 – Organizando a vivência

Escolhido o local, os alunos deverão mo-bilizar a escola e a comunidade. É impor-tante que a comunidade e os familiares dos alunos tomem conhecimento das ações de-sencadeadas. Um boletim informativo, ela-

borado pelos alunos, pode ser um meio de veicular a proposta da escola de se apropriar dos espaços públicos na comunidade. Esta atividade poderá ser também realizada para-lelamente ao torneio esportivo e ao festival de ginástica, dança e luta, propostos neste mesmo volume.

ATIVIDADE AVALIADORA

Proponha aos alunos que realizem tarefa semelhante à sugerida na Etapa 1 (reconhe-cimento dos espaços na comunidade), acres-cida da localização de áreas da cidade mais frequentadas por eles em seu cotidiano. É im-portante que essas áreas sejam diferentes das apontadas na etapa mencionada.

Concluída a tarefa, sugira que identifiquem as diferentes opções de lazer nessas áreas e que as comparem com as opções de lazer que usufruem na comunidade local, considerando as seguintes questões:

Que práticas podem ser vivenciadas nos arredores do bairro e em outra localidade da cidade?

As opções são as mesmas para as diferentes localidades?

Quais são os motivos que justificariam as diferenças ou semelhanças dos locais?

Que espaços ou áreas subutilizados na co-munidade poderiam ser aproveitados para o lazer?

Outra possibilidade é sugerir aos alunos que registrem a experiência coletiva em fotos ou pe-quenos vídeos (câmera digital do celular ou equi-pamento similar) e que elaborem textos com ar-gumentos coerentes a respeito da experiência. Os textos serão então encaminhados às autoridades locais, sob a forma de relatório, solicitando infor-mações sobre os projetos e propostas de lazer em andamento no bairro ou na comunidade local.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros

MAGNANI, José Guilherme Cantor. Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade. São Paulo: Hucitec, 2003. Enfatiza os víncu-los de sociabilidade proporcionados pelo la-zer por meio de manifestações cotidianas nos bairros das grandes cidades.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudos do lazer: uma introdução. 4. ed. Campinas: Autores Associados, 2006. Composto por 39 pequenos textos e dirigido a um público am-plo, procura oferecer elementos para o en-tendimento das questões relativas ao lazer na vida cotidiana.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer e educação. Campinas: Papirus, 1995. Aborda as relações existentes entre o lazer, a escola e o processo educativo.

MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prá-tica da liberdade: uma proposta educativa para a juventude. Goiânia: UFG, 2003. Propõe-se a for-necer contribuições ao debate acerca do lazer em suas inter-relações com a educação, apresentando subsídios para a intervenção no campo do lazer.

MELO, Marcelo de Paula. Esporte e juventude pobre: políticas públicas de lazer na Vila Olím-pica da Maré. São Paulo: Autores Associados, 2005. Trata de questões referentes às atribui-ções do lazer como fenômeno salvacionista de jovens em situação de risco e critica a ausência de políticas públicas que apontem o lazer como um direito dos jovens, e não como profilaxia contra as drogas e o crime.

Sites

Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.turismo.sp.gov.br/>. Acesso em: 12 nov. 2013. Informações sobre eventos e programações em diferentes áreas do turismo, esportes radicais, estâncias, parques etc.

Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Es-tado de São Paulo: Parque da Juventude. Dis-ponível em: <http://www.selj.sp.gov.br/parque dajuventude/visitavirtual.htm>. Acesso em: 12 nov. 2013. Informações sobre diferentes eventos de lazer. Destaque para o Parque da Juventude, área que reúne diversas opções para os jovens.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário então que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmente ou em

grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades.

Uma possibilidade é que os alunos selecio-nem, em jornais locais ou da cidade, as opções de lazer e as afixem em um mural da escola, com comentários sobre as possíveis atividades que podem ser vivenciadas, relacionando-as com os interesses e conteúdos do lazer.

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Serviço Social do Comércio – SESC. Dispo-nível em: <http://www.sescsp.org.br/sesc/>. Acesso em: 12 nov. 2013. Instituição que oferece diferentes opções de lazer aos seus usuários em diversas localidades e realiza parcerias.

Artigo

ALVES, Vânia de F. N. Orientação pedagógica: o esporte como opção de lazer. Centro de Referência Virtual do Professor – SEE-MG/2005. Disponí-vel em: <http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=102063&tipo=ob&cp=BC6D0A&cb=&n1=&n2=Orientações%20Pedagógicas&n3=Ensino%20Médio&n4=Educação%20Física&b=s>. Acesso

em: 12 nov. 2013. Texto de caráter didático, trata dos interesses e conteúdos do lazer.

Tese

STOPPA, Edmur Antonio. Tá ligado mano: o hip--hop como lazer e resgate da cidadania. Campinas, 2005. Tese (Doutorado em Educação Física) – Fa-culdade de Educação Física, Universidade Esta-dual de Campinas. Disponível em: <http://cutter. unicamp.br/document/?code=vtls000377188>. Acesso em: 12 nov. 2013. Analisa o processo de organização de grupos de hip-hop no desenvolvi-mento de suas ações, com base na análise central dos significados do lazer de seus participantes, na busca de uma nova perspectiva de inserção social para os membros da comunidade.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

TEMA 6 – CORPO, SAÚDE E BELEZA – PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA E DO EXERCÍCIO FÍSICO NA COMUNIDADE ESCOLAR

Atualmente, as campanhas de prevenção e educação na área de saúde que visam à promo-ção de estilos de vida ativos estão amplamente disseminadas em nossa sociedade. As oportu-nidades de acesso a esses estilos de vida, po-rém, não são as mesmas para todos.

Como as polêmicas e as controvérsias a respeito da concepção de saúde subjacente aos projetos que estimulam a promoção da ativi-dade e dos exercícios físicos já foram tratadas na 1a série do Ensino Médio, neste volume o enfoque será dado às estratégias de interven-ção. Sem negar as oportunidades desiguais de acesso às atividades físicas ou as questões políticas envolvidas nas campanhas promo-cionais, a Situação de Aprendizagem aqui proposta enfatizará a possibilidade de o aluno ser um agente multiplicador dos conhecimen-tos elaborados durante sua escolarização.

Neste volume, a concepção do trabalho estará pautada, portanto, no conceito de pro-moção de saúde, que contempla a capacitação da comunidade para identificar seus anseios e modificar o ambiente no seu entorno, por

Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno integrado ao Tema 5.

meio da maior participação do grupo na per-cepção e no controle de sua qualidade de vida e das questões a ela relacionadas. Essa pers-pectiva procura atingir o plano social pela in-serção comunitária, em contraposição a uma postura individualista (frequentemente divul-gada pelas mídias), que nos leva a perceber a saúde de forma reducionista, como ausência de doenças.

Para que isso ocorra, é importante promo-ver e valorizar os saberes dos próprios alunos, instrumentalizando-os para a transformação de sua realidade e de si mesmos. Possibilitar seu acesso a informações coerentes e estimu-lar sua participação ativa nas ações de saúde de sua comunidade é igualmente importante. Essas características enfatizam as potenciali-dades das pessoas no convívio coletivo e ob-jetivam o desenvolvimento e a escolha de es-tratégias de ação que possam contribuir para a construção do processo de cidadania no âm-bito da saúde coletiva.

Nesse sentido, os alunos serão estimulados a investigar e a intervir na comunidade esco-lar (famílias, alunos, funcionários, professores e gestores), com relação à prática de ativida-des e exercícios físicos e às suas necessidades a esse respeito.

Possibilidades interdisciplinaresAs etapas desta Situação de Aprendizagem poderão ser realizadas em conjunto com os

professores de outras disciplinas, como Língua Portuguesa (na elaboração do questionário e do material de divulgação), Matemática (na tabulação e interpretação dos dados) e Arte (na confecção e na exposição do material de divulgação).

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Inicialmente, os alunos identificarão os conhecimentos e os hábitos da comunidade escolar em relação à prática de atividades físicas relacionadas à saúde e às suas neces-

sidades e interesses a esse respeito. Posterior-mente, elaborarão materiais informativos so-bre o assunto por meio de pesquisa orientada pelo professor.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7 FORMANDO AGENTES MULTIPLICADORES

Conteúdo e temas: interesses e necessidades da comunidade com relação à prática de atividade física e exercício físico; promoção da atividade física e do exercício físico.

Competências e habilidades: identificar conhecimentos, interesses e necessidades da comunidade com relação à prática de atividade física e exercício físico; selecionar e organizar informações referentes aos benefícios da prática de atividades e exercícios físicos para divulgação junto à comunidade.

Sugestão de recursos: cartolinas; papéis; canetas; computador/internet.

Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 7

Etapa 1 – Pesquisando na comunidade

Elabore com os alunos um questionário para ser aplicado junto à comunidade escolar (incluindo as famílias dos alunos), destacando questões sobre os conhecimentos que possuam em relação à prática de atividade física e seus benefícios à saúde, seus hábitos com relação a esta, as possibilidades concretas de prática no bairro, os fatores impeditivos ou limitantes, seus interesses e necessidades. Divida a turma em grupos de cinco ou seis alunos e distribua--os para aplicar os questionários entre os alu-nos das demais séries do Ensino Médio, profes-sores, funcionários e gestores da escola. Cada aluno ficará também responsável pela aplica-ção do questionário entre os membros de sua própria família.

O roteiro de questões deverá versar sobre a incidência de doenças hipocinéticas, inte-resses sobre saúde, esporte, atividade física/exercício, conhecimentos sobre benefícios e riscos na prática de atividades físicas/exercí-

cios, sugestões de atividades, recursos e infra-estrutura necessários.

Professor, coordene a pesquisa com os alunos organizados em grupos para que preencham as planilhas na seção “Pesquisa em

grupo”, no Caderno do Aluno.

Sob orientação de seu professor, identifique com seu grupo os equipamentos públicos que não existem no bairro, mas que estão dispo-níveis na cidade ou em bairros vizinhos mais próximos (Quadro I). Além disso, cada aluno do grupo deverá fazer com seus colegas uma pesquisa dos hábitos da comunidade: professo-res, colegas, funcionários, direção, familiares, amigos e conhecidos, entrevistando pelo menos duas pessoas (Quadro II).

Assinalem os equipamentos existentes em um mapa da região. Após a realização da pes-quisa de campo, reúnam os dados coletados pe-los colegas da classe para obter uma visão geral dos equipamentos disponíveis no bairro ou na cidade. Lembre-se de utilizar a fórmula para o cálculo do tempo livre sugerida neste volume.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Quadro I: identificando os equipamentos de lazer e de prática de atividade física

Itens pesquisados Resultados

Tipo de equipamento (academia, quadra, clube, parque etc.)

Endereço

Programação/ atividades oferecidas

Público atendido (faixas etárias)

Horários de funcionamento e dos programas

Requisitos para frequentar o espaço (docu-mentos, ser associado, idade, pagamento de taxa de adesão, mensalidades etc.)

Possibilidades de acesso de pessoas com deficiência (adequação arquitetônica,

programas etc.)

Distância entre o equipamento e a escola

Outras informações

Quadro II: identificando hábitos da comunidade

Entrevistado 1 Resultados

Grau de parentesco com o entrevistado

Quantas horas trabalha por dia?

De quanto tempo livre dispõe por dia ou semana?

O que faz nas horas livres?

Pratica atividades físicas regularmente durante a semana? Quais?

Onde e em que horários?

Quais são os motivos que o levaram a praticar atividades físicas?

Como se sente após as atividades físicas?

Gostaria de realizar outras atividades? Quais?

Poderia citar alguns benefícios que a prática da atividade física proporciona?

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Entrevistado 2 Resultados

Grau de parentesco com o entrevistado

Quantas horas trabalha por dia?

De quanto tempo livre dispõe por dia ou semana?

O que faz nas horas livres?

Pratica atividades físicas regularmente durante a semana? Quais?

Onde e em que horários?

Quais são os motivos que o levaram a praticar atividades físicas?

Como se sente após as atividades físicas?

Gostaria de realizar outras atividades? Quais?

Poderia citar alguns benefícios que a prá-tica da atividade física proporciona?

Espera-se que os alunos identifiquem equipamentos de lazer

em bairros vizinhos e/ou na cidade que possam ser utilizados

por eles, que levantem a oferta de atividades e horários, além

das exigências para frequentá-los, de tal forma que possam

ter um panorama das opções da região. Nas entrevistas espe-

ra-se que os alunos consigam identificar entre as pessoas de

sua convivência (dentro e fora da escola) os hábitos de vida

que têm e a disponibilidade de horas livres para dedicar-se

a atividades de lazer. Também se espera que percebam, na

coleta de informações, o nível de esclarecimento das pessoas

a respeito do tema tratado, ou seja, os benefícios da atividade

física e do lazer na busca da qualidade de vida.

Etapa 2 – Elaborando materiais de divulgação

Proponha aos alunos que façam, ainda em grupos, uma tabulação dos dados obtidos nos questionários. Auxilie-os na interpretação dos

resultados, buscando identificar os conteúdos mais frequentes nas respostas e os aspectos sobre os quais a comunidade possui menos informações. Essa análise deverá orientar a elaboração, por parte dos alunos, de folhetos ou cartazes explicativos que serão apresenta-dos na escola e expostos para a comunidade.

O conteúdo do material de divulgação pode versar sobre a influência da prática de atividade física/exercício físico sobre a saúde, seus benefícios e riscos, formas e locais para a prática dessas atividades etc. Nesse material também podem ser incluídas informações so-bre espaços e equipamentos de lazer na escola e em seu entorno, abordadas no tema Lazer e trabalho deste volume, a fim de divulgar os espaços e as possibilidades de lazer disponíveis no bairro.

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Etapa 3 – Divulgando na comunidade

Concluída a elaboração do material de divulgação, os alunos deverão apresentá-lo aos seus colegas de classe, inicialmente, a fim de verificar a clareza dos conteúdos, visando à construção de um único material que será utilizado posteriormente na divulgação.

A seguir, organize os alunos para a apresen-tação dos dados da pesquisa e do material de divulgação na escola a alunos de outras classes, professores e funcionários da escola. Sugira a ela-boração e também a fixação de cartazes em locais de fácil visualização, como um mural no pátio.

Uma sugestão para ampliar as possibi-lidades de divulgação sobre a influência da atividade física/exercícios físicos para a saú-de e sobre as possibilidades de sua prática no bairro é convidar a comunidade exter-na da escola, os familiares e a vizinhança para a apresentação dos trabalhos realiza-dos pelos alunos. Após as apresentações, os painéis podem ser doados a instituições da região, como bibliotecas, centros de saúde, igrejas, espaços culturais e clubes esportivos do bairro. Se houver interesse e condições, os alunos podem propor e organizar ativi-dades de lazer para a comunidade.

Este é um momento oportuno para que os alunos retomem e relacionem conteúdos do tema Corpo, saúde e bele-za desenvolvidos em volumes e em séries/anos anteriores, como padrões de bele-za, composição corporal, saúde indivi-dual e coletiva, efeitos do treinamento físico, fatores de risco à saúde, doenças hipocinéticas etc. Sugira aos alunos que procurem informações complementares em revistas especializadas, livros ou sites específicos. Algumas fontes foram suge-ridas no item Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema.

Figura 24 – Pessoas caminhando no parque.

Figura 25 – Corredores fazendo alongamento antes da corrida.

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Professor, para divulgar os resul-tados da pesquisa feita pelos alu-nos na seção “Pesquisa em gru-po”, defina o tema com eles e, em

seguida, oriente-os sobre a elaboração de um material publicitário para informar a comu-nidade, atividade presente na seção “Lição de casa”, no Caderno do Aluno.

Após a realização da pesquisa, a tarefa agora é estabelecer um meio para divulgar as informa-ções e apresentar orientações para a comunida-de. Escolha um dos dois temas para você divul-gar: a) locais e programas de lazer; b) hábitos e informações sobre prática de atividades físicas.

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Feita a escolha, pense em uma forma cria-tiva e atrativa de divulgação. Pode ser um bo-letim/jornalzinho, fôlder ou folheto, mural, cartaz, música (letra e melodia), peça teatral, programa de rádio etc. O objetivo é contribuir na comunidade. No caso do primeiro tema, informe (endereço, telefone, programação, horários, o que precisa para participar, faixa etária etc.), divulgue e apresente alternativas para chegar ao local (ônibus, mapa) e outras informações disponíveis. No segundo tema, apresente os resultados obtidos nas entrevis-tas, dê informações que esclareçam a popu-lação sobre os benefícios das atividades físi-cas, riscos do sedentarismo, dicas etc. Enfim,

coloque-se no lugar das pessoas e pense como seria bom se alguém o informasse e ampliasse seu conhecimento sobre o assunto.

Faça a sua proposta no espaço a seguir e, sob a orientação do seu professor, apresente-a à classe. Juntos, você e seus colegas devem de-cidir como fazer uma campanha de esclare-cimento da comunidade interna. Conversem com outros professores, com a coordenação pedagógica e a direção, e também com colegas de outras classes. Escolham imagens, escrevam reportagens, componham músicas, escrevam e ensaiem peças, mobilizem a classe e sua escola. Mãos à obra!

Título:

Tipo de ação (jornal, peça, cartaz etc.):

Espera-se que os alunos apresentem os dados coletados, sistematizados em forma de divulgação, segundo sua escolha.

ATIVIDADE AVALIADORA

Solicite aos alunos que redijam, em grupo ou individualmente, um relatório que sintetize o processo de construção do questionário, a organização dos da-dos, a confecção do material informativo e a sua divulgação na escola e na comu-nidade. Peça aos alunos que façam uma autoavaliação sobre sua participação e en-volvimento no processo. Pode-se construir

um roteiro de critérios que incluam itens como:

Realizou entrevistas? Qual foi o assunto pesquisado? Quais recursos foram utilizados para tal? Como contribuiu na elaboração do folheto ou painel?

Como participou da divulgação?

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu-nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, professor, que sejam propostas outras Si-tuações de Aprendizagem que estimulem a reflexão sobre a questão das estratégias de intervenção para a promoção da atividade

física na comunidade escolar. Essas situa-ções devem ser diferentes, de preferência, daquelas que geraram dificuldades para os alunos. Tais estratégias podem ser desen-volvidas durante as aulas ou em outros mo-mentos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

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Educação Física – 3a série – Volume 2

Pesquisar e sugerir atividades físicas e es-portivas que possam ser praticadas pela comunidade escolar, na própria escola ou no bairro.

A partir da observação do cotidiano de seus pais ou de outros familiares, identificar as necessidades de prática de atividade física ou exercício físico relacionadas à saúde.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA

Livros

BAGRICHEVSKY, Marcos; PALMA, Ale-xandre; ESTEVÃO, Adriana (Org.). A saú-de em debate na Educação Física. Blumenau: Edibes, 2003. v. 1.

BAGRICHEVSKY, Marcos; PALMA, Ale-xandre; ESTEVÃO, Adriana; DA ROS, Mar-co (Org.). A saúde em debate na Educação Físi-ca. Blumenau: Nova Letra, 2006. v. 2.

BAGRICHEVSKY, Marcos; PALMA, Ale-xandre; ESTEVÃO, Adriana (Org.). A saúde em debate na Educação Física. Ilhéus: Editus, 2007. v. 3.

Apresentam análises críticas sobre o fenô-meno da saúde de perspectivas de aborda-gem da Saúde Pública e das Ciências Sociais, contando com importantes pesquisadores de ambas as áreas, além de outros da pró-pria Educação Física.

CARVALHO, Yara Maria. O mito da ativi-dade física e saúde. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2004. Trata da relação entre atividade física e saúde. Os conceitos de corpo, saúde e doença são analisados e associados à atividade físi-ca e mediados pela história da Saúde Pública no Brasil.

Revista

CADERNOS DE SAÚDE PÚBLICA. Dis-ponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/csp>. Acesso em: 12 nov. 2013. Publicação mensal editada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz. Pu-blica artigos originais que contribuem para o estudo da Saúde Pública em geral e disciplinas afins.

Artigo

SANTOS, João Francisco Severo. Reflexões sobre atividade física, educação, saúde e traba-lho. Lecturas Educación Física y Deportes, Bue-nos Aires, v. 11, n. 95, abr. 2006. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd95/af.htm>. Acesso em: 12 nov. 2013. Descreve os fatores que influenciam a prática pedagógica da Edu-cação Física e sua relação com a promoção da atividade física e da saúde no contexto escolar.

Site

Saúde em movimento. Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2013. Site voltado para a área de saú-de, com informações sobre prevenção, doenças, riscos, dicionário específico, avaliação física, re-vistas on-line etc.

84

1a série 2a série 3a série

Vol

ume

1

Esporte– Modalidade coletiva: basquetebol– Sistemas de jogo e táticas em uma

modalidade coletiva já conhecida dos alunos

Corpo, saúde e beleza– Padrões e estereótipos de beleza

corporal– Consumo e gasto calórico: alimenta-

ção, exercício físico e obesidade

Atividade rítmica– Ritmo vital e ritmo como organização

expressiva do movimento– Tempo e acento rítmicos

Esporte– Modalidade individual: ginástica

rítmica

Corpo, saúde e beleza– Corpo e beleza em diferentes períodos

históricos

Ginástica– Práticas contemporâneas em academias:

ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras

Mídias– Significados/sentidos no discurso das

mídias sobre a ginástica e o exercício físico

– O papel das mídias na definição de mo-delos hegemônicos de beleza corporal

Corpo, saúde e beleza– Capacidades físicas: conceitos e ava-

liação

Esporte– Modalidade individual: tênis– Técnicas e táticas em uma modalidade

ainda não conhecida pelos alunos

Corpo, saúde e beleza– Efeitos fisiológicos, morfológicos e

psicossociais do treinamento físico– Exercícios resistidos (musculação):

benefícios e riscos à saúde nas várias faixas etárias

Luta– Modalidade de luta pouco conhecida

pelos alunos: boxe

Contemporaneidade – Corpo, Cultura de Movimento, diferença,

preconceito e expectativas de desempenho físico e esportivo como construções culturais

Corpo, saúde e beleza– Princípios do treinamento físico:

individualidade biológica, sobrecarga e reversibilidade

Atividade rítmica– Manifestações rítmicas ligadas à cultura

jovem: hip-hop e street dance

Lazer e trabalho– Ginástica laboral: saúde e trabalho

Contemporaneidade– Esportes radicais: criatividade sobre

rodas

Vol

ume

2

Esporte– Sistemas de jogo e táticas em uma mo-

dalidade coletiva ainda não conhecida dos alunos

Corpo, saúde e beleza– Atividade física, exercício físico e saúde

Ginástica– Práticas contemporâneas: ginástica aeró-

bica, ginástica localizada e/ou outras

Luta– Princípios orientadores, regras e técni-

cas de uma luta ainda não conhecida dos alunos

Esporte– Modalidade “alternativa” ou popular

em outros países: beisebol, badminton, frisbee ou outra

Corpo, saúde e beleza– Fatores de risco à saúde: sedentarismo,

alimentação, dietas e suplementos ali-mentares, fumo, álcool, drogas, doping e anabolizantes, estresse e repouso

– Doenças hipocinéticas e relação com a atividade física e o exercício físico: obesidade, hipertensão e outras

Mídias– A transformação do esporte em espetá-

culo televisivo e suas consequências

Ginástica– Ginástica alternativa: alongamento,

relaxamento ou outra

Corpo, saúde e beleza– Atividade física/exercício físico e

prática esportiva em níveis e condições adequadas

Contemporaneidade– Corpo, Cultura de Movimento, diferença

e preconceito

Atividade rítmica– Manifestações e representações da

cultura rítmica nacional ou de outros países

Lazer e trabalho– O lazer como direito do cidadão e dever

do Estado

Contemporaneidade– A virtualização do corpo na contempo-

raneidade

Esporte, ginástica, luta e atividade rítmica– Organização de eventos esportivos e/ou

festivais (apresentações) de ginástica, luta e/ou dança

Lazer e trabalho– Espaços, equipamentos e políticas

públicas de lazer– O lazer na comunidade escolar e em seu

entorno: espaços, tempos, interesses e estratégias de intervenção

Corpo, saúde e beleza– Estratégias de intervenção para promo-

ção da atividade física e do exercício físico na comunidade escolar

QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO

CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERALNOVA EDIÇÃO 2014-2017

COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB

Coordenadora

Maria Elizabete da Costa

Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva

Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF

Valéria Tarantello de Georgel

Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escolaValéria Tarantello de Georgel

Coordenação Técnica Roberto Canossa

Roberto Liberato

S el Cristina de lb er e o

EQUIPES CURRICULARES

Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos

Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli

Ventrella.

Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria

Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,

Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto

Silveira.

Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula

de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro

e Neide Ferreira Gaspar.

Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria

Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos

Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,

Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli

Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.

Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros,

Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio

Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira

Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione.

Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth

Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e

Rodrigo Ponce.

Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,

Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e

Maria da Graça de Jesus Mendes.

Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos

Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata

Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da

Luz Stroeymeyte.

Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Roseli Gomes de Araujo da Silva.

Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira.

Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.

História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas Otheguy Fernandez.

Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani.

PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO

Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.

Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bom m, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero.

Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres.

Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,

Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes.

Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves.

Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati.

Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghel Ru no, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi.

Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.

Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.

Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano.

História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.

Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir.

Apoio:Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE

CTP, Impressão e acabamentoEsdeva Indústria Grá ca Ltda.

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.

Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação física, ensino médio, 3a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. - São Paulo: SE, 2014.

v. 2, 88 p.

Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Pro ssional CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.

ISBN 978-85-7849-630-2

1. Ensino médio 2. Educação física 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Neto, Luiz Sanches. V. Betti, Mauro. VI. Título.

CDU: 371.3:806.90

S239m

Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís

Martins e Renê José Trentin Silveira.

Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu

Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e

Sérgio Adas.

História: Paulo Miceli, Diego López Silva,

Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e

Raquel dos Santos Funari.

Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza

Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,

Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina

Schrijnemaekers.

Ciências da Natureza

Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.

Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo

Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene

Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta

Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,

Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso

Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.

Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,

João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,

Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida

Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria

Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo

Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,

Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,

Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.

Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,

Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo

de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,

Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell

Roger da Puri cação Siqueira, Sonia Salem e

Yassuko Hosoume.

Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse

Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe

Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa

Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda

Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.

Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de

Felice Murrie.

GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-2017

FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI

Presidente da Diretoria Executiva Mauro de Mesquita Spínola

GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO

Direção da Área Guilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão Editorial Denise Blanes

Equipe de Produção

Editorial: Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra, Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina Carvalho, Carolina H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Giovanna Petrólio Marcondes, Gisele Manoel, Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Maíra de Freitas Bechtold, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pietro Ferrari, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Renata Regina Buset, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas de Almeida.

Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik, Dayse de Castro Novaes Bueno, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro, Vanessa Bianco e Vanessa Leite Rios.

Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Design Grá co e Occy Design (projeto grá co).

* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimen-tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.

* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).

* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Caderno do Professor para apoiar na identificação das atividades.

CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS

COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira

CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini (coordenadora) e Ruy Berger (em memória).

AUTORES

Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira.

Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.

LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo.

LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González.

Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos.

Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli.

Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

Valid

ade: 2014 – 2017