educação e bibliotecas digitais

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  • 8/8/2019 Educao e Bibliotecas Digitais

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    ______ RELATO DE EXPERINCIA

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    Revista Digital de Biblioteconomia e Cincia da Informao,Campinas, v.8, n. 1, p.103-116, jul./dez. 2010ISSN: 1678-765X103

    EDUCAO E BIBLIOTECAS DIGITAIS

    Cassia Furtado

    Resumo:Com o avano vertiginoso das tecnologias de comunicao e da informtica, o mundo presencia osurgimento de uma nova sociedade, onde a informao se faz onipresente, mudando nossa forma depensar e agir. A Sociedade da Informao no s um fenmeno tecnolgico, tem repercussopoltica, econmica, educacional e cultural.Destacamos, dentre os aspectos educacionais, o surgimento da biblioteca digital e seu papel comoprovedora de acesso informao digital. Este artigo tem como objetivo fazer um recorte na literaturasobre a biblioteca digital e educao, onde foi percebida a ausncia de bibliotecas escolares digitais,em Portugal e tambm no Brasil, fato que evidencia uma lacuna no sistema educacional dos referidospases.

    Palavras-chave:Biblioteca digital; Biblioteca escolar; Educao

    EDUCATION AND DIGITAL LIBRARIES

    Abstract:With the breathtaking advance of communications technology and computing, the world witnesses theemergence of a new society, where information is ubiquitous, changing our way of thinking andacting. The Information Society is not only a technological phenomenon, has passed the political,economic, educational and cultural.Featuring, among the educational aspects, the emergence of the digital library and its role as a providerof access to digital information. This article aims to make an indentation in the literature on digitallibraries and education, which were perceived lack of educational digital libraries, Portugal and Brazil,

    a fact which highlights a gap in the educational system of those countries.

    Keywords:Digital library; School library; Education

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    INTRODUO

    A sociedade atual vive um perodo peculiar com o impacto da informtica, das

    telecomunicaes, das redes de computadores. No h atividade humana que resista a

    esse perodo de transio e pode ser sentido no trabalho, na educao, no entretenimentoe nas artes. O homem segue como parte integrante e atuante neste cenrio de

    singularidade e de intensas mudanas tecnolgicas.

    A sociedade agora ps - industrial e vivemos no que chamado de Sociedade da

    Informao, onde a informao encontra-se presente de maneira intensa na vida social

    dos povos de todos os pases, independente do seu nvel de desenvolvimento, tamanho ou

    filosofia poltica, desempenhando um papel central em todas as atividades. Porm, umdos mais importantes aspectos dessa realidade a educao.

    As instituies educacionais, em especial, a escola e a biblioteca, trabalham agora nesse

    cenrio e com isso se deparam com novos paradigmas e responsabilidades.

    BIBLIOTECAS DIGITAIS

    Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicao e informao transformando o

    novo sculo em um mundo cada vez mais ligado em rede de informao global, onde

    milhes de pessoas se conectam, produzindo e recuperando informao em tempo real,

    faz surgir novas formas de pensar, interagir e viver. Esse desenvolvimento trouxe como

    conseqncias exploso da informao, caracterizada pelo aumento da quantidade,

    diversidade e possibilidade de reproduo sem limites da informao.

    Esses fatores tm afetado o comportamento das organizaes e a biblioteca aparece como

    uma das instituies mais abaladas na Sociedade da Informao, sendo assim, torna-se

    necessrio repensar o uso das tecnologias de informao e comunicao nos seus servios

    e produtos e o seu papel nessa sociedade.

    Lancaster (1994) afirma que o impacto da tecnologia, e da Internet, em particular, tem

    sido bastante forte nos sistemas de informao e bibliotecas, criando ameaas, mas

    tambm oportunidades. Acreditamos que mudanas, transies e incertezas so

    aspectos da sociedade e que a biblioteca, como um sistema de informao, continuar

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    tendo relevantes funes a desempenhar, para tanto os bibliotecrios devem ver essas

    mudanas como uma oportunidade de otimizao de servios e produtos, conquista de

    novos usurios, visibilidade e espao na sociedade.

    A biblioteca aparece como uma das instituies mais antiga da humanidade e analisandoa sua histria percebemos que durante muitos sculos ela foi vista como uma instituio

    sagrada, com a funo de guarda e preservao da memria intelectual da sociedade.

    O paradigma custodial e patrimonialista, que prevaleceu at metade do sculo XX, no

    encontra mais sustentao, pois o objeto da biblioteca que era o documento, em muitas

    situaes o livro, est sendo substitudo pela informao, e hoje, a informao adquiriu,

    um novo conceito, podendo ser um texto escrito, uma foto, uma msica, um vdeo, umapalestra etc. Alm do que, com a evoluo e convergncia dos media, possvel obter e

    usar informao cognitiva, em qualquer lugar e a qualquer hora.

    Isto leva a outra grande transformao nas bibliotecas, o carter tecnicista, voltado para a

    organizao tcnica do documento, volta-se agora para o usurio e suas necessidades

    informacionais.

    Landoni et al. (1993) identificam trs perodos distintos ao longo da histria das

    bibliotecas; a biblioteca tradicional, de Aristteles at o inicio da automao das

    bibliotecas; a biblioteca moderna; quando do uso dos computadores para automao dos

    servios tcnicos da biblioteca e a biblioteca eletrnica, onde encontramos disponvel on-

    line textos completos de documentos.

    Para a Digital Library Federation (2009)

    digital libraries are organizations that provide the resources, including thespecialized staff, to select, structure, offer intellectual access to, interpret,distribute, preserve the integrity of, and ensure the persistence over time ofcollections of digital works so that they are readily and economically availablefor use by a defined community or set of communities.

    A biblioteca digital representa uma evoluo do resultado da utilizao do computador e

    da Internet nos servios da biblioteca e pode ser conceituada como uma coleo

    organizada de informao, em formato digital, acessvel pela rede mundial de

    computadores.

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    Com base nos conceitos apresentados destacamos como caracterstica da biblioteca

    digital a informao de forma organizada, haja vista que este aspecto e fundamental para

    o sucesso das pesquisas por parte dos usurios. Ela tambm proporciona confiabilidade

    da informao, pois a informao digital tem como caracterstica a dinmica, devido

    renovao continua, multi localizao e a interatividade, assim, fundamental saberquem a produziu, quem a identificou como valiosa, quem a selecionou para uso comum,

    quem a disponibiliza e quem garante sua autenticidade (LEVACOV, 1997).

    Cunha (2009, p. 258) elenca ainda como caractersticas das bibliotecas digitais:

    a) acesso remoto pelo usurio, por meio de um computador conectado auma rede;b) utilizao simultnea do mesmo documento por duas ou mais pessoas;c) incluso de produtos e servios de uma biblioteca ou centro de

    informaod) existncia de colees de documentos correntes onde se pode acessarno somente a referncia bibliogrfica, mas tambm o seu texto completo.e) proviso de acesso em linha a outras fontes externas de informao(bibliotecas, museus, bancos de dados, instituies pblicas e privadas);f) utilizao de maneira que a biblioteca local no necessite serproprietria do documento solicitado pelo usurio;g) utilizao de diversos suportes de registro da informao tais comotexto, som, imagem e nmeros;h) existncia de unidade de gerenciamento do conhecimento.

    A literatura aponta vrios benefcios para a implantao de uma biblioteca digital, porm,

    enfatizamos a possibilidade de acesso remoto a informao, pois pela primeira vez as

    bibliotecas dispem de um meio de difuso e comunicao que ultrapassa as fronteiras da

    comunidade tradicionalmente servida (PEREIRA, 2009). Biblioteca sem muro,

    superando os limites fsicos, geogrficos e temporais.

    Esse aspecto tem influncia direta no novo modelo de educao da Sociedade da

    Informao, pois sendo o indivduo condutor de sua aprendizagem, ele pode contar agoracom acesso permanente aos materiais da biblioteca, suprimindo o fator emprstimo,

    aquisio de cpias, horrio de funcionamento etc. Alm disso, com a oportunidade da

    biblioteca participar de redes de informao, o usurio tem em suas mos recursos de

    uma infinidade de sistemas de informao. A possibilidade de ligao virtual entre todas

    as bibliotecas transformar cada uma delas num n de uma biblioteca digital escala

    planetria (RODRIGUES, 2009). Assim, o estudante, especialmente da educao bsica,

    pode escapar da forte dependncia do professor e do livro texto como principais

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    provedores da informao cognitiva e a biblioteca escolar ocupar seu lugar como centro

    de informao da escola.

    Eloy Rodrigues (2009) destaca o papel das bibliotecas pblicas na promoo do acesso a

    informao digital.

    Num pas como Portugal [e tambm o Brasil], onde na esmagadora maioria doslares (e, infelizmente, at em muitas escolas) escasseiam os livros e o computadorainda no consta da lista dos eletrodomsticos, as bibliotecas pblicas podem edevem ser a porta aberta para este novo mundo de informao digital emultimedia, o ponto de acesso ao ciberespao, para aqueles que, por razessocioeconmicas e/ou culturais, no podero ser cibernautas pelos seus prpriosmeios.

    Porm, acrescentamos que essa funo tambm est inserida, de maneira muito forte, nas

    responsabilidades da biblioteca escolar e que um trabalho conjunto, com a biblioteca

    pblica, pode ter uma atuao decisiva nas oportunidades de acesso a informao e a

    leitura, em novos suportes, por parte de crianas e jovens.

    BIBLIOTECAS ESCOLARES DIGITAIS

    Com a presena constante das tecnologias de informao nos mais variados ambientes, o

    homem passa a contar com uma diversidade de espaos educacionais e a escola deixa de

    ser o nico espao de educao.

    Assim, deve considerar relevante a variedade e a quantidade de informaes recebidas

    pelas crianas, advinda dos media, proporcionada pela grande evoluo da tecnologia,

    mesmo antes destes chegarem ao ambiente escolar, e que continuaram a adquiri-las,

    durante toda a vida. Portanto, a escola deve fazer da tecnologia de comunicao e

    informao parte integrante do processo ensino aprendizagem.

    O uso da tecnologia de comunicao e informao como ferramenta do ensino oferece a

    possibilidade de agregar valores s informaes na sala de aula, e o professor, que no

    detm mais o monoplio na transmisso de conhecimento, passa agora a ter o papel de

    guia ou consultor do sistema de aprendizado. Segundo Costa (2001) o que se tem visto

    que os computadores incentivam os alunos s atividades intelectuais.

    Dentre mudanas ocorridas nas instituies educacionais acreditamos que a biblioteca

    uma das que mais sofreu alteraes em termos conceituais, passou de depsito de livros a

    centro de ensino e aprendizagem, porm ainda tendo seu espao de atuao limitado. A

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    biblioteca escolar, por muito tempo, era vista como uma instituio a servio da escola,

    seu acervo voltado para prticas educacionais adotadas pela escola e, na maioria das

    situaes, se restringia a livros didticos.

    No contexto da Sociedade da Informao, autores como Calixto1

    , Campelo2

    e Silva3

    enfatizam que a biblioteca da escolar deve funcionar como um ncleo do sistema escolar.

    Uma vez que, faz parte do sistema de informao e de educao de um pas, deve ser um

    centro dinmico de informao, organizando e fornecendo a mesma nos mais variados

    suportes, permitindo, assim, o acesso a uma rede de conhecimentos, ou seja, funcionando

    em parceria com outras bibliotecas e instituies educacionais e culturais para fornecer

    uma quantidade diversificada de informaes ilimitadas, isto , contribuindo para o

    desenvolvimento integral da comunidade escolar.

    Porm, destacamos que para tanto, a biblioteca deve se valer das tecnologias, em especial

    da Internet, para extrapolar as barreiras de espao e tempo e ampliar o acesso

    informao, como caminho para a produo de conhecimento e ampliao das

    oportunidades de educao. Mas, a realidade, em especial das bibliotecas escolares, no

    se apresenta dessa maneira.

    Tendo origem na dcada passada, a biblioteca digital considerada um fenmeno novo

    dentro da historia secular das bibliotecas, por essa razo elas se concentram, somente em

    quantidade expressiva, no universo das universidades e centro de pesquisa. Em pesquisa

    realizada pelo IBICT/Grupo de Trabalho/Bibliotecas Virtuais, no Brasil, o resultado

    exibiu a presena predominante das universidades (FERREIRA, 2009).

    Com objetivo de perceber a realidade das bibliotecas escolares digitais, fizemos uma

    pesquisa na Internet, nos sites das principais escolas, da educao bsica, no Brasil e em

    Portugal.

    1 CAMPELLO, Bernadete Santos. A biblioteca escolar: temas para uma prtica pedaggica. 2. ed. BeloHorizonte: Autntica, 2005. 64 p.

    2 CALIXTO, Jos Antnio. A biblioteca escolar e a sociedade de informao. Lisboa: Caminhos daeducao, 1996.

    3 SILVA, Waldeck Carneiro. Misria da biblioteca escolar. So Paulo: Cortez, 1995. 118p.

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    No Brasil, tivemos como base o resultado do ENEM/2008 - Exame Nacional do Ensino

    Mdio, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais/MEC, e

    em Portugal, informaes do Ministrio da Educao, publicadas no Dirio de Portugal,

    no dia 29 janeiro de 2009 (Ver anexo 1).

    Pudemos constatar que as bibliotecas no tm espao nos portais das escolas, aparece

    muito tmida, apenas como um servio administrativo, e disponibilizam somente

    informaes sobre horrio de funcionamento, normas e endereo. Em algumas situaes,

    a biblioteca nem chega a ser citada.

    Ao pesquisarmos programas oficiais dos rgos da ligados educao, ainda nos pases

    citados, no percebemos relevantes polticas publicas para formao de redes debibliotecas escolares digitais (Ver anexo 2).

    Destacamos, porm, a iniciativa do Governo de Portugal, atravs do Plano Nacional de

    Leitura, que implantou a Biblioteca de Livros Digitais, que tem por objetivo apresentar

    livros em formato digital, conjugando a leitura com o cinema de animao, o vdeo e o

    udio, de modo a incentivar o gosto pela leitura, tirando partido das novas tecnologias.

    At o momento4, so nove as obras disponibilizadas na Biblioteca de Livros Digitais, a

    saber, destinadas s diversas faixas etrias, desde o pr-escolar at a idade adulta,

    Estando previsto que, durante o prximo semestre, sejam disponibilizadas mais 35 obras:

    1. A Joaninha Vaidosa, de Ana Maria Magalhes e Isabel Alada;2. As Moedas de Ouro do Pinto Pinto, de Alice Vieira;3. Fala Bicho, de Violeta Figueiredo;4. Rato do Campo e Rato da Cidade, de Alice Vieira;5. Uma Flor Chamada Maria, de Alves Redol;6. A Revolta das Palavras Digitais, de Carlos Correia;7. A Cidadania de A a Z; de Ana Maria Magalhes e Isabel Alada:8. Incndio no Paraso, com superviso de Carlos Correia;9. Amigos Estrangeiros, com superviso de Carlos Correia.

    4 Pesquisa realizada em janeiro de 2009

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    O que pudemos contatar que praticamente inexistem, no contexto escolar, bibliotecas

    digitais, o que deixa uma grande lacuna no sistema educacional, tendo como

    conseqncia, segundo Darnton (2008) que os alunos no sabem usar uma biblioteca,

    no sabem fazer pesquisas [...]. Eles dependem demais do Google.

    Assim, torna-se relevante estudar o uso das tecnologias de informao e comunicao na

    biblioteca escolar, para ultrapassar o estgio bsico em que as mesmas se encontram, uma

    vez que s utilizam a informtica para o tratamento, organizao e recuperao dos seus

    acervos bibliogrficos.

    CONCLUSO

    Com base nos estudos realizados, percebemos que a sociedade est em processo

    permanente de mudanas, tendo conseqncias decisivas no papel da escola e da

    biblioteca.

    Pensamos ser urgente uma reflexo nos modelos atuais que dominam no sistema

    educacional, pois, grande parte das informaes e conhecimentos que o educando recebe

    hoje tem origem fora do ambiente escolar. Nesse contexto, a biblioteca fica excluda, pois

    os mesmos tm como principal fonte de informao os media.

    Drabenstott, Burman e Macedo (1997) sugerem que as bibliotecas devem:

    o formular polticas que visem cooperao para tomar o acesso cada vezmais aberto e levado aos locais longnquos;

    o no centrar-se em si mesma como uma instituio, mas como provedorada informao;

    o usar novas tecnologias de informtica no apenas para automatizaratividades bibliotecrias, dentro de quatro paredes, mas fazendo uso delas

    para o aumento de acesso a informao (grifo nosso);o tornar a rede local de bibliotecas em rede de reas para todos os tipos de

    fontes provedoras de informao.

    Acreditamos que pertinente refletir sobre a criao e implementao de um espao na

    Web que faa a fuso entre a biblioteca e a comunidade escolar, aproximando-a dessa

    maneira do contexto mltiplo e diversificado dos media. Esse espao poderia ser o que

    Serra; Pretto(2009) chamam de centro de referencia digital, que faria a mediao entre

    a comunidade escolar e sistema de informao apropriados para o educao bsica, com o

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    uso de class list, contribuindo assim para melhorar a qualidade das pesquisas na

    Internet.

    Como resultado, teramos uma plataforma de agregao social em torno da biblioteca

    escolar, que promova o acesso informao cognitiva e gosto pela leitura, mas tambm aeroso das barreiras espao - tempo entre a biblioteca e a escola e destas com a famlia e

    a comunidade.

    REFERNCIAS

    ARMS, William Y. Digital Libraries. Cambridge: The MIT Press, 2000.CUNHA, Murilo Bastos da. Desafios na construo de uma biblioteca digital. Cincia daInformao, Braslia, v. 28, n. 3, p. 257-268, set./dez. 1999.

    BORGES, Maria Manuel Marques. Biblioteca digital: materializao e utopia. Revistada Faculdade de Letras, Porto, 2003.

    COSTA, M.C.C. Internet na escola: o site da estao Cincia. Comunicao &Educao, So Paulo, v.7, n.20, jan./abr. 2001.DARNTON, Robert . O aluno depende demais do Google. Revista poca, So Paulo, 28ago. 2008.

    DRABENSTOTT, Karen M., BURMAN, Celeste M., MACEDO, Neuza Dias de.Reviso analtica da biblioteca do futuro. Cincia da Informao, Braslia, v.26, n.2, p.1997.

    DIGITAL LIBRARY FEDERATION. A Working Definition of Digital Library[1998]. Disponvel em: . Acesso em: 29

    jan. 2009.

    FERREIRA, Jos Rincon. A biblioteca digital. Disponvel em:. Acesso em: 15 fev. 2009.LANCASTER, F. W. Ameaa ou oportunidade? O futuro dos servios de biblioteca luzdas inovaes tecnolgicas. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, BeloHorizonte ,v. 23, n. 1, jan./jun. 1994.

    LANDONI, Monica et al. Hyper-books and visual-books in an electronic library. TheElectronic Library, v. 11, n. 3, p. 175-176, June 1993.LEVACOV, Marlia. Bibliotecas virtuais: (r)evoluo?. Cincia da Informao,Braslia, v.26, n.2, maio/ago. 1997.

    PEREIRA, ngela Salgueiro. O Advento Digital e a nova misso da BibliotecaPblica. Disponvel em: Acesso em:15 fev. 2009.

    http://www.diglib.org/about/dldefinition.htmhttp://www.diglib.org/about/dldefinition.htmhttp://www.ime.usp.br/~is/infousp/rincon/rincon.htmhttp://badinfo.apbad.pt/congresso8/comm6.pdfhttp://badinfo.apbad.pt/congresso8/comm6.pdfhttp://badinfo.apbad.pt/congresso8/comm6.pdfhttp://www.ime.usp.br/~is/infousp/rincon/rincon.htmhttp://www.diglib.org/about/dldefinition.htm
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    RODRIGUES, Enoy. Bibliotecas virtuais e cibertecrios. Disponvel em:. Acesso em: 20 jan.2009.

    SERRA, Cristiana; PRETTO, Nelson de Luca . Bibliotecas digitais e Internet: em buscada produo coletiva de conhecimento. Disponvel em:

    . Acesso em: 15 fev. 2009.

    Cassia Furtado

    Doutoranda do Curso Informao e Comunicao em Plataformas Digitais. Professora Assiatentedo departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranho - UFMA Mestrado emCincia da Informao, UnB. Especializao em Biblioteconomia UFPB. [email protected]

    Recebido em: 17/02/2009Aceito para publicao em: jan/2010

    http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/423?locale=eshttp://www2.ufba.br/~pretto/textos/bvs.htmhttp://www2.ufba.br/~pretto/textos/bvs.htmhttp://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/423?locale=es
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    ANEXO 1

    BRASIL:

    (INEP/ENEM, 2008)

    ESCOLAS PARTICULARESCOLEGIO SO BENTORio de Janeiro - RJ

    http://www.csbrj.org.br/index3.html

    COLEGIO SANTO AGOSTINHORio de Janeiro - RJ

    http://www.csa.com.br/

    MODERNA ORGANIZAO PEDAGGICA INTEGRADA RIO DE JANEIRO RJ

    http://www.eliteintegral.com.br/colegio_biblioteca/biblioteca.aspx

    ESCOLAS PBLICASCOLGIO DE APLICAO DA UFRJ - Rio de Janeiro - RJ

    http://www.cap.ufrj.br

    COLGIO DE APLICAO DA UFVViosaMG

    http://www.coluni.ufv.br/colegio.htm

    COLGIO DE APLICAO DA UFPERecifePE

    http://www.cap.ufpe.br/?Biblioteca

    PORTUGAL:

    (Dirio de Portugal, 29 jan 2009 /Ministrio da Educao)

    COLGIO MIRA RIOLisboa

    http://www.colegiomirario.pt/

    COLGIO LUSO FRANCSPorto

    http://www.lusofrances.com.pt/

    COLGIO SO JOO DE BRITOLisboa

    http://www.csjb.pt/

    INSTITUTO DE ODIVELASLisboa

    http://www.isce-odivelas.com/

    ESCOLA SECUNDRIA INFANTA D. MARIA

    http://www.esidm.pt

    ESCOLA SECUNDRIA DO RESTELO

    http://www.csbrj.org.br/index3.htmlhttp://www.csbrj.org.br/index3.htmlhttp://www.csa.com.br/http://www.csa.com.br/http://www.eliteintegral.com.br/colegio_biblioteca/biblioteca.aspxhttp://www.eliteintegral.com.br/colegio_biblioteca/biblioteca.aspxhttp://www.cap.ufrj.br/http://www.cap.ufrj.br/http://www.coluni.ufv.br/colegio.htmhttp://www.coluni.ufv.br/colegio.htmhttp://www.cap.ufpe.br/?Bibliotecahttp://www.cap.ufpe.br/?Bibliotecahttp://www.colegiomirario.pt/http://www.colegiomirario.pt/http://www.lusofrances.com.pt/http://www.lusofrances.com.pt/http://www.csjb.pt/http://www.csjb.pt/http://www.isce-odivelas.com/http://www.isce-odivelas.com/http://www.esidm.pt/http://www.esidm.pt/http://www.esidm.pt/http://www.isce-odivelas.com/http://www.csjb.pt/http://www.lusofrances.com.pt/http://www.colegiomirario.pt/http://www.cap.ufpe.br/?Bibliotecahttp://www.coluni.ufv.br/colegio.htmhttp://www.cap.ufrj.br/http://www.eliteintegral.com.br/colegio_biblioteca/biblioteca.aspxhttp://www.csa.com.br/http://www.csbrj.org.br/index3.html
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    Revista Digital de Biblioteconomia e Cincia da Informao,Campinas, v.8, n. 1, p.103-116, jul./dez. 2010ISSN: 1678-765X114

    http://www.esec-restelo.rcts.pt/

    ANEXO 2

    BRASIL

    PROGRAMA NACIONAL BIBLIOTECA DA ESCOLAPNBEhttp://www.fnde.gov.br/home/index.jsp

    Criao: 1997

    Gesto: Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaoFNDE - MEC

    Objetivo: acesso cultura e informao; incentivo formao do hbito da leitura nosalunos, nos professores; distribuio de acervos de obras de literatura, de pesquisa e de

    referncia visando apoiar o cidado no exerccio da reflexo, da criatividade e da crtica.

    PLANO NACIONAL DO LIVRO E LEITURA - PNLLhttp://www.pnll.gov.br/

    Gesto: Ministrio da CulturaMinC / Ministrio da Educao - MEC

    Objetivo: formar leitores, buscando de maneira continuada substantivo aumento do ndice

    nacional de leitura (nmero de livros lidos por habitante/ano) em todas as faixas etrias e

    do nvel qualitativo das leituras realizadas; implantao de biblioteca em todos os

    municpios do pas (em at dois anos); elevao significativa do ndice de emprstimos de

    livro em biblioteca (sobre o total de livros lidos no pas).

    SISTEMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS PUBLICAS - SNBPhttp://catalogos.bn.br/snbp/index.html

    Criao: 1992

    Gesto: Fundao Biblioteca Nacional

    Objetivo: fortalecimento das Bibliotecas Pblicas do pas.

    BIBLIOTECA VIRTUAL DO ESTUDANTE DE LNGUA PORTUGUESAhttp://www.bibvirt.futuro.usp.br/quem_somos

    Criao: 1997

    http://www.esec-restelo.rcts.pt/http://www.esec-restelo.rcts.pt/http://www.fnde.gov.br/home/index.jsphttp://www.fnde.gov.br/home/index.jsphttp://www.pnll.gov.br/http://www.pnll.gov.br/http://catalogos.bn.br/snbp/index.htmlhttp://catalogos.bn.br/snbp/index.htmlhttp://www.bibvirt.futuro.usp.br/quem_somoshttp://www.bibvirt.futuro.usp.br/quem_somoshttp://www.bibvirt.futuro.usp.br/quem_somoshttp://catalogos.bn.br/snbp/index.htmlhttp://www.pnll.gov.br/http://www.fnde.gov.br/home/index.jsphttp://www.esec-restelo.rcts.pt/
  • 8/8/2019 Educao e Bibliotecas Digitais

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    ______ RELATO DE EXPERINCIA

    ___________________________________________________________________________________________________________

    Revista Digital de Biblioteconomia e Cincia da Informao,Campinas, v.8, n. 1, p.103-116, jul./dez. 2010ISSN: 1678-765X115

    Objetivo: oferecer gratuitamente recursos educacionais teis para estudantes e

    professores desde o ensino infantil at o universitrio, ajudando a suprir a carncia de

    bibliotecas escolares no pas e de material de qualidade em lngua portuguesa na Internet,

    alm de estimular o interesse pela leitura. Ao mesmo tempo, uma iniciativa que

    pretende contribuir para a criao de infra-estrutura para o ensino distncia e inclusodigital.

    Parceira: Fundao Roberto Marinho, Microsoft, Edusp, Editora Senac, Fundao Dorina

    Nowill e MEC - Ministrio da Educao e Cultura.

    PORTUGAL

    PROGRAMA REDE DE BIBLIOTECAS ESCOLARES - RBE

    http://www.rbe.min-edu.pt/

    Criao: 1996

    Iniciativa do Ministrio da Educao em parceria com o Ministrio da Cultura

    Objetivo: instalao de bibliotecas escolares nas escolas de todos os nveis de ensino.

    Base conceitual: cada biblioteca deve constituir-se como um centro de recursos

    educativos multimdia de livre acesso, destinado consulta e produo de documentos

    em diferentes suportes.

    REDE DE BIBLIOTECAS ESCOLARES DO PORTO - RBEPhttp://194.79.88.139/rbep/

    Criao: 2005

    Objetivo: criao de rede de informao inter-bibliotecas

    Parceria: Programa de Desenvolvimento Educativo para PortugalPROPED, Centro de

    Formao Joo Deus, Cmara Municipal do Porto, Direo Regional de Educao do

    Norte, Centro de Recursos e Investigao para a Literatura InfantilCRILIJ

    PROGRAMA REDE DE CONHECIMENTOS DE BIBLIOTECASPUBLICAS - RCBP

    http://rcbp.dglb.pt/pt/Paginas/default.aspx

    Objetivo: disponibilizar recursos e servios para as bibliotecas, e fomentar, entre estas, o

    dilogo e a cooperao, contribuindo assim para a consolidao da Rede Nacional de

    Bibliotecas Pblicas

    http://www.rbe.min-edu.pt/http://www.rbe.min-edu.pt/http://194.79.88.139/rbep/http://194.79.88.139/rbep/http://rcbp.dglb.pt/pt/Paginas/default.aspxhttp://rcbp.dglb.pt/pt/Paginas/default.aspxhttp://rcbp.dglb.pt/pt/Paginas/default.aspxhttp://194.79.88.139/rbep/http://www.rbe.min-edu.pt/
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    ______ RELATO DE EXPERINCIA

    ___________________________________________________________________________________________________________

    Revista Digital de Biblioteconomia e Cincia da Informao,Campinas, v.8, n. 1, p.103-116, jul./dez. 2010ISSN: 1678-765X116

    Iniciativa da Direo-Geral do Livro e das Bibliotecas

    Parceria com os Municpios e co-financiado pelo Programa Operacional Sociedade do

    Conhecimento.

    BIBLIOTECA DE LIVROS DIGITAIShttp://e-livros.clube-de-leituras.pt/index.php

    Faz parte do Plano Nacional de Leitura

    Objetivo: apresenta livros em formato digital, conjugando a leitura com o cinema de

    animao, o vdeo e o udio, de modo a incentivar o gosto pela leitura, tirando partido das

    novas tecnologias.

    http://e-livros.clube-de-leituras.pt/index.phphttp://e-livros.clube-de-leituras.pt/index.phphttp://e-livros.clube-de-leituras.pt/index.php