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A ORGANIZAÇÃO DO JORNAL E A PRIMEIRA PÁGINA OUTROS JORNAIS E O JORNAL MURAL DIAGRAMAÇÃO DAS SEÇÕES DO JORNAL MURAL A MANCHETE A NOTÍCIA A REPORTAGEM A ENTREVISTA OS CLASSIFICADOS A OPINIÃO DO JORNAL E DO LEITOR H UMOR C RÔNICA ESPORTES , V ARIEDADES , S UPLEMENTOS J ORNAL FALADO EDUCAÇÃO E CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL 12

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A ORGANIZAÇÃO DO JORNALE A PRIMEIRA PÁGINA

�OUTROS JORNAIS EO JORNAL MURAL

�DIAGRAMAÇÃO DAS SEÇÕESDO JORNAL MURAL

�A MANCHETE�A NOTÍCIA�A REPORTAGEM�A ENTREVISTA�OS CLASSIFICADOS�A OPINIÃO DO JORNAL E

DO LEITOR�HUMOR�CRÔNICA�ESPORTES, VARIEDADES,SUPLEMENTOS�JORNAL FALADO

EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

12ORGANIZAÇÃO CURRICULAR PARA AS

UNIDADES DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIADA FEBEM/SP

MÓDULO DE ATIVIDADES ESCOLARES

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Secretaria de Estado da EducaçãoPraça da República, 53 Centro01045-903 São Paulo SPTelefone: (11) 3218-2000www.educacao.sp.gov.br

Governador do Estado de São PauloGeraldo AlckminSecretário de Estado da EducaçãoGabriel ChalitaSecretário AdjuntoPaulo Alexandre Pereira BarbosaChefe de GabineteMariléa Nunes ViannaCoordenadora de Estudos e Normas PedagógicasSonia Maria SilvaCoordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São PauloAparecida Edna de MatosCoordenadoria de Ensino do InteriorElcio Antonio Selmi

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

12

Autoria

SECRETARIA DEESTADO DA EDUCAÇÃO

Realização

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CENPEC - CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EMEDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIAR. Dante Carraro 68 Pinheiros05422-060 São Paulo SPhttp://www.cenpec.org.br

Diretora presidenteMaria Alice SetubalCoordenação geralMaria do Carmo Brant de Carvalho

Coordenação do Projeto (Equipe Currículo & Escola)Maria Silvia Bonini Tararam (Coord.)e-mail: [email protected] José Reginato RibeiroMarilda F. Ribeiro de MoraesAutoria do módulo JornalAmérica dos Anjos Costa MarinhoJorge Miguel MarinhoMaria Alice Mendes de Oliveira ArmelinEquipe técnicaAmérica A.C.MarinhoElizabeth BarolliMarlene C. AlexandroffRonilde Rocha MachadoAssessoriaIsa Maria F. R. GuaráYara SayãoEdição de TextoTina Amado

A equipe agradece a contribuição dos educadores daFEBEM/SP, participantes dos encontros de discussãoque subsidiaram a produção deste material entreoutubro de 2000 e fevereiro de 2001

Edição de ArteEva Paraguassú de Arruda CâmaraJosé Ramos NétoCamilo de Arruda Câmara RamosIlustraçãoLuiz Maia

São Paulo, 2003

Coleção Educação e Cidadania, módulo 12Material produzido no âmbito do projetoElaboração e Implementação de Proposta Pedagógica para Adolescentes emSituação de Conflito com a Lei, desenvolvido pelo CENPEC paraa FEBEM/SP – Fundação para o Bem-Estar do Menor do Estado de São Paulo eSEE/SP - Secretaria de Estado da Educação

Jornal / Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e AçãoComunitária – CENPEC – São Paulo; CENPEC; FEBEM, SEE/SP; 2003.Coleção Educação e Cidadania.

Módulo de oficinas culturais 12Ilustr.; 8 fichas, 2 cartazetesISBN: 85-85786-34-5

Educação e Cidadania: proposta pedagógica 1. Educação, ponte para omundo 2. Família e relações sociais 3. Justiça e cidadania 4. Saúde,uma questão de cidadania 5. O trabalho em nossas vidas 6. Artesvisuais e cênicas 7. Conto 8.Correspondência 9. Educação ambiental:problemas globais, ações locais 10. Hora de se mexer 11. Jogos davida 12. Jornal 13. Música e movimento 14. Poesia 15. Ponto deencontro I. Título II. CENPEC III. FEBEM

CDD-370.11

Wagner Mendes Soares CRB-8 – 038/2002

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SUMÁRIO

Introdução 6

Oficina 1 A organização do jornal ea primeira página 11

Oficina 2 Outros jornais e o jornal mural 12

Oficina 3 Diagramação das seções dojornal mural 13

Oficina 4 A manchete 14

Oficina 5 A notícia 15

Oficina 6 A reportagem 16

Oficina 7 A entrevista 17

Oficina 8 Os classificados 18

Oficina 9 A opinião do jornal e do leitor 19

Oficina 10 Humor 20

Oficina 11 Crônica 21

Oficina 12 Esportes, Variedades, Suplementos 22

Oficina 13 Jornal falado 23

Referências bibliográficas 24Sugestões para o acervo da Unidade 24

Fichas 25

Cartazetes 41

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA6 INTRODUÇÃO

Não é possível ser um cidadão pleno sem sabero que se passa ao nosso redor e no mundo. Porisso, para os/as jovens internos nas UIPs,propomos trabalho com o jornal, que é um dosmais importantes meios de comunicação e decirculação de informações, bem como deexpressão de anseios e posições de diferentesgrupos sociais. O acesso ao jornal e àsmatérias que veicula – sobretudo se issoocorrer de forma crítica – é fundamental parao pleno exercício da cidadania.

Nessas oficinas, a ênfase será dada aomanuseio e à leitura de diferentes jornais,para que os jovens se familiarizem com oveículo, percebendo como se organiza, a funçãoda primeira página, os recursos utilizados paradespertar o interesse dos leitores, asindicações para localizar rapidamente umassunto dentro do jornal, a diferença entrenotícia e reportagem, onde encontrar de formamais explícita a opinião do jornal, os diferentestipos de texto aí veiculados etc.

Além disso, os jovens vão produzir um jornalmural e, ao mesmo tempo, conhecer e discutirprincípios éticos que devem orientar apublicação desse e dos jornais em geral.

Traga sempre jornais para a oficina - mesmoque não sejam do dia -, de modo que eles sefamiliarizem com esse portador e alcancemuma visão mais ampla e crítica do textojornalístico. Estimule-os a discutir temas deseu interesse, bem como a maneira como ojornal apresenta fatos que já são de seuconhecimento.

Durante o desenvolvimento das oficinas,reserve momentos para refletir, junto com osparticipantes, sobre as dificuldades oufacilidade das tarefas propostas. Para mantero interesse e garantir aprendizagemsignificativa, às vezes é preciso reverencaminhamentos. Por exemplo, se umaatividade que previa o trabalho autônomo dosalunos se revela difícil, você deve fazê-la comeles, até que ganhem autonomia para realizá-lasozinhos. Em outra situação, uma atividade

pode apresentar-se como pouco desafiadorapara alguns. Nesse caso, substitua-a por outraou acrescente-lhe maior aprofundamento. Emtodos os casos, é necessário respeitar o ritmodo grupo e instalar novos desafios.

Todos devem ser envolvidos, participandointegralmente das atividades. Convença-os deque são capazes, de que vão conseguir. Osucesso de todos depende do sucesso de cadaum. Mostre-lhes que é possível se ajudaremmutuamente e que você está empenhado/a emajudar a todos.

O trabalho com a leituraEm todas as oficinas, quando for recorrer àleitura, sugerimos que você leia o texto para aclasse, não só porque muitos terão dificuldadeem fazer a leitura sozinhos, como também paraque você, já enquanto lê, vá mobilizando nos/asparticipantes, por meio de perguntas ecomentários, os processos cognitivos que farãodeles/as bons leitores, atentos e críticos.Embora deixemos a seu critério dosar essasintervenções, apresentamos, à guisa desugestão, alguns estímulos ou questões quepodem propiciar uma leitura maisaprofundada:

� faça um breve levantamento dos

conhecimentos prévios dos participantes

sobre o assunto (Você já ouviu falar disso?) e

proponha que antecipem o que o texto trará:

(Acham que eles vão-se posicionar a favor

ou contra isso?) – antecipação;

� estimule-os a relacionar seus

conhecimentos prévios com o que o texto

traz, a compreender o que não está explícito

no texto, a ler nas entrelinhas (Por que você

acha que o autor disse isso? O que ele quis

dizer com...?) – inferência;

� proponha aos participantes avaliar tanto os

recursos de organização textual e lingüísticos

utilizados pelo autor como situações ou fatos

narrados (Você achou a manchete adequada

à notícia? Essa expressão ficou bem aqui?

Por quê?) – crítica;

� incentive-os a exercitar o raciocínio lógico, a

coerência, questionando-os sobre o que

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7JORNAL

aconteceria se determinado fato fossealterado (Quem você entrevistaria? Como

você escreveria essa manchete?) –transformação;

� desafie os adolescentes a ir além do texto,

relacionando sua temática com idéias afins(Você acha importante os jornais falaremtanto de violência ou corrupção? Que outros

assuntos deveriam ser tratados? Quecampanha você acha que precisaria serfeita?) – extrapolação;

� abra espaço para que todos possammanifestar suas opiniões, emoções,preferências, seja em relação a situações

referidas nos textos lidos, seja no que dizrespeito às escolhas feitas pelo autor (Comovocê se sentiu quando soube disso?) – emoção.

O trabalho com a produção dojornalSe o objetivo da oficina é que os jovensproduzam um jornal, é preciso que percebam –e se familiarizem com – sua organização. Paraisso, buscamos diversificar as propostas detrabalho com produção de notícia, reportagem,crônica, manchetes, artigos de opinião, charge,assim como instaurar uma discussão sobre aética e a responsabilidade de quem não sóinforma sobre os fatos, mas também acaba porformar a opinião dos leitores.

É provável que escrever seja difícil paraaqueles que tenham tido pouco contato com aescrita. Talvez, em razão dessa dificuldade,muitos se sintam envergonhados oudesanimados, considerando a atividade grandedemais para suas limitações; por isso, uma desuas principais tarefas será a de dosar asatividades em função da capacidade de cadaum, desinibi-los e ajudá-los a ultrapassar seuslimites.

Acompanhe de perto a produção dos textos,oferecendo ajuda, informações e sugestões;agrupe os participantes de modo que possamse auxiliar mutuamente, aproximando novos de“veteranos”, leitores com mais dificuldade dosmais experientes. Ajude-os também a evitartanto os deslizes contra a ética como a crítica

agressiva e sem fundamento, e a se certificarda veracidade das informações.

Ajuste as atividades ao tempo disponível e,sempre que possível, revise os textos que osjovens produzirem com eles, orientando-os acuidar também dos aspectos estéticos do texto.Se tiverem acesso a computadores, proponhaque digitem os textos. Garanta a participaçãode todos com estímulos e valorize cadapequena conquista.

Organização deste móduloEste fascículo contém orientações e sugestõesde procedimento para o desenvolvimento de 13oficinas. Cada uma é apresentada em três partes:Aquecimento, Atividade (diferentes etapas) eFechamento. Contém também cópia de todas asfichas para alunos, bem como de dois cartazetes,reproduzidos ao final deste fascículo.

O material do aluno participante é composto de8 fichas numeradas conforme o número darespectiva oficina (em vários casos, umamesma folha traz, na frente e no verso, fichaspara duas oficinas). Na verdade, são 7 fichaspara as oficinas de Jornal mais a ficha “zero”,com orientações para uso do dicionário e parao trabalho em grupo, que também integraoutros módulos de oficinas. Leia com eles essaficha sempre que houver um número razoávelde participantes novos, pedindo que façam asatividades aí propostas.

ÉTICA NA IMPRENSAAs fichas trazem exemplos dos diferentes tipos detexto que costumam aparecer nos jornais. Cadauma traz, além disso, um tópico de ética quedeverão respeitar na elaboração do jornal mural –e verificar se é respeitado nos jornais queexaminarem.EM TODAS AS OFICINAS, leia e discuta com eleso tópico de ética da ficha.

É claro que as sugestões de oficinas destemódulo podem ser enriquecidas ou adaptadasàs necessidades de cada grupo. Leia todas aspropostas previamente, para poder seprogramar e fazer as adaptações que julgar

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA8 necessárias. Providencie também, junto à

coordenação, os materiais de que precisará;são listados no começo de cada oficina, mas demaneira geral consistirão em jornais diversos,de grande circulação, do bairro ou regionais;revistas contendo reportagens, entrevistas echarges, revistas em quadrinhos velhas (quepossam ser recortadas), além dos itens depapelaria. O disquete que integra este módulotraz arquivos para impressão das fichas ecartazetes.

O jornal muralProponha aos participantes a organização deum jornal mural: é o mais econômico – pois nãorequer equipamento caro ou sofisticado, bastareservar um espaço que pode ser delimitado naparede – e, mesmo assim, dá margem a que osjovens se manifestem e sejam lidos por todos.Além disso, propicia, tanto quanto o jornalimpresso, a produção dos mais diferentes tiposde texto, com uma função social bem definida.

Para elaborá-lo, será necessário dispor dosseguintes recursos:

� papel pardo, sulfite, cartolina; idealmente,

um painel ou quadro próprio (ver sugestões

nos cartazetes);

� pincel atômico, canetas hidrográficas, lápis

de cor;

� jornais e revistas para recorte e colagem,

tesoura, cola;

� fita adesiva ou tachinhas;

� máquina fotográfica – se possível, para

ilustrar matérias escritas pelos jovens;

Se houver na Unidade computador para usodos alunos, organize-os para digitar os textosque forem compor o jornal mural.

Dicas e sugestões para organização ediagramação do jornal mural são apresentadasna Oficina 2, nos cartazetes e nas demaisoficinas. Aqui fornecemos a seguir orientaçõesgerais. Todos os freqüentadores da oficinadevem participar e você deve estar atento/apara que os mais experientes não façam atarefa pelos que acabaram de chegar nem pelosque têm mais dificuldade, mas que os orientem.

PERIODICIDADE – O conjunto das oficinaspermitirá montar um número “completo” dojornal. Como irá sendo composto aospoucos, porém, dependendo da freqüênciade realização das oficinas será possível irrenovando partes dele (uma ou maisseções), em função do tempo disponível eda rotatividade dos participantes.

SEÇÕES E NOME DO JORNAL – Discuta com aturma quais seções o jornal vai ter. Além daseção de opinião (ver item “Editorial”,abaixo), as demais podem ser escolhidaspor votação. Lembre-os de que este é umjornal deles, e que portanto deverá ter asseções que mais lhes interessem.

Algumas opções possíveis são: Cotidiano(notícias da Unidade, quem chegou, quemsaiu, a comida, as oficinas, os módulosescolares etc.); Mundo (notícias do bairro,cidade, estado, país ou mundo, elaboradas apartir do que é veiculado nos jornais outelevisão); Esportes; Lazer (histórias emquadrinhos, horóscopo, receitas etc.);Moda, Beleza ou Saúde; Jovem (assuntos dointeresse deles); Classificados (anúnciospara venda ou troca de objetos, reais oufictícios); seções de Ecologia, Crônicas,Histórias que o Povo Conta; também poderiahaver uma seção para comentários sobre osdemais módulos escolares e oficinas queestiverem sendo realizadas (sob asupervisão dos educadores responsáveispor eles). Registre na lousa as sugestõesdos participantes e faça a eleição daspreferidas. Peça-lhes que registrem osnomes das seções escolhidas no caderno enum cartaz, que será afixado na parede dasala da oficina.

Depois, repita o processo para escolher onome do jornal. Selecione de três a cinconomes entre os mais votados e proponhaque façam uma pesquisa na Unidade, paraescolher um. É importante que o nome sejaatraente para a maioria dos internos.

PRODUÇÃO DOS TEXTOS – Com exceção doeditorial, que será feito pela turma toda (emoficina especialmente destinada), as demaisseções ficarão a cargo de equipes. A cada

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9JORNAL

encontro, organize a turma em dois grupos,de forma que cada seção escolhida tenhaum grupo responsável, juntando alunos quetêm mais dificuldade com os que jáavançaram mais. Lembre-se de que o editorresponsável pelo jornal é você, educador.

Peça aos grupos responsáveis pelas seçõesque se reúnam e comecem os trabalhosescolhendo o/s assunto/s a ser/emdesenvolvido/s em sua seção, elaborando apauta e distribuindo tarefas entre osmembros da equipe: pesquisa ou coleta dedados (material que será utilizado paracompor o texto); produção do texto(primeira versão); encaminhamento pararevisão do texto; registro da versão finalpara ser publicada.

Explique a eles que, como os textos sedestinam à publicação, não poderãoapresentar rasuras, problemas deortografia, concordância etc. Por isso, háque se fazer uma revisão da versão originalpara as adequações necessárias. Você,como editor responsável pelo jornal, osajudará nessa tarefa.

Uma vez acertada a forma ideal, elesdeverão “passar a limpo” o texto (registroda versão final) para publicá-lo, isto é,afixá-lo no lugar combinado.

EXPEDIENTE – É preciso prever um cantinhopara o Expediente, isto é, para colocar osnomes dos responsáveis pela edição dojornal. Não deixe de lembrar a eles que acada nova edição os nomes devem seratualizados.

EDITORIAL – Pode haver duas colunas deopinião: uma do jornal (que é em geral oeditorial, com um tema sobre o qual aturma queira escrever) e uma do leitor (porexemplo, o Espaço do Leitor, com cartasque os internos escrevam). A Oficina 9 trazorientações para sua redação. Enfatize comos alunos a importância do editorial. Paraproduzi-lo, você deverá conversar com osjovens e propor que escolham um tema aser desenvolvido. O primeiro editorial, porexemplo, poderá ser sobre a própria

emoção de produzir um jornal, ou qualqueroutro tema que seja significativo para eles:fatos positivos que queiram ressaltar,problemas que a Unidade estejaenfrentando etc.

Discuta o tema com a turma toda, anotandoem um dos lados da lousa os pontos principaisque deverão constar do editorial. Em seguida,produza um texto coletivo, abrangendo ositens registrados na lousa. Chame a atençãodeles para a forma discursiva desse tipo detexto (opinião, defesa de idéias, uso deargumentos). Escolha um aluno para passaro texto a limpo para publicação.

CONTRIBUIÇÃO DE NÃO-PARTICIPANTES DASOFICINAS – – – – – Certamente, quando o muralfor montado e divulgado, todos os internospoderão colaborar, enviando seus textospara serem publicados. Se acontecer de onúmero desses textos ser maior do que oespaço disponível, será necessário fazeruma seleção, nunca para excluir algum,mas para distribuí-los ao longo da semanaou quinzena.

PUBLICAÇÃO – Com a turma (Oficinas 2 e 3),combine como será a diagramação, ou seja,a disposição das várias seções no espaçoreservado para o mural. Discutacoletivamente, esclareça dúvidas e faça nalousa um esquema da diagramaçãoescolhida pela turma.

Os grupos responsáveis pelas diversasseções deverão editar, isto é, revisar ostextos recebidos, procedendo também àadequação de tamanho. A equipe de produçãose encarregará da escrita, digitação oudatilografia (conforme os recursosdisponíveis), bem como da montagem daspáginas (em geral, mediante colagem).

Organiza uma equipe de divulgação, que seencarregará de produzir cartazes e outrasformas de anunciar o jornal, colocando apropaganda nos corredores e nas salas dasoutras oficinas. Quando o jornal já tiversuficientes seções prontas, coordene amontagem final pelos jovens e promova umainauguração festiva.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA10 VALORIZE O PORTFÓLIO

Independentemente das diferentes possibilidadesde divulgação, todas as produções dos jovensdevem ser guardadas em seus portfólios.

O trabalho com os jovensnão-alfabetizadosProvavelmente você terá na sala jovens comdiferentes experiências em leitura e escrita;muitos sequer conhecerão as letras e o que aescrita representa. Mas isso não deve serimpedimento para sua participação nasatividades propostas. Ao contrário - emborasaibamos que o tempo de participação dessesjovens em uma oficina não é suficiente parafazer com eles um trabalho consistente dealfabetização - é possível aproximá-los umpouco mais do mundo da escrita.

Participar das atividades propostas para asdiversas oficinas e módulos e entrar emcontato com diferentes tipos de texto escritopermitem que o sujeito internalize asdiferentes formas de organização textual edescubra o que a escrita representa e como seorganiza. Quando você (ou um colegaalfabetizado) lê para o aluno, ele também setorna leitor, porque atribui sentido ao textolido. Quando você (ou um colega alfabetizado)registra as idéias do aluno não-alfabetizado emum texto coletivo, ele também é autor do texto.À medida que participa dessas atividades, vaiinternalizando o discurso escrito,reconhecendo letras, relacionando-as aos sons.Internalizar o discurso escrito significa irreconhecendo e sabendo utilizar diferentesorganizações textuais, recursos expressivos esinais gráficos convencionais, para que o textoproduzido cumpra sua função. Por exemplo,uma notícia, além de ser clara, coerente ecoesa, deve prender a atenção do leitor. Paraisso, algumas vezes são precisos pequenosajustes, mas sobretudo um trabalho muitogrande de cooperação. Um leitor maisexperiente, educador ou colega, ajuda oaprendiz a progredir na leitura e na escritadando-lhe seu testemunho de leitura,apontando onde está lendo. Os menos

experientes podem ditar o que têm a dizer paraque outros escrevam, registrar como souberem(inclusive por meio de desenho) e ter umaparticipação oral mais ativa. O importante éque as atividades permitam a inclusão de todose contribuam para a superação dasdificuldades de cada um.

Além de dispor jornais e revistas ao alcance detodos, você pode:

� ler sempre os textos para eles - não apenasos que não sabem gostam de ouvir alguém

ler;

� preparar-se antes para a leitura,

demonstrando prazer nela e, se o textopermitir, fazer suspense, desafiá-los aadivinhar o que virá depois;

� escrever na lousa as manchetes ou títulosde notícias e reportagens, se houver;

� de vez em quando, pedir que reproduzam oque você tiver lido, através de desenho ouescrita, como souberem;

� comentar notícias que você tenha lido eachado interessantes;

� propor que façam a leitura de imagens esinais em jornais, revistas, textos ilustrados,perguntando o que acham que está escrito

(exercitando a antecipação);

� procurar ler o que os alunos rabiscam ou

tentam escrever, indagando o que queriamescrever e traduzindo para a escritaconvencional, sem apagar o que o aluno fez

(deixar as duas formas juntas);

� sempre que possível, fazer produção

coletiva de pequenos textos: enquanto elescriam o texto, você vai escrevendo na lousaou em papel pardo - reproduza esses textos

para que possam colá-los no caderno ouorganizar em forma de coletânea.

Elogie todas as tentativas que fizerem.Comemore com eles cada progresso, nãopermita que se acomodem ou desistam.Impulsione-os sempre para vôos maiores efaça com que sintam que você está com eles.

Bom trabalho!

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11JORNAL

OFICINA 1A ORGANIZAÇÃO DOJORNAL E APRIMEIRA PÁGINAMaterial necessário: ficha 1; edições de diasdiferentes de um mesmo jornal; papel (oucadernos) para os alunos, lápis, borracha,caneta.

AquecimentoTraga alguns jornais completos para a sala. Sepossível, todos os exemplares referentes a umamesma semana de um jornal de grande circulação,pois nestes a organização é mais explícita do quenos menores, regionais ou de bairro.Converse com os jovens sobre o jornal: se têm ohábito de ler ou folhear, se assistem a noticiáriosveiculados pelo rádio ou pela TV. Dependendo desuas experiências, alguns podem dizer que o jornalserve para cobrir, embrulhar; outros, que ele traznotícias, informações. Pergunte que tipo deinformação o jornal traz e se sabem como elas estãoorganizadas. Diga que, hoje, vão aprender como ojornal se organiza.Atividade1a etapaDistribua os jornais, solicitando que os folheiem etentem descobrir como estão organizados, isto é,quais blocos de assuntos apresentam (por exemplo,as seções de esporte, turismo, policial, política etc.).Se tiverem dificuldade, mostre-lhes algumas seçõese deixe que verifiquem as outras. Ajude-os aregistrar suas observações: quais seções e cadernosaparecem todos os dias e quais aparecem só um dia(se os jornais para a pesquisa forem referentes auma semana).

2a etapaA seguir, converse sobre a primeira página de umjornal, discutindo sua função. Pergunte quaisrecursos eles acham que o jornalista utiliza parachamar a atenção do leitor para as notícias maisimportantes do dia – e, é claro, vender o jornal.Distribua a ficha 1 e solicite que observem areprodução da primeira página de um jornal.Oriente-os a reconhecer:� cabeçalho, contendo a identificação do jornal

(nome, logotipo); a data – lembre suaimportância para situar no tempo os fatosnoticiados, principalmente quando seconsultam jornais antigos; e algumas outrasinformações, variando de jornal para jornal:nome do/s diretor/es, endereço, preço, tiragem,há quantos anos o jornal é publicado, númeroda edição etc.;

� os diferentes tipos e tamanhos de letras,discutindo para que servem: leve-os a compararo tipo e tamanho das letras do nome do jornal,da manchete (que destaca a notícia maisimportante do dia) e dos títulos das demaismatérias (as notícias a que o jornal atribui maisimportância têm tamanho de letra maior);

� fotos e legendas: converse sobre o uso efinalidade de fotos e legendas na primeirapágina: chamar a atenção do leitor ecomplementar as notícias;

� as chamadas de capa, que são os títulos emtamanho menor que a manchete,acompanhados de pequenos textos resumindonotícias, com a indicação do caderno e páginaonde a notícia é desenvolvida;

� chamadas para outros cadernos e índice:apresentam informações sobre o conteúdo deoutras seções ou assuntos que constam dojornal;

� outras informações (previsão do tempo etc.).Não se esqueça de apresentar o selo “Ética naimprensa”, explicando sua fonte (um projeto depublicação de jornal em escolas públicas,desenvolvido no Ceará pelos educadores DanielRaviolo e Júlio Lira). Diga que cada ficha traz umselo com conteúdo diferente. Promova comentáriossobre o tópico da ficha 1.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA12 Fechamento

Como esta é a primeira oficina, discuta a propostade elaborarem um jornal mural. Explique o que é elembre que será uma oportunidade para que sejamouvidos (lidos) por todos; ao mesmo tempo, eles seresponsabilizarão pela publicação das produçõesdos demais jovens da Unidade. Se concordarem,proponha que selecionem as seções e façam umaenquete para escolher o nome para o jornal (vejaorientação na Introdução).

observarem no caderno, podendo utilizar os itensabaixo como roteiro de observação (transcreva-osna lousa):� cabeçalho� data� manchete� subtítulo, destacando um fato secundário da

notícia (se houver)� títulos de outras notícias: chamadas de capa� fotos com legenda� índice� previsão do tempo� chamada para outros cadernos do dia.2a etapaDepois da tarefa completada, discuta as diferençasencontradas durante o trabalho, comparando ojornal pesquisado com aquele observado naatividade anterior. Leve-os a perceber que cadajornal tem uma maneira própria de apresentar eselecionar as notícias mais importantes. Alémdisso, nem sempre os jornais escolhem as mesmasnotícias para ocupar o lugar de destaque (amanchete).Outra observação a ser feita sobre a primeirapágina é a questão da diagramação (a disposiçãodas informações na página). É interessantecomparar como os diferentes jornais a organizam.3a etapaRecolha as informações da enquete para escolha donome do jornal, fazendo com eles a apuração dosvotos. Escolhido o nome, solicite um voluntáriopara escrevê-lo, adequando tamanho e tipo deletra. Montem um painel com o nome do jornal eo das principais seções, consultando a ficha 2 e oscartazetes 1 e 2, que tratam da diagramação.Lembre-os de anotar na ficha os nomes das seçõesescolhidas.Para este primeiro número, peça que selecionem,nos jornais que você trouxe, algumas notícias queconsiderem importante divulgar; devem recortá-las e colá-las na seção adequada. Avise-os paranão se esquecer de citar a fonte, isto é, indicar dequal jornal tiraram cada notícia. Exemplo: Folhade S. Paulo, 28 fev. 2001, p.A6 (página 6 docaderno A).

OFICINA 2OUTROS JORNAIS EO JORNAL MURALMaterial necessário: ficha 2 (verso da ficha 1);cartazetes 1 e 2; jornais diversos; folhas depapel (ou cadernos) lápis, borracha, caneta,canetas coloridas; material para montagem dojornal mural (cartolina ou prancha, fita adesivaou tachinhas).

AquecimentoLembre aos jovens que na oficina anterioranalisaram um jornal e as características daprimeira página. Diga que hoje vão verificar comooutros jornais se organizam. Se houver novosparticipantes, peça a um dos que participaram daoficina anterior que explique, com base na ficha 1,a função da primeira página e o que vão encontrarnela.Atividade1a etapaOrganize a turma em trios - garantindo, em cadagrupo, um participante da oficina anterior - edistribua diferentes jornais (inclusive de bairro, deassociações e entidades diversas) e peça queobservem a primeira página.Oriente-os a registrar as informações que

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13JORNAL

Pronto o jornal, vocês podem afixá-lo no lugar aele destinado - num local de grande circulação -para que todos possam desfrutar.FechamentoFinalmente, proponha que elaborem cartazesanunciando a existência do jornal mural,divulgando seu nome e oferecendo espaço para osque quiserem nele publicar seus trabalhos. (Se otempo for insuficiente, divida os jovens em doisgrupos e proponha que, enquanto um cola asnotícias, o outro faz os cartazes de propaganda.)

realizado na primeira oficina e agrupe-os paratrabalhar com os mais experientes.Distribua os recortes orientando que, em duplasou trios, selecionem o que consideram maisimportante ou interessante para compor umaprimeira página de jornal. Provavelmente, algunsficarão com manchetes sem as respectivas notícias;com outros poderá acontecer o contrário. Isso criaoportunidade para cooperação, para que aprendama trocar uns com os outros. Apenas organize essastrocas, para que não redundem em tumulto: umadupla ou trio de cada vez informa o elemento que lhefalta para compor sua página e quem o tiver, cede.Os recortes devem ser colados em uma folha depapel pardo, buscando uma organizaçãocaracterística de primeira página.2a etapaOs participantes apresentarão seus trabalhos,afixando-os na parede e comentando-os. O coletivoda turma discute as soluções encontradas pelasduplas, propondo as mudanças necessárias. Nestemomento, procure manter um clima de respeitoentre os jovens, explicando que as críticas devem serfeitas de forma construtiva e recebidas como umapossibilidade de melhora e de avanço para cada um.3a etapaPergunte a eles se, entre as notícias que leram, háalguma que gostariam de comentar, ousimplesmente selecionar, para fazer parte do mural.Oriente-os para escrever uma breve justificativa, arazão que os levou a selecionar tal notícia.Em seguida, com base no que aprenderam namontagem da primeira página, proponha que, emduplas, escolham a formatação dos nomes dasseções do jornal mural, isto é, tamanho das letras,fonte (se tiverem acesso a um computador),disposição - no alto da página (centralizado, àdireita, à esquerda), na lateral, embaixo etc. Assim,quando forem digitar ou colar as notícias, cada seçãoterá suas características próprias marcadas peladiagramação. A ficha 3 traz exemplos de nomes deseções em diferentes tipos e tamanhos de letras.Peça que anotem na ficha o título da notíciaselecionada e o respectivo comentário. Promovatambém discussão coletiva sobre o tópico de éticana imprensa.

OFICINA 3DIAGRAMAÇÃODAS SEÇÕES DOJORNAL MURALMaterial necessário: ficha 3; primeiras páginasde jornais diversos, recortadas; papel (oucadernos), lápis, borracha, caneta; papelpardo, tesoura e cola; mural.

AquecimentoPara desenvolver esta atividade, é necessáriopreparar os materiais previamente: selecioneprimeiras páginas de diferentes jornais (decirculação grande ou restrita) e recorte todos oselementos que as compõem: manchetes, notícias,fotos, legendas, resumos, chamadas etc. Providencietambém papel pardo, sulfite e cola. Anuncie queirão montar uma primeira página de jornal.Atividade:Montagem de uma primeira página1a etapaProponha aos jovens que montem uma primeirapágina com os recortes. Se houver muitosparticipantes novos, retome com eles o trabalho

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA14 Fechamento

Por fim, remontem o mural com a novadiagramação das seções, colem as notícias novasseguidas dos respectivos comentários e também asproduções enviadas pelos demais jovens daUnidade, se já houver. Não se esqueçam doexpediente com os nomes dos participantes.

Organize-os em duplas, distribua as notícias quevocê trouxe e proponha que construam manchetese subtítulos para elas. Lembre-lhes que, já que amanchete tem a dupla função de anunciar oassunto tratado e de chamar a atenção do leitor,não deve ser muito extensa, devendo-se eliminartodas as palavras cuja falta não prejudique acompreensão da mensagem.2a etapaEm seguida, entregue-lhes as manchetes (ou títulos)e subtítulos originais, para que comparem com os queproduziram. Faça uma rodada para que apresentempara a turma o resultado da comparação,apontando possíveis razões para as diferenças.Explique ainda que, às vezes, a manchete ou títuloescolhido pelo jornalista destaca um aspecto menosimportante da notícia, porém mais chamativo.E que, algumas vezes, esse aspecto é escolhidodistorcendo um pouco os fatos. É importanteperceberem que o texto jornalístico não é neutro.Mesmo que não seja mentiroso - pois, nesse caso,o jornal se arriscaria a sofrer um processo porcalúnia - a seleção dos fatos e a maneira como sãoapresentados podem ser tendenciosas. De qualquermaneira, as idéias e opiniões do dono ou diretor dojornal sempre influenciam a seleção das matérias ea forma como são apresentadas.3a etapaPeça que registrem na ficha, lado a lado, amanchete criada pela dupla e a manchete ou títulooriginal. Se houver tempo, você pode acrescentar àatividade uma ou duas variações. Sugira quemontem manchetes sensacionalistas para as mesmasnotícias desta atividade, a fim de refletir sobre opoder da palavra escrita. Ou criem manchetesmalucas, a partir da combinação de dois ou maistrechos de manchetes, para que se divirtam (porexemplo, com base nas manchetes transcritas naficha 4, podem se formar inúmeras manchetesmalucas, como “Governo corta pobres da decisãoda Copa”, “São Caetano volta aos palcos” etc.).FechamentoComente o selo de ética da ficha 4 e proponha queafixem suas notícias no mural – na seção adequada–, encabeçadas pelas manchetes que produziram,em vez das originais.

OFICINA 4A MANCHETEMaterial necessário: ficha 4 (no verso da ficha3); notícias recortadas de jornais diversos;papel (ou cadernos), lápis, borracha, caneta;tesoura e cola; mural.

AquecimentoTraga para a oficina alguns recortes de jornalcontendo notícias interessantes, sem o título ousubtítulo (mas lembre-se, antes de recortar, de fazermarcas que lhe permitam, depois, reconhecer ostítulos correspondentes). Pergunte aos jovens queparticiparam das oficinas anteriores se lembramdas manchetes. Peça que falem delas aos que estãona oficina pela primeira vez. Se necessário,complemente essas explicações, mostrando a ficha 1ou primeiras páginas de jornal, dizendo que amanchete destaca (e sintetiza) o aspecto maisimportante de uma notícia, de modo a chamar aatenção do público. Diga também, que, às vezes,abaixo da manchete, vem um subtítulo que adiantamais algumas informações trazidas pela notícia.Atividade1a etapaDistribua a ficha 4 (ou peça aos que já tiverem aficha 3, que a retomem) e leia com eles asmanchetes que aí aparecem, perguntando a queatribuem os diferentes tamanhos de letras.Conduza a discussão para que percebam que é emfunção da importância dada à notícia pelo jornal.

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15JORNAL

OFICINA 5A NOTÍCIAMaterial necessário: ficha 5; algumas fichas 1;dicionários; papel (ou cadernos), lápis,borracha, caneta; mural.

AquecimentoConverse com os alunos sobre a importância de selocalizarem as notícias dentro do jornal, para podersaber mais sobre um assunto anunciado naprimeira página. (Não se esqueça de retomar comos novos participantes os aspectos trabalhados nasoficinas anteriores.) Explique que, além daindicação do caderno e número da página queaparecem ao final do resumo da notícia, o tema damanchete e respectivo subtítulo (quando houver)também fornecem pistas para a localização. Àsvezes o subtítulo, devido à sua importância, podeganhar um lugar de destaque e virar notícia.Atividade1a etapaSolicite que observem novamente a primeirapágina reproduzida na ficha 1 e verifiquem aindicação fornecida ao final da notícia da manchete“Governo acaba com cestas básicas” e ao final dachamada de capa “Págs. A4 e A5”.Distribua a ficha 5 e leia o título da notícia “Cestaé o único recurso em cidade do Ceará”. Chame aatenção para o fato de que esta manchete trata doimpacto que a medida anunciada na manchete deprimeira página terá sobre determinadas pessoas.Agora, faça com a classe uma observação maisdetalhada da notícia. Leia com eles o título, o olhoe o texto. Chame a atenção para a relação entre otítulo e o olho, discutindo a função deste último:reforçar o título, ilustrar, ampliando informações.Nesse caso, o olho destaca a importância que ascestas têm para essa população: “se não tivesse, iaser muito pior”.

2a etapaEm seguida, tome o texto da notícia e releia juntocom eles o primeiro parágrafo, ou solicite umvoluntário para fazê-lo. Mostre que esse primeiroparágrafo, também chamado lide ou lead, é utilizadopelo jornalista para situar o leitor no assunto queserá desenvolvido, apresentando dados importantespara a compreensão da notícia. O lide geralmentedeve responder às perguntas: quem, o quê,quando, onde e, eventualmente, como e por quê.Pergunte quais informações aparecem nessetrecho, relacionando-as às perguntas acima.Registre as conclusões na lousa, em forma dequadro, para que as copiem no caderno (quadroem duas colunas: na coluna à esquerda, liste quem,o quê, quando, onde, como, por quê e, ao lado,preencha com as informações correspondentes).

LER JORNALEsse é um bom momento para esclarecer aos alunosque “ler jornal” não significa lê-lo da primeira à últimapágina; que todo leitor de jornal escolhe o que querler; e que, além da manchete, título, subtítulo, o lideda notícia também ajuda nessa escolha.

Depois, retome a notícia e pergunte que outrasinformações aparecem nos demais parágrafos.Ajude-os a qualificá-las: em geral, consistem nodetalhamento do lide, relatando conseqüências oureações ao fato principal, ou desdobramentos,soluções, providências referidas à questão tratada.Mostre que os fatos da notícia não são relatadosem ordem cronológica, mas em ordem deimportância. No início encontram-se asinformações essenciais e no final as informaçõesacessórias ou de menor importância. Isto é feitopara facilitar a tarefa do diagramador que, em casode necessidade, pode fazer cortes sem prejudicar aqualidade da informação. Cortam-se a ou asúltimas frases, ou mesmo parágrafos. Essa formade organização é chamada, no meio jornalístico, depirâmide invertida.Leia o item do selo de ética, propondo queverifiquem se as informações fornecidas sobre osentrevistados (idade, número de filhos) sejustificam e por quê.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA16 A última observação importante a ser feita é com

relação à foto - peça que observem a foto referentea essa notícia no verso da ficha -, que geralmenteilustra a notícia, e à legenda que a acompanha:neste caso mostra um fato particular queexemplifica a tragédia coletiva.3a etapaProponha agora um exercício de imaginação. Peçaque, em trios, imaginem um fato que gostariamque acontecesse e que fosse muito importante parauma grande parte da população - explique quedeve interessar a um grande número de pessoas,por isso não pode ser um sonho individual. Emseguida, peça que, em trios, produzam uma notíciasobre esse fato, com todas as características dessetipo de texto, inclusive com manchete.FechamentoAo terminarem, sugira que leiam para os colegas ecopiem-na em suas fichas. Uma versão passada alimpo irá para o jornal mural; será preciso criaruma nova seção: As notícias que queríamos ler...

recorre-se a depoimentos de testemunhas ou acomentários feitos por personalidades.Distribua a ficha 6 (ou peça que retomem o versoda ficha 5, se já a tiverem) e mostre que, parafacilitar seu reconhecimento, foram reproduzidaspáginas da reportagem sobre o fim da distribuiçãode cestas básicas à população pobre (págs.A4 e A5,anunciadas na primeira página). A reprodução dojornal não permite ler as diversas matérias, masexplique que se referem a: caracterização dasfamílias que recebem a cesta; composição da cesta;quantidade de cestas distribuídas no governoFHC; proposta alternativa; e a situação dramáticadas pessoas que dependem desse programa (notícialida na oficina anterior). Peça aos jovens queparticiparam das oficinas anteriores que esclareçampara os novos os aspectos já trabalhados.Atividade1a etapaLeia a ficha junto com eles, abrindo espaço paracomentários e discutindo as características de umareportagem de jornal.Em seguida, peça-lhes que leiam os títulos dasnotícias (“Governo corta distribuição de cestasbásicas a pobres” e “Estudo sugere distribuição derenda como alternativa”) e pergunte quaisaspectos, relativos ao tema da reportagem, achamque são abordados em cada matéria. Comente que,nessa reportagem, além das matérias, o editor usououtros recursos para informar. Pergunte quais são(gráficos, esquemas, fotos).Por fim, peça-lhes que retomem a frente da ficha (5)e marquem no texto os trechos em que aparecem“vozes” de pessoas, isto é, declarações ou fragmentosde entrevistas feitas. Peça que verifiquem qual é amarca que nos ajuda a perceber quando é o jornalistaquem fala e quando é uma testemunha ou outrodeclarante (uso de aspas e verbos do tipo: afirma,declara, diz etc.). Se ninguém notar, chame aatenção para o símbolo que o jornal usou (no olho,aspas grandes) para destacar essas “vozes”.2a etapaSe você conseguir reunir diversos jornais (ourevistas) que contenham reportagens, distribua-osaos participantes, reunidos em grupos. Veja seconseguem reconhecer os conjuntos de matérias

OFICINA 6A REPORTAGEMMaterial necessário: ficha 6 (verso da ficha 5);algumas fichas 1; jornais e revistas contendoreportagens; folhas de papel (ou cadernos),lápis, borracha, caneta; mural.

AquecimentoPergunte aos jovens se sabem o que é umareportagem. Depois que se expressarem à vontade,complemente informando que a reportagem, emjornal, caracteriza-se por formar um conjunto dematérias sobre um mesmo tema, aprofundando umfato ou conjunto de fatos no tempo e no espaço:comparam-se acontecimentos de épocas passadascom os atuais, fatos semelhantes ocorridos emoutras localidades; freqüentemente, também,

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17JORNAL

que formam uma reportagem sobre determinadoassunto. Cada grupo irá explicar à turma comolocalizou e reconheceu a reportagem. Aproveitepara comentar o selo de ética, propondo queverifiquem se as reportagens escolhidasapresentam pontos de vista diversos.3a etapaSe houver tempo, organize a turma em dois grupose proponha que produzam a reportagem dos seussonhos, tal como fizeram com a notícia: eles devemampliar as informações sobre os fatos com gráficos,mapas, entrevistas, fotos (que podem ser recortadasde jornais ou revistas, gerando novas montagens)etc. As reportagens, montadas em papel pardo,serão afixadas no mural. O assunto da reportagemimaginada deverá ser registrado na ficha.Se houver interesse, essa atividade pode ser objetode uma outra oficina, específica para isso.FechamentoProntos os textos, oriente a apresentação para ooutro grupo, faça a revisão dos textos para afixá-losno mural, mudando-se o título da seção para Areportagem que eu queria ler.

DOSANDO RIGOR ECONDESCENDÊNCIA

Não importa que o produto das atividades dos jovensnão seja perfeito, o importante é tentar. Sempreaprenderão alguma coisa com essas tentativas.

OFICINA 7A ENTREVISTAMaterial necessário: ficha 7; papel (oucadernos), lápis, borracha, caneta; mural.

AquecimentoOrganize os jovens da forma habitual, fazendo umapanhado dos aspectos trabalhados até agora naoficina. Em seguida, pergunte aos/às jovens segostam de pagode e se conhecem cantores ouconjuntos desse gênero de música. Se citaremNetinho, diga que nesta oficina vão ler umaentrevista com este músico, feita após seu sucessoem um programa de televisão.Atividade1a etapaDistribua a ficha 7 e promova a leitura coletiva daentrevista – interrompendo para que todos possamcomentá-la, estimulando-os a antecipar o que otexto traz, a fazer inferências, extrapolações.2a etapaProvavelmente, ficarão tocados tanto pela questãodo preconceito quanto pelo fato de Netinho nãoquerer que os filhos sejam pagodeiros. Não fujadessa discussão, ao contrário: incentive-os aargumentar em defesa de suas idéias, mas não deixeque a discussão vá para o terreno pessoal. Se houverposições contrárias na sala, faça com que um grupoouça e respeite o outro. Este será um bommomento para comentar o selo de ética da ficha 7.3a etapaProponha que, em duplas, criem uma entrevistaimaginária com um ídolo – artista, esportista etc. –elaborando não só as perguntas como as respostasque acham que o astro daria. Cada um anota emsua ficha a entrevista criada, ou um trecho dela.FechamentoProntos os textos, oriente a leitura para os demaisparticipantes e sugira que passem a limpo parapublicá-las no jornal mural, na seção adequada: se forum artista, na seção cultura/variedades; se for umesportista, na seção de esportes - tendo o cuidadode indicar que se trata de uma entrevista fictícia.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA18

OFICINA 8OS CLASSIFICADOSMaterial necessário: ficha 8; seções deanúncios classificados de jornais diversos;papel (ou cadernos), lápis, borracha, caneta;mural.

AquecimentoOrganize a retomada dos aspectos trabalhados nasoficinas anteriores.Indague se os jovens já repararam nas páginas declassificados que recheiam os jornais, sobretudo osde domingo. Se não souberem identificar pelonome, diga que são aqueles anúncios que propõemvenda, troca, ou compra de objetos e serviços.Explique que o anúncio classificado é um tipo detexto que pode apresentar dificuldades decompreensão na medida em que, por ser cobradopelo número de palavras (como nos telegramas), alinguagem é praticamente telegráfica, ou seja,utilizam-se abreviaturas, siglas, sinais matemáticos,números, dispensando-se em muitos casos o usoda pontuação convencional.Atividade1a etapaDistribua a ficha 8 e peça que leiam, ou leia comeles, os classificados que aparecem no blocosuperior, perguntando se tiveram dificuldadedurante a leitura.Se necessário, explique as siglas, sinais,abreviaturas etc., registrando-as na lousa. Istofeito, distribua alguns cadernos de classificadospara a turma reunida em grupos, para queobservem como esses anúncios são organizados.Em geral são agrupados por assunto sob umdeterminado título: Imóveis, Carros,Eletrodomésticos etc.

Peça que cada um escolha um anúncio paraavaliar oralmente, dizendo se o classificadopoderia oferecer mais dados (como preço, porexemplo) que seriam importantes para o leitor, ecomo ele o faria sem alterar muito o espaçoocupado pelo anúncio. A turma deve dar suaopinião, discutindo se as alterações propostas sãoadequadas ou não.2a etapaLeiam coletivamente os dois seguintes blocos deanúncios na ficha: “Grandes baratos -Oportunidades de ouro”, de Jô Soares, e “Paravender o impossível” (estes últimos feitos por umgrupo de publicitários que foi desafiado pelaRevista da Folha a vender bens e serviços queninguém desejaria comprar). Se tiveremdificuldade em inferir onde está o absurdo dosanúncios, explique a que Jô Soares faz referência: àseca no Nordeste, no anúncio de venda de guarda-chuvas no Piauí; à superpopulação da China, bemcomo ao fato de a bicicleta ser meio habitual detransporte dos chineses; à Guerra do Golfo e aoataque à embaixada americana em Beirute. Já ospublicitários brincam com a reeleição dopresidente (Palácio da Alvorada) e com o grandenúmero de pessoas que compõem a comitiva que oacompanha em suas viagens ao exterior(“promoção especial”); com o escândalo nogoverno do prefeito de São Paulo Celso Pitta e aofato de ele ser afilhado político de Paulo Maluf, nogoverno de quem foi construído o Minhocão.Aproveite para promover discussão coletiva sobreo selo de ética.3a etapaAgora, proponha que os jovens elaboremclassificados absurdos, utilizando o queaprenderam sobre a organização desse tipo detexto. Proponha que leiam primeiro os “Anúnciosabsurdos”, no último bloco do verso da ficha.Depois de prontos, os anúncios devem sercopiados na ficha e apresentados para o restante daturma.FechamentoDepois de lidos, corrigidos e passados a limpo, osclassificados produzidos serão incorporados aojornal mural.

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19JORNAL

OFICINA 9A OPINIÃO DOJORNAL E DO LEITORMaterial necessário: ficha 9; papel (oucadernos), lápis, borracha, caneta; computadorpara digitar carta, envelope, selo; mural.

AquecimentoRetome rapidamente os principais aspectosdiscutidos nas oficinas anteriores. Conte que, entreoutras coisas, o jornal é chamado de “veículoformador de opinião”, isto é, por meio das matériaspublicadas, consegue convencer as pessoas apensar de determinada maneira, a tomar umadeterminada posição.Explique aos jovens que, normalmente, a segundae/ou terceira páginas de um jornal são reservadas àpublicação da opinião do jornal (editorial), daopinião de articulistas (pessoas de destaque nomeio intelectual da sociedade, contratadas paraescrever especialmente para o jornal) e da opiniãode leitores. É importante observar que só oeditorial não é assinado, porque representa aopinião do jornal (isto é, dos jornalistas que odirigem).Atividade1a etapaDistribua a ficha 9 e peça que observem asmatérias reproduzidas na frente e no verso. Peçaque leiam o título do editorial “Mortemisericordiosa” e explique que, nele, o jornalinforma que a Holanda vai aprovar uma lei quepermite a eutanásia (morte com assistência médica,a pedido de um doente que está sofrendo muito enão tem possibilidade de cura); e propõe que asociedade brasileira discuta seriamente o assunto.Diga-lhes que, se quiserem, poderão ler o texto

depois, já que a ficha fará parte de seu portfólio.Você pode explicar que o texto de um editorial emgeral é organizado em três blocos: tese (breveresumo do assunto e introdução da opinião a serdefendida), desenvolvimento (apresentação dosargumentos que o jornal defende e refutação dosargumentos a que se opõe) e conclusão (reforço daposição ou opinião adotada pelo jornal); noentanto, o importante é que saibam que esse textorepresenta o que os proprietários ou dirigentes dojornal pensam sobre um determinado assunto.Aproveite para comentar o selo de ética da ficha 9mostrando como, apesar de defender, sim, suaspróprias convicções, o jornal não deveriapropagandear idéias de um determinado partidopolítico ou grupo religioso.Leia também com eles duas das cartas de leitoresque constam do verso da ficha e pergunte quemacham que são as pessoas que assinam essas cartas.Se disserem que não sabem, mostre-lhes os títulosdas seções (Fórum dos Leitores e Painel do Leitor) ediga que os jornais abrem espaço para que osleitores se manifestem a respeito tanto de matériasveiculadas pelo jornal como de outros assuntos.2a etapaSolicite que leiam o título e o nome da autora dotexto “Só se educando”, na frente da ficha.Esclareça que este é um artigo assinado, isto é, que apessoa que escreveu este texto está defendendo umaidéia e assume a responsabilidade de suas opiniões.Diga também que esse texto trata da situação dejovens como eles (a quem se atribui uma infração) eincentive-os a querer saber o que a autora pensa arespeito. Faça uma primeira leitura coletiva dotexto, certificando-se de que todos compreenderam,pelo menos seus aspectos gerais. Deixe quecomentem livremente e esclareça dúvidas.Agora, diga que irão fazer uma leitura mais atentapara perceber como esse texto se organiza. Peçaque identifiquem a idéia (tese) defendida pelaautora. Ela é apresentada nos três primeirosparágrafos e vai num crescendo: o fato de que oSupremo Tribunal Federal abre seus salões para aentrega do Prêmio Sócio-Educando (mostra aimportância que a Justiça dá ao prêmio), aexplicação do que é o prêmio e, finalmente, noterceiro parágrafo, a tese propriamente dita:

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA20 “quando os princípios do Estatuto da Criança e do

Adolescente são bem aplicados, eles funcionamque é uma beleza. Inclusive a troca doconfinamento por medidas socioeducativas”.Mostre que os argumentos são arrolados nosparágrafos 4o a 7o:� por estar em processo de desenvolvimento,

o jovem infrator merece uma nova chance;� a recuperação do jovem infrator é relegada aos

últimos lugares nos investimentos sociais,porque tem menos glamour, isto é, não atraiatenção nem rende prestígio, por isso recebemenos verbas do governo e das empresas quetêm programas sociais;

� uma das empresas patrocinadoras do prêmio éenaltecida por sua atuação nessa área;

� contra-argumenta questionando a validade doempenho da empresa, para logo concluir que épor solidariedade, por consciência de que “só seeducando a coisa vai” - trocadilho utilizado notítulo, numa alusão ao nome do prêmio: Sócio-Educando.

Finalmente, faça-os observar que no últimoparágrafo (conclusão), a articulista critica os quediscordam da sua posição, “os cabeças-duras”, “osque querem ver sangue”.Abra espaço para novos comentários, já que agoraeles têm uma visão mais clara das idéias defendidaspela autora.3ª etapaSe tiverem se interessado pelo texto, proponha que,com sua ajuda, escrevam uma carta coletiva àjornalista, comentando o artigo e posicionando-seem relação ao assunto.Temos certeza de que, mesmo tendo-se passadomuito tempo entre a publicação do artigo e orecebimento da carta dos jovens, ela ficará muitofeliz. Aliás, a carta seria um argumento a mais emdefesa de sua tese.Oriente a redação coletiva da carta. Vá anotandona lousa a/s idéia/s que pretendem defender eorganize-as em um ou dois parágrafos. Emseguida, devem dizer por que pensam assim. Porfim, devem retomar a idéia inicial e reforçá-la, combase nos argumentos apresentados.

FechamentoPeça que copiem a carta em suas fichas e soliciteum voluntário para passá-la a limpo, se possíveldigitando-a em computador. Lembre que todos osque concordam devem assinar a carta. Oriente opreenchimento do envelope, encaminhando-o aEliane Cantañede, aos cuidados do Editor:

Folha de S. PauloAl. Barão de Limeira, 425 Campos Elíseos01202-900 São Paulo SP

Finalmente, ajude-os a concluir que os jornaisapresentam uma seção de opinião. Esta seçãocostuma se subdividir em três blocos: a opinião dosdirigentes do jornal (editorial); a opinião dearticulistas (pessoas respeitadas na sociedade,contratadas pelo jornal para escrever esses artigos,e que assumem a responsabilidade por suasopiniões) e a opinião dos leitores. Procure deixarclaro que só tem sentido publicar uma matériadessa natureza no jornal quando o assunto provocapolêmica, isto é, quando existem opiniõesdivergentes sobre ele. Por isso, não basta expressaruma opinião, é preciso argumentar para defendê-la.

OFICINA 10HUMORMaterial necessário: ficha 10; dicionários;jornais ou revistas contendo seção de humor;papel (ou cadernos), lápis, borracha, caneta,cabetas coloridas; mural.

AquecimentoLembre-se de retomar os principais aspectos játrabalhados, de modo a situar os novosparticipantes. Converse com os alunos sobre acharge, deixando que levantem hipóteses antes dedizer o que é. Em seguida, leia e comente com elesa definição de charge que aparece na ficha 10.Charge é um tipo de texto quase sem palavras, que

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21JORNAL

utiliza ilustração para comentar ou criticar um fatoconhecido, de um jeito bem-humorado. Paraentender a “gozação”, em geral é preciso estar apar das notícias recentes. E, para que o leitorreconheça o personagem criticado, o chargistaexagera alguma característica física dele: um narizcomprido e fino, a falta de queixo, o uso de umdeterminado tipo de óculos etc. (Segundo odicionário Aurélio, charge é a “representaçãopictórica, de caráter burlesco e caricatural, em quese satiriza um fato específico, em geral de caráterpolítico e que é do conhecimento público”.)Atividade1a etapaPeça que observem a charge reproduzida eexplique que, mesmo quando a charge não tempalavras, é um tipo de texto, pois veicula idéias e,quase sempre, apresenta de um outro modo aopinião do jornal ou do chargista. Não é por acasoque ela geralmente vem na página dedicada àopinião do jornal.Se tiverem dificuldade em perceber, mostre-lhesque a charge reproduzida na ficha critica as pessoasque acham que assistir televisão faz mal. Durantemuito tempo, argumentou-se que a TV iria mataro gosto pela leitura, daí a brincadeira de mostrarum apresentador de TV gritando para que se tiremas crianças da frente dos livros. Estimule-os acomentar a idéia defendida pela charge e a tomaruma posição, levantando argumentos para justificarsuas idéias. Oriente-os a ouvir e respeitar a opiniãodo colega, mesmo sem concordar com ele.2a etapaEm seguida, com os jovens reunidos em grupos,distribua jornais e revistas, pedindo que osfolheiem para ver se encontram outras charges. Sequiserem, podem recortá-las e colá-las na seção dehumor do mural, lembrando sempre de registrar,abaixo de cada uma, o autor e a fonte: nome e datada publicação de onde foi retirada.FechamentoPara se divertirem um pouco, proponha que leiamas tiras da ficha. Comente o selo de ética eincentive os que desejarem a criar uma charge,mostrá-la aos colegas e afixá-la no mural.

OFICINA 11CRÔNICAMaterial necessário: ficha 11 (no verso daficha 10); jornais contendo crônicas; papel (oucadernos), lápis, borracha, caneta; mural.

AquecimentoFaça um rápido apanhado do que já foi tratado nasdemais oficinas.Diga aos alunos que crônica é um gênero literárioque retrata situações do cotidiano mais imediato.Em geral, é publicada em jornais e revistas erefere-se a temas do momento. Entretanto,algumas crônicas transcendem esse imediatismo,tratando de temas de interesse mais universal:assim, resistem ao tempo. A coleção Para Gostar deLer (que deve constar do acervo da Unidade), daeditora Ática, reúne vários cronistas famosos:Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, CarlosDrummond de Andrade e tantos outros.Atividade1a etapaLeia com eles a crônica de Paulo Mendes Campos“Chatear” e “encher” e explore o texto tal como estáproposto na Introdução deste fascículo, no item“O trabalho com a leitura”. Abra espaço para quecomentem o texto. Explique que a crônica,segundo o professor Antonio Candido, é umgênero de texto que elabora fatos do cotidiano“numa linguagem que fala de perto ao nosso modode ser mais natural. (...) A crônica está sempreajudando a estabelecer ou reestabelecer a dimensãodas coisas e das pessoas, (...) pega o miúdo emostra nele uma grandeza, uma beleza ou umasingularidade insuspeitadas. Ela é amiga daverdade e da poesia nas suas formas mais diretas etambém nas suas formas mais fantásticas -sobretudo porque quase sempre utiliza o humor.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA22 Isso acontece porque não tem pretensões a durar,

uma vez que é filha do jornal e da máquina, ondetudo acaba tão depressa. (...) Por isso mesmoconsegue quase sem querer transformar a literaturaem algo íntimo com relação à vida de cada um, equando passa do jornal ao livro, nós verificamosmeio espantados que a sua durabilidade pode sermaior do que ela própria pensava.” (Para gostar deler v.5. São Paulo: Ática, 1998, p.5-6)2a etapaEm seguida, proponha que procurem, nos jornaisou revistas, outras crônicas para ler e observarcomo diferentes autores tratam a questão docotidiano.3a etapaDesafie-os a produzir uma crônica para o jornalmural. Eles devem escolher o tema e imaginar umasituação relacionada. Depois, contar essa situação,num tom bem descontraído. Chame a atenção paraa mensagem do selo de ética.FechamentoAo terminar, poderão ler o texto para os colegas,passar a limpo depois de corrigido, copiá-lo naficha e publicar no mural.

OFICINA 12ESPORTES,VARIEDADES,SUPLEMENTOSMaterial necessário: cadernos ou suplementosde Esportes, Cultura ou Variedades, de jornaisdiversos; papel (ou cadernos), lápis, borracha,caneta; tesoura e cola; mural.

AquecimentoPeça aos participantes mais antigos que expliquemaos demais os aspectos que já foram trabalhadosnessas oficinas. Diga que hoje vão observar umagrande variedade de outros assuntos tratados pelojornal: é sua parte leve e divertida. Conte tambémque, aliás, há pessoas que só abrem o jornal para lerseções como esportes, horóscopo ou, televisão; osjornais trazem sempre informações sobre teatro,cinema, saúde, beleza, moda, dentre uma infinidadede assuntos que interessam a muitas pessoas.Atividade1a etapaCom os jovens reunidos em grupos, distribua jornaise peça que localizem seções como as listadas acima. Seo jornal trouxer índice de seções na primeira página,este será um bom momento para exercitarem orecurso ao índice. Comparando os diversosexemplares que cada grupo recebeu, proponha queobservem como cada jornal organiza esses assuntos.Em seguida, cada um deve procurar, nesses cadernosou suplementos, os assuntos que mais o interessam.Depois, peça que localizem, na seção ou cadernode variedades (com programação de teatro, cinemaetc.) quais opções de lazer e cultura a cidadeoferece de graça: sempre há pelo menos um ououtro espetáculo de música, teatro, dança, mostrade artes plásticas, debates etc.FechamentoProponha que recortem os mais interessantes parapublicar no jornal mural - pode ser que, quandoalgum deles deixar a instituição, ainda possa sedivertir com uma dessas atrações.

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23JORNAL

OFICINA 13JORNAL FALADOMaterial necessário: caixa de papelão grande;jornais diversos; papel (ou cadernos), lápis,borracha, caneta; cartolina, folhas de papelcolorido, tintas ou canetas do tipo Pilotcoloridas; se disponível, a caixa contendoadereços proposta para a oficina 8 do móduloJogos da vida; tesoura e cola.

AquecimentoEsta é uma atividade que desperta grande interesse nosjovens. Além disso, por meio dela, os participantesdesenvolvem habilidades de expressão oral eleitura, enquanto aprofundam sua visão de mundo.Pergunte se já assistiram a jornais veiculados pelaTV (ou pelo rádio) e comente o papel dosapresentadores desse tipo de programa. Diga queesses jornalistas – chamados de âncora – não só lêemas notícias como tecem comentários sobre elas, àsvezes dialogando com outros repórteres, que sãocorrespondentes do jornal em outras localidades.Anuncie que irão reproduzir um desses jornaistelevisivos. Inicialmente, proponha a confecçãocoletiva de uma moldura, imitando um aparelho deTV, confeccionada com a caixa de papelão, parapoderem simular a apresentação.Atividade1a etapaProponha que se organizem em três grupos –juntando em cada um leitores mais e menosexperientes – para montar um jornal falado. Podemusar como fonte tanto os jornais impressos quantoos noticiários transmitidos pelo rádio ou televisão,ou ainda o próprio conhecimento, se as notíciasforem relativas a sua realidade mais próxima.Eles devem escolher as seções, de acordo com seusinteresses, e cada membro do grupo se

responsabiliza por uma delas. O grupo deveráescolher ainda um ou dois âncoras, para garantir aunidade do jornal. Pelo menos um texto de notíciacriado deve ser registrado em folha avulsa, para serguardado no portfólio.No caso de apresentarem notícias já veiculadaspelos meios de comunicação, devem acrescentarum pequeno comentário do grupo a elas,justificando inclusive a escolha daqueladeterminada notícia.Podem ser apresentadas entrevistas “ao vivo”, pormeio de dramatizações. O grupo pode tambémcriar um cenário simples, uma espécie de marcaregistrada de sua apresentação. Todos devemparticipar da apresentação do jornal.FechamentoAo final da apresentação, será feita a avaliação daatividade: primeiro pelos grupos que seapresentaram, depois pela turma toda e, porúltimo, por você. Combine com eles os aspectos aserem avaliados. Como sugestão, indicamos que seavaliem: o interesse provocado pelas notíciasselecionadas; a clareza e correção da apresentação(expressividade e fluência da leitura); a qualidadeda análise das notícias feita pelo grupo; acriatividade; a participação coesa do grupo.Para essa atividade, é necessário discutir com elesalgumas regras de trabalho em equipe. Para isso,cada grupo deve arrolar as regras que acharnecessárias, como base para a construção de regrascoletivas para todos os grupos. Em caso dediscordância em relação a alguma regra, deve-sefazer uma votação. Registre as regras eleitas empapel pardo, para ser afixado na sala; todos devemcopiá-las no caderno.Se houver possibilidade, promova a apresentaçãodo jornal falado para o restante da Unidade.Combine com a coordenação da Unidade omomento e lugar propícios. Antes da apresentação,os jovens devem fazer um ensaio, levando emconta os resultados da avaliação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASCAMPOS, Paulo Mendes. Chatear e encher. In: PARA

gostar de ler v.2. São Paulo: Ática, 1982.

CÂNDIDO, Antonio. A vida ao rés-do-chão. In: PARAgostar de ler v.5. 13.ed. São Paulo: Ática, 1998.Prefácio, p.5-13.

CENPEC - CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EMEDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA.Ensinar e aprender. 4v. São Paulo: CENPEC;Curitiba: SEED/PR, 1998.

CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO POPULAR DESÃO MIGUEL. Guia prático para o jornal mural. SãoPaulo, 1984.

CITELLI, Adilson (org.) Aprender e ensinar com textosnão-escolares. São Paulo: Cortez, 1997.

COIMBRA, Oswaldo. O texto da reportagem impressa:um curso sobre sua estrutura. São Paulo: Ática,1993.

FARACO, Carlos E. Para gostar de escrever. 13.ed. SãoPaulo: Ática, 2000.

FARIA, Maria Alice. O jornal na sala de aula. São Paulo:Contexto, 1991.

JOLIBERT, Josette e cols. Formando crianças leitoras.Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. Caps.1-4.

________. Formando crianças produtoras de textos.Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. Caps.1-4.

KAUFMAN, Ana Maria, RODRIGUEZ, Maria Elena.Escola, leitura e produção de textos. Porto Alegre:Artes Médicas, 1995.

KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos daleitura. Campinas: Pontes, 1989. Caps.3-4.

PEREIRA, Vera W. (org.) O texto Informativo na sala deaula. Ijuí: Ed. Unijuí, 1993.

RAVIOLO, Daniel, LIRA, Júlio. A ética no jornalismoescolar. Fortaleza: Comunicação e Cultura, 1998.

Excertos de jornais e revistasFERNANDES, Kamila. Cesta é o único recurso em cidade

do Ceará. Folha de S. Paulo, São Paulo, 26 nov.2000. p.A5.

O ESTADO DE S.PAULO. São Paulo. edições de 10 e 11abr. 2002.

FOLHA DE S. PAULO. São Paulo. edições de 2 abr.2000;26 nov. 2000; 14 dez.2000; 14 e 15 abr.2002.

JORNAL DA TARDE. São Paulo. edição de 14 dez.2000.

MUNIZ, Ana. Meus filhos não vão ser pagodeiros:entrevista com Netinho. Contigo, São Paulo, n.1.317,p.51-3, 12 dez. 2000.

SOARES, Jô. Grandes baratos: oportunidades de ouro.Folha de S. Paulo, São Paulo, 1986. Arquivo Folha.

SUGESTÕES PARA O ACERVODA UNIDADELivroHARRIS, Chris, HARRIS, Ray. Faça seu próprio jornal.

10.ed. Campinas: Papirus, 2002.

24EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Todos os textos e imagens de terceiros são aqui reproduzidos com a expressa autorização de seus autores ou de seusrepresentantes legais.O Cenpec e os autores deste módulo agradecem a gentil cessão de direito de uso de textos e/ou imagens de O Estado deS. Paulo, Folha de S. Paulo, Laerte, Netinho de Paula, Paulo Mendes Campos.

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DICIONÁRIO: orientações para usoEsta ficha mostra como está organizada essa grande lista de palavras que é o dicionário.Dicionário é o livro que registra um conjunto de palavras organizadas alfabeticamente.A ordem alfabética é usada para organizar listas de todos os tipos, dicionários,enciclopédias, catálogos e outros.O dicionário da língua portuguesa, além de mostrar como são escritas as palavras, trazseu significado e algumas informações gramaticais.Para consultar o dicionário, o principal é conhecer bem o alfabeto.� Para treinar um pouco, complete as seqüências abaixo com as letras que estão

faltando:F , , , , , L S, , , , , ZL , , , , , Q B, , , , , GN, , , , , S A, , , , , F

� Escreva as palavras abaixo em ordem alfabética:CAVALINHO, VAGALUME, ESTRELA, TERRA____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

NOITE, BRINQUEDO, FADA, SONHO, CORAÇÃO____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como as palavras acima não começam com a mesma letra, para pô-las em ordemalfabética você precisou prestar atenção só à primeira letra de cada uma. Noentanto, é claro que muitas palavras começam com a mesma letra. Para pôr emordem palavras com a mesma letra inicial, é preciso observar as letras restantes.Observe as palavras abaixo:

GOIABA, GIRAFA, GARRAFA, GRADE, GELÉIATodas começam com a mesma letra. Portanto, temos de ordená-las prestandoatenção nas segundas letras. Faça um círculo em torno da segunda letra de cadapalavra.

� Experimente colocá-las agora em ordem alfabética.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

� Ordene agora estas palavras guiando-se pela segunda letra:BRINQUEDO, BARULHO, BOLINHO, BEIJU____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

CAFÉ, CHAVE, CLARA, CORRIDA____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

TAMBÉM, TUIM, TORRE, TRAVE, TESOURA____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

NOME DATA

FICHA 0JORNAL

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� Faça um círculo em volta da terceira letra de cada palavra:FAÇANHA, FADIGA , FAÍSCA, FARAÓ, FATIGAR

� Agora ponha-as em ordem, reparando na ordem alfabética da terceira letra.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

� Faça o mesmo para as seguintes listas de palavras:PEREGRINO, PENETRAR, PESADO, PEQUENO, PELÚCIA____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

RECUPERAR, RENDOSO, REFLEXO, RELÂMPAGO, RETRATO____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Muitos trabalhos que você está fazendo nestasoficinas são propostos para ser realizados em grupo.Isso porque acreditamos que as pessoas aprendemumas com as outras e que todas podem sedesenvolver muito mais, quando têm oportunidadede confrontar suas idéias com as dos colegas.Entretanto, isso só acontece se todos participaremigualmente de todas as atividades e disserem o quepensam realmente, se todos se esforçarem.Quando há um trabalho para ser feito em grupo, denada adianta dividi-lo e distribuir um pedaço paracada um, porque assim cada participante ficasomente com a visão da sua parte e perde a visãodo todo. Pior ainda é quando só um ou doistrabalham (porque o grupo acha que são maisinteligentes, ou mais estudiosos) e os outros ficam

olhando, sem coragem ou com preguiça departicipar. Além disso, não seria justo: os que nãoparticipam deixam de aprender.Mesmo não sabendo direito como é para fazer, épreciso tentar. É assim que a gente aprende. Asatividades propostas podem ser realizadas por todosos alunos, especialmente se uns ajudarem osoutros. Quando um colega não sabe, a gente devedar dicas, fazer junto, mas não fazer por ele.Quando a gente faz pelo outro, a gente não ajuda,atrapalha, impede o outro de aprender. Às vezes, hácolegas que acham que não sabem (porque nuncatentaram), mas eles podem se surpreender edescobrir que têm muito o que ensinar para ogrupo. Não deixe que o outro faça por você: exijaseu direito de participar.

ORIENTAÇÕES PARA O TRABALHO EM GRUPOS

DicasVocê já sabe que, para achar uma palavra no dicionário, não basta prestar atenção só naprimeira letra: é preciso olhar também para as outras. Agora veja mais uma dica.Procure no dicionário a palavra CONVENCIDA. Encontrou? Não? Então, procureCONVENCIDO. Encontrou, não é? Então, tente FAMOSO e FAMOSA. Qual das duas vocêencontrou? Sabe por quê? Quando as palavras têm o mesmo sentido no masculino e nofeminino, o dicionário só registra o masculino.Outra dica: procure no dicionário a palavra AFLITOS. Não encontrou, não é? Mas encontrouAFLITO, não? O dicionário registra as palavras no singular.Finalmente a última dica, por enquanto. Procure no dicionário as palavras: OLHOU, CAÍA,FUJAM. Não achou nenhuma, não é?Agora procure: OLHAR, CAIR e FUGIR. Entendeu? Isso mesmo: é que os dicionários nãotrazem os verbos conjugados, mas apenas no infinitivo (o nome do verbo).Com essas dicas, você já pode encontrar quase tudo no dicionário.

FICHA 0 VERSOJORNAL

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A organização do jornal e a primeira páginaObserve esta primeira página de um jornal e os elementos que contém.

chamadas paraoutros cadernos

cabeçalho

olhomanchete

foto-manchete

legendada foto

notícias de1a página

previsãodo tempo

índice dasseções

ÉTICA NA IMPRENSAO jornal deve promover os direitoshumanos e democráticos em toda

sua extensão, defendendo apluralidade de idéias e evitando

qualquer forma de preconceito deraça, credo, sexo etc.

(Raviolo & Lira, 1998)

NOME DATA

FICHA 1JORNAL

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O jornal muralParticipando destas oficinas, você vai colaborar na organização de um jornal muralna Unidade. Veja algumas dicas para o mural ficar bem legal.

(Fonte: Guia prático para o jornal mural, do Centro de Comunicação e EducaçãoPopular de São Miguel. São Paulo, 1984)

� Anote aqui o nome que foi escolhido para o jornal mural da Unidade e os nomes dasseções:

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� O mural precisa estar afixado numaaltura tal que a maioria dos leitorespossa ler: nem muito acima, nem muitoabaixo da média da linha dos olhos dosjovens da Unidade.

� O jornal mural precisa atrair a atençãodo leitor, em primeiro lugar, por seuaspecto visual. Para isso, use papéis decores diferentes e tintas variadas.

� O nome do jornal não pode ser trocadoe deve ser escrito sempre com omesmo tipo de letra, para que sejareconhecido facilmente. Deve ficar noalto do mural, no centro ou à esquerda.

� Use muitos desenhos e fotos, mas é

preciso escolher bem, para quecompletem a notícia e não reproduzamsimplesmente o que ela está dizendo.

� As matérias mais importantes devemser colocadas no centro, ou então àesquerda.

� Para destacar algum artigo, você pode:� escrevê-lo em letras maiores;� escrevê-lo com letras de outra cor;� colocar em volta da matéria um friso

(moldura) colorido.� Sempre que possível, os textos devem

ser pequenos e escritos com frasescurtas e diretas.

NOME DATA

FICHA 2JORNALEDUCAÇÃO

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Diagramação das seções do jornal muralObserve algumas maneiras de formatar os nomes das seções do jornal.

� Escreva o título da notícia que você escolheu para compor o jornal mural e faça seucomentário.

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ÉTICA NA IMPRENSABoatos e fofocas não devem serpublicados, nem se deve mexercom a intimidade das pessoas.

(Raviolo & Lira, 1998)

NOME DATA

FICHA 3JORNAL

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FICHA 4JORNALEDUCAÇÃO

E CIDADANIA30

A mancheteVeja como são variados os tipos e tamanhos das letras destas manchetes.

� Escreva aqui a manchete que você e o colega criaram para a notícia sem título quereceberam. Ao lado, escreva a manchete ou título original.

� E aqui, suas manchetes malucas.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ÉTICA NA IMPRENSARumor é uma notícia que corre,pode ser verdadeira ou não. Por

isso, antes de publicá-la, é precisoinvestigar sua veracidade.

(Raviolo & Lira, 1998)

Governo corta distribuiçãode cestas básicas a pobres

São Caetano vai àdecisão da Copa JH

Itamar Assumpçãovolta aos palcos

Em 2001, remédios subirãoem média 4,4%

NOME DATA

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FICHA 5JORNAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

A notíciaO educador vai orientá-lo a analisar e reconhecer os elementos de uma notíciajornalística.

ÉTICA NA IMPRENSANão tem importância se alguém é

branco ou negro, rico ou pobre,homem ou mulher, dessa ou

daquela religião: o jornal só devemencionar isto se for importante

para o sentido da notícia. (Raviolo & Lira, 1998)

� Registre aqui o título da notícia que você e os colegascriaram. Guarde a folha com a notícia junto com estaficha no portfólio.

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Para as 300 famílias que vivem em Targinos, vilare-jo da zona rural de Canindé, no sertão do Ceará, os 18quilos de alimentos que recebem mensalmente do go-verno federal são a única fonte de sobrevivência.

O trabalho em Canindé (114 km de Fortaleza) é es-casso. Uma das atividades para os homens é cortar pa-lha de carnaúba, com rendimento de R$ 0,60 por mi-lheiro.

Em outubro, a cesta não chegou - aúltima remessa havia sido em setem-bro. A saída para as famílias mais nu-merosas, quando há atraso, é contarcom a ajuda das menos numerosas, queconseguem economizar os alimentospor mais tempo. “Vim sem comer nada.Deixei em casa um pouco de comidaque a vizinha conseguiu para os meusmeninos.”, disse Maria Carmelita, 38,mãe de cinco filhos, o mais novo com2 anos. Ela estava esperando pela dis-tribuição das cestas.(...)

Zenilda Ferreira Vale, 35, já não tinha o que dar paraos seis filhos e o marido comerem. Todos chegam a fi-car até sete horas esperando o caminhão entregar os ali-mentos. “Minha mãe vai fazer arroz e feijão quando agente chegar em casa.”, disse a filha mais nova, Elizia-ne. “Gosto de tudo.”, disse Mardônio, 11. As criançasnão comiam havia mais de um dia.

O transporte de alimentos até a casa é feito no lom-bo de cavalo ou jumento, sobre a bicicleta ou em cimada própria cabeça. “Minha casa fica a três léguas daqui.Chego lá só daqui a duas horas.”, disse Maria Carmeli-

ta. “Parece que a cabeça vai explodir de tanta dor, maseu agüento a fome”.

Em todo o município de Canindé, recebem a cestabásica 9.292 famílias. O benefício só é entregue às fa-mílias sem rendimento algum ou àquelas que recebemum salário mínimo e têm mais de três pessoas em casa.

“Muita gente critica o projeto porque as pessoasficam mal-acostumadas. Eu até concordo com isso, masentão que apresentem outro projeto que ajude essas fa-mílias a conseguir um emprego, a ter um salário dig-

no.”, afirmou o presidente da comissãode distribuição das cestas, Luís CarneiroPereira.

As famílias que recebem a cesta fi-cam sabendo pelo rádio quando devemcomparecer à sede dos vilarejos para pe-gar os produtos. Cada um, com a carteirade identidade na mão, leva um saco deestopa para carregar os alimentos.

Na maioria das vezes, quem vai é ohomem da casa, por causa do peso do pa-cote. “Mesmo sendo pesado, eu prefiro

vir, porque homem sempre demora mais, dá uma pas-sada no bar, fica falando com os amigos.”, afirma Ma-ria Carmelita. “Minha mulher está prontinha em casapara preparar a comida”, disse, alegre, o agricultor Fran-cisco Antônio Lima, 35, pai de três filhos.

Além de a cesta ser pouco variada, muitas vezes osprodutos não são de boa qualidade. “Tem vez que ofeijão não cozinha de jeito nenhum, de tão duro que é”,disse Maria Ferreira Cunha, 48, mãe de dois filhos.“Mas a gente não reclama, não, porque é de graça, nãoé? Se não tivesse, ia ser bem pior”.

(Folha de S. Paulo, 26 nov. 2000, p.A5)

Cesta é o único recurso em cidade do CEKamila Fernandesda agência da Folha em Canindé

A gente nãoreclama não,

porque é de graça,não é?

Se não tivesse,ia ser bem

pior.

NOME DATA

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A reportagemReportagem é um conjunto de matérias sobre determinado assunto, contendo emgeral fotos, entrevistas, comentários e, muitas vezes, gráficos, esquemas ou mapas.Estas são as páginas A4 e A5, da chamada da primeira página reproduzida na ficha 1.

Infográficos sãoinformaçõesesquemáticasusando ilustraçõese gráficos.

Notícia transcritana frente da ficha

Olho comdepoimento

Eliziane, 5, cuja família chega a ficar até sete horas esperando ocaminhão entregar alimentos� Escreva aqui o assunto da reportagem de seus sonhos:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ÉTICA NA IMPRENSATodo fato pode ter mais de uma versão.

É preciso registrar vários aspectos para que oleitor possa tirar suas conclusões.

(Raviolo & Lira, 1998)

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FICHA 6JORNALEDUCAÇÃO

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FICHA 7JORNAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

A entrevistaVeja esta matéria contendo entrevista com um conhecido cantor popular.

ÉTICA NA IMPRENSAO jornal deve defender suas idéias,mas não deixar de publicar matériascom pessoas que pensam diferente.

(Raviolo & Lira, 1998)

Dar uma boa formaçãoaos filhos, para que não de-pendam do pagode, é o so-nho de Netinho - que fez amágica de bater RobertoCarlos com o quadro A Prin-cesa e o Plebeu.

Simpatia, competência,coragem, trabalho. Foi comessas armas que o cantorNetinho conseguiu, no do-mingo dia 26, uma inéditavitória no Ibope: 34 pontospara seu quadro A Princesae o Plebeu, no SBT, enquan-to o Domingão do Faustão,na Globo, marcava 18 pon-tos mostrando Roberto Car-los. O segredo, diz o pago-deiro, é “mostrar a vida real,sem maquiagem”. Solidáriocom “seu povo”, a popula-ção negra e humilde dasperiferias, ele quer tambémgarantir uma boa formaçãoa seus sete filhos. “Não que-ro que sejam apenas pago-deiros e sem preparo navida”, explica. Seus próxi-mos projetos incluem terum programa de TV e, quemsabe, cantar sozinho - massem abandonar o grupo Ne-gritude Júnior.

– Com o sucesso do qua-dro A Princesa e o Plebeu,derrotando até Roberto Car-los na Globo, você se ani-ma a outros vôos?

Entrevista com Netinho“MEUS FILHOS NÃO VÃO SER P“MEUS FILHOS NÃO VÃO SER P“MEUS FILHOS NÃO VÃO SER P“MEUS FILHOS NÃO VÃO SER P“MEUS FILHOS NÃO VÃO SER PAGODEIROS”AGODEIROS”AGODEIROS”AGODEIROS”AGODEIROS”

Ana MunizSim. Na realidade, o qua-

dro desperta interesse daRecord, do SBT, da RedeTV!e até da Globo. Mas estouanalisando as propostaspara definir o que é melhorpara a minha carreira. Todasas emissoras estão commuito boa vontade, mas nãoquero trabalhar sob o efeitodos números daquele do-mingo, quando o quadro deu34 pontos. Quero um planode trabalho e de vida. (...)

– Que tipo de trabalhovocê gostaria de fazer?

Quero ter um programade auditório, na linha de umtalk-show de variedades,em que pudesse entrevistarpersonalidades e ser menoselitista que o Jô. (...)

– Qual o segredo do su-cesso do Princesa, paravocê?

Não sou pretensioso (...).O segredo é que o povogosta de ver a verdade.Quando sente que tem al-guma coisa muito arruma-dinha, acaba desconfiando.O formato do Princesa é averdade da vida das pessoas,só mostramos isso. (...)

– Por que se empenhoutanto nisso?

Minha batalha não é sópara o Netinho aparecer,

mas sim, para haver um re-presentante da raça negra natelevisão. Coisa que a gentenão tem. Aliás, só vai ter nodia em que o governo baixaruma lei obrigando. Quandoidealizei o quadro, não esta-va só preocupado com di-nheiro. (...)

– Como cantor, você pen-sa em seguir carreira solo?

Acho que sim, já quenada na vida é eterno. Masnão penso nisso para os pró-ximos 15 anos. Não possopensar só em mim e deixarmeus irmãos de lado.

– Você alcançou fama edinheiro, mas continua liga-do às suas origens humildes.Por quê?

Não acho que o meu su-cesso é só meu. Eu repre-sento a periferia e não pos-so desapontar o pessoal.Sempre pensei que iria che-gar onde cheguei, que iriaconseguir um espaço na te-levisão e dar exemplo parao meu povo. Que a meninanegra que sofre tanta discri-minação de beleza e empre-go poderia ligar a TV e sentirorgulho, ao invés de se sen-tir feia.

NOME DATA

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– De onde vem a dispo-sição de defender a perife-ria?

Acho que de tudo que jávivi. Quando tinha 7 anos,fui a uma festa de aniversá-rio em que a dona da festame deu um pedaço de boloe me disse: “Você come láfora, porque o pai dela nãogosta que tenha negros den-tro de casa“. Eu era criança,não entendia nada daquiloe estava feliz com o pedaçode bolo. Não sabia o que eraracismo. Aí amigos maisvelhos me perguntaram porque eu saí, ficaram revol-tados. Quando cresci e so-fri mais preconceito, perce-bi que a minha missão eradar força pra essa galera enão ficar sofrendo e choran-do. Porque ninguém vai aju-dar você. E não gosto do ne-gro que tem dó dele mes-mo.

– Você voltou a sofreresse problema depois?

Sim. Um dia desses saíde um jantar da Net, no res-taurante Leopoldo, em queeu, o Rubinho Barrichello eoutros fomos homenagea-dos. Quando estava na por-ta esperando o meu carro,um senhor bem vestidochegou, entregou-me a cha-ve para eu pegar o carrodele. Imaginava que eu fos-se o manobrista. Ao invésde brigar, peguei na mão

dele falei: “Senhor; eu tam-bém estou esperando o car-ro, não sou manobrista. Eleficou muito sem graça, pe-diu mil desculpas, pois nãofez por maldade. Ainda lhedisse: “Acostume-se a vermais negros aqui...”.

– Você já teve algumaexperiência com drogas?

Nunca. Não fumo eodeio bebida. A minha mãenão podia fumar; mas insis-tiu tanto que acabou mor-rendo aos 33 anos, nosmeus braços. Odeio tudoisso.

– Você também não cur-te ostentações, como ou-tros pagodeiros. Você sesente diferente?

Não ganho pra isso. Te-nho meus avós que depen-dem de mim, meu pai e setefilhos para sustentar. Nãoposso me dar ao luxo de

gastar com essas coisas.Prefiro investir na educaçãodos meus filhos. Mas nãoacho errado que eles se exi-bam.

– Você conversa com ossete filhos? Como os orien-ta?

Conversamos, somosmuito amigos. Digo-lhesque, se um dia eu morrer,eles vão ter de saber admi-nistrar o dinheiro, estudarpara não sofrer. Preocupo-me muito com isso, porqueperdi minha mãe quando elasó tinha 33 anos. Então, fizaté testamento para nãodeixar que eles passem oque passei.

– Você os incentiva a es-tudar?

Nosso papo, antes dequalquer coisa, é sabercomo vão na escola. No fimdo próximo ano, os trêsmais velhos - Jackson e Ed-son, de 15 anos, e Levy, de12 - vão estudar fora. Que-ro ver meus filhos forma-dos. Eles até formaram umgrupo, gravaram CD e jáestavam até com um fã-clu-be. Aí, comecei a me preo-cupar mais e decidi colocartodo mundo para estudarfora. Não quero que sejamapenas pagodeiros e sempreparo para a vida. (...)(revista Contigo, n.1.317, 12 dez.2000, p.51-3)

� Transcreva aqui um trecho da entrevista fictícia com seu ídolo.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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0 sinal (...) indica queum trecho foi saltado.

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expressão como um valorfundamental da sociedade

democrática.(Raviolo & Lira, 1998)

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FICHA 8JORNAL

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FICHA 8 VERSOJORNAL

EDUCAÇÃOE CIDADANIA

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ÉTICA NA IMPRENSAO jornal não deve ser

instrumento de doutrinaçãopolítico-partidária ou religiosa.

(Raviolo & Lira, 1998)

A opinião do jornal e do leitorEm geral, logo na segunda página, o jornal traz uma seção de opinião.A matéria em que se expressa a opinião do diretor ou dono do jornal chama-seeditorial. Veja este editorial e um texto de opinião assinado (por um/aespecialista que escreve a convite do jornal).

BRASÍLIA - O Supremo Tribu-nal Federal abre os seus dig-níssimos salões amanhã, às15h, para algo inusitado: a en-trega do Prêmio Sócio-Edu-cando, que alguns preferem lercomo “só se educando”.

Trata-se de um prêmioconcedido a juízes, promoto-res, advogados, ONGs, pro-fessores e estudantes que, dealguma forma, de preferênciainovadora, colaboram para areeducação de menores infra-tores. Por que no Supremo?Para enfatizar que, quandobem aplicados, os princípiosdo Estatuto da Criança e doAdolescente funcionam queé uma beleza. Inclusive a tro-ca do puro confinamento porsanções sócio-educativas. OECA é uma lei. O Supremo éa meca das leis.

Um crime é sempre umcrime. Quando é cometidopor um adolescente, a dife-rença não é o ato, é o autor.Não é o crime, é o tipo decriminoso. Que é jovem, estáem processo de desenvolvi-mento, de formação de cará-ter. O Estado e a sociedadelhe devem uma nova chance.

MORTE MISERICORDIOSAa próxima terça-feira, aHolanda deve entrar para

a história ao tornar-se o primei-ro país a autorizar a eutanásia,a morte com assistência médi-ca a pedido do paciente termi-nal. Os partidos que compõema coalizão de governo chegarama um acordo sobre a proposta.

A discussão ético-filosóficaacerca da eutanásia, tambémconhecida como a “morte mi-sericordiosa”, é complexa e seperde em conceituações técnicas.Mas o procedimento, numa desuas formas, é utilizado em todomundo, inclusive no Brasil.

Nas UTIs brasileiras, médi-cos por vezes optam por nãoseguir com o tratamento de pa-cientes sem prognóstico. Essamedida extrema leva no jargãotécnico o nome de descontinu-ação de tratamento fútil. Naeventualidade de uma paradacardíaca, a ordem é não tentarreanimar esse paciente. No vo-cabulário bioético, essa condu-ta é conhecida como ortotaná-sia ou paraeutanásia. Normal-mente, o próprio paciente (ou,na impossibilidade deste, a fa-mília), é ouvido antes da toma-da da decisão.

Por motivos óbvios, porém,a conduta é mantida na penum-bra. Uma interpretação literaldos textos legais colocaria omédico na condição de réu poromissão de socorro.

Na Holanda, a eutanásia já épraticada abertamente há 20anos, não só como ortotanásia,mas também na forma ativa, pormeio de injeção letal. Pelo pro-jeto, o procedimento sai das

sombras e ganha um protocolorígido, segundo o qual, além davontade do paciente, pelo me-nos dois médicos têm de che-gar à conclusão de que o prog-nóstico é irreversível. Estudopublicado anteontem na revistaLancet revela que na Bélgica,onde se debate a adoção de le-gislação semelhante à holande-sa, a eutanásia é mais aplicadado que alguns pensavam. Do to-tal de mortes registradas na re-gião de Flandres, 1,3% se deu apedido do paciente e 3,2% emconseqüência de drogas letaissem a requisição explícita dodoente. Decisões de não dar tra-tamento operaram em 16,4%dos casos. Em 18,5% deles, fo-ram ministradas drogas para ador que, em teoria, podem terabreviado a vida do doente. Nãoexistem estatísticas assim deta-lhadas para o Brasil.

Para além dos argumentosreligiosos contra a eutanásia, al-guns médicos afirmam que opaciente em dor pode estar atra-vessando um surto psicótico, oque desautorizaria sua decisãode morrer. Também se diz queavanços na farmacologia já per-mitem, na maioria dos casos,grande alívio da dor física, sema necessidade de provocar amorte.

Mesmo lembrando a imensadistância que separa a realida-de social e a medicina da Euro-pa das do Brasil, é oportuno queaqui se discutam questões rela-tivas ao tema. O Código Penaldata de 1940, um tempo em queos prognósticos da medicinaeram precários e a penicilinaainda estava em uso.

N

No quilométrico rol dosinvestimentos sociais inadiá-veis, a recuperação do menorinfrator, considerado “casoperdido”, disputa os últimoslugares e é o que tem menosglamour. Logo, menos aten-ção e recursos do Orçamen-to federal e das empresas quetêm programas sociais.

Por isso, e por não se co-nhecerem ainda os premia-dos, destaca-se aqui a atua-ção de um dos patrocinado-res do Prêmio, a FundaçãoEducar D’Paschoal, de umaempresa privada de Campi-nas (SP).

Com tantas coisas para sepreocupar, por que logo commenor que rouba, assalta, in-comoda as elites e ameaça asociedade? Provavelmente,por solidariedade, pela cons-ciência de que trucidar ouconfinar esse menor em su-cursais teen do Carandirunão leva a nada e pela cren-ça de que “só se educando”a coisa vai.

Gostem ou não os cabeças-duras ou, pior, os que queremsangue.

ELIANE CANTANHÊDE

“Só se educando”

(Folha de S. Paulo, 26 nov. 2000, p.A2)

OP IN I ÃO

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A opinião do leitorTodos os jornais costumam reservar espaço para que os leitores se manifestem, exponhamidéias ou reclamações, em geral na forma de “cartas do leitor”.

ÉTICA NA IMPRENSAO jornal não publica matérias,recadinhos ou mesmo artigos

anônimos.

EducaçãoA reportagem “Bolsa-Escola

deixa de atender 2,3 milhões decrianças carentes” (Cotidiano, pág.C4, 12/4) contém informações in-corretas. Não há falta de recursospara atender 2,3 milhões de criançasque ainda não são beneficiadas peloPrograma Bolsa-Escola, como diz otexto. O governo federal conta comR$ 2 bilhões do Fundo de Combatee Erradicação da Pobreza para aten-dimento neste ano aos 10,7 milhõesde crianças mais carentes do país. Oprograma já atende 8,5 milhões decrianças pertencentes a quase 5milhões de famílias em 5.512 muni-cípios brasileiros. (...) O secretárionacional do Bolsa-Escola, FlorianoPesaro, em nenhum momento afir-mou haver falta de recursos para oprograma. (...) Em relação à fiscali-zação da freqüência dos alunosbeneficiários às aulas, que deve serde 85%, ela não é realizada pelos 30agentes citados na reportagem. Ocontrole é feito pelas prefeituras, e afiscalização, pelos Conselhos deControle Social (...). Os agentesapenas acompanham o trabalho dosconselhos.Sandra C. Inácio, chefe da assesso-ria de comunicação social do MEC(Brasília, DF)

Resposta da jornalista ElianeMendonça - Com base em resposta

do secretário em debate com inter-

nautas disponível no site do MEC, a

reportagem afirmou que, por falta

de recursos, a ampliação do número

de crianças atendidas pelo Bolsa-

Escola está suspensa temporaria-

mente. O texto afirmou que o con-

trole da freqüência dos alunos é

feito pelas prefeituras. Os 30 agen-

tes do Ministério fiscalizam irregu-

laridades - aleatoriamente ou me-

diante denúncia.

Desenho polêmicoCreio ser uma boa idéia montar

alguns episódios do desenho “OsSimpsons” com a família visitandooutras cidades. No próximo episó-dio, Homer e sua família poderiamir visitar um tio milionário em NovaYork, que ganha dinheiro com amiséria dos outros, quando um aviãoderruba o prédio em que estão. Sal-vos por milagre, resolvem descrevero fato ao resto da família e é quandodescobrem que o correio está sobquarentena por causa do Antraz. Essee muitos outros episódios podem sermontados para que todos nós nosdivirtamos com a trapalhadas dosmembros dessa família.Celso Oliveira (Campinas, SP)(Folha de S. Paulo, 14 e 15 abr. 2002.p.A3)

Doença socialDomingo, a cidade de São Paulo

ficou debaixo d’água. É o legado domalufismo. É a herança de oito anosde descalabro administrativo e cor-rupção, que vai para a próxima pre-feita. Povo do Estado de São Paulo,teremos eleição para governador em2002. Ponham todos as mãos naconsciência, venham visitar a capi-tal, e não se envolvam nessa doençasocial que acometeu São Paulo.Antonio Carlos Ciccone,[email protected]), São Paulo(Folha de S. Paulo, 26 nov. 2000. p.A3)

A Seleção Brasileira hoje (resp.

à seção “O técnico é você”)

Segundo maior artilheiro brasilei-ro de todos os tempos... tetracam-peão... artilheiro de quase todos oscampeonatos dos quais participou...Eleito melhor jogador do mundo...Com esse currículo, se jogasse naEuropa... brasileiro, ainda por cimanegro, só vale mesmo no exterior.Imaginem só o que será do Ronaldi-nho quando ele voltar pro Brasil? Joãodo Pulo que diga lá das alturas... André Vieira, São Paulo

Péssima imagem

A imagem do Brasil no exterior ébem pior do que relatam aí sobre odesenho dos Simpsons. Vivo na Ale-manha. Quando digo que sou brasi-leira, as pessoas logo falam: “Não éno Brasil que policiais matam crian-ças?” Tudo o que é negativo sobre oBrasil aqui é projetado e aumentado.Se falamos das qualidades que o Bra-sil tem, ninguém acredita ou não queracreditar. O estrangeiro está pouco li-gando para o que o Brasil tem de bomou de bonito, a eles só interessa o paísdeles. O Brasil, para eles, não é nada...Lúcia Helena F. Sousa([email protected])

(O Estado de S. Paulo, 10 e 11abr. 2002. p.3)

� Copie aqui a carta que escreveram para a articulista Eliane Cantanhêde.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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HumorVocê sabe o que é uma charge? É um tipo de texto quase sem palavras, que utiliza ilustraçãopara comentar ou criticar um fato conhecido, de um jeito bem-humorado. Para entender a“gozação”, em geral é preciso estar a par das notícias recentes. E, para que o leitorreconheça o personagem criticado, o chargista exagera alguma característica física dele: umnariz comprido e fino, a falta de queixo, o uso de um determinado tipo de óculos etc.

Esta é uma charge antiga do Laerte, de uma edição de jornal em que se discutia oefeito da televisão sobre o hábito de leitura. Analise-a com os colegas.

(Folha de S. Paulo, 14 dez. 2000)

(Jornal da Tarde, 14 dez. 2000. SP Variedades. p.C4)

(Folha de S.Paulo, 15 abr. 2002. Ilustrada p.E5)

(Jornal da Tarde, 14 dez. 2000. SP Variedades. p.C4)

ÉTICA NA IMPRENSAO jornal não publica piadas, históriasou artigos que atinjam a dignidadede indivíduos e segmentos sociais.

(Raviolo & Lira, 1998)

Divir ta-se

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FICHA 10JORNAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

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CrônicaEm geral (mas nem sempre), a crônica também é bem-humorada. Leia esta.

ÉTICA NA IMPRENSACuidado para não difamar

ninguém. Difamar é atribuirinjustamente a alguém um fato

ofensivo a sua reputação..(Raviolo & Lira, 1998)

“CHATEAR” E “ENCHER”Paulo Mendes Campos

Um amigo meu me ensina a diferença entre“chatear” e “encher”. Chatear é assim: vocêtelefona para um escritório qualquer nacidade.

– Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?

– Aqui não tem nenhum Valdemar.

Daí a alguns minutos, você liga de novo:

– O Valdemar, por obséquio.

– Cavalheiro, aqui não trabalha nenhumValdemar.

– Mas não é o número tal?

– É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.

Mais cinco minutos, você liga o mesmonúmero:

– Por favor, o Valdemar já chegou?

– Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disseque o diabo desse Valdemar nunca trabalhouaqui?

– Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.

– Não chateia.

Daí a dez minutos, liga de novo.

– Escute uma coisa! O Valdemar não deixoupelo menos um recado?

O outro desta vez esquece a presença dadatilógrafa e diz coisas impublicáveis.

Até aqui é chatear. Para encher, esperepassar mais dez minutos, faça uma novaligação:

– Alô! Quem fala? Quem fala aqui é oValdemar. Alguém telefonou para mim?

(Para gostar de ler v.2. São Paulo: Ática, 1982)

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JORNAL MURALSugestões de organização e montagem

NOSSA VOZ

EDITORIAL SÓ ARTE

O QUE ROLA NA UNIDADE

SAÚDEVoz doLeitor

PARA RIR ANÚN CIOS

VIVENDO E APRENDENDO

P R E S E R V A Ç Ã OFALA LEITOR

COTIDIANO

NO AR

EDITORIAL

CIÊNCIA

SAÚDE

CARTAZETE 1JORNAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

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CARTAZETE 2JORNAL

EDUCAÇÃOE CIDADANIA

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JORNAL MURALMais sugestões

A VERDADEEDITORIAL

FALA LEITOR FALANDO SÉRIO SAÚDE VIVO

REPORTAGEMHUMORNO ARESPORTE

pingonoiexpediente nossa

opinião cuidado coma saúde

a cidade eo mundo

fala irmãoCLASSIFICADOS avisos

para rir

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ISBN 85-85786-34-5

Autoria

SECRETARIA DEESTADO DA EDUCAÇÃO

Realização